Revista de Gestão edição 23

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23

Publicação Semestral do Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região

Janeiro • Fevereiro Março • Abril • Maio Junho • 2013

Especial

07

Como Montar o seu Consultório

Atualidade

14

Nutrição e Redes Sociais

Falando de Nutrição

11

Refeição Transportada

Prevenção e controle da obesidade no Brasil


DE GESTÃO Publicação Quadrimestral do Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região Rua Bulhões Marques, 19, sls 801/803 Edf. Zikatz | Boa Vista, Recife/PE | CEP: 50060-050 Fones (81) 3222.1458 / 3222.2495 / 3421.8382 Fax (81) 3421.8308 www.crn6.org.br | crn6@crn6.org.br

Editorial No combate à obesidade Entre tantos assuntos ligados à nutrição, a escolha de trazermos novamente em pauta a obesi-

DELEGACIAS • Ceará | Av. Santos Dumont, 1740, sl 613, Aldeota - Fortaleza/CE - CEP: 60150-160 Fone/Fax:(85) 3261.6341 Delegada: Maria Lúcia Barreto Sá Vice • Rio Grande do Norte | R. João Pessoa, 267, sl 707, Edf. Cidade do Natal, Cidade Alta - Natal/RN CEP: 59.025-902 Fone/Fax: (84) 3211.8193 Delegada: Adriana de Queiroz Xavier • Piauí | R. Des. Pires de Castro, 173, sl 7 Sul-Centro, Teresina/PI - CEP: 64001-390 Fone/Fax: (86) 3222.3028 Delegada: Maria do Rosário Lima Gomes • Paraíba | Av. Dom Pedro I, 361, sl 210 Edf. Holanda Center, Centro - João Pessoa/PB Fone/Fax: (83) 3241.5621 Delegada: Luciana Maria Martinez Vaz • Alagoas | Av. Moreira e Silva, 547, sl 105 Farol - Maceió/AL - CEP: 57021-500 Fone/Fax: (82) 3221.7048 Delegada: Ana Maria Beltrão Rossiter • Maranhão | R. Queóps, 12, sl 401 J. Renascença - São Luís/MA - CEP: 65075-800 Fone: (98) 3235.3435 Delegado: Gustavo Monteiro da Silva

dade, desta vez, como matéria principal, parte-se da preocupação desta doença crônica afligir a sociedade e os profissionais de saúde. Sobre o tema, entrevistamos a coordenadora geral de educação alimentar e nutricional da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrícia Chaves Gentil,

Nancy Aguiar

para falar sobre o processo e objetivo do Plano

Conselheira Presidente

Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade no Brasil.

Nas próximas páginas desta edição, destacamos também o mercado hoteleiro para o nutricionista, dicas de como montar o consultório de nutrição, sistema de refeições transportadas e os cuidados quanto a publicações nas redes sociais. Além disso, a Revista De Gestão traz as ações realizadas pelas

DIRETORIA DO CRN-6

Revista deGestão

• Conselheira Presidente Nancy de Araújo Aguiar • Conselheira Vice Presidente Leopoldina Augusta Souza Sequeira de Andrade • Conselheira Secretária Maria do Rosário Pires Spíndola • Conselheiro Tesoureiro Rodrigo Luis da Silveira Silva • Efetivos | Ana Glória Araújo | Ana Karina Souza | Ivany Elisângela Cavalcante R Amaral | Leopoldina Sequeira | Maria do Rosário Spíndola | Maria Dolores da Fonte | Marina Petribu | Nancy Aguiar | Rodrigo Silveira • Suplentes | Adriana Xavier | Edigleide Barreto | Flávia Almeida | Larissa Viana | Maria do Rosário Gomes | Sebastião Silva | Suzana Lins • Comissão de Fiscalização | Nancy Aguiar | Ana Glória Araújo | Ivany Amaral | Maria do Rosário Spíndola • Comissão de Tomada de Contas | Ana Karina Souza | Marina Petribu | Maria Dolores da Fonte • Comissão de Ética | Ana Glória Araújo | Ana Karina Souza | Marina Petribu | Maria Dolores da Fonte • Comissão de Formação Profissional | Ana Karina Souza | Edigleide Barreto | Leopoldina Sequeira | Marina Petribu • Comissão de Licitação | Flávio Brito | Ivany Amaral | Nairton Severiano | Valéria Monteiro • Comissão de Comunicação | Edigleide Barreto | Maria do Rosário Spíndola | Nancy Aguiar | Rodrigo Silveira | Leopoldina Sequeira • Comissão de Patrimônio | Aline Janiszewski Lins | André Ramos | Maria do Rosário Spindola | Nairton Severiano

2

Jornalista Responsável Janayna Brasil (DRT 3406/PE) comunicacao@crn6.org.br

Edição e Textos | Janayna Brasil Projeto Gráfico | Multi Comunicação Corporativa Diagramação | Daniele Torres Capa | Daniele Torres Tiragem | 10.000 exemplares

comissões do CRN-6 e um artigo sobre a nova recomendação para lipídeos. Desejo a todos, uma ótima leitura!

Entrada

03

Comissões

05 07 08 11 12 14

Atuação Profissional

A hotelaria para o profissional da Nutrição Especial

Saiba como montar seu consultório de Nutrição Em Foco

Prevenção e controle da obesidade no Brasil Falando de Nutrição

Refeições Transportadas Opinião e Saúde

I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular Atualidade

#Nutrição e Redes Sociais


Entrada

Comissões Fiscalização Política Nacional de Fiscalização

702

ROTEIROS DE VISITAS TÉCNICAS APLICADOS COM NUTRICIONISTAS DA JURISDIÇÃO 2011 A MARÇO/2013

As ações fiscais do CRN-6 têm sido intensificadas, implementando às diretrizes da Política Nacional de 343

Fiscalização do Sistema CFN/CRN, em observância ao cumprimento das normas legais vigentes.

152

151

Nas visitas técnicas, direcionadas aos profissionais, são aplicados os Roteiros de Visita Técnica, objetivan-

37

3

9

44

7

18 S EN

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valorização da categoria.

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O Nutricionista deve apropriar-se de suas atribuições em benefício da segurança alimentar e nutricional da Sociedade, contribuindo para a

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serviços de alimentação e nutrição.

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prática profissional, bem como, do funcionamento dos

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do orientar a atuação do Nutricionista, em benefício da

ANÁLISE QUALITATIVA – EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO NUTRICIONISTA ROTEIROS DE VISITA TÉCNICA APLICADOS NA JURISDIÇÃO 2011 A MARÇO/2013

Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho 2013

MP – META PADRÃO; PM – PADRÃO MÍNIMO OBSERVAÇÃO: OS FORMULÁRIOS - ROTEIROS DE VISITA TÉCNICA ESTÃO DISPONÍVEIS NO SITE DO CRN6.

3


Entrada

Comissões Formação Profissional

Comunicação

Ações da comissão

Novos projetos

A Comissão de Formação Profissional (CFP) realizou

Neste primeiro quadrimestre de 2013 a Comissão de

de 8 a 16 de maio, a oficina “Qualidade na formação e

Comunicação desenvolveu vários projetos com a proposta

exercício profissional, presente e futuro” em todos os

de otimizar a imagem e trabalho do CRN-6 junto aos pro-

estados da jurisdição. O público-alvo foram coordenado-

fissionais inscritos, como também, estreitar a relação. Entre

res de cursos de graduação em Nutrição de Instituições

as ações, está à nova marca do Conselho que apresenta um

públicas e privadas, docentes e discentes, além de repre-

formato mais leve e moderno nas cores laranja e verde, como

sentantes de entidades de classe. Os resultados das ofici-

também, o novo site que já está no ar. Mais interativo, o por-

nas irão subsidiar o Encontro Nacional de Ensino do CFN.

tal conta com mais seções e informações para o profissional

Além deste evento, a CFP também deu início ao ciclo Divulgação

de palestras 2013 e está

de Nutrição e público em geral. Desde março o CRN-6 está presente no Facebook, que já

promovendo o Seminário

conta com um grande número de seguidores na sua fanpage

de Atualização em Nutri-

onde são postados diariamente notícias de diversos assuntos

ção, cujo tema central é a

ligados à Nutrição, como também, ações e eventos promovi-

campanha do CFN e CRNs,

dos pelo Conselho.

Alimentação Fora do Lar.

Além destes novos canais de comunicação do Conselho,

O encontro já ocorreu em

foi realizada uma enquete com todos os profissionais inscri-

Imperatriz (MA), Maceió

tos no CRN-6 para escolha da Revista De Gestão ser veicula-

(AL) e Paraíba (RN) para

da apenas na versão online. Com 56% dos votos, o resultado

profissionais, estudantes e

garante a escolha da maioria que optou do periódico ser pu-

técnicos em Nutrição. No

blicado online. Assim, a partir da edição 24 os leitores terão

segundo semestre será

acesso a Revista De Gestão no site do Conselho.

realizado em Recife, Teresina, Fortaleza e Natal.

Ética Deveres do Nutricionista A Comissão de Ética atenta para os deveres do nutricionista que estão no Código: Art. 6°. No contexto das responsabilidades profissio-

Revista deGestão

nais do nutricionista constituem seus deveres:

4

I - prescrever tratamento nutricional ou outros pro-

não estiver convencido de sua correção e eficácia; Art. 7°. No contexto das responsabilidades profissionais do nutricionista são-lhe vedadas as seguintes condutas: X - divulgar, fornecer, anunciar ou indicar produtos, marcas de produtos e/ou subprodutos, alimentares ou não, de

cedimentos somente após proceder à avaliação pessoal

empresas ou instituições, atribuindo aos mesmos benefícios

e efetiva do indivíduo sob sua responsabilidade profis-

para a saúde, sem os devidos fundamentos científicos e de

sional;

eficácia não comprovada, ainda que atendam à legislação de

VI - analisar, com rigor técnico e científico, qualquer tipo de prática ou pesquisa, abstendo-se de adotá-la se

alimentos e sanitária vigentes.


Atuação Profissional

A hotelaria para o profissional da Nutrição

*Matéria sugerida pela nutricionista Maria Helena Araújo de Vasconcelos CRN6 4784 sxc.hu

Com o anúncio da realização de

Da jurisdição do Conselho Re-

a implantação de sistemas de gestão

eventos internacionais no Brasil, um

gional de Nutricionistas da 6ª Região

de segurança de alimentos, como a

dos setores que devem gerar uma

(CRN-6), as capitais de Pernambuco,

ISO 22000 e a NBR 15635, dentre ou-

grande demanda de trabalho e opor-

Ceará e Rio Grande do Norte estão en-

tras.

tunidades é a hotelaria, principalmen-

tre as cidades-sedes que receberão o

te nas cidades que irão sediar a Copa

evento. Devido ao potencial turístico

nista, é o aperfeiçoamento contínuo

do Mundo e as Olimpíadas de 2016.

do Nordeste, a hospitalidade tornou-

na gastronomia e a grande possibilida-

Para a Copa do Mundo de 2014, o

-se um mercado promissor para o

de de interface com os chefes de cozi-

Governo Federal espera receber mais

nutricionista e o técnico em nutrição e

nha. Com o seu conhecimento técnico,

de 600 mil estrangeiros, além disso,

dietética (TND). Segundo a coordena-

também pode contribuir para redução

segundo o departamento de Estudos

dora do curso de Nutrição da Universi-

do desperdício e dos custos através

e Pesquisas do Ministério do Turismo,

dade de Fortaleza, Clarice Ver-

gara, há a preocupação nesta área

país ao longo do torneio.

com a qualidade, sendo fundamental

da otimização de estoques, sendo um profissional indispensável neste segmento”, apontou Clarice Vergara.

Entrevistamos a nutricionista Jéssica Aragão para contar da sua experiência neste mercado de trabalho, onde foi responsável juntamente com a nutricionista Carolinne Reinaldo e apoio do Senac, por implantar a ISO 22000 no hotel Gran Marquise de Fortaleza.

Entrevista Revista de Gestão (RG) - Para o nu-

claro, de Gestão da Qualidade. Dessa

tricionista poderá trabalhar. Isto irá

tricionista trabalhar na hotelaria é im-

maneira, é possível ampliar as ativida-

depender, sobretudo, da aptidão do

portante ter algum conhecimento ou

des a serem executadas no ramo.

profissional. Poderá atuar no controle

especialização?

das boas práticas, visando a seguran-

Jéssica Aragão (JA) - Para se destacar

RG - No mercado hoteleiro, quais as

ça dos alimentos, bem como na parte

na hotelaria, é necessário ter um co-

áreas que o profissional pode traba-

administrativa, no setor de compras,

nhecimento administrativo-financei-

lhar?

ou mesmo gerenciando o setor de ali-

ro, de atendimento, de gastronomia e,

JA - Existem várias áreas que o nu-

mentos e bebidas.

Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho 2013

1,1 milhão de brasileiros viajarão pelo

“Um dos desafios para o nutricio-

5


Divulgação

A hotelaria é um setor bastante dinâmico que proporciona um enorme campo de trabalho para o profissional. Jéssica Aragão

RG - Como é a rotina de trabalho? JA - O nutricionista precisa diariamente verificar a execução das atividades dos funcionários, no intuito de monitorar as boas práticas. Além de orientar a equipe sobre os procedimentos corretos a serem executados. RG - Algum destaque em especial sobre esta área que você atua? JA - A hotelaria é um setor bastante dinâmico que proporciona um enor-

RG - Como funciona na prática a atividade do nutricionista no hotel? JA - Na maioria dos casos, o nutricionista atua no controle de qualidade, verificando e monitorando todos os processos em busca da segurança dos alimentos produzidos. RG - Quais os desafios ou dificuldades encontrados neste trabalho? JA - Um grande desafio encontrado nesta área é a aceitação e conscientização, por parte dos cozinheiros e chefes de cozinha, da importância do trabalho do nutricionista. Para desempenhar um excelente trabalho, é preciso adquirir a confiança da equipe e mostrar a finalidade dos procedimentos trazidos pelo profissional de nutrição. RG - Quais os profissionais envolvidos

me campo de trabalho para o profisatuando diretamente com o chefe de

sional. Em especial podemos destacar

cozinha no planejamento e organiza-

a oportunidade que o nutricionista

ção dos cozinheiros e ajudantes. Sen-

tem de trabalhar com uma culinária

do também responsável pela equipe

bastante diversificada e diferencia-

de limpeza das cozinhas (Stewards)

da. Além disso, ter a oportunidade de

e dos almoxarifes responsáveis pelo

atender uma clientela exigente oriun-

recebimento e armazenamento de

da de diversas culturas.

mercadorias. RG - Quais as perspectivas para os RG - Como é realizado o acompanha-

profissionais de Nutrição no mercado

mento quanto à qualidade e seguran-

hoteleiro?

ça alimentar das refeições?

JA - O nutricionista tem uma opor-

JA - O nutricionista elabora procedi-

tunidade enorme de crescimento na

mentos que garantem a qualidade e a

hotelaria. Entretanto, é preciso buscar

segurança dos alimentos produzidos.

as qualificações certas para se desta-

Estes procedimentos são verificados a

car nessa área. Estamos precisando de

partir de planilhas de monitoramento,

profissionais qualificados que tenham

que avaliam a eficácia do sistema.

a pretensão de expandir o seu domínio neste ramo.

Divulgação

diretamente com o trabalho do nutricionista nesta área? JA - O nutricionista trabalha com o

Revista deGestão

gerente de A&B (Alimentos e Bebidas),

6

Parte da equipe do hotel Gran Marquise


Especial

Saiba como montar

seu consultório Para ingressar nesta área o profissional deve ter perfil empreendedor Matéria sugerida pela nutricionista Laise Martins CRN6 8927

atendimento, organizar formulários

mesmo para os recém-formados a

padrão, caderno de fórmulas de avalia-

ideia de abrir o consultório de Nutri-

ção nutricional e manejo dietoterápico

ção, vem juntamente com as dúvidas

e obter manuais práticos para elabora-

de como e quais são os procedimentos

ção e prescrição de dietas, suplemen-

para atuar na área. Segundo nutricio-

tos e fitoterápicos. Além disso, adquirir

nistas que trabalham neste mercado,

um software para cálculo de dietas,

não basta ter aptidão para o aten-

réplica de alimentos, slides ou figuras

dimento ao paciente, é importante

ilustrativas também são alternativas

possuir um perfil empreendedor para

que auxiliam a conduta dietoterápica e

saber administrar o seu negócio.

o atendimento em consultório.

Ao montar o consultório, o profissional deve estar regularizado junto ao

Divulgação

Para alguns profissionais ou até

Nutricionista Sylvia Lobo no seu consultório

Estas são algumas das orientações

da nutricionista e empresária, Ana

das as capitais do Nordeste.

CRN de sua atuação, além disso, apre-

Paula Pujol. Além destas suges-

sentar os documentos exigidos pelas

tões, ela diz que é importante ter um

gostar de se relacionar com as pessoas

empresas e, também, pelos órgãos pú-

plano de marketing. “As estratégias

e ter um espírito empreendedor na

blicos, como a Vigilância Sanitária e Se-

de marketing devem incluir desde a

medida em que seu consultório passa

cretaria Municipal da Receita. Caso tra-

elaboração do material de papelaria,

a ser sua empresa e manter-se sempre

balhe como autônomo o nutricionista

como receituário, cartões, pastas, entre

atualizado em todos os aspectos”, ates-

deve fazer seu registro na Prefeitura da

outros, até a divulgação dos servi-

ta Sylvia Lobo.

sua cidade, como profissional liberal

ços prestados que contribuem para a

de curso superior na área da saúde.

captação e manutenção dos clientes/

cionista além do conhecimento pre-

pacientes”.

cisa ter algumas características como:

elaborar um roteiro estruturado de

Com mais de 30 anos de profissão,

a nutricionista Sylvia Lobo, é uma

Os nutricionistas devem elaborar um roteiro estruturado de atendimento Divulgação

Ana Paula Pujol

Segundo Ana Paula Pujol, o nutri-

comunicação, dinamismo, cuidado com a aparência física e imagem pes-

profissional bem sucedi-

soal, empatia, compaixão, flexibilidade,

da neste mercado. Há 24

segurança e determinação. Esta última

anos abriu o seu con-

é primordial já que o retorno esperado

sultório e empresa que

em consultório em geral não é imedia-

trabalha com orientação

to. É importante também que tenha

nutricional e fornecimen-

uma boa tolerância à frustração consi-

to de refeições prontas de

derando que o maior responsável pelo

baixas calorias. A empre-

sucesso do tratamento é o paciente/

sa que já possui quatro

cliente e nem sempre ele está engaja-

unidades no Recife, tem

do e motivado para seguir as recomen-

planos de expandir e estar

dações nutricionais que determinam o

presente até 2016 em to-

resultado esperado.

Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho 2013

Os nutricionistas que desejam entrar neste ramo, inicialmente devem

“É importante não se acomodar,

7


Em Foco

Prevenção e controle da obesidade no Brasil Governo articula ações para promover modos de vida saudáveis e alimentação adequada para os brasileiros Traçar diretrizes que possam melhorar e revalorizar o padrão do consu-

instituição do Comitê Gestor.

Diante do quadro da obesidade

ções tradicionais com vistas a reverter

no Brasil, para enfrentar este desafio, o

torial, estão programados seis eixos

o aumento de sobrepeso e obesidade

Ministério da Saúde tem investido em

de ações que foram distribuídos em: I.

da população. Este é um dos objetivos

promoção de hábitos saudáveis e fir-

Disponibilidade e acesso a alimentos

do Plano Intersetorial de Prevenção e

mado parcerias com o setor privado e

adequados e saudáveis; II. Educação,

Controle da Obesidade: promovendo

com outras pastas do governo. Dentre

comunicação e informação; III. Pro-

modos de vida e alimentação ade-

os trabalhos está o Plano Intersetorial

moção de modos de vidas saudáveis

quada e saudável para a população

de Prevenção e Controle da Obesidade

(alimentação saudável e adequada/

brasileira.

que teve início em 2011, com a criação

práticas corporais e atividade física)

do Comitê Técnico nº6 composto pelos

nos ambientes/territórios; IV. Vigilância

realizou pesquisa onde apontou que

Ministérios do Desenvolvimento Social

alimentar e nutricional; V. Atenção in-

nos últimos seis anos houve um au-

e Combate à Fome (MDS), da Educa-

tegral à saúde do indivíduo com sobre-

mento do excesso de peso dos brasi-

ção (MEC), da Saúde (MS), das Cidades

peso/obesidade e VI. Regulamentação

leiros. Ainda de acordo com o estu-

(MCidades) e da Agricultura, Pecuária e

e controle da qualidade e inocuidade

do, a proporção de pessoas acima do

Abastecimento (MAPA), pelo Conse-

de alimentos.

peso avançou de 42,7% em 2006, para

lho Nacional de Segurança Alimentar

48,5% em 2011. No mesmo período, o

e Nutricional (Consea) e pela Organiza-

ção Alimentar e Nutricional da Secreta-

percentual de obesos subiu de 11,4%

ção Pan-Americana da Saúde (Opas).

ria Nacional de Segurança Alimentar e

para 15,8%.

Revista deGestão

passo é sua aprovação pela Caisan e a

11,5%.

mo dos alimentos regionais e prepara-

Em 2012, o Ministério da Saúde

8

adultos acima dos 20 anos ficou em

Com relação ao Nordeste em

Foram realizadas reuniões setoriais com os Ministérios do Desenvolvimen-

Para execução do Plano Interse-

A Coordenadora Geral de Educa-

Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,

comparação as outras regiões do país,

to Agrário, da Fazenda, do Trabalho e

Patrícia Chaves Gentil, em

dados da Pesquisa de Orçamento Fa-

Emprego, da Pesca e com a Compa-

entrevista para Revista De Gestão con-

miliar (POF 2008/2009) apontam que a

nhia Nacional de Abastecimento (Co-

tou sobre o processo, estratégias, ob-

prevalência da obesidade em crianças

nab), além de consulta técnica com es-

jetivo e o papel do profissional de Nu-

de 5 a 9 anos é de 15,6%, em adoles-

pecialistas e também com a sociedade

trição dentro do Plano Intersetorial de

centes de 10 a 19 anos de 4,7% e nos

civil, na plenária do Consea. O próximo

Prevenção e Controle da Obesidade.


Plano de Doenças Crônicas do Ministério da Saúde

Entrevista

AS METAS

Revista de Gestão (RG) - Como se deu

RG - Possui estratégias voltadas para

o processo de elaboração do “Plano

região Nordeste?

Intersetorial de Prevenção e Controle

Frutas e Hortaliças I. Aumentar o consumo médio anual de frutas e hortaliças em 0,5% ao ano;

PCG - A obesidade é uma proble-

da Obesidade: promovendo modos de

mática social e que está relacionada ao

vida e alimentação adequada e saudá-

modo de vida atual. Está presente em

vel para a população brasileira”?

todas as fases do curso da vida e em

Patrícia Chaves Gentil (PCG) - En-

Pescados II. Aumentar a aquisição de pescados de 9 para 12 Kg/habitante/ano;

todas as regiões do país. Desta forma,

tendendo a obesidade como um pro-

o Plano não prevê uma priorização ou

blema social e a sua multicausalidade,

definição de estratégias regionais. No

o governo federal optou em discutir

entanto, a forma de operacionalização

e elaborar um plano de prevenção e

do plano será dada pelo seu Comi-

controle da obesidade num espaço de

tê Gestor, que certamente definirá as

articulação intersetorial, dentro da Câ-

medidas de articulação interfederati-

mara Interministerial de Segurança Ali-

va. Os arranjos existentes relativos aos

mentar e Nutricional (Caisan). Propôs-

sistemas ou redes institucionais par-

-se ainda que a responsabilidade pela

ticipantes do Plano, como da Saúde,

gestão do Plano seja de forma inter-

Educação e Assistência Social deverão

setorial, por um Comitê Gestor que se

ser considerados.

Açúcares III. Reduzir o consumo de açúcares de 16% para 10%;

Sódio IV. Reduzir o consumo médio de sódio em 10% ao ano para alcançar a meta de 5g/dia em 10 anos;

Excesso de Peso V. Estabilizar a prevalência de excesso de peso e de obesidade em adultos e reduzir as prevalências de obesidade em crianças e adolescentes;

responsabilizará por implementar, monitorar e avaliar, bem como promoverá

RG - Em que áreas/ambientes/territó-

sua interlocução com os entes federa-

rios o plano está sendo trabalhado?

dos, a iniciativa privada, as universidades e a sociedade civil organizada.

Atividade Física

PCG - Vários ambientes/territórios

VI. Aumentar a prevalência de atividade física.

são considerados no Plano. Por exemplo, o eixo 3 (Promoção de modos de vida saudáveis nos ambientes) define

Intersetorial de Prevenção e Controle

os espaços cujas ações de promoção

da Obesidade?

à saúde podem ser potencializadas

de estratégias e materiais educativos

de forma que as escolhas alimentares

e de comunicação interativos e de di-

no é prevenir e controlar a obesidade

saudáveis sejam mais factíveis à popu-

ferentes mídias, voltados aos escolares

na população brasileira, por meio de

lação. Alguns exemplos de ações que

e professores sobre o tema alimenta-

ações intersetoriais, promovendo a ali-

podem ser desenvolvidas:

ção saudável e atividade física, além da

PCG - O objetivo geral deste Pla-

mentação adequada e saudável e ativi-

21,2

* Nas cidades: incorporação de ci-

dade física no ambiente que vivemos.

clovias, academias, praças poliesporti-

As metas estão em sintonia com o Pla-

vas e processos de mobilidade urbana

no de Doenças Crônicas do Ministério

nos Planos Diretores Urbanos;

16,7 17,5

6

Pesquisa de Orçamentos 7,6 8,0 6,5 Fonte: Familiares, IBGE (2008/2009). 4,9 4,7

11,6 11,5

* No trabalho: incorporação de minosas, oleaginosas e pescados nas

16,4 13,2

cantinas escolares; frutas, hortaliças, grãos integrais, legu-

* Nas escolas - desenvolvimento

da Saúde (vide box).

oferta de alimentos mais saudáveis nas

13,1

BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE

13,5

Números da Obesidade 6,6 no Brasil e Regiões

21,2

em Crianças

9 ANOS

18,3 13,8

16,7 17,5 Obesidade em Adolescentes 15,6

Obesidade em Adultos

10 A 19 ANOS

6,5

ACIMA DE 20 ANOS 4,9

4,7

7,6

8,0

16,4 13,2

11,6 11,5

13,1

13,5

6,6

Obesidade em Crianças

Obesidade em Adolescentes

Obesidade em Adultos

5 A 9 ANOS

10 A 19 ANOS

ACIMA DE 20 ANOS

Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho 2013

RG - Qual o objetivo e metas do Plano

BRASIL NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE

9


As estratégias propostas pelo Plano requerem uma abordagem integrada Patricia Chaves Gentil Eduardo Nilson

além de estimular a autonomia do su-

Plano de Obesidade junto à sociedade?

jeito para a decisão sobre o consumo,

PCG - O Plano ainda precisa ser

respeitando as identidades culturais

aprovado no Pleno Ministerial da Cai-

específicas, inclusive dos Povos e Co-

san. Na sequência, o Comitê Gestor

munidades Tradicionais. As pesquisas

será criado e iniciará o processo de

mostram um aumento expressivo do

implementação nos estados e municí-

consumo de alimentos processados,

pios. É importante ressaltar que muitas

em detrimento das refeições prepara-

das ações propostas no Plano já estão

das em casa, o que repercute de forma

sendo implementadas e fortalecidas

negativa na sociedade. Do ponto de

pelos setores.

vista da segurança alimentar e nutri-

cestas de alimentos ofertadas pelo PAT; * Na Rede de Atenção à Saúde: organizar e fomentar processos de formação permanente dos profissionais de saúde, em especial da atenção básica (Equipes de Saúde da Família e Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF), com foco na promoção da alimentação saudável e atividade física; * Na assistência social: incorporação de ações de educação alimentar e nutricional nos serviços socioassistenciais. RG - Quais as estratégias propostas

Revista deGestão

pelo Plano de Obesidade para que à

10

população tenha garantia e acesso a alimentos adequados e saudáveis? PCG - O Estado tem um papel importante em apoiar e favorecer que a população possa escolher e ter acesso a alimentos adequados e saudáveis,

cional e do Direito Humano à Alimen-

RG - Qual deve ser o papel do profissio-

tação Adequada, faz-se necessário

nal de Nutrição para que o plano possa

apoiar a construção de um modelo

alcançar os resultados propostos?

baseado no fortalecimento da agricul-

PCG - As estratégias propostas

tura familiar, especialmente a agroeco-

pelo Plano requerem uma abordagem

lógica e regional e no desenvolvimen-

integrada, que reconheça as práticas

to territorial sustentável, na garantia

alimentares como resultantes da dis-

do acesso à água de qualidade e em

ponibilidade e acesso aos alimentos,

quantidade suficiente para o consumo

além dos comportamentos, práticas e

humano, a produção, a higienização e

atitudes envolvidas nas escolhas, nas

a preparação de alimentos.

preferências, nas formas de prepara-

À luz destas informações, optou-se

ção e no consumo dos alimentos. Cabe

por desenhar um eixo estratégico (Eixo

ressaltar que o nutricionista está envol-

1) que viabilizasse formas mais ade-

vido em todas as etapas das políticas

quadas de produção, abastecimento,

públicas de alimentação e nutrição e

distribuição e comercialização. Ou seja,

possui papel fundamental neste con-

o Plano prevê algumas medidas para

texto. Pode-se destacar o papel deste

favorecer a acessibilidade física e finan-

profissional desde o planejamento,

ceira dos alimentos, com o objetivo de

passando pela implementação, opera-

melhorar o acesso a alimentos básicos,

cionalização até a avaliação destas po-

cujo consumo deve ser incentivado

líticas públicas, seja no âmbito federal,

(grãos integrais, oleaginosas, legumi-

estadual ou municipal.

nosas, frutas, hortaliças e pescados, in natura ou minimamente processados),

RG - Que medidas estão sendo tra-

em detrimento dos alimentos alta-

balhadas para redução da obesidade

mente processados, energeticamente

nos públicos infantil, jovem e adulto?

densos, ricos em açúcares, gorduras

PCG - Como já foi dito, o Plano pre-

e sódio e pobre em micronutrientes.

vê ações estruturantes na lógica do sis-

Isso implica apoiar medidas voltadas

tema alimentar (desde a produção até

ao abastecimento, fortalecendo as

o consumo) que beneficiará a popula-

relações entre os setores da produ-

ção como um todo. No entanto, temos

ção, distribuição e comercialização de

clareza da maior vulnerabilidade das

alimentos.

crianças. Não é à toa que a regulamentação da publicidade infantil e a edu-

RG - Quais as dificuldades que estão

cação alimentar e nutricional no am-

sendo encontradas com a promoção do

biente escolar são temas prioritários.


Falando de Nutrição

Refeições Transportadas

recursos financeiros, no planejamento e na produção de refeições com satisfatório padrão de qualidade, tanto em seus aspectos sensoriais quanto em relação aos nutricionais, microbiológicos e financeiros. Cada vez mais, busca-se, conciliar

Caracterizado pela distância entre

todas as etapas do processo de pro-

produtividade com qualidade a partir

os locais de preparação dos cardápios

dução, desde a aquisição da matéria

da redução e eliminação de desperdí-

e distribuição dos mesmos, o sistema

prima até a distribuição das prepara-

cios, defeitos e ineficiência durante o

de refeições transportadas permite o

ções do cardápio, ao consumidor. Para

processo produtivo. A contaminação

fornecimento dos alimentos onde não

tanto, a resolução da Anvisa a RDC nº

de um alimento pode gerar prejuízos

há estrutura apropriada para sua pro-

216/04/ANVISA, dispõe que: “4.8.8 O

para a saúde dos consumidores, para

dução. Por conta do tempo necessário

tratamento térmico deve garantir que

a empresa envolvida e para a ativida-

aos processos de produção, transporte

todas as partes do alimento atinjam

de como um todo. De modo geral, os

e distribuição, as refeições são passí-

a temperatura de, no mínimo, 70ºC

consumidores não distinguem os pro-

veis à contaminação microbiológica,

(setenta graus Celsius). Temperaturas

dutos contaminados dos não conta-

como também, às alterações sensoriais

inferiores podem ser utilizadas no tra-

minados, optando simplesmente por

e nutricionais.

tamento térmico desde que as combi-

não adquirir produtos associados ao

nações de tempo e temperatura sejam

problema.

Para que o serviço possa ser executado com eficiência, as empresas de-

suficientes para assegurar a qualidade

vem seguir o Manual de Boas Práticas

higiênico-sanitária dos alimentos“.

da Anvisa (Resolução nº 216, 2004), a

No Recife, a supervisora operacio-

O serviço de alimentação transportada tem sido um setor em ascensão, onde torna mais fácil seguir a regra do

nal e nutricionista, Rizabelly de

PAT (Programa de Alimentação do Tra-

nº RDC 216/2004/ANVISA) e a literatu-

Oliveira trabalha numa empresa

ra técnica específica. Alguns estados

que fornece refeições para Alimen-

tem uma cozinha industrial, ou não

já dispõem de Regulamentos Técni-

tação Escolar. Conta com 92 funcio-

preferem utilizar o serviço de ticket.

cos específicos que estabelecem os

nários, sendo 20 nutricionistas que

Mas, é importante o cuidado com a

requisitos mínimos para o transporte

atuam nos setores de supervisão, pro-

qualidade do alimento para que não

rodoviário de alimentos. A elaboração

dução, qualidade, planejamento e co-

haja contaminação, e o controle da

e o cumprimento do Manual de Boas

ordenação. Por dia são atendidas cerca

temperatura se dê de forma eficiente.

Práticas e dos POPs para serviços de

de 110 mil alunos da rede pública de

legislação sanitária vigente (Resolução

balhador) para as empresas que não

alimentação são exigências legais, que

ensino, que em conjunto com a Pre-

norteiam o monitoramento do proces-

feitura da Cidade do Recife definem o

fornecedor, o qual deve obedecer rigo-

so na cadeia produtiva de alimentos.

cardápio que será servido aos estudan-

rosamente o prazo de entrega, manter

tes. Além do trabalho de produção e

padrão do produto e principalmen-

do controle das condições higiênico-

transporte dos alimentos, os profissio-

te atenção com a higiene, para que

-sanitárias para prevenção das toxin-

nais promovem atividades de educa-

os perigos de contaminações físicas,

fecções alimentares, é importante

ção nutricional nas escolas e creches.

químicas e biológicas sejam elimina-

também que as refeições sejam apre-

“Realizamos palestras sobre alimenta-

dos ou minimizados em cada etapa

sentadas atendendo as expectativas

ção saudável com os pais, professores

do processo de produção, para que

sensoriais dos usuários. A presença de

e alunos, onde é feito avaliação nutri-

alimentos seguros cheguem aos con-

microorganismos patogênicos está

cional das crianças e adolescentes que

sumidores.

associada à ocorrência de Doenças

atendemos”, destacou Rizabelly.

Além do monitoramento e registro

Transmitidas por Alimentos–DTA. As refeições transportadas exigem um severo controle de qualidade em

Nesta área, o nutricionista tem como atribuição básica a harmonização de trabalhadores, materiais e

Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho 2013

Esta preocupação estende-se desde a chegada do alimento através do

11


Opinião e Saúde

I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular

Cláudia Sabino Pinho Especialista em Nutrição pela ASBRAN, Mestre e Doutoranda em Nutrição pela UFPE e Nutricionista

Hoje está claro que diferentes pa-

do PROCAPE e Hospital das Clínicas

drões dietéticos modulam diferentes aspectos do processo ateroscleróti-

de orientar profissionais da área da

co e fatores de risco cardiovascula-

saúde sobre as novas recomendações

res, como níveis lipídicos no plasma,

de ingestão de gordura, um grupo de

resistência a insulina e metabolismo

profissionais, incluindo endocrinolo-

glicídico, pressão arterial, fenômenos

gistas, cardiologistas e nutricionistas,

oxidativos, função endotelial e infla-

elaborou a I Diretriz sobre o Consumo

mação vascular. Consequentemente,

de Gorduras e Saúde Cardiovascular

o padrão alimentar interfere na chan-

que foi lançada pela Sociedade Brasi-

ce de eventos ateroscleróticos.

leira de Cardiologia em janeiro deste

Portanto, dentro do elenco de fatores de risco para as doenças, a

Para elaboração da diretriz, foi feita uma análise minuciosa de uma cen-

como um importante marcador de

tena de estudos nacionais e interna-

risco cardiovascular, considerando

cionais publicados nos últimos vinte

posição lipídica de inúmeros alimen-

que um elevado número de evidên-

anos, o que permitiu rever as evidên-

tos e preparações, incluindo vários

cias indica que o consumo elevado de

cias científicas dos principais efeitos

tipos de queijos, leites e derivados,

colesterol, ácidos graxos saturados e

dos diferentes tipos de ácidos graxos

carnes e derivados, óleos, e etc.

carboidratos simples, associados ao

no processo aterosclerótico e estabe-

baixo consumo de fibras, participa da

lecer graus de recomendação e níveis

relevante para o nutricionista, sendo

etiologia de dislipidemias, obesidade,

de evidência para diferentes estraté-

sua leitura fundamental para atualiza-

diabetes e hipertensão arterial.

gias e padrões dietéticos que se rela-

ção em relação às recomendações de

cionem com o risco cardiovascular.

gorduras e para que novos conceitos

çamentos Familiares – POF 2008-

Revista deGestão

ano.

alimentação inadequada destaca-se

De acordo com Pesquisa de Or-

12

da UFPE.

Dentre alguns temas abordados

Portanto, este é um documento

sejam absorvidos.

2009, comparada à mesma pesquisa

na Diretriz, pode-se citar o uso de

anterior, realizada em 2002- 2003, a

óleo de coco e de palma, o consumo

do paciente ao plano dietético é algo

evolução do consumo de alimentos

de manteiga, de chocolate, de quei-

muito importante, sendo indispensá-

no domicílio indica aumento na pro-

jos, as formas de preparo de carnes, a

vel o senso crítico do profissional na

porção de alimentos industrializados

suplementação de ômega-3, a forma

hora de proibir algum alimento. Com

e um maior consumo de gordura sa-

de utilização da linhaça, o cozimento

cautela e dentro de uma dieta saudá-

turada, sobretudo entre as famílias de

em óleo, e etc.

vel e equilibrada, muitos alimentos

maior renda. Nesse contexto e com o objetivo

Além de discutir esses importantes temas, a diretriz apresenta a com-

Vale a pena ressaltar que a adesão

podem ser incluídos sem ultrapassar as recomendações


I

A

IIa

B

IIa

B

Ia

A

** Nível de Evidência

* Grau de Recomendação

Algumas recomendações previstas na Diretriz: O consumo de colesterol alimentar deve ser < 300 mg/dia para auxiliar controle da colesterolemia O consumo de ovo deve ser moderado (até 1 por dia) para população em geral e restrito para diabéticos. Indivíduos adultos que apresentam fatores de risco associados a doença cardiovascular como: hipertensão arterial sistêmica, diabetes, sobrepeso ou obesidade, circunferência da cintura aumentada, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, síndrome metabólica, intolerância a glicose ou aterosclerose significativa o consumo deve ser < 7% do Valor Energético Total(VET) A ingestão recomendada de ácidos graxos saturados para adultos sem comorbidades deve ser < 10% do VET.

IIa

B

A substituição de Ácidos Graxos Saturados por Ácidos Graxos Monoinsaturados e Poliinsaturados é recomendada por ocasionar melhora no perfil lipídico. III

B

*Recomendações

Classe I: Condições para as quais há evidências conclusivas e, na sua falta, consenso geral de que o procedimento é seguro útil/eficaz. Classe II: Condições para as quais há evidências conflitantes e/ou divergência de opinião sobre segurança e utilidade/ eficácia do procedimento. Classe IIa: Peso ou evidência/opinião a favor do procedimento. A maioria aprova. Classe IIb: Segurança e utilidade/eficácia menos bem estabelecidas, não havendo predomínio de opniões a favor.

II

C

I

A

O consumo de chocolate rico em cacau não está relacionado ao aumento do colesterol. Suplementação com ômega-3 marinho (2-4 g/dia) deve ser recomendada para hipertrigliceridemia grave (> 500 mg/dL), com risco de pancreatite, refratária a medidas não farmacológicas e tratamento medicamentoso.

Classe III: Condições para as quais há evidências e/ou consenso de que o procedimento não é útil/eficaz e, em alguns casos, pode ser prejudicial.

**Evidências

A relação do consumo de manteiga e colesterolemia é controverso; porém, se for moderado e dentro das recomendações de gordura saturada, poderá fazer parte da dieta.

II

O consumo de queijo deve ser feito com cautela, dando-se preferência para queijos com menor teor de gordura saturada. O consumidor deve observar nas embalagens o teor dessa gordura e evitar o consumo irrestrito de queijos brancos.

II

B

Nível A: Dados obtidos a partir de múltiplos estudos randomizados de bom porte, concordantes e/ou de Metanálise robusta de estudos clínicos randomizados. Nível B: Dados obtidos a partir de Metanálise menos robusta, a partir de um único estudo randomizado ou de estudos não randomizados (observacionais).

B

Nível C: Dados obtidos de opiniões consensuais de especialistas.

Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho 2013

Não se recomenda coco e óleo de coco para tratamento de hipercolesterolemia, sendo necessários estudos adicionais para orientar seu uso em demais alterações metabólicas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença Cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte, responsável por 30% das mortes globais.

13


Atualidade

#Nutrição

e Redes Sociais que o Facebook tem uma penetraPor volta dos anos 2000 quando a internet se popularizou, outro tipo de serviço de comunicação e entretenimento começou a ganhar força: as redes sociais. Estes canais caíram definitivamente no gosto dos internautas, com os seus públicos bem segmentados, além de uma variedade enorme de produtos deste mercado.

Revista deGestão

Desde que a internet tornou-se

14

ção no Brasil de 35,5% em compara-

O mundo já conta com pouco mais de 1 bilhão de usuários ativos de redes sociais

ção com a população do país e 89,9% em relação ao número de usuários da internet. As estatísticas também apontam o país em segundo lugar no mundo em usuários ativos na rede social, sendo 47% dos internautas homens e 53% mulheres. E para entrar definitivamente neste universo das redes sociais, o

mais presente no nosso dia a dia, cada

Conselho Regional de Nutricionistas

vez mais temos dedicado o nosso tem-

da 6ª Região lançou em fevereiro sua

po a interagir com outras pessoas atra-

atento com o que deve ser publicado.

Fanpage no Facebook onde posta

vés das redes sociais. De acordo com

Segundo a diretora da Iris Agência In-

diariamente notícias de interesses

um relatório da ITU (International Te-

terativa, Gabriela Valente, é preciso ter

dos profissionais da Nutrição, como

lecommunication Union), o mundo já

muito cuidado com o que vai postar

também, ações do CRN-6. Além disso,

conta com pouco mais de 1 bilhão de

e não confundir o profissional com o

repaginou a homepage (www.crn6.

usuários ativos de redes sociais. Desse

pessoal. “Como usuários devemos ser

org.br) que está mais interativa com

modo, quando o Facebook afirma ter

bastante atentos com o que posta-

novas seções.

901 milhões de usuários mensais ati-

mos, e sendo empresa o cuidado deve

Um bom exemplo de como divul-

vos, isso significa que a rede de Mark

ser redobrado onde é preciso ter uma

gar informações de interesse público,

Zuckerberg é frequentada por 90%

linha de comunicação muito clara e fi-

é o blog criado por alunos do curso de

deste público.

car monitorando o que postam na sua

Nutrição da Universidade Federal de

página”, alerta Gabriela.

Pernambuco (UFPE), campus Vitória.

Diante de tanta informação postada nas redes, é importante estar

Dados do Social Balkers mostram

No blog educainfonutri.blogspot.com


Código de Ética do Nutricionista

Sobre o

Facebook

Capítulo XII, da Publicidade

Art. 21. Relativamente à publicidade, é dever do nutricionista, por ocasião de entrevistas, comunicações, publicações de artigos e informações

O Brasil é o

2

o

em usuários ativos no mundo

sendo

47%

dos internautas homens e

53% mulheres

ao público sobre alimentação, nutrição e saúde, preservar sempre o decoro profissional, assumindo inteira responsabilidade pelas informações prestadas.

Art. 22. Relativamente à publicidade, é vedado ao nutricionista: I - utilizá-la com objetivos de sensacionalismo e de autopromoção; II - divulgar dados, depoimentos ou informações que possam conduzir à identificação de pessoas, de marcas ou nomes de empresas, ou de nomes de instituições, salvo se houver anuência expressa e manifesta dos envolvidos ou interessados;

III - valer-se da profissão para manifestar preferência ou para divulgar ou permitir a divulgação, em qualquer tipo de mídia, de marcas de produtos ou nomes de empresas ligadas às atividades de alimentação e nutrição;

IV - quando no exercício da profissão manifestar preferência, divulgar ou permitir que sejam divulgados produtos alimentícios ou farmaceuticos por meio de objetos ou de peças de vestuário, salvo se a atividade profissional esteja relacionada ao marketing, ou se os objetos e peças de vestuário componham uniforme cujo uso exigido de forma comum a todos os funcionários ou agentes da empresa ou instituição;

V - utilizar os recursos de divulgação ou os veículos de comunicação para divulgar conhecimentos de alimentação e de nutrição que possam

supervisionado pela professora de

diagnósticos ou a concessão de dietas individualizadas.

veira, são postados imagens de pratos nutritivos criados pelos estudantes, vídeos e notícias sobre alimentação saudável e da área de Nutrição. “A ideia do blog surgiu quando fui ao encontro do Marco de Referência Alimentar, onde houve uma palestra que abordou o assunto do papel das mídias no comportamento alimentar. A partir disso, trouxe para sala de aula a proposta de lançarmos o blog postamos temas relacionados à alimentação e nutrição”, disse Juliana de Oliveira. E para os profissionais que criaram um site ou perfil no facebook e desejam postar notícias sobre a nutrição, é bom estar bem atento ao código de ética do nutricionista.

Alunos que criaram o Blog

Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho 2013

educação nutricional, Juliana de Oli-

caracterizar a realização de consultas ou atendimentos, a formulação de

15


16

Revista deGest達o


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