Cleyr Maria Vaz de Mello
Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas Cronologia: 1708/1994 Edição revista e ampliada comemorativa do tricentenário da construção da Ermida e Casa das Recolhidas por Félix da Costa
Santa Luzia (MG)
Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas 2014
Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas Madre Maria Auxiliadora - OIC Vice-madre Maria Imaculada de Jesus Hóstia – OIC Conselho: Irmã Ana Elisa Faria das Chagas – OIC, Irmã Mariza de Fátima Costa – OIC, Irmã Suzana do Imaculado Coração de Maria – OIC. // Irmã Filomena de Jesus, Maria e José – OIC, Irmã Maria Benedita de São José – OIC, Irmã Maria Aparecida da Silva – OIC, Irmã Beatriz de Maria Imaculada – OIC, Irmã Luzia da Imaculada Conceição – OIC, Irmã Maria de São Miguel – OIC, Irmã Antônia Natalícia Rodrigues – OIC, Irmã Maria Helena da Silva – OIC, Irmã Maria Imaculada da Divina Providência – OIC. Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia Márcio José de Castro Silva – presidente Beatriz de Almeida Teixeira – vice-presidente Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG Fernando Viana Cabral – presidente Danielle Cristine de Faria – chefe de gabinete Leandro Henrique Cardoso – assessor de Comunicação Social Organização, notas e atualização: Adalberto Andrade Mateus Apoio: Irmã Maria Imaculada de Jesus Hóstia – OIC Texto original: Cleyr Maria Vaz de Mello Elaboração da ficha catalográfica: Andréa Santos Xavier Fotos: Arquivo do Mosteiro, Luiz Fernando Ferreira/Perfil Fotografias, Izabel Chumbinho e Acervo IEPHA/MG Projeto gráfico, capa e diagramação: Pablo do Prado Soares – Designer Esquema arquitetônico: Isabela Angela Guimarães e Acervo IEPHA/MG M527m
MELLO, Cleyr Maria Vaz de. Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas: cronologia: 1708/1994 / Cleyr Maria Vaz de Mello ; organização, notas e atualização Adalberto Andrade Mateus. – Ed. rev. e ampl. -- Santa Luzia : Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, 2014. 96 p. : il. ; 21 cm. Edição revista e ampliada comemorativa do tricentenário da Ermida e Casa das Recolhidas por Félix da Costa. ISBN: 978-85-68636-00-8 1. Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas (Santa Luzia, MG) -- História. 2. Patrimônio Cultural – Santa Luzia (MG). I. Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas. II. Título CDD – 271.01
A organização da edição da Cronologia do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, preparada em 1996 pela professora Cleyr Maria Vaz de Mello (19292010), é o resgate do trabalho incansável de uma grande amiga da Casa. Cleyr dedicou seu tempo, durante mais de 30 anos, para a realização de um trabalho que não se vê a um olhar ingênuo e ligeiro, pois ele se guarda em armários e gavetas. Separar os documentos, dar-lhes uma organização cronológica, e protegê-los da poeira e da ação de cupins e traças foram apenas algumas das atividades desenvolvidas por essa amiga de nosso Mosteiro que, apesar das limitações físicas impostas ao corpo, não se fraquejou. Nas adversidades da vida, Cleyr se fez forte. E não houve pesquisador que, interessado na trajetória histórica do antigo Recolhimento de Macaúbas, não tenha recorrido à memória daquela que soube organizar mais de 250 anos de ações de tantos e tantas que o tempo levou, mas não os esqueceu. É com grande prazer e reconhecimento ao trabalho desempenhado pela professora Cleyr que apresentamos essa edição de sua cronologia em formato de livro, fazendo dessa forma que ela também esteja presente nessa data histórica em que Macaúbas celebra os 300 anos do início da construção da ermida primitiva. Agradecemos a sensibilidade e o apoio que não faltaram para que essa edição se tornasse possível, em especial da direção do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) e da Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia. Agradecemos aos profissionais que participaram desse processo de construção: ao designer Pablo do Prado Soares, ao fotógrafo Luiz Fernando Ferreira, à arquiteta Isabela Angela Guimarães, aos servidores do IEPHA (em especial, Ana Paula Gomes, Andréa Xavier, Antônia Pires, Cláudia Benício, Danielle Faria, Ivana Carneiro, Izabel Chumbinho, Júlio Lustosa, Leandro Cardoso, Marco Antônio Sousa), ao Arquivo Público Mineiro, ao Centro de Documentação e Informação do IPHAN e à Maria Gorette Cotote. Por fim, agradecemos a todas as Irmãs Concepcionistas de Macaúbas por sua paciência, generosidade e compreensão nos momentos de pesquisa que se tornaram necessários para preparar a edição.
Foto: Luiz Fernando Ferreira
Muito obrigado a todos. Aos que construíram essa bonita história, as nossas orações e preces. Aos amigos que aqui colaboram, o nosso abraço de carinho e gratidão. Salve os 300 anos do Mosteiro de Macaúbas, preciosidade das Minas Gerais! A Casa é de Deus, relíquia de Nossa Senhora! Macaúbas, Santa Luzia, setembro de 2014.
Irmã Maria Imaculada de Jesus Hóstia - OIC Adalberto Andrade Mateus Organizadores
Félix da Costa percorreu as terras mineiras com esse oratório no pescoço em busca de apoio para construção da Casa de Nossa Senhora, Macaúbas. Foto: Luiz Fernando Ferreira
Ao festejar os 300 anos do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, localizado em Santa Luzia/MG, as Irmãs Concepcionistas reafirmam o seu compromisso com a preservação histórica de um dos maiores patrimônios culturais do estado de Minas Gerais. Protegido pelo IEPHA/MG desde 1978, o Mosteiro registra uma importante trajetória na religiosidade, nas artes, na arquitetura e, principalmente, em relação à educação mineira, visto ali ter funcionado o primeiro colégio feminino do estado, com uma estrutura de recolhimento que ali se estabeleceu após visão mística de seu fundador, Félix da Costa. Os momentos mais marcantes dessa história estão aqui reunidos, em paciente trabalho da saudosa professora Cleyr Maria Vaz de Mello. Ao participar da iniciativa de transformar esse trabalho em publicação, o IEPHA cumpre com sua missão de reconhecer e apoiar as iniciativas da sociedade civil que se somam à preservação do enorme e diversificado patrimônio cultural mineiro. Há tempos o IEPHA acompanha a história de Macaúbas e as iniciativas para preservação do Mosteiro, sendo as mais destacadas as empenhadas pelo ex-presidente Luciano Amedée Peret, que ali envolveu equipes de trabalho para levantamento da estrutura que, mais tarde, teria suas obras acompanhadas pelos técnicos da instituição, em especial do engenheiro arquiteto Wellington Farias Carvalho que, registra-se, tornou-se um dos grandes amigos das Irmãs e da comunidade que ali se reúnem para reafirmação dos propósitos da fé e dos compromissos estabelecidos no longínquo século XVIII por seus fundadores. Parabéns à comunidade de Macaúbas e de Santa Luzia pela preservação de um patrimônio que é de todos os mineiros e brasileiros. Belo Horizonte, outubro de 2014. Fernando Viana Cabral Presidente do IEPHA/MG
Capela de Nossa Senhora da Conceição. Foto: Luiz Fernando Ferreira
Trezentos anos de história e de fé O tradicional Mosteiro de Macaúbas, que completa no próximo dia 8 de dezembro trezentos anos de fundação, além de se nivelar à Igreja Matriz como preciosa relíquia histórica e artística de Santa Luzia, representa, também, um admirável santuário de consolidação da fé e de realização espiritual. Em regime de integral recolhimento, vem acolhendo ao longo do tempo centenas de religiosas da Ordem da Imaculada Conceição, que renunciaram aos prazeres do mundo exterior para se dedicar de corpo e alma, literalmente, ao amor cristão e à prática da fraternidade humana. Durante muitos anos destacou-se como educandário feminino, equiparando-se, em termos de qualidade do ensino ministrado, aos Colégios masculinos “Caraça” e “Dom Bosco”, berços forjadores do caráter e da cultura de várias gerações de brasileiros. Dotado de numerosas repartições internas, entre as quais sua Capela de singela beleza colonial, o Mosteiro de Macaúbas se empenha atualmente na reforma e restauração de seu conjunto arquitetônico. Com este objetivo – e enfrentando notórias dificuldades financeiras - as religiosas responsáveis pelas obras confiam na colaboração de todos os corações generosos, cujo apoio se torna indispensável para a execução de serviços inadiáveis, como é o caso da pintura externa do casarão trissecular. No próprio Mosteiro já se encontravam à venda, por exemplo, exemplares (em formato Xerox), de toda a cronologia histórica da tradicional instituição, contida em minucioso trabalho elaborado pela conceituada pesquisadora mineira Cleyr Maria Vaz de Mello. A Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia também formula veemente apelo a todos os luzienses e amigos de nossa cidade, para que se somem a essa campanha, através da aquisição da cronologia impressa, agora em formato editorial, sobre os 300 anos de história e de fé do Mosteiro de Macaúbas. 06 de setembro de 2014. Márcio de Castro Silva Presidente da Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia
Foto: Luiz Fernando Ferreira
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para a comunidade de Macaúbas, é com grande alegria que vemos a preparação da edição em formato de livro da querida e saudosa professora Cleyr Maria Vaz de Mello, grande amiga do Mosteiro. Essa edição resgata uma história de dedicação e amizade. Não foram poucas as dificuldades que se impuseram ao trabalho da pesquisadora, a principal delas, sem dúvida, a organização cronológica da documentação anteriormente reunida em caixas, mas sem a identificação de datas e nomes mencionados. Pacientemente, a professora Cleyr confrontou informações, assinaturas e fez a identificação individual em quase todos os documentos, alguns deles fundamentais para compreensão da história do Recolhimento. O trabalho da professora Cleyr permite reviver Félix da Costa e os demais fundadores de Macaúbas, dos construtores desse santuário da fé, dos participantes do processo de criação do Colégio, dos beneméritos que levantaram essas paredes e dos que depois vieram para ajudar a sustentá-las. Mas o trabalho em torno da cronologia vai além e permite-nos ver a história do amor à Cristo e à nossa Mãe Imaculada com que essa Casa foi construída e vem se mantendo ao longo dos séculos. Agradecemos, de coração, os apoiadores da edição, comemorativa dos 300 anos de construção da primeira ermida. À direção do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais por seu presidente Fernando Viana Cabral, ao designer Pablo do Prado que por sua dedicação concedeu ao trabalho de pesquisa um olhar de respeito à nossa história, pelo tratamento das fotografias e documentos aqui apresentados. À direção da Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, por seus dirigentes Dr. Márcio de Castro Silva e Dra. Beatriz de Almeida Teixeira, que patrocinou a edição no intuito de que, por sua venda, possamos dar continuidade aos trabalhos de manutenção e preservação de nosso Mosteiro. Pedimos as bênçãos de Deus e a intercessão de Nossa Senhora da Conceição e de Santa Beatriz por todos. Macaúbas, Santa Luzia, setembro de 2014.
Madre Maria Auxiliadora –OIC Abadessa do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas
Foto: Adalberto Andrade Mateus
Nota Explicativa Um dos nossos primeiros compromissos ao assumirmos a tarefa de editar em formato de livro o trabalho da professora Cleyr Mello foi justamente o de respeitar o conteúdo, os anexos e as informações apresentadas no material de 1996. Optamos por respeitar todas as informações que foram apresentadas cronologicamente pela professora Cleyr, mesmo que algumas vezes nos fosse provocada a complementação de nomes e siglas. Para alcançar esse intento e apresentar informações tidas por nós como necessárias ao entendimento cronológico diante de um considerável universo de outros dados que permitam a contextualização do leitor, preferimos apresentar ao final de cada capítulo notas para as quais recorremos à fontes bibliográficas diferentes da originalmente apresentada. Esse trabalho, disponibilizado até então por meio de cópias reprográficas, apresentava ao final uma coletânea de documentos que eram numerados e considerados pela autora como anexos. Em determinadas datas da cronologia os anexos são mencionados, de forma a creditar, com documentos ou fotografias, a informação. Com relação a esses documentos apresentados na versão de 1996, optamos por deixá-los na apresentação original, somente definindo uma classificação: um anexo contendo a listagem das Madres Regentes e Abadessas de Macaúbas, anexos de Reprodução de Documentos e anexos de Fotografias e Desenho. Com essa divisão, os anexos ganharam nova numeração de identificação, mas mantém a proposta da versão original do trabalho e contemplam somente o material selecionado pela professora Cleyr. Para a cronologia, finalizada em 1994, registramos uma Atualização com o registro de alguns fatos posteriores a esse ano, importantes para a cronologia histórica de Macaúbas. As opções proporcionadas pela tecnologia atual nos permitiu uma apresentação de novas imagens e cópias de documentos de maneira mais ampla e de superior qualidade do que se foi possível à época do trabalho em 1996. Com isso, foi nossa escolha inserir novas imagens e documentos do arquivo do Mosteiro nas demais páginas da publicação de maneira a dar leveza e uma nova concepção gráfica à cronologia. Esse novo material iconográfico, incorporado ao trabalho, não recebeu identificação de anexo e suas informações complementares são apresentadas em legendas específicas próximas. Esperamos assim, apresentar o importante trabalho desempenhado pela professora Cleyr que foi fruto de uma intensa organização a que foi submetida a documentação do Mosteiro de Macaúbas, em época difícil e carente de recursos específicos para essa função. Procuramos manter vivo o espírito de seu trabalho, sem dúvidas, um norteador aos leigos sobre as distintas fases de Recolhimento, Colégio e Mosteiro, em trajetória trissecular.
Coro reservado Ă s IrmĂŁs. Foto: Luiz Fernando Ferreira
“Senhor, dai-nos sempre a atitude de acolher à Vossa presença, que nos vem sempre acompanhada de muitas bênçãos. Que saibamos ter cada acontecimento, trazendo nos olhos as lâmpadas de graça e nas mãos a prontidão do servir. Que saibamos repartir o tempo de agir com o tempo de parar e meditar Vossa palavra. Que tudo que façamos, no trabalho ou no lazer, esteja sempre ligado à Vossa presença. Que a Vossa luz oriente nossos passos, eduque nossa vontade e fortaleça nossos sorrisos, e assim vivendo, nosso coração possa encontrar repouso em Vós.”
Em memória dos meus pais, Chiquinha e Sebastião e Irmã Maria da Glória
Pintura de Nossa Senhora da Conceição – Acervo do Mosteiro. Foto: Luiz Fernando Ferreira
RESUMO
Cronologia do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas. Aborda os principais fatos, desde a fundação do Recolhimento, passando pela criação do Educandário, até os dias atuais, com a transformação da instituição em Mosteiro, vinculado à Ordem da Imaculada Conceição.
Cรณpia do Termo de Entrada da irmรฃ Maria Tomรกzia. 31/10/1775.
SUMÁRIO
1 – Introdução ......................................................................................................... 21 2 – Cronologia ......................................................................................................... 23 2.1 Século XVIII .............................................................................................. 23 2.2 Século XIX ................................................................................................ 35 2.3 Século XX ................................................................................................. 43 2.4 Atualização ............................................................................................. 56 3 – Bibliografia ........................................................................................................ 61 4 – Bibliografia para a redação das notas ................................................................. 61 5 – Anexos .............................................................................................................. 63 5.1 Madres Regentes do Recolhimento e Abadessas de Macaúbas ................ 63 5.2 Reprodução de Documentos .................................................................... 67 5.3 Fotografias .............................................................................................. 86 5.4 Desenho .................................................................................................. 88
Introdução
P
rocurando situar os principais fatos ocorridos desde a fundação da Casa de Recolhimento mineiro do século XVIII, hoje Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, até os tempos atuais, elaborou-se esta cronologia.
O Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, com quase três séculos, testemunho histórico do desenvolvimento de Minas Gerais, apresenta fases distintas no decorrer dos anos, ora como Casa de Recolhimento, ora como Educandário, e agora, como Mosteiro. Suplantando as dificuldades com as autoridades, que impediam, na Colônia, “o estabelecimento de religiosos em todas as terras mineiras”, a Casa de Recolhimento de Macaúbas teve extrema importância na manutenção da vida religiosa em Minas. Como Educandário Mineiro, preparou várias gerações de mulheres, e após o seu fechamento, a instituição passou a ser um Mosteiro, onde as monjas piedosas irradiam a fé cristã, vinculadas à Ordem da Imaculada Conceição. A edificação do Mosteiro, monumento importante na história nacional, passou por modificações, acréscimos e restaurações desde a sua construção, sendo tombada em 1963 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), antiga Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Todo o conjunto de Macaúbas foi tombado, também, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), conforme o Decreto n. 19.346 de agosto de 1978. Recentemente (1994), o Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas foi restaurado, com obras financiadas pela Companhia Vale do Rio Doce, possibilitando a preservação da memória nacional.
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FĂŠlix da Costa. Pintura do acervo do Mosteiro. Foto: Adalberto Andrade Mateus
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Cronologia Cleyr Maria Vaz de Mello
Século XVIII 1708 Félix da Costa parte de Penedo em companhia de seus irmãos: Manoel Soares, Antônio da Costa, Martha Catharina e Anna das Chagas. 1710 ou 1711 A família chega à Vila de Nossa Senhora da Conceição de Sabará, onde se estabelece em terrenos comprados a Antônio da Silva. 1712 Félix da Costa viaja para o Rio de Janeiro, onde obtém do Bispo Dom Frei Francisco de São Jerônimo1, licença para usar o hábito e agenciamento de esmolas para construir uma capela, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. 08/05/1712 Benção do Hábito Em uma segunda viagem ao Rio, obtém licença para a fundação de um Recolhimento, e outra, para suas irmãs e sobrinhas usarem o hábito da Ordem da Conceição. Félix da Costa começa a percorrer os arraiais mineiros, levando ao pescoço pequeno oratório com a imagem de Nossa Senhora, que ainda se conserva, e arrecadando esmolas para a edificação do Recolhimento. 12/08/1714 Início da construção da Ermida de Nossa Senhora da Conceição e de um pequeno prédio para a residência das futuras Recolhidas, em local situado às margens do Rio das Velhas, onde com o mesmo se encontra o Rio Vermelho. 12/06/1715 As irmãs e sobrinhas de Félix da Costa recebem o hábito. Madre Fundadora Anna das Chagas é Regente (página 63). 01/01/1716 Bênção da Capela pelo Padre Lourenço Valadares Vieira2, Vigário de Roça Grande.
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02/01/1716 Entrada para o Recolhimento de 12 donzelas, entre elas, sete parentas de Félix da Costa, que já tinham tomado o hábito em 1715. Estas são as primeiras Recolhidas: Anna das Chagas, Catharina de Jesus, Monica da Conceição, Anna Berarda Custódia dos Anjos, Rosa Maria do Coração de Jesus, Joanna Baptista, Tereza de Jesus, Maria da Conceição, Ignes das Chagas e Maria do Espírito Santo. Sob a administração do seu fundador e assistência espiritual de um capelão, as Recolhidas passam a observar normas de vida religiosa, praticando exercícios espirituais como: Adoração do Santíssimo e Oração do Ofício Divino no Coro. Estava lançada em terra, por Félix da Costa, a pequena semente que logo se frutificou. 02/11/1716 O Governador, D. Braz Baltazar da Silveira3 concede a Primeira Carta de Sesmaria, que traz, em seu texto, referência exclusiva à Ermida. 13/06/1718 Petição de Félix da Costa para que “nenhuma pessoa o perturbasse na possessão da sesmaria que lhe fez mercê D. Braz Baltazar da Silveira”. 1720 Luiz Alves é o nome do primeiro Capelão. 30/11/1723 A atividade de mineração inicia-se em Macaúbas. 1725 As Recolhidas já são trinta e duas. 1725 O Governador concede outra Sesmaria, legalizando, assim, a posse de um novo terreno que já era utilizado pelo Recolhimento para criação de gado. 09/1726 Auto de posse de terras por Félix da Costa. 30/11/1726 Recibo de Tomaz de Aquino: trabalho na Ermida de Nossa Senhora da Conceição. 1727 D. Antônio Guadalupe4, Bispo do Rio de Janeiro, autoriza a construção de um novo prédio, e o Recolhimento fica sob sua subordinação direta. Proíbe que recebam novas Recolhidas sem seu beneplácito.
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28/03/1730 Confirmação da Primeira Carta de Sesmaria por D. João V, El Rei de Portugal. 1731 A Regente Anna Berarda Custódia dos Anjos falece, e é eleita Regente Madre Antônia da Conceição, que governou 45 anos. 03/02/1733 Provisão de D. Antônio de Guadalupe: esmolas para a construção do novo Recolhimento. 23/06/1733 Félix da Costa assina a escritura de obrigação, por parte das Recolhidas, representadas pela Me. Regente Antônia da Conceição e pelo arrematador João Álvares da Costa5. O preço total da obra era de cinquenta e oito mil cruzados. “O arrematador, devia concluir a obra em 3 anos, e o pagamento em 4 prestações: primeira, ao lavrar-se a escritura, segunda, no envigamento da obra, terceira ao cobrir-se a obra, e a quarta, ao término da mesma quando a Me. Regente recebesse a chave principal”. Este contrato não abrangia a obra como se apresenta hoje. Era formada só por um quadrado. 08/12/1733 Álvares da Costa assina o recibo da primeira prestação (página 67). 10/02/1734 Félix da Costa faz seu testamento, e lega para o Recolhimento todos os seus bens. 11/10/1737 O Fundador Félix da Costa falece. Devido à sua morte prematura, a maior parte das obras da construção do segundo Recolhimento foi administrada por Madre Antônia da Conceição. 13/11/1742 Obrigação do Cap. João de Almeida Maia: reboco do Recolhimento exceto celas, telhado, cozinha e Igreja.
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25/12/1743 As Recolhidas são transferidas para o novo prédio, apesar de não estarem concluídas as obras (página 68). 1744 Visita de D. João da Cruz6 ao Recolhimento. Decide elevar Macaúbas à categoria de Curato, e isenta-o da jurisdição paroquial, a que estava submetido. 26/08/1744 D. Frei João da Cruz concede os “Estatutos”, que mais tarde são reformados, e aprovados pelo Bispo D. Frei Manoel da Cruz7. 05/06/1746 Recibo de Thomé Ribeiro Lima8: pintura de janelas. 06/12/1747 Modificação no contrato feito com João Alvares da Costa. Madre Regente concede-lhe licença para fazer, de madeira, as cimalhas exteriores (página 69). 04/08/1748 Petição da Madre Regente: confirmação dos Estatutos. 1749 Petição da Madre Regente: traslado dos ossos de Félix da Costa e das Irmãs Anna Berarda, Anna das Chagas e Catharina de Jesus, do Recolhimento Velho para o Novo (página 70). 30/01/1749 Licença para benzer: claustro, seus corredores, casa do Capítulo, Tribuna do Comungatório, De Profundis9. 04/02/1749 Bênção dos referidos lugares para Sepulturas das Recolhidas e do Cemitério para escravos e pessoas pobres. 13/02/1749 O Bispo Diocesano concede à Madre Regente Rosa do Coração de Jesus licença para o traslado dos ossos do Fundador e das Irmãs Fundadoras para a Igreja do Recolhimento Novo (página 70). 13/05/1750 Recibo de Isidoro Jose da Silva: reboco do Recolhimento. 25/08/1750 a 27/08/1759 Recibos de Antônio Francisco Estrada e Manoel Teixeira da Rocha10: forro da Igreja.
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Transcrição do documento da página anterior feito pela professora Cleyr Mello. Grande parte dos documentos de Macaúbas receberam da professora identificação individual com datas, nomes e assunto.
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10/04/1754 João Alvares da Costa assina o Recibo de Quitação das obras do Recolhimento. 15/04/1755 Recibo: importação de imagens de Santo Antônio e São Francisco. 07/08/1755 Registro da Sesmaria no “Livro de Notas”. 23/10/1757 Grades da Igreja: Manoel Vieira Motta. 08/04/1758 e 09/05/1758 Recibos assinados pelo Mestre Manoel Ribeiro: autoria da Pia Batismal. 10/10/1765 Recibo da execução da bela imagem de Santa Quitéria, fornecido por Manuel Antônio Azevedo Peixoto. 08/08/1767 Ajuste11 de Madre Antônia da Conceição a Manuel Antônio Azevedo Peixoto, que foi ao mesmo tempo entalhador e empreiteiro. No espaço de seis meses, o mestre executou os três magníficos retábulos de talha dourada e policromada, que, ainda hoje, decoram o interior da Igreja. 1767-1768 O Desembargador João Fernandes de Oliveira12 assina o contrato para construir a Ala e o Mirante da esquerda da Portaria, conhecida como “Ala do Serro”. A Ala foi dividida em celas, e foi construída como parte do pagamento do dote de suas filhas com Chica da Silva, ali internadas. Nesta mesma Ala, foi construída, provavelmente, com recursos fornecidos por João Fernandes, uma pequena Capela de Nossa Senhora dos Aflitos. Em seu único retábulo, além das figuras do Crucificado e de Nossa Senhora das Dores, em tamanho natural, estão as imagens barrocas de Santa Gertrudes e São João Nepomuceno (página 88). 09/11/1770 O Mestre de Campo Ignácio Correa Pamplona13 assina contrato para construir a ala da direita da Sacristia, dividida em celas, e também para o Mirante. Esta obra também foi executada como parte do dote de algumas de suas filhas (página 71).
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23/01/1772 Obrigação de Manuel Macedo Glz para a construção do Salão do Canto da nova obra. 1775 Obrigação de Ignácio Correa Pamplona: celas 30/05/1778 O Padre Manuel Dias da Costa Lana viaja para Portugal, como procurador do Recolhimento, afim de obter o reconhecimento do estabelecimento pela Coroa. A antiga resistência à instalação de ordens religiosas nas Minas retardava o cumprimento da missão do Padre Lana, pois somente em 1789, após cansativa peregrinação burocrática pelas repartições da Corte, foi obtido o almejado benefício régio, por despacho da Rainha Maria I, que aprovou o estabelecimento e o tomou sob sua proteção. 1780 O Recolhimento também funciona como Educandário e destaca-se como o único feminino em Minas. Em ofício enviado à Lisboa, advogando a proteção régia para Macaúbas, o Bispo de Mariana, D. Domingos Encarnação Pontevel14, refere-se à sua utilidade “por não haver nestas Minas outra similhante casa aonde os Pais de família milhor possão educar as suas filhas e preservá-las dos assaltos do mundo”. 12/07/1783 Falecimento de Madre Antonia Conceição. 15/08/1784 Ajuste de Madre Regente e Veríssimo de Castro Vianna: telhados da igreja, muros e casas dos Padres. 1789 D. Maria I determina um plano de organização do Colégio, que somente foi efetivado em 1846. 23/09/1789 Em carta, que o Ministro Martinho de Mello e Castro envia ao Bispo de Mariana, que acompanha o aviso régio de 1789, afirma que:
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“O estabelecimento sendo destinado à educação das meninas, não podia deixar de merecer a benigna contemplação de sua Majestade principalmente constando aqui o bom regime daquela casa, e a geral aceitação e aproveitamento com que ali se educão as filhas dos habitantes dessa Capitania. Nestas circunstâncias, determinou Sua Majestade tomar o dito Recolhimento debaixo de sua Real proteção, e para que se consiga todas as utilidades que se devem esperar de um semelhante estabelecimento”. O Ministro elogia o grande zelo do Padre Lana pelos interesses do Recolhimento. 1790 O Padre Manuel Dias da Costa Lana chega de Portugal. 06/08/1790 Doação de Anna Berarda e Anna Maria Nazaré: urna de jacarandá, com uma medalha de prata, para os votos. Capela de Nossa Senhora do Carmo, menos a imagem. 23/07/1791 D. Maria confirma a Sesmaria que Gomes Freire de Andrade havia concedido às Recolhidas, em 1750, e expressa, novamente, a cláusula: “que perderiam as mesmas terras à Real Coroa se o Recolhimento se transformasse em Convento ou Mosteiro de Religiosas”.
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1ª Fase 2ª Fase
3ª Fase Esquema arquitetônico do Mosteiro e suas fases de construção. Cedido por Isabela Angela Guimarães.
1ª Fase (1733-1754) Coordenação de Félix da Costa e Madre Antônia da Conceição
2ª Fase (1767-1768) Patrocínio de João Fernandes de Oliveira
3ª Fase (1770) Patrocínio de Ignácio Correa Pamplona Projeção da fachada do Mosteiro em suas fases de construção. Feito com base no desenho da fachada de Márcio Cotta Rocha (acervo IEPHA/MG, 1984).
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Notas 1
Dom Francisco de São Jeronymo (*1638 +1721) pertenceu à Congregação de São João Evangelista e governou de 06/08/1701 a 07/03/1721 a Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, jurisdição à qual estava submetida as Minas Gerais. 2 Padre Lourenço de Valladares Vieira. SOUZA (1897, p.222) o cita como sendo o Vigário de Roça Grande em 1716. Já TRINDADE (1928, p.43) cita Dr. Lourenço de Valladares Ribeiro, Visitador Diocesano, como Vigário da freguesia e da Vara de Sabará e da freguesia de Caeté, com provisões de Dom Frei Francisco de São Jeronymo. Destaque para que o período de bispado de Dom Francisco compreende o ano de 1716, o da bênção da capela da ermida. 3 D. Brás Baltasar da Silveira, governador da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, de 1713 a 1717. 4 Dom Frei Antônio de Guadalupe (*1672 +1740), franciscano, governou a Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro de 21/02/1725 a 12/02/1740. SOUZA cita o como sendo o “primeiro Bispo que honrou pessoalmente com sua presença a pequena Communidade” (1897, p.225). 5 João Álvares da Costa: MARTINS (1974, p.209) relaciona um marceneiro de nome João Álvares da Costa com atuação na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Mariana, entre os anos de 1772 e 1786. A falta de confrontação entre as assinaturas não nos permite afirmar se tratar da mesma pessoa. 6 Dom Frei João da Cruz (*1694 +1756), carmelita descalço, governou a Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro de 1740 a 14/10/1745. 7 Dom Frei Manoel da Cruz (*05/02/1690 +03/01/1764), 1º bispo de Mariana, governou o bispado de 17/12/1748 a 03/01/1764. 8 Tomé Ribeiro Lima: MARTINS (1974, p. 363) relaciona o pintor Tomé Ribeiro Lima, pintor com ofício na região de Sabará. Em 1741, Lima fez a pintura da Casa da Câmara de Sabará. 9 Claustro: pátio interno do Convento, descoberto e rodeado por corredores com arcos. Capítulo: sala do Convento onde acontecem as assembleias das religiosas para se tratarem questões variadas da administração da casa como eleições canônicas e reuniões do Capítulo Conventual. Tribuna do Comungatório: espaço da área interna da clausura, ao lado do Altar da Capela, reservado às Irmãs para acompanhamento das celebrações e comunhão. De Profundis: sala interna onde as Irmãs se reuniam para, dentre outras atividades, a oração do Salmo 130: “De profundis clamavi ad te, Domine” (Das profundezas clamo a ti, ó Senhor). 10 Manoel Teixeira da Rocha: MARTINS (1974, p.173) relaciona o carpinteiro Manoel Teixeira da Rocha, com ofício na região de Sabará. No período 1734 a 1740, Rocha prestou exame do ofício de carpinteiro. 11 Ajuste: contrato. 12 João Fernandes de Oliveira: contratador de Diamantes na região do Tejuco, atual Diamantina. Arrematou os contratos 1º (em 1740), 4º (entre 1753 e 1758), 5º (1759 a 1761) e 6º (de 1762 a 1771) dos diamantes do Distrito Diamantino (MARTINS FILHO, 2013). De sua relação com Francisca da Silva de Oliveira, a Chica da Silva, nasceram 13 filhos, dos quais as nove mulheres foram internas no Recolhimento. De acordo com Felício dos Santos (citado por SOUZA, 1897), João Fernandes morreu em 1799, em Lisboa. 13 Ignácio Correa Pamplona: Mestre de Campo do Regimento de Cavalaria da capitania de Minas Gerais. Desbravador do sertão na região da Comarca do Rio das Mortes. De acordo com MARTINS FILHO (2013, p.360) foi o terceiro delator da Inconfidência Mineira. 14 Dom Frei Domingos da Encarnação Pontevél (*03/11/1722 +16/06/1793), 4º bispo de Mariana, governou de 1779 a 16/06/1793.
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Foz do Rio Vermelho no Rio das Velhas. À esquerda, região de implantação da ermida primitiva, no chamado Monte Alegre das Macaúbas. À direita, prédio do novo recolhimento (atual) construído a partir de 1733. Acervo do Mosteiro.
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Século XIX As sucessivas administrações deficientes resultam em série crise financeira e provocam graves prejuízos, que comprometem a integridade do patrimônio do Recolhimento. Várias fazendas e imóveis localizados em Diamantina e Sabará são vendidos. 12/03/1800 Ajuste de Joaquim GLZ da Rocha15: pintura da Igreja. 01/08/1801 Provisão de D. Frei Cypriano de São José16: pede-se maior observância dos Estatutos do Recolhimento e a Regra das Religiosas. 03/1818 A administração é tão desastrada em todos os sentidos, que D. José da Santíssima Trindade17 endereça, a 26 de julho de 1827, carta à comunidade, em que lastima o estado de déficit da casa. As Recolhidas só tem como fonte de renda os dotes das postulantes, as minerações e o produto da cultura dos terrenos. De 1827 em diante, os negócios seguem diretrizes mais seguras. No atestado que traz assinatura do Padre Manuel Pires Miranda, consta que já educavam meninas em Macaúbas. De acordo com o “Livro dos Estatutos” já no século passado, as Recolhidas ocupavam deste trabalho, mas não havia, no edifício, espaço destinado ao Colégio. 17/09/1849 Entrada de Irmã Germana. Germana Maria da Purificação nasceu em 1782. “O Culto Eucarístico de Macaúbas recebeu um realce maior pela presença Mística, Germana Maria da Purificação. Todo o prazer de Germana, era estar diante de Nosso Senhor Sacramentado... quase o dia todo assistia no Coro Alto do Recolhimento em amores colloquios com Jesus, e ahi velava a maior parte da noite... pregava no Sacrário seus olhos faiscantes de amor”.
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“...durante 50 anos, ela vivia a experiência da crucificação de Cristo com os braços e pernas imóveis em todas as sextasfeiras. Na quinta-feira à noite era levada para o Coro Alto da Igreja, à meia-noite começava a crucificação. Mais de doze anos ela passou como Recolhida no claustro de Macaúbas, onde morreu, em 1856, com quase 74 anos de idade, em fama de santidade”. (páginas 72 e 73) 03/05/1846 Portaria de D. Antônio Ferreira Viçoso18: nomeia o Padre Antônio Affonso de Morais Torres, visitador do Recolhimento. “...A ele pois pedimos que para o serviço de Deus haja de encarregar-se deste negócio e lhe damos todos os poderes que em Direito, como prelado ordinário das Recolhidas e pelas leis civis e determinações dos antigos reis nos competem se for necessário compelir alguém com as censuras, ele o poderia fazer, assim como mudar, aumentar diminuir os artigos dos Estatutos da Casa...” “...lembramos ao dito Reverendo, nosso delegado que disponha as coisas de maneira que essa casa seja destinada não só à vida contemplativa das Recolhidas senão também à educação das pessoas do seu sexo”. 1847 O Recolhimento passa a ser Recolhimento e Colégio. “Fins do Instituto do Recolhimento: 1 – Aperfeiçoamento espiritual das Recolhidas 2 – A instrução e educação das meninas”. O padre Affonso de Moraes Torres faz a reforma das instalações com separação do claustro do Colégio. “O plano significa realidade inovadora e pioneira na Província, no campo da educação feminina”. O Colégio passa a admitir alunas pensionistas com o mínimo de sete e o máximo de doze anos.
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“Estas são as matérias de ensino para as educandas: Primeiras Letras, Doutrina Christã, Civilidade, Gramática Portuguesa, Tradução, Leitura e Escripturação de Francês, Elementos de Geografia, Música Vocal e Instrumental de Piano, Costuras, Bordados, Flores e mais obras de mãos e outros trabalhos domésticos próprios do sexo e compatíveis com a idade”. A nova escola é logo reconhecida e torna-se uma das mais afamadas e tradicionais casas de instrução de Minas, onde se educaram gerações de mães de família e professoras. 27/03/1848 Portaria de D. Viçoso: permuta dos bens de raiz do Recolhimento por Apólices da Dívida Pública (página 74). 01/10/1853 Petição do Padre Affonso de Moraes Torres: confirmação dos Estatutos do Colégio e Recolhimento. “...afim de que estes possão entrar no gozo da parte que lhe couber o rendimento do extinto Vínculo de Jaguara na forma da lei de 14 de outubro de 1843”. (página 75) 21/07/1861 Termo de Dr. Daniel Arthur Horta: “O Dr. Daniel Arthur Horta, Juiz Municipal e de Orfãos da Cidade de Santa Luzia, e seu termo, fazia saber, por Edital Público, que por ordem do presidente da província, se achavam em Praça, para serem arrematados alguns sítios ou fazendas do Recolhimento de Macaúbas”. 18/11/1863 Portaria de D. Antônio, Bispo de Mariana: “Fazemos saber que Sua Majestade, o Imperador se dignou mandar observar o Regulamento para as meninas pobres de Vosso Recolhimento, as quais, se tem de educar à custa dos créditos do extinto Vínculo de Jaguara”.
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30/03/1865 Regulamento do Colégio do Recolhimento de Macaúbas. 30/10/1874 Pastoral de D. Antônio, Bispo de Mariana: consagração da Diocese ao Sagrado Coração de Jesus, no dia 08/12. 08/12/1874 Consagração da Igreja do Recolhimento ao Sagrado Coração de Jesus. 29/03/1877 Pastoral de D. Antônio: regulamenta as funções de Regente e Vigária. 08/09/1877 Bênção e colocação das imagens do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora de Lourdes. “A do Sagrado Coração de Jesus, que é a segunda que entrou em Minas, chegou ao Recolhimento primeiro do que a de Nossa Senhora de Lourdes sendo esta, a primeira que entrou em Minas. Ambas foram obtidas por iniciativa popular, e não por esmolas, das Recolhidas Maria Cândida, Silvana Francisca das Chagas e Madre Antônia Maria de Jesus, suas irmãs carnais. Para o de Nossa Senhora de Lourdes concorreram além das Recolhidas acima mencionadas, o Revdmo. Padre Joaquim de Oliveira Lanna, Capelão do Recolhimento e as Irmãs Rozalina e Nazaré”. Do mesmo tempo, são as pinturas atuais da Igreja: pintor Pedro de Campo, por ordem de Madre Antônia de Jesus. 30/06/1880 Libertação dos escravos em Macaúbas. (página 77) 1881 Visita do Imperador D. Pedro II19. (página 79) 1885 O Refeitório da Comunidade é assoalhado, forrado e envidraçado. Assoalho: despesas da Comunidade. Forro e vidraças: despesas por conta de Madre Antônia Maria de Jesus.
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16/06/1886 Coroação da imagem de Nossa Senhora de Lourdes. “Diadema de ouro, cravejado de pedras preciosas, entre as quais se distinguem um topázio na frente e um brilhante na cruzinha, o Rosário de fios de ouro, que a imagem traz pendente no braço direito e o Relicário que pende nas mãos de Nossa Senhora foram confeccionados pelo Sr. Antônio de Souza Neves, ourives residente em Diamantina. (28/12/1884) “Nossa Senhora foi coroada pelo Sr. Bispo D. Antônio Maria Corrêa Sá Benevides20 que tirou a coroa antiga de flores e colocou a nova sobre a fronte da Virgem, enquanto as irmãs entoavam o Regina Coelli Laetare”.
No mesmo ano recebem o presbiterato, em Macaúbas, os diáconos José Silvério Horta, João Emílio e João Lima21. 1888 Término da reforma da Igreja, com a pintura do Coro, onde se reúnem as Recolhidas para as Orações do Ofício Divino. 03/12/1890 Imagem de Nossa Senhora da Piedade: doação do Padre João Batista Caldeira. 1891 Assoalho da Igreja: reserva-se, junto à escada do Presbítero 2, sepulturas para sacerdotes. 29/07/1898 Provisão do Mor. José Telles22: bênção do cemitério. 27/11/1898 Sagração dos três altares da Igreja. O altar-mor é dedicado à Nossa Senhora da Conceição (Relíquias de São Crescêncio), o que fica à esquerda de Nossa Senhora do Carmo (Relíquias de São Bonifácio), e o da direita a Senhora de Sant’Ana (Relíquias de São Lactâncio). 01/12/1898 Nossa Senhora da Piedade é colocada na Igreja. Madre Antônia Maria de Jesus é a maior benfeitora do Recolhimento, neste século.
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Roda: o contato de Macaúbas com o mundo exterior. Foto: Izabel Chumbinho – Acervo: IEPHA/MG
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Notas 15
Joaquim Glz da Rocha: MARTINS (1974, p.170) relaciona o pintor de nome Joaquim Gonçalves da Rocha, com ofício na região do Curral Del Rei (atual Belo Horizonte). Em 1801, “homem pardo, natural da Vila de Sabará, morador neste arraial de Curral Del Rei, onde vive de sua arte de Pintor, de edade de 46 annos” (L.º de Devassas, fls. 157, arquivo da Cúria de Mariana). Em Sabará desempenhou trabalho na Igreja de Nossa Senhora do Carmo nos anos de 1813, 1818 e 1831. 16 Dom Frei Cypriano de São José (*12/11/1743 +14/08/1817), 5º bispo de Mariana, governou no período 1798 a 1817. 17 Dom Frei José da Santíssima Trindade (*04/06/1762 +28/09/1835), 6º bispo de Mariana, governou no período 1820 a 1835. Foram célebres suas visitas pastorais realizadas entre 1820 e 1835. Sobre Macaúbas assim descreveu: “Louvamos muito o zelo e cuidado com que a reverenda mestra regente e demais irmãs conservam o santuário com a maior decência, promovem o culto divino e cumprem exatamente o ofício coral, oração mental e mais exercícios recomendados pelos estatutos...” (TRINDADE, 1998. p.132). 18 Dom Antônio Ferreira VIÇOSO (*13/05/1787 +07/07/1875), 7º bispo de Mariana, governou no período 1844 a 07/07/1875. Em 1986, recebeu o título de Servo de Deus. Em 08/07/2014, foi autorizado pelo Papa Francisco a publicação do decreto reconhecendo as virtudes heroicas de Dom Viçoso, mais um passo significativo para sua beatificação. 19 A visita imperial ocorreu no dia 06/04/1881. Dom Pedro II visitou a igreja, o colégio e o recolhimento, sendo recebido pelo padre Joaquim José de Oliveira Lana, capelão e diretor do colégio. 20 Dom Antônio Maria Corrêa de Sá e Benevides (*23/02/1836 +15/07/1896), 8º bispo de Mariana, governou no período 1877-1896. Primeiro bispo de naturalidade brasileira. 21 TRINDADE (1928, p.532) informa os sacerdotes ordenados por Dom Benevides em Macaúbas, em 03/06/1886: João Emílio Ferreira, João de Oliveira Lima e José Silvério Horta. 22 TRINDADE (1928, p. 490, 749) menciona o Cônego José de Sousa Telles Guimarães, Arcediago, Presidente do Cabido. Acompanhou em visitas Dom Viçoso e foi agraciado com o título de Missionário Apostólico. Nomeado vigário geral por provisão de D. Silvério Gomes Pimenta, de 22/05/1897 serviu até 24/12/1903, quando faleceu.
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Busto de Santa Beatriz da Silva e Menezes, fundadora da Ordem da Imaculada Conceição. Acervo do Mosteiro. Foto: Adalberto Andrade Mateus
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Século XX Com a fixação, em Minas, de congregações religiosas, principalmente francesas, de grande experiência na educação de meninas, Macaúbas não consegue a elas equipararse, entrando o Colégio em progressiva decadência, até seu fechamento na terceira década do século atual, com a transformação do Recolhimento em Mosteiro. 02/03/1915 Personalidade jurídica do Asilo de Macaúbas: registro em cartório de Santa Luzia. 1917 Instalação da luz elétrica. 28/07/1926 Decreto de Pio XI: beatificação de irmã Beatriz da Silva, Fundadora das Concepcionistas. 08/10/1926 Entrada de Irmã Maria da Glória23. 1926 Ano do Convite. 26/09/1926 Carta de Sóror24 Amália de Santa Cecília, Vigária do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda25, à Madre Regente e Irmãs do Recolhimento: “Porque sendo V.V.R.R. Concepcionistas não pedem ao Sr. Arcebispo D. Cabral26 que lhes torne Concepcionistas de Clausura Papal como nós?” “Que Santa Irmã Germana e outras santinhas dahi alcancem muitas graças para V.V.R.R. e lhes inspire sempre, sobretudo agora”. Resposta de Madre Anna Clemencia: “...Seria meu íntimo desejo responder decisivamente a adhesão que damos a proposta honrosa que V.Rma. nos traz em sua bondade. Todavia devo dizer que nada depende de nossa vontade, pois estamos em completa dependência do Exmo. Rvmo. Sr. Arcebispo D. Cabral”.
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“...o que faço é pedir-lhe, instantemente, que nos faça o favor grandíssimo de escrever ao nosso Exmo. Rvmo. Sr. Arcebispo, fazendo a Elle a mesma proposta que dirigio a mim, pelo que ficarei eternamente agradecida aquilo que Sua Ex. D. Cabral determinar, estamos prontas a executar”. Carta de Sóror Baptista do Santíssimo Sacramento – Abadessa: “...E o vosso Colégio como será? Como desejam V.V.R.R.? Não preferem deixá-lo? Era bom sabermos mais essas coisas para orientarmo-nos melhor”. “PS – Peço não estranhar a assignatura, penso que notou que, quem lhe escreveu e propoz a ideia com parecer meu foi a nossa Me. Vigária”. 26/11/1926 Carta de Irmã Anna Clemencia de Jesus: “...Agora o faço, dizendo que, depois de refletir seriamente vemos, que não é possível que sejamos só Magdalenas felizes aos pés do Esposo. É Mister que sejamos também Marthas em prol da juventude, hoje mais do que nunca necessitadas”. “A idéia do Colégio foi pouco a pouco enfraquecendo vendo estas mesmas a necessidade de fechá-lo antes mesmo de nossa chegada aqui”. (Sóror Amália) 09/12/1926 Carta de D. Cabral à Madre Abadessa: “...Quero dizer à Sra. Abadessa que a reforma de Macaúbas vem sendo objeto de minhas cogitações desde que tomei a direção desta Archidiocese e conheci de perto as necessidades daquella querida instituição”. “...Devo entretanto, dizer-lhe que desejamos conservar aquella casa o seu cunho de instituição genuinamente nacional. Quero dizer que não desejaria que Macaúbas viesse constituir-se em Ordem ou Congregação com direção extrangeira. Isto porque não seja hostil às Ordens ou Congregações extrangeiras, mas simplismente para conservar-lhe o cunho nacional e brasileiro que ela tem mantido até o presente”.
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1927 Ano da Petição Petição de D. Cabral a Roma: “O requerimento do prelado embora aceito com prazer na Congregação dos Cardeais não foi logo deferido”. D. Cabral visita Macaúbas e não as desanima, e antes, as encoraja e prometelhe: “As Mensageiras de Deus”. O fim do ano de 1927 passa, sem que Roma se decida, não por má vontade, mas porque necessita de mais esclarecimentos. 1928 Ano das Interrogações O ano de 1928 é aquele em que se começa a achar como problema indecifrável a Reforma. D. Cabral escreve e pergunta: “Porque será que Nosso Senhor tanto retarda?” No Convento da Ajuda ouve-se esta pergunta: “Porque essa demora? Está custando muito”. Madre Francisca, em Macaúbas: “Não sei explicar o meu anseio por esta graça sem par! Quando será? Espero, em Deus, que não se dilatará demais”. 1929 Ano da Desconfiança e da Desilusão O desânimo começa a tomar conta das Recolhidas. 1930 Ano da Provação, mas também da decisão Madre Francisca Rosa assim exprime, em carta à Madre Amália: “...quanto ao Laus Perenne, já esperávamos do fervor que anima V.R., a graça de não o pudermos...” “Minha Irmazinha era a única coisa que eu muito temia, ser necessário deixar o nosso caro Laus Perenne, o sustentáculo desta casa querida, nossa glória, nosso prazer, nossa força, nossa alegria”. 1931 Ano da Esperança Os horizontes negros começam a se dissipar e veem raiar um sol luminoso de esperança.
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12/11/1931 Carta de Padre Walter Perriens: “Todas as medidas já foram tomadas para a vinda das Irmãs da Ajuda. Mas há o seguinte: como o Convento da Ajuda tem votos solenes e clausura papal, isto quer dizer que nem o Cardeal, nem o Núncio mas só o Papa pode autorisar a sahida das Irmãs. Esta licença já foi requerida”. 24/10/1932 Rescrito da Santa Sé. 20/12/1932 O Senhor Cardeal Leme visita a comunidade da Ajuda e comunica a reforma ou fundação da Ordem em Macaúbas e nomeia Madre Ignes para Superiora. Espera-se só a confirmação de Roma afim de que para lá sigam as Religiosas Fundadoras: “As Mensageiras de Deus”. 30/12/1932 Telegrama do Monsenhor Aluísio Massela comunicando o deferimento do pedido do vínculo da Irmandade à Ordem da Imaculada Conceição (página 81). 1933 Ano da Glória 09/01/1933 Capítulo Extraordinário no Convento da Ajuda: nomeação das Fundadoras do Mosteiro de Macaúbas. 16/01/1933 O Núncio Apostólico comunica a chegada do Rescrito da Santa Sé (página 82). 22/02/1933 Licença para que, do Convento da Ajuda, saiam definitivamente para Macaúbas, as Religiosas: Madre Ignes de Sant’Ana, Sóror Amália de Santa Cecília e Sóror Angelina de Santo Antônio. 10/04/1933 Entrada de Luzia Gomes de Oliveira, “Madre Otília”: “Última Irmã Recolhida a este estabelecimento de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, antes de chegarem para plantarem a reforma ou fundação as Religiosas Concepcionistas do Convento da Ajuda do Rio de Janeiro, pelo Rescrito da Santa Sé”. (página 83)
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Comunidade de Macaúbas saúda a chegada das Irmãs vindas do Rio de Janeiro para fundar o Mosteiro com vinculação à Ordem da Imaculada Conceição. 1933
Madre Francisca Rosa do Coração de Irmã Maria da Glória Jesus, a Madre Chiquinha.
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Dom Viçoso
Padre Acácio Marques de Sousa Maia, capelão de Macaúbas
Dom Antônio dos Santos Cabral
Dom João Resende Costa, 2º arcebispo de Belo Horizonte
Dom Serafim Fernandes de Araújo
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
11/04/1933 Decreto: pelo qual Vossa Excia. Rvma. Há por bem executar o Rescrito da Exma. Nunciatura Apostólica na forma declarada. A notícia chega logo a Macaúbas: “A fé e a esperança são duas chaves de ouro, de tanto valor, que devem ser guardadas dentro de um cofre: o nosso Coração. Este será trancado depois com a chave da caridade que, também deverá ser lançada no mesmo pela sua fenda, causada pelo rasgo da graça divina, e, assim, ficarão trancadas as três virtudes teologais, que são três chaves de ouro com que se abre as portas do céu. Outro meio principal para se conservar a união fraterna é guardar a obediência, exatamente porque a obediência que une as Religiosas entre si, faz de muitas vontades uma só com as superiores. Sendo assim, a nossa Caridade será agradável ao Divino Coração de Jesus”. (Irmã Ana Clemência de Jesus) 18/04/1933 Partida das Irmãs do Convento da Ajuda, para Macaúbas. 19/04/1933 Chegada a Belo Horizonte, onde pernoitam no Colégio da Imaculada Conceição das Filhas de Jesus. 20/04/1933 Chegada das Irmãs em Macaúbas em companhia do Padre Agnaldo Leal. A reforma está definitivamente implantada no Recolhimento, agora “Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas”. (páginas 86 e 87). 30/04/1933 Entrada para o Postulado Canônico, das vinte e oito Recolhidas (vinte e duas para o coro e seis Irmãs Leigas). 13/06/1933 Visita do Senhor Arcebispo Dom Cabral a Macaúbas. 09/11/1933 Tomada de hábito das Recolhidas: “Uma alegria doçe e suave notava-se em todos os semblantes. Aquelas Recolhidas, que a sete longos anos pediam a reforma, recebiam o hábito liturgicamente, bento agora pelas mãos do Senhor Arcebispo. Era bello contemplá-las!”
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06/05/1934 A grade de ferro do Comungatório é colocada. Obras diversas são realizadas para a recuperação geral do conjunto arquitetônico, em precário estado de conservação. 08/12/1934 Profissão Religiosa das antigas Recolhidas. 15/08/1939 Inaugurado o Noviciado Canônico. 26/07/1942 Jubileu de Ouro: Madre Ignes de Sant’Anna e Amália de Santa Cecília. 1956 Pintura da Igreja, Capela do Carmo, Capela de Santo Antônio. 10/1961 Visita de D. Delfim Ribeiro Guedes, Bispo de São João D’El Rei: fundação de um Mosteiro em São João D’El Rei. 10/12/1961 Visita do padre José Geraldo, de Caratinga: fundação de um Mosteiro naquela cidade. 08/01/1962 Chegada do Rescrito da Santa Sé: instalação do Mosteiro de São José, em São João D’El Rei. 24/01/1962 Saídas das Religiosas destinadas à nova Fundação: Abadessa Madre Maria da Piedade do Calvário; Vigária e secretária Madre Amália da Eucaristia; Madre Celina da Imaculada Conceição; Madre Alexandrina do Menino Jesus; Sóror Margarida Maria das Chagas de Jesus, Maria Marta da Ressureição e Maria Bernadete de São José. Desde o primeiro dia da Fundação, a “Adoração ao Santíssimo” tem grande afluência. 31/03/1962 Petição ao Santo Padre João XXIII: ida das Irmãs para a Fundação em Caratinga. 13/09/1962 Chegada a Macaúbas dos Sacerdotes: Monsenhor Juvenal Honório dos Santos (Juiz); Padre José Campos Tatson (Promotor da Fé); Padre Frei Bruno Goottens (Juiz); Padre Arnaldo Ribeiro (Presidente); Padre José Raimundo de
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Freitas (Notário); Padre Alfredo (Vice-Postulador da Causa). Vieram para colher o depoimento de Sóror Maria da Glória, que estivera com Padre Eustáquio27, por ocasião de sua visita ao Mosteiro, pouco antes de sua morte. O depoimento teve início às 10h e prolongou-se até às 17h30. Não ficou terminado e foi então marcado um segundo para o dia 18/10/1962. “Foi um acontecimento muito notável na história do Mosteiro, que trouxe à Comunidade santas alegrias. É a primeira Beatificação a ser feita no Brasil e o Mosteiro de Macaúbas teve a insigne honra de receber membros do Tribunal. A Sóror Maria da Glória irá contribuir, com seu depoimento, para a elevação do Padre Eustáquio à honra dos altares”. 09/10/1962 Telegrama do padre Raul, comunicando a chegada de Roma do Rescrito autorizando a Ereção Canônica do Mosteiro Concepcionista em Caratinga: “Mosteiro de Nossa Senhora do Rosário e São José”. 18/10/1962 Continuação do depoimento de Sóror Maria da Glória. 08/02/1963 Tombamento do Mosteiro de Macaúbas pelo SPHAN28. 04/10/1963 Saída das Religiosas destinadas à fundação do Mosteiro de Nossa Senhora do Rosário e São José, em Caratinga: Abadessa Madre Margarida de São Gabriel; Vigária Madre Maria Regina Santíssima Trindade; Madre Maria Joana de São Miguel; Madre Maria dos Anjos da Transfiguração; Madre Maria Dolores do Cristo Rei; Irmã Maria Terezinha do Menino Jesus. 28/05/1966 Saída das Religiosas destinadas à fundação do Mosteiro de Nossa Senhora Aparecida e S. José em Curvelo: Abadessa Madre Alexandrina Maria do Menino Jesus; Madre Maria Virgínia da Assunção; Madre Maria Madalena da Eucaristia; Madre Maria Imaculada de Jesus Hóstia; Sóror Beatriz de Maria; Sóror Maria Elizabeth da Trindade e a Postulante Maria Terezinha do Menino Jesus. 02/09/1970 Rescrito de Roma para a “Ereção Canônica” do Mosteiro Nossa Senhora da Aparecida e São José, em Curvelo.
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01/07/1977 Portaria do presidente do IEPHA/MG29: instrução do processo de tombamento do Mosteiro. 14/09/1977 Tombamento do Mosteiro pelo IEPHA/MG 22/08/1978 Decreto de Tombamento n. 19.347, de 22/08/1978: o Governador do Estado assina o decreto de tombamento do Mosteiro, pelo IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) (página 84). 28/12/1979 Rescrito da Sagrada Congregação para os Religiosos e Institutos Seculares pela supressão. Protocolo n. 26.157/79, Roma. 28 de dezembro de 1979 (Mosteiro de Nossa Senhora Aparecida e São José de Curvelo). 25/02/1980 O Mosteiro de Nossa Senhora Aparecida e São José foi suprimido. 20/04/1983 Jubileu de Ouro da Ordem da Imaculada Conceição em Macaúbas. 28/02/1984 Ofício do Prefeito de Santa Luzia solicitando ao Secretário de Cultura a restauração do Mosteiro. 1984 Comunicação do secretário de Cultura de Minas Gerais ao prefeito de Santa Luzia: início das obras do Mosteiro para o mês de abril. 10/07/1984 Termo de Compromisso: o Governo mineiro, através do IEPHA/MG, a Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte, a Rede Manchete e a IBM assinam o termo de compromisso para a restauração do Mosteiro de Macaúbas. 1986-1987 O IEPHA/MG inicia a restauração, mas não dá continuidade à mesma. 21/01/1986 Falecimento de Irmã Maria da Glória. 17/11/1987 Falecimento de Madre Maria Otília de Santa Beatriz. 1989 Tombamento do Mosteiro pela Prefeitura de Santa Luzia.
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Telegrama enviado à Madre Maria Imaculada de Jesus Hóstia vindo de Medjugorje. Mensagem de fé e esperança foi decisiva para o ânimo das obras de restauração empreendidas que salvaram Macaúbas da ruína. 01/03/1989.
Profissionais do IEPHA estiveram presentes durante a restauração. À esquerda, o ex-presidente Luciano Amedée Peret no telhado da ala do Serro e à direita Wellington Carvalho e Ailton Batista da Silva na capela. Foto: Acervo IEPHA/MG.
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Visita de Dom Bertrand de Orleans e Bragança em homenagem aos 300 anos de Macaúbas. Ao centro, ladeados pelas Irmãs de Macaúbas, o capelão Padre Raimundo Nonato Costa, Dom Bertrand e o engenheiro Roberto Lobato. 05/08/2014. Foto: Luiz Fernando Ferreira
Irmãs Concepcionistas da Ordem da Imaculada Conceição em foto comemorativa dos 300 anos de Macaúbas. Foto: Luiz Fernando Ferreira
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10/1989 As irmãs recebem uma doação de NCZ$500.000,00 do empresário Dr. Antônio Maurício da Rocha. Parte deste dinheiro é aplicado na compra de material, e a outra na caderneta de poupança. Com o Plano Collor, o Banco Central confisca NCZ$2.000.000,00. A vida de oração das religiosas e a fé em Deus não as deixam desanimar. 22/06/1991 As Irmãs Maria Imaculada e Maria Auxiliadora visitam a Coordenação Regional do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural30, em Belo Horizonte, onde fazem um relato da situação atual do Mosteiro. 01/07/1991 Ata da Reunião na sala do Capítulo do Mosteiro. Assunto: “Restauração do Mosteiro”. Dr. Francisco Guilherme Gonçalves decide financiar a restauração da “Ala do Serro”, na ordem de CR$30.000.000,00, e contrata a Construtora Walter Coscarelli para executar a mesma. Dr. Roberto Lobato é eleito presidente da Comissão de Obras. 1991 Início das obras de restauração. 19/05/1992 Inauguração da Ala do Serro, já restaurada. 1992 Um grupo de empresários continua a restauração. 23/11/1992 As Religiosas solicitam à Companhia Vale do Rio Doce auxílio financeiro para as obras da Ala do Retiro. 25/06/1993 Assinatura de convênio entre o Ministério de Minas e Energia e a Companhia Vale do Rio Doce: US$25.000,00 para o Mosteiro. 19/11/1993 Assinatura de contrato entre Companhia Vale do Rio Doce e Mosteiro de Macaúbas: restauração do Mosteiro. 29/11/1993 Comunicação da Companhia Vale do Rio Doce: crédito de CR$922.210,00 – Caixa Econômica Federal de Santa Luzia.
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08/12/1993 Comemoração dos 250 anos de inauguração do prédio do Recolhimento de Macaúbas e dos 60 anos da incorporação do Colégio do Recolhimento a Ordem da Imaculada Conceição. Inauguração de mais uma etapa da restauração: “Capela”. 29/02/1994 Liberação pela Companhia Vale do Rio Doce dos recursos para a segunda etapa do “Projeto de Restauração do Mosteiro” (US$29.062,00). 09/09/1994 Assinatura de convênio entre a Companhia Vale do Rio Doce e o Mosteiro de Macaúbas: segunda etapa das obras de restauração. Termo Aditivo no contrato Companhia Vale do Rio Doce/SUCEN A8-141-93.
Atualização 16/08/1996 Inauguração da 2ª etapa das obras de restauração, patrocinada pela Companhia Vale do Rio Doce. Inauguração da Casa de Retiro Santa Beatriz na Ala construída por Ignácio Pamplona. Celebração conduzida pelo arcebispo Dom Serafim Fernandes de Araújo31. 08/12/2004 Celebração dos 150 anos do dogma da Imaculada Conceição em Macaúbas. 17/09/2011 Celebração comemora os 500 anos da aprovação da Regra da Ordem da Imaculada Conceição – Ad Statum Prosperum. Durante a cerimônia, celebrada pelo arcebispo Dom Walmor de Oliveira Azevedo32, foi reentronizada a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, após quatro meses em processo de restauro. 08/12/2013 Durante a Solenidade da Imaculada Conceição é aberto o Ano Jubilar em comemoração aos 300 anos de início da construção da primeira ermida construída por Félix da Costa. São irmãs neste momento: Madre Maria Imaculada de Jesus Hóstia – OIC, Irmã Maria Auxiliadora – OIC, Irmã Ana Elisa Faria das Chagas – OIC, Irmã Mariza de Fátima Costa – OIC, Irmã Suzana do Imaculado Coração de Maria – OIC. Irmã Filomena de Jesus, Maria e José – OIC, Irmã Maria Benedita de São José – OIC, Irmã Maria Aparecida da Silva – OIC, Irmã Beatriz
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de Maria Imaculada – OIC, Irmã Luzia da Imaculada Conceição – OIC, Irmã Maria de São Miguel – OIC, Irmã Antônia Natalícia Rodrigues – OIC, Irmã Maria Helena da Silva – OIC, Irmã Maria Imaculada da Divina Providência – OIC, Irmã Maria Cecília – OIC, Irmã Ana Rita de Jesus, Maria e José – OIC. É lançada a Campanha da Tinta: o objetivo das Irmãs é pintar a fachada principal como um presente de aniversário pelos 300 anos de história. 05/08/2014 Macaúbas recebe a visita de Dom Bertrand de Orleans e Bragança, príncipe Imperial do Brasil. Em visita que homenageou os 300 anos de Macaúbas, foram proferidas palavras de agradecimento pelos benefícios concedidos a Casa por ascendentes de Dom Bertrand, como os de Dom João V, Dona Maria I e Dom Pedro II. A programação constou de missa celebrada pelo capelão padre Raimundo Nonato Costa, e palavra de Dom Bertrand às Irmãs Concepcionistas na Sala do Capítulo. Após, todos participaram de almoço na Casa de Retiro Santa Beatriz. Outubro de 2014 A pintura da fachada principal e do claustro é concluída, contando com exclusivo apoio da comunidade amiga do Mosteiro que doa recursos financeiros e materiais para a pintura. Para a comemoração dos 300 anos são entregues pelo Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte documentos do arquivo do Mosteiro e imagens importantes de sua história completamente restaurados, em ação patrocinada por particulares. São restauradas: a imagem primitiva de Nossa Senhora da Conceição, Félix da Costa e Nossa Senhora da Piedade, a carta de Dona Maria I, a outorga de Título por Dom Pedro II e o livro do Estatuto das Recolhidas. Os jardins externos do Mosteiro são refeitos. Iluminação pública é instalada na área externa com apoio de amigos, da Câmara Municipal de Santa Luzia, da CEMIG e dos funcionários do Mosteiro. É preparado, em parceria do Mosteiro, do IEPHA/MG e da UFMG, o simpósio “300 anos do Recolhimento de Macaúbas: educação, sociedade, arte e cultura”.
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Petição de Francisca da Silva de Oliveira para a saída de sua filhas, as educandas Luiza Maria, Maria de São José e Quitéria Rita. 10/10/1780.
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Notas 23
Irmã Maria da Glória: faleceu aos 82 anos. “Freira mineira que nos 61 anos de clausura no Convento de Macaúbas, a 40 quilômetros de Belo Horizonte, angariou a fama de poder curar doentes. Atraía visitas como a do falecido governador de Minas Israel Pinheiro” (Revista Veja, nº 908, de 29/01/1986. Coluna Datas, pág. 67) 24 Sóror: Irmã. 25 Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição da Ajuda: localizado no Rio de Janeiro/RJ, o mosteiro tem sua fundação registrada em 1678. Foi a segunda Comunidade Religiosa Feminina no Brasil (a primeira foi a das Clarissas do Desterro, em Salvador) e atualmente é a mais antiga existente. Ereção canônica e licença régia em 1749. Desse mosteiro saíram as Irmãs Fundadoras da Ordem da Imaculada Conceição em Macaúbas, em 1933. 26 Dom Antônio dos Santos CABRAL (*08/10/1884 - +15/11/1967), 1º bispo da Diocese e 1º Arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte, criada em 1921. Governou de 1922 a 1957. 27 Padre Eustáquio: Humberto Van Lieshout, religioso da Congregação dos Sagrados Corações, nasceu em 03/11/1890, na Holanda. Chegou a Belo Horizonte em 1942 para sua atividade pastoral. Faleceu em 30/08/1943 e teve o processo para sua beatificação e canonização iniciado em 1956. Em 15/06/2006, foi beatificado em cerimônia realizada no Estádio do Mineirão, Belo Horizonte. 28 SPHAN: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual IPHAN. O SPHAN foi criado “com a finalidade de promover em todo o País e de modo permanente, o tombamento, a conservação, o enriquecimento e o conhecimento do patrimônio histórico e artístico nacional” (lei 378/1937). Uma das marcas do período é o decreto-lei nº 25, de 30/11/1937, que organizou a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e criou no país o ato administrativo do tombamento. O Mosteiro de Macaúbas foi tombado, em nível federal, em 08/02/1963, sob a inscrição 471, no livro de Belas Artes (número do processo: 0420-T). O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN. 29 IEPHA/MG: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, criado em 30 de setembro de 1971 pela lei estadual nº 5.775, com a finalidade de exercer a proteção, no território do Estado de Minas Gerais, dos bens culturais, em ação considerada, à época, de caráter colaborativo ao IPHAN. 30 Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural (IBPC): denominação dada em 1990 durante a reorganização dos órgãos de patrimônio nacional, Iphan e Pró-Memória. Em 1994, a instituição readquiriu sua denominação de IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), mantendo a estrutura do IBPC. 31 Dom Serafim Fernandes de Araújo (*13/08/1924), 3º arcebispo de Belo Horizonte, governou no período 05/02/1986 a 26/03/2004, quando tornou Arcebispo Emérito. Foi nomeado cardeal em 18/01/1998 pelo papa João Paulo II. 32 Dom Walmor Oliveira de Azevedo (*26/04/1954), 4º arcebispo de Belo Horizonte. Seu governo iniciou em 26/03/2004.
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Restauração da Ala do Serro. Fotos: Acervo IEPHA/MG – Década de 1980
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Bibliografia DOCUMENTOS do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas: séculos XVIII, XIX e XX. FARIA, Maria Juscelina de. Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas: um Recolhimento mineiro do século XVIII. Separata de ANÁLISE E CONJUNTURA. Belo Horizonte, 1987. LIVRO de atas de eleições. Santa Luzia: Mosteiro de Macaúbas. SOUZA, Joaquim Silvério de. Sítios e personagens. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1930.
Bibliografia para redação das notas ANDRADE, José Vicente de. Venerável Padre Eustáquio van Lieshout: missionário da saúde e da paz. Belo Horizonte, 2004. BOSCHI, Caio C. O Cabido da Sé de Mariana (1745-1820): Documentos Básicos. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro: Editora PUC Minas, 2011. CORONA, Eduardo; LEMOS, Carlos A. C. Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo: EDART – São Paulo Livraria Editora Ltda, 1972. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. nº 26, 1997. MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1974. 335p. 2v., (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 27). MARTINS FILHO, Amilcar Vianna (org.). Novo Dicionário Biográfico de Minas: 300 anos de história. Belo Horizonte: Instituto Cultural Amilcar Martins, 2013. SOUZA, Joaquim Silvério de, padre. Sítios e Personagens. São Paulo: Typographia Salesiana, 1897. TRINDADE, José da Santíssima, Dom Frei. Visitas pastorais de Dom Frei José da Santíssima Trindade (1821-1825). Belo Horizonte: Centro de Estudos Históricos e Culturais. Fundação João Pinheiro; Iepha/MG, 1998. TRINDADE, Raymundo. Archidiocese de Mariana – Subsídios para a sua história. São Paulo: Escolas Profissionais do Lyceu Coração de Jesus, 1928 (vol. I, II e III). Internet: http://www.arquidiocesebh.org.br/site/index.php, acesso em 29/08/2014. http://www.arqmariana.com.br/dom-vicoso-mais-um-passo-rumo-a-beatificacao/, acesso em 29/08/2014. http://arqrio.org/a-arquidiocese/nossa-historia, acesso em 29/08/2014. http://www.iphan.gov.br/ans/, acesso em 05/09/2014
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Detalhe do forro da Capela-mor. Fotos: Izabel Chumbinho – Acervo IEPHA/MG
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Madres Regentes e Abadessas de Macaúbas Regentes desde a Fundação do Recolhimento de Macaúbas (02/01/1716 a 1933) 1 – 1715-1720 Madre Fundadora Ana das Chagas Entrada 12/06/1715 Falecimento no primeiro Recolhimento 2 – 1720-1729 Me. Maria Catarina de Jesus Entrada 12/06/1715 3 – 1729-1731 Me. Anna Berarda Custódia dos Anjos Entrada 12/06/1715 Falecimento 1731 4 – 04/02/1731 a 16/03/1744 Me. Antônia Maria da Conceição Entrada 12/06/1715 Falecimento 12/06/1783
9 – 1788 a 1791 Me. Maria da Conceição Entrada 20/12/1764 10 – 1791 a 1796 Me. Antônia Maria do Nascimento Entrada 16/07/1745 Falecimento 22/08/1809 11 – 1796 a 1799 Me. Maria Magdalena do Amor de Jesus 12 – 1799 a 1804 Me. Maria da Conceição 13 – 1804 a 1808 Me. Maria do Nascimento Entrada 08/09/1767 Falecimento 13/04/1842
5 – 16/03/1744 a 30/08/1749 Me. Rosa Maria do Coração de Jesus e Santo Antônio Entrada 12/06/1715
14 – 1808 a 1811 Me. Maria da Conceição
6 – 30/08/1749 a 14/01/1781 Me. Antônia Maria da Conceição
15 – 1811 a 1814 Me. Anna de Jesus e Maria Entrada 15/10/1767 Falecimento 13/01/1836
7 – 14/01/1781 a 1786 Me. Maria Magdalena do Amor de Jesus Entrada 06/12/1756 Falecimento 1816
16 – 1815 a 1817 Me. Maria do Nascimento
8 – 1786 a 1788 Me. Anna Berarda Custódia dos Anjos Entrada 25/03/1743
17 – 1817 a 1819 Me. Marianna Francisca de Jesus Entrada 29/06/1772
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18 – 1819 a 1820 Me. Anna de Jesus e Maria 19 – 1820 a 1823 Me. Maria do Nascimento 20 – 1823 a 1826 Me. Anna de Jesus e Maria 21 – 1827 a 1830 Me. Angélica Maria do Espírito Santo Entrada 05/02/1799 Falecimento 21/08/1831 22 – 23/11/1830 a 07/03/1832 Me. Genoveva Maria da Conceição Entrada 19/08/1798 Falecimento 07/03/1832 23 – 07/03/1832 a 18/03/1834 Me. Anna de Jesus e Maria 24 – 18/03/1834 a 12/04/1837 Me. Maria do Nascimento 25 – 12/04/1837 a 04/10/1840 Me. Maria de Nazareth Lucas Entrada 08/12/1770 26 – 04/10/1840 a 13/04/1842 Me. Maria do Nascimento 27 – 22/04/1842 a 24/10/1843 Me. Josepha da Purificação Entrada 30/08/1774 Falecimento 18/04/1851 28 24/10/1843 a 22/06/1846 Me. Josepha da Purificação 29 – 22/06/1846 a 06/10/1849 Me. Maria de Nazareth Pereira Entrada 17/11/1821 Falecimento 18/04/1867
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30 – 06/10/1849 a 25/06/1852 Me. Lucianna Maria Entrada 05/02/1799 Falecimento 07/09/1854 31 – 25/06/1852 a 10/07/1853 Me. Maria de Nazareth Pereira 32 – 10/07/1853 a 04/07/1855 Me. Cândida de Jesus (foi eleita para completar o triênio pela impossibilidade física de Me. Regente) 33 – 04/07/1855 a 20/07/1858 Me. Maria de Nazareth Pereira 34 – 20/07/1858 a 30/07/1861 Me. Maria de Nazareth Pereira 35 – 30/07/1861 a 28/07/1864 Me. Maria de Nazareth Pereira 36 – 28/07/1864 a 18/04/1867 Me. Maria de Nazareth Pereira 37 – 29/05/1867 a 03/10/1870 Me. Silvana Maria de Jesus Entrada 24/07/1852 Falecimento 24/06/1882 38 – 03/10/1870 a 15/11/1873 Me. Maria José de Jesus Entrada 16/09/1843 Falecimento 16/09/1885 39 – 15/11/1873 a 09/09/1877 Me. Antônia Maria de Jesus Entrada 01/11/1858 Falecimento 08/06/1936 40 – 09/09/1877 a 12/01/1881 Me. Anna Wenceslina de Jesus Entrada 08/12/1854 Falecimento 13/08/1900
41 – 12/01/1881 a 22/06/1855 Me. Antônia Maria de Jesus
51 – 31/12/1910 a 16/01/1914 Me. Esmeria do Coração de Jesus
42 – 22/06/1885 a 15/07/1888 Me. Antônia Maria de Jesus
52 – 16/01/1914 a 01/06/1917 Me. Esmeria do Coração de Jesus
43 – 15/07/1888 a 22/02/1892 Me. Anna Joaquina de Jesus Entrada 25/03/1865 Falecimento 18/05
53 – 01/06/1917 a 26/11/1920 Me. Francisca Rosa do Coração de Jesus Entrada 30/07/1891 Falecimento 10/01/1972
44 – 22/02/1892 a 04/06/1895 Me. Antônia Maria de Jesus (Saiu para tratamento de saúde em 27/11/1892)
54 – 26/11/1920 a 27/11/1923 Me. Francisca Rosa do Coração de Jesus
45 – 04/06/1895 a 09/06/1898 Me. Antônia Maria de Jesus 46 – 09/06/1898 Irmã Mafalda da Assunpção (não aceitou o cargo) Entrada 28/10/1866 Falecimento 31/07/1942 47 – 06/08/1898 a 06/08/1901 Me. Ritta Cândida de Jesus Entrada 27/08/1884 Falecimento 28/03/1917 48 – 06/08/1901 a 23/08/1904 Me. Ricardina Eulália do Coração de Jesus Entrada 21/10/1878 Falecimento 08/12/1925 49 – 23/08/1904 a 27/08/1907 Me. Silvéria Maria da Conceição Entrada 25/03/1865 Falecimento 16/06/1925 50 – 27/08/1907 a 31/12/1910 Me. Esmeria do Coração de Jesus Entrada 02/02/1892 Falecimento 21/06/1933
55 – 27/11/1923 a 23/12/1927 Me. Ricardina Eulalia do Coração de Jesus 56 – 23/02/1927 a 25/04/1930 Me. Francisca Rosa do Coração de Jesus 57 – 25/04/1930 a 20/12/1932 Me. Francisca Rosa do Coração de Jesus
Abadessas do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas (1933 a 1992) 1 – 20/12/1932 Nomeação da Madre Ignes de Sant’Ana Falecimento 13/09/1959 2 – 20/04/1933 a 16/08/1945 Me. Ignes de Sant’Ana 3 – 16/08/1945 a 04/10/1948 Me. Ignes de Sant’Ana 4 – 04/10/1948 a 06/10/1951 Me. Ignes de Sant’Ana 5 – 06/10/1951 a 19/08/1954 Me. Ignes de Sant’Ana
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6 – 19/08/1954 a 06/08/1957 Me. Ignes de Sant’Ana 7 – 06/08/1957 a 06/08/1960 Me. Francisca Rosa do Coração de Jesus 8 – 06/08/1960 a 06/08/1963 Me. Maria Otília de Santa Beatriz Entrada 10/04/1933 Falecimento 17/10/1987 9 – 06/08/1963 a 06/08/1966 Me. Maria Otília de Santa Beatriz 10 – 06/08/1966 a 08/08/1969 Me. Maria Otília de Santa Beatriz 11 – 20/09/1969 Me. Maria Otília de Santa Beatriz No dia 19/09/1972 o mandato de Me. Maria Otília foi prorrogado por tempo indeterminado 12 – 29/03/1973 a 29/03/1976 Me. Maria da Imaculada Conceição Entrada 24/02/1947 (foi transferida para o Mosteiro de São José de São João Del Rei) 13 – 29/03/1976 a 07/10/1980 Me. Maria Otília de Santa Beatriz 14 – 07/10/1980 a 01/11/1983 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia Entrada 26/07/1955 15 – 01/11/1983 a 16/10/1986 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia 16 – 16/10/1986 a 31/10/1989 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia 17 – 31/10/1989 a 02/12/1992 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia
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18 – 02/12/1992 a 15/02/1996 Me. Maria Auxiliadora Entrada 28/10/1961 19 – 15/02/1996 a 02/03/1999 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia 20 – 02/03/1999 a 05/03/2002 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia 21 – 05/03/2002 a 19/03/2005 Me. Maria Auxiliadora 22 – 19/03/2005 a 08/03/2008 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia 23 – 08/03/2008 a 08/03/2011 Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia 24 – 08/03/2011 a 30/05/2014 (mandato prorrogado para aguardar a presença do bispo na presidência da eleição) Me. Maria Imaculada de Jesus Hóstia 25 - 30/05/2014 Me. Maria Auxiliadora
Reprodução de Documentos
Recibo da primeira prestação referente à construção do novo recolhimento por João Álvares da Costa. 08/12/1733
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TransferĂŞncia das recolhidas para o novo prĂŠdio. 25/12/1743
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Modificação no contrato de João Álvares da Costa (construção da cimalha externa em madeira). 06/12/1747
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Solicitação da Madre Regente para translação dos ossos dos fundadores, inclusive Félix da Costa, para o novo recolhimento. 1749
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Declaração das recolhidas sobre a construção da Ala direita e Mirante por Ignácio Côrrea Pamplona. 09/11/1770
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Registro sobre a Irm達 Germana. 17/09/1843
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Registro sobre a Irmã Germana assinado por Dom Luis Antônio dos Santos, 1º bispo da diocese do Ceará. 14/02/1872
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Portaria de Dom Viçoso sobre permuta dos bens de raiz do Recolhimento por Apólices da Dívida Pública. 27/03/1848
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Solicitação da confirmação dos Estatutos do Colégio e Recolhimento de Macaúbas. 01/03/1854
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Documento do bispo Dom Antônio Maria Corrêa de Sá e Benevides sobre libertação dos escravos de Macaúbas. 30/06/1880
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Carta endereçada ao padre Joaquim José de Oliveira Lana, capelão, referente à visita de Dom Pedro II à Macaúbas que ocorreria nos próximos dias. 31/03/1881
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Telegrama do Monsenhor Aloísio Massela, Núncio Apostólico, comunicando o deferimento do pedido para vinculação de Macaúbas à Ordem da Imaculada Conceição. 30/12/1932
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Comunicação da execução do rescrito da Sagrada Congregação das Religiosas. 16/01/1933
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Registro da entrada da Madre Maria OtĂlia de Santa Beatriz. 10/04/1933
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Decreto de Tombamento estadual do Mosteiro de MacaĂşbas. 22/08/1978
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Fotografias
Recolhidas de Macaúbas (foto anterior à vinculação à Ordem da Imaculada Conceição)
Cerimônia de recepção às Irmãs fundadoras do Mosteiro. À direita, Padre Acácio Marques. Ao centro, crianças representam as recolhidas, as irmãs concepcionistas e a ordem franciscana.
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Irmãs fundadoras do Mosteiro. Madre Ignes de Sant’Ana (acima), Sóror Amália de Santa Cecília e Sóror Angelina de Santo Antônio
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Desenho
Desenho do retรกbulo da Capela dos Aflitos. Acervo do IEPHA/MG (desenho de Gilma de Souza, 1984)
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Professora Cleyr Maria Vaz de Mello (sentada): Sempre presente na vida de Macaúbas – Acervo Mosteiro Nascida em 10/12/1929, faleceu em 03/07/2010.
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Arquivo do Mosteiro antes da organização feita pela professora Cleyr. Toda a documentação encontrava-se em caixas na Capela de Nossa Senhora do Carmo (1980 - Acervo IEPHA/MG).
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Inauguração da Casa de Retiro Santa Beatriz e missa comemorativa do término da segunda etapa das obras de restauração. Foto: Acervo IEPHA/MG - 1996.
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Jardim interno visto do corredor do Claustro – Foto: Luiz Fernando Ferreira
Desenho do Recolhimento e algumas benfeitorias (s/d)
Foto da fachada posterior de uma das benfeitorias, já demolida, na qual funcionava o moinho e a roda d’água. A edificação é a primeira à direita no desenho acima. (Acervo IPHAN – Década 1940/50)
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Porta de entrada da Capela de Nossa Senhora da Conceição – Foto: Luiz Fernando Ferreira
Nós vos damos Graças por todos os vossos benefícios, ó Deus Onipotente que viveis e reinais, pelos séculos Amém!
Impressão patrocinada pela Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia. A renda da venda da publicação Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas: cronologia 1708/1994 é revertida para as ações de preservação e manutenção do complexo tombado do Mosteiro de Macaúbas, em que se destaca a impressionante marca de cerca de 6.500 m² de construção originária do século XVIII.
– 2014 – 590º aniversário de nascimento de santa Beatriz da Silva e Menezes 300º aniversário de criação da Comarca do Rio das Velhas 158º aniversário da restauração da Vila de Santa Luzia 81º aniversário de vinculação de Macaúbas à Ordem da Imaculada Conceição
Este livro foi composto com tipologia FreesiaUPC e em corpo 14/15. O miolo foi impresso em papel apergaminhado 90g e a capa, em papel supremo 250g. Impresso na grรกfica O Lutador em outubro de 2014.