Guia de estudos SPMUN 2012 - Imprensa

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Guia de Estudos Imprensa SĂŁo Paulo Model United Nations

ComitĂŞ de Imprensa

Carolina Cosas Tavares Leonardo Costa Bernardo Fico


Sumário

Carta aos delegados 1. Objetivos 2. A ética jornalística 3. A Declaração da Federação Internacional de Princípios de Condutas dos Jornalistas 4. A história da Imprensa 4.1 A Imprensa no mundo 4.2 A Imprensa no Brasil 5. Visão da Imprensa escrita para os delegados 6. Bibliografia


Carta aos Delegados

O delegado de imprensa deve, acima de tudo, seguir os conceitos da ética jornalística de Verdade e Precisão, Objetividade, Confidencialidade e Respeito à privacidade. Deve-se ter claro em mente que o jornalista é o principal veículo transmissor de informação para a população leiga que, portanto deve ser realizar essa tarefa de forma clara, coesa e coerente. O veículo também é responsável por transmitir aos diplomatas, políticos, banqueiros etc, o assunto da notícia ou edital, a visão da classe social que a revista representa, de forma a gerar influência sobre os possíveis resultados finais da problemática em questão. A imprensa mundial tem esse papel fundamental na sociedade atual e, além disso, cria e influencia as ideologias do leitor. Revistas como a Veja ou o Diário Clarín mostram-se extremamente tendenciosas, com a intenção de implantar suas ideologias no publico alvo e isto não faz com que o veículo informacional perca seu prestígio e sim seja cada vez mais reconhecido pelos órgãos internacionais. Com a intenção de disseminar sua ideologia e, de forma implícita, influenciar a atitude dos leitores, o delegado representante da imprensa no SPMUN deve pesquisar o alinhamento político, social e econômico da revista ou jornal a ser representado no devido comitê. No decorrer da simulação este deve escrever textos com a mesma linha ideológica a fim de mostrar aos diplomatas a visão que o povo, que está fora da discussão, tem sobre o andamento do debate e também de informar aos outros componentes da simulação o andamento das discussões no comitê em que a revista é representada.


1.

Objetivos O comitê de imprensa do SPMUN 2012 tem como foco relatar os acontecimentos do evento (solenidades, discussões, comitês, declarações tal como o andamento em geral). Para tanto, serão elaborados jornais pertencentes aos respectivos veículos de comunicação dos delegados de imprensa e um jornal geral do evento produzido pela diretoria. Além disso, poderão ser usadas mídias eletrônicas pela diretoria do comitê no intuito de divulgar o evento.

Jornal Geral: elaborado pelos diretores do comitê, abordará os eventos ocorridos no dia. Será de encargo deste: cobrir as cerimônias de abertura e encerramento, os coffee breaks, os coquetéis, partes da festa, entre outros.

Jornal dos Delegados: cada um dos delegados de imprensa deverá redigir um jornal periódico, o qual será designado conforme sua representação. Neste jornal, será abordado o andamento do comitê e, juntamente com os fatos surgidos durante as discussões, posicionamentos ideológicos de cada veículo impreterivelmente com ética e responsabilidade midiática.

Mídias Eletrônicas: elaboradas pelos diretores, abarcarão reportagens sobre o evento, vídeos dos acontecimentos mais marcantes dos dias anteriores, entrevistas. Enfim, proporcionará outros panoramas do evento. Nesse sentido, serão disponibilizadas, principalmente, pela página oficial do Facebook.

2.

A Ética Jornalística

Todos os trabalhos jornalísticos devem ser profissionais e responsáveis. Para Tanto, alguns preceitos básicos são necessários. Todos eles serão baseados na Declaração da Federação Internacional de Princípios de Condutas dos Jornalistas (de Abril de 1954 - emendada em 1986), que contém e apontam os principais aspectos para uma conduta ética, profissional e respeitável.


Respeitar a verdade, divulgar apenas fatos cujas fontes sejam conhecidas, não utilizar métodos ditos “injustos” (nomenclatura utilizada pela própria declaração) para a obtenção de materiais, como fotos ou depoimentos, bem como manter sigilosas as fontes de que se utilize para obtê-las - se assim lhes for solicitado. Ofensas ao dever do jornalista, como plagio ou calúnia são amplamente inaceitáveis e não devem constar na postura jornalística, jamais.

3.

A Declaração da Federação Internacional de Princípios de Condutas dos Jornalistas “Esta Declaração internacional é proclamada como um padrão de conduta profissional dos jornalistas envolvidos na coleta, transmissão, divulgação e comentários sobre notícias e informações para descrever eventos.

Artigo 1. Respeito pela verdade e pelo direito do público à verdade é o primeiro dever do jornalista.

Artigo 2. No exercício deste dever, o jornalista deverá sempre defender os princípios de liberdade na apuração e publicação honestas das notícias, e do direito justo de comentário e crítica.

Artigo 3. O jornalista deve trabalhar apenas em conformidade com os fatos de que ele/ela saiba a origem. O jornalista não deve suprimir informações essenciais ou falsificar documentos.

Artigo 4. O jornalista deve usar somente os métodos justos para obter notícias, fotografias e documentos.

Artigo 5. O jornalista deve fazer o máximo para corrigir as informações publicadas, que se descubra ser degradantemente imprecisa.

Artigo 6. O jornalista deve respeitar o sigilo profissional em relação à fonte das


informações obtidas com base na confiança.

Artigo 7. O jornalista deve estar consciente do perigo de discriminação possivelmente promovido pela mídia, e deve fazer o possível para evitar que se facilite esta discriminação baseada, entre outros fatores, na raça, sexo, orientação sexual, idioma, religião, opiniões políticas e outras, e origem nacional ou social.

Artigo 8. O jornalista deve considerar como graves delitos profissionais os seguintes

I) Plágio; II) Deturpação maliciosa; III) Calúnia, injúria, difamação, acusações infundadas; IV) Aceitação de suborno em qualquer forma, seja para publicação ou para supressão de informações.

Artigo 9. Os Jornalistas dignos deste nome devem considerar seu dever de observar fielmente os princípios acima enunciados. Dentro da lei geral de cada país, o jornalista deve reconhecer apenas a competência de colegas nesta matéria, com exclusão de qualquer tipo de interferência por parte dos governos ou outros.

Congresso Mundial da Federação Internacional de Jornalistas, 1954. Emendado pelo 13º Congresso Mundial em 1986.”

4. 4.1

História da imprensa

A imprensa no mundo

Há séculos atrás, publicações já eram criadas e distribuídas regularmente pelos governos. As primeiras reproduções da escrita foram obtidas sob um suporte de cera ou de argila com os selos cilíndricos e cunhas, encontrados nas mais antigas cidades da Suméria e da Mesopotâmia do século XVII a. C. A primeira publicação regular de que se tem notícia foi a Acta Diurna, que o imperador Augusto mandava colocar no Fórum Romano no século I de nossa era. Esta publicação, gravada em tábuas de pedra, havia sido fundada em 59 a.C. por ordem de Júlio César.


A Acta Diurna era afixada nos espaços públicos, e trazia fatos diversos, notícias militares, obituários, crônicas esportivas, entre outros assuntos. O primeiro jornal em papel, Notícias Diversas, foi publicado como um panfleto manuscrito a partir de 713 d.C., em Kaiyuan, em Pequim, na China. Em 1440, Gutenberg desenvolve a tecnologia da prensa móvel, utilizando os tipos móveis: caracteres avulsos gravados em blocos de madeira ou chumbo, que eram rearrumados numa tábua para formar palavras e frases do texto. Na Baixa Idade Média, as folhas escritas com notícias comerciais e econômicas eram muito comuns nas ruidosas ruas das cidades burguesas. Em Veneza, as folhas eram vendidas pelo preço de uma gazeta, a moeda local, de onde surgiu o nome de muitos jornais publicados posteriormente. A primeira publicação impressa periódica regular (semanal), o Nieuwe Tijdinghen, apareceu em 1602, na Antuérpia; e o primeiro jornal em português foi fundado em 1645, em Portugal: A Gazeta, de Lisboa. O jornal mais antigo do mundo ainda em circulação é o sueco Post-och Inrikes Tidningar, que teve início em 1645. Até então, estas publicações tinham periodicidade semanal, quinzenal, mensal ou irregular. Foi só a partir de 1650 que surgiu o primeiro jornal impresso diário do mundo, o Einkommende Zeitungen (Notícias Recebidas) fundado na cidade alemã de Leipzig. A primeira revista, em estilo almanaque, foi o Journal des Savants (Diário dos Sábios), fundado na França em 1665. Nos séculos XVIII e XIX, os líderes políticos tomaram consciência do grande poder que os jornais poderiam ter para influenciar a população e proliferaram os jornais de facções e partidos políticos. O The Times, de Londres, começa a circular em 1785, com o nome de The Daily Universal Register. Seria rebatizado para The Times três anos depois. 4.2

A imprensa no Brasil

O Brasil demora a conhecer a imprensa, por causa da censura e da proibição de tipografias na colônia, impostas pela Coroa Portuguesa. Somente em 1808 é que surgem, quase simultaneamente, os dois primeiros jornais brasileiros: o Correio Braziliense, editado e impresso em Londres pelo exilado Hipólito da Costa; e a Gazeta


do Rio de Janeiro, publicação oficial editada pela Imprensa Régia instalada no Rio de Janeiro com a transferência da Corte portuguesa. A imprensa teve grande influência no processo de independência do país. Um dos maiores exemplos do papel da imprensa nessa época foi o “Revérbero Constitucional Fluminense”, escrito por Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa, em setembro de 1821. Em São Paulo, o primeiro jornal impresso só foi surgir em 1823; era o chamado “Farol Paulistano”. Após a independência, a imprensa viveu um período de agressões aos jornalistas e muitos tumultos. A aristocracia rural brasileira, liderada por José Bonifácio, perseguia de maneira implacável seus opositores. Em 16 de novembro de 1889, logo após a proclamação da República, o jornal “A Província de São Paulo” publicava em letras ocupando toda a página: “Viva a República” e passava a se chamar “O Estado de São Paulo” (que posteriormente se tornaria um dos maiores jornais do país, ao lado da Folha de São Paulo). O carioca Gazeta de Notícias é o primeiro jornal editado em cores, no ano de 1907. Em 1910 é fundada a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro. A censura à imprensa brasileira foi atuante no período do governo militar; e o ápice da arbitrariedade teve lugar durante o período mais negro da política brasileira, quando, em dezembro de 1968, no governo Costa e Silva, foi baixado o Ato institucional número 5 (AI-5). Com a globalização e o advento da Internet, a mídia passa a ser cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, informando e disseminando conhecimento de maneira ainda mais fácil e rápida.

5.

Visão da imprensa escrita para os delegados

A intenção da central de imprensa, particularmente em relação aos jornais escritos, é relatar os acontecimentos de cada um dos comitês, nos quais haverá representações de jornais ligados, de alguma forma, ao tema. É prerrogativa do delegado atentar aos preceitos básicos - expostos pela FIJ - sem, no entanto, esquecer-se de que está representando um veículo de imprensa e que este tem sua visão particular do tema,


afinal, é esta a realidade dos veículos de Comunicação no Brasil e no mundo. Assim, as visões de cada veículo devem ser perceptíveis nos textos redigidos pelos delegados, sem nunca abandonar a ética profissional do cargo que ocupam.

Além disso, a coleta de dados para as reportagens deve ser feita, em primeira instância, pela leitura do guia específico do comitê, a ser coberto durante as sessões; em segunda instância, pela observação dos debates, os quais são de suma importância para que a matéria seja fiel aos desdobramentos do comitê e, desta forma, tenha um maior impacto para despertar maior interesse dos delegados em relação ao jornal.

Vale lembrar que uma mera transcrição do ocorrido não atrai o leitor, uma vez que os delegados alvo estão presentes na discussão. É, por isto, interessante trazer um viés ideológico, e/ou um aprofundamento em parte das discussões que sejam mais enfocadas. Desta forma, atrairia-se o leitor com um diferencial.


6.

Bibliografia

Código Internacional de Ética dos Jornalistas (http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja& ved=0CCEQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.fenaj.org.br%2Farquivos%2Fcodigo_d e_etica_internacional_dos_jornalistas.doc&ei=TQuDUIrfEKHy0gGM_IFg&usg=AFQj CNFONezivMA4GVzoksch5bOfn19Y6A) http://intra.vila.com.br/sites_2002a/urbana/ana_laura/histimprensa.htmb http://pt.wikipedia.org/wiki/Imprensa http://pt.wikipedia.org/wiki/Imprensa_no_Brasil http://www.observatoriodaimprensa.com.br/index.asp


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