Boletim Eletrônico 100

número 100 | março de 2013

Reunião Consea 2013 No dia 1 de março, a conselheira do CRN6 Ana Glória Ferreira de Araújo, esteve na reunião do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), no Recife. Pernambuco foi o primeiro estado do Brasil a montar o Plano de Segurança Alimentar de 2013 a 2015.

Matérias

Fórum dos Conselhos

A presidente e a secretária do CRN-6, Nancy Aguiar e Rosário Spindola, respectivamente, participaram no dia 1 de março do Fórum dos Conselhos, em Belo Horizonte. No encontro, foram discutidas as pautas dos Regionais que vão apresentar em abril na reunião com o Conselho Federal de Nutricionistas.

Gestão em Saúde de João Pessoa é premiada no Conbran 2012 . pág 02

Ação gratuita No dia 3 de abril, o Conselho antecipa a comemoração do Dia Mundial da Saúde, celebrado dia 7, com prestação de serviços de saúde e nutrição para população. A ação ocorrerá na estação central do metrô no Recife e vai contar com a participação de nutricionistas, técnicos e estudantes de Nutrição no atendimento. Além disso, o evento vai reforçar a divulgação da campanha nacional do CFN e CRNs que traz como tema Alimentação Fora do Lar. Na ocasião, serão distribuídos folders educativos da campanha.

Boletim eletrônico mensal do Conselho Regional de Nutricionistas - 6ª região Diretoria do CRN-6

Seminário CRN-6

Delegacia Ceará

Com inscrições abertas, o CRN-6 realiza em Imperatriz (MA) o Seminário de Atualização em Nutrição 2013. O evento ocorrerá no dia 6 de abril, no auditório da Unisulma, com palestras e mesa redonda onde serão abordados os temas: fitoterápicos na obesidade, alimentação no tratamento do câncer, exercício profissional, entre outros. Inscrições e Informações pelo telefone (99) 2102.0202

A partir deste mês de março, o Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região designou a nutricionista Clarice Maria Araújo Chagas como vice-delegada da jurisdição do Ceará em substituição à nutricionista Socorro Penteado.

Sugestões de matérias e notícias enviar para o e-mail

comunicacao@crn6.com.br

Presidente Nancy Aguiar

Vice-Presidente Leopoldina Sequeira Tesoureiro Rodrigo Silveira

Secretária

Rosário Spindola

Redação

Janayna Brasil DRT/PE 3406

número 100 95 ||outubro de2013 2012 número março de

Gestão em Saúde de João Pessoa é premiada no Conbran 2012

Nutricionista e Coordenador da Área Técnica de Saúde da Criança e Alimentação e Nutrição de João Pessoa (PB), Edgar Tito Neto, em entrevista especial para edição 100 do Boletim Eletrônico do CRN-6, conta da sua experiência como gestor e do sucesso com os resultados obtidos do trabalho premiado no Conbran 2012, “Os avanços do Programa Bolsa Família: Sensibilidade Social e Segurança Alimentar como ferramenta para garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada”.

Revista de Gestão (RG) - Quando e como teve início esta nova proposta de trabalho do programa Bolsa Família em João Pessoa?

Edgar Neto (EN) - Iniciamos em Dezembro de 2008, quando diagnosticamos a necessidade de qualificar o trabalho das 180 Equipes de Saúde da Família de João Pessoa, a partir dos relatórios de acompanhamento das famílias do Programa Bolsa Família (PBF) emitidos pelo Ministério da Saúde.

RG – Quais as ações deste trabalho?

EN - As ações que desenvolvemos contemplam o acompanhamento nutricional de crianças de 0 a 7 anos de idade, fortalecendo e estimulando o aleitamento materno na primeira infância (0 a 2 anos) e a puericultura. Também acompanhamos mulheres de 14 a 44 anos e gestantes, o cumprimento do calendário de vacinação para as crianças e do pré-natal das gestantes.

Além disso, realizamos oficinas Inter setoriais sistematicamente para profissionais e familiares esclarecendo dúvidas e orientando as famílias que sigam e cumpram o programa.

RG - Quantos e quais são os profissionais envolvidos?

EN - Na condução do Programa Bolsa Família na Saúde, temos 16 nutricionistas na atenção básica, uma enfermeira, cinco operadores do sistema de informação e 15 equipes NASF para matriciar o conteúdo do programa. Também estão envolvidos gestores

e técnicos das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social e de Educação, profissionais de 180 equipes de saúde da Família, das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e dos Centros de Atenção Integral à Saúde (CAIS) que também acompanham beneficiários de áreas descobertas. O número de profissionais envolvidos direta e indiretamente, ultrapassa 1.200 pessoas.

RG - Quem são os beneficiados do programa?

EN – Os beneficiários são as famílias em situação de pobreza, com renda per capita de até R$ 140 mensais e de extrema pobreza, com renda de até R$ 70 reais.

RG - Desde o começo da sua execução, quantas pessoas já foram atendidas pelo programa na Paraíba?

EN - Ao final de 2008, foram acompanhadas 7.626 famílias, o que representava uma cobertura de 23%. Após a implantação das estratégias, em julho de 2012, mais de 38.200 famílias estão sendo acompanhadas, o que corresponde a 81% de cobertura do programa na capital paraibana.

RG - Quais os principais resultados?

EN – Quantitativamente, conseguimos em quatro anos aumentar cinco vezes mais o número de famílias atendidas pelo programa na capital, com reconhecimento das estratégias adotadas. No aspecto qualitativo, mapeamos 95% do território de João Pessoa com o apoio da equipe de geoprocessamento identificando as áreas de cobertura de cada equipe de saúde e as áreas descobertas, sendo realizado a avaliação e monitoramento nutricional em mais de 80% das famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Também fortalecemos a gestão Inter setorial, dialogada através da participação ativa da gestão, profissionais, famílias e lideranças, dos processos de Educação Permanente via matriciamento onde ampliamos a perspectiva de garantia dos direitos dos titulares do programa e do planejamento e do monitoramento e avaliação que foram decisivos no alcance das metas onde conseguimos contribuir para redução da miséria e erradicação da pobreza na capital paraibana.

“A ideia é apresentar a experiência bem sucedida de João Pessoa para os demais municípios de grande porte”

número 100 95 ||outubro de2013 2012 número março de

RG - Encontrou dificuldades para trabalhar o programa na capital paraibana?

EN - Foi e será sempre um grande desafio trabalhar com o Programa Bolsa Família, principalmente quando falamos de uma capital como João Pessoa com mais de 50 mil famílias beneficiárias. A maior dificuldade é o alto número de famílias para acompanhar e àquelas que residem em área descoberta, mas com o apoio da gestão municipal e com as estratégias certas definidas em planejamento soubemos aproveitar as oportunidades e alcançar bons resultados.

RG - Além de João Pessoa, qual a abrangência e perspectivas do Programa Bolsa família no estado?

EN - O Programa Bolsa Família já acontece em todos os municípios da Paraíba e do Brasil. A perspectiva que temos é disseminar nossa metodologia de trabalho, que após a premiação no Conbran 2012, fomos convidados pelo Ministério da Saúde para apresentar o modelo de gestão adotado por João Pessoa na I Oficina Nacional do Programa Bolsa Família na Saúde. Este encontro ocorrerá em Brasília, onde devem estar presentes os coordenadores estaduais do Programa Bolsa Família dos 26 estados, coordenadores das capitais e do Distrito Federal. A ideia é apresentar a experiência bem sucedida de João Pessoa para os demais municípios de grande porte priorizando aqueles integrantes do Plano Brasil Sem Miséria. É fundamental priorizar o cuidado a essas famílias das grandes capitais brasileiras em prol da redução das desigualdades sociais.

RG - Quais os desafios como gestor em estar à frente de um programa que envolve a segurança alimentar e nutricional?

EN - Considerando não só o Programa Bolsa Família na Saúde, mas, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição em nível municipal onde é preciso destacar os objetivos maiores dessas ações que visam à Segurança Alimentar e a qualidade de vida da população de João Pessoa. Os desafios são o planejamento pautado na elaboração de um plano que contemple as necessidades afetas a SAN em todos os níveis de complexidade da saúde; as ações de vigilância alimentar e nutricional; as suplementações de micronutrientes como Vitamina A e Ferro; o Programa Saúde na Escola; o fluxo das dietas especializadas para pacientes com necessidades nutricionais e a participação efetiva dos nutricionistas que atuam nos serviços no planejamento para diagnosticar a realidade. A qualidade do acompanhamento na saúde das famílias do Programa Bolsa Família contribui para que essa família cumpra as condicionalidades e receba o benefício, este serve de grande valia no combate e erradicação da pobreza e a fome que vem diminuindo no Brasil. Vale a ressaltar que investindo nesse trabalho, também é possível fortalecer o cumprimento do primeiro

Equipe do Programa Bolsa Família da PB

dos oito objetivos do milênio, que é erradicar a extrema pobreza e a fome.

RG - Como foi receber o prêmio nacional de reconhecimento do Ministério da Saúde por este trabalho?

EN - Foi muito gratificante, pois trabalho há sete anos com a Segurança Alimentar e Nutricional. Em minha trajetória profissional tive a oportunidade de gerenciar a equipe de nutricionistas do Programa Fome Zero no Piauí, onde conquistamos o prêmio nacional Josué de Castro, reconhecimento do Ministério do Desenvolvimento Social pela boa gestão de equipamentos públicos de Segurança Alimentar e Nutricional. À frente da Área Técnica de Saúde da Criança e Alimentação e Nutrição da Secretaria de Saúde de João Pessoa, receber esse prêmio do Ministério da Saúde foi mais uma vitória, fruto do nosso trabalho. Se levarmos em consideração todo esforço direcionado das três esferas de governo e dos profissionais de Nutrição para o alcance das metas na Segurança Alimentar e na Saúde Coletiva, sabemos que nada é tão simples e que tudo tem o seu tempo. Projetar no cenário nacional a nossa metodologia, mais uma vez, nos remete a dizer que um trabalho descentralizado com comando único, uma equipe forte e comprometida tecnicamente com a qualidade e não somente com números e metas e a sensibilidade da gestão para as necessidades nutricionais da população, facilita e proporciona para as pessoas uma melhoria qualitativa na prestação dos serviços públicos de saúde.