Boletim 82

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número 82 | 2ª edição | dezembro de 2011

Matérias

Nozes podem ajudar na prevenção de câncer de mama. pág 02

ARTIGO >> Associação entre sedentarismo e riscos à saúde de adolescentes obesos. pág 03

NOTAS

Vídeo analisa alimentação no SUS Boletim eletrônico quinzenal do Conselho Regional de Nutricionistas - 6ª região Diretoria do CRN-6

Presidente Nancy Aguiar

Vice-Presidente Patrícia Santos Tesoureiro

A Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH),a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/DAB/SAS/MS) e a Organização Panamericana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS) lançaram o vídeo “Falando de Direitos: Alimentação e Saúde no SUS”. O material tem a proposta de motivar a discussão sobre a agenda de nutrição no Sistema único de Saúde (SUS), o papel das ações de nutrição na atenção básica,

a importância de fortalecer esta agenda nas discussões do controle social e gestores locais. O conteúdo traz especialistas, pesquisadores e conselheiros apresentando e comentando experiências de atenção nutricional no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da Segurança Alimentar e Nutricional. O vídeo está disponível no endereço: http://vimeo.com/32862441

Rodrigo Silveira

Secretária Ivany Amaral

Redação e Projeto Gráfico Multi Comunicação Corporativa


número 82 | 2ª edição | dezembro de 2011

Nozes podem ajudar na prevenção do câncer de mama WASHINGTON, DC, ESTADOS UNIDOS

O risco de câncer de mama em ratos diminuiu significativamente quando sua dieta regular incluiu uma quantidade modesta de noz ao longo da sua vida, sugere estudo financiado pela AICR e publicado na revista “Nutrition and Cancer”. O estudo comparou os efeitos de uma dieta típica aos de uma dieta contendo nozes ao longo da vida, desde a concepção, através da mãe, até o desmame e, posteriormente, ao comer o alimento diretamente. A quantidade de noz na dieta-teste é equivalente a cerca de 50 gramas por dia para os humanos. “O que descobrimos foi que o consumo de uma dieta com noz reduziu os tumores mamários em ratos”, disse w. Elaine Hardman, principal pesquisadora do estudo e professora associada na Marshall University’s Joan C. Edwards School of Medicine. ”A redução do tumor foi melhor quando a mãe consumiu as nozes e sua prole também as consumiu ao longo da vida.” “Este é um estudo realizado em animais e por isso ainda não se sabe se os resultados se aplicam aos seres humanos”, disse Alice Bender, gerente de comunicação nutricional do AICR, “mas é interessante e realmente nos mostra como alimentos integrais, como nozes, podem desempenhar um papel na prevenção do câncer”. “O que já está claro é que as pessoas que comem mais alimentos com fibras não-processadas como nozes, legumes, frutas, grãos

integrais e feijões, podem melhorar a saúde e reduzir seu risco de câncer e outras doenças crônicas”, disse Bender. Durante o período do estudo, um grupo de camundongos fêmeas geneticamente predisposto ao câncer de mama foi alimentado com uma dieta contendo nozes. Menos da metade dos descendentes cuja dieta também incluía nozes desenvolveu câncer de mama em comparação com o grupo que não consumiu nozes. Além disso, o número de tumores e seus tamanhos foram significativamente menores. O grupo que consumiu nozes somente após o desmame - a mãe não foi alimentada com nozes - mostrou aproximadamente um terço menos tumores em comparação com os ratos não expostos às nozes. “A pesquisa mostra que a exposição a componentes da dieta durante os períodos de rápido desenvolvimento da glândula mamária faz diferença na incidência do câncer”, disse Hardman. ”Queríamos tentar identificar o efeito das nozes na gestação, bem como na puberdade, dois períodos de desenvolvimento especialmente rápido.” O trabalho destaca que os estudos de modificação dietética não mostram se os benefícios resultam do que é adicionado ou removido de uma dieta. Neste caso, acrescentar gorduras saudáveis e outros componentes significou que a gordura não saudável foi reduzida para manter a gordura

dietética total equilibrada nos ratos. Hardman disse que outros estudos têm mostrado claramente, no entanto, que vários ingredientes nas nozes reduzem o risco de câncer ou retardam seu crescimento. Usando a análise genética, o estudo de Marshall descobriu que a dieta contendo noz mudou a atividade de vários genes relevantes para o câncer de mama em camundongos e seres humanos. Outros testes mostraram que os aumentos de ácidos graxos do ômega-3 não eram os únicos responsáveis pelo efeito anticâncer, e observaram que o crescimento do tumor diminuiu quando houve acréscimo de vitamina E na dieta. “Com as nozes, como acontece com outros alimentos, a pesquisa sugere que é provável que a sinergia entre os componentes levem à redução da incidência de câncer”, disse Hardman. Nozes contêm componentes que podem retardar o crescimento do câncer, incluindo ácidos graxos ômega 3, fitoesteróis, polifenóis, carotenóides e vitamina E. As conclusões destacam o papel vital da dieta na saúde.”Este estudo realmente ressalta a importância de comer alimentos integrais rotineiramente, onde os nutrientes e fitoquímicos trabalham todos juntos para uma melhor saúde e proteção contra o câncer”, disse Bender. Fonte: The American Institute for Cancer Research (AICR)


número 82 | 2ª edição | dezembro de 2011 ARTIGO

Estudo mostra forte associação entre

sedentarismo e riscos à saúde

de adolescentes obesos Priscila Trapp Abbes

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo, incluindo uma pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas, demonstrou que sedentarismo, nível reduzido de HDL, nível aumentado de triglicerídeos, resistência à insulina e hipertensão arterial estão fortemente associados com a obesidade em adolescentes. O estudo, publicado no volume 24 número 4 da Revista de Nutrição, faz parte de pesquisa realizada em quatro escolas públicas de São Paulo, com adolescentes de 14 a 19 anos de idade, pós-púberes, cujo objetivo foi estudar os fatores de risco para obesidade e problemas de saúde associados com esta. O estudo utilizou dados de 151 adolescentes com peso normal e 128 adolescentes obesos, de ambos os sexos. A obesidade é uma doença crônica, complexa e de etiologia multifatorial. Sua prevalência durante a infância e a adolescência aumenta rapidamente tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.

Entre adolescentes brasileiros, a obesidade aumentou 18 vezes no sexo masculino e 4 vezes no sexo feminino nas últimas três décadas. O adolescente obeso apresenta maior risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não degenerativas, como hipertensão arterial, níveis alterados de lipídeos plasmáticos, diabetes, entre outras. A adoção de um estilo de vida pouco saudável com diminuição de atividade física e aumento de atividades sedentárias está fortemente relacionada com o desenvolvimento e a manutenção da obesidade. Neste estudo, o sedentarismo foi avaliado a partir de 15 perguntas que compunham o questionário utilizado e que foram agrupadas em 5 blocos, que incluíram: tempo de exercício físico por semana, tempo de televisão por dia, tempo que dorme manhã/ tarde por dia, tempo sentado por dia, tempo andando à pé ou de bicicleta por dia. O estudo demonstra que tanto para os adolescentes com peso normal quanto para

os obesos, quanto mais sedentário o adolescente é, maiores são as chances de apresentar alteração nos níveis de lipídeos, glicose e insulina sanguíneos, e de pressão arterial. Quando a comparação entre os adolescentes obesos e os adolescentes de peso normal foi feita, os obesos tiveram risco de 3 a 11 vezes maior de apresentar estas alterações e um risco 2 vezes maior de serem sedentários. O estudo reforça a necessidade do desenvolvimento de estratégias para redução do peso corporal por meio de mudanças nos hábitos de vida, incluindo correção do estilo de vida sedentário, aumento da atividade física e desenvolvimento de hábitos alimentares adequados, como parte das políticas e programas de saúde pública, especialmente para essa faixa etária. Artigo reduzido. Para lê-lo na íntegra, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext_pr&pid=S1415-52732011010300003&lng=pt& nrm=iso&tlng=pt

Os artigos publicados neste boletim são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª região.


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