QUANDO AS COISAS Nテグ Vテグ BEM
QUANDO AS COISAS Nテグ Vテグ BEM
ANDERSON RIBEIRO
ANDERSON RIBEIRO
Dedicatória À minha amada esposa Irinéia, que foi e é um farol em meio às densas e escuras nuvens do problema. Guerreira tenaz, que transforma
sonhos
em
realidades.
Que,
com
amor,
solidariedade e trabalho, gravou seu nome na tábua do meu coração.
Prefácio A vida não é indolor. Ela nos machuca. Nossa jornada neste mundo não é feita por caminhos atapetados, mas por estradas juncadas de espinhos. Palmilhamos desertos tórridos, descemos a vales escuros e atravessamos pinguelas estreitas, sobre
pântanos perigosos. Aqui, muitas vezes, alimentamo-nos de nossas próprias lágrimas. A dor cruel nos açoita com rigor 3
QUANDO AS COISAS NÃO VÃO BEM
desmensurado. A dor das perdas, do luto e da saudade dói mais do que a dor que fustiga nosso corpo. A dor das lembranças amargas, das doenças crônicas e do pecado que tenazmente nos assediam, acicata nossa mente, nosso corpo e nossa alma. Ninguém, por mais forte, consegue lidar com este sofrimento, estribado em suas próprias forças. Somente a graça de Deus pode nos assistir nestas horas e nos dar ânimo para prosseguir. O apóstolo Paulo, depois de um passado sombrio, quando perseguiu, prendeu e deu seu voto para matar muitos discípulos de Cristo, foi convertido no caminho de Damasco.
Tornou-se o maior missionário e plantador de igrejas da história do Cristianismo. Sua vida, porém, foi timbrada pelo sofrimento. Foi perseguido, preso, açoitado, apedrejado e fustigado com varas. Por onde passou, enfrentou pressões e ameaças. O fato de ser um homem cheio do Espírito não o
isentou de sofrer. Em sua última carta, despedindo-se de Timóteo, seu filho na fé, e preso numa masmorra romana, cônscio de que enfrentaria o martírio, abriu seu coração para dizer que estava enfrentando solidão, abandono, privações, traição e ingratidão. Apesar de tão severo sofrimento, sabia que
não caminhava para um fim trágico, mas avançava a passos largos rumo à glória para receber, do reto Juiz, sua recompensa. Foi a graça de Deus que o manteve de pé nas renhidas batalhas da vida e o capacitou a cantar na prisão. Foi
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a graça de Deus que o consolou nas amargas provações da vida e o revestiu de forças para cumprir cabalmente seu ministério. Foi a graça de Deus que o encheu de doçura e esperança mesmo em face da morte. Nenhum homem tem a capacidade de lidar com o sofrimento à parte da graça de Deus. Somos frágeis vasos de barro. Não podemos ficar de pé escorados no bordão da autoconfiança. Sem a graça a Deus e sem o Deus de toda a graça sucumbimos à dor. Mas, pela graça, somos consolados no sofrimento para
sermos consoladores. Tornamo-nos receptáculos do conforto divino para sermos canais destas ternas consolações. Nem sempre, porém, Deus nos poupa do sofrimento. Nem sempre temos alívio da dor. Nem sempre a cura se torna uma realidade. Mas a graça de Deus jamais nos falta. A graça de Deus é melhor do que a vida. A graça de Deus nos basta. Nestes momentos, o poder de Deus se aperfeiçoa na nossa fraqueza. Como Jó, podemos gritar, mesmo no torvelinho da nossa dor: “Eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará. Vê-lo-
ei por mim mesmo”. Podemos dizer como Pedro: “Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar”. Podemos, dizer 5
QUANDO AS COISAS NÃO VÃO BEM
como Paulo: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação”. Oh, bendita graça! Graça sublime! Graça que nos salva, nos fortalece e nos capacita a lidar vitoriosamente com o sofrimento. O autor
Introdução A escola da vida é diferente da escola convencional. Primeiro nos dá a prova, depois, a lição. Primeiro a dor, depois o aprendizado. Primeiro, o sofrimento, depois o consolo. Paulo,
por exemplo, experimentou alegria no sofrimento. Alegria, apesar dos problemas; alegria, apesar dos difamadores; alegria, apesar da morte. Paulo enfatizou que as coisas espirituais estão acima das materiais; o futuro é melhor do que o presente; e o eterno é mais importante do que o temporal. Paulo aprendeu
não apenas a sobreviver às circunstâncias adversas, mas ainda a gloriar-se nelas e delas sair vitorioso.
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Sempre ouvi dizer que a escola da vida “não é um mar de rosas”. Apesar de esta frase ser ecoada aos quatro ventos nos dias hodiernos, ela me causa certa inquietação, pois vejo que a vida é sim um “mar de rosas”, afinal, rosas também possuem espinhos. Na verdade, muitas vezes, experimentamos mais o
seu ardor do que o perfume suave que as rosas nos proporcionam. Há momentos em que os espinhos são mais frequentes do que o aroma que exala de suas pétalas. Todos nós gostaríamos que fosse ao contrário, mas na grande maioria das vezes não é. Há momentos em que as coisas não vão bem. E é impressionante como as situações difíceis tendem a piorar. Há momentos em que pensamos que estamos vivendo o ápice do problema. Há tempos que nos fazem sentir o apogeu da dor.
Entretanto, se tem uma coisa que aprendemos com o problema é que ele tem a capacidade de piorar. Quando pensamos estar no fundo do poço, de alguma maneira, o poço fica mais
profundo. A dor do problema se torna ainda mais aguda. Esse é o momento em que nos damos conta de que as coisas não vão bem. Com certeza você, caro leitor, já viveu dias como esse. E se 7
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ainda não viveu, prepare-se, pois um dia ele vai bater à sua porta. Querendo você ou não, um dia ele chega. Ele chega para o rico e para o pobre. Para o homem da cidade ou do campo. Chega para o doutor e para o analfabeto. Para o negro e para o branco. O problema não escolhe posição social, não olha para lugar onde você mora, tampouco para a cor de sua pele. Ele simplesmente chega. A pergunta é: o que fazer quando as coisas não vão bem? É baseado nesta pergunta que escrevo mais esta obra, a fim de
ajudá-lo quando este dia fatídico chegar. Com base na vida de Agar, um personagem bíblico, vamos observar situações muito difíceis, como as que vivemos, quais lições podemos aprender e que podem nos ajudar a enfrentar e prevalecer em circunstâncias adversas.
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