EDIÇÃO 04 | SETEMBRO E OUTUBRO | 2020
a r e v i s ta d o v e t e r i n á r i o
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E D A D I S E B O E M C ÃE S E GATOS:ÓST I CO D O D I A G N E N TO AO T R ATA M
Medicina Veterinária na Prática
PremieRpet® News
Entrevista
Obesidade em cães e gatos: do diagnóstico ao tratamento
Nutritivo e balanceado, PremieRpet® lança mais uma opção de petisco para cães
Prof. Dr. Archivaldo Reche Jr., um dos pioneiros e referência em Medicina Felina no Brasil
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sumário
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CARTA AO LEITOR
04 06 MEDICINA VETERINÁRIA NA PRÁTICA Obesidade em cães e gatos: do diagnóstico ao tratamento.
20 PremieRpet® NEWS
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Nutritivo e balanceado, PremieRpet® lança mais uma opção de petisco para cães.
22 ENTREVISTA Prof. Dr. Archivaldo Reche Jr., um dos pioneiros e referência em Medicina Felina no Brasil.
Prezados leitores,
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Nesta 4ª edição da Revista do Veterinário PremieRpet®, a Medicina Veterinária na Prática traz uma matéria sobre “Obesidade em cães e gatos: do diagnóstico ao tratamento”, escrita pelo Prof. Dr. Thiago Vendramini em parceria com o Prof. Dr. Marcio Brunetto, que aborda a incidência da doença no mundo, suas causas, consequências e a forma de tratamento adequada. Além disso, a PremieRpet® News aborda o lançamento de mais uma opção de sabor na linha PremieR Cookie: PremieR Cookie sabor Coco e Aveia. Na Entrevista, o Prof. Dr. Archivaldo Reche Jr. fala sobre a escolha da Medicina Veterinária como profissão, o interesse pela Medicina Felina e as perspectivas para a área. Finalizamos a edição com os próximos acontecimentos importantes para vocês. Desejamos a todos uma ótima leitura!
PremieRpet®
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E D A D I OBE S E S E Ã EM C : S O T GA O C I T S Ó N G A I D DO O T N E M A AO T R AT A perda de peso promovida pelo estabelecimento do balanço energético negativo é o primeiro passo para o controle e tratamento da obesidade.
Prof. Dr. Thiago H. A. Vendramini & Prof. Dr. Marcio Antonio Brunetto
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EXEMPLO PRÁTICO DE CONSUMO SUPERIOR À NECESSIDADE E GANHO DE PESO DE UM GATO ADULTO 8
GATO COM PESO IDEAL
10 kcal/dia
12 meses FIGURA 1 Fonte: Adaptado de Michael (2012).
Nas últimas décadas, a incidência de obesidade em animais de companhia tem aumentado de forma significativa, talvez até de forma mais acelerada do que em seres humanos, e tornou-se preocupação importante na medicina veterinária. Na população de cães, alguns estudos avaliaram a frequência desta afecção nas mais diversas regiões do planeta, com resultados significativos: Estados Unidos 29% dos animais estavam em sobrepeso e 5,1% eram obesos (LUND et al., 2005); Austrália 41% de animais em sobrepeso (MCGREEVY et al., 2005); Europa 24% em estudos mais antigos e 41% de obesidade nos cães avaliados em estudo mais recente (EDNEY & SMITH, 1986; HAND et al., 1989; CRANE, 1991; PremieRpet®
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MONTOYA-ALONSO et al., 2017); China 44% foram considerados obesos (MAO et al., 2013); Japão 39,8% dos animais em sobrepeso e 15,1% obesos (USUI et al., 2016). No Brasil, recente estudo realizado no Centro de Pesquisas em Nutrologia de Cães e Gatos (CEPEN pet), publicado na renomada revista científica internacional Nature Research, aponta frequência de 41% de sobrepeso e obesidade em cães na cidade de São Paulo - SP (PORSANI & BRUNETTO, 2020). Em relação aos gatos, estima-se que aproximadamente 35 a 40% estejam obesos (GRECO, 2002; YAGUIYANCOLLIARD et al., 2008; ZORAN, 2010), sendo a obesidade considerada como o segundo problema de saúde de maior ocorrência nos gatos domésticos, após a doença periodontal (ALLAN et al., 2000; COLLIARD et al., 2009).
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10% ACIMA DO PESO IDEAL
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ACUMULARÁ 450 GRAMAS
Em termos gerais, a obesidade é definida como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode prejudicar o bem-estar e a vida saudável (OMS, 2017); destacando assim, o possível comprometimento da saúde, aspecto que confere importância ainda maior ao assunto.
de energia, em que muitas calorias consumidas associadas ao menor gasto pelos animais, levam ao acúmulo de gordura. Portanto, o que faz com que o animal apresente excesso de peso corporal é o longo período em situação de balanço energético positivo (OSTO & LUTZ, 2015).
Os fatores que levam os animais de companhia à obesidade são variados e podem estar associados à genética e ao ambiente. No entanto, a obesidade está, principalmente, relacionada com o desequilíbrio energético (ZORAN, 2010), excetuando-se os casos relacionados a outras alterações, como doenças endócrinas. Ou seja, para explicar a principal causa da obesidade, podemos nos basear nos princípios de transformação e armazenamento
Por exemplo, um gato adulto que consome apenas 10 quilocalorias acima de sua necessidade energética diária, no decorrer de um ano acumulará cerca de 450 gramas de tecido adiposo. Dependendo do porte e raça deste animal, isso pode equivaler a 10% do seu peso ideal, o que resulta em ganho significativo em curto período de tempo (Figura 1).
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Etapas envolvidas na instituição de um programa de perda de peso
1ª ETAPA
2ª ETAPA
Avaliar o escore de condição corporal (ECC) do animal.
Calcular o peso meta (PM) a partir do ECC do animal.
ECC 7, o peso meta será o peso atual multiplicado pela constante 0,85. ECC 8 ou 9, o peso meta será o peso atual multiplicado pela constante 0,80.
FIGURA 2 Fonte: Próprio autor (2020).
O diagnóstico da obesidade baseado apenas no peso corporal do animal é muito incerto, principalmente se avaliarmos as diferentes raças (em cães a variação do peso é ainda mais evidente) e cruzamentos existentes, com a determinação do peso ideal nestas diversas variáveis. Na rotina clínica de avaliação, técnicas mais simples e de menor custo são utilizadas e podem fornecer boas informações da composição corporal. A avaliação do escore de condição corporal (ECC) é uma técnica que fornece boa relação com a composição corporal e, por consequência, com a obesidade ou excesso de peso, por meio de um sistema de pontuação. Trata-se de técnica subjetiva, mas PremieRpet®
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de boa precisão, sem custo e prática. Vários sistemas foram sugeridos, sendo a escala de 9 (nove) pontos a mais aceita. O sistema é visual e tátil e tem por objetivo buscar características que se correlacionam (gordura subcutânea, gordura abdominal e musculatura superficial) por meio de avaliação da caixa torácica, processos espinhosos dorsais e cintura (LAFLAMME, 1997a; LAFLAMME, 1997b). Esta ferramenta também auxilia o médico veterinário no convencimento do tutor sobre a obesidade do animal, o que é um grande desafio neste processo. Em relação às consequências da obesidade, os efeitos deletérios do excesso de peso na saúde de cães e gatos, bastante citados na literatura, incluem desde redução da longevidade,
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3ª ETAPA
4ª ETAPA
5ª ETAPA
Calcular a necessidade energética para perda de peso (NEPP).
Calcular a quantidade de alimento diária do animal.
Estabelecer a taxa de perda de peso semanal (TPPS).
Cães - NEPP =
Quantidade diária (g) =
TPPS mín. cães (g) =
64 x PC
0,75
Gatos - NEPP = 85 x PC
0,40
NEPP
= Kcal/dia
= Kcal/dia
Energia metabolizável do alimento (Kcal/g)
Peso atual (kg) x 10 TPPS mín. gatos (g) = Peso atual (kg) x 5 TPPS máx. cães (g) = Peso atual (kg) x 20 TPPS máx. gatos (g) = Peso atual (kg) x 10
como alterações ortopédicas, cardiovasculares e respiratórias; além de desordens metabólicas, como resistência insulínica (diabetes mellitus em gatos) e hiperlipidemia (HENDRICKS, 1992; CHIKAMUNE et al., 1995; BROWN et al., 1996; KEALY et al., 1997; KEALY et al., 2000, KEALY et al., 2002, JEUSETTE et al., 2005, GERMAN, 2006; BACH et al., 2007; HOENIG et al., 2007; PEREIRANETO et al., 2010; BRUNETTO et al., 2011a; BRUNETTO et al., 2011b; CAVE et al., 2012; PEREIRA-NETO et al., 2014; PEREIRA-NETO et al., 2018; VENDRAMINI & BRUNETTO, 2020).
estabelecimento do balanço energético negativo é o primeiro passo para o controle e tratamento da obesidade. O balanço energético negativo é baseado na redução das calorias consumidas pelos animais, associada ou não ao aumento do gasto energético. Desta forma, para obtenção da energia necessária, o animal mobiliza seus estoques orgânicos de gordura com a mínima perda de tecido muscular. A redução das calorias consumidas pelos animais é o principal objetivo de um programa de perda de peso e este é realizado em diversas etapas (Figura 2).
O balanço energético positivo é, portanto, o principal determinante da obesidade e suas consequências. Desta maneira, a perda de peso promovida pelo
O peso meta proposto é apenas uma estimativa inicial. Novos ajustes poderão ser necessários após alcançado o peso indicado, com base, principalmente,
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EXEMPLO PRÁTICO E REAL DE UM CÃO DURANTE PROGRAMA DE EMAGRECIMENTO 40
Peso corporal Peso meta
Peso corporal (kg)
12 35
30
Retornos
25 1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Peso (kg)
ECC1
EMM2
Peso (kg)
ECC1
EMM2
34,6
9
2
26,3
6
3
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Escore de condição corporal; 2 Escore de massa muscular.
NEPP* (inicial**) = 64 x PC0,75 = Kcal/dia NEPP* (inicial**) = 64 x 34,60,75 = 913,03 Kcal/dia Quantidade de alimento por dia (inicial*) 913,03 Kcal/dia / 2,97 Kcal/g = 307,42 g/dia TPPS*** mín. cães (g) = Peso atual (kg) x 10 TPPS*** mín. cães (g) = 34,6 x 10 = 346g TPPS*** máx. cães (g) = Peso atual (kg) x 20 TPPS*** máx. cães (g) = 34,6 x 20 = 692g * **
FIGURA 3
NEPP: necessidade energética para perda de peso Ajustes posteriores foram realizados de acordo com a resposta individual do animal durante o programa *** TPPS: taxa de perda de peso semanal
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na condição corporal do paciente no momento. Também é de extrema importância estabelecer a taxa de perda de peso semanal (TPPS), com o propósito de evitar a perda excessiva e, inclusive, a possível perda de massa muscular relacionada ao excesso de peso perdido, ou o oposto, insuficiente perda de peso que não garanta a efetividade do programa.
massa magra durante o tratamento, obviamente considerando as limitações e particularidades individuais de cada paciente.
Ao lado verificamos um exemplo prático e real de um cão durante programa de emagrecimento (Figura 3). Os animais devem ser reavaliados a cada 15 dias para que ajustes sejam realizados de acordo com a resposta individual de cada animal. Se todas as etapas forem efetuadas de maneira adequada, sem alterações por parte dos tutores, o programa tem grandes chances de atingir a meta esperada.
A escolha do alimento correto é fundamental para o sucesso do programa de perda de peso, pois as dietas destinadas ao emagrecimento devem apresentar características próprias (Figura 4). Dentre elas, a principal é a baixa densidade energética, com manutenção do consumo dos nutrientes não energéticos para, assim, propiciar o balanço energético negativo (FEDIAF, 2019). Outra característica é o teor elevado de proteína, que é de extrema importância nesse tipo de alimento para a manutenção da massa magra corporal, com o intuito de minimizar a perda de massa muscular durante o tratamento. Além disso, a maior inclusão de fibra dietética também é desejável, pela redução da densidade energética do alimento, auxílio no controle da glicemia e lipidemia, retardo da absorção dos nutrientes e promoção da sensação de saciedade (NRC, 2006).
Além de todas as etapas, a prática de atividade física deve ser estimulada como estratégia para aumentar o gasto energético e auxiliar na manutenção da
O emprego de fontes de amido de assimilação lenta, como cevada, ervilha e lentilha, também é interessante. Os alimentos à base de ervilha e lentilha
Assim, com a quantidade diária de alimento que deve ser fornecida, o peso meta e a taxa de perda de peso semanal estabelecidos, o programa de perda de peso está prescrito.
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OBESIDADE Gatos Adultos
RICO EM PROTEÍNA BAIXO TEORES DE GORDURA E AMIDO, RICO EM FIBRAS CIENTIFICAMENTE BALANCEADO CONTROLE DO pH URINÁRIO
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"A ESCOLHA DO ALIMENTO CORRETO É FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DO PROGRAMA DE PERDA DE PESO, POIS AS DIETAS DESTINADAS AO EMAGRECIMENTO DEVEM APRESENTAR CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS..."
Prof. Dr. Marcio Antonio Brunetto & Prof. Dr. Thiago H. A. Vendramini
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Características desejáveis de um alimento destinado ao emagrecimento saudável
Baixa densidade energética (<3200 kcal/kg).
Concentração elevada de proteína (>28% para cães e >40% para gatos). Aumento de fibra (> 8% fibra bruta).
Emprego de fontes de amido de assimilação lenta (cevada, ervilha e lentilha).
Utilização de nutrientes, como o cromo e a L-carnitina, que auxiliam no metabolismo dos carboidratos e gordura, respectivamente. FIGURA 4
proporcionaram a manutenção de concentrações glicêmicas e minimizaram a onda pós-prandial imediata produzida por alimentos formulados com amido de PremieRpet®
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rápida digestão (CARCIOFI et al. 2008; TEIXEIRA et al., 2018). Como a glicemia e a insulinemia estão diretamente relacionadas à saciedade, estes amidos de digestão lenta são recomendados nos casos de obesidade, colaborando para a minimização da fome dos animais em regime de restrição alimentar. Além disso, alguns compostos bioativos (nutracêuticos) têm sido propostos para efeitos de perda de peso, entre eles podemos citar a L-carnitina, envolvida no transporte mitocondrial, que pode aumentar a taxa de perda de peso ao promover retenção de massa corporal magra em animais de companhia durante a restrição calórica (CENTER et al., 2000) e os beta-glucanos, que podem resultar em benefícios na saciedade e metabolismo lipídico (FERREIRA et al., 2016). As maiores preocupações relativas aos programas de perda de peso, tanto em animais de estimação quanto em seres humanos, estão no subsequente ganho de peso durante o período de manutenção, após o tratamento. Uma vez alcançado o peso ideal, este deve ser mantido através do aporte calórico ajustado para tal propósito. O médico veterinário que acompanha o animal deve realizar a avaliação constante deste,
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além de ajustar e calcular de maneira adequada as exigências nutricionais. Todas as variáveis do paciente devem ser consideradas, como a manutenção dos exercícios físicos, mesmo com o animal já em peso ideal, e a idade. Além disso, devem ser realizadas recomendações para o fornecimento de petiscos (não devem superar 10% das exigências nutricionais diárias), divisão da alimentação em porções e todas as informações referentes à manutenção dos animais em peso ideal. A redução de peso e a manutenção da condição corporal ideal do animal limitam o aumento do risco de doença e redução da expectativa de vida associados à obesidade; emagrecer, portanto, é prática necessária. REFERÊNCIAS: ALLAN F. J., PFEIFFER D. U., JONES B. R., ESSLEMONT D. H. B., WISEMAN M. S. A cross-sectional study of risk factors for obesity in cats in New Zealand. Preventive Veterinary Medicine, v. 46, p. 183-196, 2000. BACH, J. F.; ROZANSKI, E. A.; BEDENICE, D.; CHAN, D. L.; FREEMAN, L. M.; LOFGREN, J. L.; OURA, T. J.; HOFFMAN, A. M. Association of expiratory airway dysfunction with marked obesity in healthy adult dogs. American Journal of Veterinary Research, v. 68, p. 670- 675, 2007. BROWN, D. C., CONZEMIUS, M. G., SHOFER, F. S. Body weight as a predisposing factor for humeral condylar fractures, cranial cruciate rupture and intervertebral disc disease in Cocker Spaniels.
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PremieRpet®
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MV Vanessa Miyoshi
Fundada por um grupo de pessoas apaixonadas por animais de estimação, a PremieRpet® nasceu com a missão de oferecer o que há de melhor e mais sofisticado em nutrição para cães e gatos. Para nós, a qualidade de vida dos pets vem em primeiro lugar e isso não seria diferente em se tratando dos alimentos específicos, mais conhecidos como petiscos. A linha PremieR Cookie oferece cookies assados, nutritivos e balanceados, com ingredientes rigorosamente selecionados em sua composição, em formatos exclusivos e diferenciados. A linha não possui ingredientes transgênicos nem corantes e aromatizantes artificiais. Já faziam parte do portfólio da linha os petiscos para cães adultos e filhotes, de todos os portes, nas versões original e sabor Frutas Vermelhas e Aveia. Em 2020, PremieRpet®
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a linha ganha uma nova opção nutritiva e saudável para os cães: PremieR Cookie sabor Coco e Aveia. PremieR Cookie sabor Coco e Aveia está disponível nas versões para filhotes e adultos de porte pequeno. A versão para filhotes traz benefícios para a saúde da pele e beleza da pelagem, pois contém biotina e zinco quelatado. A aveia, excelente fonte de fibras e rica em vitaminas e minerais, e o prebiótico MOS auxiliam na saúde intestinal. O sabor coco é unanimidade entre os cães, agradando os paladares mais exigentes. Já a versão para adultos possui em sua composição
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o hexametafosfato de sódio, um agente importante na manutenção da saúde oral através da prevenção da mineralização da placa dentária. Essa versão também proporciona benefícios para a saúde intestinal e para a pele e a pelagem, de forma semelhante ao cookie para filhotes. Frente a todos os benefícios apresentados, PremieR Cookie sabor Coco e Aveia também possui em sua composição ovos de galinhas livres de gaiolas. Esse ingrediente é proveniente de granjas certificadas que utilizam um sistema de criação que permite que as aves tenham liberdade de movimento, acesso a ninhos e locomoção total. É um sistema que promove maior bem-estar às aves, diferentemente do que é visto em sistemas de criação convencionais, nos quais elas não podem expressar os comportamentos citados
e possuem movimentos limitados ao tamanho da gaiola, onde permanecem confinadas durante a vida. PremieR Cookie sabor Coco e Aveia está disponível em apresentação de 250 g e, assim como todos os outros petiscos da linha PremieR Cookie, conta com o selo de 110% de satisfação, que garante devolução integral do valor da compra acrescido de 10% caso o consumidor não fique satisfeito.
entrevista
MEDICINA FELINA
EM FOCO
DO INÍCIO FRUSTRADO NA AVICULTURA AO SUCESSO E AMOR PELA MEDICINA FELINA, O PROF. DR. ARCHIVALDO RECHE JR. É UM DOS PIONEIROS E REFERÊNCIA NA ÁREA O Prof. Dr. Archivaldo Reche Jr., ou Valdo – como prefere ser chamado, é um dos pioneiros no Brasil em medicina felina e forte referência na área. Atualmente, leciona no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) e é sócio proprietário da Clínica Vetmasters e do Hospital Veterinário 4cats, locais onde atende exclusivamente gatos. Nesta entrevista, ele conta um pouco sobre sua trajetória na medicina veterinária, na especialidade e aponta algumas tendências para os próximos anos.
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Pode nos contar um pouco sobre como nasceu seu interesse pela medicina veterinária?
A escolha pela medicina veterinária não foi fácil, nem mesmo planejada. Durante os três anos do ensino médio, eu tinha a certeza de que seria um engenheiro mecânico, embora a medicina veterinária também me despertasse um certo fascínio – eu sempre acompanhava meus pais às visitas de meus cães e gatos ao veterinário. Também me interessava muito pela criação de frangos que tínhamos no nosso sítio, mas não passava pela minha cabeça cursar medicina veterinária. Foi a morte de uma gata de estimação, no meu último ano do ensino médio, que despertou o interesse adormecido pela profissão. Fiz minha inscrição na FUVEST para a área de biológicas – medicina veterinária. Só contei aos meus pais depois que eu havia sido aprovado no vestibular. Foi uma surpresa para todos, mas ficaram felizes com minha escolha. Nessa época, meu maior interesse era a avicultura, seguir trabalhando com aves de produção e fazer crescer o pequeno negócio que a família tinha no sítio.
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Em sua excelente apresentação no Vet Talking PremieRpet® 2019, você relatou aos participantes que a sua experiência profissional começou com estágio na produção de frangos. E que foi o contato com a Profa. Mitika que o despertou para o universo felino. Como se deu esse direcionamento na profissão?
Meu envolvimento com a medicina felina foi por um acaso do destino. Entrei no curso de medicina veterinária em 1983 com a ideia de trabalhar com aves de produção. Infelizmente, minhas investidas nessa área foram infrutíferas. Quando eu estava cursando a disciplina de clínica médica de pequenos animais, em 1985, conversando com a Profa. Mitika K. Hagiwara sobre minha frustração com a avicultura, ela me apresentou a ideia da medicina felina. Lembro das palavras dela naquele dia: “o gato será o pet do futuro, chegará PremieRpet®
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o dia em que teremos mais gatos do que cães”. A visionária Profa. Mitika tinha razão, já são muitos os países em que os gatos superaram em número os cães, não tardará vivenciaremos a mesma realidade no Brasil. Abracei essa ideia e comecei a focar minha formação profissional na área de medicina de felinos. Tudo o que fiz, desde a minha graduação, sempre foi voltado para os gatos, todos os estágios, cursos, mestrado, doutorado e livre docência. Hoje, não me vejo atuando em uma área diferente e agradeço todos os dias a professora por ter me mostrado esse caminho que jamais pensei seguir na minha profissão.
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"Nos dias atuais, os gatos são criados como membros da família. Foi-se a época que o indivíduo tinha um gato apenas para manter a casa livre dos camundongos."
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Atualmente você é sócio proprietário do Hospital Veterinário 4cats e da Clínica Vetmasters. O que te desafia e te motiva nessa gestão clínica?
Me graduei em 1987 pela FMVZ-USP, completei dois anos de residência na área de clínica de pequenos animais no HOVET-USP, fiz meu mestrado e doutorado sanduíche – parte cursado aqui na FMVZ-USP e parte nos EUA, na Universidade de Ohio. Em 1992, fundamos a Vetmasters - eu e mais dois sócios. Nesse momento, eu ainda atendia alguns poucos cães, de cada 10 pacientes em um dia, 2 eram cães. A partir de 1998, quando voltei dos EUA, passei a atender exclusivamente gatos. Na atualidade, divido meu dia de trabalho entre as atividades como docente do Departamento de Clínica Médica da FMVZ-USP e no atendimento de gatos na clínica Vetmasters, onde atendo cerca de 15 a 25 gatos por dia. Uma das minhas maiores frustrações como clínico de felinos sempre foi não poder oferecer aos nossos tutores de
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gatos uma assistência 24h. Reconhecendo a necessidade crescente de oferecer essa segurança aos tutores e aos nossos pacientes felinos, resolvemos tirar do papel uma ideia antiga, um hospital só para gatos que funcionasse 24h. Assim, em maio de 2018, inauguramos o Hospital 4cats. No hospital temos uma equipe de veterinários especializados no atendimento a felinos e enfermeiros que são treinados a trabalhar com os conceitos “Cat Friendly” – ou seja, não basta investir em uma estrutura adequada para o atendimento a gatos, os profissionais que trabalham no hospital também precisam de capacitação adequada para lidar com a espécie. Eu não faço a gestão de nenhuma das duas empresas, tenho certeza que seria um negócio fracassado se as empresas dependessem da minha gestão empresarial. Hoje, temos pessoas treinadas e preparadas para fazer essa gestão, tanto na Vetmasters como no Hospital 4cats. Minha única função na Vetmasters é atender aos tutores com seus gatos e no hospital eu coordeno o atendimento clínico da equipe de veterinários. Você já disse anteriormente que é um profissional especializado em felinos que não é “gateiro”. Acredita que essa particularidade fez diferença em sua jornada?
Tenho certeza que não. Essa é apenas uma característica, não um pré-requisito para ser um bom profissional especializado em gatos. Conheço colegas, que também são focados na clínica de felinos, profissionais de reconhecida capacitação técnica e que são gateiros. Eu adoro gatos, se eu achasse que ter vários gatos num mesmo ambiente fosse bom para eles, certamente eu teria. No entanto, eu sou contrário ao ambiente “multicat”. Os gatos são extremamente territoriais, alguns mais do que outros e vários gatos num mesmo ambiente, por maior que ele seja, pode gerar conflitos territoriais de difícil solução, além de provocar sofrimento psicológico e, às vezes, físico a esses gatos.
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Como avalia a mudança na formação e na atuação do médico veterinário com o desenvolvimento das especialidades?
A medicina veterinária, seguindo a tendência natural de todas as profissões, evoluiu muito nos últimos 30 anos. Eu pude acompanhar essa mudança. Atualmente, é natural o acadêmico sair da graduação focado em uma determinada especialidade. No passado, todos os que decidiam trilhar a área de clínica de pequenos animais eram generalistas. Hoje, o veterinário especializado em gatos é um generalista focado na espécie felina, precisa ter um bom conhecimento de todas as especialidades centralizando numa única espécie. Essa revolução das especialidades na medicina veterinária tem reflexo no comportamento dos tutores. Sabemos que os tutores de pets estão cada vez mais preocupados em buscar o melhor atendimento, nem que para isso eles tenham que buscar opiniões de diferentes profissionais, essa é uma tendência que veio para ficar. Na sua visão, quais as perspectivas para a medicina felina nos próximos anos?
Nos dias atuais, os gatos são criados como membros da família. Foi-se a época que o indivíduo tinha um gato apenas para manter a casa livre dos camundongos. Outro hábito que mudou bastante é em relação ao comportamento dos tutores de gatos. São reconhecidamente muito preocupados e zelosos, buscam auxílio veterinário com muito mais frequência do que antigamente, são mais exigentes a ponto de selecionarem profissionais especializados no atendimento à espécie para o acompanhamento dos seus gatos. Outra característica desses tutores é o “vício” por gatos. Raramente um tutor de gato tem apenas um felino na residência. A tendência, depois do primeiro gato, é vir um segundo, terceiro, quarto... É unânime entre os PremieRpet®
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clínicos de pequenos animais a observação de que a cada dia cresce o número de gatos atendidos nas clínicas. Isso tem despertado a atenção de todos os veterinários que militam na área de pequenos animais. Buscando por uma melhor capacitação na área de clínica de felinos, os cursos, palestras e congressos voltados para a clínica de felinos têm feito muito sucesso. O número de profissionais que hoje buscam se dedicar exclusivamente à espécie felina é cada vez maior, no entanto, a tendência é a concorrência se tornar mais expressiva, obrigando o veterinário a se manter atualizado ou perderá seu espaço na especialidade. Como você dimensiona o papel da nutrição para a manutenção da saúde e para a recuperação de gatos em tratamento clínico?
Quando eu comecei a clinicar, há mais de 30 anos, não havia nenhuma dieta comercial para gatos. Estavam entrando no mercado os primeiros alimentos comerciais específicos para cães. Nessa época, a nutrição de gatos era baseada em restos de comida caseira, carne bovina, frango ou pescado. As enfermidades de origem nutricional eram muito frequentes, os gatos pagaram um preço alto por receber uma dieta caseira sem qualquer balanceamento nutricional adequado. Com a introdução das dietas comerciais para gatos, a casuística de doenças nutricionais despencou. As dietas foram evoluindo ao longo dos anos e, hoje, a maior parte dos fabricantes de dietas para cães e gatos produz, além das dietas convencionais, as dietas coadjuvantes contribuem muito no controle e prevenção de muitas enfermidades comuns nessa espécie. Portanto, a medicina veterinária evoluiu nos últimos 30 anos, assim como nosso reconhecimento de que uma dieta bem balanceada pode proporcionar ao gato não só uma vida mais saudável, mas também um ganho expressivo da expectativa de vida.
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entrevista agenda
Setembro 01, 08, 15, 22 e 29/09 Informações: www.endocrinovet.com.br
Introdução aos tópicos avançados em endocrinologia de cães e gatos
16/09 Informações: abev.org.br/corticoideterapia-esuas-aplicabilidades
Palestra: Corticoideterapia e suas aplicações
17 a 19/09 Informações: www.esvcn.org
Congress of the European Society of Veterinary and Comparative Nutrition (ESVCN)
24/09 Informações: www.eventials.com/premierpet
Grande Encontro PremieRpet® - Medicina Felina
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