Pesquisa em extensão popular no programa PINAB - 2015

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015

Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB

produções acadêmicas em 2015 Pedro José Santos Carneiro Cruz Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Renan Soares de Araújo (Organizadores)

Edi t or a do

CCTA

EDITORA DO CCTA

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES REITORA MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA DINIZ VICE-REITORA BERNARDINA MARIA JUVENAL FREIRE DE OLIVEIRA

Diretor do CCTA JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES Vice-Diretor ELI-ERI LUIZ DE MOURA

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Conselho Editorial CARLOS JOSÉ CARTAXO GABRIEL BECHARA FILHO HILDEBERTO BARBOSA DE ARAÚJO JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES MARCÍLIO FAGNER ONOFRE Editor JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES Secretário do Conselho Editorial PAULO VIEIRA Laboratório de Jornalismo e Editoração Coordenador PEDRO NUNES FILHO

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Ficha catalográfica elaborada na Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 [recurso eletrônico] / Organizadores: Pedro José Santos Carneiro Cruz, Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, Renan Soares de Araújo.- João Pessoa: Editora do CCTA, 2017. 1CD-ROM; 43/4pol.(906kb) ISBN: 978-85-9559-026-7 1. Educação popular. 2. Participação social. 3. Promoção da saúde mental. 4. Segurança alimentar.

CDU: 37.018.8

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO: A PRÁXIS E A SISTEMATIZAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS COMO PILARES DE UMA INICIATIVA DE EXTENSÃO POPULAR ......................................................................................................... 7 EXPERIÊNCIAS NO PINAB ..................................................................................................................... 11 A EXTENSÃO POPULAR NA ESCOLA COMO ESTRATÉGIA PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL ....................... 12 EDUCAÇÃO POPULAR, ERGOLOGIA E SAÚDE DO TRABALHADOR: UM PROCESSO REFLEXIVO SOBRE O TRABALHO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB1 .......................................... 16 CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA COMUNITÁRIA COMO ESTRATÉGIA PARTICIPATIVA PARA A PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E INCENTIVO A PARTICIPAÇÃO POPULAR1 ..................... 19 ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO, PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL E PARTICIPAÇÃO POPULAR ................ 22 SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA − ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE11 ....... 23 PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA (PINAB): UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO PELA EDUCAÇÃO POPULAR ....................................................................... 25 ENCONTRO INTERGERACIONAL: FOMENTO PARA ALTERIDADE, VALORIZAÇÃO DAS MEMÓRIAS E COMPROMISSO SOCIAL16 ....................................................................................................................... 26 AÇÃO INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO POPULAR E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES ......................................................................................................... 28 AÇÃO INTERDISCIPLINAR PARA PROMOÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL COM MOVIMENTOS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR NA PARAÍBA19 ................................................................................ 30 VISITA DOMICILIAR: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO ÂMBITO DA EXTENSÃO POPULAR ......................................................................................................................... 32 MAPEAMENTO DE EQUIPAMENTOS SOCIAIS COMO ESTRATÈGIA PARA A PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES DE JOÃO PESSOA-PB22 .............................................. 34 O USO DAS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA EDUCATIVA: A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXTENSÃO POPULAR22 ........................................................................................................................... 36 PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: A VISÃO DE EXTENSIONISTAS UNIVERSITÁRIOS22 .................................................................................................................................. 38 PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA (PINAB): UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO POPULAR22 ................................................................................................. 39 ESPAÇO DE DIÁLOGO: CONSTRUINDO A PARTICIPAÇÃO SOCIAL A PARTIR DA EDUCAÇÃO POPULAR NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE22 ............................................................................................................... 41 EDUCAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E DA DIABETES: EXPERIÊNCIA NO SAÚDE DA FAMÍLIA EM JOÃO PESSOA/PB22 ............... 43 CURSO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E PRÁTICAS SOCIAIS DE COMBATE À FOME E À POBREZA: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO PELA EDUCAÇÃO POPULAR22 ........................ 45 MAPEAMENTO E ANÁLISE DE CONSELHOS DISTRITAIS DE SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB: EXTENSÃO E PESQUISA-AÇÃO PARA A COMPREENSÃO DOS DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO POPULAR LOCAL22 .......... 47 EDUCAÇÃO POPULAR E CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA COMUNITÁRIA: APRENDIZADOS EM PRÁTICAS SOCIAIS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES22 ........................................ 49 EDUCAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO DA PUERICULTURA: UMA EXPERIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB22................................................ 51 CURSO “EDUCAÇÃO POPULAR NA UNIVERSIDADE: REFLEXÕES E VIVÊNCIAS DA ARTICULAÇÃO NACIONAL DE EXTENSÃO POPULAR (ANEPOP)”: UMA INICIATIVA DE DEBATE DE APRENDIZADOS DA EXTENSÃO NO ESPAÇO DO ENSINO22 ..................................................................................................... 53 EDUCAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E DA DIABETES: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE JOÃO PESSOA/PB.................................................................................................................................... 55

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 EDUÇAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO DA PUERICULTURA: UMA EXPERIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB29................................................ 57 PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA (PINAB): UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO POPULAR29 ................................................................................................. 59 PROMOÇÃO DA SAÚDE NO GRUPO DE TERAPIA COMUNITÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE JOÃO PESSOA/PB29 ....................................................................... 61 VISITA DOMICILIAR: RESSIGNIFICANDO A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA ATRAVÉS DO DIÁLOGO, PROMOÇÃO DA SAÚDE E VALORIZAÇÃO DO OUTRO29 ........................................................................... 63 A EXTENSÃO POPULAR COMO PRÁTICA TRANSFORMADORA DA FORMAÇÃO EM SAÚDE, ONDE APRENDIZADOS SIGNIFICATIVOS ULTRAPASSAM A SALA DE AULA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA29 ..... 65 A CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA COMUNITÁRIA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E PARTICIPAÇÃO POPULAR29 ................................................... 69 A EXTENSÃO POTENCIALIZANDO A SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: VISÃO DOS EXTENSIONISTAS29 ................................................................................................................................. 70 CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO DE DIÁLOGO: PARTICIPAÇÃO SOCIAL E EMANCIPAÇÃO, INSPIRADOS NA EDUCAÇÃO POPULAR29 .......................................................................................................................... 71 EXPERIÊNCIAS NO APOIO AO MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE (MOPS) DA PARAÍBA E ARTICULAÇÃO NACIONAL DE MOVIMENTOS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE (ANEPS) DA PARAÍBA 73 CONSTRUINDO CAMINHOS PARA O FORTALECIMENTO DO COMPROMISSO SOCIAL DA UNIVERSIDADE A PARTIR DA EXTENSÃO16 ....................................................................................................................... 74 APOIANDO A ARTICULAÇÃO E A MOBILIZAÇÃO DE MOVIMENTOS E PRÁTICAS POPULARES DE SAÚDE NA PARAÍBA A PARTIR DO MOPS E DA ANEPS: RELATO COM BASE NAS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA PINAB22 ................................................................................................................................................... 76 SISTEMATIZANDO A MEMÓRIA E A HISTÓRIA DE PROTAGONISTAS POPULARES EM SAÚDE: DIÁLOGOS ENTRE CULTURA, EDUCAÇÃO POPULAR E MOVIMENTOS SOCIAIS22 ...................................................... 78 A RELAÇÃO DA UNIVERSIDADE E MOVIMENTOS SOCIAIS A PARTIR DA EXTENSÃO POPULAR29 ............. 80 EXPERIÊNCIAS EM ARTICULAÇÃO COM A ASSESSORIA DE EXTENSÃO DO CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UFPB ............................................................................................................................... 83 ASSESSORIA DE EXTENSÃO DO CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS: APOIO À DIFUSÃO E CONSOLIDAÇÃO DE AÇÕES PARA UMA FORMAÇÃO MÉDICA ARTICULADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, À INTEGRALIDADE E À PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS22 ........................................................................................................... 84 EDUCAÇÃO E SAÚDE – ENCONTROS E DIÁLOGOS COM A INTERDISCIPLINARIDADE: RELATO ESTUDANTIL DA EXPERIÊNCIA NO APOIO ÀS AÇÕES DA ASSESSORIA DE EXTENSÃO DO CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS22 .............................................................................................................................. 87 PROGRAMA VIVÊNCIAS DE EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE – VEPOP-SUS: REORIENTANDO A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA A PARTIR DE PRÁTICAS SOCIAIS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS EM COMUNIDADES22 ............................................................................................... 90 DEPOIMENTOS DE ESTUDANTES DO PINAB .......................................................................................... 93 ARTIGOS DO PINAB ............................................................................................................................ 105 EDUCAÇÃO POPULAR NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO ENSINO SERVIÇO E COMUNIDADE: REFLEXÕES COM BASE EM EXPERIÊNCIAS NA EXTENSÃO ....................................................................................... 106 AÇÃO INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO POPULAR E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES ....................................................................................................... 123

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APRESENTAÇÃO: A PRÁXIS E A SISTEMATIZAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS COMO PILARES DE UMA INICIATIVA DE EXTENSÃO POPULAR Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Renan Soares de Araújo Pedro José Santos Carneiro Cruz

Desde a sua criação em 2007, o Programa de Extensão Popular “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica − PINAB” vem enfatizando a reflexão crítica e a produção científica sobre os seus processos e atividades, os quais são desenvolvidos nas comunidades Boa Esperança, Pedra Branca e Jardim Itabaiana, no bairro do Cristo Redentor, zona oeste da cidade de João PessoaPB. Como uma iniciativa que visa contribuir para a Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) nos territórios e populações inseridos em contextos de exclusão social, a partir de ações orientadas pelo referencial teóricometodológico freireano da Educação Popular, o PINAB tem como uma das suas premissas estimular o registro, o acompanhamento e a sistematização das experiências empreendidas por um coletivo que envolve, além das comunidades, trabalhadores da Unidade Saúde da Família (USF) Vila Saúde, profissionais egressos da Extensão Popular (três nutricionistas do próprio Programa e um fisioterapeuta do “Projeto Educação Popular e Atenção à Saúde da Família – PEPASF”), docentes e graduandos de diversos cursos da Universidade Federal da Paraíba e de outras Instituições de Ensino Superior. Nessa perspectiva, o PINAB tem se configurado como um cenário de prática e um “laboratório” fértil e promissor, oportunizando experiências criativas e inovadoras, no sentido de favorecer uma formação universitária mais crítica, proativa e integrada à complexidade dos contextos locais e da realidade sociosanitária brasileira. Nesse percurso da articulação da Educação Popular ao campo da SAN, emerge como um aspecto-chave a importância de se fomentar os esforços voltados ao desvelamento e a publicização das dimensões pedagógicas que podem viabilizar e/ou potencializar os aprendizados e práticas ligadas às abordagens mais abrangentes em Página | 7


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 torno das questões da alimentação e nutrição, sobretudo no âmbito da Atenção Básica em Saúde e em segmentos da população mais pobre e exposta a situações de vulnerabilidade socioeconômica. Assim, foram muitas as conquistas e produções acadêmicas/científicas realizadas ao longo dessa década de inserção no universo da Extensão Universitária. Como vocês poderão ver nesta compilação, foram desenvolvidas pelo PINAB diversas iniciativas, as quais foram apresentadas e compartilhadas em eventos tanto de âmbito local e regional, quanto nacional e internacional. Cabe destacar aqui o Edital PROEXT/SESU/MEC, no qual o Programa foi contemplado com apoio financeiro nos anos de 2009, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015/2016. No exercício 2015, o PINAB atuou com o apoio do PROEXT/MEC/SESu através de dois Programas de Extensão, quais sejam o AIPPS - Programa “Ação Interdisciplinar para Promoção da Participação Social com Movimentos e Práticas de Educação Popular na Paraíba” e o AIPSAN - Programa “Ação Interdisciplinar de Educação Popular e promoção da Segurança Alimentar e Nutricional em comunidades”, o que se deu de maneira articulada a outras ações extensionistas da UFPB, o Projeto PalhaSUS e o Programa Mais Saúde na Comunidade. Nesse ano, ainda, o PINAB desenvolveu, pela segunda vez em seus oito anos de história, uma disciplina em um curso de graduação, tendo como base fundante suas experiências e reflexões. A disciplina “Práticas de Educação e Promoção da Saúde” se deu no âmbito do Curso de Medicina da UFPB como Módulo Complementar Obrigatório de Saúde Coletiva, e teve como conteúdo relatos de metodologias e abordagens educacionais em saúde, conforme narradas por membros da comunidade, trabalhadores de saúde, estudantes e docentes do PINAB. Ademais, houve duas propostas aprovadas no Edital do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPQ/UFPB, as quais possibilitaram o incremento da pesquisa no âmbito do PINAB. Diante dessas considerações, temos muita alegria de partilhar com vocês esta publicação, a qual congrega a produção acadêmica e científica do PINAB do ano de 2015 e tem como propósito principal difundir o conhecimento e os saberes construídos a partir da convergência das dimensões do Ensino, Pesquisa e Extensão. Buscando, dessa Página | 8


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 maneira, imprimir maior visibilidade às iniciativas de Extensão Popular, além de fortalecer as intervenções voltadas à Promoção da Saúde e de SAN. Ademais, serão expostos textos relativos ao trabalho que vem sendo desempenhado pelo PINAB em apoio às ações do “Movimento Popular de Saúde da Paraíba − MOPS-PB” e da “Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde da Paraíba − ANEPS-PB”. Ressaltamos que, de maneira geral, o apoio ao MOPS/ANEPS-PB se dá não só pelo PINAB, como por outras ações de Extensão articuladas pelo Núcleo de Educação Popular em Saúde da Paraíba (NEPOPS-PB), como o Projeto PalhaSUS, o Programa Mais Saúde na Comunidade, o Projeto Educação Popular e Atenção à Saúde da Família e a Coordenação de Educação Popular da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da UFPB. No entanto, há algumas iniciativas de apoio ao MOPS/ANEPS-PB que são desempenhadas exclusivamente pelo PINAB. Igualmente serão apresentados alguns textos relativos ao trabalho desenvolvido pela Assessoria de Extensão do Centro de Ciências Médicas da UFPB, a qual vem desenvolvendo um trabalho intenso para a visibilização e fortalecimento das atividades de Extensão desenvolvidas em seu Centro, dentre elas o PINAB. Do mesmo modo, será apresentado um texto que relata o trabalho realizado pelo Programa “Vivências de Extensão em Educação Popular e Saúde no SUS − VEPOPSUS”, o qual se constitui como uma ação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS, contando com apoio do Ministério da Saúde, que visa estimular e fortalecer as experiências de Extensão na linha da Educação Popular em Saúde a nível nacional. Além disso, apresentaremos alguns depoimentos elaborados por estudantes extensionistas, com base nas experiências vivenciadas por estes no Programa. Assim como artigos científicos produzidos a partir do PINAB, no ano de 2015.

Observação Reforçamos que alguns dos grupos citados ao longo dessa coletânea, e nos seus vários textos e artigos, são coordenados por equipes da Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, sendo de responsabilidade de seus trabalhadores. A atuação do PINAB, em alguns deles, se dá no apoio sistemático, ativo e solidário no desenvolvimento e manutenção desses grupos; em alguns deles, inclusive, no apoio em seu processo de Página | 9


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 idealização e concepção. A esse respeito, frisamos que o Grupo de Caminhada é da equipe Jardim Itabaiana I; o de HiperDia é da equipe de Jardim Itabaiana I, havendo também apoio do PINAB ao Grupo de HiperDia da equipe Pedra Branca I, o Grupo de Terapia Comunitária é mediado pela educadora popular e agente comunitária de saúde Eulina Pereira, que é vinculada à equipe de Jardim Itabaiana II; e o Grupo de Saúde Mental, o Brincando com a Mente, é da equipe de Pedra Branca II. Por sua vez, alguns outros grupos são coordenados mutuamente por trabalhadores, por moradores e lideranças comunitárias, e pelo PINAB, como é o caso da Horta Comunitária, na qual o PINAB possui responsabilidade que vai além do apoio sistemático.

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Experiências no PINAB

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A EXTENSÃO POPULAR NA ESCOLA COMO ESTRATÉGIA PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL1 Angélica Palitot Dias de Lacerda2, Elina Alice Alves de Lima Pereira3, Renan Soares de Araújo4, Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos5 Resumo A Extensão Popular vem ganhando espaço no âmbito acadêmico, tanto por sua metodologia diferenciada, quanto pelos resultados favoráveis no sentido da construção de uma sociedade justa e equânime. Nessa perspectiva, insere-se o Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB”, que atua desde 2007 nas Comunidades Pedra Branca, Jardim Itabaiana e Boa Esperança, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB, vinculado aos departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba. O PINAB atua em parceria com alguns equipamentos sociais e possui como referencial teórico- metodológico a Educação Popular, na concepção freireana do termo, com o intuito de provocar problematizações da realidade de maneira participativa, crítica e humanizada. A estrutura do Programa é caracterizada por diversas frentes de atuação, com ações intersetoriais e multidisciplinares, denominadas de Grupos Operativos, dentre os quais estão os seguintes: Idosos, Saúde do Trabalhador, Terapia Comunitária, Horta Comunitária, Saúde na Comunidade e Escola. Dentre esses, sistematizaremos a experiência do Grupo Escola, que atua em uma Escola Municipal do território. A sistematização das atividades relaciona-se ao âmbito das turmas dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental. As ações e atividades realizadas junto ao PINAB, como um todo, não objetivam apenas gerar inquietações, reflexões e protagonismos no contexto de nossa formação acadêmica universitária e profissional, mas também a solidariedade e o cuidado com o outro, contribuindo para a promoção da educação, participação social, saúde, a condições básicas de moradia e de uma alimentação adequada. Buscando o protagonismo dos sujeitos envolvidos por meio da mobilização e conscientização. Nessa direção, as nossas ações se pautaram na necessidade de construção de alternativas metodológicas sintonizadas ao contexto local, considerando as particularidades econômicas, culturais, sociais e de vulnerabilidade diante da sociedade, para que a partir desse reconhecimento pudéssemos analisar as potencialidades e dificuldades, refletindo as atividades propostas e a efetividade das mesmas. Empregamos como principal recurso metodológico, o diálogo através de rodas 1

Resumo apresentado no I Simpósio Internacional de Metodologias Participativas na Construção do Conhecimento, realizado em julho de 2015, na cidade de São Paulo-SP. 2 Graduanda do curso de Fisioterapia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 3 Graduanda do curso de Direito pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 4 Graduando do curso de Nutrição pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 5 Professora Adjunta do Departamento de Nutrição do Centro de Ciências da Saúde da UFPB; Coordenadora do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 de conversa, na qual os próprios estudantes puderam participar da escolha dos temas a serem trabalhados. Foram utilizadas abordagens participativas com o objetivo de viabilizar um ambiente favorável a construção de um saber coletivo, relativo a valores e aspectos culturais, como a inclusão social, interação entre os próprios estudantes e os extensionistas, imaginação e criatividade. Nessa perspectiva, foram utilizados recursos como varal artístico, dobraduras, desenhos e atividades ligadas ao teatro, dança e música. Ao nos sensibilizarmos quanto às características do espaço escolar e do público envolvido, percebemos que estávamos diante de um grupo bastante heterogêneo, onde boa parte dos estudantes se encontrava em uma situação socioeconomicamente vulnerável, com tímidas perspectivas para o futuro. Aliado a isso constatamos que apesar dos esforços da escola para adentrar na realidade dos estudantes, nem sempre os resultados eram bem sucedidos, além das limitações relativas às políticas públicas do campo educacional. No que se refere às potencialidades, destacam-se as discussões sobre a valorização das dimensões socioculturais e do respeito à diversidade, onde percebemos forte interesse por parte dos estudantes. A partir dessas atividades, observamos o fortalecimento dos vínculos entre extensionistas e estudantes, além do sentimento de pertença dos adolescentes com as suas respectivas comunidades, e o quanto esses valorizam o saber popular. Ainda foi possível verificar as influências do contexto local nos comportamentos dos adolescentes, cabendo aos mesmos os questionamentos e inquietudes para escolherem, dentro de suas questões, os caminhos que irão seguir, partindo da premissa que são protagonistas em suas próprias vidas, na sociedade, no ambiente escolar e em suas comunidades. Essas oportunidades provocaram um exercício de empatia, onde pudemos participar na construção crítica e compartilhada do conhecimento. A elaboração das atividades foi realizada de forma horizontal, por meio de rodas de conversa, buscando a participação ativa e interativa, e uma concepção de educação libertadora pautada na autonomia e emancipação. A partir das atividades desenvolvidas, conseguimos perceber a importância da inclusão da dimensão da participação efetiva e integral no ambiente escolar, seja nas temáticas de cunho pedagógico ou mesmo ligada às macro e/ou microrregiões as quais estão inseridos, dentre tantas formas de saberes, promovendo um protagonismo em suas atuações sociais. Nós como extensionistas, inspirados pela pedagogia freireana, entendemos que não precisamos levar nada concluído para eles, tampouco tentar resolver tudo de modo assistencialista. Pelo contrário, acreditamos num conhecimento amplo e popular por meio do qual todos os indivíduos podem buscar os seus direitos, ou seja, priorizamos a autonomia dos mesmos. Percebemos que as abordagens utilizadas contribuíram para o desenvolvimento das atividades coletivas com o fortalecimento do vínculo e da participação. Ressaltando o papel da práxis, em que a participação ativa dos sujeitos e a valorização dos saberes locais tem relação contínua com os saberes técnicos científicos. Concluímos que o nosso processo de aproximação e de formação de vínculo, conhecimento da realidade e mais ainda a experiência da troca de saberes e aprendizados, só foi possível acontecer de maneira efetiva, devido às abordagens participativas utilizadas, pois essas buscam conhecer e modificar a realidade social, juntamente aos sujeitos implicados nas ações. Vale destacar a importância da Página | 14


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 articulação das ciências humanas e sociais ao campo da saúde no sentido de propiciar a reflexão das potencialidades e dificuldades, a partir de uma visão mais ampla do cotidiano.

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EDUCAÇÃO POPULAR, ERGOLOGIA E SAÚDE DO TRABALHADOR: UM PROCESSO REFLEXIVO SOBRE O TRABALHO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB1 Islany Costa Alencar6, Pedro José Santos Carneiro Cruz7, Renan Soares de Araújo Resumo Desde a criação da Estratégia Saúde da Família, é crescente a problematização sobre o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), uma vez que estes desempenham papel singular como elo de comunicação entre a Unidade de Saúde da Família (USF) e a comunidade, sendo sua atuação configurada como um dos fatores determinantes no processo de atuação centrada nas necessidades do território. Por sua vez, a Ergologia tem como objetivo produzir e dar visibilidade a conhecimentos sobre como as pessoas vivem e interagem em suas condições reais de trabalho, buscando estudar as situações de saúde com abordagem multidisciplinar, sobretudo na percepção dos próprios trabalhadores, de modo a refletirem suas atividades, enfocando problemáticas em um processo dinâmico e crítico-reflexivo, que conduza a estratégias de melhoria e superação. Este trabalho debruça-se sobre um processo de construção de conhecimentos em saúde do trabalho de ACS’s, com ênfase na Ergologia, tendo como ótica teóricometodológica a Educação Popular, no contexto da experiência do Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, envolvendo ACS’s de uma USF cujo território é próximo daquele onde este Programa atua. O PINAB é vinculado ao Departamento de Promoção da Saúde e de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e desenvolve suas ações desde o ano de 2007 no município de João Pessoa-PB. Vem atuando a partir de diferentes frentes, uma destas é o Grupo “Saúde do Trabalhador”. Através do Grupo, o PINAB pôde firmar parceria com o Projeto Vidas Paralelas Paraíba e o Programa Educação Popular e Saúde do Trabalhador da UFPB, a partir dos quais conheceu e se apropriou da abordagem ergológica. A ação realizada consistiu de uma pesquisa, que partiu de pressupostos teóricos como a Educação Popular, a qual tem como base o respeito pelas experiências anteriores dos sujeitos, a promoção da autonomia, a troca de conhecimentos e a construção de novos saberes de forma dialógica; e a Ergologia, que avalia o trabalho como atividade eminentemente humana, buscando melhor compreendê-la para traçar etapas adequadas de intervenção, a partir da reflexão dos próprios trabalhadores. Tal estudo possuiu como objetivo promover a percepção crítica dos ACS’s sobre seu cotidiano laboral, analisando questões emergentes de interface entre saúde e trabalho. Para efetivação das atividades, partimos da constituição de 6

Nutricionista formada pela UFPB; Mestranda da linha de pesquisa em Educação Popular pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB; Apoio pedagógico do Programa de Extensão Popular PINAB. 7 Professor Adjunto do Departamento de Promoção da Saúde do Centro de Ciências Médicas da UFPB; Coordenador do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 estratégias metodológicas que possibilitassem a participação ativa dos agentes, viabilizando formas coletivas de intervenção a partir da fala deles, elaborando proposições para construção de estratégias de superação. Foram realizadas observações participantes, onde acompanhamos os ACS’s em seu cenário de prática, observando fatores físicos, climáticos, ambientais e subjetivos. Buscamos visualizar questões cotidianas que pudessem trazer alguma espécie de dano para estes trabalhadores e a partir disto gerar temas a serem debatidos e refletidos nos Grupos de Encontro de Trabalho, através de rodas de conversa, criando espaços para a discussão e problematização de seu processo de trabalho, como a sociabilidade destes com os funcionários da USF e a interação com as pessoas da comunidade, não reduzindo os encontros a uma mera reunião, mas valorizando os problemas e propostas de transformação que fossem surgindo. Antes de cada encontro eram realizados planejamentos e nestes organizávamos perguntas condutoras e uma programação que permitisse que os ACS’s se sentissem a vontade para conversar sobre seu cotidiano. A partir dos encontros, foram detectadas como fragilidades: 1) a falta de reconhecimento por parte da gestão na realização de suas atribuições; 2) o excesso de responsabilidades que são depositados nestes, não sendo estes os únicos responsáveis pela vigilância à saúde e realização de outras ações, o que ocasiona estresse e sobrecarga; 3) a baixa remuneração, um dos motivos geradores de maior frustração na classe, o qual se soma a preocupação com o futuro, por isso muitos buscam formas de elevar a renda mensal, gerando bastante desgaste físico, por causa da dupla jornada de trabalho e/ou estudo; 4) o cumprimento de metas, as quais muitas vezes não são cabíveis as circunstâncias reais, dado a extensiva quantidade de ações que estes desempenham cotidianamente; e 5) as expectativas depositadas na realização de ações como, observar, identificar, ter iniciativa, ser difusor de conhecimentos, ser integrativo, produtivo, com uma postura profissional e equilibrada, dentre outras, que quando não são correspondidas satisfatoriamente, afetam diretamente o profissional. As descrições de vivências depressivas, angústia, frustração e desamparo de alguns companheiros foram recorrentes, visivelmente relacionadas ao fato do ACS se cobrar ostensivamente de modo a atender e superar as expectativas reais e as idealizadas. É notório, em alguns casos, que o ACS esgota suas habilidades na tentativa de lidar com o tempo e o excesso de tarefas, assim como com as críticas e com o desafio de preservar o espaço familiar e o tempo de descanso, tendo o sentimento de incompletude e a desqualificação de seu trabalho e com o sucessivo desgaste físico. Após a pesquisa, eles destacaram a importância de um espaço de cuidado próprio. Os mesmos se sensibilizaram em relação ao espaço do Cuidando do Cuidador, o qual muitos não valorizavam. A partir disto, o PINAB decidiu apoiar este processo, atuando juntamente no auxílio da construção e aproveitamento deste. Através das metodologias utilizadas, observou-se a percepção dos ACS’s para a necessidade do cuidado, fazendo-os refletirem sobre o cuidado com eles e com os outros, despertando-os para uma postura mais proativa e participativa. Buscando formas para a integração e cuidado de si, como no espaço do Cuidando do Cuidador, preocupados também com seus colegas, partilhando o observado e refletido no desenvolver da pesquisa, possibilitando que reivindicassem a manutenção de espaços Página | 17


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 que fortaleçam seu trabalho. Concluiu-se que o diálogo e troca de conhecimentos propiciaram a construção de saberes propositivos para os participantes, a partir da reflexão e reconhecimento dos alcances e limites, desencadeando propostas para solução dos problemas. A utilização de metodologias participativas foi significante, dada à importância de viabilizar que os indivíduos presentes se envolvessem diretamente na construção da mesma, oportunizando que estes se tornassem protagônicos em todo seu processo.

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CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA COMUNITÁRIA COMO ESTRATÉGIA PARTICIPATIVA PARA A PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E INCENTIVO A PARTICIPAÇÃO POPULAR1 Ana Paula Maia Espíndola Rodrigues8, Adriana Maria Macedo de Almeida9, Elina Alice Alves de Lima Pereira, Maria José Pereira Tavares10, Renan Soares de Araújo Resumo Nas ultimas décadas a população brasileira sofreu mudanças no padrão de saúde e consumo alimentar resultante das diversas transformações sociais que contribuíram para a diminuição da pobreza e exclusão social e, por isso, da fome e da desnutrição (BRASIL, 2013). No entanto, profundas contradições marcam a sociedade atual, uma vez que ainda é expressivo o número de famílias em situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade social, além do aumento expressivo do excesso de peso, coexistindo assim, a desnutrição, a obesidade e as doenças crônicas não transmissíveis em um mesmo espaço. Por isso, é fundamental a realização de propostas sustentáveis e autônomas que abordem a questão alimentar para além do modelo prescritivo e biologicista, através de processos horizontais, que priorizem o diálogo e que promovam a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), de modo integral, crítico e humanístico (VASCONCELOS; PEREIRA; CRUZ, 2013). Nesse contexto, as hortas comunitárias constituem-se como espaços de convívio, lazer e aprendizagem, com um forte potencial sociocultural e de incremento da qualidade de vida dos seus utilizadores com o objetivo de aumentar a oferta de alimentos de alto poder nutritivo e melhorar as condições sociais de grupos em situação de insegurança alimentar (BRASIL, 2014). A partir dessa visão, o Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” vem atuando desde o ano de 2007 nas comunidades Boa Esperança, Pedra Branca e Jardim Itabaiana, no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa – PB, em parceria com alguns equipamentos sociais, como a Associação Promocional do Ancião (ASPAN), com as Unidades de Saúde da Família (USF) “Vila Saúde” e “Unindo Vidas”, e com a Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos, desenvolvendo ações voltadas à promoção da Segurança Alimentar e Nutricional e da Promoção da Saúde, norteado pelo referencial teórico-metodológico da Educação Popular, que tem como base o respeito pelas experiências anteriores dos sujeitos, a promoção da autonomia, a troca de conhecimentos e a construção de novos saberes de forma dialógica, com vistas a emancipação humana. O PINAB está configurado a partir de diferentes frentes de ação, denominados Grupos Operativos, sendo estes os seguintes: Grupo de Idosos, Grupo Saúde do Trabalhador, Grupo Terapia Comunitária, Grupo Escola, Grupo Saúde na 8

Graduanda do curso de Nutrição pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. Nutricionista formada pela UFPB; Apoio pedagógico do Programa de Extensão Popular PINAB. 10 Graduanda do curso de Nutrição pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 9

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Comunidade e Grupo Horta Comunitária. Este, porém, se apresenta como fundamental na promoção da SAN e do Direito Humano à Alimentação Adequada, através de atividades educativas e lúdicas que incentivam a troca de saberes, o diálogo e a construção compartilhada, como forma de propiciar a inclusão de indivíduos em assuntos comunitários, estimulando a mobilização social e a busca por melhorias no ambiente em que vivem. Através da mobilização e parceria com alguns moradores da comunidade Boa Esperança, uma das regiões mais vulneráveis do território, o Programa promove semanalmente atividades próximas à nascente do Rio Jaguaribe – o qual nasce na comunidade supracitada e cruza boa parte da cidade de João Pessoa, sofrendo, por isso, demasiadamente com o descarte de lixos e rede de esgotos clandestinos. Assim, as ações na horta buscam a aproximação dos sujeitos com a terra e com o alimento consumido, além de auxiliar na integração entre membros de uma mesma comunidade e destes com a natureza, estimulando a preservação dos recursos naturais, o cuidado ambiental e a reciclagem. A partir do referencial metodológico da Educação Popular, o PINAB atua incentivando a troca de saberes, o diálogo, o respeito à diversidade, a valorização das pessoas e da cultura, a problematização da realidade local e a construção compartilhada a partir de atividades que vão desde o ato de adubar, semear, regar e colher até ações de retirada do lixo, preservação do meio ambiente e atividades educativas como oficinas de fabricação de sabão, caça ao tesouro a partir de informações sobre o lixo local, dinâmicas sobre o tempo de degradação dos objetos encontrados próximo à nascente e sobre o ato de separar o lixo domestico, assim como discussões sobre a importância do espaço para os participantes, atividade integrativas como forma de conhecermos melhor o outro, pintura da placa com o nome da Horta, assim como placas para evitar o descarte de lixo em locais inapropriados, conversas sobre a utilização de determinado alimentos colhidos, e atividades envolvendo letras de musicas criados pelas crianças e jogos de capoeira, entre outras. Essas ações envolvem atualmente algumas crianças, adolescentes e senhoras, que apesar de uma participação ainda tímida e inconstante – por viverem em um ambiente com fragilidades socioculturais, que apresenta problemas de segurança, além dos preconceitos vivenciados pelos próprios moradores e descrença nas alternativas e possibilidades de mudança social – vem se fortalecendo a cada dia de atuação, com a troca constante de experiências, buscando alternativas para a melhoria do espaço e tendo como fruto a edificação de um saber construído de forma coletiva e dialógica. Como resultado deste trabalho, pode-se notar o envolvimento dos participantes em contribuir com o espaço e participar inclusive de outras ações promovidas pelo Programa, como forma de ser ouvido e opinar nas decisões, além da contribuição dos profissionais da Unidade de Saúde da Família que abrange o território, visto que divulgam o espaço e incentivam a comunidade a participar e buscar alternativas terapêuticas a partir dos produtos cultivados na Horta, o enriquecem com o plantio de novas mudas, auxiliam na limpeza e manutenção do ambiente, participam das reuniões de planejamento do Grupo e buscam o envolvimento em atividades pedagógicas desenvolvidas no espaço. É possível também notar a participação ativa e o envolvimento cada vez mais eficaz de estudantes de diversos cursos em assuntos relacionados à SAN, antes muito vinculada dentro do Página | 20


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Programa aos alunos de Nutrição, valorizando a dimensão interdisciplinar desta e favorecendo a formação de profissionais mais críticos e comprometidos com as classes populares. Além disso, o referencial ao qual o PINAB é norteado contribui efetivamente para a formação de estudantes mais sensíveis e sintonizados com as adversidades e complexidades próprias não apenas da prática alimentar, mas principalmente da realidade local, sendo, por isso, capaz de dedicar-se a escuta e compreender a atenção nutricional de forma ampla, lembrando que associado ao processo saúde-doença existem peculiaridades que os processos pedagógicos tradicionais não nos permitem perceber. Além disso, esse modo de fazer pautado na Educação Popular viabiliza o enfrentamento dos desafios encontrados, uma vez que descontrói conceitos préformados e, de forma crítica, possibilita o dialogo entre os sujeitos e a problematização do que, segundo Vasconcelos (2011), incomoda e oprime. Podendo-se assim concluir, no contexto da horta comunitária, que o Programa contribui com a construção de estratégias participativas de enfretamento das desigualdades e contribui na mobilização para a transformação social, através de relações horizontais que evidenciam a amorosidade e a humanização em suas ações, de forma a promover a SAN e o Direito Humano à Alimentação Adequada. Referências BRASIL. Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, SISAN, com vistas a assegurar o Direito Humano à Alimentação Adequada e dá outras providências. 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. VASCONCELOS, A.C.C.P.; PEREIRA, I.D.F.; CRUZ, P.J.S.C. Educação Popular e a Promoção da Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades: desafios com base em uma experiência de extensão. In: VASCONCELOS, E.M.; CRUZ, P.J.S.C. Educação Popular na Formação Universitária: reflexões com base em uma experiência. São Paulo: Hucitec; João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2011.

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ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO, PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL E PARTICIPAÇÃO POPULAR 11 Maria José Pereira Tavares, Daniela Gomes de Brito Carneiro12, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, atua desde 2007 com as comunidades no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa – PB, desenvolvendo ações orientadas pela metodologia da Educação Popular com foco na Promoção da Saúde em comunidades. As ações são promovidas de maneira compartilhada com educadores populares locais e moradores da comunidade, trabalhadores da Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde, residentes de Medicina de Família e Comunidade e residentes multiprofissionais em Saúde da Família. O Programa está configurado em frentes de atuação, dentre as quais, o grupo Saúde Mental é uma delas, espaço pertencente à USF Vila Saúde e apoiado pelo PINAB, que acontece na terceira sexta de cada mês, na comunidade Boa Esperança, onde são feitas atividades educativas, lúdicas e dialógicas, com o objetivo de participação, prevenção e promoção da saúde mental. Destacam-se ações como roda de conversa, para uma aproximação maior com os usuários, alongamentos e danças circulares, como forma de interação e participação, dinâmicas com foco no conhecimento próprio, tendo o conhecimento da vida, da história e trajetória de cada um, permitindo dessa forma a aproximação entre as pessoas, troca de experiências vividas, prevenindo estresse, irritações no cotidiano, após cada encontro do grupo, além de atividade como confecção de bolsas com materiais reciclados, trocando saberes, se complementando. Dentre os resultados das ações, percebe-se a importância deste espaço para os usuários, onde os mesmos sentem-se amparados e seguros, além de tirá-los de suas rotinas, por vezes mentalmente não saudáveis. Sendo um espaço coletivo de aprendizado e de integração comunidadeserviço-universidade, em que todos os autores possuem voz e podem contribuir na busca por qualidade de vida, colaborando dessa forma na prevenção de agravamentos de seus problemas.

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Resumo apresentado no III Congresso Brasileiro sobre Saúde Mental e Dependência Química, realizado em outubro de 2015, na cidade de João Pessoa-PB. 12 Nutricionista formada pela UFPB; Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB; Apoio pedagógico do Programa de Extensão Popular PINAB.

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SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA − ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE11 Iris de Souza Abílio13, Letícia Torres Amarante14, Natália Luiza Matos de Sousa15, Daniela Gomes de Brito Carneiro, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Resumo Ultimamente, existe um uso abusivo de medicamentos psicotrópicos. E este é um fenômeno que não ocorre somente nas classes populares, se dá, sobretudo pelos modos de vida da atualidade, onde há avanço na utilização de tecnologias e redução na aprendizagem da vivência de sofrimentos inerentes à vida. Nos territórios adscritos das Unidades de Saúde da Família, o sofrimento causado pela precariedade de bens materiais e violência urbana, podem contribuir para a analgesia desse sofrimento com o uso indiscriminado de psicotrópicos. A partir desta reflexão, surge em janeiro de 2015, o grupo educativo intitulado Saúde Mental, iniciativa da residência médica e dos profissionais da USF Vila Saúde, localizada no Bairro do Cristo Redentor-JP/PB, com o objetivo de problematizar esta realidade e promover uma melhora na qualidade de vida destes usuários. A aproximação das autoras com este grupo se deu a partir do Programa de Extensão Popular “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” vinculado ao Departamentos de Promoção da Saúde e de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, que atua neste bairro há oito anos, com diferentes frentes de atuação sempre orientadas pelos princípios teóricos e metodológicos da Educação Popular. Os encontros do Grupo acontecem uma vez ao mês, no território da equipe Pedra Branca II, conta com cerca de 30 usuários, incluindo cuidadores e familiares. Em coerência com os pressupostos da Educação Popular em Saúde (EPS), as atividades desenvolvidas buscam o diálogo, a autonomia, a amorosidade, utilizando estratégias que culminem no bem-estar e na promoção da saúde. Entre estas, citamos rodas de conversa, dinâmicas integrativas, danças, alongamentos e oficinas. Com esta experiência, nota-se que tais atividades proporcionaram aos integrantes mais consciência sobre o próprio corpo, construção de vínculos afetivos e desenvolvimento das potencialidades de resiliência e superação individuais e reflexão sobre o processo de saúde e doença. Prova concreta destas reflexões foi a solicitação de alguns usuários na redução dos psicotrópicos utilizados. Como maior aprendizado, apontamos a importância da atividade educativa mediatizada pela EPS na construção do cuidado em saúde mental.

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Graduanda do curso de Terapia Ocupacional pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 14 Graduanda do curso de Fisioterapia pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 15 Graduanda do curso de Terapia Ocupacional pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Referências NUNES, M.; JUCÁ, V.J.; VALENTIM, C.P.B. Ações de saúde mental no Programa Saúde da Família: confluências e dissonâncias das práticas com os princípios das reformas psiquiátrica e sanitária. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(10):2375-2384, out, 2007. Caderno de Educação Popular e Saúde. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf>. Acesso em: 13/08/2015. Saúde Mental na Atenção Básica. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental .pdf >. Acesso: 13/08/2015.

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PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA (PINAB): UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO PELA EDUCAÇÃO POPULAR16 Renan Soares de Araújo, Ana Paula Maia Espíndola Rodrigues, Elina Alice Alves de Lima Pereira, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” consiste em uma experiência de Extensão pela Educação Popular vinculada a Universidade Federal da Paraíba, o qual desenvolve ações voltadas à Promoção da Saúde e à Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no contexto da Saúde da Família, e processos de construção compartilhada de trabalhos sociais em três comunidades em João Pessoa-PB. Em sua atuação, o PINAB contempla grupos operativos construídos de maneira compartilhada com a Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, tais como: Puericultura, HiperDia, Saúde Mental, Horta Comunitária, Espaço de Diálogo, Escola e Idosos. Participam da gestão das ações: estudantes, docentes, pós-graduandos, trabalhadores de saúde da família e educadoras populares. As frentes são planejadas semanalmente com moradores da comunidade e residentes médicos e multiprofissionais em saúde da família. Também contempla iniciativas como: visitas domiciliares, apoio ao Movimento Popular de Saúde da Paraíba, mapeamento de conselhos distritais de saúde de João Pessoa, construção de um Fórum de SAN no território, e a promoção de um curso de SAN com ênfase na formação em práticas sociais de combate à fome e pobreza na comunidade. A operacionalização da gestão compartilhada do Programa se dá a partir de espaços como as reuniões de acompanhamento e orientação aos estudantes; reuniões de formação, com discussões teóricas sobre temas relativos as ações; e reuniões semanais com a comunidade e a equipe de saúde. Através dessas intervenções, o PINAB apoia às iniciativas e exercícios emancipatórios no contexto comunitário, com vistas ao empoderamento, na perspectiva de aprimorar estratégias e caminhos participativos de cuidado em saúde, sobretudo no que tange à vida com qualidade e dignidade. Nas ações cotidianas é fundamental o diálogo com trabalhadores e moradores, visando à concretização de espaços onde a Promoção da Saúde se corporifique, incluindo o reconhecimento da alteridade e dos sentidos do outro e o enfrentamento dos determinantes sociais em saúde. Percebe-se, assim, a contribuição na formação de profissionais com postura crítica e humanística, comprometidos com questões sociais populares, particularmente à garantia da saúde, da alimentação como direito e do enfrentamento sistemático de situações de vulnerabilidades, aprimorando-se uma abordagem com o vínculo afetivo e o estímulo à participação social por meio da problematização da realidade local. Resumo apresentado na etapa do Encontro Regional Nordeste I – Rede Unida, realizado em novembro de 2015, na cidade de Natal-RN. 16

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ENCONTRO INTERGERACIONAL: FOMENTO PARA ALTERIDADE, VALORIZAÇÃO DAS MEMÓRIAS E COMPROMISSO SOCIAL16 Iris de Souza Abílio, Elina Alice Alves de Lima Pereira, Gabriella Nayara Siqueira de Lima17, Bruno Oliveira de Botelho18 Resumo O ser humano necessita cuidar de outro para realizar sua humanidade, para crescer no sentido ético do termo, mas, da mesma forma, necessita do cuidado de outros para alcançar sua plenitude, ou seja, para superar as dificuldades da vida. Com isso, buscamos promover à saúde não apenas levando em conta o adoecimento biológico, mas assumindo a postura de educador-educando, comprometido com o processo de libertação como um ato político de luta importante. Garantir o empoderamento do sujeito para a tomada de decisões, rompendo seu isolamento social para multiplicar os agentes de transformação. O grupo popular que passa pelo processo do envelhecimento sofre consequências ao perder a capacidade produtiva perante o modelo capitalista. Exilados da sociedade civil, processualmente são privados de participar da práxis humana e caem em profundo silêncio. Observamos em uma experiência vivenciada em uma instituição de longa permanência, a partir de uma frente de ação do Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica” (PINAB), que a institucionalização tem contribuído na fragilização de alguns idosos, sendo estes despojados de seu papel social, dos direitos à cidadania pela ruptura dos laços familiares, de trabalho, cultura, privacidade e das relações sociais exteriores. Constatamos nesta experiência, que nosso trabalho precisava ir além dos cuidados técnicos, fazendo-se necessário trabalhar o outro em sua integralidade, através do cuidado, humanização e compromisso social, para que por meio do estímulo a autonomia, os idosos pudessem atuar na sua própria qualidade de vida. Almejamos em nossa luta o resgate dos idosos institucionalizados para a prática da alteridade, priorizando atividades que despertassem prazer, incentivassem a participação e interação, através de: oficinas de pintura e exposição das artes para adornar e trazer vida as paredes do ambiente; oficinas de beleza, transformando a expressão da fragilidade em autoestima e bem-estar; estimular os talentos locais, de forma que estes transpusessem seu isolamento e compartilhassem as distintas habilidades. Mediante as ações desenvolvidas, buscamos mudar o aspecto físico do ambiente, compreendendo que o que o define são os planos da corporeidade de cada um - formando um coletivo. Assim, concluímos que a experiência intergeracional resignifica o papel social do idoso 17

Graduanda do curso de Terapia Ocupacional pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 18 Fisioterapeuta formado pela UFPB; Mestrando da linha de pesquisa em Educação Popular pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB; Apoio pedagógico do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 e do jovem, valorizando suas histórias e memórias para garantir o processo educativo durante toda a vida.

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AÇÃO INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO POPULAR E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES19 Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, Pedro José Santos Carneiro Cruz, Daniela Gomes de Brito Carneiro, Jéssica de Lima Spinellis de Carvalho20, Kelyane da Cunha Cruz Silva21 Resumo Esta proposta visa articular iniciativas de formação na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), bem como o apoio sistemático aos espaços comunitários de discussão sobre a realidade social local, a participação popular e o Direito Humano a Alimentação Adequada e Saudável (DHAAS). Introdução A presente iniciativa é realizada nas comunidades Jardim Itabaiana, Boa Esperança e Pedra Branca, localizadas no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa/PB. A partir da interface com serviços sociais públicos e seus usuários, especificamente: a Escola Municipal Augusto dos Anjos, a Cozinha Comunitária, o Centro de Referência em Assistência Social e a Unidade de Saúde da Família, são desenvolvidas ações no sentido de fomentar o enfrentamento da extrema pobreza e promoção da SAN no território. Metodologia Envolve visitas domiciliares às famílias, reuniões organizativas dos projetos de extensão e com participação de representantes da comunidade, bem como reuniões de formação com os extensionistas. No que se refere às atividades educativas, existem cinco frentes: promoção da alimentação saudável com crianças e adolescentes na Escola; orientação e construção coletiva e solidária de Hortas Comunitárias; reuniões do Fórum Intersetorial de Apoio à Promoção da SAN na comunidade; curso de formação em SAN; além de Grupo de Encontro Comunitário com beneficiários da Cozinha Comunitária. Resultados

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Resumo apresentado na I Mostra SEMIPROEXT, realizada em novembro de 2015, na cidade de João Pessoa-PB. 20 Graduanda do curso de Nutrição pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 21 Graduanda do curso de Nutrição pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Pretende-se favorecer o desenvolvimento social nas comunidades, possibilitando a formação de cidadãos na perspectiva da SAN e do DHAAS, de modo a constituir espaços comunitários participativos comprometidos com o enfrentamento da fome, da pobreza e da miséria. Com tais ações, espera-se possibilitar uma intervenção em alimentação e nutrição mais abrangente, articulada aos interesses e necessidades da comunidade.

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AÇÃO INTERDISCIPLINAR PARA PROMOÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL COM MOVIMENTOS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR NA PARAÍBA19 Pedro José Santos Carneiro Cruz, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, Islany Costa Alencar, Elina Alice Alves de Lima Pereira, Renan Soares de Araújo Resumo O Programa “Ação Interdisciplinar para Promoção da Participação Social com Movimentos e Práticas de Educação Popular na Paraíba” trata do apoio aos Movimentos e Práticas de Educação Popular no Estado da Paraíba com ênfase em sua interface com iniciativas de Participação Social. Introdução É desenvolvido de forma coordenada com as ações do Programa “PINAB – Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica” (vinculado ao Departamento de Nutrição e ao Departamento de Promoção da Saúde), em interface e colaboração com o Projeto PalhaSUS (Departamento de Promoção da Saúde), com o Programa Mais Saúde na Comunidade (Departamento de Fisioterapia e Departamento de Enfermagem Clínica) e o Grupo de Pesquisa em Extensão Popular (EXTELAR), todos da Universidade Federal da Paraíba. Metodologia As atividades envolvem espaços de formação, sistematização de experiências e organização político-social com ênfase na Educação Popular. Sendo assim, este Programa busca articular ações e experiências de Educação Popular no Estado da Paraíba, impulsionando novas práticas sociais, protagonizadas no campo popular e nos serviços sociais públicos. Nesta ação estão envolvidos movimentos sociais, educadores populares, trabalhadores, gestores, conselheiros de saúde e membros do Movimento Popular de Saúde da Paraíba e da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde da Paraíba. Resultados Com isso, o Programa objetiva propiciar a formação crítica e permanente dos atores no campo da Educação Popular e da Participação Social na Paraíba, bem como favorecer seu encontro sistemático e sua capacidade de organização político-social. Ainda, espera-se incrementar as oportunidades para sistematização das experiências e incremento de sua visibilização. Tal proposta visa o empoderamento dos sujeitos dos Página | 30


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 movimentos e práticas de Educação Popular, quanto a seus direitos, através da participação, construída a partir de dispositivos pedagógicos propostos pela Educação e pela Extensão Popular, cultivando o diálogo entre comunidades-universidade-serviços.

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VISITA DOMICILIAR: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO ÂMBITO DA EXTENSÃO POPULAR22 Íris de Souza Abílio, Elina Alice Alves de Lima Pereira, Bruno Oliveira de Botelho, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, atua desde 2007 orientado pelos princípios teóricos-metodológicos da Educação Popular, propostos por Paulo Freire, em comunidades do bairro do Cristo Redentor, João Pessoa-PB. O PINAB congrega diversas frentes de ação voltadas à Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dentre elas se encontram as Visitas Domiciliares (VD). Entendemos a VD como uma estratégia ancorada em dois eixos: a promoção da saúde, onde estabelece a criação de vínculos mediante o cuidado e a escuta, no sentido de melhorar a relação do sujeito/família com seu bem estar; e o eixo da promoção social, o qual favorece dimensões como as práticas populares, participação popular, mobilizações políticas, ressignificação cultural, alteridade e valorização do outro. Na interface entre esses dois eixos insere-se a amorosidade como uma dimensão da intersubjetividade que permeia as relações entre os sujeitos comunitários e acadêmicos. Tais relações se caracterizam pelo protagonismo dos educandos e dos educadores, que agem mediatizados pelo meio. As VD são realizadas semanalmente, por duplas de extensionistas. Para tanto, as casas são selecionadas pelos Agentes Comunitários de Saúde, lideranças comunitárias e através da comunicação do PINAB com a comunidade. Não há um roteiro pré-fixado para orientação dos extensionistas, onde cada visita é desenvolvida a partir das demandas e singularidades das famílias, com ênfase no diálogo entre os envolvidos. A aproximação de graduandos com estes contextos locais e com distintas realidades sociais torna-se um dispositivo educativo importante, com o qual podem conhecer os determinantes de cada situação, gerando um processo de perplexidade que favorece a problematização e reflexão crítica, contribuindo para a ressignificação da formação universitária. A VD também potencializa as ações do PINAB e demais equipamentos sociais existentes no território, podendo aproximar os sujeitos de atividades promovidas tanto pelas equipes de saúde quanto pelas práticas populares. Porem também há desafios e fragilidades nessa iniciativa, tais como a descontinuidade e ruptura do processo, geradas pela rotatividade dos extensionistas devido à imposição da carga horária obrigatória da graduação; os dilemas referentes à intencionalidade da visita, onde por vezes, nos questionamos sobre: priorizar a dimensão da formação de um profissional mais humanizado ou o estímulo à 22

Resumo apresentado no XV Encontro de Extensão da UFPB (ENEX), realizado em novembro de 2015, na cidade de João Pessoa – PB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 participação das famílias visitadas nas frentes de ação e equipamentos sociais que favoreçam a luta em direção à transformação da realidade local, a promoção da saúde e equidade. Considerando os propósitos do PINAB, optamos por articular essas duas dimensões no âmbito das visitas. A Extensão Universitária tem se tornado uma valiosa estratégia de retorno à sociedade pela Academia. Para cumprir este propósito, encaramos o desafio de estimular a participação efetiva da comunidade nas iniciativas da Universidade, com vistas ao empoderamento dos sujeitos para a transformação da realidade e diminuição da desigualdade social.

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MAPEAMENTO DE EQUIPAMENTOS SOCIAIS COMO ESTRATÈGIA PARA A PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES DE JOÃO PESSOA-PB22 Kelyane da Cunha Cruz Silva, Letícia Torres Amarante, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Resumo Este projeto insere-se nas ações do Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da UFPB. O PINAB atua, orientado pelo referencial teórico-metodológico da Educação Popular no âmbito da Promoção da saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) em comunidades do bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB. Nessa perspectiva, é uma iniciativa do PINAB, apoiada pelo Edital 2015-2016 do Programa de Extensão Universitária (ProExt) MEC/SESu, cuja finalidade consiste em realizar um mapeamento dos equipamentos sociais ligados à promoção da SAN do território visando subsidiar a implantação de um Fórum Intersetorial de SAN, (com universidade, lideranças comunitárias, trabalhadores de entidades públicas e/ou comunitárias e outros) para promover a difusão das experiências nessa área. Este trabalho descreve o referido mapeamento com resultados preliminares. Adotamos os seguintes procedimentos metodológicos: a) elaboração de um instrumento incluindo os itens: Identificação da entidade; endereço; natureza da entidade; nome do Coordenador/pessoa de referência; público atendido; horário de funcionamento; parcerias; ações desenvolvidas; ações ligadas a SAN; descrição da estrutura física b) Levantamento dos equipamentos sociais c) visitas aos equipamentos sociais para a coleta das informações. Dos equipamentos identificados (Unidade de Saúde da Família - USF Vila Saúde, USF Unindo Vidas, Escola Municipal de Ensino Fundamental - EMEF Augusto dos Anjos, EMEF Francisco Pereira da Nóbrega, Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas, Centro de Referência em Assistência Social, Associação Promocional do Ancião, Centro de Atenção Integral à Saúde e Cozinha Comunitária do Bela Vista), realizamos até o momento visitas às duas escolas e à USF Vila Saúde. Essas três entidades são vinculadas ao poder público municipal. As escolas atendem crianças, adolescentes, jovens e adultos; além das ações educativas tradicionais, há o Programa Saúde na Escola, em parceria com a USF Vila Saúde. As atividades vinculadas ao Programa Nacional de Alimentação Escolar e à promoção da alimentação saudável são apontadas como ações ligadas à SAN nessas escolas. A EMEF Augusto do Anjos tem parceria com o PINAB/UFPB e a Polícia Militar da Paraíba, enquanto a EMEF Francisco Pereira da Nóbrega tem a UFPB, Ministério Público, Rede Crescer, Conselho Tutelar e Fundação de Apoio ao Deficiente como parceiros. A USF Vila Saúde atende crianças, adultos e idosos; Mantém parceria com o PINAB/UFPB e duas faculdades Página | 34


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 privadas; desenvolve atendimentos individuais e coletivos (grupos operativos). Dentre as iniciativas ligadas à SAN inserem-se o Grupo Horta Comunitária e o Curso de SAN promovido em conjunto com o PINAB. Esse mapeamento tem buscado fortalecer a intersetorialidade e a participação social no âmbito das intervenções em SAN do território. Ademais, esta experiência tem possibilitado a articulação entre Ensino, Pesquisa e Extensão, contribuindo para a qualificação da formação universitária.

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O USO DAS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA EDUCATIVA: A EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXTENSÃO POPULAR22 Maria José Pereira Tavares, Gabriella Santos Dantas Campello23, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde/UFPB, atua desde 2007 em comunidades no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa – PB, desenvolvendo ações orientadas pelo referencial teórico-metodológico da Educação Popular com foco na Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). As ações são promovidas de maneira compartilhada, envolvendo graduandos das áreas da Saúde e das Ciências Humanas e Sociais, educadores populares locais, moradores da comunidade, profissionais e Residentes da Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde. O PINAB está configurado em Grupos Operativos (GO) que atuam mediante frentes voltadas às iniciativas de Educação Popular no cuidado em saúde e na participação social, por meio da problematização da realidade local, com vistas à promoção da autonomia dos sujeitos e a construção de processos emancipatórios. Dentre os diversos grupos do Programa inserem-se os GO’s Horta, Saúde Mental, Hiperdia, Espaço de diálogo, Puericultura, Grupo de caminhada, além das visitas domiciliares. Considerando o processo comunicativo e a socialização das informações como premissas da prática educativa, uma das frentes do Programa tem como objetivo o registro e a difusão das suas iniciativas por meio das redes sociais, tais como facebook e blog. Nessa perspectiva, há uma preocupação em publicizar as ações empreendidas pelo PINAB nesses espaços. Para tal são realizadas ações sistemáticas de divulgação semanal das atividades desenvolvidas pelos GO’s. Há duas graduandas cujas atribuições envolvem esse processo de difusão das ações via WEB por meio do registro audiovisual (fotos e vídeos). Além disso, utiliza-se essa ferramenta no sentido de divulgar os processos seletivos para ingresso de novos integrantes e eventos promovidos pelo Programa, a exemplo do Curso “Segurança Alimentar e Nutricional: Práticas Sociais de Combate à fome e à pobreza”. Essas ações de comunicação têm potencializado a difusão das experiências do PINAB, com diversas ações de Extensão, Ensino e Pesquisa, além do intercâmbio com outras instituições e universidades. Ademais, na medida em que se enfatiza a publicização das atividades produzidas coletivamente, fomenta-se uma formação acadêmica mais abrangente e articulada com as demandas contemporâneas. Portanto, com o intuito de se fortalecer a dimensão da Extensão Universitária, evidencia-se a importância da valorização do registro e da diversificação dos recursos 23

Graduanda do curso de Terapia Ocupacional pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 para a difusão das ações e iniciativas nesse contexto, sobretudo através da WEB, com o uso das redes sociais, blogs e similares.

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PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: A VISÃO DE EXTENSIONISTAS UNIVERSITÁRIOS22 Letícia Torres Amarante, Natália Luiza Matos de Sousa, Bruno Lienio da Silva Longo24, Daniela Gomes de Brito Carneiro, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Resumo O Grupo Operativo de Saúde Mental é uma das frentes de atuação do Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde, que atua desde 2007 na Unidade de Saúde da Família Vila Saúde no bairro do Cristo RedentorJoão Pessoa/PB, orientado pelo referencial teórico-metodológico da Educação Popular. Este Grupo é composto por dois estudantes de Terapia Ocupacional, uma estudante de fisioterapia e apoiado por uma nutricionista egressa do Programa. Desenvolve um trabalho de cooperação junto à Equipe de Saúde da Família (ESF) com a qual o PINAB atua no planejamento das atividades de um grupo de saúde mental realizado no território adscrito da referida ESF. O Grupo tem como objetivos acolher os usuários, promover saúde, contribuir na melhoria da qualidade de vida e garantir a inclusão e participação social, construindo e fortalecendo o trabalho em equipe. A inserção dos estudantes nesse cenário recebe um reforço positivo na sua formação, pois passam a construir e desenvolver atividades dentro do senso de coletividade, autonomia, amorosidade e diálogo, dando suporte a equipe multidisciplinar com a qual trabalha. O grupo operativo, junto à coordenação do Programa, se reúne para realizar momentos de formação teórica onde são discutidos textos produzidos na área, na intenção de auxiliar os estudantes na atuação com a comunidade. Esses momentos consistem em um espaço onde todos têm direito de expor suas opiniões, esclarecer dúvidas sobre a Saúde Mental, e trocar experiências. Partindo desta reflexão, a prática do Grupo é construída em reuniões com a equipe multiprofissional e conta com a participação de residentes multiprofissionais de saúde ligados à Universidade Federal da Paraíba e a Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Dessa forma, os diversos atores atuam de forma interdisciplinar, utilizando estratégias que culminem no bem-estar e na promoção da saúde dos sujeitos em questão, refletindo sobre o processo saúde-doença e observando as dificuldades que se encontram na construção do cuidado em saúde mental. Por fim, essa estratégia que a Extensão Popular proporciona aos graduandos, instiga o compromisso destes enquanto indivíduos e futuros profissionais, além de oportunizar experiências e aproximação com a comunidade através da horizontalização das relações, estimulando-os para o desenvolvimento da autonomia, comprometida com os problemas sociais e com a promoção da saúde.

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Graduando do curso de Terapia Ocupacionalo pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA (PINAB): UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO POPULAR22 Kelyane da Cunha Cruz Silva, Elina Alice Alves de Lima Pereira, Renan Soares de Araújo, Ana Claudia C. Peixoto de Vasconcelos Resumo O Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” está vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, e consiste em uma iniciativa de Extensão norteada pelos princípios da Educação Popular, que atua há 8 anos com ações de Promoção da Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no contexto da Atenção Básica nas comunidades Boa Esperança, Pedra Branca e Jardim Itabaiana, no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa (JP). O PINAB desenvolve ações mediante grupos construídos de maneira compartilhada com a Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, tais como: Puericultura, HiperDia, Saúde Mental, Horta Comunitária e Espaço de Diálogo. Além disso, envolve visitas domiciliares, apoio ao Movimento Popular de Saúde da Paraíba, mapeamento de Conselhos distritais de saúde de JP e de equipamentos de SAN no território; e a promoção de um curso de SAN na comunidade. A gestão compartilhada do Programa operacionaliza-se a partir das reuniões: a) de orientação dos estudantes; b) de formação, incluindo temáticas relacionadas às ações; c) de planejamento semanal com a comunidade e a equipe de saúde. Através dessas intervenções, se tem apoiado iniciativas emancipatórias com vistas ao empoderamento comunitário, objetivando aprimorar estratégias e caminhos participativos do cuidado em saúde, sobretudo no que tange à vida com qualidade e dignidade. Enfrentamos algumas limitações, tais como: a tímida participação da população nos espaços dos grupos e reuniões; dificuldades em desenvolver trabalhos junto à equipe de saúde, diante da extensa agenda destes; inflexibilidade do currículo acadêmico, que não prioriza as atividades de Extensão; além dos percalços decorrentes da violência que permeiam algumas áreas do território. Portanto, destacamos que neste processo, é fundamental envidar esforços baseados no diálogo e na construção compartilhada com trabalhadores e população, visando o reconhecimento da alteridade e dos sentidos do outro, com o enfrentamento dos determinantes sociais em saúde. Percebe-se, assim, a contribuição para a formação de profissionais críticos e humanísticos comprometidos com questões sociais, particularmente à garantia da saúde, da alimentação como direito e do enfrentamento sistemático de situações de vulnerabilidade, com ênfase no vínculo afetivo e no estímulo à participação social por meio da problematização da realidade local. Além disso, as experiências, inquietações e reflexões vivenciadas vêm incentivando a sistematização das ações em variadas formas de produções acadêmicas. Ademais, há a preocupação da articulação com o Ensino, mediante a oferta de uma disciplina na graduação de Medicina, com o tema: "Práticas Integrais de Educação e Página | 39


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Promoção da Saúde" e um Curso de Extensão construído a partir de reflexões e vivências da Articulação Nacional de Extensão Popular, intitulado “Educação Popular na Universidade”. Com isso, observa-se no âmbito acadêmico o fortalecimento da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão e a valorização de uma Universidade que busca a transformação social por meio de uma construção compartilhada, promovida pelo encontro respeitoso entre sujeitos e saberes, especialmente aqueles das práticas populares.

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ESPAÇO DE DIÁLOGO: CONSTRUINDO A PARTICIPAÇÃO SOCIAL A PARTIR DA EDUCAÇÃO POPULAR NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE22 Natália Luiza Matos de Sousa, Iris de Souza Abílio, Bruno Oliveira de Botelho, Islany Costa Alencar, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, atua desde 2007 com as comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa-PB, inspirado nos princípios teóricos e metodológicos da Educação Popular. O Programa é composto por graduandos de diversos cursos e dispõe de diferentes frentes de ação em práticas sociais e de educação em saúde, além de visitas domiciliares e reuniões organizativas. Dentre suas frentes, encontra-se o apoio ao Espaço de Diálogo (ED), o qual configura uma experiência de participação da comunidade na gestão da Unidade de Saúde da Família (USF), através de um grupo oriundo da iniciativa comunitária e de trabalhadores das USF. Corresponde a um espaço informal de controle social no qual se dá o encontro mensal entre trabalhadores e gestores das equipes de saúde com pessoas da comunidade, com intuito de debater reivindicações e demandas, discutir processos de trabalho e de mobilização social na perspectiva da qualificação das ações de saúde no território e de estratégias compartilhadas para a conquista da qualidade de vida e cidadania. O grupo ocorre de forma descentralizada em duas comunidades (Jardim Itabaiana e Boa Esperança), de maneira simultânea, nas primeiras terças-feiras de cada mês. Além desse encontro, ocorrem reuniões mensais da comissão organizadora, com o intuito de planejar e organizar os encontros de maneira participativa e coletiva. Criado em 2009, o ED é promovido a partir da disposição de parte dos trabalhadores da USF em incorporar essa experiência como atividade privilegiada em sua agenda e processos cotidianos, além da necessidade expressa por parte da comunidade no sentido de ter, em seu território, um espaço onde o trabalhador do SUS pudesse escutar suas demandas e leva-las em consideração no seu processo de trabalho. As pautas trabalhadas neste ano de 2015 foram: problemática quanto à coleta de lixo em determinados locais; atualização do cadastro postal pelos correios; melhorias no atendimento, materiais e estrutura da USF; estratégias de mobilização no enfrentamento à violência. Esta última culminou em uma mobilização dos moradores do Cristo Redentor e Rangel, envolvendo profissionais, representantes de igreja e movimentos sociais do território, em uma Caminhada pela Paz, buscando sensibilizar as autoridades, e trazer visibilidade para a questão da segurança pública dos bairros. Essa experiência possibilitou compreender as dificuldades e potencialidades em torno da formação de um Conselho Local de Saúde na construção de um espaço de participação popular, contribuindo com a emancipação Página | 41


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 na comunidade. É ainda necessária uma permanente mobilização, para que os comunitários possam aproximar e se empoderar dessa estratégia. O PINAB atua nesse espaço como incentivador, auxiliando desde o momento de mobilização até a construção de estratégias junto com o coletivo, o que repercute de forma positiva na construção de vínculo com os comunitários, imersão na realidade da comunidade e engajamento nas lutas sociais do território.

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EDUCAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E DA DIABETES: EXPERIÊNCIA NO SAÚDE DA FAMÍLIA EM JOÃO PESSOA/PB22 Gabriella Santos Dantas Campello, Karoline Linhares Mota Rodrigues25, Caroline Sousa Cabral26, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo Hipertensão e Diabetes constituem-se importantes agravos epidemiológicos, cuja prevalência tem se elevado em todo o mundo nos últimos anos. Para o enfrentamento dessas doenças, fazem-se necessárias ações que possam agir nos seus diversos determinantes. No contexto da Promoção da Saúde, há necessidade de se investir em práticas sociais de cunho pedagógico, buscando o autocuidado e a autonomia dos sujeitos que convivem com essas doenças. Esse trabalho busca sistematizar ações realizadas no âmbito do Grupo Operativo HiperDia da equipe Jardim Itabaiana I da Unidade de Saúde da Família Vila Saúde (localizada no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB), em parceria com o Programa de Extensão PINAB (Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica), vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba. O PINAB atua com as comunidades abrangidas pela Vila Saúde e está configurado em diversas frentes de atuação, pautadas na pedagogia da Educação Popular, buscando fortalecer o cuidado em saúde, a participação social e facilitação de grupos operativos, visando a construção de processos emancipatórios. As ações do Grupo HiperDia são realizadas quinzenalmente, coordenadas por profissionais de saúde, residentes médicos e multiprofissionais em Saúde da Família, bem como estudantes do PINAB. O Grupo decorre com ações educativas de Promoção da Saúde das pessoas de maneira integral, por meio do diálogo sobre saberes, sabedorias e experiências dos moradores acerca dos aprendizados e desafios de sua convivência com Hipertensão e Diabetes, bem como da socialização e problematização de conhecimentos técnicos e científicos significativos para a qualidade de vida. As ações são realizadas por meio de rodas de conversa e de dinâmicas de trabalho em grupo, utilizando-se metodologias lúdicas, criativas, ativas e problematizadoras, para facilitar a construção compartilhada do conhecimento. No Grupo são discutidos temas como os cuidados com a alimentação, prática de atividade física, fortalecimento do autocuidado, saúde do homem e da mulher, dentre outros. A cada reunião, os usuários são provocados a sugerir assuntos de importância para sua saúde, os quais são tratados no encontro seguinte. Deste modo, busca-se inseri-los no contexto do planejamento de estratégias de prevenção e tratamento dessas doenças, 25

Graduanda do curso de Odontologia pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 26 Nutricionista formada pela UFPB; Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição da UFPB; Apoio pedagógico do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 fortalecendo a importância da reflexão acerca da pró-atividade no processo de cuidado. Além disso, os sujeitos são provocados a trabalhar e explorar seus anseios e inquietudes. Propõe-se uma reflexão acerca dos diversos aspectos subjetivos que permeiam a vida das pessoas com hipertensão e com diabetes. Possibilita-se, portanto, extrapolar a perspectiva puramente biomédica, característica do tradicional modelo de atenção à saúde, proporcionando uma vivência pautada na integralidade desses atores. Neste sentido, o Grupo HiperDia constitui-se como um espaço de construção de conhecimento, por meio do compartilhar de saberes e aprendizados essencialmente presentes nos fundamentos da Educação Popular, ressignificando a prática de cuidado em saúde.

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CURSO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E PRÁTICAS SOCIAIS DE COMBATE À FOME E À POBREZA: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO PELA EDUCAÇÃO POPULAR22 Elina Alice Alves de Lima Pereira, Jéssica de Lima Spinellis de Carvalho, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O presente trabalho enfoca uma experiência de Extensão pela Educação Popular, através de um Curso Comunitário de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e práticas sociais de combate à fome e à pobreza, promovido no contexto do Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB”, vinculado ao Departamento de Nutrição e Departamento de Promoção da Saúde. O Curso está organizado em dez encontros, com duas horas de duração, e periodicidade semanal. É promovido de forma articulada com a realidade do território das comunidades Boa Esperança, Jardim Itabaiana e Pedra Branca e de seus grupos sociais, com uma coordenação compartilhada com pessoas da própria comunidade, provocada e apoiada por extensionistas inseridas no PINAB. Sua proposta emergiu da necessidade de difusão e aprimoramento das discussões quanto a SAN no território, e sua estruturação se deu a partir de reuniões de planejamento junto à coordenação comunitária do PINAB. Participam do curso moradores do território, agentes comunitários de saúde, profissionais e residentes multiprofissionais em saúde da família, além de militantes de movimentos sociais da região. Dentre as temáticas abordadas, contemplamos a problematização do conceito de SAN; Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA); Sustentabilidade; Transições demográfica, epidemiológica, nutricional; Equipamentos sociais relacionados a SAN; caminhos para a segurança alimentar na comunidade. Para discutir os temas, iniciamos as aulas levantando o que cada um trazia consigo acerca da temática, propúnhamos perguntas para que respondessem sempre de forma diferente: por meio de tarjetas, folhetos, respostas orais, desenhos, recortes e colagens. A partir da socialização dessas experiências, partimos para as discussões, de modo que temos o papel de problematizar e estimular o aprofundamento das respostas, a partir do conhecimento anterior das pessoas e dos saberes da vida. A programação conta com dinâmicas em dois momentos, tendo por objetivo promover o acolhimento e a interação entre os participantes; lançar as temáticas de forma lúdica; e incentivar a reflexão contínua da temática. Há tanto dinâmicas iniciais ou de acolhimento, como também movimentos finais, acompanhados de um lanche coletivo com confraternização. Dentre os principais resultados, destacamos: a valorização desse espaço por parte de educadores populares do território, os quais estão agregando metodologias, contribuições e uma linguagem sempre participativa e inclusiva nas aulas; a oportunidade de aprofundar temáticas que relacionam a situação alimentar e nutricional da comunidade de modo respeitoso da realidade local; a articulação do Página | 45


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 debate em torno da alimentação à relevância de práticas sociais emancipadora. Ressaltamos ainda vínculo de companheirismo estreitado, a cada encontro, entre os participantes; a motivação e envolvimento das pessoas com as temáticas; a manifestação do interesse de que sejam ofertados mais cursos, com outras temáticas; a demonstração de preocupação e compromisso das pessoas com a necessidade de adoção de hábitos saudáveis, sustentáveis e solidários.

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MAPEAMENTO E ANÁLISE DE CONSELHOS DISTRITAIS DE SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB: EXTENSÃO E PESQUISA-AÇÃO PARA A COMPREENSÃO DOS DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO POPULAR LOCAL22 Ana Paula Maia Espínola Rodrigues, Gabriella Nayara Siqueira de Lima, Iris de Souza Abílio, Bruno Oliveira de Botelho, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, atua desde 2007 com as comunidades Boa Esperança, Jardim Itabaiana e Pedra Branca no bairro do Cristo Redentor, João Pessoa-PB, articulando práticas sociais orientadas pela Educação Popular no campo da Promoção da Saúde. Entre suas frentes de ação, está o mapeamento e análise da participação popular nos Distritos Sanitários de João PessoaPB, com ênfase em espaços institucionalizados de controle social - os Conselhos Distritais de Saúde (CDS) - para observar seus limites e suas potencialidades. A cidade está demarcada territorialmente sob a forma de Distritos Sanitários (DS), objetivando organizar a rede de cuidado progressivo do Sistema Único de Saúde (SUS) de maneira descentralizada. Nesse contexto, o PINAB vem empreendendo uma pesquisa-ação organizada em duas etapas: visitas aos cinco DS, utilizando a pesquisa documental para coleta de dados acerca do funcionamento, composição e pautas dos CDS; e observação participante, através da vivência dos extensionistas nas reuniões mensais destes conselhos. Tal processo decorreu como ampliação e aprofundamento da experiência do PINAB no campo da participação social, o que iniciou, desde 2009, com seu apoio sistemático à organização de um conselho local de saúde no seu território de atuação, denominado Espaço de Diálogo. Essa pesquisa intenciona tanto aprofundar questões sentidas no acompanhamento da experiência local de participação, como agregar novos saberes e desafios para a qualificação dessa iniciativa, a partir de um olhar sobre os CDS da cidade. Nas visitas às regiões de saúde da cidade, articulou-se com os cinco DS informações básicas quanto ao número, distribuição, composição e funcionamento de cada conselho, bem como identificação de agendas de reuniões, contatos dos membros e estratégias de incentivo à participação popular. Acreditamos que a identificação e a caracterização dos CDS da cidade de João Pessoa darão visibilidade e conhecimento sobre quais conselhos estão ativos, como funcionam e quais entidades participam de sua formação. Até o presente momento, já foi realizado o mapeamento dos Distritos Sanitários I, III e IV através de entrevista com os seus diretores representantes, assim como participação nas reuniões de conselho distrital de saúde do DS I e IV para registro de observação em diário de campo e sistematização dos dados coletados. Esse processo vem revelando que a participação social é um processo contínuo para construção de processos emancipatórios, pela valorização da gestão participativa das políticas públicas Página | 47


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 sociais. Avaliamos que esse processo, ainda em andamento, já apresenta sinais de contribuições importantes no que tange ao aprimoramento e qualificação desses espaços como iniciativas de fundamental importância para que a população possa ter vez e voz na gestão das políticas públicas, estimulando nos espaços institucionais a sua autonomia como protagonista e cidadãos comprometidos e participativos com o bem-estar da sociedade.

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EDUCAÇÃO POPULAR E CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA COMUNITÁRIA: APRENDIZADOS EM PRÁTICAS SOCIAIS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES22 Reginaldo Ferreira de Lima Júnior27, Pedro José Cruz Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa de Extensão Universitária “Praticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB”, pertencente aos Departamentos de Nutrição e Promoção de Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolve, desde 2007, um conjunto de práticas sociais pautadas pela Educação Popular e direcionadas à Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional, com as comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança, situadas no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa-PB. Dentre suas iniciativas, destacam-se as atividades de construção da Horta Popular Boa Esperança. O Programa está configurado em frentes de atuação que buscam desenvolver iniciativas de Educação Popular no cuidado em saúde, na participação social e na organização de grupos operativos, por meio da problematização da realidade local, visando à promoção da autonomia dos sujeitos e a construção de processos emancipatórios. Na Horta desenvolvem-se atividades como: cultivo e colheita das hortaliças, plantas e ervas medicinais, frutas e legumes; manutenção da horta e do espaço circunvizinho; oficinas de produção de chás e “lambedores” com ervas medicinais; fabricação de sabão ecológico; ensinamento do plantio de mudas e sementes; construção dos canteiros com o aproveitamento de garrafas-pet; organização de placas sinalizadoras com os nomes das espécies; e divulgação, na escola pública da comunidade e na Unidade de Saúde da Família (USF). Tais atividades são desenvolvidas com participação dos moradores (particularmente crianças e idosos), um educador ambiental popular, trabalhadores de saúde da USF Vila Saúde, residentes médicos e multiprofissionais em saúde da família, além dos estudantes, professores e pós-graduandos da UFPB. Há também realização de mutirões para limpeza e mobilização da preservação do ambiente no entorno da Horta, uma vez que essa se localiza vizinha à nascente do Rio Jaguaribe, que vem sofrendo com poluição e acúmulo de lixo em suas margens. A Horta vem contribuindo para o aumento do consumo de hortaliças e ervas medicinais entre os moradores, produção de alimentos de baixo custo e consumo de alimentos orgânicos. Valorizando os saberes e sabedorias das pessoas da comunidade, através do diálogo sobre as plantas medicinais, utilizando essas na melhoria da saúde. As atividades de manutenção e os mutirões vêm servindo para o cuidado com o espaço, conscientização ambiental e melhoria do convívio social. Assim, tal experiência contribui para que os moradores se reconheçam como protagonistas comunitários, com participação crítica, na busca de soluções coletivas que propiciem o 27

Graduando do curso de Geografia pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 combate à fome e à pobreza, bem como a viabilização de alternativas sustentáveis para a garantia do Direito Humano a Alimentação Adequada e Saudável.

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EDUCAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO DA PUERICULTURA: UMA EXPERIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB22 Reginaldo Ferreira de Lima Júnior, Pedro José Cruz Santos Carneiro Cruz Resumo O presente trabalho configura um relato de experiência do Grupo Puericultura, promovido pela equipe de saúde da família Jardim Itabaiana II, com o apoio do Programa de Extensão “PINAB (Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba. O PINAB orienta suas iniciativas nos pressupostos da Educação Popular, com ênfase na Segurança Alimentar e Nutricional e Promoção da Saúde. Suas ações são desenvolvidas com as comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança, sediadas no bairro do Cristo Redentor. Atuando em diversos grupos, o Programa se pauta por abordagens que viabilizem a autonomia dos moradores e a problematização do ambiente social, favorecendo os processos emancipatórios. Dentre diferentes práticas empreendidas em diálogo com a equipe e a comunidade, no contexto do PINAB, o Grupo Puericultura possui como objetivo o estabelecimento de diálogos entre as experiências de vida das participantes e dos profissionais envolvidos, por meio do compartilhar de saberes das puérperas acerca dos desafios e das necessidades de saúde para sua qualidade de vida e o cuidado integral para o bem-estar do recém-nascido. Ele é realizado mensalmente no salão da comunidade São Francisco, com a coordenação de membros da equipe, residentes médicos e multiprofissionais, além de estudantes e docentes do PINAB. Nos encontros são realizadas a pesagem e medição da altura das crianças, para verificar se estão crescendo conforme o esperado para sua idade. Também há rodas de conversas sobre o cuidado médico, higiênico, nutricional, fisioterapêutico e psicológico das crianças, desde a gestação até cinco anos de idade, e são executadas dinâmicas para propiciar um clima agradável para todos. O benefício individual que diz respeito a nossa participação a qual concerne ao aprimoramento profissional dos estudantes, pois através do contato com a comunidade está sendo possível colocar em prática os conhecimentos teóricos, favorecendo assim a ampliação da compreensão acerca do conceito de saúde, suas determinações sociais e dinâmicas comunitárias, particularmente em contextos de pobreza. O compartilhamento da sabedoria popular, em diálogo com os aportes científicos, é influenciador da criação de novas práticas de cuidado em saúde pelas participantes. Várias dúvidas das participantes foram esclarecidas pela equipe, bem como houve a percepção de que os cuidados para com os seus filhos foram aprimorados. As atividades têm repercutido no estabelecimento de um espaço de cuidado integral à saúde das puérperas e do recémnascido, cujo protagonismo é das participantes, e não da equipe ou da Universidade. Um espaço onde o saber científico é valorizado, mas não de maneira exclusiva, pois a

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 centralidade da ação está na construção compartilhada de conhecimento, por meio dos aprendizados e desafios da busca pela vida com qualidade.

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CURSO “EDUCAÇÃO POPULAR NA UNIVERSIDADE: REFLEXÕES E VIVÊNCIAS DA ARTICULAÇÃO NACIONAL DE EXTENSÃO POPULAR (ANEPOP)”: UMA INICIATIVA DE DEBATE DE APRENDIZADOS DA EXTENSÃO NO ESPAÇO DO ENSINO22 Giovanna Costa de Vasconcelos28, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O presente trabalho refere-se ao Curso de Extensão “Educação Popular na Universidade: reflexões e vivências da Articulação Nacional de Extensão Popular (ANEPOP)”, cujo fio condutor constitui o estudo e problematização de textos do livro de mesmo nome, organizado no contexto dessa Articulação Nacional, tendo sua primeira edição lançada pela Editora Universitária UFPB e Editora Hucitec, no ano de 2013. Esse Curso foi realizado pelo Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB” a partir da articulação com o Projeto “VEPOP/SUS – Vivências de Extensão em Educação Popular no SUS”, com apoio do Ministério da Saúde/SGEP/SGTES, da Assessoria de Extensão do Centro de Ciências Médicas da UFPB. A iniciativa surgiu a partir da necessidade de fortalecer a formação de militantes estudantis dedicados aos processos de transformações que envolvem a universidade brasileira, particularmente a partir de iniciativas desempenhadas por movimentos e iniciativas estudantis apoiadas por professores, técnicos e grupos sociais populares, direcionados à reorientação da formação universitária tradicional e a proposição de novas abordagens e metodologias. O curso é fundamentado pelos preceitos da Educação Popular, desenvolvidos por Paulo Freire, através do diálogo para o aprimoramento do olhar crítico dos educandos, na perspectiva da geração de processos emancipatórios. No período de 2015.1, mais precisamente no mês de maio e de acordo com o calendário instituído pela UFPB, iniciamos o processo de organização, divulgação e realização do curso. Por meio de estudos e discussões acerca das temáticas que pretendíamos abordar nas palestras, decidimos aperfeiçoar, a partir do intermédio dos autores que se dispuseram à proposta, dez textos publicados no livro, totalizando uma carga horária de 30h. Assim, cada aula tem como base um dos textos do livro, enfocando temáticas como: os significados e aprendizados da Extensão de cunho popular na reorientação do fazer universitário; os impactos e caminhos das vivências estudantis na Extensão Popular e na mudança em relação à formação tradicional e cientificista; metodologias e abordagens importantes no contexto dos projetos de Extensão com ênfase na Educação Popular; e também aspectos teóricos e conceituais significativos na perspectiva da Extensão em Educação Popular. O público inscrito é formado por estudantes, docentes e técnico-administrativos da UFPB, além de atores sociais comunitários, educadores populares, gestores e trabalhadores que, por 28

Graduanda do curso de Pedagogia pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 quaisquer que sejam as atribuições, exercem vínculo com a UFPB a partir de ações de Extensão. Por não limitar-se apenas ao universo acadêmico, o curso problematiza, de maneira interdisciplinar e ampliada, os principais dilemas e desafios enfrentados para a construção de novos caminhos no pensar/fazer acadêmico, sobretudo pelo desvelamento de abordagens, procedimentos e metodologias de Extensão através das quais se possa provocar mudanças no Ensino e na prática da Pesquisa universitária. Pela fundamentação na Educação Popular, tal debate se dá na perspectiva dos interesses da maioria do povo que compõe a sociedade brasileira, a fim de transformá-la através da educação e para a superação das desigualdades sociais.

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EDUCAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO E DA DIABETES: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE JOÃO PESSOA/PB29 Karoline Linhares Mota Rodrigues, Gabriella Santos Dantas Campello, Caroline Sousa Cabral, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo Hipertensão e Diabetes constituem-se importantes agravos epidemiológicos, cuja prevalência tem se elevado em todo o mundo nos últimos anos. Para o enfrentamento dessas doenças, fazem-se necessárias ações que possam agir nos seus diversos determinantes. No contexto da Promoção da Saúde, há necessidade de se investir em práticas sociais de cunho pedagógico, buscando o autocuidado e a autonomia dos sujeitos que convivem com essas doenças. Esse trabalho busca sistematizar ações realizadas no âmbito do Grupo Operativo HiperDia da equipe Jardim Itabaiana I da Unidade de Saúde da Família Vila Saúde (localizada no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB), em parceria com o Programa de Extensão PINAB (Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica), vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba. O PINAB atua com as comunidades abrangidas pela Vila Saúde e está configurado em diversas frentes de atuação, pautadas na pedagogia da Educação Popular, buscando fortalecer o cuidado em saúde, a participação social e facilitação de grupos operativos, visando a construção de processos emancipatórios. As ações do Grupo HiperDia são realizadas quinzenalmente, coordenadas por profissionais de saúde, residentes médicos e multiprofissionais em Saúde da Família, bem como estudantes do PINAB. O Grupo decorre com ações educativas de Promoção da Saúde das pessoas de maneira integral, por meio do diálogo sobre saberes, sabedorias e experiências dos moradores acerca dos aprendizados e desafios de sua convivência com Hipertensão e Diabetes, bem como da socialização e problematização de conhecimentos técnicos e científicos significativos para a qualidade de vida. As ações são realizadas por meio de rodas de conversa e de dinâmicas de trabalho em grupo, utilizando-se metodologias lúdicas, criativas, ativas e problematizadoras, para facilitar a construção compartilhada do conhecimento. No Grupo são discutidos temas como os cuidados com a alimentação, prática de atividade física, fortalecimento do autocuidado, saúde do homem e da mulher, dentre outros. A cada reunião, os usuários são provocados a sugerir assuntos de importância para sua saúde, os quais são tratados no encontro seguinte. Deste modo, busca-se inseri-los no contexto do planejamento de estratégias de prevenção e tratamento dessas doenças, fortalecendo a importância da reflexão acerca da pró-atividade no processo de cuidado. Além disso, os sujeitos são provocados a trabalhar e explorar seus anseios e inquietudes. 29

Resumo apresentado na 4° Mostra Nacional de Experiências e Reflexões em Extensão Popular, realizada em dezembro de 2015, na cidade de João Pessoa-PB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Propõe-se uma reflexão acerca dos diversos aspectos subjetivos que permeiam a vida das pessoas com hipertensão e com diabetes. Possibilita-se, portanto, extrapolar a perspectiva puramente biomédica, característica do tradicional modelo de atenção à saúde, proporcionando uma vivência pautada na integralidade desses atores. Neste sentido, o Grupo HiperDia constitui-se como um espaço de construção de conhecimento, por meio do compartilhar de saberes e aprendizados essencialmente presentes nos fundamentos da Educação Popular, ressignificando a prática de cuidado em saúde.

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EDUÇAÇÃO POPULAR E A PROMOÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO DA PUERICULTURA: UMA EXPERIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM JOÃO PESSOA-PB29 Adalia Lacerda Nitão Sobrinha30, Alida Leite da Silva31, Reginaldo Ferreira de Lima Júnior, Pedro José Cruz Santos Carneiro Cruz Resumo O presente trabalho configura um relato de experiência do Grupo Puericultura, promovido pela equipe de saúde da família Jardim Itabaiana II, com o apoio do Programa de Extensão “PINAB (Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba. O PINAB orienta suas iniciativas nos pressupostos da Educação Popular, com ênfase na Segurança Alimentar e Promoção da Saúde. Suas ações são desenvolvidas com as comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança, localizadas no bairro do Cristo Redentor. Atuando em diversos grupos, o Programa se pauta por abordagens que viabilizem a autonomia dos moradores e a problematização do ambiente social, favorecendo os processos emancipatórios. Dentre diferentes práticas empreendidas em diálogo com a equipe e a comunidade, no contexto do PINAB, o Grupo Puericultura possui como objetivo o estabelecimento de diálogos entre as experiências de vida das participantes e dos profissionais envolvidos, por meio do compartilhar de saberes das puérperas acerca dos desafios e das necessidades de saúde para sua qualidade de vida e o cuidado integral para o bem-estar do recémnascido. Ele é realizado mensalmente no salão da comunidade São Francisco, com a coordenação de membros da equipe, residentes médicos e multiprofissionais, além de estudantes e docentes do PINAB. Nos encontros são realizadas a pesagem e medição da altura das crianças, para verificar se estão crescendo conforme o esperado para sua idade. Também há rodas de conversas sobre o cuidado médico, higiênico, nutricional, fisioterapêutico e psicológico das crianças, desde a gestação até cinco anos de idade, e são executadas dinâmicas para propiciar um clima agradável para todos. O benefício individual que diz respeito a nossa participação a qual concerne ao aprimoramento profissional dos estudantes, pois através do contato com a comunidade está sendo possível colocar em prática os conhecimentos teóricos, favorecendo assim a ampliação da compreensão acerca do conceito de saúde, suas determinações sociais e dinâmica comunitária, particularmente em contextos de pobreza. O compartilhamento da sabedoria popular, em diálogo com os aportes científicos, é influenciador da criação de novas práticas de cuidado em saúde pelas participantes. Várias dúvidas das participantes foram esclarecidas pela equipe, bem como houve a percepção de que os cuidados para 30

Graduanda do curso de Psciologia pela Faculdade Maurício de Nassau; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB. 31 Graduanda do curso de Psciologia pela Faculdade Maurício de Nassau; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 com os seus filhos foram aprimorados. As atividades têm repercutido no estabelecimento de um espaço de cuidado integral à saúde das puérperas e do recémnascido, cujo protagonismo é das participantes, e não da equipe ou da Universidade. Um espaço onde o saber científico é valorizado, mas não de maneira exclusiva, pois a centralidade da ação está na construção compartilhada de conhecimento, por meio dos aprendizados e desafios da busca pela vida com qualidade.

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PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA (PINAB): UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO POPULAR29 Elina Alice Alves de Lima Pereira, Kelyane da Cunha Cruz Silva, Renan Soares de Araújo, Ana Claudia C. Peixoto de Vasconcelos, Bruno Oliveira de Botelho, Daniela Gomes de Brito Carneiro, Islany Costa Alencar, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” está vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, e consiste em uma iniciativa de Extensão norteada pelos princípios da Educação Popular, que atua há 8 anos com ações de Promoção da Saúde e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no contexto da Atenção Básica nas comunidades Boa Esperança, Pedra Branca e Jardim Itabaiana, no bairro Cristo Redentor, em João Pessoa (JP). O PINAB desenvolve ações mediante grupos construídos de maneira compartilhada com a Unidade de Saúde da Família Vila Saúde, tais como: Puericultura, HiperDia, Saúde Mental, Horta Comunitária e Espaço de Diálogo. Além disso, envolve visitas domiciliares, apoio ao Movimento Popular de Saúde da Paraíba, mapeamento de Conselhos distritais de saúde de JP e de equipamentos de SAN no território; e a promoção de um curso de SAN na comunidade. A gestão compartilhada do Programa operacionaliza-se a partir das reuniões: a) de orientação dos estudantes; b) de formação, incluindo temáticas relacionadas às ações; c) de planejamento semanal com a comunidade e a equipe de saúde. Através dessas intervenções, se tem apoiado iniciativas emancipatórias com vistas ao empoderamento comunitário, objetivando aprimorar estratégias e caminhos participativos do cuidado em saúde, sobretudo no que tange à vida com qualidade e dignidade. Enfrentamos algumas limitações, tais como: a tímida participação da população nos espaços dos grupos e reuniões; dificuldades em desenvolver trabalhos junto à equipe de saúde, diante da extensa agenda destes; inflexibilidade do currículo acadêmico, que não prioriza as atividades de Extensão; além dos percalços decorrentes da violência que permeiam algumas áreas do território. Portanto, destacamos que neste processo, é fundamental envidar esforços baseados no diálogo e na construção compartilhada com trabalhadores e população, visando o reconhecimento da alteridade e dos sentidos do outro, com o enfrentamento dos determinantes sociais em saúde. Percebe-se, assim, a contribuição para a formação de profissionais críticos e humanísticos comprometidos com questões sociais, particularmente à garantia da saúde, da alimentação como direito e do enfrentamento sistemático de situações de vulnerabilidade, com ênfase no vínculo afetivo e no estímulo à participação social por meio da problematização da realidade local. Além disso, as experiências, inquietações e reflexões vivenciadas vêm incentivando a sistematização das ações em variadas formas de produções acadêmicas. Ademais, há a preocupação da articulação com o Ensino, mediante a oferta de uma Página | 59


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 disciplina na graduação de Medicina, com o tema: "Práticas Integrais de Educação e Promoção da Saúde" e um Curso de Extensão construído a partir de reflexões e vivências da Articulação Nacional de Extensão Popular, intitulado “Educação Popular na Universidade”. Com isso, observa-se no âmbito acadêmico o fortalecimento da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão e a valorização de uma Universidade que busca a transformação social por meio de uma construção compartilhada promovida pelo encontro respeitoso entre sujeitos e saberes, especialmente aqueles das práticas populares.

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PROMOÇÃO DA SAÚDE NO GRUPO DE TERAPIA COMUNITÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE JOÃO PESSOA/PB29 Gabriella Santos Dantas Campello, Iris de Souza Abílio, Daniela Gomes de Brito Carneiro, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, atua desde 2007 com as comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa-PB, inspirado na Educação Popular. É composto por graduandos de diversos cursos e dispõe diferentes frentes de ação em práticas sociais e de promoção da saúde, além de visitas domiciliares e reuniões organizativas. Uma destas frentes de atuação é a Terapia Comunitária (TC), que ocorre semanalmente no espaço da Comunidade Católica São Francisco localizada na comunidade Jardim Itabaiana. O grupo é conduzido por uma Terapeuta Comunitária que é Agente Comunitária de Saúde do território e coordenadora comunitária do PINAB. A TC é um espaço dedicado a promoção de encontros interpessoais e intercomunitários voltados a trocas de experiências, saberes e sentimentos de forma horizontal e circular. Busca o resgate da valorização pessoal, autoconfiança e empoderamento dentro dos contextos sociais. Apesar de ser um grupo aberto, atualmente tem um perfil predominantemente feminino. Na metodologia do grupo existem regras de conduta como escutar o outro, respeitar e falar apenas de si próprio, estas pactuações contribuem para o bom funcionamento do grupo. A TC inicia com o acolhimento, para envolver os participantes com o momento. Posteriormente, realiza-se dinâmicas, alongamentos, piadas, músicas, poesias, dança, é um momento reservado para integração do grupo. Há também um momento de escuta, onde podem falar de suas dificuldades, então, a terapeuta conduz à reflexão interagindo as demais com a temática do testemunho, gerando conhecimento a partir da experiência alheia. Na TC também há espaço para práticas de cuidado com o corpo e mente, uma vez que a TC compreende que a saúde corporal é produzida na relação entre o pensar, sentir e agir: “Quando a boca cala o corpo fala, quando a boca fala o corpo sara”. São realizados momentos de relaxamentos, onde as integrantes dedicam esse tempo para prestar atenção no seu corpo, entendê-lo e cuida-lo. Ao término o grupo é convidado a expressar os sentimentos partilhados na experiência vivida. Encerra-se com confraternização, lanches, abraços e conversas descontraídas, fortalecendo os vínculos entre os integrantes. A TC é um importante espaço de promoção da saúde e melhoria de qualidade de vida, isto acontece a partir da riqueza que a troca de experiências possibilita, principalmente quando somada a uma escuta qualificada, apoio do coletivo, cuidado e vínculo, reflete diretamente na autoestima dos participantes, na força de enfrentamento da realidade, e no bem-estar Página | 61


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 tanto físico quanto psíquico. É notável a mudança das participantes do dia que chegam para os demais encontros, é como uma flor que desabrocha para colorir o jardim, é emocionante quando aquelas mulheres se empoderam e aprendem a lidar com o sofrimento. Observar a dinâmica desse grupo me fortaleceu imensamente como pessoa, mais também como futura profissional de saúde, me despertou ainda mais para a riqueza das práticas coletivas, humanização do trabalho e compromisso com o outro.

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VISITA DOMICILIAR: RESSIGNIFICANDO A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA ATRAVÉS DO DIÁLOGO, PROMOÇÃO DA SAÚDE E VALORIZAÇÃO DO OUTRO29 Íris de Souza Abílio, Elina Alice Alves de Lima Pereira, Bruno Oliveira de Botelho, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, atua desde 2007 orientado pelos princípios teóricos-metodológicos da Educação Popular, propostos por Paulo Freire, em comunidades do bairro do Cristo Redentor, João Pessoa-PB. O PINAB congrega diversas frentes de ação voltadas à promoção da saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) dentre elas se encontram as Visitas Domiciliares (VD). Entendemos a VD como uma estratégia ancorada em dois eixos: a promoção da saúde, onde estabelece a criação de vínculos mediante o cuidado e a escuta, no sentido de melhorar a relação do sujeito/família com seu bem estar; e o eixo da promoção social, o qual favorece dimensões como as práticas populares, participação popular, mobilizações políticas, ressignificação cultural, alteridade e valorização do outro. Na interface entre esses dois eixos insere-se a amorosidade como uma dimensão da intersubjetividade que permeia as relações entre os sujeitos comunitários e acadêmicos. Tais relações se caracterizam pelo protagonismo dos educandos e dos educadores, que agem mediatizados pelo meio. As VD são realizadas semanalmente, por duplas de extensionistas. Para tanto, as casas são selecionadas pelos Agentes Comunitários de Saúde, lideranças comunitárias e através da comunicação do PINAB com a comunidade. Não há um roteiro pré-fixado para orientação dos extensionistas, onde cada visita é desenvolvida a partir das demandas e singularidades das famílias, com ênfase no diálogo entre os envolvidos. A aproximação de graduandos com estes contextos locais e com distintas realidades sociais torna-se um dispositivo educativo importante, com o qual podem conhecer os determinantes de cada situação, gerando um processo de perplexidade que favorece a problematização e reflexão crítica, contribuindo para a ressignificação da formação universitária. A VD também potencializa as ações do PINAB e demais equipamentos sociais existentes no território, podendo aproximar os sujeitos de atividades promovidas tanto pelas equipes de saúde quanto pelas práticas populares. Porem também há desafios e fragilidades nessa iniciativa, tais como a descontinuidade e ruptura do processo, geradas pela rotatividade dos extensionistas devido à imposição da carga horária obrigatória da graduação; os dilemas referentes à intencionalidade da visita, onde por vezes, nos questionamos sobre: priorizar a dimensão da formação de um profissional mais humanizado ou o estímulo à participação das famílias visitadas nas frentes de ação e equipamentos sociais que favoreçam a luta em direção à transformação da realidade local, a promoção da saúde e Página | 63


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 equidade. Considerando os propósitos do PINAB, optamos por articular essas duas dimensões no âmbito das visitas. A Extensão Universitária tem se tornado uma valiosa estratégia de retorno à sociedade pela Academia. Para cumprir este propósito, encaramos o desafio de estimular a participação efetiva da comunidade nas iniciativas da Universidade, com vistas ao empoderamento dos sujeitos para a transformação da realidade e diminuição da desigualdade social.

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A EXTENSÃO POPULAR COMO PRÁTICA TRANSFORMADORA DA FORMAÇÃO EM SAÚDE, ONDE APRENDIZADOS SIGNIFICATIVOS ULTRAPASSAM A SALA DE AULA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA29 Ana Paula Maia Espíndola Rodrigues, Pedro José Santos Carneiro Cruz Relato da experiência As ações de Extensão Universitária orientadas pela Educação Popular têm agregado potentes sentidos como práticas transformadoras da formação em saúde de diversos estudantes em todo o país. Nesse trabalho, apresentaremos alguns aprendizados significativos nesse campo a partir de um relato de experiência construído em primeira pessoa, e protagonizado pela autora principal, sob orientação do co-autor. Pensando sobre a minha trajetória dentro da Universidade, percebo que, muito antes de escolher em quê iria me formar, já sabia que queria fazer algo diferente. Enxergava que a realidade do mundo não me agradava e que parte da responsabilidade era minha. Para conseguir mudar o mundo, precisava primeiro mudar a mim. No entanto, a inércia me fez encalhar nas minhas próprias inquietações e no meu desejo de mudança. Quando ingressei na Universidade para cursar Nutrição, conheci, através de uma professora do Departamento de Nutrição, a proposta do Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica”, o PINAB. Vi então a oportunidade que esperava há tempos. Percebi que me inserir em uma comunidade era a oportunidade de conhecer pessoas que vivem em circunstâncias diferentes da minha, ultrapassar os muros que me cercavam e compreender a vida para além da minha realidade social particular. Foi através da experiência que venho adquirindo a partir de minha vivência na Extensão, facilitada pelo PINAB, que muitas coisas mudaram em mim, inclusive minha forma de pensar e ver o mundo. Mudei, também, a minha forma de me relacionar com as pessoas, me despindo de alguns preconceitos e compreendendo o sentido de princípios como a amorosidade. O meu primeiro ano no Programa não foi nada fácil, ao longo do trabalho que desenvolvia junto ao grupo operativo que atuava em uma Escola Municipal, abordando o tema da participação popular com crianças. Utilizávamos dinâmicas, esquetes, cordel e gincana, contribuindo na discussão sobre as responsabilidades que possuem frente a seus direitos e deveres. No entanto, nossa pouca experiência e dificuldade em trabalhar tais temas com crianças, assim como os constantes problemas de horários na escola que impediam nossas atividades, foram nos desmotivando. Além disso, após algumas reflexões, pude perceber que o que fazíamos era preponderantemente transmissão de conhecimento de forma lúdica e não um processo pedagógico com abordagens Página | 65


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 facilitadoras da visão crítica, do protagonismo dos sujeitos e da transformação social. Com isso, era recorrente a vontade de desistir e jogar tudo para cima. Parecia não haver amor ou sentido no que eu fazia; até que, no ultimo dia de atividade do ano, em uma gincana sobre o tema, algumas crianças me surpreenderam e me fizeram ficar apaixonada por aqueles rostinhos sorridentes e espertos que lembravam tudo o que a gente tinha conversado o ano inteiro. A cada prova realizada, os estudantes da Escola se sentiam importantes e motivados. Durante todo aquele ano, não entendi bem porque eu continuei no Programa, mas depois de ver aqueles sorrisos, soube que minha vontade era não largar mais aquela comunidade. Após dois anos de vivências, em 2014, pude participar da proposta de construção da Horta Comunitária na Boa Esperança (comunidade de atuação do PINAB). Foi nesse espaço que o processo dialógico e o compartilhar de saberes se tornou mais evidente para mim. Aprendemos juntos (estudantes e professores universitários, moradores da comunidade, trabalhadores de saúde locais) todo o processo prático de construção da horta, conhecendo as diferentes formas de se utilizar cada erva e planta medicinal, buscando também proteger e preservar a nascente do Rio às margens do qual a Horta foi construída, compreendendo também o porquê da quantidade de lixo próximo àquele espaço. Percebemos que, mais do que uma simples placa de “Não jogue lixo aqui”, era necessário buscar de forma coletiva meios para que a coleta fosse apropriada, e que melhor do que “fazermos o certo” era “fazermos juntos”. Um dos momentos ímpares vivenciados na Horta Popular Boa Esperança (assim nomeada por todos) foi uma oficina de produção de “lambedor”, um medicamento popular e fitoterápico, em que uma moradora da comunidade ensinou a adultos, crianças, extensionistas, médico, agentes comunitários de saúde e residentes da Unidade de Saúde da Família (USF) que abrange o território, como fabricar um xarope caseiro com as plantas medicinais cultivadas no próprio espaço da Horta. O diálogo entre o médico e a moradora da comunidade sobre os benefícios das plantas medicinais consistiu na concretização do compartilhamento de saberes e experiências, onde o cientifico e o popular se encontraram e perceberam que são distintos na linguagem, mas têm ambos o mesmo potencial e importância na construção de processos de melhoria da vida das pessoas. No decorrer de todas as nossas idas e vindas, das dificuldades e desafios que encontramos ao longo do processo de trabalho de sensibilização e mobilização da população na construção da Horta, uma questão que sempre provocou nossa reflexão foi o fato da inconstante participação popular em algumas das frentes de ação que buscamos impulsionar junto a comunidade. Dentro do que conseguimos constatar, percebemos que muitas questões são mais problemáticas globais que especificamente locais. Algumas delas relativas ao tímido sentimento de pertencimento ao território em

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 que se vive. Para muitos comunitários, é ainda tímido o sentimento de que se pode fazer mais e de que se pode modificar a realidade ao nosso redor. É notável, quanto a isso, que nas comunidades em que atuamos junto ao Programa, os reflexos dos muitos anos de promessas não cumpridas por alguns mandatários públicos e políticos forjaram corações calejados e endurecidos pelas mentiras e trapaças eleitoreiras, dificultando o trabalho de sensibilização e estimulo a organização e mobilização que tentamos executar. É comum escutar de algumas pessoas do território perguntas como: “O que vocês estão ganhando com isso?”. Ao parar para refletir sobre tal questionamento, penso que a questão deveria ser “o que nos motiva a fazer isto?”. E se me pergunto isso, sem dúvidas posso responder utilizando uma fala de São Paulo, em sua Carta aos Romanos: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos”. Da mesma forma, reitera Paulo Freire que nós, seres humanos, não estamos no mundo para a ele nos adaptar, mas para transformá-lo. Para tanto, é preciso “fugir” da nossa zona de conforto e buscar meios de modificar o que nos incomoda, o que acreditamos não estar coerente do ponto de vista humanístico. Portanto, em minha visão, não é preciso ganhar nada em troca para isso, apenas o sentimento de contribuir para a construção de um mundo melhor. Isso não se faz apenas sentado em uma cadeira, dentro de casa ou em uma sala de aula − embora seja importante também −, mas se faz, necessariamente, com uma inserção radical no mundo. Por um mergulho crítico, pró-ativo e participativo na realidade social, compreendendo as relações ali construídas e buscando estratégias para a problematização e a sua transformação. A Extensão Popular me proporcionou também enxergar a Nutrição para além de seus aspectos clínicos, técnicos e dietéticos; para além dos nutrientes minuciosamente calculados e adequados. Pude perceber que, ainda hoje, muitas pessoas não possuem o mais básico para viver, como alimento de qualidade e em quantidade suficiente. Talvez, a questão alimentar nem seja o problema mais preocupante daquelas famílias e que, além do direito à alimentação adequada e saudável, é necessário que outros direitos essenciais sejam garantidos para a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional. Foi devido ao sentimento de que podemos fazer mais que me inscrevi no PINAB, logo nas primeiras semanas de meu ingresso na Universidade. Continuo ainda hoje na Extensão Popular, estando ainda mais presente e ativa nesse espaço do que propriamente no curso de Nutrição, em seus espaços tradicionais. Hoje tenho a plena certeza de que os melhores e maiores aprendizados adquiridos não foram dentro da sala de aula, mas principalmente se deram fora dela. Percebi que nossa formação não começa quando entramos na Academia e não se encerra quando saímos. Muito pelo contrário, nossa formação começa quando ultrapassamos os muros que nos prendem e, assim, nos deparamos com a realidade, e nessa nos inserimos de maneira compromissada, permanente, regular e crítica, onde não apenas podemos observar e ver Página | 67


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 processos e pessoas, mas conhecer, interagir e protagonizar, em conjunto, uma construção compartilhada de saberes, lutas e trabalhos sociais.

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A CONSTRUÇÃO DE UMA HORTA COMUNITÁRIA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E PARTICIPAÇÃO POPULAR29 Reginaldo Ferreira de Lima Junior, Ana Paula Maia Espíndola Rodrigues, Maria José Pereira Tavares Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica – PINAB”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde/UFPB, atua desde 2007 em comunidades no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa – PB, desenvolvendo ações orientadas pela metodologia da Educação Popular com foco na Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional em comunidades. As ações são promovidas de maneira compartilhada com educadores populares locais e moradores da comunidade, trabalhadores e residentes da Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde. O Programa está configurado em frentes de atuação que buscam desenvolver iniciativas de Educação Popular no cuidado em saúde, na participação social e na organização de Grupos Operativos, por meio da problematização da realidade local, visando a promoção da autonomia dos sujeitos e a construção de processos emancipatórios. Dentre os diversos Grupos, a Horta Popular Boa Esperança (nome escolhido pela própria comunidade) se destaca por criar espaços de atividades educativas de forma semanal como: cuidado com a terra, semeação, formação de canteiros, colheita e limpeza do terreno como forma de propiciar a inclusão de indivíduos em assuntos comunitários, estimulando o trabalho coletivo, a mobilização social e a busca por melhorias no ambiente em que vivem. São realizadas, também, oficinas de chá e de lambedor, em que extensionistas e comunitários trocam saberes sobre os benefícios das diversas plantas medicinais cultivadas no espaço; oficina de sabão ecológico, em que são problematizadas questões ambientais na busca por estratégias para o cuidado do meio ambiente; assim como dinâmicas de integração e rodas de conversa, incentivando a valorização do saber anterior dos sujeitos e a criação de vínculo. Dentre os resultados das ações, percebe-se a importância da promoção de um espaço coletivo, por vezes ainda tímido e inconstante, porém de aprendizado e de integração comunidade-serviço-universidade, em que todos os atores possuem voz e podem contribuir, opinar e construir em conjunto um ambiente participativo e dialógico na busca por qualidade de vida, além de ser um espaço estratégico de promoção da saúde que viabiliza a transformação de área degradável, como uma postura sustentável de cuidado com o meio ambiente; o reconhecimento da comunidade sobre a importância de produzir alimentos saudáveis e o incentivo à utilização de ervas medicinais como fitoterápicos.

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A EXTENSÃO POTENCIALIZANDO A SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: VISÃO DOS EXTENSIONISTAS29 Bruno Lienio da Silva Longo, Natália Luiza Matos de Sousa, Letícia Torres Amarante, Daniela Gomes de Brito Carneiro, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos Resumo O Grupo Operativo de Saúde Mental é uma das frentes de atuação do Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde, que atua desde 2007 na Unidade de Saúde da Família Vila Saúde no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB, orientado pelo referencial teórico-metodológico da Educação Popular. Este Grupo é composto por dois estudantes de Terapia Ocupacional, uma estudante de fisioterapia e apoiado por uma nutricionista egressa do Programa. Desenvolve um trabalho de colaboração junto à Equipe de Saúde da Família (ESF) com a qual o PINAB no planejamento das atividades de um grupo de saúde mental realizado no território descrito da referida ESF. O Grupo tem como objetivos acolher os usuários, promover saúde, contribuir na melhoria da qualidade de vida e garantir a inclusão e participação social, construindo e fortalecendo o trabalho em equipe. A atuação dos estudantes nesse cenário recebe um reforço positivo na sua formação, pois passam a construir e desenvolver atividades dentro do senso de coletividade, autonomia, amorosidade e diálogo, dando suporte a equipe multidisciplinar com a qual trabalha. O Grupo Operativo, junto à coordenação do Programa, se reúne para realizar momentos de formação teórica onde são debatidos artigos e textos produzidos na área de atuação, com a finalidade de auxiliar os estudantes na atuação com a comunidade, constituindo-se esse momento como o espaço onde todos têm direito de expor suas opiniões, de tirar dúvidas sobre a Saúde Mental, e trocar experiências. Partindo desta reflexão, a prática do Grupo é elaborada em reuniões com a equipe multiprofissional e conta com a participação de residentes multiprofissionais de saúde ligados à Universidade Federal da Paraíba e a Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Dessa forma, os diversos atores atuam de forma interdisciplinar, utilizando estratégias que culminem para o bem-estar e na promoção da saúde dos sujeitos em questão, refletindo sobre o processo saúdedoença e observando as dificuldades que se encontram na construção do cuidado em saúde mental. Por fim, essa estratégia que a Extensão Popular proporciona aos graduandos, instiga o compromisso destes enquanto indivíduos e futuros profissionais, além de oportunizar experiências e aproximação com a comunidade através da horizontalização das relações, possibilitando-nos desenvolver autonomia e éticas comprometidas nos problemas sociais e da promoção da saúde, baseado na amorosidade, emancipação e empoderamento.

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CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO DE DIÁLOGO: PARTICIPAÇÃO SOCIAL E EMANCIPAÇÃO, INSPIRADOS NA EDUCAÇÃO POPULAR29 Natália Luiza Matos de Sousa, Iris de Souza Abílio, Bruno Oliveira de Botelho, Islany Costa Alencar, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa de Extensão Universitária “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, atua desde 2007 com as comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa-PB, inspirado nos princípios teóricos e metodológicos da Educação Popular. O Programa é composto por graduandos de diversos cursos e dispõe de diferentes frentes de ação em práticas sociais e de educação em saúde, além de visitas domiciliares e reuniões organizativas. Dentre suas frentes, encontra-se o apoio ao Espaço de Diálogo (ED), o qual configura uma experiência de participação da comunidade na gestão da Unidade de Saúde da Família (USF), através de grupo oriundo da iniciativa comunitária e de trabalhadores das USF. Corresponde a um espaço informal de controle social no qual se dá o encontro mensal entre trabalhadores e gestores das equipes de saúde com pessoas da comunidade, com intuito de debater reivindicações e demandas, discutir processos de trabalho e de mobilização social na perspectiva da qualificação das ações de saúde no território e de estratégias compartilhadas para a conquista da qualidade de vida e cidadania. O grupo ocorre de maneira descentralizada em duas comunidades (Jardim Itabaiana e Boa Esperança), de maneira simultânea, nas primeiras terças-feiras de cada mês. Além desse encontro, ocorrem reuniões mensais da comissão organizadora, com o intuito de planejar e organizar os encontros de maneira participativa e coletiva. Criado em 2009, o ED é promovido a partir da disposição de parte dos trabalhadores da USF em incorporar essa experiência como atividade privilegiada em sua agenda e processos cotidianos, além da necessidade expressa por parte da comunidade no sentido de ter, em seu território, um espaço onde o trabalhador do SUS pudesse escutar suas demandas e leva-las em consideração no seu processo de trabalho. As pautas trabalhadas neste ano de 2015 foram: problemática quanto à coleta de lixo em determinados locais; atualização do cadastro postal pelos correios; melhorias no atendimento, materiais e estrutura da USF; estratégias de mobilização no enfrentamento à violência. Esta última culminou em uma mobilização dos moradores do Cristo Redentor e Rangel, envolvendo profissionais, representantes de igrejas e movimentos sociais do território, em uma Caminhada pela Paz, buscando sensibilizar as autoridades, e trazer visibilidade para a questão da segurança pública dos bairros. Essa experiência possibilitou compreender as dificuldades e potencialidades em torno da formação de um Conselho Local de Saúde na construção de um espaço de participação popular, Página | 71


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 contribuindo com a emancipação na comunidade. É ainda necessária uma permanente mobilização, para que os comunitários possam aproximar e se empoderar dessa ferramenta. O PINAB atua nesse espaço como incentivador, auxiliando desde o momento de mobilização até a construção de estratégias junto com o coletivo, o que repercute de forma positiva na construção de vínculo com os comunitários, imersão na realidade da comunidade e engajamento nas lutas sociais do território.

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Experiências no apoio ao Movimento Popular de Saúde (MOPS) da Paraíba e Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS) da Paraíba

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CONSTRUINDO CAMINHOS PARA O FORTALECIMENTO DO COMPROMISSO SOCIAL DA UNIVERSIDADE A PARTIR DA EXTENSÃO16 Janaína Gomes Lisboa32, Renan Soares de Araújo, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O presente resumo objetiva relatar o que vem sendo desenvolvido pelo Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” relativo ao apoio ao Movimento Popular de Saúde da Paraíba (MOPS-PB) e à Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde da Paraíba (ANEPS-PB), e a partir do exposto, fazer uma breve reflexão sobre o papel e as possibilidades da Extensão para a efetivação do compromisso social da Universidade. O MOPS-PB e ANEPS-PB são organizações de livre iniciativa da sociedade civil que lutam pelo fortalecimento das bases do Sistema Único de Saúde (SUS), priorizando a autonomia e participação dos militantes enquanto sujeitos políticos, contribuindo para o controle social e que tem como objetivo a valorização e reintegração das práticas populares de saúde enquanto forma de cuidado, estimulando o protagonismo, a autonomia e o empoderamento dos atores sociais. O PINAB constitui uma experiência de Extensão pela Educação Popular e desenvolve atividades em comunidades periféricas em João Pessoa-PB, em parceria com equipamentos sociais e educadoras populares locais, constituindo espaços de ação e reflexão que permitam o encontro entre estudantes, professores, técnicos, profissionais da saúde e a população dos respectivos territórios. No que tange ao apoio ao MOPS-PB e ANEPS-PB, o PINAB busca auxiliar as ações participando ativamente dos momentos e estreitando vínculos com os seus participantes, além de construir materiais audiovisuais para publicização das atividades e de seus protagonistas populares, incentivando a sistematização e visibilizando as experiências desenvolvidas, com vistas a potencializar as articulações destes com outros movimentos populares sociais do Estado, formulando coletivamente ações na luta em defesa do SUS e pela reafirmação e visibilidade das práticas integrativas e populares de saúde, assim como vivências, oficinas e cursos de formação. Em virtude disto, pretendese apontar que há, sim, viabilidade de se fazer uma Extensão diferente, que não seja utilizada como meio de troca ou compra e venda de produtos acadêmicos, ou como puro e simples repasse de conhecimentos técnicos. O trabalho da Extensão pode e deve contribuir na reorganização dos setores populares de nossa sociedade e na reorientação do papel social da instituição universitária, para que esta possibilite uma formação acadêmica crítica e comprometida com as demandas culturais, ambientais, sociais e políticas.

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Graduanda do curso de Serviço Social pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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APOIANDO A ARTICULAÇÃO E A MOBILIZAÇÃO DE MOVIMENTOS E PRÁTICAS POPULARES DE SAÚDE NA PARAÍBA A PARTIR DO MOPS E DA ANEPS: RELATO COM BASE NAS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA PINAB22 Janaína Gomes Lisboa, Andréia Camargo Vargas de Lima33, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Programa de Extensão “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), tem como uma de suas ações o apoio à organização e mobilização de movimentos, práticas e coletivos populares no campo da saúde, em especial o Movimento Popular de Saúde da Paraíba (MOPS-PB) e a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde da Paraíba (ANEPS-PB). Desde 2007, o PINAB desenvolve uma série de práticas sociais e comunitárias no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa-PB. A inclusão da interface com o MOPS e a ANEPS constitui, para o PINAB, uma oportunidade de fortalecer suas ações, a partir do intercâmbio de sujeitos e experiências dos territórios onde atua, com protagonistas da Educação Popular de todo o Estado, o que propicia também um maior amadurecimento e ampliação na dimensão, intencionalidade e capilaridade de nossas ações. Nessa perspectiva, juntamente com outros Projetos e Programas parceiros do Núcleo de Educação Popular em Saúde (NEPOPS) da UFPB, o PINAB vem acompanhando, apoiando e participando ativamente das ações, iniciativas e articulações no contexto do MOPS e da ANEPS. Esses coletivos constituem espaços de livre iniciativa da sociedade civil, compostos por atores sociais de diversos municípios do Estado, e que lutam por um Sistema Único de Saúde (SUS) público e de qualidade, pautando o cuidado no âmbito das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS) e do protagonismo popular. Atualmente, esses coletivos realizam: formações, por meio de oficinas e cursos, em terapias populares e integrativas, através da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (SMS-JP); visitas e vivências (imersões) em experiências de práticas populares de saúde em municípios do interior do Estado, de modo a dar visibilidade a esses esforços, trocar experiências e fomentar a articulação em rede; plenárias livres e populares, para discussão e deliberação de posicionamentos e propostas quanto à saúde e o SUS. Dentre os movimentos sociais que apoiam e constroem experiências junto ao MOPS e ANEPS da Paraíba, temos: movimento negro, feminista, LGBT, povos de terreiro, campo e cidade, dentre outros. O vínculo do PINAB com o MOPS e a ANEPS acontece de maneira estrutural, através do apoio e viabilização de transportes, materiais, mobilização de estudantes estagiários para apoio logístico, incentivo às sistematizações em trabalhos acadêmicos e 33

Graduanda do curso de Pedagogia pela UFPB; Extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 socializações das experiências, articulações com outros Movimentos Sociais, entre outros, e, sobretudo, nas ações de mobilizações, fazendo-se presente nas lutas destes Coletivos de Educação Popular em Saúde. É possível, assim, a construção de uma agenda em parceria com outros movimentos e coletivos populares do Estado, tendo o objetivo de reconhecer, potencializar e fortalecer as lutas de grupos e atores que agem individualmente, na perspectiva do cuidado através do uso de práticas populares de saúde e na luta pelo SUS legitimando, também, o papel social que a Extensão deve conter, indo além dos muros da Universidade e em diálogo com os diversos grupos sociais.

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SISTEMATIZANDO A MEMÓRIA E A HISTÓRIA DE PROTAGONISTAS POPULARES EM SAÚDE: DIÁLOGOS ENTRE CULTURA, EDUCAÇÃO POPULAR E MOVIMENTOS SOCIAIS22 Renan Soares de Araújo, Islany Costa Alencar, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O Movimento Popular de Saúde da Paraíba (MOPS-PB) e a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde na Paraíba (ANEPS-PB) são organizações de iniciativa de atores de práticas e movimentos populares de saúde, particularmente aqueles locais e comunitários, que lutam pelo direito à saúde e pelo fortalecimento dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), particularmente no que tange à integralidade, ao controle social e à participação comunitária. Atuam no apoio ao desenvolvimento de práticas a nível local e comunitário, relativas ao reconhecimento e valorização dos modos populares de cuidados integrais e da promoção da saúde, considerando os saberes e práticas tradicionais e dos sujeitos das camadas populares. O presente resumo objetiva apresentar as ações desenvolvidas pelo Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)” no tocante ao apoio à sistematização das memórias, histórias e experiências dos protagonistas populares que constituem a ANEPS e o MOPS. O PINAB é vinculado aos Departamentos de Nutrição e de Promoção da Saúde. Constitui uma experiência de Extensão pela Educação Popular, desenvolvendo desde 2007 ações voltadas à Atenção Básica. Em 2015, buscou auxiliar de forma orgânica as ações desenvolvidas pelos MOPS e ANEPS, acompanhando e apoiando, junto com outros Projetos e Programas de Extensão, a promoção de encontros, reuniões, vivências, oficinas e cursos de formação, estreitando vínculos com os participantes e estimulando a mobilização de novas parcerias. Dentre essas iniciativas, o PINAB priorizou construir materiais audiovisuais para publicização das atividades desses coletivos e de seus protagonistas, como forma de registro das memórias, da história e das experiências dos atores que os compõem. Optou-se pela realização de entrevistas com captação audiovisual com militantes do MOPS-PB e da ANEPS-PB, as quais buscaram transparecer a subjetividade das experiências dos atores, com foco nas histórias de vida, nos principais elementos, aportes e patrimônios culturais de seus territórios. Nesses momentos, estimulamos os entrevistados a relatar fatos significativos e suas experiências no campo da saúde e da Educação Popular, além de como foi ocasionado o seu encontro com o MOPS-PB e ANEPS-PB. Após serem editadas com o apoio de estagiários da área de Mídias Digitais, as entrevistas foram postadas em redes sociais e sítios eletrônicos na internet. Enfatizamos a importância de tal iniciativa para a memória das lutais sociais pela saúde de atores significativos no campo da Educação Popular em Saúde paraibana, elucidando o sentido e/ou significado que os processos de luta, práticas sociais e educação em saúde têm para essas pessoas, revelando a potência criativa e transformadora do saber dos movimentos e práticas Página | 78


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 populares. O significado pedagógico desta experiência propiciou enxergar o potencial da cultura popular e das lutas sociais na geração de aprendizados formativos, ensinando novas abordagens metodológicas no campo da saúde. Ademais, essa iniciativa estimula a sistematização e a visibilidade dessas experiências, incentivando a articulação com outros movimentos populares do Estado, com o intuito de difundir suas ações na luta em defesa do SUS, a partir da valorização das memórias e histórias dos protagonistas populares.

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A RELAÇÃO DA UNIVERSIDADE E MOVIMENTOS SOCIAIS A PARTIR DA EXTENSÃO POPULAR29 Janaína Gomes Lisboa, Andreia Camargo Vargas de Lima, Renan Soares de Araújo, Adriana Maria Macedo de Almeida Tófoli, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo O presente resumo tem o objetivo de relatar as experiências que vem sendo construídas no Movimento Popular de Saúde da Paraíba (MOPS-PB) e na Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde da Paraíba (ANEPS-PB), a partir do apoio do Programa “Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica (PINAB)”, e a partir do exposto, fazer uma breve reflexão sobre as possibilidades e contribuições desta relação referente ao compromisso social da Universidade. O MOPS-PB e a ANEPS-PB são coletivos organizados de livre iniciativa da sociedade civil, que tem o objetivo de lutar por um Sistema Único de Saúde (SUS) público e de qualidade, reconhecendo a saúde de maneira ampliada, considerando o estado físico, emocional, psíquico, social, espiritual, com o olhar holístico a partir do cuidado com o outro, reconhecendo, dessa maneira, as práticas populares e integrativas de saúde. O PINAB é um Programa de Extensão Popular, vinculado aos Departamentos de Promoção da Saúde e de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, que atua desde 2007 em comunidades periféricas da grande João Pessoa, e realiza, dentre uma de suas ações, o apoio a movimentos sociais e coletivos populares. Nesse sentido, é desenvolvido enquanto atividade de Extensão Popular, através do vínculo entre o PINAB e o MOPS e ANEPS da Paraíba, o acompanhamento integral a estes coletivos de Educação Popular em Saúde, no sentido estrutural e de logística, através do apoio de materiais, transportes, produções áudios-visuais, construções e socializações de atividades, estagiários, articulações com outros movimentos e coletivos, estando ativamente nas lutas e mobilizações dos mesmos. Enquanto metodologia o MOPS-PB e ANEPS-PB realizam visitas e vivências em comunidades, no sentido de reconhecer e reafirmar as práticas de cuidado em saúde e de defesa do SUS que são realizadas por grupos ou atores sociais que agem individualmente, e através disso, acontece à parceria e construção coletiva com outros movimentos sociais do Estado. É também realizado por estes coletivos, cursos de formação em terapias populares de saúde, que acontece através da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (SMS-JP), que carrega o objetivo de expandir e valorizar as práticas integrativas no cuidado em saúde, bem como a realização da Conferência Popular de Saúde, na qual saíram propostas relevantes e algumas aprovadas na etapa da Conferencial Municipal de Saúde de João Pessoa, a inserção no Comitê Estadual de Educação Popular em Saúde da Paraíba, entre outras atividades. É, portanto, realizado pelo Programa de Extensão Popular PINAB, através do apoio ao MOPS e a ANEPS da Paraíba, a construção de uma agenda em parceria com movimentos e coletivos populares do estado, e dessa maneira, fortalecendo as lutas de grupos e atores que agem individualmente, na perspectiva do cuidado através do uso de práticas populares de saúde e na luta pelo SUS, contribuindo Página | 80


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 também para legitimar o papel social que a Extensão deve conter, indo além dos muros da Universidade, estando em diálogo com diversos grupos sociais, e construindo junto deles.

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Experiências em articulação com a Assessoria de Extensão do Centro de Ciências Médicas da UFPB

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ASSESSORIA DE EXTENSÃO DO CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS: APOIO À DIFUSÃO E CONSOLIDAÇÃO DE AÇÕES PARA UMA FORMAÇÃO MÉDICA ARTICULADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, À INTEGRALIDADE E À PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS22 Andressa Medeiros Araújo34, Ísis de Negreiros Costa35, Mateus Dias Américo36, Jade Santos Rosas37, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo A Assessoria de Extensão do Centro de Ciências Médicas (CCM) da Universidade Federal da Paraíba atua através do apoio sistemático às atividades extensionistas que são realizadas no Centro, tanto de maneira administrativa como no incentivo ao registro das experiências, no estímulo à prestarem concorrência em editais de fomento e apoio, como na iniciativa de propor estratégias de sistematização dos conhecimentos construídos no interior dos Projetos e Programas de Extensão do Centro. A Assessoria conta com Projetos inscritos nos editais PROBEX, PROEXT e FLUEX, totalizando 30 ações cadastradas em 2015, o que mostra crescimento na procura por atividades de Extensão em relação a 2014, quando tínhamos 09 ações cadastradas. As atividades desenvolvidas têm como objetivo promover a Extensão de maneira articulada à formação médica, contribuindo com o desenvolvimento, visibilidade e sistematização das ações nesse âmbito. Dentre as frentes de ações empreendidas, destacam-se: 'Gestão compartilhada da Extensão no CCM, com eventos, encontros e construção de materiais audiovisuais'; 'Organização e acompanhamento sistemático das ações de Extensão do CCM’; 'Oficinas de produção científica no âmbito da Extensão no CCM'; 'Socializando as ações de Extensão através das mídias sociais'. Temos ainda uma área na página eletrônica do CCM, atualizada permanentemente e com publicização de resumos de todas as ações cadastradas, além de noticias, informes, editais e socialização das ações da Assessoria, a qual dispõe ainda de ambiente fixo, com computadores e materiais didáticos à disposição dos diversos atores acadêmicos extensionistas. Ainda em 2015, estaremos realizando o I Encontro de Extensão do CCM. Tal escopo de ações tem viabilizado um maior envolvimento dos estudantes do Curso de Medicina no fortalecimento, ampliação e qualificação das ações de Extensão no âmbito do Centro, conferindo oportunidades de inserção estudantil em experiências de ensino e aprendizagem articuladas com a realidade social e a dinâmica do Sistema Único de Saúde (SUS). Tais ações permitem adensar as possibilidades de sistematização e 34

Graduanda do curso de Fisioterapia pela UFPB; Extensionista do Projeto Assessoria de Extensão do CCM. 35 Graduanda do curso de Medicina pela UFPB; Extensionista do Projeto Assessoria de Extensão do CCM. 36 Graduando do curso de Medicina pela UFPB; Extensionista do Projeto Assessoria de Extensão do CCM. 37 Graduanda do curso de Letras pela UFPB; Extensionista do Projeto Assessoria de Extensão do CCM.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 produção de conhecimentos advindos das ações extensionistas, o que ressalta a capacidade de tais empreendimentos produzirem conhecimentos úteis para a realidade do SUS e a formação médica. Nesse sentido, vêm sendo também desenvolvidas entrevistas, com captação audiovisual, para a construção de vídeos para uma série denominada: “Conhecendo as ações de Extensão do CCM”, a qual tem por objetivo, dar visibilidade ao histórico e aos aspectos metodológicos de Projetos e Programas de Extensão do CCM, tendo também como foco suas contribuições para a formação em saúde e, especialmente, a educação médica. As perguntas são voltadas para a difusão das atividades dos Projetos, trazendo as impressões que os integrantes dos mesmos têm, abordando questões que variam desde os objetivos até mesmo o desenvolvimento de alguma atividade de pesquisa a partir do mesmo. A Assessoria também apoia as ações do Movimento Popular de Saúde da Paraíba, apoiando ações de mobilização popular e cidadania nas lutas pelo direito à saúde e defesa do SUS. Espera-se que a atuação da Assessoria promova a Extensão no Centro e contribua para a difusão, ampliação, fortalecimento e sistematização das ações de Extensão no contexto da formação médica.

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EDUCAÇÃO E SAÚDE – ENCONTROS E DIÁLOGOS COM A INTERDISCIPLINARIDADE: RELATO ESTUDANTIL DA EXPERIÊNCIA NO APOIO ÀS AÇÕES DA ASSESSORIA DE EXTENSÃO DO CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS22 Jade Santos Rosas, Pedro José Santos Carneiro Cruz Resumo Esse resumo busca desenvolver de forma crítica e reflexiva minha experiência como estudante do quarto período do curso de Letras (Habilitação em Língua Portuguesa), atuante como bolsista da Assessoria de Extensão do Centro de Ciências Médicas (CCM) da Universidade Federal da Paraíba. Acredito que a experiência na Assessoria de Extensão é, de modo geral, importantíssima para meu desenvolvimento como futura profissional, estudante e cidadã. As habilidades desenvolvidas no escopo de ações que a Assessoria oferece me fazem adquirir e aprofundar vivências em importantes ações, procedimentos e iniciativas no âmbito do apoio administrativo e do apoio à gestão de Projetos de Extensão. Ademais, posso exercitar atitudes e aprender no processo de construção de espaços com viés educativo de maneira abrangente, particularmente no que se refere a atividades de formação empreendidas ou apoiadas pela Assessoria, na medida em que atuo auxiliando no planejamento e organização de eventos e cursos de Extensão. Como caráter interdisciplinar, esse estágio tem me trazido grandes aprendizados, nos quais utilizo tanto em sala de aula, exercendo minha função de discente do curso de Letras, quanto na minha vida social. Isso se dá sobretudo pela convivência com os esforços e desafios cotidianos dos trabalhos sociais dos Projetos de Extensão na área de saúde, nos quais percebo uma dimensão importante na relação entre profissional e cidadão, particularmente através de abordagens sociais pautadas pelo vínculo afetivo e pela valorização do saber e da cultura popular. Assim, tal crescimento formativo se dá através do exemplo de aplicabilidade para unir duas áreas que, aparentemente, são opostas: saúde e educação. Todas as atividades exercidas na Assessoria são norteadas pelo princípio dialógico, valorizando o trabalho em equipe e fortalecendo o meu comprometimento profissional e social. Especificamente na frente de planejamento e organização de cursos de Extensão, tenho a oportunidade de aproveitar a multidisciplinaridade interagindo com estudantes de vários cursos e trocando experiências relacionadas as diversas áreas dessa comunidade acadêmica. Ainda cumpre ressaltar que a atuação no apoio à gestão dos Projetos e Programas, e nos esforços para seu fortalecimento, divulgação e ampliação, vem se revelando fundamental, uma vez que estou testemunhando que os trabalhos sociais não perfazem apenas a dimensão prática, mas exigem registro, sistematização, e cumprimento de obrigações, prestações de contas e contrapartidas institucionais importantes. Exerço minhas atribuições em meio ao entrosamento e a participação em suas vivências e ações, podendo enxergar na prática, a relação Ensino-Pesquisa-Extensão que me faltava estando apenas em sala de aula. Primeiramente porque parte das ações do CCM são Página | 87


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 norteadas pelos princípios da Educação Popular, fundamentados por Paulo Freire e, em seguida, por contribuir de maneira excepcional (a partir dos seus princípios) em minha primeira experiência em sala de aula. O trabalho com jovens de áreas periféricas, expostos a vulnerabilidade causada por uma sociedade desigual foi, para meu desenvolvimento como professora, facilitado pelo aprendizado com esta Extensão, que caminha numa perspectiva conjunta entre as duas áreas, pois considero que ambas estão comprometidas com a população, proporcionando espaços de diálogos críticos e edificantes na sociedade em que vivemos.

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Programa Vivências de Extensão em Educação Popular e Saúde – VEPOP-SUS

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PROGRAMA VIVÊNCIAS DE EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE – VEPOP-SUS: REORIENTANDO A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA A PARTIR DE PRÁTICAS SOCIAIS E PROCESSOS EMANCIPATÓRIOS EM COMUNIDADES22 Pedro José Santos Carneiro Cruz, Bruno Oliveira de Botelho, Ernande Valentin do Prado38, Islany Costa Alencar, Luana Jesus de Almeida da Costa39 Resumo O Programa Vivências de Extensão em Educação Popular e Saúde no SUS (VEPOPSUS) constitui ação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS, com apoio do Ministério da Saúde (MS). Visa fortalecer experiências de Extensão Popular na linha da Educação Popular em Saúde, de maneira integrada com o Sistema Único de Saúde (SUS) e comprometida com a formação de trabalhadores com postura éticopolítica humanística, interdisciplinar e participativa. Sua operacionalização inicial vem se dando através de um convênio celebrado desde 2013 entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o MS. O Programa atua com uma equipe operacional da UFPB, com ações de articulação e integração entre as diversas iniciativas de Extensão Popular no país, o que se dá através das seguintes frentes: 1. Mapeamento de experiências de Extensão em Educação Popular em Saúde no SUS em todas as regiões do país; 2. Impressão e distribuição em todo o país de publicações de Extensão em Educação Popular e Saúde, inclusive um Caderno de Extensão Popular em Saúde; 3. Difusão de ideias, diálogos e experiências sobre Extensão Popular no SUS através da Comunicação, Informação e Mídias Digitais no sítio eletrônico; 4. Apoio à mobilização e formação de sujeitos da Articulação Nacional de Extensão Popular (ANEPOP) e demais coletivos nacionais de Educação Popular e Saúde que valorizem a Extensão; 5. Apoio à promoção de encontros e eventos na área de formação e Extensão em saúde com ênfase na Educação Popular; 6. Retomada da realização semestral do Estágio Nacional de Vivências de Extensão Popular em Comunidades (ENEC), visando a sensibilização e mobilização de novos sujeitos para o movimento da Extensão Popular no país. Assim, o VEPOP-SUS apoia atividades de comunicação, articulação, estudo e reflexão que fortaleçam a ampliação das experiências de Extensão Popular, qualificando as diversas iniciativas de Extensão Universitária orientadas pela Educação Popular integradas ao SUS e aos movimentos sociais. Para execução destas atividades, o grupo de pesquisadores está se reunindo semanalmente e dedicando plantões onde desenvolvem articulação de atividades conjuntas. O Convênio vem logrando êxito, em nossa avaliação, no sentido de colocar o VEPOP-SUS na cena acadêmica, social e política da formação em saúde no Brasil, corroborando para fortalecer experiências, 38 39

Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão em Saúde da UFPB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 práticas, movimentos e reflexões no campo da Extensão Popular, traduzida como trabalho social agregados de uma perspectiva emancipatória para as ações de Extensão em Educação Popular em Saúde. Apesar do fato dessa primeira etapa não ter contemplado o financiamento direto de experiências em Extensão Popular, acreditamos ter constituído uma importante instância para o desenvolvimento fecundo do Programa como estratégia do MS nos próximos anos: a configuração e consolidação de uma equipe executiva que trabalhou se estabelecendo, cada vez mais, como uma instancia executiva e articuladora de ações de apoio à Extensão Popular no SUS em todo o país. Como demonstram os resultados expressos nesse relatório parcial, tal equipe logrou êxito em criar espaços, em dinamizar a publicação de obras, em estabelecer canais de comunicação, em oportunizar trocas de informações e em incentivar as sistematizações (escritas ou audiovisuais) em Extensão Popular.

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Depoimentos de estudantes do PINAB

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Gabriella Nayara Siqueira de Lima Minha trajetória no PINAB iniciou no ano de 2013, em meu primeiro período no curso de Terapia Ocupacional. Lembro-me muito bem no dia em que o representante de nossa turma chegou à sala de aula falando que tinha aberto inscrições para um Programa de Extensão chamado PINAB, ele tentou explicar do que se tratava o Programa, porém de tudo o que ele havia falado, as únicas coisas que entendi foram o dia e o local da inscrição. Mesmo sem saber o que era um Programa de Extensão, mesmo sem saber o que era o PINAB, fiz a inscrição. Dias depois da inscrição, participei da Mostra de Seleção do PINAB − a primeira etapa de seleção do PINAB é a Mostra −, foi lá que aprendi sobre a história, bem como se organizava e o eixo central que norteava as ações do Programa. Fiquei encantada com tudo, desde a música inicial que foi: “Escuta, escuta, o outro a outra já vem...”, até os depoimentos da coordenação insitucional e coordenação comunitária. Impactou-me ver a paixão com que eles falavam dessa “tal” de Educação Popular. Foi a partir desse dia que me apaixonei pela Educação Popular. Pensei comigo mesma: “Caramba! Eu quero fazer o que esse povo faz”. Foi tão bonito que a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi pesquisar acerca dessa temática, com o intuito de compreendêla melhor e também, é claro, para saber exatamente o que responder caso me perguntassem o que era Educação Popular na entrevista – a entrevista é a última etapa da seleção. Após algumas leituras, senti um intenso interesse em conhecer o trabalho que o PINAB realizava. O primeiro Grupo Operativo que participei foi o Grupo Escola, lembro-me que foi um grande desafio, o qual eu e Íris (minha amiga de curso e parceira de PINAB) encaramos, pois éramos somente nós duas para dar conta de quatro turmas. Foi um trabalho cansativo, mas muito gratificante! Depois tive a oportunidade de participar do Grupo Terapia Comunitária, onde obtive grandes aprendizados. Eu literalmente participava da terapia como qualquer outra mulher. Foi maravilhoso! Em seguida, atuei no Grupo Idosos, vivenciando momentos magníficos na Associação Promocional do Ancião (ASPAN), e diante de tal experiência, posso afirmar que cada um dos idosos que residem lá, me deram o privilégio de poder conhecê-los, de poder cuidar deles, de poder amá-los, de poder escutar atentamente suas histórias de vida e através disso, extrair lições e aplicá-las em minha vida. As visitas domiciliares que realizávamos também me ensinaram muito. Posso até destacar esta como uma das maiores experiências que já vivi. Pois em meio a conversa a pessoa visitada me permitia escutar não só sua história de vida, como também seus mais profundos sentimentos − era fantástico! Além disso, outros espaços e momentos, como nas Mostras e outros eventos que participei através do PINAB, me fizeram crescer bastante como pessoa. Sou demasiadamente grata a Deus pelas experiências que Ele me proporciona vivenciar no PINAB, tenho a certeza que irei ser uma terapeuta ocupacional diferente − se bem que eu já sou uma “Gabi” diferente. Página | 95


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Hoje eu percebo o quão excelente é o trabalho do PINAB. E o meu desejo é que ele cresça cada dia mais. Pois ele contribui plenamente para a formação de profissionais mais humanizados, fazendo com que os mesmos saibam que existe algo além do conhecimento cientifico, que existe algo mais profundo e superior do que somente os livros propiciam. Além disso, o Programa resulta em algo positivo, principalmente pela valorização da construção do saber compartilhado entre os sujeitos comunitários e os alunos da graduação, e na formação desses através das práticas pedagógicas desenvolvidas no sentido da Promoção da Saúde e Segurança Alimentar e Nutricional, estimulando esses sujeitos que muitas vezes sofrem por não terem seus direitos cumpridos efetivamente, a ter uma visão mais crítica das questões sociais e se tornarem seres emancipados e autônomos, comprometidos com a transformação de sua realidade e capazes de lutar para alcançar o que lhe é de direito.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Kelyane da Cunha Cruz Silva Estou no PINAB como extensionista há um semestre e durante o mesmo participei do Grupo Operativo Saúde na Comunidade, estando em contato com os moradores da comunidade Boa Esperança e realizando ações juntamente ao Grupo Horta. No PINAB, tive a oportunidade de compreender como pessoas diferentes de mim pensam e percebem o mundo. E vivenciando esse momento, pude aceitar o fato de que o conhecimento não é apenas produzido em sala de aula e muito menos é propriedade das instituições de ensino. Me aventurando nessa experiência, percebi a infinita riqueza de conhecimento que está impregnado nas histórias de vida do [meu] povo, e fui despertada a explorá-las. Certa vez, estava lendo sobre alguns princípios pedagógicos da Educação Popular e vi o seguinte: "Construção da autonomia dos sujeitos envolvidos no processo de formação que se desenvolve com ser atuante, ético, criativo, amável e PROTAGONISTA de si e da sua ação na sociedade". E foi exatamente isso que me aconteceu. De repente, me vi mais nitidamente como pertencente à sociedade, como alguém que tem voz e é capaz de ler criticamente a realidade com a finalidade de transformá-la. Sabe quando o que você sente é tão bom que precisa compartilhar? Tem sido exatamente assim comigo. A experiência que o PINAB me proporciona de, entre tantas outras coisas, pertencimento cultural/social tem me encorajado a participar mais efetivamente deste contexto da Educação Popular. Considero que, a maior dificuldade enfrentada por mim nesse período, enquanto extensionista do PINAB, foi conciliar o calendário "apertado" da universidade com as agendas e atividades na comunidade. A experiência na Educação Popular me fez crescer pessoal e profissionalmente. É certo que serei uma profissional muito mais humanizada, e isso é uma das coisas que não pretendo abrir mão. Um caminho foi iniciado, porém eu sei que há muitas outras coisas para aprender e repensar, e estou disposta a continuar trilhando este caminho de sensibilidade, acolhimento e participação que a Educação Popular me oferece.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Elina Alice Alves de Lima Pereira Decidi me inscrever para o PINAB em 2013, quando ainda estava no segundo período do curso de Terapia Ocupacional, através de algumas amigas (Íris e Gabi) que já faziam parte do Programa e sempre falavam do quanto se sentiam felizes com todas as descobertas, jeito de fazer e, assim, aguçou em mim grande curiosidade para conhecer, vivenciar e participar dessa experiência junto com elas, pretendendo perceber na prática sobre o que elas estavam falando. A partir disso, venho participando do PINAB como extensionista durante um ano e meio. Ao longo desse período, participei dos Grupos Operativos Saúde na Comunidade, Idosos e Escola. Cada um dos Grupos me apresentou dinâmicas diferenciadas, cada qual com potencialidades e suas dificuldades, mas que aos poucos juntamente ao grupo e coordenadores, conseguimos alcançar objetivos e problematizar às suas determinadas circunstâncias. O Grupo Operativo Saúde na Comunidade foi um grande desafio, por ser um grupo de demanda espontânea e que havia sofrido uma reconfiguração há pouco tempo, um espaço de muita troca de saberes; no Grupo Operativo Idosos, as atividades trouxeram grandes aprendizados a partir do cuidado em saúde, da amorosidade, criamos muitos vínculos e tivemos a oportunidade de experimentar os mais variados sentimentos, e em muito nos inquietava se nossas atividades seriam assistencialistas ou emancipadoras; o Grupo Operativo Escola, ambiente rico, em que estivemos próximo a um público cheio de dúvidas, emoções transparentes que nos sensibilizou para refletirmos sobre as potencialidades e fragilidades, sobre quais seriam as melhores metodologias, e antes de qualquer coisa estarmos abertos ao diálogo e a ouvir verdadeiramente, facilitando o processo de formação de vínculo, estreitando laços, não levando nada pronto, mas priorizando a construção compartilhada do conhecimento. Percebi mudanças, principalmente ao começar a entender que minha vida acadêmica se consolidaria, e eu não poderia dissociar as experiências pessoais dessas, pois elas me constroem/reconstroem rotineiramente, seja em casa, comunidade ou sala de aula. Valorizando o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão, a Universidade oferece que aproveitemos, reconhecendo que esses não caminham separadamente, percebi realizações a partir do Programa, escrevendo textos para eventos e participando de momentos de discussões e construção de conhecimento, tornando-me mais crítica e não apenas passiva diante dos contextos aos quais estava inserida. O que me faz querer continuar na construção do PINAB, se dá pela sintonia com o grupo, pela comunidade, pela proposta emancipadora do Programa, pela vontade de estar encarando desafios, para auxiliar na construção e alcance das metas propostas, sempre utilizando os princípios da Educação Popular. Percebo que assim, ao colaborar

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 para a emancipação dos sujeitos, também estou colaborando com meu desenvolvimento como ser atuante da sociedade.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Jéssica de Lima Spinellis de Carvalho Entrei para o PINAB no ano de 2014, e assim que ingressei nele, fui do Grupo Operativo Horta Comunitária. Através do Grupo pude confirmar uma ideia que já tinha antes de entrar para o PINAB: Nós temos mais o que aprender do que ensinar! A cada ida a Horta, eu conhecia novas pessoas que me ensinavam não só experiências de vida como conhecimentos que vão muito além do espaço da Universidade. Ainda não entendo muito sobre Educação Popular, pelo menos não tanto quanto eu gostaria, mas entendo o suficiente para saber que o diálogo, a amorosidade, e o protagonismo como sujeito integrante e participativo são necessários para qualquer relação na sociedade. E foi isso que o convívio com a comunidade através do PINAB me aflorou, principalmente a capacidade de ser um sujeito autônomo e participativo diante da realidade em que vivemos. Os benefícios que o contato com a Educação Popular me trouxe foram inúmeros, ajudando assim no meu crescimento pessoal e profissional, fazendo com que eu seja uma profissional humanizada e crítica, que é algo que prezo e não quero me desfazer.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Renan Soares de Araújo Desde a minha entrada no PINAB, eu busquei me dedicar a procura de formas de ser (desejosamente) juntamente com as outras pessoas um sujeito ativo na luta pela edificação de uma realidade diferente e pela superação das formas de opressão que nos deparamos cotidianamente. Com a vivência que venho acumulando no PINAB, tenho reconhecido com maior vigor que nós somos protagonistas de nossa própria história, e que é a partir das situações-limite observadas, que devemos ensaiar atos-limites que nos alcem aos tão almejados inédito-viáveis. O que reafirma que nós, homens e mulheres, estamos intervindo cotidianamente na construção e reconstrução do mundo a nossa volta. Para isso, tenho me esforçado para refletir cada vez mais e agir de acordo com uma práxis verdadeiramente transformadora. Graças à experiência que venho adquirindo nos cenários de atuação do PINAB – orientado, sempre, pela perspectiva popular − e no convívio com sujeitos das mais variadas práticas e lugares, tenho adquirido contato com uma gama de vivências e reflexões das mais distintas, o que tem me feito ter cada vez mais certeza do quão é importante à execução de um trabalho pedagógico de forma dialogada e horizontal para a construção compartilhada do conhecimento, favorecendo, assim, o aumento da capacidade de análise crítica e a produção de um saber propositivo e pautado no concreto vivido. Desde então, tenho me esforçado em aprender a valorizar e a buscar, como disse Eduardo Galeano: “(...) ser capaz de olhar o que não se olha, mas que merece ser olhado”. Ao longo de minha graduação, uma das coisas que mais me orgulho, é fazer parte do PINAB. Portanto, posso afirmar que sou profundamente grato pela oportunidade que me foi dada em fazer parte deste trabalho magnífico, o qual acredito e tenho como fonte de motivação para o meu viver e partilho da lição que aprendi neste tempo de experiência com a Educação Popular, a qual tem me ensinado periodicamente que: “(...) o exercício da solidariedade, quando praticado de verdade, no dia-a-dia, é também um exercício de humildade, que ensina você a se reconhecer nos outros e a reconhecer a grandeza nas coisas pequenininhas”.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Iris de Souza Abílio Minha caminhada no PINAB iniciou ainda no primeiro período do curso de Terapia Ocupacional, quando eu nem sabia o que era Educação Popular e nem o que eu queria na área da saúde. Ter iniciado essa experiência tão cedo, foi muito importante para minha formação, porque na medida em que eu crescia e aprendia como extensionista, eu também crescia e associava meus aprendizados a minha formação como profissional. Foi aqui que eu aprendi a importância de ser um profissional humanizado, de introduzir em minhas práticas o diálogo, a amorosidade, o cuidado. Também aprendi a valorizar o saber popular e a ser mais critica e comprometida com a realidade atual, e isso eu devo ao PINAB, que ampliou meus olhares e me apresentou a Educação Popular. O Programa PINAB tem como uma de suas potencialidades, ofertar aos alunos de graduação a oportunidade de estarem expandido seus olhares para além dos muros brancos da Universidade e de serem sujeitos ativos na luta pela mudança de realidade das camadas populares. O Programa também é muito diverso, pela quantidade de vertentes em que ele trabalha, o que permite que as ações do PINAB cheguem aos mais variados púbicos e supra com maior eficácia as demandas trazidas pela comunidade, e principalmente por ter o potencial de através de suas ações trabalhar a promoção da saúde e a segurança alimentar e nutricional, buscando o empoderamento, emancipação e participação popular, para que assim a comunidade seja a protagonista do seu processo de mudança. No decorrer de minha vivência, pude perceber que a pouca participação da comunidade nos momentos de construção do Programa, surge como um pontoaser cada vez mais trabalhado. Atualmente contamos com apenas duas referências comunitárias, que não suprem completamente a necessidade do PINAB, seria ótimo ter mais Doras e mais Eulinas. Sei que alcançar a participação popular é uma luta constante em todos os ambientes de mobilização, ainda mais se considerarmos a realidade da comunidade em que atuamos, que é tão desacreditada da intencionalidade das ações que chegam ate eles. Mas felizmente já avançamos um pouco nesse aspecto, e temos muito mais a avançar. Umas das ferramentas desse avanço é o Grupo Horta, que atualmente tem sido uma ótima fonte de visibilidade do PINAB na comunidade, tendo atraído pessoas novas ao Programa.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Ana Paula Maia Espíndola Rodrigues O PINAB foi o que eu, inconscientemente, sempre almejei fazer, mesmo antes de conhecê-lo ou mesmo antes de conhecer a Extensão e a Educação Popular e me encantar por tudo isso. No inicio pensava que tinha caído de paraquedas no Programa, gostado e ficado muito mais por uma vontade de não desistir, do que propriamente amor pelo que estava fazendo. No entanto, pensando na minha trajetória até aqui, vejo que minha forma de pensar e ver o mundo sempre foi diferente à da maioria ao meu redor e a forma de me enxergar como culpada de todos os problemas no mundo, me faziam querer levantar e fazer algo diferente para mudar essa realidade. Assim, há 3 anos me inscrevi no PINAB e pude conhecer uma realidade completamente oposta à que eu estava acostumada e que por muitas vezes foi alvo de críticas e julgamentos da minha parte. O primeiro ano não foi nada fácil, no Grupo Escola a única vontade que tinha era de desistir e jogar tudo para cima. Não havia amor no que eu fazia, até o ultimo dia de atividade do ano em que algumas crianças me surpreenderam e me fizeram ficar apaixona por aqueles rostinhos sorridentes e espertos que sabiam de tudo que a gente tinha conversado o ano inteiro e que apesar de qualquer dificuldade que enfrentam no dia a dia, estavam mais felizes do que eu. Durante todo esse ano não entendo até hoje porque eu continuei no Programa, mas depois daqueles sorrisos soube que minha vontade era não largar mais aquela comunidade. Durante os 2 anos seguintes no PINAB, em que realmente estive apaixonada por ele, pude aprender mais sobre a vida do que minha vida inteira. Pude conhecer as necessidades e lutas do povo e entender a importância da participação popular na formação da visão crítica não só dos moradores da comunidade, mas dos extensionistas inseridos nela, pude conhecer as historias de vida de alguns e compreender que por trás das pessoas que vemos, existe uma vida marcada por lutas, desigualdades e esperança. E é essa esperança que me faz acreditar na transformação social, na possibilidade de transformação do mundo em que vivemos. Quando eu era criança dizia a minha mãe que eu queria mudar o mundo e fazê-lo um lugar melhor, mas depois de um tempo percebi que para mudar o mundo eu mesmo precisaria mudar e encontrei o lugar certo para isso, pois meu desejo de ser diferente e fazer a diferença me motivaram a entrar no Programa e, foi ele juntamente com outro espaço que venho cada vez mais me inserindo que conseguiram me mudar completamente. E durante esse percurso e em meio às tantas dificuldades da vida acadêmica, profissional, pessoal e espiritual, precisei deixar muitas coisas pelo caminho, mas nunca o PINAB, porque cada vez que pensava nesse assunto, me acabava em lágrimas, e nesse momento sabia que aqui era meu lugar.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 E hoje sou agradecida profundamente a duas pessoas que me fazem continuar até hoje, uma que apostou em mim ainda no processo de seleção e outra que apostou durante todo o meu primeiro ano como extensionista e que através de elogios e palavras de incentivo me fizeram não desistir daquelas crianças da Escola, não desistir do PINAB, de mim mesma e dos meus ideais.

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Artigos do PINAB

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EDUCAÇÃO POPULAR NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO ENSINO SERVIÇO E COMUNIDADE: REFLEXÕES COM BASE EM EXPERIÊNCIAS NA EXTENSÃO40 Eduarda Pontes dos Santos Araújo41, Pedro José Santos Carneiro Cruz, Islany Costa Alencar, Daniela Gomes de Brito Carneiro Resumo A experiência em destaque apresenta como objetivos articular comunidade e serviço de saúde na construção de ações para o desenvolvimento social no domínio comunitário e promover a formação acadêmica dos estudantes envolvidos, através de ações de ensino e pesquisa no âmbito da extensão universitária. O Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB) atua desde 2007 em ações de fortalecimento da formação crítica dos sujeitos da comunidade e dos serviços, qualificando as bases para a promoção da Gestão Estratégica e Participativa no território, além da criação de espaços de encontro e diálogo comunitário, protagonizados por educadores populares e pelo incremento de dimensões críticas, compreensivas e participativas nas ações de saúde na comunidade, na Unidade de Saúde da Família e na Escola local. Palavras-chave: Educação em saúde; Participação comunitária; Relações comunidadeinstituição. Introdução No âmbito universitário, a Educação Popular se apresenta através de diferentes caminhos e possibilidades orientadas para fortalecer e construir uma sociedade com protagonismo, participação, visão crítica e humanística, especialmente nos setores mais desfavorecidos da sociedade¹. Nesse cenário, a Extensão Popular destaca-se articulando ações de ensino e pesquisa a partir de vivências estudantis e diálogo de saberes, formando profissionais não apenas capacitados tecnicamente, mas comprometidos com as classes populares e a construção de uma vida com qualidade, dignidade e alteridade para esses setores. Suas ações se desenvolvem por meio de construção coletiva, onde todos atuam como protagonistas de seu meio, construindo experiências a partir de suas próprias culturas, vivências e saberes2,3. Nessa direção, desvelam-se outras possibilidades para a formação dos profissionais de saúde, particularmente na busca pela superação do desmembramento entre os problemas da realidade e a organização disciplinar do conhecimento. Ou seja, 40 41

Artigo aprovado para publicação na Revista de APS (Atenção Primária à Saúde). Nutricionista formada pela UFPB; ex-extensionista do Programa de Extensão Popular PINAB.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 os currículos na graduação são tradicionalmente organizados de um modo tal que contribuem pouco para as resoluções concretas e cotidianas4. No setor saúde, uma das principais expressões da Extensão Popular tem sido sua insistência na criação de espaços de integração ensino-serviço-comunidade de modo a potencializar a construção cotidiana de espaços de encontro, criatividade e formação crítica em saúde, o que vem permitindo vislumbrar tecnologias e dispositivos concretos para o enfrentamento de obstáculos, especialmente no Saúde da Família, bem como o delineamento da Gestão Participativa em Saúde. Constituindo uma das referências nacionais no campo da Extensão Popular, eram ainda tímidas as realizações da Extensão na Universidade Federal da Paraíba no campo de Nutrição em Saúde Pública e da Segurança Alimentar e Nutricional. Visando descobrir caminhos para superar essa lacuna e aprimorar a inserção da Educação Popular na formação de Nutricionistas, no ano de 2007 um grupo de estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) articulou-se com uma docente do Departamento de Nutrição e iniciou a construção do Projeto de Extensão, nesta ocasião, intitulado “Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB)”. O mesmo passou a se desenvolver com comunidades localizadas no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa/PB, num território onde estes estudantes já atuavam de forma voluntária e através de estágios curriculares. Posteriormente, com a inserção de outros cursos de Graduação em Saúde, o projeto passou a estar vinculado também ao Departamento de Promoção da Saúde da mesma universidade. O PINAB busca incentivar a integração do ensino, serviço e comunidade com ações capazes de fortalecer a construção da saúde de forma participativa. Portanto, desenvolve ações em parceria com a Unidade de Saúde da Família (USF) “Vila Saúde”, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos e sujeitos que compõem o grupo “Saúde na Comunidade”, além das organizações populares das comunidades Boa Esperança, Jardim Itabaiana e Pedra Branca, no bairro do Cristo Redentor na cidade de João Pessoa (Paraíba). A Educação Popular configura o eixo teórico-metodológico, o que significa privilegiar aspectos como o diálogo e a construção conjunta dos saberes como meio essencial, além do que vislumbra a emancipação social, a autonomia do popular e a promoção da saúde como objetivos-fins5. No intuito de discutir obstáculos e inéditos-viáveis no processo de integração ensino-serviço-comunidade orientado pela Educação Popular, o presente trabalho detalha ações e experiências do Projeto de extensão PINAB da Universidade Federal da Paraíba, ao passo em que aprofunda questões geradas a partir desta experiência cujos

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 significados podem ser válidos para todos aqueles que estejam empreendendo ou buscando construir ações de articulação ensino, serviço e comunidade em todo o país. Alguns aspectos na integração ensino-serviço-comunidade

O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma garantia estabelecida pela Constituição Federal e tem como um de seus princípios a Participação Comunitária, estabelecendo que esta deve atuar na formulação e no controle das políticas públicas de saúde como via de exercício do controle social, criando canais de participação nas esferas municipal, estadual e federal6. Entretanto, para que ocorra a efetiva participação social na gestão da saúde é fundamental que se implementem mecanismos de mobilização dos diferentes sujeitos relacionados ao SUS, fortalecendo a cidadania plena7. A gestão Participativa representa uma estratégia transversal dos processos cotidianos da gestão, assistência e controle social do SUS. No âmbito dos serviços, implica a ampliação de espaços coletivos de diálogo crítico e ativo, na perspectiva do exercício efetivo da saúde como direito, gerenciando ações e práticas políticas do controle Social pelo planejamento de programas e serviços de saúde8,7. Nesse contexto, a integração do ensino, serviço e da comunidade incentivam ações capazes de fortalecer a construção da saúde de forma participativa, no cotidiano das práticas de saúde. O trabalho coletivo, pactuado e integrado de estudantes e professores dos cursos de formação na área de saúde com trabalhadores que compõem as equipes dos serviços de saúde, incluindo-se os gestores, pode significar a mobilização de processos de conquista de qualidade de atenção à saúde individual e coletiva, de qualidade da formação profissional e do desenvolvimento/satisfação dos trabalhadores dos serviços9. O PINAB apresenta como objetivos gerais: de um lado, articular comunidade e serviço de saúde na construção de ações para o desenvolvimento social no âmbito comunitário, a partir da promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional; e de outro promover a formação acadêmica dos estudantes envolvidos, através de ações de ensino no âmbito da extensão universitária. Para tanto, entende como objetivos específicos: promover a aproximação dos estudantes com a realidade social, econômica e cultural das classes populares, desenvolver metodologias e sistematizar conhecimentos sobre Educação Popular como estratégia de promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional na atenção básica em saúde; desenvolver ações educativas em saúde com o público beneficiário do Programa Bolsa Família no âmbito comunitário; apoiar a manutenção e o desenvolvimento das iniciativas de participação popular e controle social em saúde no território; desenvolver ações de promoção da saúde com a comunidade escolar. Caminhos metodológicos Página | 109


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Estrutura organizacional do Projeto O Projeto desenvolve ações fortalecendo a construção da saúde de forma participativa. A parceria é feita com a unidade de saúde da família, a escola Augusto dos Anjos e sujeitos que compõem o grupo “Saúde na Comunidade”, além das organizações populares das comunidades Boa Esperança, Jardim Itabaiana e Pedra Branca, no Bairro do Cristo Redentor em João Pessoa – PB. Atualmente, participam do Projeto vinte e cinco estudantes do primeiro ao último período de diversos cursos de graduação em saúde e áreas afins, um docente do curso de Medicina e duas nutricionistas voluntárias e ex-extensionistas do projeto. Possui três frentes de atuação: 1) ações educativas com grupos comunitários de: gestantes, escolares, famílias beneficiárias pelo Programa Bolsa Família e participantes de organizações populares locais e movimentos sociais; 2) Visitas domiciliares; e 3) gestão compartilhada do Projeto. As ações educativas são realizadas com orientação local do docente e das Nutricionistas colaboradoras na USF, na Escola e em associações comunitárias. As visitas domiciliares são realizadas quinzenalmente, em dia distinto daquele reservado para a ação comunitária. Nas semanas que ocorrem visitas, portanto, os extensionistas se deslocam para a comunidade em dois dias da semana. Estas visitas buscam permitir ao estudante compreender a realidade das famílias e ampliar os vínculos com a comunidade. Através das visitas, os principais problemas, curiosidades e encaminhamentos são coletivamente discutidos e pactuados na USF entre os extensionistas e os profissionais da equipe. Além disso, é organizada uma sistematização do acompanhamento familiar através da construção de um roteiro de registro de reflexões, em que os estudantes registram suas principais percepções sobre a visita, a fim de articularem esforços e enfrentamentos dos problemas com o auxílio dos trabalhadores de cada micro área do território. O PINAB realiza semestralmente uma Mostra, aberta a toda a comunidade universitária da UFPB, incluindo também a participação de sujeitos provindos de outras instituições de ensino superior. Com isso, objetiva socializar todas as experiências desenvolvidas no semestre letivo anterior, dispondo os conhecimentos produzidos e os caminhos percorridos para a crítica da comunidade acadêmica. Em outro momento, também uma Mostra com os profissionais de saúde da USF e comunidades locais, uma vez que, embora o PINAB esteja lá em quase todos os dias da semana, a rotina adversa da população e dos trabalhadores de saúde não permitia o Página | 110


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 conhecimento mais detalhado das ações desenvolvidas pelo Projeto, em cada uma de suas diferentes frentes de atuação. Ainda cabe destacar que, entendendo o trabalho de extensão como uma provocação constante para a reflexão crítica e o aprimoramento de saberes (científicos e populares), quinzenalmente, desenvolve-se reunião de caráter teórico e geralmente há a participação de um convidado como facilitador das discussões. As organizações gerais de todas as atividades e o apoio pedagógico da coordenação aos estudantes ocorrem durante reuniões semanais, onde os participantes discutem encaminhamentos em rodas de conversa. Além disso, existe um suporte à distância, realizado através de uma lista de discussão da WEB. Mais recentemente, as redes sociais também têm se configurado como espaço de discussão e encaminhamento das atividades do Projeto. No esforço de compreender a prática de extensão intimamente articulada com a do ensino e da pesquisa, numa indissociabilidade formativa e pedagógica, docentes, estudantes e técnicos desenvolvem trabalhos científicos, de estudo e sistematização. Durante sua construção, também passam por avaliação todas as ações. Desde seu início, já foram produzidos no PINAB mais de 40 resumos e 20 artigos publicados em anais de eventos científicos, além de 04 artigos publicados em revista científica, 01 capítulo de livro publicado em editora nacional e 01 livro organizado com a experiência do projeto, atualmente no prelo para impressão. A cada semestre letivo são confeccionados relatórios, contendo sistematização das experiências e uma avaliação crítica do desenvolver das ações dos estudantes, constituindo tanto registros como fontes do projeto enquanto ação de pesquisa social. Estas produções encontram-se sustentadas pelo referencial de autores como Minayo10 e Holliday11. As ações educativas com grupos comunitários Estas ações compõem o eixo estruturante sobre o qual se alicerça o Projeto no qual deságuam as interações individuais e familiares, pois acreditamos serem os grupos comunitários uma estratégia fundamental para a dinamização da promoção da saúde em comunidades, onde se estimula a pró-atividade da população, a interação cultural e o fortalecimento dos movimentos sociais vitais para emancipação e a conquista da saúde com qualidade e alteridade. No âmbito comunitário, o PINAB articula ações educativas para o fomento “Espaços de Diálogos” sobre controle social em saúde na área ligada à Unidade Saúde da Família (USF). Desse modo, o Projeto vem acompanhado o processo construção do Conselho Local de Saúde da USF, na perspectiva de fortalecimento

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 uma participação popular ativa, democrática e autônoma. Além disso, dedica-se ao acompanhamento das ações dos movimentos sociais e organizações populares locais, dinamizando a articulação do projeto e da USF com os interesses e prioridades elencados pela comunidade organizada. Outro ponto de atuação comunitária é o grupo “Saúde na Comunidade”, composto por sujeitos da comunidade, através do qual o PINAB prioriza a interação no campo temático do Programa Bolsa Família, intervindo a partir da situação concreta do Programa naquela realidade social, procurando compor ações educativas capazes de incentivar a reflexão e maior empoderamento (empowerment) da população sobre este importante programa de apoio social. Um dos sentidos de empoderamento se refere ao processo de mobilizações e práticas que objetivam promover e impulsionar grupos e comunidades na melhoria de suas condições de vida, aumentando sua autonomia12. No âmbito escolar o Projeto participa de atividades conjuntas com pais, professores, merendeiras e escolares no sentido da promoção da alimentação saudável e da interação das ações e atividades do Projeto e da USF com a escola Municipal Augusto dos Anjos, sob o enfoque da intersetorialidade da Atenção Básica em Saúde. Tendo em vista as demandas pedagógicas diferenciadas para crianças e adolescentes, o Projeto mantém dois grupos operativos na Escola, um no turno da manhã e outra na tarde, dedicando interações específicas com cada um destes coletivos de escolares. Para Pichon-Rivière13, os grupos operativos têm como princípio básico promover por meio de uma técnica integrativa de seus membros os processos de mudança em grupo. Tendo como objetivo desenvolver as capacidades, sem criar situações conflitantes que imobilizem o crescimento do grupo. Dessa forma, são realizadas diversas atividades coletivas: campanhas sobre alimentação saudável, esquetes teatrais e debates com ênfase temática no SUS, atividade para a qual contou-se com a presença e apoio de lideranças comunitárias da região. O desenvolvimento desses temas conta com a participação dos próprios estudantes e da equipe escolar, que sugerem, opinam, constroem junto aos extensionistas formas de dialogar em grupo. Essas ações procuram assim, estimular a promoção da Saúde e da alimentação saudável dos escolares, além da consciência crítica, buscando gerar mudança de hábitos de forma participativa, levando em consideração as condições sociais, culturais e econômicas dos mesmos. Resultados e discussão Com base na repercussão de sua interação com a comunidade, a escola e o serviço de saúde, o PINAB vem desenvolvendo diferentes metodologias educativas, sistematizando caminhos para educação popular como estratégia de fortalecimento da Página | 112


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 gestão Participativa em Saúde, para Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional na Atenção Básica em Saúde. É no desenvolvimento cotidiano de cada grupo comunitário e de cada ação educativa que a interação comunidade-serviço-universidade ganha sentido e agrega intensidade a uma metodologia que caminha na direção da efetivação da Gestão Participativa como princípio ético condutor das ações de saúde locais. Sendo assim, passaremos a analisar os obstáculos e os potenciais desvelados em cada experiência comunitária, a partir dos quais acreditamos indicar caminhos significativos para responder as perguntas e aos objetivos provocadores deste artigo. Potencialidades e dificuldades desveladas a partir dos grupos comunitários O grupo operativo de gestantes teve como objetivo fortalecer a ação participativa dos profissionais e das gestantes através de atividades coletivas, com ênfase em aspectos lúdicos e evocativos dos saberes e vivências de cada sujeito. Ademais, através de dinâmicas incentivadoras do senso crítico das participantes. Diante disso, dentre as potencialidades deste grupo, podemos citar o trabalho em equipe desenvolvido pelos profissionais de saúde, em parceria com os extensionistas do PINAB, estabelecendo a interação efetiva com as gestantes, contribuindo para o compartilhamento das experiências, dos anseios, das necessidades e dificuldades. Esses fatores configuram uma rara abertura do cotidiano dos serviços no sentido de constituir cenários para o encontro humano profundo e a construção coletiva de estratégias de viver melhor e com qualidade na gestação. O grupo operativo Gestantes buscou incentivar a co-responsabilização da equipe de saúde pela organização da ação, o que sempre constitui uma lacuna para o desenvolvimento deste grupo, devido a grande demanda existente no serviço, além da falta de estímulo de alguns profissionais na realização de trabalhos educativos, entre outros fatores14. No que diz respeito às limitações, destacam-se os obstáculos encontrados pelos trabalhadores da Unidade de Saúde da Família para participar do grupo. Isso decorria em virtude da dinâmica majoritariamente pautada pela necessidade de atendimento individual, devido a visão biologicista ainda impregnada nos profissionais de saúde, além do necessário atendimento a pautas ou campanhas da gestão de saúde local e do ministério da saúde, dependendo da demanda de saúde do momento, as quais não estavam previamente programadas com a equipe. Tais fatores dificultavam o cumprimento do plano para a realização do grupo, o que confluía numa participação flutuante da equipe e de sua pouca disponibilidade para planejar com antecedência, conduzir e sistematizar os encontros. Tudo isso constituía uma evidente diminuição da potencialidade do grupo em oportunizar espaços coletivos de construção e aprendizados entre equipes de saúde e os extensionistas. Quando ocorriam, estes possibilitavam Página | 113


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 reuniões com ênfase na criatividade e na elucidação de experiências de vida na tentativa de compor, a cada encontro, espaços de cuidado em saúde ampliados, críticos e acolhedores para as gestantes. Há de se ponderar, no entanto, que alguns profissionais apresentavam demasiada resistência á participação e pouco lutavam para encontrar oportunidades de mediação e diminuição dos obstáculos supracitados. Dentre as situações que ilustram essa questão, observou-se a dificuldade de aceitar mudanças na construção do cuidado no pré-natal da USF, além do relato de que as ações do grupo geralmente demandavam mais atividades, tarefas e articulações, além das que já eram impostas pelo serviço, o que gerava, para os trabalhadores (em sua visão) mais cansaço e desgaste no ritmo do cotidiano da equipe. O “Espaço de Diálogo” corresponde a um grupo para de construção do Conselho Local de Saúde na USF, ressaltamos que, sua realização permitiu criar momentos coletivos para que a população elenque e repercuta seus pontos de vista acerca dos problemas do serviço de saúde, agregando as opiniões dos usuários e representantes da USF, de forma que ambos pudessem ter voz e vez e contribuíssem diretamente para qualificação do serviço. Ao longo do tempo, os “Espaços de Diálogo” foram se construindo a partir de negociações entre as lideranças comunitárias, a equipe de saúde e o projeto. Nessa direção, observou-se como primordial, desenvolver algumas ações em espaços comunitários ao ar livre, o que possibilitou maior visibilidade desta iniciativa, bem como maior contato e participação por parte da população. Outro fator potencial foi o incremento na convivência e nos entrosamentos entre extensionistas e lideranças comunitária, a gestão e os profissionais de saúde da USF, o que se aprofundou a partir de seu engajamento conjunto na construção de um objetivo comum: os espaços. Cada sujeito, a partir de seu lugar diferente, trouxe perspectivas distintas, mas significativas para se viabilizar e fazer acontecer momentos inéditos, até então, de participação popular local em saúde. Como estratégias de mobilização, o PINAB provocou ainda a equipe de saúde e as lideranças a participar de ações com estudantes e professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos (EMEFAA), visando propiciar momentos de compartilhamento de percepções e incentivo a debates sobre saúde na comunidade, abordando os pontos positivos, as dificuldades, e as propostas para que exista uma saúde melhor para todos naquele território. Portanto, algumas estratégias desenvolvidas acarretaram uma maior união de forças em busca de melhorias nas condições de vida daquela população. Como uma das principais dificuldades observadas, pudemos notar uma tímida presença de membros da comunidade, além da falta de interesse da maioria dos trabalhadores de saúde com as reuniões. Para muitos deles, a maior preocupação se resumia a cobrar a participação da comunidade de forma vetorial, sem questionar Página | 114


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 obstáculos e dificuldades para isto, nem vislumbrar esforços a serem empreendidos por eles no sentido de enfrentar essa questão. Além disso, tanto comunidade, como profissionais de saúde e gestão possuem obstáculos-chave para maior participação nos espaços de controle social. Levantaremos estes a seguir, de modo a elucidar encaminhamentos possíveis e necessários para o fortalecimento local da Gestão Participativa em Saúde. Com relação aos profissionais de saúde, percebemos certa resistência á participação, principalmente pela dificuldade em escutar críticas da população, as quais são feitas, geralmente, de modo emocionado e até desrespeitoso, mas também emergem em outros casos, de maneira construtiva. Este fato, somado a percepção do trabalho em saúde unicamente através do ato clínico individual, acarreta na falta de importância atribuída por uma parte da equipe a esses espaços. Além disso, há também o quesito das inúmeras demandas impostas pelo serviço, dificultando a participação destes profissionais durante as reuniões. Os gestores do SUS justificam sua ausência, devido a burocracia do serviço, assim não podendo participar desses espaços, o que dificulta a resolução dos problemas e a potencialização desses espaços. Segundo Brutscher15, o direito á saúde requer cidadãos ativos e um estado democrático e comprometido com a efetivação dos direitos, objetivando a qualidade de vida da população. Desse modo, há necessidade da reformulação das funções, a contar com a participação mais ativa da gestão nesses espaços. Nessa direção, corroboramos com Junqueira16, o qual afirma que os gestores em saúde não podem ficar atrelados apenas à burocracia, mas sua gestão deve ser voltada para população, em toda sua plenitude, se preocupando em entender a realidade local, para poder exercer seu gerenciamento. Como estratégia para realização das ações deste grupo operativo, buscou-se insistir na participação ativa dos ACS em todo o processo, o que desde a origem do grupo se revelou um desafio substancial. O PINAB passou a pautar este grupo no cotidiano de reuniões e avaliações da USF, demarcando seu desenvolvimento como ação integrante da promoção da saúde no local, buscando sensibilizar os ACS para conduzirem as reuniões ou ao menos, participar frequentemente do grupo. No decorrer desta experiência, pode-se perceber, entre suas potencialidades, o estreitamento do vínculo dos membros da comunidade com os profissionais de saúde, na medida em que abria-se espaço para explicitação, através de conversas, de problemáticas, de anseios, desejos e reinvidicações em torno da saúde, de forma criativa, franca e acolhedora, o que permitia que as diferentes visões de alguns problemas locais fossem evidenciadas e se gerasse maior compreensão mútua e colaboração comunidade-equipe quanto ao enfrentamento dos problemas.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Com este grupo, o projeto reforçou seu papel de interlocutor de apoio ao desenvolvimento das iniciativas comunitárias, não guiando a sua participação nos espaços, mas criando oportunidades de conversa e aprendizagem capazes de favorecer a participação da população na vida e nas lutas sociais de seu povo. No transcorrer das rodas de conversa, decidiu-se instituir também um grupo mensal da chamada “parte de baixo da comunidade”, região onde o acesso aos serviços públicos de saúde é limitado. Muitos idosos e pessoas portadoras de deficiência desta área tinham dificuldade de participar do grupo quinzenal, devido ao precário acesso e difícil deslocamento. Tal estratégia proporcionou ainda, um maior estreitamento do vínculo com a comunidade, na medida em que alguns de seus membros viram que uma de suas reinvidicações foi acolhida, refletida e encaminhada. Isso contribuiu para a abertura de portas para a equipe de extensionistas e a equipe de saúde. Outro ponto positivo deste grupo foi a crescente presença dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da USF Vila Saúde, tanto nas reuniões de planejamento articuladas pelo projeto, quanto nas atividades coletivas, demonstrando interesse na estruturação do grupo. Dentre as limitações, podemos citar as dificuldades em mobilizar espaço para realização das atividades, o que foi momentaneamente encaminhado pelas líderes comunitárias, quando disponibilizaram suas próprias casas. Entretanto, posteriormente este caso acabou sendo resolvido pelos moradores, passando o grupo a ter uma sede na Associação Comunitária Boa Esperança. No grupo operativo Escola, o principal objetivo consistiu ser devolver vivências educacionais para promoção da alimentação saudável no ambiente escolar, uma vez que a escola é um importante espaço para construção precoce de sentidos, percepções e aprendizados, sendo propício também para a promoção da saúde e a formação de práticas alimentares saudáveis. Houve a realização de uma campanha de promoção da alimentação saudável envolvendo os três turnos da escola, onde existiu uma intensa mobilização dos estudantes, os quais participaram de um concurso para a escolha do slogan e da logomarca da campanha, com criação de desenhos evocativos da percepção estudantil sobre a alimentação saudável. A estratégia desempenhada pelos extensionistas para desenvolver a campanha na escola foi utilizar de atividades em sala de aula com diferentes turmas, onde foram empreendidas dinâmicas com ênfase nos aspectos lúdicos e interativos. Neste percurso vale ressaltar o apoio dos professores, da coordenação e direção escolar nas atividades, fortalecendo a parceria do PINAB, além do estreitamento do vínculo com os alunos adolescentes.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 A campanha e gincana realizadas pelo grupo operativo escola, proporcionaram a ampliação do debate sobre temas trabalhados no âmbito escolar, bem como impulsionaram o interesse dos professores em participar das oficinas realizadas pelo projeto. Podemos destacar ainda, como uma estratégia de gestão participativa a qualificação do diálogo entre a Escola e a USF, tendo o PINAB como sujeito intermediador deste processo. Isso ocorreu inicialmente com o envolvimento do Projeto na realização da avaliação antropométrica dos escolares, bem como de outras ações do Programa Saúde na Escola. Outrossim, o PINAB articulou participação de membros da equipe (especialmente os Agentes Comunitários de Saúde) em aulas com o tema da saúde na comunidade e a história da organização e luta comunitária. Nos últimos anos foi fundamental a conquista de espaços mais sistemáticos para realização de momentos de formação com os professores da escola, o que até então tinha dificuldade de ser realizado, tanto pela cultura de alguns gestores da educação em não valorizar os espaços de educação permanente dos docentes e trabalhadores em geral das escolas públicas, como pelo tempo limitado diante da grande demanda de aulas existentes no cotidiano escolar. Isso reforçou veementemente a confiança e a credibilidade consolidada através dos vários trabalhos do PINAB já realizados. Através de ações pontuais do Programa Saúde na Escola e pela inserção de atividades do “Espaço de Diálogos” da Saúde no cenário escolar, foi possível vivenciar o início da integração da escola com a USF, o que passou a constituir uma importante inovação na história das ações do PINAB, uma vez que essa aproximação tem constituído desde a origem do projeto, um de seus principais objetivos. Ir além dos grupos operativos: estratégia fundamental para a integração ensinoserviço e comunidade No decorrer do conjunto de experiências articuladas pelo projeto PINAB, um aprendizado significativo foi considerar o permanente movimento ao qual está submetido o conjunto de ações. Isto implica não cultivar receio quanto a mudanças, tão pouco cristalizar as ações de modo imutável à participação, contribuições e contrapontos provindos dos sujeitos daquele território. Assim, na história do PINAB algumas mudanças foram desenvolvidas no intuito de qualificar as ações do Projeto, em sua interface com a comunidade, a escola e o serviço de saúde. Outro aspecto relevante foi estimular continuamente o protagonismo dos sujeitos envolvidos no Projeto, pois percebeu-se que, como a ação é permanente, a entrada de novos estudantes era contínua e a insistência em sua atitude pró-ativa precisava ser Página | 117


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 cotidiana, tanto para lhes abrir espaço e oportunizar ser criativo e protagonista, como porque não é fácil exercitar a participação ativa e a criatividade em grupo. Em nossa experiência, percebemos ser estratégico criar espaços de discussão, reflexão e aprendizagem a partir das próprias ações desenvolvidas, sobretudo permitindo dar visibilidade e oportunidades de avaliação crítica das iniciativas mantidas no território. Nessa direção, a realização da Mostra vem viabilizando o compartilhar de desafios teóricos e perspectivas metodológicas descobertas pelo PINAB a partir das ações de extensão, ampliando o debate na tentativa de escutar outras críticas e opiniões, bem como de dar maior politicidade a estes conhecimentos, permitindo troca de experiências com gestores de políticas públicas e demais trabalhadores sociais. Por sua vez a Mostra na USF viabiliza oportunidade para apresentação do trabalho realizado pelo PINAB, como também escutar as percepções, dúvidas e sugestões de toda a equipe de saúde. Assim, oportunizamos um importante espaço para um diálogo entre o Distrito Sanitário II (responsável pela gestão da USF Vila Saúde), a USF e o PINAB, sendo outro passo para outros momentos similares. Acredita-se que, com estas atividades, comtempla-se a necessidade de evitar o ensimesmamento no qual se isolam muitas das práticas de extensão da universidade. Por mais que sejam transformadoras, pouco são repercutidas, debatidas e conhecidas na própria universidade ou nos próprios serviços públicos onde atuam. As descobertas e reflexões acumuladas no interior destas práticas devem se tornar públicas, atestando o retorno da atividade de extensão para as demais frentes de ensino e pesquisa e outros setores acadêmicos. Outro aspecto relevante tem sido prezar pelo esforço nas ações de ensino no cenário do PINAB. O grupo organizador do Projeto compreende que, como trabalho social, o esforço empreendido por esta equipe, na UFPB, não se basta sozinho. Precisase aprender com outras experiências, bem como as várias análises críticas e aperfeiçoamentos teóricos, no campo da extensão, educação, saúde pública, ciências sociais, filosofia, etc. Pela formação dos estudantes e pela necessidade de refletir sempre sobre a prática, entendendo melhor o que é feito e o motivo pelo qual é feito, as reuniões teóricas têm sido imprescindíveis na perspectiva da realização de momentos teóricos permeando as atividades do projeto, onde discutimos assuntos pertinentes a nossa ação. Nesta esteira, a ênfase na pesquisa também tem se mostrado muito relevante. Tal esforço se mantém no decorrer do cotidiano do projeto tendo em vista sua relevância singular para sistematização e socialização das experiências empreendidas na extensão, na perspectiva de colocar os conhecimentos lá produzidos à disposição da partilha de experiências interdisciplinares e institucionais, bem como à análise crítica qualificada. Assim, demonstra-se que a extensão vem produzindo conhecimentos para os trabalhos

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 sociais empreendidos não só pelas universidades, mas pelos serviços públicos de saúde, educação e cultura, sendo úteis para sociedade como um todo. A partir das vivências com a comunidade e a equipe de saúde, os estudantes puderam refletir também que participação popular em saúde não é apenas lugar de reclamações da comunidade em relação ao serviço, e sim de aprendizados para constituição de esforços compartilhados de mudança, delineados a partir de situações de situações do cotidiano. Assim, passaram a quebrar, desde já, preconceitos contra os espaços de participação popular e controle social em saúde. Muitos trabalhadores de saúde evitam estes espaços por verem neles, seu trabalho ser colocado no centro do debate sob o olhar crítico (e algumas vezes até desrespeitoso) da comunidade. Certamente, não é fácil escutar críticas sobre o trabalho, muito menos conviver de forma mais próxima com o jogo de poderes e interesses da comunidade, que sempre existe e nos espaços de controle social sempre acabam extrapolando os muros dos serviços e atingindo os trabalhadores. Os estudantes passam a compreender que faz parte também do trabalho em saúde conhecer e interagir com o jogo de poderes e interesses sociais comunitários. Não basta, como profissional fechar-se em sua sala e atender. É preciso conhecer como a comunidade se organiza, para poder com eles lutar por melhores condições de vida e saúde. Assim será possível promover melhor as ações de saúde, planejá-las e envolver a comunidade na organização de espaços de debate, reflexão e estímulo a autonomia em saúde. Para Vasconcelos17 em muitos lugares, movimentos populares vêm conseguindo criar formas de intervenção e questionamento dos serviços de saúde oficiais que têm gerado práticas extremamente inovadoras e criativas em que os fabulosos instrumentos terapêuticos da medicina Newtoniana e cartesiana espirituais, são integrados com saberes populares, abordagens dinâmicas de grupo e lutas políticas. Com isso, discutir assuntos da própria realidade e vivências pessoais, através da troca de saberes a partir de experiências não é impossível, mas pode permitir uma interação transformadora entre população e trabalhadores de saúde, construindo gradativamente caminhos possíveis para melhoria de vida daquele povo. Como destacam Cruz, Pereira e Vasconcelos1, a experiência do PINAB permite aos estudantes envolvidos considerar a importância da escuta da comunidade, como prérequisito elementar na construção de ações de extensão popular. Mais do que isso: privilegiar a criação de espaços de encontro e convivência comunitária, valorizando a cultura e desejos populares, permitindo a estudantes e comunidade se conhecerem melhor e desvelarem vínculos de confiança, fortalecedores de outras parcerias visando a promoção social local e configurando de modo concreto o tão propalado “compromisso social” universitário.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Algumas considerações O conjunto de ações empreendidas no diálogo comunidade-serviço-universidade vem compondo horizontes condizentes com a promoção da Gestão participativa de maneira dialógica, respeitosa e emancipatória. Para tanto, o PINAB vem fortalecendo a formação crítica dos sujeitos da comunidade e dos serviços, qualificando as bases para promoção da Gestão participativa no território, o que pode ser constatado também pela criação de espaços de encontro e diálogo comunitário protagonizados por educadores populares, bem como pelo esforço na gestão participativa da USF e pelo incremento de dimensões críticas, compreensivas e participativas nas ações de saúde na USF e na escola. Ao oportunizar a inserção de futuros profissionais de saúde nestes espaços, esta experiência vem delineando bases metodológicas e caminhos para a formação de profissionais críticos e pró-ativos, cuja compreensão do que envolva a promoção da saúde seja mais profunda e ganhe sentido re-orientador de sua postura ética e prática de saúde. Ademais, a inserção estudantil nas iniciativas de Promoção da Saúde e de desenvolvimento social no território tem permitido a construção de vivências e experiências educacionais onde se exercita a superação da visão tradicional e fragmentada do trabalho em saúde. A interação com o mundo concreto e seus protagonistas mediatizada pela reflexão crítica e participativa, bem como o espírito de trabalho cooperativo do grupo, desvela na maioria dos estudantes abordagens humanísticas, participativas e solidárias dos problemas de saúde. Desse modo, amplia-se a visão do estudante, desmistificando o saber científico e aprendendo a atuar conforme a vida comunitária numa atuação centrada na vida, não apenas na doença e na cura. Ressalta-se ainda que esta experiência permite aos extensionistas observar o potencial do diálogo entre comunidade-serviço-universidade, o estreitamento do vínculo entre todos os sujeitos envolvidos no processo de busca de dispositivos pedagógicos, sociais, tecnológicos permanentes capazes de fomentar no território uma saúde digna, tendo como horizonte uma sociedade mais justa e igualitária. Referências 1. Cruz PJSC, Pereira TDF, Vasconcelos ACCP. Educação Popular e a promoção da segurança alimentar e nutricional em comunidade: desafios com base em uma experiência de extensão. In: Vasconcelos EM, Cruz PJSC (Org). Educação Popular na Formação Universitária: reflexões com base em uma experiência. 1a ed. São Paulo/João Pessoa: Editora: Hucitec/ Editora Universitária UFPB; 2013. Página | 120


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2. Melo Neto JF. Extensão Popular. 1a ed. João Pessoa: Editora Universitária UFPB; 2006. 3. Freire P. Extensão ou comunicação? 13ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e terra; 2006. 4. Araújo D, Miranda MCG, Brasil SL. Formação de profissionais de saúde na perspectiva da integralidade. Rev Bras Saúde Pública 2007; 31: 20-31. 5. Ministério da Saúde. Caderno de Educação Popular em Saúde. 1a ed. Brasília, DF: Ed. Ministério da Saúde; 2007. 6. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal; 1988. 7. Ministério da Saúde. Política Nacional de Gestão Estratégica e participativa no SUS. 2a ed. Brasília, DF: Ed. Ministério da Saúde; 2009. 8. Oliveira ML, Almeida ES. Controle Social e Gestão Participativa em Saúde Pública em unidades de saúde no município de Campo Grande, MS, 1994-2002. Saúde Soc 2009; 18: 141-153. 9. Albuquerque VS, Gomes AP, Rezende CHA, Sampaio MZ, Dias OV, Lugarinho RM. A integração ensino-serviço no contexto dos processos de mudança na formação superior dos profissionais da saúde. Rev Bras Educ Med 2008; 32: 356-362. 10. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9a ed. São Paulo: Ed. Hucitec; 2006. 11. Holliday OJ. Para sistematizar experiências. 1a ed. João Pessoa: Ed. Universitária UFPB; 1996. 12. Kleba ME, Wendausen A. Empoderamento: processo de fortalecimento dos sujeitos nos espaços de participação social e democratização política. Saúde Soc 2009; 18: 73349. 13. Pichon-Riviére E. Processo Grupal. 1a ed. São Paulo: Ed.Martins Fontes; 1988. 14. Granada GG. Grupos Educativos Multiprofissionais e promoção à saúde: a experiência em um centro de saúde escola. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas; 2004. 15. Brutscher V. Gestão, direito e participação no SUS. Rev Bras Cienc Saúde 2012; 16: 401-10. 16. Junqueira LAP. Gerência dos Serviços de Saúde. Cad Saúde Pública 1990; 6: 24759.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 17. Vasconcelos EM. Formar profissionais de saúde capazes de cuidar do florescer da vida. In: Vasconcelos EM, Frota LH, Simon E. (Org). Perplexidade na Universidade, vivências nos cursos de saúde. 1a ed. São Paulo: Hucitec; 2006.

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AÇÃO INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO POPULAR E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM COMUNIDADES42 Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, Pedro José Santos Carneiro Cruz, Daniela Gomes de Brito Carneiro, Jéssica de Lima Spinellis de Carvalho, Kelyane da Cunha Cruz Silva Resumo Esta proposta visa articular iniciativas de formação na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), bem como o apoio sistemático aos espaços comunitários de discussão sobre a realidade social local, a participação popular e o Direito Humano a Alimentação Adequada e Saudável (DHAAS). É realizada nas comunidades de Jardim Itabaiana, Boa Esperança e Pedra Branca, localizadas no bairro do Cristo Redentor em João Pessoa/PB. A partir da interface com serviços sociais públicos e seus usuários, especificamente: a Escola Municipal Augusto dos Anjos, a Cozinha Comunitária, o Centro de Referência em Assistência Social e a Unidade de Saúde da Família, são desenvolvidas ações no sentido de fomentar o enfrentamento da extrema pobreza e promoção da SAN no território. Envolve visitas domiciliares às famílias, reuniões organizativas dos projetos de extensão e com participação de representantes da comunidade, bem como reuniões de formação com os extensionistas. No que se refere às atividades educativas, existem cinco frentes: promoção da alimentação saudável com crianças e adolescentes na Escola; orientação e construção coletiva e solidária de Hortas Comunitárias; reuniões do Fórum Intersetorial de Apoio à Promoção da SAN na comunidade, curso de formação em SAN, além de Grupo de Encontro Comunitário com beneficiários da Cozinha Comunitária. Pretende-se favorecer o desenvolvimento social nas comunidades, possibilitando a formação de cidadãos na perspectiva da SAN e do DHAAS, de modo a constituir espaços comunitários participativos comprometidos com o enfrentamento da fome, da pobreza e da miséria. Com tais ações, espera-se possibilitar uma intervenção em alimentação e nutrição mais abrangente, articulada aos interesses e necessidades da comunidade. Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional. Educação Popular. Educação Alimentar e Nutricional. Direito Humano à Alimentação Adequada Apresentação As atividades deste Programa estão articuladas ao Programa de Extensão Práticas Integrais de Promoção da Saúde e Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), vinculado aos Departamentos de Nutrição e da Promoção da Saúde da 42

Artigo originalmente publicado na Revista de Extensão da UFPB: universidade cidadã. ISSN: 24473812.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Implementado desde agosto de 2007 em caráter permanente, nas comunidades de Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa--PB, o PINAB originalmente vinculava-se apenas ao Departamento de Nutrição/ Centro de Ciências da Saúde (CCS), porém desde 2012, passou a se vincular também ao Departamento de Promoção da Saúde/ Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPB. Sendo assim, este Programa e seus proponentes têm acumulado experiência na área da extensão na linha da Educação Popular, com a construção de estratégias metodológicas inovadoras no âmbito da Promoção da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). É importante ressaltar que Educação Popular não significa uma área temática em especial para o desenvolvimento desta ação específica, mas constam da orientação pedagógica, teórica, política e metodológica das ações na linha da Segurança Alimentar e Nutricional para o combate à fome e à extrema pobreza. A Educação Popular permite a condução da extensão universitária com ênfase no diálogo de saberes e com intencionalidade na perspectiva da transformação social, onde a autonomia do popular e a promoção da saúde são desafios cuja concretização não é medida em tempo delimitado, nem em metas pré- estabelecidas. Justificativa Nos últimos 12 anos tem sido notável o avanço das políticas públicas no campo da SAN como caminho ético--político e elemento articulador de ações de combate à fome, à pobreza e a miséria no Brasil. Nesse período, intensificou--se a ação institucional articulada de vários ministérios e setores sociais, provocando um diálogo profícuo entre áreas como assistência social, desenvolvimento sustentável, agricultura familiar, promoção da saúde, dentre outras. O problema da fome no Brasil passou a ser cada vez mais compreendido como um fenômeno social, político, econômico e cultural, indo muito além da simples ausência de alimentos. Na medida em que passaram a ser construídas novas perspectivas teóricas e outros conceitos orientadores de políticas e ações para o enfrentamento destas questões, acarretou uma transformação na abordagem governamental deste problema. Isto passou a ser vivenciado na prática com o advento do Governo do Presidente Lula em 2003, no qual – dentre outras medidas – houve a criação do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) e do Programa FOME ZERO, que demarcaram uma decisão assertiva do Governo Federal no sentido de estabelecer novas abordagens para a implementação de políticas públicas nesta área. Dentre elas, o conceito de SAN, adotado pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), (ABRANDH, 2010; VASCONCELOS, PEREIRA, CRUZ, 2008), enfatizando a SAN como fenômeno cujo enfrentamento não pode prescindir de princípios como a intersetorialidade e a interdisciplinaridade.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Nesse contexto, diversos desafios têm se apresentado ao governo e a sociedade civil. Olhando para o Programa Bolsa Família (PBF) no território das comunidades deste Programa de Extensão, percebe--se que, localmente, o foco persiste na transferência de renda e no cumprimento das condicionalidades da saúde e da educação. O PINAB acredita que o investimento em ações educativas sobre o PBF, saúde, SAN e Educação Alimentar e Nutricional (EAN) com os beneficiários pode ser um dos potentes meios para que o eixo estruturante do programa federal seja alcançado. Além dos problemas já apontados, percebe--se, na prática, que o território não foge a regra do quadro nutricional atual, com co-existência de desnutrição e obesidade ao lado das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) e grande consumo de alimentos ultraprocessados. Considerando os avanços ocorridos na área da alimentação e nutrição na última década e sua relação com a Promoção da Saúde e a SAN da população brasileira, são inúmeros os desafios que se colocam para a atuação profissional interdisciplinar nessa área, sobretudo com foco no seu papel de educador. Destaca-se, dentre tantos, a necessidade do profissional direcionar suas ações não apenas para as dimensões clinicas ou preventivas, tampouco somente na dimensão das tecnologias avançadas e do desenvolvimento técnico, mas, sobretudo para a garantia da alimentação adequada enquanto direito humano por meio de ações interdisciplinares, valorizando o diálogo mediado pela EAN numa perspectiva transformadora e emancipatória. Para tanto é fundamental a criação e fortalecimento de espaços e iniciativas, seja de ensino, pesquisa ou extensão que oportunizem a aprendizagem do futuro profissional pautada em uma prática humanística, que reconheça a saúde como um processo produzido socialmente, a partir de uma vivência significativa na realidade social brasileira, no Sistema Unificado de Assistência Social (SUAS), no Sistema Único de Saúde (SUS) e na Estratégia Saúde da Família (ESF). Ainda vale destacar que prevalecem especialmente desafios no que diz respeito ao protagonismo social na mobilização de iniciativas capazes de fazerem vislumbrar, de modo sistemático e permanente, um sistema alimentar e nutricional comprometido com a diversidade cultural, a sustentabilidade ambiental e a justiça social. Assim, a EAN tem se revelado componente essencial não apenas na formação de sujeitos sociais comprometidos com o enfrentamento sistemático das condições de insegurança alimentar e nutricional, mas também como elemento norteador do diálogo e da construção compartilhada de ações, incidindo sobremaneira na superação de desafios como a intersetorialidade. Diante do exposto, constitui compromisso das Universidades Públicas empreender iniciativas de extensão capazes de aprimorar conhecimentos úteis para o delineamento de trabalhos sociais efetivamente articulados aos esforços de combate à fome e ao enfrentamento da extrema pobreza. Sobretudo, na articulação de esforços Página | 125


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 educativos com atividades de pesquisa e ensino suficientes para construir produtos acadêmicos, além de tecnologias sociais em interface com políticas públicas, de forma a qualificá--las e aprimorar sua capacidade de comunicação com os efetivos anseios das classes populares, bem como suas culturas e lógicas de pensar e organizar a vida. Nesse sentido, consideramos premente a inserção universitária nos esforços voltados para a superação das desigualdades sociais que marcam a atual organização de nossa sociedade. Apesar das políticas públicas existentes, parcela expressiva da população brasileira continua convivendo com a opressão gerada pelo desemprego, condições precárias de moradia, má qualidade da educação, saúde, assistência social. Tais condições ainda são pouco condizentes com os princípios preconizados pelo SUS e pelo SUAS. Como instituição pública, a Universidade tem o dever de engendrar esforços e trabalhos sociais capazes de contribuir para a superação deste quadro. Diversas iniciativas de Extensão, em nível nacional e de modo marcante na Universidade Federal da Paraíba, demonstram a relevância de se vivenciar uma relação UNIVERSIDADE/SOCIEDADE pautada pelo diálogo de saberes e por ações direcionadas ao enfrentamento dos problemas sociais, especialmente aqueles dos setores mais desfavorecidos, permitindo se consolidar o papel da Universidade nesse contexto. Dessa maneira a Extensão pode superar o fosso cultural existente entre academia e comunidades, através de uma interação marcada pelo compromisso e pelo diálogo. Onde se perceba que não apenas a Universidade é detentora de cultura, mas também a população excluída possui recursos culturais e criativos capazes de promover um desenvolvimento calcado em bases igualitárias e humanísticas. O cotidiano das ações articuladas pelo Programa PINAB tem demonstrado a necessidade da ampliação do seu arcabouço estrutural, com vistas à intensificação do diálogo com as políticas públicas existentes, bem como a produção de um acervo pedagógico e cultural que possa ser utilizado pela comunidade organizada, como também pelas equipes da escola municipal local e da USF. Torna--se fundamental dispor de fomento, para convergir os conhecimentos construídos nas ações e interações comunitárias. Ademais, esta ação permite intensificar a aproximação (já iniciada desde 2013) do PINAB com o Centro de Referência de Assistência Social e os equipamentos de promoção da SAN locais, especialmente a Cozinha Comunitária. A viabilização desse apoio é fundamental para potencializar a sinergia das ações do Programa com as políticas públicas de promoção da saúde, da SAN e do DHAAS. Bem como para a qualificação das ações de ensino e pesquisa realizadas, traduzidas nas Mostras organizadas pelo Programa na USF e na UFPB, e nos vários artigos de pesquisa e sistematização já realizados.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Quanto a formação estudantil, esta proposta se dedica a intensificação da Extensão Universitária como um eixo para a transformação da formação profissional universitária na graduação, a qual já vem sendo evidenciada na UFPB através da integralização curricular das atividades de extensão (Resolução CONSEPE 07/2010). Para isso, esta Ação também reforça o Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso de Graduação em Nutrição da UFPB, através do qual a Extensão se insere como componente curricular flexível (Resolução CONSEPE 34/04). Por meio da experiência neste Programa, acredita-se poder aprimorar as recomendações do PPP quanto a uma formação humanística, com visão crítica e comprometimento social. OBJETIVOS Objetivo geral Promover a Segurança Alimentar e Nutricional em comunidades com abordagem interdisciplinar e coerente com os fundamentos teóricos e práticos da Educação Popular. Objetivos específicos ­ Desenvolver ações de promoção da alimentação saudável com a comunidade escolar; -Construir Hortas Comunitárias com moradores do território em situação de pobreza e extrema pobreza, de forma educativa, coletiva e solidária; - Promover espaços de encontro comunitário e reflexão crítica sobre a realidade social com usuários da Cozinha Comunitária local; - Apoiar a realização de reuniões do Núcleo Intersetorial de Promoção da Segurança Alimentar e Nutricional nas Comunidades envolvidas, com diversos atores e equipamentos sociais do território em questão; - Qualificar a discussão da SAN com lideranças comunitárias, referências sociais locais e trabalhadores de equipamentos sociais públicos comunitários, profissionais de saúde e outros parceiros; - Fomentar com os extensionistas vivências e reflexões sobre o trabalho social interdisciplinar, voltado ao combate à fome e à extrema pobreza, como um ato de compromisso político e social, e seus caminhos educativos na perspectiva freirena, direcionando-se à construção coletiva de processos emancipatórios; - Estimular a intersetorialidade entre equipamentos sociais e de políticas públicas no âmbito do território;

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 - Sistematizar e compartilhar conhecimentos vinculados à abordagem dos problemas de Alimentação e Nutrição em contextos de exclusão social; - Priorizar o aproveitamento curricular das ações de extensão envolvidas neste Programa nos cursos de graduação envolvidos; - Levantar discussões no ensino dos cursos de saúde, serviço social e outras áreas afins acerca da Segurança Alimentar e Nutricional na perspectiva da Educação Popular. Fundamentação Teórica Novos caminhos para a formação profissional na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional Nos últimos anos, diversos fatores vêm demandando mudanças na atuação profissional e na formação universitária para atuação no campo da alimentação e nutrição, especialmente no âmbito da SAN, seja quanto aos princípios éticos desta formação, seja quanto aos aspectos políticos ou nas questões quanto às formas de atuar e participar, especialmente em contextos permeados pela exclusão social e extrema pobreza (RECINE, 2012; BOOG, 2008; MOTTA, OLIVEIRA, BOOG, 2003; AMORIM, MOREIRA, CARRARO, 2001;). Nos dias de hoje, esse processo vem se evidenciando de maneira mais contundente diante da expansão de possibilidades de atuação em SAN nos territórios de políticas sociais, como por exemplo, nos cenários de Atenção Primária a Saúde, mais especificamente na ESF, nos CRAS, ou mesmo em equipamentos sociais de SAN como as Cozinhas Comunitárias (BURLANDY, 2005; SANTOS, 2005; ASSIS, 2002). Contudo, as experiências de inserção profissional neste cenário passaram a revelar um anacronismo da formação tradicional diante dos desafios impostos pelas situações sociais cotidianamente vivenciadas pelo público protagonista destes territórios (FERREIRA; MAGALHÃES, 2007). Como demonstram diferentes estudos (CERVATO MANCUSO et al., 2012; SANTOS, 2005; BOOG, 2004; ASSIS, 2002), problemas sociais como exclusão, fome, miséria, entre outros, demandam modos de atuação distintos dos tradicionais, com ênfase na sensibilidade do profissional para compreender o problema da fome, da pobreza e seus condicionantes de forma ampliada (através da complexidade e da compreensão estrutural dos problemas sociais), crítica e humanizada, envolvendo também uma ação com ênfase social, cultural e educativa. Nesse contexto, a Educação Popular vem constituindo um significativo componente inspirador para a formação e a atuação de nutricionistas no campo da Nutrição Social, especialmente no contexto da Estratégia Saúde da Família (ESF), dos CRAS e dos equipamentos sociais de promoção da SAN. Conforme ressaltam Cruz, Pereira e Vasconcelos (2011), enquanto teoria da Educação (FREIRE, 2005; MELO Página | 128


Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 NETO, 2004), a Educação Popular traz um escopo de orientações teóricas e tecnologias sociais relevantes capazes de oportunizar o desenvolvimento de profissionais com postura ética comprometida com ações de Promoção da Saúde e da Alimentação Saudável em caráter ampliado, norteadas, sobretudo pelo conceito de SAN, o qual agrega dimensões críticas, sociais e políticas à compreensão do papel da ciência da nutrição em comunidades populares e da intervenção do nutricionista nestes espaços (VASCONCELOS, PEREIRA, CRUZ, 2008). A educação popular como referência teórico-metodológica Desde a década de 1950, a Educação Popular constitui uma referência metodológica e um corpo teórico norteador para trabalhos desenvolvidos por movimentos sociais, organizações populares, serviços públicos e pela universidade. No espaço acadêmico, as experiências de educação popular vem se desvelando por meio da extensão universitária como estratégias de reorientação da formação profissional e de experimentação de novas metodologias para o trabalho social, mais democráticas e humanizantes. A partir dos fundamentos teóricos da Educação Popular (FREIRE, 2005; VASCONCELOS, 2008; MELO NETO, 2006), se tem buscado acumular a construção de estratégias metodológicas inovadoras no âmbito da nutrição na saúde coletiva; o que tem sido evidente na experiência do PINAB. Sendo assim, os princípios da pedagogia freireana nortearão a relação das ações intersetoriais para Promoção da SAN, enquanto prática de educação popular, com a própria universidade e com a comunidade atendida pela USF Vila Saúde e pela Escola Municipal Augusto dos Anjos, desde o planejamento à execução de suas ações. É sob esse referencial e sob sua postura dialética e dialógica, que o programa propõe construir suas práticas no campo da saúde comunitária. Corroborando com as fundamentações de Melo Neto (2006), o Programa em tela se caracteriza como extensão universitária em educação popular ou extensão popular, por traduzir-se num trabalho social, desenvolvido com a intencionalidade de articular as ações de pesquisa e ensino a partir dos problemas e da realidade percebidos na extensão, buscando atuar junto com a população em seus esforços para a superação das desigualdades sociais e consecução da saúde e qualidade de vida. Por isso, é um esforço dialógico empreendido por comunidade, equipes de saúde, profissionais da assistência social, parceiros de instituições não governamentais, estudantes e professores atuando sobre a realidade objetiva, a partir de sua análise crítica e das subjetividades ali presentes. Com base neste arcabouço teórico metodológico, esta iniciativa de extensão universitária encontra-se situada no campo político e nos esforços práticos da SAN e do DHAAS, os quais serão detalhados a seguir. Página | 129


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Contextualização da Segurança Alimentar e Nutricional Nas últimas décadas têm ocorrido diversas transformações na realidade brasileira que impõe novos desafios para a prática e consequentemente para a formação do profissional de saúde e de nutrição. A mudança do perfil nutricional e epidemiológico que vem ocorrendo no país, onde a desnutrição, as carências específicas, o sobrepeso, a obesidade, além das DCNT compõem o mosaico de agravos da população brasileira, tem despertado as autoridades governamentais para a necessidade de políticas públicas que contemplem as questões advindas desse cenário (MONTEIRO et al., 1995; BATISTA FILHO; RISSIN, 2003). No Brasil, desde 2003 o Governo Federal tem pautado a SAN na agenda política, culminando na criação de uma lei orgânica que conceitua a SAN como a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (LOSAN, 2006). A partir da LOSAN aprovada em 2006, a SAN tem sido enfocada como um direito humano que se realiza através de políticas universais e a abordagem do DHAAS considera que não basta garantir a SAN se os processos pelos quais as ações são implementadas pautam-se em relações clientelistas ou não respeitam os valores culturais dos grupos atendidos (BURLANDY, 2004). Nesse mesmo contexto, em outubro de 2003 foi criado o PBF, através do qual o Governo Feder al concede mensalmente benefícios em dinheiro para famílias em vulnerabilidade social (BERNARDO; SALAZAR, 2005). Possui duas frentes de atuação: emergencial (através da transferência de renda) e estrutural (por meio de ações e iniciativas capazes de gerar autonomia e sustentabilidade socioeconômica para as famílias participantes). Esta última é pautada principalmente por condicionalidades relacionadas às áreas da saúde (cobertura vacinal da criança, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil por meio da vigilância alimentar e nutricional e a assistência pré-natal) e da educação (frequência escolar) (SENNA et al., 2007). A gestão das condicionalidades de saúde do PBF é de responsabilidade de todas as instâncias que integram o Programa, sobretudo das equipes das unidades de saúde que prestam assistência direta às famílias beneficiárias. No entanto, a experiência com o PINAB tem mostrado a necessidade de se valorizar as ações educativas na rotina dessas unidades, no sentido de provocar a apropriação dos seus usuários acerca das diretrizes, do significado, limites e potencialidades do PBF, favorecendo o exercício do controle social e a iniciativa da busca pela autonomia e não dependência do benefício. Página | 130


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No que se refere à Promoção da Saúde, em 2006 foi instituída pelo Ministério da Saúde a Política Nacional de Promoção da Saúde, com o objetivo de promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes (modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços), tem como um dos seus eixos estratégicos, a promoção da alimentação saudável (BRASIL, 2006). No enfoque para a promoção da saúde deve se considerar que a função dos alimentos não se restringe a veicular os nutrientes para o organismo. Os mesmos trazem consigo significações culturais, comportamentais e afetivas, além de se constituir em fonte de prazer (PINHEIRO et al., 2005). Visando se integrar a esta agenda pública, diversas ações estão sendo desenvolvidas, com vistas à Promoção da Saúde e ao incentivo de hábitos alimentares saudáveis no âmbito escolar. A Portaria Interministerial (Ministérios da Saúde e da Educação) nº. 1010, de oito de maio de 2006, que institui as diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, representa um reforço importante nesse cenário. Aliado a isso foi criado o Programa Saúde na Escola (PSE), onde um dos objetivos é articular as ações do SUS às ações da rede pública de educação básica, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis. Frente a esse contexto, a atenção básica em saúde, representada, sobretudo pela ESF se constitui em um espaço privilegiado para se avançar na promoção da alimentação saudável e da SAN, consistindo a integralidade e a intersetorialidade princípios fundamentais para a consolidação de tais avanços. Outra discussão latente no favorecimento deste cenário tem sido a participação popular nos serviços locais de saúde. O controle social configura--se como uma das principais estratégias para a efetivação da SAN e do DHAA, especialmente em comunidades com difíceis condições de vida, onde a participação ativa na construção cotidiana dos serviços sociais públicos tem se revelado uma frente de ação estratégica e vital. Desde a constituição dos conselhos de saúde, sua construção tem sido desafiadora, tanto em nível nacional, como estadual, municipal e local. Os Conselhos são considerados uma estratégia institucional, que tem por finalidade não somente abrir as portas do setor saúde à participação da sociedade civil organizada, mas reforçar a dinâmica social, no sentido de sua organização em associações de interesse, facilitando a disseminação da cultura participativa própria de uma comunidade cívica, que encontra na justiça, na equidade, na solidariedade, na confiança e na tolerância seus princípios fundamentais. Página | 131


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Nesse sentido, localmente, os Conselhos passam a ser demandados graças aos movimentos populares, que vinham executando práticas integrativas e dialógicas em suas comunidades, e reivindicavam participação no controle de serviços locais (VASCONCELOS, 2004). Todavia, para conduzir este processo contemplando as preocupações da SAN, torna-se essencial pensar uma metodologia educativa capaz de trabalhar a alimentação como um direito humano e a participação dos cidadãos como algo que conduza à emancipação e garantia dos princípios da SAN. Metodologia O Programa desenvolve ações educativas de SAN a partir de cinco frentes operacionais: grupo educativo com escolares, instalação de Hortas Comunitárias, Apoio às Reuniões do Núcleo Intersetorial de SAN; Curso de Formação sobre SAN; e Grupo de usuários na Cozinha Comunitária local. Além da ação nestas frentes operacionais, cada grupo operativo ainda está inserido em mais três frentes de atuação: a) vivências em comunidades por meio de visitas domiciliares; b) gestão do Programa, através de reuniões de gestão com a comunidade, assim como pela participação dos estudantes em comissões executivas, na perspectiva de descentralizar as atividades organizativas e instigar o caráter pró-ativo dos extensionistas; e c) Reuniões formativas com os extensionistas. No que tange à gestão compartilhada do Programa, os estudantes permanecem dispostos nas seguintes comissões: 1) Comissão de Eventos: coordena, facilita e sistematiza os eventos do Programa, tanto as Mostras Semestrais para divulgação de suas ações na UFPB e na Comunidade, como outras atividades e iniciativas desenvolvidas. 2) Comissão de Pesquisa e Sistematização de Experiências: incentiva a participação de todo o grupo na produção e difusão do conhecimento, através da realização de pesquisas científicas e sistematização das experiências vividas. A Comissão divulga oportunidades de participação em eventos científicos das áreas (alimentação e nutrição, seguridade social, saúde coletiva, SAN, atenção básica, extensão, educação popular), bem como coordena a produção advinda, garantindo a participação de todos os interessados. 3) Comissão de Avaliação: coordena a realização dos processos avaliativos do Programa, no que concerne a: a) produção de relatórios; b) desenvolvimento de oficinas de avaliação. 4) Comissão de Freqüência: coordena e sistematiza a freqüência de todos os integrantes do Programa através de: a) acompanhamento do registro da freqüência nas atividades; b) ao final de cada bimestre, emissão de um balanço com porcentagens individuais de freqüência; c) comunicação à coordenação das faltas sem justificativa.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 As ações educativas, as visitas domiciliares e as reuniões são realizadas com orientação local dos docentes e de profissionais voluntários (egressos do PINAB e/ou de outros projetos de extensão popular e vinculados como discentes de cursos de pósgraduação da UFPB). A organização das atividades e o apoio pedagógico ocorrem durante reuniões semanais em cada grupo operativo comunitário, bem como por meio de reuniões de gestão na comunidade, onde os participantes discutem encaminhamentos em “rodas de conversa”. Além disso, há um suporte à distância, realizado através de uma lista de discussão da WEB e Grupos em Rede Social, como o Facebook. A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão está evidenciada neste Programa, sobretudo através da organização pedagógica de suas ações. São desenvolvidas diferentes ações, capazes de preencher as lacunas apontadas por cada uma destas três dimensões. Cumpre ainda ressaltar que corroboramos com as atuais fundamentações teóricas e políticas de formação estudantil na perspectiva da Segurança Alimentar e Nutricional e da Promoção da Saúde, para as quais as atuais políticas públicas recomendam ser importante colocar os estudantes o mais precocemente possível em contato com a realidade social da população. Percebe-se, com esta inserção, que o estudante do inicio do curso, menos habituado a procurar por doenças e olhar a vida em comunidade apenas a partir do ponto de vista biológico, amplia seu olhar para uma abordagem mais holística dos problemas sociais e de saúde. Portanto, acreditamos que a pouca bagagem técnica do estudante iniciante não confere prejuízos a ele ou ao Projeto de Extensão. Pelo contrário, alarga a visão do estudante, desmistificando o saber científico e aprendendo a atuar conforme a vida comunitária. O Ensino tem sido vivenciado no cotidiano através da participação ativa de professores e profissionais colaboradores nas atividades propostas, acompanhando, orientando e apoiando tecnicamente o trabalho de extensão, no desenvolvimento de um processo de aprendizagem no qual o estudante é o protagonista. Além disso, são realizadas reuniões teóricas mensais com o intuito de prover os estudantes de ferramentas teóricas e metodológicas que possam facilitar o seu trabalho na Comunidade e o modo como articulam as alternativas de enfrentamento para os problemas. Entendendo o trabalho de extensão como uma provocação constante para a reflexão crítica e o aprimoramento de saberes (científicos e populares), o programa envolve também ações de ensino, articuladas com a atividade extensionista. Outro eixo importante para a articulação com as atividades de ensino, consiste na integração dos graduandos de nutrição e/ou outros cursos da UFPB vinculados à disciplinas práticas e/ou estágios curriculares que ocorrem no espaço da USF Vila Saúde, às atividades desse Programa.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 A dimensão da Pesquisa no Projeto é elaborada principalmente através da sistematização das experiências desenvolvidas, da participação em eventos científicos, de elaboração de artigos científicos e/ou relatórios. Todavia, se busca extrapolar esses esforços, através da realização de pesquisas como atividade inerente ao cotidiano das suas ações, instigando os envolvidos (estudantes, professores, comunidade) a procurar respostas a problemas teóricos e práticas que surgem, estudar aquilo que incomoda e empreender reflexões sobre a realidade vivenciada. Avaliação A avaliação das ações desenvolvidas pelo Programa, em parceria com as Comunidades, a Escola e a USF, caracteriza-se por ser formativa, no sentido de que seu propósito fundamental consiste em verificar se o extensionista está conseguindo apreender gradativamente os objetivos previstos, expressos sob a forma de competências, habilidades e atitudes. Além disso, esse processo deve ser realizado de modo contínuo ao longo do desenvolvimento das ações e objetiva oferecer um acompanhamento efetivo do desempenho dos envolvidos, permitindo reorientações no curso do processo. Nessa direção, é procedida através das atividades: a) Reuniões semanais do Projeto- espaço onde a coordenação desenvolve processos de apoio pedagógico e técnico diante das dúvidas, inquietações e sobre a própria implementação das ações, fomentando o caráter de práxis no Projeto. b) Oficinas trimestrais- Durante o semestre letivo, duas oficinas serão realizadas, com periodicidade trimestral, com o objetivo de fomentar a integração do grupo, bem como avaliar as ações e permitir o compartilhar de reflexões sobre a experiência. Nestes espaços, todos os participantes podem efetivamente estabelecer um diálogo na perspectiva da práxis e da qualificação das ações. c) Mostra comunitária - consiste em oportunidade para apresentação e avaliação do trabalho realizado pelo Projeto, onde são escutadas as percepções, dúvidas e sugestões das equipes da escola e da saúde, assim como das lideranças comunitárias. Na medida em que são contemplados também neste espaço a gestão municipal, é uma oportunidade importante para o diálogo entre o Distrito Sanitário II, a Unidade de Saúde, a Escola, as Associações de Moradores e o Programa. Nessas atividades, as avaliações compartilhadas são registradas em um memorial, que serve de subsídio para alimentação de documentos mais detalhados em termos avaliativos, os quais consistem de: a) artigos científicos produzidos para revistas científicas e eventos acadêmicos; b) produção de relatórios semestrais por cada grupo operativo e um relatório anual para o Programa na sua totalidade. Cabe ressaltar, que o exercício da avaliação pelo público é constantemente verificado no cotidiano de todas as nossas ações educativas, quando, antes de seu encerramento, se estimula aos usuários construírem suas avaliações, críticas e propostas a respeito do que vem sendo desenvolvido pelo Programa.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 Na perspectiva de fundamentar o processo avaliativo pela equipe de extensionistas, como uma práxis, buscamos possibilitar a criação de espaços que favoreçam a atividade reflexiva, tais como: a) Reuniões semanais na universidade; b) Oficinas de integração e avaliação; c) Produção de pesquisas e artigos científicos; d) Produção de relatórios semestrais de atividades. Considerações Finais A partir das ações desenvolvidas por meio deste programa, observamos avanços relacionados à participação social, ao vínculo entre os sujeitos, à problematização da realidade local, com ênfase em abordagens que buscam a construção compartilhada das ações ligadas à promoção da SAN. Importa destacar que a inserção no território e comunidades, aliada ao acúmulo teórico-metodológico construídos a partir do Programa PINAB tem sido fundamental para a implementação e fortalecimento desta iniciativa. O referencial da Educação Popular em Saúde, que tem orientado as suas ações, contribui efetivamente para a formação de estudantes mais sensíveis e sintonizados com as adversidades e complexidades da realidade local. Essa abordagem favorece o enfrentamento dos desafios encontrados, uma vez que descontrói conceitos pré-formados e, de forma crítica, possibilita o dialogo entre os sujeitos e a problematização das situações que incomodam e oprimem. Assim, percebe-se a participação ativa e o envolvimento cada vez mais efetivo de estudantes de diversos cursos de graduação em assuntos relacionados à temática da SAN, que anteriormente estava muito vinculada aos graduandos de Nutrição do Programa. Nessa perspectiva, tem se valorizado a dimensão interdisciplinar, buscando uma formação mais abrangente, crítica e comprometida com as classes populares. Nessa perspectiva, o Programa vem contribuindo com a construção de estratégias participativas de enfrentamento de condições de desigualdade, no sentido de fomentar a mobilização para a transformação social, de forma a promover a SAN e o DHAA. Referências ABRANDH. Direito humano à alimentação adequada no contexto da segurança alimentar e nutricional / Valéria Burity et al.- Brasília, DF: ABRANDH, 2010. 204p. AMORIM, S.T.S.P. et al. A formação de pediatras e nutricionistas: a dimensão humana. Revista de Nutrição, Campinas, v.14, n.2, p.111-118 , maio/ ago. 2001. ASSIS, A.M.O. et al. O Programa Saúde da Família: contribuições para uma reflexão sobre a inserção do nutricionista na equipe multidisciplinar. Revista de Nutrição, Campinas, v.15, n.3, p. 255-266, set / dez. 2002.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 BATISTA FILHO, M.; RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, Sup. 1, p. S181- S191, 2003. BERNARDO, D. C. R.; SALAZAR, G. T. Programa bolsa família: valorizando as parcerias e as singularidades regionais. Disponível em: Acesso em: 05 de fev. 2009. BOOG, M.C.F. Contribuições da educação nutricional à construção da segurança alimentar. Saúde em Revista, Piracicaba v. 6, n. 13, p. 17-23, maio /ago. 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de promoção da saúde / Ministério da Saúde, 60 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde), 2006. BURLANDY, L. Segurança Alimentar e Nutricional: intersetorialidade e as ações de nutrição. Saúde em Revista, V. 6, n. 13, Editora Unimep, Piracicaba, 2004. CERVATO-MANCUSO AM, TONACIO LV, SILVA ER, VIEIRA VL. A atuação do nutricionista na Atenção Básica à Saúde em um grande centro urbano. Ciênc. saúde coletiva 2012; 17(12): 3289-3300. CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Lei orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional. (LOSAN) lei nº 11.346, de 15 de setembro DE 2006. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/consea/static/eventos/losan.htm>. Acesso 10 de janeiro de 2009. FERREIRA, V.A; MAGALHÃES, R. Nutrição e promoção da saúde: perspectivas atuais. Cad Saúde Pública 2007; 23 (7): 1674-81. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 40a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. ________; NOGUEIRA, A. Que fazer: teoria e prática em educação popular. 8ª ed. Petrópolis: Vozes, 2005. HOLLIDAY, O. J. Para Sistematizar Experiências. 1ª ed. João Pessoa: Editora Universitária UFPB. 1996. v.1. 213p. MACHADO, N.V. et al. Reflexões sobre saúde, nutrição e a estratégia de saúde da família. In: CGPAN. Alimentação e Nutrição. MELO NETO, J.F. Extensão popular. 1ª ed. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, v.1. 2006. 97p.

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Pesquisa em Extensão Popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2015 MINAYO, M. C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8º Ed. São Paulo: Hucitec, 2005. MONTEIRO C.A et al. Da desnutrição para a obesidade, pp. 247-255. In: MONTEIRO, C.A. Velhos e novos males da saúde no Brasil. São Paulo:Hucitec, 1995. PINHEIRO, A.R.O; RECINE, E; CARVALHO, M.F. O que é uma alimentação saudável? Considerações sobre o conceito, princípios e características: uma abordagem ampliada. [Internet]. Brasília; 2005 [acessado em 2007 fev 24] Disponível: em:http://www.saude.gov.br/nutrição PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 1.010, de 8 de Maio de 2006. Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. RECINE et al. A formação em saúde pública nos cursos de graduação de nutrição no Brasil. Rev Nutr 2012; 25(1): 21-33. SENNA et al. Programa bolsa família: nova institucionalidade no campo da política social brasileira? Revista Katálysis, Florianópolis, v.10, n.1, p. 86-94, jan./jun.2007. VASCONCELOS, A.C.C.P. PEREIRA, I.D.F. CRUZ, P.J.S.C. Práticas Educativas em Nutrição na Atenção Básica em Saúde: reflexões a partir de uma experiência de extensão popular em João Pessoa – Paraíba. Revista APS. v. 11, n. 3, p. 334-340, jul./set. 2008. VASCONCELOS, E.M. Educação Popular e Atenção à Saúde da Família. 4a ed. São Paulo: HUCITEC, 2006.

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Número 1: CRUZ, Pedro José Santos Carneiro Cruz; VASCONCELOS, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de; SOUSA, Luciana Maria Pereira de; TÓFOLI, Adriana Maria Macedo de Almeida ; CARNEIRO, Daniela Gomes de Brito ; ALENCAR, Islany Costa. Educação popular e nutrição social: reflexões e vivências com base em uma experiência. 1. ed. João Pessoa: Editora da UFPB, 2014. 554p . Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B5WM6ossn5wlWFFqRExkWUlRWEE/view?usp =sharing Número 2: CRUZ, Pedro José Santos Carneiro Cruz; VASCONCELOS, Ana Claudia Cavalcanti Peixoto de; ARAÚJO, Renan Soares de (organizadores). Pesquisa em extensão popular no Programa PINAB: produções acadêmicas em 2014. João Pessoa: Editora do CCTA, 2016. 100p. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B5WM6ossn5wlMlJMLWY2dGhJNTg/view?pref= 2&pli=1 Número 3: CRUZ, P. J. S. C.; CARNEIRO, D. G. B. (Org.) ; ALMEIDA, A. M. M. (Org.) ; RODRIGUES, A. P. M. E. (Org.) ; ALENCAR, I.C. (Org.) . Extensão Popular: caminhos em construção. 1. ed. João Pessoa: Editora do CCTA, 2017. v. 1. 242p . Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B5HBSD9i1L0AdEZBYnlaNmxCR0E/view?usp=s haring

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PINAB PROGRAMA PRÁTICAS INTEGRAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA Departamento de Promoção da Saúde/CCM Departamento de Nutrição/CCS Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 2017

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