edição especial – informativo da bhtrans | ano 11 – 2º semestre / 2015
bhtrans é ouro! empresa conquista Prêmio ANTP de Qualidade na categoria Órgãos Gestores de Transporte e Trânsito pela 5ª vez
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sumÁrio
Entrevista Ramon Victor Cesar faz balanço da administração
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EXPEDIENTE
A revista Mão Dupla é uma publicação da BHTRANS/PBH Prefeitura de Belo Horizonte Prefeito: Marcio Lacerda Secretário Municipal de Serviços Urbanos: Pier Senesi Assessor-Chefe da Assessoria de Comunicação Social: Regis Souto BHTRANS – Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S.A. Presidente: Ramon Victor Cesar Diretor de Transporte Público: Daniel Marx Diretora de Ação Regional e Operação: Deusuíte Matos Diretor de Planejamento e Sistema Viário (interino): Celio de Freitas Bouzada Diretor de Administração e Recursos Humanos: Ben-Hur Silva de Albergaria Diretor de Finanças e Controle: Nourival de Souza Resende Filho
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Ponto de vista Equipamentos de fiscalização eletrônica
Holofote MOVE: um dos melhores BRTs do Brasil
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Capa É ouro!
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Mobilidade Até onde as ciclovias de BH pretendem chegar?
REVISTA MÃO DUPLA Produção: Assessoria de Comunicação e Marketing – ACM Chefe de Assessoria: Afonso Melo Editora Executiva: Carolina Bernardes Gestão Editorial: Prefácio Comunicação Jornalista Responsável: Ana Luiza Purri (5.523/MG) Redação: Guilherme Barbosa (12.630) Coordenação de Produção: Gabriela Fiuza Projeto Gráfico: Bruno Fernandes Diagramação: Bruno Fernandes Revisão: Francisco Ferreira Fotos: Tom Braga
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Artigos mobilidade, transporte público e sinalização
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Dica Informações úteis sobre mobilidade e trânsito
Equipe ACM: Afonso Melo, Alane Castelo de Oliveira, Ana Maria Prazeres, Bruna Oliveira, Carlos Eduardo Dutra de Rezende, Carolina Bernardes, Débora Torres, Estefânia Ferreira, Gabriela Fiuza, Gilvan Marçal, Isabelle de Mello, Magda Kujal, Mariana Estrella, Marilda Cunha, Marta Barreiros Claret, Patrícia Barros Gontijo, Rachel Luppi, Rayane Fialho e Vanessa Bedran Veiculação: bimestral Endereço para contato: Av. Engenheiro Carlos Goulart, 900, Buritis Belo Horizonte/MG – CEP 30455-902 Informações: (31) 3379-5530 Quer participar da revista? Mande um e-mail para maodupla@pbh.gov.br
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ENTREVISTA
Mais a conquistar Presidente da BHTRANS faz balanço positivo da gestão e destaca reconhecimento da população e do setor
Vamos consolidar o bom trabalho realizado nos últimos anos
Ramon Victor Cesar Presidente da BHTRANS
Tão desafiador como implantar grandes projetos é mantê-los operando com excelência. Certamente, os últimos dois anos exigiram da equipe da BHTRANS a dedicação necessária para que projetos como os das Copas das Confederações e do Mundo e o MOVE saíssem do papel para servir à população. Já 2015 foi o ano de aperfeiçoar processos e consolidar a operação de grandes sistemas implantados no passado, buscando mais qualidade. Nesta entrevista, Ramon Victor Cesar, presidente da BHTRANS, destaca os desafios enfrentados neste ano, faz um balanço das ações da empresa e projeta o futuro do trânsito na capital. Dos projetos iniciados no passado, qual foi o mais desafiador administrado em 2015? Qual seu balanço da gestão neste ano? Com certeza foi o MOVE, pois exige um olhar atento sobre a operação das estações de integração, principalmente as da Pampulha e São Gabriel, além de ajustes e melhorias contínuas. Também destaco projetos que começaram em anos
anteriores, como: o corredor da Avenida Nossa Senhora do Carmo; a modernização da sinalização semafórica que, por meio da troca por lâmpadas a LED, proporciona uma economia de energia de 70%; a concessão de mil licenças de táxis, desde 2009, uma alta de 17%; a disponibilização da informação sobre rotas e pontos de ônibus, inicialmente no portal da BHTRANS, e pelo 156 e, agora também, no aplicativo SIU Mobile BH, lançado em dezembro; a criação das primeiras linhas de ônibus executivos na Cidade Administrativa e no trecho Savassi/Buritis. Resolvemos, ainda, questões relevantes para a população, entre elas a gratuidade para os idosos, o cartão BHBUS para meio-passe estudantil, a ampliação da base de equipamentos de controle de velocidade, avanço de sinal e invasão de faixa, as ciclovias e o compartilhamento de bicicletas, o projeto e a concessão da nova rodoviária. Outras ações são a elaboração do Plano de Mobilidade e do projeto estratégico da empresa para 2020, ambos concluídos, além de instituirmos o Observatório da
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ENTREVISTA
O foco é dar continuidade a uma gestão planejada da mobilidade, com um projeto de longo prazo e uma ampla visão de futuro, que permita uma integração eficiente dos diferentes modos de transporte Ramon Victor Cesar, presidente da BHTRANS
Mobilidade, evento de discussão sobre os projetos da cidade com a sociedade. Colocamos em operação o Centro de Operações da Prefeitura (COP-BH), dobramos o número de painéis de mensagem, implantamos o SITBus, – com a informação eletrônica on-line nos pontos e nas estações com a previsão de chegada dos ônibus aos usuários –, e, finalmente, o projeto Mobicentro, que envolve a revitalização da área central da cidade com mudanças no trânsito para garantir a melhor fluidez e segurança das vias. Você acha, então, que 2015 foi um ano de manutenção de projetos iniciados em anos anteriores? Sim. Todas essas ações foram implementadas até 2014. Este ano foi, basicamente, de manutenção e se deve a duas razões. Primeiro porque os projetos estão matu-
rando e precisamos cuidar deles, pois, à medida em que dão frutos, percebemos pequenas melhorias a serem feitas. Por outro lado, em razão da crise econômica, estamos trabalhando com um volume menor de recursos. Não é viável a implantação de projetos tão inovadores e complexos. É válido lembrar que, em 2015, todo esse empenho recebeu seu merecido reconhecimento: o Prêmio ANTP de Qualidade. Fizemos uma ação planejada para entrar novamente nessa disputa, por meio do Escritório de Projetos. O foco na melhoria de processos e padrões contribuiu para essa conquista, que também é resultado do apoio que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) deu à BHTRANS. A dedicação dos colaboradores nos novos projetos, principalmente na operação da Copa das Confederações, que transcorreu em um ambiente hostil de
manifestações, da Copa do Mundo e na implantação de várias etapas do MOVE também resultaram na conquista desse prêmio. O que esperar da BHTRANS para o futuro? Temos uma proposta oficialmente aprovada pelo Governo Federal do “PAC das Grandes Cidades”, mas que está, neste momento, contingenciado pelo ajuste fiscal. Ela envolve a construção de, aproximadamente, 100 km de vias exclusivas para ônibus, 80 km de ciclovias integradas às estações do MOVE ou do metrô e, ainda, o BRT da Avenida Amazonas, um desafio enorme, cujo projeto funcional será licitado pela Sudecap. Outra licitação em curso prevê a implantação de 1.200 abrigos de ônibus, com alto nível arquitetônico e funcional, em substituição às estruturas antigas na área cen-
tral, que poderão ser revitalizadas e reaproveitadas em outros locais. Há, também, o SIU Mobile BH, que acaba de ser lançado, um aplicativo para informação de pontos de parada e horários dos ônibus em tempo real, que oferece uma funcionalidade específica para pessoas com deficiência. O foco é dar continuidade a uma gestão planejada da mobilidade, com um projeto de longo prazo e uma ampla visão de futuro, que permita uma integração eficiente dos diferentes modos de transporte. Para isso, contamos com o esforço da sociedade e dos formadores de opinião em defesa do metrô na área central de Belo Horizonte e da sua operação integrada ao BRT, que é fundamental. Creio que esse será o tema mais evidente que teremos que batalhar nos próximos anos junto com o Governo Estadual e Federal.
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Ponto de vista
PEDESTRE ESPECIALISTA
MÉDICO
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É claro que os radares nos trazem mais segurança. Percebemos que as velocidades das vias e os avanços de sinais diminuíram.
A sociedade fica com a impressão de que mais aparelhos de fiscalização eletrônica representam maior registro de multas. Isso não é verdade.
Arthur Vianna
Osias Baptista Neto
salvam vidas
O equipamento tem que ser colocado para pegar quem não anda na velocidade que é estipulada. É só obedecer à regra que não será multado. Roberto Marini Ladeira
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Ponto de vista
Gilvan Marçal
Se ainda existem pessoas que duvidam da eficácia dos equipamentos de fiscalização eletrônica no trânsito, a boa notícia é que os indicadores confirmam os resultados positivos dessas ferramentas. Essa constatação não se limita aos órgãos oficiais e aos especialistas em tráfego. Profissionais da área de saúde e das organizações representativas da sociedade civil reforçam o coro e defendem as medidas de punição como uma importante estratégia no controle do cumprimento das regras e leis nas vias urbanas e para a redução da violência no trânsito. Confira, a seguir, três opiniões de diferentes atores envolvidos nessa questão: o especialista, o médico e o pedestre.
Arquivo pessoal
O PEDESTRE O presidente da Associação dos Pedestres de Belo Horizonte (APé), Arthur Vianna, destaca que a parte mais frágil do trânsito, os pedestres, são os verdadeiros donos da rua. Os radares estão devolvendo esse direito aos cidadãos. Quatro modelos estão em funcionamento em BH – controlador eletrônico de velocidade, avanço de semáforo, fiscalização de caminhões e invasão de faixa exclusiva de ônibus. Desde que começaram a ser implantadas, em 1998, essas tecnologias vem dando resultados positivos com a queda expressiva no número de acidentes (veja infográfico no final da matéria). Quanto mais atentos os motoristas estiverem às regras e às possibilidades de multas e punições, mais seguro será o trânsito, principalmente para os pedestres, os mais beneficiados pela medida. Assim, o grau de segurança no tráfego urbano está diretamente ligado ao nível de conscientização dos condutores sobre a responsabilidade de todos no cumprimento das regras e leis.
Arthur Vianna: radares trazem mais segurança aos pedestres
Parte mais frágil do trânsito, os pedestres são os que mais agradecem a iniciativa de colocar equipamentos de fiscalização eletrônica para punir os infratores. Os atropelamentos caíram quase pela metade, desde 1991 (confira infográfico). “É claro que os radares nos trazem mais segurança. Percebemos que as velocidades das vias e os avanços de sinais diminuíram”, comenta Arthur Vianna, presidente da APé, que insiste que 60 km/h ainda é uma velocidade alta para os grandes corredores. “A rua é do pedestre, fazemos uma concessão aos carros. O ideal é que a pessoa atravessasse de forma horizontal e que os carros passassem por cima ou por baixo. Como isso ainda não é viável, é interessante ter um instrumento de fiscalização que nos dê mais tranquilidade e puna quem foge à regra.”
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Arquivo BHTRANS
Ponto de vista
O ESPECIALISTA Taxativa. Assim podemos resumir a posição de Osias Baptista Neto, primeiro presidente da BHTRANS (1991/1993) e consultor na área de Trânsito, quanto à implantação de radares. “A sociedade tem impressão de que mais aparelhos de fiscalização eletrônica representam maior registro de multas. Isso não é verdade. Quanto mais a população se acostuma com o radar e sua localização, menos infrações são registradas e, consequentemente, teremos motoristas mais conscientes e trânsito mais seguro.” O tráfego urbano não é uma ciência exata, em que todos andam na velocidade correta, obedecem todas as regras de sinalização e, consequentemente, fazem dos deslocamentos nas vias um movimento harmonioso. Os seres humanos, diferentemente de máquinas ou partículas, têm livre arbítrio e não podem ser controlados. Uma das maneiras de controle, segundo Osias, é a punição. Osias já tinha essa visão no início da década de 90. Para ele, a fiscalização e punição, sejam eletrônicas, sejam por meio de agentes, são fundamentais para que os motoristas respeitem as regras, consequentemente, contribuindo para a segurança e fluidez do
Osias Baptista Neto acredita que a punição é fundamental para garantir o cumprimento das regras de trânsito
trânsito. “O objetivo da fiscalização é não deixar o sistema parar.” Fazer com que carros em menor velocidade e com mais segurança percorram os grandes corredores. Esse é o objetivo central dos controladores eletrônicos de velocidade. A cidade de São Paulo criou polêmica ao trazer à tona o assunto. Este ano, a velocidade das principais marginais da capital paulista foi reduzida e, segundo a prefeitura, a decisão trouxe benefícios – uma queda de 10% na lentidão dos engarrafamentos. O especialista explica o fenômeno: “Quando a velocidade permitida é alta, a distância entre os carros aumenta. Quando ela é menor, esse intervalo entre um veículo e outro também se reduz. Quanto mais rápido o motorista está, qualquer alteração da velocidade é muito mais sensível, e é aí que mora o início de um engarrafamento.” Mesmo com muitas campanhas educativas vigentes, para Osias, a conscientização tem que ser trabalhada na infância e na adolescência do indivíduo. Portanto, a punição ainda é o melhor instrumento para que as pessoas aprendam a valorizar e a privilegiar a segurança nas vias. O consultor lembra que todas as
pessoas que possuem Carteira Nacional de Habilitação passaram por aulas e avaliações sobre a legislação de trânsito, fazendo com que o indivíduo que dirige o veículo, consequentemente, seja o responsável por todas as ações realizadas. “O certo seria a pessoa obedecer à placa de limite de velocidade. Como isso não acontece, a punição por meio de multa se faz necessária. A sensação de impunidade não pode ser passada para a população, principalmente no trânsito.” Osias acredita que as autoridades precisam de uma ferramenta que possibilite mais do que a fiscalização do cumprimento de leis e regras de sinalização, mas que fomente, a partir da punição, uma nova cultura de responsabilidade e ética no trânsito. Para quem ainda discorda da implantação dos aparelhos, a redução de acidentes e, consequentemente, de vítimas, invalida qualquer argumento. De acordo com estudo do Detran -MG e da BHTRANS, os detectores de excesso de velocidade, por exemplo, preservam, em média, 180 vidas por ano, além de diminuir a severidade dos acidentes, reduzindo os traumas sofridos pelos motoristas.
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O médico que fez estudo sobre o trânsito da capital é a favor da implantação de aparelhos de fiscalização eletrônica
Arquivo pessoal
Ponto de vista
O MÉDICO O profissional de saúde alerta que, quanto maior a velocidade, mais graves são as consequências. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizado em 2014, assustou as autoridades de saúde. Apenas com acidentes de trânsito graves no país, perde-se cerca de R$ 40 bilhões anuais. Ou seja, a sociedade paga um preço muito mais alto com acidentes de trânsito do que com as multas aplicadas. Uma importante parcela dos acidentes ocorridos é ocasionada por excesso de velocidade. Quanto mais rápido o veículo, mais graves as consequências aos motoristas, passageiros e pedestres. “É física pura – a energia transmitida em uma colisão a 30 km/h causa uma consequência e uma de 90 km/h resulta em outro problema diferente”, explica Roberto Marini Ladeira, clínico geral que trabalhou na UTI do Hospital João XXIII, autor do estudo Saúde em Trânsito
– pesquisa de acompanhamento de vítimas de acidentes de trânsito em Belo Horizonte. O médico se diz totalmente a favor da implantação dos equipamentos de fiscalização eletrônica nas vias da cidade, uma vez que o excesso de velocidade é, indiretamente, um problema de saúde pública. Ele conta que, no início dos anos 90, esse conceito de segurança no trânsito não era relacionado com a capacidade de atendimento dos hospitais e com os custos gerados para o tratamento dos pacientes de trauma. Para ele, com a cultura da utilização do carro ainda arraigada no brasileiro e com a explosão da frota de motocicletas, a fiscalização eletrônica se faz ainda mais necessária. “Esse papo de indústria da multa é ‘conversinha’. O equipamento tem que ser colocado para pegar quem não anda na velocidade que é estipulada. É só obedecer à regra que não será multado.”
Número de equipamentos de fiscalização eletrônica em BH
Controlador eletrônico de velocidade **
Avanço de semáforo
94
138
Total: * Em 30/12/15
Fiscalização de caminhões
4
Invasão de faixa exclusiva de ônibus
44
280
**São 91 fixos e 3 estáticos embarcados em viatura
Resultados Controladores Eletrônicos em BH Queda no número de mortes
1998
Média de 4,92 mortes a cada 10 mil veículos
2013
Média de 1,08 mortes a cada 10 mil veículos
Atropelamentos
1991 4.585
2013 2.269
*Fonte: DETRAN-MG E DETRAN-MG/BHTRANS, a partir de 2004
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Holofote
MOVE: Ousadia para revolucionar
após MAIS DE um ano de operação, sistema surpreende pelos resultados. O desafio de 2016 será a ampliação do sistema
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Holofote
Há 18 anos, com a inauguração da primeira estação BHBUS, Belo Horizonte dava o primeiro passo rumo a um transporte público eficiente e de qualidade, com a implantação do sistema tronco-alimentado, por meio do qual os usuários utilizam a mesma plataforma para embarcar em mais de uma linha e, ainda, economizam pagando uma única tarifa. Em 2014, o sistema receberia novos investimentos e iniciaria mais uma fase revolucionária. Foi na manhã do sábado do dia 8 de março que a população da capital mineira ingressou em uma nova era do transporte público. O sistema BRT MOVE iniciava suas operações com a inauguração da primeira etapa, no corredor da Avenida Cristiano Machado. A escolha do fim de semana não foi aleatória e sim estratégica. O intuito era verificar o funcionamento das estações, o
tempo de viagem dos ônibus e as dúvidas dos usuários, para que, em dias de maior demanda, as adaptações pudessem ser realizadas com assertividade. “Os testes nos possibilitaram sentir as dificuldades para, no domingo, fazermos os ajustes e começarmos ainda melhor” no primeiro dia útil de operação do sistema, declarou, à época, Ramon Victor Cesar, presidente da BHTRANS. Após um ano e meio de atuação e um minucioso trabalho de monitoramento técnico, constantes melhorias no sistema e superação de desafios, a população de BH usufrui, hoje, dos resultados positivos de um serviço de transporte público inovador, cujo funcionamento se revela eficiente e contínuo. Esse resultado é comprovado pelo Instituto de Políticas de Transporte e De-
senvolvimento (ITDP), que verifica as operações de todos os BRTs do Brasil. Na avaliação de desempenho do MOVE de BH, o ITDP relata melhorias concretas em quatro aspectos do sistema de transporte da cidade: as vias foram segregadas e se tornaram exclusivas; a frota é padronizada, composta por ônibus articulados, de câmbio automático e climatizados; os pontos de embarque e desembarque convencionais foram requalificados em estações com pré-pagamento e embarque em nível, incluindo informações estáticas e em tempo real; os sistemas de bilhetagem, de localização veicular por GPS e o Centro de Controle Operacional implantados permitem monitoramento em tempo real. (Clique aqui para ver mais sobre o Certificado
A operação do corredor com plataformas elevadas e portas à esquerda, nas Estações de Integração e de Transferência, se mostrou um desafio a ser vencido e um grande salto tecnológico alcançado. Daniel Marx Couto, diretor de Transporte Público (DTP) da BHTRANS
Sistema segue operando com excelência e transporta 500 mil passageiros/dia
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Holofote
Valorizando o transporte público É comum vermos nas ruas pessoas dizendo que não andam de ônibus, andam de MOVE. Essa é a prova de que a população aprovou o sistema e valoriza as melhorias implantadas não só nos veículos, mas também nas estações e na redução do tempo gasto nas viagens. “A população sente isso. Eles percebem que estão usufruindo de um transporte de qualidade”, comenta Deusuíte. De fato, as mudanças são relevantes – os ônibus dispõem de mais espaço, comodidade e ar-condicionado, e o tráfego conta com corredores exclusivos. As estações também têm agradado aos usuários. Portas automáticas, ambiente climatizado, bilheterias, câmeras de monitoramento e a iniciativa mais recente: 192 vigilantes no interior das estruturas para contribuir com a segurança da população e evitar a depredação do patrimônio público. Como vai à UFMG diariamente por meio do MOVE, a estudante Clara Vieira Magalhães vê com bons olhos a vigilância nas estações. “Às vezes ficamos na faculdade até mais tarde, e a presença do pessoal aumenta nossa sensação de segurança e, certamente, inibe a ação de quem está mal-intencionado.” Estações cobertas oferecem mais conforto e segurança para os usuários
Ouro conquistado pela BHTRANS e fornecido pelo Instituto). Fábio Nazareth, coordenador de Comunicação do ITDP, comenta que a diversidade de serviços (expressos, paradores, etc) e de linhas da rede do MOVE oferecidas aos usuários possibilitam alcançar diferentes oportunidades em BH. “Este fator combinado aos intervalos curtos entre serviços, à organização dos terminais e estações e ao sistema de controle operado pela BHTRANS fazem desse sistema um benchmark brasileiro no que se refere ao planejamento do transporte público e do formato BRT.” Daniel Marx Couto, diretor de Transporte Público (DTP), observa que a implantação do MOVE foi um dos mais desafiadores projetos da empresa, pois se tratava de uma novidade no transporte coletivo da cidade, com equipamentos mais modernos e uma nova visão da operação. “A BHTRANS já possuía experiência em sistemas tronco-alimentados, implantados desde o BHBUS, na década de 1990. Mas, a operação do corredor com plataformas elevadas e portas à esquerda, nas Estações de Integração e de Transferência, se mostrou um desafio a ser vencido e um grande salto tecnológico alcançado.” O conceito de BRT, entretanto, não era propriamente uma novidade para a BHTRANS, que planejava as ações desde 2009, com o intuito de revolucionar o
transporte público da capital. Afinal, uma intervenção urbana dessa complexidade, em uma cidade do porte de Belo Horizonte, exigiu muito estudo para que as obras tivessem o menor impacto possível na vida dos cidadãos e no trânsito da capital. Esse, a propósito, é o principal ponto destacado por Deusuíte Matos Pereira de Assis, diretora de Ação Regional e Operação (DRO). Em meio ao planejamento e execução do projeto, a equipe ainda teve que realizar as ações previstas para a Copa do Mundo. “Enquanto eram feitas as obras de um dos projetos mais ousados da história da BHTRANS, a cidade não parou. Fizemos tudo simultaneamente e, ao analisar os registros do ano passado, chego à conclusão de que o trabalho foi um sucesso.” A expertise adquirida pela BHTRANS certamente será de grande valia para a ampliação do sistema, que será implantado também na Avenida Amazonas, que tem uma demanda diária de 440 mil passageiros. Os corredores exclusivos terão cerca de 40 km de extensão e vão abranger também, além da Amazonas, as Avenidas Tereza Cristina e Waldir Soeiro Emrich (Via do Minério). O custo estimado dos dez corredores exclusivos no local será de aproximadamente R$ 150 milhões. A previsão é que a Sudecap e BHTRANS realizem a licitação e algumas intervenções no ano que vem.
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Holofote
Mudanças de circulação no centro também foram realizadas e melhoraram o serviço
Categorias avaliadas pelo itdp no Padrão de Qualidade BRT Características mínimas para qualificar um sistema de transporte como BRT (BRT Básico); Infraestrutura para tornar o serviço rápido e confiável; Planejamento dos serviços; Interface entre a estação e os veículos; Comunicação de informações aos usuários; Acessibilidade universal e integração com outros modos de transporte.
Futuro Além das melhorias contínuas das quais o sistema necessita para operar de forma plena, há no planejamento da BHTRANS novas adequações para ampliação do MOVE. A experiência adquirida nos corredores Antônio Carlos e Cristiano Machado neste primeiro ano serviu de embasamento para os demais projetos que estão sendo desenvolvidos, como a implantação do corredor exclusivo na Avenida Amazonas e a ampliação da Estação São José. Ainda estão previstas adaptações nas estações São Gabriel e Pampulha, onde está o prédio operacional da Regional Noroeste/Pampulha, o que permite maior proximidade da equipe da BHTRANS para atender às demandas da população.
melhorias com o move Redução Redução no no tempo médio da viagem em cerca de 45%
Ônibus mais confortáveis confortáveis
Melhoria Melhoria no no trânsito trânsito no no hipercentro da capital
Pontualidade Pontualidade de chegada e partida de veículos
Integração Integração nas nas Economia Economia estações de financeira para transferência o usuário
Números expressivos 22 km
de corredores exclusivos MOVE
24 linhas MOVE
500 mil
usuários/dia
4 estações de integração
37 estações de transferência
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Mobilidade
BH com o pé no pedal Com 70,4 km de ciclovias concluídas, população começa a ADERIR E entender a importância desse meio de transporte
Belas paisagens e deslocamento seguro na Pampulha
O privilégio de ir para o trabalho a pé é para poucos. Evitar o trânsito e não se preocupar com vaga para estacionar são alguns dos benefícios de quem é vizinho do trabalho, caso do dentista Carlos Edward, que caminha cerca de quatro quarteirões para chegar ao seu destino. Como anda a pé durante toda a semana, imagina-se que ele utiliza o carro nos fins de semana, mas não é isso que acontece. Em vez do veículo, preterido novamente, Carlos usa a bicicleta para fazer seus deslocamentos. A “magrela” começou a fazer parte da sua rotina há quatro anos. Ele enumera as vantagens de se locomover em duas rodas. “Maior rapidez, poder mudar a rota com liberdade e facilidade, menos estresse, melhorias à saúde e ainda ajuda o meio ambiente por ser um transporte limpo. O importante é se deslocar com qualidade e prazer.” Carlos não está sozinho. Parece que o belorizontino, de fato, já percebeu as vantagens de optar pela bicicleta ao carro. Basta observar as regiões onde estão as ciclovias para constatar que elas estão sendo usadas sistematicamente em diferentes horários. Além de a sociedade ter começado a entender os inúmeros benefícios da bike,
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Mobilidade
Grupo do Pedala BH utiliza a ciclovia da região da Savassi
sua popularização se deve ao fato da implantação dessas vias específicas em importantes regiões da cidade. O processo de concepção das ciclovias, realizado pela BHTRANS, começou em 2005. No ano seguinte, já haviam as rotas propostas, com 411 km de trechos com potencial para receber bicicletas. “Esse primeiro planejamento deu origem ao que começamos a implantar na cidade, de forma mais ostensiva”, comenta Eveline Trevisan, superintendente de Desenvolvimento de Projetos e Educação e coordenadora do Programa Pedala BH. Já no final de 2011 e início de 2012, a BHTRANS começou a implementar as primeiras ciclovias da cidade nas regiões Norte (a primeira foi na Avenida Risoleta Neves), Nordeste (Avenida Américo Vespúcio), Leste (Avenida dos Andradas) e Centro-Sul (Savassi), momento em que a visibilidade dos trechos foi potencializada. A população, de início, não apoiou a iniciativa. “Recebemos várias críticas dizendo que estávamos retirando o espaço do automóvel, excluindo as vagas de estacionamento, comerciantes que se diziam prejudicados, etc. São reclamações que são comuns nas cidades que iniciam um projeto cicloviário”, comenta Eveline.
Outra crítica recorrente era que o projeto de ciclovias em BH nunca iria ser bem-sucedido por sua topografia acidentada. “Cem por cento das pessoas que dizem isso não andam de bicicleta, tampouco utilizam as ciclofaixas. Além disso, quando você sobe um morro diariamente, sua condição física vai melhorando de forma gradativa e aquele desafio tornase cada vez mais fácil”, rebate o dentista e ciclista Carlos. Diálogo Seria impossível projetar ciclovias na cidade sem consultar o principal público interessado no assunto – o ciclista urbano. Por isso, a BHTRANS criou, em 2012, o Grupo de Trabalho Pedala BH, que prevê reuniões mensais entre as equipes da BHTRANS/ PBH envolvidas no processo de planejamento e implantação dos trechos e um grupo de ciclistas que realmente utilizam a bike em sua rotina diária. Eveline explica que muitas demandas dos usuários foram atendidas, principalmente no que se refere à segurança. Alguns projetos de ciclovias, como a da Rua Fernandes Tourinho, foram alterados graças às sugestões desse público. A faixa estava à esquerda da via e o carro acaba-
va tendo que atravessar a ciclovia para estacionar, ação prejudicial tanto para o ciclista quanto para o motorista. Com o recapeamento da via, foram feitas todas as alterações necessárias para garantir a segurança e conforto de todos os usuários. Bicicletas compartilhadas O sistema de bicicletas compartilhadas, realizado em parceria com a SERTTEL e patrocinado pelo Banco Itaú, chegou à cidade em 2014 com o objetivo de fomentar o uso da “magrela”. Com preço acessível e bicicletas de qualidade, as estruturas para retirada das bicicletas estão disponibilizadas estrategicamente na área central e na Pampulha. São 40 estações com 400 bikes à disposição do usuário. Além da eficiência do sistema, as bicicletas deram visibilidade ao projeto, uma vez que elas rodam durante todo o dia na cidade. Um dos usuários assíduos é Leonardo Castro, secretário Municipal Adjunto de Planejamento Urbano. Todos os dias ele sai do Bairro Santo Antônio e vai até a Praça Afonso Arinos. Caminha por dez minutos até a estação das ruas Sergipe com Antônio de Albuquerque, e segue o trajeto se equilibrando em duas rodas. “É uma opção econômica. Com uma mensalidade de R$ 9,00, tenho a possibilidade
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Mobilidade
Carlos Edward é um entusiasta do uso da bicicleta
Linha do tempo
de usar a bicicleta várias vezes durante o dia. Além disso, não preciso me preocupar com a manutenção. Como minha jornada de trabalho varia muito, não me preocupo sobre como vou voltar para casa. Posso escolher, conforme o local do meu último compromisso do dia, a melhor maneira: a pé, táxi, carona ou carro.” Contudo, a principal vantagem, segundo o secretário, é o prazer que se deslocar em cima de uma bicicleta proporciona. “Além de saudável, permite um maior contato com a cidade, afinal, a Praça da Liberdade está em meu caminho e é sempre bom desfrutar daquela paisagem sem estar dentro do carro.”
Concepção e planejamento das ciclovias
Criação do Pedala BH
Criação do Grupo de Trabalho Pedala BH, que envolve os ciclistas na discussão sobre os projetos a serem implantados
2005
2011
2012
Mas, infelizmente, a vida do ciclista belorizontino não é um “mar de rosas”. Ainda desacostumado a ter que dividir o disputado espaço nas vias com um novo meio de transporte, os motoristas demonstram certa impaciência, embora o respeito com o ciclista já tenha melhorado. Neste ano, a BHTRANS realizou campanha educativa com foco em mostrar ao condutor do veículo que existem ciclistas na cidade e que a tendência é que esse público aumente cada vez mais. “Fizemos um material que mostra ao motorista como ele deve se comportar quando se depara com um ciclista à frente. Já temos relatos de que os ciclistas estão sen-
Início de implantação das bicicletas compartilhadas
MOVE recebe veículos com espaço reservado para passageiro com bicicleta (somente aos domingos e feriados)
2014
2014
do mais respeitados”, diz Eveline. O objetivo da BHTRANS é ampliar, ainda mais, as ações educativas para que a campanha tome as ruas e o imaginário da população. Com isso, o motorista vai perceber que ele é um dos mais beneficiados com a ampliação das ciclovias e o número de ciclistas em BH. O ciclista abriu mão do carro e de disputar o espaço nas ruas com os veículos motorizados. Os municípios mais desenvolvidos e com projetos cicloviários consolidados dão o recado – a cidade do futuro já tirou o pé do acelerador e o colocou no pedal. Bom para motoristas, ciclistas, pedestres e quem agradece ainda mais é o meio ambiente.
70,4 km de ciclovias concluídas
Verba já aprovada (R$ 22 milhões) do PAC de Mobilidade, que prevê a construção de mais 150 km de ciclovias alimentadoras da rede de transporte público
Previsão de 411 km de ciclovias em BH
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Referência nacional
BHTRANS leva, pela quinta vez, o Prêmio ANTP, resultado que confirma o bom trabalho nos projetos executados em 2014
A BHTRANS é o melhor órgão gestor de trânsito do Brasil. Quem confirma é a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), entidade credenciada para avaliar o desempenho de todos os projetos executados por empresas desse segmento ao redor do país. A estratégia visionária da BHTRANS de implantar e operar com excelência o MOVE (clique aqui para saber mais), possui uma polí-
tica clara e ousada para ciclovias e, acima de tudo, garantir a segurança do pedestre, conferiu à empresa mineira o Troféu Ouro de Qualidade, na categoria Órgãos Gestores de Transporte e Trânsito. O reconhecimento tem um gostinho ainda mais especial, uma vez que, na fase incipiente, todos esses projetos foram implantados e testados, de forma bem-sucedida, durante as Copas das Confederações e do
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Mundo, eventos de porte e expressividade internacionais. Isso fez com que as ações de mobilidade urbana implantadas, principalmente o MOVE, fossem destaques no cenário nacional, no que se refere à conceituação e à execução dos mesmos. Resultados que, antes de qualquer avaliação, já eram confirmados pela satisfação da população, que reconhece, espontaneamente, a eficiência do sistema e a melhoria do trânsito na área central. Mais que a vitória diagnosticada por uma banca avaliadora especializada no assunto, os frutos do sucesso de cada projeto se confirmam em números. A implantação do MOVE, por exemplo, já reduziu em 16% os quilômetros percorridos diariamente e também a frota em 10%, ou seja, otimizou os veículos e deu mais conforto e agilidade ao usuário. Bons resultados para uma primeira fase de implantação, que ainda terá pela frente o corredor exclusivo BRT na Avenida Amazonas. Apesar da constatação de que tais iniciativas representam grandes conquistas e uma superação constante, atestadas por usuários e pela avaliação técnica da ANTP, o presidente da BHTRANS, Ramon Victor Cesar, tem consciência de que a honraria máxima no Prêmio não exclui
a necessidade de aperfeiçoar a gestão e execução desses empreendimentos. “Ao contrário, essa constatação de liderança da empresa aumenta a responsabilidade em continuar operando com excelência, com uma equipe ciente de que a sociedade exigirá um desempenho cada dia melhor”, enfatiza. A empresa que deseja se manter no topo, como é o caso da BHTRANS, deve observar atentamente os benefícios técnicos que a premiação traz ao avaliado. É a oportunidade de obter um olhar externo e extremamente criterioso a respeito dos procedimentos adotados e dos resultados práticos alcançados pela empresa. O intuito é estimular as entidades que atuam no gerenciamento do transporte público a buscarem, cada vez mais, o aprimoramento da qualidade da própria gestão e da excelência dos serviços prestados. “O Prêmio ANTP de Qualidade é um programa de capacitação e melhoria das organizações do setor. A razão essencial da sua existência é fomentar uma evolução permanente”, enfatiza Alexandre Rocha Resende, coordenador Nacional do evento. “Quando a análise do documento entregue para julgamento é feita por pessoas de fora, que têm uma visão diferenciada, o resultado alcançado
Estevão Buzato/ ANTP
Evento realizado em São Paulo reconheceu a empresa pelo bom desempenho ao longo do ano
...continuar operando com excelência, com uma equipe ciente de que a sociedade exigirá um desempenho cada dia melhor... Ramon Victor Cesar, presidente da BHTRANS 17
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ganha peso. Depois de avaliado, recebemos o relatório da ANTP com indicações de oportunidades de melhorias, também conhecido como documento de retroalimentação. Se os pontos trazidos à tona estiverem de acordo com nosso planejamento estratégico, automaticamente incluímos a ação nos nossos projetos”, informa Natalina Alice Couto, analista do Escritório de Projetos. E assim foi feito. A oportunidade trouxe mais confiança à BHTRANS para potencializar sua capacidade de inovar e ousar em seus projetos. Na disputa promovida em 2013, por exemplo, itens como “inovação”, “treinamento” e “liderança” chamaram a atenção dos examinadores, e a empresa criou planejamentos específicos para refinar as iniciativas, com a participação da diretoria e dos colaboradores. “Somos referência no setor. É assim que somos reconhecidos no mercado de transporte brasileiro. Do ponto de vista da gestão, é interessante saber que podemos estar sempre nos sofisticando e, consequentemente, oferecendo melhor qualidade de vida ao cidadão belorizontino”, enfatiza Célio Freitas Bouzada, diretor de Planejamento.
Mais reconhecimento Outro prêmio importante conquistado pela equipe da BHTRANS foi o certificado Ouro do Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP), que qualificou, em 2014, 45 corredores de BRT em 15 países. Ao todo, foram 98 projetos examinados em 62 cidades. O corredor da Cristiano Machado foi uma das 15 estruturas contempladas com o padrão Ouro – somente duas outras empresas brasileiras foram reconhecidas com o prêmio máximo: Transoeste e Transcarioca, ambas do Rio de Janeiro. A honraria máxima é dada àquelas empresas que operam segundo as melhores práticas internacionais, cujos corredores alcançam o mais alto nível de desempenho e eficiência operacional, ao mesmo tempo em que oferecem um serviço de alta qualidade ao usuário. O projeto arquitetônico das estações do MOVE também obteve visibilidade internacional ao faturar o Prêmio Architizer, considerado o “Oscar da Arquitetura”. O projeto do arquiteto mineiro Gustavo Penna ficou entre os cinco melhores entre mais de três mil inscritos e foi agraciado pelo voto popular na categoria Transportes: Es-
tações de Ônibus e Trem. “O conceito idealizado no projeto foi valorizar a modernidade e a funcionalidade em equilíbrio com a paisagem urbana. A forma das estações procura se fundir à dinâmica desse cenário. A ideia é ‘de um ônibus a mais’ com o propósito de contribuir para a não multiplicação de estímulos visuais da cena urbana”, explica o arquiteto. Além disso, as estações modulares foram pensadas com o objetivo de proporcionar rapidez e qualidade no produto final e agilidade na implantação, por serem concebidas em estruturas metálicas que chegaram às obras montadas. Já o design das sinalizações conquistou o Prêmio de Design Bornancini. A construção da marca partiu de pesquisas em que o símbolo remete à ideia de conexão, o que acontece com o sistema na prática. “A identidade do logotipo é uma característica dos sistemas de transporte BRT em relação aos serviços convencionais, sendo parte do fluxo de informação que auxilia os usuários a navegar com facilidade”, explica José Antônio Verdi, diretor da Verdi Design, empresa desenvolvedora de todo o projeto.
Recentes premiações da BHTRANS ANTP (2015) Ouro na categoria Órgãos Gestores de Transporte e Trânsito
Prêmio Architizer (2015) 1º lugar com o Projeto Estação MOVE BH
ITDP (2014) Certificado Ouro com o Corredor Cristiano Machado
Sustainable Transport Award (STA) (2015) Transporte Sustentável Prêmio de Design Bornancini (2014) 1º lugar na categoria Design Gráfico para o projeto de Sinalização e Informação do MOVE
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Como funciona o processo 1
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BHTRANS elabora relatório da gestão que indica os vários projetos realizados no biênio
Documento é analisado individualmente por cada examinador
Comissão se reúne para debater em grupo o relatório
Examinadores realizam visitas técnicas para verificar in loco os resultados dos projetos
ANTP chega a um resultado final e anuncia os vencedores
Relatório retorna à empresa com melhorias propostas pela ANTP
Empresa elabora um Plano de Ação para aprimorar pontos
Critérios de avaliação do Prêmio ANTP de Qualidade Lideranças
Estratégias e Planos
Clientes
Sociedade
Informações e Conhecimento
Pessoas
Processos
Resultados
Treinamento e papel dos líderes na empresa
Se os projetos estão de acordo com as necessidades do público
Relação da empresa com o cliente/ público, canais de comunicação que são disponibilizados, clareza na informação, etc.
Projetos educativos e impactos ambientais
Inovações em Tecnologia da Informação
Como a empresa se relaciona com seu colaborador
Inovação e excelência nos procedimentos adotados
Impacto final na vida das pessoas e no trânsito da cidade
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artigo
Mobilidade em BH
Sinalização de BRTs
A biometria como ferramenta de gestão de táxi
Ousadia e boa gestão dos recursos públicos da PBH são os objetos do artigo de Luís Antonio Lindau, diretor da WRI Brasil Cidades Sustentáveis, empresa especializada em transporte público sustentável. Ele aborda a boa atuação e os desafios da operação do MOVE, que transformou a realidade do usuário do transporte público da cidade.
Publicado no 20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito da ANTP, o artigo "Sistemas de informação ao usuário do transporte público coletivo urbano: estudo de caso do BRT de Belo Horizonte", artigo produzido por José Antônio Verdi, diretor da Verdi Design, busca destrinchar a conceituação da sinalização do MOVE e como se procurou que as informações do coletivo chegassem com menor índice de ruído possível ao passageiro.
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A liderança e as ações desenvolvidas por Belo Horizonte servem de exemplo a outras grandes capitais e municípios do país.
Os valores apresentados na tabela acima mostram que 90% dos itens informados aos usuários são estáticos, isto é, independem de sistemas inteligentes, pois não se alteram no curto prazo.
As informações armazenadas no taxímetro são transmitidas para os bancos de dados da BHTRANS no momento em que o veículo se aproxima de uma antena receptora.
O artigo de Reinaldo Drumond, gerente de Controle de Permissões da GECOP, com a contribuição de Carlos Franklin de Almeida Rabelo, supervisor de Táxis, Escolar e Motofrete, explica em detalhes como funciona o sistema de identificação biométrica na frota de táxi e os benefícios dessa tecnologia para o planejamento da BHTRANS em ações futuras.
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DICA
BHTRANS recomenda Projetos interessantes que ajudam a vida do cidadão e fomentam um trânsito de qualidade para as grandes cidades
Site
Bike Anjo
www.bikeanjo.org
Aplicativo
Livro
SIU Mobile BH
Fé em Deus e Pé na Tábua
HOLOFOTE
Ou Como e Por que o Trânsito Enlouquece no Brasil
Que a bicicleta é o transporte do futuro das cidades, isso não é nenhuma novidade. Mas, e quem ainda tem dificuldade de subir na bicicleta ou tem medo de pedalar vai ficar de fora dessa tendência? Se depender do pessoal da Bike Anjo, todos vão ter oportunidade de se aperfeiçoar para andar em duas rodas. A organização conecta ciclistas urbanos mais experientes com pessoas que ainda não se sentem seguras e hábeis suficientemente para se locomover na magrela. Dicas de segurança, sugestões de rotas e informações de eventos especializados são alguns dos serviços. Já sabe pedalar? Não tem problema. Você pode virar um Bike Anjo e ajudar quem tem interesse em aprender!
No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, lembrado em 3 de dezembro, a BHTRANS lançou o SIU Mobile BH, um aplicativo para smartphones e tablets que mostra todo o itinerário do transporte coletivo da cidade, com rotas, linhas, tempo de viagem e horários dos ônibus. O diferencial do App é que ele tem uma funcionalidade especial para deficientes visuais. O aplicativo já está disponível para download nas versões para IPhone e Android. 3
O estudo de Roberto DaMatta é uma análise sobre o comportamento do brasileiro ao volante. A ideia é oriunda de duas pesquisas, encomendadas pelo Governo do Espírito Santo, com o objetivo de melhorar o trânsito em Vitória e no restante do Estado. Para sair do senso comum de que a solução são campanhas educativas, o autor faz uma análise antropológica do sistema de trânsito, de como atuam e pensam seus componentes (pedestres, motoristas, caminhoneiros, motoqueiros, ciclistas).
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