POSTAL 1308 16JUN2023

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EDIÇÃO ESPECIAL FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR

Precisamos de pessoas qualificadas para termos desenvolvimento sustentável

➡ É PRECISO APOSTAR NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

➡ FALTAM GRAUS INTERMÉDIOS NO ALGARVE

➡ ALGARVE TEM 11 INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

➡ DICAS DE ESTUDO, BOLSAS DE ESTUDO E FINANCIAMENTO

E ainda a Opinião

Diz que a falecida mãe foi alvo de negligência e abandono no Hospital

Nathalia Macagnan, de Vila Real de Santo António, filha de uma mulher que faleceu vítima de doença oncológica, conta a sua experiência do último mês de vida da mãe. P5

Cooperação inédita no verão entre PSP e GNR O Ministro da Administração Interna elogiou, em Faro, GNR e PSP por colocarem “o sentido de Estado ao serviço do bem-estar” do país ao assinarem um protocolo inédito que estará em vigor este verão P3

Central fotovoltaica de Estoi contestada Ambientalistas argumentam que a central fotovoltaica vai afetar a zona de infiltração máxima do aquífero Peral/ Moncarapacho. P6

Município de Loulé vai atribuir chaves do humanismo a André Jordan P4

Entrevista a Francisco Bento, diretor do Colégio Bernardette Romeira

Cidadão do Mundo”

TRIBUNA PARLAMENTAR As últimas palavras, por agora...

➡ Por Luís Gomes P2

Percepções… e realidades ➡ EXCESSO DE ZELO ➡ AMARGO E DOCE ➡ PARÁGRAFO DE HUMOR Por Mendes Bota P18

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas O Turismo Urbano no contexto da Oferta Turística “As cidades são, cada vez mais, importantes destinos turísticos”

➡ Por Elidérico Viegas P18

PAULO SERRA

Atlas Histórico da Escrita Entrevista, de Marco Neves | O Polaco, de J.M. Coetzee CS30 e 31

MARIA LUÍSA FRANCISCO

Bibliotecas Camões, Feiras do Livro, Redes de Bibliotecas e Bookstagrammers:

Um percurso real e virtual CS28

JOÃO PINTO Pintar como se fotografa. Será possível? CS25

SAÚL NEVES DE JESUS

Qual o valor da arte na filantropia? CS22

JORGE QUEIROZ A formação da cultura portuguesa CS29

MARIA JOÃO NEVES

Ria Formosa: o pulmão azul CS24 e 25

PAULO LARCHER O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA:

D. Sancho I, Rei de Silves CS27

LUÍS DE MENEZES Litografia, no sítio da Cruz da Pedra, norte de Portimão CS26 COBRAMOR A leitura é inútil e o leitor é estúpido CS29

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9.092 exemplares

TRIBUNA PARLAMENTAR Luís Gomes

Deputado do PSD pelo Algarve | OPINIÃO

As últimas palavras, por agora...

Escrevo este artigo, e consequentemente, aproveito a oportunidade para dar a explicação, devida, aos eleitores algarvios. Nunca quis depender da política, porque sempre entendi a mesma como uma missão. Quando José Sócrates instituiu o limite de mandatos, aplaudi. Só tenho pena que a mesma não se tenha estendido aos Deputados, por uma questão de coerência e de princípio.

Nos próximos dias irei suspender o meu mandato de Deputado à Assembleia da República, para assumir funções na área privada. Sempre estudei toda a minha vida para ganhar competências e para nunca depender da política. Por essa circunstância, vou a partir dos próximos dias começar um novo capítulo da minha vida, com novos desafios e com uma enorme vontade de fazer coisas.

Entendo que os políticos devem ter uma base de conhecimento sólida e, respetivamente, devem estar preparados para os desafios do futuro.

Sempre defendi que se deve falar do que se sabe e ter-se ideias próprias para os territórios que estamos a governar ou para os quais trabalhamos.

Os cargos políticos não devem ser um fim para se atingir um deter-

minado status social, mas, como referi anteriormente, um tempo em que damos o nosso contributo à sociedade e a uma determinada comunidade. Em meu entender, esses são pressupostos essenciais e fundamentais para um político ser livre.

de interferir em lobbies e decide na presunção de ter de fazer o que tiver de ser feito. Um político deve ter um programa e concretizar obra para melhorar a vida das pessoas. Infelizmente, nos dias de hoje, aqueles que passam “entre os pingos da chuva” sem obra feita, sem

eleições seguintes. É o que temos… Não sei se consegui ser tudo o que aqui referi. Bem sei, que alguns “espertalhões” virão com a história da dívida de Vila Real sobre a qual podemos discutir esse tema de forma aberta, civilizada e educada. Terei muito gosto. Uma coisa é certa: é impossível entrar no concelho de Vila Real de Santo António, sem nos depararmos com obras executadas pelos executivos que liderei. Honra-me também, no entanto, a circunstância de nunca ter sido acusado, nem condenado por violações do PDM ou por quaisquer outros crimes.

Um político livre tem liberdade para decidir. Um político livre não tem medo de perder, porque o seu posto de trabalho e o seu rendimento não será posto em causa se tal acontecer. Um político independente decide sem ter medo

posições fraturantes ou simplesmente sem posições sobre nada, são aqueles que se vão “safando”. Com umas festinhas e umas caridadezinhas, a coisa vai andando despejando, aqui e ali, mais ilusões aos cidadãos para ganharem as

Escrevi este texto, porque entendo que a nossa região precisa, mais do que nunca, de rasgo, de programa de desenvolvimento. Não precisa de políticos acomodados, de políticos sem ideias, com vontade, apenas, de utilizar o estatuto que a política, transitoriamente, lhe dá. Precisamos que os políticos algarvios não tenham receio das máquinas partidárias de Lisboa e batam o pé. É necessário reivindicar que precisamos de mais saúde, de mais respeito e de mais condições para traçar o nosso próprio caminho. A regionalização é fundamental para concretizar esse desígnio.

lfgomes@psd.parlamento.pt

2 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
Precisamos que os políticos algarvios não tenham receio das máquinas partidárias de Lisboa e batam o pé. É necessário reivindicar que precisamos de mais saúde, de mais respeito e de mais condições para traçar o nosso próprio caminho. A regionalização é fundamental para concretizar esse desígnio
FOTO D.R.

PSP e GNR com cooperação inédita no verão.

Governo elogia “sentido de Estado”

Oministro da Administração Interna elogiou esta quarta-feira GNR e PSP por colocarem

“o sentido de Estado ao serviço do bem-estar” do país ao assinarem um protocolo inédito que estará em vigor este verão. Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação do programa ‘Verão Seguro’, em Faro, José Luís Carneiro deixou uma “palavra de saudação e agradecimento e de elogio à atitude de elevado sentido do serviço público e de sentido de Estado, quer do senhor comandante geral da GNR, senhor general Santos Correia, e também do senhor diretor nacional da PSP, Magina da Silva”. A ambos, acrescentou o governante, é devida “uma palavra de gratidão por colocarem o sentido de Estado ao serviço do bem-estar e de um país pacífico”, operando uma cooperação “que permite que o país continue a estar entre os países mais pacíficos do mundo”. A PSP e GNR assinaram “um

protocolo inédito” que prevê que efetivos de uma das polícias possam atuar na área de competência da outra, devido ao número de turistas esperados no verão, especialmente para a Jornada Mundial da Juventude.

Patrulhamento a cavalo e por bicicleta

Segundo avançou na terça-feira à Lusa o Ministério da Administração Interna (MAI), “o protocolo inédito de cooperação operacional”, assinado na semana passada, vai entrar em vigor na quinta-feira e prolonga-se até 15 de setembro, no âmbito da operação ‘Verão

Seguro’ do Ministério da Administração Interna, a qual prevê o emprego de valências de policiamento de proximidade e visibilidade da GNR e da PSP, nomeadamente no âmbito do patrulhamento a cavalo e do patrulhamento por bicicleta.

Segundo o protocolo, os meios humanos e materiais da polícia

NOTIFICAÇÃO PARA EXERCÍCIO DO DIREITO DE PREFERÊNCIA

Marble Canyon Limited, NIPC: 980.141.680, sociedade com sede em Suite 7B & 8B, 50 Town Range, Gibraltar, Safety Union Worldwide LLC, NIPC: 980.497.558 sociedade com sede em 910 Foulk Road, Suite 201, Wilmington, Estado de Delaware, 19803 Estados Unidos da América e Camlet Investments Limited, NIPC: 980.527.465, sociedade com sede em 40 Craven Street, Londres WC2N 5NG, Reino Unido, na qualidade de proprietárias conjuntas do prédio rústico abaixo identificado, e atenta a impossibilidade de conhecer as identidades e notificar nas suas moradas os actuais efectivos detentores do direito de preferência ou de encontrar o seu paradeiro, vem nos termos e para os efeitos do artigo 1380.o do Código Civil, dar a estes conhecimento, por meio desta publicação, da sua intenção de proceder à respectiva venda, nos termos e condições abaixo descritos:

Imóvel: Prédio Rústico situado em Possilgães, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, composto de terra de cultura e pastagens, com árvores e vinha, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo n.o 3774 e descrito na Conservatória do Registo Predial sob o n.o 2274.

Comprador: Bruno Miguel Contreiras de Brito, NIF: 232.199.701, titular do Cartão de Cidadão n.º 124296424 ZX1, válido até 12.02.2029, solteiro, maior, residente em Faro. Preço de Venda. € 10.000 (dez mil euros), pago integralmente no acto da venda.

Data da compra e venda: Escritura Notarial a outorgar no Cartório Notarial de S. Brás de Alportel no dia 12 de Julho de 2023, pelas 16.30h.

Conforme previsto no artigo 416.o, n.o 2 do Código Civil, o prazo para exercício do direito de preferência é de 8 dias contados da publicação do presente anúncio, devendo qualquer comunicação nesse sentido ser enviada por carta registada com aviso de recepção para a seguinte morada: A/C Rui Sérgio Pião, Rua Ataíde de Oliveira, n.º 57, 8000-222 Faro.

e-mail: rui.piaoadv@gmail.com

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

que reforça ficam sob a direção operacional da força territorialmente competente que é reforçada e atuam na área para a qual foram solicitados. O ministro da Administração Interna destacou que o protocolo permitirá “reforçar o patrulhamento de proximidade e o patrulhamento de visibilidade”, contribuindo para “uma maior visibilidade” das forças de segurança. “Para continuarmos a ser um país pacífico e para continuarmos também a garantir nas perceções dos cidadãos que somos um país pacífico, com uma grande proximidade das forças de segurança em relação aos cidadãos”, prosseguiu José Luís Carneiro. Para já, este protocolo “está pensado para o período de verão”, em que se preveem grandes fluxos populacionais, devido ao turismo e ao regresso dos emigrantes, e deverá repetir-se nos próximos anos pela mesma altura, mas há abertura para ser reativado “sempre que se justifique”, em caso de “momentos específicos” e em função das

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

“necessidades do país”, frisou o ministro. “Fundamentalmente, é neste período do ano que se justifica essa cooperação reforçada, essa cooperação especial”, considerou o governante. Por outro lado, o programa ‘Verão Seguro’, que anualmente se realiza no Algarve, vai ser este ano alargado a Lisboa, Porto e praias com maior pressão turística devido ao aumento de turistas e à Jornada Mundial da Juventude, que se realiza na capital na primeira semana de agosto.

PSP do Algarve não dará reforço à Jornada Mundial da Juventude

“Neste caso, trata-se agora de lançar programas específicos para este período, que é um período bastante exigente. Este ano vai ser muitíssimo exigente, por força da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)”, destacou José Luís Carneiro.

Apesar de cada comando distrital

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 30.05.2023, exarada a folhas 93 e seguinte do competente Livro n.º 231-A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Alfredo Custódio Fernandes, e mulher Maria da Graça Rodrigues Agostinho Fernandes, naturais, ele de Vaqueiros, Alcoutim, e ela de Tavira (Santiago), Tavira, residentes em Luz de Tavira;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico, composto por mato, com a área de 1.160,00 m2, que confronta a norte com Herdeiros de António Joaquim, a sul com Manuel António Teixeira, a nascente com Herdeiros de José Anica Marta e a poente com Herdeiros de Valentim Custódio Henriques, sito em Rocha dos Grifos, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim inscrito na respetiva matriz sob o artigo 227 da secção 115, com o valor patrimonial tributário de 3,54 €;

- tendo alegado para o efeito que o aludido prédio, com a indicada composição e área, chegou à sua posse, em data imprecisa do ano de 1985, já no estado de casados entre si, por doação meramente verbal nunca reduzida a escritura pública, feita pelo tio e pais do justificante marido, respetivamente Manuel Jacinto, solteiro, maior, e Custódio Martins Fernandes e mulher Idalina Maria, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele já falecido, residentes no sítio do Brejo, Luz de Tavira; que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de seres os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele – limpando a terra, dela retirando os respetivos rendimentos –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram este prédio por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 30 de maio de 2023. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 2/2491 (POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

da PSP ter de ceder 20% do seu efetivo para o reforço policial da JMJ, o diretor nacional da PSP, Magina da Silva, revelou que o Comando Distrital de Faro não dará esse reforço.

“Decidi que Faro, o Algarve, atendendo à pressão turística, não dará esse reforço de 20% do seu efetivo, o que corresponde mais ou menos a 160 polícias”, referiu o responsável, durante a sessão de apresentação do ‘Verão Seguro’ realizada hoje na capital algarvia. Na região algarvia, a PSP terá destacadas duas equipas do Corpo de Intervenção, nos concelhos de Portimão e Lagos, prevendo-se ainda um reforço casuístico face a eventos de massas e consoante o nível de risco.

Por seu lado, a GNR vai ter no Algarve, nos meses de verão, dois pelotões de ordem pública posicionados em Vilamoura (Loulé) e Albufeira, mas disponíveis para intervir em toda a região, quatro equipas com cavalos e quatro equipas com cães.

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 28.04.2023, exarada a folhas 59 e seguintes do competente Livro n.º 229-A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Vitorino Rodrigues Gonçalves e mulher Ermelinda Custódio Domingues Gonçalves ambos naturais da Conceição, Tavira, residentes no Sítio da Almiranta, em Tavira;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por terra de pastagem com duas oliveiras, com a área de 2.827,00 m2, que confronta a norte, a sul e a nascente com Manuel Jacinto Agostinho e a poente com Maria Domingas, sito em Botelhas, freguesia de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira, inscrito na matriz, em nome do justificante marido, sob o artigo 26295, com origem no artigo 25475 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com o valor patrimonial tributário de 38,82 €, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira tendo alegado para o efeito o seguinte:

- Que este prédio, com a indicada composição e área, chegou à sua posse já no estado de casados entre si, por compra meramente verbal, em data imprecisa do ano de 1970, e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Gonçalves, também conhecido por Manuel Domingos, e mulher Serafina Maria, já falecidos, residentes que foram no Sítio da Almiranta, Tavira; que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído o mesmo – cultivando-o, amanhando a terra, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram por usucapião o referido imóvel, o que invocam.

Tavira e Cartório, em 28 de abril de 2023. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 1943

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

REGIÃO 3 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023
José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna | FOTO MIGUEL A. LOPES/LUSA
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Município de Loulé vai atribuir chaves do humanismo a André Jordan

- “Com ele todos ganhámos”, disse o presidente Vítor Aleixo

ACâmara Municipal de Loulé vai atribuir as Chaves do Humanismo ao comendador André Jordan, pelo seu exemplo de vida e pela sua ação que desenvolveu como empresário, em prol da qualidade do turismo do Algarve e a sua afirmação no mundo.

Trata-se do mais alto galardão dado pelo município a uma figura pública, e que apenas é atribuído em momentos “raros e excecionais”, a personalidades “excecionais”, revelou o presidente Vítor Aleixo, na cerimónia de inauguração da principal artéria de Vilamoura, com o nome do homenageado. Por motivos de saúde, André Jordan, que não esteve presente, foi representado pelos filhos e família, tendo ficado para uma data a acertar com o homenageado a

outorga da distinção anunciada. Em declarações ao Postal do Algarve, Vítor Aleixo salientou o papel visionário de André Jordan

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS

Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 30.05.2023, exarada a folhas 89 e seguinte do competente Livro n.º 231-A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Idalina da Glória Martins e marido, Virgílio Gonçalves ambos naturais de Cachopo, Tavira, onde residem;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos prédios rústicos a seguir identificados, todos compostos por terra de pastagem, sitos em Garrobo, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:

I) prédio rústico, com a área de 2.180,00 m2, que confronta a norte com Rafael Sebastião, a sul com Domingos Viegas, a nascente com José Francisco e a poente com Manuel Martins, sito em Sobreirinho, Garrobo, Cachopo, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 26619, com o valor patrimonial tributário de 10,03 €;

II) prédio rústico, com a área de 850,00 m2, que confronta a norte com Rafael Sebastião, a sul e poente com José Francisco e a nascente com Manuel Martins, sito no Corgo dos Carvalhos, Garrobo, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 27131, com o valor patrimonial tributário de 2,83 €;

III) prédio rústico, com a área de 800,00 m2, que confronta a norte com Manuel Martins, a sul e nascente com Rafael Sebastião e a poente com José Martins, sito no Corgo dos Carvalhos, Garrobo, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 27138, com o valor patrimonial tributário de 2,83 €; - tendo alegado para o efeito que os aludidos prédios com as indicadas composições e áreas, chegaram à sua posse, em data imprecisa do ano de 1986, por doação meramente verbal nunca reduzida a escritura pública, feita pela mãe da justificante mulher, Maria da Glória Fernandes, no estado de viúva José Martins, já falecida, residente que foi no dito sítio do Garrobo, em Cachopo, Tavira; que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de seres os únicos titulares do direito de propriedade sobre os identificados prédios, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – limpando a terra, nela pastando os animais, dela retirando os respetivos rendimentos –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 30 de maio de 2023. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 2/2487

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

enquanto empresário que soube harmonizar de forma exemplar os interesses económicos com os valores ambientais.

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS

Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

“Todos lhe reconhecemos qualidades invulgares e nós tivemos a oportunidade de o ter em Loulé durante muitos anos, e a sua

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 30.05.2023, exarada a folhas 91 e seguinte do competente Livro n.º 231-A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Maria Deonilde de Jesus Martins Agostinho, e marido Amândio Agostinho naturais, ela de Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, e ele de São Brás de Alportel, onde residem no sítio da Mesquita Alta;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos prédios rústicos a seguir identificados, todos compostos por terra de cultura, sitos na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:

I) prédio rústico, com a área de 980,00 m2, que confronta a norte com Manuel António Carmo, a sul com José Rodrigues Valeira, a nascente com Manuel Francisco e a poente com Avelino Gonçalves, sito em Corgão, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 26836, com o valor patrimonial tributário de 11,56 €;

II) prédio rústico, com a área de 860,00 m2, que confronta a norte com José António Joaquim, a sul com José Rodrigues Valeira, a nascente com Manuel Francisco e a poente com José Candeias, sito em Mourão, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 27250, com o valor patrimonial tributário de 24,43 €; - tendo alegado para o efeito que os aludidos prédios com as indicadas composições e áreas, chegaram à sua posse, em data imprecisa do ano de 1986, já no estado de casados entre si, por doação meramente verbal nunca reduzida a escritura pública, feita pelos pais da justificante mulher, Damião António Martins e mulher Maria da Encarnação de Jesus, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele já falecido, ela residente no dito sítio da Mesquita Alta; que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de seres os únicos titulares do direito de propriedade sobre os identificados prédios, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – limpando a terra, cultivando-a, dela retirando os respetivos rendimentos –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 30 de maio de 2023. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 2/2490

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

influência perdura até aos dias de hoje”, sublinhou o autarca, acrescentando: “se o concelho de Loulé hoje se destaca no contexto da atividade turística do país, sendo dos primeiros destinos com a marca de qualidade, tudo isto se deve ao Comendador André Jordan”.

Os projetos da Quinta do Lago e a expansão para poente do projeto de Vilamoura XXI, foram abra da sua capacidade de entender o futuro, conjugando a atividade económica com o ambiente: “Ele foi o homem da sustentabilidade avant la lettre, como se diz”, afirmou Vítor Aleixo frisando que isso aconteceu “quando nem se falava nesses conceitos mas ele já os praticava, o que demonstra bem a visão e quão à frente este senhor esteve no seu tempo”.

“Com ele todos ganhámos”, concluiu o autarca.

BRUNO FILIPE

TORRES

MARCOS

NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 24.04.2023, exarada a folhas 7 e seguinte do competente Livro n.º 229-A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Joaquim Fausto Correia Vargues, e mulher Maria Odília de Jesus Matias Correia Vargues, ambos naturais de Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, residentes em Tavira;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, composto por garagem de um piso, com duas divisões e logradouro, destinado a estacionamento coberto e fechado, com a área total de 147,00 m2, sendo de 39,00 m2 a área coberta e de 108,00 m2 a área descoberta, que confronta a norte com Jaime Santos Mendes, a sul com Rua Luís de Camões, a nascente com Joaquim Fausto Correia Vargues e a poente com Escola n.º 1, sito na Rua Luís de Camões, Horta de São Francisco, freguesia de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira, inscrito na respetiva matriz, em seu nome, sob o artigo 3376, que teve origem no artigo 3982 da extinta freguesia de Tavira (Santiago), com o valor patrimonial tributário de 11.050,00 €, igual ao atribuído para efeitos deste ato, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira; tendo alegado para o efeito o seguinte:

- Que o terreno onde se encontra implementado o mencionado prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse por compra meramente verbal, em data imprecisa do ano de 1986, e nunca reduzida a escritura pública, feita a Maria Amália Ribeiro de Sousa Larcher, casada com João Carlos Kruss Gomes, residente que foi em Tavira e a Maria de Lurdes Ribeiro de Sousa Larcher de Jesus e marido Carlos Alberto de Jesus, residentes que foram em Tavira, tendo mais tarde, em 1989, construído o edifício que compõe este prédio; que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído o mesmo – utilizando a garagem para arrumos e parqueamento do carro, demarcando o logradouro do imóvel e efetuando a sua limpeza, suportando os encargos ou despesas com a manutenção do edifício e ainda pagando contribuições e impostos devidos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 24 de abril de 2023.

O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 2/1868 (POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

4 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
FOTO D.R.
Notário CARTÓRIO
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alvo de negligência e abandono no Hospital de Faro

Nathalia Macagnan, de Vila Real de Santo António, filha de uma mulher que faleceu no hospital de Faro, vítima de doença oncológica, acusa a instituição de negligência e abandono. Num vídeo partilhado nas redes sociais a mulher conta a experiência do último mês de vida da mãe.

“A minha mãe deu entrada no hospital de Faro no dia 2 de maio e faleceu lá no dia 26 de maio”, começa por relatar Nathalia explicando que: “ela chegou ao hospital com a indicação que teria uma doença hepática grave. Deu entrada nas urgências com sintomas já bastante agressivos, mas ainda não tinha diagnóstico. Tinha feito uma ressonância magnética noutro hospital e carecia de outros meios de diagnóstico. Mesmo assim, foi deixada no corredor das urgências. Quando foi transferida foi para o serviço de gastrenterologia e deixada novamente no corredor. Nas urgências foram seis dias e em gastrenterologia foram mais uns dias até lhe conseguirem uma cama. Neste entretanto todo, a minha mãe fez uma biópsia no dia 15, da qual ain-

da não temos o resultado”. A filha conta que a mãe faleceu sem saber o que a matou, “nós [família] não sabemos o que é que ela tinha, sabemos que era oncológico. Apesar dos médicos terem certeza que era uma doença oncológica ela esteve internada em gastrenterologia, sabe-se lá Deus porquê, visto não ser o serviço indicado para uma pessoa com cancro”.

Várias situações anómalas ocorreram

Nathalia acusa o hospital de variadas más práticas: “a minha mãe fez umas análises num domingo e só na terça-feira é que lhe fizeram uma transfusão de sangue porque perceberam que ela tinha uma anemia grave; esperou dias por um resultado de uma TAC; fez uma biópsia há um mês e ainda não sabemos o resultado; com tanta medicação estava a ter alucinações, ainda assim entenderam que deviam debater com ela procedimentos e assuntos [médicos] sem a presença da família; foi-lhe dito apenas a ela que já não teria tratamento possível, fosse o que fosse que ela tivesse. Nós [família]

fomos excluídos dessa conversa. Eu só soube posteriormente, já ela tinha falecido”, “Roubaram-nos a possibilidade de nos despedirmos dela”

“Não bastava a falta de dignidade com que foi tratada no internamento daquele hospital ainda nos roubaram a possibilidade de nos despedirmos dela” refere a filha. A mulher conta que “quando foi transferida, finalmente, para os cuidados paliativos, no dia 25 de maio, 16 horas sensivelmente antes de falecer, perguntámos o horário das visitas. Disseram-nos que era das 10 às 20. O que é mentira. Quem já passou por uma situação destas sabe que um doente em cuidados paliativos tem o direito de: a qualquer hora poder estar com a família. Esse direito foi-nos roubado. Não sei porquê.

Eu perguntei e ninguém me respondeu”.

“A minha mãe esteve em agonia a manhã inteira no dia em que faleceu. A família não teve conhecimento. O hospital não nos contactou, não nos avisaram para nos irmos despedir dela. Disseram, inclusive, que não tinham os nossos números de telemóvel, embora também isso seja mentira. Em duas situações diferentes nós perguntámos se eles tinham os contactos e numa dessas ocasiões eles telefonaram-me a questionar o porquê de eu querer os processos da minha mãe. Aí já lhes interessava ter o meu número”, ironiza Nathalia.

mesmo, mas podia ter tido mais tempo para lutar. Todo o tempo quando é para um ente querido nosso conta. Ela não teve oportunidade de lutar porque não teve esse tempo. Esperou e esperou e esperou até morrer. Abandonada dias a fio num corredor e depois abandonada num serviço que não era o mais indicado para a doença dela”.

A mãe morreu praticamente sozinha

A filha lamenta que a mãe tenha passado a manhã com uma pessoa desconhecida, “eu não sei quem é. Nunca o vimos. Não sei qual é a sua função no hospital e é isso que eles [hospital] querem que nós tenhamos como consolo.

Todo o tempo que a minha mãe esperou roubou-lhe tempo de vida. O desfecho podia ter sido o

“Roubaram-nos a despedida, roubaram-lhe a dignidade na morte. A minha mãe morreu praticamente sozinha. O meu irmão chegou lá por milagre nos últimos 10 minutos da vida dela. O que nos roubaram não tem preço. Muitas e muitas pessoas têm passado por esta situação. Infelizmente, não fomos os primeiros e cheiram-me que não vamos ser os últimos. Muitos filhos, pais, avós estão a morrer nos hospitais, mais especificamente no hospital de Faro por: negligência, abandono, falta de meios, falta de investimentos no SNS. Isso tem que ter um fim”, conclui.

5 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023 FOTO DR
“Ela não teve oportunidade de lutar”
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Filha queixa-se que falecida mãe foi

breves

Associação de Paralisia Cerebral promove arraial solidário

Associação algarvia contesta central fotovoltaica de Estoi por afetar biodiversidade

A associação de defesa do ambiente Pró Barrocal Algarvio (Probaal) contestou esta terça-feira o projeto da instalação da central fotovoltaica de Estoi, no Algarve, ao prever a instalação de 175.798 painéis solares numa das zonas mais ricas em biodiversidade da região

Os ambientalistas argumentam que a central fotovoltaica vai afetar a zona de infiltração máxima do aquífero Peral/ Moncarapacho, devido à necessidade de escavar, retirar pedras e erradicar matos, “destruindo o que permite que a água que corre para aquele vale se infiltre no aquífero”. Além do aquífero, a associação sustenta que a instalação da central afetará "várias espécies protegidas de fauna e flora que ali (ainda) se encontram", numa área de Reserva Ecológica Nacional (REN) e de Reserva Agrícola Nacional (RAN).

“Precisamos de energia, mas precisamos, mais ainda, de água. E toda a energia do mundo não nos vai dar a água que

precisamos”, aponta, considerando que a decisão de instalar a central numa zona de REN e RAN que é zona de infiltração máxima de um aquífero, está associada a "puras decisões de gestão”. Ao mesmo tempo, adiantam os ambientalistas, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) “é pródigo em ocultações e estranhas confissões”.

O projeto promovido pela Iberdrola Renewables Portugal, cuja Avaliação de Impacto Ambiental se encontra em consulta pública até ao dia 20 de julho, compreende uma área de 154.000 hectares, abrangendo os concelhos de Faro, Tavira, São Brás de Alportel e Olhão. De acordo com a informação disponível no portal Participa,

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS

Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

a Iberdrola estima que a central fotovoltaica produza uma média anual de cerca de 144 GWh (Gigawatt-hora), sendo a energia gerada coletada numa subestação própria, da qual partirá uma linha área para a subestação de Estoi.

O Projeto da linha elétrica terá uma extensão estimada de cerca de 6,5 quilómetros (Km), distribuída por 21 apoios, ligando a subestação a construir no concelho de Tavira e a de Estoi, da Rede Elétrica Nacional, no concelho de Faro.

De acordo como o promotor, a configuração e localização da central fotovoltaica de Estoi assentou num estudo técnico preliminar de grandes condicionantes num raio de 15 km, desde

a Subestação de Estoi, resultando numa otimização sucessiva de soluções com vista a garantir a máxima eficiência da exploração e os menores impactes ambientais e económicos.

A empresa sustenta que as soluções de desenho e técnicas permitem reduzir as necessidades de área a ocupar para assegurar a ligação, a utilização de equipamentos de montagem fácil e rápida, minimiza tanto quanto possível os impactes, possuindo baixas necessidades de manutenção.

Ao mesmo tempo que a configuração do projeto está adaptada às condições naturais do terreno, as áreas de impermeabilização foram reduzidas ao necessário para a instalação de todas as infraestruturas.

A otimização do traçado da linha elétrica permite reduzir a extensão ao ponto de ligação, minimizando os impactes e aproveitando o paralelismo a infraestruturas similares já existentes. A Iberdrola refere ainda que o projeto é pioneiro na região do Algarve, por contar com o armazenamento de energia solar produzida em baterias.

A Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APPC) de Faro vai realizar na próxima quinta-feira a 10ª edição do seu arraial solidário. Este ano, o evento visa angariar fundos para aquisição de uma viatura para transporte dos utentes, já que a frota se encontra envelhecida. A iniciativa, que se realiza na sede da instituição, é aberta a toda a comunidade por cinco euros, com direito a jantar e animação musical.

Roubos e furto em Vilamoura

A GNR de Loulé deteve, esta segunda-feira, um homem de 20 anos por roubos e furto em estabelecimentos, em Vilamoura. A investigação por crimes de roubos em estabelecimentos, com recurso a arma branca em Vilamoura, decorreu durante dez meses. As autoridades apreenderam 15 doses de cocaína, uma faca tática, um passa montanhas, um telemóvel, artigos de vestuário e uma bolsa e 720 euros em numerário

Tráfico: detidos em Faro e Olhão

A PSP deteve seis homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 21 e os 51 anos, e constituiu como arguidos outros quatro homens. Todos estão indiciados pela prática do crime de tráfico de estupefacientes. As detenções sucederam na sequência de uma investigação desenvolvida ao longo dos últimos meses pela Esquadra de Investigação Criminal de Faro. Nos dias 12 e 13 de junho foram cumpridos nove mandados de busca. As autoridades apreenderam 289 doses de cocaína, 202 doses de haxixe, 11 doses de MDMA, 5 doses de heroína. Foi também apreendido material de preparação, pesagem e acondicionamento de produto estupefaciente, 26 telemóveis, 3 aerossóis de defesa pessoal, 7 armas brancas e 8485,55 euros.

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS

Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 12.05.2023, exarada a folhas 43 e seguintes do competente Livro n.º 230-A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Isabel Estrelinha de Campos Pereira Martins, e marido Avelino da Conceição Martins, ambos naturais de Tavira (Santa Maria), Tavira, residentes em Curral dos Boieiros, Tavira;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, com exclusão de outrem, dos prédios rústicos, a seguir identificados, sitos na freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:

- I: prédio rústico, composto por terra de pastagem, com a área de 550,00 m2, que confronta a norte com José Pereira, a sul com Francisco José Gonçalves e Francisco Gonçalves, a nascente com Manuel Campos “Sargento” e a poente com João Fernandes, sito no Corgo da Madruga, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 11359, que teve origem no artigo 11275 da extinta freguesia de Conceição, com o valor patrimonial tributário de 2,83 €;

-

II: prédio rústico, composto por terra de cultura com diverso arvoredo, com a área de 9.360,00 m2, que confronta a norte com Francisco Pereira da Conceição, a sul com José Campos e Francisco Pereira da Conceição, a nascente com ribeiro e a poente com limite da freguesia, no Sítio da Cegonha, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10787, que teve origem no artigo 10703 da extinta freguesia de Conceição, com o valor patrimonial tributário de 330,28 €; tendo alegado para o efeito o seguinte:

- Que os identificados prédios com as indicadas composições e áreas, chegaram à sua posse, já no estado de casados entre si, do seguinte modo: a) o prédio identificado em I em data imprecisa do ano 2000, por partilha meramente verbal com os demais herdeiros, nunca reduzida a escritura pública, por óbito do pai da justificante mulher, Francisco Pereira da Conceição, casado com Maria Gertrudes de Campos, sob o regime da comunhão geral de bens, residente que foi no sítio da Daroeira, Conceição, Tavira; b) o prédio identificado em II, em data imprecisa do ano de 1990, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Pereira, já falecido, viúvo, residente que foi em Curral de Boieiros, em Tavira;

- Que, porém, desde aqueles anos, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre os identificados prédios, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – limpando a terra, nela pastando os animais, e dela retirando os respetivos rendimentos, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referidos prédios por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 12 de maio de 2023. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 2179

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 05.06.2023, exarada a folhas 28 e seguintes do competente Livro n.º 232-A do Cartório Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Luís Manuel Vargues Silvestre, casado, natural da freguesia de Tavira (Santa Maria), Tavira, residente em Tavira; e

- Luísa Maria Vargues Silvestre Beirão dos Santos viúva, natural de Tavira (Santa Maria), Tavira, residente em Santa Bárbara de Nexe;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, em comum e sem determinação de parte ou direito e com exclusão de outrem, do prédio urbano composto por edifício térreo, sobrado e quintal, com a área total de 114,77 m2, sendo a área coberta de 66,27 m2 e a descoberta de 48,40 m2, sito no Largo ou Alto de São Brás, n.º 14, freguesia de Tavira (Santa Maria e Santiago), cidade e concelho de Tavira descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número cinco mil setecentos e quarenta e três, da freguesia de Tavira (Santa Maria), onde se encontra registada a aquisição a favor de Inocência do Carmo Feria pela apresentação três, do dia vinte e seis de junho de mil novecentos e vinte e dois, inscrito na respetiva matriz em nome da herança de Maria do Carmo Inocência Vargues Silvestre, sob o artigo 2884, que teve origem no artigo 2635 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com o valor patrimonial tributário de 76.317,85 €; tendo alegado para o efeito o seguinte:

- Que este prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse por sucessão por óbito dos pais dos justificantes, Irmegénio Pedro Silvestre e de Maria do Carmo Inocência Vargues, os quais por sua vez, o adquiriram à dita titular inscrita Inocência do Carmo Feria, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, no início da década de cinquenta do século passado, em data que não sabem precisar; pelo que, justificam o referido imóvel, porquanto há mais de vinte anos primeiro os referidos Irmegénio Pedro Silvestre e Maria do Carmo Inocência Vargues, e depois eles, por sucessão na posse que aqueles já vinham exercendo, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de, primeiro os falecidos e depois eles, serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o prédio atrás identificado, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – habitando-o, dando de arrendamento, demarcando o quintal e efetuando a sua limpeza, fazendo obras de reparação, suportando os encargos ou despesas com a manutenção do edifício e ainda pagando contribuições e impostos devidos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 05 de junho de 2023. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 2601

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

6 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
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18h30 Sessão de Abertura presidida pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Albufeira

19h00 Abertura do Salão de Exposições: Caça, Pesca, Turismo, Natureza, Produtos da Terra, Máquinas Agrícolas, Gastronomia, Exposição de Animais e Aves Exóticos

19h30 Preparação e Prova de Cataplana

21h00 Espetáculo Equestre “Algarve Equestre”

22h00 Atuação Pequenos e Grandes Artistas Locais

23h00 Concerto – D.A.M.A.

24h00 Encerramento do Salão de Exposições

02h00 Encerramento do Recinto da Feira

Mais Acontecimentos

• Demonstrações de várias atividades equestres a decorrerem no picadeiro;

• Demonstração de cachorros de caça com coelho;

• Mostra das Raças Autóctones Algarvias e exposição de outras raças exóticas;

• Demonstração de Falcoaria.

Mais Informações

Dirija-se ao Stand da PSP para Concessão ou Renovação da Licença de Uso e Porte de Arma, autorização de compra de armas bem como outros assuntos, que serão tratados na hora.

Gastronomia, Animação, Exposição de Animais, Atividades Equestres, Cinotecnia, Artesanato e muito mais...

07h00 Final do Campeonato Regional de Stº. Huberto e 4ª Taça “José Maria Seromenho”, na Zona de Caça Municipal de Albufeira

09h30 3ª Taça de Dressage – Cidade de Albufeira

10h00 Prova de Competência de Tiro aos Pratos “Cidade de Albufeira” – Campo de Tiro de Paderne

10h30 Assembleia Geral da Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses – Auditório Municipal

11h00 Abertura do recinto exterior da Feira

Concurso de Mel do Algarve

XXVIII Concurso Nacional de Ovinos da Raça Churra Algarvia

11h30 Exposição de Cães e Matilhas

15h00 Abertura do Salão de Exposições

Concurso de Matilhas – 11º Troféu Duarte Rosa

16h00 25º Concurso de Cães

17h00 Apresentação do Museu Submerso Art Reef Vhils EDP Batismo Equestre

17h30 Demonstração de Prática de Pesca Desportiva – Aquário

18h00 Demonstração da Força Destacada da Unidade Especial da Polícia Grupo Operacional Cinotécnico

19h00 Demonstração de Cães de Parar

21h00 Gala Equestre “Lusitana Paixão” por Lusitanus Miranda Arte Equestre

22h00 Artistas locais Participantes em Televisão

23h00 Concerto MIGUEL GAMEIRO e POLO NORTE

24h00 Encerramento do Salão de Exposições

02h00 Encerramento do Recinto da Feira

05h00 Convívio de Pesca de Alto Mar – Concentração Marina de Albufeira

09h30 Colóquio - “A Gestão Cinegética e as Alterações Climáticas” – Auditório Municipal

11h00 Abertura da Feira e do Salão de Exposições Exposição de Cães e Matilhas

16h00 Visita à Feira pelas Entidades Oficiais

16h30 Demonstração de Equitação de Trabalho

18h00 Demonstração Cinotécnica – Guarda Nacional Republicana Comando Territorial de Faro Batismos Equestres

19h00 Demonstração de Cães de Parar

21h00 Encerramento do Salão de Exposição

Sessão de Encerramento presidida pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Albufeira

Artistas locais Banda Dalila / Duo 64

22h00 Concerto NÉMANUS

01h00 Encerramento do Recinto da Feira

7 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023
Sexta Feira 7 de julho Domingo 9 de julho Sábado 8 de julho

“Precisamos de pessoas qualificadas para termos um desenvolvimento sustentável”

Milhões de pessoas visitam o Algarve todo o ano. Procuram o sol, a praia e a boa comida, e o setor do turismo e da restauração são reforçados com milhares de trabalhadores, e muitos deles têm de se contentar com contratos a termo e precários. Mas o Algarve é muito mais do que um ‘pacote turístico’ e quer apostar em outros ramos de atividades, e com recursos humanos de excelência. “Temos de diversificar a nossa economia e apostar na qualificação e formação profissional”, começa por destacar ao POSTAL a delegada regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Os desafios são muitos e o Algarve não quer perder a corrida, isto num período em que as mudanças são cada vez mais rápidas e radicais. “O Algarve não é só restauração e hotelaria. A formação profissional tem de adaptar-se às necessidades atuais e futuras, resultantes da evolução e das alterações do mercado de trabalho”, salienta Madalena Feu, adiantando que é preciso encontrar respostas para a época baixa.

“Não conseguindo os empregadores garantir postos de trabalho a tempo inteiro durante todo o ano, faz com que haja um número elevado, e maior que a média nacional, de contratos a prazo, sazonais e precários. É por isso que se torna vital diversificar a nossa economia”, garante a responsável do IEFP, confirmando que as empresas e entidades têm consciência dessa realidade. “Não queremos matar a “galinha dos ovos de ouro”, que é o turismo, e que muito tem contribuído para a economia

do país, mas temos de encontrar também outras respostas”. E para que tal realidade seja possível, tem de haver vontade do setor empresarial e a aposta numa mão-de-obra cada vez mais capaz. “Precisamos de pessoas qualificadas, com as competências necessárias e ajustadas às necessidades do mercado, para garantirmos o desenvolvimento sustentável da nossa economia, daí ser tão importante apostar na formação profissional. Só assim podemos colher frutos no futuro”, conta a responsável do IEFP no Algarve. Mas o problema não é só a qualidade, mas também a quantidade. “O Algarve tem falta de recursos humanos, apesar dos últimos censos evidenciarem o aumento da população na região. Mas este aumento aconteceu à custa da população mais idosa e também dos últimos fluxos migratórios para a nossa região, que vieram à procura de melhores condições de vida, designadamente de cidadãos estrangeiros

de países terceiros. E precisamos destas pessoas, porque apenas com os recursos humanos da região não se consegue responder às necessidades de mão de obra e à diversificação e crescimento da economia regional”.

E para Madalena Feu todos têm respondido ao desafio: as empresas, os jovens, aqueles que têm estado no desemprego e até mesmo trabalhadores que estão no ativo, mas que querem melhorar as suas competências. “É preciso investir não só na formação inicial dos jovens e dos migrantes, dando-lhes as competências necessárias para se ajustarem ao mercado de trabalho, mas também reconverter aqueles que já não querem estar no setor do turismo, ou em qualquer outro setor, mas sim em outras atividades profissionais. Temos de qualificar e requalificar para novos empregos, mas também melhorar e desenvolver novas competências para manter postos de trabalho”.

Segundo a delegada regional do IEFP, todos têm a ganhar com esta aposta no futuro.

“Quanto mais qualificados forem os trabalhadores de uma empresa, mais fácil é garantir os parâmetros de qualidade e de excelência nos resultados. A formação não deve ser vista como um custo para a empresa, mais sim como um investimento”.

8 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
Texto JOÃO TAVARES
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
FOTOS DR Madalena Feu, delegada regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional no Algarve

Algarve tem 11 instituições de ensino superior

Odistrito de Faro conta com 11 instituições de ensino superior, sendo apenas duas privadas. A região do Algarve oferece ao universo estudantil um total de 199 cursos, que se distribuem pelas mais variadas graduações: cursos técnicos superiores profissionais, licenciatura, mestrado, mestrado integrado e doutoramento. Os dados são da Direção Geral do Ensino Superior. JT

FACULDADES E VAGAS

Faculdade de Ciências Humanas e Sociais: 208

Faculdade de Ciências e Tecnologia: 399

Faculdade de Economia: 127

Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas: 53

Escola Superior de Educação e Comunicação: 217

Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo: 248

Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (Portimão): 91

Escola Superior de Saúde: 171

Instituto Superior de Engenharia: 102

Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes: Não revelado

Escola Superior de Saúde Jean Piaget do Algarve: Não revelado

É preciso apostar na transformação digital

AUnião Europeia promove em 2023 o Ano Europeu das Competências. O Postal do Algarve desafiou a diretora regional do IEFP a enumerar as áreas em que é preciso apostar no imediato.

“O Algarve tem condições para não ser apenas restauração e hotelaria. A estratégia de desenvolvimento regional para uma especialização inteligente, sustentável e inclusiva do Algarve, a designada RIS 3, identifica os diversos setores em que é neces-

sário apostar. Considero que, no presente, uma das áreas mais urgentes é a que está relacionada com a transição digital, pois temos de acompanhar esta importante mudança decorrente da inovação tecnológica. E o digital é transversal a todas as atividades profissionais, bem como também “mexe” com a vida das pessoas. É preciso prevenir a possível exclusão social, que daí poderá advir”. Mas há outros. “Áreas profissionais relacionadas com a economia do mar e economia verde, com a transição energética e ambiental,

bem como tudo o que tenha a ver com os setores da saúde e bem-estar e social. Todos estes setores podem ajudar a encontrar outros focos de desenvolvimento na região”.

E esta necessidade de apostar na qualificação e requalificação tem levado a que haja uma procura cada vez maior no IEFP. “Fazemos muita formação em línguas estrangeiras, em especial no inglês, francês, alemão e espanhol, mas também em língua portuguesa dirigida a estrangeiros (Português Língua de Acolhimento), o que é

muito necessário na nossa região, bem como permitirá aos cidadãos estrangeiros uma melhor integração social e profissional. Mas há outras áreas em que temos vindo a apostar, designadamente as áreas digitais, de multimédia, de marketing digital e comércio eletrónico”. Mas também o setor empresarial sente a necessidade de evoluir. “Apostamos cada vez mais na formação dirigida aos ativos das empresas. Esse número tem aumentado. Muitas empresas procuram-nos de modo a realizarmos ações de formação nas áreas ajus-

“Faltam graus intermédios no Algarve”

Énas escolas que os jovens acabam por fazer as primeiras escolhas antes de entrarem no mercado de trabalho.

Uma das primeiras, é a via a seguir até ao primeiro emprego.

“Muitos pais ainda têm o ensino superior como uma bandeira, têm aquela ideia de que os filhos têm de ser doutores”, começa por contar Madalena Feu, realçando a necessidade de apostar “na formação profissional, como uma alternativa de excelente qualidade, que permitirá o acesso mais rápido ao mercado de trabalho, mas que também permitirá prosseguir estudos, caso essa venha a ser a vontade de cada pessoa”.

“O mercado de trabalho no Algarve precisa de jovens (e adultos) com estudos superiores, mas também tem muita falta de trabalhadores com qualificações de nível intermédio. Falo de qualificações de

nível 4 e 5. E temos um número significativo de jovens, que terminam ou abandonam previamente a sua escolaridade obrigatória e não prosseguem estudos. Havendo falta de mão de obra em áreas profissionais

tadas às suas necessidades, por norma de curta duração, em que podem melhorar as competências dos seus trabalhadores”, garante Madalena Feu. JT

de nível intermédio, considero ser muito importante intervir a este nível”, acrescenta.

E a formação aproxima de imediato os formandos do mundo laboral. “A vantagem da qualificação profissional é que muita dessa formação implica um estágio com uma carga horária elevada numa empresa. A maior parte desses jovens ficam a trabalhar nas empresas onde estagiam ou vão para outras”, conta a diretora regional, avançando ainda que tem muitas empresas a trabalhar em parceria com o IEFP. JT

9 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023 E ENSINO SUPERIOR
Madalena Feu | FOTO DR Madalena Feu | FOTO DR FOTOS
DR

Quais os perfis das universidades e faculdades em Portugal?

Em Portugal, existem vários perfis de universidades e faculdades, que variam de acordo com a sua especialização, tamanho, localização e reputação.

Embora seja difícil categorizá-las de maneira exaustiva, aqui estão alguns perfis comuns encontrados no sistema de ensino superior português:

➡ Universidades tradicionais: são instituições de ensino superior abrangentes que oferecem uma ampla gama de programas

académicos em diversas áreas, incluindo ciências, humanidades, engenharia, medicina, direito, economia, entre outras. Alguns exemplos são a Universidade de Lisboa, a Universidade do Porto, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro e a Universidade do Algarve.

➡ Politécnicos: são instituições de ensino superior mais focadas na formação prática e profissional, oferecendo cursos voltados para áreas como tecnologia, gestão, design, turismo, saúde e educação. Os institutos politécnicos são conhecidos por fornecerem uma formação mais direcionada ao mer-

cado de trabalho. São exemplos o Instituto Politécnico de Lisboa, o Instituto Politécnico do Porto e o Instituto Politécnico de Leiria.

➡ Institutos especializados: são instituições especializadas em áreas específicas do conhecimento, como artes, música, dança, teatro, belas-artes, desporto e outras disciplinas criativas. Essas instituições oferecem programas altamente especializados e práticos. Exemplos incluem a Escola Superior de Música de Lisboa, a Escola Superior de Dança e o Instituto Politécnico de Setúbal.

➡ Universidades privadas: além das

universidades e politécnicos públicos, Portugal também possui várias universidades privadas. Essas instituições oferecem uma variedade de cursos académicos em diferentes áreas. São exemplos a Universidade Católica Portuguesa, a Universidade Lusófona e a Universidade Europeia.

Cada universidade ou faculdade pode ter a sua própria identidade, perfil e áreas de especialização, portanto, é aconselhável pesquisar cada instituição individualmente para obter informações mais detalhadas sobre os seus programas e características específicas.

Guias de admissão ao Ensino Superior

Ao candidatar-se a uma universidade ou faculdade em Portugal, é importante seguir os guias de admissão específicos de cada instituição. Embora se possa fornecer uma visão geral dos processos de admissão comuns, é crucial consultar os sites oficiais das universidades e faculdades desejadas para obter informações atualizadas e detalhadas sobre os requisitos e procedimentos específicos. Aqui estão alguns pontos gerais a serem considerados:

➡ Escolha do curso e da instituição: pesquise e identifique o curso e a instituição em que deseja candidatar-se. Verifique os requisitos específicos para cada curso, como

notas mínimas exigidas, pré-requisitos e habilidades necessárias.

➡ Candidatura online: a maioria das universidades em Portugal permite que os candidatos se inscrevam online através do portal de candidaturas disponibilizado pela instituição. Verifique as datas de abertura e encerramento das candidaturas, que podem variar de acordo com a instituição e o curso.

➡ Documentação: prepare os documentos necessários para a sua candidatura, que podem incluir formulários de inscrição preenchidos, histórico escolar, certificados de conclusão de estudos anteriores, currícu-

lo vitae, carta de motivação e documentos de identificação, como passaporte ou cartão de cidadão.

➡ Provas de acesso: alguns cursos em Portugal requerem a realização de provas de acesso, como exames nacionais ou específicos da área de estudo. Verifique os requisitos do curso escolhido e as datas das provas de acesso, se aplicável.

➡ Classificação e seleção: após o período de inscrição, os candidatos serão classificados de acordo com os critérios estabelecidos pela instituição. Isso pode envolver a ponderação das notas obtidas nos exames nacionais, exames específicos, média do

histórico escolar e outros fatores relevantes.

➡ Resultados e matrícula: as instituições enviarão os resultados das candidaturas aos candidatos, geralmente através do portal online. Se for aceite, siga as instruções para a matrícula, que podem incluir a apresentação de documentos adicionais e o pagamento de taxas académicas.

É importante lembrar que cada instituição pode ter requisitos e processos de admissão específicos, portanto, é essencial consultar as informações fornecidas por cada universidade ou faculdade nos respetivos sites, onde encontrará guias detalhados e atualizados sobre o processo de admissão.

10 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR
11 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023 FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR O mundo sou eu que o faço Inscrições Abertas Olhão Creche - Jardim de Infância 1º , 2º e 3º Ciclos - Cambridge 289 701 021

Dicas de estudo para os alunos

Para que tudo seja mais fácil, aqui ficam algumas dicas de estudo para os estudantes do ensino superior:

➡ Organização: crie um plano de estudo semanal ou mensal para organizar as suas tarefas académicas, incluindo prazos, trabalhos, leituras e preparação para os exames. Use uma agenda ou uma aplicação de planeamento para ajudá-lo a acompanhar as suas obrigações e distribuir o seu tempo de forma eficiente.

➡ Gerenciamento do tempo: estabeleça prioridades e aloque tempo adequado para cada tarefa. Evite deixar tudo para a última hora. Divida o seu tempo de estudo em sessões menores e regulares, em vez de longas sessões de estudo intensivo. Descanse e faça

pausas regulares para manter a concentração e o desempenho.

➡ Ambiente de estudo adequado: encontre um local tranquilo e livre de distrações para estudar. Pode ser em casa, na biblioteca da universidade ou em cafés silenciosos. Certifique-se de ter todos os materiais necessários ao seu alcance, como livros, anotações e recursos digitais.

➡ Participação ativa nas aulas: esteja presente e envolvido nas aulas. Faça anotações, faça perguntas e participe nas discussões, o que vai ajudá-lo a consolidar o conhecimento e a compreender os conceitos com mais profundidade. Rever as anotações após as aulas também pode ser útil para reforçar a aprendizagem.

➡ Trabalho em grupo: participe de grupos

de estudo ou forme grupos com os seus colegas. Discutir e trocar ideias com os outros pode ajudar a esclarecer dúvidas, abordar diferentes perspetivas e compartilhar conhecimentos. Além disso, explicar conceitos aos outros é uma ótima maneira de reforçar o seu próprio entendimento.

➡ Recursos adicionais: além das aulas, explore outros recursos de aprendizagem, como livros didáticos, artigos académicos, materiais online, tutoriais em vídeo e palestras. Aproveite a biblioteca da universidade e as plataformas digitais para aceder a uma ampla gama de recursos relevantes para o seu curso.

➡ Autocuidado: cuide da sua saúde física e mental. Tenha uma alimentação variada, durma o suficiente e faça exercícios físicos regularmente. Reserve algum tempo para

atividades de lazer e relaxamento, como hobbies, leitura recreativa ou meditação. O equilíbrio entre o estudo e o autocuidado é essencial para um bom desempenho académico.

➡ Aproveite o apoio disponível: procure apoio académico e orientação sempre que necessário. As universidades geralmente têm serviços de apoio ao estudante, como tutores, orientadores académicos ou centros de aprendizagem, que podem auxiliá-lo em dificuldades específicas.

Lembre-se de que cada pessoa tem o seu próprio estilo de aprendizagem, portanto, experimente diferentes técnicas e estratégias para descobrir o que funciona melhor consigo. Adaptar-se e ajustar as suas práticas de estudo ao longo do tempo é fundamental para obter sucesso académico.

Bolsas de estudo e financiamento

Existem várias opções de bolsas de estudo e financiamento disponíveis a estudantes do ensino superior. Enumeramos algumas das principais opções:

➡ Bolsa de Ação Social: o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal oferece Bolsas de Ação Social, também conhecidas como Bolsas de Estudo do Ensino Superior, a estudantes com dificuldades financeiras. Estas bolsas são baseadas em critérios socioeconómicos e podem suportar despesas como propinas, alojamento e alimentação.

➡ Bolsa de Mérito: além das bolsas de ação social, algumas instituições de ensino superior em Portugal oferecem Bolsas de Mérito aos estudantes com excelente desempenho académico. Estas bolsas podem variar em termos de critérios de elegibilidade e valores concedidos, e são geralmente concedidas com base no mérito académico.

➡ Programa +Superior: é um programa de bolsas de estudo destinado a estudantes matriculados em cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP), cursos de especialização tecnológica (CET) ou licenciaturas em instituições de ensino superior politécnico. Estas bolsas desti-

nam-se a apoiar estudantes em situação de carência económica.

➡ Programa Erasmus+: os estudantes de ensino superior em Portugal também podem beneficiar do Programa Erasmus+. Este programa oferece a oportunidade de estudar em instituições de ensino superior em outros países europeus, proporcionando subsídios para pagar as despesas de estadia e estudo durante o período de mobilidade.

➡ Empréstimos para estudantes: além das bolsas de estudo, algumas instituições bancárias em Portugal oferecem empréstimos educacionais específicos

para estudantes universitários. Estes empréstimos podem ajudar a suportar as despesas relacionadas com os estudos, como propinas e custos de vida. Informe-se com os bancos locais sobre as opções disponíveis.

É importante ressaltar que os critérios de elegibilidade, os prazos de candidatura e os valores das bolsas de estudo podem variar entre as diferentes instituições e programas. O aluno deve entrar em contato com a instituição de ensino superior desejada e verificar as opções disponíveis, bem como acompanhar os anúncios e informações fornecidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal.

12 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR

Acesso ao ensino superior com mais 21 mil vagas em concursos e regimes especiais

GREEN SKILLS & JOBS: o apoio que faz avançar

A SUA EMPRESA ESTÁ A SER AFETADA PELO AUMENTO DOS CUSTOS DA ENERGIA?

PRECISA CAPACITAR TRABALHADORES PARA RESPONDER ÀS NECESSIDADES DA ACELERAÇÃO DA TRANSIÇÃO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA?

O PROGRAMA "TRABALHOS & COMPETÊNCIAS VERDES / GREEN SKILLS & JOBS" É PARA SI!

(*Regulado pelo Despacho nº 1396-A/2023 regula o modelo de financiamento criado pela Portaria nº 21/2023)

A maioria das vagas dos concursos especiais destina-se a estudantes internacionais, a maiores de 23 anos e a titulares de cursos superiores e pós-secundários

Os estudantes que queiram candidatar-se este ano ao ensino superior têm mais 21 mil vagas disponíveis através dos concursos e regimes especiais de acesso, segundo informação divulgada este domingo pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. As vagas divulgadas reservam-se aos concursos especiais de acesso, com 16.913 lugares disponíveis nas instituições públicas, e ao ingresso por via de regimes especiais, com 4.030 vagas.

Somadas às 54.733 vagas para a primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), há este ano 75.676 lugares disponíveis para novos alunos nas universidades e politécnicos públicos, 72% das quais no regime geral de acesso, 22% nos concursos especiais e 5% nos regimes especiais de acesso. Nos concursos especiais, a maioria das vagas destina-se a estudantes internacionais (5.840), seguindo-se os maiores de 23 anos (4.374), os titulares de cursos superiores e pós-secundários (2.718) e a situações de mudança de curso (2.677).

Há ainda 1.006 vagas para estudantes das vias

profissionalizantes e 298 reservadas ao ingresso de licenciados nos cursos.

Os regimes especiais de acesso, principal via de ingresso para estudantes dos países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste, bem como praticantes desportivos de alto rendimento, além de outras situações específicas, contam, este ano, com 4.030 vagas.

À semelhança do CNAES, a maioria das vagas em concursos e regimes especiais são para as universidades de Lisboa, Porto, Coimbra e para o Instituto Politécnico do Porto.

Entre os cursos com maior número de vagas estão Direito na Universidade de Coimbra, com 162 vagas, Direito na Universidade de Lisboa (155), Gestão no ISCTE-IUL (114), Economia na Universidade Nova de Lisboa (110) e Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na Universidade do Porto (102).

Nas instituições de ensino superior privadas há, além das 17.592 vagas do regime geral, 5.564 vagas nos concursos especiais de acesso, a maioria das quais para maiores de 23 anos, seguido dos estudantes internacionais, titulares de cursos superiores e pós-secundários, estudantes internacionais, diplomados de vias profissionalizantes e mudança de curso.

Em comunicado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e

Ensino Superior sublinha a necessidade de diversificar e diferenciar o acesso ao ensino superior, entendidos como fatores essenciais para o desenvolvimento do ensino superior face à expectável redução do universo de candidatos ao ensino superior com o perfil tradicional, decorrente do envelhecimento da população.

“Apesar de nos últimos anos as vias de acesso ao ensino superior terem sido ampliadas, com a introdução de alguns novos concursos especiais, este esforço deve prosseguir, de forma a proporcionar uma oferta coerente e alinhada com diferentes perfis de candidatos, capaz de atrair novos públicos e orientando-se sempre por princípios de equidade”, sublinha a tutela.

A candidatura a todos os concursos especiais é feita diretamente junto de cada instituição de ensino superior, à exceção do concurso especial para titulares de cursos de dupla certificação, diplomados de vias profissionalizantes, que deve ser apresentada através da página da Direção-Geral do Ensino Superior.

A candidatura aos regimes especiais é feita junto dos Gabinetes de Acesso ao Ensino Superior e, no caso de estudantes nacionais dos países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste, através das embaixadas dos respetivos países.

O que é o Programa "Trabalhos & Competências Verdes / Green Skills & Jobs"?

Trata-se de um programa que visa a formação profissional e a requalificação de trabalhadores, cujas entidades empregadoras foram direta ou indiretamente afetadas pelo aumento dos custos de energia, como também a capacitação de desempregados, tendo em vista a prevenção do risco de desemprego, a promoção da manutenção dos postos de trabalho para uns e o estímulo à criação de novo emprego para outros, no âmbito da aceleração da transição e eficiência energética.

Quem são os destinatários?

• Trabalhadores das empresas e de outras entidades empregadoras, direta ou indiretamente afetadas pelo aumento dos custos de energia;

• Desempregados, com idade igual ou superior a 18 anos, inscritos no Instituto do Emprego e da Formação Profissional, I. P. (IEFP, I. P.)

Quem se pode candidatar?

• Centros de gestão direta e centros de gestão participada da rede de Centros do IEFP, I. P.

• Entidades formadoras certificadas pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, nomeadamente parceiros sociais com assento na Comissão Permanente de Concertação Social ou organizações setoriais ou regionais suas associadas

• Empresas e outras entidades empregadoras, diretamente ou através das respetivas associações representativas

Como efetuar uma candidatura?

O processo de candidatura é efetuado pelas entidades através do envio, exclusivamente por correio eletrónico, dos formulários e anexos respetivos previstos no Regulamento Específico do Programa, para a Delegação Regional da área de intervenção.

As candidaturas a projetos de formação deverão integrar-se na área da energia, tendo em vista a transição energética, designadamente: Eficiência energética; Energia renovável; Eficiência hídrica; Mobilidade sustentável e Economia Circular.

Para mais informação, contacte o Centro/Serviço de Emprego mais próximo ou consulte o link:

https://www.iefp.pt/programa-trabalhos-competencias-verdes-green-skills-jobs

CONSIGO, CONSTRUIMOS O FUTURO!

13 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023 FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR
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Eu escolho a Universidade de Aveiro! E tu?

Investigar, aprender, ensinar, cooperar, inovar… E com essas missões marcar para sempre a vida de quem escolhe a Universidade de Aveiro e aqui vive intensamente experiências, emoções, amizades e amores. Eis o bilhete de identidade de uma das mais dinâmicas e inovadoras universidades portuguesas:

Oferta formativa

Numa academia que trata por tu todas as áreas científicas, das

Engenharias, às Humanidades, passando pelas Artes ou pelas Telecomunicações e Informática, certamente que a Universidade de Aveiro tem o teu caminho. A Universidade de Aveiro tem à tua espera 2345 vagas disponíveis para o ano letivo 2023/2024, distribuídas por 53 licenciaturas.

Bolsas de mérito académico e prémios escolares

Os caloiros que escolhem a Universidade de Aveiro como pri-

meira opção no concurso nacional de acesso e que têm uma nota de candidatura igual ou superior a 17,5 valores poderão receber uma bolsa no valor total da propina durante o primeiro ano. As bolsas são atribuídas anualmente, sendo que o número máximo a atribuir, em cada curso, correspondente a 10 por cento do número total de vagas abertas nesse ano. Mantendo a média, os estudantes contemplados podem beneficiar deste incentivo até ao final da licenciatura e do mestrado.

Para além disso, os estudantes que se destaquem podem ser reconhecidos com a atribuição de prémios escolares.

Investigação

A excelência é uma das características das 19 unidades de investigação da Universidade de Aveiro que estrategicamente dão prioridade à transdisciplinaridade e ao estabelecimento de protocolos nacionais e internacionais em áreas chave como a Eletrónica e

Telecomunicações, Materiais e Nanociências, Estudos do Mar, Ambiente e Educação. A investigação é, sem dúvida, um elemento estratégico fundamental assumido desde sempre pela academia como facilitadora das suas missões.

Bolsas de mérito desportivo

A Universidade de Aveiro atribui bolsas de mérito aos estudantes que se destaquem no desporto e que tenham sucesso académico. Os prémios, dependendo dos re-

14 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR

sultados desportivos alcançados, podem ir da isenção total ou parcial no pagamento de propinas até, caso o estudante participe nos Jogos Olímpicos, ao pagamento de uma bolsa de valor equivalente a 1,5 vezes o valor da propina nacional.

Bolsas de apoio

Suportado por receitas da própria Universidade, esta tem à disposição dos estudantes que atravessem dificuldades económicas, e que não estejam abrangidos pelos apoios estatais, um conjunto de apoios

que pretendem contribuir para que ninguém deixe de estudar por razões financeiras. Já agora, no que aos apoios diz respeito, referimos também as mais de mil camas em residências universitárias que a Universidade dispõe a pensar em quem vem de fora de Aveiro.

Internacionalização

Um passeio pelos Campi da academia revela uma grande diversidade de caras, roupas, estilos…

A Universidade de Aveiro está cada vez mais internacional, fru-

to do número de estudantes e de investigadores que, dos quatro cantos do mundo, batem à porta da academia todos os anos letivos. Hoje, entre os 15 mil alunos, a academia tem mais de 1300 vindos de mais de oito dezenas de países.

15 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023 PUBLIREPORTAGEM | FOTOS DR PUB
FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR

Entrevista a Francisco Bento, diretor do Colégio Bernardette Romeira

nós há 3 pilares cuja qualidade a educação/aprendizagens, a segurança

Localizado na cidade de Olhão, o Colégio Bernardette Romeira (CBR), mais do que um estabelecimento de ensino privado, é conhecido por ser uma grande família que engloba os estudantes, professores, colaboradores e as famílias de diversos concelhos do Algarve. O CBR é um estabelecimento escolar de referência no Algarve, que tem por natureza integrar e responder a uma multiculturalidade com alunos dos cinco continentes. Em entrevista ao POSTAL, o seu diretor Francisco Bento salienta que abrange todos os tipos de famílias, o que faz com que o seu lema de ensino seja: “Sou Cidadão do Mundo”, que promove, nos alunos, uma mentalidade internacional e um pensamento crítico como aptidão para interagir no mundo global.

P Que princípios e valores educacionais promove o Colégio Bernardette Romeira em Olhão?

R O principal objetivo é o de preparar estudantes ativos ao longo da sua vida, promover competências que lhes permitam escolher (e construir) o seu percurso de vida, demonstrando respeito por eles próprios e pelos outros e agindo e participando na sociedade, preparando-os para um mundo em constante mudança. Para nós há

3 pilares que são muito importantes: a educação/aprendizagens, a segurança e uma boa alimentação. Consideramos fundamental que estas três áreas sejam de melhor qualidade.

P Quais as faixas etárias e níveis de ensino oferecidos pelo colégio?

R Recebemos alunos com 4 meses até ao 9º ano, tanto no currículo Português como no Cur-

rículo Internacional de Cambridge.

P E quanto às atividades extracurriculares disponíveis para os alunos?

R Neste campo, disponibilizamos várias ofertas quer na área do desporto, quer na área da música e noutras áreas que, hoje em dia são fundamentais para os alunos “cidadãos do mundo”. Neste ano letivo abrimos treinos de andebol e karaté, aulas individuais/grupo de guitarra, piano, bateria e canto. Tivemos também a AEC de robótica, jogos de tabuleiro, teatro e francês. Para o ano que vem, fruto de uma parceria com a Escolinha do Figo, o grande jogador de futebol português, teremos treinos de futebol para crianças a partir dos 3 anos e até àquelas que frequentam o 6º ano.

P Como é a infraestrutura do colégio? Existem laboratórios, biblioteca e espaços desportivos?

O Perfil de Francisco Bento, quem é?

FRANCISCO BENTO cresceu em Mafra e estudou na cidade de Torres Vedras e assume-se orgulhosamente como um filho saloio da terra que lhe deu uma noção do mundo real e do que é essencial para uma integração social e profissional num mundo exigente e em constante mudança, como aquele em que vivemos atualmente.

Licenciou-se em Relações Internacionais, Direito e conta com várias especializações em Gestão, Consultoria e Ciências Policiais, tendo desempenhado cargos quer no privado, quer na Administração Cen-

tral do Estado. Passou por dois governos constitucionais, um do Governo de António Guterres, outro do Governo de Durão Barroso. Mais recentemente, colabora com várias autarquias nos domínios da educação e segurança, sendo as suas áreas de eleição e onde investe desde 2015, sendo atualmente administrador de vários colégios, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Algarve, sendo o Colégio Bernardette Romeira, em Olhão, um daqueles que contribuem para os mais de mil alunos no total do seu grupo de educação.

R O Colégio Bernardette Romeira é um dos que tem melhores equipamentos do Algarve e até a nível nacional. Ao nível dos laboratórios, é referenciado até por universidades, que mencionam ser de excelência e semelhantes aos do ensino superior. A biblioteca disponibiliza livros em várias línguas, uma vez que cerca de 25% dos nossos alunos têm origem noutro país. O nosso Pavilhão tem uma dimensão que permite organizar competições desportivas de várias modalidades e de referência internacional com as medidas estipuladas pelas federações nacionais e internacionais. Temos ainda um ginásio mais pequeno onde decorrem aulas de desporto e teatro, da creche, pré-escola e 1º ciclo.

P Quanto ao corpo docente do colégio, os professores possuem qualificações específicas?

R Enquanto Colégio com alvará do

Ministério da Educação, e Ministério da Segurança Social, somos obrigados a cumprir todas as regras de contratação impostas às escolas públicas. O nosso corpo docente está assim habilitado para dar as disciplinas tanto do currículo Português como o de Cambridge. Alguns dos nossos docentes estão connosco há décadas havendo também avaliação de desempenho, promovendo melhores condições de trabalho e de rendimento, preferindo ficar connosco em vez de escolherem outras opções.

Aulas de Próbotica

P O colégio possui algum programa pedagógico diferenciado?

R Sim. Consideramos que devemos possibilitar aos nossos alunos uma aprendizagem diferenciada que lhes permita dotarem-se de ferramentas para a sua vivência em sociedade e

16 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
“Para

qualidade é muito importante: segurança e uma boa alimentação”

para que o seu sucesso e realização seja pleno. Dessa forma, desde tenra idade que promovemos aprendizagens diferenciadas por profissionais especializados em diversas áreas, inclusive somos um colégio com uma especialização nas crianças com necessidades específicas, sendo a referência em toda a região algarvia. Os nossos bebés desfrutam de sessões de música, promovendo a sua componente sensorial. Na creche, para além das sessões de música, têm aulas de psicomotricidade. Na idade pré-escolar, para além destas duas áreas têm o inglês (Currículo de Cambridge direcionado a estas idades), o teatro, e outras. No primeiro ciclo, estas 4 áreas permanecem sobre a orientação de professores especializados que, na sua coadjuvação, apoiam os professores titulares nestas aprendizagens. A partir do 1º ano os alunos começam a ter aulas de Próbotica para possibilitar a aprendizagem

das ferramentas informáticas e das TIC.

P Como é o relacionamento com os pais e a comunidade escolar?

R O relacionamento é de uma grande proximidade. Somos como uma grande família. Temos reuniões frequentes com os encarregados de educação de forma a ajustar as estratégias pedagógicas a cada aluno, pois o encarregado de educação é elemento ativo no colégio.

P Existem parcerias ou projetos em conjunto com outras instituições da região?

R Temos várias parcerias com instituições, tanto de caráter associativo, como sindical, como empresarial, sejam de iniciativa privada ou pública, beneficiando de descontos nas inscrições dos seus educandos. Muitas destas parcerias refletem uma decisão que tomámos que foi a de promover alguns descontos na

propina anual de forma a possibilitar a algumas famílias usufruírem do ensino que temos no Colégio. O nosso Colégio está inserido numa região bastante dinâmica e é com a união de esforços que conseguimos, todos, contribuir para uma melhor região e um melhor futuro das suas crianças.

Há ligações, também ao nível académico, académicas de cooperação com escolas da zona de Lisboa, Oeste e Setúbal, bem como com escolas internacionais (ex: República Chéquia).

P E quais os principais eventos e projetos especiais promovidos pelo colégio ao longo do ano letivo?

R Há alturas festivas que marcam o nosso cronograma anual. Festa da Família por altura do Natal, onde os nossos alunos apresentam à comunidade educativa e aos seus familiares as suas aprendizagens

ao nível das artes e no final do ano letivo, voltamos a organizar apresentações das aprendizagens de música, teatro e desporto às famílias e comunidade do colégio, como culminar do ano letivo. Para além disso, festejamos o Carnaval e o Halloween. Dois momentos muito queridos aos nossos alunos e que promovem uma alegria contagiante todos os anos. Este ano, iremos promover várias atividades na última semana de aulas, de 26 a 30 de junho, na “Semana Intercultural” onde iremos festejar a multiculturalidade dos nossos alunos e onde as famílias serão participantes. A ementa dessa semana terá também um prato típico de um país, por dia.

P O colégio oferece algum tipo de apoio ou acompanhamento para os alunos com necessidades especiais?

R Claro que sim. Todas as escolas devem promover uma es-

cola inclusiva e disponibilizar um acompanhamento dos alunos que tenham necessidades específicas. Temos uma equipa significativa no próximo ano lectivo 2023/24 que irá acompanhar estes alunos e que fazem um trabalho direto com as famílias.

P Quais são os planos futuros e projetos em desenvolvimento pelo Colégio Bernardette Romeira?

R Acima de tudo queremos trabalhar cada vez mais nas aprendizagens dos nossos alunos para que consigam tornar-se melhores cidadãos, preparados para enfrentar os desafios que surgirem na sua vida pessoal e profissional. Pretendemos avaliar a possibilidade de parcerias a vários níveis como a disponibilização em horário noturno de ofertas formativas universitárias complementares às que são oferecidas na região.

17 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023
FOTOS DR

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas (26)

Elidérico Viegas

O Turismo Urbano no contexto da Oferta Turística

O conceito de turismo urbano ou não existe ou não se encontra suficientemente desenvolvido. Este facto resulta das dificuldades em enquadrar a enorme abrangência de motivações que estão na origem das deslocações e viagens turísticas desta natureza, mais identificadas com outras definições, como o turismo cultural, de negócios e desportivo, por exemplo.

As questões culturais e históricas vêm-se manifestando, cada vez mais, como uma necessidade premente dos destinos à escala mundial na orientação e estímulo do seu turismo, uma vez que constituem a essência da autenticidade das suas ofertas e produtos turísticos.

e destino turístico por excelência, que já somos e pretendemos continuar a ser. É preciso acabar de vez com aquilo que habitualmente se designa por cultura da facilidade, dando lugar a uma cultura de exigência e rigor, através de uma maior cumplicidade, habilidade e empenho, imaginação, dinamismo e ousadia das entidades oficiais mais directamente responsáveis por estas matérias. As actuais preocupações pelo carácter sustentado do desenvolvimento das zonas urbanas passam, naturalmente, pela necessidade de se reforçarem as intervenções nestas áreas, com o património a desempenhar um dos quadros de referência

EXCESSO DE ZELO

Ser polícia, guarda prisional ou fiscal de múltiplas actividades não é fácil. Há leis e regulamentos para cumprir, sem elas e sem eles seria o caos, e existe uma tendência inata de muitos cidadãos para os driblar sempre que têm oportunidade. Isso é muito visível nas estradas, onde o desrespeito pelas regras e pelos outros são o pão nosso de cada dia. Há condutores que, por inépcia ou vocação, colocam-se em risco e põem os outros em perigo de vida. Há quem conduza alcoolizado, drogado, alienado, com o ódio à flor da pele. Existe muito de vaidade, exibicionismo, sede de mostrar poder, um volante nas mãos equivale a uma metralhadora com munição nos pedais. Daí que a prevenção é didáctica e essencial, tal como a fiscalização é necessária e indispensável. O problema é quando se passa de uma função regulatória do funcionamento da socieda-

nas vedações, nos viadutos, nas pontes e até nas carruagens da CP. Aí, certas autarquias que tanto contribuem com políticas urbanísticas erradas para a densificação dos centros habitacionais e para a falta de estacionamentos, fazem nada ou muito pouco. Acredita-se que os seus responsáveis não gostariam de ser vistos como zelotes, beatos falsos ou tartufos. Porém, passa-se do excesso de zelo para a falta de zelo em absoluto com demasiada facilidade. Um desequilíbrio de prioridades.

AMARGO E DOCE

Duas notícias colocaram o Algarve em destaque há poucos dias. Uma é boa, outra é triste. Comecemos pela primeira. Dum total de 658 águas balneares em Portugal, apenas 54 foram consideradas Praias Zero, ou seja, onde não foi detectada qualquer

Alô Apolinário. Alô CCDRA. Não se faz nada para resgatar Monchique da pobreza? Recuperação? Resiliência? PRR?

Os recursos históricos, culturais e arquitectónicos das zonas urbanas, assumem-se como vertentes inequívocas de complementaridade dos produtos turísticos tradicionais, na medida em que, muito sinceramente, não nos parece, nem correcto nem honesto, idealizar que as nossas cidades, por si só, possam gerar e atrair fluxos turísticos relevantes no âmbito da procura turística do Algarve.

A posição do Algarve, com uma economia virada para o exterior, só pode ser considerada de um enorme desconforto nesta área, traduzida na falta de compromissos políticos claros, sem qualquer ambição relativamente às opções a tomar, com medidas quase sempre incoerentes e distorcidas das realidades e, muito principalmente, sem estímulos e outros impulsos, o que, em última análise, vem limitando a eficácia da economia portuguesa em geral e turística em particular.

Neste contexto, assume relevância particular a adopção de medidas que permitam um reforço de reafirmação da nossa identidade enquanto região, recuperando e reactivando actividades tradicionais e patrimoniais, de forma a orientar os consumidores de férias para os valores culturais e históricos do Algarve.

Em boa verdade, o facto destes valores se encontrarem desinseridos da nossa oferta turística, não tem permitido ao sector uma utilização racional e económica destas valências competitivas.

Os actuais estrangulamentos das nossas zonas urbanas são por demais evidentes e não poderão por muito mais tempo continuar a ser ignorados, sem prejuízo de estarmos a hipotecar o nosso futuro enquanto região

estratégica, porventura mais significativo, na convergência e valorização competitiva das nossas cidades e do nosso turismo.

O turismo, embora funcione, todos o sabemos, como um motor no relançamento e modernização de outros sectores económicos, não se desenvolve de uma forma harmoniosa e sustentada sem a integração e inserção plenas numa visão global da economia e vida das regiões, e de um maior equilíbrio e mais forte afirmação de outras actividades económicas, sociais e culturais.

O património tem de ser valorizado e mostrado através de uma intervenção forte, activa e de grande valor cultural.

A valorização e a recuperação dos centros histórico-culturais regionais encontram-se por definir e nada se fez no sentido da concretização do Parque das Descobertas em Lagos, de um Museu dos Descobrimentos, das zonas históricas de Silves, Sagres, Estoi/ Ossónoba, Faro, Castro Marim e Tavira, entre outras, criando os meios e as condições para a sua consolidação, divulgação e exploração económica e turística.

O turismo é um sistema social complexo, com uma envolvente de variedades culturais e sociais, pelo que importa ultrapassar os lugares comuns com que a actividade vem sendo abordada, aliando os homens do turismo a historiadores, sociólogos, psicólogos, geógrafos, economistas, etc., como melhor forma de encontrar soluções e formular questões destinadas a resolver bloqueios e desconfianças que vêm afectando negativamente o desenvolvimento da actividade turística enquanto sector estratégico e prioritário da economia portuguesa em geral e algarvia em particular. *O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

de, para um excesso de zelo ao serviço dos cofres públicos e até do interesse pessoal dos agentes. Entra-se no domínio da caça à multa.

No último ano, uma bateria de radares tecnologicamente mais avançados rendeu à Câmara Municipal de Lisboa 4,5 milhões de euros, e a contagem ainda agora vai no adro da igreja. Em 2022, o Governo arrecadou 138 milhões de euros em multas de trânsito, a grande maioria por excesso de velocidade, o que só espelha a dramática realidade em que vivemos. Mas há dias ficou-se a saber que três agentes da EMEL sovaram um automobilista por razões fúteis, com investigação em curso. A ocasião teve o mérito de revelar que este corpo de segurança municipal tem direito a comissões, bónus e prémios de produtividade em função das multas que aplicam. Revoltante! Lá como cá pelo Algarve, é vulgar ver polícias municipais num afã de encontrar viaturas estacionadas no sítio certo, com o ticket no tablier, a multar mal passou um segundo sobre a hora limite que o pagamento permitiria. Tolerância zero! Chama-se a isto excesso de zelo, e um péssimo contributo para a imagem da corporação.

Os agentes deixam de ser vistos como protectores, e passam a ser vistos como uma ameaça, contribuindo para uma cultura do medo entre os cidadãos. Os automobilistas são um alvo demasiado fácil. É pena que tanto empenho a penalizar os donos das viaturas não seja empregue a fiscalizar a construção clandestina que se encontra no Algarve em fase de dinâmica imparável, ou a impedir a grafitagem que os gatafunheiros pintalgam nas paredes,

contaminação microbiológica. O Algarve é campeão, com 21 praias distinguidas. Albufeira (6), Tavira (4), Vila do Bispo (4), Aljezur (3), Faro (3) e Vila Real de Santo António (1) estão de parabéns. Prémios avalizados pela Ciência, não são prémios comprados. No vértice oposto, Monchique apareceu no top-10 dos municípios mais pobres de Portugal, em índice de poder de compra per capita. Alô Apolinário. Alô CCDRA. Não se faz nada para resgatar Monchique da pobreza? Recuperação? Resiliência? PRR?

PARÁGRAFO DE HUMOR

Tal como sempre vos disse (não é verdade, mas faz de conta que é…), não tenho bem a certeza de ter remetido a semana passada ao Director Henrique Dias Freire o original secreto e classificado das Percepções e Realidades. Aliás, consultado o meu mano José, ele garante que isso foi enviado no domingo às 20h30m. Coisa que a chefe de gabinete do primo do meu cunhado Mendes garante ter acontecido já para lá da meia noite, depois de ter falado com todo o grupo de excursionistas do meu padrinho Bota, pedindo conselho sobre se deveria ser chamado o MI5 de sua Alteza Real o Pretendente ao Trono de Portugal para recuperar a saca de alfarroba que o handyman Friedrich Pinetree se preparava para galapiar do Convento dos Ministros Adventistas da Primeira Hora, dentro da mochila e a cavalo da trotineta. São todos muito sérios, excepto quando se estão a rir para dentro e a mentir para fora…

*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

18 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO PERCEPÇÕES… E REALIDADES (21) Mendes Bota | OPINIÃO Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia
“As cidades são, cada vez mais, importantes destinos turísticos”
[É preciso] orientar os consumidores de férias para os valores culturais e históricos do Algarve

Tavira em festa com as celebrações do Dia da Cidade e dos Santos Populares

OMunicípio de Tavira assinala no dia 24 de junho mais um Dia da Cidade, o qual inclui a atribuição de medalhas de bons serviços e dedicação aos funcionários com 20 e 30 anos de serviço e de mérito municipal. As comemorações integram, pelas 10:30, o hastear das bandeiras, nos Paços do Concelho, seguindo-se a sessão solene, pelas 11:00, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos.

A cerimónia contempla a distinção de 19 trabalhadores com medalhas de bons serviços e dedicação grau prata (30 anos de serviço) e oito funcionários com medalhas de bons serviços e dedicação grau cobre (20 anos de serviço).

CA

Homenagem a 13 cidadãos e entidades locais

A autarquia presta, ainda, homenagem, através da atribuição de medalha de mérito municipal (prata e cobre), a 13 cidadãos e entidades locais que se distinguiram, na sociedade, pelo seu percurso.

Miguel Gameiro e Polo Norte marcam um dos momentos altos destas celebrações com um concerto, pelas 22:00, na Praça da República.

A Lenda da Moura Encantada, o espetáculo piromusical, a caminhada “Nascer do Sol” e os arraiais dos santos populares completam o programa de festividades.

De 23 a 25 e nos dias 28 e 29 de junho, pelas 21:00 o Jardim do Co-

SOLUÇÕES DE CRÉDITO HABITAÇÃO

Do Crédito Agrícola à tua nova casa são só 5 passos

reto volta a ser palco dos arraiais promovidos pela Câmara Municipal de Tavira:

Dia 23: Cristiano Martins

Rancho Folclórico de Santo Estêvão (22:00)

Dia 24: Grupo Musical Gerações

Dia 25: Nelson Santos

Dia 28: Ruben Filipe

Dia 29: Helder Reis / Sons do Sul Além do Jardim do Coreto decorrem, um pouco por todo o concelho, num ambiente de festa, diversos arraiais que prometem animar as primeiras noites de verão.

Ainda na noite de São João tem lugar, no Castelo de Tavira, pelas 22:00, a encenação da Lenda da Moura Encantada pela Armação do Artista.

Segue-se, pelas 23:59, na Ponte dos Descobrimentos, o espetáculo piromusical que dá as boas-vindas ao Dia da Cidade de Tavira (24 de junho).

Mais tarde, pelas 06:14, realiza-se a caminhada “Nascer do Sol”, uma iniciativa do Município de Tavira dinamizada pela Casa do Povo de Santo Estêvão.

POSTAL, 16 de junho de 2023 CULTURA
Caixa Central – Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL registada junto do Banco de Portugal sob o nº 9000 PUBLICIDADE 04/2023 Para mais informações: creditoagricola.pt MY PUB PUB FOTOS DR

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO - TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTIAGO - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo, lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

KNOKKE - BÉLGICA CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo, lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO - TAVIRA

CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo, lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA MARIA – TAVIRA

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo, lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO - TAVIRA CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SÃO SEBASTIÃO - SETÚBAL SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo, lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

CONCEIÇÃO - TAVIRA

VILA NOVA DE CACELA - VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que se dignaram a acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

BIRMINGHAM - REINO UNIDO CONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

20 POSTAL, 16 de junho de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO ANÚNCIOS ANÍBAL JOÃO DA ENCARNAÇÃO CAVACO DE JESUS MARIA JOAQUINA
JASON RICHARD
ANTÓNIO RAMOS LEONOR MARIA JOANA FERNANDES MARIA LUCINDA VIEGAS MIRA DOS SANTOS FLORINDA DE JESUS FERNANDES AFONSO MARIA DO CARMO PALMA JOEL MARC BURNY 27-03-1961 Ÿ 03-06-2023 12-07-1944 Ÿ 05-06-2023 05-10-1970 Ÿ 07-06-2023 14-05-1937 Ÿ 28-05-2023 27-07-1928 Ÿ 30-05-2023 01-04-1933 Ÿ 03-06-2023 05-10-1938 Ÿ 20-05-2023 30-12-1934 Ÿ 22-05-2023 14-01-1955 Ÿ 27-05-2023
MADEIRA DA SILVA
ASHMORE
Agradecimento
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. Agência

ANÚNCIOS

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA Extrato

Aviso

1º ADITAMENTO DO ALVARA DE LOTEAMENTO N.º 1/2021

Nos termos do n.º 2 do artigo 78º do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, torna-se público que a Câmara Municipal de Tavira, emitiu a 26 de abril de 2023, o 1º aditamento ao alvará de loteamento n.º 1/2021 em nome de Nenuphar Revelation, Lda, pessoa coletiva número 516204084, com sede na Quinta Shopping, Loja 115, Almancil, no Município de Loulé, através do qual são licenciadas as alterações às especificações ao alvará de loteamento nº 1/2021 que incidem sobre o prédio urbano, com a área total de vinte e dois mil seiscentos e vinte e cinco metros quadrados (22.625 m2 ), sito em Vale Caranguejo, União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), neste Município; inscrito na respetiva matriz sob o artigo número quatro mil e sessenta e cinco e, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número mil trezentos e noventa e um, em dez de abril de mil novecentos e noventa.

As alterações incidem sobre os lotes nº 1 e nº 2 e consistem na alteração:

1. Da área de implantação dos lotes passando a dispor de uma área total de 2000m2;

2. Da localização da entrada para o acesso ao interior dos lotes. Os restantes parâmetros urbanísticos previstos no loteamento mantêm-se.

As alterações ao alvará de loteamento foram aprovadas por despacho n.º 3183/2023 da Sr.ª Presidente, em 09/03/2023 e, enquadram-se no estabelecido no nº 3 do artigo 27º do RJUE.

Paços do Concelho, 08 dias do mês de maio de 2023. A Presidente da Câmara Municipal,

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

Certifico para efeitos de publicação que, no dia 29 de Março de 2023, iniciada a folhas 7 do livro de notas n° 114 - A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual ABÍLIO FRADE DA ENCARNAÇÃO, NIF 123.550.351, e mulher MARIA HELENA PEREIRA SOARES DA ENCARNACÃO, NIF 106.377.868, casados no regime da comunhão geral, naturais da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, residentes na Avenida Professor José Maria Mendes Amaral, 17, Iugar de Alcoutim, união das freguesias de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico de cultura arvense, com a área de um hectare e oito mil e seiscentos centiares, denominado " Charcão ", sito na atual união das freguesias de Alcoutim e Pereiro, concelho de Alcoutim, que confronta: do norte Manuel José Guerreiro, do sul com Carlos Porfírio Gonçalves, do nascente com herdeiros de Laurentina Maria, e pelo poente com herdeiros de Rita Maria Cavaco, inscrito na matriz sob o artigo 56, secção 012, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de € 721,13, a que atribuem igual valor, e não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.

Que o identificado prédio rústico veio à sua posse, por o haverem adquirido por compra verbal efetuada em treze de dezembro de mil novecentos e noventa e nove, portanto, há mais de vinte anos, a Maria Joaquina, solteira, maior, já falecida, residente que foi no Iugar de Cortes Pereiras, concelho de Alcoutim, tendo pago o ajustado preço, não tendo, todavia, sido celebrada a respetiva escritura. Que, porém, desde aquela data de treze de dezembro de mil novecentos e noventa e nove, até à presente data, e sem interrupção, eles justificantes entraram na posse do citado imóvel, cultivando-o, limpando-o, desbastando-o, e usufruindo de todas as suas utilidades e suportando os respetivos encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição do mencionado prédio rústico por usucapião

Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, vinte e nove de Março de dois mil e vinte e três. O colaborador da notária com o nº. 363/11

Vítor Manuel Soares

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS

Notário

CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA

EXTRATO DE ESCRITURA DE

JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação, outorgada em 16.09.2022, exarada a folhas 2 e seguintes do competente Livro n.º 212-A do Cartório

Notarial em Tavira, do Notário Bruno Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, que:

- Joaquim da Encarnação Ramos, e mulher Inácia da Conceição Nunes Duarte Ramos natural ele de Moncarapacho, Olhão, e ela de Marmelete, Monchique, residentes na Amadora;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do direito a um sexto (1/6) do prédio rústico composto por terra de cultura arvense com alfarrobeiras, oliveiras e amendoal/pomar de amendoeiras, com a área de 2.640,00 m2, a confrontar do norte e sul com Robert Cull, do nascente com caminho e do poente com Walter Bonau, sito no Laranjeiro, freguesia de Moncarapacho e Fuseta concelho de Olhão não descrito na Conservatória do Registo Predial de Olhão inscrito na respetiva matriz sob o artigo 202, da Secção AZ, que teve origem no artigo 202 da secção AZ da extinta freguesia de Moncarapacho, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 35,38 €; tendo alegado para o efeito o seguinte:

MARIA CÂNDIDA SOARES DOMINGUES

19-08-1928 Ÿ 10-06-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo, lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTIAGO– TAVIRA

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

- Que este direito veio à sua posse, com a indicada composição e área e na indicada proporção, em data imprecisa do ano de 1989, já no estado de casados entre si, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, na sequência dos óbitos de Custódia da Encarnação e marido Manuel José Ramos, pais do justificante marido, residentes que foram em Casalinhos de Alfaiata, Torres Vedras;

- Que, porém, há mais de vinte anos, têm semeando a terra, amanhando-a e limpando-a, tratado das culturas e árvores, colhido os respetivos frutos, dele retirando os respetivos rendimentos e pagando os devidos impostos e contribuições, agindo com a convicção de serem comproprietários daquele prédio, na respetiva proporção;

- Que aquele prédio foi possuído dentro de um espírito de compropriedade com os demais proprietários, participando nas vantagens e nos encargos do mesmo, na proporção da quota que lhes corresponde e respeitando reciprocamente o uso a que os consortes têm direito, verificando-se assim uma situação de composse;

- Que nestes termos, os outorgantes vêm exercendo a composse sobre o mencionado prédio, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos, pelo que a propriedade do mesmo foi por eles adquirida por usucapião, na referida proporção.

Tavira e Cartório, em 16 de setembro de 2022.

O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta n.º 3570

(POSTAL do ALGARVE, nº 1308, 16 de junho de 2023)

REGIÃO 21 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023
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Qual o valor da arte na filantropia?

muitas situações de filantropia, quer por parte de pessoas, quer por parte de empresas ou outras organizações, procurando contribuir em campanhas de angariação de fundos para ajudar causas concretas, sejam sociais, sejam de defesa de animais ou da natureza. Inclusive, por vezes são colocadas à venda obras de coleções particulares cujas receitas revertem a favor de atividades filantrópicas.

Ainda no final do ano passado, a Christie’s realizou o leilão da coleção de arte de Paul Allen, cofundador da Microsoft. Paul Allen figurou durante 20 anos na lista dos 200 maiores colecionadores divulgada anualmente pelo site ARTnews, desde 1997 até 2018, ano da sua morte. Esta coleção era constituída por mais de 150 obras de artistas que abarcavam 500 anos de história da arte, dos mestres antigos aos impressionistas e à arte moderna e contemporânea, integrando nomes como Boticelli, Renoir, Roy Lichtenstein ou David Hockney. Este leilão fixou um novo record na casa de leilões Christie's, tendo as obras sido vendidas por mais de 1,5 mil milhões de dólares (1,49 milhões em euros), tendo todas as receitas sido doadas a instituições de caridade.

o mundo à nossa volta, nomeadamente sobre temas políticos e sociais, produziu a pintura “Game Changer” (“Jogador desafiante”), com um metro quadrado, quase totalmente monocromática, que mostra um rapaz a brincar com uma enfermeira do NHS (sigla inglesa para o Serviço Nacional de Saúde), cujo braço surge estendido e apontando para a frente, como uma verdadeira super-heroína em missão na luta contra a Covid-19. Esta obra foi oferecida ao Hospital Geral de Southampton, em maio de 2020, tendo sido pendurada perto da unidade de emergência.

A tela do hospital foi depois substituída por uma réplica para que a obra original pudesse ser leiloada, procurando arrecadar recursos para o NHS. Em março de 2021, esta obra foi leiloada pela Christie’s, tendo sido vendida por 16,7 milhões de libras (quase 19,5 milhões de euros).

Afilantropia provém da palavra grega “philanthropía”, procurando expressar um sentimento de humanidade, caridade ou generosidade para com os outros. No mundo das artes visuais há

Desta forma, esta coleção bateu o recorde de 835 milhões de dólares que fora estabelecido em 2018 pela Christie’s com a venda da coleção de arte de Peggy e David Rockefeller, cujas receitas também foram integralmente destinadas a beneficência, e ultrapassou o valor atingido pela coleção Macklowe, cujas 65 obras, vendidas pela Sotheby’s em duas sessões (a primeira em novembro de 2021 e a segunda em maio passado), renderam 922,2 milhões de dólares (919 milhões de euros).

Para além de coleções completas, são também doadas obras individuais com fins filantrópicos. Por exemplo, Banksy, um dos artistas mais conceituados na atualidade, criando imagens visuais que pretendem ajudar a refletir sobre

Em Portugal também têm ocorrido ações de filantropia através das artes visuais. Recentemente, 12 artistas transformaram 24 bolas de basquetebol em obras de arte para reabilitar campos de basquetebol. Todos os anos, inúmeras bolas utilizadas em jogos dos campeonatos da liga portuguesa de basquetebol são descartadas por motivos regulamentares, já que as bolas de jogo têm de ser renovadas a cada ano.

ARTES VISUAIS Ficha técnica

Foi nesse seguimento que surgiu o Art Dunk, projeto de arte, desporto e economia circular, que tem como objetivo final a reabilitação de campos de basquetebol públicos, numa colaboração entre a Betclic e a plataforma cultural Underdogs, esta última fundada por Alexandre Farto (também conhecido por Vhils).

Cada artista trabalhou a partir de duas bolas, aplicando as técnicas de acordo com a sua identidade artística própria. Cada uma das obras está à venda, desde 10 de maio, pelo valor unitário de 750€. À data em que escrevo este artigo ainda há bolas à venda, podendo ser adquiridas através do link https://www.artdunk.pt Esta associação entre a prática

desportiva, a cultura urbana e a consciência social tem estado presente noutras iniciativas. Por exemplo, também numa iniciativa da Underdogs, desta vez com o apoio da Junta de Freguesia de Arroios e da Câmara Municipal de Lisboa, AkaCorleone, nome artístico de Pedro Campiche, assinou uma intervenção artística no recinto polidesportivo do Campo Mártires da Pátria. A obra, intitulada “Balance”, mede 14 por 25 metros, demorou nove dias a ser executada e foram necessários 91 litros de tinta para a completar. Trata-se de um campo de basquetebol que passou a ser também uma obra de arte urbana, expressando a utilidade prática da arte, em prol da vida das pessoas. Felicitamos a Underdogs pelas atividades que tem vindo a desenvolver e ficamos a aguardar as próximas iniciativas...

Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural Editor Henrique Dias Freire Responsáveis pelas secções:

• Artes Visuais Saúl Neves de Jesus

• Café Filosófico Maria João Neves

• Crónicas de um Beduíno Cobramor

• Bibliotecofilia Maria Luísa Francisco

• Espaço ALFA Raúl Coelho

• Império Júdice Fialho Luís de Menezes

• Letras e Literatura Paulo Serra

• Mas afinal o que é isso da cultura?

Paulo Larcher,

• Os Dias Claros Jorge Queiroz Colaborador desta edição João Pinto

e-mail redação: culturasul.postal@gmail.com

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9.092 EXEMPLARES
JUNHO 2023 Ÿ n.º 175 Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o
www.issuu.com/postaldoalgarve
SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes Obras do projeto “Art Dunk,” (2023) FOTOS DR Obra “Balance”, de AkaCorleone (2022)
23 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL, 16 de junho de 2023

Ria Formosa: o pulmão azul

Comemorou-se no passado dia 5 Junho o Dia Mundial do Ambiente. Que terá a nossa Ria Formosa que oferecer a esta celebração? Quem a atravessa de barco provavelmente não sabe que está a navegar sobre um importante pulmão do planeta. De facto, mais do que nas florestas, é junto ao mar que são absorvidas grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera. Embora seja de cor negra, por ser armazenado nos ecossistemas costeiros e marinhos, chama-se-lhe carbono azul.

Recordemos o ciclo de carbono: os animais consomem alimentos ricos em carbono, e respirando oxigénio libertam o carbono sob a forma de dióxido. As plantas, que igualmente respiram, sob a luz solar, através da função clorofilina, decompõem-no libertando oxigénio e fixando o carbono. Esta transformação é um dos elementos chave para o equilíbrio da vida.

Há muito tempo atrás começámos a construir máquinas que também têm como base do seu combustível o carbono, em forma de carvão ou petróleo. Também estas máquinas libertam o excesso de carbono na atmosfera. A diferença é que o combustível que consomem provém das profundezas da terra, onde esse carbono estava retirado do ciclo de carbono, até que nós encontrámos uma forma de o extrair. Em consequência, o carbono na atmosfera aumentou exponencialmente causando o aquecimento global que está na base das alterações climáticas que estamos a presenciar.

Com todo este carbono que está a sair do estado armazenado, o papel da natureza em absorvê-lo tornou-se criticamente importante. Na escola ficamos com a ideia de que as florestas, as plantas, fazem todo o trabalho. Porém, como vimos acima, grande parte do carbono é absorvido pelos oceanos. Pradarias marinhas, mangais e sapais são capazes de retirar da atmosfera entre 8 a 30 vezes mais carbono do que as florestas. Vejamos:

- mais de 95% do carbono em prados de ervas marinhas é armazenado nos solos;

- o oceano armazena 93% do carbono do planeta;

- os habitats costeiros cobrem menos de 2% da área oceânica total e representam aproximadamente metade do carbono total sequestrado nos sedimentos oceânicos.

Nos mais de 4,5 mil hectares de sapais e pradarias da nossa Ria Formosa, os investigadores estimam que estejam armazenadas 320 mil toneladas de carbono. A cada ano somam-se mais mil e quinhentas toneladas. O equivalente às emissões anuais de sete mil carros. Ao longo de vários metros de profundidade dos sapais e pradarias esconde-se esta maravilhosa câmara de sequestro. Existem nove sistemas como o da Ria Formosa em Portugal continental que são verdadeiros sumidouros de carbono. Como se disse atrás, e não é demais recordar, estes ecossistemas são 8 a 30 vezes mais eficientes a sequestrar carbono do que as florestas!

Infelizmente, a pressão costeira tem destruído muitos destes habitats.

Perdeu-se metade destes ecossistemas nos últimos 100 anos, com impactos que só agora se começam a perceber. Quando destruímos estes ecossistemas, não estamos apenas a impedir o sequestro de dióxido de carbono que actualmente existe na

atmosfera, mas estamos também a lançar na atmosfera o carbono que estava retido há centenas ou milhares de anos. Reparem: destruir 10% dos sapais da Ria Formosa impede que se captem as emissões de CO2 de 700 carros, e lançam-se na atmosfera outros 120.000 toneladas de CO2 armazenados. É extraordinariamente perigoso! Repito: quando estes ecossistemas se degradam, todos aqueles reservatórios de carbono que estavam no sedimento, voltam outra vez para a atmosfera. É imprescindível garantir que esta lama negra não sai daqui! No entanto, estamos a perder estes ecossistemas aquáticos ainda mais depressa do que qualquer outro ecossistema no planeta. Por cada mangal, sapal ou pradaria marinha que destruímos, estamos não apenas enviar o carbono armazenado para a atmosfera, mas estamos também a destruir maternidades marinhas, a erodir a protecção natural contra as tempestades, a impedir a filtragem natural da água, a reduzir a oxigenação...

Estes ecossistemas costeiros existem em todos os continentes excepto na Antártida. Porém, no mundo inteiro já perdemos cerca de 29% das pradarias marinhas, 35% de sapais e 50% de mangais. E persistimos na nossa conduta devastadora!

Tomando consciência da gravidade deste problema, a Fundação Calouste Gulbenkian lançou um projecto pioneiro em Portugal com as se-

mento, das medidas de conservação ou restauro mais adequadas, sua valoração e criação de uma carteira nacional de intervenções nos ecossistemas de carbono azul. Esta informação será disponibilizada às entidades que pretendam investir nestas áreas ou compensar a sua pegada carbónica, em alternativa à compensação feita, por exemplo, através de projectos de reflorestação;

3. Desenvolvimento de um policy brief sobre o potencial de carbono azul em Portugal, com vista a criar um mercado voluntário de carbono azul no nosso país. (https://gulbenkian.pt/projects/gulbenkian-carbono-azul/)

A um nível mais global, a Blue Carbon Initiative é um programa que trabalha para mitigar as mudanças

guintes prioridades:

1. Identificação, mapeamento e caracterização (dimensão, condição em que se encontra, taxa anual de sequestro de carbono, entre outras características) dos ecossistemas marinhos e costeiros ricos em carbono azul, em Portugal continental;

2. Definição, com base no mapea-

climáticas por meio da restauração e uso sustentável de ecossistemas costeiros e marinhos. Concentra-se, precisamente, em mangais, sapais e pradarias marinhas. Reúne governos, centros de investigação, organizações não governamentais e comunidades de todo o mundo. A iniciativa é coordenada pela Con-

servação Internacional (CI), a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a Comissão Oceanográfica Inter-governamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (IOC-UNESCO). E cada um de nós, à nossa pequena escala, o que pode fazer? Podemos, por exemplo, escolher peixe e marisco que foi pescado sem danar a sustentabilidade ambiental e os ecossistemas naturais; podemos optar consumir preferencialmente produtos provenientes de agricultura biológica; podemos andar a pé o mais possível e utilizar veículos menos poluentes como a bicicleta; podemos poupar água; podemos reciclar... Sobretudo, podemos ganhar consciência da nossa ligação com o planeta que nos acolhe. Sim, o planeta acolhe-nos, de certo modo, nós pertencemos-lhe, não somos seus donos como as nossas terríveis acções parecem demonstrar. Enquanto não nos dermos todos conta de que este ponto de vista está tergiversado o nosso modo de agir facilmente se torna prejudicial. Como professora de Estética e Ética Ambiental que fui, sempre me chamaram à atenção os ditos novos animistas. Estes pensadores inspiraram-se na maneira séria com que alguns povos indígenas interagem com animais, plantas e coisas inanimadas através de rituais, cerimónias e outras práticas. Defendem que a substituição do animismo tradicional a visão de que almas personalizadas são encontradas em animais, plantas e outros objectos materiais por uma forma de positivismo desencantador leva diretamente a uma perspectiva antropocêntrica, responsável, em grande parte, pelo desrespeito humano pela natureza. Num artigo intitulado “Adorno and the disenchantment of nature”, o investigador do Reino Unido Alison

24 CULTURA.SUL POSTAL, 16 de junho de 2023
MARIA JOÃO NEVES Doutorada em Filosofia Contemporânea Investigadora da Universidade Nova de Lisboa
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Ria Formosa FOTOS DR

Stone afirma que num mundo desencantado não há ordem significativa de coisas ou eventos fora do domínio humano, e não há fonte de sacralidade ou pavor do tipo sentido por aqueles que consideram o mundo natural povoado por divindades ou demónios. Quando uma floresta já não é considerada sagrada, quando já não há espíritos que precisam de ser aplacados e nenhum risco misterioso está associado ao desmatamento ou à poluição dos mares e oceanos o homem torna-se um predador-destruidor temível. Uma natureza desencantada não está viva! Por este motivo não impõe respeito, reverência ou amor. Não passa de uma máquina gigante, a ser dominada para servir os propósitos humanos. Assim, os novos animistas defendem uma modificação da fronteira entre pessoas e não-pessoas. Para eles, a natureza viva compreende não apenas humanos, animais e plantas, mas também montanhas, florestas, rios, desertos e até mesmo planetas.

Quer a noção de que uma montanha ou uma árvore deva ser considerada como uma pessoa seja tomada literalmente ou não, a tentativa de se envolver com o mundo circundante como se de pessoas se tratassem pode, possivelmente, fornecer a base para uma atitude respeitosa em relação à natureza. No seu livro Animism. Respecting the Living World o britânico Graham Harvey, especialista em paganismo moderno, descreve de forma muito acessível este modo de estar ido ao

mundo. Se o desencanto é uma fonte de problemas ambientais e destruição, então o novo animismo pode ser considerado como uma tentativa de re-encantar e ajudar a salvar a natureza. Mais poeticamente, em The Spell of the Sensuous o filósofo americano David Abram argumentou que uma abordagem fenomenológica na esteira de Merleau-Ponty pode-nos revelar que somos parte da “carne comum” do mundo, que somos, em certo sentido, o mundo pensando-se a si mesmo. Na sua investigação, a filósofa australiana Freya Mathews tentou articular uma versão do animismo ou pampsiquismo que capta as formas pelas quais o mundo não apenas a natureza contém muitos tipos de consciência e sensibilidade. Para ela, existe uma unidade subjacente de mente e matéria em que o mundo é um sistema de auto-realização contendo uma multiplicidade de outros sistemas semelhantes. No seu livro For Love of Matter, Mathews considera que estamos emaranhados em comunicação e comunicação potencial com o “Um” o eu cósmico maior e os seus muitos eus menores. E em Reinhabiting Reality: Towards a Recovery of Culture afirma que o materialismo é auto-destrutivo ao encorajar uma forma de “solipsismo coletivo” que trata o mundo como incognoscível ou como uma construção social. Mathews também se inspira na sua interpretação da ideia taoísta central de wuwei como “deixar ser” e provocar mudanças

por meio de “ação sem esforço”. O foco na gestão ambiental, desenvolvimento e comércio deve estar em sinergia com o que já existe, e não na demolição, substituição e interrupção. Em vez de tentar eliminar plantas e animais selvagens ou exóticos e devolver os ambientes a algum estado primitivo imaginado, devem ser encontradas formas de promover sinergias entre os recém-chegados e as populações nativas mais antigas, de maneira a manter os fluxos ecológicos e promover o maior desdobramento e desenvolvimento dos processos ecológicos. O pampsiquismo, argumenta Mathews, liberta-nos da “grade ideológica do capitalismo”, pode reduzir o nosso desejo por novidades de consumo e pode permitir que nós e o mundo envelheçamos juntos com graça e dignidade. Como se pode observar, aqui ecoam também entendimentos indígenas de uma subjetividade ampliada. Este projecto geral de re-encantar o mundo tem ressonâncias surpreendentes com as visões de outros que se baseiam mais explicitamente em entendimentos científicos da vida na Terra. A ciência dos sistemas terrestres, por exemplo, baseia-se na hipótese de Gaia proposta pelo químico inglês James Lovelock que sugere que os seres vivos agindo juntos regulam aspectos significativos do ambiente global. Escritores posteriores descrevem a hipótese de Gaia como uma conjectura de que algo negligenciado pelo pen-

Pintar como se fotografa.

Será possível?

Aobservação da natureza é muitas vezes motivo de espanto. Não será por acaso mas antes o resultado dos seres humanos, sendo parte dessa natureza, estarem numa posição de ser também "descobridores" da complexidade da vida e dos fenómenos naturais que nos rodeiam.

Este fascínio pela natureza reflete-se na necessidade de estar rodeado por ela, na praia, na floresta ou na montanha e de poder prolongar esse prazer pela observação de lugares únicos ou momentos significativos. A pintura e a fotografia têm servido esse propósito ao longo dos últimos séculos. Alguns

autores elevaram esses registos a obras de arte, como as paisagens de John Singer Sargent, William Turner ou de Claude Monet ou a fotografia dos atuais Franz Lanting, Art Wolf ou Jim Brandenburg. Estes e outros conjugaram a sua arte com a aventura de pintar ou fotografar em lugares magníficos ou até a desafiarem-se a pintar a mesma temática e explorar a luz ao longo do dia e das estações, como Monet fez na sua série de pinturas de campos com medas de feno ou a jornada primaveril de Jim Brandenburg, em que realizou uma magnífica série de 90 fotografias de natureza só registando uma imagem por dia. Estes parágrafos servem para explicar a minha admiração pelos autores citados e pelo interesse que sempre tive na fotografia e na pintura, na maior parte das vezes aplicadas em separado. Desta vez aventuro-me a conjugar as duas; pintar uma mesma paisagem, em algumas sessões ao

samento científico anterior era de vital importância para entender a única coisa que sustenta toda a vida na Terra, ou seja, um grande sistema de retro-alimentação estabilizador que se regula de maneira a manter

Grata a Rui Santos, investigador sénior do CCMar/UAlg, pela informação sobre o estado da arte e verificação científica deste artigo. Contaremos com a sua presença no Café Filosófico de Junho.

a habitabilidade do planeta. Este sistema de feedback está sob a ameaça de um clima em mudança, super-população humana e reduções na biodiversidade. Em síntese, se o desencantamento é uma fonte de atitudes ambientalmente destrutivas ou indiferentes, então tanto o re-encantamento estético e ético, animista/pampsiquista do mundo pretende oferecer um antídoto para tais atitudes, e talvez também inspirações para novas formas de gestão para a sustentabilidade.

Café Filosófico Ria Formosa: o pulmão azul 22 Junho 2023 | 18:30 |

AP Maria Nova Lounge Hotel, Tavira Contribuição: 5€

Inclui: água aromatizada / cálice de vinho Esta sessão terá como convidado especial Rui Santos, Investigador Sénior do CCMAR/UAlg Inscrições: filosofiamjn@gmail.com

*A autora escreve de acordo com a antiga ortografia

ESPAÇO ALFA

longo de duas semanas, e que possam resultar num "time-lapse" de pintura que represente a evolução da luz e da paisagem ao longo de um típico dia na Ria Formosa durante a época estival. A aventura terá lugar durante a exposição

"Paisagem Algarve" que estará na Galeria Municipal ARCO e sede da ALFA, em Faro. Do dia 22 de junho até ao dia 15 de julho. Divulgação do "time-lapse" de pintura no dia 6 de julho.

25 CULTURA.SUL POSTAL, 16 de junho de 2023 CAFÉ FILOSÓFICO
JOÃO PINTO Biólogo, pintor e fotógrafo
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Bernardo (colecção do Museu de Portimão)

Litografia, no sítio da Cruz da Pedra, norte de Portimão

MENEZES

Alitografia, situava-se no sítio da Cruz da Pedra, rua do Moinho, a norte de Portimão, distrito de Faro, destinando-se à estampagem e gravação das latas em folha-de-flandres, à criação dos logotipos das marcas e das figuras e às embalagens necessárias ao transporte e expedição das conservas. Inicia-se em 1904, tendo «7 motores de potência de 110 cavalos, com 124 operários, que estão anexas a algumas das fábricas mais importantes de conserva» e «ocupa uma área de 25m de fachada e 60 m de comprimento o que perfaz uma superfície de 1.500 m²».1

A litografia era constituída em 1911, por sete dependências: vestíbulo, escritório, oficina de transportadores, oficina de moer tintas, casa dos geradores a vapor, 3 prensas litográficas de mão, 1 máquina de redução, 1 de granear pedras, movida por um eletromotor de 2 1/2 cavalos, 2 geradores de vapor de 30 e 50 cavalos, a oficina das máquinas, que tinha 3 estufas e existiam ainda 5 máquinas de impressão litográfica « sendo 2 de Jesus e 3 Colombier, um torno mecânico e uma bomba aspirante completam a montagem d’esta fabrica cujo maquinismo é todo movido por eletromotores (…)». A fábrica, fazia a impressão de 10.000 folhas

IMPÉRIO JÚDICE FIALHO

de Flandres por ano e era «iluminada por 4 arcos voltaicos de 400 velas e 220 lâmpadas de 10 velas». Tinha ainda um horário laboral de 10 horas, com hora e meia de intervalo para almoço, com um total de 39 pessoas: 2 empregados de escritório, 1 desenhador litográfico, 3 operários, 1 graneador e 1 aprendiz na oficina dos transportadores, 1 mestre e 30 operários nas outras oficinas, com uma média de salários de 460 réis diários.2

Refira-se ainda que a maior parte desta unidade fabril, era alimentada por eletricidade, uma modernidade para a época. Em 1913, Júdice Fialho, amplia a central elétrica que fornecia a fábrica, que era bastante elogiada pelo seu equipamento e tecnologia e pela qualidade final dos seus produtos.3

Em 1924 e 1932, temos conhecimento de projetos de ampliação da instalação elétrica na litografia.

A 8-3-1937, a litografia foi autorizada a montar uma prensa excêntrica destinada ao fabrico de lata embutida; a 9-1-1945, a instalar 2 prensas rotativas multicolores Chambron, tipo I.C. e 1 máquina de colar Ritchie na sua secção de litografia e fabricação de lata vazia, sendo publicado no Diário do Governo, IIª Série, n.º 29 de 5-2-1945; e em 1958, temos conhecimento do projeto da instalação de um motor Sulzer tipo C D D P 22 de óleos pesados de 280 C.V. na litografia.4

Num inventário realizado a

3-3-1938, descrevem-se os eletromotores (motores elétricos) existentes nas diversas secções:

«Litografia 15, com 38,40 C.V.; Lata Vazia 9, com 69,00 C.V.; Fabricação de Caoutchouc 4, com 48,95 C.V.; Frutos ou Sirop 2, com 6,5 C.V.; Serração de madeira 3, com 128,5 C.V.; Moenda do Pimentão 6, com 216 C.V.; Depósito do Pimentão 1, com 4,5 C.V.; Serralharia 4, com 31,25 C.V.; Fundição 2, com 8 C.V.; Garagem 3, com 14,25 C.V.; Fabricação de Caoutchouc 4, com 48,95 C.V.; Frutos ou Sirop 2, com 6,5 C.V.; Serração de madeira 3, com 128,5 C.V.; Moenda do Pimentão 6, com 216 C.V.; Depósito do Pimentão 1, com 4,5 C.V.; Serralharia 4, com 31,25 C.V.; Fundição 2, com 8 C.V.; Garagem 3, com 14,25 C.V».5 A litografia afamada em todo o País, estava dividida por uma série de sectores (o mais importante era o da lata vazia, cujas máquinas eram todas acionadas a eletricidade, e estavam em instalações anexas à fábrica de S. José), a maior parte deles com tarefas complementares em relação à indústria conserveira ou com atividades necessárias ao desempenho do grupo empresarial, com o fabrico de algumas máquinas e equipamentos, como é o caso das máquinas de azeitar, que vão ser instaladas em todas as empresas do grupo em 1935. Além disso, funcionava como a oficina da empresa, e a par da sua principal função de litografar a

Máquinas - Guilhotinas e soldadeiras e máquina litográfica da litografia da Júdice Fialho (colecção do Museu de Portimão)

folha-de-flandres e as latas, desenhava as marcas e as figuras das latas, e fornecia toda a lata vazia para as diferentes fábricas.

-flandres branca, 20 - depósito de moldes de ferragem, 21 - depósito de carvão de forja e coke (?), 22 - gasómetro de acetileno, 23 - depósito de trapo para limpeza, 24 - ruas de serviço, 25 - casa de 2 geradores de vapor de 2 cavalos, 26 - chaminé de tijolo, 27 - retretes.

Planta da litografia da Júdice Fialho em 1912 (colecção do Museu de Portimão)

Segundo a planta da litografia da Júdice Fialho esta era constituída em 1912: 1 - vestíbulo, 2 - escritório, 3 - oficina de transportadores, 4oficina de moer tintas, 5 - oficina de impressão litográfica, 6 - fabricação mecânica de lata vazia oficina, 7Central, 8 - serralharia mecânica, 9 - vestíbulo, 10 - serralharia, 11vestíbulo, 12 - depósito de carvão, 13 - tanque para alvenaria para água, 14 - poço, 15 - casa com uma bomba a vapor, 16 - depósito de folha-de-flandres ilustrada, 17 - escritório do desenhador, 18 - residência do guarda, 19 - depósito de folha-de-

Operários na Litografia (colecção do Museu de Portimão)

1cf. Para a Litografia, consulte-se a monografia de Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Menezes - João António Júdice Fialho (1859-1934) e o Império Fialho (1892-1981), Lisboa: Academia dos Ignotos, 2022, pp. 39-42; e Thomaz Cabreira - O Algarve Económico, Lisboa: Imprensa Libânio da Silva, 1918, p. 164 e Alvará n.º 3123 de 19 [??].

2cf. José Gonçalves Vieira - Memoria Monographica de Vila Nova de Portimão, Porto: Typographia Universal, 1911, p. 91.

3cf. Jorge Miguel Robalo Duarte Serra - O Nascimento de um império conserveiro: “A Casa Fialho” (1892-1939) [Texto Policopiado], tese de Mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Porto, 2007, pp. 60-61.

4cf. Ministério do Mar, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL. Portimão (S. Francisco). Fab. 4.701.108, 1934 e Olhão, Portimão, Sines, 1936. 5cf. Museu Municipal de Portimão (MMP), Arquivo Júdice Fialho, caixa 484, documento 7438 e caixa 432, documento 5549 e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra, op. cit., pp. 102-103.

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Construção da litografia de Portimão e operários a trabalhar na litografia da Júdice Fialho - 17x24 cmAutor Júlio

OAlgarve de Costa-a-Costa: D. Sancho I, Rei de Silves

Pé-ante-pé, percorro o extenso caminho de ronda da alcáçova do castelo de Silves, ou deveria dizer Xelb, como era designada pelos seus antigos senhores árabes?

Perante mim e ao redor cercam-me as muralhas poderosas e, de quando em vez, o aparecimento de uma maciça torre quadrangular vem lembrar-me que aquela construção imponente era uma terrível máquina de guerra. A guerra, a arquitetura e as artes bélicas que a sustêm são cultura que é, como podem ver, o título geral deste conjunto de crónicas. Era nossa intenção ir respondendo a essa questão, de crónica para crónica, mês após mês. Tal não aconteceu, todavia, como o desejámos. De facto, definir o que é a “Cultura” não é uma tarefa fácil, dado que esta implica abordagens distintas para interesses multidisciplinares. Podemos, porém, afirmar que a “Cultura” engloba os traços distintivos que caracterizam uma sociedade, as suas artes, os seus modos de vida, os seus sistemas de valores, tradições e crenças. Resumindo e simplificando, podemos dizer, como Kuhn (2010), que a Cultura “é o esforço paciente - de séculos, de gerações antes de nós e depois de nós - para dar ao mundo esta espécie de carne que é a nossa alma.” 1 Que alma é esta? Que eu tento vislumbrar neste passeio lento pelo adarve do Castelo.

A forma poligonal da mais bela fortaleza portuguesa ergue-se no alto de uma colina escarpada. “Este castelo é obra árabe. Está uma ruína mas formosa”, não sou eu que o digo, é José Saramago, que continua: “E a pedra vermelha, já encontrada em S. Bartolomeu de Messines, dá-

-lhe, contraditoriamente, um ar de construção recente, como se fosse feito de argila ainda húmida, de barro acabado de amassar. Belas, ainda mais, devem ser estas pedras quando as molha a chuva.” 2

De facto o Castelo é maravilhosamente belo, e mágico e trágico. Nele se amou, se rezou, se festejou, mas também se sofreu e se matou.

Mas já lá iremos, a uma história que, de verdadeira, humedece a alguns os olhos de compaixão e saudade por um tempo perdido para sempre.

A cidade de Silves é campo de uma antiga história: fenícios, gregos, cartaginenses, romanos, visigodos, foram-na ocupando ao ritmo dos seus interesses comerciais, ou político-militares. Todos, à sua maneira, deverão ter marcado a sua alma, embora os muçulmanos com os seus quinhentos anos de permanência a partir do séc. VIII tenham sido os mais influentes.

No período do séc. IX ao séc. XII, torna-se o mais importante centro do Al-Andaluz, com o desenvolvimento de indústrias, agricultura de regadio, pesca, exploração mineira e também artes e ciência.

Nela viveram filósofos e poetas, como Ibn Qasi, Ibn Ammar ou o rei Al-Mutamid.

Reis lutaram pela sua posse. Houve vitórias, seguidas de alegria bruta, de saques e carnificinas, e foram-se alternando os atores desta trágica narrativa: mouros contra mouros, cristãos contra mouros e até cristãos contra cristãos.

Em 1189/90, o nosso Rei Dom Sancho I apoderou-se dessa magnífica presa mas foi dela desapossado logo no ano seguinte por Almançor - o grande guerreiro mouro. Isso não impediu que Dom Sancho ostentasse de forma efémera o título de Rei de Portugal e de Silves, nem que o nosso Leopoldo de Almeida lhe tenha dedicado uma estátua em que o Rei, de espada

desembainhada, monta guarda à porta do Castelo conquistado e logo perdido. Nesse conjunto admirável existe algo de mais notável ainda: as cisternas, onde se guardavam as reservas de água que podiam alimentar a população da praça durante um ano. A cisterna principal foi muito apreciada pelo nosso Nobel que na sua “Viagem” a comenta do seguinte modo: “O viajante admira a enorme cisterna que está no meio da esplanada, com a sua abóbada sustentada por quatro ordens de colunas como uma mesquita. E vai ver, surpreendido pelo engenho da invenção, as pequenas construções subterrâneas do que os árabes faziam silos.” Os árabes foram guerreiros, poetas, cientistas; o conceito do zero, por exemplo, essencial para o desenvolvimento da matemática foi inventado por eles. As tecnologias do dia-a-dia que utilizavam no cultivo e irrigação dos campos foram na sua generalidade herdadas pelos povos cristãos que os precederam. A receção dos grandes filósofos gregos pela Europa medieval foi mediada pelas traduções a partir do latim e do grego produzidas por este extraordinário povo.

Pretender esgotar os sucessos dos árabes no Al-Andaluz e do brilho imenso da sua civilização dificilmente caberia numa biblioteca e muito menos numa crónica, pelo que falarei apenas dos seus poetas. Exagero meu: limitar-me-ei a falar de um único poeta, aliás, de dois. O primeiro, Ibn‘Ammâr, nasce em Silves (ou teria sido em Estômbar?), em 1031, de família camponesa muito humilde mas, segundo a tradição, a sua inteligência, beleza física e dotes de poeta catapultaram-no para altos cargos políticos os quais, hélas, lhe determinaram igualmente uma trágica morte, em 1084.

O segundo, Al-Mu’ Tamid

Ibn‘Abbâd, filho de rei, nasce em Beja em 1040, dotado para as artes bélicas e também ele extraordinário poeta. Em 1095 morre em Marrocos, numa prisão em Agmat, que se tornou desde então roteiro de peregrinação.3 No entretanto, em plena adolescência, é feito vizir de Silves pelo rei seu pai, após o ter auxiliado numa dura e prolongada guerra de cerco e de conquista. Na rica e poderosa cidade de Silves, Al-Mu’ Tamid, rodeia-se de uma corte digna das Mil e Uma Noites. Corte formada por homens de ciência, por filósofos e poetas, mas também por aqueles mais dados aos prazeres sensuais da vida, encorajados pelos perfumes que pairam no ar tépido do Al-Garb.

Ninguém assume com certeza a violenta paixão que uniu o jovem principezinho ao interesseiro e pérfido Ibn’Ammâr. O que sabemos, através dos poemas de um e de outro, é que Silves na memória de cada um se assemelha a um Jardim Celestial, diríamos nós, cristãos, um Paraíso Perdido.

“Saúda, por mim, Abú Bakr,/ os queridos lugares de Silves/ e diz-me se deles a saudade/ é tão grande quanto a minha./ Saúda o Palácio dos Balcões,/ da parte de quem nunca o esqueceu, morada de leões e de gazelas/ salas e sombras onde eu/ doce refúgio encontrava […]”

Suplica AlMu’ Tamid do seu longínquo desterro em Agmat.

E, na mesma toada, responde Ibn’Ammâr: “Como falar de ti, Silves,/ sem que uma lágrima me caia /como a do enamorado enternecido […] sem um suspiro de ansiedade?”

Recordam uma vida que passou mas deixou essa saudade imensa, porque não há nada que se firme mais numa memória que um amor retribuído:“Minh”alma quer-te com paixão/ ainda que haja nisso uma tortura/ e alegre vai na ânsia da procura/ que estranho ser difícil

nossa ligação/ se os desejos d”ambos concordaram!/ que quereria mais meu coração,/ ao desejoso te buscar em vão,/ se meus olhos te viram e amaram?” Diz um e o outro parece responder: “Allâh bem sabe que não há razão/ de vir aqui senão para te ver/ que o vigia não nos possa achar/ se o nosso reencontro acontecer/ pra os teus lábios doces eu provar.”

Lá do triste futuro, a ferida que supura em versos a dor de uma ausência: “Assaltou-me a memória dos amores ardentes/ como se me consumisse um lume violento/ no mais profundo deste meu coração.”

E depois, num rompante o amante revolta-se: “Qoh noites minhas de antigamente!/ Que me importavam censuras dos críticos!/ Nada me desviava do amor mais louco.”

Que alma é esta, então, que tento perceber nesta cidade? Como posso definir as suas atuais linhas de força?: Urbanismo? Turismo?

História? Lendas? Saudades cristalizadas em Poesia? Que resultou afinal do “esforço paciente - de séculos, de gerações antes de nós e depois de nós - para dar ao mundo esta espécie de carne?” No lento passeio pelo caminho de ronda, procuro uma resposta e agora, mirando do alto as supostas ruínas do Palácio das Varandas - onde reza a lenda se encontravam e amavam os dois poetas - descubro que não tenho qualquer resposta. Irei buscando até finalmente a encontrar e, até lá, limito-me a afirmar a Silves, a partir do seu belo e enigmático castelo, com uma convicção semelhante à do poeta: “Nada me move, meu príncipe/ Senão a tua vontade.”

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Jurista e escritor FOTOS: António Homem Cardoso (1) Rolf Kuhn, Ipseidade e Praxis Subjectiva, Ed. Colibri, Lisboa, 2010, p. 116. (2) José Saramago, Viagem a Portugal, Editorial Caminho, 2ª ed., Lisboa, 1985, p. 228. (3) Também Jorge Sampaio, enquanto Presidente da República Portuguesa, visitou a campa do grande poeta.
MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?

Bibliotecas Camões, Feiras do Livro, Redes de Bibliotecas e Bookstagrammers:

elementos desta nova comunidade, principalmente de Bookstagrammers. As editoras não ficam indiferentes a esta comunidade que nos últimos três anos ganhou reputação e respeito pelos seus seguidores e pelo meio editorial.

Redes de Bibliotecas

Segundo dados oficiais da organização, esta edição da Feira do Livro de Lisboa contou com 981 marcas editoriais representadas por 139 participantes – incluindo seis novos – distribuídos por 340 pavilhões. Esteve também presente a Rede de Bibliotecas de Lisboa, com um pavilhão onde decorreram actividades todos os dias. Uma Rede de Bibliotecas na prática é um sistema de partilha de actividades, recursos e que procura criar, articular, agilizar, disponibilizar serviços e mais-valias.

A Rede de Bibliotecas Públicas arrancou em 1987, com cinco concelhos pioneiros e hoje existe na grande maioria dos concelhos. Seria bom que nas outras Feiras do Livro, que decorrem nos diversos municípios do país, também estivessem representadas as Redes de Bibliotecas desses mesmos municípios.

rou neste edifício, sendo casado com uma Menezes.

Este Palácio passou a chamar-se Biblioteca Municipal Camões em 1981, mas ainda hoje é conhecido como Palácio Valada e Azambuja e está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1982.

Eça de Queiroz refere, na sua obra O Mandarim, as afamadas festas deste local, quando o referido Palácio se chamava “Palacete Amarello ao Loreto”.

Luís Vaz de Camões é patrono de várias bibliotecas. Para além desta existe a Rede de Bibliotecas Camões que agrupa as Bibliotecas do Instituto Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e que inclui a Biblioteca Digital Camões.

Há também uma Biblioteca Municipal Camões em Alvito. Na Amadora também se pode encontrar a Biblioteca Luís de Camões, precisamente na Rua Luís Vaz de Camões. Na toponímia portuguesa existem muitas ruas dedicadas a este lusitano poeta. Aqui fica a indicação das bibliotecas que, não tendo Camões como seu patrono, se situam na Rua Luís Vaz de Camões: Biblioteca Municipal de Beja Biblioteca Municipal de Castro

Daire

Biblioteca Municipal de Celorico da Beira

Biblioteca Municipal do Sabugal Biblioteca Municipal do Sardoal Biblioteca Municipal de Peniche

A Biblioteca Municipal de Bragança, tal como a de São Pedro do Sul, situa-se na Praça Camões. Assim, o Livro, a Leitura e os Leitores são um triângulo que nos cabe a todos defender e promover, daí ser tão importante o papel das Bibliotecas, das suas Redes e das Feiras do Livro.

Termino com uma estrofe d’Os Lusíadas, obra impressa pela primeira vez há 451 anos. Escolho a estrofe 66 do Canto I, pela referência que faz aos livros:

“Deste Deus-Homem, alto e infinito/ Os livros, que tu pedes não trazia/ Que bem posso escusar trazer escrito/ Em papel o que na alma andar devia. (…)”.

Poderá seguir o Instagram @bibliotecofilia para ler os anteriores artigos desta rubrica e ver imagens de várias bibliotecas

*A autora escreve de acordo com a antiga ortografia

MARIA LUÍSA FRANCISCO

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa Programadora Cultural luisa.algarve@gmail.com

Este mês de Junho tem sido um mês completamente dedicado aos livros, não só pelas habituais idas às bibliotecas, mas também pela ida à Feira do Livro de Lisboa. Entre o dia 25 de Maio e o dia 13 de Junho realizou-se a 93ª edição da Feira do Livro de Lisboa, que este ano teve a duração de 20 dias. Um certame que se realiza anualmente desde Maio de 1930 na cidade de Lisboa e que é um dos mais importantes acontecimentos do Livro e da Leitura realizados em Portugal.

O Livro é um importante motor de desenvolvimento de todas as sociedades e de desenvolvimento pessoal. Apesar dos suportes digitais assumirem hoje um papel inquestionável na difusão da leitura e do conhecimento, a relação do autor com o leitor constitui uma

relação intemporal e sempre renovada.

A Feira do Livro é um grande momento de encontro com escritores e a ocasião perfeita para nos deixarmos surpreender por novos livros e novas ideias literárias.

Este ano a Feira do Livro teve uma maior afluência de pessoas que promovem o livro e a leitura através das Redes Sociais, principalmente através do Instagram, TikTok e YouTube, daí a designação: Bookstagrammers, Booktokers e Booktubers.

E isso pode confirmar-se pelas fotografias e vídeos produzidos a partir da Feira do Livro. Existem vídeos de divulgação de livros que passaram a ser chamados Booktrailers, porque transportam uma narração escrita para pequenos filmes e animações. É todo um mundo que arrasta milhares de seguidores.

A Feira do Livro foi uma forma dos produtores de conteúdos nas Redes Sociais se conhecerem pessoalmente e encontrarem os seus seguidores. Inclusive, durante a Feira, realizaram-se encontros com

O acesso cada vez mais livre e democrático de todos ao Livro passa pela existência de uma boa rede de bibliotecas. Em Portugal existem 303 bibliotecas municipais e a maioria integra a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Apenas cinco municípios portugueses não dispõem de biblioteca.

Biblioteca Camões

Por Junho ser o mês em que se celebra Camões, resolvi visitar a Biblioteca Camões, situada no Largo do Calhariz, em Lisboa, mesmo ao lado do Elevador da Bica.

A Biblioteca está instalada num edifício palaciano da segunda metade do séc. XVIII construído sobre as ruínas de um palácio quinhentista, destruído pelo terramoto de 1755.

Com o terramoto, o palácio ruiu e aí morreu o Embaixador de Espanha que nele habitava. Mais tarde, o palácio foi reconstruído e aí morou D. José de Menezes, que organizava faustosas recepções que tornaram o palácio célebre. Em 1791 o Marquês de Pombal mo-

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BIBLIOTECOFILIA
Biblioteca Camões, onde em 1973 esteve uma biblioteca para cegos FOTO DR 93ª Feira do Livro de Lisboa realizada no Parque Eduardo VII FOTO CARDÁPIO | DR Tecto de estuque trabalhado na sala de exposições da Biblioteca Camões Busto de Camões, na sala de leitura, rodeado de fotografias de 27 poetas portugueses consagrados FOTOS MARIA LUÍSA FRANCISCO | DR
Um percurso real e virtual

COBRAMOR

Aleitura não serve para nada. Felizmente. Não cumpre um propósito concreto, como treinar para as olimpíadas, estudar ou trabalhar. É difícil ostentar os livros que se leu, como se faz com um carro desportivo ou com uma peça de roupa. Mesmo que os tenhamos, não os conseguimos verdadeiramente ter. Num mundo em que a única razão para fazer algo é esse algo ser um meio para um fim, o livro é a maior das inutilidades. E há que louvar o inútil pois são poucos os que conseguem sobreviver assim, sem ceder à religiosidade do objectivo. Ler não é apenas inútil, é também para imbecis. Numa sociedade telegráfica onde todo o conhecimento chega com um clique e em que cada vez estamos mais próximos de estar mais distantes uns dos outros, para quê dedicar horas da vida a olhar para uma folha cheia de caracteres. Quanto mais conhecimento disponível, menos o sabemos valorizar e aproveitar.

Quando tudo tem um valor, nada tem valor. Por isso (mas não só por isso) sou estúpido. Com tamanha facilidade e rapidez, apenas alguém estúpido abdicaria de tal em prol duma actividade tortuosa e sinistra como ler um livro.

Porque, ao contrário do que querem fazer acreditar, ler dá trabalho. Dói, mói e corrói. É um exercício duro e solitário. Não se consegue ler enquanto se faz o jantar, como se ouve música ou se vê televisão. A leitura é totalmente consumidora da nossa presença. Exige-nos integralmente. Para usar o termo em voga que mais não é do que uma apropriação descontextualizada de uma técnica budista, ler é mindfulness

Ler é um compromisso que assumimos. Particularmente agora em que são infinitas as distracções e quase todas compostas de sons irritantes e luzes intermitentes.

É um compromisso assim como fazer dieta. Neste caso, uma dieta mental em que abdicamos de fast food sensorial em prol de um alimento slow como o é um livro. O sonho que tantos alimentam de

CRÓNICAS

FOTO DR

casar as novas tecnologias com a literatura nasce da mesma ilusão em que tantos acreditaram, a de que o automatismo nas fábricas levaria a uma melhor qualidade de vida. O livro é o que sempre foi e é assim que deve ser. Como a calçada portuguesa precisa de um calceteiro, o livro precisa de um leitor. E de um autor. Por mais inteligência artificial que exista, o livro existirá sempre. Também o disco de vinil teve o seu óbito declarado muitas vezes e, no entanto, ele anda aí. Quando os professores se queixam de que os alunos não lêem, eu pergunto se os professores o fazem. E quando os escritores se queixam de que não são lidos, eu pergunto se eles próprios lêem outros escritores. Tenho visto frequentemente que isso não acontece. Muitas vezes me lembro da vez em que uma livreira amiga me contou que os escritores de renome que frequentam a sua loja entram sem demonstrar o mínimo de curiosidade pelos livros expostos. Demorei a acreditar no mesmo até eu próprio ter uma banca de livros. Não significa isto que, os leitores vorazes sejam de alguma forma

mais inteligentes e quem não pega num livro, seja uma anémona. Conheço muitos casos em que é precisamente ao contrário. Ler, só por si, não é sinónimo de uma melhor compreensão do mundo ou de capacidade de raciocínio. É por isso que existem livros e livros. Mas é mais fácil quem lê literatura de cordel passar a ler outro tipo de livros, do que quem

OS DIAS CLAROS

A formação da cultura portuguesa

JORGE QUEIROZ Sociólogo

ão há uma História de Portugal, mas várias escritas em épocas distintas, por diferentes autores, descrições semelhantes, divergências ideológicas e interpretativas. Distinções existem de âmbito disciplinar e temático, histórias da filosofia, do direito, da economia, das religiões comparadas, da ciência, das artes, ... A história da cultura portuguesa desenvolveu-se como área de estudo e investigação a partir do século XIX, foi no século XX que se construíram os alicerces de investigação e obras importantes foram editadas sobre as influências, movimentos e personalidades. Em que época se poderá afirmar a existência de uma cultura portuguesa com característicasdiferenciadoras das demais? Porque no século XII, na “finis terrae” continental, surgiu um reino politicamente independente, com um idioma próprio ainda em evolução? Quais as razões porque os reinos ibéricos não constituíram nacionalidades politicamente independentes e se consolidaram na Península dois Estados soberanos?

Sobre a antiguidade e autonomia de Portugal vários autores apresentaram razões geográficas, demográficas e culturais. António José Saraiva escreveu que entre portugueses e castelhanos existe uma região intermédia semidesértica, “espécie de vácuo”, os portugueses do lado de cá do planalto central, castelhanos espalhados por cidades no centro da meseta ibérica. Em “Portugal, o Atlântico e o Mediterrâneo”.

Orlando Ribeiro no âmbito da geografia humana, desenvolveu a fundamentação das caracterís-

ticas do território, civilizações do granito a norte e do barro a sul.

A história medieval escrita por clérigos foi acompanhada de narrativas da tradição oral que incorporaram temas da cultura clássica. Impôs-se uma história providencialista, causas sobrenaturais explicariam as origens de Portugal, tal como a presença de um grupo étnico pré-romano, os lusitanos, sobre os quais não existe consenso científico.

A ocupação dos territórios pelas ordens militares levou à estruturação e definição de fronteiras e a centralização régia à organização do Estado, necessidade de serviços para arquivo de documentos da governação, títulos de nobreza e de propriedade, de outros actos administrativos.

No século XIV foi instalada a “Torre do Tombo” no Castelo de São Jorge. Hoje, o Arquivo Nacional possui modernas instalações onde se

guarda de D. Dinis, o primeiro rei alfabetizado e reconhecido poeta, 137 cantigas do período medieval. Os cronistas realizaram relatos escritos dos primeiros reinados dos séculos XII e XIII, de acontecimentos políticos e sociais. As crónicas ajudaram ao desenvolvimento da cultura e língua portuguesas, a literatura atingiu a maturidade já nos séculos XV e XVI.

D. Duarte em 1419 decidiu criar o cargo de “escrivão dos livros”, nomeando Fernão Lopes para “pôr em crónica dos reis que em Portugal antigamente foram”. Lopes é considerado o primeiro cronista, demonstrou apurado sentido da História e escrita elaborada. A dinastia de Avis (1385-1580) promoveu as ciências e as artes, apostou na inteligência nacional, do estrangeiro vieram professores, arquitectos, cientistas, pintores, músicos. No século XVI Rui de Pina escreveu as crónicas de D.

Duarte, D. Afonso V e D. João II, Garcia de Resende a crónica do Príncipe Perfeito, Damião de Góis e o bispo do Algarve Jerónimo Osório publicaram crónicas de D. Manuel I “O Venturoso”. Cronistas das viagens para outros continentes foram João de Barros, Castanheda, Diogo do Couto, … Com a expansão marítima intercontinental, afirmou-se uma pujante cultura renascentista portuguesa, emergiram obras literárias, artísticas e cientificas, de Gil Vicente, Luís de Camões, Pedro Nunes, Damião de Gois, João de Barros, Francisco de Holanda, Grão Vasco, Arruda, …

A formação e desenvolvimento da cultura portuguesa foi e é um processo contínuo com influências anteriores à nacionalidade, que continua hoje a evoluir com a expansão da língua, das literaturas e de outras formas de expressão.

*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia

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não lê nada começar a ler. Ler é uma actividade estúpida. Não torna os dentes mais brancos, não faz ganhar dinheiro, não cria six pack e geralmente forma pessoas com capacidade crítica. E todos sabemos os problemas que daí podem advir. Não leia, pela sua saúde. *O autor escreve de acordo com a antiga ortografia DE UM BEDUÍNO
A leitura é inútil e o leitor é estúpido

Atlas Histórico da Escrita, de Marco Neves

nosso alfabeto, o latino; e, por fim, na sexta parte, uma análise global da atual revolução tecnológica, digital e do peso que a palavra continua a ter perante a imagem. O autor deixa-nos ainda as suas principais fontes de referência, como sugestões de leitura. Os primeiros capítulos evidenciam a destreza do autor em explicar temas complexos de forma simples, nomeadamente na forma como demonstra o Princípio de Rébus que é, afinal, a chave do nascimento da escrita, um sistema de registo da nossa oralidade que surgiu “através de truques e aproximações”, uma “tecnologia improvisada ao longo de muito tempo – e tão útil que quem com ela contactava rapidamente a copiava e adaptava à sua língua” (p. 21).

PAULO SERRA

Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC)

Atlas Histórico da Escrita, de Marco Neves, é o primeiro volume na coleção de Atlas da editora Guerra e Paz assinado pela pena de um autor português. Um livro tão ambicioso quanto acessível que toca a escrita, de diversas formas, nas suas várias manifestações, ao longo dos últimos cinco milénios. Um guia tão lúdico quanto didático em que é palpável o prazer que o próprio autor terá sentido nesta expedição arqueológica.

Um atlas absolutamente inédito, baseado numa rigorosa investigação, de escrita fácil e ligeira, onde há até espaço para brincar e piscar o olho ao leitor: “Passamos o dia a ler e a escrever – e a queixarmo-nos da língua. A escrita também permitiu desenvolver uma relação neurótica com a linguagem, que já se notava na velha Suméria, em que os escribas se queixavam dos jovens, esses malandros a maltratar a língua.” (p. 7)

O texto deste Atlas é ainda profusamente ilustrado com imagens e fotografias, e acompanhado por mapas e infografias também com assinatura nacional, de Nuno Costa.

Atlas Histórico da Escrita está dividido em 6 partes principais, com algumas

subsecções. Começando pela proto-escrita, faz-se um percurso visual pelas várias origens da escrita; faz-se um rastreio das origens das quatro tradições escritas mais importantes, com as primeiras inscrições em argila na Suméria, assim como a escrita hieroglífica no Egipto, os sistemas de caracteres na China, que foi importado para o Japão, passando ainda pela Mesoamérica e a civilização maia; na terceira parte, procura-se perceber como foram inventados os sistemas consonantais e alfabéticos; compreender os principais sistemas de escrita hoje utilizados um pouco por todo o mundo e descobrir ainda aqueles que até hoje não foram decifrados; a evolução do

Este livro de leitura rápida e aprazível é uma viagem no tempo e no espaço, que nos leva a dimensões tão remotas como o primeiro livro da história da humanidade para depois nos trazer de regresso à atual era digital, em que mais depressa estabelecemos comunicação por escrito. Mesmo com a possibilidade de estabelecer chamadas ou enviar áudios, as pessoas continuam a preferir enviar mensagens escritas. Escrevemos hoje mais do que nunca antes e muitas vezes em situações inimagináveis. A escrita acompanha-nos diariamente. Um funcionário pode até levar o dia todo a escrever, sem nunca ter de recorrer à oralidade. A palavra escrita tem hoje indiscutivelmente mais peso do que um acordo oral; e por isso mesmo é muitas vezes importante assegurarmo-nos de que assuntos importantes ou delicados ficam registados por escrito. Encontramo-la nos livros, em documentos, na televisão, em anúncios na rua, em murais grafitados. Encontramo-la muito especialmente no meio digital – do computador ao telefone, passando pelos relógios.

Contudo, e é assim que inicia esta viagem, a Humanidade viveu a maior parte do seu percurso sem escrita. O nosso cérebro, afirma o autor, está “habituado a processar

e a transmitir informação através de histórias” (p. 146). O problema residiu na necessidade de uma administração mais eficaz, em vários pontos do planeta, de se criar uma contabilidade e um comércio mais práticos e eficazes. Sendo mais difícil o uso de números e quantidades, por parte do nosso cérebro, a Humanidade deu um salto evolutivo para a criação de sinais gravados, como estratégias gradualmente mais complexas que visavam registar informação sobre números, quantidades e calendários. Como se sabe é com a escrita – a «segunda maior invenção da Humanidade», depois da linguagem humana – que se dá o salto da Pré-História para a História. Hoje vivemos tempos inéditos, conclui o autor, com a terceira grande revolução, a da escrita, depois da invenção da escrita desde há cinco milénios passando pela expansão da imprensa (que não foi descoberta por Gutenberg). Depois de nos anos 60 do século XX a alfabetização ter chegado a mais de metade da população mundial, a tecnologia provoca

hoje uma explosão da palavra escrita entre as várias sociedades, levando a capacidade de ler e escrever até, quase, aos 100 % da população (p. 138). Ainda assim, entre a invenção nos dois últimos séculos de uma nova comunidade de grande dimensão, a dos leitores, e a dificuldade dos jovens com a escrita, enquanto modo quotidiano de linguagem humana, continua a haver muito a explorar, a perceber, a aprender: “Daqui a 10 000 anos, os historiadores do futuro considerarão o nosso tempo como uma fase dos primórdios, quando a Humanidade se aproximava – ainda sem a ter atingido – da universalidade do conhecimento da escrita.” (p. 6) Conhecido por ser um crítico do excessivo policiamento da língua, Marco Neves é autor de mais de uma dezena de livros sobre temas linguísticos. Nasceu em Peniche e vive em Lisboa. É professor na FCSH e investigador no CETAPS. Mantém uma coluna sobre o tema no Sapo 24 e escreve regularmente na sua página Certas Palavras

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Atlas Histórico da Escrita é o primeiro volume da coleção assinado pela pena de um autor português Marco Neves é autor de mais de uma dezena de livros sobre temas linguísticos FOTO D.R.

OPolaco, de J.M. Coetzee

OPolaco, com tradução de J. Teixeira de Aguilar, é a mais recente obra de J.M. Coetzee, autor sul-africano atualmente a residir na Austrália.

J.M. Coetzee, cuja obra integral tem vindo a ser publicada pela Dom Quixote, foi duas vezes Prémio Booker e foi laureado com o Nobel de Literatura em 2003. Depois de uma controversa e inquietante reescrita da vida de Jesus – no tríptico A Infância de Jesus, Jesus na Escola, A Morte de Jesus –, onde explora o sentido de um mundo pós-apocalíptico. É ainda digno de nota que O Polaco tenha sido originalmente publicado em espanhol

primeiramente, como aconteceu já com dois romances anteriores do autor: uma forma subtil de contestação do poder hegemónico do Norte e da literatura anglófona.

O Polaco é um romance de uma composição magistral, subtilmente complexa, numa escrita concisa, reflexiva e quase fria de tão distanciada. Constituído por 6 partes ou capítulos, cada secção é formada por entradas numeradas, o que confere ao texto uma aura ensaística e uma natureza próxima de uma sinfonia composta por breves andamentos.

Witold Walczykiewicz, virtuoso pianista polaco, especialmente célebre pelas suas interpretações de

Chopin, fica enfeitiçado por Beatriz (ou Beatrice, no original), uma patrona das artes espanhola, depois de esta ajudar na organização do seu concerto em Barcelona. Beatriz é casada, num casamento que vive sobretudo das convenções e aparências, e não cede terreno a Witold, até porque ele é muito mais velho. Desencantam-na, sobretudo, as suas interpretações frias de Chopin, nada íntimas; a sua música simplesmente não tem o condão de a transportar. Contudo, Witold envia-lhe cartas e faz-lhe vários convites para viajar, nomeadamente ao Brasil, até que ela acaba por consentir ser visitada na casa de verão do marido, em Maiorca,

onde a relação é (mais ou menos) consumada. A prosa deste romance breve e incisivo é adequadamente direta, descritiva, e a narrativa prende-nos ao mesmo tempo que se deixa cristalizar numa redoma, em que o leitor oscila entre a antipatia ou o simples desconcerto face às emoções, também elas desencontradas, das personagens. A questão do desencontro, entre a sensibilidade masculina e feminina, perpassa ainda a narrativa, assim como a natureza calorosa e apaixonada do sul (Espanha) face à contenção ríspida do norte (Polónia). No início do romance, nos seus primeiros encontros, percebe-se como em alguns

diálogos a natureza inquiridora de Beatrice esbarra com um silêncio quase hostil do polaco. Tece-se ainda um diálogo com a obra de Dante, no que se descreve como uma “variação moderna e irónica da lendária história de amor de Dante e Beatriz”. Cabe ao leitor perceber o sentimento de Beatriz por Witold – se é que se pode verdadeiramente entender o amor, nas suas várias manifestações e linguagens, da música à escrita. O que é indiscutível é que na última parte do livro, onde Beatriz escreve cartas a Witold, a sua voz se entrelaça com a dele, ao citar-nos os poemas que ele lhe dedicou e que ela só lerá depois da morte dele.

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Livro conta a história de um virtuoso pianista polaco, que fica enfeitiçado por Beatriz, uma patrona das artes espanhola J.M. Coetzee foi duas vezes Prémio Booker e foi laureado com o Nobel de Literatura em 2003 FOTO JERRY BAUER | DR

NOITE DE PRATA ILUMINA SÃO BRÁS DE ALPORTEL ESTE SÁBADO

PARA A FAMÍLA A Noite de Prata vai iluminar, este sábado, as principais ruas do comércio são-brasense. Não vai falar a animação de rua, concertos musicais e muita diversão para toda a família.

O comércio local estará de portas abertas, com as melhores promoções em perto de três dezenas de estabelecimentos aderentes, onde ao fazer compras se pode habilitar ao sorteio de Vales de Compras, no valor de 50 euros.vestidos com roupa usada.

Um evento de entrada gratuita com animação para toda a família e onde o comércio local é o protagonista.

As as principais artérias comerciais da vila vão ser invadidas de animação com as melhores promoções do comércio local a desafiar os visitantes a partir das 20:00.

Noite Prata conta com seis pontos de animação

A Noite Prata conta com seis pontos de animação: o Largo de S. Sebastião, a Praça da República, a Rua Boaventura Passos, a Rua António Rosa Brito, a Avenida da Liberdade – centro e o exterior do São Brás Cineteatro Jaime Pinto).

A animação no Largo de São Sebastião começa pelas 20:30 com a banda Straw House. Este é também o palco que acolhe a atuação do famoso fadista algarvio, César Matoso. A Marcha Popular do Museu atua junto ao Cineteatro pelas 20:30. Este palco será animado até às 23:30 pelo Rancho Típico Sambrasense. Segue-se o Grupo de Ginástica Acrobática do CCD – Centro de Cultural e Desporto dos Trabalhadores da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de São Brás de Alportel e o grupo de danças de salão “São Brás Bailando”.

O palco instalado ao centro da Avenida da Liberdade começa a aquecer pelas 20:30 com a banda QuaseKDava, seguida pelo DJ Rodrigo PT, pelo grupo Murcão e Isaac e pelos Sniffy Marfads.

Evento tem animação para miúdos e graúdos

No Palco da Rua Boaventura Passos, a animação começa pelas 20:15 com a Marcha da São BrazArte. Segue-se o bailarico com David Brito, enquanto na Rua António Rosa

Brito o palco é inaugurado pelo Duo Cláudia e Inês pelas 20:30. A animação continua com a atuação dos Super Pop que atuam neste palco a partir das 22:00.

Na Praça da República, a noite termina em grande, com a aguardada apresentação de Charlie Spot, reconhecido autor de música eletrónica.

Ao passar pelas ruas da vila, os visitantes podem ainda conhecer o artesanato e os

produtos locais e encontrar momentos de animação para miúdos e graúdos.

A Noite de Prata pretende promover e a valorizar o comércio local a par da divulgação do que de melhor se faz em termos lúdicos e culturais em São Brás de Alportel

A organização está a cargo da Câmara de São Brás de Alportel em parceria com empresas locais, associações, entidades e grupos locais.

André Gomes eleito presidente Foi eleito, esta terça-feira, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), liderando a única lista a sufrágio, com 24 votos a favor, registando-se ainda cinco votos em branco e dois nulos. O presidente eleito da comissão executiva, André Gomes, de 42 anos, é o atual diretor do Núcleo de Promoção, Animação e Informação Turística da RTA, cargo que desempenha desde setembro de 2018. André Gomes, filho da presidente do Município de Portimão, sucederá no cargo de presidente da comissão executiva a João Fernandes, que liderava o organismo desde 2018.

Nova diretora na Details Hotels & Resorts

Carla Branco é a nova diretora de Vendas da Details Hotels & Resorts, uma marca da indústria hoteleira do Algarve. A nova diretora, que tem mais de 16 anos de experiência no sector, é licenciada em Economia pela Universidade do Algarve e iniciou a sua carreira na área financeira antes de entrar no mundo da hotelaria.

Eleições na Associação de Futebol do Algarve

Os clubes e núcleos de árbitros filiados na AFA vão eleger os Órgãos Sociais da Instituição para o quadriénio 2023-2027 no próximo dia 23 de junho, entre as 20:00 e as 22:00. A única lista apresentada a sufrágio volta a ser encabeçada por Reinaldo Teixeira e Alves Caetano, enquanto presidentes da Direção e da Assembleia Geral, respetivamente. De notar, que foi subscrita por todos os filiados pela primeira vez na história da instituição.

FOTO DR Tiragem desta edição 9.092 exemplares POSTAL regressa a 7 de julho Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve
E ainda
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