Azedume

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AZEDUME O que me estava fazendo “um homem azedo?”. Não só azedo, mas me fazendo um “azedador” em quase todos os lugares e com quase todas as pessoas?

O dicionário Aurélio define “azedo” como “o que é ácido ao paladar e ao olfato”. Diz-se do alimento que a fermentação estragou, azedado, acre (áspero, ríspido, violento), e acerbo (cruel, duro, difícil, mordaz, amargoso). Figuradamente, significa alguém mal humorado, agastado, irritado, violento, áspero, desabrido (rude, grosseiro, áspero, violento, insolente e inconveniente). Popularmente amargo ou amargoso. “Azedume” é definido como “acidez, acrimônia (azedar-se, acidificar-se), irritação, exasperação (exasperar: tornar áspero, enfurecido, irritar muito, encolerizar, enfurecer, etc)”. Não, não é aula de português... Quero, apenas, deixar falar meu coração e compartilhar com o amado leitor uma experiência por mim vivida ha pouco tempo. Minha mulher normalmente é uma pessoa equilibrada, sensata, calma e tranqüila – além de ser uma pessoa amiga e muito amável. Ela irradia isso constante e diariamente. Classifico-a de mulher de Deus, de fato! Estamos casados ha seis anos e raramente a vi tão áspera, brava e irritada como quando ela me disse com todas as letras: “você está um homem azedo”. Imagine o choque que levei... Fiquei sem resposta e ação. Meu pensamento imediato foi: com que autoridade ou permissão ela me está falando desta maneira... Será que perdeu o respeito por mim? Será que ficou louca? Ou, sendo serva de Deus como é, será que não está na unção e inspiração do Espírito Santo sendo a Sua própria voz para me conduzir de volta à mansidão -que é uma das nove características do Seu fruto? Sabe? Não foi nada fácil, para um “machão” como eu, admitir que ela estava coberta de razão. Para admitir e assumir que eu estava azedo foi preciso alguns meses de introspecção, oração análise e policiamento no meu comportamento, sobretudo, em minhas reações. Imagine que decepção comigo mesmo ao constatar que ela estava com a razão. Eu queria morrer de vergonha – eu que me julgava um homem manso e humilde (e o era... só no coração porque no resto, que decepção comigo mesmo). E mais: como foi horrível conviver com a expressão “você está um homem azedo!...”. O que me estava fazendo “um homem azedo?”. Não só azedo, mas me fazendo um “azedador” em quase todos os lugares e com quase todas as pessoas? Que focos de tensão havia dentro de mim para me fazer parecer o


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