EN 125/Via do Infante Marcha lenta no próximo feriado de dia 8
A Comissão de Utentes da Via do Infante promete voltar às ações de rua pela eliminação das portagens no Algarve e pela re qualificação total da EN 125. P4
João Soares apresentou Tavira, o Porto Seguro
O livro é uma homenagem a Tavira feita pelo Grupo Ma dre que assim agradece a forma positiva como tem si do acolhido pelo concelho. P5
Condutora que atropelou idoso mortalmente e fugiu constituída arguida
Uma mulher de 32 anos foi cons tituída arguida por homicídio por negligência em acidente de viação e omissão de auxílio, no concelho de Silves. P7
Câmara de Lagos vai expropriar imóveis em localizações estratégicas
O município já tinha tentado adquirir, sem sucesso, os imó veis por via do direito privado, pelo que decidiu agora iniciar o processo de aquisição por via expropriativa. P9
Livro “Café Filosófico. O
Som do Pensamento”
O livro de Maria João Neves vai ser apresentado no próximo dia 16 de dezembro, no AP Maria Nova Lounge Hotel (Lobby Bar), em Tavira, pelas 20:00. Esta obra é uma seleção dos artigos publicados pela autora no Caderno de Artes Cultura. Sul entre 2015 e 2022 P20, 21 e 24
A maior disparidade de preços no país (valores sem IVA), para consumos anuais de 120 metros cúbicos de água, encon tra-se entre Vila do Conde (distrito do
Porto), onde o valor total da fatura ronda os 480,21 euros, e Vila Nova de Foz Côa (Guarda) ou Monchique (Algarve), onde se pagará apenas 88,20 euros ou 99
Saber Envelhecer
Uma Viagem pela Saúde dos Seniores
euros, respetivamente. Entre os valores mais altos e os mais baixos, a diferença do preço da água entre concelhos pode variar em cerca de 500 por cento P12 e 13
ARMANDO DE MEDEIROS Saber
Envelhecer - Uma viagem pela saúde dos seniores está escrito de forma rigorosa, sem ser demasiado sério, e de forma positiva, sem deixar de ser objetivo. Neste livro, apresentado esta quarta-feira na Fnac em Faro, o leitor encontra um conjunto muito variado de temas relacionados com o envelhecimento: a preparação da reforma, a saúde mental, as doenças cardiovasculares, a sexualidade e o cancro, entre outros.
Segundo nota do autor, “o envelhecimento também é um estado de espírito. Pessoas que se mantenham ativas e que encarem o passar dos anos de forma positiva têm maior probabilidade de viver mais anos e com uma melhor qualidade de vida do que aquelas que se fecham em casa, isoladas da vida de relação.” P3
CS18
JORGE QUEIROZ Natal português, mediterrânico? CS17
Qual o estado da democracia em Portugal?
MAURO RODRIGUES
CS19 Percepções… e realidades ➡ Pedaladas divergentes ➡ A
tráfico Por Mendes Bota P8 ANÁLISE e Perspectivas Turísticas O Mundo está
“A política é desses incêndios que se acendem na casa do outro e quem arde é a nossa” - Mia Couto ➡ Por Elidérico Viegas P8 E
Os
Europa ➡ Por Luís Gomes P2 ➡ Por Luís Graça P2
O corpo nu da mulher sempre será sempre um campo de batalha
Igreja Católica e o
a Arder
ainda a Opinião
cucos e o comboio do Algarve à
Fatura da água tem preços (muito) diferentes entre municípios TRIBUNA PARLAMENTAR Voto contra o Algarve no Orçamento de Estado de 2023 GESTÃO DOCUMENTAL PARA EMPRESAS www.hpz.pt Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal 2 de dezembro de 2022 1297 • €1,5 Diretor: Henrique Dias Freire Quinzenário à sexta-feira postaldoalgarve 144.405 www.postal.pt MARIA JOÃO NEVES A canção da alma CS22 SAÚL NEVES DE JESUS Pode a arte ajudar-nos a lembrar o passado para melhorar o futuro? CS15 PAULO SERRA A Aldeia das Almas Desaparecidas: A Floresta do Avesso, Parte I, de Richard Zimler À Procura da Manhã Clara, de Ana Cristina Silva Café Filosófico. O som do pensamento, de Maria João Neves CS20 e 21 MARIA LUÍSA O POSTAL DO DIA com Luís Osório CS16 PAULO LARCHER O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA: A sombra de um homem projetada na sua Obra
Em destaque
P24
➡ No Algarve, a fatura da água em Tavira é a mais cara e a de Monchique a mais barata
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Tiragem desta edição 8.830 exemplares
TRIBUNA PARLAMENTAR Luís Graça
Os cucos e o comboio do Algarve à Europa
OPlano Nacional Ferroviário, colocado em discussão públi ca pelo Governo de António Costa inscreve um dos mais importantes investimentos em termos de mobilidade e competiti vidade futura do Algarve para o qual devemos convergir o nosso apoio coletivo. A ligação ferroviária à Andaluzia, pre vista no Plano Nacional Ferroviário, permitirá que o Algarve fique ligado por comboio à Europa e ao grande cor redor transeuropeu do Mediterrâneo, que termina na Hungria mas também a outro eixo ferroviário, conhecido pelo corredor de mercadorias ou do Atlânti co, até à Alemanha.
A ligação ferroviária à Andaluzia, um velho sonho do Algarve que ficou forte mente adiada com a decisão tomada pelo PSD de Cavaco Silva de construir a Ponte Internacional do Guadiana sem prever a possibilidade da travessia do comboio,
corredor do Atlântico, via Badajoz - Ma drid até Mannhein na Alemanha. Da Hungria até Faro, passando por Sevi lha e de Faro até à Alemanha, passando por Lisboa. Um comboio do Algarve pa ra toda a Europa.
Ainda na ferrovia, o Governo propõe que seja também efetuado um investimento na atual linha de comboio Tunes-Lis boa, estimado em 200 milhões de euros, capaz de diminuir a viagem em 30 mi nutos, mantendo uma ligação Algarve a Lisboa que para além de servir melhor todo o Barlavento do Algarve mantém uma capilaridade de paragens que a alta velocidade não permite.
Estes são investimentos estruturantes que nos devem mobilizar e que devem ser apoiados por todos, independen temente de questões partidárias. Os algarvios merecem que sobre este assun to pensemos todos no Algarve enquanto região e que durante a discussão públi
A proposta de alteração ao Orçamento de Estado apresentada pelas deputados do PSD Algarve segue o comportamento dos cucos
assume uma importância estratégica para a nossa economia, tendo em con ta que a Comissão Europeia pretende que as deslocações internas, de 300 até mesmo 600 quilómetros, privilegiem o transporte ferroviário em detrimento do avião.
É uma escolha com base na diminuição da pegada carbónica, estima-se que o comboio emita entre 14 e 27 vezes me nos CO2 do que o transporte aéreo, e que visa contribuir para o combate às alterações climáticas na Europa.
A ligação a Sevilha e a continuação desta linha de alta velocidade de Faro até Lisboa, com a obrigação da terceira travessia sobre o rio Tejo, passando por Beja, Évora para além de estabelecer uma nova ligação do Algarve à capital de Portugal, permite ao sul do país, designadamente Faro, Beja e Évora constituírem-se enquanto vértice do
ca do Plano Nacional para a Ferrovia afirmemos o nosso apoio unânime aos investimentos nele previstos para o Al garve e para o grande sul de Portugal.
Os Cucos e o Orçamento de Estado
Uma última nota. Os cucos são conheci do por colocarem os seus ovos no ninho de outros pássaros que os criam pensan do serem seus… a proposta de alteração ao Orçamento de Estado apresentada pelas deputados do PSD Algarve segue o comportamento dos cucos… de que serve o PSD propor em novembro a ins crição na Lei do Orçamento de Estado para 2023 do novo Hospital Central do Algarve se em setembro passado o Go verno já havia aprovado a constituição de uma Parceira Público Privada para a sua construção? Cucos… luis.graca@ps.parlamento.pt
TRIBUNA PARLAMENTAR Luís Gomes
Voto contra o Algarve no Orçamento de Estado de 2023
Otempo de discussão do Orçamento é um momento que constitui um desa fio. Desafio, porque cada deputado é chamado a par ticipar, através da apresentação de propostas de alteração ou de adendas ao Orçamento que cons tituam, legítimas, reivindicações do próprio, dos distritos que re presentam ou dos setores que, em função das comissões que integram, pretendam contribuir com propostas para o Orçamento do Estado (OE).
tos de 200 milhões de euros inscritos no Plano de Eficiência Hídrica”. Assim como o “resgate da concessão da EN125”, de for ma a ser possível avançar com as obras de requalificação. Diga-se o que se disser, encon trem-se os argumentos que se encontrarem, a verdade é que nenhuma dessas promessas teve repercussão orçamental. Os deputados do PSD, eleitos pelo Algarve, apresentaram propostas concretas no sentido de serem resolvidas questões inadiáveis para a região. Pro
Os deputados do PSD, eleitos pelo Algarve, apresentaram propostas concretas no sentido de serem resolvidas questões inadiáveis para a região
Mas este período de discussão e de apreciação do OE é o tempo para aferirmos a forma como o Governo vai resolver a situação do país e, sobretudo, a forma co mo o mesmo vai cumprir o que prometeu na campanha eleitoral. A este propósito, o Partido So cialista, ganhou as eleições do passado mês de janeiro com toda a clareza, aqui na região do Algarve. Ganhou com um programa concreto e com pro messas concretas. Quem não se recorda de ouvir os candidatos do Partido Socialista dizerem “há condições para o Hospital Central do Algarve avançar nos próximos meses”, quem não se recorda de os candidatos do PS assumirem o compromisso de concretizarem “os investimen
pusemos a redução do valor das portagens em 50%, tal como António Costa prometeu fazer em 2015. Propusemos, ainda, o resgate da concessão da EN125 e a conclusão das suas obras, em linha com o compromisso que defendemos nas passadas eleições legislativas, assim co mo uma proposta programática que assentava no lançamento do concurso para o Hospital Central do Algarve até ao final do mês de junho.
Estas propostas estavam tam bém no programa do Partido Socialista. Ainda assim, as mes mas obtiveram o voto contra de todo o grupo parlamentar do PS. Dos deputados do PS eleitos pelo Algarve, tivemos ainda o silêncio. lfgomes@psd.parlamento.pt
2 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
DESIGN Bruno Ferreira
OPINIÃO
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Deputado do PSD pelo Algarve | OPINIÃO
Deputado do PS pelo Algarve | OPINIÃO
Livro “Saber Envelhecer: Uma viagem pela Saúde dos Seniores” apresentado em Faro
Aeditora LIDEL apresen tou esta quarta-feira, dia 30 às 21 horas, na Fnac de Faro, no Forum Al garve, o livro “Saber
Envelhecer: Uma viagem pela Saúde dos Seniores”, da autoria de Armando de Medeiros, médico de família aposentado. O livro foi apresentado por Assunção Martinez, médica de família apo sentada que, para além de funções clínicas, foi presidente do Conselho Diretivo da ARS do Algarve, e por Fernando Batista, engenheiro ci vil aposentado, que fez toda a sua carreira profissional no Japão, na Kawazaki Steel Corporation.
“Saber Envelhecer – Uma Viagem pela Saúde dos Seniores” é um li vro que procura ajudar os idosos, os seus cuidadores e todos os pro fissionais de saúde a compreender as alterações do envelhecimento e a lidar com o avançar da idade. Esta obra conta com o conhecimen to médico e experiência de quem já passou e continua a passar pelo processo de envelhecimento, recor rendo a uma linguagem simples e acessível, utilizando situações do quotidiano para exemplificar as ideias e conceitos, destacando con selhos e dicas, tais como.
- Pratique exercício físico regular, adaptado às suas condições de saúde;
- Exercite o cérebro, executando ta refas como estudar, ler, escrever ou praticar jogos de tabuleiro;
- Deixe de fumar! Vai reduzir os sin tomas incomodativos, como a tosse, a expetoração e a pieira, e reduzir as infeções respiratórias;
- Coma alimentos ricos em fibras, como vegetais e leguminosas;
- Tire os óculos de ver ao perto sem pre que for descer escadas;
- Se tiver uma audição reduzida, tente adaptar-se a um aparelho au ditivo, mas sem fazer investimentos excessivos;
- Se tiver de andar com o auxílio de uma bengala ou andarilho, não dei xe que isso o impeça de caminhar.
SOBRE O AUTOR Armando de Medeiros
Licenciado em Medicina, pela Faculdade de Medicina da Univer sidade de Lisboa, e pós-graduado em Avaliação Económica dos Me dicamentos, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão. Foi assis
tente graduado sénior da carreira médica de Clínica Geral, estando, atualmente, aposentado. Foi médi co de família da Extensão de Estoi e da Unidade de Saúde Familiar Al-Gharb do Centro de Saúde de Faro, médico do Estabelecimento Prisional de Faro, coordenador da Unidade de Saúde Familiar Al-Gharb do Centro de Saúde de Faro, presidente da Comissão de Farmácia e Terapêutica da ARS do Algarve, responsável pela Direção de Serviços de Saúde da ARS do Algarve, representante da ARS do Algarve na Comissão de Coorde nação do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes, centralizada na DGS, e representan te da ARS do Algarve na Comissão do Uso Racional do Medicamento, centralizada no Infarmed.
Alterar comportamentos para melhorar a qualidade de vida
do seu declínio funcional.
A idade é o principal fator de risco para a grande maioria das doenças crónicas, nomea damente, a osteoartrose, as doenças cardiovasculares e o cancro, mas, também, para aparecimento de demências, como a doença de Alzheimer.
micro-organismos, a poluen tes e à radiação ionizante) e os estilos de vida (que incluem a dieta, o exercício físico e o fumo do tabaco) a terem um papel mais determinante na longevidade.
Leia o artigo de opinião da autoria de Armando de Medeiros, médico aposentado de Clínica Geral, autor do livro “Saber Envelhecer - Uma viagem pela saúde dos seniores”, acerca do envelhecimento ativo
Ao longo do processo de enve lhecimento surgem alterações cognitivas e da memória que levam, por exemplo, a que os idosos tenham mais di ficuldade em dividir a sua atenção por várias tarefas ou a recordar nomes de pessoas, de livros ou de filmes. Como sabemos, a velocidade da deterioração física e mental difere muito de pessoa para pessoa, mas todos vão sofren do um processo de adaptação que lhes permitem ter uma vida de relação relativamente normal até uma determinada altura da sua existência, sem que os médicos tenham a pos sibilidade de avaliar, de uma forma objectiva, a extensão
É geralmente aceite que existem três grupos de modificações fisiológicas as sociadas ao envelhecimento: alterações nos mecanismos de homeostase celular (tem peratura corporal, volume sanguíneo e dos fluidos ex tracelulares); diminuição da massa dos órgãos; declínio e perda da reserva funcional do corpo [1]
Os mecanismos celulares e moleculares que determinam estas alterações fisiológi cas, parecem incluir nove hallmarks (marcadores ou biomarcadores) do enve lhecimento: instabilidade genómica, encurtamento dos telómeros, alterações epige néticas, perda da homeostase proteica, desregulação dos sensores de nutrientes, disfunção mitocondrial, se nescência celular, exaustão das células estaminais e al terações na comunicação intercelular [2]
O processo de envelhecimen to é largamente determinado pela herança genética, mas parecem ser os fatores am bientais (como a exposição a
O conhecimento dos me canismos fisiológicos e fisiopatológicos do enve lhecimento é fundamental para se encontrarem novos alvos terapêuticos que bali zem as áreas de I&D a serem financiadas. Os geroprote tores constituem uma nova tendência da biomedicina, que engloba um grupo de fármacos cuja ação se dire ciona contra os mecanismos do envelhecimento. No caso da DPOC, os geroprotetores atuam reduzindo o stress oxidativo e a senescência ce lular e, consequentemente, a inflamação crónica [3] Mas será que estas alterações decorrentes do envelheci mento são fisiológicas ou fisiopatológicas? Por outras palavras, será a idade uma doença?
Desde há muitos anos que es ta questão se coloca e ainda não dispomos de uma respos ta que seja suficientemente credível para pôr um ponto final na questão. Este aspec to não é tão irrelevante como possa parecer à primeira vis ta porque, no caso da idade ser considerada uma doença, abre-se o caminho para um
ainda maior investimento da indústria farmacêutica e tec nológica no desenvolvimento de tratamentos para o enve lhecimento. Esta alteração de paradigma pode ter o efeito perigoso de criar condições para que alguns centros de in vestigação e desenvolvimento comecem a percorrer cami nhos junto à fronteira que separa a ética da irresponsa bilidade. Ao mesmo tempo, esta mudança de padrão pode ter a vantagem de enfraque cer o mercado paralelo (de legalidade duvidosa) que se dedica aos tratamentos esté ticos e, consequentemente, a proteger os idosos de serem enganados.
Termino este texto apre
sentando dois pequenos conselhos relativos à prática clínica:
1. Não devemos impor dietas demasiado restritivas a ido sos cuja esperança de vida se mede em anos e não em décadas (a comida pode ser o único prazer que têm na vida);
2. Devemos ter o bom sen so de só iniciar a prescrição de fármacos recentemente introduzidos no mercado quando já dispusermos do lastro da evidência científi ca. Como sabemos, os ensaios clínicos não são muito abun dantes nos grupos etários mais avançados, e, como diz
o povo: cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
Referências:
[1] Dodds C. Physiology of ageing. Anaesth Intensive Care Med 2006; 7: 456–458): 1.
[2] Lopez-Otin C, Blasco MA, Partridge L, et al. The hallmarks of aging. Cell 2013; 153: 1194–1217.
[3] Ito K, Colley T, Mercado N. Geroprotectors as a novel therapeutic strategy for COPD, an accelerating aging disease. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis 2012; 7: 641–652.
Artigo publicado pelo Jornal Médico que aqui reproduzimos com a devida vénia.
3 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
FOTO D.R.
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Em destaque
PARA EXIGIR O FIM DAS PORTAGENS NA VIA DO INFANTE
Marcha lenta no próximo feriado
Homem de 76 anos detido em Tavira por tráfico e cultivo
de estupefacientes
AA PSP de Tavira deteve esta terça-feira, um homem de 76 anos por tráfico de estupefacientes. “Esta deten ção ocorreu após alguns meses de investigação e na sequência de fortes suspeitas de que o ora detido se dedicava à venda direta aos consumidores de produto estupefaciente, quando se deslocava a esta cidade”, explica o Comando Distrital da PSP de Faro em co municado. Após interceção do veículo do suspeito e consequente abordagem policial, as autoridades cons tataram que “tinha na sua posse 30 doses individuais de liamba e cerca de 54 euros, que foram apreendi dos”. Em ato contínuo a esta detenção, foi efetuada busca ao seu domicílio, “onde se encontrou uma estufa com várias divisões e todo o ambiente propício ao cultivo de liamba, nomeadamente desumidificadores, ventoinhas, termómetros, aquecedores e fertilizantes necessários ao cultivo deste estupefaciente”. No total, como resultado da busca domiciliar, foram apreendi das 203 doses de liamba, uma viatura e 400 euros.
Casal detido por furto de veículo em São Bartolomeu de Messines
A GNR de Silves deteve esta quarta-feira um homem de 40 anos e uma mulher de 37 anos por furto de veículo, em São Bartolomeu de Messines. Após uma denúncia a dar conta de um furto em interior de um veículo na zona de São Bartolomeu de Messines, os militares deslocaram-se para o local com o objetivo de intercetar os suspeitos, que entretanto se tinham colocado em fuga apeada. No decorrer da ação cons tataram que “os suspeitos estavam a tentar furtar uma viatura a cerca de 500 metros do furto inicial”. Das diligências policiais realizadas, as autoridades apuraram que “os suspeitos tinham furtado um veí culo na zona de Salir, no qual se fizeram transportar até São Bartolomeu de Messines, onde abandonaram esta primeira viatura”. Os suspeitos foram localizados e detidos junto à Estrada Nacional n.º 124.
AComissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), assinala, na pró xima quinta-feira, feriado de dia 8 de dezembro, o 11.º aniversário de portagens no Algarve com uma marcha lenta de protesto de viaturas pela EN 125, com partida da vila de Luz de Tavira (Largo da República), pelas 15.00 horas, terminando em Tavi ra, junto à Câmara Municipal. As portagens foram “impos tas pelo Governo PSD/CDS, com o apoio do PS, precisa mente do dia 8 de dezembro de 2011”, lembra a CUVI e comunicado, acrescentan do que “têm sido 11 anos de autêntico retrocesso para o Algarve, em que a mobilidade na região regrediu mais de 20 anos e as desigualdades eco nómicas, sociais e territoriais se agravaram”. Os prejuízos económicos e so ciais têm sido “muito elevados e muitas vidas se perderam, pois as portagens na Via do Infante obrigaram ao desvio do trânsito para a EN125, ainda hoje não totalmente requalificada entre Olhão e Vila Real de Santo António e que tem contribuído para o aumento da sinistralidade
rodoviária na região. PS e PSD ao não terminarem com esta calamidade têm sido os principais responsáveis pela discriminação das popula ções do Algarve”. A Comissão de Utentes da Via do Infante considera “la mentável que o Orçamento de Estado para 2023 não contemple, mais uma vez, a eliminação das portagens na Via do Infante. A principal responsabilidade vai para o PS, mas também para o PSD. Estes dois partidos acabaram mesmo por inviabilizar pro postas para acabar com as portagens no Algarve apre sentadas por outras forças políticas. E António Costa continua a não cumprir a palavra dada aos algarvios em 2015 – acabar com as portagens se fosse governo. Até aos dias de hoje essa pro
messa não passou de palavras vazias e incumpridas”. “É precisamente isto que de via ter lugar, numa altura em que o Algarve, ainda não re feito da pandemia, continua a viver uma grave crise devido à forte sazonalidade, à infla ção e ao aumento do custo de vida. Será incomportável pa ra os utentes e as populações do Algarve que a concessio nária imponha aumentos nas taxas de portagem e muito menos de 10% de aumento co mo já foi anunciado. A região conta com vários milhares de desempregados e muitos milhares na precariedade e é previsível que muitas em presas sejam atiradas para a falência, fazendo aumentar o desemprego, as dificulda des e as necessidades das populações”, pode ler-se no do cumento enviado às redações.
“Deve o Governo suspender as portagens no Algarve enquanto a EN 125 não for totalmente requalificada, tal como estipula a Resolução da Assembleia da República n.º 50/2001, de 20 de junho de 2020. Ou seja, o Governo de ve cumprir o que foi aprovado no Parlamento, enveredando para a abolição total das por tagens”, salienta.
Por outro lado, “a PPP da Via do Infante é muito ruinosa para o Estado, transferindo este para os bolsos da con cessionária privada dezenas de milhões de euros todos os anos, verbas dos contribuin tes que faltam para combater a crise, para o investimento público e para a melhoria dos serviços públicos”.
A CUVI promete “voltar às ações de rua pela eliminação das portagens no Algarve e pela requalificação total da EN 125, entre Olhão e Vila Real de Santo António” e rejeita “a discriminação dos utentes e das populações do Algarve. A luta é o caminho a seguir”. A organização apela “à participação de todos nesta marcha lenta de protesto pa ra acabar com as portagens no Algarve e pela requali ficação total da EN 125”.
A GNR DETEVE esta terça -feira um homem de 36 anos e uma mulher de 31 anos apa nhados a furtar em “flagrante” na localidade de Boliqueime, no concelho de Loulé, revelou esta força de segurança públi ca. Em comunicado, a Guarda
Nacional Republicana (GNR) informa que, na sequência de uma denúncia de que esta ria a ocorrer um furto numa propriedade de Boliqueime, os militares conseguiram “in tercetar os suspeitos quando estavam nas imediações do
terreno”. “No interior da sua viatura foram detetados os artigos furtados, motivo que levou às suas detenções em flagrante”, afirma a GNR, acrescentando que “da ação resultou a apreensão da via tura utilizada pelos suspeitos,
assim como a recuperação de oito andaimes e uma fresa para motocultivador, os quais foram entregues ao legítimo proprietário”.
Os detidos foram constituídos arguidos e a ocorrência comu nicada ao Tribunal de Loulé.
4 POSTAL 2 de dezembro de 2022 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO
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Maria Nova Lounge recebe apresentação do livro “Tavira – o Porto Seguro”
OGrupo AP Hotels & Resorts lançou, no passado dia 23, no Maria Nova Lounge, o li vro Tavira, o Porto Seguro O projeto, acarinhado por António Parente, presidente do Grupo, de que foi o mentor, contribui para forta lecer os laços que o ligam à comunidade onde estão instaladas duas das unidades que integram aquela cadeia hoteleira, salienta o grupo em comunicado. A edição, sob a chancela da Guerra & Paz Editores, com texto de Cristina Baptista e fotografias, na sua maioria, de João Ribeiro, consiste numa obra de luxo, bilingue, em português e inglês, muito ilustrada com imagens a cores e a preto e branco. Dirige-se a um público abran gente, de turistas e outros visitantes, portugueses e estrangeiros, que acorrem ao longo do ano àquela cidade do Algar ve, principalmente em turismo e lazer.
A obra apresenta a cidade, sublinhando a sua herança multicultural e o enqua dramento geográfico, e as principais atividades económicas da atualidade, entre as quais se inclui o turismo, que levam o nome de Tavira a todo o País e ao mundo.
"Ao folhear a publicação, os leitores poderão conhecer melhor as raízes
identitárias de Tavira, cuja fundação remonta aos fenícios e outros povos, até à presença romana e árabe, que precedeu a Conquista cristã. A obra destaca ainda o período mais fulgurante do passado da cidade, o Renascimento, quando assumiu notável protagonismo na Ex pansão Marítima dos portugueses", lê-se na nota.
A apresentação coube ao ex-ministro da Cultura, João Soares, que destacou os conteúdos que remetem para a di ferenciação da cidade no contexto do Algarve – em particular o património edificado e a sua cuidadosa preservação, algo que sensibilizou particularmente o orador, na qualidade de ex-autarca – e ainda algumas das atividades económi
cas e culturais, como o Clube de Ciclismo local, o famoso polvo de Santa Luzia e o valiosíssimo património fotográfico da Casa Fotografia Andrade. Este museu, detido pelos descendentes de uma famí lia de fotógrafos de Tavira que remonta a quatro gerações, conta a história da cidade, que registaram desde os finais do século XIX.
Por seu turno, a presidente da Câmara Municipal de Tavira, Ana Paula Martins, num breve discurso, destacou a capaci dade de a cidade acolher o investimento.
Ao lançamento acorreram convidados institucionais, entre figuras da vida po lítica, cultural e social de Tavira, assim como da Administração do Grupo AP Hotels & Resorts e Direção daquela unidade hoteleira, e do Grupo Madre.
António Parente destacou, numa bre ve intervenção, a prestação da equipa responsável pelo funcionamento do AP Maria Nova Lounge.
A sessão de lançamento incluiu um jantar temático, elaborado por Milene Nobre, chef premiada e responsável pela gastronomia deste hotel, que se inspirou na Dieta Mediterrânica, Pa trimónio Imaterial da Humanidade, de que a cidade de Tavira é comunidade representativa em Portugal.
Fernanda & Campinas
Desejamos a todos os clientes e amigos um Feliz Natal e um Bom Ano Novo.
Corte António Martins - Est. EN509 8800 Conceição de Tavira - Telf. 281 951 770
Em destaque
Escritora Lídia Jorge apresenta último livro
A escritora portuguesa Lídia Jorge, natural de Boliquei me, apresenta a sua última obra, “Misericórdia”, no dia 12 de dezembro na Biblioteca Municipal Sophia de Melo Breyner de Loulé. Segundo a autarquia, a obra é “um dos livros mais audaciosos da literatura portuguesa dos últimos tempos”, não sendo necessárias “muitas pala vras” para a sua apresentação, uma tarefa que estará a cargo de José Carlos Vasconcelos. O livro é “o diário do último ano de vida de uma mulher” e “incorpora no seu relato o fulgor das existências cruzadas num ambiente concentracionário”, transformando-se “no testemunho admirável da condição humana”.
Lagos: Campanha apoiar comércio local
A campanha Natal no Comércio Local decorre em Lagos até dia 5 de janeiro, período durante o qual os consu midores se habilitam a ganhar vales ao fazer compras nas lojas aderentes. A Câmara de Lagos adianta que, por cada 10 euros de compras, os clientes têm direito a um cupão para participar no concurso, habilitando-se a um sorteio marcado para 06 de janeiro de 2023. O estacionamento será gratuito por duas horas para os utilizadores do parque da Frente Ribeirinha que apre sentem, pelo menos, um talão de compras superiores a 10 euros realizadas nesse dia, no comércio local.
REGIÃO 5 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
FOTO D.R. PUB.
RESTAURANTE
BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário
CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA
EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO
CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notaria do que, por escritura pública de justificação, outorgada em 08.11.2022, exarada a folhas 2 e seguintes do competente Livro n.º 216-A, que:
- Diamantino Horta Pires e mulher Maria Custódia Ramos Pires, ambos naturais de Cachopo, Tavira, casados entre si, residentes em Cachopo;
- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos prédios rústicos a seguir identificados, sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:
- Prédio rústico, composto por terra de cultura e pastagem, com a área de 990,00 m2, que confronta a norte com Manuel Custódio, a sul com Manuel Guerreiro, a nascente com Manuel Francisco e a poente com José Inácio, sito em Queimadas, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10428, com o valor patrimonial tributário de 5,78 €;
- Prédio rústico, composto por terra de cultura e pastagem, com a área de 490,00 m2, que confronta a norte e nascente com Manuel Martins Estevens e a sul e poente com Francisco de Horta, sito em Portela da Pereira, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10432 com o valor patrimonial tributário de 2,83 €; tendo alegado para o efeito que:
- os aludidos prédios com a indicada composição e área, chegaram à sua posse, em data imprecisa do ano de 1993, por compra meramente verbal nunca reduzida a escritura pública, feita por Manuel Faustino e mulher Inácia Pires, já falecidos, residentes que foram no sítio das Taipas, em Vaqueiros, Alcoutim;
- desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade so bre os identificados prédios, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – cultivando as terras, limpando-as, nelas pastando os animais, dela retirando os respetivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração das referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO.
Tavira e Cartório, em 08 de novembro de 2022.
O Notário,
Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/4414.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário
CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO
CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notaria do que, por escritura pública de justificação, outorgada em 03.11.2022, exarada a folhas 78 e seguinte do competente Livro n.º 215-A, que:
- Júlio Martinho da Piedade Mendes e mulher Maria Odete Puga Tomás Mendes, naturais de Tavira, ele de Tavira (Santiago), e ela de Conceição, residentes em Tavira;
- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio ur bano composto por edifício térreo destinado a habitação, com logradouro, que confronta a norte com Maria Carlota Mendes Milharó, a sul com Maria Solange da Piedade Men des, a nascente com rua e a poente com Bernardino Nicolau Maria, com a área total de 2100,00 m2, sendo a área coberta de 38 m2 e a área descoberta de 2.062,00 m2, sito em Balieira, na freguesia de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira inscrito na respetiva matriz em nome do justificante marido, sob o artigo 4084 que teve origem no artigo 4515 da extinta freguesia de Tavira (Santiago), com o valor patrimonial tributário de 17.935,05 €, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira; tendo alegado para o efeito que:
- o mencionado prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse, já no estado de casados entre si, no ano de 2001, em data que não sabem precisar, por partilha me ramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, por óbito dos pais do justificante marido, Abílio Mendes e mulher Ana Dores da Piedade, residentes que foram em Balieira, Tavira (Santiago), Tavira; - desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade so bre o referido prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – tendo nele já chegado a fazer obras de reparação e conservação necessárias no edifício e inclusive pagando contribuições e impostos devidos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.
Tavira e Cartório, em 03 de novembro de 2022.
O Notário,
Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/4333.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário
CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO
CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 25.11.2022, exarada a folhas 116 e seguintes do competente Livro n.º 217-A, que:
Almerinda Cândida Pereira Fernandes de Jesus, viúva, natural de Tavira (Santa Maria), Tavira, residente em Tavira;
- Declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, por sucessão na posse, do prédio urbano, composto por edifício de três pisos, com três fogos, sito na Rua da Porta Nova, números 12 e 14, freguesia de Tavira (Santa Maria e Santiago) cidade e concelho de Tavira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número seis mil trezentos e trinta e dois, da freguesia de Tavira (Santa Maria), onde se encontra inscrito a favor de Avelino Dias Custódio e Adelina Martins pela apresentação 1, de 21.08.1962, inscrito na matriz em nome da justificante, sob o artigo 6326, proveniente do artigo 2393 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com o valor patrimonial tributário, igual ao atribuído, de 277.247,68 €, tendo alegado para o efeito que:
- adquiriu este imóvel por sucessão por óbito de Manuel Jacinto Pereira, Maria Natalina Pe reira e Maria Cândida Pereira, esta última da irmã germana da justificante, falecidos, res petivamente, a trinta de janeiro de dois mil e sete, sete de abril de dois mil e dezassete e a vinte e um de janeiro de dois mil e vinte, tendo os citados autores das heranças Manuel Jacinto Pereira e Maria Cândida Pereira adquirido o prédio por contrato de compra e venda, reduzido a escritura pública, celebrada no dia trinta e um de agosto do ano de mil novecentos e setenta e oito, no extinto Cartório Notarial de Tavira, exarada a folhas quinze do competente Livro A – Quarenta e quatro, na qual compraram ao dito titular inscrito Avelino Dias Custódio e a Valentim Custódio Martins e mulher Marília de Jesus Pereira Martins, intervindo estes na qualidade de herdeiros da titular inscrita Adelina Martins; não tendo, porém, intervindo nessa escritura o demais herdeiro da dita Adelina Martins, o seu filho MANUEL MARTINS DIAS, e mulher, MARIA VIVELINDA DE JESUS PEREIRA DIAS;
- foram entregues aos referidos Manuel Jacinto Pereira e mulher Maria Cândida Pereira, na ocasião daquela escritura, as chaves do imóvel, que dele tomaram posse nesse momento, nele chegando a fazer obras de remodelação e melhoramento, na sequência das quais foi emitida a licença de utilização n.º 230/2003, de 4 de agosto de 2003, em nome de Manuel Jacinto Pereira, resultando o prédio com a sua atual configuração; - tendo, por isso, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, primeiro os autores das heranças e depois os seus sucessores, usufruído do imóvel, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram, sem interrupção e ostensi vamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, pelo que adquiriram o prédio por usucapião; que invoca para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.
Tavira e Cartório, em 25 de novembro de 2022.
O Notário,
Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/4751.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA
EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO
CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 08.11.2022, exarada a folhas 147 e seguinte do competente Livro n.º 215-A, que:
- Mário de Jesus Martins, e mulher Maria dos Anjos Ramos Domingos Martins, natu rais de Cachopo, Tavira, casados entre si, residentes em Tavira;
- Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por terra de cultura e pastagem, com a área de 5.200,00 m2, que confronta a norte e poente com ribeiro e a sul e nascente com Rafael Domingos, sito em Fungão, na freguesia de Cachopo concelho de Tavira, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10430, com o valor patrimonial tributário de 25,84 € igual ao atribuído para efeitos deste ato; tendo alegado para o efeito que:
- o aludido prédio, com a indicada composição e área, chegou à sua posse, já no estado de casados entre si, em data imprecisa do ano de 1993, por compra meramente verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita por Manuel Faustino e mulher Inácia Pires, já falecidos, residentes que foram no sítio das Taipas, em Vaqueiros, Alcoutim; - desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – cultivando a terra, limpando-a, nela pastando os animais, dela retirando os respetivos rendimentos –, pelo que, tendo em consi deração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.
Tavira e Cartório, em 03 de novembro de 2022.
O Notário,
Bruno Filipe Torres Marcos
Conta registada sob o n.º 2/4413.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
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BRUNO FILIPE TORRES MARCOS
Notário
CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA
EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO
CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 08.11.2022, exarada a folhas 4 e seguintes do competente Livro n.º 216-A, que:
Manuel Custódio Ramos Gonçalves, natural de Cachopo, Tavira, solteiro, maior, resi dente em Cachopo;
- Declarou ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, dos prédios rústicos a seguir identificados, sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:
- Prédio rústico, composto por terra de cultura e pastagem, com a área 440,00 m2, que confronta a norte com Francisco da Horta, a sul com Manuel Francisco, a nascente com Ma nuel Inácio e a poente com ribeiro, sito em Castelos, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10444, com o valor patrimonial tributário de 2,83 €
Prédio rústico composto por terra de cultura e pastagem, com a área de 490,00 m2, que confronta a norte com Francisco Luís e a sul, nascente e poente com Manuel Inácio, sito em Castelos, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10438, com o valor patrimonial tributário de 2,83 €;
Prédio rústico, composto por terra de cultura e pastagem, com a área de 13.400,00 m2, que confronta a norte com Custódio Fernandes, a sul e poente com José Inácio e a nascente com Francisco Horta, sito em Queimadas, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10426 com o valor patrimonial tributário de 71,86 €;
Prédio rústico composto por terra de cultura e pastagem, com a área de 590,00 m2, que confronta a norte com Manuel Francisco, a sul com Rafael Domingos, a nascente com Manuel Martins Estevens e a poente com Custódio Fernandes, sito em Carvoeiros, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 10434, com o valor patrimonial tributário de 2,83 €; tendo alegado para o efeito que:
- Os aludidos prédios com a indicada composição e área, chegaram à sua posse, em data imprecisa do ano de 1993, por compra meramente verbal nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Faustino e mulher Inácia Pires, já falecidos, residentes que foram no sítio das Taipas, em Vaqueiros, Alcoutim;
- desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de ou trem e ainda convencido de ser o único titular do direito de propriedade sobre os identificados prédios, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aqueles prédios – cultivando as terras, limpando-as, nelas pastando os animais e delas retirando os respetivos rendimen tos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu os referidos prédios por USUCAPIÃO.
Tavira e Cartório, em 08 de novembro de 2022.
O Notário,
Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/4415.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
6 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
GNR: Dois arguidos por envolvimento em acidentes e fuga em Silves e Lagos breves
Exposição do documentário “O Centenário de Vasco Gonçalves”
AGNR constituiu arguidas duas pessoas por alega do envolvimento e fuga de dois aci dentes em Silves e em Lagos, no Algarve, um dos quais re sultou na morte de um homem de 69 anos.
O comando territorial de Fa ro da GNR indicou que um dos arguidos, uma mulher de 32 anos, é suspeita de estar envolvida no atropelamento que resultou na morte de um homem, em 18 de novembro, na Estrada Nacional 269, em Algoz, Silves.
A condutora terá prosseguido viagem “sem providenciar o so corro à vítima, que acabou por falecer no local”, refere aquela força de segurança.
A mulher, indiciada pelos crimes de homicídio por negligência e omissão de auxílio, foi identifi
cada e constituída arguida na terça-feira, na sequência de uma investigação do Núcleo de Inves tigação de Crimes em Acidentes de Viação (NICAV).
“No decorrer das diligências de investigação, foi possível identificar e localizar o veículo interveniente, o qual já tinha
reparado os danos relacionados com o acidente em causa, mo tivo que levou à sua apreensão e à identificação da condutora”, lê-se na nota.
O outro arguido é um homem com 61 anos, suspeito de ser o condutor de um veículo que colidiu com um velocípede e
que “abandonou o local sem prestar auxílio” ao condutor de veículo de duas rodas, de 54 anos, que sofreu ferimen tos graves, indicou a força de segurança.
O acidente ocorreu no dia 20 de novembro, na Estrada Nacional 125, no concelho de Lagos, sendo o condutor iden tificado e o veículo localizado um dia depois, na sequência de uma investigação iniciada pelo NICAV. O homem está indiciado pelos crimes de ofensas à integridade física por negligência em acidente de viação e omissão de auxílio.
As operações policiais conta ram com o reforço do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) de Por timão da GNR, que efetuou as inspeções aos veículos.
Os processos foram enviados para os tribunais de Silves e de Lagos, respetivamente.
A exposição do documentário “O Centenário de Vasco Gonçalves”, da Associação Conquis tas da Revolução (ACR), pode ser visitada de 3 a 17 de dezembro no Mercado Municipal de Sil ves. A Câmara de Silves informa que o evento é organizado pela autarquia em conjunto com a Junta de Freguesia de Silves e a Associação Conquistas da Revolução (ACR). Vasco dos Santos Gonçalves foi um militar que ascendeu a primeiro-ministro de Portugal dos II, III, IV e V governos provisórios, que foi o período de maior agitação política e social do pós-25 de abril de 1974. Este militar manteve-se no poder até agosto de 1975, durante um período que também foi denominado "gonçalvismo" ou Processo Revolucionário em Curso (PREC).
Centro Hospitalar organiza
Jornadas
de Enfermagem de Reabilitação
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) vai organizar a 6 e 7 de dezembro as 2.ªs Jornadas de Enfermagem de Reabilitação, este ano sob o mote “Refletir a realidade”, in formou o centro hospitalar. “Nestas jornadas pretende-se que os enfermeiros especialistas em Enfermagem de Reabilitação reflitam, em conjunto, a realidade das necessidades dos seus utentes e as práticas de Enfermagem de Reabilitação, no sentido do empoderamento, autonomia e capacitação da pessoa nos seus diferentes contextos de vida”, lê-se na nota.
REGIÃO 7 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022 PUB.
D.R.
FOTO
PUBLICAÇÃO em EDITAL PARA EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA
IAN EMMERSON , NIF 279 082 843, natural de Wolverhampton, Reino Unido e mulher LISA BERNADETTE EMMERSON, NIF 281 012 890, na tural de Willenhall, Reino Unido, casados no regime britânico equivalente ao regime português da separação de bens, portadores respetivamente dos passaportes números 531061955 emitido em 18/08/2015, pelo IPS, Reino Unido, e válido até 18/05/2026, e passaporte com o número 555644134, emitido em 28/06/2018, pelo HMPO, Reino Unido, e válido até 28/11/2028, residentes em Poppywell Farm, Levedale, Penkridge, Stafford ST18 9AH, Reino Unido, na qualidade de proprietários do prédio misto denominado “Terra do Monte”, sito em Goldra de Cima, com a área total de 19.280 m2 (área coberta de 171,85 m2 e descoberta de 19.108,15 m2), descrito na Conservatória do Registo Predial de Faro sob o número 5540, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 4688, e na matriz predial rustica sob o artigo 117 secção L, ambos da freguesia de Santa Barbara de Nexe; destinando-se a parte urbana a habitação, encontrando-se o prédio totalmente mobilado e equipado, e a parte rus tica a terra de cultura com arvores; confrontando a Norte com Francisco do Carmo Matinhos e outros, Sul com o caminho, nascente com Licínio Joaquim Guerreiro e a poente com caminho e outros; Vêm por este meio dar conhecimento que se encontram a vender o pré dio misto, acima identificado, pelo montante global de € 1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil euros), reportando-se € 150.000,00 (cento e cinquenta mil euros), ao prédio rustico, € 1.400.000,00 (um milhão e qua trocentos mil euros) ao prédio urbano e € 150.000,00 (cento e cinquenta mil euros) ao mobiliário e equipamento.
A venda dos dois prédios, urbano e rústico, acima identificados e do mobiliário e equipamentos são indissociáveis uns dos outros e ocorrerão em simultâneo pelo valor total de € 1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil euros).
As condições do negócio, são o pagamento de 10% do preço, a título de sinal com assinatura do contrato promessa e o remanescente do preço a pagar na data da escritura, a realizar até 20 de dezembro de 2022, em cartório notarial no algarve.
Nestes termos e por força do disposto no número 1 do artigo 1380º do Código Civil, vem por este meio conferir aos proprietários dos terrenos con finantes com o prédio rustico acima identificado a faculdade para o exercício do direito de preferência nas condições acima indicadas o qual deverá ser exercido e comunicado no prazo de oito (8) dias contados da publicação do presente Edital, conforme estabelecido no número 2 do artigo 416º do Código Civil, mediante carta registada com aviso de receção remetida para a seguinte morada: Av. Engº João Meireles, Edifício Atrium, Escritório A-1, Vilamoura, 8125-406, Quarteira ao cuidado de Dra Angela Ventosa. O presente edital é publicado por impossibilidade de contacto pessoal e de terminação da identidade e morada do proprietário(s) confinantes do prédio rustico que, conforme acima indicado apresenta as seguintes confrontações a Norte com Francisco do Carmo Matinhos e outros, Sul com o caminho, nascente com Licínio Joaquim Guerreiro e a poente com caminho e outros. Mais se informa que a ausência de resposta dentro do prazo legal conferi do para o efeito será considerada como falta de interesse no exercício da faculdade ora conferida.
Faro, 24 de novembro de 2022.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO SOTAVENTO ALGARVIO, C.R.L.
Nos termos do n.º 2 do artigo 26.º e dos artigos 27º e 28º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, C.R.L., com sede na Rua Borda D’Água de Aguiar, Nºs 1 e 2, em Tavira, pessoa colectiva n.º 501 073 035, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Tavira sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 15.786.000,00 (variável), e na convicção de que, não obstante a actual situação de pandemia, a sua realização venha a ser possível, convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 17 de Dezembro de 2022, pelas 15:45 horas, no Auditório da sede da Instituição, para discutir e votar a seguinte
ORDEM DE TRABALHOS
1. Discussão e votação da proposta de plano de atividades e de orçamento da Caixa Agrícola para 2023 e do Parecer do Conselho Fiscal.
2. Outros assuntos de interesse para a Instituição.
Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número.
A. Voto por Correspondência
Os Associados podem exercer o seu direito de voto por correspondência, nos termos do artigo 31.º, n.ºs 3 a 6 dos Estatutos da Caixa Agrícola desde que sejam cumpridos, cumulativamente, os seguintes requisitos: i. solicitem atempadamente, por escrito, ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, os boletins correspondentes a cada ponto da ordem de trabalhos e a carta que os deverá capear; ii. o sentido do voto seja expressamente indicado em relação a todos os pontos da ordem de trabalhos; iii. os boletins dêem entrada na sede da Caixa Agrícola até às dezasseis horas do segundo dia útil anterior ao da Assembleia Geral, sendo a data e hora da entrada registada em livro, registo que será encerrado pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral logo que terminado o prazo da sua válida recepção.
Cada boletim deverá ser dobrado em quatro e inserido em sobrescrito, em cujo rosto será inscrito Votação do(a) Associado(a) … [nome ou designação do Associado] para o Ponto … [inscrever o número] da Ordem de Trabalhos da Assembleia Geral da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento Algarvio, C.R.L., convocada para as 15:45 horas do dia 17 de Dezembro de 2022 ”, sendo os referidos boletins capeados pela carta a que alude o requisito i. supra com a assinatura do Associado reconhecida nos termos legais.
B. Voto por Representação Nos termos do artigo 31.º, n.ºs 7 e seguintes dos Estatutos da Caixa Agrícola,qualquer Associado poderá votar por procuração, conquanto constitua como mandatário familiar seu, desde que maior de idade, ou outro Associado, sendo que este só poderá representar um mandante.
A procuração deve ser outorgada em documento escrito, dele constando a identificação do mandante e a identificação do mandatário, pelo menos através dos seus nomes completos, números de identificação civil e respectivas moradas, data, hora e local da realização da As sembleia e ponto ou pontos da ordem de trabalhos para a qual confere o mandato e, querendo, o respectivo sentido de voto.
A procuração deverá ainda ser datada e dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, com a assinatura do mandante reconhecida nos termos legais.
C. Presença na Assembleia Geral
Advertem-se os Associados que poderão vir a ser adoptados na reunião procedimentos de segurança, saúde e higiene, no âmbito da pandemia da doença COVID-19, designadamente em função de orientações específicas que venham a ser dimanadas quer por dispositivo legal subsequente à publicação desta convocatória e que então se encontrem em vigor, quer pela Direcção-Geral de Saúde ou por qualquer outra autoridade competente, as quais serão devida mente divulgadas aos Associados.
Tavira, 2 de Dezembro de 2022 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Bruno Filipe Torres Marcos (POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
breves
SÃO BRÁS DE ALPORTEL: Noite Vermelha assinala abertura da quadra natalícia
A Câmara de São Brás de Alportel assinala no sábado a abertura da quadra natalícia com a Noite Vermelha, evento que visa dina mizar o comércio local com promoções, música e uma mostra de presépios, informou a autarquia. Em comunicado, o município refere que o evento se inicia às 15:00 com a festa de chegada do Pai Natal ao Largo de São Sebastião, seguindo-se, às 16:30, a inauguração de uma mostra de presépios artesanais no átrio do Cineteatro São Brás, estando prevista animação musical e de dança a partir das 17:00. Estará em vigor uma campanha “em que as compras realizadas nos estabelecimentos aderentes permitem que os clientes se habilitem a um prémio global de 500 euros para compras no mercado municipal, estando a divulgação do sorteio prevista para 06 de dezembro. “Mas os prémios não se esgotam aqui… desde 28 de novembro e até 6 de janeiro, ao comprar no comércio local está a habilitar-se ao sorteio semanal de 500 euros em vales de compras que pode usar no comércio local, na restauração ou até no Mercado Municipal”, conclui a nota.
SILVES: Apreendidas artes de pesca ilegal com espécies piscícolas no interior
O Núcleo de Proteção Ambiental da GNR apreendeu na Lagoa dos Salgados, em Silves, 19 artefactos usados para pesca ilegal ainda contendo no seu interior várias espécies piscícolas, como camarão da ribeira e enguias juvenis. A GNR adianta que verificou nas margens da lagoa diversas nassas, um meio de pesca profissional em águas livres também chamado de galrichos, que não se encontravam devidamente identifica das com o número de identificação de pescador profissional (NIPP), motivo pelo qual foram apreendidas. “No decurso das diligências policiais foi possível verificar que se encontravam 19 nassas e respetivas estacas de madeira (utilizadas para as armar) contendo diversas espécies piscícolas, nomeadamen te, 15 quilos de camarão da ribeira, 30 enguias juvenis com medidas entre 20 e 50 centímetros, uma galinha de água, e algumas espécies piscícolas autóctones de pequenas dimen sões (tainhas)”, lê-se na nota. A apreensão, no domingo, surgiu no seguimento de uma investigação desenvolvida desde 28 de outubro, quando "foi apreendido um conjunto bastante considerável de equipamentos utilizados nesta atividade ilegal, também no mesmo local”, refere a GNR. “Na pesca profissional em águas livres pode ser utilizado o covo ou a nassa na captura de lagostins de água doce, no entanto devem estar registadas e identificadas com o NIPP, por força do enquadramento legal em vigor”, conclui.
BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário
CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA
Convocatória da Assembleia-Geral Ordinária
Nos Termos do artigo 38, ponto 3 dos Estatutos, convoco a Assembleia - Geral – Ordinária para o dia 16 de Dezembro de 2022, sexta-feira, pelas 17.00h ho ras, na sede do Monte-Pio Artístico Tavirense, na rua Tenente Couto n.º 6, no 1º andar, em Tavira, na “Casa da Matilde”, com a seguinte ordem de trabalhos:
1 - Aprovação ou Rejeição do Orçamento e Plano de Ação para 2023
3 – Informações
Informa-se os Associados que oito dias antes da realização da Assembleia-Ge ral Ordinária o Orçamento para 2023 encontra se á disposição de todos, no gabinete administrativo do Monte-Pio Artístico Tavirense.
Nos termos do artigo 40, Ponto 1, dos Estatutos, a Assembleia-Geral funcio nará com qualquer número de Associados pelas 18.00 horas. Mais informo, que só poderão votar mediante a apresentação do cartão de Associado com as quotas em dia.
Tavira, 2 de Dezembro de 2022 A Presidente da Mesa da Assembleia-Geral
Maria José Sousa Martins
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
EDITAL
APRESENTAÇÃO DE LISTAS AOS ORGÃOS SOCIAIS DA FUNDAÇÃO IRENE ROLO
Comunica-se que se encontra aberto procedimento para a apresentação de pro postas em lista completa para os órgãos sociais da Fundação Irene Rolo (FIR), nomeadamente Conselho de Administração e Conselho Fiscal de acordo com os estatutos da FIR. Os mesmos podem ser consultados no sitio da internet Fundação Irene Rolo (fir.pt)
Na composição dos Órgãos e de acordo com o disposto no artigo 15.º do DL n.º 172A/2016 de 14 de novembro os órgãos de administração e de fiscalização não podem ser constituídos maioritariamente por trabalhadores da instituição, não podendo exer cer o cargo de presidente do órgão de fiscalização os trabalhadores da instituição.
Sob pena de incompatibilidade, nenhum titular do órgão de administração pode ser simultaneamente titular de órgão de fiscalização e ou da mesa da assembleia geral (artigo 15.º-A da Lei nº 76/2015, de 28 de julho, procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 de novembro e sexta alteração ao Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social, por apreciação parlamentar).
As propostas deverão ser apresentadas em envelope fechado endereçado ao presidente do Conselho de Curadores Dr. Fernando Pessoa D`Almeida (Fundação Irene Rolo – Rua Feixinho de Vides nº19 8800-365 Tavira), até ás 17h do dia 17/12/2022.
Tavira, 17 de novembro de 2022.
O Presidente do Conselho de Curadores Dr. Fernando Pessoa D`Almeida
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO
CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 28.09.2022, exarada a folhas 112 e seguinte do competente Livro n.º 212-A, que:
- Valter Filipe Afonso Pereira, solteiro, maior, natural de Faro (Sé), Faro, residente em Con ceição de Tavira;
- Declarou ser dono e legítimo possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano, composto por prédio em ruínas, com a área total de 303,00 m2, sendo de 133,00 m2 a área coberta e de 170,00 m2 a área descoberta, que confronta do norte com Luísa Mariano Afonso Pereira, do sul e do poente com Fernanda Laurência Mariano da Conceição, e do nascente com caminho público, no Sítio dos Castelos, freguesia de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, inscrito na respetiva matriz, em seu nome, sob o artigo 3314, com o valor patrimonial tributário de 29.730,00 €, igual ao atribuído para efei tos deste ato, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira; tendo alegado para o efeito que: - o mencionado prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse por doação me ramente verbal, em data imprecisa do ano de 2001, e nunca reduzida a escritura pública, feita pelos seus avós, Vitorino da Conceição, já falecido, e Fernanda Laurência Mariano da Conceição, residentes em Conceição de Tavira; - Desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser o único titular do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído o mesmo – demarcando o logradouro do imóvel e efetuando a sua limpeza, suportando os encargos ou despesas com a manutenção do edifício e ainda pagando contribuições e impostos devidos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu o referido prédio por USUCAPIÃO.
Tavira e Cartório, em 28 de setembro 2022. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/3745
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
8 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
Câmara de Lagos quer declaração de utilidade pública para expropriar imóveis em locais estratégicos
ACâmara de Lagos pretende adquirir quatro imóveis para ampliar o parque de arrendamento apoia do e os serviços municipais, sobre os quais vai requerer a declaração de utilidade pública, informou o município.
A proposta para requerer ao Go verno a declaração de utilidade pública dos imóveis, implantados em localizações “estratégicas” do concelho, foi aprovada em reunião do executivo autárquico de maioria socialista, indicou em comunicado aquela autarquia.
Situados numa zona central, três dos quatro imóveis integram um complexo industrial desativado onde a autarquia prevê “desen volver soluções habitacionais, integrantes da Estratégia Local de Habitação e financiadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”.
é o de uma antiga fábrica de ce râmica decorativa, localizado na zona do Chinicato, nos arredores da cidade.
Silves alarga compostagem comunitária a todas as freguesias
O município de Silves alarga, a partir de 5 de dezembro, a possibilidade de a população utilizar compostores comunitários nas fre guesias que ainda não tinham instalado este equipamento. “Os residentes das freguesias de Silves, Armação de Pêra, União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra e União de Freguesias de Algoz e Tunes, irão passar a ter a possibi lidade de separar os biorresíduos na origem e a tratá-los localmente, reduzindo a pegada ecológica e a deposição em aterro”, informa o município. Através da compostagem, os resí duos depositados irão sofrer uma degradação, transformando-se em fertilizante natural. “O composto obtido será aplicado localmente nos jardins municipais, contribuindo para a res ponsável gestão de resíduos e sustentabilidade ambiental”, lê-se no comunicado.
Teatro experimental estreia peça “Sonhar com o Bill” em Lagos
A nova peça “Sonhar com o Bill”, do Teatro Experimental de Lagos, é apresentada a 9 e 10 de dezembro no Centro Cultural de Lagos, tendo sido criada a partir de uma investigação artística junto de cinco turmas do 1.º ciclo do ensino básico. A estrutura artística refere que a peça, escrita por João Catarino, Nelda Maga lhães e Nuno Murta, a partir de “uma proposta estética minimalista”, é interpretada por Leo Lobo e Nelda Magalhães e dirigida aos alunos do 1.º ciclo. Segundo o Teatro Experimental de Lagos, “foram propostas às crianças questões sobre a vida, a sociedade e a mudança, através de linguagens das artes performativas e das artes visuais, de forma que estas pudessem in tegrar o processo criativo como cocriadores”.
A Câmara justificou o pedido da declaração de utilidade pública, com o facto de ter tentado adqui rir, “sem sucesso”, os imóveis que são parte integrante do proces so de insolvência da Cooperativa dos Trabalhadores Eletricistas de Lagos.
Depois de não ter conseguido a compra por via do direito priva do, o município decidiu avançar por “via expropriativa”, através deste mecanismo legal, e iniciar o processo de aquisição no valor de pouco mais de 1,2 milhões de euros, refere.
O projeto, adiantou, permitirá alojar cerca de 50 famílias em regime de arrendamento apoia do e disponibilizar lotes para autoconstrução na zona livre adjacente ao mercado municipal de Santo Amaro.
O quarto prédio urbano sobre o qual recai também o pedido de declaração de utilidade pública
Por se situar junto a instala ções onde funcionam serviços municipais, a sua aquisição é apontada “como uma oportu nidade que permitirá ampliar e reorganizar” as instalações do atual departamento de susten tabilidade ambiental e urbana. Uma oportunidade que terá “benefícios ao nível dos acessos e funcionalidade dos serviços, melhoria das condições de tra balho e segurança de pessoas e bens”, conclui a nota do municí pio de Lagos.
EMARP acolhe “Assim na Terra como no Mar” de Filipe da Palma
A Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão (EMARP) acolhe até ao próximo dia 6 de janeiro de 2023, a exposição “Assim na Terra como no Mar”, do fotógrafo Filipe da Palma. A mostra, composta por 22 fotografias, evidencia a riqueza cromática que outrora caracterizava a arquitetura popular algarvia e as antigas embarcações artesanais de ma deira, contestando a ideia de que o branco é o tom predominante no património da região. A exposição pode ser visitada entre as 8:30 e as 17:30, na área de atendimento ao público daquela empresa municipal, em Portimão.
REGIÃO 9 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
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ANÚNCIO DIREITO DE PREFERÊNCIA
Notificam-se os confinantes do prédio rústico localizado em Alcaria Fria, na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavi ra, com a área total de 4,394 (ha), inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 49211, da referida freguesia e concelho, e descrito na Conservató ria do Registo Predial de Tavira sob o número 6475 (misto), para queren do, exercerem o seu direito de preferência, na aquisição do mesmo, pelo preço de € 50.000,00 (cinquenta mil euros).
Mais se informa que a referida venda e feita conjuntamente com o prédio urbano inscrito na matriz sob o artigo matricial 1778 da referida freguesia e concelho, o qual se insere no prédio misto anteriormente indicado, de vendo o preferente exercer o seu direito relativamente a todos os prédios, rústico e urbano, que integram o negócio e cujo preço global de venda é de € 330.000,00 (trezentos e trinta mil euros). A intenção de compra deverá ser notificada por escrito, até dez dias a contar da data da publicação do presente anúncio, mediante envio de comunicação a enviar para Lieven Albert Bruwiere e Maria Gerda Van Moerbeke, para Beco Governador Abdallad, nº2, 1ºF, 8800-661Tavira.
(POSTAL do ALGARVE, nº 1297, 2 de Dezembro de 2022)
SANTA-LUZIA TAVIRA
ROSALINA MARIA VIEIRA XAVIER FIALHO LOPES MISSA DO 12º ANIVERSÁRIO DE FALECIMENTO
23-06-1946 14-11-2022
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
SERAFIM DA CONCEIÇÃO AFONSO
CUSTÓDIO JOÃO NOBRE NETO 18-02-1931 15-11-2022
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
MANUEL JOSÉ FERNANDES 23-09-1931 16-11-2022
Agradecimento
Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
SANTA MARIA - TAVIRA
SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
A sua família informa que será celebrada Missa do 12º Aniversário de Falecimento, dia 18 de Dezembro, Domingo, pelas 11:00h na Igreja de Santiago, em Tavira
Agradecem desde já a quem comparecer ao acto.
“Paz à sua Alma”
MARIA JOSÉ DE JESUS GUERREIRO
09-11-1934 18-11-2022
Agradecimento Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.
SANTA MARIA - TAVIRA
SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
10 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
ANÚNCIOS
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.
SANTA MARIA - TAVIRA PERPIGNAN - FRANÇA
SANTA MARIA - TAVIRA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA
Covid-19: Transmissão está a diminuir Apenas o
Oíndice de transmissi bilidade (Rt) do coronavírus que provoca a covid-19 baixou para os 0,94 em Portugal e a média de casos diários de infeção manteve-se es tável, indicou o Instituto Ricardo Jorge (INSA).
O relatório semanal do INSA sobre a evolução da covid-19 avança que a média do Rt – que estima o número de casos secun dários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus – baixou dos 1,00 para os 0,94 nível nacional.
O Algarve, com um Rt de 1,02, os Açores (1,22) e a Madeira (1,12) são as únicas regiões que apre sentam este indicador acima do limiar de 1,00, avançam os dados agora divulgados.
Segundo o relatório, o Norte regista um Rt de 0,91, o Centro de 0,93, Lisboa e Vale do Tejo
de 0,95 e o Alentejo de 0,93.
O documento refere também que a média de casos a cinco dias se manteve sem grandes alterações em relação ao perío do anterior, passando das 749 para as 753 infeções diárias em Portugal.
O INSA recorda que, com o fim da situação de alerta em 30 de setembro em Portugal continen tal, e com a consequente redução da testagem à covid-19, “se veri ficou uma descida acentuada do Rt até aos 0,63 em 06 de outu bro”, um valor que reconheceu que podia não corresponder a um decréscimo real.
Desde 02 de março de 2020, quando foram notificados os primeiros casos, até 25 de no vembro, Portugal registou um total de 5.545.266 casos de infeção pelo coronavírus SAR S-CoV-2 que provoca a doença covid-19.
breves
Natal de Monchique com tasquinhas
A Câmara de Monchique apresentou a sua programação de Natal, que prevê uma série de atividades no Largo dos Chorões, entre elas um presépio de madeira, um mercado e vários concertos. O presépio de madeira pode ser visto de domingo até 8 de janeiro, com o mercado de Natal aberto de 16 a 22 de dezembro. Diversos ‘ateliers’ serão realizados, de 18 a 22 de dezem bro. Um “projeto de intervenção comunitária” vai dar destaque às tradições de Natal existentes em vários países: Brasil, França, Reino Unido, Israel, Áustria e Alemanha. Durante todos os dias do mercado de Natal haverá pontos de venda com tasquinhas com comida local e típica da época e de cada país representado, vinho quente, filhoses, pipocas e algodão doce.
Pai Natal chega terça-feira a VRSA
Vila Real de Santo António celebra a quadra natalícia na praça Marquês de Pombal, ini ciando as festividades a 6 de dezembro com a chegada do Pai Natal, acompanhado pela Banda Filarmónica da cidade. Nesse dia ha verá ainda a inauguração da iluminação de Natal no concelho e um espetáculo musical de André Ramos e Nádia Catarro, além de uma ‘flashmob’, organizada pela Academia de Ballet Contemporâneo. Até ao dia 6 de ja neiro de 2023, a Praça Marquês de Pombal irá transformar-se num ponto de diversão para pequenos e graúdos, onde não faltará a Casa do Pai Natal, divertimentos infantis, mostras desportivas e degustações culinárias.
REGIÃO 11 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
Algarve, Açores e Madeira com Rt superior a 1,00
Quando os vizinhos pagam
É um alerta antigo mas que tarda em resolver-se. Com a ajuda da DECO, compare tarifários da água e perceba a diferença de preços entre os concelhos. Entre os valores mais altos e os mais baixos, pode haver variações em cerca de 500 por cento
As tarifas dos serviços de água e saneamento con tinuam com elevada discrepância entre os municípios, segundo um estudo da Deco Proteste, que alerta que os consumidores não devem ser os únicos a suportar os custos.
Numa nota sobre o estudo, revelado na revista Proteste de dezembro, a De co salienta que há mais de 10 anos que alerta “para a elevada discrepância entre as tarifas dos serviços de água e saneamento entre municípios do território nacional”.
Segundo a associação, em 2022 a maior disparidade de preços, para consumos anuais de 120 metros cú bicos (m3) de água, encontra-se entre Vila do Conde (distrito do Porto), onde o valor total da fatura ronda os 480,21 euros, e Vila Nova de Foz Côa (Guar da) ou Monchique (Algarve), onde se pagará 88,20 euros ou 99 euros, respetivamente (ambos os valores sem IVA).
Em relação à taxa do saneamento, in cluída também nesta fatura mensal, os valores mais elevados são pagos em Póvoa de Lanhoso (Braga), cor respondente a 186,89 euros, para um consumo mensal de 10 m3.
Em 2022, para um consumo de 120 m3 de água, um consumidor de Vila do Conde paga 480,21 euros (250,02 eu ros de abastecimento de água, 154,41 euros de saneamento e 75,78 euros de taxa de resíduos), no concelho de Baião (Porto) 453,32 euros, em Ce lorico de Basto (Braga) 451,10 euros, em Gondomar (Porto) 443,62 euros e na Trofa (também no Porto) 441,98 euros.
Os concelhos com o valor mais barato na fatura deste ano são Vila Nova de Foz Côa, com um total de 88,20 euros, Monchique (Faro) com 99 euros
Terras do Bouro (Braga) com 103,22 euros, Castro Daire (Viseu) com 108 euros e Vila Flor (Bragança) com 114 euros.
A Deco destaca que estas diferenças de valores dependem de vários fato res, como “as cláusulas contratuais entre as câmaras municipais e as concessões, o diferencial de custos e a comparticipação dos municípios na tarifa aplicada ao consumidor do méstico”.
A associação salienta também que indicadores como a reabilitação de condutas, a ocorrência de avarias e as perdas reais de água são “deter minantes na prestação do serviço de abastecimento de água”.
“Ainda assim, não deve ser apenas o consumidor o único a suportar os cus tos destes indicadores”, considera a associação, defendendo a necessidade de “mudanças neste setor”.
Entre as alterações que defende está a regulação tarifária para a harmo nização de preços nos diferentes concelhos, de forma a promover o uso eficiente deste recurso, que considera “um direito universal”.
“Ajustar as contas para os consumi dores é uma questão de equidade, que apenas pode ser resolvida com um regulamento tarifário”, sublinha.
O cálculo da acessibilidade económica das famílias aos serviços de água e saneamento e a aplicação de tarifas sociais a famílias de carência econó mica são outras das medidas que a associação pretende ver aplicadas, tal como a aposta na reabilitação das estruturas, como os coletores.
A Deco disponibiliza um comparador de tarifários que permite conhecer a diferença dos preços da água entre os concelhos, em:
preços diferentes pela água
Oconcelho de Tavira é a zona do Algarve onde a fatura sem IVA da água para 120m 3 anuais, que engloba também o serviço de saneamento e resí duos sólidos urbanos, é mais cara -- 399,03 euros por ano. Segue -se Vila Real de Santo António e Olhão com faturas anuais acima
dos 380 euros, e os concelhos de Portimão, São Brás de Alportel e Faro, todos com faturas anuais acima dos 350 euros. No extremo oposto está Mon chique (o único concelho cujo saneamento e resíduos sólidos não são cobrados) que apresenta o va lor mais baixo -- 99 euros, seguido de Aljezur com 177,60 euros, dois
dos três concelhos algarvios que não apresentam Tarrifário Social.
Alcoutim com o Tarifário Social mais baixo
Dos 16 concelhos algarvios 13 apre sentam Tarifário Social, sendo Alcoutim o que apresenta o valor mais baixo -- 75,12 euros, seguido
por Vila do Bispo (105,09€), La gos (117,60€) e Olhão com 126,65 euros. Já a fatura mais cara no Ta rifário Social encontra-se em Vila Real de Sto António -- 265,30 eu ros, seguido por Tavira (230,99€). Para consumos médios domésti cos de 180m3 anuais (um aumento de consumo de 5m3 por mês) a fa tura mais cara continua a ser a de
Tavira -- 551,43 euros por ano. Segue-se Olhão (516,59€), VRSA (493,59€), Portimão (489,07€), São Brás de Alportel (484,28€) e Faro (475,80€). Já no extremo oposto continuam Monchique que apresenta o valor mais baixo -- 135 euros, seguido de Aljezur (219€). Compare em baixo os tarifários e per ceba a diferença entre concelhos.
ANÁLISE e
Perspectivas Turísticas (14)
Elidérico Viegas
OPINIÃO | Empresário e Gestor Hoteleiro
O Mundo está a Arder
Homens Inteligentes, Pensadores, Filósofos, Intelectuais e Líderes de Opinião, ACUDAM!!! o Mundo está a arder!!! É preciso extinguir o fogo que ameaça consumir a nossa civilização. Não podemos permitir que os NEROS do nos so tempo continuem, alegres e desafinados, a tocar as harpas do nosso descontentamento, quais actores sem imaginação nem talento. O mundo atravessa, actualmente, uma crise civilizacional profunda e sem precedentes, cuja tendência é de agravamento no futuro. As correntes políticas, sejam elas democrá ticas ou não, económicas, sociais, filosóficas, científicas, intelectuais e religiosas vigentes, revelam uma incapacidade latente em lidar com as mudanças em curso e, por essa via, com as novas realidades decorrentes dos avanços tecnológicos, aumento exponencial da população, alterações climáticas, proble mas ecológicos e ambientais, mundialização e globalização do conhecimento, conquistas espaciais, etc.
A falta de articulação e interligação entre as várias interpretações da realidade das coisas, factos e acontecimentos, uma consequência de um jogo de interesses demasiado classista e egocêntrico, impede um entendimento sau dável entre as várias sensibilidades exis tentes.
Sabemos que a crise do processo civili zacional já não se resume, somente, ao desafio de en frentar as crises do sistema económico, como aconteceu no passado, mas antes àquilo que parece ser uma falência do próprio sistema, aliada a uma manifesta in capacidade dos poderes instituídos em gerir e, sobretudo, resolver os problemas que a vêm afectando negativamente.
A história diz-nos que as civilizações também morrem. Cataclismos naturais, alterações climáticas, subversão dos valores éticos e morais, conflitos armados e, muito princi palmente, a recusa das classes dirigentes e, sociedade em geral, em aceitar mudanças inevitáveis nas respectivas estruturas de po der, estão na origem da extinção de muitas civilizações ao longo dos séculos.
É verdade que as identidades culturais e religiosas continuam a ser a grande fonte de conflitos, sendo essa uma das principais razões das diversas frentes do combate civi lizacional na actualidade.
Em boa verdade, ainda não aprendemos a conviver com a presença de religiões que ofe recem soluções particulares de harmonização do espírito humano, nem com a diversidade de ideias e opiniões, nem conseguimos vincu lar essa diversidade aos valores da liberdade,
do progresso e da convivência humana. Temos de ser capazes de admitir, com mais naturalidade, o facto de o mundo e a existên cia humana comportarem diferentes visões interpretativas das coisas da vida e dos acon tecimentos que a regem e influenciam.
A descendência divina implica a distinção entre ser humano e personalidade humana. A personalidade humana, já agora, representa a consciência, construída ao longo da vida, mas plasmada em valores e crenças determinadas pelas circunstâncias dessa mesma vivência.
A humanidade precisa recuperar o espírito de liberdade que floresceu nas sociedades pro fanas desde o iluminismo, no século XVIII, e influenciou para sempre as grandes conquis tas conseguidas em acontecimentos mundiais como a Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, a Revolução Russa e a Independência do Brasil, por exemplo. Estes valores estão, infelizmente, cada vez mais em causa, consubstanciados no acen tuar da crise civilizacional que enfrentamos e cujos efeitos vislumbramos, clara e objecti vamente, no horizonte que nos ocupa. Porém, numa altura em que está em causa o aperfeiçoamento social e intelectual do
homem, as elites mundiais não podem nem devem auto-excluir-se deste processo, actuan do por omissão.
O obscurantismo e a ignorância são os grandes inimigos e destruidores da hu manidade, na medida em que se opõem e, simultaneamente, impedem a construção de uma consciência humana clarividente, escla recida e luminosa.
O nossos Pensadores e Filósofos devem com prometer-se, definitivamente, na construção de uma retórica e uma narrativa poten cialmente inspiradoras de uma evolução filosófica, justificativa das transformações civilizacionais em curso, enquanto melhor forma de evitar rupturas e conflitos irrever síveis e sem retorno.
Para o Papa Francisco: “Estamos no mesmo barco: ou nos salvamos todos, ou ninguém se salva”. A escolha é essa: “ou formamos uma aliança global para cuidar da Terra e, uns dos outros, ou arriscamos a nossa destruição e a diversidade da vida”.
*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico
Mendes
PEDALADAS DIVERGENTES
De cada vez que uma autarquia licencia a constru ção de um prédio de xis andares no casco histórico e antigo ou em zona consolidada de uma vila ou cidade, sem alargar rua ou avenida, onde existia edificação de baixa densidade e volumetria, está a cravar mais um prego no caixão da sustentabilidade e da qualidade de vida futura de quem ali vai viver, trabalhar ou visitar. Muito raramente se prevê zo nas verdes e de lazer público em consonância, muito menos de espaços públicos ou privados para aco modar o crescente défice de lugar para estacionar as viaturas advenientes desse tipo de “renovação urbana”. Enquanto houver um metro quadrado de oportunidade, a “lotta continua”. A ganância é o motor para aprovações generosas. É mais cómodo demolir uma casa antiga e reedificá-la com super fermento especulativo de lucro rápido, do que de senvolver uma área nova de expansão urbana com cabeça tronco e membros, que felizmente as vai havendo com meritória qualidade, quando as coisas se fazem com tempo, bom senso e planeamento equilibrado. O resultado são os engarrafamentos nos acessos, uma poluição atmosférica mortífera, um mar de latas procurando espaço para pousar, um inferno com horas de ponta a ponta, sem des canso, de dia porque é dia, e de noite porque é noite, os donos dormem e as viaturas também. O pecado original deste caos que se estende de ano para ano está na situação atrás descrita, mas ninguém pare ce interessado em pôr-lhe um travão para pensar e respirar. Há activistas para tudo, está na moda. Mas não há sinal de manifestação, ninguém se cola às portas de uma câmara municipal a exigir a pre servação das zonas centrais das nossas urbes, uma ver dadeira reabilitação ao invés de concentração urbana. Da farmácia política surgem re médios drásticos, em nome da visão edílica de “cidades sem carros”, pôr toda a gente a andar a pé, de bicicleta ou transporte público. Era bom que a vida fosse tão simples assim. O argumentário da realidade pesa tanto para um lado como para o ou tro. É verdade que o tráfico automóvel é o maior responsável pela emissão de gases com efeito de estufa, logo, poluindo o ar que se respira nos meios urbanos. Também é verdade que a bicicleta é o meio de transporte mais simples, económico e ecológico que existe. Num dia sem carros, a poluição atmos férica em Paris baixou 40%. Durante a pandemia, a emissão de dióxido de carbono diminuiu 7% no planeta, segundo a ONU. Só que não é possível viver indefinidamente em estado de confinamento. E os problemas não se resolvem de um momento para o outro, carregando no botão, ou só porque se exige o impossível. Proibir ou condicionar severamente o acesso de automóveis aos centros urbanos signi fica dificuldades de abastecimento e, para muitas pessoas, uma quebra radical da sua qualidade de vida, a começar pelos idosos, muitos deles sem vigor para pedalar ou andar, para subir ou descer as coli nas, Portugal não é plano como a Holanda, Lisboa não é Amsterdão, Faro não é Sevilha. Colocar-nos todos a andar de metro, combóio ou autocarro sig nifica um encurralamento colectivo, com riscos de transmissão de doenças, uma subjugação do tempo individual aos horários das carreiras. É, acima de
tudo, um golpe na liberdade de cada um se deslocar para onde quiser, quando quiser, sem ser sinalizado por um passe de transportes qualquer. Ir para o trabalho ou trazer as compras do supermercado debaixo de chuva ou calor intenso tornar-se-ia bastante mais incómodo para uma parte substan cial da população. Há quem faça do automóvel um ornamento de luxo e de ostentação de riqueza e poder. Há quem cavalgue nele por desporto. Mas a esmagadora maioria dos proprietários dos 5,4 milhões de automóveis que circulam em Portugal usam-nos para efeitos de trabalho a média ou longa distância, ou de lazer a níveis assaz modestos. É bom que tenham consciência disto, e que os di reitos da maioria não sejam levados na onda pela vontade de uma minoria, por muito politicamente correcta que se apresente. Que a democracia fun cione. A transição energética está em curso. Deve ser acelerada? Deve! Queremos viaturas movidas a electricidade ou outras energias mais limpas? Sem dúvida! Mas, nesta matéria, a Europa lidera pelo (bom) exemplo. Os protestos devem ir-se plantar à frente das embaixadas dos maiores poluidores do planeta, a começar pela China, Estados Unidos, Índia ou Rússia.
A IGREJA CATÓLICA E O TRÁFICO
Há pouco mais de três anos, o Vaticano apresentou publicamente um documento assaz importante designado “Orientações Pastorais sobre Tráfico de Seres Humanos”. Vinha na esteira das posições pú blicas do Papa Francisco sobre este fenómeno que designou de “"flagelo atroz", uma "peste aberrante"
e uma "ferida aberta no corpo da sociedade contem porânea" que atinge milhões de homens, mulheres e crianças que são traficados e escravizados”. Nos seus 47 pontos, instava-se a todas as Dioceses, pa róquias e congregações religiosas católicas, sem esquecer escolas e universidades, a ter um papel activo quer na prevenção, quer no apoio às vítimas, quer no combate às novas formas de escravatura de que se alimenta este tráfico imundo. Um estra nho silêncio abateu-se sobre este documento, que a pandemia não serve como explicação. A desregu lação completa do movimento migratório, o êxodo em massa de refugiados da guerra na Ucrânia, só podem ter agravado o número de seres humanos agarrados pelas máfias da exploração. A prostitui ção forçada é um dos destinos principais do tráfico de carne humana, mulheres à frente da estatística. Nas estradas, nos bares de alterne, nos prostíbulos informais, tudo continua intocável. As forças de segurança têm outras prioridades, certamente. Seria interessante saber o que tem feito a Igreja Católica no Algarve para cumprir as orientações do Chefe Supremo.
*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico
14 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022
E REALIDADES (10)
PERCEPÇÕES…
Bota | OPINIÃO
Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia
Seria interessante saber o que tem feito a Igreja Católica no Algarve para cumprir as orientações do Chefe Supremo
“A política é desses incêndios que se acendem na casa do outro e quem arde é a nossa” - Mia Couto
Para o Papa Francisco, “estamos no mesmo barco: ou nos salvamos todos, ou ninguém se salva”
ARTES VISUAIS
Pode a arte ajudar-nos a lembrar o passado para melhorar o futuro?
SAÚL NEVES DE JESUS
Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes
Até 22 de janeiro de 2023, a Cordoaria Nacional, em Lisboa, contará com uma exposição do fotó grafo Steve McCurry, um dos fotógrafos contemporâneos mais consagrados, tendo sido já distinguido com vários prémios, incluindo quatro World Press Photo, bem como orde nado Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras pelo Governo francês. Embora acabe por ser uma exposi ção retrospetiva, “ICONS” não tem um percurso definido e as 100 ima gens escolhidas não estão dispostas cronologicamente, misturando-se as que foram captadas com máqui nas analógicas e digitais. O destaque vai todo para as imagens, com a sala quase toda a negro e o foco nas foto grafias, impressas no estúdio de Steve McCurry e expostas sem molduras. A mostra inclui ainda um ecrã, onde são mostrados vídeos sobre o trabalho do fotógrafo.
No percurso desenhado para “ICONS”, os visitantes poderão viajar pelo Afega nistão, Índia, Sudeste Asiático, África, Cuba, Estados Unidos, Brasil ou Itália, tendo sempre como ponto de partida o elemento humano. Cada uma das suas imagens retrata uma forma de inter pretar o presente, com os olhos postos no futuro, num mundo complexo de experiências e emoções que ligam o espectador a diferentes realidades e formas de entender a vida.
Uma das fotografias mais reconheci das de Steve McCurry é o retrato de uma menina afegã, Sharbat Gula, ti rado no Afeganistão em 1984 e que foi capa da National Geographic no ano seguinte.
Segundo Steve McCurry, “temos de nos lembrar do passado, lembrar mo-nos do que passámos (...) Ter um
registo de tudo isto é importante. Es perançosamente, em algum momento no futuro, faremos melhor. É neste, e noutros casos, que o registo é impor tante, para se fazer melhor no futuro”. Assim, a imagem visual pode sinteti zar questões psicossociais complexas e atuais e pode ajudar a promover a necessária reflexão sobre as mesmas, ajudando a construir um futuro me lhor, a partir do passado e do presente. Conforme já referimos num artigo anterior, a verdadeira “alma” da foto grafia está em interpretar a realidade e não em copiá-la. O resultado da arte fotográfica não está na máquina ou tecnologia utilizada, mas sim no olhar do fotógrafo que, de forma subjetiva, perceciona e captura um determinado momento, tornando-o eterno.
Tendo nascido em Filadélfia (EUA), Steve McCurry já fotografou um pou co por todo o mundo, do Afeganistão à Índia, do Sudeste Asiático a África, passando por Cuba, Estados Unidos, Brasil ou Itália, mas há um local com o qual tem “uma ligação especial”: “Tenho uma ligação especial com o Tibete e a cultura tibetana, as pessoas, as paisagens, acho que é um sítio muito especial. É um sítio profundo em ter mos de espiritualidade, da paisagem, os Himalaias. E as pessoas são tão ami gáveis, os mosteiros, a vida monástica é inspiradora. Há uma solidão em estar lá nas montanhas. É um lugar muito tranquilo”.
Quando falamos em Tibete, natural mente lembramo-nos de Dalai Lama, Nobel da Paz em 1989, e dos seus pen samentos sobre paz e espiritualidade.
Por exemplo, são suas as frases: “Ape nas um pequeno pensamento positivo pela manhã pode mudar todo o seu dia”; “Só existem dois dias no ano em que não podemos fazer nada. Um se chama ontem e o outro amanhã”; “A compaixão tem pouco valor se per manece uma ideia; ela deve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletida em todos os nossos pensa mentos e ações”.
E estes pensamentos adquirem um
significado especial neste mês de dezembro, em que celebramos o Na tal, quadra associada à paz entre as pessoas, procurando despertar senti mentos mais positivos em relação aos outros e aumentar a frequência de situações de perdão, gratidão ou elogio. A paz deveria existir sempre, sendo um estado constante, mas infeliz mente não é isso que acontece, pois verificam-se muitos conflitos todos os dias, quer entre pessoas, quer entre países. Assim sendo, é neces sário haver períodos que permitam pelo menos atenuar esses conflitos, sendo esbatidas as diferenças, ou o que divide, e acentuadas as seme lhanças, ou o que pode aproximar. Desejo a todos um Feliz Natal e faço votos para que 2023 seja um ano de paz, entre países, entre pessoas, com os animais, com o ambiente e, em particular, consigo próprio!
Ficha técnica
Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural
Henrique Dias Freire
pelas secções:
Saúl Neves de Jesus
(In)esperados Maria Luísa Francisco •
AGECAL Jorge Queiroz •
ALFA Raúl Coelho •
Dia-a-dia Maria João Neves • Letras e Literatura Paulo Serra • Mas afinal o que é isso da cultura? Paulo Larcher Colaborador desta edição Mauro Rodrigues e-mail redação: geralcultura.sul@gmail.com publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em www.postal.pt e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve FB https://www.facebook.com/ Cultura.Sulpostaldoalgarve
DEZEMBRO 2022 n.º 169 Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o 8.830 EXEMPLARES www.issuu.com/postaldoalgarve
Imagens da exposição de fotografia de Steve McCurry, em Lisboa (2022-23) FOTOS D.R.
Editor
Responsáveis
• Artes Visuais
• Diálogos
Espaço
Espaço
Filosofia
DIÁLOGOS (IN)ESPERADOS
O POSTAL DO DIA com Luís Osório
O último “diálogo (in)esperado” deste ano teve como interlocutor o jornalista e escritor Luís Osório. Foi um diálogo através de videochamada pelo telemóvel, em que falámos sobre a sua crónica diária, sobejamente conhecida.
MARIA LUÍSA FRANCISCO Investigadora na área da Sociologia; Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa luisa.algarve@gmail.com
Como não poderia deixar de ser, falámos sobre o seu mais recente livro, Ficheiros Se cretos, que deu origem a um espectáculo ao vivo e ainda algumas referências ao Algarve. Luís Osório dirigiu jornais e uma estação de rádio. Imaginou progra mas de televisão, encenou uma peça de teatro, participou em comissões governamentais, coordenou a comu nicação política de uma campanha presidencial e é consultor empre sarial. Comentou política, realizou documentários e foi premiado como jornalista e criativo. Publicou cerca de uma dezena de livros.
P Como lida com a gestão da escrita de crónicas diárias, com temas tão diversos, e com um tão elevado nú mero de seguidores?
R As crónicas também me surpreen dem todos os dias! Sei que tenho mais impacto do que alguma vez tive. Inicialmente eram só publicadas no Facebook, depois passaram também para a TSF. Creio que o segredo para a popularidade dos “postais do dia” está na imprevisibilidade dos temas. Não tenho dogmas em relação aos temas, interessa-me a diversidade do mundo. Hoje posso escrever sobre a grande política e amanhã sobre a Cristina Ferreira. Talvez seja esse o segredo, esse e a tentativa de escrever
sempre para alguém em concreto, tento que cada crónica seja ouvida ou lida por pessoas que acreditem que escrevo para elas, só para elas. Gosto muito dessa ideia de exclusividade, de uma relação quase íntima entre quem escreve e quem lê
P O que o levou a escrever estas crónicas diárias?
R Comecei a publicá-las apenas na minha página de Facebook, só depois na TSF. A ideia surgiu como modo de manter a comunicação com quem me seguia. Interessava-me poder escrever sobre o mundo, sobre a sociedade, so bre o poder e as suas relações, sobre a condição humana. Interessava-me tentar ser cronista do quotidiano, não da actividade política ou da atualidade pura e dura. Estou numa fase da vida em que já não me interessa provar que sou inteligente, culto ou influente. Pre feri construir um espaço directo de relação com quem me lê.
P Sente-se mais jornalista ou escritor?
R Mesmo quando era jornalista nunca me senti um jornalista puro. Aliás, para dizer a verdade, nunca me senti coisa nenhuma em exclusivo. Sou um acumulador de experiências, um comunicador. Sempre fiz o que me apeteceu. Sou alguém que ten ta comunicar com o mundo e tenta compreender a diversidade criando pontes de entendimento entre as pessoas.
Vivemos um tempo de polariza ção em que as pessoas só lêem o que vai ao encontro daquilo que já pensam. Aceito bem que pen sem diferente de mim, procuro quem pensa diferente de mim.
P Como começou a ideia de levar o conteúdo do seu mais recente livro para o palco?
R Rui Couceiro, o meu editor, é o úni co culpado. Para ele era muito claro que “Ficheiros Secretos” deveria ser um monólogo, as histórias do livro são muito fortes e, na sua opinião, seria um excelente pretexto para acentuar, ou reinventar, a tradição oral. As histórias que conto ajudam a definir o país que somos - um Portugal feito de persona gens, desencontros e paradoxos. Um país que tem este Sol e que inventou o fado. Que partiu à conquista do mundo, mas cujos Velhos do Restelo ficaram para dizer mal dos que partiram. Um país sempre no fio da navalha, capaz de ser generoso e invejoso no mesmo dia. Sim, não deixa de ser um risco. Mas vai ao encontro do que eu sou, gosto de mergulhar sem rede, de arriscar.
P Que percepção tem do Algarve e que ligação tem a esta região?
R Há vários "algarves", não apenas um único. Mas os algarvios têm uma identidade muito própria. São únicos no seu pragmatismo, no seu orgulho, na capacidade de desejarem mais para a sua vida sem abdicarem de ter os pés no chão. Até numa certa arrogância. É um lugar muito adaptado à economia turística. Isso afastou-os um pouco de outros caminhos possíveis, especiali zaram-se na arte de oferecer a quem vem, um bocadinho de paraíso. Tenho uma ligação com Tavira. Os meus filhos mais velhos têm uma costela algar via – os seus avós maternos, e todos os seus descendentes, nasceram em Tavira. O seu bisavô era um médico benemérito, tem aliás um largo com o seu nome. Obrigada Luís por esta partilha para um outro Postal, o Postal do Algarve, que através do seu suplemento Cul tura.Sul marca a diferença e leva o Algarve mais longe.
*A autora não escreve segundo o acordo ortográfico
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Luís Osório e Maria Luísa Francisco em diálogo por videochamada
PUB.
FOTO D.R.
Natal português, mediterrânico
JORGE QUEIROZ Sociólogo. Sócio da AGECAL
“Quem tem a candeia acesa Rabanadas pão e vinho novo Matava a fome à pobreza” “Natal dos simples”, canção de José Afonso.
de temperaturas amenas, menor humidade e algum frio. As regiões polares têm invernos longos e tem peraturas extremamente baixas.
A natureza determina os diferentes comportamentos das comunidades humanas, por essa razão a diver sidade cultural é tão importante como a biodiversidade.
sar do aparente antagonismo .
As festividades cíclicas, como sugere o nome, estão relacionadas com os ciclos da natureza tendo como marcadores temporais os equinócios e solstícios, relacionados com a inclinação e in cidência dos raios solares nas várias zonas do planeta.
Regiões existem, equatoriais e tro picais, cujas variações se resumem a duas grandes épocas, de calor in tenso e chuvas abundantes, outra
O clima mediterrânico semelhante ao das regiões subtropicais, define quatro estações do ano, os trabalhos agrícolas, sementeiras e colheitas, também os produtos e festividades, os pratos celebram e constituem a cozinha festiva. A alimentação é profundamente cultural.
As festas do solstício de Inverno têm origem pagã, as civilizações mediterrânicas celebram-nas, du rante o Império Romano eram as Saturnalias que duravam até 25 de Dezembro. Tiveram continui dade nas religiões construídas na bacia mediterrânica, judaísmo, cristianismo e islamismo, com muito em comum entre elas ape
O Natal é a principal festividade do cristianismo, pré-anunciado em vá rios rituais que antecedem a data convencionada para o nascimento de Jesus Cristo. No caso do Algarve em diversas zonas se “monta o alta rinho” dedicado ao Deus-Menino, colocam-se em vasos os grãos que se transformarão em “searinhas”, se estas florescerem viçosas haverá bom ano e abundância de produ tos. Em muitos lugares fazem-se presépios, algumas instituições e artistas conseguem nesta época do ano, criar verdadeiras obras de arte popular.
Em aldeias portuguesas o lenho ou “madeiro” de Natal é recolhido pelos jovens da terra a 7 de Dezembro, a sua colocação no adro da Igreja ou na praça pública faz parte dos rituais pré-natalícios, as lenhas co meçam a arder dois dias antes do Natal, ficam para aquecer os que delas se aproximam até ao dia dos Reis. Também se assam alimentos,
enchidos, castanhas… No nordeste transmontano acontecem as “festas dos rapazes”, os “caretos”.
O jejum integra as tradições me diterrânicas sendo a ceia do Natal cristão realizada com a família após a missa do galo na noite de 24 de Dezembro. A cozinha do período de Natal privilegia as sopas quentes, canjas, bacalhau, couves, legumes e batatas cozidas, polvo e aves de capoeira, a tradição do peru assado foi introduzida no século XVI com as viagens às Américas. Existe grande variedade de doçaria de Natal (raba nadas, filhoses, bolo rei, morgado, aletria…).
A transição entre o Natal e o Dia de Reis (6 de Janeiro) é celebrada com as “Janeiras”, os “reiseiros” no nor te, a tradição algarvia neste período são “charolas”, grupos musicais que percorrem ruas e praças. A relação equilibrada entre o ho mem e a natureza é a base que estrutura as festividades cíclicas, as mensagens simbólicas e celebrações
colectivas. Estas têm vindo a ser quebradas e substituídas ao longo do século XX, consequência de alte rações demográficas, mobilidades, industrialização e urbanização, mas sobretudo pelos valores introduzi dos por um modelo económico que estimula estilos de vida consumistas em grande escala, pondo em causa a sustentabilidade dos territórios. Convivemos hoje com uma panóplia de “eventos” artificiais, alguns hipo teticamente natalícios, inventados ou importados, que correspondem a objectivos e interesses meramente mercantis. Aparecem sob a capa de modernidade evoluída, mas pouco têm a ver com o uso correcto dos re cursos naturais, com o património espiritual das comunidades. A situação de emergência ambiental irá obrigar à mudança de paradig ma, ao regresso aos valores do humanismo e de respeito pelas for ças determinantes da natureza
*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico
MENSAGEM DE NATAL
Nesta que é a quadra comemorativa do Nascimento de Jesus Cristo e, por conseguinte, da celebração da vida e do amor, venho em nome do Execu tivo da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago) junto dos nossos fregueses, trabalhadores, assembleia de freguesia, de todos os que nos visitam ou escolheram Tavira para viver ou trabalhar, desejar que os vossos corações sejam inundados pelo amor e as vossas vidas iluminadas por uma intensa luz.
Uma palavra muito especial para os que sofrem, assim como um pedido de proteção divina para os que não têm no amor, na tolerância e no respeito ao próximo o seu lema de vida.
Quero ainda incluir nesta mensagem todos aqueles que, independentemen te da religião que professam, são atualmente parte da nossa comunidade.
Bom Natal e um Ano Novo Feliz para todas as famílias.
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José Mateus Domingos Costa Presidente da União das Freguesias de Tavira
O Algarve de Costa-a-Costa: A sombra de um homem projetada na sua Obra
FOTOS ANTÓNIO HOMEM CARDOSO | D.R.
Texto: PAULO LARCHER Jurista e escritor
Após a crónica anterior em que visitámos Loulé à vol d’oiseau, era su posto termos iniciado a nossa rota para Barla vento deixando para trás todas as estações e apeadeiros ferroviários da banda do Sotavento, que até ao momento temos tomado como fio condutor das nossas peregrinações algarvianas. Perdoar-me-ão os leito res, mas estou tentado em fazer uma última menção a Vila Real de Santo António pois, de todas as povoações, vilas e cidades que visitámos, esta foi a única que deve a sua existência à vontade soberana de um único ho mem - Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal - que impôs ao fluxo da história uma férrea determinação com resultados que ainda hoje des lumbram, sobretudo do ponto de vista da eficiência (e tão necessitados estamos nós em Portugal de eficiên cias similares…).
turismo que na atualidade sustenta este e muitos outros concelhos.
Vila Real foi, portanto, a expressão de um pensamento e de uma von tade de resgatar Portugal através do desenvolvimento da economia, principal garante do bem estar das pessoas. A Vila deveu a sua pujança económica a este pensamento ori ginal que permitiu constituir uma massa crítica nas áreas das pescas e indústrias associadas. Terminados os ciclos da sardinha e do atum, os vila-realenses viram-se confron tados com um vazio que só seria colmatado com o crescimento do
Há uma “pré-história” de Vila Real relacionada com um povoado, Santo António de Arenilha, situada na foz do rio Guadiana, uma comunida de de pescadores. Foi fundada nos primórdios do séc. XVI mas desapa receu num cataclismo natural uns cem anos mais tarde. Nos finais do século XVIII o Mar quês de Pombal mandou erigir uma nova povoação, um pouco a Norte da antiga Arenilha. A construção enquadrava-se na reorganização das “Reais Pescarias” no Algarveconcretizada no reinado de D. José - que se insere num esforço planeado de substituição da importação de géneros pela sua produção nacio nal. Acresce que em vários lugares do Algarve mas especialmente na zona de Monte Gordo, se instalara um concorrido centro piscatório uti lizado sobretudo por estrangeiros, pelo qual se esvaía - em impostos por cobrar - uma quantidade enor me de recursos. Talvez o primeiro sinal da intenção do Marquês em obviar a esta sangria do Erário Real, tenha sido a criação em janeiro de 1773 da Companhia Ge ral das Pescarias Reais do Reino do Algarve. Nesse mesmo ano man da construir a Vila e um mês depois (janeiro de 1774) envia uma planta da nova Vila exe cutada pela Casa do Risco (responsável pela reconstrução de Lisboa) sob a orientação do ar quiteto Reinaldo Manuel dos Santos. A primeira pedra é lançada em 17 de março de 1774 e a Vila é inaugurada dois anos depois, no dia 13 de maio.
Construção de uma cidade em pou co mais de dois anos!? É obra.
E não era uma cidade qualquer. Era na verdade uma fábrica de fazer di nheiro. Como diz Gonçalves (2009)(1): “Vila Real de Santo António é, pelo que se sabe, a primeira fundação urbana criada para desempenhar uma função económica específica, ou seja, terá sido o primeiro caso pensado e concretizado daquilo que, nos dias de hoje, se designaria como cidade-fábrica.”
Temos então que a frontaria pala ciana da Baixa Mar esconde um esmerado saber fazer, quer no que respeita aos aspectos construtivos, quer no que concerne às funciona lidades instaladas.
A construção relâmpago da Vila terá sido também uma manifestação de poderio em relação a Espanha. Na verdade, o Guadiana é uma frontei ra natural que tinha nas fortalezas de Castro Marim o seu principal núcleo de defesa. A nova Vila não iria acrescentar nada em termos defensivos. Aliás, a estratégia cons trutiva, o plano urbano que lhe foi determinado, apresentava ao país vizinho uma frente indefesa em ter mos militares mas prestigiante em termos arquitetónicos.
Se o coração da Vila Real era a atual Praça Marquês de Pombal (antiga Praça Real), a sua cabeça era a se quência de edifícios paralelos ao Guadiana, a Rua da Rainha (atual Avenida da República mas conheci da pelos locais como Baixa-Mar). Se sacarmos da régua e do esquadro, constatamos que o núcleo inicial tinha seis ruas perpendiculares ao rio e cinco paralelas a este. A frente da Rua da Rainha oferecia face a Espanha uma frente de quase meio quilómetro, que do outro lado do rio se deveria assemelhar à frontaria de um vasto palácio, provocando assim o grande vizinho com a nossa (su posta) grandeza.
“Planeada como um todo orgânico, es truturado em forma regular, Vila Real de Santo António tem uma fachada composta de 6 blocos de 240 palmos e um de 250 palmos correspondentes aos 7 quarteirões da primeira fila, se parados por 6 ruas de 40 palmos, que no seu conjunto se apresenta como se fora a fachada de um palácio.”(2)
Esta iniciativa - única na históriatinha muito de bluf, pois na verdade ambos os países estavam mergulha dos numa imensa crise económica(3) e o que queriam era arrecadar para si os proveitos das pescas e da agricultura
Temos então a cabeça imponente de um grande corpo. Onde estava o co ração que o animava? Pois na Praça, já o dissemos, definida por quatro torreões ortogonais (ou não seja o quatro o número do material) e pelo obelisco, um centro que irradia luz, conhecimento, poder esclarecido ou, como reza a placa:
“El-Rei D. José I, Augusto Invicto Pio, […]Restaurador […] Do Commer cio da Agricultura. Reparador Da Glória e Felicidade Pública. […]” No topo do obelisco temos a cruz e sob ela a coroa real que repousa sobre a esfera armilar, símbolo do
império, tudo assente numa coluna onde se enrolam em espiral ascen dente os caules de pequenas flores de três pétalas. Não consigo deixar de associar essas plantas que ser penteiam ao redor da coluna, com o caduceu e as duas serpentes que representam a polaridade universal. Essa mesma polaridade é igualmen te visível nas cores preta e branca do pavimento radiante da Praça. Esses raios - para além da sua evidente conotação maçónica - representam o regime político do absolutismo esclarecido, pois na verdade, relacio nar o poder absoluto dos monarcas com o espírito das Luzes era a moda na Europa daquela época, moda em
que se inseria a visão do Marquês de Pombal, artífice musculado de um projecto nacional de desenvol vimento e de progresso que - helàs - poucos anos haveria de durar.
(1) GONÇALVES, Adelino, “Vila Real de Santo António, Planeamento de porme nor e salvaguarda em desenvolvimento” in Monumentos 30: Vila Real de Santo António, A “Cidade Ideal”, DEZ. 2009.
(2) CORREIA, 1984, p. 145
(3) Havia-se esgotado há muito o ouro do Brasil. No tempo do Senhor D. João V o Convento de Mafra fora o último sobressalto de grandeza.
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do Sotavento Algarvio, que até essa altura se tinham escapado das mãos do Marquês como grãos de areia.
MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA?
O corpo nu da mulher sempre será sempre um campo de batalha
e do misticismo para racionalida de, modernismo e progressividade. Muitos artistas aproveitaram esta época para se libertarem e expri mirem como queriam, antes desta época os artistas estavam proibidos de representarem nudez e apenas pintavam quadros sobre temas e personagens sobrenaturais ou fic tícios, mas, é precisamente durante esta época de grande transformação que foram criadas muitas obras de referência onde a nudez tinha um papel central, mas houve uma peça essencial em particular que marca uma clara inovação e referência no mundo da arte da nudez.
O Nascimento de Vénus é uma pintura icónica de Sandro Botti celli em que a mulher nua, uma deusa, está ao centro dentro de uma concha, representando a beleza fe minina, a fertilidade, o amor divino, espiritualidade e na minha opinião claramente mais moderna, liberdade.
e das feridas da sociedade, o corpo nu da Mulher foi escolhido para ser um campo de batalha das nossas aspira ções e das nossas angústias.
OSeinfield uma vez disse: “O corpo da Mulher é uma obra de Arte. O corpo do homem é sim plesmente utilitário, só serve para nos levar de um lado pa ra o outro, é como se fosse um jipe!” Mas porquê esta distinção, princi palmente dentro do círculo da arte, a mulher sempre teve um destaque mais central do que o homem. Va mos descobrir algumas das razões que levaram a nudez da mulher a ser tão relevante para a sociedade e para os artistas. No geral, as pessoas sempre opina ram cada um há sua maneira sobre a nudez ao longo dos tempos. E a nudez tem evoluído bastante nas so ciedades mais modernas e liberais, mas existem ainda muitos locais no Mundo em que a nudez é ainda vista como algo proibitivo e inaceitável, principalmente a da mulher. Hoje em dia, a nudez está presente em grande parte da cultura no geral, na pintura, fotografia, cinema, teatro e até mesmo em lugares públicos. É vista como um barómetro impor tante e integral na vida social das pessoas, na cultura e na nossa iden tidade, mas existem ainda muitas vozes que se opõem ou são tímidas mesmo que a aceitem como fruto da liberdade de expressão. Desde os tempos pré-históricos até às primei ras civilizações que a nudez quase sempre fez parte dos desenhos e pin turas e pelas mais diversas razões,
essa representação sempre explo rou diversos sentidos e contextos, sejam eles alegóricos, históricos ou religiosos. Mas também eram usa dos simplesmente como decoração nas paredes ou arquitetura. Hoje em dia, são três as grandes categorias em que a nudez é repre sentada: pornografia, artística e informativa (ciência), muitos artis tas usam a nudez, principalmente da mulher, para demonstrar a sua beleza intrínseca, mas também para imprimir outros significados mais ambíguos e até mesmo negativos, como por exemplo lutas sociais, ati vismo e outros problemas sérios na sociedade, o corpo nu da mulher tor nou-se essencialmente num campo de batalha, uma linha, uma divisão entre o moral e o imoral, transfor mou-se numa barreira imaginária que é geralmente usada como ar ma de arremesso contra sistemas totalitários e opressivos, com uma visão estreita dos direitos da liber dade de expressão. O corpo nu da mulher é usado igualmente como uma arma para reivindicar direitos das próprias mulheres no lugar da sociedade e o controlo sobre o seu próprio corpo, o corpo da mulher é visto essencialmente como o futuro da Humanidade e que deve estar so bre escrutínio constante e é matéria de importância extrema. O corpo nu da Mulher tornou-se num símbolo, num mártir e num ideal que provoca alguma pressão até sobre o género feminino, que se vê no meio de todas estas correntes e mentalidades. Mas o mais engraçado é que o corpo do Homem é exatamente igual ao da Mulher e de igual importância, porque um não pode sobreviver sem
o outro, e esteve igualmente presen te na arte, em igual patamar com a Mulher, na altura do Renascentismo nos meados do século XIV, lem bram-se certamente da icónica obra de arte de Leonardo da Vinci “O Homem Vitruviano” que simboliza um ideal renascentista humanista e clássico. Esta época marcou defini tivamente uma divisão clara entre a Idade Média. Por esta altura acon teceram grandes transformações evidentes na cultura, sociedade, economia, política, religião, mas definitivamente nas artes, filosofia e ciências, que se caracterizaram na transição do feudalismo para o ca pitalismo, do dogmatismo religioso
Estas representações como já disse anteriormente vão-se alterando com o passar dos tempos, muitos artistas hoje em dia, tentam representar o corpo nu da mulher para comunicar uma diversidade de ideias e emoções, além de verem o corpo como algo úni co e transversal que une os diferentes povos em redor do Mundo, também podem ser fruto de outros valores e simbolismos, como por exemplo, inocência, pureza, feminismo, força, diferença, esperança, união, para não falar dos sentimentos negativos, do outro reverso da medalha…, é como se o corpo da mulher, já não seja apenas um símbolo de desejo carnal para os artistas, é um escape, uma palete infi nita de representação dos problemas
Esta área da fotografia é bastante popular entre os fotógrafos, porque é especialmente difícil, porque afinal quer-se representar bem a mulher e o seu corpo, transmitindo os seus ideais de beleza, sob o nosso olhar artístico, além de se poder dar lugar à experimentação de outros e variados temas mais complexos ou abstrac tos. O fotógrafo nestes casos tem a oportunidade de aprender bastante sobre, por exemplo, iluminação, seja natural ou artificial, mas também a arte da pose e o uso de objetos parti culares e/ou o próprio lugar em si. É absolutamente necessário discutir os contornos deste género de sessão fo tográfica antes, para que não hajam surpresas, uma vez que este é sempre um trabalho que exige sempre bas tante da parte do fotógrafo como da modelo. Mas após ganharem cora gem os receios desvanecem-se e as modelos apreciam o resultado final. Este género de fotografia é uma luta enorme da liberdade de expressão e muitas das vezes as pessoas não sabem bem o que têm, e é frágil, isto porque o tempo e a sociedade estão constantemente em mutação e por vezes esquecemo-nos que a censura pode rapidamente instalar-se e os direitos e liberdades que se perdem muitas das vezes infiltram-se como raízes e dificilmente regressam ao es tágio que estavam antes. Expor-nos ao Mundo como viemos é mostrar a verdade intrínseca da nossa Hu manidade, a nudez é sinónimo de liberdade.
19 CULTURA.SUL POSTAL 2 de dezembro de 2022 ESPAÇO ALFA
MAURO RODRIGUES Membro da ALFA - Associação Livre Fotógrafos do Algarve
539 anos
| Imagem www.pixabay.com
"O nascimento de Vénus", de Sandro Botticelli de 1483, é uma pintura importante na medida em que inclui a mulher nua ao centro como motivo de inspiração e representação de ideais FOTOS D.R.
depois de Botticelli, o corpo nu da mulher continua a ser o ponto máximo de inspiração para artistas
A Aldeia das Almas Desaparecidas:
A Floresta do Avesso, Parte I, de Richard Zimler
parece pouco provável Isaaque ter me mórias tão nítidas, ele próprio alerta o leitor que “tudo o que aconteceu na quela manhã desfila perante os meus olhos como uma série de imagens e diálogos vívidos” porque a avó Flor, que assiste ao seu parto, lhas recontou muitas vezes.
Doutorado
AAldeia das Almas Desapa recidas, com o subtítulo A Floresta do Avesso, cons titui o primeiro volume de uma saga histórica de Richard Zimler, publicada pela Porto Editora. Com tradução de Daniela Car valhal Garcia, esta é a primeira parte de um díptico que narra novas aventu ras e desventuras da família Zarco. A publicação do segundo volume desta saga, intitulado Aquilo que Procura mos Está sempre à Nossa Procura, já
está anunciada para o primeiro trimes tre de 2023.
Retomando a família Zarco, cujos membros têm sido protagonistas de alguns dos seus romances, em épo cas e lugares distintos, Richard Zimler centra agora a ação em 1662, em Cas telo Rodrigo – com saltos pontuais a povoações vizinhas, como Figueira de Castelo Rodrigo e Escalhão. Sub tilmente um leitor informado pode ainda encontrar neste romance refe rências a outras das personagens dos romances anteriores do autor, como é o caso de Berequias Zarco.
A narrativa, contada na primeira pes soa, conta-nos a história de Isaaque Zarco, justamente a partir do mo mento do seu nascimento. Até porque
Ao longo das primeiras 100 páginas de uma obra de peso, com cerca de 650 páginas, Isaaque revive assim em pormenor a sua infância desde o nas cimento. Acompanhamos, num ritmo pausado, numa belíssima prosa, a his tória da infância e da família deste menino puro. Talvez por isso mesmo a avó Flor apregoe, logo quando assis te ao parto e o ajuda a vir ao mundo, que Isaaque é um menino curioso e tão teimoso quanto especial. Partilha mos os seus constantes momentos de descoberta e maravilhamento perante a beleza do mundo e a bondade das pessoas que naturalmente o acolhem, num cenário idílico como é Castelo Rodrigo, com casas assentes no dorso de penedos que mais parecem o dorso de um dragão adormecido. Redesco brimos o universo pelos seus olhos de criança, ainda que por vezes haja pro lepses que nos despertam para o facto de estarmos a ler as palavras de um eu adulto, que coloca os acontecimentos em retrospetiva e indicia que tudo irá mudar. Essa nota de melancolia omi nosa torna-se mais forte à medida que se adensa a intriga. O paraíso dessa infância fica fortemente ameaçado quando, de modo misterioso, uma série de pessoas começam a desapa recer, a começar por Lena, a melhor amiga de Isaaque. O ambiente narrativo criado por Zi mler é de tal forma mágico que por
vezes se lê este romance histórico co mo se fosse uma saga de fantasia. Tal acontece nomeadamente nos primei ros capítulos, que giram em torno da avó Flor, velha parteira e curandeira castelhana, uma força da natureza pronta a desafiar o mundo com o seu conhecimento provavelmente ances tral e as suas tradições, com mezinhas, curas e passes de magia.
o período aqui abordado – a segunda metade do século XVII. Com recurso a nomes reais, datas de prisão e outros detalhes sobre os aldeãos levados pela Inquisição, Zimler apresenta um tra balho exaustivo de pesquisa que torna este romance uma obra magistral e um testemunho inigualável.
O desconcerto da situação desta aldeia onde começam a desaparecer almas é reforçado pela incompreensão espe lhada na perspetiva de uma criança inocente que nem compreende bem até que ponto a sua família segue práticas religiosas distintas do resto da comu nidade, que devem ser mantidas em segredo. É também dessa forma que o autor nos introduz num fascinante novo mundo, o do judaísmo pratica do em segredo, com as suas práticas e mitologia. O perigoso mundo dos cris tãos-novos, obrigados a manter as suas práticas em segredo, desde o reinado de D. Manuel I, e que vivem no fio da navalha, sujeitos a denúncias pelos vi zinhos e aprisionamentos.
Richard Zimler nasceu em 1956 em Roslyn Heights, um subúrbio de Nova Iorque. Fez um bacharelato em Reli gião Comparada na Duke University e um mestrado em Jornalismo na Stanford University. Trabalhou como jornalista durante oito anos, princi palmente na região de São Francisco.
Contudo, assim nos alerta o autor numa Nota Histórica no início de A Aldeia das Almas Desaparecidas, Richard Zimler inspira-se em factos históricos. Este romance explora os efeitos devastadores da intolerância religiosa na aldeia de Castelo Rodrigo e nas povoações adjacentes durante
Em 1990 foi viver para o Porto, on de lecionou Jornalismo, primeiro na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto.
Tem atualmente dupla nacionalida de, americana e portuguesa. Desde 1996, publicou doze romances, uma coletânea de contos e seis livros para crianças. A sua obra encontra-se tra duzida para 23 línguas.
Café Filosófico. O som do pensamento, de Maria
Café Filosófico. O som do pensa mento, de Maria João Neves, foi agora publicado pela Se reia Editora. A apresentação do livro será dia 16 de dezem bro, no AP Maria Nova Lounge Hotel (Lobby Bar), em Tavira, pelas 20:00. Este livro é uma seleção dos artigos publicados pela autora no Caderno de Artes Cultura.Sul entre 2015 e 2022.
O prefácio é da autoria de Adriana Freire Nogueira, que declara como “Somos uns privilegiados, no Algar ve, por podermos participar nos Cafés Filosóficos promovidos, há vários anos, por Maria João Neves. Porque esta modalidade de prática filosófica,
iniciada na última década do séc. XX (mas com inspiração na antiguidade), não é comum em Portugal.” (pág. 2) Podemos ainda fazer eco das pala vras de Adriana Freire Nogueira quando afirma que os textos de Ma ria João Neves, “agora reunidos nesta seleção, são artigos despretensiosos, dirigidos a um público abrangente, onde se percebe o propósito de levar o leitor a questionar, a argumentar, a querer saber mais.” (pág. 2)
Na Introdução, assinada pelo Profes sor Doutor Jon Borowicz, podemos ler como o primeiro Café Filosófico (café -philo), no Café des Phares em Paris, foi estabelecido em 1992 pelo filósofo fran
cês Marc Sautet: “Democrático, mas rigoroso, o café-philo surgiu para pro porcionar às pessoas a oportunidade de considerar ideias sérias num espírito de solidariedade intelectual. Hoje os cafés filosóficos podem ser encontrados em todo o mundo, existindo uma enorme variedade de abordagens que reflectem a diversidade cultural. O que une esses esforços é a paixão pela filosofia. Dada a formidável dificuldade de pensar em conjunto, os participantes dos cafés filo sóficos cultivam a capacidade de ouvir e formular os seus pensamentos de forma cuidadosa.” (pp. 9-10)
A autora do livro apresenta os seus 3 pilares: o pensamento de “razão poé
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PAULO SERRA
em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do CLEPUL
Obra explora os efeitos devastadores da intolerância religiosa na aldeia de Castelo Rodrigo na segunda metade do século XVI
No romance A Aldeia das Almas Desaparecidas, Richard Zimler inspira-se em factos históricos
FOTO LARA JACINTO / D.R.
Maria João Neves vai apresentar Café Filosófico. O som do pensamento, no dia 16 de dezembro, no AP Maria Nova Lounge Hotel, em Tavira FOTO D.R.
À Procura da Manhã Clara, de Ana Cristina Silva
tivesse nascido. Em qualquer dos casos, para fugir aos valores rí gidos da sua educação, em vez de uma personalidade, desen volvi uma índole de oposição. Sei apenas que continuo a gos tar do sonho que me arrastou até ti. Continuas enterrado no meu espírito como uma inesperada aventura, embora as minhas lembranças de ti sejam feitas de minúsculos fragmentos que têm dificuldade em juntar-se numa visão que faça sentido. Nada dis so importa agora; há muito que o nosso amor deixou de ter expres são terrena. Em breve, também eu serei apenas o espírito destas palavras e da minha existência restará somente o enigma das suas teias.»
ÀProcura da Manhã Clara , de Ana Cristina Silva, é o segundo romance da autora publica do com a chancela Bertrand Editora. Depois de Bela, bio grafia ficcionada de Florbela Espanca, Ana Cristina Silva vol ta a combinar realidade e ficção para recontar a história de uma figura que, nos últimos tempos, tem sido também redescober ta, noutros livros, assim como, mais recentemente, numa série de televisão. Ressalve-se
portanto que este romance é completamente independente e não deve ser confundido com outras criações.
A portuguesa Annie Silva Pais, filha do último diretor da PIDE, é uma jovem que abandonou tudo pela revolução cubana. «Não sei até hoje o que foste ver dadeiramente na minha vida. Chego a pensar que conheço muito pouco de mim própria, daí as razões de ter sido tão mis teriosa para os outros. A minha mãe sempre desejou que eu fosse outra pessoa, ou mesmo que não
Diz-nos a protagonista, no Pró logo, que ao contrário da mãe que escrevia todas as triviali dades numa agenda, Annie nunca escreveu diários nem descreveu em agendas os seus actos. Mas a certa altura, em criança, começou a redigir car tas como forma de desabafar os seus segredos e emoções. Em adulta, terá começado a guar dar as suas cartas numa caixa de sapatos. E é agora, quando sente a morte a rondar, que desenterra as cartas que, de alguma forma, ajudam a pon tuar a narrativa que se segue. À Procura da Manhã Clara alterna assim cartas confes sionais, mas nunca enviadas, pontualmente escritas por Annie à mãe, a amantes, a ami gas, com uma narrativa, que recua um pouco relativamente às missivas, contada na terceira pessoa, por um narrador omnis
ciente. O tom narrativo é ligeiro, quase coloquial, conforme des fia os acontecimentos, quase em jeito cinematográfico: “No final de fevereiro, condu ziu-a num daqueles grandes carros americanos ao serviço do Estado a um apartamento. O prédio era relativamente novo, construído a meio da década de cinquenta, e ficava no bairro Ve dado, junto ao cemitério chinês. As varandas eram paralelo gramas ao comprido, fazendo lembrar o mar, o espaço era pequeno (…) mas representava o início de uma vida.” (p. 130) A narrativa arranca na Fi gueira da Foz, em 1958, com o momento em que Annie, adolescente, começa a eviden ciar-se pela sua beleza, numa foto publicada no Diário de No tícias, em calções. A beleza e irreverência serão um constan te motivo de transtorno para D. Nita Silva Pais (sempre as sim designada, ironicamente, pela própria filha, bem como ao longo da narrativa). A ten são e a discórdia que dividem mãe e filha são aliás centrais ao romance, e servem ainda como símbolo de uma luta in tergeracional, assim como de um conflito de classes; D. Nita representa uma burguesia vã e fútil, ao passo que Annie se empenha na luta de classes. Ao longo da sua juventude, acompanharemos os vários percalços de Annie, com alguns namorados. É também pelos olhos dos seus enamorados estrangeiros que Annie ganha noção, ou confirmação, das impressões de Portugal, pela
pobreza, a imundice das casas, a tristeza nos olhos das mulhe res, o número de mendigos (p. 33). O pai era então director dos Serviços de Fiscalização das Actividades Económicas, um simpatizante de Hitler, que passava os dias num gabi nete “a servir a pátria” (p. 53) e bastante susceptível às críticas que lhe fizessem do país. Por volta dos 25 anos, depois de um grande desgosto, Annie casa -se, impulsivamente, com um diplomata suiço, na esperança de poder fugir a um Portugal “demasiado cinzento” (p. 22).
dedicar à revolução cubana. Com o passar dos anos, Annie destaca-se pelo seu trabalho co mo tradutora e intérprete, assim como pela devoção à causa. Vive igualmente com grande liberdade a sua vida sentimental, dando -nos conta de uma considerável galeria de amantes. Torna-se um membro de confiança da equipa de Fidel Castro, à qual pertenceu até morrer, e apenas regressou a Portugal em 1975, quando o pai, Armando Silva Pais, último dire tor da PIDE, é preso na sequência da Revolução do 25 de Abril.
É também nessa segunda parte do livro que a narrativa se torna mais envolvente, ao contrapor a viragem política de Portugal, com o fim do fascismo, os ventos de mudança que varrem o país, e a comparação com Cuba.
Ao regressar ao seu país, Annie vem ainda incumbida de uma missão: agir, de certo modo, como espia, enviando relatórios para o governo cubano do que por aqui se passava, nomeadamente du rante a instabilidade de 1975.
O seu sonho concretiza-se, de forma inimaginável, quando acompanha a viagem do mari do na sua colocação em Cuba. Aí, apaixonar-se-á por Che, uma paixão que tem tanto de fantasiosa como de intensa, e deixa a sua antiga vida para se
Ana Cristina Silva nasceu em Lisboa e é professora no ISPA - Instituto Universitário de Ciên cias Psicológicas, Sociais e da Vida na área de Aquisições Pre coces da Linguagem Escrita, Ortografia e Produção Textual. Autora de quinze romances e de um livro de contos, foi três ve zes finalista do Prémio Literário Fernando Namora (2011, 2012 e 2013), que venceu em 2017 com o romance A Noite Não é Eter na. Recebeu também o Prémio Literário Urbano Tavares Ro drigues pelo romance O Rei do Monte Brasil, em 2012.
João Neves
tica de María Zambrano” (pág. 15); o budismo e a prática regular de medi tação desde há mais de uma década; e o seu trabalho como instrutora de yo ga vinyasa flow, desde 2012, e depois de yoga aéreo, profissão que exerce a par da sua investigação filosófica. Por isso, nestes vários ensaios, a auto ra demonstra uma sólida formação académica em filosofia e artes, e simul taneamente oferece-nos cafés filosóficos tão variados quanto a sua experiência, formação e apetências. Como afirma Jon Borowicz, “Os textos deste volume refletem a rica diversidade de experiên cias e interesses desta filósofa dedicada à prática filosófica.” (pág. 10)
Num dos seus ensaios, provocadoramen te intitulado «Os estóicos praticavam mindfulness?», Maria João Neves alerta -nos como este aparente ecletismo não é propriamente novo: “Somos herdeiros de distintas escolas filosóficas e algumas delas, para espanto de muitos, incluem exercícios espirituais.” (pág. 46)
Estas dissertações são igualmente imbuídas de um certo sincretismo, fazendo reviver a tradição e a histó ria da filosofia, à luz dos nossos dias, por exemplo, quando se passa do caos algarvio dos meses de Verão para os ginásios dos jovens gregos, das dietas radicais e milagrosas para a ginástica da mente e do corpo. Não se pense,
contudo, que estes são textos ligeiros. Leve é, na verdade, a forma como a autora consegue tratar temas sérios. Acresce que, muitas vezes, a ensaísta não advoga certezas ou arroga conhe cimento (não obstante as referências variadas à literatura e às artes). Antes opta por tecer as suas reflexões em torno de profusas questões (isto é, in terrogações retóricas) que interpelam o leitor, como podemos ver em, por exemplo, «Sobre o Amor»: “Diz-se da paixão que é irresistível. Será assim realmente? Será a paixão uma droga que coloca o indivíduo à sua mercê, perdendo o seu livre-arbítrio? Por esse motivo tudo se justifica? Por esta razão
tudo se desculpa?” (pág. 70)
Café Filosófico resulta de uma anto logia de cerca de 70 breves textos. Estes repartem-se mais ou menos livremente por afinidades temáticas em sete secções, intituladas «Corpo e Mente», «Amor e Prazer», «Inquie tudes», «Pandemia», «Bem Viver», «Arte» e «Nós & Outros».
Maria João Neves é doutorada em fi losofia contemporânea (2002) com uma tese sobre o pensamento de Ma ría Zambrano. Única neste campo por aliar o treino fenomenológico a um co nhecimento profundo das disciplinas do corpo, é igualmente instrutora de yoga e praticante de meditação.
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LETRAS & LEITURAS
Escritora combina realidade e ficção para contar a história de Annie Silva Pais, filha do último diretor da PIDE
Ana Cristina Silva foi três vezes finalista do Prémio Literário Fernando Namora, que venceu em 2017 com o romance A Noite Não é Eterna FOTO VERÍSSIMO DIAS / D.R.
Livro inclui uma seleção dos artigos publicados pela autora no Caderno de Artes Cultura.Sul entre 2015 e 2022
A canção da alma
MARIA JOÃO NEVES Doutorada em Filosofia Contemporânea Investigadora da Universidade Nova de Lisboa
Apareceu nas redes sociais uma publicação sobre a tribo Himba, da Na míbia, que provocou muita controvérsia. A organização Full Fact concluiu que a tradição a que a dita publicação se refere não existe na tribo Himba tra tando-se, portanto, de um post falso. Porém, sendo real ou imaginada, não mais consegui parar de pensar na história ali partilhada. Contava -se que, para este povo, a data de nascimento de uma criança não coincide com o dia em que a mãe a dá à luz, nem com o dia em que se calcula ter sido concebida. O nascimento de uma criança cor responderia ao momento em que a futura progenitora ouve pela pri meira vez a canção da alma do filho que virá a gerar dentro de si. A escuta desta canção não surgiria espontaneamente, mas seria fruto do desejo de conceber da mulher Himba, que teria de actuar nesse sentido. O primeiro passo consisti ria em sentar-se à sombra de uma árvore e descansar. Só se levantaria dali quando ouvisse dentro de si a música da criança que iria gerar. Uma vez ciente dessa melodia a mãe iria ter com o homem, futuro pai da criança, e ensinar-lhe-ia essa canção. Durante o acto conceptivo, ambos cantariam esta canção para convidar o futuro bebé a nascer. Durante a gravidez, a gestante ensinaria a canção às parteiras da tribo e às mulheres mais velhas da aldeia que, quando o bebé nasces se, a cantariam para o receber. À medida que a criança crescesse, a sua canção iria sendo conhecida por mais elementos da tribo. Se a crian ça se magoasse, cantar-lha-iam. Se o/a jovem fizesse algo extraordiná rio, toda a tribo entoaria a canção da sua alma em sinal de homenagem. No casamento, as canções de am bos noivos seriam cantadas em conjunto.
Incrivelmente, se algum elemento desta tribo cometesse algum crime, ou actuasse de forma considerada errada, não se lhe prescreveria uma punição. Pelo contrário, esta pes soa seria colocada no centro de um círculo e toda a tribo cantaria a sua canção, por forma a recordar-lhe quem é. Os Himba acreditariam que ao reconhecermos a música da nossa alma, jamais sentimos o desejo de prejudicar outrem Uma vez no leito de morte, toda
a tribo se juntaria para entoar ao moribundo a sua canção uma úl tima vez. ***
Esta história trouxe-me imediata mente à memória um outro texto ficcional que li, há muitos anos atrás, intitulado A condenação pitagórica de Aristóteles, da autoria de María Zambrano. Nele, a filósofa con ta-nos, em não mais de página e meia, as peripécias com que se de para Aristóteles quando, ao subir “às mais altas esferas”, encontra os pitagóricos à sua espera. Sem expli cações e ante a sua perplexidade, entregam-lhe umas partituras ru dimentares e uma lira e deixam-no só. O ilustre filósofo aplica-se então com afinco, mas sem grande talento, à lira e às partituras, mas o tempo passava, passava, e ninguém o vinha buscar. É que a música é a aritmética inconsciente dos números da alma e só quando Aristóteles encontrasse, e não teoricamente, os números da sua alma, quando os fizesse soar, se levantaria dali Para os pitagóricos, é o número que dá forma e expressão à estrutura da realidade, de tal modo que a ver dadeira sabedoria consistiria em perceber os números, ou em identifi car o tecido de ritmos de que estaria composto o universo.
Recordemos que também Platão, no Fédon, nos conta como Sócrates, enquanto aguardava na prisão o dia destinado ao cumprimento da sua sentença de morte, compôs um hino a Apolo e colocou em verso algumas fábulas de Esopo. Sócrates sempre tinha pensado que a filosofia era a mais excelente forma de música, mas ante a aproximação da morte, e a insistência de um sonho para que compusera música, resolveu obedecer.
Na antiga Grécia coexistiam duas tradições musicais, uma baseada no mito de Orfeu, que deu origem aos cultos órficos, e outra dionisíaca a que correspondem os rituais rea lizados em honra do deus Dioniso. Orfeu toca uma lira – justamente, Aristóteles recebe dos pitagóricos uma lira – e canta ou recita belos poemas. Em Orfeu a palavra está presente. Dioniso, pelo contrário, é um músico puramente instrumen tal, tocador de flauta cujos sons são de tal forma inebriantes, que os corpos não lhe resistem, sendo o seu culto realizado em forma de dança. Tanto Orfeu como Dioniso ressaltam o poder mágico da músi ca, a sua capacidade para subverter as leis naturais, para reconciliar princípios antagónicos através do encantamento que gera nos que a escutam/dançam. Em ambos os ca sos, a música actua pela via sensitiva
do prazer, que enfeitiça os ouvintes/ bailarinos, os quais, dominados por um poder superior, a seguem. Or feu é sempre representado serena e contidamente; não é por acaso que a palavra faz parte da sua arte – a música com palavra é música com logos, música racionalizada. Quan do a música aparece associada ao conhecimento, trata-se de uma mú sica que obedece a regras rígidas e que pouco possui de improvisação, o instrumento escolhido é quase sempre a lira apolínea. Pelo contrá rio, Dioniso é o deus da embriaguez, do frenesim e da desmedida, dirige os coros das bacantes que cantam e dançam ao som da sua flauta, que tem a capacidade de pôr em movimento as forças primogénitas da natureza, originando compor tamentos orgiásticos. A flauta dionisíaca produz demasiados sons e conduz à loucura e à desmedida. Superando a rivalidade entre Orfeu e Dioniso, os principais conceitos musicais dos pitagóricos, que in fluenciam grandemente a filosofia vindoura, são os seguintes: cosmos, harmonia e psicagogia. Ainda que de forma breve, vejamos em que consiste cada um deles. Os pitagóricos supunham que todos os seres eram, em essência, consti tuídos por números, tendo chegado a esta conclusão pela observação de uma regularidade matemática em fenómenos como a acústica, que ge neralizaram a todas as outras coisas. Convencidos de que o universo está constituído harmoniosamente, os pitagóricos chamaram-lhe cosmos, que se pode traduzir por ordem Desta forma, a ordem, a regulari dade, a simetria, enfim, todas as categorias subordinadas ao número, passaram também a ser constituin tes fundamentais da estética antiga: a beleza só era encontrada quando se conjugavam estes elementos har moniosamente Seguindo este mesmo raciocínio, os pitagóricos consideravam que a alma humana, apesar de composta por elementos muito diferentes, ou mesmo opostos, era harmonia. A harmonia, numa primeira acepção, consiste num equilíbrio de forças opostas. Na afinação da lira, por exemplo, está presente essa tensão entre contrários regida por uma proporção numérica: as cordas emitem sons harmoniosos quando o seu comprimento corresponde a certas proporções numéricas; por exemplo, metade produz a oitava, dois terços a quinta. Para conhecer a alma haveria, então, que encontrar as proporções numéricas em que se baseia a sua harmonia.
Certamente, María Zambrano teria presente esta ideia quando escreveu
a história ficcional a que fazemos referência acima. Entregando-lhe uma lira para as mãos, Aristóteles é condenado pelos pitagóricos a per manecer no sítio em que se encontra até encontrar o número/proporção da sua alma e a expressá-lo em ter mos musicais. Dito de outro modo, não pertencendo a uma tribo Himba que lhe recordasse a canção da sua alma, Aristóteles teria de a encon trar sozinho.
A psicagogia constitui, talvez, o elemento mais inovador da filoso fia pitagórica e, simultaneamente, aquele que mais consequências pro voca. Os pitagóricos verificaram que tendo duas liras, e fazendo soar uma delas, a outra responde, como se de um eco se tratasse, ao som produzi do pela primeira. Desta observação concluíram que a música possui um poder muito superior ao das res tantes artes, que consiste em poder actuar sobre a alma, melhorando -a ou corrompendo-a. Também se deram conta de que a música, tal como a dança, afecta não somente os que as praticam, mas também e com bastante intensidade, os que apenas ouvem ou vêem.
Mais tarde, Platão extrai deste poder psicagógico da música um julgamen to ético: música boa, que suscita a
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elevação do espírito, e música má, que despertaria o que de mais irra cional existe no ser humano. Daqui para a actual musicoterapia, é só um passo.
Esta ideia de tomar a alma como um instrumento musical, sugere que ca da um de nós emite uma sonoridade, que será harmoniosa se estamos afi nados; o contrário ocorrendo se não o estamos. A alma afinada e de ouvi do treinado, tenderia a rodear-se de outras almas igualmente afinadas e a escolher circunstâncias favoráveis à harmonia. O contrário ocorreria se não conhecemos/escutamos a música da nossa alma: viveríamos de forma desafinada.
Seja fantasia ou realidade, talvez valesse a pena que cada um de nós experimentasse sentar-se sossega damente à sombra de uma árvore para tentar descobrir a canção da sua alma..
Café Filosófico | 16 Dezembro | 18.30
AP Maria Nova Lounge Hotel, Tavira Inscrições: filosofiamjn@gmail.com Seguido do lançamento do livro Ca féFilosófico.OSomdoPensamento de Maria João Neves, às 20:00.
*A autora não escreve segundo o acordo ortográfico
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DIA-A-DIA
FILOSOFIA
D.R.
23 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 2 de dezembro de 2022 GALA | JANTAR COM ESPECTÁCULO DE DANÇA E MÚSICA | FOGO DE ARTIFICIO | DJ Atreva – se a viver uma Aventura!
Maria João Neves
lança livro com artigos publicados no Caderno de Artes Cultura.Sul
A originalidade dos tópicos apresentados no livro atesta a visão, a perspicácia e o rigor de uma fenomenologista, sempre ciente da inseparabilidade de corpo e mente
“Café Filosófico. O Som do Pensamen to” é como se intitula o livro que Maria João Neves vai apresentar no próximo dia 16 de dezembro, às 20:00, no AP Maria Nova Lounge Hotel, em Tavira. A obra consiste numa seleção de cróni cas publicadas mensalmente pela autora, entre 2015 e 2022, no Caderno de Artes & Letras Cultura.Sul, com edição em papel no jornal POSTAL do ALGARVE
Em 1992, o filósofo francês Marc Sautet estabeleceu o primeiro Café Filosófico no Café des Phares em Paris. Informal, mas rigoroso, o Café Filosófico surgiu para oferecer às pessoas a oportunidade de debaterem ideias sérias num espírito de solidariedade intelectual.
Os Cafés Filosóficos são tão variados quanto os filósofos que os moderam. Maria João Neves é doutorada em filosofia contemporânea (2002), com uma tese sobre o pensamento de Ma ría Zambrano, e é única neste campo por aliar o treino fenomenológico a um conhecimento profundo das disciplinas do corpo, sendo instrutora de yoga e pra ticante de meditação.
A originalidade dos tópicos apresenta dos no livro de Maria João Neves atesta a visão, a perspicácia e o rigor de uma fenomenologista, sempre ciente da inse parabilidade de corpo e mente.
Há 14 anos que o Cultura.Sul mantém mensalmente um espaço próprio de dicado às artes, cultura e ideias. Esta publicação conta com a preciosa co laboração regular de vários cronistas que partilham com os leitores artigos de grande qualidade.
Qual o estado da democracia?
Um relatório sobre o estado das demo cracias a nível global revela que Portugal mantém o estatuto de democracia estável, com bons desempenhos na repre sentatividade do Governo, mas com défice na participação cí vica.
O mais recente relatório sobre o Estado Global das Democra cias, relativo ao ano de 2021, do Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (IDEA), mostra que, tal como sucede com muitas democracias europeias, Portu gal não passou imune ao clima de erosão dos parâmetros de saúde democrática.
O documento deste instituto com sede em Estocolmo - que analisa o desempenho demo crático de 173 países desde 1975 e procura fornecer um diagnóstico sobre o estado das democracias em todo o mundo - revela que quase metade das democracias europeias, num
total de 17 países avaliados, so freram regressões nos últimos cinco anos.
No relatório relativo a 2020, Portugal tinha sido o único país do mundo a cair em três parâmetros de saúde demo crática em simultâneo, mas em 2021, o país mantém os valores em todos os índices, preservando o seu estatuto de país em democracia integral e com valores elevados de demo craticidade.
O melhor desempenho da democracia em Portugal re vela-se nos parâmetros da representatividade do Gover no (que mede a legitimidade eleitoral e onde o país está nos primeiros lugares do topo do 'ranking' mundial), na defesa dos direitos fundamentais e no escrutínio dos órgãos executi vos, onde tem valores acima da média europeia. Portugal tem mesmo uma ligeira subida no parâmetro de aplicação da Justiça, onde tinha verificado uma quebra, e mantém eleva
dos níveis de liberdade cívica e de direitos sociais e igualdade. O ponto mais débil da saúde da democracia portuguesa encontra-se no parâmetro de "democracia direta", que mede o grau de abertura do regime para a participação das posi ções dos cidadãos na tomada de decisão política, nomeada mente através de referendos ou consultas populares, onde Portugal aparece muito atrás de outros países europeus. Portugal revela ainda algum défice na participação da socie dade civil, na imparcialidade da administração pública e nos índices de corrupção, com va lores ligeiramente abaixo da média europeia, que tem vin do a sofrer uma regressão nos últimos anos.
De uma forma geral, o relató rio mostra que o mundo está a tornar-se mais autoritário e que os governos democráticos estão a retroceder, recorrendo a práticas repressivas e enfra quecendo o Estado de Direito.
Escola d’Dance Company conquista cinco prémios
Moradores imigrantes no Algarve já são 15%
Numa década, os cidadãos estrangeiros a morar em Portugal aumentaram 40%.
Segundo os resultados defi nitivos dos Censos 2021, são já 5,2% do total da população, mais de 540 mil pessoas. Na região do Algarve, os mora dores imigrantes já são 15% Já no concelho de Odemira (Alentejo) atinge-se os 28%.
Em dez anos, o perfil mi gratório português também mudou, analisa o Expresso.
"Os brasileiros continuam à frente, destacadíssimos, pas sando de 109 mil para quase 200 mil, mas a grande novi dade chega do Nepal, Índia e Bangladexe. Em 2011, juntos, os nacionais destes países não chegavam a 5 mil pessoas. Hoje são mais de 36 mil".
Algarve: Há muito mais uniões de facto
Os números dos Censos2021 indicam um aumento da pro porção das uniões de facto, com o número de indivíduos neste regime conjugal a cres cer 38,2% face a 2011. No ano 2021 foi de 11,2%, quando 10 anos antes era apenas 8,1%. Existem igualmente diferen ças assinaláveis neste âmbito a nível regional: na região do Algarve atingiu os 15,5% , enquanto na região Norte não foi além dos 8,8%
Presépio com seis toneladas de sal em Castro Marim
Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve
TAVIRA EM FESTIVAL DO NORTE A es cola d’Dance Company – Tavira conquistou cinco prémios no Festival Norte Dança (FND), que teve lugar entre 25 e 27 de novembro, no Europarque, em Santa Maria da Feira. A escola algarvia alcançou o primeiro lugar na catego ria Hip Hop Kids, o segundo lugar no Hip Hop Jovens e no Contemporâneo Kids; e o terceiro lugar no Sapateado e no Megacrew Comercial. A escola é liderada por Joana Baltazar, profes
sora e diretora artística da instituição tavirense. Este festival, já na sua 23ª edição, é uma com petição internacional constituída por um concurso de dança, por uma mostra de dança e por uma seleção de workshops de dança, onde participam as melhores escolas, coreó grafos e bailarinos. Todos os anos, o Festival Norte Dança reúne mais de 1.500 inscrições, recebendo candidatos de todos os pontos do país e estrangeiro
Tiragem desta edição 8.830 exemplares
POSTAL regressa a 16 de dezembro
Um presépio cujas figuras são feitas de sal vai ser inaugura do na próxima quinta-feira, dia 8 de dezembro, na Casa do Sal, em Castro Marim, localidade algarvia na qual a atividade salineira assume grande expressão. A autar quia refere que na construção do presépio foram utilizadas cerca de seis toneladas de sal, sendo que o presépio deste ano se “expressa em novas linguagens, conjugando a origem com a tradição e as artes”. O presépio, promovi do pelo município e Junta de Freguesia de Castro Marim, pode ser visitado até ao dia 8 de janeiro, todos os dias, en tre as 09:00 e as 13:00 e entre as 14:30 e as 17:30.
E ainda
FOTO D.R.
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