Guia da OTAN

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De toda forma, não é provável que uma pessoa que tenha vivido este século extraordinário se abstenha de julgar. O difícil é compreender. Eric Hobsbawm Alea Jacta Est (A Sorte está Lançada) Julio César

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1. Carta de Apresentação Sejam Bem-vindos ao Conselho da Organização do Atlântico Norte mais Rússia do Fórum FAAP 2013! Os senhores foram convocados para uma das experiências mais marcantes de suas vidas. Este guia foi escrito cuidadosamente levando em consideração o entendimento dos delegados para o nosso jogo de guerra. Tanto no comitê quanto a organização do Fórum FAAP, prezamos para o total aproveitamento dos participantes desta experiência. Para que esta seja o mais agradável possível e igualmente proveitosa é necessário o empenho e dedicação dos senhores tanto na leitura do guia e nos estudos prévios, quanto durante os dias de operação. Desejamos ótimos estudos e um excelente jogo de guerra.

Até maio de 2013,

Isabella Jardanovsky Strozberg Karina Stange Calandrin Peter Sturken Fernandes

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2. Histórico do Comitê A Organização do Tratado do Atlântico Norte é uma aliança militar – constituída de 28 países – criada para manter a segurança mútua de seus membros. Ela se formou em abril de 1949, a partir do Tratado de Washington (GUIMARÃES, MEIRELES & NELSON, 2005, p.58), e pode ser vista como o braço militar do Plano Marshall de reconstrução da Europa no pós Segunda Grande Guerra (Kennedy apud Pereira & Alencar, 2004, p.85). Ou seja, enquanto o Plano Marshall permeava o âmbito econômico, o Tratado de Washington asseguraria ao resto da Europa Ocidental que a União Soviética não ocupasse o lugar de possível “supremacia” do continente almejado pela Alemanha Nazista. Todavia, assinado o Plano Marshall (em junho de 1947), Stalin impôs1 regimes de partido único em seis países da Europa Oriental aumentando sua área de controle, incluindo Tchecoslováquia, Polônia e Alemanha Oriental (Pereira & Alencar, 2004, p.84). Isto despertou nos Estados Unidos e na Europa Ocidental um sentimento de desconfiança e o reconhecimento da necessidade de algo ser feito no âmbito militar. Assim sendo, delegações de doze países se reuniram em Washington para criar um sistema de segurança baseado na aliança entre os pares (GUIMARÃES, MEIRELES & NELSON, 2005, p.58). A assinatura do Tratado “fez nascer uma aliança de países independentes com um interesse comum: manter a paz e defender sua liberdade por meio da solidariedade política e defesa militar adequada, e, se necessário, repelir todas as formas de agressão.”(Idem, Ibidem)

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Wrap up session by NATO Secretary General, Jaap de Hoop Scheffer. Disponível em < http://www.nato.int/docu/speech/2005/s050414q.htm >. Tradução nossa, Acesso em 30/08/2012.

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A OTAN tem uma estrutura civil e uma militar2. O órgão de maior autoridade é o Conselho do Atlântico Norte (NAC), que se reúne ao menos uma vez por semana3. O Conselho tem “autoridade política e poder de decisão efetivos”4, e sua autoridade deriva diretamente do Tratado do Atlântico Norte. O NAC tem a responsabilidade de criar organizações subsidiárias para auxiliar seus trabalhos ou assumir responsabilidades em questões específicas como planejamento de defesa, estratégia nuclear ou questões militares5. Um desses órgãos é o Comitê Militar. O Comitê Militar (MC) é a mais alta autoridade militar da Organização 6 , e trabalha sob os auspícios políticos do Conselho do Atlântico Norte. Oficiais militares de alta patente7, agindo em nome de seus Chefes de Defesa, servem como Representantes Militares para a OTAN e são os membros deste Comitê. Seu papel é aconselhar outros órgãos da OTAN em questões militares. Em poucas palavras, o papel do MC é dizer às autoridades políticas da OTAN quais as medidas militares consideradas necessárias para a defesa comum da aliança. A Islândia, por exemplo, que não tem forças armadas, é representada por um oficial civil 8 . A França, por ter se retirado da estrutura militar integrada da aliança em 1966, envia ao MC um observador sem poder de voto. Contudo, a França tem representação plena no NAC, que tem autoridade para aprovar todos os documentos importantes do MC.

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Para organogramas da OTAN, com todas as suas agências e divisões. Disponível em < http://www.nato.int/structur/structure.htm > e < http://www.nato.int/issues/restructuring/chart.htm > Acesso em 30/08/2012. 3 The North Atlantic Council. Disponível em < http://www.nato.int/docu/handbook/2001/hb070101.htm > Acesso em 30/08/2012. 4 Idem 5 Idem 6 The Military Committee. Disponível em < http://www.nato.int/docu/handbook/2001/hb1101.htm > Acesso em 30/08/2012. 7 Para uma lista dos Representantes Militares Disponível em < http://www.nato.int/cv/milrep/cv-mlrp.htm > Acesso em 30/08/2012. 8 Idem

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Como em qualquer órgão da Aliança, as decisões no MC são tomadas por consenso, o que na prática significa que “não existe votação na OTAN”9 - “um voto formal no qual os governos expressem sua posição não é feito”(GALLIS, 2003, p.3. Tradução nossa). Isto é, a cada membro (com exceção da França) é concedido poder de veto; contudo, a menos que uma delegação expresse seu voto contra, uma decisão apresentada será tomada. Algumas vezes, um governo oposto a uma decisão irá abster de pronunciar-se por não desejar isolamento político, isto é, “vetar sozinho”. Isto aconteceu com a Bélgica na decisão de providenciar sistemas defensivos para a Turquia pouco antes da intervenção no Iraque em 2003(Idem, Ibidem, p.2); e com a Grécia quando da decisão de agir em Kosovo (Idem, Ibidem, p.3). Os Representantes Militares agem em capacidade nacional, representando os interesses de seus países - embora se mantendo abertos para negociações de modo que os objetivos da aliança como um todo sejam alcançados. O Comitê provê orientação aos dois Comandantes Estratégicos (SCs) da OTAN – Supremo Comandante Aliado Europa (SACEUR) e Supremo Comandante Aliado Transformações (SACT) - cujos representantes frequentam as reuniões. De fato, o MC desenvolve uma avaliação anual das forças e capacidades dos países e de áreas que posem risco para os interesses da aliança. Em tempos de crise, tensão ou guerra, o MC ganha responsabilidades adicionais – aconselhar ao NAC e ao DPC (Comitê de Planejamento de Defesa) sobre a situação militar, e fazer recomendações sobre i) o uso de forças militares, ii) a implementação de planos de contingência e iii) as regras de engajamento apropriadas. Regras de engajamento são os constrangimentos sobre o uso da força visando, por exemplo, à redução de danos colaterais durante uma determinada operação. Elas dizem quando e 9

Consensus decision-making at NATO Disponível em < http://www.nato.int/issues/consensus/index.html > Tradução nossa, Acesso em 30/08/2013.

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como uma força está autorizada a abrir fogo. Estas regras são uma das mais claras expressões de constrangimentos políticos no emprego de forças armadas. O MC se reúne pelo menos uma vez por semana (toda quinta-feira, logo após as reuniões semanais do NAC, que acontecem nas quartas) 10 . O Presidente do Comitê Militar é escolhido pelos Chefes de Defesa e age exclusivamente em capacidade internacional (isto é, não representa os interesses de nenhum país em específico 11). Seu mandato dura três anos. Antes de tudo a OTAN também é um aliança política, promovendo valores como democracia e unindo os países quando o assunto é segurança.12 Atuaram sobre o contato humano entre a Europa e a África o constante estado de guerra (que, entretanto, não excluiu nunca a miscigenação [...] entre as duas raças, muito menos o intercurso entre as duas culturas) [...]; a atividade guerreira, que se compensava do intenso esforço militar relaxando-se, após a vitória, sobre o trabalho agrícola e industrial dos cativos de guerra, sobre a escravidão ou a semi-escravidão dos vencidos. Hegemonias e subserviências essas que não se perpetuavam; revezavam-se. (FREYRE apud. FRANÇA, CALANDRIN, NERY; 2012)

2.1. OPERAÇÕES PRECEDENTES Para melhor entendimento da operação da OTAN no Afeganistão é necessário estudar as outras operações anteriormente desenvolvidas pela Organização. 2.1.1. Operação Deep Water

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The Military Committee: NATO's senior military authority. Disponível em < http://www.nato.int/issues/military_committee/index.html > Acesso em 31/08/2012. 11 The Chairman of the Military Committee. Disponível http://www.nato.int/docu/handbook/2001/hb110101.htm > Acesso em 31/08/2012. 12 What is NATO disponível em < http://www.nato.int/cps/en/SID-6FB74E735725EA9C/natolive/what_is_nato.htm> Acesso em 16/10/2012.

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Durante a Guerra Fria três operações tiveram destaque, a saber: Operação Counter Punch, Operação Strike Back e Operação Deep Water. Para este guia de estudos cabe destacar a maior delas. A Operação Deep Water se deu em 1957 e foi um exercício naval realizado no Mar Mediterrâneo a fim de proteger os Dardanelos (estreito noroeste da Turquia ligando o mar Egeu ao mar de Mármara) de uma invasão Soviética. Este exercício contou também com um ataque nuclear aéreo em Gallipoli (península no noroeste da Turquia, na antiga Trácia), refletindo o “Guarda-Chuva Nuclear” da OTAN política utilizada para equiparar poder com as operações terrestres da URSS. 13 O exercício foi conduzido pela Allied Forces Southern Europe (AFSOUTH) e comandos subordinado (Naval Striking e Support Forces Southern Europe). Um total de noventa e seis navios participaram da operação. 14 O auge da operação foi o desembarque de oito mil fuzileiros navais no Golfo de Saros, próximo da Gallipoli, a partir de uma força tarefa de trinta e oito navios e o apoio aéreo do porta aviões da Sexta Frota Americana. 2.1.2. Intervenção na Bósnia-Herzegovina Durante a Guerra da Bósnia (1992), resultante da fragmentação da Iugoslávia, a OTAN interviu em quatro operações: Operação Deny Flight (perpassada pela Operação Sky Monitor), Operação Sharp Guard (substituiu a Operação Maritime Guard), Operação Deliberate Force e Operação Joint Endeavor. A primeira envolveu o fortalecimento de uma ordem das Nações Unidas proibindo a circulação de aviões na área da Bósnia-Herzegovina, no fim da operação os aviões da OTAN tinham executado 100420 missões. 15

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Life disponível em < http://books.google.com.br/books?id=ZFYEAAAAMBAJ&pg=PA56&hl=ptBR#v=onepage&q&f=false> Acesso em 16/10/2012 14 The first steps disponível em < http://www.nato.int/archives/1st5years/chapters/3.htm> Acesso em 16/10/2012

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Esta foi a primeira intervenção militar direta da OTAN, marcado pelo dia 28 de fevereiro de 1994 na batalha aérea de Banja Luka. Esta também foi a primeira operação conjunta da OTAN com a ONU, apesar disso, uma certa desconfiança permaneceu depois que dois peacekeepers da ONU foram sequestrados na Bósnia após um bombardeio da OTAN. 16 A operação Sharp Guard correspondeu a um multi bloqueio naval do Mar Adriático entre a OTAN e a União da Europa Ocidental. Foram envolvidos navios de quatorze países para efetuar tal bloqueio. Esta operação substituiu uma operação unilateral por parte dos Estados Unidos. 17 A operação Deliberate Force teve como objetivo minar a capacidade militar do Exército da República Srpska que atuava na Guerra Da Bósnia. A operação foi realizada entre 30 de Agosto e 20 de Setembro de 1995, envolvendo 400 aeronaves e 5.000 pessoas de 15 nações. (CLARK, 1996) Por fim, a maior operação foi a Joint Endeavor (IFOR). Esta era a operação que executava os tratados da Paz de Dayton. Os acordos tiveram três objetivos principais: a interrupção das hostilidades, autorização do programa militar e civil que entrou em vigor, e no estabelecimento de um governo bósnio central. O papel específico da IFOR foi programar os anexos militares do Acordo-Quadro Geral para a Paz (GFAP) na Bósnia-Herzegovina. (CODY, 2005) 2.1.3. Operação Essential Harvest

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Operação Deny Flight Disponível em <http://news.google.com/newspapers?id=wFJSAAAAIBAJ&sjid=ijYNAAAAIBAJ&pg=6182,4353660 &dq=deny+flight+mirage+adriatic&hl=en> Acesso em 16/10/2012 16 Idem 17 Operação Sharp Guard Disponível em <http://nl.newsbank.com/nlsearch/we/Archives?p_product=NR&d_origin=transcripts&z=NR&p_theme=nr&p_action=search&p_ma xdocs=200&p_topdoc=1&p_text_direct-0=0F574E769146EAE6&p_field_direct0=document_id&p_perpage=10&p_sort=YMD_date:D&s_trackval=GooglePM> Acesso em 16/10/2012

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A Operação Essential Harvest ou Task Force Harvest foi a operação executada pela OTAN na Macedônia. Foram investidas 4800 tropas na missão. Foi marcada pela Batalha de Tetovo, envolvendo o exército da Macedônia e insurgentes da Albânia. 2.1.4. Kosovo Force (KFOR) Trata-se de uma operação militar desenvolvida durante a guerra do Kosovo, perpassado pela desintegração da Iugoslávia. A operação se deu entre a República Federal da Iugoslávia (FRY) e o exército de Liberação do Kosovo (KLA). Para a operação foram utilizadas 5609 tropas que ainda ocupam a região, mas em breve devem ser retiradas. 2.1.5. Operação Ocean Shield A operação Ocean Shield consiste em uma missão desenvolvida pela OTAN no Chifre da África contra a pirataria, que foi precedida pela Operação Allied Protector. 18 2.1.6. Operação Freedom Falcon Esta operação foi executada durante a Guerra Civil da Líbia em 2011, contra o ditador Muammar Gaddafi. Autorizado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas na Resolução 1973 a OTAN passou a intervir a fim de promover a segurança dos civis. A missão se encerrou em outubro de 2011 com a morte do ditador. 19

2.2.OTAN + RÚSSÍA A Federação Russa, maior país do mundo, dona de um arsenal nuclear significativo, herdeira do legado que sempre representou o “grande adversário” da OTAN, não pode ser ignorada.

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Operação Ocean Shield Disponível em <http://www.manw.nato.int/page_operation_ocean_shield.aspx> Acesso em 17/10/2012 19 Guerra Civil Líbia Disponível em <http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-15516795> Acesso em 17/10/2012

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Em 1997, um acordo de “relações mútuas, cooperação e segurança” foi assinado entre a Aliança e Moscou 20 . O acordo já previa que a OTAN e a Rússia não se consideram adversárias, que ambas compartilham certos objetivos, e que elas desejam “construir uma Europa estável, pacífica e sem divisões”21. Em sua parte III (denominada Áreas para Consulta e Cooperação), o acordo prevê colaboração em “combater o terrorismo e o tráfico de drogas”. Com o tempo, a ênfase no combate ao terrorismo foi aumentando, culminando no Plano de Ação OTAN-Rússia de Combate ao Terrorismo (2004), que prevê uma série de medidas para prevenir, combater e administrar as consequências de ataques terroristas. O acordo de 1997 criou um Conselho Permanente OTAN-Rússia, de modo que as consultas com o país são frequentes. A Rússia possuía até mesmo uma delegação (sem poder de voto) no Conselho do Atlântico Norte nas operações em Kosovo em 1999. Da mesma forma, nosso congresso também contará com a visita de uma delegação das Forças Armadas da Federação Russa. Os representantes devem avaliar o andamento da cooperação da Aliança com Moscou e se certificarem que tem algo a dizer para nossos parceiros. Incluir este tópico no relatório final pode ser vital para um combate eficaz ao terrorismo. Evidentemente, alguns membros da OTAN podem ter relações menos estreitas ou mais problemáticas com a Rússia. Caberá aos representantes identificar as relações bilaterais mais difíceis - e alcançar uma proposta de relacionamento que seja coerente, representando os interesses da Aliança como um todo.

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Founding Act on Mutual Relations, Cooperation and Security between NATO and the Russian Federation. Paris, maio de 1997 Disponível em < http://www.nato.int/docu/basictxt/fndact-a.htm > Acesso em 05/08/2012. 21 Idem

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3. Histórico do Tema 3.1.HISTÓRICO DA OPERAÇÃO: OCUPAÇÃO DA OTAN E ISAF (2001 – presente) O Afeganistão ou Republica Islâmica do Afeganistão teve início em 1709 quando começaram as atividades políticas na região. Durante toda sua existência, este país foi palco de muitas guerras e conflitos e até hoje é muito influenciado por outros países. Em 1978, após a Revolução Marxista no país, o Afeganistão viveu durante nove anos, conflitos entre prós soviéticos e contra soviéticos (estes apoiados pelos EUA). Já na década de 1990 houve a Guerra Civil do Afeganistão, a ascensão e queda do poder extremista talibã e a Guerra do Afeganistão22. Desde sua existência, o Afeganistão sofre instabilidade política e econômica permanentes, agravadas cada vez mais pelas invasões ou ataques ao país. Junto a isto, esta região é, em partes, dominada por uma das maiores organizações terroristas do mundo, a Al-Qaeda, apoiando os talibãs contra governos ocidentais, principalmente os Estados Unidos, já que elas preconizam os norteamericanos agem contra os desejos mulçumanos da região. A OTAN já estava interferindo em alguns países como a Bósnia-Herzegovina e Kosovo com o objetivo de garantir certa segurança nacional e internacional. Porém com o ataque terrorista em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, sua credibilidade se abalou perante a comunidade internacional. Antes deste ataque, os EUA nunca haviam sofrido um ataque dentro de seu território e era respeitado por promover uma manutenção da segurança nacional e internacional 23.

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A história do Afeganistão. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-doafeganistao/> Visto em 17/10/2012 23 A atuação da OTAN diante da crise regional do Afeganistão após o atentado ao World Trade Center em 2001. Disponível em < http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7800 > Acesso em 17/10/2012

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Com o atentado de 11 de setembro e o reconhecimento pela organização terrorista Al- Qaeda, a OTAN, liderada pelos Estados Unidos encaminhou tropas ao país. Os EUA já estavam decididos a atacar, pois acreditavam que o líder da organização terrorista, Osama Bin Laden estava escondido nesta região, porém só tiveram a ajuda da OTAN a partir da premissa de que deveriam disseminar as ameaças terroristas24. Mesmo com seus esforços em garantir a segurança na região, a entrada de tropas da OTAN não foi bem aceita tanto por membros da comunidade internacional, principalmente no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), como os próprios afegãos, que sentiram sua soberania sendo ameaçada. Assim, a credibilidade da OTAN foi questionada, levando suas ações a serem julgadas com mais apreensão. Para a OTAN, o objetivo dessa intervenção era de ajudar a organizar o Estado afegão internamente e garantir sua segurança, contendo os terroristas. Antes da invasão em 2001, foi criada a ISAF (International Security Assistance Force), uma missão de segurança feita pela própria organização dentro do território afegão 25. Inicialmente esta tinha o objetivo de garantir a segurança de Cabul (capital do Afeganistão) e áreas próximas, ajudando na consolidação do Governo Transitório Afegão, liderado por Hamid Karzai, escolhido como líder por participantes de uma conferencia promovida pela ONU na Alemanha em 2001. Entretanto, em 2003, viu-se a necessidade de estender as regiões vigiadas pela ISAF e com o apoio do novo líder, a missão de segurança se estendeu por todo país26.

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A atuação da OTAN diante da crise regional do Afeganistão após o atentado ao World Trade Center em 2001. Disponível em < http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7800 > Acesso em 15/10/2012 25 From the NATO and Afghanistan: throught transition and beyond. Disponível em <http://natolibguides.info/transition > Tradução nossa. Acesso em 15/10/2012 26 Rumsfeld apoia extensão do mandato da Isaf em Cabul. Disponível em < http://www.publico.pt/Mundo/rumsfeld-apoia-extensao-do-mandato-da-isaf-em-cabul-1164880 > Acesso em 15/10/2012

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As forças operacionais da OTAN também estão envolvidas no treinamento de tropas afegãs para que estas, em 2013, assumam o trabalho de fazer a segurança do próprio país. Há também a perspectiva para que em 2014 todas as tropas internacionais saiam do país, deixando que este assuma o controle total27. 3.2. GUERRA DO AFEGANISTÃO: OCUPAÇÃO SOVIÉTICA O Afeganistão, em toda sua história, sempre foi um país com predomínio mulçumano e de muitas dissidências e grupos extremistas. Durante 1953 e 1963, o Afeganistão se viu diante do comando de Mohammad Daoud Khan, porém em 1973, Khan organizou um golpe militar, abolindo a monarquia e tomando o poder. Este governo era caracterizado por muita repressão e mortes de participantes do Partido Democrático Popular do Afeganistão (PDPA), causaram revoltas populares na capital Cabul. Devido a essa insatisfação do povo, em 1978, membros do PDPA mataram Khan e o secretário geral do partido assumiu a presidência do país, Nur Muhammad Taraki28. Porém, as revoltas ainda continuaram, pois o partido, que era de cunho marxista, começou a implantar reformas desta natureza e a população, que era de maioria islâmica não ficou satisfeita. As revoltas, em 1979, se espalharam pelo país dando início a uma guerra civil que no mesmo ano matou o presidente Taraki, fazendo com que o vice, Hafizullah Amin tomasse o poder. Mesmo com mais um novo presidente em menos de uma década, a revolta esmagou seu governo. Em dezembro de 1979, o exército vermelho da URSS invadiu o Afeganistão com a premissa de derrubar o novo governante, dado com incapaz de lidar com os revoltosos mujahidin29. Executado, os

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NATO and Afghanistan. Disponível em < http://www.nato.int/cps/en/natolive/69772.htm > Acesso em 17/10/2012 28 A República Democrática do Afeganistão. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012 29 December 1979 – February 1980: Occupation. Disponível em < Moslems Condemn Soviet Invasion of Afghanistan",Pittsburgh Post-Gazette, January 29, 1980 > Acesso em 18/10/2012

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soviéticos colocaram Babrak Karmal no poder 30 . Perante o mundo, a invasão dos soviéticos foi explicada como algo necessário para que o regime comunista no país fosse preservado e que houvesse uma contenção dos grupos revoltosos.

Tropas

soviéticas dominaram algumas regiões, porém, o exército afegão ajudou os mujahidin a controlar maior parte do território. Os rebeldes afegãos tiveram o apoio dos Estados Unidos, Paquistão e outros países mulçumanos31. Em 1986, os soviéticos tiraram Karmal do poder e o substituíram por Mohammed Najibullah que tentou fazer um acordo de reconciliação com os mujahidin. A guerra deixou de ser totalmente terrestre quando, o grupo de rebeldes extremistas começou a receber mísseis e atacar fortemente os soviéticos. Em 1988, Mikhail Gorbatchev decidiu retirar suas tropas com base em uma trégua negociada e em 1989 todas as bases e militares soviéticos haviam saído do país. A intervenção soviética no país foi o estopim para que a URSS entrasse em declínio devido aos enormes gastas militares. Porém o conflito no Afeganistão estava longe de terminar, uma vez que com a saída dos soviéticos, o país entrou em uma guerra civil entre as facções mujahidin e o exército do então presidente Mohammed Najibullah. Logo depois o governo começou a entrar em colapso devido a constantes ataques dos mujahidin. O governo comunista ainda recebia armamentos e financiamento da União Soviética, porém perderam ainda mais o poder quando um de seus generais, Abdul Rashid Dostum, mudou para o lado dos mujahidin mas Najiibullah se manteve no poder até 1992.32 2.2.1. Guerra civil afegã (1989 – 1996)

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Babrak Kramal. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/l> Acesso em 18/10/2012 31 A intervenção Soviética. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-doafeganistao/ > Acesso em 18/10/2012 32

Babrak Kramal. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-do-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012

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Durante o período de 1992 a 1996, o Afeganistão se deparou em uma feroz guerra civil. Após a queda de Mohammed Najibullah, os partidos afegãos assinaram um acordo de não agressão e paz, chamado de Acordo de Peshawar 33. Este acordo também instituiu o Estado Islâmico Afegão. Porém o grupo Hezb-e Islami liderado por Gulbuddin Hekmatyar não aceitou e foi o responsável por enorme ataque de foguetes contra Cabul. Então, Dostum começou a atacar Hekmatyar e os dois entraram em uma briga com mísseis e foguetes que mataram milhares de pessoas34. Cada vez mais o país estava se dividindo em diversas etnias. Em 1992, Burhanuddin Rabbani assumiu o poder em plena guerra civil e elegeu como seu Ministro da Defesa Ahmad Shah Massoud35. Em 1993, o então presidente ainda não tinha domínio total da cidade de Cabul, que também era dominada por diversas facções militares. Neste mesmo ano, Rabbani criou a Operação Afshar, que foi uma operação militar contra o líder Hekmatya da facção Hezb-e Islami na qual atacou o Distrito de Afshar para tentar dominar parte da cidade e ter mais reconhecimento no governo36. Entretanto, neste mesmo ano, Hekmatya e Rabbani fizeram um acordo de paz até que fosse feita uma eleição em 1994 e mesmo assim durante esse período, muitos ataques tomaram conta do país37. Em agosto de 1994, o grupo Talibã emergiu no cenário com o

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Civil War in Afghanistan ( 1992-1996). Foreing interference. Disponível em < ^ a b c "Blood-Stained Hands, Past Atrocities in Kabul and Afghanistan's Legacy of Impunity". Human Rights Watch.> Acesso em 18/10/2012 34 1992-April/May. Civil War in Afghanistan. Disponivel em < ^ Urban, Mark (1992-04-28). "Afghanistan: power struggle". PBS. Retrieved 2007-07-27. > Acesso em 18/10/2012 35 Civil War in Afghanistan. June/ July. Disponivel em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historiado-afeganistao/> Acesso em 18/10/2012 36 Civil War in Afghanistan.Afshar. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-doafeganistao/> Acesso em 18/10/2012 37 1994 – January/ June. Disponível em < ^ a b Afghanistan Justice Project. "Casting Shadows: War Crimes and Crimes Against Humanity, 1978-2001." 2005. Accessed at http://www.afghanistanjusticeproject.org/ > Acesso em 18/10/2012

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apoio paquistanês e começou rapidamente a se revoltar e ter vitórias contra Dostum e Massoud38 2.2.2. Regime Talibã (1996 – presente) Com as diversas frentes de guerra, o país começou a enfrentar uma condição caótica. Foi neste momento, em 1995 que o grupo Talibã aumentou muito sua popularidade e começou a tomar conta de parte da capital. No final de seu mandato, Rabbani se recusou a sair do poder e somente no final de 1995 que os Talibãs dão um ultimato para que este saia do governo 39. A mudança não foi pacífica, pois os Talibãs jogaram foguetes em Cabul ameaçando ainda mais o governo e matando muitos civis. O grupo Talibã, que começou com o propósito de salvar as pessoas, passou a realizar grandes ataques e a massacrar a população. Em 7 de março de 1996, Hekmatya e Rabbani fizeram um acordo para conter a expansão Talibã e diversos membros dos dois partidos foram mortos ou desapareceram. Massoud firmou-se como o líder militar da Frente da União Islâmica para a Salvação do Afeganistão, a Aliança do Norte e junto com Dostum queriam conter os ataques talibãs 40 . Apesar disso, o grupo extremista ganhava cada vez mais popularidade e chegou a tomar conta de quase todo território afegão nos anos 2000. Dostum viu-se forçado a abandonar o Afeganistão, e Massoud foi assassinado em 9 de setembro de 2001.

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1994 – July/ December. Disponível em < ^ Shaffer, Brenda (2006). The Limits of Culture: Islam and Foreign Policy. MIT Press. pp. 267. ISBN 978-0262693219. "Pakistani involvement in creating the movement is seen as central" > ou < ^ Forsythe, David P. (2009). Encyclopedia of human rights (Volume 1 ed.). Oxford University Press. pp. 2. ISBN 978-0195334029. "In 1994 the Taliban was created, funded and inspired by Pakistan" > Acesso em 18/10/2012 39 1995. Civil War in Afghanistan. Disponível em < ^ Research Directorate Documentation, information and Research Branch, Immigration and Refugee Board, "Quesiton and Answer Series: Afghanistna: Chronology of Events January 1995–February 1997," Ottawa. > Acesso em 18/10/2012 40 Civil War in Afghanistan. 1996. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-doafeganistao/> Acesso em 18/10/2012

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O Talibã tentou impor uma interpretação estrita da lei islâmica, a Sharia, e depois foram apontados como partidários dos mujahideen, principalmente por abrigar a rede de Osama bin Laden, a Al-Qaeda. O grupo Talibã sofre com uma tremenda falta de reconhecimento internacional, não só pelos massacres e ataques terrorista, mas também pela falta de interesse em agir de acordo com o direito internacional, exibindo seus efeitos publicamente, a exemplo de quando mataram o presidente Mohammad Najibullah e o deixaram pendurado em um poste em frente ao complexo das Nações Unidas no Afeganistão. O grupo conseguiu se manter no poder até 2001 e desde 2004, o grupo tenta se reestabelecer no território41.

3.3.A EVOLUÇÃO DA GUERRA MODERNA O conceito de guerra moderna nasceu com a paz de Westphália em 1648, tratado que colocou fim à guerra dos 30 anos. Depois desse tratado o Estado passou a possuir o monopólio legítimo do uso da força. 42 A primeira geração da guerra é a chamada de linha e coluna (line and column), onde as batalhas eram todas corpo-a-corpo e tinham caráter formal. Esse tipo de guerra durou de 1648 a 1860. A importância desse tipo de guerra é dada pelo nascimento da questão de ordem da estratégia militar. A partir dela nasceram conceitos como o uniforme, a continência e a hierarquia. 43 Com o aperfeiçoamento das armas e da estrutura bélica, esse tipo de guerra se tornou inviável, dando origem à segunda geração da guerra.

41

Islamic Emirate of Afghanistan. Disponível em < http://www.infoescola.com/afeganistao/historia-doafeganistao/ > Acesso em 18/10/2012 42

Compreendendo a Guerra de Quarta Geração. <http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/MR%20WSLind.pdf> Acesso em 19/07/2012 43 Idem

Disponível

em

18


A segunda geração foi desenvolvida pelo exército francês durante a primeira guerra mundial. O poder de fogo era sincronizado para a infantaria, carros de combate e artilharia em uma “batalha conduzida”, em que o comandante era visto como um maestro.44 A questão da ordem permanecia intimamente ligada à cultura da guerra, o que era um alívio para os oficiais. Este tipo de guerra segue o mesmo padrão utilizado até hoje pelos Estados Unidos, por isso sua importância é tão grande. Se observarmos a guerra do Iraque e a do Afeganistão podemos perceber esse tipo de guerra - para os estadunidenses a guerra é “por aço no alvo”. 45 A terceira geração da guerra também é um fruto da primeira guerra mundial, dessa vez criado pelo exército alemão, a famosa guerra relâmpago (blitzkrieg). Esta guerra não é baseada no poderio militar em si, mas na velocidade e na surpresa. O ataque dá pela retaguarda do inimigo e seu princípio é causar o colapso. Na defesa, é atrair o inimigo para cortar a retirada. Esta guerra é não linear. 46 A cultura de guerra também muda na terceira geração. O general foca no resultado, nos fins; e não internamente, como no processo. Na quarta geração, a mais importante para o nosso estudo, há a maior mudança desde a paz de Westphália, uma vez que o Estado perde o monopólio sobre a guerra. A guerra agora é dominada por grupos não ligados ao Estado, como os grupos terroristas:

44

Idem Idem 46 Idem 45

19


Hamas, Hezbollah, AL-Qaeda e etc. Na guerra da quarta geração não são os estados que entram em conflito, mas sim de grupos subnacionais. 47 3.4. TERRORISMO TRANSNACIONAL Terrorismo é um termo amplamente utilizado nos discursos atuais tanto pela mídia, como por delegações oficiais. Sua origem remonta do século I d.C., quando se tem registros de um grupo de judeus radicais (os sicários) que, por meio de atos violentos, atacavam a população civil da região que era favorável ao domínio romano. No século XI, outro registro importante pode ser considerado, quando uma seita muçulmana passou a se dedicar a acabar com seus inimigos no Oriente Médio.48 Na Europa, o terrorismo moderno teve sua origem no século XIX, porém via-se como principal inimigo o Estado, portanto seus ataques não tinham como alvo civis e sim chefes de Estado.49 Com novas tecnologias, no século XX, o alcance tanto destrutivo quanto de influência sofreu um aumento antes inimaginável, assim, houve o aumento extraordinário no número de grupos e ataques terroristas.50 O sentido mais moderno da palavra divide terrorismo em quatro níveis diferentes: o terrorismo revolucionário, o terrorismo nacionalista, o terrorismo de Estado e o terrorismo de organizações criminosas. O terrorismo revolucionário tem como seus praticantes os chamados guerrilheiros, são exemplos os maoístas, castristas, trotskistas e leninistas, como os praticantes das Farc. O terrorismo nacionalista tem como objetivo a criação de um

47

Idem Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historia/terrorismo.htm> Acesso em 19/10/2012. 49 Idem 50 Idem 48

20


Estado dentro de outro, assim as organizações bascas e curdas estão classificadas dentro desse grupo. O terrorismo de Estado é tanto o terrorismo praticado contra sua própria população, como também a perseguição a estrangeiros, o xenofobismo. Já o último tipo é caracterizado como tendo como objetivo fins religiosos ou econômicos.51 Tendo em vista a ampliação do repertório acerca dos grupos terroristas, algumas organizações serão explicadas e citadas a seguir: Abbu Sayyaf Group (ASG) é uma organização terrorista atuante principalmente nas Filipinas. Seu objetivo é a separação de uma pequena região no sul do país. O grupo islâmico teve sua fundação na década de 90 e foi responsável por várias mortes de civis e militares filipinos. Desde 2001, uma aliança entre Filipinas e EUA foi assinada para combater a organização, porém, o exército americano não pode realizar operação alguma em território filipino, sendo somente responsável pelo treinamento no combate aos terroristas.52 Al-Qaeda é considerado o grupo terrorista de maior ameaça aos Estados Unidos, uma vez que, foram os responsáveis pelos ataques dos 11 de setembro em território americano. Com a guerra do Afeganistão, suas bases e líderes foram deslocados para o Paquistão. Seu nome vem da tradução do árabe para e busca livrar os países muçulmanos da influência ocidental, criando bases e conceitos próprios. Sua origem remonta do grupo de oposição ao exército soviético que buscava invadir o Afeganistão em torno de 1979, e tem como fundador Bin Laden. Como não há quartel general, as operações do grupo se espalham por mais de 100 países, com uma maior atuação na região do Paquistão e na fronteira desse país com o Afeganistão. Como líder desde sua fundação, Osama Bin Laden era o principal articulador de seus planos, em especial o 51

Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historia/terrorismo.htm> Acesso em 19/10/2012. 52 Time. Disponível em <http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1927124,00.html> Acesso em 19/10/2012.

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ataque as torres gêmeas e ao pentágono, tornando-o por alguns anos um dos homens mais procurados pelo governo americano. Com sua morte, em primeiro de maio de 2011, a organização tem como líder Ayman Al-Zawahiri.53 Euskadi Ta Askatasuna (ETA) é um grupo terrorista separatista que busca a independência da região basca, atualmente localizada na Espanha e França. O grupo se formou em 1959, com membros dissidentes do partido nacionalista basco. Em princípio, era um dos mais fortes grupos de oposição a ditadura de Francisco Franco, na Espanha, época com que contava com apoio expressivo da população, contudo, após a queda do regime, continuou seus ataques com a mesma maneira e agredindo civis com até mais intensidade, o que causou sua queda de popularidade. A partir de 1978, houve a tentativa de criação de um braço político ao grupo, o Batasuna, porém, devido a atentados com muitas mortes, esse foi considerado ilegal pela justiça espanhola. A organização anunciou em 2006 um cessar-fogo, porém esse foi rompido com um atentado no final do mesmo ano.54 Fatah Al Islam é uma organização terrorista tecnicamente nova, criada em 2006, mas que foi rapidamente levada em consideração quando, em 2007, praticou um dos piores casos de violência no Líbano desde sua Guerra Civil. É formada palestinos baseados no Líbano, esses buscam a formação de um Estado palestino.55 Hamas é um grupo extremista que busca a criação de um Estado palestino, visando assim à destruição do Estado de Israel. O grupo possui em sua história, profundos desentendimentos com o Fatah, apesar de ambos lutarem por uma mesma causa. Em 2011, esses conseguiram firmar um acordo de reconciliação. Conta com um 53

CFR. Disponível em <http://www.cfr.org/terrorist-organizations/al-qaeda-k-al-qaida-al-qaida/p9126> Acesso em 19/10/2012. 54 Blogvisão. Disponível em <http://blogvisao.wordpress.com/2007/06/07/uma-breve-histria-do-ptriabasca-e-liberdade/> Acesso em 19/10/2012. 55 BBC. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/news/world-middle-east-10979788> Acesso em 19/10/2012.

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braço político e com vários sistemas de ajuda a população palestina, principalmente na faixa de gaza. Desde 2006, só vem utilizando ataques com foguetes ao território israelense, deixando assim as antigas técnicas de ataques suicidas.56 Hezbollah é um grupo armado e político libanês, seu objetivo é a criação de um Estado Islâmico Libanês e a destruição do Estado de Israel. Foi criado em 1982 durante a guerra civil do Líbano, porém vem ganhando mais influência no cenário político do país, conquistando em eleições recentes até 11 cadeiras de 30 do parlamento. O braço armado é mantido na busca pela recuperação e guarda de todos e qualquer território libanês ocupado.57 Hizbul Mujahideen é um grupo armado que atua na região da Caxemira e de Jammu, tanto na área indiana quanto na paquistanesa. Procura a emancipação da região e sua integração ao Paquistão. Esse grupo islâmico foi fundado em 1989 e seus atentados contam com grande número de vítimas. 58 Irish Republican Army (IRA) é um grupo terrorista atuante na região da Irlanda do Norte. É um grupo formado por católicos que buscavam a separação da região do Reino Unido e assim sua incorporação a Irlanda. Seu principal descontentamento se da devido ao Reino Unido ter a maioria protestante. Em 2002, anunciou um cessar-fogo e que entregaria todas as suas armas desfazendo assim a organização, boa parte das armas já foram entregues.59 Jaish-e-Mohammed (JEM) é um grupo terrorista situado no Paquistão, tem como principal objetivo a anexação da Caxemira ao país e a expulsão de todas as tropas 56

The Jerusalem Fund. Disponível em <http://www.thejerusalemfund.org/carryover/documents/charter.html> Acesso em 19/10/2012. 57 Infoescola. Disponível em <http://www.infoescola.com/historia/hezbollah/> Acesso em 19/10/2012. 58 South Asia Terrorism Portal. Disponível em <http://www.satp.org/satporgtp/countries/india/states/jandk/terrorist_outfits/hizbul_mujahideen.htm> Acesso em 19/10/2012. 59 UOL. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/historia/ira-exercito-republicano-irlandes-atuoucontra-protestantes-na-irlanda.jhtm> Acesso em 19/10/2012.

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estrangeiras do Afeganistão. Declarou abertamente guerra aos Estados Unidos. Nos últimos anos vem deixando de lado seu objetivo na índia e se voltando somente para o Afeganistão.60 Jemaah Islamiyah (JI) é um grupo terrorista que atua no Sudeste Asiático, principalmente na Indonésia. Começou a realizar ataques em 1999 e busca a formação de um Estado islâmico com regiões de Tailândia, Malásia, Cingapura, Brunei, Indonésia e o sul das Filipinas.61 Partiya Karkerên Kurdistan (PKK) é uma organização terrorista curda que busca a independência do chamado Curdistão, região hoje que abrange países como Iraque, Armênia e principalmente a Turquia. Fundado em 1978, possui um braço armado e um político, esse se alto considerando o único representante do povo curdo. Formou o próprio parlamento curdo na Europa, esse busca uma solução política para a questão.62 Tigres de Liberação do Tamil Eelam é um grupo terrorista que visa à separação de uma parte da ilha do Sri Lanka criando assim o Estado Tâmil. Esse praticava ações extremas e com tremenda violência no país, porém fortes investidas contra esse grupo foram tomadas.63 Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) corresponde a um grupo guerrilheiro que visava a princípio a formação de um Estado socialista na Colômbia, porém sua atuação no comércio e tráfico de drogas é mundialmente problemático. Durante a década de 90, chegou a dominar 40% do território colombiano. Tem como um dos principais aspectos o seqüestro de civis. Em 2012 foi restabelecida a conversa 60

National Counterterrorism Center. Disponível em <http://www.nctc.gov/site/groups/jem.html> Acesso em 19/10/2012. 61 National Counterterrorism Center. Disponível em <http://www.nctc.gov/site/groups/ji.html> Acesso em 19/10/2012. 62 Insegurança Pública. Disponível em <http://inseguranapblica.blogspot.com.br/2009/07/partido-dostrabalhadores-do-curdistao.html> Acesso em 19/10/2012. 63 Página Vermelha. Disponível em <http://www.paginavermelha.org/noticias/101115-sri-lanka-licoes-daderrota.htm> Acesso em 19/10/2012.

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entre seus lideres e o governo para um tratado de paz, após várias baixas seguidas em sua liderança.64 O Talibã também é um grupo terrorista de grande atuação. Apesar de possuírem praticamente o mesmo nome, correspondem a duas facções diferentes, que embora sejam aliadas e possuam interesses semelhantes, podem ser entendidas de modo diverso. Uma delas é o Talibã paquistanês, Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP), atuante principalmente o Paquistão e responsável por atentados como a explosão de um carrobomba na Times Square em maio de 2010 e o atentado a garota paquistanesa de 14 anos, em 2012. O segundo grupo é o Talibã afegão, organização combatida efetivamente na guerra do Afeganistão. 65 Ou seja, esse último será o de maior importância para nosso comitê. O grupo surgiu em 1994, no sul do território do Afeganistão. O país passava por uma complexa guerra civil, e como nessa região não havia um governante certo, o Talibã conseguiu se desenvolver e ganhar adeptos, utilizando da cultura local e dos pensamentos islâmicos. Em 1996, com financiamento paquistanês, finalmente consegue, por meio da luta armada, tomar Cabul, dando início a um período de governo da organização.66 Durante seu governo, o Talibã impôs a lei islâmica ao Estado. Assim, mulheres foram banidas das escolas e proibidas de estudar e até mesmo sair de suas casas. Música, televisão e esportes foram também banidos do país e entre outros atos de total quebra dos direitos humanos. 67

64

Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/historia/farc.htm> Acesso em 19/10/2012. CNN. Disponível em <http://edition.cnn.com/2012/10/17/world/asia/pakistan-talibanprofile/index.html> Acesso em 30/10/2012. 66 G1. Disponível em <http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1233340-16107,00TALIBA+E+FRUTO+DE+VACUO+DE+PODER+APOS+ANOS+DE+CONFLITO+NO+AFEGANIST AO.html> Acesso em 30/10/2012. 67 Idem 65

25


Logo veio sua aproximação com a AL-Qaeda e Osama Bin Laden, fator chave para a saída do poder no final de 2001, com a invasão do exército americano em represália aos atentados de 11 de setembro do mesmo ano. O grupo busca hoje a retomada do poder no Afeganistão e a destruição completa dos valores do mundo Ocidental, atuando de maneira clandestina por todo o território afegão.68 3.5. GUERRA AO TERROR

A Guerra ao Terror é uma iniciativa de combate ao terrorismo no mundo iniciada pelos Estados Unidos69. Ganhou vazão em 2001 após o ataque ao World Trade Center , em 11 de setembro. Foi a partir do então presidente americano George W. Bush que se iniciou essa caçada ao terrorismo em escala global. Foram mobilizados diferentes esforços

simultâneos

na

Guerra

ao

Terror,

no

plano político-

diplomático, econômico, militar e de inteligência ou contra-inteligência70. No começo desta iniciativa houve um impasse entre os Estados Unidos e seus aliados da OTAN com países como China e Rússia. Os EUA e seus aliados definiram quais grupos terroristas e Estados seriam considerados seus inimigos, ação que nem a China nem a Rússia apoiaram. Para estes, o separatismo e o extremismo são sinônimos de terrorismo, criando assim a Organização de Cooperação de Xangai para tentar combatê-los71. Muitos analistas e membros da comunidade internacional chegaram a alegar que, dentre outras coisas, a iniciativa estadunidense de tentar combater o terrorismo funcionava como discurso legitimador para outro objetivo de caráter material: a meta de controlar a maior produção de petróleo do mundo. Outro fator apontado por alguns 68

Idem Guerra ao Terror. Disponível em < httphttp://www.infoescola.com/afeganistao/historia-doafeganistao/> Acesso em 21/11/2012 70 Idem 71 Idem 69

26


como sendo o real objetivo desta política agressiva contra grupos terroristas de países no Oriente Médio é que as guerras não teriam um caráter defensivo contra o terrorismo e sim de ofensiva para os Estados Unidos tentarem garantir o balanço poder na região. Este poder se daria pela expansão de bases militares americanas em diversas partes do mundo, garantindo assim o controle de áreas estratégicas. 72 Em 2011, os Estados Unidos começaram a retirar suas tropas do Afeganistão, palco do início da “Guerra ao Terror”. Logo após essa retirada de pequena parte dos soldados, o presidente Barack Obama anunciou a retirada de um terço do contingente norteamericano. 73 4. PONDERAÇÕES Atualmente a função da OTAN no Afeganistão é finalizar a operação iniciada em 2001 até 2014, data final da retirada das tropas. Os delegados do Conselho do Atlântico Norte devem se lembrar de que a unanimidade é um fator de crucial importância na hora de aprovar ordens de guerra, pois como representantes de apenas um país deverão elaborar ordens eficientes que levem em consideração a questão da pressão do tempo e agilidade nas decisões. Os objetivos centrais deste comitê enquanto um Jogo de Guerra são: maior esclarecimento sobre o potencial de cada representação do comitê, implementação de 72

10 anos de Guerra ao Terror: um balanço. Disponível em

<http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=31866> Acesso em 21/11/2012 73

Guerra ao Terror. Disponivel em < CECEÑA, Ana E. (2002) "A batalha do Afeganistão". p. 222-249.

in: CECEÑA, A. E. & SADER, Emir (2002) A Guerra infinita. Buenos Aires: Clacso; Petrópolis, RJ: Ed. Vozes > , < KLARE, Michael (2004) "Sangue por petróleo: a estratégia energética de Bush e Cheney". p. 201-223. in: LEYS, C. & PANITCH, L. (orgs.) O novo desafio Imperial. CLACSO, 2006.>, < FUSER, Igor (2007) "O petróleo do Golfo Pérsico, ponto-chave da estratégia global dos Estados Unidos". p. 87102. In: FRATI, Mila. (org.). Curso de formação em política internacional. São Paulo, SP: Ed. Fundação Perseu Abramo> Acesso em 21/11/2012

27


um sistema mais claro e definição de ordens e comandos dos representantes. O mecanismo usualmente implementado em comitês do gênero não prevê nenhum formato específico e os diretores não têm por hábito conversar com os delegados para entender suas ordens. Mesmo em jogos de guerra promovidos pelas Forças Armadas, os instrutores estão constantemente em contato com os participantes, de modo a entender completamente o que estes pretendem com suas ordens; a adoção de uma relação temporal clara. Muitos comitês implodem porque os delegados não conseguem produzir suas decisões rapidamente. É preciso dar mais atenção a um aspecto muito importante de um comitê militar: a pressão do tempo. Submeter os representantes à demanda intelectual de se tomar decisões complexas rapidamente é fundamental para a qualidade da experiência. 5. DOCUMENTO DE POSIÇÃO OFICIAL (DPO) O Documento de Posição Oficial do comitê OTAN+Rússia deve conter primeiramente uma explanação sobre as circunstâncias do país na Guerra ao Terror e na Guerra do Afeganistão. E posteriormente uma verdadeira tática de guerra para definir os próximos passos a serem tomados pelo comitê. Essa seção deve ser extremamente detalhada, em relação à movimentação de tropas, número de tropas, utilização de caças e bombardeiros, utilização de engenheiros e especialistas, e deve demonstrar conhecimento quanto a geografia da região. Encorajamos a presença de um mapa no DPO expondo como a operação da delegação será executada. A nota atribuída ao documento levará em consideração estes itens, de modo que a falta de algum deles ou a má explicação da tática militar levará a perda de pontos.

6. PANORAMAS

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Tropas Enviadas Ao

Área de Atuação no

Afeganistão

Afeganistão

Países Membros

Comando Regional da Capital, Comando Regional do Norte: Alemanha

4737 Mazar-e Sharif, Líder da Operação Kunduz e Fayzabad Comando Regional da Capital, Comando Regional do Norte:

Bélgica

283 Kunduz e Comando Regional do Sul: Kandahar (F16)

Canadá

950

Croácia

260

Comando Regional da Capital Comando Regional da Capital, Comando Regional do Norte Comando Regional da Capital,

Dinamarca

613

Comando Regional do Sudoeste: Helmand Comando Regional da Capital,

Espanha

1450

Comando Regional do Oeste, Líder da Operação Qala-i-Naw

29


Comando Regional da Capital, Comando Regional do Leste, Comando Regional do Oeste: Farah, Comando Regional do Sul: Qalat e Estados Unidos

68000

Uruzgan, Líder da Operação Farah, Asadabad, Gardez, Jalalabad, Khost, Nuristan, Mehtar Lam, Panjshir, Sharana, Ghazni e Líder em Coperação na Operação Tarin Kowt Comando Regional da Capital,

Estônia

155

Comando Regional do Sudoeste: Helmand Comando Regional do Leste:

França

2418 Kandahar e Aeródromos de Cabul Complexo do Aeroporto

Grécia

12 Internacional de Cabul

Hungria

555

Comando Regional da Capital

Islândia

3

Comando Regional da Capital Comando Regional da Capital,

Itália

4000

Comando Regional do Oeste: Heart, Líder da Operação Heart Comando Reginal da Capital,

Países Baixos

500 Comando Regional do Sul

30


Comando Regional da Capital, Polônia

1800 Comando Regional do Leste: Ghazni

Portugal

141

Comando Regional da Capital Comando Regional da Capital, Comando Regional do Sul,

Reino Unido

9500

Comando Regional do Sudoeste: Helmand, Líder da Operação Lashkar Gah Comando Regional da Capital, Líder

República Tcheca

422 da Operação Logar Comando Regional da Capital,

Romênia

1762 Comando Regional do Sul: Zabul Comando Regional da Capital, Líder

Turquia

1328 da Operação Wardak e Jawzjan

Outros Países Rússia

-

-

Afeganistão

-

-

Jordânia

0

Aeródromos de Kandahar

Paquistão

-

-

Ucrânia

25

Comando Regional da Capital

Países Observadores

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7. GUIA TÁTICO Uma simulação visa tentar reviver uma série de fatos pré-determinados dentro de um espaço tempo também pré-determinado, a fim de estudar certa situação da história ou da atualidade. Porém, para que a simulação tenha uma ligação com a realidade e preserve o valor pedagógico existem algumas regras que necessitam ser seguidas. 7.1.Jogos “Jogos são situações que podem ser analisadas formalmente e envolvam interações entre agentes racionais que se comportam estrategicamente” (FIANNI, 2004). Os jogos são amplamente utilizados como ferramentas de ensino no mundo todo há décadas, já que desenvolvem as mais diversas habilidades dos jogadores. Como os jogos, no geral, visam um objetivo (vencer), os jogadores se mantêm atentos às regras e a estratégia para a vitória. A partir deste dado a adoção dos jogos em academias militares se tornou comum, estimulando a criatividade e motivados por interesses opostos condicionados por um conjunto de regras. A Teoria dos Jogos utiliza de certas técnicas de descrição e análise permitindo um envolvimento maior com as estratégias do jogo. 7.2. O que é um Jogo de Guerra? “Jogo de Guerra é um modelo ou simulação de guerra cujo funcionamento não envolve as atividades de forças militares reais, e cuja sequência de eventos afeta e, por sua vez, é afetada pelas decisões tomadas pelos jogadores representando os lados adversários” (PERLA, 1990, tradução nossa). Num jogo de guerra existem fases. A primeira é a criação de um documento expondo suas intenções em forma de preparação ao jogo. (ver DPO). A segunda etapa

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engloba a exposição de uma situação-problema, que no nosso caso foi feito durante este guia todo. Um jogo de guerra tem por sua característica treinar a parte estratégica da guerra, não a utilização de equipamentos e excluindo também os outros tipos de comitês simulados como políticos, econômicos, jurídicos, sociais e etc. 7.3. Limitações do Jogo de Guerra Diferente das regras do debate que estão descritas no guia de regras, nesta seção do guia aprenderemos como se dará o jogo de guerra propriamente dito. Ao longo das décadas cujo uso dos jogos de guerra cresceu vertiginosamente, as limitações foram sendo descobertas, porém com o aperfeiçoamento da técnica hoje os jogos são praticamente ilimitados, exceto no que tange aos efeitos psicológicos dos soldados na guerra. O cansaço e a pressão são amplamente explorados nos jogos de guerra, mas os efeitos não são, evidentemente, os mesmos de estar numa guerra de verdade. Aqueles que conduzem o jogo, no caso os diretores do comitê, tendem a minimizar o máximo possível suas reações em relação ao andamento do jogo e ao resultado das batalhas; muitas vezes a parcialidade dos condutores pode mudar os rumos do jogo tirando o valor da experiência. (idem) Contudo nenhuma dessas limitações tira o valor de um jogo de guerra, o aprendizado é o mesmo de uma guerra real; ou até maior, pois os erros podem ser corrigidos sem maiores danos.

8. TEORIZAÇÃO 8.1.Elementos essenciais 8.1.1. Propósito O propósito do jogo é um dos elementos essenciais para a execução do mesmo, significa qual seria a função da atividade. No caso deste jogo de guerra, o propósito é o

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combate ao talibã no Afeganistão. É muito importante que o propósito esteja bem claro e definido, para que seja possível determinar os demais elementos do jogo. 8.1.2. Cenário O cenário corresponde ao espaço geográfico onde se encontra o jogo de guerra, condicionando as decisões também a características climáticas, topográficas, etc. Quanto maior for a realidade das operações mais fidedigno é o jogo. No nosso caso o cenário é o Afeganistão. 8.1.3. Situação São todas as características do local e conjuntura da guerra, os antecedentes, situação econômica, política, social, etc. Toda a situação da guerra do Afeganistão e a operação da OTAN está bem descrita por todo o guia de estudos. Nosso jogo de guerra pode ser definido como: 

Didático: porque explora a familiarização com o processo decisório e a estrutura básica da guerra;

Local: a operação se desenvolverá como parte de um Teatro de Operações;

Hipotético: porque possui uma base histórica;

Prospectivo: deriva de uma projeção de tempo corrente com possíveis desdobramentos para um futuro que pode ou não se concretizar;

Estratégico: porque os jogadores possuem altas patentes e o nível de decisões é global;

Unilateral: os jogadores representam apenas uma parte do jogo, cabendo às respostas ao GRUCON (grupo de controle);

Semirrígido: o GRUCON pode interferir no resultado das batalhas, porém sempre seguindo as regras do jogo;

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Fechado: os jogadores tem pouquíssima informação sobre o oponente em relação a número de homens, distribuição destes homens, armas e etc. 8.2. Regras do Jogo de Guerra Os jogadores serão distribuídos em dois grupos: civis (chefes de estado e

governo) e militares (Ministros de Guerra e Defesa, Chefes do Estado-Maior, militares de alta patente). (PERLA, 1990) O GRUCON tem três divisões: Moderadores, Peritos e Célula-Branca. Os moderadores são os diretores que ficam dentro do comitê conduzindo o jogo, o perito fica quase que exclusivamente no GRUCON e organiza as reações ao jogo e as operações do comitê e a Célula-Branca representa o opositor à operação. Após a passagem de regras será dado o primeiro MOVIMENTO, ou seja, a tarefa que deverá ser executada e a partir da execução desta tarefa as reações irão acontecendo de forma que o jogo vá se desenrolando.

DICIONÁRIO DE TERMOS MILITARES i.

AÇÃO (militar): Ato ou efeito de fazer algo utilizando meios militares restrito no campo tático. A ação pode ser ofensiva ou defensiva.

ii.

ACERTO CASUAL (ou acerto feliz): Acerto eventual que desestrutura o oponente, minando a sua capacidade.

iii.

ACOMPANHAR: Obtenção de informações sobre o oponente. O mesmo que sombrear.

iv.

AERONAVE: Descrição genérica de veículo que circula no ar.

v.

AEROTÁTICA: Operação executada no ar.

vi.

AEROVIA: Espaço aéreo controlado por radares.

vii.

ÁGUAS TERRITORIAIS: Extensão desde o território até às águas interiores.

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viii.

ALCANCE EFICAZ: Distância máxima que uma arma consegue alcançar com precisão.

ix.

ALCANCE MÁXIMO: Distância máxima que uma arma consegue alcançar.

x.

ALERTA NO AR: Situação de prontidão de aeronaves no espaço aéreo determinado.

xi.

ALERTA NO SOLO: Idem, porém em terra.

xii.

ALTITUDE DE VOO: Distância vertical de uma aeronave em voo.

xiii.

ALVO: Designação genérica do objeto que se quer destruir ou abater.

xiv.

ASSALTO: Fase final do ataque ou ataque curto, violento e preciso.

xv.

ATAQUE COORDENADO: Ação cronometrada, simultânea e com mais de uma unidade de ataque.

xvi.

ATAQUE DELIBERADO: Ataque que deve ser realizado com o máximo de precisão.

xvii.

ATAQUE URGENTE: Ataque que deve ser conduzido com o máximo de rapidez.

xviii.

AVIÃO DE ATAQUE: Avião de Combate que possui como característica básica a capacidade de realizar ações ofensivas contra alvos na superfície.

xix.

AVIÃO DE BOMBARDEIO

: Avião de Combate destinado a efetuar

bombardeio aéreo. xx.

AVIÃO DE CAÇA: Avião de Combate destinado a destruir aviões inimigo em combate aéreo.

xxi.

AVIÃO DE COMBATE: Avião destinado a executar ações de combate podendo ser de Ataque, de Bombardeio, de Caça, Caça-Bombardeiro, etc.

xxii.

AVIÃO DE INTERCEPTAÇÃO: Avião de Caça que tem por função interceptar as incursões aéreas inimigas.

36


xxiii.

AVIÃO DE PATRULHA: Avião de grande autonomia de voo, destinado a realizar operações de patrulha, podendo, complementarmente, executar ações de ataque.

xxiv.

AVIÃO DE RECONHECIMENTO : Avião que tem por função realizar reconhecimentos

e

enviar

observações

de

uma

área,

podendo,

complementarmente, executar de ataque. xxv.

AVIÃO DE TRANSPORTE : Avião destinado ao transporte aéreo militar.

xxvi.

AVIÃO TANQUE: Avião destinado ao reabastecimento no ar de outros aviões.

xxvii.

AVIÃO TORPEDEIRO:Avião de Ataque destinado a efetuar ataques com torpedos.

xxviii. xxix.

BANDA: Conjunto de canhões que um navio pode atirar a bordo. BATALHA DECISIVA: Batalha naval que as perdas são imensas que incapacitam o lado que perdeu de continuar lutando.

xxx.

BLOQUEAR: Cercar com forças militares

xxxi.

BLOQUEIO NAVAL: Impedir que navios e barcos saiam de determinada costa ou dimensão de costa.

xxxii.

BRIEFFING: Resumo de certa situação.

xxxiii.

CARRO DE COMBATE ANFÍBIO: Veículo blindado armado, normalmente com obus e metralhadora.

xxxiv.

CARRO DE COMBATE LAGARTA ANFIBIO: Veículo blindado, destinado ao transporte de tropas e de carga no Movimento Navio-Terra.

xxxv.

COBERTURA: Proteção à uma força ou comboio, seja por navios, aeronaves ou tropas.

xxxvi.

COMANDO: Oficiais altamente treinados para fazer ataques surpresas.

xxxvii.

COMBOIO: Grupo de viaturas organizadas, dispondo ou não de escolta.

37


xxxviii. xxxix.

DANO: Efeito da ação sobre o poder combatente do inimigo. DEFESA AEREA: Em sentido restrito consiste na defesa de ataques de aeronaves por meio de aeronaves.

xl.

DEFESA AEROESPACIAL : É o conjunto de ações destinadas a assegurar o exercício da soberania no espaço aéreo da nação, impedindo seu uso para a prática de atos hostis ou contrários aos objetivos nacionais.

xli.

DEFESA ANTIAEREA: Em sentido restrito, consiste na defesa de ataques de aeronaves pelo emprego de meios fixos móveis na superfície.

xlii.

DEFESA INTERNA: Conjunto de ações e medidas, em nível operacional, empreendidas nos campos político e militar, visando a prevenir, reprimir ou eliminar ações exercidas com a participação direta ou indireta de agentes de estratégia adversa que ameacem ou comprometam a segurança interna.

xliii.

DEFESA NUCLEAR: Conjunto de medidas destinadas a anular ou reduzir os efeitos de um ataque nuclear.

xliv.

ESCOLTA: Força naval que acompanha os navios de guerra.

xlv.

ESQUADRA: Organização composta de navios, aviões e força de fuzileiros.

xlvi.

ESTRATÉGIA: Ato de prever o emprego de estruturas e meios a fim de atingir um objetivo.

xlvii.

FOGO DE COBERTURA: Fogo desencadeado antes do desembarque, a fim de cobrir operações de preparação.

xlviii.

FOGO DE DESTRUIÇÃO: Fogo preciso, desencadeado com a finalidade de destruir um alvo, normalmente um objeto material.

xlix.

FOGO DE INQUIETAÇÃO : Fogo de cadência menor que a do fogo de neutralização, destinado a infligir perdas, ou, pela ameaça de perdas, a prejudicar a movimentação do inimigo.

38


l.

FOGO DE INTERDIÇÃO: Fogo realizado com o propósito de destruir ou neutralizar as comunicações inimigas, pontes, entroncamentos, estradas, impedindo a organização da defesa e o envio de tropas de reforço para área de combate.

li.

FOGO DE NEUTRALIZAÇÃO: Fogo desencadeado para produzir perdas e danos capazes de reduzir por algum tempo a eficiência combativa do inimigo.

lii.

FOGO DIRETO: Fogo desencadeado sobre um alvo utilizando-se o próprio alvo como ponto de visada para as alças dos canhões ou para a alça diretora.

liii.

FOGO INDIRETO: Fogo feito sobre um alvo usando outro ponto como ponto de visada. Por não ser diretamente visível o alvo, este tipo de fogo requer Espotagem aérea ou em terra.

liv.

FOGO RÁPIDO: Fogo cuja cadência dos sucessivos disparos ou salvas não é retardada.

lv.

HELIPONTO: Área de pouso de helicópteros

lvi.

HELIPORTO: Helipontos públicos dotados de facilidades para o pouso.

lvii.

MANOBRA ESTRATÉGICA: Manobra realizada para atender a um propósito estratégico.

lviii.

MANOBRA EVASIVA: Manobra realizada com uma unidade ou força naval a fim de escapar ao inimigo.

lix.

MANOBRA TÁTICA: Manobra realizada para atender a um propósito tático.

lx.

OPERAÇÃO: Conjunto de ações.

lxi.

PODER NACIONAL: União de todas as forças que dispõem a nação

lxii.

PONTO DE IMPACTO: Ponto em que a trajetória do torpedo intercepta a derrota do alvo.

39


lxiii.

PONTO DE PARTIDA: Ponto de controle aéreo na extremidade exterior do sistema de raias de aproximação.

lxiv.

RAIO DE AÇÃO: 1. (Aeronave) - Distância que uma aeronave pode afastar-se de uma determinada base para cumprir uma tarefa específica e regressar ao mesmo local de decolagem com determinada reserva de combustível.2. (Navio) Distância que um navio pode navegar sem ultrapassar determinado nível mínimo de reserva de combustível.3. (Bomba ou Mina) - Raio de círculo dentro do qual qualquer alvo será destruído ou seriamente avariado por sua explosão.

lxv.

TAREFA: Ação operativa específica atribuída por superior a um subordinado ou assumida por este e que, quando adequadamente executada, cumprirá ou contribuirá para o cumprimento da sua missão ou da do superior.

lxvi.

TÁTICA: Arte de dispor, movimentar e empregar as forças militares em presença do inimigo ou durante a batalha.

lxvii.

TEATRO DE GUERRA: Todo o espaço geográfico – terrestre, marítimo e aéreo – que seja ou possa ser diretamente envolvido nas operações militares de uma guerra.

lxviii.

TEATRO DE OPERAÇÕES (TO) : Parte do Teatro de Guerra necessário à condução de operações militares para o cumprimento de determinada missão. 74

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