bússola © LUDOVIC FRANÇOIS
número 54 | MAIO 2017
> PE. JOSÉ CORDEIRO, SBD
DESAFIA-TE
#TEMCAUTELA Este título, para os mais jovens, pode parecer da autoria do vosso avô. Mas não. Foi dito por alguém mais jovem do que tu, há cem anos atrás! São palavras do Francisco Marto, o Pastorinho de Fátima, que por estes dias foi (vai ser) canonizado, isto é, declarado Santo. A história foi mais ou menos assim. Francisco gostava de contemplar a natureza e louvar a Deus por ela. Além disso, tinha uma particular afeição pelos pássaros que tantas vezes ouvia cantar, nos campos. Um dia, um menino da sua idade apanhou um passarinho. O pastorinho, que não gostava de o ver preso, disse ao outro que lhe pagava para libertar o passarinho. O menino aceitou e Francisco pediu dinheiro emprestado a uma pessoa amiga, para pagar o resgate. Depois, segurou no
passarinho, lançou-o ao ar e disse-lhe: “Voa para longe. E tem cautela, não voltes a deixar-te apanhar.” Estamos a celebrar o Centenário das Aparições em Fátima. Sigamos o exemplo de Nossa Senhora, do Francisco e das pastorinhas e vivamos livres de tudo o que nos possa aprisionar. É fácil cair na armadilha e deixar-se encarcerar pelo ódio, por vícios ou por companhias que só nos fazem mal. Desafia-te e tem cautela parecem contraditórios. Mas não. Trata-se do equilíbrio entre o arriscar, o não ficar parado e o uso de uma certa prudência, da cautela. Tens uma vida pela frente, muitas experiências para colecionar, mas recorda-te que em certas situações
ficamos mais vulneráveis do que o passarinho. Por último, neste tempo pascal, recordemos que também Jesus pagou um resgate por nós, bem maior que as moedas do Francisco. Ele entregou a sua vida por nós, não para que fiquemos prisioneiros, mas que vivamos em liberdade, para que tenhamos vida, e a tenhamos em abundância.
> VATICAN.VA
PALAVRAS DO PAPA
IMPELIDOS PARA A MISSÃO
© MAZUR, CATHOLICNEWS.ORG
PARA REZAR Sede minhas testemunhas Em tempo pascal ressoa continuamente o convite do Senhor: “Sede minhas testemunhas!” Neste convite que é também uma ordem, que eu veja, Senhor, o caminho a seguir, a meta a alcançar, o sonho a concretizar.
nue a iluminar os nossos caminhos, a percorrer as vias intransitáveis da comunicação entre os homens, a abrir os corações encarcerados pelo egoísmo que destrói e aniquila o que de mais belo há no mundo – o ser humano.
Nada e ninguém neste mundo pare o meu desejo de seguir o teu convite, de ser a tua testemunha, de ser o sinal do teu imenso amor pela humanidade.
Senhor, dá-nos a força que dimana da tua presença de ressuscitado, ajuda-nos a crer com a audácia que brota da tua palavra salvadora: “Não temais, estarei convosco até ao fim dos tempos”.
O que os olhos viram, os ouvidos ouviram não pode ser abafado. A força do teu Espírito, Senhor, conti-
> IR. ANA CARVALHO, FMA
Quem se deixou atrair pela voz de Deus e começou a seguir Jesus, rapidamente descobre dentro de si mesmo o desejo irreprimível de levar a Boa Nova aos irmãos, através da evangelização e do serviço na caridade. [...] Com efeito, o discípulo não recebe o dom do amor de Deus para sua consolação privada; não é chamado a ocupar-se de si mesmo nem a cuidar dos interesses duma empresa; simplesmente é tocado e transformado pela alegria de se sentir amado por Deus e não pode guardar esta experiência apenas para si mesmo: «a alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária» (Evangelii gaudium). Por isso, o compromisso missionário não é algo que vem acrescentarse à vida cristã como se fosse um ornamento, mas, pelo contrário, situa-se no âmago da própria fé [...]. Se experimentamos em nós muita fragilidade e às vezes podemos sentir-nos desanimados, devemos levantar a cabeça para Deus, sem nos fazermos esmagar pelo sentimento de inaptidão nem cedermos ao pessimismo, que nos torna espetadores passivos duma vida cansada e rotineira. Com certeza não faltam as interrogações ao falarmos da missão cristã: Que significa ser missionário do Evangelho? Quem nos dá a força e a coragem do anúncio? Qual é a lógica evangélica em que se inspira a missão? Podemos dar resposta a estas questões, contemplando três cenas evangélicas: o início da missão de Jesus na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4, 16-30); o caminho que Ele, Ressuscitado, fez com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35); e, por último, a parábola da semente (cf. Mc 4, 26-27). Da Mensagem para o 54.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 7 de maio de 2017
> JOTA LLORENTE, SDB, ANS
“CERTO DIA DERAM-ME UM LIVRO DE DOM BOSCO E EU DISSE: QUERO SER COMO ESTE PADRE”
para pensar «AO LONGO DOS TEMPOS, CRISTO NÃO SE CANSA DE NOS PROCURAR, SEUS IRMÃOS PERDIDOS NOS DESERTOS DO MUNDO». > TWEET DO PAPA FRANCISCO @PONTIFEX
ENCONTROS COM
DOM BOSCO MAIO
Jota Llorente, numa entrevista, responde a uma série de perguntas para conhecer o mistério de alguém que é músico, fotógrafo, artista e, além de tudo disso, sacerdote. Comecemos pela sua apresentação. Sou salesiano e sacerdote, e vivo atualmente em Atocha. Fui educador social no bairro de Pan Bendito. Sou fotógrafo, designer gráfico e, algumas vezes, também canto. Como conheceu os Salesianos? Como não podia ser de outro modo, na rua. Tinha eu uns 18 anos e organizava atividades para meninos de um bairro complicado de Burgos. Alguém me disse que devia conhecer alguns padres que tinham chegado para fazer algo semelhante e parecia que o faziam bem. Como surgiu a sua vocação de Salesiano? Continuei com as minhas atividades no bairro, mas às vezes colaborava com o Centro Juvenil Illera e comecei a participar da vida de um grupo e das orações. Certo dia deram-me um livro de Dom Bosco e eu disse: quero ser como este padre.
Qual foi o facto da vida de Dom Bosco que atrai a sua atenção? São vários. Depende muito do momento vital em que me encontre, particularmente nas três biografias que Dom Bosco escreveu sobre Domingos, Miguel Magone e Francisco Besucco. Depois de os conhecer, pede-lhes para mudarem alguma coisa na própria vida, mas a partir de própria realidade concreta e sempre ao serviço de Deus e dos companheiros do Oratório. Saber dizer a cada jovem o que ele precisa para crescer como pessoa e como cristão, parece-me de uma perspicácia que poucas pessoas possuem. Como vê os jovens desta geração em relação à Igreja? Falamos uma linguagem arcaica, as nossas igrejas parecem mais museus do que espaços de culto, e é preciso compreender e decifrar cada um dos ritos para que tenham sentido. Vistas as coisas desse modo, parece que a aproximação é um tanto complicada: os jovens acusam-nos de sermos retrógados e nós acusamo-los de não se comprometerem, mas esquecemos que a chave está em aproximar-se deles para lhes dizer que Deus os ama e espera muito de cada um deles, e que
MANIQUE ESTORIL LISBOA SECUNDÁRIO PORTO MOGOFORES
5, sexta-feira
MANIQUE 2.º e 3.º Ciclo POIARES
10, quarta-feira
MOGOFORES
13, sexta-feira
LISBOA 3.º Ciclo
19, sexta-feira
ÉVORA
26, sexta-feira
CABO VERDE
27, sábado
devem viver essa experiência pessoalmente. O que acredita que Dom Bosco diria aos jovens de hoje? Brinquem, corram, pulem... permaneçam nas redes sociais, gravem vídeos, apresentem-nos no YouTube, joguem videogames, ouçam música, dancem, saiam à noite, mas, por favor, não pequem!
dia mjs
Fátima 20-21 maio
> INFO ANS
TRABALHO PARA CASA
ANIMAIS FEROZES
REITOR-MOR VISITA KAKUMA
3 P DE FÁTIMA > PE. DAVID TEIXEIRA, SDB
Estando no mês de maio é quase obrigatório que o TPC deste mês esteja relacionado com Maria. Este ano, ainda mais, uma vez que no dia 13 de maio iniciamos o centenário das Aparições em Fátima.
O desafio deste mês – e porque não até outubro? – é pôr em prática a mensagem de Fátima e que, para “facilitar a vida”, resumo em 3 vezes p.
No dia 24 de abril de 2017, o Reitor-Mor dos Salesianos, Pe. Ángel Fernández Artime, visitou o Campo de Refugiados das Nações Unidas de Kakuma, no Quénia, onde os Salesianos de Dom Bosco trabalham desde 1993. Antes de entrar no Campo, o Reitor-Mor visitou o local onde irá surgir uma nova Escola Técnica Salesiana, que servirá também à população local, os “Turkana”. De seguida, após ser acolhido à porta do campo com cantos e bailados tradicionais por um grupo de refugiados, o Reitor-Mor reuniu-se com a Comunidade religiosa salesiana e almoçou com o pessoal das Organizações Não Governamentais que trabalham com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Kakuma. “Nós falamos da nossa opção preferencial pelos pobres; mas vós estais exatamente no meio deles”, afirmou aos Salesianos da Comunidade. O Campo para Refugiados de Kakuma, no Quénia, foi criado em 1992 para acolher a população em fuga da guerra no Sudão. Estende-se por uma área de 15 km2, e tem capacidade para acolher 125 mil pessoas, mas acolhe atualmente mais de 156 mil. No terreno, as Nações Unidas, apoiadas por várias entidades, entre elas os Salesianos, ajudam a reconstruir vidas. Com a ajuda de vários organismos das Nações Unidas, Organizações Não-
• P de paz: reza diariamente pela paz, tão necessária, no mundo. -Governamentais e outras entidades, satisfazem-se necessidades básicas: segurança, alojamento, alimentação, cuidados de saúde. Mas para muitos a condição de refugiados ou deslocados prolonga-se por vários anos, e entre as preocupações das Nações Unidas e dos seus parceiros no terreno está a reconstrução das vidas e a criação de meios de subsistência para as famílias refugiadas. Os Salesianos de Dom Bosco trabalham no Campo de Kakuma desde 1993 e são com o Conselho Norueguês para os Refugiados as duas únicas instituições que oferecem formação profissional no campo. Através da formação, com apoios à criação de pequenos negócios, com o ensino de técnicas de cultivo, ajudam a criar essas condições, melhorando as vidas das famílias dentro do campo e capacitando para futuramente reconstruírem as suas vidas e os seus países de origem. Todos os anos, milhares de jovens e adultos residentes do campo de Kakuma e alguns quenianos frequentam estes cursos, que no final dão acesso aos exames estatais de qualificação de nível III e II. Em 2016, dos 3.095 inscritos, 2.086 concluíram o curso até ao final do ano. LER MAIS: bit.ly/2nEjQB8
• P de perdão: aproxima-te do nosso Deus misericordioso e do seu perdão, através do sacramento da reconciliação; perdoa mais amiúde, sê misericordioso; reza pelos pecadores para que se aproximem da misericórdia e do perdão de Deus. Pondo isto em prática estarás também a trabalhar pela paz. • P de Papa: na pessoa do Papa, reza pela Igreja e vive em Igreja, para que ela seja, cada vez mais, a casa da ternura de Deus. Oferece também a tua confissão, comunhão – na Eucaristia – e os teus sacrifícios por cada uma destas intenções.
bússola número 54 MAIO 2017
JORNAL DA EQUIPA DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL SALESIANA GOSTAVAS DE CONHECER MELHOR A VOCAÇÃO SALESIANA? CONTACTA-NOS! vocacoes.salesianos.pt vocacao@salesianos.pt