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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1142 • Quinzenário à sexta-feira • 8 de Maio de 2015 • Preço € 1,40
EM FOCO 2 EM FOCO 2 POLICIAMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE MOTOS FOCADO NA PREVENÇÃO 3 TAVIRA CONVIDA A SABOREAR GASTRONOMIA DO MAR 5
ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR € 1,60
HOSPITAIS DO ALGARVE FORMAM INTENSIVISTAS 6 SEMANA ACADÉMICA AGITA NOITE DE FARO 7 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11
Camaleão derrota Sociedade Polis
d.r.
Pára tudo nas demolições na Ilha da Culatra. O responsável é o camaleão, mas não só, que os tribunais entenderam defender, para já, das investidas da Sociedade Polis. Este animal é especial , mesmo face aos humanos, também eles animais, mas até ao momento, parece, menos atendíveis no que toca a protecção. p. 2
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d.r. d.r.
Greve na TAP e despedimentos no handling afectam Aeroporto de Faro Turismo: Se a greve da TAP tem um efeito directo residual no turismo algarvio, os serviços aeroportuários esses estão até dia 18 profundamente afectados com a inoperabilidade das mangas de acesso aos aviões, há questões sérias para resolver no handling de Faro > 4 d.r.
SEMANA ACADÉMICA:
Anselmo Ralph e Jay Hardway numa festa rija de dez dias d.r.
MOTARDS
Polícia na Concentração com atitude preventiva >5
d.r.
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Tavira propõe festa de sabor
dedicada ao mar
d.r.
SAÚDE
FESTIVAL GASTRONÓMICO > Mais uma edição do imperdível Festival de Gastronomia do Mar de Tavira, que promete mostrar por terras do Gilão a excelência da cozinha e da dieta mediterrânica. Um evento obrigatório para os comensais e apreciadores da boa mesa até ao fim do mês p. 5
Algarve vai começar a formar intensivistas
>6
2 | 8 de Maio de 2015
em foco Camaleão trava demolições Polis recua perante providência cautelar da Câmara de Olhão Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com
NA CORRIDA PELA POSSE ADMINISTRATIVA das segundas
habitações na Ilha da Culatra, particularmente no aglomerado populacional do Farol, a história ditou que as passagens bíblicas e as fábulas às vezes se confirmam. David e Golias, narrado nos escritos bíblicos de Samuel, e a Tartaruga e a Lebre, a fábula de Esopo, são rótulos perfeitos para o que o fraco e lento camaleão habitante da Ilha da Culatra conseguiu face à força e ímpeto da Sociedade Polis. Na segunda-feira da passada semana, os elementos da Sociedade Polis Ria Formosa que se deslocaram ao Farol para tomarem posse administrativa das casas assinaladas para serem demolidas no âmbito das demolições previstas para o Parque Natural da Ria Formosa, regressaram a terra pouco depois de atracarem e desembarcarem na ilha barreira.
POLIS TRAVADA, POR AGORA, NA BARRA DOS TRIBUNAIS Acompanhados da polícia marítima, os funcionários da Polis foram vencidos na barra dos tribunais administrativos com a aceitação pela Justiça de uma
fotos: d.r.
providência cautelar intentada pela Câmara de Olhão, liderada por António Pina, cuja argumentação girou em torno da necessidade de salvaguarda o habitat do camaleão comum, uma espécie arborícola presente naquela ilha barreira.
CAMALEÃO É ESTRELA ENTRE OS ILHÉUS O camaleão garantiu
assim a inviabilização da tomada de posse administrativa das habitações, tornando-se uma verdadeira estrela dos ilhéus, que durante horas não arredaram pé do cais de acostagem, aguardando receosos a chegada dos funcionários da Polis. A espécie enquadrada por especialistas entre as categorias “em perigo” e “vulnerável” quanto à classificação do risco de extinção, só existe em Portugal no Algarve e em particular na faixa costeira entre Vila Real de Santo António e Armação de Pêra. Assinalada como uma das espécies existentes no Parque Natural da Ria Formosa, onde a Ilha da Culatra se insere, e sendo um dos riscos mais reconhecidos para a manutenção do seu escasso efectivo a fragmentação e perturbação do seu habitat, o lento animal conhecido pela capacidade de mimetizar o meio ambiente em que se encontra,
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ÔÔ António Pina no Farol junto das populações da ilha no 25 de Abril ditou a decisão do tribunal de, pelo menos por agora, ordenar a suspensão de todas as actividades da Sociedade Polis no âmbito da tomada de posse administrativa e demolição das casas na ilha.
CORDÃO HUMANO ASSINALA 25 DE ABRIL Já antes da passada
semana os ilhéus tinham manifestado de diversas formas a sua
oposição às demolições na Ilha da Culatra. A 25 de Abril, enquanto o país comemorava a revolução, na ilha os protestos assumiram a forma de cordão humano, juntando mais de meia centena de pessoas, de acordo com a Agência Lusa. A presença no local do autarca olhanense que envergou mesmo uma t-shirt com a inscrição
“Je suis ilhéu”, numa reprodução do jargão das manifestações solidárias com a tragédia do Charlie Ébdo, em França, manifestava já então o apoio de António Pina à causa dos habitantes da ilha. De acordo com o autarca, em declarações ao POSTAL, a acção que se segue naturalmente em termos processuais à providência cautelar interposta pela autarquia é para continuar”.
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“Estamos a defender os legítimos interesses de pessoas, de Olhão e de Faro, essa é a questão que nos preocupa”, diz António Pina quanto à questão da competência territorial sobre a Ilha da Culatra, que pertence à Câmara de Faro. Certo é que em definitivo a resposta aos anseios das populações da ilha está a passar pela autarquia olhanense, ainda que estejamos apenas no campo de decisões judiciais cautelares. Longe portanto de uma decisão final. António Pina sublinha que a providência cautelar alerta para além da questão relacionada com a protecção do camaleão, para um conjunto de falhas procedimentais da parte da Sociedade Polis e do Ministério do Ambiente” que, refere, “estão mais preocupados em perseguir as populações e derrubar as casas do que com o ambiente propriamente dito que é a sua competência directa”. Seguem-se as cenas dos próximos episódios de uma novela que poderia ter sido evitada, se bem pensada e estribada numa análise aprofundada e não meramente administrativa, ainda mais quando os instrumentos de gestão territorial estão em parte já desfasados da realidade.
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região
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Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial de Tavira
Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e três de Abril de dois mil e quinze, exarada a folhas cinquenta e cinco e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: - Manuel Francisco Ramos Domingues, NIF 119194716, e mulher Maria Idalina do Carmo Domingues Ramos, NIF 115180028, ambos naturais da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Porto Carvalhoso, caixa postal 219-P, 8800-166 Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, titulares, declararam: - Que são donos e legítimos possuidores, em comunhão e com exclusão de outrem, dos onze prédios rústicos a seguir identificados, sitos na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, com o valor patrimonial tributário total de 1.911,72 €: Verba Um: prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, sito em Porto Carvalhoso, que confronta a norte com Manuel João Pereira, sul e poente com caminho e nascente com António Custódio, inscrito na matriz sob o artigo 3299, com o valor patrimonial tributário de 21,60 €, igual ao atribuído; Verba Dois: prédio rústico composto por terra de cultura com vinte figueiras, oito oliveiras, doze amendoeiras e pastagem, com a área de três mil novecentos e dez metros quadrados, sito em Porto Carvalhoso, que confronta a norte com Henrique Viegas, a sul com João Simplício Silvério, a nascente com Inácio Viegas e poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 3330, com o valor patrimonial tributário de 244,14 €, igual ao atribuído; Verba Três: prédio rústico composto por terra de cultura com três azinheiras, com a área de mil trezentos e sessenta metros quadrados, sito em Porto Carvalhoso, que confronta a norte com António Custódio, sul com Luís Miguel Martins, nascente com caminho e poente com João Domingues (Herdeiro), inscrito na respectiva matriz sob o artigo 3499, com o valor patrimonial tributário de 41,65 €, igual ao atribuído; Verba Quatro: prédio rústico composto por terra de pastagem com dois sobreiros, com a área de novecentos metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com Inácio Viegas, sul com Manuel António Martins, nascente com Henrique Viegas Sebastião, e poente com Manuel António Martins, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6004, com o valor patrimonial tributário de 25,84 €, igual ao atribuído; Verba Cinco: prédio rústico composto por terra de cultura com seis oliveiras, três alfarrobeiras e pastagem, com a área de dois mil e cinquenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com Manuel Viegas Sebastião e outro, sul com Inácio Viegas, nascente com caminho e poente com Ribeiro, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6078, com o valor patrimonial tributário de 178,06 €, igual ao atribuído; Verba Seis: prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem com oito oliveiras e catorze azinheiras, com a área de mil oitocentos e oitenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com João Viegas, a sul com Ribeiro, nascente com Inácio Joaquim e poente com Almerinda do Carmo Domingues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6086, com o valor patrimonial tributário de 122,13 €, igual ao atribuído; Verba Sete: prédio rústico composto por terra de cultura com oito alfarrobeiras e dezassete oliveiras, com a área de mil quatrocentos e sessenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com João Viegas, a sul e nascente com Henrique Viegas e poente com João Viegas e outros, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6089, com o valor patrimonial tributário de 462,44 €, igual ao atribuído; Verba Oito: prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem com cinco laranjeiras e uma oliveira, com a área de mil quatrocentos e dez metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte e nascente com Manuel da Paz Martins, a sul com Ribeiro e poente com Almerinda do Carmo Domingues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6099, com o valor patrimonial tributário de 132,16 €, igual ao atribuído; Verba Nove: prédio rústico composto por terra de pastagem com três azinheiras, com a área de cento e vinte metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte, a nascente e a poente com João Viegas e a sul com Manuel dos Reis, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6142, com o valor patrimonial tributário de 5,79 €, igual ao atribuído; Verba Dez: prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem com vinte e oito figueiras, vinha, nove oliveiras e seis alfarrobeiras, com a área de sete mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com João Viegas, a sul com Avelino Viegas, a nascente com José Inácio Martins e poente com Maria Idalina do Carmo Domingues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6168, com o valor patrimonial tributário de 555,78 €, igual ao atribuído; Verba Onze: prédio rústico composto por terra de pastagem com oito sobreiros e uma oliveira, com a área de quatro mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, sito em Serro das Medas, que confronta a norte com Carolina do Rosário, a sul com José António Martins, a nascente com Luís Viegas e poente com Ribeiro e outro, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6240, com o valor patrimonial tributário de 122,13 €, igual ao atribuído; - Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, já no estado de casados entre si, por partilha meramente verbal, no ano de mil novecentos e noventa e um, em data que não podem precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por óbito da mãe da justificante mulher, Maria do Carmo, falecida em seis de Dezembro de mil novecentos e noventa, residente que foi em Ribeira de Bemparece, Santa Catarina de Fonte do Bispo, não tendo deste modo título que lhes permita fazer o registo dos prédios em seu nome. - Que, porém, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respectivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam. Tavira, 23 de Abril de 2015. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Acto registado sob o n.º 2/857 (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)
Policiamento da concentração de motos focado na prevenção Câmara, Motoclube de Faro e autoridades chegam a acordo dr
A CÂMARA DE FARO, o Moto-
clube local e as autoridades chegaram a acordo sobre a actuação policial na próxima concentração de motos da cidade, em Julho, focada mais na prevenção do que na repressão, disse o presidente da autarquia. Rogério Bacalhau afirmou que esta foi a principal conclusão de uma reunião que juntou recentemente a autarquia, o Motoclube de Faro, a PSP e a GNR. Decidida foi também a realização de uma campanha conjunta que dará conselhos aos participantes para “garantir a segurança de pessoas e bens”. “Todos concordaram que a questão central é a da prevenção e de garantir a segurança, em moldes idênticos aos que orientaram a acção policial no ano passado”, afirmou o autarca, frisando que “a tónica que está em cima da mesa é a da prevenção e não a da repressão”. O autarca acrescentou que a “operação nacional que se fazia há dois anos e que no ano passado já foi feita em moldes diferentes, vai-se manter”, com “policiamento no país inteiro, mas sem estar a mandar parar exaustivamente e a fazer operações stop sucessivas”.
LEI É PARA CUMPRIR Rogério
Bacalhau frisou que, “se for detectada alguma situação ilegal, a lei é para cumprir” e as autoridades policiais têm de actuar, com a intenção de “manter os registos dos últimos anos sem acidentes ou vítimas”. Sobre a campanha conjunta
ÔÔ Campanha dará conselhos aos motociclistas que a Câmara, o Motoclube - organizador da concentração - e as forças de segurança vão pôr no terreno, e que terá ainda de ser preparada, o autarca revelou que irá ser feita à semelhança do que “o motoclube já fez” em anos anteriores, com conselhos para os motociclistas, mas contendo “mais informações e chamadas de atenção para determinados aspectos na condução e
de cuidados a ter”. Os motociclistas poderão, assim, receber folhetos com os conselhos, com o objectivo “de manter margens de segurança e de toda a gente poder ir à concentração, usufruir da festa, chegar a casa em condições de segurança e continuar a sua vida, recordando os bons momentos passados” em Faro, acrescentou Rogério Bacalhau. Lusa
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região
Hospitais do Algarve formam intensivistas pág. 6
Greve na TAP e despedimentos na Portway prejudicam o Algarve
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NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA
Desidério Silva preocupado com paragem das mangas telescópicas. Victor Guerreiro alerta para os efeitos da greve na economia regional d.r.
Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com
A TAP ESTÁ A ENFRENTAR, des-
de o dia 1 e durante dez dias, a greve dos pilotos que muita tinta tem feito correr sobre o equilíbrio entre o direito à greve dos trabalhadores e a proporcionalidade no uso deste instrumento de protesto por parte dos pilotos da companhia aérea de bandeira. Certo é que o secretário de Estado da tutela, Sérgio Monteiro, já anunciou prejuízos directos na TAP de dez milhões de euros nos primeiros três dias de greve, estimando que os custos totais para os dez dias de protesto possam causar à companhia aérea mais de 30 milhões de euros. Isto apesar de, até ao momento, a TAP ter conseguido assegurar cerca de 70% dos voos programados para o período.
HOTELARIA REDUZ PREVISÃO DE PREJUÍZOS Já a hotelaria, atra-
vés da Associação da Hotelaria de Portugal, em declarações à imprensa, baixou o valor dos prejuízos para o sector decorrentes da greve para os 300 milhões de euros. Um valor ainda assim muito assinalável na entrada da época alta de turismo e num país onde este sector tem uma importância preponderante.
“IMPACTO ECONÓMICO RESIDUAL” No Algarve, Desidério
Silva, presidente da Região de Turismo, afirmou ao POSTAL que “o impacto económico da greve da TAP é residual, uma vez que a companhia apenas voa para Faro a partir de aeroportos nacionais, sendo o turismo principalmente garantido ao nível de entradas por outras companhias aéreas”. Certo é que este “impacto residual” directo não deve ig-
ÔÔ Maria Nunes recusa-se a abandonar a tecelagem ÔÔ Mangas telescópicas estão paradas no Aeroporto de Faro, dificultando a vida aos passageiros norar o impacto indirecto de uma greve largamente conhecida pelos operadores de viagens e turistas nos principais países de origem do turismo algarvio. A imagem do país e da região por associação como tendo dificuldades nos voos assegurados pela sua principal companhia aérea podem ter efeitos difíceis de contabilizar no que toca a reservas.
ACRAL PREOCUPADA COM EFEITOS INDIRECTOS NA REGIÃO Victor Guerreiro, presidente da associação empresarial regional ACRAL, sublinha que “a greve na TAP é no mínimo irresponsável, não só pelo prejuízo que afectará a companhia aérea, mas também em termos de imagem da empresa e do país”. O responsável associativo diz que o protesto gerará “um prejuízo incalculável para a economia nacional, que será infinitamente superior ao prejuízo estimado para a TAP”, reforçando que “na região do Algarve, esta greve irá criar problemas à economia, às empresas e aos trabalhadores, muito para além do que seria admissível”. “Na nossa região, onde existe a
possibilidade da economia equilibrar as contas no Verão, através do turismo, é francamente preocupante, mais esta situação”, conclui.
MANGAS DO AEROPORTO PARALISADAS Entretanto, mantêm-
-se paralisadas, pelo menos até ao próximo dia 18, as mangas telescópicas que facilitam o acesso de passageiros aos aviões no Aeroporto de Faro através de uma acostagem aos aparelhos que permite a ligação directa entre o terminal e o avião. O recente despedimento de 12 funcionários da Portway levou à paralisação deste meio de acesso directo aos aviões, tornando os embarques e desembarques menos cómodos e mais demorados para os turistas que utilizam o Aeroporto Internacional de Faro. Esta é uma situação que Desidério Silva vê com “preocupação”, uma vez que “fica reduzida a qualidade do serviço prestado e dá uma má imagem do aeroporto que serve a região”. Para o responsável pelo turismo regional, “esta é uma matéria que deverá ser resolvida no mais curto espaço de tempo, respeitando os direitos dos trabalhado-
res eventualmente lesados, e que passa pela intervenção do Estado enquanto entidade reguladora do sector, que deve garantir a qualidade e eficiência dos serviços aeroportuários na principal região turística do país”. O POSTAL apurou entretanto que os problemas na área de handling, gestão de passageiros e serviços de bagagem, do Aeroporto de Faro não se ficam só pelas mangas telescópicas, com as dificuldades dos serviços a atingirem outras áreas do handling como o serviço MyWay, responsável pela assistência a passageiros com capacidades de locomoção diminuídas, também garantido pela Portway. A questão não é exclusiva do Aeroporto de Faro, afectando outros aeroportos nacionais com os trabalhadores a protestarem pelo excesso de trabalho e por condições contratuais e de aplicação da lei laboral deficientes. Ao que o POSTAL apurou, junto de fonte ligada à questão e que preferiu o anonimato, há trabalhadores que estão a intentar acções judiciais contra a Portway e obter vencimento nos tribunais, nomeadamente em outros aeroportos do continente.
Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia sete de Abril de dois mil e quinze, a folhas trinta e quatro, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual VALÉRIO AFONSO, NIF 114.463.875 e mulher MARIA IDÁLIA BARÃO AFONSO, NIF 138.330.212, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Largo Eira da Cruz, número 21, Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: 1 - Prédio sito em Vale Gavião, que consta de terra cultura, com a área de quatrocentos e setenta metros quadrados, que confronta do norte e sul com Albertina Maria, do nascente com caminho e do poente com Vítor de Campos Faísca, inscrito na matriz sob o artigo 4.069; 2 - Prédio sito em Vale Fuzil, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de trezentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com Olavo Francisco Barão, do sul e poente com ribeiro e do nascente com Virgínia do Rosário, inscrito na matriz sob o artigo 4.070; 3 - Prédio sito em Vale Fuzil, que consta de terra de cultura e oliveira, com a área de trezentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com José Femenim, do sul e poente com ribeiro e do nascente com Albertina Maria, inscrito na matriz sob o artigo 4.071; 4 - Prédio sito em Castelos, que consta de terra de cultura e pastagem, com a área de três mil e cem metros quadrados, que confronta do norte e sul com Vítor de Santos Faísca, do nascente com Eulálio Francisco do Rosário e do poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 4.203; 5 - Prédio sito em Castelos, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de três mil quatrocentos e dez metros quadrados, que confronta do norte e nascente com Manuel Mendes, do sul com Virgínia do Rosário e do poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 4.204; 6 - Prédio sito em Cercado da Barra, que consta de terra de pastagem, cultura com oliveiras e sobreiros, com a área de seis mil quatrocentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com Maria Antonieta Mendes Gago, do sul e poente com Inácio Guerreiro Narciso e do nascente com Manuel Pereira, inscrito na matriz sob o artigo 18.992; 7 - Prédio sito em Vale Gavião, que consta de pastagem e sobreiras, com a área de mil e duzentos metros quadrados, que confronta do norte e poente com António Ferro e outros, do sul com herdeiros de Marcelina Teresa e do nascente com Pedro Julião, inscrito na matriz sob o artigo 3.850. Que adquiriram os prédios, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Virgínia do Rosário e marido Salvador Barão, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Cachopo, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 07 de Abril de 2015 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3 Conta registada sob o nº. PAo478/2015 Factura nº. 0478 (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)
Lei n.º 2/99
Em cumprimento do estabelecido no n.º 2 do art.º 16.º da Lei n.º 2/99 (Lei da Imprensa), Henrique Manuel Dias Freire, com o número de contribuinte 178 885 339, informa que é proprietário da publicação periódica jornal “Postal do Algarve”, sendo o editor o “Postal do Algarve – Publicações e Editores, Lda”, cuja quota da sociedade é de 14.963,94 euros, pertencente 100% a Henrique Manuel Dias Freire. Mais informa que a gerência da sociedade é exercida por Henrique Manuel Dias Freire.
www.postal.pt O Algarve em notícias
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Semana Académica agita noite de Faro pág. 7 pub
MUNICIPIO DE TAVIRA
Tavira convida a saborear gastronomia do mar Participam no festival 18 restaurantes do concelho
EDITAL Nº 17 /2015 Jorge Manuel do Nascimento Botelho
d.r.
TAVIRA CELEBRA A DIETA MEDITERRÂNICA, até ao próximo
Presidente da Câmara Municipal de Tavira
dia 24, com a realização do XII Festival de Gastronomia do Mar. Pratos de polvo, atum, raia, bacalhau e outros sabores da costa algarvia integram os menus dos 18 restaurantes aderentes nas vilas de Cabanas e Santa Luzia, assim como na cidade. A frescura e a riqueza dos produtos da época, conjugada com a criatividade dos chefes, proporciona o convívio à volta da mesa.
TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 28 de abril de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 61/15/CM, 5.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano de 2015; 2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 62/15/CM, referente a Atribuição de apoio à Associação da Academia de Música de Tavira e redução de taxas - Encontro Regional de Zumba; 3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 63/15/CM, referente a Atribuição de apoio à Associação da Academia de Música de Tavira - evento “Zé Francisco - Caminho de Mar e de Luz”; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 64/15/CM, referente a Associação Internacional de Paremiologia / International Association of Paremiology – Redução de taxas; 5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 65/15/CM, referente a Associação Erasmus Student Network Portugal - Redução de taxas; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 66/15/CM, referente à Denúncia do contrato de concessão de exploração da loja n.º 7 do Mercado da Ribeira; 7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 67/2015/CM, referente ao Declaração de interesse municipal da atividade associativa do Clube Recreativo Tavirense; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.
ÔÔ Evento divulga a gastronomia e restauração locais
PRÉMIOS PARA OS COMENSAIS
Paços do Concelho, 28 de abril do ano 2015 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015) pub
MUNICIPIO DE TAVIRA
Os participantes habilitam-se a ganhar um fim-de-semana e/ou duas noites, para duas pessoas, num dos seguintes alojamentos turísticos: Cabanas Park Resort, Casa Viana Guesthouse (Cabanas), Lagoas (Tavira), Hotel Porta Nova (Tavira) e um dos 24 hotéis do Grupo Vila Galé Portugal ou Brasil. Além disso, é possível, ainda, ser premiado com
uma actividade de animação turística. Os restaurantes que participam no festival são: Abstracto, Aladino (Hotel Vila Galé Tavira), Coffee Shop & Restaurante Álvaro de Campos, América, Avenida, A Ver Tavira, Brisa do Rio, Mouraria (Pousada do Convento da Graça), Restaurante Mediterrânico & Wine Bar, O Tonel, Ponto de Encontro, Portas do Mar, Sa-
linas (Hotel Vila Galé Albacora), Gastronomy, Páteo da Ria, Rota dos Sabores, Vert’In e Casa do Polvo Tasquinha. Razões mais do que suficientes para agendar nos seus planos para este mês uma visita a terras do Gilão e desfrutar do melhor que o mar tem para oferecer na região algarvia. A festa promete e você não vai querer faltar.
EDITAL Nº 15 /2015
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Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 16 de abril de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações: 1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 52/15/CM, referente a Prestação de contas - Ano 2014; 2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 53/15/CM, referente a 2.ª Revisão ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano (GOPs);
Município de Tavira
Edital
3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 54/15/CM, referente a 4.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano - Ano 2015;
JOSÉ OTÍLIO PIRES BAIA, Presidente da Assembleia Municipal de Tavira
4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 55/15/CM, referente a Atribuição de apoio à Cruz Vermelha Portuguesa;
TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 27 de abril de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:
5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 56/15/CM, referente a Atribuição de apoio à CIVIS - Associação para o Aprofundamento da Cidadania; 6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 57/15/CM, referente à Atribuição de apoio à Fabrica da Igreja Paroquial de Stª. Maria do Castelo; 7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 58/2015/CM, referente ao Associação SCP - Safe Communities Portugal – Redução de taxas; 8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 59/15/CM, referente a Associação Cultural Bons Ofícios Redução de taxas; 9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 60/15/CM, referente ao Projeto de alteração ao regulamento e tabela de taxas; Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.
1. Aprovado por unanimidade o Voto de Pesar pelo falecimento do Padre José Nabais Pereira; 2. Aprovada por maioria a moção com o titulo: “Por ocasião do 41º aniversário da Revolução de Abril” apresentada pela bancada da CDU - Coligação Democrática Unitária; 3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 41/2015/CM, referente à APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil – Revogação da adesão; 4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 42/2015/CM, referente à APHM – Associação Portuguesa de Habitação Municipal – Revogação da adesão; 5. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 49/2015/CM, referente à Assunção de compromissos plurianuais – Delegação de competências no Presidente, até ao limite de €99.759,58; 6. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 52/2015/CM, referente à Prestação de contas – Ano 2014; 7. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 53/2015/CM, referente à 2ª. Revisão ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano (GOPs) Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume
Paços do Concelho, 16 de abril do ano 2015 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL, Jorge Manuel Nascimento Botelho (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)
Paços do Concelho, aos 27 dias do mês de abril do ano 2015 O Presidente da Assembleia Municipal, José Otílio Pires Baia (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)
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região
RTA marca presença na Feira das Viagens em Lisboa e Porto pág. 8
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Hospitais do Algarve formam intensivistas
NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA
Podem candidatar-se médicos de todo o país e da Europa O CENTRO HOSPITALAR DO ALGARVE (CHA) vai começar
em Julho a dar formação a subespecialistas em medicina intensiva, o que pode contribuir para atrair médicos para o Algarve, disse à Lusa um responsável. “Passámos de dois serviços sem grande visibilidade nesta área para formadores nacionais”, sublinhou à Lusa Luís Pereira, director do departamento de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos do CHA. Aquele centro hospitalar anunciou na semana passada que o Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos atribuiu àquele departamento, que integra os serviços de medicina intensiva de Faro e de Portimão, a capacidade formativa parcial de nível C para os próximos cinco anos. Médicos de todo o país e da Europa podem candidatar-se às quatro vagas para subespecialistas nas áreas de medicina intensiva e as vagas para a formação de médicos internos
passa de cinco para oito. Cada subespecialização tem a duração de dois anos. Para alcançar esta atribuição, o CHA conta com uma equipa de sete subespecialistas, remodelou os serviços de Portimão e Faro, aumentando o número de camas e atendimentos e adquiriu novos equipamentos. No Hospital de Faro, o serviço de medicina intensiva passou de nove para 16 camas. O investimento implicou ainda uma adequação dos rácios de camas ao número de médicos e enfermeiros, explicou o diretor do departamento de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos (DEUCI). O CHA já tem capacidade formativa em várias especialidades mas a capacidade formativa na área da medicina intensiva poderá permitir a aquisição de capacidade formativa na área da anestesiologia já que para esta área é necessário que o hospital tenha serviço de cuidados intensivos de qualidade.
ESPECTÁCULO DE MAGIA
Luís de Matos traz ‘Chaos’ ao Auditório de Olhão O “ONE MAN SHOW”, que é
Luís de Matos, apresenta o seu mais recente trabalho no Auditório Municipal de Olhão no próximo sábado, às 21.30 horas. “Luís de Matos Chaos” é como se intitula o novo espectáculo do mágico português mais premiado e distinguido de sempre. Conforme refere a autarquia olhanense em nota de imprensa, “a mesma forma que o bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque, também a presença de cada espectador reflecte-se na representação de Luís de Matos Chaos”, que promete “uma noite inesquecível, plena de interacção e mistério, repleta de feitos inexplicáveis que perduram
na memória de cada espectador que os vive”. Em “Luís de Matos Chaos”, os mais estranhos elementos interagem de forma mágica e surpreendente. Saramago disse um dia que o ‘caos’ é uma ordem por decifrar. Em “Luís de Matos Chaos” o “decifrar” não é uma opção. Os 90 minutos de espectáculo são uma combinação única da imaginação colectiva de todos os que nele participam. “Luís de Matos Chaos” é uma experiência mágica sem precedentes, uma colecção de mistérios tornados realidade em cada representação, constituindo uma viagem mágica pessoal, intransmissível e memorável. Ilusão ou realidade? A escolha é de cada espectador.
d.r.
Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia sete de Abril de dois mil e quinze, a folhas trinta e sete, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, ASSUNÇÃO MARIA HORTA LOURENÇO, NIF 128.742.917, natural da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim e marido RAFAEL LOURENÇO, NIF 128.742.925, natural da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, ambos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber: 1 - Prédio sito em Ferragial – Mealha – Cachopo, que consta de terra cultura com amendoeiras, com a área de trezentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com Custódia Rosaria, do sul com José dos Reis e outro, do nascente com caminho público e do poente com Custódio da Luz Braz, inscrito na matriz sob o artigo 20.179; 2 - Prédio sito em Ribeirinha – Mealha – Cachopo, que consta de terra cultura com uma laranjeira, com a área de duzentos e trinta metros quadrados, que confronta do norte com Joaquim Pereira e outros, do sul com Maria Joana, do nascente com Mariana Serafina Rita Pereira e outros e do poente com ribeirinha, inscrito na matriz sob o artigo 20.259.
ÔÔ Formação pode contribuir para atrair médicos para o Algarve PUB
Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial de Tavira
Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e oito de Abril de dois mil e quinze, exarada a folhas oitenta e duas e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: - José da Conceição Fernandes Valente, NIF 176018115, e mulher Maria Manuela Gonçalves Valente Fernandes, NIF 129074705, naturais ele da freguesia da Conceição, concelho de Tavira, e ela da freguesia do Azinhal, concelho de Castro Marim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Sítio da Carrapateira, caixa postal 411-Z, 8800-065 Conceição de Tavira, freguesia da União das Freguesias da Conceição e Cabanas de Tavira, declararam: - Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, sitos na Carrapateira, freguesia da União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira: - verba um: prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de mil quatrocentos e sessenta metros quadrados, que confronta a norte com José Rodrigues, a sul com Florinda Romeira, a nascente com José Francisco e a poente com Francisco Viegas, inscrito na matriz sob o artigo 1589, com proveniência no artigo 1462 da extinta freguesia da Conceição, com o valor patrimonial tributário de 18,76 €, igual ao atribuído; - verba dois: prédio rústico composto por terra de pastagem, com a área de mil e cinquenta metros quadrados, que confronta a norte com Florinda Romeira, a sul com Luciano Jesus Rodrigues e outros, a nascente com José Fernandes Inácio, e a poente com Luciano Jesus Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 1490, com proveniência no artigo 1363 da extinta freguesia da Conceição, com o valor patrimonial tributário de 7,20 €, igual ao atribuído; - Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, já no estado de casados entre si, do seguinte modo: A) o da verba um em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Gonçalves e mulher Serafina Maria, já falecidos, com a última residência habitual na Ribeira do Junco, Vila Nova de Cacela, Vila Real de Santo António, e a Mário de Jesus Domingos e mulher Maria da Graça Gonçalves Afonso, residentes no Sítio da Almiranta, em Tavira; B) e o da verba dois em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a António Fernandes e mulher Maria José, residentes na Portela Alta de Cima, Odeleite, Castro Marim; - Que, assim, justificam os referido imóveis, porquanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respectivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam. Tavira, 28 de Abril de 2015. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Acto registado sob o n.º 2/881 (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)
Que adquiriram os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Mateus Coelho, solteiro, maior, residente que foi em Mealha, Cachopo, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 07 de Abril de 2015 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3 Conta registada sob o nº. PAO 480/2015 Factura nº.0480 (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maiol de 2015) pub
NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia dezassete de Abril de dois mil e quinze, a folhas sessenta e quatro, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, DANIEL DA CONCEIÇÃO DIONISIO, NIF 117.612.510 e mulher CESALTINA MARIA PEREIRA DIONISIO, NIF 117.612.553, ambos naturais da freguesia de Conceição, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua Oliveira Gomes, número 31, Belas, Sintra, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por terra de pastagem, oliveiras, azinheiras e uma figueira, sito em Corte António Martins, União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, a confrontar do norte com Gracinda da Conceição Domingues, Jacinto José Rodrigues e José Domingos Gonçalves, do sul com Sesinando Fernandes, José Domingos Gonçalves e outro, do nascente com Estrada e José Domingos Gonçalves e do poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 12.261 (anterior artigo 12.581 da extinta freguesia de Conceição. Que adquiriram o prédio por lhes ter sido adjudicado por partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, na herança aberta por óbito dos pais do justificante marido, Manuel António Dionísio, que também usava e era conhecido por Manuel Dionísio e Mariana Faustina, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Corte António Martins, Conceição, Tavira, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e dois. Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, usufruindo do mesmo, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião. Vai conforme o original. Tavira, em 17 de Abril de 2015 A funcionária por delegação de poderes; Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3 Conta registada sob o nº. PAO548/2015 Factura nº. 0549 (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)
8 de Maio 2015 | 7
região
Semana Académica agita noite de Faro
d.r.
Dez dias de animação no País das Maravilhas Ricardo Claro ricardoc.postal@gmail.com
IR À SEMANA ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE custa este ano para o comum dos mortais 75 euros com bilhete integral pré-pago, comprável até hoje, dia 8, 70 euros para os estudantes em geral e 65 para os estudantes da academia, anuncia a Associação Académica da Universidade do Algarve, responsável pela organização do evento. A festa vai ocupar a zona junto às piscinas municipais da cidade até 16 de Maio e as ‘hostilidades’ foram abertas ontem com a Monumental
Serenata de Abertura. Hoje sobem ao palco Carlão, depois do palco maior do País das Maravilhas ser estreado pelos HMB. Os Dynamic Duo estão encarregados de fechar a noite. Cabeças-de-cartaz desta 30 edição da Semana Académica são Anselmo Ralph e Jay Hardway e prometem enchentes para ver e ouvir as vedetas com a companhia de muita animação estudantil e outro tanto de álcool. O fim-de-semana vai ser ocupado com Sacik Brow Regula e dj Ride, no sábado, e com Rúben Filipe, Rui Unas e dj Van Breda, no domingo.
Os populares Fábio Lagarto e Rosinha garantem a animação de segunda-feira, dia 11, com os D.A.M.A. e Nome a gerirem o palco para a noite de terça-feira. A meio da próxima semana Tributo e Jimmy P são os senhores que se seguem com a quinta-feira, por regra dia grande da diversão académica, a contar com as subidas às tábuas das tunas. À entrada do fim-de-semana final da festa, sexta-feira garante Mundopardo e Anselmo Ralph, a fechar com Meninos da Vadiagem, enquanto no sábado actuam os Átoa, Diogo Piçarra e Jay Hardway. pub
ÔÔ Os D.A.M.A. vão estar na Semana Académica do Algarve Uma edição com orçamento reduzido no que toca a gastos com o cartaz de artistas, mas que promete não esmorecer a vontade dos estudantes darem largas
à efusiva académica. Noites de menos descanso para parte da cidade a verdade é que Faro e o Algarve não seriam os mesmos sem a academia e os estudantes, por isso
a regra de ouro é a animação, porque a vida são três dias e a semana académica dez. Momentos a não perder para quem gosta de música e muita movida pub
8 | 8 de Maio de 2015
REGIÃO
RTA marca presença na Feira das Viagens em Lisboa e Porto Iniciativa pretende atrair turistas para as férias de Verão d.r.
A REGIÃO DE TURISMO DO ALGARVE (RTA) vai estar presente
na 3.ª edição da Feira das Viagens, que decorre entre esta sexta-feira e domingo, na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, e de 15 a 17 de Maio no Palácio da Bolsa, no Porto. Pelo segundo ano consecutivo, a RTA participa neste certame, com entrada gratuita, onde pretende promover a sua oferta turística para o ano inteiro. No âmbito da estratégia promocional da região para o mercado interno, “o Algarve estará representado num espaço exclusivo, onde os visitantes poderão usufruir de um atendimento e aconselhamento profissional e ainda da oferta de diversos materiais promocionais”, anuncia a RTA em nota de imprensa. A Feira das Viagens, que contará com a presença do presiden-
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Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial de Tavira
Extrato de Escritura de Justificação CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte de Abril de dois mil e quinze, exarada a folhas vinte e oito e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A: - Maria Eulália da Conceição Fernandes Afonso, NIF 117089583, casada sob o regime da comunhão de adquiridos com Mário Rodrigues Afonso, NIF 109041143, naturais ela da freguesia da Luz, concelho de Tavira, e ele da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, residentes em Ribeirinha, caixa postal número 60-Z, 8800-063 Conceição de Tavira, declarou: - Que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, nas respectivas proporções indicadas, e com a natureza de bens próprios dela, dos sete prédios rústicos sitos na freguesia da União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, com origem na extinta freguesia da Conceição, com o valor patrimonial tributário total de 164,46 €, igual ao atribuído. I - Prédios não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira: Verba Um: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura e pastagem, com a área de doze mil metros quadrados, sito na Portela do Bicho, que confronta a norte com José Januário Valente, a sul com António Rodrigues Gonçalves, a nascente com Manuel das Eiras e a poente com Maria da Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 3726, com proveniência no artigo 3614, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 25,84 €, igual ao atribuído; Verba Dois: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de seiscentos metros quadrados, sito na Ladeira do Cercado, que confronta a norte com Ribeiro, a sul e nascente com José Pereira e a poente com Francisco Pereira da Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 3832, com proveniência no artigo 3720, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 4,31 €, igual ao atribuído;
ÔÔ Feira disponibiliza pacotes turísticos a preços muito competitivos te da RTA, Desidério Silva, na sessão de abertura, “tem por objectivo proporcionar às famílias portuguesas as melhores oportunidades de férias de Verão, a preços competitivos. Esta iniciativa destina-se ainda a apoiar o trade turístico nacional, numa acção de hard selling”, afirma a RTA. Num ambiente descontraído e intimista, os visitantes da feira
vão encontrar cerca de 70 stands de delegações de turismo nacional e internacional, operadores e agentes de viagens, operadores de cruzeiros, revistas e outras entidades ligadas ao turismo. A Feira das Viagens abre ao público entre as 10 e as 22 horas nas sextas e sábados e está aberta até às 20 aos domingos. PUB
MUNICIPIO DE TAVIRA
AVISO Oferta de Estágios profissionais – área de Informática 5.ª Edição PEPAL
Torna-se público, nos termos e para os efeitos do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, conjugado com o n.º 3 da Portaria n.º 254/2014, de 09 de dezembro, que se encontram abertas, pelo prazo de 10 (dez) dias úteis, contados da data do aviso publicitado no sítio da internet do Municipio de Tavira, as candidaturas ao procedimento de recrutamento e seleção de 1 estágio, no âmbito da 5.ª edição PEPAL, na área de formação de informática, a decorrer no municipio de tavira, por um período de 12 meses não prorrogável. Os interessados deverão apresentar as candidaturas em suporte papel, através do preenchimento do formulário de candidatura PEPAL – 5.ª Edição, podendo ser entregues pessoalmente na Secção de Expediente e Apoio, até às 17h00 do termo do prazo de candidatura mencionado no aviso, acompanhado dos restantes documentos exigidos ou remeter por correio registado, com aviso de receção, para Câmara Municipal, Praça da República, 8800-951 Tavira, expedidas até ao termo do prazo fixado para a apresentação das candidaturas. Para o efeito, os potenciais candidatos, deverão, obrigatoriamente consultar a página eletrónica do Município de Tavira (www.cm-tavira.pt/Balcao Virtual/Recursos Humanos/PEPAL), onde poderão ter acesso ao formulário de candidatura e ao teor do aviso de publicitação do estágio. Paços do Município, aos 5 de maio de 2015 A Vice-Presidente da Câmara Municipal, Ana Paula Martins
Verba Três: direito a três quartos indivisos do prédio rústico composto por terra de cultura e árvores, com a área de quatro mil e duzentos metros quadrados, sito na Serra da Volta, que confronta a norte com terra de baldio, a sul com António Manuel, nascente com Manuel Domingos Fernandes e outro e a poente com Manuel António, inscrito na matriz sob o artigo 3904, com proveniência no artigo 3792, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 66,81 €, igual ao atribuído; Verba Quatro: direito a três quartos indivisos do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de seis mil e novecentos metros quadrados, sito no Serro da Volta, que confronta a norte, sul e nascente com Francisco Pereira da Conceição e a poente com António Rodrigues Gonçalves, inscrito na matriz sob o artigo 3907, com proveniência no artigo 3795, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 59,21 €, igual ao atribuído; II - Prédios descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, mas não inscritos a favor da justificante: Verba Cinco: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de oitocentos metros quadrados, sito no Cercado, que confronta a norte com Vicente Rosa Gonçalves, sul e poente com Francisco Pereira da Conceição, e nascente com ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 3844, com proveniência no artigo 3732, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 2,51 €, igual ao atribuído, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número três mil oitocentos e oitenta e seis, ainda da freguesia da Conceição; Verba Seis: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de novecentos metros quadrados, sito em Barreira, que confronta a norte com José Pereira, sul e nascente com António Manuel, e poente com Francisco Pereira Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 3954, com proveniência no artigo 3842, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 2,89 €, igual ao atribuído, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número três mil oitocentos e oitenta e nove, ainda da freguesia da Conceição; Verba Sete: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de mil metros quadrados, sito na Soalheira, que confronta a norte com Vicente Rosa Gonçalves, sul com Manuel Pereira, nascente com Jacinto Domingos, e poente com Maria da Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 3942, com proveniência no artigo 3830, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 2,89 €, igual ao atribuído, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número três mil oitocentos e oitenta e oito, ainda da freguesia da Conceição. - Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse por sucessão hereditária por óbito de seus pais Zacarias Fernandes e mulher Rita da Conceição, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, falecidos, respectivamente, no dia cinco de Janeiro de dois mil e sete, e no dia treze de Setembro de dois mil e onze, tendo sido declarada sua única e actual herdeira sua filha, ela justificante – como tudo consta de duas escrituras de habilitação, uma celebrada no Cartório Notarial em Tavira do Notário Joaquim Augusto Lucas da Silva, em vinte e três de Fevereiro de dois mil e sete, exarada a folhas cento e quarenta e quatro, do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e dois – A, e outra neste Cartório, em vinte e três de Janeiro de dois mil e quinze, lavrada a folhas cento e quarenta e uma do Livro de notas para escrituras diversas número Cinquenta e Seis – A. - Que, por sua vez, os seus pais adquiriram aqueles imóveis do seguinte modo: A) os das verbas um, dois, cinco, seis e sete em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e oito, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a António Domingos e mulher Maria João, já falecidos, com a última residência habitual no Largo da Igreja, Santa Luzia, Tavira; B) os das verbas três e quatro em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e oito, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita também aos referidos António Domingos e mulher Maria João, bem como a José Domingos Fernandes ou José Domingues Fernandes e mulher Maria Custódia Domingas ou Maria Custódia Domingos, residentes que foram em Eiras, Conceição de Tavira, e Manuel Domingos Fernandes e mulher Maria Rita, residentes que foram no Sítio dos Alhos, em Conceição de Tavira, todos já falecidos; - nunca chegando a outorgar as respectivas escrituras, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo dos prédios em seu nome. - Que, assim, justifica os referidos imóveis, porquanto há mais de vinte anos, primeiro os seus pais e depois ela, justificante, por sucessão na posse que aqueles já vinham exercendo, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência, nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de ela e os seus pais não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares e co-titulares do direito de propriedade destes prédios rústicos, e assim o julgando as demais pessoas, os seus pais e depois ela, justificante, têm possuído aqueles prédios na proporção do seu direito – cultivando-os, amanhando a terra, tratando das árvores, colhendo os respectivos frutos, nele pastando os animais, usufruindo dos seus rendimentos, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção –, ajustando com os demais compossuidores ou consortes a divisão do seu uso e fruição e a repartição dos seus encargos ou despesas; pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu por USUCAPIÃO os referidos imóveis, o que invoca. Tavira, 20 de Abril de 2015. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Acto registado sob o n.º 2/819 (POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)
8 de Maio de 2015 | 9
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classificados zzz
Farmácias de Serviço SEXTA
SÁBADO
DOMINGO
SEGUNDA
TERÇA
QUARTA
QUINTA
ALBUFEIRA
Santos Pinto
Piedade
Piedade
Piedade
Piedade
Piedade
Piedade
ARMAÇÃO DE PÊRA
Sousa
-
Sousa
Central
-
-
FARO
Higiene
Caniné
Pereira
Penha
Baptista
Helena
Alexandre
LAGOA
Vieira
Vieira
Lagoa
Lagoa
Lagoa
Lagoa
Lagoa
LAGOS
Neves
Ribeiro
Lacobrigense
Silva
Telo
Neves
Ribeiro
LOULÉ
Chagas
Pinto
Avenida
Martins
Chagas
Pinto
Avenida
MONCHIQUE
Moderna
Moderna
Moderna
Hygia
Hygia
Hygia
Hygia
OLHÃO
Ria
Nobre
Brito
Rocha
Pacheco
Olhanense
Ria
PORTIMÃO
Central
Pedra
Moderna
Carvalho
Rosa
Amparo
Arade
QUARTEIRA
Algarve
Mª Paula
Mª Paula
Mª Paula
Mª Paula
Mª Paula
Mª Paula
SÃO BART. DE MESSINES
-
SÃO BRÁS DE ALPORTEL
S. Brás
-
-
SILVES
Algarve
Dias Neves
Dias Neves
João de Deus
Cruz Portugal
-
Algarve
Dias Neves
S. Brás
-
-
Edite
-
-
Dias Neves Cruz Portugal
S. Brás -
TAVIRA
Felix
Sousa
Sousa
Montepio
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NOTARIADO PORTUGUÊS JOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA NOTÁRIO em TAVIRA
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Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia sete de Abril de dois mil e quinze, a folhas quarenta, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, MARIA OTILIA MARTINS CARDEIRA, NIF 108.879.593 e marido MANUEL DOS SANTOS CARDEIRA, NIF 108.879.577, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua do Centro de Dia, número 10, Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, ambos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber:
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Sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 13 de Abril, para o Cemitério de Conceição de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia pelo seu eterno descanso, celebrada dia 18 de Abril, às 18.30 horas na Igreja Nossa do Mar em Cabanas de Tavira.
A família enlutada cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 28 de Abril, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada dia 3 de Maio, pelas 17.00 horas, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo
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AGRADECIMENTO A sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 9 de Abril, para o Cemitério de Conceição de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia pelo seu eterno descanso, celebrada na Igreja
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Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
AGRADECIMENTO Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.
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8 de Maio de 2015 | 11
> > SOLUÇÃO da edição passada
> > ASSINALE A FRASE CORRETA
A – É proprio da atividade jornalística elaborar noticiase apresentar noticiarios. B – É próprio da atividade jornalistica elaborar notícias e apresentar noticiários. C – É próprio da atividade jornalística elaborar noticias e apresentar noticiários. D – É próprio da atividade jornalística elaborar notícias e apresentar noticiários.
A – Eu movome depressa. B – Eu movu-me depressa. C – Eu môvo-me depressa.
;; D – Eu movo-me depressa.
Sobe & desce
Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. VáriasescolasdoAlgarve jáaderiramàiniciativa:AEProfessorPaulaNogueira(Olhão)/AEdaSé(Faro)/AED.AfonsoIII(Faro)/AEDr.AlbertoIria(Olhão)/ColégioBernardetteRomeira(Olhão)/AEDr.JoãoLúcio(Fuseta)/AEdeEstoi(Faro)/AEJoaquimMagalhães(Faro)/AEdoMontenegro(Faro)/AEdeCastroMarim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: biblioteca.epnogueira@gmail.com ou jornalpostal@gmail.com.
Vitória camaleónica
Aviação e aeroportos
Frágil e lento foi o camaleão quem mais ordenou contra a força da Sociedade Polis dois dias depois das comemorações do 25 de Abril. Até ver tudo suspenso nas demolições na Ilha do Farol (Ler pág. 2).
Com a TAP em greve e a paragem das mangas telescópicas no aeroporto de Faro, a que se somam os prenúncios de fortes lutas laborais, nada parece calmo e favorável na maior porta de entrada da região (Ler pág. 4).
E-mail da redacção: jornalpostal@gmail.com
O elementar sobre os serviços de comunicações electrónicas
ficha técnica
Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: jornalpostal@gmail.com On-line: www.postal.pt Director: Henrique Dias (CP 3259). Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388). Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defesa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire Edição: Postal do Algarve Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT. Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.
Tiragem desta edição:
7.869 exemplares
opinião
Beja Santos
Assessor do Instituto de Defesa do Consumidor e consultor do POSTAL
A Direcção-Geral do Consumidor produziu uma brochura sobre estas comunicações electrónicas que tantas vezes nos atarantam, são desorientações que nos podem sair caro. O leitor poderá encontrar o texto na íntegra em www.consumidor.pt ou https://www.facebook.com/ dgconsumidor. Vamos ao essencial, às questões de sobrevivência. Estamos a falar dos serviços que são disponibilizados mediante remuneração: televisão, telefone fixo e móvel e acesso à
internet fixa e móvel como os operadores oferecem um conjunto diversificado de serviços, a primeira coisa é comparar e escolher a melhor oferta. Quando quer comparar as ofertas, os elementos prioritários a ponderar são: serviço que é oferecido, o preço (tarifário; mensalidade; preço de instalação; preço de activação; promoções…); períodos de fidelização, quando existem; condições de cancelamento e de renovação do contrato. Os operadores deverão ser prudentes nas suas promessas publicitárias. Por exemplo, a expressão “ilimitado” só deve ser utilizada para ofertas que sejam efectivamente sem limites ou restrições ao longo de todo o período de duração do contrato. Passando para a fidelização, a legislação em vigor prevê que a sua duração cobre um período máximo de 24 meses para contratos celebrados com consumi-
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dores, mas também determina que devem ser propostos contratos com prazo de 12 meses. Os operadores têm obrigação de disponibilizar um meio simples e expedito para que o cliente possa a todo o momento saber quando se conclui o período de fidelização e quanto deve pagar em caso de denúncia antecipada.
Passando para a alteração das condições contratuais, o operador pode alterá-las no decurso do contrato mas deve comunicá-las por escrito com uma antecedência mínima de um mês e informar sobre o direito de consumidor poder anular o contrato sem qualquer penalidade. Quanto à falta de paga-
mento da factura, o operador é obrigado a emitir um pré-aviso com prazo adicional de 30 dias para pagamento da factura. Decorrido o prazo adicional sem que tenha ocorrido uma das seguintes situações: pagamento, reclamação por escrito dos valores ou acordo escrito com o operador quanto à sua regularização, o serviço será suspenso por 30 dias. E se após estes 30 dias persistir o incumprimento, haverá lugar à resolução automático do contrato. Importa reter esta informação: para conhecer os operadores e as respectivas ofertas, a ANACOM disponibiliza no seu sítio da internet – www.anacom-consumidor.com informações úteis que os consumidores devem ter em conta, nomeadamente antes de contratar o serviço, bem como um simulador – o COM.escolha – que ajuda a comparar as ofertas.
lembrei-me das tais asas. Não creio que seja apenas a capacidade intelectual da nossa espécie que nos traz toda a vantagem. O que nos faz maiores, melhores, mais rápidos e aptos à evolução, é esta capacidade de nos eternizarmos no amor. Quem ama é imortal. Pelo menos enquanto ama.
Temos asas interiores, capazes de nos levar para fora do nosso corpo em segundos, porque sabemos amar. Reforço o que disse enquanto, naquela manhã, descia as escadas à pressa: não trocava as asas interiores, que todos temos, por absolutamente nada. Sei que voamos com as asas certas.
Nas asas certas Ana Amorim Dias - Escritora
www.anaamorimdias.blogspot.com anamorimdias@gmail.com
No outro dia saímos todos de casa atrasados. - O Ser Humano devia ter asas. Assim éramos mais rápidos e não tínhamos que andar sempre a correr - comentou o Ricardo enquanto nos precipitávamos pelas escada abaixo. - Não sejas parvo! O Ser Humano tem as melhores asas de
todas as espécies. Eu não trocava as asas interiores pelas exteriores, digo-te já! Mais tarde, nesse dia, voltei por acaso a ver o vídeo do silencioso reencontro, no Moma, da artista performativa Marina Abramovic com uma antiga paixão que não via há mais de 30 anos. Comovi-me de novo. E
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regressa no dia 22 de Maio
Selma Uamusse dá concerto na apresentação do Festival MED Todos os nomes vão ser anunciados no próximo dia 12 d.r.
O CARTAZ OFICIAL DA 12ª EDIÇÃO DO FESTIVAL MED vai ser
apresentado no próximo dia 12, pelas 21.30 horas, no Cine-Teatro Louletano. Neste evento, que será apresentado por Raquel Bulha, da Antena3, serão anunciados todos os nomes que fazem parte dos palcos principais daquele que é um dos mais importantes festivais de World Music da Europa. Serão ainda anunciadas as parcerias que a organização irá ter nesta edição para dinamização dos palcos secundários, nomeadamente Palco Bica e Palco Arco, bem como algumas novidades previstas neste Festival MED. A apresentação contará com um espectáculo com a cantora moçambicana Selma Uamusse.
ÔÔ Cantora moçambicana cantará no Cine-Teatro Louletano Com uma trajectória entre o jazz, o rock, o gospel e a soul, Selma Uamusse nasceu em Maputo, em 1981, e em 1988 veio viver para Portugal onde
canta profissionalmente desde 2000. Integra formações de diversos estilos musicais, do afrobeat ao blues. Criou em nome próprio os projectos Selpub
ma Uamusse Nu Jazz Ensemble e Tributo a Nina Simone. Para além do seu percurso pessoal tem feito inúmeras colaborações com Rodrigo Leão, Samuel Úria, Luísa Sobral, Ana Moura, Ana Bacalhau, Susana Travassos, Márcia, e fez parte dos Wraygunn. Entre Maputo e Lisboa encontra-se a gravar o seu primeiro álbum em nome próprio. A componente rítmica da música moçambicana é uma das suas referências, utilizando-se de instrumentos como a mbira, e a timbila. A estreia do seu projecto a solo aconteceu em 2014, conquistando então a audiência e a crítica que lhe teceu rasgados elogios. As entradas para este espectáculo têm um preço de cinco euros.
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08.05.2015
Cultura.Sul
Editorial
Missão Cultura
A Europa e a Cultura
“Dez anos depois” Direção Regional de Cultura do Algarve
Ricardo Claro
Editor ricardoc.postal@gmail.com
AGENDAR
Celebra-se amanhã, 9 de Maio, o Dia da Europa ou Dia da União Europeia, uma data que parece mais política do que qualquer outra coisa, mas que celebra a data da Declaração Schuman, realizada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de França, em Paris em 1950 e que ditou o arranque da criação daquilo que hoje conhecemos como União Europeia. Culturalmente esta data marca a criação de condições sem paralelo para a paz e para a segurança e defesa do património, nunca a Europa gozou de um tão longo período de ausência de conflitos bélicos de larga escala, excepção feita aos Balcãs. A União Europeia e os tratados e convenções assinados entre os países europeus da UE a 28 e outros Estados Europeus, determinaram políticas de conservação patrimonial, de fomento e defesa das identidades culturais e criaram espaço, com a queda de muitas ditaduras para um fluir livre da cultura como forma maior de comunicação entre os povos. Os orçamentos para a cultura continuam ainda hoje a representar uma ínfima parte das verbas alocadas aos deveres do Estado para com os cidadãos, mas a cultura é hoje, mais ampla, mais difundida, mais tranversal e acima de tudo, muito mais livre. Os avanços conquistados podem a muitos surgir como dados adquiridos fruto de uma vida na constância da sua existência, mas a verdade é que, num momento em que os direitos adquiridos se debatem com o totalitarismo das liberalidades de Governos e políticos desregrados, importa sublinhar sempre que há conquistas que não podem ser descuradas e que a liberdade e o direito à cultura são lutas permanentes contra quem as ouse desrespeitar.
Passaram dez anos desde que teve lugar o “Faro, Capital Nacional da Cultura” (Março de 2005); passaram dez anos desde que foi inaugurado o Teatro Municipal de Faro (Julho de 2005); passaram dez anos desde que foi assinada a Convenção de Faro, sob o título a Convenção Quadro do Conselho da Europa Relativa ao Valor do Património Cultural para a Sociedade (27 de Outubro de 2005). O que mudou? Os objetivos de “Faro, Capital Nacional da Cultura 2005” (FCNC) foram estabelecidos em Resolução do Conselho de Ministros nº 96/2004, de 19 de Julho, e afirmava que a FCNC pretendia alcançar fundamentalmente os seguintes objetivos: “1 - Resgatar a cidade e a região da marginalidade cultural, atraindo para as atividades culturais novos públicos e a grande massa da população que delas tem estado afastada; 2 - Apostar na continuidade e na consolidação dos projetos culturais existentes na cidade e na região, e contribuir para a elevação do nível cultural da sociedade algarvia; 3 - Projetar nacional e internacionalmente a cidade de Faro e a região do Algarve, ambas enquanto polos de turismo cultural e de atividades ligadas às
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indústrias da cultura e do lazer.” Por sua vez, reconhecendo a necessidade de colocar a pessoa e os valores humanos no centro de um conceito alargado e interdisciplinar de património cultural, a Convenção de Faro veio salientar o valor e as potencialidades de um património cultural bem gerido, enquanto fonte de desenvolvimento sustentável e também de qualidade de vida numa sociedade em constante evolução. A Convenção de Faro reconhece que cada pessoa, no respeito dos direitos e liberdades de outrem, tem o direito de se envolver com o património cultural da sua escolha, como expressão do direito de participar livremente na vida cultural consagrada na Declaração Universal dos Direitos do Homem das Nações Unidas (1948) e garantido pelo Pacto Internacional relativo aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais (1966). Cada um de nós possui uma responsabilidade individual e coletiva no processo contínuo de definição e gestão do património cultural. O património cultural tem também um contributo principal para o diálogo intercultural. O valor da actividade cultural para a vitalidade económica e para o desenvolvimento de comunidades sustentáveis tem sido reconhecido em vários documentos da UNESCO: as conclusões da Conferência Mundial sobre Políticas Culturais, de 1982, da Co-
demonstrar que as alterações verificadas nas políticas educativas e culturais, da segunda metade do século XX, tiveram um papel determinante nas características sócio demográficas, motivações e interesses das pessoas. Também sustentam a evidência de uma nova cultura de consumo em que produtores e mediadores culturais, e turísticos, desempenham um papel fundamental porque permitem colocar à fruição de todos (visitantes e residentes) a produção realizada. Para os destinos turísticos do Sul da Europa, em que a participação da população na fruição cultural é ainda reduzida e a produção muito frágil, a procura de produtos e serviços culturais por parte dos turistas (nacionais ou estrangeiros) constitui
um contributo que não pode ser negligenciado, para a sustentabilidade da região. Algumas cidades da região reúnem condições para constituir uma oferta cultural organizada em rede. Essa organização só traria benefícios, uma vez que não possuem, por si só, de forma isolada, uma capacidade de atração comparável a outras cidades históricas de renome internacional. A criação de uma marca regional, com base na identidade comum das cidades, reforçará certamente a identidade da região. Será fundamental introduzir uma prática sistemática de recolha de informação relativa aos públicos e visitantes da região, uma vez que as tendências de procura tendem à fragmentação. Todos os agentes regionais e locais, públicos e privados, devem assumir um papel activo na inventariação dos recursos, no conhecimento das diferentes comunidades (residentes e visitantes), na criação de condições de acolhimento, no apoio aos visitantes e na organização e promoção de actividades e eventos. Uma das vantagens desta abordagem será um reforço da notoriedade, da imagem e da identidade e a criação de uma cultura de excelência. A questão que permanece será: O que mudou? Será que os objectivos do FCNC e da Convenção foram concretizados? Como podemos consolidar estes percursos e estes objectivos?
preocupação laboral com os jovens que terminam a sua formação e não têm emprego. Falta respeito pelos jovens, quando responsáveis políticos os incentivam a emigrar, sangrando o país da parte mais ativa e sonhadora da sua população. Faltam programas escolares que respondam aos desafios do século XXI e integrem na formação dos jovens as extraordinárias potencialidades que a nova sociedade
da informação oferece. Aos jovens cabe-lhes usufruir dos recursos humanos e materiais que colocamos à sua disposição para desenvolverem as suas atividades, a nós, poder político, cabe-nos o mais difícil. Cabe-nos entender os sonhos e aspirações de uma geração que cresce ao som das dificuldades e, ainda assim, insiste em sonhar quando lhe deixam. Cabe-nos dar-lhes resposta e esperança.
Isabel Pires de Lima, então ministra da Cultura, na assinatura da Convenção de Faro missão Mundial sobre Cultura e Desenvolvimento denominado “Our creative diversity” de 1995, da Conferência Intergovernamental sobre Políticas Culturais de 1998 e do Conselho da Europa, intitulado “In from the Margins”, de 1997. Não esqueçamos também os diversos instrumentos do Conselho da Europa, designadamente: Convenção Cultural Europeia (1954); Convenção para a Salvaguarda do Património Arquitectónico da Europa (1985); Convenção Europeia para a Protecção do Património Arqueológico (1992, revista); e Convenção Europeia da Paisagem (2000). Novas políticas, novos consumos Os estudos científicos vieram
Juventude, artes e ideias
A juventude de hoje!
António Pina
Presidente da Câmara de Olhão
Eis que chegamos, em Olhão, a mais um mês de MOSTRA-TE, mais um mês da Juventude. A Ju-
ventude é hoje um tema central, não só no discurso, como também na atividade política. Nem sempre foi assim. Sou de uma geração que, em termos de apoio à Juventude, foi muito beneficiada em relação à dos meus pais, e ao longo de toda a minha vida política tenho defendido e tentado implementar cada vez mais estruturas onde os jovens se possam encontrar e
desenvolver os seus projetos. Avançámos muito, e fizemo-lo em pouco tempo. Há mais espaços de encontro e intercâmbio de ideias e projetos, há maior oferta lúdica, cultural e desportiva, há maior sensibilidade para uma idade especial na vida de todos, onde as questões são mais do que as respostas, as dúvidas muito maiores que as certezas. Falta fazer muito. Falta mais
“DIAS DE FADO” 16 MAI | 21h30 | Centro Cultural de Lagos Três fadistas interpretam os mais mediáticos fados que a diva cantou ao longo da sua carreira, tais como “Estranha forma de vida”, “Ai Mouraria”, Maria Lisboa ou “Povo que Lavas no rio”
“NOVOS MUNDOS” De 23 de Maio a 19 de Julho | Museu de Portimão Timo Dillner nasceu em Wismar na Alemanha em 1966, vive em Bensafrim, Lagos, há 16 anos. ´e um artista multifacetado que apresenta pinturas, poemas, obras gráficas, esculturas e vídeo
Cultura.Sul
08.05.2015
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A TELA AOS SÓCIOS: UMA QUESTÃO CINECLUBISTA | 21.30 HORAS | SEDE CCF 14 MAI | CASANOVA, Federico Fellini, Itália, 1976, 155’
21 MAI | QUERELLE, Rainer Werner Fassbinder, França/Alemanha, 1982, 104’, M/18 28 MAI | JLG POR JLG, Jean-Luc Godard, França, 1995, 53’, M/12 FILME FRANCÊS DO MÊS | BIBLIOTECA MUNICIPAL FARO - 21H30 - ENTRADA LIVRE 22 MAI | Un Poison Violent, Katell Quillevere, França, 2010, 92
Tavira prepara mostras anuais de cinema Já estamos em plena preparação das nossas anuais Mostras de Cinema, que irão decorrer no local habitual, os belos Claustros do Convento do Carmo, de 17 a 27 de Julho (Europeu) e de 7 a 17 de Agosto (Não Europeu). Eventos ideais para descobrir e/ou rever filmes de grande qualidade e sensibilidade, num ambiente agradável e atraente em todos os sentidos, apenas comparável com um cenário do filme de Giuseppe Tornatore: Nuovo Cinema Paradiso... Entretanto, também não nos esquecemos de trazer a Tavira a nossa oferta semanal de filmes diferentes dos que passam nos centros comerciais. E neste mês de Maio propomos mais uma sessão extraordinária no sábado, dia 23: Cairo 678, um filme egípcio surpreendente, com a estreia como realizador do argumentista Mohamed Diab. Um entre centenas de fil-
Cineclube de Tavira
Programação: www.cineclubetavira.com 281 971 546 | cinetavira@gmail.com fotos: d.r.
SESSÕES REGULARES | CINE-TEATRO ANTÓNIO PINHEIRO | 21.30 HORAS 14 MAI | GETT (O PROCESSO DE VIVIANE AMSALEM), Ronit e Shlomi Elkabetz – Israel/Al/F 2014 (115’) M/14
21 MAI | I LOVE KUDURO, Mário Patrocínio - Port/Angola 2014 (96’) M/12 23 MAI | 678 (CAIRO 678), Mohamed Diab - Egípto 2010 (100’) M/14 28 MAI | LES COMBATTANTS (OS COMBATENTES), Thomas Cailley - França 2014 (98’) M/12
Cena do filme ‘Cairo 678’, que representa a estreia na realização do argumentista Mohamed Diab mes de grande qualidade (e de baixo orçamento - apenas dois milhões de dólares) que nunca chegaram a estrear em Portugal, apesar de terem pernas
para andar! Iremos exibi-lo no nosso Cineclube com legendagem dupla: português e inglês. Por favor não o percam! Cineclube de Tavira
Espaço AGECAL
Redescobrir a matéria: os trabalhos em cana no Baixo Guadiana
Pedro Pires Técnico de Património Cultural e pós-graduado em Património Imaterial, membro do CEPAC/UAlg, onvidado da AGECAL
O território do Baixo Guadiana algarvio, raiano e de matriz mediterrânica, compreende os concelhos sotaventinos de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim. A maior densidade populacional no litoral e barrocal é contraposta pelo povoamento disperso na serra, na sua maioria constituída por montes, marcados pela obstinada ruralidade e habituados a sobreviver com os recursos naturais disponíveis. A humanização do território, fruto do convívio de séculos com povos diferentes e do aproveitamento desses recursos, levou ao desenvolvimento de artes e saberes fundamentais para a sub-
sistência das suas gentes. Mais serrana que costeira, a paisagem do Baixo Guadiana, seca e xistosa, é atravessada pelas tortuosas ribeiras afluentes do Guadiana: Vascão, Foupana, Odeleite, Beliche e Rio Seco, em cujas várzeas crescem os canaviais, de onde se extrai a cana utilizada para fazer os cestos ou canastras, outrora fundamentais para o armazenamento das frutas colhidas nos pomares ribeirinhos e no transporte do peixe capturado na própria ribeira. A cestaria, um ofício transmitido entre gerações ao longo de várias décadas, marcou a aldeia de Odeleite que, segundo os habitantes, via as ruas cheias de gente que trabalhava a cana, dia e noite, para dar forma aos cestos e engordar o orçamento familiar. Até as mulheres trabalhavam os cestos, facto pouco comum, pela cestaria ser um ofício efectuado quase exclusivamente por homens. A alteração do contexto social, bem como a evolução dos materiais, tornou barato e acessível o uso do cartão e do plástico, que substituíram os cestos e as canastras em cana, hoje objectos particulares de fruição
“Os homens precisaram do testemunho dos seus antepassados e cada época precisou dos conhecimentos anteriores para poder criar e inovar” Xavier Greffe, 1986 d.r.
turística. A cestaria perdeu assim a sua função original, de uso quotidiano, e tornou-se num elemento cultural, valorizado, símbolo do
“saber fazer” da comunidade do Baixo Guadiana. Todavia, a cana continua a ser associada às mais diversas activi-
dades desenvolvidas no território. Na agricultura, é utilizada no varejo e na apanha de frutos secos e da azeitona, nas hortas para sustentar o crescimento de trepadeiras, como o feijoeiro, o tomateiro de armar e a ervilheira. A preservação dos gestos, usos e modos de trabalhar a cana é fundamental, de maneira a que a sua continuidade e consequente redescoberta face à contemporaneidade seja feita de forma sustentável e com recurso às técnicas tradicionais. A participação das comunidades, detentoras do saber, é essencial, seja no processo de investigação ou na procura de novos usos. Numa época em que o turismo de carácter cultural cresce, a dinamização das artes e ofícios próprios da cana, agora também objecto de cultura e lazer, passará, em parte, pela divulgação em tertúlias ou palestras, mas também na formação de novos artífices, apostando na originalidade e em novos produtos, sem que se descaracterizem os materiais e as técnicas tradicionais.
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08.05.2015
Cultura.Sul
Letras e Leituras
Tocar tambor como quem grita - Günter Grass fotos: d.r.
Paulo Serra
Investigador da UAlg associado ao CLEPUL
O escritor alemão Günter Grass, Prémio Nobel da Literatura em 1999, morreu aos 87 anos, em Abril de 2015. Considerado uma das mais importantes figuras da cultura alemã do pós-guerra, Günter Grass tornou-se persona non grata quando confessou, na sua trilogia autobiográfica, iniciada com Descascando a Cebola (2007), que narra a sua vida entre 1939 e 1959, como se alistou voluntariamente nas SS. No espírito desse processo de descascar a cebola de forma a revelar o núcleo da verdade, Grass escreve como aos 15 anos se apresentou voluntariamente para o serviço militar na Alemanha nazi e como aos 17 passou a envergar o uniforme das Waffen-SS. E este episódio que ocupa apenas duas páginas no conjunto da sua vida acabou por despertar grande polémica. O Tambor de Lata, o seu romance de estreia, só foi novamente publicado entre nós no cinquentenário da sua publicação original (1959), numa tradução melhorada pela D. Quixote. O livro foi considerado escandaloso e pornográfico, mas a verdade é que narra de forma cómica, alegórica e fantástica a história da Alemanha desde o final do século XIX até 1960. A obra é repleta de histórias picarescas e cómicas, atravessada por elementos fantásticos e mágicos, num registo fluído, eivado de jogos de linguagem e de algum barroquismo de linguagem, próximo do carnavalesco, cujo estilo lembra afinal Gabriel García Márquez e talvez por isso mesmo alguns críticos tenham apontado a obra como um exemplo europeu do realismo mágico. O narrador, na primeira pessoa, confessa logo nas primeiras linhas que está internado num «asilo de alienados» (pág. 13). Mas o autor, justamente numa época em que se prenunciava a morte do romance, dá novo ímpeto à arte da narrativa e não deixa de ironizar: «Pode-se começar uma história pelo meio e criar confusão, avançando e recuando com ousadia. Pode-se assumir uma pose moderna
(...). Também se pode afirmar logo de início que hoje em dia é impossível escrever um romance, mas depois, por assim dizer dissimuladamente, produzir um bestseller bem espesso para o autor se apresentar por fim como o último dos romancistas.» (pp. 15-16). E será sempre a ironizar, para poder falar de assuntos sérios e delicados do pós-guerra, que a narrativa de Oskar vai discorrendo, a partir de um início desde logo cativante e estranhamente desconcertante: «Começo muito antes de mim; porque ninguém deveria escrever a sua vida sem arranjar paciência para recordar, antes da própria existência, pelo menos metade dos avós.» (pág. 16). Oskar conta então a história da sua avó materna, Anna Bronski, e de como ela se sentou num batatal, em 1899, com as suas quatro saias, cor de casca de batata, cuja ordem ia trocando consoante o dia da semana, de forma a que a saia melhor ficasse sempre por cima das outras, e de como Joseph Koljaiczek, procurado por ser um incendiário, se esconde de dois polícias debaixo das suas saias. Enquanto a polícia procura desesperadamente o homem e interroga a mulher sentada frente a uma fogueira, a comer batatas assadas, esta deixa sair fundos suspiros enquanto aponta para outra direção. No final do primeiro capítulo, quando os polícias finalmente desistem de procurar o foragido, Anna Bronski ergue-se, descobrindo Joseph Koljaiczek, que estava enrodilhado no chão, mas logo se levanta, fecha a braguilha, e a partir desse momento «não lhe largou mais as saias» (pág. 24). O maravilhoso patente nesta obra está especialmente contido em torno de Oskar que nasce em 1924 com a inteligência de um adulto e uns enormes olhos azuis. No dia do seu terceiro aniversário, Oskar recebe um tambor de lata, e nesse mesmo dia, ao ouvir o pai dizer-lhe que quando chegar a adulto será ele a tomar conta da loja da família, ele decide parar de crescer, como forma de evitar as responsabilidades e pesos ou expectativas próprias de uma idade adulta. Ao longo da sua vida, Oskar irá tocar uma série de tambores, que nas suas mãos ganham um triplo poder: invocatório, pois enquanto Oskar o percute isso permite-lhe regressar ao passado e resgatar as suas memórias, como faz no final da sua vida, enquanto
Günter Grass, Prémio Nobel da Literatura em 1999 está no asilo e procura escrever as suas memórias; protestatório, como arma de contestação ao que lhe impõem; encantatório, ao jeito do flautista de Hamelin, pois seduz e hipnotiza as pessoas com o som do seu tamborzinho de brinquedo. Oskar tem ainda outra capacidade extraordinária: uma voz «vitricida», que parte vidro de forma tão eficaz como uma arma supersónica. Esta recusa de Oskar em crescer e tornar-se adulto, apesar de possuir as capacidades cognitivas de um, simboliza a sua negação de fazer parte de um mundo que ele considera estar a enlouquecer, consoante se avizinha a Segunda Grande Guerra, e o rufar do seu tambor representa o seu protesto face à passividade da época, face ao que a História preparava, e que por muito imaginável que parecesse acabou por se tornar realidade. Este é, aliás, o princípio subjacente ao realismo mágico: a forma como o mundano e o fantástico se interligam de forma comum, em
que os factos mais incríveis não despertam grande estranheza no leitor, se bem que aqui não se trate de eventos mágicos como o levitar de tapetes, mas sim de outros factos absolutamente incríveis, como o extermínio de milhares de pessoas, aparentemente aceite de forma natural. Existe todavia uma certa ambiguidade na leitura da obra pois chega a indiciar-se a possibilidade de que Oskar, afinal, não é uma criança, mas sim um anão, o que pode invalidar a questão do maravilhoso, embora não anule a estranheza e a singularidade que envolve este romance. Este rapaz incorre também em brincadeiras sexuais precoces com Maria, a mulher que cuidava dele e que depois casará com o pai, pelo que quando nasce Kurt não se sabe bem se será filho ou neto do marido. Além da sua natureza física diferente, a diferença de Oskar face à sociedade que o envolve está igualmente patente no seu comportamento e nos papéis
que assume ao longo da sua vida: como chefe de um gangue que assalta lojas, graças ao poder da sua voz que pulverizava facilmente as monstras; quando se junta a uma trupe circense de anões que entretém as tropas na linha da frente; em Düsseldorf, Oskar torna-se músico de jazz, sempre acompanhado do seu tambor... A (in)sanidade mental do narrador nunca chega a ser claramente confirmada ou desmentida, ao longo desta densa narrativa de quase setecentas páginas, em que o pequeno Oskar percorre a história alemã desde
1899 até 1954. A título de curiosidade, Günter Grass visitava regularmente o Algarve, onde possuía uma casa em Portimão, e expunha a sua obra como artista plástico no Centro Cultural de São Lourenço. No seu dário de viagens, Em Viagem - De Uma Alemanha à Outra (1990), o autor escreve sobre o Vale das Eiras, onde tinha uma casa, desde 1980, sem televisão. Grass gostava de receber, de cozinhar, de desenhar as suas gravuras a tinta de choco, de lula ou de polvo, e de se ocupar das suas plantas.
Cultura.Sul
08.05.2015
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Panorâmica
Miguel Ângelo: a solo e definitivamente pop fotos: d.r.
Há vozes inconfundíveis e Miguel Ângelo é uma delas. Associada necessariamente aos Delfins, banda de que foi vocalista por 25 anos, a voz do cantor está hoje plasmada nos álbuns que fazem parte da carreira a solo que decidiu trilhar após o fim do agrupamento que lhe deu a fama. “Primeiro” e, mais recentemente, “Segundo”, são os discos de uma trilogia que o escritor, compositor e músico quer que sejam a base de uma carreira a solo sólida. Definitivamente pop, “sempre gostei das voltas que a música pop(ular) dá, dos que vou mais fundo ao mergulhar na privacidade das minhas sensações e pensamentos.
“Timidez” é mais fragmentado que os capítulos da nova trilogia. Nessa altura não planeei nenhum início de carreira a solo, até porque os Delfins eram a minha nave-mãe e por isso nunca encarei o “Timidez” como o início de um percurso a solo, sem no entanto lhe querer retirar a devida importância.
que descrevi em cima. Precisava de muita verdade nas novas canções, de uma nova abordagem na escrita de letras e de uma sonoridade nua e crua que soasse intemporal.
Cultura.Sul (C.S) - Estará hoje (dia 8 de Maio, data de saída do Cultura. Sul em banca) num concerto em Pêra, Silves, apresentado como acústico. O que podem os espectadores esperar para o concerto desta noite? Miguel Ângelo (MA) - Neste concerto íntimo apresentarei algumas das novas canções de “Segundo”, mas também viajarei por outras ligadas à minha carreira. Nestes ambientes mais próximos, além das canções cantadas existem as histórias contadas e a participação directa do público, o que tornará certamente a noite muito especial.
C.S - “Primeiro” é encarado como um verdadeiro ‘statement of purpose’ de um futuro a solo. É isto de facto? Como é que vê hoje a reacção do público a esta escolha? MA - Vejo muito bem face ao feedback que recebo, mas tenho a noção que estou a construir algo, a iniciar um novo percurso, independentemente de sucessos ou falhanços passados. Essa declaração de intenções, quando anunciei não só o “Primeiro” como o “Segundo” e o “Terceiro”, tem a ver com isso, com a necessidade de construir um conjunto sólido de novas canções que me acompanhem nos próximos anos, dando-me autonomia.
C.S - Ontem, em Silves, no âmbito da iniciativa “Lado B”, participou desta tertúlia que tenta revelar uma outra perspectiva sobre os artistas portugueses. Há um ‘lado b’ de Miguel Ângelo neste percurso a solo que iniciou em 2012, com o “Primeiro”, face ao conhecido percurso com os Delfins? MA - O Labo B de cada um é o complemento do Lado A, mas não quer dizer que tenha menos importância. O que está menos exposto roda nesse lado B: as origens, as influências, a presença determinante dos outros nas nossas vidas... Normalmente, é um lado mais obscuro, mais calmo e pessoal. Na minha carreira a solo baseio-me mais no meu lado pessoal do que quando estava com os Delfins, por razões óbvias. É também nos meus romances
C.S - “Timidez”, lançado quatro anos antes, a solo mas com os Delfins ainda ‘no activo’ é C.S - “Segundo” é o seu novo muito diverso de disco, mais pop, já consegue “Primeiro”. Neste percepcionar a reacção do seu último temos o repúblico? A capa do mais recente disco de Miguel Ângelo gisto determinador MA - As reacções estão para do que pretende já a ser melhores do que em rede 2004 - quando os Delfins faziam a lação ao “Primeiro”, na generalidade. para este caminho a solo? MA - “Timidez” foi lançado no final sua tour unplugged – iniciei uma nova Acho que está a chegar a mais gente, dos anos 90, quando os Delfins se afas- abordagem à composição de canções, a conseguir entrar nalguns sítios onde taram dos estúdios de gravação por ao ponto de basear nela a minha car- o “Primeiro” não entrou. Está a vencer alguns anos. Foi a maneira de dar res- reira a solo. Devido a isso aproximei-me preconceitos, o que já é uma vitória posta ao pedido para a escrita da ban- muito da música folk - nova e velha - e e penso que é um disco para palcos da sonora do filme Zona J e também de até de algum country mais ou menos maiores, mais eléctrico e mais enérgico. gravar algumas das canções que tinha alternativo. “Ray’s Bar” tem muito a ver na gaveta, às quais juntei mais umas ver- com isso, o EP foi gravado numa sala de C.S - A trilogia que integra estes sões de canções favoritas. Embora sen- estar e quer em escrita, quer em sono- dois primeiros trabalhos completardo fruto de uma escolha muito pessoal, ridade aproxima-se muito do conceito -se-á com que registo musical? Tem
Ricardo Claro
Jornalista / Editor
C.S - “Ray’s Bar” é por muitos desconhecido, mas é para si mais um caminho desenhado no âmbito desta segunda fase da carreira? MA - Quando peguei acidentalmente numa guitarra acústica, por volta
C.S - Sente necessidade de se afastar de forma marcante, em termos de registo, face ao som dos Delfins a que está indelevelmente ligado? MA - Já senti mais, na realidade. Em “Timidez” claramente, até porque o grupo ainda existia, e em “Primeiro” talvez até inconscientemente! Mas chega-se a uma altura em que a fuga de nós próprios se torna inconsequente e produz efeitos contrários. O velho sonho de estar bem com Deus e o Diabo já queimou muitas pestanas... Com 30 anos de carreira tudo se resume ao nosso essencial, à nossa verdade e vontade. Não quer dizer que não se experimentem novas sonoridades, novos caminhos, mas com a distância olha-se para trás e consegue reconhecer-se uma matriz da qual é impossível afastarmo-nos de modo natural.
círculos em espiral por cima de si própria”, para Miguel Ângelo o que importa é muito mais do que o rótulo, “enquadro-me na grande tradição da escrita de canções, com a ambição que essas canções não sejam apenas uma banda sonora distante ou música de dança no elevador e na aula de ginástica. Ambiciono que as canções fiquem e falem por si, depois de partir”. Música para ouvir, repetir e deixar entranhar, numa das vozes mais reconhecidas da cena musical portuguesa contemporânea. ideia já? MA - Esta trilogia destina-se a criar uma base sólida de canções que me permitam seguir uma carreira a solo, reconhecida e apreciada, completando e aumentando a história que tive durante 25 anos com os Delfins. “Terceiro” encerrará essa trilogia, num futuro próximo. C.S - Como é que vê a produção de escrita para canções e a composição na cena musical da actualidade em Portugal? MA - Há na realidade poucos compositores e autores que escrevam para terceiros, o que deixa muitos bons intérpretes - a maior parte revelados em programas de televisão – sem nada para cantar ou acrescentar. À excepção do Fado, na música portuguesa impera o conceito de cantautor, muito ligado ao facto da sobrevivência e resistência profissional dependerem da actividade musical ao vivo. No entanto, já se escreve mais e melhor em português do que há alguns anos... C.S - Depois de dois discos a solo, onde é que se vê enquadrado no panorama musical, independentemente dos chamados rótulos comercialmente válidos? MA - Sempre gostei das voltas que a música pop(ular) dá, dos círculos em espiral por cima de si própria. As referências são quase tudo para mim. São o que é importante renovar e comunicar, até porque partimos todos dos mesmos princípios humanistas, na sociedade ocidental. Enquadro-me na grande tradição da escrita de canções, com a ambição que essas canções não sejam apenas uma banda sonora distante ou música de dança no elevador e na aula de ginástica. Ambiciono que as canções fiquem e falem por si, depois de partir.
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08.05.2015
Cultura.Sul
Artes visuais
As descobertas na ciência podem ser fonte de inspiração artística?
Saul Neves de Jesus
Professor catedrático da UAlg; Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora
AGENDAR
Um aspeto pouco abordado nas relações entre a arte e a ciência diz respeito a conceitos ou descobertas científicas poderem servir como fonte inspiradora das criações artísticas. Diversos têm sido os artistas que consideram que a obra de arte “é filha do seu tempo”. Nesse sentido, a produção artística pode ser influenciada por múltiplos fatores, em particular pelas descobertas da ciência no período em que a criação artística ocorre. Por exemplo, as ideias de Goethe sobre as cores tiveram um importante impacto sobre o trabalho de Turner, o qual produziu inclusivamente uma pintura intitulada “Luz e Cor (Teoria de Goethe)” (1843). A Teoria da Relatividade de Einstein tem sido uma das descobertas que mais tem procurado ser expressa na produção artística. Em particular, há várias publicações que destacam a influência da Teoria da Relatividade na pintura surrealista de Remedios Varo, nomeadamente pelo físico Alan Friedman (2000), no artigo “Física influencia a arte: evidências na pintura surrealista de Remedios Varo” (“Physics influences art: evidence in surreal painting of Remedios Varo”). Mas considera-se que a teoria da relatividade de Einstein está também presente em obras doutros artistas, em particular Picasso, Mondrian, Kandisnky, Marinete e Salvador Dali. Este último parece ter sido aquele que melhor expressa a influência desta teoria nalguns dos seus trabalhos. Neste âmbito, destaca-se a sua pintu-
ra “A persistência da memória” (1931), em que coloca três relógios no mesmo espaço, sugerindo que no mesmo espaço se expressam diferentes temporalidades. Isto não obstante Dali referir que a inspiração para o desenho dos “relógios moles” tenha surgido quando estava a comer um queijo Camembert derretido (Úbeda, Marquès & Pons, 2004). Da análise feita sobre a influência que as descobertas ocorridas na ciência tiveram na produção realizada pelos artistas, enquanto tema dos trabalhos destes, concluímos que Dali foi provavelmente o artista em cuja obra, ao longo de todo o seu percurso e de forma intencional e sistemática, foram integrados temas estudados no âmbito científico, correspondendo a importantes descobertas ocorridas durante o século XX em diversos domínios científicos. Nesse sentido, abordou nos seus trabalhos artísticos temas como a bomba atómica ou a elucidação da estrutura do DNA, sendo até considerado que tinha uma “obsessão pela ciência” (op. cit., 2004). Para Dali existia, antes de tudo, metafísica, a qual se diversificava em ciência e em arte. Considerava que o único grande conhecedor de arte e metafísica era Leonardo Da Vinci e, tal como os artistas do Renascimento, aspirava associar arte e ciência. Assim, a sua obra reflete as principais teorias e descobertas científicas do século XX, indo os seus interesses desde a matemática, a física e a genética, até à psicologia e à psicanálise. A Psicologia, sobretudo na sua componente de Psicanálise, era uma das ciências em que Dali mais se apoiava, como revela o seu quadro “O enigma do desejo” (1929), em que repete a palavra “Ma mere” inúmeras vezes em espaços que representam a força do inconsciente. E a influência da psicanálise vai estar presente ao longo do percurso
d.r.
Obra “A persistência da memória” (1931), de Salvador Dali artístico de Dali, tendo inclusivamente feito o “Retrato de Freud” (1937). Um outro quadro que se destaca na sua obra foi realizado uns anos mais tarde, “Sonho causado pelo voo de uma abelha à volta de uma romã, um segundo antes de despertar” (1944), em que o cenário do sonho ocupa quase toda a tela, aparecendo a abelha à volta da romã apenas como um pormenor quase impercetível. Aliás, muitos dos trabalhos realizados no âmbito do surrealismo têm conteúdos oníricos na sua base. Dali coloca nas pinturas o inconsciente, o universo submergido revelado pelas teorias de Freud e os símbolos referidos por Freud na “Interpretação dos sonhos” (1900), livro considerado como a “bíblia” de Dali (Barnes, 2009). O próprio Dali referia: “Eu trabalho constantemente no momento de dormir. As minhas melhores ideias vêm dos meus sonhos e a atividade mais Dalineana produz-se enquanto durmo” (op. cit., 2004). A importância do dormir no processo criativo é também expressa na sua pintura “Sono” (1937). No âmbito das ditas “ciências
“LIFE IS A SECOND OF LOVE” 8 MAI | 21.30 | Centro Cultural de Lagos Concerto revelará Rita Redshoes num registo mais próximo e intimista do habitual, em que os novos temas conviverão com os menos recentes
exatas”, nos anos 30 Dali foi influenciado pelo Princípio da Incerteza de Eisenberg (1927), um enunciado da Mecânica Quântica, segundo o qual pode haver interferência sobre o objeto quando tentamos avaliá-lo. Neste sentido, o que se vê depende do próprio observador, pois o observador determina a própria realidade com a sua observação. Este pressuposto coincide com as conclusões também obtidas pelas investigações realizadas no âmbito da teoria da forma (Gestalt), tendo Dali destacado a importância deste aspeto em várias obras. Vejam-se os seus trabalhos “O enigma interminável» (1938) e “Rosto deitado» (1935), bem como “O rosto de Mae West” (1934-35). Nos anos 40, surge um interesse particular pela Física Nuclear, pelo que nos seus quadros os objetos decompõem-se em partículas que flutuam no espaço como átomos. É o caso das obras “A separação do átomo” (1947), “Equilibrio intra-atómico duma pluma de cisne” (1947), “Galáctea de esferas” (1952) e “Desintegração da persistência da memória” (1952/54). Em relação a este
último, Dali referiu que “após vinte anos de absoluta imobilidade, desintegraram-se agora os relógios moles dinamicamente” (Maddox, 1990). Este retomar de alguns temas trabalhados anteriormente, traduz um sentido evolutivo na forma de os abordar ao longo do seu percurso, indo integrando novas perspetivas e influências. Conforme referiu Dali: “A era atómica moderna é muito elegante. Não há nada tão alegre como a colisão e explosão dos conflitos intra-atómicos da Física Nuclear. A minha maior alegria é contemplar estes terríveis conflitos dos eletrões e dos átomos, todos saltando e bailando numa sensação eurítmica extraordinária” (op. cit., 2004). Em 1953, na revista “Nature” (vol.171, nº4356) é publicado o artigo “A estrutura molecular do ácido nucleico”, por Watson e Crick, os quais ganharam o Prémio Nobel, em 1962, pela descoberta da estrutura do ADN. Nesse período, Dali afirmou: “Hoje a única estrutura legítima é a estrutura molecular do ácido desoxirribonucleico” (op. cit., 2004). Inspirado nesta teoria
pintou, por exemplo, “Paisagem de borboletas (O Grande Masturbador numa paisagem surrealista com ADN)” (1957) e “Galacidalacidesoxyribonucleidoácido” (1963). Dali conheceu pessoalmente Watson em 1965, tal como havia conhecido Freud em 1938, ou Ilya Prigogine, Prémio Nobel da Química (1977). Isto porque Dali gostava de aprofundar as teorias propostas através do diálogo com os próprios autores das descobertas científicas. Nas matemáticas, conheceu René Thom, vencedor da Medalha Fields, com os seus trabalhos sobre a teoria das catástrofes, sendo considerado que as curvas das suas equações estão presentes no último quadro de Dali, “A cauda da andorinha” (1983). Também conheceu Thomas Banchoff, que trabalhava com princípios da matemática sobre objetos a quatro dimensões, sendo especializado em geometria diferencial, procurando desenvolver métodos gráficos em computador. O quadro “Em busca da quarta dimensão” (1979) traduz a influência deste cientista. Dali, que não acreditava na morte (“Não creio na minha própria morte. Não creio na morte em geral e em particular na morte de Dali”; op. cit., 2004), morreu em 1989, tendo na sua mesa de cabeceira livros dos cientistas Stephen Hawking, Matila Ghyka e Erwin Schrodinger, traduzindo a sua “intimidade” com a ciência até ao fim da sua vida. Nota: Este artigo integra o livro “Construção de um percurso multidisciplinar, integrativo e de síntese nas Artes Visuais”, de Saul Neves de Jesus (snjesus@ualg.pt), podendo ser adquirido na Fnac de Faro (Fórum Algarve). Todas as receitas obtidas com a venda deste livro revertem a favor da compra de uma mesa de gravura para o curso de Artes Visuais da Universidade do Algarve
“ALBUFEIRA, UMA COSTA DIVERSIFICADA” Até 30 MAI | Galeria de Arte Pintor Samora Barros – Albufeira Ricardo Belela mostra, através das suas fotografias, a magnífica costa do concelho de Albufeira, onde começam as praias rochosas e acabam os grandes areais do sotavento algarvio
Cultura.Sul
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Momento
Algarve Nature Week 2015 Foto de Ana Omelete
Espaço ALFA
Desporto e fotografia, ambos ligados por momentos decisivos
Mauro Rodrigues Membro da ALFA
Eu nunca fui de fazer fotografia de desporto, foram poucas as oportunidades que procurei, os meus interesses gravitam mais para os outros géneros, mas não quer dizer que não goste de a fazer. A fotografia de desporto requer teleobjetivas mais caras, no mínimo 300mm para cima, se quisermos fotografar com a proximidade que desejamos e a fotografia tem tudo a ver com proximidade. Ser criativo neste género pode ser um grande desafio, uma vez que poderemos estar limitados por diversos factores. Além da relação proximidade/distância, temos que lidar com a restrição do espaço em que nos podemos movimentar. Se estamos juntamente com o público, que vem em massa para estes eventos, a compactação é tal que se tor-
na difícil escolher os melhores sítios. Se estamos dentro do recinto das provas, os lugares destinados aos fotógrafos são igualmente pré-definidos e geralmente os ângulos não são os melhores e temos igualmente que competir o espaço com os outros fotógrafos. Em alguns casos, temos que lidar com os mesmos factores meteorológicos que os concorrentes, calor, frio, vento, chuva, poeira ou lama, está tudo lá para nos dificultar a nossa visão e, claro, testar ao limite os equipamentos fotográficos, por isso tomem algumas precauções nesse sentido, nomeadamente, sacos de proteção e panos para limpar as lentes. Mas em última instância, o resultado final vai depender imensamente destes dois fatores seguintes, a obrigação de leitura da antecipação da ação e a sorte, que dada à velocidade que os acontecimentos fluem, irá ser determinante. Para nós, a criatividade do ângulo, proximidade, antecipação e sorte, fazem a fotografia... a técnica, precisão e esforço extremo fazem o atleta! Tudo isto converge para um momento decisivo que geralmente não dura mais de um milésimo de segundo.
1ª Etapa da Taça de Portugal de Downhill - São Brás de Alportel - 2015
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Cultura.Sul
Sala de leitura
Coração acordeão: a poética de um fole vital
Paulo Pires
Programador cultural no Município de Silves esteoficiodepoeta@gmail.com
No princípio era o ar… Para Anaxímenes de Mileto, filósofo grego do séc.VI a.C., era essa a substância básica da existência, o princípio único criador, omnipresente e essencial ao crescimento de todas as coisas. O acordeão vive desse sopro vital, dos ditames de um fole (im)previsível que parece conter a vida toda lá dentro: sereno ou ofegante, relaxado ou contraído, sonoro ou (mais) silencioso – como o pulsar de um coração, que precisa desse “vento” que lhe insufla o fôlego primordial. A analogia não é inocente, bebida na feliz metáfora de Alexandre O’Neill presente no poema “Acordeão”, de 1946, o qual o poeta remata com o sincrético verso “coração acordeão”. É esse acordeão – que consegue afinar pelo diapasão do coração e sabe como tocar nas teclas mais sensíveis dessa misteriosa e palpitante “escala cromática” invisível aos olhos – que inebriou músicos como Édith Piaf ou Ja-
cques Brel, entre muitos outros. No tema “L’accordéon de la vie”, que Brel gravou em 1953 e estreou no Olympia de Paris em 1964 (valendo-lhe uma ovação em pé de três minutos), surge o irrepetível acordeão do velho músico, que faz o público sonhar, chorar, dançar, e que tem o condão de percorrer os quatro cantos da vida e do amor. E há mesmo um neologismo da lavra de Brel, quando, a certo passo, a letra nos relembra que a vida, para que a possamos perdoar, acordeona para nós. “L’accordéoniste”, um dos primeiros sucessos de Piaf (datado de 1940 e composto por Michel Emer), por seu lado, conta a história de uma prostituta que não conseguia ficar indiferente ao apelo magnético do pequeno rapaz alegre que tocava acordeão, cuja sonoridade emanada pelos seus dedos finos e longos de artista parecia penetrar-lhe a pele deixando-a num misto de tensão e euforia, emocionada, sem fôlego, em catarse purificadora, num tempo suspenso. Essa música (a “java”) acalentava-lhe na alma o sonho de uma vida a dois, livre e sem constrangimentos, depois da terrível guerra, num regresso que tragicamente não aconteceria… Cerram-se os olhos por momentos e a esperança, o desencanto, a ironia, a melancolia, a (violentíssima) ternura, a ale-
d.r.
gria ganham no acordeão uma dimensão singular de expressividade e densidade psicológicas através dessa fascinante mecânica, plena de essência e complexidade (feita de ar, fole, palhetas, caixas harmónicas de madeira e “corredores” ora abertos ora oclusos – como os labirintos da subjectividade humana), que ora alinha, ora solavanca/questiona e “desarruma” o corpo e o espírito. Nos anos 50 do século passado o reputado fotógrafo Robert Doisneau andou dias a fio pelas
ruas parisienses seguindo o chamamento voluptuoso de uma acordeonista e de uma cantora que espalhavam pela multidão o plangente lamento “Tu ne peux pas t’figurer comme je t’aime” (tema de Suzy Delair, com Paul Miskari). Impressionou-lhe o contraste de atitude entre as duas figuras e, sobretudo, o aparente desapego e indiferença com que a jovem instrumentista derramava a poderosa melodia, numa postura quase luxuriante, ociosa, levemente impiedosa, a
Se vires como se alonga em minhas mãos a música entendes o que eu digo acordeão da lua David Mourão-Ferreira qual lhe conferia um encanto bruxuleante capaz até de atear uma grande fogueira em plena Idade Média, como Doisneau escreveria. O magnetismo da presença, a força profunda e ardente (felina) do olhar e o desprendimento envolvente da acordeonista – e porque o impacto performativo de um instrumento é indissociável desse precioso diálogo corporal, técnico, cénico-visual e emocional com o mesmo – confluíam assim numa melopeia anestesiante que inundava ruas, bares e becos, hipnotizando a curiosa e atenta lente de Doisneau. Seria uma das suas fotografias mais icónicas, captada de 1953 em Paris. O imaginário colectivo e a tradição portugueses estão, aliás, repletos de indivíduos que, de acordeão ou concertina na mão, se tornaram numa espécie de deuses, de figuras míticas, que cativavam pelo sentido poético, estético, lírico das suas vivências. A imagem do acordeonista cego (alguém que tem os olhos na ponta dos dedos) tem, neste particular, uma especial ressonância na memória popular, pela sua presença assídua e emblemática em festas, feiras e mercados (e nas ruas) onde
tocava, cantava e/ou vendia folhetos de cordel, entusiasmando até muitos futuros praticantes para a fruição da música. Como se a cegueira lhe conferisse, pela sensibilidade e vivência inerentes, ainda mais verdade, ocultação (apelativa) e envolvência à sua música, fazendo-nos parar para ouvir/sentir o gemer, o grito do seu fole-salvação, a máquina de vento que carrega consigo e que parece falar como uma orquestra. Para os antigos os ventos simbolizavam transições do passado para o futuro. Em tempos mais recentes, muitos têm sido os novos fôlegos criativos na arte de reinventar o acordeão. Um exemplo marcante (entre outros possíveis): Yann Tiersen, na banda sonora d’O fabuloso destino de Amélie Poulain (2001), soube, como poucos, acordeonar a vida, neste caso uma história arrebatadora de nostalgia, solidão trágica, descoberta, reencontro, sonho, pequenos gestos e amor. No fundo, uma (intemporal) valsa do destino modulada por uma musicalidade rente à pele e ao coração, que nos guia pelas nossas mais insondáveis e cativantes ruas interiores… (a 6 de Maio assinala-se o Dia Mundial do Acordeão)
Um olhar sobre o património
Por um Museu participativo, participe você também!
Alexandre Ferreira
Licenciado em Património Cultural pela UAlg
No próximo dia 18 de maio irá celebrar-se o Dia Internacional dos Museus. Esta celebração proporciona, anualmente, uma oferta diversificada de actividades abertas à sociedade, subordinadas a um tema. O tema deste ano é “Museus para uma sociedade sustentável”, através do qual se pretende promover a reflexão sobre a actuação humana e as suas repercussões sobre o meio em que actua,
promovendo igualmente o debate sobre o papel dos museus no processo de transição para uma sociedade sustentável. Este último objectivo é bastante revelador e inquietante ao mesmo tempo. Revelador porque assume que, apesar de todos os avanços - tecnológicos e não só - ainda estamos longe de ser uma sociedade sustentável; e inquietante porque ainda assim, somos diariamente confrontados com situações que nos “esfregam na cara” que ainda estamos muito longe deste sonho. E atenção! Quando falamos em desenvolvimento sustentável não nos retiremos da equação, porque afinal de contas nós próprios sofremos as repercussões dos nossos gestos e atitudes. E o que tudo isto tem a ver com museus? Pode ter tudo a
ver ou então pode não ter nada a ver. Depende do museu e do que ele queira para si próprio. Longe vão os tempos em que os museus eram vistos como cápsulas do tempo, nas quais estavam encapsulados os objectos e artefactos que fizeram a nossa história. Repositório do passado, que se apresentava aborrecido e desprovido de interesse, ao longo dos últimos anos foi sendo reinterpretado, reanalisado e apresentado de diversas formas com o objectivo de cativar um maior número de visitantes. Nesta reinvenção do museu, enquanto espaço de lazer e conhecimento, o envolvimento da comunidade onde está inserido é de significativa importância. E este envolvimento tem que ser transversal a essa comunidade, ou seja, abrangen-
do todas as faixas etárias, desde os “pequenotes” até aos seus avós, com objectivos de actuação concretos para cada uma delas e acima de tudo correspondendo às suas necessidades concretas, que podem estar directa ou indirectamente ligadas à Museologia. Directa ou indirectamente porque o papel de um Museu deve, e à priori tem todas as condições para o fazer, desempenhar um papel activo na educação e transmissão do conhecimento sobre o qual ele trata, mas também deve promover uma participação activa na comunidade, despoletando a reflexão e o pensamento crítico e criativo, tendo por base o incentivar o adquirir consciência sobre o que fomos e o que somos com o intuito de promover
a reflexão sobre o que queremos ser. E desta forma o Museu, enquanto entidade viva da sociedade, deixa de ser algo do passado para se transformar numa entidade de futuro. Com uma visão aberta para o exterior, com um olhar escrutinador e uma postura interventiva acerca dos diversos fenómenos sociais, políticos e culturais, como não poderia deixar de ser, os níveis de envolvimento de, para e com a comunidade serão certamente diferentes. Como ficou provado com três casos recentes e sintomáticos deste tipo de envolvimento: nos EUA e na Austrália, no seguimento da morte de negros às mãos da polícia e do assassinato de três jovens muçulmanos (EUA) e no seguimento de um caso de sequestro por parte de um refugiado ira-
niano (Austrália), os profissionais dos museus chamaram a si um papel activo e interventivo na discussão das problemáticas associadas a estes eventos. Estas acções, só por si, fortalecem o sentimento de pertença para com o Museu e para com a comunidade, numa relação de dois sentidos, contribuindo então para que o nosso desenvolvimento se não sustentável, pelo menos que seja consciente. Aproveito ainda para desafiá-lo: dia 16 de maio celebra-se a Noite Europeia dos Museus e, durante a qual, os visitantes serão desafiados a descobrir estes espaços em horários menos convencionais. Mas não se assuste. Os museus não mordem! Aventure-se, parta à descoberta e se for caso disso, surpreenda-se!
Cultura.Sul
08.05.2015
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O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N
Maio -se aos seus pares no fundo, num descanso. Até que as correntes das estações os repuxem mais para lá da sua vasa...
Cada dia é uma canção Pedro Jubilot
pedromalves2014@hotmail.com canalsonora.blogs.sapo.pt
Em terra de silêncio fotos: d.r.
Cada dia é uma canção que se junta a este álbum de litoral. Hoje de um instrumental feito de vento a bater nas portadas, a puxar nuvens para a faixa costeira e que sopram as notas molhadas sobre as pautas de areias, as terragens dos caminhos, e das flores do tempo que faz agora.
é título do livro de Diego Mesa (Ayamonte,1962), inspirado na «Viagem a Portugal» de José Saramago, que Cristina Felício apresentará na noite de sábado, 9 de maio, na Casa Álvaro de Campos em Tavira, pelas 21h45, e que contará com leituras de textos por alunos da escola secundária de Tavira e ainda com o fadista Tiago Nené.
Sessão da tarde
Já não sei bem onde (acho que foi num filme) recolhi esta citação do escritor norte-americano John Updike, mas captou-me pelo facto de se aplicar tão bem ao que eu penso e sinto apesar de continuar a amar o local onde em dias subia às açoteias e mirantes observando o horizonte das horas azuis sem fim. As ilhas eram mundos a conquistar em breve. Depois descia à rua e corria livremente…
Lugar de segredos
Sul, Sol e Sal
Em 1975, António de Macedo (escritor, cineasta e prof. universitário; Lisboa 1931), realizou o filme «O Princípio da Sabedoria», cujos exteriores foram rodados maioritariamente em Estoi, esse pedaço esquecido em terra de silêncio, junto ao palácio rococó que em 1909 o arquiteto Domingos da Silva Meira encheu de escultura e que há pouco voltou a ser resgatado ao abandono e destruição.
Um seixo
Durante este mês a Galeria Sul, Sol e Sal (r. vasco da gama, 18 - Olhão) estará no Real Marina Hotel & Spa (Olhão) a mostrar uma exposição colectiva - retrospectiva da sua atividade iniciada em dezembro último. Fotografias de António Jorge Nunes, Paulo Côrte Real e Jorge Jubilot; uma instalação de Joana Rocha e cerâmica de Lucia Minder
«Viagem ao Algarve»
Tardes de diversão e cultura com fados acontecem no Ginásio Clube de Faro (r. ivens, 12), numa organização da Associação de Fado do Algarve, que vem promovendo quinzenalmente aos domingos à tarde sessões de fado em que tomam parte associados que desejem cantar nesta tertúlia, evento que se inicia às 16h30 e pode ser visitado na página facebook da associação.
Crescer
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Um seixo saltita na água parada e salpica gotas com brilho. Tanta emoção, que se evapora, e mergulha enfim, juntando-
«Viagem ao Algarve» (los libros del estraperlo, 2014 – tradução de António Cabrita) “QUIM ROSCAS E ZECA ESTACIONÂNCIO” 30 MAI | 21.30 | Centro Cultural de Lagos João Rodrigues e Pedro Alves encontram-se no leque de humoristas mais populares em Portugal, celebrizados pelos personagens “Quim e Zé” do programa da RTP – Telerural
“Existe algo de opressivo nos locais onde crescemos. Gostámos de lá ter vivido e gostamos de lá voltar, mas viver ali seria muito estranho”.
Sento-me numa pedra junto ao canavial, e no silêncio possível por estes dias, consigo ouvir as passagens do vento. Contemplo a ribeira e a água em serena queda. Se um dia reparar ou souber que ela já não corre por entre as pedras far-te-ei saber que… me fui deste… outrora lugar de segredos a que chamam ‘Pego do Inferno’, estranho nome para um sítio que se faz valer de um elemento tão vital.
“CONCERTO DE RUI MASSENA” 8 MAI | 21.30 | Teatro das Figuras - Faro O maestro estreia-se nos palcos como compositor e pianista, acompanhado pelo violino de Gaspar Santos em dois temas
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Cultura.Sul
Espaço ao Património
Ficha Técnica:
Monchique, a Montanha Sagrada fotos: d.r.
dos tempos, os usos e costumes dos habitantes deste território. A Montanha Sagrada
Fábio Capela
Arqueólogo estagiário no Município de Monchique
No âmbito da minha atividade enquanto arqueólogo estagiário da Câmara Municipal de Monchique, participei num conjunto de iniciativas subordinadas à gestão do património concelhio, tendo em vista o estudo, a salvaguarda e a valorização do seu património cultural, bem como a sensibilização e a educação patrimonial da população monchiquense. Nesse sentido, partilho aqui alguns apontamentos sobre o potencial científico e as particularidades do património histórico-arqueológico existente no espaço concelhio de Monchique, assim como algumas reflexões sobre as atividades de índole cultural que tenho desenvolvido nesta maravilhosa e peculiar região serrana. Breve contextualização da Serra de Monchique O território concelhio de Monchique situa-se em pleno coração do barlavento algarvio, estando implantado numa área que apresenta uma interessante mistura de características mediterrânicas e atlânticas. A Serra de Monchique constitui uma incontornável referência na paisagem, tanto para as comunidades que habitaram o atual sul de Portugal, como para os navegadores que navegaram pelas águas que rodeiam o extremo sudoeste do velho continente. Ademais, integra uma linha de fronteira natural entre o atual Algarve e o Alentejo, “funcionando”, desde tempos antigos, como uma importante zona de passagem, grosso modo, entre o litoral e o interior. Além de ser uma serra imponente – a mais alta do sul de Portugal –, detentora de boas condições naturais de defesa e de locais propícios para o controlo dos territórios envolventes, também possui uma assinalável abundância de água e uma variada fauna e flora. Assume-se, também, como um território de fortes tradições místicas, especialmente religiosas. Existem diferenças notáveis entre o concelho de Monchique e os concelhos circundantes, as quais influenciaram, ao longo
Desde tempos remotos que a Serra de Monchique atraiu diferentes povos, em muito devido à copiosidade dos seus recursos naturais, com especial destaque para a qualidade das águas que brotam do seu subsolo. Prova disso, é o fato de ter existido um modesto balneário termal romano nas pitorescas Caldas de Monchique. Embora tenham promovido a sua monumentalização, os romanos não foram os primeiros a frequentar este emblemático local, visto que subsistem, na sua envolvência, várias necrópoles e sepulturas atribuídas, especialmente, aos períodos Neolítico e Idade do Bronze. Importa salientar que o testemunho mais antigo que se refere diretamente às águas da Serra de Monchique provém de uma inscrição epigráfica consagrada às “Águas Sagradas”, patente numa ara romana que foi encontrada no local onde, outrora, existiu o balneário termal romano. Um pouco por todo o espaço concelhio subsistem vestígios patrimoniais do passado, o que indica que este território não passou despercebido às várias comunidades e aos distintos momentos civilizacionais que se sucederam ao longo de milénios no sudoeste peninsular. Através da análise de fontes escritas sabemos que, durante a ocupação islâmica da Península Ibérica, a Serra de Monchique era denominada por Munt Sãqir – cuja tradução significa “Montanha Sagrada”. Embora não se conheçam referências diretas à denominação romana desta serra, existem indícios de que seria designada por Mons Sacer, portanto a “Montanha Sagrada”.
Inscrição epigráfica consagrada às ‘Águas Sagradas’ da ‘Montanha Sagrada’ Gestão e educação patrimonial, arqueologia e turismo cultural A “idade de ouro” da arqueologia no espaço concelhio de Monchique circunscreve-se à década de 1940. Ao longo dessa incontornável década foram identificados diversos sítios arqueológicos, especialmente monumentos sepulcrais, tendo sido realizadas as primeiras escavações arqueológicas nesta serra. A partir da década seguinte constatou-se uma assinalável escassez de investigações arqueológicas sistemáticas neste espaço concelhio. Todavia, ao longo dos últimos anos essa tendência
tem vindo a ser alterada, tendo-se assistido a alguns passos no sentido da identificação, estudo, proteção e valorização do património cultural concelhio, bem como para a sensibilização e educação patrimonial da população monchiquense. Conquanto constituam pequenos passos são, porém, fundamentais para a abertura de novos e prósperos horizontes, tendo em vista a valorização do património concelhio e, concomitantemente, o desenvolvimento do turismo cultural e o retorno socioeconómico para a população monchiquense – os principais interessados na sua história e herança cultural.
Cerro do Castelo de Alferce. Acção de sensibilização e educação patrimonial
Direcção: GORDA Associação Sócio-Cultural A partir do ano transato sucederam-se várias iniciativas direcionadas para a educação e sensibilização patrimonial da população monchiquense. A título de exemplo, salienta-se a realização de várias palestras no âmbito do Ciclo de Conferências “História, Memória e Património do Concelho de Monchique”, a execução de visitas guiadas ao património histórico-arqueológico concelhio e a concretização de exposições relacionadas com o património cultural concelhio. O principal intuito dessas iniciativas relacionou-se com a aproximação entre o conhecimento científico e a população local, sublinhando-se a crescente adesão e envolvimento da comunidade concelhia – especialmente escolar e sénior. Nos últimos anos verificou-se o desenvolvimento do turismo cultural e do turismo de natureza no Algarve, como novas “ferramentas” de atração turística para “combater” o velho paradigma do turismo de praia. No entanto, para valorizar um território é fundamental identificar e entender as suas realidades e as suas particularidades, respeitando-o e “explorando” de um modo não destrutivo as suas potencialidades. Com efeito, é desejável a convivência entre o património e o turismo, através de uma estratégia centrada na sustentabilidade. Para tal, é necessário continuar a fomentar a aproximação entre a comunidade científica e a população local, o diálogo entre os órgãos de várias tutelas e das universidades e os órgãos de poder local, honrar e incentivar as atividades tradicionais desta região serrana, envolver a comunidade local e a população em geral. Ainda há um longo caminho a percorrer no que respeita ao conhecimento e à valorização do património cultural da “Montanha Sagrada”, tendo em vista a sustentável “exploração” socioeconómica dos seus recursos patrimoniais. Entre as várias carências, destaca-se a inexistência de uma Carta do Património Cultural concelhio e de um Museu de âmbito municipal. Na incontornável obra intitulada Estudos Arqueológicos nas Caldas de Monchique, é referido que “(…) toda a região serrana do Algarve é copioso filão a explorar cientificamente”, afirmação que continua atual volvidos mais de sessenta anos, particularmente no respeitante ao património histórico-arqueológico do concelho de Monchique.
Editor: Ricardo Claro Paginação e gestão de conteúdos: Postal do Algarve Responsáveis pelas secções: • Artes visuais: Saul de Jesus • Espaço AGECAL: Jorge Queiroz • Espaço ALFA: Raúl Grade Coelho • Espaço Cultura: Direcção Regional de Cultura do Algarve • Da minha biblioteca: Adriana Nogueira • Grande ecrã: Cineclube de Faro Cineclube de Tavira • Juventude, artes e ideias: Jady Batista • Letras e literatura: Paulo Serra • Momento: Ana Omelete • O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot • Panorâmica: Ricardo Claro • Património: Isabel Soares • Sala de leitura: Paulo Pires • Um olhar sobre o património: Alexandre Ferreira Colaboradores desta edição: António Pina Fábio Capela Pedro Pires Mauro Rodrigues Parceiros: Direcção Regional de Cultura do Algarve, FNAC Forum Algarve e-mail redacção: geralcultura.sul@gmail.com e-mail publicidade: anabelag.postal@gmail.com on-line em: www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve
facebook: Cultura.Sul Tiragem: 7.869 exemplares
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Cultura.Sul
Da minha biblioteca
Uma Viagem ao Algarve a duas vozes d.r.
Adriana Nogueira
Classicista Professora da Univ. do Algarve adriana.nogueira.cultura.sul@gmail.com
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Depois de ler o livro de Diego Mesa, vêm à memória desta cronista uns versos de Camões: «Transforma-se o amador na cousa amada/ por virtude do muito imaginar». Ao ler o livro de José Saramago, Viagem a Portugal (1981), o mesmo terá acontecido a Diego Mesa, escritor natural de Ayamonte e grande apaixonado pelo nosso país, que mantém um blogue intitulado http://aulajosesaramago. wordpress.com, onde divulga o trabalho que se vai fazendo em prol da disseminação da obra do Nobel da Literatura português, que o inspirou a refazer os seus passos. Escrito na terceira pessoa, Saramago designa a personagem que percorre o país de lés a lés como «o viajante». E este viajante vai ser, para Diego Mesa, «o outro viajante», já que, assumindo uma personagem equivalente, adota um estilo e retórica reconhecíveis para o leitor. Tomando como ponto de partida o último capítulo, «De Algarve e sol, pão seco e pão mole», que ocupa 18 páginas na edição da Viagem a Portugal, do Círculo de Leitores, e fazendo dele o seu guia de viagem, um novo viajante percorre esta terra, de uma ponta a outra, de carro e de comboio, revisitando os lugares ali mencionados. Naturalmente que, passados mais de 30 anos desde a 1ª edição daquela obra, muitas coisas se alteraram e é bom saber que, na sua maioria, para melhor. Os passos citados de José Saramago aparecem em itálico no texto de Diego Mesa, que muito bem os enquadra. Não se pense, porém, que este novo viajante apenas repete o
que o outro visitou. É verdade que o usa como guia, mas também faz dele a sua inspiração para novos percursos, como a visita mais demorada a Portimão ou a viagem de comboio entre Vila Real de Santo António e Lagos. Além disso, a Viagem ao Algarve tem algumas breves (e úteis) notas de rodapé e, no final, uma boa bibliografia que poderá ajudar o leitor interessado em aprofundar mais o assunto. Para que fique perfeito, só fal-
obras ainda não teriam começado. E, sim, havia, nessa época, um espaço para o gado, o qual ainda hoje pode ser percebido, numa zona deixada empedrada. A inauguração oficial deste restauro aconteceu apenas em 2003. Uma visita a Portimão
Diego Mesa, escritor natural de Ayamonte
ta que a próxima edição tenha uma boa revisão de texto. Precisando de selecionar alguns excertos para aqui constarem, deixou-se esta cronista levar pelo seu interesse especial por ruínas e museus, apresentando dois apontamentos sobre estes tipos de espaços. As ruínas romanas de Milreu Sobre Estoi, diz Saramago (que ali terá estado, provavel-
mente, entre 1979 e 1981, datas em que viajou para escrever o livro): «As ruínas da vila romana de Milreu […] estão sujas e abandonadas. Contudo, pelo que ainda conserva, é das mais completas que se encontram no País. O viajante percorreu-as sob um sol de justiça, viu conforme soube, mas sente a falta de alguém que identifique os lugares, as dependências, alguém que ensine a olhar. Mas aquilo que teve mais dificuldade em entender foi uma casa arruinada que está no plano mais alto: lá dentro há man-
“ALGARVE EM PRETO E BRANCO” Até 30 MAI | Posto Municipal de Exposições de Lagos Exposição de Alexandre Manuel. A sua paixão é fotografar paisagens da região costeira algarvia, onde grava as maravilhas naturais em constante movimento.
jedouras baixas, e estas cortes de gado dão diretamente para habitações que seriam de gente. Por onde entrava o gado? […]». Já Diego Mesa viu, felizmente, uma outra realidade: «hoje em dia o recinto está devidamente cercado e na entrada foi construído um edifício que serve de receção ao visitante, simples e funcional, com painéis que explicam a história das ruínas. Tem a sorte de vir acompanhado por dois amigos arqueólogos que lhe identificam os lugares, as dependências, que o ensinam a olhar o que a vista alcança, ao contrário do outro viajante […]. Da casa arruinada de que faz menção o outro viajante também não há rasto […], a não ser que se trate do edifício novo que se situa no nível mais alto mas que está fechado, pelo que este viajante não pode ver o que o outro viajante viu e muito menos responder às suas
dúvidas. Pelo menos hoje. Porque amanhã saberá que em meados do século XV ou inícios do XVI, sobre as velhas e abandonadas ruínas romanas, foi construída uma casa, hoje restaurada por ser um ‘único e precioso exemplo algarvio de arquitectura civil com contrafortes cilíndricos’». De facto, Milreu está uma obra condigna: quem agora visitar o sítio tem à sua disposição painéis explicativos sobre os diversos espaços que se podem ver ao ar livre e no interior da Casa Rural. E, para poder também acrescentar alguma coisa, esta cronista pediu ao arqueólogo João Bernardes, docente da Universidade do Algarve, que lhe esclarecesse algumas dúvidas, ao que ele gentilmente acedeu, explicando que a casa esteve habitada até meados do século XX. O Estado, entretanto, comprou o espaço e, quando Saramago terá visitado o local, as
José Saramago pouco diz sobre Portimão, tendo-lhe dedicado apenas um parágrafo com 19 linhas. Como o «viajante foi à igreja matriz e achou-a fechada», fica-se pelo «melhor dela [que] está à vista de toda a gente, e é o pórtico» e parte para Lagos. O viajante espanhol tem mais sorte e encontra a igreja aberta, mas como está a ser celebrada missa e «está cheia a igreja, a abarrotar», vê, igualmente, apenas o exterior. No entanto, não se vai logo embora e nessa noite fica alojado na cidade. Mais uma vez se considera com sorte, porque, da cafetaria do hotel, abrigado do temporal que entretanto se fazia sentir, pôde apreciar o «espetáculo da chuva golpeando com força os vidros» e os «raios que iluminavam o céu de Portimão com a sua luz muito intensa». No dia seguinte foi visitar «o museu que está implantado numa antiga fábrica de conservas, no porto […]. Aplaude, este viajante, o sentimento, a sensibilidade demonstrada na recuperação do material que conformava a vida dentro da fábrica, e menos o cheiro característico da mesma, quase não lhe falta nenhum detalhe». Este livrinho tem o tamanho ideal para servir de guia de bolso e um conteúdo que nos deleita: ficamos com vontade de sair de casa e de visitar estes lugares que nos são apresentados com muito carinho por Diego Mesa, cujo modo como relata a simpatia das pessoas que com ele se cruzam, a simplicidade com que pequenas contrariedades são resolvidas, os pormenores artísticos que aprecia, diz muito do seu amor por estas terras e estas gentes. E esta cronista termina, fazendo coro com Saramago: «É preciso recomeçar a viagem. Sempre».
“LACUNAS” Até 12 JUN | Museu Municipal de Loulé As peças de Ricardo Lopes nascem da vontade de explorar a relação entre as formas, os seus significados e os espaços que ocupam em todas as dimensões físicas e metafísicas da nossa existência
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