POSTAL 1133 - 28 NOV 2014

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1133 • Quinzenário à sexta-feira • 28 de Novembro de 2014 • Preço € 1



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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1133 • Quinzenário à sexta-feira • 28 de Novembro de 2014 • Preço € 1 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR €1,60

DESTAQUE 2 EM FOCO 4 ALGARVE CONQUISTA SETE ESTRELAS MICHELIN 5 FESTIVAL 6 CONTINENTES AQUECE O MUNDO AO RITMO DA LUSOFONIA 7 CÂMARA DE LAGOS RECLAMA O FORTE DA MEIA PRAIA 8 MENDES BOTA RECEBE PRÉMIO DE DIREITOS HUMANOS 9 CLASSIFICADOS 10

Algarve prepara combate contra o desperdício alimentar

> O combate ao desperdício ali-

mentar e as atitudes de ‘zero desperdício’ estão na ordem do dia e o Algarve acolheu na passada semana um seminário sobre a temática. O objectivo é colocar a região no domínio das boas práticas nesta matéria. p. 2 e 3 d.r.

ricardo claro

Faro já pagou aos fornecedores abrangidos pelo PAEL

Guia Michelin:

>4

d.r.

DIREITOS HUMANOS

Prémio reconhece trabalho de Mendes

Região soma sete estrelas e é líder nacional

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destaque Seminário promove luta contra o desperdício no Algarve O DESPERDÍCO É UM PROBLEMA em qualquer área. A pro-

dução de bens que não chegam à cadeia de consumo ou que uma vez ali chegados não contribuem para a satisfação das necessidades humanas ou ainda quando contribuíndo pecam por excesso, gerando sobras inaproveitadas, constitui sob todos os pontos de vista o problema de gestão de oferta e de procura, de aproveitamento de recursos, de poluição ambiental e de alocação indevida de valor. Na área alimentar o flagelo do desperdício assume no entanto especial relevo, num mundo onde, segundo a Agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura, em 2012, há mais de 840 milhões de pessoas que estão subnutridas e onde 1,3 mil milhões de toneladas de bens alimentares são desperdiçados, num valor de 750 mil milhões de dólares por ano. Um terço da produção alimentar mundial acaba no lixo. A verdade choca, mas é exactamente isso, a verdade. As respostas passam por várias actuações de diferentes sectores públicos e privados, mas passam acima de tudo pela consciencialização geral e pela acção de cada um de nós individualmente e enquanto actores sociais.

ALGARVE ABORDA A TEMÁTICA DO DESPERDÍCIO ALIMENTAR A temática foi aboradada, no sábado da passada semana, num seminário sobre o desenvolvimento de projectos na área do combate ao desperdício alimentar, levado a cabo em parceria

Quer sejamos simples cidadãos, proprietários de restaurantes e similares, quer empresas proprietárias de hotéis e empreendimentos turísticos, todos podemos ajudar e há para todos um lugar na cadeia de valor social que se deseja reforçar e para a qual este seminário foi pensado.

ÔÔ A vontade de ajudar o próximo pode ser o primeiro passo para combater o flagelo do desperdício e da fome pela Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação (APGICO) em associação com o Centro de Investigação sobre Espaço e Organizações (CIEO) da Universidade do Algarve, no âmbito da Incubadora de Projectos Empresariais para a Inclusão (IPEI). A darem conta da sua experiência neste campo e no dos trabalhos de acção social que lhe estão intimamente ligados estiveram Marta Teixeira (Refood Faro), João Amaro (Tertúlia Algarveia), Carla Rosa (Refood Algoz) e Paula Policarpo (Zero Desperdício), lado-a-lado com Pedro Cebola (C.A.S.A.), Marco Formosinho (Universidade do Algarve), e Nuno Alves (Banco Alimentar – Algarve), com a

moderação do painel a cargo de Fernando Cardoso Sousa, da APGICO. As experiências partilhadas mostram a diversidade de níveis de implementação dos vários projectos na região, com o Centro de Apoio ao Sem Abrigo (C.A.S.A.) e o Banco Alimentar a darem conta de anos de trabalho no terreno e projectos como o Refood em várias localidades algarvias a retratarem os passos de arranque no combate ao desperdício alimentar e na promoção de políticas sociais de apoio alimentar.

A NECESSIDADE DE UM TRABALHO INTEGRADO Destaque para

a ideia de que qualquer traba-

lho na área do apoio alimentar e do combate ao desperdício passa, necessariamente, por um processo em rede, que potencie as disponibilidades de oferta alimentar e aproveitamento de bens na linha de produção, distribuição e consumo dos alimentos e que remeta para valores marginais a duplicação de auxílio às pessoas carenciadas e as perdas de competitividade do trabalho social realizado.

A FORÇA DO SECTOR SOCIAL PRIVADO Nota de relevo para a

compreensão, absolutamente determinante neste combate contra a fome e carência alimentar, para a incapacidade

das respostas sociais do Estado e das entidades públicas locais. Embora determinantes, as entidades públicas sozinhas nada fazem e o sector privado, constituído por associações e instituições particulares de solidariedade social, garante uma fatia de relevo do apoio alimentar dispensado às populações. Assim se responde às cerca de 360 mil pessoas que passam fome em Portugal de forma mais eficiente e é exactamente na área privada do apoio social que todos podemos ajudar, dos empresários aos cidadãos, atravessando transversalmente toda a sociedade.

OS NÚMEROS DO FLAGELO A comida produzida no mundo que acaba no lixo daria para alimentar três mil milhões de pessoas, mais do que suficiente para pôr cobro às situações de subnutrição no planeta. Só em Portugal a estimativa aponta para cerca de 50 mil refeições desperdiçadas diariamente nos restaurantes do país. De fora ficam os números decerto expressivos de cantinas em escolas, empresas e hospitais, entre outros locais, no sector dos similares de hotelaria em geral e na própria hotelaria e, muito em particular, os desperdícios de cada português. A somar ao panorama do desperdício estão os impactes ambientais com 10% da produção de gases com efeito de estufa, nomeadamente de CO2, a ser imputável à indústria alimentar e o peso incalculável do desperdício no volume de resíduos sólidos urbanos produzidos em todo o mundo, que constituem uma preocupação cada vez mais premente.


28 de Novembro de 2014  |  3 pub

Textos: Ricardo Claro Fotos: Ricardo Claro / D.R.

MUNICÍPIO DE TAVIRA

Desperdício alimentar

EDITAL JOSÉ OTÍLIO PIRES BAIA, Presidente da Assembleia Municipal de Tavira. TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 24 de novembro de 2014, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por unanimidade a Moção: “Reconhecimento Internacional da Dieta Mediterrânica” apresentada pelo PS - Partido Socialista;

No campo do consumo de recursos, a água assume especial destaque com o desperdício alimentar a representar um consumo de recursos hídricos potáveis suficiente para garantir a satisfação das necessidades de nove mil milhões de pessoas no mundo. Noutra perspectiva que alia ambiente e saúde pública a produção intensiva de alimentos cujo destino acaba por ser, num terço do total produzido, o lixo, provoca uma exaustão dos solos e a

cados de bens alimentares. A resposta passa por todos nós e encontra acolhimento para a boa-vontade de todos sem excepção numa das muitas instituições regionais que todos os dias lutam no terreno contra as carências alimentares dos algarvios. Seja como doadores de alimentos ou de refeições confeccionadas, seja enquanto voluntários, instituições como o C.A.S.A., a Refood, o Banco Alimentar ou outras estão à distância de um simples tele-

quem operacionalize a distribuição e com quem a faça, pelo que todas as ajudas são bem-vindas. Num seminário que realçou dificuldades, mas acima de tudo muitas vontades dispostas a fazer real a ajuda ao próximo, a Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação (APGICO), o Centro de Investigação sobre Espaço e Organizações (CIEO) da Universidade do Algarve e a Incubadora de Projectos Empresariais para a Inclusão (IPEI) deram mais um

2. Aprovada por maioria a Moção: “Orçamento de Estado para 2015” apresentada pelo PS - Partido Socialista; 3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 175/2014/CM, referente ao Orçamento Municipal e Mapa de Pessoal para o ano 2015; 4. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 176/2014/CM, referente à Determinação das Taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis e da participação do IRS; 5. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 177/2014/CM, referente à TMDP – Taxa municipal de direitos de passagem; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 185/2014/CM, referente à Transferência das rendas de habitação social para as Freguesias de Conceição e Cabanas e Santa Luzia, relativas a setembro de 2013; 7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 191/2014/CM, referente ao Seguro de acidentes pessoais para os membros dos órgãos autárquicos – fixação de valor; 8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 192/2014/CM, referente à Inserção no domínio público de parcela de terreno, sita no Serro das Pedras, União de freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira – (PA 777-Div/13); 9. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 193/2014/CM, referente à Assunção de compromissos plurianuais – final de 2014; 10. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 194/2014/CM, referente à Autorização prévia genérica favorável à assunção de compromissos plurianuais; 11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 195/2014/CM, referente à Avaliação de ativo imobilizado do Município de Tavira; 12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 196/2014/CM, referente à Alteração da composição do júri para o procedimento concursal para provimento de cargo de Chefe de Divisão de Assuntos Sociais – (351-Div/13); 13. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 197/2014/CM, referente ao Plano de gestão de riscos de corrupção e infrações conexas – 1ª. Revisão. Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume. Paços do Concelho, aos 24 dias do mês de novembro do ano 2014 O Presidente da Assembleia Municipal, José Otílio Pires Baia (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014) pub

MUNICÍPIO DE TAVIRA EDITAL Nº 51 /2014 Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira

ÔÔ Seminário juntou várias instituições que partilharam as suas experiências

sua contaminação com pesticidadas e adubos que acabam por extinguir a utilidade dos terrenos e contaminar os recursos hídricos do subsolo, ao mesmo tempo que através das escorrências determinam o aumento dos índices de poluição no mar e na cadeia alimentar ali originada. Num mundo onde são produzidas quatro mil quilocalorias de alimentos por pessoa, quando o consumo médio recomendado é de apenas duas mil, a fome é inadmissível ainda que se invoquem questões de sustentabilidade dos mer-

fonema, de um e-mail ou de um contacto pessoal directo.

AS DIFICULDADES DO VOLUNTARIADO Aliás, entre as maiores dificuldades de todas as associações que desenvolvem trabalho nesta área está a gestão e recrutamento de voluntários. Uma organização de apoio a carências alimentares pode chegar a necessitar de centenas de pessoas mensalmente para dar resposta à demanda em cidades como Faro , Portimão ou Albufeira. Não basta ter comida para distribuir, há que contar com

passo para a afirmação da rede social de apoio social no campo da ajuda alimentar. Muito se espera desta iniciativa que juntou actores do sector e deu a conhecer estratégias para um desenho sempre melhorado. O seguimento dos trabalhos para a implementação de soluções optimizadas e para a majoração dos resultados do relacionamento em rede destes protagonistas será agora seguido por reuniões de trabalho que pretendem avaliar a implementação dos objectivos traçados.

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 25 de novembro de 2014, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 198/2014/CM, referente à 8ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 199/2014/CM, referente à atribuição de apoio á Associação das Obras Assistenciais da Sociedade de São Vicente de Paulo; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 200/2014/CM, referente à atribuição de apoio á Casa do Povo da Luz de Tavira - beneficiação de instalações; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 201/2014/CM, referente ao Protocolo a celebrar com O Pontão - Associação de Solidariedade Social da Conceição de Tavira - Apoio para arranjos exteriores da Creche e Centro de Dia da Conceição de Tavira; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 202/2014/CM, referente à Comissão Municipal de Toponímia Composição do grupo de cidadãos; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 203/2014/CM, referente à anulação de dívida relativa a mora de renda de habitação municipal - Francisco Lúcio Pereira; 7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 204/2014/CM, referente à Não aplicação pontual do agravamento sobre o valor de renda apoiada; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume. Paços do Concelho, 25 de novembro do ano 2014 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

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4  |  28 de Novembro de 2014

em foco

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Faro põe termo ao calvário da dívida Rogério Bacalhau já liquidou as facturas abrangidas pelo PAEL aos fornecedores da câmara TAL COMO O POSTAL NOTICIOU na última edição, Faro recebeu, como se previa, a terceira e última tranche de fundos do Estado no âmbito do Programa de Apoio à Eonomia Local, destinado a saldar as dívidas de curto prazo das autarquias. A câmara liderada por Rogério Bacalhau encaixou assim 3,3 milhões de euros destinados a regularizar dívidas vencidas há mais de 90 dias à data de 31 de Março de 2012 e, de acordo com a autarquia, já entregou aos fornecedores a totalidade desse valor, finalizando assim o processo de liquidação deste passivo junto das empresas e demais fornecedores. Não obstante a boa notícia, em particular para os agentes económicos receptores das verbas liquidadas, a verdade é que do lado da autarquia desaparece a dívida de curto prazo, mas engrossa a de longo prazo, uma vez que, como a própria câma-

ra reconhece, “o pagamento do empréstimo do PAEL [no valor de 16,7 milhões de euros] far-se-á até 2034”. Nota de realce para a folga de gestão de fluxos de caixa e liquidez que a autarquia ganha com o termo desta operação, mas do lado oposto o encargo com juros e demais serviço da dívida apertará as disponibilidades financeiras da autarquia durante os próximos 20 anos. A somar a isto as limitações na gestão de taxas e tarifas e de contratação que resultam dos termos de aplicação do PAEL e que ditam à câmara uma rigorosa gestão com reportes apertados à tutela.

MUNICÍPIO RECONHECE A RESILIÊNCIA DOS CREDORES De

acordo com a câmara farense, “nesta ocasião o município entende que deve endereçar uma palavra pública de consideração para com todas as empresas pub

d.r.

CADO A câmara reconhece ain-

da, em nota de imprensa dirigida às redacções, que de futuro “apenas serão assumidos compromissos que estejam dentro das possibilidades da autarquia” e reafirma a “consciência plena que temos parte do nosso [dos farenses e do concelho] futuro hipotecado por muitos anos”.

AUTARQUIA É “PESSOA DE BEM” DEPOIS DE ANOS DE DÍVIDAS ACUMULADAS O município, ÔÔ Rogério Bacalhau finalizou processo de pagamento de dívidas e associações que se viram obrigadas a esperar tantos anos pela regularização destas facturas, em reconhecimento pela confiança depositada no rumo escolhido em 2010 para restaurar as contas, racionalizar os recursos, agilizar a máquina administrativa e regulamentar a gestão”. De facto, desde 2010, ainda com Macário Correia no poder

em Faro, a autarquia assumiu o compromisso com os munícipes e com o Estado de dar cumprimento integral às exigências do apertado controlo das contas impostas pelo PAEL, um trabalho que desde o início foi acompanhado pelo actual autarca farense, Rogério Bacalhau.

FUTURO PARCIALMENTE HIPOTE-

garante o executivo de Rogério Bacalhau, “já não faz nem fará qualquer aquisição ou contratação sem a garantia de que existe verba para o seu pagamento integral”, sublinhando que “isto introduz transparência no relacionamento entre a câmara e os demais agentes locais, que sabem que os seus pagamentos acontecerão dentro da legalidade, no prazo de 90 dias”. Uma promessa que vale para o actual executivo e que aos se-

guintes, a serem diferentes, terá de ser exigida pelo Governo no cumprimento dos requesitos do PAEL. No final deste processo, fica finalmente restituída, conclui a autarquia, “a credibilidade financeira perante os nossos fornecedores, associações e entidades bancárias – a Câmara de Faro é pessoa de bem e credora de toda a confiança”. Uma resposta que não cabe totalmente a este executivo e que importava responder é a de saber quem, no fim de todo o processo, seja este na Câmara de Faro, seja outro PAEL de qualquer outra autarquia da região ou do país, foram os responsáveis pelas empresas falidas e postos de trabalho perdidos no decurso das dívidas gigantescas das autarquias locais que ditaram, em conjunto com o enquadramento de crise, uma verdadeira sangria do tecido económico e laboral do Algarve e do país. RC

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região

Festival 6 Continentes aquece o mundo ao ritmo da lusofonia pág. 7

Algarve conquista sete estrelas Michelin Algarve regista o maior número de recomendações no guia d.r.

SETE DAS 17 ESTRELAS MICHELIN atribuídas este ano

a restaurantes portugueses estão no Algarve, fazendo desta região a que regista, em Portugal, o maior número de recomendações no prestigiado Guia. Nesta nova edição do Guia Michelin, “o Algarve mantém as estrelas que ostentava em 2014 e junta-lhe uma nova, atribuída ao restaurante São Grabriel, em Almancil, do chef Leonel Pereira, que volta assim a entrar nesta lista de excelência”, informa a RTA em comunicado de imprensa.

ÔÔ À direita o chef Dieter Koschina, responsável pela cozinha do Vila Joya Com duas estrelas mantêm-se em 2015 “o Ocean,

do Vila Vita Parc Resort & Spa, em Alporchinhos, Lapub

goa, com o chef Hans Neuner, e o Vila Joya, na praia da

Galé, em Albufeira, dirigido pelo chef Dieter Koschina”, refere. Os restantes restaurantes algarvios com uma estrela Michelin são o homónimo do chef Henrique Leis, em Almancil, e o Willie’s, em Vilamoura, dirigido pelo chef Willie Wurger. O presidente da Região de Turismo do Algarve manifestou, numa mensagem dirigida a cada um dos premiados, “orgulho pelas estrelas conquistadas no Guia Michelin 2015, resultado do trabalho, do esforço, da criatividade e do profissionalismo das res-

pectivas equipas”. Para Desidério Silva, “o reconhecimento do mais importante e influente guia gastronómico da actualidade é uma óptima notícia para o país e, em especial, para o Algarve, destino turístico que tem procurado posicionar-se pela excelência da sua oferta”. Os restaurantes distinguidos com estrelas Michelin em 2015 foram divulgadas na semana passada e este foi o melhor ano de sempre para Portugal, com 14 restaurantes distinguidos e um total de 17 estrelas. pub


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dez. DEC.’14 programa programme

dIVam | drcaLg 06/12 (sábado saturday) sagres forTaLeZa De saGres 17h00 entrada paga paid admission I 289 860 890 obra de Work by BeeThoven agrupamento de câmara Chamber group septeto de cordas e sopros Strings and wind septet -UNIVersIdade do aLgarVe 11/12 (5ªfeira thursday) Faro GranDe aUDITÓrIo De GamBeLas 21h30 entrada livre Free admission obras de Works by moZarT Cesário Costa, Direção Conductor sara afonso, soprano -mÊs da mÚsIca 2014 12/12 (6ªfeira friday) mÉrtoLa BasÍLICa PaLeoCrIsTÃ 21h30 obras de Works by sChUBerT, moZarT agrupamento de câmara Chamber group Quarteto de cordas e flauta Strings quartet and flute -cLÁssIca Na saNta casa 12/12 (6ªfeira friday) Faro saLÃo noBre sTa Casa mIserICÓrDIa faro 19h00 entrada paga paid admission I 289 860 890 obra de Work by BeeThoven agrupamento de câmara Chamber group septeto de cordas e sopros Strings and wind septet --

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coNcerto CoNCerT

13/12 (sábado saturday)

aLtUra IGreJa maTrIZ De aLTUra 21h30 entrada livre Free admission obra de Work by moZarT Cesário Costa, Direção Conductor -----------------------------------------------coNcertos de NataL CHrISTmaS CoNCerTS

18/12 (5ªfeira thursday) s. BrÁs aLporteL CIneTeaTro 21h30 entrada paga paid admission I 289 860 890 R 289 840 211 19/12 (6ªfeira friday)

torrÃo (aLcÁcer do saL) IGreJa maTrIZ De TorrÃo 21h00 entrada livre Free admission

20/12 (sábado saturday)

aYamoNte TeaTro CarDenIo 20h30 entrada paga paid admission R (0034) 959 32 18 71

21/12 (domingo sunday) QUarteIra IGreJa s. PeDro Do mar 16h00 entrada livre Free admission 23/12 (3ªfeira tuesday)

Faro TeaTro Das fIGUras 18h00 entrada paga paid admission R 289 888 110

reportórIo de NataL CHrISTmaS reperToIre John avery, Direção Conductor -----------------------------------------------Informações InformatIon

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>6 ClassifiCação Etária age

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região

Mendes Bota recebe prémio de direitos humanos pág. 9

Festival 6 Continentes aquece o mundo ao ritmo da lusofonia O momento único para celebrar a identidade lusófona passa também por Tavira, Loulé e Faro Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com

O FESTIVAL 6 CONTINENTES,

também conhecido como Festival Internacional da Música Lusófona, chega no próximo dia 6 de Dezembro ao Algarve, ao país e ao mundo, naquele que será o primeiro festival musical a envolver activamente vários países e comunidades de língua portuguesa em simultâneo. Em todos os locais que integram esta primeira edição terão lugar actuações musicais, projecção de filmes, exposições de pintura, escultura e fotografia, bem como, performances de dança e bailado, a par de artes de palco e mostras gastronómicas. Reservado têm também espaço a poesia, os colóquios, o artesanato e a arte urbana, refere a organização. No continente estão con-

firmadas 38 localidades que acolherão o evento internacional a que se juntam mais três localidades no conjunto de Madeira e Açores, num total de 41 locais onde o Festival 6 Continentes promete dar que falar. Já no Algarve a adesão salda três concelhos, Faro, Loulé e Tavira, com Cabanas de Tavira a receber o evento no Bar da Ria, junto à marginal da localidade. A programação conta neste caso com a actuação dos Íris, a mais conhecida banda rock algarvia, fado pela voz de Amélia Janes e uma exposição de fotografia “Provérbios fotografados”, que será ali exibida a par de uma exposição de artesanato intitulada “Pintura sobre telha”. Tempo ainda para a projecção do filme “Armação da Abóbora”, uma recolecção cinematográfica da armação do atum que duran-

pedro conceição

ÔÔ Os Íris actuam em Cabanas de Tavira te décadas deu trabalho às gentes de Cabanas de Tavira.

O FESTIVAL NO MUNDO Confirmadas estão também ao re-

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Delegação de Moncarapacho-Fuseta

Convocatória Nos Termos do Artigo 39 dos Estatutos da Cruz Vermelha Portuguesa, convoco todos os associados a reunir em Assembleia Geral, no próximo dia 12 do mês de Dezembro, pelas 16h:00m, no Centro Comunitário da Fuzeta, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um- Apresentação do Plano de Actividades e orçamento para 2015 Ponto dois: Eleição, nos termos da alínea d do artigo 46 dos referidos estatutos da Cruz Vermelha Portuguesa, de três membros para o conselho de curadores da Delegação Local. Se à hora marcada não houver o número suficiente de sócios presentes a Assembleia Geral iniciar-se-à uma hora depois com qualquer número de sócios.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

Josué Nunes dá concerto na Ermida de Santa Ana A ERMIDA DE SANTA ANA, em Tavira, é placo do concerto de guitarra de Josué Nunes, no próximo sábado, pelas 18 horas, numa organização da Academia de Música de Tavira. Natural de Tavira (1974), Josué Nunes realizou os seus primeiros estudos musicais no Conservatório Regional do Algarve Maria Campina e concluiu a licenciatura em guitarra, na Escola Superior de Música de Lisboa, sob orientação de Piñero Nagy. Em 2013, obtém o grau de mestre em ensino de música, vertente de guitarra, pelo Instituto Jean Piaget. Participou em diversas master-classes (cursos de aperfeiçoamento) e apresentou-se a solo e em várias formações de música de câmara em todo o país e no estrangeiro, designadamente, no Conservatório de Viena de Áustria. Foi solista convidado em festivais internacionais de guitarra, tais como no 1.º Festival de Música Erudita de Tavira, no 6.º Festival Internacional de Guitarra S. Filipe Néri (Bolonha – Itália) e no Festival Med (edição 2011).

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O Presidente da Comissão Administrativa da Delegação António dos Santos Palma

dor do globo as cidades de Perth na Austrália, Díli em Timor, Macau, Nagoya no Japão e Damão na Índia. Da Ásia para a América do Sul o ‘6 Continentes’ marca presença em Buenos Aires, capital da Argentina e na congénere uruguaia, Montevideu. O Brasil conta com Aracaju, São Paulo e Rio de Janeiro a juntarem-se à festa da lusofonia, a par de João Pessoa, Fortaleza, São Gonçalo, Maricá e Niteroi. Na Europa a somar a Portugal estão Londres, Cardiff e Wrexham, o Reino Unido, Madrid, Paris, Bruxelas, Lucerna e a Cidade do Luxemburgo. Em África duas adesões, Joanesburgo e Cidade da Praia. Razões de sobra para se juntar a um mar de gente que no póximo dia 6 promete pôr o planeta a vibrar ao som desta forma única que é ser lusófono.

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região

MUNICÍPIO DE TAVIRA EDITAL Nº 50 /2014 Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 11 de novembro de 2014, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 182/2014/CM, referente à 8ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 183/2014/CM, referente a Atribuição de apoios ao abrigo do RMAAD – Sociedade de Tiro de Tavira e Clube Náutico de Tavira; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 184/2014/CM, referente a Atribuição de apoio à Associação da Academia de Música de Tavira – Projeto “Mãos na Arte”; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 185/2014/CM, referente à Transferência das rendas de habitação social para as freguesias de Conceição e Cabanas e Santa Luzia, relativas a setembro de 2013; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 186/2014/CM, referente ao Protocolo entre o Município de Tavira e a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Tavira; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 187/2014/CM, referente à Atribuição de apoio financeiro ao Centro Social de Santo Estevão; 7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 188/2014/CM, referente à atribuição em espécie à Sociedade Columbófila Tavirense; 8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 189/2014/CM, referente à atribuição em espécie à Sociedade da Banda de Tavira; 9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 190/2014/CM, referente à Isenção das taxas municipais no âmbito das celebrações do S. Martinho, no Pavilhão do Parque de Feiras Exposições de Tavira; 10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 191/2014/CM, referente ao Seguro de acidentes pessoais para os membros dos órgãos autárquicos – fixação de valor; 11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 192/2014/CM, referente à Inserção no domínio público de parcela de terreno, sita no Serro das Pedras, União de freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira – (PA 777-Div/13); 12. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 193/2014/CM, referente à Assunção de compromissos plurianuais – final de 2014; 13. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 194/2014/CM, referente à Autorização prévia genérica favorável à assunção de compromissos plurianuais; 14. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 195/2014/CM, referente à Avaliação do ativo imobilizado do Município de Tavira; 15. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 196/2014/CM, referente à Alteração da composição do júri para o procedimento concursal para provimento de cargo de Chefe de Divisão de Assuntos Sociais – (351-Div/13); 16. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 197/2014/CM, referente ao Plano de gestão de riscos de corrupção e infrações conexas – 1ª. Revisão; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume. Paços do Concelho, 11 de novembro do ano 2014 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

Câmara de Lagos reclama o Forte da Meia Praia Autarquia quer travar a degradação e abandono do imóvel d.r.

A CÂMARA DE LAGOS quer

que o Forte da Meia Praia retorne ao domínio municipal, para travar a degradação e abandono do monumento construído no século XVII. Construído em 1674, o Forte da Meia Praia, ou Forte de São Roque, foi entregue à Câmara de Lagos em 1873, que o cedeu gratuitamente à alfândega, tendo funcionado até meados da década de 90 do século passado como posto da antiga Guarda Fiscal. Em Janeiro deste ano, foi classificado como monumento de interesse público. Em declarações à Lusa, a vereadora com o pelouro da cultura na Câmara de Lagos, Maria Fernanda Afonso, revelou que a autarquia está a tentar recuperar o forte, na posse do Estado, para que seja “reabilitado e colocado ao serviço da comunidade”. A autarca considerou que não existe documentação da cedência do imóvel para a alfândega, “pelo menos nos documentos da vereação da época”. Apesar disso, a vereadora acredita que “será encontrado um entendimento que permita reabilitar o imóvel, já que o estado de degradação completa e total não é do interesse nem da autarquia nem da tutela”. A Assembleia Municipal de Lagos solicitou, por duas vezes ao Governo – em 2004 e em 2007 – a transferência do imóvel para a tutela do município, propostas que foram recusadas.

ÔÔ O Forte foi classificado como monumento de interesse público

AUTARQUIA TEM PROJECTOS PARA O MONUMENTO Segundo

a vereadora Maria Fernanda Afonso, a autarquia tem projectos para o Forte da Meia Praia, nomeadamente a instalação de um centro de actividades ambientais ou um núcleo museológico marítimo. “Não só ao nível dos Descobrimentos marítimos como a nível histórico, este forte faz parte das fortificações do barlavento algarvio”, sublinhou. “Não temos documentos que comprovem a cedência e, além disso, em 1973 o secretário de Estado da Instrução e Cultura fez um despacho em que classifica o Forte da Meia Praia como imóvel de interesse público. Essa classificação só veio oficialmente a ser feita em Janeiro de 2014, com a publicação em Diário da República”, indicou. O historiador José António Martins considera o Forte da Meia Praia como um dos ícones das fortificações marítimas da Praça de Guerra de Lagos e do

património arquitectónico militar, integrando-se “num estilo conhecido como o Maneirismo”. “É um forte que espelha toda a grande construção que foi feita no século XVII, no reinado de D. Afonso VI, e é um dos ex-libris de toda a zona nova da cidade de Lagos”. Para José António Martins, o imóvel deve ser recuperado o mais urgente possível para evitar a degradação total, “porque se ele é bom para ser classificado como imóvel de interesse público, é bom também para a população do país em geral e de Lagos em particular”. Estrategicamente implantado numa zona central da Baía de Lagos, o Forte da Meia Praia constituía uma das fortificações complementares de defesa da costa algarvia ao longo da Idade Moderna. Parcialmente destruído pelo terramoto de 1755, foi recuperado em 1766. Foi desarmado e desartilhado em 1840. Lusa


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Consultório do Consumidor Dados pessoais on-line “Tenho ouvido falar no direito ao esquecimento na internet. Afinal, do que é que se trata?”

Mendes Bota recebe prémio de direitos humanos Deputado foi distinguido pelo esforço no combate ao tráfico humano

A DECO responde... Recentemente o Tribunal de Justiça da União Europeia veio considerar que qualquer cidadão residente num país da União Europeia pode solicitar a um motor de busca a remoção de links que surjam como o resultado de pesquisas feitas sobre o seu nome, o chamado “direito ao esquecimento”. Esse pedido justifica-se se estivermos perante links que remetam para informações desactualizadas ou que possam prejudicar a sua reputação pessoal e profissional. Não será, no entanto, uma tarefa fácil. O visado terá que expor os seus argumentos, e a empresa que detém o motor de busca analisa-os, podendo aceitar, ou não, o pedido. Em caso negativo, o processo poderá ter de passar pelo tribunal. Em Portugal, a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) confirmou já ter recebido algumas queixas de cidadãos que solicitaram a remoção dos seus dados, tendo recebido resposta negativa. A CNPD, relembra, ainda, que o direito ao esquecimento não tem, actualmente, consagração legal, apenas existindo uma proposta de regulamento de protecção de dados, que está em discussão nas instâncias europeias há três anos. Ao decidir que a lei da protecção de dados pessoais também se deve aplicar aos motores de busca, o Tribunal de Justiça da União Europeia dá um pr imeiro passo neste sentido, no entanto, é necessário ir mais além. É, por isso, imprescindível criar mecanismos de defesa para os caidadãos, para evitar que o seu nome surja associado a informação desactualizada, incorrecta ou até difamatória. Deste modo, a DECO ao entender que a liberdade de informação e o interesse público dos dados são valores inquestionáveis, considera essencial que o direito ao esquecimento se traduza em lei, esperando que a anunciada legislação europeia sobre esta matéria conheça rapidamente a luz do dia.

MENDES BOTA RECEBEU o

“Scandinavian Human Dignity Award 2014”, outorgado pela Scandinavian Human Rights Lawyers, das mãos da sua presidente Ruth Nordstrom, na presença de vários eurodeputados e outros representantes da organização, em cerimónia realizada na semana passada no Parlamento Europeu. O prémio consistiu numa obra escultórica original significativa da escravatura dos tempos modernos e num diploma alusivo destinando-se, no dizer da organização, a distinguir Mendes Bota pelos seus “esforços para combater o tráfico de seres humanos na Europa”. A Scandinavian Human Rights Lawyers é uma Organização Não-Governamental dedicada à promoção e à protecção dos Direitos Humanos e da dignidade humana na Escandinávia e na Europa, implementando uma estratégia efectiva de promoção, trabalho em rede e educação em assun-

d.r.

ÔÔ Mendes Bota recebeu o prémio em cerimónia realizada em Bruxelas tos legais. O Scandinavian Human Dignity Award é atribuído anualmente a uma pessoa

ou organização que tenha contribuído de forma especial para os Direitos Humanos, todos os que derivam pub

da dignidade inerente ao ser

humano e que são essenciais para o seu livre e completo desenvolvimento. Este prémio é decidido por um Comité, composto de eminentes personalidade ligadas ao Direito e Ensino Universitário, que defende a inalienabilidade dos Direitos Humanos para todas as pessoas, reúne-se nas capitais dos países Escandinavos, e publica trabalhos sobre questões temáticas. No seminário que se seguiu, dedicado à temática do Tráfico de Seres Humanos, Mendes Bota fez uma explanação do conteúdo e das propostas contidas no seu relatório subordinado ao tema “Prostitution, trafficking and modern slavery in Europe”, aprovado no plenário da APCE em Abril deste ano, e no qual trabalhou durante um ano e meio, e que constituiu o cerne da decisão daquela organização de Direitos Humanos.

TAVIRA

Monte-Pio Artístico distinguido com prémio de mutualismo d.r.

O MONTE-PIO ARTÍSTICO Ta-

Município de Tavira

AVISO Avisam-se os eventuais interessados que, até ao dia 12 de dezembro de 2014, estão abertas as candidaturas com vista à “Atribuição em regime de comodato, de duas salas sitas no antigo Edifício da Escola Primária, EB1 nº. 2 de Santa Luzia”, as quais deverão ser remetidas por correio ou entregues por mão própria na Secção de Expediente e Apoio, sita no Edifício Paços do Concelho, Praça da República, 8800-951 Tavira, até às 17:30 do dia supra indicado. O processo, encontra-se patente para consulta, na Divisão de Assuntos Sociais, Edifício Irene Rolo, Rua da Liberdade, N.º 62, em Tavira, nos dias úteis, entre as 9:00h e as 12:30h e as 14:00h e as 17:30h e, no site do município www.cm-tavira.pt. A leitura do presente aviso, ou do Edital afixado nos lugares de estilo, não dispensa a consulta do processo. Paços do Concelho, 28 de novembro de 2014. O Presidente da Câmara Municipal, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

virense - Associação de Socorros Mútuos de Tavira foi agraciado recentemente com o “Prémio Mutualismo e Solidariedade 2013”, uma distinção que tem por base o mérito do trabalho desenvolvido por uma das associações com maior tradição na cidade e no concelho de Tavira em prol do mutualismo. Não espanta a distinção dada a esta que é uma das instituições de relevo do concelho tavirense que dedicou ao longo de anos, e ainda dedica, todo o seu trabalho numa acção social e mutualista de relevo e cujos resultados são espelhados pelo reconhecimento social que os tavirenses lhe reservam e têm reservado ao longo dos tempos. A receber o galardão na Fundação Calouste Gulbenkian, numa sessão que contou com a presença de individualidades de

ÔÔ Ana Maria Ferro diversos países, bem como com a participação de importantes personalidades ligadas ao Governo e à economia social, esteve Ana Maria Ferro, presidente da Direcção do Monte-Pio Artistico Tavirense - Associação de Socorros Mútuos de Tavira, que assim trouxe para a cidade do Gilão o “Prémio Mutualismo e Solidariedade 2013” .


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anúncios NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do art.º 100.º, n.º 1, do Código do Notariado, faço saber que no dia vinte e um de Novembro de dois mil e catorze, de folhas 129 a folhas 130 v.º, do livro de notas para escrituras diversas número 172 – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação, na qual VIRGILIO CARDEIRA LOURENÇO, NIF 141.748.346 e mulher ALICE MARTINS TEIXEIRA LOURENÇO, NIF 141.748.354, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, residentes na Rua do Óculo, número 5, 2.º Esq.º, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: a) Prédio urbano, composto por edifício térreo com três divisões, destinado a habitação, sito em Casas Baixas, com a área de quarenta e sete metros quadrados, a confrontar do norte e sul com Rua, do nascente com Joaquim de Sousa e do poente com Manuel Martins, inscrito na matriz sob o artigo 312, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de QUATRO MIL E NOVENTA EUROS; b) Prédio rústico, composto por terra de cultura e pastagem com duas sobreiras, sito em Vale das Corxas, com a área de mil e duzentos metros quadrados, a confrontar do norte com Francisco Fernandes, do sul com Manuel Rodrigues, do nascente com caminho e do poente com José Cristina, inscrito na matriz sob o artigo 4.486, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de TREZE EUROS E DOIS CÊNTIMOS; c) Prédio rústico, composto por terra de cultura e pastagem, sito em Fuxegeira, com a área de três mil e sessenta metros quadrados, a confrontar do norte com Rafael Mendes, do sul com ribeiro, do nascente com José Teixeira da Palma e outros e do poente com Manuel Mendes, inscrito na matriz sob o artigo 4.460, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de DEZOITO EUROS E SETENTA E SEIS CÊNTIMOS. Que eles justificantes adquiriram o prédio indicado na alínea a) por partilha verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais herdeiros em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, por óbito dos pais do justificante marido, António Cardeira e Inácia Maria, residentes que foram no sitio de Casas Baixa, Cachopo, Tavira; não dispondo eles justificantes de título formalmente válido que comprove tal partilha; estando o mencionado prédio urbano inscrito na matriz em nome do Estado Português, porque em tempo, não foi feita a devida reclamação cadastral. Que adquiriram os prédios das alíneas b) e c) por compra verbal e não titulada por escritura pública, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e sete a Maria Antónia e marido, João Martins, já falecidos, residentes que foram em Cachopo, Tavira. Que desde esses anos possuem os prédios em nome próprio, fazendo as obras de reparação e conservação necessárias no prédio urbano e cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

CARTÓRIO NOTARIAL DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL DE AMÉLIA DE BRITO MOURA DA SILVA CERTIFICA, para efeitos de publicação, nos termos do disposto do artigo cem, número um do Código do Notariado, que no dia vinte e um de Novembro de dois mil e catorze, a folhas cento e quarenta e oito e seguinte do livro de notas para escrituras diversas número Trinta e três deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação Notarial, em que JÚLIO DOS REIS VIEGAS e mulher MARIA DE FÁTIMA PEREIRA ROSA VIEGAS, casados sob o regime da comunhão geral, naturais, ele da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira e ela da freguesia e concelho de São Brás de Alportel, residentes em 79 Avenue Jean Jaurés, 93320 Les Pavillons Sous Bois, França, contribuintes fiscais números 178.819.832 e 178.819.840, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte: Prédio rústico, sito em Barrocais, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, composto por terra de cultura com árvores, que confronta de norte com caminho, de sul com Manuel dos Reis, de nascente com José dos Reis e outros e de poente com Lúcio Gualdino Romão, com a área total de dez mil quinhentos e sessenta metros quadrados, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 702, com o valor patrimonial actual de cento e quarenta e um euros e dezoito cêntimos, que é o atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira. Que desconhecem qual o artigo que correspondia ao identificado prédio na antiga matriz rústica, por não possuírem elementos que lhes permitam fazer essa correspondência. Que o identificado bem veio à sua posse em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por partilha meramente verbal feita com os demais interessados por óbito de Manuel João Viegas e mulher Maria do Carmo dos Reis, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram no sítio da Torre, na aludida freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, pais do justificante marido, partilha essa que não lhes foi nem é agora possível titular por escritura pública. Que desde essa data e sem qualquer interrupção, entraram na posse do referido prédio, pessoalmente e em nome próprio, tendo vindo desde então a gozar todas as utilidades por ele proporcionadas, nele praticando os actos materiais de fruição e conservação correspondentes ao exercício do direito de propriedade, nomeadamente cultivando e colhendo os frutos, procedendo assim, como seus donos e senhores, à vista e com o conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pelo que exerceram uma posse pacífica, contínua e pública e isto, como se disse, por prazo superior a vinte anos. Que, dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriram o dito prédio por USUCAPIÃO, título esse que, por sua natureza não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais. São Brás de Alportel, vinte e um de Novembro de dois mil e catorze. A Notária, Amélia de Brito Moura da Silva CONTA REGISTADA SOB O N.º 1733/2014 (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

Tavira, em 21 de Novembro de 2014 A funcionária por delegação de poderes Ana Margarida Silvestre Francisco (Insc. na O.N. sob o n.º 87/). Conta n.º PAO1632/2014 (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do art.º 100.º, n.º 1, do Código do Notariado, faço saber que no dia seis de Novembro de dois mil e catorze, de folhas 97 a folhas 98, do livro de notas para escrituras diversas número 172–A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação, na qual Maria Antónia Cavaco Mendes Pires, NIF 135.826.462, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e marido Manuel Francisco Pires, NIF 135.826.470, natural da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Monte da Garcia, Caixa Postal 101-Z, Cachopo, Tavira, declararam:

Monte-Pio Artístico Tavirense Associação Socorros Mútuos

Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária Nos Termos do artigo 38, ponto 3 dos Estatutos, convoco a Assembleia - Geral – Ordinária para o dia 18 de Dezembro de 2014, quinta - feira, pelas 17.00h horas, na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, na rua Tenente Couto n.º 6, no 1º andar, em Tavira, na “Casa da Matilde”, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Aprovação ou Rejeição do Orçamento e Plano de Acção 2015 2 - Eleição dos Órgãos Associativos para o Triénio de 2015/2016/2017 Nos termos do artigo 38 ponto 4 dos Estatutos a votação da lista candidata aos Órgãos Associativos realizar-se-á entre as 19.00 e as 20.00 horas. Informa-se os Associados que oito dias antes da realização da Assembleia-Geral Ordinária se encontra o Orçamento para 2015 à disposição de todos, no gabinete administrativo do Monte-Pio Artístico Tavirense. Nos termos do artigo 40, Ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcionará com qualquer número de Associados pelas 18.00 horas. Mais informo, que só poderão votar mediante a apresentação do cartão de Associado.

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, sitos na dita freguesia de Cachopo e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: a) Prédio composto por terra de cultura e pastagem, sito em Fuxeigeira, com a área de nove mil novecentos e noventa metros quadrados, a confrontar do norte com ribeiro, do sul e nascente com Francisco Fernandes e do poente com Manuel José Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 4.443; b) Prédio composto por terra de cultura e pastagem, sito em Fuxegeira, com a área de três mil e cinquenta metros quadrados, a confrontar do norte e nascente com Francisco Mendes, do sul com Manuel António Fernandes e do poente com ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 4.467; c) Prédio composto por terra de cultura, pastagem e duas oliveiras, sito em Vale das Corxas, com a área de oitocentos e vinte metros quadrados, a confrontar do norte com Manuel Martins e outros, do sul e nascente com caminho e do poente com José Cristina, inscrito na matriz sob o artigo 4.484. Que adquiriram os prédios por meio de doação verbal e nunca reduzida a escritura pública, efectuada no ano de mil novecentos e oitenta e dois, em data que não podem precisar, já no estado de casados, doação efectuada pelos pais da justificante mulher, Manuel António Mendes e mulher Custódia Maria Cavaco, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no dito sitio de Monte da Garcia. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, fazendo as culturas e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Tavira, em 06 de Novembro de 2014

Tavira, 28 Novembro de 2014

A funcionária por delegação de poderes

A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral

(Ana Margarida Silvestre Francisco – Insc. na O.N. sob o n.º 87/)

Maria José Sousa Martins (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

Conta n.º PA 1567/2014 (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do art.º 100.º, n.º 1, do Código do Notariado, faço saber que no dia catorze de Novembro de dois mil e catorze, de folhas 121 a folhas123, do livro de notas para escrituras diversas número 172–A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação, na qual ANTÓNIO FERNANDES MARTINS, NIF 168.550.539, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e mulher ANTÓNIA CARDEIRA MARTINS FERNANDES, NIF 168.550.520, natural da referida freguesia de Cachopo, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua José Sousa Carrusca, número 7, 2.º Esq.º, Faro, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, sitos na dita freguesia de Cachopo e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: a) Prédio composto por terra de cultura e pastagem, sito em Corgo do Curral, com a área de cento e cinquenta metros quadrados, a confrontar do norte com José de Sousa, do sul com herdeiros de Domingos Marta, do nascente com caminho e do poente com António Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 7.951, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 1,42 €; b) Prédio composto por terra de cultura e pastagem, sito em Soalheiras, com a área de dois mil quatrocentos e noventa metros quadrados, a confrontar do norte com Manuel Teixeira, do sul com Manuel Jacinto, do nascente e do poente com herdeiros de António Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.026, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 12,98 €; c) Prédio composto por terra de cultura, pastagem e três amendoeiras, sito em Sanfalhinho, com a área de dois mil quatrocentos e noventa metros quadrados, a confrontar do norte e poente com Manuel Jacinto, do sul com Augusto Conceição e do nascente com Manuel Martins, inscrito na matriz sob o artigo 8.158, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 21,59 €. d) Prédio composto por pastagem, sito em Umbria do Ferrum, com a área de mil oitocentos e noventa metros quadrados, a confrontar do norte com caminho, do sul com herdeiros de António Fernandes, do nascente com herdeiros de José Teixeira e do poente com José Cristina, inscrito na matriz sob o artigo 8.230, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 7,20 €; e) Prédio composto por terra de cultura e pastagem, sito em Soalheira do Brejo, com a área de dois mil quinhentos e cinquenta metros quadrados, a confrontar do norte com Francisco Fer nandes, do sul e poente com Manuel Jacinto e do nascente com ribeiro, inscrito na matriz sob o artig o 8.267, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 12,98 €; f) Prédio composto por cultura, pastagem e duas amendoeiras, sito em Sanfalho do Meio, com a área de dezassete mil e trezentos metros quadrados, a confrontar do norte com herdeiros de António Fernandes, do sul com Manuel Jacinto, do nascente com ribeiro e do poente com herdeiros de Francisco R. Marta, inscrito na matriz sob o artigo 8.280, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 101,95 €; g) Prédio composto por pastagem e uma sobreira, sito em Várzea da Cerca, com a área de quinhentos metros quadrados, a confrontar do norte com ribeiro, do sul e nascente com Augusto da Conceição e do poente com Francisco Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.316, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 23,01 €; h) Prédio composto por cultura, pastagem e três amendoeiras, sito em Folha Grande, com a área de seiscentos metros quadrados, a confrontar do norte com herdeiros de António Dias, do sul com António Martins Ramos, do nascente com Manuel Jacinto e do poente com herdeiros de António Fernandes, inscrito na matriz sob o artigo 8.969, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 10,03 €; i) Prédio composto por terra de cultura e pastagem, sito em Achada, com a área de quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar do norte com herdeiros de Domingos Martins, do sul com herdeiros de Manuel F. Henriques, do nascente com José António da Palma e do poente com José da Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 7.953, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 4,37 €; j) Prédio composto por cultura, pastagem, 5 amendoeiras e 2 azinheiras, sito em Serro da Bica, com a área de mil quinhentos e noventa metros quadrados, a confrontar do norte e poente com Manuel Jacinto e de sul e nascente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 7.989, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 21,59 €; l) Prédio composto por cultura, pastagem e cinco oliveiras, sito em Umbria do Sanfalho, com a área de mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do norte com Manuel Jacinto, do sul com herdeiros de Manuel Teixeira, do nascente com herdeiros de António Dias e do poente com herdeiros de António Fernando, inscrito na matriz sob o artigo 8.958, com o valor patrimonial tributável e igual ao atribuído de 24,43 €. Que adquiriram os prédios por meio de partilha amigável e verbal e nunca reduzida a escritura pública, efectuada no ano de mil novecentos e oitenta e quatro, em data que não podem precisar, já no estado de casados, por óbito dos pais do justificante marido, Custódio Domingos Martins e Maria dos Mártires Fernandes, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no sitio de Graínho, Cachopo, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, fazendo as culturas e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Tavira, em 14 de Novembro de 2014 A funcionária por delegação de poderes Irene Maria Pereira Lourenço Rodrigues (Ins. O.N. sob o n.º 87/2. Conta n.º PAO1612/2014) (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)

Comarca de Faro Faro – Inst. Local – Secção Cível – J1 Av. Cidade Hayward – 8000-072 Faro Telef: 289 892 900 Fax: 289 892 901 Mail: faro.judicial@tribunais.org.pt

ANÚNCIO Interdição por anomalia psíquica Processo: 961/14.2T8FAR N/Referência: 94640420 Data: 18-11-2014 Requerente: Ministério Público Requerida: Luisa Maria Estiveira de Brito Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal a acção em que é requerida Luisa Maria Estiveira de Brito, com residência em domicílio: Rua das Acácias, Lote 74, Monte Branco, Gambelas, 8005-191 Faro, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. A Juiz de Direito, Dr(a). Filomena Albuquerque Coelho O Oficial de Justiça, Domingos José Ferreira Nunes (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)


12  |  28 de Novembro de 2014

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MANUEL JOSÉ CAETANO 14-11-1928 / 30-10-2014

AGRADECIMENTO Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

PEREIRO - ALCOUTIM SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

963 907 469 (Gonçalo Correia) Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, um de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. E.N.

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Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, um de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite.M.V. S. SEBASTIÃO DA PEDREIRA - LISBOA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

MARIANA DA PIEDADE CARRAÇA 87 ANOS

AGRADECIMENTO A sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 30 de Outubro, para o Cemitério de Conceição de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia pelo seu eterno descanso, celebrada na Igreja Nossa do Mar em Cabanas.

“Paz à sua Alma” “Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª” Tavira • Luz • V.R.Stº António Telm. 964 006 390 - 965 040 428

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AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

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28 de Novembro de 2014  |  13

> > SOLUÇÃO da edição passada

> > ASSINALE A FRASE CORRETA Indique o par de vocábulos que pertencem ao género masculino.

Homem prevenido…

A – Aguardente, elipse. B – Telefonema, champanhe. C – Clã, testemunha. D – Sósia, dinamite.

A – é sempre amigo. B – é sempre ouvido. C – vale ouro. ;; D – vale por dois.

Sobe & desce

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. VáriasescolasdoAlgarve jáaderiramàiniciativa:AEProfessorPaulaNogueira(Olhão)/AEdaSé(Faro)/AED.AfonsoIII(Faro)/AEDr.AlbertoIria(Olhão)/ColégioBernardetteRomeira(Olhão)/AEDr.JoãoLúcio(Fuseta)/AEdeEstoi(Faro)/AEJoaquimMagalhães(Faro)/AEdoMontenegro(Faro)/AEdeCastroMarim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: biblioteca.epnogueira@gmail.com ou jornalpostal@gmail.com.

Faro paga dívidas

Desperdício

Tardou mas foi, Faro liquidou com o dinheiro do PAEL as dívidas da câmara de curto prazo e mandou para as calendas o encargo. Câmara mais liberta do peso imediato dos encargos, mas a ter de pagar juros até 2034 (Ler pág. 4).

Um terço dos alimentos produzidos mundialmente, 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos vão parar ao lixo. A luta faz-se todos os dias contra uma situação que podia acabar com o flagelo da fome (Ler págs. 2 e 3).

E-mail da redacção:

A última dama do Estado Novo

jornalpostal@gmail.com

ficha técnica

Beja Santos Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: jornalpostal@gmail.com On-line: www.postal.pt Director: Henrique Dias (CP 3259). Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defesa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco, José Cassapo. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire Edição: Postal do Algarve Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT. Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:

8.595 exemplares

opinião

Assessor do Instituto de Defesa do Consumidor e consultor do POSTAL

“A Última Dama do Estado Novo e Outras Histórias do Marcelismo”, por Orlando Raimundo, Publicações Dom Quixote, 2014, é uma incursão aos mistérios da vida pessoal e familiar de Marcello Caetano. Pertencem ao domínio público diferentes ângulos da sua formação, aparato ideológico, a sua colaboração a Salazar (de quem não era um indefectível nem timorato seguidor), os seus anos de governação, a partir de Setembro de 1968, até ao desenlace do 25 de Abril. O seu drama familiar (a prolongada decadência da

mulher doente), a dedicação da filha Ana Maria aos pais, permanecem num limbo a que não é alheio a capacidade de Marcello Caetano em deixar na penumbra a tragédia da mulher e certos meandros do seu currículo de monárquico fervoroso, integralista e jovem pobre que se alcandorou a um lugar cimeiro e prestigiante da sociedade e do meio universitário. A tal incursão se acometeu o prestigiado jornalista e escritor que é Orlando Raimundo. Graças à sua amizade com Henrique de Barros, que durante o salazarismo será nome incontornável da oposição, frequentará a casa do professor João Barros, antigo ministro da I República, e se tomará de amores por Teresa de Barros. Desde jovem que Marcello navegará no ideário da extrema-direita, o que não o impedirá de manter uma relação respeitosa com o sogro e demais família. Este mesmo jovem

Marcello aderirá ao Integralismo Lusitano, um ano antes do 28 de Maio. Licenciado em Direito com alta classificação, é contratado por Salazar como assessor jurídico, chega até ao ditador pela mão de Pedro Teotónio Pereira. É a rampa de lançamento para a política. Em 1931, Marcello já integra a Comissão Executiva da União Nacional, isto enquanto Salazar afasta João de Barros da acção educativa e cívica, reduzindo-o à mera condição de professor liceal. Marcello progride na política e prestigia-se como professor universitário, a sua vida familiar parece completa e feliz. Orlando Raimundo vai fazendo aparecer um conjunto de jovens adeptos do regime que ficarão na órbita de Marcello e quando este, a partir da demissão de reitor da Universidade de Lisboa, em 1962, ficar aparentemente fora de cena, irá ouvindo-os num espaço conhecido como o Grupo de A Choupana. Os detractores

de Marcello irão dizer que Salazar, aos poucos, foi perdendo a consideração por Marcello, o que é muito duvidoso para quem ler a correspondência trocada, em circunstância alguma Salazar se despediu de um colaborador como o fez com Marcello em 1958. O autor espraia-se pela evolução do regime após a morte política de Salazar e é nesse contexto que se retoma o fio à vida familiar, acompanhamos a educação dos filhos (três rapazes e uma rapariga) e o autor centra-se na formação de Ana Maria, como esteve noiva de Adriano Moreira e se rompeu o noivado, e como ela acompanhou os sofrimentos de Teresa de Barros no prédio n.º 46 da rua Duarte Lobo, ali perto da avenida de D. Rodrigo da Cunha. Assistimos a todo o longo itinerário da evolução da doença e como Ana Maria acompanha as viagens de Estado do pai, o autor enfatiza a viagem a Londres de Marcello

em Julho de 1973, fora programada para ser um grande sucesso, transformou-se num desaire quando a imprensa britânica revelou o massacre de Wiriamu, em Moçambique, que terá provocado 600 vítimas. A seguir ao 25 de Abril, Marcello partiu para o Brasil onde reiniciou uma nova vida de professor catedrático de Direito. A filha não quis ficar com o pai, terá sido duríssima na apreciação da situação: “Não sou política, nunca fiz política e não tenho nada a ver com a sua política. O pai fez uma escolha e agora está a sofrer as consequências dela, mas eu não tenho que pagar por isso”. A despeito desta recusa, irá visitar o pai diversas vezes ao Rio de Janeiro. Ana Maria só se casará dezassete anos após a morte do pai, mantendo sempre um comportamento discreto até face ao passado histórico da família.

O gato maléfico Ana Amorim Dias - Escritora

www.anaamorimdias.blogspot.com anamorimdias@gmail.com

- Sai da minha frente, gato maléfico! Está bem que o acordar do Tomás não é dos mais fáceis mas, ontem de manhã, estranhei-lhe a falta de doçura em relação ao gato pois normalmente mima-o sem

estribeiras. - Então, amor? Quem trata assim o gato sou eu, não és tu! - Mas mãe, o Laranjinha foi acordar-me às cinco da manhã, a pedir para ir à rua... outra vez! - Quando trouxeste

o gato para casa, não prometeste que ficava aos teus cuidados? - Sim. - Ainda ensonado, foi-se embora com a tigela dos cereais. - Vá, anda cá, gato maléfico. O gato no fundo é muito esperto. Primei-

ro porque já percebeu que só os sismos é que me acordam (e têm que ser dos fortes), e segundo porque sabe que se me conseguisse acordar se ia meter em sarilhos dos sérios. Quanto ao Tomás, não faço ideia de

como vai resolver o seu problema com o maléfico Laranjinha, mas uma coisa é certa: é quando os seres que amamos se tornam ligeiramente maléficos que o nosso amor por eles é realmente posto à prova.


O POSTAL

última

regressa no dia 12 de Dezembro

Tiragem desta edição:

8.595 exemplares

Aldeia de Natal chega a Vila Real Durante seis semanas haverá animação para toda a família AS EMOÇÕES DO NATAL che-

gam a Vila Real de Santo António esta sexta-feira, com mais uma edição da Aldeia de Natal. Até ao dia 6 de Janeiro, a Praça Marquês de Pombal, a principal sala de visitas da cidade, transforma-se num ponto de magia para os mais pequenos, onde não faltará a Casa do Pai Natal, uma fantástica pista de gelo e uma feira de natal. Diariamente, entre as 10 e as 20 horas, e com entrada livre, a Aldeia de Natal vai apelar ao imaginário de todos com uma selecção de espectáculos de música e dança ao vivo, mostras de artesanato e diversas iniciativas solidárias. Como vem sendo tradição, os

mais novos terão a oportunidade de visitar a Casa do Pai Natal e de fazer os seus pedidos para a noite mais especial do ano. Aqui, nada foi esquecido, nem sequer o marco de correio para as famosas cartas. Em destaque irá estar a Pista de Gelo, uma estrutura com cerca de 200 metros quadrados onde todos poderão testar a sua habilidade e mergulhar na ilusão da época festiva. Tudo isto será enquadrado por uma Feira de Natal, composta por duas dezenas de bancas, onde será possível encontrar o presente certo e provar a doçaria da quadra. Durante seis semanas, um programa diário de animação para pub

E D A D I V O N ! r e t o Sco

toda a família irá trazer sessões de conto e poesia, mostras de doçaria, dança, bandas filarmónicas, tunas e uma grande corrida de pais natais em bicicleta. A tudo isto somam-se os carrosséis, divertimentos, trampolins e insufláveis. Às iniciativas de rua, junta-se a Mostra de Artesanato Natalícia, nos dias 6, 7, 8, 20, 21, 27 e 28 de Dezembro, em Vila Real, junto à câmara, a partir das 10 horas. Para dinamizar o comércio local, foram instaladas iluminações natalícias na Rua Teófilo Braga, na Rua 5 de Outubro, na Praça Marquês de Pombal e nas rotundas do concelho. E porque Natal é sinónimo de partilha, todas as quintas-feiras do mês de Dezembro serão dedicadas à recolha de donativos para as IPSS de Vila Real, transformando a Aldeia de Natal num ponto de solidariedade. Outro dos pontos altos das

d.r.

ÔÔ A magia do Natal invade a cidade pombalina cendo desta forma os laços e tradições com a vizinha Espanha. A Aldeia de Natal é organizada pela autarquia vila-realense, pela empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU), pela Junta de Freguesia local e pela Associação de Empresários do Concelho de Vila Real. A iniciativa insere-se no calendário de actividades da Eurocidade do Guadiana.

celebrações da quadra será o Presépio Gigante de Vila Real de Santo António, instalado no Centro Cultural António Aleixo. A estrutura abre ao público no dia 6 de Dezembro e conta com mais de quatro mil figuras e perto de 20 toneladas de material. Também no dia 4 de Janeiro, às 11 horas, a Aldeia de Natal recebe a visita dos Reis Magos de Ayamonte (Espanha), fortale-

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MUNICÍPIO DE TAVIRA EDITAL Nº 48 /2014

Consulte-nos para mais informações

Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 30 de outubro de 2014, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 175/2014/CM, referente à Orçamento Municipal e Mapa de Pessoal para o ano 2015; 2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 176/2014/CM, referente a Determinação das Taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis e da participação de IRS; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 177/2014/CM, referente a TMDP - Taxa municipal de direitos de passagem; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 178/2014/CM, referente à Atribuição de Auxílios Económicos para livros escolares a alunos do 1º ciclo do ensino público - 2ª. fase - ano letivo 2014/2015; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 179/2014/CM, referente ao Fornecimento de energia elétrica em regime de mercado liberalizado, ao abrigo do Acordo Quadro da CC-AMAL - lote 5 - lote compilado (BTN, BTN-IP) aprovação de minuta do contrato; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 180/2014/CM, referente ao parecer ao pedido de financiamento aprovado para 2014 - CLDS - Projeto Rosmaninho n.º 139/FAR;

Ganhe uma nova vida com mais mobilidade Largo de Camões – Edifício Riamar, Bloco 7 Loja nº 20 - Faro (PERTO DA CP) 289 825 075 / 967 757 673 • E-mail:diverproteses.faro@hotmail.com

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 181/2014/CM, referente a aprovação do relatório final Projeto Rosmaninho; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume. Paços do Concelho, 30 de outubro do ano 2014 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)


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Panorâmica:

d.r.

FNAC abre portas em Faro

p. 5

Grande ecrã: d.r.

A programação dos cineclubes

p. 3

Espaço ALFA: d.r.

Rita Redshoes:

Guardar e mostrar a imagem

Lado B: programação cultural em rede

p. 8

p. 6

Da minha biblioteca:

d.r. d.r.

NOVEMBRO 2014 n.º 75

A Ilíada de Homero adaptada

Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o PÚBLICO

p. 11

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A importância do título numa obra p. 13


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28.11.2014

Cultura.Sul

Editorial

Espaço CRIA

Oportunidades não se devem desperdiçar

Simplicidade nos negócios

Editor ricardoc.postal@gmail.com

As oportunidades não se devem desperdiçar ou tirem o melhor do que o mundo vos oferece são sempre lemas que importa ter presentes. Simples e claros são um facto, mas não se realizam por geração espontânea, antes exigem presença de espírito, esforço e, sobremaneira, visão. A abertura da nova loja FNAC do Forum Algarve, em Faro, constitui um mar de oportunidades sob todos os pontos de vista. Antes de mais a disponibilização ao sotavento algarvio de um meio rápido, capaz e eficiente de acesso a produtos culturais e mais do que isso a obras mais técnicas capazes de permitir enriquecer a forma como se trabalha nos domínios técnicos tendo à mão um fornecedor ágil, uma verdadeira porta para o mundo. No campo cultural o realce vai para a programação do Fórum FNAC, um novo espaço cultural para a cidade e para a região, mas que acima de tudo permite ao público estar perto de muitos nomes que doutra forma não viriam à região. São estes mesmos nomes, figuras de relevo do panorama cultural, que podem e devem constituir um nicho de oferta cultural transversal ao Algarve. Bem aproveitadas as deslocações à região destes artistas, mais do que surgirem na FNAC para um público reduzido por inerência das circunstâncias, cabe aos programadores culturais saberem aproveitar este esforço de uma empresa privada, meritório, e compreensível no âmbito da respectiva actividade, para trazerem ao grande público algarvio, em espaços com maiores potencialidades, a arte e a cultura do país. O Cineclube de Faro já avançou e conquistou espaço na FNAC, resta aos restantes seguirem as pegadas e à sua medida encetarem parcerias que decerto farão do Algarve uma região mais rica culturalmente e com outro acesso à Cultura. Não há que pensar muito, antes importa agir.

“As coisas simples são indissolúveis. Não havendo nelas contradição, a tendência é para serem duráveis.” Agustina Bessa-Luís. Esta simplicidade aplica-se a todos os campos da nossa vida, mas é no campo profissional, mais propriamente no mundo dos negócios, onde poderão surgir maiores frutos quando implementada. Nos dias que correm, criar e desenvolver uma empresa é um verdadeiro desafio. A concorrência é feroz e o mercado extremamente exigente e aparentemente já tudo foi inventado e/ou reinventado. No entanto, normalmente são os produtos ou serviços que se apresentam como soluções simples e user-friendly que tem mais sucesso junto dos consumidores. O mais irónico é que, apesar da simplicidade das soluções apresentadas, muitas vezes o caminho para lá chegar é complexo. No entanto, até este recorrendo às ferramentas apropriadas, pode ser simplificado. Por outras

coisa ao mesmo tempo, se não tivermos recursos para tal ou se houver um único elemento na equipa (é assim que muitas empresas começam: uma ou duas pessoas a trabalhar para alcançar um objetivo comum). Pensar “em grande” numa fase inicial, d.r.

for, mais dispersas se tornam as nossas ações durante a implementação da mesma. Não vale a pena querer fazer muita

pode resultar em objetivos não alcançados pois tal pode originar alguma dispersão. Assim, no início (se não sempre), é

preferível apostar mais na qualidade do que na quantidade, visto esta ter mais hipóteses de causar impacto. E isto apenas é possível se simplificarmos ao máximo as nossas ações. Um dos casos onde a necessidade de simplificar torna-se evidente é na abordagem ao mercado, ou seja, depois de definirmos o nosso produto/serviço (por vezes muitos empreendedores querem promover vários serviços e produtos ao mesmo tempo, o que pode resultar num processo complexo, dispendioso e inútil, especialmente se lhes faltar experiência), há que definir o público-alvo e focarmos as nossas ações no mesmo. De uma forma muito resumida, a simplicidade pode refletir-se essencialmente nas seguintes vantagens: a) definição de objetivos e ações mais claros; b) obtenção de melhores resultados a longo prazo; c) adaptação ou antecipação às mais variadas circunstancias; d) diminuição dos custos e tempo; e) maior impacto sobre o público-alvo. No entanto, não podemos confundir simplicidade com facilidade. A simplicidade dá muito trabalho, mas como percebemos pela citação de Agustina Bessa-Luís, torna as “coisas” indissolúveis e duráveis no tempo. E isso, na minha opinião, é sempre bom para qualquer negócio.

Revolução

Jady Batista

Anda meio mundo a tentar enganar meio mundo, meio mundo à procura do que o outro meio mundo não tem, meio mundo a achar que é melhor que meio mundo. Quando não passamos de meras formiguinhas desprezáveis que destroem o seu habitat, iguais às formiguinhas desprezáveis do outro meio mundo. Enquanto a sociedade andar de olhos

Responsáveis pelas secções: • O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot • Espaço ALFA: Raúl Grade Coelho • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Espaço CRIA: Hugo Barros • Espaço Educação: Direcção Regional de Educação do Algarve • Espaço Cultura: Direcção Regional de Cultura do Algarve • Artes Visuais: Saul Neves de Jesus • Grande ecrã: Cineclube de Faro Cineclube de Tavira • Juventude, artes e ideias: Jady Batista • Da minha biblioteca: Adriana Nogueira • Letras e Leituras: Paulo Serra • Momento: Ana Omolete • Panorâmica: Ricardo Claro • Património: Isabel Soares • Sala de leitura: Paulo Pires • Um olhar sobre o património: Alexandre Ferreira Colaboradores desta edição: Ana Lúcia Cruz Catarina Oliveira Patrícia Santos Batista

Juventude, artes e ideias

fechados e boca bem aberta a proclamar aquilo que diz que viu com a venda a tampar os órgãos de visão, continuaremos a progredir sabe-se a força superior para onde. Meu caro Homo sapiens, dizem que tu és a especie que pensa, mas o macaco do teu pai conseguiu por vezes pensar mais do que tu. É completamente inadmissível que neste século que tem tudo e mais um pouco para realmente pensares, devido à aprendizagem que os verdadeiros Homos sapiens nos deixaram, que tu abras a tua maldita boca para proclamares o inverídico. Afinal, tu consegues utilizar o tico

Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural Editor: Ricardo Claro Paginação: Postal do Algarve

e o teco ao mesmo tempo? Tu lá tens autoconsciência? Aquela consciência auto-reflexiva? Ou viverás a continuar a ser benemérito e a fazer a reflecção do teu próximo porque coitado ele não sabe auto-refletir. Enfim... Falam muito mas pouco dizem... Quero agradecer a todos os nossos colaboradores, a todos que por cá passaram e deixaram o seu contributo para que em dias de trevas possamos ver que cá se faz, quero agradecer a todos os que depositaram confiança e tempo para que o jornal J tenha chegado aos dois anos e para que possam vir mais. Quero agradecer a esta juventude que

d.r.

Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelagoncalves3@gmail.com

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve d.r.

Ricardo Claro

Ana Lúcia Cruz Gestora de Ciência e Tecnologia no CRIA - Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da UAlg

palavras, depende de nós simplificarmos ou descomplicarmos o que aparentemente parece complexo. Por exemplo, quando estamos a construir o nosso Plano de Negócios devemos simplificar ao máximo a nossa estratégia. Quanto mais complexa esta

Ficha Técnica:

Tiragem: 8.595 exemplares

pelo amor de nós mesmos, somos a evolução, a revolução, o futuro, e que o futuro seja honesto! “Se queres paz, te prepara para a guerra. Se não queres nada, descansa em paz...”


Cultura.Sul

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Grande ecrã Cineclube de Faro

Programação: cineclubefaro.blogspot.pt IPDJ | 21.30 HORAS d.r.

2 DEZ | A Vida Invisível, Vítor Gonçalves, Pt, 2013, M14 3 DEZ | Cabra Marcado para Morrer, Eduardo Coutinho, Bra, 1985, 9 DEZ | A Temporada do Rinoceronte, Bahman Ghobadi, Irão, 2012, M14 16 DEZ | O Quarto Azul, Mathieu Amalric, Fra, 2014, M16 FNAC 13 DEZ | 15 horas | Bab Sebta, Pedro Pinho, Frederico Lobo, Pt, 2008 17 DEZ | 21 horas | Dreamocracy, Raquel Freire, Pt, 2014 OS ARTISTAS 20 DEZ | 22 horas | O Dia Mais Curto FILME FRANCÊS DO MÊS, BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FARO: 28 NOV | Huit Fois Debout, Xabi Molia

Cineclube de Faro inaugura parceria com a FNAC A agenda do Cineclube de Faro já vai longa nesta temporada, e mais uma vez, é feita de excelentes e essenciais filmes entre os estreados em Portugal. Entre as actividades do Filme Francês do Mês, o Shortcutz Xpress, o regresso do Dia Mais Curto e uma parceria com a recém-inaugurada FNAC, o Cineclube de Faro apresenta até ao final do ano uma actividade imensa e imperdível. A programação regular das Terças-feiras no auditório do IPDJ, traz a Faro o regresso de Vítor Gonçalves com A Vida Invisível, a mais recente estreia do Iraniano Bahman Ghobadi, A Temporada do Rinoceronte, ou Mathieu Amalric com O Quarto Azul. Por outro lado, o que dizer da estreia da reposição do filme de Eduardo Coutinho, Cabra Marcado para Morrer, objecto único do Cinema e da História contemporânea do Brasil. E ainda a parceria com a FNAC que trará dois belíssimos documentários, Bab

d.r.

Dreamocracy é um dos filmes que serão apresentados na FNAC em Faro Sebta (A Porta de Ceuta) sobre os movimentos migratórios do Norte de África para a Europa e ainda o regresso de Raquel Freire, com Dreamocracy, oportunidade para conhecer e debater a urgência e premência dos “novos” movimentos

sociais, que um pouco por todo o mundo se batem pela valorização, dignidade e respeito pela condição humana. O ano encerra com curtas-metragens, o Dia Mais Curto conhece a sua 2ª edição em Portugal e a 20

de dezembro, n’Os Artistas, apresentamos um programa recheado de curtas-metragens e boa disposição. Com o aproximar do Natal, convido-vos a ofertar Cinema: filmes, posters, livros, etc, vejam no blog do CCF. Bom Cinema!

Espaço AGECAL

Olarias no Algarve, ontem e hoje .

Catarina Oliveira Arqueóloga Sócia da AGECAL

“Água fresca dá-a o jarro, não de prata mas de barro” O Algarve integra, nas palavras de Orlando Ribeiro, a chamada “civilização do barro”, com forte expressão na produção e utilização de materiais cerâmicos na construção e em antigas tradições oleiras, ambas relacionadas com a abundância de terrenos ricos em argilas, mas certamente também com a acumulação de saberes milenares que resultam da integração do território algarvio numa rede de comunicações comerciais e culturais já existente no Mediterrâneo antigo. Cântaros, talhas, panelas, alguidares foram produzidos e usados durante séculos. Remetem para um profundo conhecimento do território abundante em barros, das técnicas ligadas à sua extracção e transformação. Falam-nos de saberes transmitidos de pais para filhos.

Mas dizem-nos também do quotidiano das populações. Sempre presentes, respondendo a necessidades colectivas, as vasilhas de barro serviam para ir à água, para conservar e preparar alimentos, usar à mesa e comer… Remontam à Idade Média e Moderna as primeiras referências a olarias e oleiros. Encontramo-las, para o Algarve resto do país, nas cartas de foral, também em escrituras ou diplomas de contracto, posturas, taxas, regimentos de oleiros, entre os séculos XII a XVIII. Como se depreende da documentação de época medieval e moderna, a olaria era então uma arte necessária à sociedade e o oleiro um mester reconhecido, por produzir peças necessárias ao uso diário das populações, de onde decorrem na centúria de quinhentos preocupações em taxar a louça, normalizar e fiscalizar a actividade. Na importante obra de Charles Lepierre “Estudo Chimico e Technologico sobre a Cerâmica Portuguesa Moderna”, publicada em 1899, encontramos referências valiosas para o estudo da produção oleira no Algarve. “No Algarve fabrica-se louça por toda a parte onde existe argilla, o que se explica pelo afastamento relativo desta província. Os centros mais importantes são Tavira, Santa Rita, Cacella, Moncarapacho, Santa Catharina, Olhão, Lagos, Lagoa, etc. (…) Loulé é o cen-

d.r.

Aguada, Faro tro mais importante para a louça comum: existem ahi umas 25 pequenas oficinas, chegando algumas a ter bastante consumo (…) a louça de Loulé é a mais apurada do Algarve (…). As formas das louças, ainda que elementares, não deixam de ter alguma elegância; podem-se citar os cântaros, muito altos, de duas azas, de bôca estreita e esguios”. Estes antigos centros oleiros distinguiam-se pela qualidade das argilas dos barreiros próximos (umas melhores para a loiça de água, outras para a de fogo) e pela perícia na execução de determinadas formas, como os cântaros, as infusas, tão necessários para o transporte de água ou os alcatruzes para a pesca do polvo. No Algarve, durante o séc. XX, até aos anos 60, a produção cerâmica manteve forte expressão local. Era nas feiras, que

os camponeses vinham abastecer-se do que necessitariam ao longo dos meses seguintes. E compravam carradas de loiça de barro: panelas, caldeirões, plenganas (para as caldeiradas), penicos, bilhas, tachos, jarros, mealheiros, cabocas, cocos (para os homens levarem a comida para o trabalho) e até brinquedos. – recordava Fernando Rodrigues, o ultimo oleiro de Lagoa. Dos centros oleiros mais relevantes no Algarve referidos nas fontes históricas, monografias e estudos etnográficos – Lagoa, Porches, Loulé, Olhão, Moncarapacho, Martinlongo – poucos resistiram até hoje. A melhoria das condições de vida das populações urbanas, e mesmo rurais, permitiu que a utensilagem doméstica de barro fosse sendo abandonada ou substituída por mate-

riais como a folha-de-flandres, o alumínio ou o plástico. Relevante também, a alteração que se verificou da estrutura familiar no que toca às relações entre marido e mulher e entre pais e filhos. Pese embora tentativas de adaptação por parte dos oleiros, ao nível das técnicas, utensílios e formas, a grande parte das olarias extinguiu-se na região entre as décadas de 60 a 70. Hoje, nas olarias que subsistem, os fornos a lenha desapareceram e foram substituídos por fornos a gás ou eléctricos, as rodas deixaram de ser movidas a pedal e, na maior parte das vezes, o barro comprado noutras zonas do país, chega já pronto a ser trabalhado na roda. A venda deixou também de ser feita nos mercados e feiras locais ou por vendedores ambulantes, faz-se agora no local de produção ou em feiras de artesanato. Os objectos ganharam novos usos e alteraram-se as motivações de quem os compra. No Algarve, apenas em Moncarapacho e Porches, encontramos genuínas produções locais ainda em actividade e com origem em centros oleiros com longa tradição e história na região, pese embora, mesmo nestas, já não se usarem os bons barros da região. Subsiste porém na região, uma produção cerâmica que se dinamiza e renova, ligando tradição e inovação.


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28.11.2014

Cultura.Sul

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Um olhar sobre o património

Património Criativo d.r.

Alexandre Ferreira

Licenciado em Património Cultural pela UAlg

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Quando pensamos em Património Cultural estamos inevitavelmente a falar de passado. Contudo, este passado não pode ficar isolado como que numa cápsula do tempo, sob pena de se tornar obsoleto e irrelevante. Deverá sim, ser “olhado” com os olhos do presente preparando o futuro. E este futuro não se deve cingir ao do bem em si mesmo, mas deverá ser alargado à comunidade onde o bem está inserido. Neste mundo global em que vivemos são as especificidades de cada comunidade ou território que as permitem diferenciar de todas as demais. Esta diferenciação tem de começar por ser assumida pelas próprias comunidades, as quais devem encarar as suas particularidades não como fraquezas, mas sim como mais valias culturais e inclusivamente económicas, através da requalificação e dinamização do seu património, através de um efectivo aproveitamento de equipamentos culturais relevantes e através de projectos que façam a ligação entre a cultura e a educação e que ao mesmo tempo promovam a criatividade, delineando novos modelos de actividades que se destaquem pelo seu carácter inovador, novas formas de utilização dos espaços, novos “olhares” sobre o património. O Património Cultural quando devidamente valorizado pela sua qualidade, singularidade, identidade histórica, permite que em seu torno se ramifiquem diversos serviços complementares, sejam eles circuitos temáticos, de informação histórica, animação artística, produção de conteúdos culturais, etc, da mesma forma

As novas tecnologias são fundamentais para uma nova forma de abordagem ao património que contribui para a dinamização da economia da comunidade onde está inserido. Projectos de intervenção na área da Cultura, em geral, e no Património, em particular, devem ir de encontro às raízes das comunidades onde estão inseridos, envolvendo os agentes locais, promovendo consensos comunitários, por forma a reforçar o sentimento de pertença ao mesmo tempo que gera massa crítica. Estes projectos podem assim funcionar como catalisadores da qualificação e capacitação das populações, do incremento de equidade nas oportunidades criadas e no seu acesso, contribuindo de sobremaneira para a coesão económica e social da comunidade onde são desenvolvidos. A aplicação das novas tecnologias de informação ao Património Cultural revela-se fundamental na sua preservação, valorização e divulgação,

uma vez que permitem não só registar cientificamente toda a informação pertinente relativa ao bem, mas também possibilitam a disseminação desta informação à sociedade global, aumentando assim a notoriedade do Património, fomentando a captação, formação e desenvolvimento de novos públicos onde os conceitos de “inclusão culturar e digital”, “marketing alargado”, “cultivo e diversificação cultural”, educação de públicos” se constituam como premissas de actuação. Se, como vimos, o Património Cultural constitui-se como fonte de identidade e coesão e contribuindo a Criatividade para a construção de sociedades abertas, plurais e inclusivas; ao unirmos estes dois recursos, qualquer um deles acessível, estaremos a lançar bases para uma sociedade próspera de conhecimento, vibrante e inovadora.

“FOTOGRAFIA DE EDUARDO GAGEIRO” Até 13 DEZ | Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen - Loulé Exposição sobre o livro ‘Silêncios’. De realçar a cumplicidade magnífica das fotografias com os textos da escritora Lídia Jorge, dotados da qualidade a que já nos habituou

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Panorâmica

FNAC: A cultura feita experiência abre portas em Faro d.r.

Porque a vida se faz de experiências únicas e exilada da cultura é uma viagem sombria, o acesso ao universo cultural é uma necessidade premente e inadiável. A resposta a esta necessidade podemos encontrá-la de diversas formas e por diversos meios, mas são raras as oportunidades de encontrarmos num mesmo espaço uma panóplia quase ilimitada de oferta cultural. É exactamente aqui que se enquadra o espaço FNAC, um verdadeiro espaço vital, onde a experiência do universo cultural se quer única e singular. O espaço FNAC marca pela diferença. Uma diferença que se faz não só pela variedade da oferta, que percorre os livros, a música e os filmes, passando pelos jogos, jornais e revistas, e se estende às tecnologias, aos gadgets e à inovação, mas acima de tudo por um leque de serviços que aposta tudo em criar para cada visitante uma resposta adequada e uma experiência directa com o objecto cultural. Uma relação única com a cultura

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Na FNAC cada visitante pode folhear o livro, ouvir o cd, experimentar a consola, e conhecer a tecnologia directamente, desmistificando a ideia de distância face ao que em cada momento se quer conhecer e levar para casa. Aliada a esta experiência directa, cada visitante do espaço FNAC tem à sua disposição uma equipa treinada a pensar no melhor padrão de assistência possível, constituída por colaboradores capazes de o ajudar em todos os momentos num serviço assente na formação e profundo conhecimento de cada área cultural. O domínio de cada área do universo FNAC pela equipa que o espera transforma a procura de uma resposta para uma qualquer necessidade num momento de prazerosa descoberta

A nova FNAC: Área: 1.256 m2 Localização: Forum Algarve Piso 0 O que pode encontrar: Livros Música Filmes Jogos Jornais & revistas Tecnologia Gadgets & inovação Serviços: Bilheteira de espectáculos Serviço ‘Pedido Cliente’ Espaços temáticos: Fórum Fnac Fnack Kids

A FNAC do Forum Algarve vai ficar situada no piso 0 e conta com mais de 1.200 metros quadrados de área do que se deseja, mas também das melhores alternativas para cada situação. Esta é uma realidade que qualquer visitante da FNAC já experimentou e que faz toda a diferença, tendo alterado a forma como nos relacionamos com os bens culturais desde que em 1998 a primeira FNAC abriu as portas. FNAC, cada vez mais perto de si No Algarve desde 2005, a FNAC disponibilizou à região a possibilidade de aceder a toda a experiência do universo criado pela empresa para que a cultura esteja cada vez mais disponível e mais perto de todos. Uma oferta que agora se reforça com a nova loja do Forum Algarve, onde uma área

de 1.256 metros quadrados promete não deixar ninguém indiferente. A procura de um determinado livro, de um cd ou de um jogo, de um determinado item tecnológico ou de qualquer produto cultural, independentemente do suporte, tem agora no sotavento algarvio uma resposta única, o espaço FNAC. Até para os mais exigentes pedidos, que não encontrem resposta nos imensos escaparates dos espaços FNAC, há uma solução garantida pelo serviço ‘pedido cliente’, criado a pensar em cada visitante e na regra de ouro de prestar a todos o melhor do saber FNAC. Basta pedir e a FNAC encarrega-se de saber como e quando poderá ser satisfeito o seu pedido, num processo simples e

“SER E DEVIR” Até 30 NOV | Museu Portimão Exposição fotográfica de Virgílio Ferreira, que procura representar ideias de identidade híbrida e explorar conceitos do “Terceiro Espaço”, do “Velho e do Novo”, bem como a polaridade de viver entre culturas, idiomas, paisagens e fronteiras estrangeiras

sem complicações, desenhado à medida das necessidades de cada visitante, porque na FNAC todos são especiais. A nova loja de Faro, que abre hoje as portas, coloca a oferta FNAC cada vez mais perto de todos os algarvios e, mais importante do que isso, cada vez mais perto de si. Muito mais do que bens culturais Mas a FNAC é muito mais do que um espaço dedicado a acolher uma impressionante oferta de bens culturais nos mais variados suportes. Em cada FNAC respira-se cultura e, acima de tudo, faz-se cultura. O Fórum FNAC é o palco por excelência de cada espaço FNAC, imaginado para acolher

as mais diversas apresentações culturais, das exposições às récitas, das sessões de autógrafos aos concertos intimistas, esta é uma verdadeira casa das artes e dos artistas, onde as estrelas são a excelência e qualidade, garantidas por uma agenda cultural que faz de cada semana um acontecimento. Razões de sobra para que a qualquer momento a FNAC seja um espaço a visitar por todos, sem excepção. Cada espaço FNAC é pensado para todos, incluindo as famílias e os mais pequenotes que têm à sua espera a FNAC Kids, uma área criada a pensar nas necessidades dos mais novos e desenhada à medida de encher de sorrisos cada criança. Lado-a-lado com os pais,

aqui os mais pequenos têm a oportunidade de interagirem com os mais diversos suportes culturais, numa experiência que é uma porta aberta para a aprendizagem e para o gosto pelas diversas expressões culturais. Serviços FNAC Na FNAC pode ainda contar com a oferta de um serviço de bilheteira para espectáculos em todo o país, facilitando o acesso à oferta cultural nacional de forma simples e cómoda. Tudo isto sempre com as vantagens do cartão FNAC, o melhor amigo dos fãs dos espaços FNAC, com ofertas sempre tentadoras para quem não dispensa a companhia de vantagens sempre que visita os espaços da empresa em todo o país. Todo um mundo criado a pensar numa relação muito especial entre cada visitante e a cultura, afinal ela é o sal da vida, e a partir de agora está aqui, perto de si.

“CLÁSSICA NA SANTA CASA” 28 NOV | 19.00 | Santa Casa da Misericórdia de Faro A música de câmara será apresentada pela Orquestra Clássica do Sul sob temas como “Serenatas, Elegias e Sinfonias”, “Mozart e os franceses” ou “Quintetos de sopros do Séc. XX”, entre outros


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Cultura.Sul

Momento

Retrato de uma fotógrafa em acção Foto de Ana Omolete

Espaço ALFA

Guardar e mostrar a imagem

Raúl Grade Coelho Membro da ALFA

“Mãe! Quero ir tirar fotografias!” gritava o rapaz que hoje é um conhecido fotógrafo. Este é um início de história que é idêntico a muitos de nós. Os amantes da fotografia. O gosto pela imagem é algo que nasce muitas vezes sem se saber porquê. Tal como tudo na vida a história não se resume a estas meras frases. Depois de ter nascido o gosto pela fotografia é preciso domá-lo e adequá-lo à nossa forma de ver o mundo que nos rodeia. Os fotógrafos não são todos iguais embora todos tenham a particularidade de premir o botão para captar o momento. Há fotógrafos que nascem do simples gosto. Outros nascem pelo gosto mas que melhoram a sua forma

de guardar as imagens. Há os cursos e as associações, que tal como a ALFA Associação Livre Fotógrafos do Algarve promovem a fotografia da melhor forma possível. Há os passeios fotográficos. Há poucos dias foi altura de viajar de barco pela Ria Formosa até ao célebre Farol na chamada ilha. Foi um dia bem passado em que se juntaram sócios e acompanhantes que apreciaram a beleza do local. Os mais corajosos viram tudo ao seu redor, pois subiram até ao alto do farol que lhes transmitiu magia. Fotografaram. Guardaram as memórias que o local lhes transmitiu. É isso a fotografia. Guardar os momentos que as vida nos dá. Há formas de transmitir o que as imagens falam. Há as exposições. As mostras. A mostra fotográfica Cor e Criatividade vai agora dar a conhecer as suas fotos que ilustram as cores. Em primeiro lugar na Galeria ARCO, sede da ALFA. Enquanto isso uma nova mostra está prestes a começar a nascer. Novas histórias estão sempre a nascer para a nossa máquina fotográfica as guardar e mostrar. A imagem. Esteja atento a www.alfa.pt.

d.r.


Cultura.Sul

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Letras e Leituras

Arte redentora, Donna Tartt

Paulo Serra

Investigador da UAlg associado ao CLEPUL

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O Pintassilgo é o muito aguardado regresso de Donna Tartt, livro que demorou quase onze anos a ser escrito, conseguindo aliás repetir a proeza de intervalar numa década a publicação de um romance, pois apesar de, em Portugal, os dois primeiros livros terem sido publicados quase de seguida, essas duas primeiras obras tiveram também um interregno de cerca de dez anos. A História Secreta, o seu primeiro romance, obteve um êxito estrondos, e desvenda o secretismo de um crime, referido logo no prólogo, onde o narrador se confessa como adjuvante do mesmo. Richard Papen deixa a sua Califórnia natal para continuar os estudos na Universidade. Fascinado por um estranho grupo de cinco estudantes sofisticados e misteriosos, inicia um curso de grego antigo dirigido por Julian Morrow, integrando assim esse círculo fechado, que mais se assemelha a uma irmandade ou sociedade secreta, envolvendo-se num ambiente macabro onde se misturam a erudição, o amor da beleza e da violência. O Pequeno Amigo, o seu segundo romance, ganhou o WHS Literary Award e foi nomeado para o Orange Prize for Fiction. Numa pequena cidade do Mississípi, Harriet cresce na sombra do seu irmão, que aparece logo nas primeiras páginas do romance, descrito como um corpo pendurado no ramo de uma árvore do jardim da sua própria casa, pois foi encontrado enforcado quando ela era ainda bebé. O assassino nunca foi identificado e a família nunca recuperou da tragédia, até que Harriet, com apenas doze anos, decide então resolver o assassinato do irmão, juntamente com o seu amigo Hely. Neste último livro, a autora volta a surpreender-nos com outro roman-

fotos: d.r.

ce denso, pesado (com cerca de 700 páginas, como os outros dois), que arrecadou o Prémio Pulitzer de Ficção 2014 e foi considerado pelo The New York Times como um dos melhores livros de 2013. O Pintassilgo conta a história de Theo Decker, um adolescente de 13 anos, que vive em Nova Iorque com a mãe, com quem partilha uma relação muito próxima. Esta odisseia, comparada inclusivamente a uma história de Charles Dickens, começa literalmente com um

A escritora Donna Tartt

Bum!!!, quando o jovem Theo, absorto e preocupado com o que será falado na reunião com o director da escola, vive quase como um sonho o momento em que ele e a mãe entram no Metropolitam Museum of Art, para se abrigarem de uma chuvada súbita. A certa altura, enquanto Theo continua a remoer a reunião, devido à sua amizade com uma companhia imprópria, Tom Cable, ao mesmo tempo que a sua atenção é retida por uma jovem que anda pelo museu com um idoso, a mãe afasta-se para outra sala para observar por uma última vez um quadro, ao que se sucede uma explosão.

As passagens seguintes são absolutamente avassaladoras: na descrição de como Theo se liberta dos escombros, depara-se com o homem que acompanhava a jovem que o interpela e mantém uma conversa quase normal com ele, apesar do cenário apocalíptico que os envolve, e talvez por causa desse mesmo sentimento de ruína envolvente o idoso incentiva Theo a salvar dos escombros um quadro que, tal como o jovem, sobreviveu à destruição. Em seguida, é também entregue a Theo um anel que deverá servir como senha, enquanto lhe são proferidas as enigmáticas palavras: «Hobart e Blackwell. Toca à campainha verde». A forma como Theo sobrevive inexplicavelmente ao acidente não é mais desconcertante do que o percurso que ele faz até sair do museu, rodeado de ambulância,

“RITA, OU LE MARI BATTU” 29 NOV | 21.30 | Grande Auditório do TEMPO Ópera em um acto de Gaetano Donizetti, pelo Ensemble Contemporaneus. A acção desenrola-se na estalagem de Rita, a cruel e violenta mulher do tímido e desajeitado Beppe

polícia e bombeiros, abandonando depois esse recinto, sempre sem ser visto, e apesar de transportar consigo um pequeno quadro na mão, enquanto procura chegar rapidamente a casa para se encontrar com a mãe. Só no dia seguinte toma consciência, quando lhe batem à porta, que a mãe de facto morreu e que a sua vida mudou para sempre, pois a única hipótese que lhe resta é ficar com os avós, que vivem longe e que mal conhece, pois o pai, alcoólico e jogador compulsivo, acabou por abandonar a família, o que Theo recorda como a melhor coisa que lhes aconteceu pois a presença luminosa da mãe transformava-se na sua companhia. Naquela que é uma solução apenas temporária, mas que determina em muito a sua vida, Theo é acolhido pela família Barbour, que vivem numa imponente e luxuosa moradia em Park Avenue, e encontra também o caminho para a campainha verde, um antiquário onde conhece Hobart, um restaurador, e Pippa, a jovem que cativou o seu coração no museu e que ficou lesada na explosão. Contudo, este interlúdio de sonho rapidamente termina quando o pai ressurge de forma tão súbita como desaparecera antes e

logo se encarrega de limpar o conteúdo do apartamento onde Theo vivia com a mãe. Como que numa simetria perfeita, conhecemos ainda Xandra, o reverso das duas figuras femininas anteriormente descritas, uma espécie de «loura burra», que vive uma vida de excesso, sendo daí a perfeita companhia do pai de Theo, pois «snifa» cocaína e toma comprimidos como se fossem rebuçados. Já anunciada uma adaptação ao cinema e, pondo de parte a polémica gerada em torno do livro - a sua qualidade discutível, o seu aproveitamento de clichés, a aparente falta de estilo literário -, esta história envolve o leitor, mesmo que, por vezes, o fio condutor pareça perder-se, pois os vários episódios da vida de Theo são aparentemente desconexos. A única luz que guia Theo é a pequena e misteriosa pintura que dá nome ao livro, e que ele esconde de toda a gente, inclusive de si próprio. O Pintassilgo é a pequena ave pintada nessa tela minúscula, pintada em 1654 por Carel Fabritius, cujo autor morreu nesse mesmo ano, com a idade de 32 anos, numa explosão de um arsenal de pólvora que destruiu parte da cidade de Delft. A obsessão com o quadro, que Theo acha agora ser impossível voltar a devolver sem se arriscar a ser preso, quadro que a mãe lhe terá mostrado no museu, com uma pequena e singela ave presa por uma corrente a um poleiro, é também, possivelmente, a sua luz redentora pois, mesmo que a certa altura Theo nem sequer retire a pintura do embrulho em que a esconde e protege, ele continua a agarrar-se a esse quadro como uma tábua de salvação, como uma memória da mãe, como uma extensão do seu eu... Em Las Vegas, Theo conhece o ucraniano Boris, amizade igualmente determinante na sua vida, com quem incorre em experiências de bebida, comprimidos e roubo. É esse mesmo Boris que, mais tarde, conduz Theo, agora adulto, a viver em Nova Iorque novamente, onde trabalha como antiquário, protegido e apadrinhado por Hobart, ao mundo do subcrime, embora se tenha já tornado claro que a sua vida, apesar de aparentemente perfeita, com casamento marcado (ainda que continue a alimentar um amor platónico por Pippa) esconde outros segredos, de desonestidade e ambição. Talvez seja mesmo o poder da arte que, em última instância, tenha o condão de salvar este jovem que se sente perdido desde a morte da mãe.

“O ALGARVE!” Até 30 NOV | Museu de Arqueologia de Albufeira Exposição com reproduções das pinturas de George Landmann, que apresenta imagens do Barlavento e Algarve Central no século XIX, captadas por um estrangeiro viajado e curioso


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Cultura.Sul

Espaço ao Património

Educação Patrimonial em Paderne: ambiente e cultura fotos: d.r.

Patrícia Santos Batista

Historiadora, Câmara Municipal de Albufeira

Em Paderne localiza-se um importante monumento, o castelo de Paderne, um hîsn do século XII em taipa militar. A sua envolvente também constitui um elemento patrimonial significativo, do ponto de vista natural. Nos últimos anos, duas áreas dentro da autarquia, Ambiente e Cultura, que trabalhavam de forma independente, num mesmo território, começaram a juntar esforços e a trabalhar em conjunto, permitindo uma interpretação mais completa do sítio em causa. Realizam-se saídas de campo a esta zona onde se estabelece a relação entre recursos naturais e o património cultural, do qual o castelo de Paderne é, sem dúvida, o ex-líbris. Permite-se o contacto directo com o património e estimula-se a educação do olhar, o “saber olhar”, numa (re) descoberta constante da paisagem

do à necessidade de defesa. Estes dois aspectos são indissociáveis da história do monumento. Daí que uma visita ao castelo sem um olhar atento à sua envolvente será sempre uma visita incompleta, ou vice-versa. Propõem-se então uma descoberta da paisagem com especial atenção para as espécies naturais, bem como para os marcos patrimoniais (para além do castelo, merece igualmente destaque a ponte ou a azenha do Castelo) que testemunham a utilização e exploração dos recursos daquela zona desde há séculos. Sendo que é neste contexto que surge a educação patrimonial, enquanto forma de mediação entre património (cultural e natural) e as comunidades. Educação patrimonial como processo de mediação

No castelo de Paderne e das histórias que ela nos conta. Existem nesta paisagem marcos que testemunham a explo-

ração dos recursos naturais, que por sua vez se irão repercutir, directamente, no modo

de vida das pessoas que aí vivem e viveram. A localização do castelo nes-

te local deve-se à riqueza da sua paisagem e à sua importância estratégica, num ponto alto, devi-

A prática educativa implementada nesta zona assume o território como “o local perfeito para promover e incentivar a consciencialização para o património natural, cultural e artístico” e uma vez que aprender é encarado, cada vez mais, como um processo de longa duração (lifelong learning), os espaços e as experiências que vivenciamos são

Sala de leitura

Lado B: programação cultural em rede Paulo Pires

Programador cultural no Município de Silves esteoficiodepoeta@gmail.com

O “Lado B” consiste num formato de programação cultural em rede lançado em Fevereiro deste ano pelo Município de Silves, o qual pretende articular, de forma regular, vários equipamentos/áreas de intervenção do Município, designadamente a Biblioteca e o Teatro, ambos sediados na cidade de Silves. De forma a descentralizar práticas e dinâmicas culturais, e dada a dimensão do concelho de Silves e a necessidade de chegar a vários públicos, o mesmo formato congrega a Biblioteca Municipal

e igualmente, em rotação itinerante, dois auditórios não camarários/associativos situados nas freguesias de S. Bartolomeu de Messines e Pêra. Aos convidados do “Lado B” é lançado o desafio de vir a Silves em “dose dupla” para revelar as suas preferências em termos de leituras, películas e influências musicais (numa conversa informal e debate com o público realizados na Biblioteca) – dando assim a conhecer facetas e dimensões menos conhecidas e, muitas vezes, surpreendentes dos seus perfis – e para, em complemento, realizar um concerto a solo ou em formação reduzida num contexto intimista e envolvente (num dos três auditórios que integram o formato). Aposta-se assim no estímulo à cooperação intersectorial en-

tre diferentes equipamentos do Município (e destes com outros exteriores ao mesmo) que têm objectivos complementares/ afins, neste caso a nível das artes performativas, designadamente da música [Teatro; e restantes auditórios], e, ao mesmo tempo, do incentivo e promoção da leitura e literacia fílmica e musical [Biblioteca], isto em moldes de educação não formal. Também se incrementa a interligação e o fluxo regular de visitantes entre os dois espaços envolvidos no formato (em que um capta e atrai público para outro), contribuindo para a formação de segmentos de público comuns e estabelecendo pontes que permitem criar uma maior atractividade em torno dessas estruturas culturais. A intenção de criar, efectivamente, fluxos de público

entre os dois equipamentos integrados no “Lado B” passa também por algumas estratégias de produção/difusão que foram adoptadas para reforçar esse objectivo, as quais pretendem tanto dotar o formato de maior coerência, identidade e eficácia como criar/consolidar rotinas/hábitos junto dos potenciais interessados: além da normal venda prévia de ingressos para o concerto, é possível adquirir bilhetes a um preço mais reduzido/promocional, mas apenas durante a tertúlia realizada na Biblioteca na noite anterior ao espectáculo; e no dia do concerto é disponibilizada informação impressa sobre os conteúdos (listagem de livros, filmes e músicas) abordados pelo convidado no dia anterior, o que

permite que o público – mesmo o que, eventualmente, não assistiu à tertúlia – fique com referências concretas para aprofundar a sua sensibilidade, espírito crítico e conhecimento a nível de cultura livresca, fílmica e musical. A conversa realizada com o convidado na Biblioteca na primeira noite também serve como preâmbulo e “aperitivo” para o segundo dia (o do concerto), sendo que uma significativa franja de público desloca-se mesmo àquele equipamento cultural – para além da motivação, mais óbvia, de adquirir ingresso a um valor mais reduzido – para ver/ ouvir o intérprete num registo “não artístico”, fora do palco, num ambiente de maior proximidade e intimismo –, usan-

do até isso, por vezes, também como “critério”/pré-escuta para a decisão final sobre a aquisição ou não de ingresso para o espectáculo. Pelo “Lado B” já passaram nomes como João Afonso, António Manuel Ribeiro (UHF), Jorge Palma, Ricardo Ribeiro, Pedro Jóia, Sérgio Godinho, Luís Represas, Custódio Castelo e agora Rita Redshoes (a 27 e 28 de Novembro). Se ficarmos apenas pelos livros, João Afonso e seu parceiro de estrada Rogério Pires trouxeram-nos a mundividência universalmente africana de Mia Couto e Agualusa (cujas letras percorrem todo o último álbum de João Afonso, Sangue Bom, lançado em Fevereiro deste ano), sem esquecer vozes, mais filosófico-existen-


Cultura.Sul

elas mesmas potenciadoras de aprendizagens, pelo que importa sublinhar e estimular a função educativa do território, da paisagem, reforçada pela presença de valores patrimoniais autênticos e de uma experiência multissensorial: visual, táctil, auditiva e olfactiva. Reconhecido o potencial do trabalho educativo com base no património cultural e natural, adoptou-se uma metodologia de diálogo pró-activo, através do questionamento e reflexão dos valores patrimoniais observados in loco; papel activo dos visitantes na descoberta e construção das interpretações da paisagem; estímulo do uso e exploração dos sentidos: ver; cheirar, ouvir, tocar; recurso a alguns materiais pedagógicos e dinamização de momentos de jogo ao longo do percurso. O trajecto feito tem cerca de 3 km. As saídas de campo decorrem entre os meses de Março e de Abril, uma vez que é a época de maior floração, permitindo a observação de diversas espécies de flora de rara beleza - valor estético da paisagem - como é o caso das orquídeas selvagens que aqui florescem em abundância. Os públicos Os públicos-alvo destas iniciativas são, geralmente, grupos per si já estruturados, as escolas, grupos de seniores e

cialistas e psicologicamente densas, como Camus, Dostoiévski, Beckett, Shakespeare, ou os incontornáveis Herberto Helder (O Bebedor Nocturno) e Fernando Pessoa (os poemas do heterónimo Caeiro). Já António Manuel Ribeiro confessou, porventura para surpresa de alguns, o seu grande interesse por autores como Neale Donald Walsch (Conversas com Deus) ou Brian Weiss (Muitas Vidas, muitos Mestres), somando-se a sua admiração pela prosa singular de Eça e Lobo Antunes e a sua fidelidade a toda a obra do espanhol Carlos Ruiz Zafón (exemplificou com A Sombra do Vento) e do inglês John Le Carré. O cantautor Jorge Palma revisitou clássicos como Otelo (Shakespeare) e a Odisseia (Homero), sublinhando a sua intemporalidade, e revelou o seu fascínio pelos meandros

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de entidades como: Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Associação de Apoio à Pessoa Excepcional do Algarve (APEXA) ou Associação de Saúde Mental do Algarve (ASMAL).

sempre aberta, o castelo podia ser “tomado” pela sua comunidade em qualquer altura… e de repente fecharam-no. A interacção estabelecida nestas visitas é riquíssima, sobretudo para os mediadores, funcionando como uma excelente aula de história, que despoleta novas dúvidas e por vezes determina novas áreas de investigação. Mas também serve para perceber quais as expectativas dos detentores do património sobre o seu papel na sociedade actual.

Público escolar Para estes grupos o ponto de partida de exploração é o questionamento, que permite a descoberta da paisagem e dos recursos naturais que ela encerra, justificando deste modo a sua ocupação ao longo da história, com particular enfoque para o período islâmico, precisamente devido à presença marcante do castelo. Mais do que observar suscita-se a educação do olhar, o “saber ver” e interpretar a paisagem: - Que factores contribuíram para a sua actual configuração? - Quais os elementos responsáveis pela modelação da paisagem? - Que marcos paisagísticos destacamos? A experiência é sempre positiva (procede-se à avaliação das actividades através de um inquérito que é preenchido pelo professor que acompanha a turma através da observação directa dos participantes), e culmina na excitante chegada ao castelo, que se transforma num novo assalto àquele hîsn, mas desta feita por jovens ávidos de curiosidade, de perguntas e de inquietações!

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Desafios para o futuro

la que se faz hoje: - A ribeira onde as mulheres iam lavar a roupa – memória de uma vida mais dura, com mais esforço físico, mas era também um local de encontro, de convívio, de partilha de experiências; - As ervas aromáticas - que se apanhavam no campo e que agora se compram no supermercado;

- A relação com o castelo que mudou drasticamente nos últimos anos (especialmente a partir de 1999, quando o imóvel foi adquirido pelo Estado Português). Grande parte da população de Paderne recorda com alguma nostalgia as grandes festas do 1.º de Maio que se faziam no interior do castelo, relembram, igualmente, que a porta estava

O desafio será permitir às comunidades um papel directo e efectivo na construção de significados acerca do seu património, através da transmissão de conhecimentos, do convívio entre gerações, que irá funcionar como um sistema de inventário activo e participativo. Em última análise considera-se que a educação patrimonial, estando presente em todos os momentos de valorização do património, representa uma estratégia válida para a gestão e salvaguarda dos bens patrimoniais que constituem as “raízes do futuro”, metáfora que dá nome à obra de Hugues de Varine e que traduz a importância e o valor do conhecimento da história e do seu legado na planificação do futuro.

e labirintos d’O Padrinho, de Mario Puzo, e pelo Aleph, de Jorge Luis Borges. Palma não esqueceu ainda a influência marcante, a nível pessoal e musical, de livros-ícone como On the road, de Jack Kerouac, e dos poetas da Beat Generation, aludindo ainda às produções inquietantes de Pessoa, Vergílio Ferreira e Ary dos Santos, entre outros. Já o fadista Ricardo Ribeiro, apaixonado pelas culturas oriental e mediterrânica, escolheu O meu coração é árabe, de Adalberto Alves, como um dos seus livros de eleição, além d’O Botequim da Liberdade, de Fernando Dacosta (onde se revisita todo o fervilhar de um espaço contagiante que, pela mão de Natália Correia, marcou uma época e uma cidade), e do Fado (obra de poesia, de 1941) de José Régio. Por seu lado, Pedro Jóia, virtuoso guitarrista, recordou

o prazer de (re)ler O Memorial do Convento, de José Saramago, A Cidade e as Serras, de Eça, e um livro irrepetível do eminente professor universitário e historiador José-Augusto França: Lisboa – História Física e Moral. “O homem dos sete instrumentos”, Sérgio Godinho, deslumbrou-se com o estilo poderoso, sombrio e carregado de punch literário do sul-africano J. M. Coetzee (Nobel da Literatura em 2003) expresso na obra Desgraça. Eça de Queirós e Jack Kerouac ocupam também um lugar de destaque na sua estante literária, aos quais ele junta nomes como José Cardoso Pires, Alexandre O’Neill, Al Berto (com quem privou), José Rodrigues Miguéis ou o poeta Pablo Neruda. Luís Represas trouxe-nos Os Lusíadas de Luís de Camões, bem como duas obras que revisitam dife-

rentes perspectivas histórico-culturais: a Guerra Santa, de Nigel Cliff, que traz novas leituras às viagens pioneiras de Vasco da Gama; e As Cruzadas vistas pelos Árabes, publicada originalmente em 1983 pelo franco-libanês Amin Maalouf, em que, num pêndulo entre História e Literatura, emerge um lado menos conhecido de um período religiosamente agitado. Já o músico e compositor Custódio Castelo, um dos nomes maiores da guitarra portuguesa e seu principal promotor internacional, segue fielmente a prosa de Umberto Eco, Saramago e Lobo Antunes, e volta amiúde à produção em verso da brasileira Cecília Meireles: “Eu canto porque o instante existe / e a minha vida está completa. / Não sou alegre nem sou triste: / sou poeta.” (do poema “Motivo”). Porque há sempre um (?) Lado B…

Grupo escolar ao longo do percurso Público sénior Com os seniores a base é a mesma, ou seja, o questionamento, que neste caso irá avivar memórias, uma vez que a população mais idosa dependia muito mais da natureza do que nós actualmente e experienciaram aquele espaço de uma forma completamente distinta daque-

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Rita Redshoes é a próxima convidada do ‘Lado B’


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Cultura.Sul

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

Novembro

Pedro Jubilot

pedromalves2014@hotmail.com canalsonora.blogs.sapo.pt

Good Morning fotos: d.r.

toaria, cerâmica, cortiça, trapologia…) e novas criações; produtos alimentares da região como o mel, pão, bolos, compotas, licores; flores; cremes e sabonetes naturais; brinquedos de madeira; livros e ainda um espaço destinado a velharias, antiguidades e coleccionismo, marcam presença em mais este Mercadinho. Numa organização do Ciipc (CMVRSA) e da Adrip esta edição contará com dois eventos culturais, nomeadamente a apresentação ao público do calendário 2015 - angariação de fundos de apoio às iniciativas da Adrip. Ainda decorrerá ao longo do dia na Casa do Pároco uma mostra digital da revista de poesia e fotografia ‘Sizígia’ (canalsonora editora, 2014) e pelas 15h30, serão feitas leituras pelos autores participantes.

em Cena’ (teatro) o autor convidado, tem-se mostrado um dos mais profícuos actores na cena cultural algarvia dos últimos meses.

Postais da Costa Sul

ra, assina mais uma vez a capa, mas no miolo surgem num vegetal acetinado, as imagens de Luísa Soares Teixeira, Fatinha Afonso, Joana Rosa Bragança, Lina Madeira e do experiente Filipe da Palma.

Luíza Neto Jorge

Das folhas

Caminho pelo areal quase deserto destas praias de outono - esse exercício de refrescar ideias... para refazê-las. Cruzo-me com um homem idoso olhando o mar, esperando palavras ditas mais sábias que o simples ‘good morning’... e no entanto um dia bom será sempre o que se pode desejar a um qualquer homem.

~ é realmente verdade que colocando um búzio junto ao ouvido se consegue ouvir o mar, e quem sabe, sentir-lhe o cheiro. mesmo quem nunca viu o mar, consegue ouvi-lo através de um búzio. ainda que a costa esteja mesmo a uma distância demasiado grande. por isso ando sempre com dois búzios no bolso. um para oferecer a alguém que tenha já saudades do mar ou a quem queira conhecer-lhe a voz. o outro para mim, claro. ~

Mercadinho de Natal

Cair num lugar comum – as folhas no chão do caminho. Paleta aleatória de marron, fúcsia ou malva sobre um tapete de musgo incrustado nas pedras. A natureza viva como numa natureza morta.

Poesia & Companhia

Agendar

Cacela Velha prepara-se para receber, no domingo, dia 14 de Dezembro, entre as 10h30 e as 17h00, mais um Mercadinho de Natal. Artesanato tradicional (empreita, cestaria, la-

Esta tertúlia informa que por motivos de logística, a próxima ‘À Conversa’ com Paulo Moreira, com o tema “A arte do romance”, terá lugar no dia 4 de Dezembro (e não 18), à hora e no local do costume: 19 horas, no About Wine - Vinhos & Gourmet, em Faro (relembramos que a entrada é livre). Com dois livros publicados recentemente na R-E-D-I-L publicações – ‘Maria Manuel’(romance) e ‘Pessoa(s)

“FRAGMENTO” Até 1 FEV 2015 | Igreja do Castelo de Castro Marim A exposição de Sara Navarro responde ao fascínio da artista pelos fragmentos arqueológicos vindos de sociedades extintas e enigmáticas. As suas esculturas evocam a arte e a cultura de outros lugares e de outros tempos, algo que desperta os ecos de uma terra antiga

Sizígia A editora de Tavira, CanalSonora, lançou em novembro uma revista de poesia e fotografia na qual junta 37 autores do Algarve. «Sizígia», que serve para comemorar um ano de actividade desta editora independente, é quase uma antologia, pois reúne uma grande parte de autores que vivem actualmente na região e que se foram cruzando com o seu editor ao longo deste ano. Juntando na poesia nomes já conhecidos como Fernando Cabrita, Manuel Neto dos Santos ou Fernando Esteves Pinto, - a autores praticamente estreantes como Marco Mackaaij, Van S.a ou Mariano Alejandro. Na fotografia, Jorge Jubilot, o já habitual fotógrafo da edito-

Percorrendo as pequenas e estreitas ruas desta cidade à procura de bancos de leitura, lugares insuspeitos onde se depositam as esperanças de poder parar o tempo veloz deste milénio, nem que seja só por aqueles momentos em que dura a passagem das palavras para a mente, e depois soltá-las… Passear junto às margens do rio séqua é como trazer um livro de poesia que se projecta nas águas, neste caso «Algarve todo o mar» (dom quixote 2005) e Luiza Neto Jorge, «Árvores intensas Casas de trapo Chilreia a chuva Coxeia a cama Frutos Votivos Cal calejada Ponte Romana»

Costa Branca Mesmo nesta costa branca o outono é essa estação que vai escurecendo os dias, entristecendo as vozes e esfriando as aragens. Mas como sempre as pessoas tentam fazer dela algo brilhante, primordial e aconchegante: - pintam as folhas de amarelo torrado, laranja, e grenás; cobrem os pescoços, bebem o vinho novo; ardem a madeira seca assando castanhas. Querem (sobre) viver à premonição de esquecimento.

“GENTE DE OUTROS TEMPOS” Até 30 DEZ | Centro Cultural de Lagos Exposição de fotografia de Francisco Castelo, que conta com 18 personagens, das quais se exibem os seus retratos e uma breve biografia, tendo como base o acervo da Fototeca Municipal acrescido de exemplares de espólios e colecções privadas


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Cultura.Sul

Da minha biblioteca

A Ilíada de Homero adaptada para jovens por Frederico Lourenço d.r.

Adriana Nogueira

Classicista Professora da Univ. do Algarve

Fiquei muito contente quando recebi pelo correio um exemplar do novo projeto de Frederico Lourenço: a adaptação da Ilíada para jovens. É sempre um prazer ler o que Frederico Lourenço (professor de clássicas da Universidade de Coimbra) escreve. E escreve muito bem, seja como académico, seja como romancista, poeta, tradutor de autores gregos, reconhecido e premiado pelas suas magníficas traduções dos poemas homéricos Ilíada e Odisseia. A editora Livros Cotovia, que tem publicado a sua obra, é quem agora também apresenta esta sua adaptação para jovens do mais antigo texto literário da cultura ocidental. A Ilíada é uma obra do séc. VIII a.C., atribuída a Homero, descrita assim pelo tradutor, na introdução (p.7) à sua edição de 2005: «no fim de uma longa tradição épica oral, surge este canto de sangue e lágrimas, em que os próprios deuses são feridos e os cavalos do maior herói choram». Quem a leu, imagina o que terá sido o desafio de a adaptar para jovens. Quem a não leu, pode supor que adaptar uma longa obra de guerra e emoções não deverá ser fácil, sem que se percam elementos fundamentais que já foram perpetuados por mais de 2.500 anos de leitores e leituras sucessivas. Mas Frederico Lourenço consegue fazer esse difícil trabalho com muito sucesso. Herança da oralidade

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Como poema herdeiro da tradição oral, a Ilíada contém marcas dessa forma de narrar de cor, normalmente perante

d.r.

adriana.nogueira.cultura.sul@gmail.com

O escritor, tradutor e professor universitário Frederico Lourenço grandes audiências, os feitos (e desgraças) de grandes heróis. Uma delas é a repetição, que ajuda à memorização e é também uma técnica usada para se ir «ganhando tempo» enquanto se prepara o que se vai dizer a seguir. Naturalmente que nesta adaptação, por uma questão de espaço e porque não são essenciais para a narrativa, as repetições foram muito encurtadas, mas não retiradas, não perdendo, portanto, esta obra, uma das características do seu original. Deixo um exemplo, quando Zeus pede a Apolo que retire o corpo do seu filho Sarpédon, morto na batalha (p.195): «Vai tu agora, ó filho amado, e limpa o negro sangue de Sarpédon; tira-o do meio dos dardos e depois leva-o para muito longe. Dá-lhe banho nas correntes do rio e unge-o com ambrósia; veste-o com roupas imortais. Entrega-o a dois pressurosos

portadores para o levarem, Sono e Morte, dois irmãos, eles que rapidamente o porão na terra fértil da ampla Lícia, onde seus irmãos e parentes lhe prestarão honras fúnebres, com sepultura e estela: pois essa é a honra devida aos mortos. Assim falou; e a seu pai não desobedeceu Apolo. Desceu das montanhas do Ida para o fragor tremendo da batalha e de imediato levantou Sarpédon do meio dos dardos. Levou-o para muito longe e deu-lhe banho nas correntes do rio; ungiu-o com ambrósia e vestiu-lhe roupas imortais. Entregou-o a dois pressurosos portadores para o levarem, Sono e Morte, dois irmãos, eles que rapidamente o puseram na terra fértil da ampla Lícia». Símiles e hospitalidade Um dos elementos mais inte-

“PRESÉPIOS” Até 6 JAN | Edifício do Atlético – Loulé Exposição que integra a Colecção de Anabela Guerreiro, bem como os participantes no II Concurso de Presépios do Concelho de Loulé. Os presépios expostos inserem-se em duas modalidades: o Presépio Tradicional Português e o Presépio Tradicional do Algarve

ressantes da Ilíada é a abundância de símiles, uma espécie de comparação que nos leva para referências do quotidiano, para melhor compreendermos a realidade que nos é apresentada. Também estes Frederico Lourenço não descurou, incluindo o símile mais famoso, que compara a geração dos homens às folhas das árvores. Curiosamente, quando li a Ilíada pela primeira vez, aos quinze anos, o episódio em que ele surge foi o que mais me impressionou: o encontro entre os heróis Diomedes e Glauco, que lutavam, respetivamente, um pelos Gregos e o outro pelos Troianos, e que, por razões de amizade familiar, desistem de lutar um com o outro. Mais tarde, ao estudar estes assuntos, aprendi que as leis da hospitalidade eram invioláveis: uma vez hóspede, para sempre ligado. Conta-se, então, assim, nesta versão para jovens, onde o essencial

não se perde (pp.94-95): «o primeiro a falar foi Diomedes: - Quem és tu? Pois nunca antes te vi. Agora sais muito à frente de todos os outros na tua audácia e aguardas a minha lança de longa sombra. Filhos de infelizes são os que se opõem à minha força. Porém Glauco sabia quem era o guerreiro que lhe dirigira a palavra, e assim lhe disse: - Diomedes, porque queres saber da minha linhagem? Assim como a linhagem das folhas, assim é a dos homens. Às folhas, atira-as o vento ao chão; mas a floresta no seu viço faz nascer outras, quando sobrevém a estação da primavera: assim nasce uma geração de homens e outra deixa de existir». Quando chegam à conclusão de que as linhagens estão ligadas e que, portanto, são amigos, Diomedes propõe:

«Evitemos pois a lança um do outro. Há muitos Troianos para eu matar; e Gregos não faltam para se opor à tua lança. Quanto a nós, troquemos agora as nossas armaduras, para que até estes aqui saibam que somos há várias gerações amigos um do outro». Foi um prazer ler este livro. A linguagem não está infantilizada, o que irritaria, certamente, muitos jovens – e muitos de nós – , e mantém, como disse, as características principais da versão original: os deuses e heróis são apelidados pelos seus epítetos mais conhecidos (Ulisses de mil ardis; Hermes, o Auxiliador; Tétis, a deusa dos pés prateados; Posídon, Sacudidor da Terra; Apolo, Senhor do Arco de Prata, etc.); a estrutura frásica mantém-se próxima do original, isto é, a simplificação não foi feita à custa de uma alteração do texto. Mantém-se, por exemplo, o tratamento por «vós» (que aplaudo, numa época em que as gramáticas de Português para estrangeiros eliminam a segunda pessoa do plural de todos os verbos) e uma tendência, nos momentos mais solenes, de pôr o verbo no fim (diz Aquiles, por causa da morte do seu amigo Pátroclo: «- Que eu morra logo de seguida, visto que auxílio não prestei ao companheiro quando foi morto; longe da sua pátria morreu» - p-206). E não faltam episódios famosos, como o da descrição do escudo de Aquiles, forjado por Hefesto. No Posfácio (pp. 297-300), Frederico Lourenço explica como, apesar de «a possibilidade de uma vida feliz» parecer «posta em causa», a Ilíada «propõe uma circunstância redentora para a vida humana: levarmos os nossos objetivos até ao fim, custe o que custar, doa a quem doer, e nunca abdicarmos do bem supremo pelo qual devemos lutar com unhas e dentes (ou melhor dizendo, lanças e espadas): a nossa própria autoestima». Uma leitura para todos. E, já agora, aproveite e leia também a Odisseia.

“PINTURA DE PEDRO ESPANHOL” Até 15 JAN | Antigos Paços do Concelho de Lagos O artista já fez várias exposições colectivas e individuais. Tem participado em vários projectos, públicos e privados, no âmbito das Artes Visuais. Está representado em várias colecções. Vive no Barreiro onde tem atelier e é professor de Artes Visuais


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Cultura.Sul pub

Na senda da Cultura

Cartório Notarial em Tavira Bruno Filipe Torres Marcos NOTÁRIO

‘Nova Águia’ em pleno voo a sul

Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em dezoito de Novembro de dois mil e catorze, exarada a folhas cinquenta e três e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Cinquenta e quatro – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: A) Maria Natália Garcias, viúva, natural da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, residente no Sítio das Solteiras, caixa postal 609-Z, em Conceição de Tavira, contribuinte fiscal número 136518141, titular do cartão de cidadão número 08617604 8ZZ0, válido até 13.11.2017; d.r.

O novo número da Revista Nova Águia, dedicado à Mensagem de Fernando Pessoa, precisamente oitenta anos após a sua publicação, está a ser apresentado por toda a região. De acordo com Renato Epifânio e Maria Luísa Francisco, respectivamente director e vice-directora da publicação, a Mensagem continua a ser interpelante para quem insiste em preocupar-se com os destinos históricos de Portugal. Os responsáveis consideram que este número da Nova Águia comprova isso mesmo, pois sob as mais plurais perspectivas – desde as mais esotéricas e espiritualistas até às mais culturalistas e geopolíticas –, a Mensagem foi, sobretudo, um excelso pretexto para repensarmos o futuro de Portugal e, mais amplamente, de toda a Comunidade Lusófona, mesmo sabendo que nunca chegará “a hora”, uma vez que, ainda e sempre, haverá futuro a construir. “Porque não há futuro sem passado, articulámos essa plural reflexão em torno da Mensagem com a celebração da própria língua portuguesa – na data, esta menos precisa, dos seus oito séculos. Também aqui o testamento de D. Afonso II, datado de 27 de Junho de 1214, tido como o primeiro documento redigido em língua portuguesa, foi sobretudo um pretexto para reforçarmos essa consciência histórica – não só dessa nossa língua comum a todos os lusófonos, como, mais ampla e profundamente, do que lhe subjaz: uma singular forma, por mais que plural e polifónica, de ver e viver o mundo”. Para os rostos por detrás da Nova Águia, como se trata de uma revista não só de ensaio e poesia, mas também de intervenção na sociedade, este número tem intervenções dos representantes das várias associações lusófonas da sociedade civil que participaram no II Congresso da Cidadania Lusófona, coordenado pelo Movimento Internacional Lusófono (MIL)

B) José Aníbal Garcia Neto e mulher Maria Madeira Vargues Pereira Neto, naturais ele da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, e ela da freguesia de Santa Bárbara de Nexe, concelho de Faro, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no Sítio das Solteiras, caixa postal 609-Z, 8800-052 Conceição de Tavira, contribuintes fiscais números 177555130 e 177555122, titulares dos respectivos bilhetes de identidade números 4728822, emitido a 23.04.2007, e 2139989, emitido a 09.03.2006, ambos pelos SIC de Faro, declararam: - Que são donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, sitos na actual freguesia da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), com origem na freguesia de Tavira (Santa Maria), do concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira: Verba Um: prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de dois mil e quatrocentos metros quadrados, sito em Serro do Coelho, que confronta a norte com José Sebastião, a sul e poente com António Domingos e Outro e a nascente com António Domingos, inscrito na matriz sob o artigo 543 (com proveniência no artigo 524 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 27,26 €, igual ao atribuído; Verba Dois: prédio rústico composto por terra de pastagem e duas alfarrobeiras, com a área de quatrocentos metros quadrados, sito em Rocha dos Corvos, que confronta a norte com Custódio Bento, a sul e nascente com João Caçapo e poente com Ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 523 (com proveniência no artigo 504 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 71,86 €, igual ao atribuído; Verba Três: prédio rústico composto por terra de cultura e uma Alfarrobeira, com a área de mil e quinhentos metros quadrados, sito em Serro do Coelho, que confronta a norte com José Joaquim Rodrigues Neto, a Sul com Silvério Garcia, a nascente e poente com Manuel Domingos Martins, inscrito na matriz sob o artigo 569 (com proveniência no artigo 550 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 51,68 €, igual ao atribuído;

Renato Epifânio e Maria Luísa Francisco e pela Sphaera Mundi: Museu do Mundo, no âmbito da Plataforma de Associações da Sociedade Civil (PASC), decorrido na Sociedade de Geografia de Lisboa, a 16 de Abril deste ano. Um Fórum que consideram fundamental, precisamente, porque procurou defender e difundir essa consciência histórica e, a partir daí, prefigurar as “prioridades na cooperação lusófona”. Assim, depois de iniciarem as apresentações da Revista no Algarve a 7 de Novembro, irão continuar as sessões de apresentação a 28 Novembro na Universidade

do Algarve (Biblioteca em Gambelas) pelas 15 horas; na Biblioteca de Vila Real de Santo António pelas 18.30; e nessa noite ainda, em Tavira, na Casa Álvaro Campos pelas 21.30 horas. Depois de dia 2 de Dezembro, em Évora e Beja, as apresentações da Nova Águia regressam ao Algarve a 3 de Dezembro, na Biblioteca de São Brás Alportel pelas 16 horas, e na Biblioteca de Loulé pelas 18.30. Em Janeiro haverá mais apresentações, nas quais a revista pode ser adquirida, tal como nas FNACs e Livrarias Bertrand.

Verba Quatro: prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de cento e oitenta metros quadrados, sito em Alqueivinhos, que confronta a norte e sul com José Joaquim Rodrigues Neto, a nascente com João da Ascenção Santos e a poente com Ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 503 (com proveniência no artigo 483 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 12,98 €, igual ao atribuído; Verba Cinco: prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem , uma alfarrobeira, uma oliveira, três azinheiras, com a área de sete mil e seiscentos metros quadrados, sito em Alqueivinhos, que confronta a norte com José Joaquim Rodrigues Neto, a sul com Silvério Garcia, a nascente com José Sebastião e outros e a poente com Custódio Bento, inscrito na matriz sob o artigo 490 (com proveniência no artigo 468 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 96,29 €, igual ao atribuído; Verba Seis: prédio rústico composto por terra de cultura e uma oliveira, com a área de cento e oitenta metros quadrados, sito em Alqueivinhos, que confronta a norte com Custódio Bento, a sul com José Joaquim Rodrigues Neto e a poente com Ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 505 (com proveniência no artigo 485 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 50,37 €, igual ao atribuído; Verba Sete: prédio rústico composto por terra de pastagem e horta com seis citrinos, com a área de mil oitocentos e oitenta metros quadrados, sito em Alqueivinhos, que confronta a norte com Manuel António Dias, a sul com Custódio Bento, a Nascente com José Joaquim Rodrigues Neto e a poente com Ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 507 (com proveniência no artigo 487 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 119,30 €, igual ao atribuído; Verba Oito: prédio rústico composto por terra de pastagem, duas amendoeiras, cinco azinheiras, três figueiras, três alfarrobeiras, com a área de mil e duzentos metros quadrados, sito em Lendroeiro, que confronta a norte e poente com Manuel António Dias, a sul com Silvério Garcia e a nascente com José Joaquim Rodrigues Neto, inscrito na matriz sob o artigo 476 (com proveniência no artigo 453 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 132,16 €, igual ao atribuído; Verba Nove: prédio rústico composto por terra de pastagem, com a área de mil e duzentos metros quadrados, sito em Alqueivinhos, que confronta a norte com José Joaquim Rodrigues Neto, a sul e poente com Silvério Garcia e a nascente Manuel António Dias, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 511 (com proveniência no artigo 491 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 4,37 €, igual ao atribuído; Verba Dez: prédio rústico composto por terra de pastagem, com a área de sete mil metros quadrados, sito em Rocha do Macho Fêmeo, que confronta a norte e poente com Manuel Cavaco, a sul com José Joaquim Rodrigues Neto e a nascente com José Domingos, inscrito na matriz sob o artigo 517 (com proveniência no artigo 498 da anterior freguesia), com o valor patrimonial tributário de 17,23 €, igual ao atribuído. - Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse por dissolução da comunhão conjugal e sucessão hereditária por óbito de José Joaquim Rodrigues Neto, marido da primeira outorgante identificada em A) e filho do outorgante identificado em B), falecido em um de Março de dois mil e doze, tendo sido declarados seus únicos herdeiros, eles justificantes. - Que, por sua vez, o referido José Joaquim Rodrigues Neto e mulher, ela outorgante, Maria Natália Garcias, adquiriram aqueles prédios do seguinte modo: a) o identificado na verba UM, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a José Caetano Fonseca, viúvo, já falecido, com a última residência habitual no Zimbral, em Santa Maria, Tavira; b) os identificados nas verbas DOIS e QUATRO em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por compra meramente verbal feita a Vírginia Afonso, já falecida, residente que foi nas Quatro Estradas, Santo Estêvão, Tavira; c) os identificados nas verbas TRÊS, CINCO e SETE, em data imprecisa do ano de mil novecentos e três, por compra meramente verbal feita a João da Ascenção Santos ou João da Ascenção Santos Cruz, casado com Cândida da Piedade Gonçalves, já falecidos, residentes que foram em Cruz do Areal, Santa Margarida, Santiago, Tavira; d) os identificados nas verbas SEIS, OITO e NOVE, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por compra meramente verbal feita a Cândida da Conceição, casada com José Rodrigues ou José Rodrigues da Bodega, já falecidos, residentes na Asseca, Santa Maria, Tavira; e) e o identificado na verba DEZ, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a João da Ascenção Santos, já identificado, e a João Cassapo ou João da Conceição Neto e mulher Etelvina da Piedade Gonçalves, residentes que foram em Santa Margarida, Santiago, Tavira, já falecidos, com a última residência habitual no Sítio do Alto, em Luz de Tavira; - Que, assim, justificam os referidos imóveis, porquanto há mais de vinte anos, primeiro o casal José Joaquim Rodrigues Neto e Maria Natália Garcias, e depois eles, por sucessão na posse que aqueles já vinham exercendo, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência, nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de eles e os anteriores possuidores não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade destes imóveis, e assim o julgando as demais pessoas, eles, justificantes e os anteriores possuidores têm possuído aqueles prédios – cultivando-os, amanhando a terra, tratando das árvores, colhendo os respectivos frutos, nele pastando os animais, usufruindo dos seus rendimentos, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram por USUCAPIÃO os referidos imóveis, o que invocam. - Que são, por isso, donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito, com exclusão de outrem, dos referidos imóveis. Tavira, 18 de Novembro de 2014. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Acto registado sob o n.º 332/2014

A capa da revista Nova Águia

(POSTAL do ALGARVE, nº 1133, de 28 de Novembro de 2014)


28.11.2014  13

Cultura.Sul

Artes Visuais

Qual a importância do título numa obra artística? fotos: d.r.

Saul Neves de Jesus

Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

Em 1917, Duchamp apresentou o trabalho “A fonte”, um urinol branco de porcelana, assinado com o pseudónimo R. Mutt, para uma Exposição da Sociedade para Artistas Independentes de Nova Iorque. No entanto, o presidente da direção da sociedade afirmou à imprensa que essa “não era uma obra de arte, sob qualquer definição”, embora sendo uma exposição aberta a todos os que quisessem participar, desde que pagassem seis dólares, o que Duchamp fez. Em defesa de Duchamp, na altura o artista Beatrice Wood escreveu um artigo de jornal, The Blind Man, salientando que pouco importava que Mr. Mutt tivesse feito “A Fonte” com as suas próprias mãos, pois o importante é que ele escolheu esse objeto (“He chose it”). Ele usou um objeto do dia-a-dia, tendo-o retirado do seu lugar habitual, fazendo com que o seu sentido inicial e utilidade desaparecessem e fosse criado um novo pensamento sobre esse objeto com base no novo título e situação em que se encontrava. Assim, embora não tenha tido uma intervenção manual no sentido de produzir um novo objeto, Duchamp selecionou um objeto já existente e criou um novo pensamento sobre este, podendo ser observado não como um vulgar urinol, mas como uma “fonte”, de acordo com o título dado a esta “obra”. Neste caso o título é essencial, pois direciona a percepção do observador para compreender a mensagem e o sentido do objeto apresentado pelo artista. Confome referiu Duchamp, “for me the title was very important. I wanted to put painting once again at the service of the mind (…) We think in words and images, not in paint” (Godfrey, 1998). No mesmo sentido, posicionam-se diversos autores contemporâneos, em particular Kosuth (1996), ao considerar que na base da arte concetual

A célebre ‘Fonte’ de Marcel Duchamp, que assinou a obra em 1917 sob o pseudónimo R. Mutt está o fato do artista trabalhar com significados e não com

formas, cores ou materiais, ou Cauquelin (2010), ao defender

‘Néctar’, Joana Vasconcelos, 2006

que “expor um objeto é dar-lhe um título, o título é uma cor”. Duchamp realizou vários readymade, como por exemplo expor um chaveiro na forma de garrafa (“Bottle rack”, 1914), o qual foi recreado por Maureen Connor em 1989 e também serviu de inspiração para o trabalho de Joana Vasconcelos colocado à entrada no CCB, em Lisboa. Assim sendo, “A fonte” de Duchamp não surge como um trabalho isolado, mas antes como um trabalho inserido numa originalidade e identidade que, de forma persistente, Duchamp desenvolveu, o que lhe permitiu fazer história, sendo, atualmente, a sua obra considerada uma das mais importantes na história de arte do século XX, pois influenciou vários movimentos de arte moderna e pós-moderna, em particular a arte conceptual, segundo a qual a ideia ou o conceito que se pretende transmitir é o mais importante na arte. Nesta perspetiva, a arte pode ser entendida como uma forma de comunicação, não tendo as obras de arte que

ser o produto das mãos do artista, ou esteticamente belas, ou emocionalmente profundas. Talvez não tenha muito sentido falar em readymade na atualidade, podendo objeto instalatório ser mais adequado. Em todo o caso, continuam a ser realizadas apresentações em que alguns objetos do quotidiano são levados para dentro de museus. Por exemplo, no trabalho “La visite guidée” (1994), Sophie Calle colocou um balde vermelho numa vítrine ao lado de peças arqueológicas, numa clara indicação de que os objetos que agora fazem parte do nosso dia-a-dia, um dia estarão ultrapassados e serão peças de museu. No entanto, não é o facto de estar dentro de um museu o critério que permita distinguir o que é arte daquilo que não é, porque senão como enquadraríamos o Movimento “Land Art”, surgido nos anos 60, caracterizado por intervenções no exterior que se tornam a própria obra de arte? Parece-nos que foi o facto de Duchamp ter sido persistente na sua originalidade e identi-

dade, desenvolvendo um percurso coerente, que permitiu aos seus trabalhos ganharem sentido na história de arte. Talvez o júri, do qual ele curiosamente fazia parte, tivesse razão quando não considerou “A fonte” como objeto de arte, no momento em que ela foi apresentada, mas é óbvio que atualmente qualquer crítico de arte pode afirmar com segurança que foi uma importante obra de arte, porque Duchamp foi persistente e coerente, criando contexto histórico para a apreciação da sua obra. É totalmente diferente de alguém se lembrar de apresentar um trabalho deste tipo numa exposição, nunca tendo feito nada antes, nem indo fazer a seguir. Por isso, tem pouco sentido o comentário de algumas pessoas quando olham para uma obra de arte: “eu também fazia isto”. A arte deve ser apreciada, não só olhando, mas procurando compreender o sentido e o contexto da sua realização. Assim, a consistência da produção original marca a identidade de um artista e faz com que os seus trabalhos possam ser considerados obras de arte. É a história ou o percurso de cada artista, a persistência e a consistência do seu trabalho, que pode permitir inferir a dimensão artística do mesmo. Tal como na ciência, o caso único diz pouco, sendo necessário realizar investigação junto de uma amostra de sujeitos para se poderem tirar conclusões generalizáveis. Também na arte parecem ser necessários vários trabalhos realizados pelo mesmo artista para poder ser avaliado o sentido da sua obra. Após analisar várias teorias de arte apresentadas durante o século XX, Warburton, no seu livro “O que é a arte?” (2007), considera que “todas as tentativas filosóficas recentes para definir arte têm sido até certo ponto inadequadas. Ninguém conseguiu ainda apresentar uma teoria convincente sobre o que é a arte. Assim sendo, Warburton específica a sua hipótese da seguinte forma: “é melhor restringir o papel da teorização acerca da definição de arte a casos particulares”. E termina o seu livro, concluindo que “a questão da arte faz sentido porque é formulada por pessoas interessadas em obras de arte e não apenas na ideia de arte. Em última análise, temos de regressar às próprias obras”.


14 28.11.2014

Cultura.Sul

A Direção Regional de Cultura do Algarve no apoio à edição

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d.r.

No próximo ano as edições apoiadas passarão a ter também formato digital Nos termos da sua lei orgânica, a Direção Regional de Cultura do Algarve tem capacidade editorial própria e no âmbito dos apoios à Ação Cultural desenvolve, desde 2014, um Programa de Apoio à Edição de Obras Temáticas sobre o Algarve, cujas candidaturas são enquadradas por regulamento específico e apresentadas em formulário próprio, até 30 de Outubro (consultar http://www.cultalg.pt/Prog_ Apoio/). O objeto deste Programa é a produção de obras inéditas que desenvolvam temáticas referentes ao Algarve e que contribuam para promover e divulgar o conhecimento sobre as especificidades da sua história e a sua identidade cultural. Não são aceites, no âmbito do Programa, obras já editadas, ou produzidas, exceto se a reedição for aumentada, em termos de texto com conteúdos ou críticas O apoio é de carácter financeiro e a fundo perdido, sendo atribuído mediante um processo de avaliação das candidaturas no âmbito de uma Comissão Consultiva para a Edição, designada para o efeito e composta de personalidades com relevo cultural e profissional (atualmente Adriana Nogueira, Alexandra Gonçalves, Augusto Miranda, Carlos Campaniço, Natércia

Magalhães, Paulo Teixeira Pinto, Raquel Correia e Virgínia Alpestana). Para efeitos de avaliação das candidaturas estão definidos os seguintes critérios: a) Curriculum Vitae do autor ou autores (formação e obra anteriormente editada); b) Qualidade literária, criativa ou científica da obra em análise; c) Atualidade e relevância da obra para a difusão da cultura algarvia; d) Singularidade da temática na investigação e contexto regional e local; e) Importância relativa da edição ou da produção no território do Algarve. f) Prioridades estratégicas definidas pela Comissão Consultiva para a Edição contextualmente em função dos destinatários; g) Existência de parcerias e financiamentos complementares devidamente quantificados. Em 2014, candidataram-se ao programa dez obras e foram apoiadas, após parecer da Comissão Consultiva para a Edição, as seguintes: A Chegada do Comboio ao Algarve, de Aurélio Nuno Cabrita, e Os Lugares da Conquista de Silves aos Mouros, de Rogélio Mena Gomes, da Casa do Algarve em Lisboa; O Mar ao Fundo (CD), produção de Bons Ofícios; 200 Plantas do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - Guia de Campo, de Ana Luísa Simões e Ana Carla Cabrita; Pousada de S. Brás de Alportel (1944-2014),

produção da Casa da Cultura António Bentes do Museu do Trajo (Misericórdia de São Brás de Alportel); Realizações e Utopias: O Património Arquitectónico e Artístico das Caldas de Monchique na Cenografia da Paisagem Termal, de Ana Pinto. De entre as obras candidatadas, a Comissão considerou que o trabalho História, Tradição e Oralidade no Algarve - Lendas e outras Memórias de Monchique, de Cláudia Diogo (a partir da dissertação de mestrado da autora mas revista com a finalidade de atingir um público não exclusivamente académico), poderia ser uma edição assumida pela Direção Regional de Cultura do Algarve, no âmbito de uma nova linha editorial. A autora assumiu o desafio e a obra será disponibilizada, em inícios de 2015, com apresentações pública previstas na FNAC de Faro e em Monchique. Em 2015, as edições da responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Algarve, paralelamente à edição tradicional, em livro, passarão a ter igualmente formato digital para uma maior disponibilização espacial e temporal, usando a Amazon, a iBook Store (da Apple) e a Kobo (em Portugal representada pela FNAC). Direção Regional de Cultura do Algarve

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