NÚMERO 59 JANEIRO 2018
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T: PE. JOÃO CHAVES joao.chaves@salesianos.pt
EDITORIAL
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Com facilidade associamos jovens a vida e entusiasmo. Jovens como tu, cheios de saúde e de sonhos, com muita vida e alegria, que correm, jogam e todos os dias constroem coisas novas. E se isso é verdade, não é porém menos verdade que muitos são os Salesianos que trabalham com jovens que vivem sérias dificuldades por causa da falta de saúde, de má alimentação, sem casa e sem família. Também esses são amados por Deus, e por isso também eles são amados pelos Salesianos. Nada de novo na história salesiana. Quando em 1854 a cólera afetou muitas pessoas em Turim, D. Bosco desafiou os seus alunos a sair para as ruas e casas da cidade levando ajuda e conforto aos doentes desta doença. Porque o amor cristão não se reduz a uma teoria ou às quatro paredes de uma igreja, mas é experiência
concreta. Faz-se ação aquilo que levamos no coração. Trata-se de sair para as periferias como repete constantemente o Papa Francisco. É preciso ir, tocar, ajudar, servir. Uma experiência que transforma não só o necessitado, mas também quem dele cuida. Ao servirmos o outro servimos Jesus e aprendemos com Ele aquilo que falta à nossa vida, escutamos aquilo que Ele nos quer dizer. E do cuidado do corpo chegamos com facilidade a importância de cuidar da saúde da alma. Não fiques indiferente, não tenhas medo de sujar as mãos, não olhes para o lado. Deus espera-te nos que mais precisam e através deles quer-te falar ao coração. Se tiveres oportunidade serve, ama, ajuda. Sai do sofá e verás que uma nova luz nasce na tua vida.
T: PE. SÍLVIO FARIA, SDB silvio.faria@salesianos.pt
SANTIDADE SALESIANA
LUIS VARIARA
HOGARSANLUIS.ORG
Luis Variara nasceu a 15 de janeiro de 1875 na Itália. Foi a Dom Bosco que o pai, a 1 de outubro de 1887, confiou o seu filho para que o conduzisse a Valdocco. O Santo dos jovens morrerá quatro meses depois, mas o facto de o ter conhecido foi suficiente para marcá-lo para toda a vida. Ele mesmo recorda assim o encontro: “Eu procurava com afã o modo de meter-me num lugar que pudesse vê-lo, aí dirigiu-me um doce olhar. Não sei o que senti naquele momento… foi algo que não consigo exprimir! Aquele dia foi um dos mais felizes para mim; estava consciente de ter conhecido um Santo”. Pediu para fazer-se Salesiano: entrou no noviciado a 17 de agosto de 1891 e concluiu-o a 3 de outubro de 1892 com os votos perpétuos nas mãos do 1.º sucessor de Dom Bosco, o Beato Miguel Rua, o qual lhe sussurrou ao ouvido: “Variara, não variar!”. Foi como missionário para a Colômbia e chegou a Agua de Dios a 6 de agosto de 1894. Trabalhou num lazareto que compreendia 2.000 habitantes dos quais 800 leprosos. Entregou-se totalmente à sua missão. Dotado de qualidades musicais, organizou uma banda que criou logo um clima de festa na “cidade da dor”. Transformou a tristeza do lazareto com a alegria salesiana, com a música, o teatro, o desporto, o estilo de vida do oratório salesiano. Morreu a 1 de fevereiro de 1923 aos 48 anos de idade e 24 de sacerdócio. Soube conjugar em si e na obediência religiosa a mais ilimitada fidelidade à obra que o Senhor lhe pedia.
T: IR. ANA CARVALHO, FMA anajcfma@hotmail.com
PARA REZAR PENSAR EM D. BOSCO Dizer Janeiro é pensar em D. Bosco, nos jovens, nos inícios desta grande família dispersa pelo mundo; é pensar e rezar por tantos SDB, FMA, educadores, voluntários, colaboradores que entregam as suas melhores energias
por esta grande causa: a educação dos jovens. É um mês de gratidão e de louvor. Um exército imenso espalhado pelos cinco continentes luta pela dignidade e humanidade dos mais frágeis e dos mais desprotegidos da sociedade: as crianças e jovens. Senhor, vela por uns e por outros; a uns dá coragem e força para enfrentarem as forças adversas à paz e a outros a esperança de um encontro que perspetive um futuro feliz.
UM PADRE SALESIANO PODE SER PADRE DIOCESANO? Não, apesar de São João Bosco, fundador dos Salesianos, ser um sacerdote diocesano, isto é, um sacerdote incardinado numa diocese, dependente diretamente do bispo e a servir a diocese nos serviços que lhe sejam pedidos pelo bispo, seu ordinário. Os Salesianos, ou qualquer outra ordem religiosa ou Congregação de direito pontifício, conhecidos como “religiosos”, têm um superior ao interno da congregação que é o seu legítimo “ordinário”. As Congregações caracterizam-se por terem um carisma e uma missão específica na vida da Igreja. Nós Salesianos, dedicamo-nos sobretudo à juventude, como religiosos vivemos em comunidades fraternas nas quais partilhamos tudo. E como consagrados fazemos três votos: obediência, pobreza e castidade. Assim é com a vocação!
ENCONTROS COM D. BOSCO 5 JAN MANIQUE E ESTORIL (Secundário) ESTORIL (3.º Ciclo) POIARES MOGOFORES 10 JAN MANIQUE (2.º + 3.º Ciclo) 26 JAN ÉVORA 27 JAN MIRANDELA
T: VÁRIOS AUTORES
ÉVORA
ALUNOS SALESIANOS PARTICIPAM NO “ENCONTRO COM D. BOSCO” DE NATAL
“A verdadeira felicidade deve ser procurada em Deus. Só Deus pode satisfazer a necessidade mais profunda do nosso coração!” Estas palavras do Papa Emérito Bento XVI dirigidas a jovens ingleses de escolas católicas podem resumir o tema do Encontro com D. Bosco realizado na Escola Salesiana de Évora nos dias 17 a 19 de dezembro. Estiveram presentes os alunos das Escolas Salesianas de Poiares, Mogofores, Estoril, Manique e Évora. Éramos ao todo cerca de 50! O tema do ECDB foi “O Primado de Deus”, isto é, a importância – o primeiro lugar – de Deus na nossa vida. Mas como aprender a viver assim?! Para ajudar a caminhar para Deus recebemos três propostas para trabalhar o tema. A primeira proposta foi “Conhecer Jesus para reconhecê-Lo (na minha vida)” na qual debatemos e partilhámos em pequenos grupos as seguintes questões: identificar as minhas prioridades, quem é Deus para mim. O Papa Francisco pergunta-nos: “interessa-me mesmo conhecer Jesus? Conhecê-Lo é realmente importante para mim?” O Papa ensina como conhecer Jesus: “Para conhecer Jesus existe o Espírito Santo. O Espírito Santo faz o trabalho.
Esta é a semente. Quem faz germinar e crescer a semente é o Espírito Santo”, explica o Papa. Outra proposta foi “(C)oração, fonte de Amor”. Reconhecer a oração como indispensável para alimentar a relação de amizade com Deus. Mas como rezar? Que tipos de oração existem? Quais as diferentes maneiras de rezar? Nesta proposta foi possível aprendermos um pouco sobre a relevância da oração no quotidiano da vida. Num texto sobre a oração o Papa Bento XVI deixa-nos um desafio: “Peço-vos que olheis dentro do vosso coração todos os dias, a fim de encontrar a fonte de todo o amor autêntico. Jesus está sempre ali, esperando tranquilamente que nos possamos unir a Ele e escutar a sua voz. No profundo do vosso coração chama-vos a dedicar algum tempo com Ele na oração”. Contudo, a oração é exigente, requer tempo e fidelidade. O Papa escreve que a verdadeira oração “exige que encontremos um momento de silêncio todos os dias. Temos necessidade de dar espaço ao silêncio, porque é no silêncio que encontramos Deus, e é no silêncio que descobrimos quem realmente somos”. Nos pequenos grupos estas palavras
tocaram o nosso coração e animaram-nos a conhecer Jesus na oração. A última proposta foi “Seguir Jesus com simplicidade”. Para isso somos convidados a agradecer a nossa vida como dom gratuito e generoso para doá-la no serviço como resposta ao amor de Deus. Assim a nossa vida será testemunho cristão de santidade. O Papa Bento, noutro texto sobre a santidade, diz aos jovens: “O que Deus mais deseja para cada um de vós é que vos torneis santos. Ele ama-vos muito mais do que podeis imaginar, e deseja o máximo para vós. E para vós, o melhor que existe é crescer em santidade”. Podemos reconhecer se Deus tem o primeiro lugar (o tal primado!) na nossa vida se escolhemos esta atitude interior de entrega e serviço. Portanto, diz o Papa Bento, para viver com esta capacidade “todos os dias devemos escolher amar e isto requer uma ajuda, a ajuda que provém de Jesus Cristo, da oração, da sabedoria que se encontra na sua Palavra e da graça que Ele infunde em nós por intermédio dos sacramentos da sua Igreja”. Este foi o conteúdo mais importante que aprendemos e partilhámos nos dias do Encontro com D. Bosco. Como momento central do encontro celebrámos em comunidade a Eucaristia diária na igreja de N.ª Sr.ª Auxiliadora. Ainda em comunidade lemos textos de S. João Bosco dirigidos aos jovens com conselhos para fortalecer as virtudes cristãs de uma vida de santidade. No tempo livre houve tempo para passear, visitar a Catedral de Évora, jogar, correr e brincar com os amigos. Nos serões fizemos jogos de apresentação, escutámos a partilha de um casal cristão sobre a vivência da fé em família e vimos um filme bíblico em desenhos animados relacionado com o tema do encontro. E às refeições pudemos conhecer e conversar com os alunos das outras Escolas. Agradeçamos a Deus a hospitalidade e o serviço da Escola que possibilitou a realização deste Encontro de Natal! No início de julho encontrar-nos-emos para os ECDB de verão em Poiares.
ANS
T: PE. DAVID TEIXEIRA, SDB david.teixeira@salesianos.pt
ESCUTAR A DEUS E A SUA VONTADE Deus é Alguém que interage e comunica connosco, dá-se a conhecer e dá a conhecer a sua vontade para que, segundo a expressão de Dom Bosco, sejamos felizes aqui e na eternidade. Para escutares atentamente o que Ele partilha contigo, proponho-te 5 passos... 1. Deseja escutá-l’O e, para isso, coloca-te numa atitude de escuta a Deus. 2. Quando não consegues escutá-l’O, fica tranquilo: Ele fala quando quer – não quando tu queres – e a seu modo, que nem sempre entenderás. 3. Pelo seu Espírito, pede que te conceda um coração puro e livre para entenderes o que te sugere. 4. Confirma com alguém mais experiente o que escutaste e entendeste d’Ele. Mas recorda que o que não está de acordo com a alegria de Deus e com a vida e salvação tua e dos outros, não pode vir d’Ele. 5. Leva para a tua vida aquilo que escutas de Deus para que dê frutos e muitos possam disfrutar. Como TPC deste mês, de segunda a sexta, põe em prática cada um dos 5 pontos.
T: MENSAGEM DA CASA GENERALÍCIA, ROMA/ANS
ANIMAIS FEROZES
FOI UM NATAL TRISTE PARA MILHÕES DE CRIANÇAS Neste Natal o Papa Francisco pediu a todos os de boa-vontade para reconhecerem no rosto das crianças que sofrem o rosto do Menino Jesus, para pensarem nas muitas crianças que em todo o mundo são vítimas da guerra, da violência e que são forçadas a deixar as suas casas, as suas terras e os seus países. Para perceber de facto o que isto significa, apresentamos alguns dados. Em 2017 morreram 400 crianças a tentar a travessia do Mediterrâneo entre a Líbia e a Itália. Milhares de crianças foram vítimas de abusos, exploradas, escravizadas e detidas enquanto tentavam atravessar a Líbia. A UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância, tem-no dito à Europa e ao mundo: cerca de 50 milhões de crianças estão em trânsito migratório. Destes, 28 milhões tiveram que abandonar as suas casas por causa da guerra. Só em 2017 cerca de 15 mil crianças
chegaram sozinhas a Itália depois de atravessarem o Mediterrâneo. Na generalidade dos casos, as viagens foram feitas por organizações de tráfico de seres humanos. O número de rapazes em idade escolar que não frequentam a escola ascende a 12,8%, isto é, 135 milhões. De sublinhar que 40% destes futuros adultos sem qualificações vivem em zonas do mundo subdesenvolvidas ou em conflito. Não obstante o progresso conseguido a nível global, uma em cada 12 crianças enfrenta piores perspetivas de futuro do que os seus progenitores enfrentaram. 180 milhões de crianças vivem em 37 países em que a probabilidade de viver em pobreza extrema, de não frequentar a escola ou de morrer de forma violenta é maior hoje do que há 20 anos. Parece até que não conseguimos ver isto: que o futuro de muitas crianças de hoje piorou. É algo que nos deve fazer pensar.
Um padre tem de fazer uma operação difícil. Antes da anestesia, diz sorrindo ao médico: “Por favor, senhor doutor, Deus deu-me a vocação de padre, não de mártir”.