21 Janeiro • Fevereiro Março • Abril 2012
Gastronomia
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Substituindo o sal nas receitas
Falando de Nutrição
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Antioxidantes na prevenção do câncer
Atualidade
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Agrotóxicos nos alimentos
Novos planos para diminuir a ingestão da substância pelos brasileiros
DE GESTÃO Publicação Quadrimestral do Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região Rua Bulhões Marques, 19, sls 801/803 Edf. Zikatz | Boa Vista, Recife/PE | CEP: 50060-050 Fones (81) 3222.1458 / 3222.2495 / 3421.8382 Fax (81) 3421.8308 www.crn6.org.br | crn6@crn6.org.br
Editorial Alerta e orientações constantes Nesta primeira edição de 2012, mantemos a proposta de informar os nutricionistas e a sociedade
DELEGACIAS
Revista deGestão
• Ceará | Av. Santos Dumont, 1740, sl 613, Aldeota - Fortaleza/CE - CEP: 60150-160 Fone/Fax:(85) 3261.6341 Delegada: Maria Lúcia Barreto Sá • Rio Grande do Norte | R. João Pessoa, 267, sl 707, Edf. Cidade do Natal, Cidade Alta - Natal/RN CEP: 59.025-902 Fone/Fax: (84) 3211.8193 Delegada: Adriana de Queiroz Xavier • Piauí | R. Des. Pires de Castro, 173, sl 7 Sul-Centro, Teresina/PI - CEP: 64001-390 Fone/Fax: (86) 3222.3028 Delegada: Maria do Rosário Lima Gomes • Paraíba | Av. Dom Pedro I, 361, sl 210 Edf. Holanda Center, Centro - João Pessoa/PB Fone/Fax: (83) 3241.5621 Delegada: Luciana Maria Martinez Vaz • Alagoas | Av. Moreira e Silva, 547, sl 105 Farol - Maceió/AL - CEP: 57021-500 Fone/Fax: (82) 3221.7048 Delegada: Ana Maria Beltrão Rossiter • Maranhão | R. Queóps, 12, sl 401 J. Renascença - São Luís/MA - CEP: 65075-800 Fone: (98) 3235.3435 Delegada: Sueli Ismael O. da Conceição
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sobre as mais diversas questões ligadas à alimentação, a partir da abordagem de temas atuais, despertando interesse tanto dos profissionais da área quanto do público em geral. O destaque são as reportagens sobre associações entre o câncer e os agrotóxicos, assunto cada vez mais aprofundado em pesquisas científicas e que está despertando a atenção da
Nancy Aguiar
população, além de relação da doença com a ali-
Conselheira Presidente
mentação. Não nos restringimos apenas a alertar para essa relação, como também buscamos
apresentar hábitos alimentares para a prevenção da doença e ressaltar a importância de uma alimentação adequada durante o tratamento, com relatos de nutricionistas que trabalham diretamente com pacientes oncológicos.
DIRETORIA DO CRN-6
Outro tema abordado nas páginas da revista é a redução do sódio nos ali-
• Conselheira Presidente Nancy Aguiar • Conselheira Vice Presidente Patrícia Santos • Conselheira Secretária Ivany Amaral • Conselheiro Tesoureiro Rodrigo Silveira • Efetivos | Ivany C. R. Amaral | Leopoldina de S. Serqueira | Maria do Rosário P. Spíndola | Maria Dolores G. da Fonte | Marina de Moraes V. Petribu | Nancy de A. Aguiar | Patrícia M. S. Santos | Taciana C. Verçosa | Rodrigo Luis da Silveira • Suplentes | Adriana de Q. Xavier | Ana Glória F. de Araújo | Ana Karina Souza | Edigleide F. Barreto | Flávia Maria de C. Almeida | Larissa de A. Viana | Maria do Rosário L. Gomes | Sebastião de F. Silva | Suzana de C. S. Lins • Comissão de Fiscalização | Ivany C. R. Amaral Nancy de A. Aguiar | Maria Dolores G. da Fonte Maria do Rosário P. Spíndola • Comissão de Tomada de Contas | Maria do Rosário P. Spíndola | Marina de M. V. Petribu | Leopoldina de S. Sequeira • Comissão de Ética | Patrícia S. Santos | Taciana C. Verçosa | Maria Dolores G. Fonte | Ana Glória F. de Araújo • Comissão de Formação Profissional | Marina de M. V. Petribu | Edigleide F. Barreto | Larissa de A. Viana | Ana Karina Souza | Luciana M. Vaz | Leopoldina de S. Sequeira • Licitação | Maria Dolores G. da Fonte | Flávio C. de Brito | Janusy de F. Silva | Nairton S. da Silva • Comunicação | Nancy de A. Aguiar | Ivany C. R. Amaral | Rodrigo Silveira | Patrícia S. Santos
mentos, batalha que está sendo travada pelo Ministério da Saúde, com o
Jornalista Responsável Patrícia Natuska (DRT 3187) Multi Comunicação Corporativa www.multicomunicacao.com Edição e Textos | Marina Andrade e Patrícia Natuska - Multi Comunicação Corporativa Projeto Gráfico | Multi Comunicação Corporativa Diagramação | Daniele Torres - Multi Capa | Foto de Daniele Torres Tiragem | 10.000 exemplares
objetivo de estimular a adoção de uma alimentação mais saudável pelos brasileiros. Sobre o assunto, contamos com esclarecimentos do coordenador-adjunto de Alimentação e Nutrição do ministério, Eduardo Nilson. Boa leitura!
Entrada
03
Radar
08 11 14 16 18
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CRN-6 em ação
Atuação Profissional
Nutrição a favor do tratamento do câncer Em Foco
A meta é reduzir o sódio Gastronomia
Donos do sabor Falando de Nutrição
Antioxidantes são armas de defesa Atualidade
Agrotóxicos à mesa
Entrada
Radar Paraíba Rio Grande do Norte Novo fiscal A Delegacia do CRN-6 no Rio Grande do Norte contratou mais um fiscal para atuar no estado, desde o último mês de janeiro. Agora, Cláudia Martins de Oliveira se junta a Cláudia Catarine Costa para exercer as funções atribuí-
Audiências públicas O CRN-6/PB participou de audiências públicas que discutiram acidentes de consumo, que acontecem quando um produto ou serviço colocado no mercado causa danos à saúde, e a alimentação escolar saudável na rede privada de ensino, além de ter sido convidado para articular projetos e fiscalização conjunta com a Agência Estadual de Vigilância Sanitária, entre outras atividades. As representantes da delegacia, Luciana Maria Martinez Vaz (titular) e Raquel Patrícia Ataíde Lima (suplente), tomaram posse no Conselho Municipal de Saúde (CMS) de João Pessoa.
das à fiscalização. De acordo com a coordenadora da Comissão de Fiscalização, Roberta Pereira, a contratação de um novo fiscal representa tanto a ampliação na cobertura do Estado, quanto uma maior abrangência do CRN-6 nesse âmbito.
Alagoas Saúde nas escolas Saúde nas escolas Alagoanas” foi o tema da reunião organizada pela Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas, que contou com colaborações do CRN6-AL. A Delegacia também participou do Simpósio Alagoano de Nutrição, da apresentação do Balanço Social do Programa Mesa Brasil ano 2011 e apresentou o Sistema CFN/CRN aos alunos da graduação em nutrição da Universidade Federal de Alagoas.
Pernambuco Fórum Com participação do CRN-6, o Fórum dos Conselhos das Profissões de Saúde no Estado de Pernambuco (FCPS-PE) deu início ao calendário das ações de 2012. O objetivo do fórum, que foi reativado no ano passado, é garantir a melhoria dos serviços de saúde oferecidos à população, a partir da fiscalização conjunta de unidades hospitalares.
Maio Maio || Junho Junho || Julho Julho || Agosto Agosto || 2012 2012
“Tecendo Redes de Promoção da
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Entrada
CRN-6 em ação
Prestação de contas | 2011 O CRN-6 fechou 2011 inscrevendo 7.702 nutricionistas, 537 técnicos e 2.418 pessoas jurídicas nos sete estados da jurisdição. Confira o balanço completo no quadro abaixo: RECEITAS (em R$)
Orçada
Arrecadada
1.690.000,00
1.685.503,19
Receita Patrimonial
85.000,00
116.329,75
Receitas Diversas
55.000,00
74.610,54
Outras Receitas Correntes
83.000,00
145.162,26
1.913.000,00
2.021.605,74
20.000,00
-
1.933.000,00
2.021.605,74
Orçada
Realizada
663.000,00
661.554,78
2.000,00
1.005,47
Obrigações Patronais
197.000,00
192.804,20
Material de Consumo
45.000,00
37.999,16
8.000,00
2.380,95
Outros Serv. de Terceiros
668.000,00
607.892,35
Outras despesas correntes
190.000,00
167.715,00
1.773.000,00
1.671.351,91
5.000,00
1.699,90
125.000,00
24.407,00
30.000,00
30.000,00
160.000,00
56.106,90
1.933.000,00
1.727.458,81
Receitas Correntes Receitas de Anuidades
Subtotal Receitas de Capital Receitas Totais
DESPESAS (em R$) Despesas Correntes Pessoal Despesas Variáveis
Serv. de Terceiros - Pessoa Física
Subtotal Despesas Correntes Despesas de Capital Obras e Instalações Equipamentos e Materiais Permanentes
Revista deGestão
Aquisição de Imóveis
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Subtotal Despesas de Capital Despesas Totais
INVESTIMENTOS EM FISCALIZAÇÃO (em R$)
Orçada
Realizada
595.000,00
589.818,64
Desempenho 2011 Número de inscritos por estado
N 770 T 158
Outros
N 1172
N 1141
PJ 199
T 7
T 117
PJ 327
PJ 436
N 42
N 977
T 7
T 28
PJ 9
PJ 188 N 1937 T 139
Legendas
PJ 771
N Nutricionistas
N 922
T Técnicos PJ Pessoas Jurídicas
N 781
T 1
T 80
PJ 241
PJ 247
Eventos
Prêmio Emília Aureliano Entre os dias 02/05 e 23/07, estarão abertas as inscrições para o VI Prêmio Emília Aureliano de Alencar Monteiro, que podem ser realizadas gratuitamente na sede do CRN-6 ou via Correios, a partir do preenchimento de ficha de inscrição e entrega do trabalho de acordo com as normas do regulamento.
Errata Na nota sobre o número de inscritos por estado da Comissão de Fiscalização da Revista deGestão nº 20, o valor referente às Pessoas Jurídicas do estado do Piauí estava desatualizado. O número já está correto nesta edição.
A premiação tem a finalidade de incentivar a produção científica e o vencedor será anunciado no dia 20 de agosto de 2012. O trabalho será apresentado no Seminário de Atualização Itinerante, no dia 25 de agosto, no Recife.
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
Inscrições iniciam no mês de maio
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Entrada
CRN-6 em ação
Consea a serviço da população
Propor diretrizes para ações relacionadas à alimentação e nutrição, a partir da articulação entre o governo e a sociedade civil. É essa a missão do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), criado em 1993, com atuação diretamente ligada à Presidência da República, a
A importância do nutricionista nos espaços políticos voltados para as ações de segurança alimentar e nutricional é uma realidade cada vez mais presente. Leopoldina Sequeira, conselheira do Consea-PE
partir da formulação de políticas e da definição de orientações para que o
explica a conselheira do Consea-PE,
miliar. Como também, o aumento do
País garanta o direito humano à ali-
Leopoldina Sequeira. Embora existam
teto do valor para comercialização por
mentação.
registros de políticas públicas vol-
agricultor familiar/ano, a construção
Bolsa Família, Alimentação Escolar,
tadas para a Segurança Alimentar e
de centros de comercialização para
Aquisição de Alimentos da Agricultura
Nutricional desde 1930, é apenas em
facilitar a logística do transporte de
Familiar e Vigilância Alimentar e Nutri-
1993 que o tema começa a ganhar es-
alimentos da agricultura familiar para
cional são alguns dos programas pro-
paço no debate das políticas públicas.
entidades beneficiadas, a proibição
Revista deGestão
postos e acompanhados pelo Consea,
6
Neste ano, foi criado o Consea
da terceirização da merenda escolar, a
que segue como base as resoluções
e também produzida uma primeira
fiscalização quanto ao uso indiscrimi-
da Conferência Nacional de Seguran-
proposta de Plano Nacional de Segu-
nado de agrotóxico e princípios ativos
ça Alimentar e Nutricional. O principal
rança Alimentar e Nutricional. Com a
proibidos na produção de alimentos
papel do órgão é assessorar e não atu-
participação de dois mil delegados,
e a valorização da produção agroeco-
ar como gestor ou executor de ações.
ocorreu a 1ª Conferência Nacional de
lógica.
“O Consea estimula a sociedade
Segurança Alimentar e Nutricional
Os Conseas, então, realizam confe-
a participar da formulação, execução
(CNSAN), em 1994. No ano passado,
rências (municipais, estaduais, distrital
e acompanhamento das políticas de
foi realizada a IV CNSAN, que trouxe,
e nacional) que são os espaços de
segurança alimentar e nutricional, e
entre as muitas propostas, a amplia-
onde saem as deliberações, priorida-
considera a organização da sociedade
ção dos programas de compra de ali-
des e diretrizes que são propostas e
essencial para as conquistas sociais”,
mentos diretamente da agricultura fa-
articuladas junto às três esferas gover-
Representações do CRN-6
namentais. O CRN-6 atua nos Conseas e Comseas (municipais) de todos os estados da jurisdição. A ideia por trás desses núcleos é tratar de questões
acompanhando e manifestando suas
específicas da região relacionadas à
opiniões sobre os assuntos colocados
Segurança Alimentar e Nutricional.
em discussão, além de encaminhar as
De acordo com Leopoldina, o CRN-6 está inserido nos Conseas esta-
decisões e os compromissos assumidos pelo CRN-6.
Consea Pernambuco Titular
Leopoldina Sequeira SUPLENTE
Ana Glória Araújo
duais como sociedade civil, objetivan-
Quando designadas, as nutricio-
do sensibilizar e motivar a sociedade e
nistas também participam de Confe-
os Governos Estaduais para a temática
rências e Seminários voltados ao tema
EFETIVA
da segurança alimentar e nutricional,
da Segurança Alimentar e Nutricional.
Adriana Negromonte
considerando a ótica do direito huma-
“Pessoalmente, atendendo solicita-
no à alimentação adequada. “O CRN-6,
ção do Governo Estadual, em parceria
entidade que regulamenta a profissão
com o Cecan NE I/UFPE, coordenei o
do nutricionista, enquanto sociedade
trabalho de campo de um levanta-
civil, tem papel de extrema importân-
mento sobre insegurança alimentar:
cia. Isso porque, por meio da fiscaliza-
Avaliação da (In) Segurança Alimentar
ção do exercício profissional, exerce
nas Regiões de Desenvolvimento do
sua responsabilidade social quanto
Estado de Pernambuco, desenvolvi-
Titular
à defesa do bem-estar da população
do em 48 municípios, em 2011”, conta
Luciana Martinez
através da promoção da saúde, da
Leopoldina.
nutrição e da alimentação saudável
Para a conselheira, a importância
e adequada dos indivíduos, por meio
da participação do nutricionista nos
do exercício profissional competente,
espaços políticos voltados para as
crítico e ético de nutricionistas capaci-
ações de segurança alimentar e nutri-
tados e habilitados”, afirma Leopoldi-
cional é uma realidade cada vez mais
na, que atua no órgão como conse-
presente. “Considerando que a segu-
lheira titular.
rança alimentar e nutricional integra
Comsea Caruaru
SUPLENTE
Vanessa dos Santos Consea Alagoas Titular
Ana Maria Beltrão Consea Paraíba
Comsea João Pessoa PRESIDENTE
Vernayde Maria Consea Rio Grande do Norte Titular
Cláudia Alves SUPLENTE
Fernanda Pinto
O assento do CRN-6 no Consea-
um conjunto de direitos que definem
-PE, que é vinculado diretamente ao
a qualidade de vida e pressupõe o fim
Governo do Estado a partir da Secre-
da exclusão social, é papel do Estado,
taria de Agricultura e Reforma Agrária,
por meio do diagnóstico da insegu-
também conta com a presença da
rança alimentar, definir políticas pú-
nutricionista Ana Glória Araújo, na
blicas que visem garantir o direito à
função de suplente. Juntas, elas parti-
alimentação e à segurança alimentar”,
Titular
cipam das reuniões plenárias do Con-
finaliza Leopoldina.
Maria do Perpétuo Fonseca
Titular
Maria Lúcia Sá Comsea Piauí
SUPLENTE
Maria do Rosário Gomes Comsea Imperatriz Titular
Jaisane Santos SUPLENTE
Marluce Alves
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
sea, que acontecem uma vez por mês,
Comsea Fortaleza
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Atuação Profissional
Nutrição a favor do tratamento do câncer Cada vez mais, nutricionistas têm
saber tratar o câncer. Esses documen-
oncológicos. Com a incidência cres-
tos estão disponíveis na íntegra no
ença determinam a condução do
cente do câncer, os serviços têm sido
site do INCA e na biblioteca virtual do
tratamento. Estamos investigando de
ampliados nos hospitais para tratar
Ministério da Saúde”, afirma.
que forma podemos reduzir a taxa de
“A localização e o tempo da do-
a doença. Esta realidade tem atraído
Pinho ressalta que a instituição
profissionais de nutrição para o seg-
oferece residência multidisciplinar,
durante o pós-operatório e também
mento, que vem se desenvolvendo no
incluindo nutrição, além de cursos de
criar um inquérito nacional para ava-
País com iniciativas como o Congres-
aperfeiçoamento na área e também
liar o estado nutricional dos pacientes
so Brasileiro de Nutrição Oncológica,
de capacitação, abordando teoria e
com câncer para prover as políticas
realizado a cada dois anos, reunindo
prática para instituições que deseja-
públicas de ferramentas úteis”, explica
cerca de mil nutricionistas, e a Jornada
rem se inscrever. Há 20 anos no INCA,
Nivaldo. De acordo com a nutricio-
Nutricional Oncológica no Brasil, que
o nutricionista chefia uma equipe
nista Isabel Leal, que trabalha há
passa por vários Estados.
formada por 32 profissionais, respon-
oito anos no Hospital do Câncer de
sáveis por assistir 210 pacientes, tanto
Pernambuco, o acompanhamento se
internos, quanto ambulatoriais.
dá de acordo com a fase em que se
ção do Instituto Nacional de Câncer
(INCA), Nivaldo Pinho, a criação
Revista deGestão
de desnutrição.
atuado na assistência de pacientes
De acordo com o chefe de nutri-
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ticas, porque é preciso cada vez mais
complicação dos tumores gástricos
Os estudos apontam que um pa-
encontra o paciente. Uma triagem nu-
de uma rede de atenção e assistência
ciente bem nutrido responde melhor
tricional é realizada quando o paciente
nutricional ao paciente com câncer
ao tratamento do câncer. Os diversos
é interno para saber se há risco nutri-
tem sido discutida no Brasil. “Temos
cuidados com a alimentação possi-
cional ou algum grau de desnutrição.
discutido melhores condutas para o
bilitam avanços como o resgate do
Só então são prescritos suplementos
tratamento. Nos últimos cinco anos,
estado nutricional, a redução e até
ou dieta completa, conforme o caso.
construímos duas edições do Congres-
suspensão do tratamento da doença, a
Há também o acompanhamento pré-
so Brasileiro de Nutrição Oncológica
diminuição do tempo de internação e
-cirúrgico, de acordo com a equipe
com recomendações de melhores prá-
também dos custos e, claro, dos riscos
médica, e o pós-cirúrgico, durante o
Temos discutido melhores condutas para o tratamento. É preciso cada vez mais saber tratar o câncer. Nivaldo Pinho, chefe de nutrição do INCA
tratamento da quimioterapia e ou ra-
rentes do tratamento e da doença: dor
dioterapia.
e dificuldade para engolir e mastigar.
“Procura-se atender às necessi-
A irradiação na cabeça e no pesco-
dades nutricionais respeitando os
ço provoca a destruição também dos
hábitos alimentares e a faixa etária de
tecidos vizinhos ao tumor. “Tudo isso
cada paciente. Por exemplo, durante a
compromete os processos de absor-
quimioterapia, as crianças e os idosos
ção e digestão dos alimentos. Quan-
não conseguem se alimentar com pra-
do os tumores estão em órgãos como
ticamente nenhum tipo de alimento”,
o abdômen, pélvis ou pâncreas, por
afirma. Segundo Isabel, a hidratação
exemplo, alterações são provocadas
oral é indicada, principalmente, duran-
no metabolismo, o que reduz o esta-
te a quimioterapia.
do nutricional do paciente”, completa
São inúmeras as alterações recor-
Nivaldo.
Entrevista Entrevista com Fábio
Gomes, nutricionista do Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro,
sobre o trabalho realizado no INCA para prevenção do câncer e a relação dos agrotóxicos e o câncer.
Revista deGestão (RG) - Como é o
FG – O trabalho não tem foco nos
a alimentos de risco. Elas possuem
trabalho desenvolvido no Instituto
pacientes oncológicos. Na verdade,
conservantes que, em contato com o
Nacional de Câncer (INCA) - RJ?
é direcionado aos que estão fora dos
estômago, se transformam em subs-
hospitais, objetivando diminuir o con-
tâncias cancerígenas, agredindo-o e
balhamos com assistência e políticas
tingente desses pacientes, a partir da
aumentando as chances de ocasionar
públicas que estimulem hábitos ali-
prevenção.
um câncer. Além desses alimentos,
mentares que previnam o câncer. São
RG - De que forma, então, a alimenta-
temos os mecanismos de defesa e
promovidas capacitações com profis-
ção pode ajudar na prevenção?
proteção de certas substâncias. Com-
Fábio Gomes (FG) - No INCA, tra-
FG - Um bom exemplo é duran-
postos quimiopreventivos estão larga-
ção e o câncer. Frequentemente, esses
te a preparação de carnes, frangos e
mente presentes em frutas, legumes e
profissionais prestam esclarecimen-
peixes. Quando esses alimentos são
verduras, por isso recomendamos que
tos sobre outras doenças, enquanto o
fritos ou preparados na chapa, há a
as pessoas os consumam mais. A pre-
câncer continua sendo menos abor-
formação de componentes cancerí-
venção funciona assim: o câncer co-
dado por eles. Mas, da mesma forma
genos, que alteram células saudáveis
meça quando dá defeito numa célula,
que medidas como a redução no
e aumentam a incidência de câncer
que passa a se multiplicar sem parar,
consumo de gorduras podem preve-
de estômago e de intestino. Isto é
originando um tumor. O organismo
nir doenças do coração, há alimentos
decorrente das temperaturas altíssi-
tem capacidade para consertar esses
que são capazes de prevenir o câncer,
mas e o contato direto com suportes
defeitos e, com a ajuda de compostos
quando consumidos em maiores ou
de preparação. Incentivamos a opção
existentes nas frutas e hortaliças, isso
menores proporções.
por esses alimentos cozidos ou assa-
é feito de forma mais rápida.
RG - Qual a importância dos cuidados
dos no forno. As carnes processadas
RG - Quanto à associação entre os
com a alimentação no tratamento do
e embutidas, como as mortadelas
agrotóxicos e o câncer, como avalia os
câncer?
e salsichas, também correspondem
avanços dessas pesquisas no Brasil?
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
sionais sobre as relações entre a nutri-
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Atuação Profissional
Nutrição a favor do tratamento do câncer
o perigo oferecido pelos agrotóxicos? FG - No INCA, temos estimulado o
mais atuantes? FG – Existem estados mais organi-
consumo de alimentos sem agrotó-
zados que outros. O programa de Per-
xicos. A Agência Nacional de Vigilân-
nambuco é referência no País, através
cia Sanitária (Anvisa) tem contribuído
da Agência Pernambucana de Vigilân-
para essa campanha ao publicar anu-
cia Sanitária, que mantém um fórum
almente o Programa de Análise de Re-
e atua em conjunto com o Ministério
síduos de Agrotóxicos nos Alimentos.
Público e o poder público no combate
Embora os produtores rurais recla-
ao uso dos agrotóxicos. Tive a oportu-
mem, alegando alarde e prejuízo aos
nidade de participar desse fórum, du-
negócios, essa é uma medida positiva.
rante um seminário no Recife, e esta-
Contribui para que os consumidores
mos construindo um inspirado nessa
prestem atenção, já que pouco sabem
experiência no Rio de Janeiro. Para os
da origem dos alimentos adquiridos, e
que militam por essa causa, Pernambuco é um exemplo bem sucedido.
Resultados mostraram que alimentos sem agrotóxicos apresentaram maior concentração de vitaminas, além de compostos anticancerígenos. Fábio Gomes, nutricionista
RG - Que importância os alimentos orgânicos têm ganhado no Brasil? FG - Não há no Brasil pesquisa sobre o consumo de alimentos orgânicos. Embora esse público consumidor não seja tão robusto, tem existido um reconhecimento em relação ao potencial saudável desses produtos. Dizem
Revista deGestão
FG - O maior avanço nesse campo
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também estimula os próprios produ-
que são mais caros. Porém, quanto
é a relação entre os agrotóxicos e o
tores a melhorarem os produtos. As-
maior o consumo, maior a demanda e,
câncer quando há o contato direto
sim, a Anvisa tem desempenhado um
consequentemente, seu barateamen-
com esses produtos, como é o caso
papel fundamental, pressionando a
to. Também há quem diga que são
dos trabalhadores rurais e de suas fa-
ponta da cadeia produtiva. Um gran-
mais saborosos, mas o que pode-se
mílias, por exemplo. Quanto a isso já
de problema hoje é controle do uso
provar cientificamente é que os orgâ-
há bastante evidência científica, inclu-
do agrotóxico no Brasil, decorrente da
nicos possuem maior concentração
sive relacionada a vários tipos de cân-
dimensão territorial e legislação do
de vitaminas e minerais. Assim, são
cer. Existem também diversos estudos
país. Nossa tecnologia de avaliação de
aliados na prevenção do câncer.
acerca dos resíduos agrotóxicos que
uso desses produtos data de 50 anos,
RG - Você acredita que os brasileiros
ficam nos alimentos e são ingeridos.
o que resulta na utilização de fórmu-
têm tido mais cuidado na alimentação?
Essa realidade não está mensurada,
las que já foram banidas em diver-
mas não significa que não seja real.
sos países. Nos últimos anos, o Brasil
avançando. As pessoas podem não
A Alemanha e o Japão, por exemplo,
saltou da terceira posição para a pri-
estar mudando seus hábitos alimen-
têm feito comparações entre frutas e
meira no consumo desses produtos.
tares, mas reconhecem os benefícios
verduras cultivadas com e sem agro-
Os produtores acabam cultivando de
e os malefícios de cada um deles.
tóxicos. Resultados mostraram que
modo mais seguro os alimentos que
Trabalhamos para construir essa visão
alimentos sem agrotóxicos apresenta-
seguem para exportação e negligen-
de alimentação saudável e mobilizar a
ram maior concentração de vitaminas,
ciando os que abastecem o consumo
sociedade.
além de compostos anticancerígenos.
doméstico.
RG - Como a vigilância no Brasil tem
RG - Existem estados mais protegidos
atuado para alertar a população sobre
no País, por contar com vigilâncias
FG - Esse é um processo que está
Em Foco
A meta é
reduzir o sódio Ministério da Saúde traça planos para diminuir a ingestão da substância pelos brasileiros limite. Estes fatos podem ser parcial-
entre o aumento da pressão arterial e
ca de grande parte dos principais
mente explicados pelo aumento e
o avanço da idade é maior em popu-
alimentos que compõem a mesa dos
preferência do consumo de alimentos
lações com alta ingestão de sal. Povos
brasileiros, o sódio se transformou
industrializados dessa idade.
que consomem dieta com reduzido
Presente na composição quími-
em inimigo da dieta diária de muitas
Na lista dos alimentos que passa-
conteúdo deste item têm menor pre-
pessoas. Desde que o Ministério da
ram a ser encarados com cautela pela
valência de hipertensão e a pressão
Saúde anunciou medidas para reduzir
população após as medidas, apare-
arterial não se eleva com a idade”,
o consumo do sódio no País, ainda no
cem, primeiramente, os temperos à
ano passado, sua ingestão passou a
base de sal, seguidos pelo pão francês
ser vista com preocupação.
(que, apesar de não ter elevado teor
aponta a nutricionista Sandra
Marinho.
Entre os índios Yanomami, que registram baixa ingestão de sal, não
rio foram impulsionadas pela consta-
consumido pela população) e, então,
foram observados casos de hiper-
tação de que a média populacional de
por categorias como produtos cárne-
tensão arterial, por exemplo. Quan-
ingestão de sódio no Brasil ultrapassa
os, biscoitos, produtos lácteos, caldos
to à população urbana brasileira, foi
3.200 miligramas por dia, quando o
e molhos, margarina, refeições pron-
identificada maior ingestão de sal nos
recomendado pelos órgãos nacionais
tas, cereais matinais e maionese.
níveis socioeconômicos mais baixos.
e internacionais de saúde é 2.200mg/
A campanha de combate ao sódio
Entretanto, também é observado o
dia. Os números foram revelados pela
também chamou atenção pelo fato
aumento do índice de consumo de
Pesquisa de Orçamentos Familiares
dele estar presente no sal de cozinha
sódio no país em todas as faixas etá-
do Instituto Brasileiro de Geografia e
(representando 40% de sua composi-
rias, de acordo com Sandra. “Os dados
Estatística (IBGE).
ção), e o seu excesso no organismo já
demonstram que as médias do con-
ter sido apontado por diversos estu-
sumo diário de sódio, por classe de
de 81% dos meninos e de 77% das
dos como possível causa de obesi-
idade, está acima do limite esperado
meninas, todos com idade entre 10 e
dade e de doenças crônicas como
em 90% dos indivíduos. E se olharmos
13 anos, ingeriram mais sódio do que
hipertensão, problemas cardíacos, de
os 10% que consomem mais, veremos
o valor máximo tolerável e 10% con-
colesterol e de rins.
que o mínimo de consumo de sódio
De acordo com a pesquisa, mais
sumiram mais do que o dobro desse
“Já foi observado que a relação
já é o dobro da recomendação diária”,
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
de sódio, é um alimento altamente
As medidas tomadas pelo Ministé-
11
Em Foco
Redução de sódio nos alimentos afirma.
rência de doenças crônicas associadas
O coordenador-adjunto de Ali-
à alimentação, incluindo-se a hiper-
mentação e Nutrição do Ministério da
tensão arterial e o diabetes. Nos últi-
Saúde, Eduardo
Nilson, aponta
mos, a prevalência das doenças crô-
que, caso a população brasileira, hoje,
nicas é maior, portanto, é frequente a
consumisse individualmente menos
necessidade de reduzir os limites de
de 5g de sal ao dia (equivalentes a
ingestão de nutrientes como o sódio.
2000mg de sódio), haveria redução de
Para combater essa realidade,
15% nas mortes por acidentes vascu-
foram assinados acordos voluntários
lares cerebrais e de 10% nos infartos,
entre o governo e associações da in-
além de livrar 1,5 milhões de pesso-
dústria para a redução do sódio em
as do uso de medicamentos para o
alguns alimentos, no ano passado.
tratamento da hipertensão. “Além
Com os pactos, ficou acertado que a
disso, o risco atribuível ao consumo
Associação Brasileira das Indústrias
excessivo de sódio para a ocorrência
de Alimentação (Abia), a Associação
de AVC é de 60% a 70%, de insufici-
Brasileira das Indústrias de Massas Ali-
ência é de 50%, de ataque cardíaco
mentícias (Abima), a Associação Bra-
é de 25% e de problemas renais é de
sileira da Indústria de Trigo (Abitrigo)
20%, o que reforça o impacto que a
e a Associação Brasileira da Indústria
redução em seu consumo terá sobre
de Panificação e Confeitaria (Abip),
o adoecimento e as mortes por estas
por exemplo, serão monitoradas
causas, incluindo os custos sociais e
pela Agência Nacional de Vigilância
econômicos que representam, tanto
Sanitária (Anvisa), órgão que poderá
para os gastos do setor saúde, dentro
denunciá-las caso as metas de redu-
e fora do SUS, como para a produtivi-
ção não sejam respeitadas, embora
dade geral da população, mas, acima
não possua prescrição para multá-las
de tudo, o que a redução contribuirá
ou puni-las.
em termos de promoção de uma vida mais saudável à população”, afirma. De acordo com ele, os riscos desse
O objetivo do Ministério da Saúde é, até 2014, retirar dos mercados
OS produtos Pão Francês Redução de 648mg para 586mg/100g, 2,5% ao ano até 2014
Batatas fritas e palha Redução de 720mg para 529mg/100g, 5% ao ano até 2016
Salgadinhos de milho Redução de 1.288mg para 747mg/100g, 8,5% ao ano até 2016
Bolos prontos Redução de 463mg para 204 até 332mg/100g, 7,5% a 8% ao ano até 2014
Misturas para bolos Redução de 586mg para 334mg/100g (aerados) e 250g/100g (cremosos), 8 a 8,5% ao ano até 2016
Maionese Redução de 1.567mg para 1.052mg/100g, 9,5% ao ano até 2014
Biscoitos Redução de 1.220mg para 699mg/100g (salgados), 490mg para 359mg/100g (doces) e 600mg para 265mg/100g (doces recheados); 7,5 a 19,5% ao ano até 2014
brasileiros 1634 toneladas de sódio.
consumo apresentam-se em todas as
“Essa estimativa, calculada pela Abia,
-se somente às três categorias com
idades, mas vale a pena destacá-los
com quem o Ministério da Saúde
reduções pactuadas em abril de 2011
nas crianças e idosos. Isto porque, nas
assinou os termos de compromis-
(massas instantâneas, pães de forma e
primeiras, vem se acentuando a ocor-
so para a redução do sódio, refere-
bisnaguinhas). Portanto, haverá uma
Empresas tem até 2016 para se adequar
quantidade ainda maior de sódio que deverá ser retirada a partir dos demais produtos que foram alvo da última pactuação (assinada em dezembro de 2011) e dos outros produtos prioritá-
Revista deGestão
rios que deverão ser pactuados ainda
12
no primeiro semestre de 2012”, completa Nilson. É importante ressaltar que as necessidades diárias de sódio podem variar muito, principalmente, quando relacionadas a atletas e indivíduos que realizam atividades físicas com
Há a necessidade de montar estratégias múltiplas para informar sobre os riscos do consumo excessivo (do sódio). Eduardo Nilson
regularidade. Isto porque essas pessoas perdem sódio através do suor, o que não acontece com aqueles que são sedentários. Nestes últimos, a principal via de perda de sódio é a urina. “Há a necessidade de montar estratégias múltiplas com o propósito de levar as informações sobre os riscos do consumo excessivo às pessoas. Além da produção de campanhas e materiais informativos, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo ações educativas nos ambientes de trabalho, e particularmente, nas escolas e equide educação alimentar e nutricional) e também capacitando profissionais de saúde para dar orientações à população. Uma parceria com a Associação Brasileira de Supermercados está sendo planejada para a realização de uma campanha voltada aos consumidores e aos trabalhadores do setor sobre os riscos do consumo excessivo de sódio e maneiras de reduzir essa ingestão”, finaliza Nilson.
De todos os alimentos que sofreram o alarde do Ministério da
redução de
2,5 % ao ano até 2014
Saúde em relação ao teor de sódio, o que mais chamou a atenção dos
orientando indústrias e padarias a
brasileiros foi, sem dúvida, o pão
produzirem produtos com menores
francês. Diariamente na mesa das
teores de sódio, sem afetar as carac-
famílias, seja no café da manhã ou
terísticas físicas e sabor do produto e
no jantar, ele virou o centro das
levando os benefícios da redução do
atenções das discussões.
sódio aos consumidores.
“Todos os impactos trabalhados
Entre as recomendações do
para a redução do consumo de só-
guia, está a utilização de balanças
dio baseiam-se nos padrões atuais
pelas padarias para pesar a quanti-
de consumo e, no caso particular
dade de sódio e dos demais ingre-
do pão francês, não seria necessária
dientes do pão francês, de modo a
a redução do consumo individu-
evitar o exagero na proporção de
al, quando o alimento em si não é
algum deles. Segundo a Anvisa, não
consumido em excesso e se insere
é possível fazer uma redução supe-
em uma dieta rica e equilibrada.
rior a 10% na adição de sódio nesse
Em função do seu grau de consu-
alimento, por conta da função que o
mo pela população, o pão é um dos
sal tem em sua consistência.
mais importantes veículos para a
Além do pão francês, outros pro-
política de fortificação de farinhas
dutos também ganharão guias de
com ferro e ácido fólico, com vistas
boas práticas com as orientações da
a contribuir para a prevenção da
Anvisa. É provável que seja trabalha-
anemia e dos distúrbios de forma-
do, em breve, o setor de produção
ção do tubo neural”, afirma Nilson.
de refeições, que envolve restauran-
A meta do Governo Federal é,
tes e food services, com o objetivo
até 2014, reduzir em 10% o nível da
de promover o uso racional de sal e
substância adicionada ao pão fran-
temperos à base de sal nas prepara-
cês que, atualmente, é de 320mg.
ções, desde o arroz e o feijão até as
Para perseguir esse objetivo, a An-
carnes, tendo em vista que a alimen-
visa lançou o Guia de Boas Práticas
tação fora do domicílio tem crescido
Nutricionais para o Pão Francês,
bastante na população.
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
pamentos sociais (reforçando as ações
Pão francês
13
Gastronomia
Donos do
sabor Diversos temperos podem substituir o sal na hora de dar gosto aos alimentos
óbitos por acidente vascular cerebral
conter sódio em excesso, é importan-
refeição ou mesmo depois que ela
e em 10% nos óbitos por infarto. Com
te que o consumidor aprenda a ler
é servida, os brasileiros habituaram-
essa redução, 1,5 milhão de brasilei-
as informações contidas nas embala-
-se a tratar o sal como o ingrediente
ros não precisaria de medicação para
gens. Os condimentos e especiarias
responsável por dar sabor às comidas.
hipertensão e a expectativa de vida
naturais são excelentes opções para
Não raro as pessoas disparam à beira
dos hipertensos seria aumentada em
substituí-lo. Realçam o sabor, aroma
do fogão ou da mesa: “Coloca mais sal
até quatro anos.
e a aparência dos alimentos, além de
Durante a preparação de uma
Revista deGestão
para dar gosto!”, e não economizam
14
É importante saber que o sal que
melhorarem a digestão e funcionarem
ao despejar o conteúdo do saleiro no
costumamos colocar na preparação
como fontes de vitaminas, minerais
prato.
dos nossos pratos é o cloreto de sódio
e nutrientes antioxidantes”, explica a
Esse hábito alimentar foi trans-
(NaCl). Como cerca de 40% de sua
nutricionista Sandra Marinho.
formado em números e os resultados
constituição é sódio, o sal torna-se
Alecrim, louro, manjericão, oré-
alardearam as instituições de saú-
fonte em potencial dessa substân-
gano, salsas e pimentas são alguns
de no País. De acordo com dados da
cia na alimentação dos brasileiros.
dos temperos que aparecem com
Agência Nacional de Vigilância Sani-
O grande problema é que o sódio
frequência na mesa dos brasileiros e
tária (Anvisa), atualmente, o brasileiro
(Na) já está presente nos alimentos,
que podem substituir muito bem o sal
consome, em média, 12g de sal por
naturalmente, por fazer parte de sua
na hora de dar gosto aos alimentos.
dia, quando o recomendado pela Or-
composição química e o seu excesso
Cada um apresenta particularidades
ganização Mundial da Saúde (OMS) é
contribui para a ocorrência da hiper-
quanto ao sabor, aroma e benefícios à
de 5g. Ou seja, estamos consumindo
tensão arterial, por exemplo.
saúde. O alecrim, por exemplo, auxilia
mais que o dobro do recomendado. Ainda segundo o órgão, a redução
O caminho mais seguro para cuidar da saúde, então, é buscar alter-
na digestão ao mesmo tempo em que funciona como erva aromática. Pimentas também são boas op-
do consumo de sal para 5g por dia
nativas para substituir o sal na nossa
diminuiria em 10% a pressão arterial
alimentação diária. “No caso dos ali-
ções para condimentar os pratos,
da população brasileira, em 15% os
mentos industrializados que podem
sendo presença bastante comum na
Anota aí! culinária mexicana. Elas são fontes de
sal, é possível optar pela versão light.
substâncias antioxidantes, além de
A vantagem é que ela possui menor
acelerarem o metabolismo, o que au-
teor de sódio na composição. “A ado-
menta o gasto calórico. Louro, açafrão,
ção de um estilo saudável de vida é
Ingredientes:
manjericão e salsa são outras alter-
fundamental no tratamento e preven-
20g de alecrim desidratado
nativas que também podem ajudar
ção da hipertensão arterial. Assim, a
20g de manjericão desidratado
a driblar o sal. Esta última é fonte de
diminuição no consumo de sódio na
20g de orégano desidratado
bioflavonóides e monoterpenos, duas
alimentação pode levar a uma redu-
20g de sal marinho
substâncias anticancerígenas.
ção da pressão arterial e, consequen-
Para quem não consegue fugir do hábito de temperar as comidas com
Sal de ervas
temente, também do risco cardiovas-
Modo de preparo:
cular”, finaliza a nutricionista.
Bater todos os ingredientes no liquidificador. Armazenar em um recipiente de vidro e utilizar como substituto do sal em qualquer alimento. Rendimento: 15 porções. Fonte: Bruna Murta – nutricionista da rede Mundo Verde *A receita retirada do site da loja Mundo Verde: http://www.mundoverde.com.br/ Molhos/Receita/2011/05/10/Sal-de-ervas/
alho e cebola Fontes de alicina e gama-glutamilcisteína, de ação antioxidante, fortalecem o sistema imunológico e funcionam como temperos básicos para todos os pratos.
orégano Dá um toque especial a molhos, omeletes, saladas e pratos que contenham tomates.
gengibre
pimentas Usadas para condimentar vários pratos quentes no Brasil e no México. São fontes de capsaicina, que é uma substância antioxidante. Também aceleram o metabolismo, aumentando o gasto calórico.
É muito utilizado em sopas e feijão.
cravo da índia Pode ser utilizado no preparo de assados (porco), marinadas, molhos e chutneys.
alecrim Erva aromática, combina com legumes, sopas, arroz e omeletes, perfumando o prato e a cozinha. Também auxilia na digestão.
salsa Desidratada ou fresca, confere aos pratos um sabor leve e agradável. Possui grandes quantidades de bioflavonóides e monoterpenos, substâncias anticancerígenas.
curcuma (açafrão) Além de proporcionar um sabor agradável, deixa o prato mais colorido. É fonte de curcumina, um potente antioxidante.
manjericão Utilizado em diversos pratos, dá um toque especial em molhos de tomate, tortas e saladas.
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
Com sabor adocicado e picante, pode ser utilizado em pratos doces, salgados e sucos. Utilizado contra enjôos e dores de cabeça, é um alimento termogênico, capaz de aumentar a temperatura do corpo e gerar mais gasto de energia.
louro
15
Falando de Nutrição
Antioxidantes são armas de defesa Eles são reconhecidos como potentes agentes quimiopreventivos no nosso organismo. Capazes de reduzir o risco de câncer a partir da inibição dos danos oxidativos no DNA, os micronutrientes antioxidantes estão ao alcance de todos. Podem ser encontrados em diversos alimentos, como frutas (acerola, caju e goiaba, por exemplo), vegetais (como cenoura, tomate e milho), além de estarem presentes em amendoins, amêndoas
O impacto benéfico desses micronutrientes pode representar uma melhora da expectativa de vida. Marina Petribu, nutricionista
e outros.
Revista deGestão
nutrientes é tão louvada pelos estudiosos, que destacam o papel deles para equilibrar a produção de radicais livres e os mecanismos de defesa antioxidante. Quando esse equilíbrio não é alcançado no organismo, é que acontece o estresse oxidativo. “A deficiência desses micronutrientes no organismo pode contribuir para danos e modificações oxidativas do DNA, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer”, afirma Marina.
Vitaminas lipossolúveis (A, E e
16
Por isso, a atuação desses micro-
Uma dieta balanceada, com boas
betacaroteno), hidrossolúveis (C e do
chamadas de antioxidantes por cau-
quantidades de frutas e vegetais, en-
complexo B), além dos oligoelemen-
sa da forma como agem no corpo,
tão, é a melhor maneira de se obter
tos (zinco, cobre, selênio, magné-
atrasando ou inibindo as taxas de
os nutrientes antioxidantes. Solúveis
sio, etc) são os principais nutrientes
oxidação, a partir da neutralização
em gordura, vitaminas como a A, E
antioxidantes. Além de atuarem na
dos radicais livres. Até mesmo quando
e betacaroteno, são transportadas
prevenção do câncer, eles tornam-se
estão presentes em baixas concentra-
pelo sistema linfático para diferentes
importantes por também exercerem
ções no organismo, eles conseguem
partes do corpo, sendo armazenadas
um poderoso combate a outras doen-
manter essa capacidade de proteger
em maior quantidade no corpo que
ças degenerativas, como as cardiovas-
os tecidos, células, DNA, proteínas e
as hidrossolúveis. Já os oligoelemen-
culares e as cataratas.
demais componentes do corpo das
tos, embora necessários em pequena
substâncias que o danificam.
quantidade no organismo, permane-
Essas substâncias químicas são
cem indispensáveis, por não serem sintetizados de forma autônoma. Porém, infelizmente, essa recei-
CÂNCER
ta nutricional não tem sido seguida
As relações entre o câncer e
pela população no Brasil. De acordo
os processos de oxidação no or-
com dados do Instituto Brasileiro de
ganismo estão bastante interliga-
Geografia e Estatística (IBGE), mais de
das. “O processo carcinogênico é
90% das pessoas no País consomem
caracterizado por um estado oxi-
Oléo de Girassol
48,7
menos frutas, legumes e verduras do
dativo crônico, especialmente na
Margarinas
25,0
que o recomendado pelo Ministério
etapa de promoção. Além disso,
Amêndoa
20,0
da Saúde.
a fase de iniciação está associada
Gérmen de trigo
11,0
com dano irreversível no material
Amendoim
Na cartilha intitulada Alimentação saudável para todos: siga os dez pas-
genético da célula, muitas vezes
sos, o órgão indica que o ideal é comer
devido ao ataque de radicais li-
diariamente pelo menos três porções
vres”, completa Marina.
de legumes e verduras, como parte
De acordo com artigos pu-
Vitamina E(1) (α-tocoferol)
Quantidade (mg/100g)
8,0
Vitamina C(2) Frutas
Quantidade (mg/100g)
blicados na Revista Brasileira de
Acerola
de frutas nas sobremesas e lanches.
Cancerologia, vinculada ao Insti-
Caju
219
Quem opta por uma dieta balanceada
tuto Nacional de Câncer, o trata-
Goiaba
218
como essa, caminha em direção a uma
mento de pacientes oncológicos
Laranja (suco)
vida prolongada. A maior parte da
torna-se diferenciado quando alia
população brasileira, entretanto, tem
nutrientes antioxidantes a drogas
Vegetais
caminhado na contramão e acaba se
antineoplásicas. Entre os bene-
Brócolis
privando de benefícios como esse.
fícios apontados por estudiosos,
Couve
92
está uma menor incidência dos
Couve-flor
82
mado pela literatura se a ingestão de
efeitos colaterais, por exemplo,
Tomate
23
antioxidantes pode diminuir a pro-
possibilitada pela oferta das vi-
gressão do envelhecimento, prolon-
taminas A, E e C, principalmente,
gando o tempo máximo de vida. No
e, em alguns casos, do selênio e
entanto, o impacto benéfico desses
zinco. A ingestão de quantidades
Vegetais
micronutrientes sobre doenças de-
mais elevadas de vitaminas na
Couve
26.600
generativas associadas ao envelheci-
forma de suplementos, porém,
Espinafre
14.300
mento pode representar uma melho-
não é indicada como estratégia
Cenoura
11.760
para a prevenção de câncer.
Abóbora
8.400
Tomate
3.720
Brócolis
3.100
das refeições, e três porções ou mais
“Até o momento, não foi confir-
ra da expectativa de vida”, explica a
PRINCIPAIS NUTRIENTES ANTIOXIDANTES Vitaminas
hidrossolúveis Vitaminas
lipossolúveis Oligoelementos
= = =
Vitaminas A, E e betacaroteno
Vitaminas C e do complexo B
54
113
Carotenóides(3) Quantidade (μg/100g)
Milho
880
Piqui
610
Frutas Buriti
48.880
Goiaba vermelha
6.212
Pitanga
1.640
Manga
1.300
Mamão
859
Pêssego
651
Zinco, cobre, selênio, magnésio Fontes: Paul & Southgate (1978); Whitney & Rolfes (1999). (2) Azoubel et al. (1998); Pinheiro et al. (2001). (3) Godoy & Rodriguez-Amaya (1994), Mangels et al. (1993)
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
nutricionista Marina Petribu.
1.369
(1)
17
17
Imag
Atualidade
Agrotóxicos à mesa
ens
O alarde da Anvisa se baseou na
cia Nacional de Vigilância Sanitária
análise de 2.488 amostras de alimen-
(Anvisa) alertou os brasileiros para a
tos, realizada em 2010, que apontou o
presença de agrotóxicos inadequados
índice de 28% de resultados insatisfa-
em diversos alimentos que compõem
tórios para a presença de resíduos dos
a mesa da população. Com base na
produtos. Deste total, 605 amostras, o
avaliação de amostras, o órgão cons-
que representa 24,3% do total, esta-
tatou o uso de substâncias não au-
vam contaminadas com agrotóxicos
torizadas por produtores rurais, que
não autorizados.
podem acarretar doenças como de-
Os números relacionados ao
pressão, câncer e infertilidade.
índice de resíduos de agrotóxicos
Pimentão, morango e pepino en-
no pimentão chamaram bastante a
Revista deGestão
(
Pimentão, morango e pepino encabeçaram a lista dos alimentos com mais amostras contaminadas.
(
Fonte | Pesquisa Anvisa
cabeçaram a lista dos dez alimentos
atenção dos brasileiros, já que quase
com mais amostras contaminadas por
92% das amostras foram identificadas
resíduos de agrotóxicos divulgada
como contaminadas. Além disso, fo-
pela Anvisa. De acordo com o relató-
ram encontrados sete tipos diferentes
rio da agência reguladora, os resulta-
de agrotóxicos irregulares em suas
vem sendo combatido pelo Governo
dos insatisfatórios devido à utilização
amostras, de acordo com o relatório
Federal é o aldicarbe (inseticida autori-
de agrotóxicos não autorizados são
da Anvisa. Quanto ao morango e ao
zado para uso em café, cana-de-açúcar
causados por dois tipos de irregulari-
pepino, a contaminação foi registrada
e citros). Para conscientizar os traba-
dades: a primeira está relacionada à
em 63% e 57%, respectivamente.
lhadores rurais, a Anvisa distribuiu
de sua retirada do mercado mundial. Outro agrotóxico que também
aplicação de um agrotóxico não auto-
Entre os agrotóxicos que foram
uma cartilha contendo informações
rizado para determinada cultura, mas
analisados pela Anvisa, o endossulfan
sobre como evitar intoxicações por
cujo produto está registrado no Brasil
foi apontado como extremamente
essas substâncias químicas, recomen-
e com uso permitido para outras cul-
tóxico, por estar associado a proble-
dações que devem ser observadas na
turas; e a outra porque foi aplicado
mas reprodutivos e endócrinos em
compra dos produtos, além de esclare-
um agrotóxico banido no Brasil, sem
trabalhadores rurais e na população
cimentos sobre como transportar, uti-
uso permitido em nenhuma cultura.
em geral. Por isso, sua comercialização
lizar, guardar e descartar agrotóxicos.
será banida a partir de 31 de julho de
18
.hu
No final do ano passado, a Agên-
| s xc
Pesquisa da Anvisa releva novos dados sobre a presença dessas substâncias nos alimentos
Os dez + Lista com os dez alimentos com mais amostras contaminadas com resíduos de agrotóxicos Fonte | Pesquisa Anvisa
1º
pimentão
2º
De acordo com o último levan-
2013. Antes disso, o produto já vinha
tamento do Sistema Nacional de
enfrentando uma campanha a favor
Informações Tóxico - Farmacológicas
morango
3º
pepino
4º
cenoura
5º
alface
as amostras embaladas e encaminhadas via sedex. “O PARA é um programa que mobilizou toda a cadeia envolvida: proda Fundação Oswaldo Cruz, foram registrados 11.641 casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil, em 2009, com 188 óbitos. Dados das indústrias de agrotóxicos apontam que, desde 2008, o Brasil assumiu o posto de maior consumidor de agrotóxicos em todo mundo, com um mercado que movimentou mais de US$ 7 bilhões, naquele ano.
dutores, distribuidores, comerciantes, cooperados, sindicatos da categoria, agrônomos e consumidores. Fazemos rastreabilidade para a localização do produtor, por isso, durante a concepção do programa, optamos por coletar as amostras nos supermercados das grandes redes. Assim, obtemos notas fiscais que indicam a origem do produtor, favorecendo a rastreabilidade e a responsabilização pelo risco sanitário”, explica a conselheira do
PARA
CRN-6 e coordenadora do programa
Criado desde 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em
em Pernambuco, Rosário
dola.
Spín-
Alimentos (PARA) nasceu com a missão
A Agência Nacional de Vigilância
de se lançar em pesquisas relacionadas
Sanitária (Anvisa) é responsável pela
ao tema. Com a finalidade prática de
coordenação geral do programa, que
diagnosticar a situação dos resíduos
reúne as equipes estaduais duas vezes
de agrotóxicos em diversas culturas do
por ano para traçar diretrizes e avaliar
País, o PARA era formado, inicialmen-
resultados. Essas equipes são compos-
te, pelos Estados de Pernambuco, São
tas por, no mínimo, quatro membros,
Paulo, Paraná e Minas Gerais.
divididos nas funções de responsá-
Ano a ano, novos estados foram aderindo ao programa que, hoje, está
vel administrativo, responsável pela amostragem e coletores de amostras. Neste ano, as atividades do PARA
presente em todo Brasil. Além disso,
tiveram início no final de janeiro, com
testes do PARA só têm crescido, in-
a coleta das culturas de laranja, ce-
cluindo desde batata inglesa, cenou-
noura e abacaxi durante dez semanas,
ra, banana, laranja a pimentão, alface,
em todo o Brasil. Uma transportadora
feijão e arroz, por exemplo. Entre os
foi contratada pela Anvisa para forne-
laboratórios que analisam ou já anali-
cer as caixas de papelão para embalar
saram as amostras coletadas pelos es-
as amostras e também pegá-las em
tados que integram o programa, estão
cada Estado e, posteriormente, enviá-
o Instituto de Tecnologia de Pernam-
-las ao Laboratório Eurofins/SP.
buco (ITEP/PE), os LACENs (Laborató-
“Em PE, foi criado um programa paralelo ao PARA nacional, o qual chamamos de Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Hortifrutícolas (PARINHA) e que se tornou modelo no País, saindo do diagnóstico para a ação fiscal. Tem a mesma metodologia, com o diferencial de realizar ações fiscais que autuam as empresas que usam agrotóxicos não autorizados para aquela determinada cultura ou apresentam laudos de análises com resultados insatisfatórios, pela detecção de resíduos acima do LMR (Limite Máximo de Resíduos)”, explica Rosário. Coordenado pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), o PARINHA/PE começou em 2003 e tem apoio do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), além de se basear no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que, ao ser assinado pelas empresas, prevê multas em caso de descumprimento das cláusulas estabelecidas.
rios Centrais de Saúde Pública) e o Instituto Adolfo Lutz (IAL), que recebem
6º
abacaxi
7º
beterraba
8º
couve
9º
mamão
10º
tomate
Maio | Junho | Julho | Agosto | 2012
a lista de alimentos que passam pelos
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