Revista Combustíveis & Conveniência - Ed. 119

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ÍNDICE 33 n Reportagem de Capa

n Na Prática

40 • Peso dos encargos

38 • Gestão a distância: é possível? n Meio Ambiente

44 • Ethanol Summit discute novos rumos n Conveniência

50 • De olho na nova classe C n Revenda em Ação

54 • Maranhão recebe revendedores n Entrevista

12 • Roberto Luis Troster, economista e consultor n Mercado

20 • Mudanças para o caminhoneiro 22 • O preço da melhoria 24 • Em discussão 26 • Arla-32: regras para a venda a granel 28 • Regulamentação a caminho 30 • De olho no abastecimento 32 • O que será do amanhã?

19 • Paulo Miranda 04 • Virou Notícia

66 • Crônica

4OPINIÃO

4SEÇÕES

60 • Perguntas e Respostas

48 • Jurídico Deborah dos Anjos 53 • Conveniência Flavio Franceschetti

4TABELAS

36 • Roberto Fregonese

61 • Atuação Sindical

62 • Evolução dos Preços do Etanol 63 • Comparativo das Margens e Preços dos Combustíveis 64 • Formação de Preços 65 • Preços das Distribuidoras Combustíveis & Conveniência • 3


44 VIROU NOTÍCIA

Reforma de postos

2,4% É a perspectiva de crescimento anual do gás natural entre 2013 e 2018, divulgada pela Agência Internacional de Energia (AIE), no Relatório de Mercado de Gás de Médio Prazo. Esta projeção de crescimento, ligeiramente menor da prevista no ano passado (2,7%), acabou sendo afetada pelo menor desempenho da economia internacional, especialmente pela fraca demanda da Europa e às dificuldades de produção no Oriente Médio e África. Stock

Divulgação

De Olho na ECONOMIA

Distâncias mínimas

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, foi aprovada na forma de um substitutivo pela Comissão de Minas e Energia. Ela será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. 4 • Combustíveis & Conveniência

24% Foi o crescimento do consumo de etanol no país no mês de junho em relação ao mesmo período do ano passado. No total foram consumidos 556,642 milhões de litros. Os dados foram divulgados pelo Sindicom, que representa cerca de 60% do mercado de etanol do país.

13% Foi o crescimento de produção de biodiesel acumulado nos primeiros cinco meses do ano divulgado pela ANP. Até maio, o Brasil produziu mais de 1,15 bilhão de litros de biodiesel. Isto significa o maior patamar para os cinco primeiros meses do ano. A região Centro-Oeste permanece na liderança, com aproximadamente 494 milhões de litros no acumulado do ano.

Oregon State University

Uma das novidades do texto é o estabelecimento de distâncias mínimas entre os postos. De acordo com o PL, a distância mínima entre dois postos revendedores deverá ser de 500 metros, seja dentro ou fora do perímetro urbano. O mesmo vale para postos e áreas consideradas de risco, como depósitos de explosivos e munições, hospitais, escolas, creches e asilos. Também foi mantido o afastamento necessário de 200 metros entre postos e túneis, pontes e viadutos. Segundo o PL, os postos também não poderão ficar a menos de 500 metros de cursos d’água, lagos, lagoas e reservas ecológicas.

É a queda projetada para as exportações ao final de 2013 em relação ao ano passado, para US$ 230,511 bilhões, na revisão anual para as expectativas da balança comercial pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Segundo as perspectivas da entidade, as importações foram ampliadas de US$ 225,070 bilhões, alta de 0,9%, para US$ 232,519 bilhões, aumento de 4,2% em relação a 2012.

Stock

O Projeto de Lei 866/11 trata detalhadamente da construção e de reformas dos postos, estabelecendo distâncias mínimas e regulamentando as medidas de segurança necessárias nos pisos, nos boxes destinados à lavagem e à lubrificação de veículos e nos tanques subterrâneos, entre outros.

5%

Stock

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara aprovou uma proposta que regulamenta a instalação e reforma de postos de combustíveis. Hoje, as obrigações são definidas em leis municipais.


Subsídio para etanol O Senado aprovou, recentemente, emenda do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) que prevê subsídio de R$ 0,40 por litro de etanol produzido por usinas do norte fluminense. A matéria objetiva aumentar a competitividade dos produtores de etanol na região, onde, conforme estudos, a produção desse combustível equivale a 0,5% de todo o etanol produzido no país.

Gás no RS O Centro de Excelência em Pesquisa e Inovação em Petróleo, Recursos Minerais e Armazenamento de Carbono (Cepac) vai simular o ambiente marinho para estudar os hidratos de gás, fonte mais abundante de combustível fóssil, no Rio Grande do Sul. A Petrobras está investindo mais de R$ 1 milhão no projeto, que tem como meta ajudar a ditar os rumos do Brasil na procura e exploração desses reservatórios.

Força-tarefa A ANP fez operação de campo no Rio de Janeiro, em julho, nos municípios de Barra Mansa, Volta Redonda, Resende e Porto Real, fiscalizando 11 postos de combustíveis, uma distribuidora, um transportador e um fabricante de biocombustíveis denunciados pela sociedade. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão de documentos fiscais, apreendidos equipamentos e coletadas mais de 40 amostras de combustíveis. A operação envolveu mais de 200 pessoas.

Sem alta à vista Nem mesmo a Unica acredita na possibilidade de uma elevação no preço da gasolina no curto prazo. “As chances imediatas são baixíssimas. Já eram antes, por causa da inflação, e agora são menores ainda, por conta dos movimentos para não aumentar as tarifas. Mas sou otimista de que, uma hora, os preços vão convergir”, declarou Elizabeth Farina, presidente da entidade, durante o Ethanol Summit 2013.

Ping-Pong

Marcelo Luiz Alves Fernandez

Supervisor de Fiscalização da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo O que é o SAT fiscal? O SAT Fiscal institui um novo sistema autenticador e transmissor de cupons fiscais eletrônicos, que permite documentar de forma eletrônica as operações comerciais dos varejistas. Com sua implantação, está prevista a substituição dos atuais Emissores de Cupom Fiscal (ECFs), que são baseados em uma impressora específica de armazenamento de dados, por outro equipamento capaz de fazer a transmissão em tempo real, via internet, das transações comerciais. Como é o equipamento SAT? O SAT é um equipamento que deverá gerar e autenticar o Cupom Fiscal Eletrônico – SAT (CF-e-SAT), e transmiti-lo periódica e automaticamente à Secretaria da Fazenda, via internet. O SAT não possui impressora integrada, e o extrato (mera representação gráfica do documento eletrônico) deve ser impresso pelo aplicativo comercial em uma impressora comum. O CF-e-SAT é um documento fiscal eletrônico, emitido, armazenado e transmitido automaticamente pelo equipamento SAT, de existência apenas digital. Sua validade jurídica é garantida pela assinatura digital feita pelo equipamento SAT por meio do seu Certificado Digital. Com o CF-e-SAT, procura-se estabelecer um novo padrão para o varejo: documento fiscal válido é o Documento Fiscal Eletrônico existente na base de dados do Fisco. Este padrão é similar ao atualmente utilizado pela NF-e. Há uma data limite para a substituição dos emissores de cupom fiscal? No setor de combustíveis, os postos revendedores deverão emitir o CF-e-SAT por meio do equipamento SAT, a partir de 1o/04/2014, em São Paulo, em substituição ao Cupom Fiscal emitido por equipamento ECF e, a partir de 1o/10/2014, em substituição à Nota Fiscal de Venda a Consumidor modelo 2. Quais as exigências (infraestrutura, tipo de acesso à internet, demais equipamentos) para viabilizar a instalação do SAT? Equipamento SAT, equipamento de processamento de dados com porta USB, Aplicativo Comercial (AC) compatível com utilização com o equipamento SAT, rede local com acesso à internet e impressora comum (não fiscal), podendo ser compartilhada entre diferentes SAT. O SAT será obrigatório em todo o país? Já foram estabelecidos prazos? A determinação é federal e cada estado tem autonomia para definir a data de implantação. No caso do Estado de São Paulo, a obrigatoriedade já está disciplinada por meio da Portaria CAT 147/2012, a partir do artigo 27. Combustíveis & Conveniência • 5


44 VIROU NOTÍCIA

Em queda

Stock

Durante o mês de junho deste ano, as manifestações populares ganharam força e levaram diversos segmentos da sociedade às ruas. Um dos efeitos colaterais do movimento, no entanto, foi a queda de consumo. Com receio de atos de vandalismo e de enormes congestionamentos, muitos brasileiros deixaram seus veículos na garagem. Embora ainda não existam números oficiais, postos revendedores da capital paulista, por exemplo, sentiram quedas de até 20% no movimento. Mas não foi somente o consumo de combustíveis que foi afetado. Segundo informações de entidades que representam o varejo, houve uma queda de 10% a 25% na venda de redes de varejo de bens duráveis entre a segunda e terceira semanas de junho, em relação a uma semana normal. Conforme levantamento realizado pela Serasa Experian, a retração do comércio varejista em junho foi de 1,6%.

Estímulo aos elétricos No início de julho, as montadoras de veículos apresentaram ao governo uma proposta para tornar viável a produção de carros elétricos e híbridos no Brasil. Antes da etapa da produção, no entanto, as empresas querem isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para modelos importados. A justificativa é estabelecer a tecnologia no mercado, já que a proposta prevê uma cota de 500 veículos que entrariam no Brasil ainda neste ano com IPI zero (hoje a taxa é de 13% a 25%), número que aumentaria anualmente até chegar a 2,4 mil unidades em 2017.

Anuário ANP Lançado pela ANP, no final de julho, o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2013 traz o recorde da produção bruta de gás natural no Brasil, de 2012, que atingiu 70,8 milhões de m³/dia, o que representa um aumento de 7,3% em relação a 2011. No segmento de refino, a produção de derivados registrou 2,02 milhões de barris/dia, ou seja, um crescimento de 6,5% em relação ao ano passado. No ano passado, as vendas de combustíveis cresceram 6,1%, com destaque ao aumento de 11,9% do volume de gasolina C, evolução de 6,96% do consumo do óleo diesel, em contraste com a queda de 9,6% nas vendas de etanol hidratado, em comparação a 2011.

O Inmetro colocou em consulta pública o projeto de Resolução Mercosul nº 05/2012 de Cilindros para Armazenamento de Gás Natural Veicular (GNV) a Bordo de Veículos Automotores. A proposta é um acordo entre os países membros do Mercosul para a revisão do regulamento dos cilindros para armazenamento de GNV. O documento está disponível no site do Inmetro (www.migre.me/fxiIj) e as contribuições podem ser feitas até o dia 27 de agosto. 6 • Combustíveis & Conveniência

Wikimedia Commons

Em consulta

Esperando o marco A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel cobrou do Ministério de Minas e Energia uma definição do governo sobre o novo marco regulatório para o setor, que deve prever o aumento da mistura do combustível verde no diesel fóssil. Desde abril, o grupo aguarda o envio da proposta ao Congresso. “Há inércia quanto ao tema”, reclamou o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).

Novo diretor A ANP deu posse, no final de junho, ao seu novo diretor José Gutman - primeiro servidor de carreira a ocupar o quadro da diretoria na Agência. Participaram da cerimônia de posse a diretora-geral Magda Chambriard e os diretores Helder Queiroz e Florival Carvalho, além do secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins de Almeida. Durante a solenidade, Magda Chambriard falou sobre as principais realizações da ANP, como a 11ª Rodada de Licitação de Petróleo; a primeira licitação do pré-sal, prevista para outubro; e a intensificação no trabalho de fiscalização no mercado de combustíveis.


Relatório Sindicom Nos três primeiros meses do ano, as vendas de combustíveis das associadas do Sindicom subiram 5,6% na comparação com o mesmo período de 2012. Percentual superior ao verificado pelas empresas que não são filiadas ao sindicato – alta de 3,3%. De acordo com Alísio Vaz,

presidente executivo do Sindicom, o resultado das associadas revela melhora na qualidade da competição, com condições mais equilibradas no mercado. Os números foram apresentados durante coletiva de imprensa de lançamento do Anuário de Combustíveis, Lubrificantes & Lojas de Conveniência 2013, no Rio de Janeiro.

PELO MUNDO por Antônio Gregório Goidanich Quando comecei a me entender por gente, e lá vão algumas dezenas de anos, um dos meus primeiros interesses foi o petróleo. Neto de imigrantes pelos dois lados de minha ascendência, fui criado ouvindo as histórias de navios e viagens. Desde o veleiro que trouxe meu bisavô de uma distante ilha, hoje croata, até os vapores a carvão e, finalmente, a comodidade dos transatlânticos movidos a óleo combustível. O petróleo e seus derivados eram o grande motivo de desenvolvimento dos transportes no século XX. Os automóveis eram a grande novidade. Todos queriam carros e motos. Eram como asas para os homens da minha geração. Fator desinibidor do direito de ir e vir previsto pelas modernas legislações, o petróleo era o grande propulsor das maiores fortunas do mundo. Houve guerras por petróleo. As companhias produtoras e distribuidoras de petróleo, a Esso e a Shell, particularmente, representavam o que havia de mais importante, charmoso e sofisticado no mercado. Desde muito jovem, decorava marcas de automóveis, nomes de empresas aéreas e, mais do que tudo, das companhias petroleiras. Conhecia detalhes de logística de refinarias, terminais e campos de jazidas. Sentíamo-nos importantes ao dissertar sobre as jazidas do Texas, do México e de Java. Sobre a Academia de Baton Rouge, a mega refinaria da Esso, na foz do Mississipi, conhecíamos ou pensávamos conhecer detalhes mais íntimos. As histórias heróicas das refinarias holandesas mantidas em funcionamento durante os bombardeios alemães na segunda guerra. Os colossos de Aruba e Curaçao, cuja localização estratégica permitia atender a demanda de qualquer parte do mundo. Tornou-se célebre a frase atribuída a John D. Rockfeller: “O melhor negócio do mundo é uma refinaria de petróleo bem administrada. O segundo melhor negócio do mundo é uma refinaria de petróleo mal administrada. E o terceiro melhor negócio do mundo é uma refinaria de petróleo, ainda que pessimamente administrada”.

Nos anos 70, isto mudou radicalmente. A Opep, o boicote árabe e, principalmente, a consciência da possibilidade de acabarem-se as reservas de petróleo e as questões ecológicas transformaram as refinarias em negócio de muitas dificuldades e riscos. As exigências legais em relação ao meio ambiente fizeram com que muitas refinarias fossem fechadas ou abandonadas. A Shell, ainda nos anos 70, conseguiu se livrar da responsabilidade referente à gloriosa refinaria de Curaçao, vendendo-a ao governo da ilha pela impressionante soma de um florim (moeda holandesa que valia cerca de meio dólar americano). Aruba foi doada pela Esso ao governo da ilha e permanece semi-abandonada. No Caribe, inúmeras refinarias foram fechadas. Porém, as mudanças do novo século afastaram a escassez de petróleo. As grandes companhias voltaram a atuar na prospecção e extração. Mas as refinarias seguem sem interesse. As aventuras das grandes companhias históricas e particulares no setor de refino têm sido cautelosas. A Shell associou-se ao governo da República Dominicana na Refindonsa durante alguns anos. Mas sem riscos, operando por conta do Governo. O Texas possui ainda um número representativo de antigas refinarias fechadas, era o caso de Pasadena. Tais companhias estavam à disposição de quem quisesse assumir o passivo ambiental. Uma empresa belga anunciou que faria um investimento de cerca de US$ 50 milhões na “chatarra” de Pasadena. Não precisou. O pepino foi vendido para a Petrobras por um valor impressionante. Não consegui entender. Durante quase 40 anos tive um caso de amor: meu orgulho brasileiro era a Petrobras. Enchia a boca para enumerar os “peixes”. Impava de satisfação pela tecnologia de exploração em águas profundas. Pelo desempenho da companhia. Pela capacidade de seu corpo técnico. Pela ferrenha defesa do monopólio estatal comandado pela AEPT. Era como a seleção canarinho. Combustíveis & Conveniência • 7


CARTA AO LEITOR 44 Mônica Serrano

A Fecombustíveis representa nacionalmente 34 sindicatos, defendendo os interesses legítimos de quase 40 mil postos de serviços, 370 TRRs e cerca de 52 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes. Nossa missão é acompanhar o mercado de revenda de combustíveis, com a meta de fomentar o desenvolvimento econômico e social do setor, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida da nação. Tiragem: 25 mil exemplares Auditada pelo Presidente: Paulo Miranda Soares Presidente de Honra: Gil Siuffo 1º Vice-Presidente: Roberto Fregonese 2º Vice-Presidente: Mário Luiz P. Melo 3º Vice-Presidente: Walter Tannus Freitas 4º Vice-Presidente: Adão Oliveira da Silva 5º Vice-Presidente: José Carlos Ulhôa Fonseca 6º Vice-Presidente: Maria Aparecida Siuffo Schneider 1º Secretário: José Camargo Hernandes 2º Secretário: José Augusto Melo Costa 3º Secretário: Emilio Roberto C. Martins 1º Tesoureiro: Ricardo Lisboa Vianna 2º Tesoureiro: Manuel Fonseca da Costa 3° Tesoureiro: Mário Duarte Conselheira Fiscal Efetiva: Maria da Penha Amorim Shalders Conselheiro Fiscal Efetivo: Flávio Henrique B. Andrade Conselheiro Fiscal Efetivo: Luiz Felipe Moura Pinto Diretor de TRR: Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Diretor de Postos de Rodovia: Ricardo Hashimoto Diretor de Meio Ambiente: João Batista Porto Cursino de Moura Diretor de GNV: João Batista Porto Cursino de Moura Diretor de Conveniência: João Victor Renault Diretoria: Aldo Locatelli, Alírio José Gonçalves, Álvaro Rodrigues A.Faria, Carlos Henrique R.Toledo, Dilleno de Jesus T. da Silva, Flavio Martini S.Campos, João Batista P.C.Moura, João Victor C.R.Renault, José Vasconcelos da R. Junior, Mário Shiraishi, Omar A.Hamad Filho, Ricardo Hashimoto, Roque André Colpani, Ruy Pôncio Conselho Editorial: José Alberto Miranda Cravo Roxo, José Luiz Vieira, Luiz Gino Henrique Brotto, Marciano Francisco Franco e Ricardo Hashimoto Edição: Mônica Serrano (monicaserrano@fecombustiveis.org.br) Colaboração especial: Morgana Campos Editora-assistente: Gisele de Oliveira (assessoria.comunicacao@fecombustiveis.org.br) Redação: Rosemeire Guidoni (roseguidoni@uol.com.br), e Hylda Cavalcanti Capa: Alexandre Bersot Economista responsável: Isalice Galvão Publicidade: Gerente comercial: Celso Guilherme Figueiredo Borges (celsoguilherme@fecombustiveis.org.br) Telefone: (21) 2221-6695 Programação visual: Priscilla Carvalho (priscilla.carvalho@fecombustiveis.org.br) Fecombustíveis Av. Rio Branco 103/13° andar - Centro-RJ - Cep.: 20.040-004 Telefone: (21) 2221-6695 Site: www.fecombustiveis.org.br/revista E-mail: revista@fecombustiveis.org.br

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Novo aprendizado Há pouco mais de três meses iniciei um amplo conhecimento no setor da revenda, ao me inserir no mercado de postos de combustíveis. Não poderia supor que uma simples placa de preços faz parte de regras definidas para exercer a atividade ou mesmo que um adesivo é uma determinação obrigatória. Pequenos exemplos da vastidão de regras e obrigatoriedades que se ampliam em complexidade e abrangem as áreas fiscais, trabalhistas e meio ambiente, entre outras. A matéria de capa deste mês traz a manifestação da revenda contra o excesso de encargos que têm onerado cada vez mais a atividade comercial. O setor batalhou arduamente pela regulamentação para combater as irregularidades e agora sofre com o excesso de obrigações, prestando contas a órgãos municipais, estaduais e federais. Também abordamos nesta reportagem os postos de combustíveis que foram vítimas de atos de vandalismo durante as manifestações. Confira o que é permitido pela ANP sobre o horário de funcionamento obrigatório, se houver risco para o estabelecimento. Neste mês, contamos ainda com a colaboração especial de Morgana Campos, que deixou algumas matérias prontas antes de se desligar da nossa equipe. A cobertura do lançamento do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013, dividida com Gisele de Oliveira, editora-assistente, traz as perspectivas para o mercado de etanol e biodiesel apresentadas no painel que contou com a participação de especialistas de referência do mercado. A reportagem aborda ainda os principais destaques do Relatório em relação ao desempenho do setor de combustíveis ao longo de 2012. Também tivemos nesta edição, a participação da repórter Hylda Cavalcanti na cobertura do andamento do Projeto de Lei que estabelece o pacote de incentivos para desoneração de impostos do óleo diesel para o transporte público. A entrevista com o economista Roberto Luis Troster, feita por Rosemeire Guidoni, mostra que o Brasil vive um momento de incertezas no panorama econômico e que o período não é bom para investimentos de risco. O momento é de cautela, só vale a pena arriscar se houver uma boa oportunidade. Boa Leitura! Mônica Serrano



44 SINDICATOS FILIADOS

ACRE José Magid Kassem Mastub Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4 Bairro: Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br ALAGOAS Carlos Henrique Toledo Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 Fax: (82) 3320-2738/2902 scvdpea@uol.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br AMAZONAS Luiz Felipe Moura Pinto Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707 Fax: (92) 3584-3728 sindcam@uol.com.br BAHIA José Augusto Melo Costa Av. Otávio Mangabeira, 3.127 Costa Azul Salvador-BA Fone: (71) 3342-9557 Fax: (71) 33429557/9725 sindicombustiveis@sindicombustiveis. com.br www.sindicombustiveis.com.br CEARÁ Vilanildo Fernandes Rua Visconde de Mauá, 1.510 Aldeota Fortaleza-CE Fone: (85) 3244-1147 sindipostos@sindipostos-ce.com.br www.sindipostos-ce.com.br DISTRITO FEDERAL José Carlos Ulhôa Fonseca SHCGN-CR 704/705, Bloco E entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 Fax: (61) 3274-4390 sindicato@sindicombustiveis-df. com.br www.sindicombustiveis-df.com.br ESPÍRITO SANTO Nebelto Carlos dos Santos Garcia Rua Vasco Coutinho, 94 Vitória-ES Fone: (27) 3322-0104 Fax: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br GOIÁS Leandro Lisboa Novato 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 Fax: (62) 3218-1100 sindiposto@sindiposto.com.br www.sindiposto.com.br MARANHÃO Orlando Pereira dos Santos Av. Colares Moreira, 444, salas 612 e 614 Edif. Monumental 10 • Combustíveis & Conveniência

São Luís-MA Fone: (98) 3235-6315 Fax: (98) 3235-4023 secretaria@sindcombustiveis-ma.com.br www.sindcombustiveis-ma.com.br MATO GROSSO Aldo Locatelli R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone/Fax: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br MATO GROSSO DO SUL Mário Seiti Shiraishi Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 Fax: (67) 3321-2251 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br MINAS GERAIS Paulo Miranda Soares Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte-MG Fone/Fax: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br PARÁ Alírio José Duarte Gonçalves Av. Duque de Caxias, 1337 Bairro Marco Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó Belém-PA Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa. com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br PARAÍBA Omar Aristides Hamad Filho Rua Rodrigues de Aquino, 267 5º andar - Centro João Pessoa-PB Fone: (83) 3221-0762 - Fax: (83) 3221-0762 sindipet@hotmail.com www.sindipetropb.com.br PARANÁ Roberto Fregonese Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522 Curitiba-PR Fone/Fax: (41) 3021-7600 diretoria.sindi@sindicombustiveis-pr. com.br www.sindicombustiveis-pr.com.br PERNAMBUCO Fernando Cavalcanti Rua Desembargador Adolfo Ciríaco,15 Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 Fax: (81) 3445-2328 sinpetro@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br PIAUÍ Robert Athayde de Moraes Mendes Av. Jockey Club, 299, Edificio Eurobusiness 12º, sala 1212 Teresina-PI Fone: (86) 3233-1271 Fax: (86) 3233-1271 sindpetropi@gmail.com www.sindipetropi.org.br

RIO DE JANEIRO Ricardo Lisboa Vianna Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco Niterói–RJ Fone/Fax: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO Manuel Fonseca da Costa Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 sindcomb@infolink.com.br www.sindcomb.org.br RIO GRANDE DO NORTE Antonio Cardoso Sales Rua Monte Sinai - Galeria Brito salas 101/102 Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 Fax (84) 32176577 sindipostosrn@sindipostosrn.com.br www.sindipostosrn.com.br RIO GRANDE DO SUL Adão Oliveira Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3228-7433 Fax: (51) 3228-3261 presidencia@sulpetro.org.br www.sulpetro.org.br RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA Paulo Ricardo Tonolli Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone/Fax: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br RONDÔNIA Volmir Ramos Xinaider Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3223-2276 Fax: (69) 3229-2795 sindipetroro@uol.com.br sindipetroro@hotmail.com www.sindipetro-ro.com.br RORAIMA Abel Salvador Mesquita Junior Av. Surumu, 494 São Vicente - Boa Vista - RR Fone: (95) 3623-8844 sindipostos.rr@hotmail.com SANTA CATARINA Lineu Barbosa Villar Rua Porto União, 606 Bairro Anita Garibaldi Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 / 0875 Fax: (47) 3433-0932 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br SANTA CATARINA - BLUMENAU Julio César Zimmermann Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249/Fax: (47) 3326-6526 sinpeb@bnu.matrix.com.br www.sinpeb.com.br

SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS Valmir Osni de Espíndola Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São José-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@gmail.com SANTA CATARINA - LITORAL CATARINENSE E REGIÃO Roque André Colpani Rua José Ferreira da Silva, 43 Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 Fax: (47) 3241-0322 sincombustiveis@sincombustiveis. com.br www.sincombustiveis.com.br SÃO PAULO - CAMPINAS Flávio Martini de Souza Campos Rua José Augusto César, 233 Jardim Chapadão Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 recap@recap.com.br www.recap.com.br SÃO PAULO - SANTOS José Camargo Hernandes Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco Santos-SP Fone: (13) 3229-3535 Fax: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br SERGIPE Flávio Henrique Barros Andrade Rua Raimundo Fonseca, 57, Bairro Treze de Julho Aracaju-SE Fone: (79) 3214-7438 Fax: (79) 3214-4708 sindpese@infonet.com.br www.sindpese.com.br SINDILUB Laércio dos Santos Kalauskas Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina São Paulo-SP Fone: (11) 3644-3440/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br TOCANTINS Eduardo Augusto Rodrigues Pereira 103 Sul, Av. LO 01 - Lote 34 - Sala 07 Palmas-Tocantins Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br TRR Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SP Fone: (11) 2914-2441 Fax: (11) 2914-4924 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br Entidade associada ABRAGÁS (GLP) José Luiz Rocha (41) 8897-9797 abragas.presidente@gmail.com



44 Roberto Luis Troster 4 Economista e consultor

Economia em pauta Por Rosemeire Guidoni

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Combustíveis & Conveniência: A economia brasileira tem vivido um momento de tensão, diante de tantos protestos populares contrários ao governo. O senhor considera que isso possa trazer incertezas para os diversos mer-

cados? Que reflexos o cenário atual pode trazer para a economia do país? Roberto Troster: Realmente, o Brasil de algumas semanas atrás não é o mesmo Brasil de hoje, tudo mudou. Atualmente, somos outro país, tanto na política, quanto na economia. Em relação à política, estamos em um momento de transição. Já na questão econômica, tivemos uma série de indicadores anteriores a este momento atual, que alteraram a perspectiva do país. Houve a notícia de que uma agência de

Fotos: Paulo Pereira

Para o economista Roberto Luis Troster, o momento atual do país é de incertezas. A perspectiva é de que a economia cresça menos do que os 2,5% projetados pelo Governo, e que as empresas passem a trabalhar com estoques menores e postergar investimentos, o que resultará na redução do consumo. Nesse panorama, nem tudo é negativo, há nuances e os resultados continuam positivos, embora mais lentos. Na avaliação de Troster, que traz em seu currículo cargos como economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e do Banco Itamarati; e diretor do Banco Finasa de Investimento S A. e da Finasa Leasing Arrendamento Mercantil S.A., além de atuar em várias consultorias para o setor financeiro, as mudanças (positivas ou não) daqui para frente vão depender da capacidade de reação do Governo. Porém, como “meteorologista” da economia, ele acredita que poucas transformações devem ocorrer, uma vez que o atual Governo vem demonstrando uma capacidade fraca de reação. Segundo ele, a gestão vem se mantendo igual, não foram feitas reformas e não há ambição de longo prazo. Fala-se em “Pibão”, como se o Brasil fosse acabar em outubro de 2014, quando haverá eleições. Na entrevista exclusiva concedida à Combustíveis & Conveniência,

no final do mês de junho, em meio aos protestos populares, Troster espera, como resultado das manifestações, que elas abram cabeças e tragam mudanças que sejam acertadas. Confira a seguir os principais trechos da conversa.


classificação de risco poderia rebaixar a nota do Brasil, o que trouxe preocupação ao mercado financeiro. A nota dada pelas agências mostra o quanto um país é seguro para investir. A possibilidade de rebaixamento mostra que o Brasil não está mais na época do investment grade, e agora os agentes estão preocupados. C&C: O recente crescimento do país não estava baseado no crédito e no consequente endividamento? Isso não traz maior risco futuro? RT: Sim, estava-se incentivando muito a demanda e, com isso, uma economia aberta, houve maior estímulo às importações. Isso criou um endividamento irresponsável do país, e a dívida pública (dívida bruta) já está chegando a quase 60% do PIB. O governo fala em dívida líquida, mas injetou crédito via BNDES e Caixa Econômica Federal. Então, se o país não tem a contrapartida da oferta, a dívida aumenta. Você só reduz a despesa ou baixando o consumo futuro, ou vendendo ativos. Hoje, o país tem uma dinâmica inconsistente e não há como manter esta dinâmica por longo tempo. Com a inflação subindo e a atividade caindo, de maneira sistemática, é necessária uma correção de cotas. Há algumas semanas tivemos o primeiro susto, quando o Governo anunciou que faria um ajuste fiscal, e, simultaneamente, anunciou o programa “Minha Casa Melhor”, que representa R$ 18 bilhões de gastos a mais. Ou seja, não houve corte de despesas, o que acaba tirando a credibilidade do Governo, daí, os protestos populares. Eu torço para que as manifestações

tragam mudanças, e que estas mudanças sejam acertadas. Porém, temos observado que o atual Governo tem capacidade de reação fraca. Como “meteorologista” da economia, acho que virão poucas modificações. C&C: E esta situação toda afeta o cotidiano e o resultado das empresas de que forma? RT: Normalmente, os rumores da sociedade são cíclicos. Quando está tudo bom, está muito bom; quando está tudo ruim, fica muito ruim. Um dia, o Brasil é o país do futuro, no dia seguinte, estamos em crise? Na verdade, existem várias nuances entre os dois cenários. Então, no panorama atual, podemos dizer que vamos crescer um pouco menos, ter um pouco mais de inflação, e isso gera incertezas. Neste ano, a projeção de crescimento da economia é 2,5%, e, possivelmente, cresceremos menos ainda do que isso. Todos vão querer trabalhar com estoques menores e postergar investimentos. As empresas, de modo geral, vão reduzir investimentos e haverá queda de consumo. Com isso, a economia não cresce tão rapidamente. Mas há setores que não são influenciados. Este ano, temos, por exemplo, uma safra recorde. C&C: Recentemente, a Petrobras reajustou o preço da gasolina e do diesel. Porém, estes valores ainda não são suficientes para suprir toda a defasagem com que a empresa atuava. Como o senhor avalia a perspectiva de um novo aumento? Isso pode afetar o consumo? RT: Não acredito que chegue a fazer uma grande diferença.

Talvez ocorra uma migração para o transporte público, mas, na média, o consumo vai se manter. O preço dos combustíveis no Brasil está defasado, o reajuste precisa acontecer para que o país possa ter investimentos no setor. Os produtos regulados hoje estão crescendo metade da velocidade de outros itens de preços livres. C&C: O número de veículos em circulação tem aumentado significativamente. A indústria automotiva vem comemorando mês a mês recordes de produção e os índices de novos emplacamentos não param de aumentar. Porém, boa parte deste crescimento tem se baseado no financiamento dos veículos. Em sua opinião, isso indica um risco futuro, em função de eventuais problemas de crédito? O mercado de revenda de combustíveis pode ser afetado por este tipo de situação? RT: Não acredito. Talvez algumas pessoas optem por reduzir as despesas com combustível, adotando o transporte público. Mas isso representa uma parcela pequena. A demanda por combustíveis é inelástica e locomoção é fundamental. O que talvez as pessoas cortem são as despesas com viagens, passeios. Mas no dia a dia continuarão a se

4FICHA TÉCNICA Recomendação de leitura: O futuro da indústria no Brasil Autor: Edmar Bacha e Monica Baungarten de Bolle Editora: Civilização Brasileira Combustíveis & Conveniência • 13


44 Roberto Luis Troster 4 Economista e consultor locomover, portanto, continuarão consumindo combustível. C&C: O governo tem editado medidas para socorrer o mercado do etanol, tais como desonerações de impostos incidentes sobre o produto e linhas de financiamento para formação de estoques reguladores. O senhor acha que essas medidas atingirão seus objetivos? RT: Os incentivos ajudam, mas o setor produtivo precisa de diretrizes para fazer seus investimentos. É necessário projetar o mercado antes de investir. Porém, temos de ver o que acontece com o preço do combustível lá fora, com a descoberta do gás de xisto. Na média, o xisto faz com que o preço da energia como um todo caia. Se os Estados Unidos reduzirem o consumo de petróleo, é natural que os preços diminuam.

C&C: O senhor acredita que o xisto pode competir diretamente com o etanol aqui? RT: Sim. Se a demanda por energia diminui nos Estados Unidos, em função das descobertas do gás de xisto, o preço do petróleo tende a cair. Isso afeta o preço da gasolina no Brasil também, que passa a competir com o etanol. Se houver queda do preço do petróleo, no longo prazo, acabaremos tendo um teto ao preço do etanol. C&C: Mas em sua avaliação, há perspectiva de queda do preço do petróleo? RT: Esta é uma pergunta difícil de responder. A economia americana está se tornando mais forte do que o esperado. O mundo está se tornando melhor, na média, mas de uma forma ruim para o Brasil. Na época da crise, o mundo estava pior, mas era melhor para o país. Há dois anos, a China, que importa muito do Brasil, estava crescendo, o que demandava matéria-prima, e os EUA estavam com problemas com taxas de juros baixas. Aqui no Brasil, o dinheiro era barato e tinha exportação. Agora, a China diminuiu o crescimento, e os EUA crescem mais. Isso acaba fazendo com que fluxos financeiros que vinham para o Brasil migrem para os EUA e a demanda de importações da China seja um pouco mais fraca. No curto prazo, não temos grandes mudanças, o barril de petróleo deve continuar na faixa de US$ 90/100. No médio prazo, a expectativa é pelo gás de xisto. C&C: Diante deste cenário atual, e pensando no empresário (no caso, o revendedor proprietário de postos de combustíveis), que

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tipo de investimento é considerado seguro atualmente? RT: Em minha avaliação, o termo investimento tem vários significados. O melhor investimento é educação, então se você tem uma empresa vale a pena investir em bons serviços, por exemplo. Este investimento melhora seu padrão de atendimento, de serviços, e como consequência, melhora seus resultados. Motivar e treinar a equipe é essencial, mesmo em momentos ruins da economia. Descuidar disso é um erro, a economia continua crescendo, embora lentamente. Não vamos chegar a taxas de 4%, mas vamos ter crescimento positivo, anda que seja menor do que o esperado. Além disso, no caso do mercado de combustíveis, não deve ocorrer grande retração. Se continuar ocorrendo consumo, a empresa que tiver melhores diferenciais sai na frente. Agora, em relação à aplicação financeira, especificamente, acho que primeiro é a renda fixa, que tem perspectiva de juros em alta. É uma aplicação segura. Outro ponto é que, nestes momentos de transição da economia, sempre aparece uma oportunidade. Se a pessoa tem dinheiro na mão, é possível aproveitar um negócio oferecido por alguém que não tem a dinâmica tão boa, por exemplo. C&C: Seria o caso, por exemplo, de investir em imóveis? RT: Vale a pena esperar mais um pouco. Mas é o que comentamos, se a pessoa tem capital disponível, pode aparecer uma oportunidade. Não é hora de comprar ao valor de mercado, é hora de comprar só se tiver chance, sempre há alguém que


Se a demanda por energia diminui nos Estados Unidos, em função das descobertas do gás de xisto, o preço do petróleo tende a cair. Isso afeta o preço da gasolina no Brasil também, que passa a competir com o etanol

está precisando de caixa. Mas em linhas gerais, não é o momento de investir em imóveis, ações, ou dólar. C&C: De fato, os preços praticados hoje no mercado imobiliário chegam a ser restritivos para algumas atividades. No caso de postos de combustíveis, muitas vezes, o valor do terreno é maior do que a rentabilidade do negócio. O senhor acredita que existe uma tendência de queda de preços, ou os valores devem ainda permanecer neste patamar mais elevado? No caso de empreendimentos que funcionam em terrenos alugados, é o momento de renegociar contratos de locação? RT: Quem está alugando, se puder fixar preço, agora é melhor, pois daqui a pouco, o faturamento começa a diminuir e o aluguel pode ficar muito caro. Com relação à compra do terreno, não existe uma resposta pronta. Não deve ocorrer queda de preços no curto prazo, mas isso é relativo. Quem tem capital disponível num momento de incertezas tem em mãos um grande trunfo. C&C: Caso este empresário não vá investir, pelo contrário, necessite de um financiamento, quais alternativas seriam mais indicadas ou mais seguras? RT: Quem precisa fazer financiamento deve optar pelo menor risco possível. O melhor é não ter

de se endividar. Pode-se vender alguma coisa, por exemplo, mas não é momento de pedir dinheiro emprestado. Não sabemos como ficarão os juros, como vai ficar sua capacidade de geração de caixa. Com a economia em um momento de indefinições, quanto mais sólido se consegue ser, ou menos dependente de fatores externos, melhor. Não é hora de fazer financiamento, nem no banco, nem na distribuidora. Quando o mar está revolto, o lugar certo é fechado e com poucas ondas. Não estou dizendo que o risco é assim tão elevado, mas as empresas devem trabalhar no pior cenário possível. C&C: Hoje, os atuais sistemas de cruzamento de dados, que visam minimizar a elisão fiscal, também representam um complicador para o dia a dia das empresas, já que são necessárias adaptações de equipamentos, treinamento para lidar com novos softwares e novas rotinas, e até mesmo uma mudança de postura frente a novas práticas. Como lidar com todas estas questões? RT: O Brasil é considerado o pior do mundo, entre 144 países, em burocracia. E toda transição é complicada. Com a mudança de um sistema, é necessário de aprender a usar, adequar, treinar a equipe e mudar de hábitos. E o grande problema é que o Brasil tem transição de improviso. As mudanças deveriam ser duradouras, e simplificadas. Por que

não simplificar a tributação? O cruzamento de dados, no futuro, pode ser benéfico, mas agora cria dificuldade para as empresas. C&C: A fiscalização da Lei que prevê a discriminação de impostos em notas fiscais foi adiada. Isso tem um lado positivo, que é o da empresa ter mais tempo para se adequar ou adequar seus sistemas. Porém, no setor de combustíveis a carga tributária é bastante alta, e os consumidores nem sempre têm a real noção do preço que estão pagando pelo produto e a quantidade de impostos que nele incide. Assim, em sua opinião, os empresários não deveriam desde já iniciar esta divulgação, seja por meio de cartazes ou folhetos? RT: Pode ser. Mas na verdade, não é o momento de impor mais obrigações ao varejo. Os empreendedores correm o risco de, daqui a pouco, a fiscalização considerar que há erros na porcentagem. A discriminação de impostos é um excesso de burocracia desnecessária. A medida é boa para a população Combustíveis & Conveniência • 15


44 Roberto Luis Troster 4 Economista e consultor e inclusive para o comércio, mas impõe mudanças, e talvez não seja o momento. Precisamos simplificar tributação. Temos 80 impostos, por que não apenas dois? Não faz sentido, o ideal seria ter um imposto único, com uma parcela para o estado, para o município e para a federação. Perde-se muito tempo com burocracia. C&C: Para os postos de combustíveis, o cartão de crédito sempre foi considerado um problema, por conta das altas taxas. As mudanças previstas com a nova regulamentação no mercado de cartões devem trazer alguma alteração nesta situação? RT: Sim, devem vir mudanças importantes. Além dos paga-

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mentos móveis, os prazos para recebimentos devem passar a ser menores. Não teremos mais prazos de 30 dias, será D+ 2, sem taxas, como na Europa e EUA. Mas isso está em discussão ainda, vai acontecer no Brasil, mas não sabemos quando. C&C: Em sua opinião, o que um posto de combustíveis pode fazer para reduzir seu custo de operação? RT: Os empresários do segmento deveriam optar por serviços compartilhados, ou prestados por seus sindicatos, reduzindo seus custos. Além disso, investir sempre em melhores práticas. É importante pensar sempre em custo/retorno. Pode-se até gastar mais, desde que se tenha retorno

melhor. Isso tem de fazer sempre, não só em época de crise. Tem de buscar atividades que agreguem maior valor. É importante verificar que tipo de serviço ou produto pode contribuir para rentabilizar seu negócio, sendo necessário conhecer também outras experiências, analisar as tendências do mercado em outros países. Conhecer o perfil do cliente e atender às suas necessidades é a melhor maneira de garantir retorno, mas vale ficar atento: um serviço não pode custar mais do que ele acrescenta de rentabilidade. Ou seja, não adianta implantar determinado serviço apenas para aumentar o tráfego de pessoas no seu negócio. É preciso que este serviço tenha resultados positivos por si só. n



Confira as principais ações da Fecombustíveis durante o mês de julho de 2013:

03 -

Participação da Fecombustíveis na Audiência Pública nº 13 da ANP sobre a obrigatoriedade de formação de estoques semanais médios de combustíveis pelos produtores (refinarias, centrais petroquímicas e formuladores);

03 -

Envio de Ofício à Câmara dos Deputados, Ministério de Minas e Energia e Casa Civil, a fim de alertar os aspectos relacionados à proposta de desoneração do PIS/Cofins do diesel utilizado no transporte público, em meio ao risco real de a medida incentivar usos indevidos e gerar distorções no mercado;

04 - Participação da Fecombustíveis na Audiência Pública nº 11 da ANP sobre critérios de transporte motorizado terrestre de recipientes transportáveis de GLP para comercialização em áreas urbanas e rurais, com entrega em domicílio de consumidores, em estabelecimentos comerciais e industriais para consumo próprio ou em outro revendedor autorizado pela ANP;

12 - Lançamento do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013;

18 - Participação do presidente da Fecombustíveis na reunião de diretoria da CNC, em Brasília (DF);

22 - Participação do presidente da Fecombustíveis no Workshop/ Dia do Revendedor realizado pelo Sindipostos-RN.

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OPINIÃO 44 Paulo Miranda Soares 4 Presidente da Fecombustíveis

Entre obrigações e manifestações A cada ano que passa, somos obrigados a veis 2013. Ficamos cumprir com inúmeras obrigações fiscais, tribumuito satisfeitos com os resultados do ano tárias, ambientais e trabalhistas. Somos um dos passado, com o faturasetores que acumula altos custos operacionais, o que diverge da característica familiar do nosso mento das vendas de negócio. Exceto as grandes redes de postos, a combustíveis na casa maioria da revenda é de pequeno e médio portes, dos 10% e a ampliação mas que carrega uma responsabilidade e gestão do setor no PIB brasileiro em 5,5%. Ao avaliar quase de multinacionais. Nosso custo vem se os anos anteriores, passamos por muitas transelevando a cada ano, até mesmo instituições que formações que mostram o amadurecimento da não atuam no controle da atividade da revenda cadeia de downstream. A ANP, na qualidade de têm criado exigências. Como se não bastassem os agência reguladora, tem mostrado empenho ao impostos e as obrigações, a concorrência desleal promover a atualização de normas ou discutir novas que enfrentamos com os Pontos de Abastecimenregulações que visam aprimorar nosso mercado, como por exemplo, a proposta da obrigatoriedade to (para os que operam de maneira ilegal), ou da amostra-testemunha e da criação de lacres revendedores desonestos que minam o negócio sequenciais numerados. Além disso, a Agência de quem trabalha honestamente, ultimamente também se cerca em prover o mercado consumificamos em estado de alerta com a violência das manifestações populares. Em Belo Horizonte, dor, com a obrigatoriedade de estoques mínimos tomamos conhecimento de de combustíveis para a três postos depredados, que produção e distribuição, Para a população em geral falta tiveram bombas inutilizadas, discernimento do quanto somos apenas a fim de evitar problemas roubo de equipamentos e de abastecimento. mais uma ala de comerciantes sem até ameaça de incêndio. Apesar dos problemas domínio nenhum em relação aos preços de que enfrentamos, com o Apoiamos a liberdade de combustíveis. A carga tributária chega a ser peso das obrigações e a expressão, as reivindicações para melhora do nosso quase 50% do valor do preço embutido no culpa pelas não conforproduto comercializado na bomba país - também queremos midades detectadas nos viver num país mais justo, postos, temos de enxergar sem corrupção, onde todos tenham condições os fatos positivos. O diesel S10, lançado em janeiro, de trabalhar e levar seu negócio adiante dentro já abocanha 15% do total do mercado de diesel e a das boas condições de mercado. Infelizmente, a tendência é crescer. As perspectivas são favoráveis imagem do proprietário de postos de combustíveis para o segmento de combustíveis, e as previsões não é das melhores. Para a população em geral indicam que o mercado continuará a crescer falta discernimento do quanto somos apenas mais acima do PIB. Apesar das projeções indicarem uma ala de comerciantes sem domínio nenhum desaceleração da economia, a expectativa para em relação aos preços de combustíveis. A carga a venda de carros segue em linha ascendente. A tributária chega a ser quase 50% do valor do indústria automobilística vem batendo recordes preço embutido no produto comercializado na de produção. A Anfavea espera que as vendas de bomba. Nosso negócio sobrevive do ganho de veículos cresçam entre 3,5% e 4,5%, para cerca de escala, a todo momento precisamos nos reinventar, 4 milhões de carros, o que é ótimo para a revenda. encontrando novos nichos de comercialização. Já chegamos à metade do ano e esperamos Afinal, como bons brasileiros, somos criativos, enfrentar os próximos meses com a mesma dispersistentes, nos aprimoramos como gestores e posição do início de 2013. Os desafios existem nos mantemos no mercado. e eles fazem parte da dinâmica do setor, vamos Quero voltar meu olhar para um futuro melhor nos preparar com dedicação e trabalho para enpara o negócio da revenda. Lançamos em julho frentar os desafios que estão por vir, pois temos nosso Relatório Anual da Revenda de Combustíque estar preparados. Combustíveis & Conveniência • 19


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Mudanças para o caminhoneiro Comissão Especial aprova alterações nas regras da Lei 12.619 e o tempo de direção passa de quatro para seis horas seguidas, do qual o motorista deve parar meia hora para descansar Por Hylda Cavalcanti Em tempos de cumprimento de uma agenda positiva para votação de projetos sobre temas reivindicados nas ruas durante as manifestações no país, está na mesa da Câmara dos Deputados, para transformação em Projeto de Lei Complementar (PLC), minuta aprovada pela Comissão Especial que institui mudanças na chamada Lei do Caminhoneiro (Lei 12.619).

Stock

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Entre as novidades, o texto flexibiliza as regras sobre a jornada de trabalho, que passa a ser de 8 horas diárias, admitindo-se sua prorrogação por até 4 horas extraordinárias. A cada 24 horas dirigidas, o período de descanso é de 11 horas, podendo ser fracionado: 8 horas ininterruptas e as outras 3 a critério do motorista. O intervalo mínimo de uma hora para refeição poderá coincidir com o tempo de parada obrigatória. O tempo de direção aumentou, de 4 horas para 6 horas ininterruptas, com intervalo para descanso de 30 minutos. A minuta, antes de tudo, atende diretamente à mobilização dos motoristas, que fizeram protestos em vários estados e chegaram a bloquear estradas pedindo a votação imediata da matéria entre o final de junho e início de julho. O relatório teve como relator o deputado Valdir Colatto (PMDB-RS). “Tentamos ouvir todos os setores representativos para construir um texto que correspondesse ao que querem e precisam os caminhoneiros”, disse o deputado. Agora, a mesa diretora da Câmara decidirá se o PLC segue em caráter terminativo para votação no plenário da Casa (o que é mais provável que aconteça) ou se precisará passar, também, pelas comissões técnicas. Mas é certo que o pontapé inicial da apreciação já foi dado.

Pontos de descanso A minuta propõe que a construção dos pontos de descanso seja realizada pelas concessionárias de rodovias. Nesse caso, haverá revisão das concessões de exploração das rodovias em vigor, de modo a adequá-las à previsão de construção de pontos de parada de espera e descanso, no prazo de três anos. Na opnião de Onofre Valadares, proprietário de dois postos, um localizado em Goiânia (GO) e outro em Sobradinho (DF), a iniciativa é válida, já que nem sempre o posto poderá atender adequadamente o motorista. “Podemos até ter boa vontade para colaborar, mas muitas vezes não possuímos espaço para os que querem ficar estacionados no local, sobretudo à noite”, acentuou. A realidade de Valadares não é a mesma de boa parte dos postos de rodovia do país. Segundo levantamento do SOS Estradas, existem cerca de 4,5 mil postos de combustíveis bem estruturados, que oferecem estacionamentos, sanitários, restaurantes e toda infraestrutura necessária para o motorista. Pelo texto, será de livre iniciativa a implantação de locais de repouso e descanso, que também poderão ser oferecidos por estações rodoviárias; pontos de parada e de apoio; alojamentos, hotéis e pousadas; refeitórios das empresas ou de terceiros e postos de combustíveis. n



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O preço da melhoria Seminário da AEA discutiu em São Paulo melhorias nos combustíveis nacionais para atender a exigências ambientais e de incremento na eficiência dos veículos Por Morgana Campos Nos últimos anos, todos os agentes da cadeia de abastecimento nacional tiveram que se adaptar para lidar com combustíveis mais sensíveis, que exigem maiores cuidados com manuseio, transporte e armazenamento. O esforço se justifica pela necessidade de melhorar a qualidade dos produtos, seja do ponto de vista da eficiência energética ou para reduzir as emissões de poluentes. “Com o Inovar Auto, as especificações e a qualidade dos combustíveis são fatores cruciais para atingirmos as metas de eficiência energética. Outro fator importante é como o setor de combustíveis tem evoluído para abastecer nossa frota até 2020”, disse Sidney Oliveira Junior, vice-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), durante a abertura

do 6º Simpósio de Combustíveis - “Qualidade: a Sustentabilidade dos Combustíveis, da Produção ao Consumidor”, que ocorreu no dia 25 de junho, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP). Um bom exemplo dos desafios enfrentados está na redução do teor de enxofre, que traz como efeitos indesejados: menor condutividade (o que incrementa o risco de explosões, caso não haja o devido aterramento de tanques e caminhões-tanques), redução da lubricidade, dificuldades em operar a baixas temperaturas, maior tendência à formação de parafinas e incremento na corrosão, tanto nos tanques de armazenagem como nos dos veículos, assim como nos sistemas de injeção, já que o menor nível de enxofre favorece a proliferação microbiana. Segundo Jack Burgazli, Ph.D em química orgânica

Pesquisadores e agentes do mercado discutiram os desafios trazidos pelos novos combustíveis

Divulgação AEA

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e representante da Innospec, a Ford relatou problemas de corrosão nos tanques de combustíveis em pick-ups e a GM, nos sistemas de injeção dos motores de veículos leves. Lá fora, o problema tem sido resolvido com a adoção de boas práticas e uso de biocidas. No caso brasileiro, o diesel de baixo teor de enxofre (S10) é misturado ao biodiesel, o que ajuda a compensar a perda de lubricidade, mas, por outro lado, agrava a absorção de água. E de onde vem essa água? Eduardo Cavalcanti, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), enumera algumas possibilidades: do próprio processo de produção (lavagem, filtração e secagem inadequadas), da entrada de umidade na estocagem, de sistemas de vedação defeituoso nos tanques, operações de carregamento, manuseio, transferência e transporte inadequadas, tanques deixados por longos períodos sem preencher sua capacidade máxima (“barriga vazia”), falta de drenagem regular ou de limpeza e manutenção periódica, por exemplo. A combinação de maior quantidade de água com presença de material orgânico constitui-se um ambiente favorável para a proliferação de micro-organismos, gerando corrosão e a formação de depósitos, as conhecidas borras encontradas em filtros e tanques. “Na verdade, os problemas de contaminação e formação de micro-organismos sempre existiram. O biodiesel


veio apenas como uma lupa para ampliar os problemas já existentes”, explicou Cavalcanti. Para driblar esses problemas, é necessária uma vigilância constante e esforços de todos os elos da cadeia. Ele lembra que na Alemanha a própria associação dos produtores impõe critérios de especificação mais rígidos do que o estabelecido pela norma europeia, em relação à quantidade de água e estabilidade oxidativa, devido a acordos entre fornecedores e compradores para garantir a qualidade do produto ao longo de toda a cadeia. A pesquisadora Fátima Bento, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que a maior parte dos micro-organismos contaminantes está presente no ar ou no próprio combustível. “Mesmo límpido, o combustível pode ter uma quantidade significativa de micro-organismos. Na hora em que esse produto contaminado encontra com a água, forma a biomassa. E, à medida que vão se reproduzindo, eles produzem compostos que vão deixar a água acumulada mais ácida”, destacou.

E o etanol? 38 anos após o lançamento do Proálcool, os dados confirmam os importantes avanços da indústria do etanol, mas também revelam a necessidade de melhoria em alguns pontos. Marlon Arraes Leal, coordenador-geral do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), ressaltou que a tecnologia flex permitiu que o consumidor voltasse a apostar no biocombustível, sem temer ficar com o tanque vazio,

em caso de quebra de safra ou disparada no preço do açúcar no mercado internacional. Segundo Leal, nos últimos 38 anos, o custo de produção do etanol passou de cerca de US$ 850 por m3 para US$ 550 por m3 nos dias atuais, enquanto a produtividade agrícola pulou de 48 para 75 toneladas por hectare (ton/ha). Em São Paulo, o salto foi ainda maior: de 62 para 81 ton/ha. Mesmo assim, a relação permanece desfavorável quanto ao seu principal concorrente, a gasolina. O representante do MME explicou que, na safra 2011/2012, o etanol saiu a US$ 135/barril (em gasolina equivalente), enquanto no mesmo período a gasolina no Golfo custava US$ 127/barril. “Estamos num período de elevação dos custos e perda de competitividade. Fica complicado incentivar, ou até mesmo subsidiar, essa produção”, explicou. “Não há incentivo para que estados não produtores consumam etanol, porque parte do ICMS necessariamente precisa ir para o estado produtor. Na gasolina, o imposto fica na totalidade para o estado consumidor”, destacou. Ele rechaçou ainda a pressão para aumentar o preço da gasolina. “Nossa gasolina não é barata. Somos um dos países que mais tributam a gasolina. Não é um preço irreal. Estamos dentro de um valor que se espera para remunerar esse energético”, afirmou. De acordo com Leal, mesmo que toda a variação do preço do barril de petróleo (26%) tivesse sido repassada no período de janeiro de 2010 a janeiro de 2013, ainda assim não seria suficiente para compensar o incremento de 32% no custo da cana.

No caso brasileiro, o diesel de baixo teor de enxofre (S10) é misturado ao biodiesel, o que ajuda a compensar a perda de lubricidade, mas, por outro lado, agrava a absorção de água Logística em análise José Raimundo Brandão Pereira, gerente-executivo de Marketing e Comercialização da Petrobras, explicou que diversos polos de venda estão operando com capacidade máxima. Ele reconheceu que a defasagem nos preços e os maiores volumes importados impactaram a estatal, mas ressaltou que a política de longo prazo também tem seus benefícios. “A Petrobras entende que seu maior ativo é o seu mercado e, portanto, quer preservá-lo”, explicou. Pereira explicou que, mesmo com a entrada em funcionamento de novas refinarias, o Brasil continuará deficiente em gasolina, o que não constitui um problema em si, já que existe um excesso de oferta global do produto. “O mundo tem mostrado tendência de redução no consumo de gasolina”, disse. Alísio Vaz, presidente executivo do Sindicom, afirmou durante o evento que as distribuidoras têm interesse em importar derivados, mas não consideram a operação viável aos atuais preços praticados no mercado interno. “A Petrobras está importando e vendendo com prejuízo no mercado e não podemos compartilhar com isso, ou nossas empresas acabam”, enfatizou. n Combustíveis & Conveniência • 23


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Em discussão Projeto de Lei que estabelece pacote de incentivos para desoneração de impostos do óleo diesel para o transporte público é polêmico, podendo dar margem a irregularidades e fraudes Por Hylda Cavalcanti A partir deste mês, entidades representativas do setor de abastecimento de combustíveis pretendem entrar em contato com parlamentares para conversar sobre o projeto referente ao pacote de incentivos para o transporte coletivo urbano no país, que está sendo delineado por meio do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 310/2009, parado no Senado desde outubro de 2012. A matéria foi aprovada no final de junho na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e retorna este mês para aprovação na Câmara dos Deputados.

O projeto foi votado no auge das manifestações realizadas nas ruas do país - que tiveram como uma das principais reivindicações a redução do valor das passagens de ônibus. O Reitup, de acordo com o relator do projeto, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pode levar ao barateamento de até 15% nas tarifas de transporte público. A matéria prevê isenção de PIS/Pasep e Cofins sobre o transporte público de passageiros, gás natural veicular, chassis, carrocerias, veículos, pneus e câmaras de ar; bem

como a desoneração da folha de pagamentos do setor e redução a zero da Cide (apesar de hoje já ser zerada). Promove, ainda, redução de alíquota ou isenção total do Imposto Sobre Serviços (ISS) de qualquer natureza e a redução do ICMS sobre óleo diesel e produtos diversos.

Cautela Para o setor de abastecimento, o PLC precisa ser visto com cautela até que o texto final venha a ser aprovado. O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, demonstrou clara preocupação da

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O projeto para desoneração do óleo diesel foi votado no auge das manifestações populares, que reivindicaram redução do preço da passagem de ônibus

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entidade em relação à fiscalização do diesel. Ele destacou que esse tipo de medida voltada para a desoneração foi observada na Argentina e no México, em anos anteriores. “Nestes países, como não houve um controle efetivo do consumo da frota de ônibus, ocorreram muitas fraudes”, afirmou. Miranda explicou que, se não houver uma boa fiscalização, dá margem a irregularidades. Segundo o presidente, aquele empresário que compra um milhão de litros de diesel por mês, por exemplo, poderá adquirir o dobro facilmente, se valendo do preço menor, usando a metade para abastecer a frota e a outra metade para revender para transportadoras, fazendeiros ou empresas de máquinas agrícolas.

“Temos empresas em alguns locais do país, como Brasília, que chegam a ter três mil ônibus. Como controlar isso se não houver uma fiscalização efetiva?”, questionou o presidente, ao acrescentar que nunca até hoje foi feita uma fiscalização adequada no setor. “O governo não tem estrutura, nem fiscais em quantidade suficiente. Isso acaba virando um estímulo para as pessoas sonegarem impostos e fazerem desvios de combustíveis”, acentuou. O dirigente da Federação já entrou em contato com o deputado Simão Sessim (PP-RJ), que participou da discussão sobre a matéria na Câmara. A Fecombustíveis enviou um ofício ao parlamentar e ao Ministério de Minas e Energia, alertando sobre a possibilidade da medida

incentivar usos indevidos do óleo diesel e gerar distorções no mercado. O deputado ficou de conversar com o governo e os demais parlamentares até o final da tramitação do PLC. Em relação à desoneração do combustível, Alísio Vaz, presidente executivo do Sindicom, disse que é difícil avaliar o Projeto de Lei como um todo. Ele acha que a emenda acrescentada ao teor do texto prevendo que o ressarcimento seja feito diretamente ao empresário de ônibus é um ponto positivo. Pois, caso isso ocorra, a garantia do controle evitará que sejam observadas fraudes e descaminhos. Vaz ainda acredita que é necessário aprofundar o debate com os parlamentares. “É um projeto bem complexo”, avaliou. n


44 MERCADO

Arla-32: regras para a venda a granel No início de julho, o Inmetro divulgou a minuta da portaria que estabelece os requisitos para a comercialização de Arla-32 na modalidade a granel. Entre outros aspectos, o regulamento determina que o ponto de venda também será responsabilizado pela qualidade do produto Por Rosemeire Guidoni

26 • Combustíveis & Conveniência

Minuta de portaria estabelece requisitos para a comercialização de Arla-32 a granel

com o aumento da demanda. Para regulamentá-la, o Inmetro apresentou ao mercado, no dia 2 de julho, uma minuta de portaria que estabelece os critérios de armazenamento, certificação e controle de qualidade. No entanto, até o fechamento desta edição, a portaria ainda não havia sido publicada no Diário Oficial.

Controle de qualidade maior O grande receio do mercado na venda a granel diz respeito a possíveis adulterações do produto. A ureia utilizada na produção de Arla é industrial, tem grau de pureza maior que a ureia comum (habitualmente utilizada na produção de fertilizantes) e, portanto, custo maior.

Divulgação Tirreno

Com a introdução do diesel com baixo teor de enxofre no Brasil, um novo produto, o Arla-32 (agente redutor líquido automotivo), passou a ser necessário para os veículos movidos a diesel, com motor dotado de tecnologia Euro 5. A função do Arla-32 é reduzir quimicamente as emissões de óxidos de nitrogênio presentes nos gases de escape destes veículos. Como os automotivos com motor Euro 5 passaram a ser comercializados somente a partir de 2012, era de se imaginar que sua demanda fosse inicialmente pequena. Afinal, a frota não se renova tão rapidamente. E, de fato, as vendas ao longo de 2012 atingiram volumes bastante baixos. Além do número reduzido de veículos Euro 5 em circulação, muitas montadoras forneceram o Arla-32 de forma gratuita, numa tentativa de estimular as vendas, o que também prejudicou o comércio do produto nos pontos de revenda. Assim, a comercialização de Arla-32 demorou a deslanchar. Nos postos de combustíveis, por exemplo, somente a partir do final do ano passado a procura pelo produto passou a ser maior.

Em função da baixa demanda (lembrando que o Arla tem prazo de validade), e também como forma de manter maior controle sobre a qualidade, a opção inicial do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que regulamenta o produto no Brasil, foi pela venda na forma envasada. Porém, um dos grandes problemas – e também a principal barreira ao uso – é o alto preço. No Brasil, o preço do litro do Arla-32 ainda é cerca de duas vezes o preço médio do litro de diesel, ao contrário do que ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos, onde o preço é similar ao do diesel. Para reduzir o preço, a melhor alternativa é a comercialização a granel, que passa a ser viável


linhas gerais, os fornecedores deverão ser certificados pelos organismos credenciadores creditados pelo Inmetro, e os pontos de venda serão responsabilizados pela qualidade. A fiscalização destes pontos de venda (postos de combustíveis, TRRs e concessionárias, entre outros) será delegada aos Institutos de Pesos e Medidas (IPEMs) estaduais. Para se garantirem em relação a eventuais irregularidades (que não têm como ser detectadas no ponto de venda), as revendas devem fazer a coleta e guardar a amostra-testemunha. Os produtores e comercializadores devem ser certificados e passar por um processo de recertificação a cada quatro anos. O Sindicom e a Petrobras também consideraram que os TRRs deveriam passar por certificação. “Argumentamos que, se tivéssemos de ser certificados, todos os postos também deveriam sê-lo, pois a operação deles é como a nossa (compra de um produtor/distribuidor e venda para cliente final). O Inmetro concordou com nossa posição”, destacou Fernando Borges Fortes, que representa o SindTRR e participou dos debates para formalização desta minuta representando também a Fecombustíveis. Com a nova proposta, em caso de constatação de não conformidade do Arla no ponto de venda durante a fiscalização, o produto será rastreado pelo Inmetro até o distribuidor e fornecedor. “Acredito que o número de agentes autorizados a vender o produto deveria ser restrito. Não deveria ser permitida a venda a granel por outros agentes que não os TRRs e

Paulo Pereira

A diluição irregular de ureia comum não resulta em Arla-32, mas até junho, segundo Victor Gomes Simão, pesquisador em metrologia e qualidade do Inmetro, o órgão já havia detectado várias irregularidades, mesmo na venda do produto envasado. “Localizamos produtos irregulares em alguns pontos de venda e fomos verificar o fornecedor. Quatro foram interditados”, afirmou ele, em entrevista à Combustíveis & Conveniência recentemente (Veja edição 117, de junho deste ano). De acordo com Simão, inicialmente a fiscalização não fez a avaliação da conformidade do produto, apenas das embalagens. “Os produtores têm de ser credenciados pelos organismos acreditados pelo Inmetro. Uma vez credenciado, a embalagem do produto recebe um selo do Inmetro. No primeiro semestre deste ano, identificamos fornecedores não credenciados. O Arla fornecido por eles foi retirado do mercado e os fornecedores deverão se adequar às regras”, disse. Até o mês de junho deste ano, o estado recordista no fornecimento de Arla não certificado foi Goiás, onde 91% do total fiscalizado não tinha certificação. No caso do Arla a granel, o grande risco são diluições inadequadas, aliadas à maior dificuldade de manter o controle de qualidade no ponto de venda, já que não haverá mais embalagens com o selo do organismo certificador. Para minimizar os riscos, a minuta da nova portaria apresentada pelo Inmetro estabelece alguns critérios mínimos para a produção e comercialização do produto. Em

Victor Gomes Simão, pesquisador em metrologia e qualidade do Inmetro, informou que quatro fornecedores foram interditados pela identificação de produtos irregulares em alguns pontos de venda

postos. Até as concessionárias deveriam ser excluídas, pois, afinal, elas também não podem comercializar combustíveis”, afirmou Fortes.

Ponto de venda Segundo o artigo 4º da minuta apresentada pelo Inmetro, é responsabilidade do ponto de venda manter as instalações de armazenamento do produto em condições necessárias e adequadas para a manutenção da qualidade, segundo as especificações. O acesso aos tanques de armazenamento do produto a granel também é responsabilidade do revendedor, cabendo a ele manter as condições que garantam a integridade e a incolumidade do produto armazenado. Os tanques de armazenamento, por sua vez, assim como os dispositivos de abastecimento, devem ser construídos com materiais compatíveis com o Arla-32, conforme especificações existentes nas normas ISO 22241-3 e ISO 22241-4 e Resolução Conmetro nº11/1988. n Combustíveis & Conveniência • 27


Agência Petrobras

44 MERCADO

Regulamentação a caminho ANP propõe novas regras para o transporte de GLP, buscando aumentar a segurança e reduzir a informalidade no setor. Os agentes do mercado, entretanto, estão divididos quanto à eficácia e operacionalidade das novas medidas

Por Morgana Campos Em mais uma iniciativa para regularizar o comércio de GLP e reduzir a ação de ilegais, a ANP realizou no início de julho a Audiência Pública nº 11/2013, com o objetivo de discutir as novas regras propostas para o transporte motorizado terrestre de recipientes de GLP, com entrega em domicílio de consumidores, em estabelecimentos comerciais e industriais para consumo próprio ou em outro revendedor autorizado pela ANP. Mesmo antes de entrarem em vigor, as novas regras não são unanimidade no mercado, que se questiona, inclusive, se a competência legal para disciplinar o transporte terrestre de cargas perigosas não caberia à Agência Nacional de 28 • Combustíveis & Conveniência

Transportes Terrestres (ANTT), ao invés da ANP. A minuta, no entanto, atendeu a uma recomendação do Ministério Público, em Marília, que determinou um prazo de 120 dias para a ANP definir as novas regras. “Entendemos que a Resolução não deveria existir, pois vamos criar mais obrigações para a revenda legal, que é quem será multada no final, porque o irregular não vai cumprir de qualquer jeito. Não há necessidade de novas leis, mas sim de mais fiscalização para fazer cumprir as que já existem”, afirmou José Luiz Rocha, presidente da Abragás. Ele citou o exemplo do uso obrigatório de crachás para os funcionários na entrega, explicando que é do interesse

do próprio estabelecimento ter o empregado identificado o tempo todo. “Mas é difícil controlar isso e a revenda não deveria ser punida por conta de desobediência de um funcionário”, ressaltou. Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás, também questionou a obrigatoriedade de afixar adesivos e utilizar crachás. “É uma tentativa da ANP de envolver o cidadão na fiscalização, mas o consumidor não presta atenção. Quando se abriu o mercado de combustíveis líquidos, gastou-se US$ 10 bilhões ensinando o consumidor a ver o totem do posto. Se for para educar a população para verificar esses selos, prepare-se para investir em campanhas publicitárias”, advertiu.


Principais pontos da minuta proposta 3 Exigência da fixação do Rótulo de Risco e Painel de Segurança nos veículos transportadores de recipientes transportáveis de GLP, assim como o porte da Ficha de Emergência e Envelope para Transporte; 3 O transporte de botijões de gás com capacidade máxima de 13 kg em motocicletas e motonetas somente poderá ser feito com o auxílio do side-car; 3 Os botijões só poderão ser transportados na posição vertical, exceto para o recipiente de 20 kg; 3 Em caminhonetes do tipo aberta, o empilhamento de botijões de 13 kg de GLP só será permitido se houver sobre-grades laterais (“camelo”) com fixação através de fitas, correntes ou outro sistema; o transporte de botijões de 20 kg, quando ocorrer na vertical; e de 45 kg de GLP, somente será

permitido se realizado junto ao Santo Antônio ou às sobre-grades laterais (“camelo”) com fixação através de fitas, corrente ou outro sistema; 3 Fixação, nas laterais do veículo transportador, de adesivo ou adesivo imantado que identifique a empresa vendedora; 3 Uso de crachá de identificação do agente entregador de GLP, durante a atividade de entrega em domicílio de consumidores, em estabelecimentos comerciais e industriais ou em outro revendedor autorizado pela ANP; 3 É vedada a venda de recipientes transportáveis de GLP no veículo transportador, devendo este ser utilizado apenas para efetuar a entrega em domicílio de consumidores, em estabelecimentos comerciais e industriais ou, quando for o caso, para entrega em outro revendedor autorizado pela ANP. n


44 MERCADO

De olho no abastecimento Manifestações dos caminhoneiros fecharam diversas rodovias do país contra o preço do pedágio e do diesel, provocando falta de abastecimento de combustíveis em algumas cidades. Para contornar eventuais problemas como este, a ANP colocou em discussão proposta de resolução que estabelece estoques mínimos para a cadeia de suprimento Por Gisele de Oliveira

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vem sentindo os efeitos dessa medida com a falta de produtos nas bombas); condição climática adversa e problema na retomada da produção no Rio Grande do Sul; variação do nível dos rios afetando a navegabilidade no Acre e Rondônia; e navio com produto fora das especificações em Amazonas e no Maranhão. A Petrobras defendeu o estoque mínimo baseado no produtor e não na comercialização, por se tratar de uma atividade sujeita a modificações constantes e, portanto, aumentar a complexidade da armazenagem na comercialização. Já o Sindicom pediu um ano para implementação das novas regras, além de reforçar o pleito de uma resolução única para produtor e distribuidor e formação de estoques por região geográfica – entre 2 e 4 dias. n Manifestações dos caminhoneiros nas estradas trouxeram impactos no abastecimento de postos em alguns estados do país

Agência Brasil

Uma central de monitoramento que auxilia na logística de abastecimento de combustíveis foi o principal aliado das distribuidoras e ANP no início de julho, durante as manifestações dos caminhoneiros que fecharam diversas rodovias do país contra o preço do pedágio e do diesel. O sinal amarelo acendeu em diversas localidades do país, em especial na Grande Vitória e Cuiabá (MT), para a possível falta de produto. Isto porque, com a interdição de várias estradas federais, o abastecimento poderia ficar comprometido já que os caminhões-tanques não conseguiriam chegar ao seu destino ou, caso chegassem, não conseguiriam retornar – o que exigiria mais caminhões para atender a demanda. “O monitoramento às bases e rotas das estradas ajudou no planejamento das distribuidoras, que, em alguns casos, fizeram a entrega no fim de semana para garantir o abastecimento”, explicou Luciano Libório, diretor de Abastecimento e Regulamentação do Sindicom. Ainda assim, algumas localidades sentiram os efeitos dos bloqueios e postos receberam combustíveis com atraso, como foi o caso de Congonhas, Juiz de Fora e Igarapé – localizados em Minas Gerais. A situação já foi

normalizada nestes municípios e as manifestações perderam força no país. Mas o setor de abastecimento ainda preocupa a ANP. Tanto que, no início de julho, a Agência promoveu audiência pública sobre a minuta de resolução que altera as regras para os estoques na cadeia de suprimento. “Identificamos risco no fluxo de armazenamento e produção de combustíveis, apresentando um gargalo na infraestrutura e a necessidade de fazer estoques mínimos de combustíveis”, defendeu Aurélio Amaral, superintendente de Abastecimento da ANP. Entre as principais situações observadas pela Agência, estão problema na programação de navio em Pernambuco (a revenda pernambucana e de outros estados do Nordeste já



44 MERCADO

O que será do amanhã? Fecombustíveis realiza Fórum para discutir o futuro dos biocombustíveis no Brasil e lança o Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013

O percentual de biodiesel vai subir? As recentes medidas do governo são suficientes para impulsionar as vendas de etanol? A qualidade do biodiesel melhorou? Tem etanol suficiente para abastecer o mercado? Para discutir essas e outras questões, a Fecombustíveis realizou no dia 12 de julho o painel “O Cenário Atual e as Perspectivas dos Biocombustíveis no Brasil”, na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro. Na ocasião, foi lançado também o Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013 (Leia mais no Box). Durante sua apresentação, o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, destacou as incertezas que atualmente acompanham o setor de biocombustíveis no Brasil, com particular ênfase para o biodiesel. “A nova especificação deve melhorar a qualidade. Mas temos um custo maior que no passado, porque há maiores gastos com drenagem, mais cuidado com o manuseio e o transporte. E o governo deve estar olhando com cautela a questão do aumento da mistura, porque o produto é mais caro e tudo isso tem impacto para a sociedade”, explicou. Gil Siuffo, presidente de honra da Fecombustíveis e vice-presidente financeiro da 32 • Combustíveis & Conveniência

Fotos: Claudio Ferreira/Somafoto

Por Gisele de Oliveira e Morgana Campos


CNC, relatou a imensa satisfação de ver todos os elos da cadeia reunidos, discutindo problemas comuns. “Quando saí da Federação, disse que gostaria de vê-los trabalhando harmonicamente e hoje estou aqui, sentado entre o Paulo Miranda Soares (revenda) e o Alísio Vaz (distribuidoras). E, como CNC, represento os dois”, afirmou.

Representantes dos diversos elos da cadeia de abastecimento participaram do painel sobre biocombustíveis, promovido pela Fecombustíveis

Cenários O economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, comentou sobre as incertezas econômicas atuais, em meio aos sinais de desaquecimento da economia chinesa, enquanto Estados Unidos e Europa ainda tentam se recuperar da última crise financeira. Segundo ele, os fundamentos macroeconômicos brasileiros (dívida externa baixa, reservas internacionais elevadas) ainda são sólidos, mas a inflação merece atenção, especialmente com o dólar em alta. “A inflação é o que mais preocupa no curto prazo. Está faltando uma intervenção mais forte do Banco Central no dólar, para impedir que ultrapasse a fronteira dos R$ 2,3, pois, caso isso aconteça, vai se chegar aos R$ 2,5. E isso representaria uma maxidesvalorização de 50%, o que pesa no crescimento”, afirmou. “De qualquer forma, a economia pode ser mais fraca nos próximos dois anos, mas o Brasil não está quebrado”, ressaltou. O presidente do Sindicom, Alísio Vaz, apresentou um rápido panorama do mercado de combustíveis no país, com destaque para o comportamento das vendas entre 2009 e maio de 2013. De acordo com os dados do Sindicom, a gasolina C registrou aumento de 67% no

período; seguida pelo óleo diesel, com alta de 37%, impulsionado pelo acionamento das térmicas pelo governo federal. Já a comercialização de etanol diminuiu 38% entre 2009 e 2013. Vaz destacou, porém, que, entre janeiro e junho deste ano, as vendas de etanol já deram sinais de recuperação, registrando elevação de 16% e com aumento da participação das empresas do Sindicom. “Estamos voltando a poder competir. A desoneração da carga tributária permite que quem trabalha dentro das regras ganhe competitividade”, esclareceu, fazendo menção ao elevado índice de sonegação que marcou durante muitos anos esse mercado. Entretanto, ele foi enfático ao dizer que somente ter mais produto disponível no mercado não é garantia de preços mais competitivos. “Não acredito que somente isso vai ajudar o mercado de etanol. Colocar o preço da gasolina flutuando como já acontece no mercado mundial pode ser uma saída e pode ter certeza de que iremos buscar preços mais competitivos para o consumidor final. Mas isso tudo não é garantia de aumento da participação do etanol na matriz”, afirmou.

No que se refere ao biodiesel, Vaz chamou a atenção para o preço, ainda 27% mais caro em relação ao do diesel mineral, e para a necessidade de percorrer grandes distâncias para garantir o abastecimento, já que os polos de produção se concentram no Centro-Oeste e Sul, enquanto o consumo ocorre principalmente no Sudeste. “Vivemos em um país extremamente diverso. É um heroísmo conseguir fazer essas misturas dentro dos padrões chegarem aos lugares mais distantes”, observou o executivo, que acredita que a implantação de novos dutos de etanol e os leilões de biodiesel podem contribuir para redução de preços nos combustíveis. O presidente do Sindicom ainda levantou alguns questionamentos em relação ao biodiesel no país, como a necessidade de buscar novas tecnologias para diminuir a dependência elevada da soja, que é de 70%; a viabilidade de diminuir o teor de água para 200 ppm em toda a cadeia, levando em consideração a dificuldade para preservar o produto em longas distâncias; e a proposta de destinar 10% do volume para rateio linear entre Combustíveis & Conveniência • 33


44 MERCADO todos os produtores com Selo Social; entre outros.

Faltam políticas? P a r a o d i r e t o r- t é c n i c o da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (unica), Antonio de Padua Rodrigues, o etanol precisa de uma política clara, com incentivos e mecanismos diferentes para tornar o produto mais competitivo no mercado. “O etanol não tem a mesma energia que a gasolina. É preciso medidas claras e eficientes que permitam maior previsibilidade para os produtores”, disse. Padua garante que as usinas têm capacidade para atender toda a demanda de gasolina e etanol hidratado no país. Segundo ele, os produtores aumentaram em 57% a moagem de cana, toda ela destinada para o etanol. Além disso, a entidade prevê que, na safra 2013/2014, o volume produzido deve ser 20% maior que a safra anterior. Ele lembrou que esse resultado é fruto dos investimentos pesados feitos pelos produtores de açúcar e álcool para atender ao mercado. De acordo com Padua, em 2012, os investimentos somaram mais de US$ 4 bilhões somente para a renovação e expansão canavial. Outros US$ 4,5 bilhões foram destinados na mecanização da colheita nos últimos seis anos. Não foram somente as usinas de açúcar e álcool que pediram mais espaço no mercado de combustíveis, os produtores de biodiesel também pleitearam por sua fatia na matriz. Segundo Julio Minelli, diretor-superintendente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), atualmente, as usinas de biodiesel trabalham com capacidade ociosa superior a 60%, quando 34 • Combustíveis & Conveniência

poderiam estar atendendo ao mercado interno e desonerando a Petrobras com importações de diesel. De janeiro a maio deste ano, o país importou 5 bilhões de litros de diesel, a um custo de US$ 4,2 bilhões. A projeção para 2013 é de um custo de US$ 10 bilhões, segundo a Aprobio. “A Petrobras está subsidiando o diesel, já que não repassa o custo no preço. Mas se fosse repassado, o diesel estaria 40% mais caro que o S500 e 31,5% mais caro que o S10. Porém, por conta da política de governo que segura os preços, ainda não somos mais baratos que os praticados pela Petrobras”, avaliou Minelli. Sem a falta de uma política clara, o diretor da Aprobio disse que os produtores trabalham com margens pequenas ou até negativas, tirando players do mercado – cenário parecido com o do etanol há alguns anos. Pelos cálculos da Aprobio, caso não haja mudanças eficientes que garantam novos investimentos no setor, somente em 2025 a capacidade de produção de biodiesel atingirá um nível de ociosidade saudável – em torno de 40%. Minelli aproveitou para pedir o aumento da mistura de biodiesel para 7%. Na avaliação do executivo, já foram superados alguns gargalos do setor que

permitem este aumento, como preço, qualidade e diversificação de matérias-primas, entre outros; além da própria substituição do diesel importado pelo biodiesel local, trazendo melhorias no equilíbrio da balança comercial; e de movimentar a economia doméstica, já que o biodiesel fomenta a agricultura familiar e gera 113% mais emprego do que o diesel mineral. Mesmo com todos os pleitos do setor, a especialista da Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade da ANP, Marcela Flores, foi taxativa quanto ao futuro dos biocombustíveis: “Não há futuro [para os biocombustíveis] se não houver qualidade”. Em uma rápida apresentação, a especialista fez um panorama do trabalho da ANP no monitoramento da qualidade dos biocombustíveis, em especial do etanol e biodiesel. O especialista em Abastecimento da ANP, Luiz Fernando Coelho, mostrou que, apesar do discurso de alguns produtores de açúcar e álcool de falta de previsibilidade para o setor de biocombustíveis, o mercado é seguro. De acordo com o especialista, 95% do market share estão sob regime de contrato, o que oferece segurança e previsibilidade para o produtor de etanol, já que pode prever quanto destinar para o hidratado e anidro. Paulo Miranda Soares (ao centro), ao lado do vicepresidente financeiro da CNC, Gil Siuffo (à direita), e do vice-presidente da Fecombustíveis, Roberto Fregonese


Fecombustíveis lança Relatório 2013 Aguardado por pesquisadores, analistas e o mercado como um todo, o Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013 foi lançado no dia 12 de julho, na sede da CNC, no Rio de Janeiro. “Em sua quinta edição, o Relatório já se consolidou como fonte de pesquisa no mercado e traz os principais números do setor, sob o ponto de vista da revenda. É um importante instrumento para o revendedor saber como se comportou o mercado e antecipar tendências, podendo assim preparar melhor o seu negócio”, enfatiza Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis. O presidente do Sindicom, Alísio Vaz, também elogiou a iniciativa da Fecombustíveis, buscando dar publicidade aos dados do mercado. “Há uma vontade de transparência em todos nós, distribuidoras e revendedores; de enxergar melhor nossa atividade e torná-la transparente. Às vezes, há a impressão de que existe um conluio de forma a sempre prejudicar o consumidor. Por isso, ações como esta promovida hoje pela Fecombustíveis são importantes, pois reforça nosso intuito de atuar em total consonância com nossas atividades de maneira transparente”, disse. O Relatório compila os principais dados de 2012, como número de agentes no mercado, total de fiscalizações, preços dos principais insumos, composição das vendas nos postos, mudanças na legislação, e também analisa os dados por combustível: gasolina, etanol, diesel, biodiesel, GLP e GNV, trazendo informações, como margens dos postos e das distribuidoras, evolução dos preços e alterações tributárias. A publicação traz ainda um capítulo sobre a evolução do mercado norte-americano e outros sobre o comportamento e as tendências nas áreas de Meio Ambiente e Conveniência. Em 2012, o faturamento com a venda de combustíveis aumentou 10%, totalizando R$ 244,4 bilhões, o que corresponde a uma participação de 5,55% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Já a arrecadação tributária cresceu 2%, para

R$ 68,6 bilhões. O menor ritmo de expansão, em comparação com o de vendas, explica-se basicamente pela desoneração empreendida pelo governo federal para suavizar o impacto dos reajustes nas refinarias. Confira, a seguir, alguns dos principais dados de 2012. n arrecadação tributária Em bilhões de R$ 80

60

67,3

68,6

Etanol 7%

Etanol 6%

Diesel 37%

Diesel 37%

Gasolina 56%

Gasolina 57%

2011

2012

40

20

0

Fonte: Fecombustíveis

COMPOSIÇÃO DAS VENDAS NOS POSTOS Gasolina

Diesel

Etanol

2011

47%

39%

14%

2012

49%

39%

12%

Fonte: Fecombustíveis

faturamento Em bilhões de R$ 250

223,1

244,4

200

Etanol 10%

Etanol 8%

150

Diesel 47%

Diesel 48%

Gasolina 43%

Gasolina 44%

2011

2012

100 50

0

Fonte: Fecombustíveis

Para ler o Relatório e baixar gratuitamente sua versão em PDF (na íntegra ou por capítulos), basta acessar a página: www.fecombustiveis.org.br/relatorio2013 Combustíveis & Conveniência • 35


OPINIÃO 44 Roberto Fregonese 4 Vice-presidente da Fecombustíveis

Cobrança indevida O deputado Valdir Gostaria de manifestar minha indignação conColatto (PMDB-SC), tra certos tipos de obrigações e certos deputados apesar de ter se colocado que, na contramão da racionalidade, insistem contra a manutenção em onerar o setor produtivo para engordar o da taxa, disse que a referida cobrança do Ibama cofre de estatais incompetentes, com o intuito é “injustificável”, já que o órgão não responde único de cobrar sem oferecer contrapartida que pelo licenciamento, nem exerce fiscalização desse a sociedade espera. tipo de estabelecimento. Segundo ele, os órgãos Foi rejeitada na Comissão de Meio Ambienfederais de fiscalização ambiental devem limitar-se te e Desenvolvimento Sustentável o Projeto de às “intervenções de maior escala”, com impacto Lei do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) que nacional ou, pelo menos, supraestadual. Mas o propunha a isenção da Taxa de Controle e Fisrelator, deputado Fernando Ferro (PT-PE), argucalização Ambiental (TCFA), cobrada pelo Ibama trimestralmente dos postos de combustíveis em mentou que, em matéria de fiscalização ambiental, todo o território nacional, cujo valor varia de continua previsto o exercício regular de poder de polícia pelos três níveis federativos, e não só de órR$ 150 a R$ 2.250 por estabelecimento. Segundo o relator do gãos estaduais. “Incluindo projeto, um dos responsáveis ações como embargo da pela reprovação da proposta, atividade ou empreendideputado Fernando Ferro No Brasil, sempre é contemplado quem mento para a cessação (PT-PE), afirmou que boa não faz nada e o setor produtivo é quem imediata do dano ambiental parte dos recursos de que sempre paga pelo descaso para susten- e, consequentemente, a dispõe o Ibama vem dessa possibilidade da cobrança tar o Estado improdutivo. Espero que taxa. “Seria injusto retirar-lhe aprendamos a votar e colocar tanto no de taxas de fiscalização”. a possibilidade da cobrança A proposta que tramita, Congresso, bem como no Executivo, pesdecorrente de seu exercício em caráter conclusivo, sesoas com discernimento regular do poder de polícia, gue agora para análise das pois a despeito de todas as Comissões de Finanças e dificuldades enfrentadas, o Tributação; e Constituição órgão busca garantir qualie Justiça e de Cidadania. Infelizmente, no Brasil, sempre é contemplado dade ambiental ao nosso país” disse. quem não faz nada e o setor produtivo é quem Ora, senhor deputado, remunerar quem não sempre paga pelo descaso para sustentar o Estado exerce nenhum trabalho no setor é, no mínimo, improdutivo. Espero que aprendamos a votar e covergonhoso. Os revendedores já pagam muito caro aos órgãos ambientais estaduais e municipais locar tanto no Congresso, bem como no Executivo, para obtenção de suas licenças ambientais, e são pessoas que tenham pelo menos o discernimento eles que exercem o poder de polícia em cima da do razoável, para que poupem quem produz e é atividade privada. obrigado a sustentar esta máquina improdutiva.

36 • Combustíveis & Conveniência



44 NA PRÁTICA

Gestão a distância: é possível? Diante de tantas obrigações legais, tributárias, burocráticas e de ordem prática, muitos empresários do setor de combustíveis se sentem de mãos atadas quando precisam ficar ausentes do negócio. Será que para a revenda ainda é válida a expressão “o olho do dono que engorda o gado”?

No mundo moderno, com as facilidades criadas pela internet e por sistemas mais sofisticados de gestão e controle, é cada vez mais comum o trabalho remoto, que permite que alguns profissionais, ou mesmo os empreendedores, executem suas tarefas diárias em outros locais que não o empreendimento propriamente dito. Muitos empresários já têm como rotina a supervisão de seus negócios a partir de um escritório localizado em outro local, ou mesmo em suas residências. Mas para o segmento de revenda de combustíveis este modelo é viável? Embora alguns empresários afirmem conseguir administrar seus negócios sem a presença física diária, para a grande maioria dos revendedores a resposta é negativa. Quem tem apenas um posto, ou uma pequena rede, com dois ou três postos de combustíveis, não consegue manter uma estrutura suficiente que permita esta gestão a distância, afirmou o empresário paulista José Alberto Miranda Cravo Roxo. Em sua avaliação, o volume de obrigações atuais dos postos de combustíveis impede a ausência do gestor. O próprio revendedor, ou seu sócio, tem 38 • Combustíveis & Conveniência

de ficar à frente do negócio, pois muitas decisões não estão ao alcance dos funcionários e, em alguns casos, a resposta tem de ser rápida, ágil, opinou. De fato, as exigências são cada vez maiores. O levantamento “Doing Business 2013: Regulamentos Mais Inteligentes para Pequenas e Médias Empresas”, publicado pelo Banco Mundial, por exemplo, coloca o Brasil na 130ª posição, entre 185 economias, sendo considerado um dos piores locais para se empreender. O trabalho, que pode ser conferido na íntegra em www.portugues.doingbusiness. org, avalia questões tributárias e regulatórias e seus impactos no dia a dia das empresas. Publicado anualmente, a versão 2013 do estudo mostrou que, em apenas três anos, o Brasil caiu oito posições no ranking, de 120º colocado no relatório divulgado em 2010 (e elaborado até junho de 2009) para 128ª posição segundo a versão atual do relatório. De acordo com o levantamento, desde 2005, o Brasil instituiu apenas doze reformas institucionais ou regulatórias para facilitar os negócios em seis das dez áreas avaliadas. No período de análise para o último estudo, entre junho de 2011 e junho de 2012, houve apenas uma

mudança: a implantação de um sistema eletrônico para o registro de queixas e outros documentos jurídicos no Tribunal Regional Civil de São Paulo. “A burocracia excessiva e a complexidade do sistema tributário ainda são os fatores que mais pesam para o Brasil apresentar estes resultados negativos”, afirmou Rita Ramalho, uma das coordenadoras do trabalho. O estudo mostrou ainda que o Brasil foi o último colocado entre os locais que mais demandam tempo do empreendedor para organizar

Alguns empresários da revenda não veem dificuldades na operação a distância, principalmente os gestores das redes de postos

Stock

Por Rosemeire Guidoni


Para a maioria, o volume de obrigações atuais dos postos de combustíveis impede a ausência do proprietário

Agência Petrobras

o pagamento de impostos: 2.600 horas ao ano. A média global, considerando os 185 países avaliados, é de 54 horas. O processo para abrir uma empresa também é lento. São necessários 119 dias, contra os 30 dias, em média, das demais economias analisadas. No setor de combustíveis, a complexidade é enorme. Além de todas as regulamentações específicas da atividade que devem ser seguidas, é preciso atenção com a preservação ambiental, atendimento de legislações municipais, estaduais e federais, adequação às normas previstas pelo Corpo de Bombeiros e adequação aos novos sistemas de controle online para transações comerciais, entre outros. Os funcionários, por sua vez, devem estar preparados para receber o combustível e fazer todos os ensaios necessários para garantir a qualidade, saber agir em caso de emergência, atender a eventuais reclamações de clientes, receber a fiscalização dos diversos órgãos e, claro, vender combustíveis. Nem sempre o funcionário tem autonomia para resolver eventuais dificuldades. Diante de uma reclamação de consumidor, por exemplo, o que ele deve fazer? Em algumas situações, a presença do empreendedor é essencial, para garantir a condução adequada

do problema, afirmou um revendedor paulista, que preferiu não se identificar.

Segurança é uma das vantagens Mas existem exceções. O revendedor mineiro Flávio Lara, que comanda uma rede de 23 postos revendedores, não vê dificuldades na operação a distância. Realmente, em alguns casos a ausência do empreendedor pode fazer diferença. Mas esta é uma barreira que deve ser superada pela empresa que deseja crescer. “Com a rede de postos, a presença física em cada um deles é inviável”, afirmou. Para contornar a dificuldade, o empresário conta com uma estrutura invejável: além dos funcionários de cada um dos estabelecimentos, há supervisores que ficam na rua e visitam diariamente todas as unidades.“Se houver algum problema, o gerente aciona um destes supervisores, o que estiver

mais próximo, que imediatamente se dirige ao local para resolver a situação”. De acordo com Lara, estes supervisores são funcionários antigos da rede, que conhecem bem o negócio e suas particularidades, e têm autonomia para resolver todo o tipo de questão. Além da presença destes profissionais, os funcionários seguem diariamente um check list, que inclui todas as rotinas do posto. Toda a operação está automatizada, o que facilita o gerenciamento a distância. Uma das grandes vantagens desta distância é a segurança. A decisão por sair do ambiente físico do posto foi motivada pelo risco de violência, afirmou Lara. Segundo ele, a maior dificuldade do negócio é a rotatividade de funcionários. O ideal é minimizar este círculo vicioso. “Funcionários que estão no negócio há mais tempo conhecem melhor as rotinas, sabem lidar melhor com as questões do dia a dia”, destacou. n

Combustíveis & Conveniência • 39


44 REPORTAGEM DE CAPA

Revendedores de Norte a Sul do país andam insatisfeitos com o excesso de obrigações que exige o negócio. Além dos tributos, normas e regulamentações são implementadas a todo momento, trazendo custos elevados, burocracia e muita fiscalização

Por Mônica Serrano Com diferentes reivindicações, o brasileiro mostrou a sua voz, saiu às ruas e protestou por melhores condições de transporte, saúde, educação, salários e contra a corrupção. Motivos não faltaram. As manifestações populares tornaram-se um fenômeno que marcou o primeiro semestre do ano no país, atingiu seu ápice em junho e, a partir de então, se estenderam para movimentos segmentados, como caminhoneiros e médicos. Cada categoria tem demonstrado sua insatisfação e reivindica melhores condições de atuação. Os revendedores de combustíveis se solidarizam com as manifestações e também protestam por um simples 40 • Combustíveis & Conveniência

motivo: o excesso de encargos e obrigações que aumentam e oneram cada vez mais este tipo de negócio. A questão dos impostos faz parte do dia a dia dos empresários que enfrentam o peso de uma das cargas tributárias mais altas do mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), em 2012, a carga tributária correspondeu a 36,27% do PIB nacional. Da parte dos combustíveis são cobrados ICMS e PIS/ Cofins; da empresa, Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Imposto Sobre Serviços (ISS). O ICMS é uma das despesas que mais sobrecarrega, tanto a revenda como o consumidor. Seu custo

onera o valor dos combustíveis e sua alíquota varia conforme o estado e o tipo de combustível, no intervalo de 25% a 31% na gasolina, de 12% a 27% no etanol e de 12% a 17% no óleo diesel. Em média, 33% do preço da gasolina corresponde a cobrança de tributos (Veja infográficos com a composição de preço de cada combustível). Também pesam as obrigações trabalhistas com os funcionários. Além do INSS, FGTS e multa rescisória sobre o fundo de garantia, há obrigações características do setor da revenda, como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional (PCMSO) que devem ser renovados anualmente.


“A folha de pagamento de um posto de gasolina, juntamente com os encargos sociais, representam hoje mais de 50% de todas as despesas da empresa”, comenta Carlos Guimarães Júnior, diretor do Minaspetro. Guimarães ressaltou que o que mais impactou para os postos nos últimos anos foi a mão de obra - somente a correção salarial foi de 42,5% nos últimos cinco anos, em Minas Gerais. Em outros estados, os custos e o volume de encargos trabalhistas foram citados, juntamente com outra questão: a rotatividade dos funcionários. “A grande demanda de mão de obra no setor da construção civil gerou um aumento salarial no segmento de combustíveis, com o intuito de segurar a força de trabalho dentro do setor, evitando a saída em massa de trabalhadores para outro segmento. Todavia, mesmo com este acréscimo salarial, a rotatividade de empregados sofreu um aumento”, destacou Paulo Fernandes da Silva, diretor das Relações do Trabalho, do Sindicombustíveis-PR. A partir de novas contratações para repor antigos funcionários, novos treinamentos devem ser implementados, como nas áreas de meio ambiente e segurança para situações de emergência. O Ministério do Trabalho exige a comprovação de treinamento dos funcionários do posto de serviço, segundo a NR-20, norma que regulamenta atividades que movimentam inflamáveis e combustíveis e determina capacitação para minimizar acidentes, garantindo proteção e segurança a todos. O posto também deve oferecer treinamento adequado ao funcionário que participa do descarregamento do caminhão e aquele que realiza a coleta da

amostra-testemunha. A rotatividade outras obrigações que burocrade funcionários também implica tizam os serviços contábeis, tais em mais gastos com uniformes como: GRF, envio ao estado das e exames médicos, elevando compras efetuadas a cada disainda mais o custo operacional. tribuidora, GIA, envio ao estado das operações de compras e Os sistemas de controle das vendas no mês, com apuração obrigações contábeis aumendo ICMS a recolher, a Declaração taram. Há, atualmente, o Sped de Informações de Vendas e a Fiscal, para gerar arquivos fiscais participação dos municípios na pelo sistema de automação do divisão do ICMS (DIPAM), Deposto, informa as operações de compras, vendas, estoques, claração dos Valores Apurados cartões de crédito e LMC; e o dos Impostos e Contribuições FeSped Contábil para enviar todos derais (DCTF) etc. “Seria muito GASOLINA os lançamentos e apurações bom se tivéssemos uma forma dos lucros contábeis obtidos em simplificada de arrecadação, cada trimestre. Luiz Rinaldo,GASOLINA da pois esse monte de impostos e 2% Plumas Contabilidade, destaca Pis/Cofins obrigações com datas variadas Anidro 12%

Margens e2% fretes 20% Pis/Cofins

Anidro 12% GASOLINA

ICMS 26% Margens e fretes 20% Refinaria 36% ICMS 26% Pis/Cofins 2% Refinaria Anidro 12% 36% Margens e fretes 20% ICMS 26% Refinaria 36%

DIESEL DIESEL

Biodiesel 4% Pis/Cofins 6%

ICMS 14% Biodiesel 4% Pis/Cofins 6% DIESELMargens e fretes 16% ICMS 14% Refinaria 59% Margens e fretes 16% Biodiesel 4% Refinaria6% 59% Pis/Cofins ICMS 14% Margens e fretes 16%

ETANOL

Refinaria 59%

ETANOL

ICMS 17% Margens e Fretes 23% ICMS 17%

Margens e Fretes 23% ETANOL Usina 60%

Usina ICMS 17%60%

Fonte: Fecombustíveis

Combustíveis Margens e Fretes 23% & Conveniência • 41


44 REPORTAGEM DE CAPA são de difícil controle, induzindo a erros que mais tarde nos são recobrados”, destacou Maria Aparecida Siuffo Schneider, vice-presidente da Fecombustíveis e proprietária da Rede Record de postos. Tanto os custos elevados como a burocracia andam lado a lado quando avançamos para as questões ambientais. De acordo com Bernardo Souto, consultor de Meio Ambiente da Fecombustíveis, existem encargos fiscais e não fiscais. Os fiscais são decorrentes da cobrança, pelo poder público, pelo exercício do poder de polícia. São as taxas de fiscalização e controle ambiental, que são cobradas pela União, por meio do Ibama, pelos estados e municípios e pelas respectivas Secretarias de Fazendas. Para aqueles que entendem que as “taxas” de renovação de licença são tributos, esse custo também é inserido nesta classificação. A taxa de renovação da licença pode atingir valores absurdos porque pode-se cobrar por cada etapa de licenciamento - Licença Prévia, Licença de Implantação

e Licença de Operação (LP, LI e LO, respectivamente). “Muitos donos de postos acreditam que, de posse da licença ambiental, não têm mais obrigações a cumprir e acabam esquecendo das condicionantes da sua respectiva licença. Quando tentam renovar a LO, acabam tendo o seu processo indeferido. Isso empurra esses empresários para um licenciamento corretivo, com os custos das três etapas de licenciamento”, disse Souto. A partir da Resolução Conama 273/2000, as exigências ambientais vêm aumentando. Paulo Silva, do Sindicombustíveis- PR, informou que a responsabilidade pelos licenciamentos ambientais foi repassada aos estados e, muitas vezes, aos municípios, com as legislações ambientais tornando-se cada vez mais restritivas e onerosas. “A Resolução Conama 273/2000 exige do posto um estudo do passivo ambiental em todo o solo do imóvel, para conhecer se ali não existe contaminação. Mesmo que o estabelecimento não tenha um passivo ambiental negativo, o estudo em um posto de porte

Principais obrigações contempladas pela Medida Reparadora de Conduta w Atualização cadastral: quantidade de bicos abastecedores, tipos de combustíveis e mudança de tancagem; w Informar ao consumidor, de maneira adequada e ostensiva, a respeito da nocividade, periculosidade e uso do combustível automotivo; w Registro de análise da qualidade dos últimos seis meses; w Boletim de Conformidade dos últimos seis meses; w Adesivo obrigatório nas bombas de etanol e diesel; w Identificar o fornecedor de GNV, adesivo de nocividade e pressão de GNV; w Se bandeira branca, identificar dados do fornecedor. 42 • Combustíveis & Conveniência

médio não sai por menos de R$ 18 mil”, informou Silva. Maria Aparecida Schneider reclamou da dificuldade de tirar todas as licenças e a série de exigências que precisam ser cumpridas. “Os órgãos responsáveis pela parte de meio ambiente não se comunicam e presto contas para o Ibama, Inea (Rio de Janeiro) e Secretaria de Meio Ambiente. Eles deveriam resumir todas as informações a um órgão só ou que, pelo menos, compartilhassem essas informações”, comentou. Ricardo Hashimoto, diretor de Postos de Rodovias da Fecombustíveis, aborda uma questão pertencente ao histórico da revenda. De forma geral, as obrigações do setor, sejam ambientais, fiscais ou trabalhistas, foram solicitadas pelas entidades representativas do segmento para regular o setor. “Na luta contra os elementos desleais do mercado, pedimos mais regulação. Mas agora, talvez, seja o momento de refletir por termos muitas obrigações e rigor, acabamos perdendo o foco. Com tamanha exigência, um erro operacional vira crime”, refletiu. Apesar do volume de encargos e rigidez de alguns órgãos fiscalizadores, Hashimoto lembra que a Medida Reparadora de Conduta (MRC) trouxe flexibilização às regras por parte da ANP. Atualmente em vigor pela Resolução ANP 32/2012, a MRC foi uma das conquistas da Fecombustíveis que permite certa tolerância para as infrações consideradas mais leves. A partir da medida, a ANP estabelece prazo de até cinco dias úteis para a revenda providenciar a reparação da não conformidade, evitando, assim, a aplicação de penalidades pela Agência.


Vandalismo chega às bombas Seguro

Divulgação

Em todo o país, as manifestações populares trouxeram de carona vândalos, que devastaram diversos Os prejuízos por atos de vandalismo não encontram estabelecimentos. Os postos de combustíveis também amparo das seguradoras. Os seguros empresariais foram afetados pela onda de violência. “No começo, não cobrem atos de vandalismo, saques, revoltas a manifestação estava pacífica, mas após o jogo foi populares, atos de terrorismo de guerra, sabotagem uma quebradeira geral. Eles jogaram os tapumes no etc. Segundo a MPL Seguros, a cobertura de tumultos chão, quebraram as placas de preço, de sinalização seria a modalidade mais próxima, mesmo assim, e o display da bomba. Também jogaram pedra na não se enquadra no contexto das manifestações. loja de conveniência para forçar a entrada, pegaram Sempre que constar expressamente a inclusão desta o bico da bomba e ameaçaram colocar fogo”, contou cobertura na apólice, a seguradora indenizará, até Michele Alves, proprietária do Posto Trópico, em Belo o limite máximo contratado, os danos materiais Horizonte (MG), localizado próximo ao estádio do causados ao estabelecimento em consequência de Mineirão, sobre a manifestação que aconteceu no tumultos, desde que sejam gerados pelos próprios dia do jogo entre Brasil e Uruguai. Os funcionários funcionários da empresa, em virtude da discordância do posto tentaram conter os participantes, mas não entre patrões e empregados em relação à alguma havia como, eram muitos. Segundo Michele, dois reivindicação. dias de manifestações foram mais graves, sendo que Como fica a regra? no segundo, nem o tapume colocado ao redor do posto foi suficiente para proteger o posto. O cálculo Mesmo com a determinação da ANP em relação do prejuízo, levando em conta os dias fechados e ao horário mínimo obrigatório de funcionamento dos os demais danos dos equipamentos, pode chegar postos, de 2ª a sábado, das 6h às 20h, em dia de a R$ 100 mil, segundo a proprietária. manifestações, há flexibilidade para a regra. “HavenO Posto Flamingo também foi um dos estado risco, o revendedor deve cortar o fornecimento de energia elétrica dos equipamentos medidores e belecimentos da revenda depredados em Belo lacrar com cadeado as bocas de carregamento dos Horizonte. “Quebraram três bombas - duas ficaram tanques subterrâneos e dos equipamentos medidores praticamente inutilizadas -, o placar de preços, os (bombas)”, orientou Paulo Iunes, chefe de escritório instrumentos para aplicar os testes de combustíveis da Superintendência de Fiscalização da ANP. n e ameaçaram incendiar o posto”, contou Maurícia Zama, proprietária do posto. “Chamei a polícia e o Corpo de Bombeiros. Fiz tudo o que pude para evitar a destruição, mas eles não me atenderam a tempo, foi uma devastação”, lamentou. “É desanimador, não sei como vai ser no ano que vem, com eleições e Copa do Mundo”, refletiu Maurícia. Ambas as proprietárias estudam a possibilidade de entrar com uma ação de ressarcimento de danos contra o Governo para reverter os prejuízos. A advogada da Fecombustíveis, Deborah Amaral dos Anjos, esclarece qual o procedimento para as ações judiciais. “Aqueles que foram prejudicados por atos de multidão poderão buscar reparação dos danos pelo Estado, sendo a responsabilidade, nesses casos, subjetiva, devendo ser demonstrada a omissão Posto Flamingo foi um dos postos depredados por vândalos durante do poder público em garantir a preservação as manifestações da ordem pública, o que não é tão simples de comprovar, já que a ação pode perdurar anos”. Combustíveis & Conveniência • 43


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Ethanol Summit discute novos rumos Setor aposta no etanol de segunda geração e na melhoria da eficiência dos veículos flex para retomar competitividade frente à gasolina e cobra do governo definição de uma política clara sobre o papel do biocombustível na matriz energética Por Morgana Campos Antes da crise de 2008, o etanol parecia estar destinado a cumprir sua missão de ser o principal biocombustível utilizado no mundo, reduzindo emissões de poluentes e a dependência do petróleo, sem implicar em grandes mudanças na atual estrutura de abastecimento. Mas havia uma crise financeira no meio do caminho, que encontrou muitos usineiros descapitalizados, justamente porque haviam se endividado para materializar em usinas o futuro brilhante que se projetava para o etanol. O que aconteceu a partir daí já virou história: disparada dos preços nas bombas, reclamação dos consumidores, consolidação do setor e, pouco a pouco, o etanol foi perdendo espaço nas bombas para a gasolina, ao mesmo tempo em que vários países também decidiram frear os investimentos em biocombustíveis, enquanto se preocupavam em recuperar as finanças nacionais. A crise financeira já ficou para trás, embora o etanol não tenha conseguido reconquistar a preferência do consumidor, uma vez que as ameaças inflacionárias estão limitando o espaço para elevação de preços da gasolina, principal concorrente 44 • Combustíveis & Conveniência

do biocombustível. E, no meio de tudo isso, ainda surgiram o pré-sal e o gás de xisto nos Estados Unidos, redimensionando os planos energéticos mundiais. Apesar de todos os “poréns”, o futuro ainda pode ser promissor para o etanol. “O potencial é for-

midável. Temos uma frota superior a 20 milhões de veículos flex, o que representa um tremendo ativo, e segue crescendo. Apenas 1/3 dessa frota utiliza etanol, ou seja, ainda há muito espaço para crescer”, destacou Elizabeth Farina, presidente da União da

Apesar do freio em novas unidades, setor continuou investindo em mecanização, renovação de canaviais, transporte e novas energias


Custo do etanol em relação ao da gasolina ainda é um entrave para a maior competitividade do setor

Banco de imagens da IBP

Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), durante a abertura do Ethanol Summit 2013, realizado em junho na cidade de São Paulo. “Nos últimos 10 anos, o setor praticamente dobrou a oferta de cana-de-açúcar, adotou melhores práticas ambientais e sociais, investiu em mecanização. Apesar de não haver nenhum projeto em novas unidades, não paramos de investir em ampliação de capacidade, transporte e novas energias. Houve ampla renovação dos canaviais”, explicou, destacando ainda a necessidade de avanços tecnológicos, tanto no aperfeiçoamento dos motores flex, como no desenvolvimento do etanol celulósico.

Banco de imagens da Shell

Pensando no cenário para 2020, Farina enfatizou que o momento de tomada de decisões é agora. “Sete anos pode parecer um curto espaço de tempo quando constatamos que representa pouco mais do que um ciclo de produção da cana-de-açúcar, e parece pouco também quando sabemos que é o tempo necessário entre a tomada de decisão de um investimento em uma nova unidade industrial e a sua plena maturação,” ressaltou. O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, também prevê que os próximos anos serão de grandes oportunidades. “O Brasil precisa ter um novo Brasil em termos de energia nos próximos 15 anos. Isso representa uma oportunidade enorme para quem quer investir. Se dobrarmos a capacidade de produção de etanol no Brasil, ainda precisaremos colocar um volume correspondente a 14 bilhões de litros de gasolina, em 2020. E isso pode ser etanol”, afirmou. Marco Antonio rechaçou as acusações de que o pré-sal teria

levado o governo a deixar de lado o etanol. “Estamos construindo quatro grandes refinarias e nenhuma vai produzir gasolina, porque acreditamos que o etanol é o combustível certo para atender a demanda veicular. O fato de ter descoberto grandes reservas de petróleo e gás não mudou a mentalidade do governo”, garantiu. O consultor Adriano Pires advertiu que o foco global se deslocou para o gás natural e lembrou que, nos Estados Unidos, o etanol é um complemento da gasolina e não seu concorrente. “Isso deveria ser pensado mais aqui no Brasil, porque muda a questão da precificação. E o etanol é hoje o melhor aditivo que existe para a gasolina”, explicou. De acordo com Pires, o Brasil fez, em 2008, uma opção por privilegiar os combustíveis fósseis. “Congelou o preço da gasolina e zerou a Cide e assim abriu mão de R$ 22 bilhões”, enfatizou. Para ele, as recentes medidas de estímulo ao etanol não são suficientes. “É necessário o governo voltar com a Cide sobre a gasolina e dizer qual participação enxerga para Combustíveis & Conveniência • 45


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Turbinando o veículo flex Foi graças ao veículo flex, e a consequente liberdade para o consumidor decidir qual combustível utilizar, que o etanol pode reviver dias de demanda aquecida no mercado nacional. E, mais uma vez, é nele, ou na melhoria de sua eficiência, que os produtores depositam parte de suas esperanças para a retomada da competitividade. “Jamais foi exigido do setor automotivo, apesar dos incentivos concedidos, o aumento da eficiência do motor com etanol. Hoje já poderia ter eficiência 15% melhor, se tivesse ocorrido pesquisa no passado”, declarou o economista José Roberto Mendonça de Barros. Com o aumento da eficiência energética do motor no uso do etanol, é possível melhorar a relação de preço com a gasolina e assim elevar a competitividade do biocombustível. Considera-se que vale a pena abastecer com etanol quando a relação de preço com a gasolina não ultrapassa os 70%. O professor Francisco Nigro, da Escola Politécnica/USP, lembrou que, até 2009, basicamente 90% da frota de veículos flex rodava com etanol, que custava entre 58% e 59% do preço da gasolina. Atualmente, apenas 40% da frota usa o biocombustível, que está custando 72% do preço da gasolina. Ele advertiu que um dos riscos que o etanol corre atualmente é o das automobilísticas, para cumprir as exigências do Inovar, trazerem modelos otimizados para a gasolina, sem haver tempo suficiente para adequá-los ao uso de etanol. Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da Unica, também enfatizou a importância de tornar o veículo flex mais eficiente no uso do etanol. “O Inovar estabelece que, até 2017, as montadoras deverão melhorar a eficiência energética dos veículos em, pelo menos, 12%, mas não estabelece diferença para gasolina e o etanol. Por que não estimular as montadoras para que se chegue à paridade de 75% ou 80%? Isso, de fato, faria uma revolução na indústria automobilística brasileira”, ressaltou.

Agência Petrobras

o etanol no futuro. Por que o usineiro vai plantar cana, investir em produtividade, se não tem mercado?”, questionou. Entretanto, segundo Ricardo Dornelles, do Ministério de Minas e Energia, o Brasil não está praticando preços para a gasolina muito distantes da realidade internacional. “Aumentamos mais que os Estados Unidos e menos que a França. Existe política de preços no Brasil, pode se concordar ou não com ela, mas existe. Todos os analistas indicam que a gasolina é um produto que tem sobreoferta global e, portanto, tenderá a ter preços mais baixos”, afirmou. Dornelles também instigou os produtores a reduzirem os custos de produção e incrementar os investimentos em inovação, de forma a ganhar competitividade. “Hoje são US$ 135 por um barril de etanol, frente a US$ 127 para um de gasolina. Isso tem que mudar. Precisamos de um mercado sustentável, viável e de rupturas tecnológicas que nos deem mais produção com menos dispêndios. O mercado potencial existe e terá de ser conquistado. E, via de regra, a sociedade sempre optará pelo energético mais barato”, declarou. O secretário-adjunto de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Rutelly Silva, lembrou que não foi apenas o setor de etanol que enfrentou elevação de custos e rebateu as críticas relativas à Cide zerada sobre a gasolina. “Cide não é tributo criado para penalizar externalidades negativas da gasolina, mas sim com a finalidade de amortecer o preço da gasolina. E ela foi usada com esse fim”, explicou.

Minivan sendo abastecida com etanol de segunda geração pela Petrobras, no Posto do Futuro, no Rio de Janeiro


Divulgação Unica

“Sete anos pode parecer um curto espaço de tempo quando constatamos que representa pouco mais do que um ciclo de produção da cana-de-açúcar e parece pouco também quando sabemos que é o tempo necessário entre a tomada de decisão de um investimento em uma nova unidade industrial e a sua plena maturação,” ressaltou Elizabeth Farina, presidente da Unica

E lá fora? A conquista do mercado internacional segue como um dos principais desafios para os produtores de etanol, especialmente em meio ao entusiasmo provocado pelos baixos preços do gás de xisto. De acordo com a deputada dinamarquesa do Parlamento Europeu Britta Thomsen, “o exemplo brasileiro tem sido uma grande inspiração para a Europa lidar com seus desafios energéticos”. Ela lembrou que, para ganhar espaço, o etanol precisará superar alguns mitos negativos, como o de que a produção de combustível está prejudicando a de comida; ou o de que a cana-de-açúcar está desmatando a Amazônia. “Para derrubar esse tipo de alegação, tem sido um grande prazer visitar as plantações de cana em São Paulo e ver como ela é produzida”, destacou. A deputada se mostrou particularmente entusiasmada com o etanol de segunda geração. O cônsul geral dos Estados Unidos em São Paulo, Dennis Hankins, ressaltou que os biocombustíveis desempenham um papel importante na relação bilateral entre os dois países, que são responsáveis por 85% da produção global de etanol e biodiesel. Já o ex-secretário do Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez, advertiu para o novo cenário internacional. “A descoberta do shale gas pode causar uma revolução no mercado de energia, não só nos Estados Unidos, Canadá e México, mas em todo o mundo, o etanol precisa se mover rapidamente para desenvolver o etanol de segunda geração”, afirmou. Para ele, o principal desafio dos biocombustíveis será concorrer em preço/custo com a energia barata gerada pelo gás de xisto, apesar do uso do gás ainda depender do desenvolvimento de uma infraestrutura. “Os

Estados Unidos vão precisar ter um programa para construção de gasodutos e adaptar os postos para o uso de gás. E os investimentos podem migrar para isso”, relatou. Luis Roberto Pogetti, presidente do Conselho de Administração da Copersucar, também reconheceu que o xisto está trazendo um novo panorama, mas alertou para a necessidade de mais tempo para avaliação. “Me faz lembrar o ciclo de 2004 a 2008, quando todo mundo pensava em investir em usina e ter retorno em quatro anos. Estamos vivendo a euforia da descoberta, sem analisar a sustentabilidade de longo prazo. Há discussões ambientais e quanto à possibilidade de manter esse patamar baixo de preços”, destacou. Além disso, ele lembrou que o xisto não é uma energia limpa e, portanto, não concorre diretamente com os biocombustíveis. Para Vasco Dias, CEO da Raízen, a tendência é de que o xisto ocupe espaço da indústria de petróleo, e não do etanol, levando investidores a reavaliarem seus planos para as águas profundas do Golfo do México, por exemplo, ou mesmo do pré-sal. A boa notícia é que o etanol celulósico - produzido a partir do bagaço, folhas, cascas e outros resíduos da cana-de-açúcar - já está a caminho e deve incrementar a produção nacional em mais de 50%, sem que para isso seja necessário ampliar a área de plantação. “O etanol já é competitivo e vai ficar ainda mais. O celulósico vai ser uma realidade em, no máximo, cinco anos”, destacou Dias, acrescentando que o novo produto deverá ser mais barato. “Ele vai representar um aumento de 50% em minha produção e com preço menor, isso me alavanca”, ressaltou. n Combustíveis & Conveniência • 47


OPINIÃO 44 Deborah Amaral dos Anjos 4 Advogada da Fecombustíveis

Fantasma da reincidência Para exemplificar, A Lei não é nova, porém dúvidas ainda pairam após a segunda infração, sobre a Lei 9.847 de 26 de outubro de 1999, que em decorrência destrata da fiscalização das atividades relativas ao abastecimento nacional de combustíveis e estases casos específicos, frisasse por qualquer belece sanções administrativas e a forma como um deles, o revendedor as mesmas serão aplicadas. Na leitura simples, terá, após o trânsito alguns aspectos passam despercebidos para o leitor em julgado do processo administrativo, sua e a questão da reincidência é um desses pontos. autorização para funcionamento perante a ANP Estabelece o art. 8o da supracitada Lei que a revogada e, consequentemente, não poderá pena de suspensão temporária total ou parcial de exercer essa atividade. Isso quer dizer que, se funcionamento, do estabelecimento ou instalação, porventura participe de outra pessoa jurídica será aplicada nos seguintes casos: “I- Quando a com a mesma atividade, terá que se desfazer multa, em seu valor máximo, não corresponder em do seu negócio, atingindo assim a penalidade razão da gravidade da infração à vantagem auferida não só ao posto que cometeu a infração, mas a em decorrência da prática infracional; ou II- no caso todos que façam parte. de segunda reincidência”, Na ânsia de se ver livre de um Na ânsia de se ver livre e reincidência conforme processo, seja por falta de uma de um processo, seja por determina o §1° é consifalta de uma boa orientação derada quando o infrator boa orientação jurídica, ou mesmo jurídica, ou mesmo para pratica uma outra infração para aproveitar o desconto de 30% aproveitar o desconto de após decisão administraoferecido em caso de renúncia 30% oferecido em caso de tiva definitiva que o tenha ao direito de recorrer da decisão condenado por qualquer proferida no processo administrativo, renúncia ao direito de recorinfração prevista em lei. rer da decisão proferida no o revendedor desavisado paga a O prazo para que uma processo administrativo, o multa e quando vai ver está com sua condenação anterior seja revendedor desavisado paga autorização cassada desconsiderada para efeitos a multa e quando vai ver está de antecedência é de 2 (dois) com sua autorização cassada, anos contados entre as datas de trânsito em julgado esse foi inclusive o caso de um revendedor que das decisões de condenação e do cometimento da tomei conhecimento recentemente. infração em julgamento, conforme art. 2° da ResoÉ importante sempre analisar o auto de infração, buscar subsídios com o jurídico de lução da ANP n° 08 de 17/02/2012. Porém, a Lei seu sindicato, ou mesmo com advogado de sua define casos em que, ao reincidir, o posto revenconfiança, analisando os pormenores do caso, dedor terá revogada sua autorização para exercício requisitando análises, e, se for o caso, ajuizar de atividade, sendo que, aplicada essa penalidade ações judiciais, até porque a lei em caso de de revogação, os responsáveis pela pessoa jurídica pendência de ação judicial em que discuta a ficarão impedidos, por 5 (cinco) anos, de exercer imposição ou de penalidade administrativa não atividade constante desta Lei, é o que determina o considerará a reincidência até o trânsito em julart. 10°, inciso III e § 1°, para casos de reincidência por falta de atendimento das normas de segurança, gado da decisão (art. 8°, §2° da Lei 9.847/99), vícios de qualidade e quantidade. não cabendo, assim, a cassação ser aplicada.

48 • Combustíveis & Conveniência



44 CONVENIÊNCIA

De olho na nova classe C Com mais renda e disposição para gastar, a nova classe média torna-se uma importante alternativa para as lojas de conveniência aumentarem suas vendas. O food service também aparece como opção para atender novos hábitos de consumo Por Gisele de Oliveira

Stock

Não é de hoje que a nova classe C vem recebendo atenção especial no mercado de varejo. Com o aumento da renda e,

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consequentemente, mais dinheiro para gastar, novas opções de consumo surgem para este público. Mesmo com o aumento do endividamento e dos preços pressionados pela inflação nos

primeiros meses do ano, o que têm diminuído o ritmo de consumo das famílias, esses novos consumidores continuam a ser um “filão” para explorar. E números não faltam para comprovar o argumento. Estudo da Kaiser Associates, apresentado pelo Sindicom durante lançamento do Relatório Anual de Combustíveis, Lubrificantes & Lojas de Conveniência, mostra que todo ano quase 5 milhões de consumidores emergem à classe C. Para 2014, a estimativa é de que esse grupo represente 60% da população brasileira, alcançando 118 milhões de pessoas. Direcionar esforços para atrair esses novos consumidores pode ser uma saída para proprietários de lojas de conveniência. Isto porque, além de ser uma nova opção de consumo, este público também tem uma vida agitada, trabalha fora e, muitas vezes, não tem tempo de preparar as refeições para família quando retorna do trabalho. “Os números do estudo feito pela Kaiser Associates mostram bem o impacto que a nova classe média tem trazido para o segmento de combustíveis e de lojas de conveniência. Prova disso são os recordes sucessivos de vendas de automóveis no país, que aumentam as vendas de combustíveis nos postos. Esses consumidores acabam descobrindo que a loja de conveniência é


Abrangência A expansão das lojas de conveniência é uma tendência, já que também tem como característica a maior oferta de produtos variados disponíveis para o consumidor. Em 2012, a quantidade de lojas de conveniência espalhadas pelo país ficou em

6.904, um aumento de 13,9% em comparação com o ano anterior (6.060 unidades). Vale lembrar que esse resultado também foi influenciado pela ampliação da área de abrangência da pesquisa, que passou a incluir os estados de Mato Grosso, Maranhão e Piauí e as cidades de Manaus (AM) e Belém (PA). Ainda assim, o número é pequeno se comparado com os quase 40 mil postos de serviço espalhados pelo Brasil. Ou seja, as lojas de conveniência estão em menos de 20% do total de postos, sendo considerado um dos menores índices de densidade entre países com razoável desenvolvimento automotivo.

bens de valor agregado. Quando foram habilitados, já ‘renasceram’ com as exigências dos consumidores modernos, para quem as modernas lojas de conveniência representaram uma nova alternativa, com conforto, praticidade, rapidez e proximidade”, analisou Flavio Franceschetti, consultor do Sindicom, ao interpretar os dados do relatório anual do Sindicato das Distribuidoras.

Consumidores Em termos de faturamento, as lojas de conveniência apresentaram crescimento de 21%, alcançando R$ 4,94 bilhões no ano passado. Novamente, boa parte desse resultado foi impactado pelos emergentes da classe C, que abraçaram esse tipo de estabelecimento. “A ‘nova classe média’ vê a conveniência de forma diferente. Seus emergentes estavam praticamente alijados do consumo de

photl.com

bastante relevante no seu dia a dia”, observou Alísio Vaz, presidente executivo do Sindicom, durante apresentação do relatório para imprensa, realizada no final de junho. Mais uma vez, os números falam por si só. De acordo com a pesquisa da Gouvêa de Souza & MD, é cada vez maior a preferência do consumidor pela alimentação fora do lar e as lojas de conveniência já figuram entre os estabelecimentos mais visitados para compra de alimentos e bebidas, com 22% de participação de mercado. Supermercados e hipermercados ainda mantêm a liderança (64%), seguidos de padarias (62%). Aliás, as padarias aparecem como a principal fonte de compra por 60% da classe C em função da diversificação de itens ao seu mix de produtos alimentícios.

Combustíveis & Conveniência • 51


44 CONVENIÊNCIA Além da classe C, as mulheres também contribuíram para o crescimento de vendas de conveniência.

Mais rentáveis Entre as categorias de produtos, o cigarro continua no topo do ranking dos itens que mais geraram faturamento para as lojas de conveniência, com 36,9% de participação em 2012. No ano anterior, o produto respondeu por 35% do rendimento das lojas. Embora seu consumo seja proibido em diversas cidades e estados brasileiros, a cerveja também representa parcela significativa do faturamento do segmento. Em 2012, a bebida foi responsável por 21,9% do total das vendas nas lojas, ante 21,4% registrado em 2011. Porém, em breve, a cerveja deve perder a segunda posição no ranking para o food service. A categoria representou 19,9% no faturamento das lojas de conveniência, em 2012, e a tendência é ampliar cada vez mais sua participação, motivada, principalmente, pelos consumidores, que exigem qualidade, rapidez e praticidade. “É um mercado que precisa ser melhor explorado, com potencial enorme de crescimento”, disse Vaz. Quem opta pela modalidade food service, a escolha do cardápio pode fazer a diferença entre as opções da categoria. O relatório do Sindicom revela que as vendas de produtos variam do simples cafezinho (13,7%) aos pratos quentes (2,5%), além de salgados (31,5%) e sanduíches (25,6%) – os líderes na lista de itens com mais saída nas lojas de conveniência. n

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OPINIÃO 44 Flavio Franceschetti 4 Consultor do Sindicom

Bônus da conveniência e os Estados Unidos, a Os resultados divulgados no último Anuário Alemanha e a Inglaterra, do Sindicom de 2013 mostram que 2012 foi um acima de 80% da rede de ótimo ano para o setor das lojas de conveniência postos de combustíveis dos postos de combustíveis no Brasil. Os inditêm lojas de conveniência. cadores desse crescimento e o porquê eles se Vis-à-vis esse cresmaterializaram são indagações interessantes para desenvolver com nossos leitores. O crescimento cimento quantitativo, nota-se uma evolução do faturamento no ano passado da rede de lojas progressiva da gestão com reflexos na qualidade dos postos de combustíveis foi 14,7%, alicerçado dos novos negócios e reformas. Isto pode ser no crescimento do varejo total de 8,3%, num amconstatado pela expansão da área de vendas e a instalação de equipamentos modernos, esbiente macro onde o PIB teve pífio desempenho, com crescimento de 0,9%, e os supermercados, senciais para o bom desempenho do negócio, que durante anos sustentaram o varejo, cresceram como a instalação de fornos de alta tecnologia ao redor de 6%. Uma das razões significativas no salão das lojas para a terminação das ofertas para esse crescimento do varejo foi o dividendo de food service e a produção de pães frescos demográfico obtido com a ascensão da nova como matéria-prima para o crescimento da quaclasse média, ao status de consumo. Um novo lidade, da variedade e do ‘frescor’ das ofertas caudal de milhões de consumidores adquiriram o de alimentos das lojas. seu primeiro carro e, com No quesito qualidade, isso, ganharam passaporte a conveniência no Brasil, para entrar nas lojas de em 2012, confirmou a conveniência dos postos tendência de desenvolver o No quesito qualidade, a conveniênde combustíveis. food service inserido num Quanto ao crescimento círculo virtuoso de expancia no Brasil, em 2012, confirmou de lojas no país, a expansão. Ao mesmo tempo, a a tendência de desenvolver o food são acompanhou o ‘trend’ service inserido num círculo virtuoso categoria das bebidas não alcoólicas aprofundou seu do faturamento em 2012, de expansão mix de ofertas tornando mostrando um aumento as lojas reconhecidas pede 14%, beirando a 7.000 lojas no Brasil. Isso mostra los consumidores e pela a vitalidade da revenda com indústria como um dos energia para cuidar da instalação de quase 900 mais competentes canais do pequeno varejo novas lojas de conveniência no país, ao longo para a venda de bebidas tanto para consumo de 2012. Não obstante esse crescimento, há local quanto levar para casa. ainda um formidável espaço a ocupar. A baixa Hoje, a mulher é muito mais independente, densidade da população de lojas, que se traduz trabalha fora e é provedora do lar tanto quanto no quociente entre o número de lojas existentes o homem. Ela tem hábitos próprios e uma inem 2012 e o formidável parque de postos de tensa rotina diária de trabalho, lazer e encontra abastecimento de combustíveis de quase 40 tempo para dedicar cuidados e carinho aos filhos. mil unidades, nos coloca como uma das mais Dificilmente, você encontrará essa mulher numa baixas densidades entre as nações com razoáfila de supermercado. O crescimento da visita das mulheres às lojas vel desenvolvimento automotivo, como o Chile de conveniência, nos últimos anos, significou um com quase 40% da rede ocupada por lojas, a vento saudável e renovador para o canal. Argentina com praticamente metade da rede

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44 REVENDA EM AÇÃO

Maranhão recebe revendedores Ao longo de dois dias de evento foram estimuladas discussões sobre os mais diferentes temas que impactam o setor da revenda, desde o sistema logístico para escoamento dos combustíveis a fiscalização do setor Por Mônica Serrano Este ano foi a vez de São Luís (MA) sediar o 8º Encontro de Revendedores de Combustíveis Nordeste – Brasil, que aconteceu entre os dias 27 e 28 de junho, em meio às festividades folclóricas regionais, como o bumba meu boi. A cerimônia de abertura reuniu autoridades locais e federais, representantes de instituições da revenda e agentes da cadeia que discursaram para uma plateia de 350 pessoas.

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aproveitou a oportunidade para transmitir aos participantes e às autoridades presentes um pouco mais de informações sobre o funcionamento do setor. Ao analisar os aspectos de melhora do segmento, o executivo citou a redução do índice de não conformidade ao longo do tempo. “Nos últimos 15 anos, saímos de um índice de mais de 20% para abaixo de 3%, patamar de países de primeiro mundo”. Segundo o presidente, este resultado é fruto de um trabalho de mais Fotos: Sindcombustíveis - MA

Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, discursa durante cerimônia de abertura do 8º Encontro de Revendedores de Combustíveis Nordeste

O anfitrião do evento, Orlando Pereira dos Santos, presidente do Sindcombustíveis- MA, enfatizou a contribuição da atividade da revenda para estimular o desenvolvimento do país. “Somos responsáveis por mais de 350 mil empregos diretos, representamos um dos setores de maior arrecadação de impostos para os estados e prestamos um serviço essencial para o Brasil”, discursou na abertura do Encontro. Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis,


de 10 anos, pelo envolvimento da Federação e de seus Sindicatos Filiados nas questões do setor, que buscam combater o combustível adulterado. Embora os níveis de não conformidade tenham se reduzido consideravelmente, nem sempre o revendedor tem condições de detectar na hora em que recebe o produto no posto. “Temos não conformidades que vêm da nossa companhia distribuidora, que aparece no ponto de fulgor, um cisco no álcool, o que traz uma interpretação errônea do empresário que trabalha de forma correta”, comentou. Ao longo do discurso, Paulo Miranda Soares demonstrou preocupação em relação às manifestações populares, com foco na minoria que levantou a bandeira do vandalismo. Por conta da violência, alguns postos de combustíveis foram alvos de depredação. Muitas vezes, o revendedor se depara com o desconhecimento da população sobre a sua realidade, dando margem à má interpretação. De acordo com o presidente, quando o consumidor paga R$ 2,80, R$ 2,90 por litro de gasolina, ele não imagina o peso dos impostos. “Estamos aqui para lembrar que quase 50% do preço do combustível tem embutido uma alta carga tributária”. O discurso do secretário-chefe da Casa Civil, João Guilherme Abreu, que representou a governadora do estado do Maranhão, Roseana Sarney, destacou a política de incentivo fiscal para atrair empresas para o estado. “O governo conseguiu atrair um portfólio de companhias que estão se estabelecendo no estado do Maranhão, da ordem de R$ 60 bilhões de reais”, disse Abreu. O

secretário também reconheceu a relevância do segmento da revenda de combustíveis para o desenvolvimento do estado, contribuindo para a geração de empregos e arrecadação tributária. O crescimento do mercado de combustíveis a taxas percentuais elevadas, acima do PIB, foi o foco da abordagem do secretário-adjunto de Petróleo, Gás Natural e Produtos Renováveis do Ministério de Minas e Energia, João José Nora Souza, que representou o ministro Edison Lobão. No ano passado, o óleo diesel rodoviário registrou evolução de 7% e a gasolina, 12% ante 2011. Em relação à região Nordeste, o crescimento foi de 11% para o óleo diesel e 17%, na gasolina, demonstrando o bom desempenho da economia regional. Segundo Souza, o plano decenal de expansão de energia, conduzido pelo Ministério de Minas e Energia relativo ao período 2012 a 2021, prevê uma ampliação de 4,5% de diesel, 5,2% de gasolina e 2,6% para o GLP, todos com variação igual ou superior à média nacional. A ascensão da população à classe C, cerca de 36 milhões de pessoas, também contribuiu para elevar o consumo de energia e de combustíveis, segundo o secretário. Além do aumento da demanda, o setor de combustíveis tem passado por um processo de melhoria de suas características, possibilitando a oferta de combustíveis mais limpos, desde a introdução no mercado do diesel com menor teor de enxofre. Implantado gradativamente com o S50, o novo diesel completou o processo de transição a partir de janeiro deste ano, com o ingresso do S10 no

Eduardo Autran, gerente executivo de Abastecimento e Logística da Petrobras, ministrou palestra sobre a cadeia de suprimento e derivados de petróleo

Palestra de Paulo Henrique Amorim transitou entre as perspectivas da economia maranhense, destacando a Refinaria Premium e a ferrovia Norte-Sul, e sua visão pessoal em relação às manifestações populares

mercado. “Atualmente, esse tipo de combustível representa 15% do total de óleo diesel consumido no país. Sem sombra de dúvida, grande parte do sucesso devemos ao engajamento dos postos revendedores na disponibilização dos produtos aos consumidores”, disse Souza. Por fim, ele destacou que, a partir do próximo ano, estará disponível no país a gasolina com teor máximo de enxofre de 50 partes por milhão (ppm) em substituição a atual com 800 ppm. Combustíveis & Conveniência • 55


44 REVENDA EM AÇÃO do Maranhão, que congrega uma série de ações para elevar a competitividade produtiva maranhense, foi apresentado por Maurício Macedo, secretário de estado da Secretaria do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Maranhão. Os segmentos de petróleo e gás, logística e usinas de cana-de-açúcar são alguns dos beneficiados com investimentos da ordem de R$ 120 bilhões no total e deverá estimular a geração de 250 mil empregos diretos, nos próximos anos, segundo Macedo.

Dalmir Santana animou a plateia com a palestra motivacional no encerramento do evento

Abastecimento em foco O panorama da cadeia de suprimento do petróleo e derivados foi o tema da palestra ministrada por Eduardo Autran, gerente executivo de Abastecimento e Logística da Petrobras . Atualmente, a estatal conta com a produção de 12 refinarias para suprimento de seus 33 polos de venda (locais onde são comercializados os combustíveis para o setor de distribuição), 107 distribuidoras e todo o canal da revenda. Segundo Autran, desde 2010, houve um crescimento expressivo no mercado de derivados. Nos últimos quatro anos, a evolução do consumo do diesel e da gasolina manteve-se acima de dois dígitos. No período de 2009 a 2012, a gasolina registrou crescimento de 76% e o diesel, 27%. A perspectiva é de que, até o final do ano, ambos os combustíveis encerrem 2013 com crescimento em torno de 4,5%. As refinarias aumentaram a capacidade de processamento, para atender a demanda crescente. Com isso, no primeiro trimestre do ano passado, o processamento atingiu patamar de 1,884 milhão de barris por 56 • Combustíveis & Conveniência

dia, indo para 2,083 milhões de barris por dia no primeiro trimestre deste ano, enquanto que a produção de derivados aumentou em 10% no mesmo período. “Em 2017, com a entrada das refinarias Comperj e Rnest, os níveis de importação vão reduzir ainda mais. A expectativa é de aumento da capacidade das refinarias, em 2020, para 4,2 milhões de barris por dia”. Em relação ao sistema de refino no país, Aurélio Amaral, superintendente de Abastecimento da ANP, fez uma breve análise. Segundo Amaral, na década de 2000, a capacidade de produção das refinarias seguia em linha com a demanda total de derivados. Mas no final dos anos 2000 e início da década de 2010, a conjunção de fatores, como aumento do PIB, crédito ampliado e melhor distribuição de renda, resultou no crescimento da demanda de combustíveis, causando déficits nas refinarias, trazendo aumento das importações para atender ao mercado interno. Hoje, as refinarias da Petrobras operam no limite máximo da capacidade de produção.

Ações regionais O Programa de Desenvolvimento Produtivo do Estado

Normas e fiscalização Desde a atualização de cadastro da ANP, como a substituição de tanques, inclusão de novos produtos, alteração da quantidade de bicos por produto ou mesmo do quadro societário do posto, até coleta de amostra-testemunha e realização de testes de qualidade, ou seja, as principais condutas de responsabilidade da revenda para evitar autuações por parte da ANP e dos demais órgãos fiscalizadores, foram tratados por Jose Antonio Rocha, secretário executivo da Fecombustíveis, na palestra “Fiscalização nos Postos Revendedores”, que reuniu aproximadamente 200 gerentes e chefes de pista de postos de combustíveis da região. “O etanol deve estar límpido e isento de impurezas. Se o etanol hidratado estiver alaranjado indica a presença de etanol anidro e isso é uma adulteração”, esclareceu Rocha. Já Celso Rodrigues Borges, gerente de Relações Públicas da Fecombustíveis, realizou treinamento sobre o atendimento nos postos para frentistas e funcionários da revenda. n



44 AGENDA AGOSTO Encontro de Revendedores do Norte

Data: 1 e 2 Local: Manaus (AM) Realização: Sindcam e demais Sindicatos do Norte Informações: (92) 3584-3707 Workshop com a Revenda

Data: 9 Local: Dourados (MS) Realização: Sinpetro-MS Informações: (67) 3325-9988/9989 9º Ciclo de Encontros Regionais e Seminário BPCC de Gerentes e Chefes de Pista

Data: 16 Local: Lençóis (BA) Realização: Sindicombustíveis-BA Informações: (71) 3342-9557 Expopostos & Conveniência

Data: 27 a 29 Local: São Paulo (SP) Realização: Abieps, Fecombustíveis e Sindicom Informações: (21) 2221-6695

SETEMBRO 9º Ciclo de Encontros Regionais e Seminário BPCC de Gerente e Chefes de Pista

Data: 20

58 • Combustíveis & Conveniência

Local: Salvador (BA) Realização: Sindicombustíveis-BA Informações: (71) 3342-9557

NOVEMBRO

16º Congresso Nacional de Revendedores de Combustíveis e 15º Congresso de Revendedores de Combustíveis do Mercosul

Data: 7 e 8 Local: Vitória (ES) Realização: Sindipostos-ES Informações: (27) 3322-0104

Data: 26 a 29 Local: Gramado (RS) Realização: Sulpetro-RS Informações: (51) 3228-7433

OUTUBRO Reunião com Revendedores de Guanambi

15o Simpósio Estadual dos Postos de Combustíveis e Serviços do Estado do Espírito Santo

Festa de Confraternização 50 anos do Sindicombustíveis - BA

Data: 8 Local: Salvador (BA) Realização: Sindicombustíveis-BA Informações: (71) 3342-9557

Data: 11 Local: Guanambi (BA) Realização: Sindicombustíveis - BA Informações: (71) 3342-9557

Festa do Revendedor

NACS Show

Workshop com a Revenda

Data: 12 a 15 Local: Georgia World Congress Center (Atlanta/EUA) Realização: NACS Informações: www.nacsonline.com 3ª Expo Conveniência

Data: 24 Local: Caxias do Sul (RS) Realização: Sindipetro/Serra Gaúcha Informações: (54) 3222-0888

Data: 22 Local: Curitiba (PR) Realização: Sindicombustíveis-PR Informações: (41) 3021-7600 Data: 28 Local: Campo Grande (MS) Realização: Sinpetro-MS Informações: (67) 3325-9988/9989 Para a publicação de eventos na agenda da Combustíveis & Conveniência, enviar os dados para monicaserrano@fecombustiveis.org.br ou assessoria.comunicacao@fecombustiveis.org.br . Alguns eventos ainda poderão ser modificados nas próximas edições.



44 PERGUNTAS E RESPOSTAS

LIVRO 33 Título: O B de BRICs – Potencial de consumo, recursos naturais e a economia brasileira Autor: Pedro Carvalho de Mello

Desde o início de julho, a comercialização do óleo diesel S500, com menor teor de enxofre, passou a ser obrigatória em mais 385 municípios brasileiros, em substituição ao S1800. A obrigatoriedade atende à determinação da ANP, que, com a medida, pretende reduzir a emissão de poluentes em cerca de 3 mil, dos 5,5 mil municípios brasileiros.

Quais serão os próximos passos da implantação (outros estados, novos municípios)? A Resolução ANP nº 65/2011 em seu parágrafo segundo, artigo 4º, dispõe que, a partir de 1º de janeiro de 2014, o óleo diesel B S1800 de uso rodoviário deverá ser totalmente substituído pelo óleo diesel B S500.

Que pontos são tidos como mais emblemáticos para a transição para o S500? A transição do óleo diesel S1800 para S500 tem sido realizada pela ANP, considerando a disponibilidade de ofertar o produto a partir das refinarias e por importação, bem como a análise por critérios logísticos. Ademais, uma vez determinada em regulamento quais os municípios que passarão a receber o diesel S500, é previsto para a distribuição e revenda dessas localidades um prazo de transição para escoar o produto S1800 estocado até o dia anterior à nova determinação regulatória.

O sistema de abastecimento será suficiente para suprir a demanda? É importante registrar que estamos substituindo um tipo de óleo diesel (S1800) por outro (S500), portanto, não serão necessárias modificações significativas na comercialização do combustível. Dessa forma, consideramos aderente a regra de retirada total do óleo diesel S1800 do uso rodoviário às condições do sistema nacional de abastecimento de óleo diesel rodoviário. As informações foram fornecidas pela assessoria de imprensa da ANP

60 • Combustíveis & Conveniência

Editora: Saint Paul Criada pelo economista Jim O’Neill, do Goldman Sachs, para descrever a guinada econômica global de países emergentes, a sigla Bric pretende ser muito mais que uma denominação. Pretende se tornar um bloco econômico forte entre as cinco nações que fazem parte do grupo – Brasil, Rússia, Índia, China e, recentemente, África do Sul –, apesar das críticas em torno das dificuldades para encontrar uma causa comum aos cinco países. Porém, pouco se sabe ainda sobre o papel, e a força, da economia de cada país e, em especial, a do Brasil nesse grupo. Com esse objetivo, o livro B de BRICs – Potencial de consumo, recursos naturais e economia brasileira, de Pedro Carvalho de Mello, procura explorar as implicações, para as próximas décadas, do papel do Brasil como importante força de consumo. O autor também faz uma análise das cinco grandes forças de um mercado doméstico: padrões de consumo, geografia econômica, transição demográfica, distribuição de renda e potencial de crescimento do PIB. De acordo com dados do próprio grupo, os cinco países representam 42% da população mundial e 45% da força de trabalho existente no planeta. Em 2012, os Brics somaram 21% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e o comércio entre eles alcançou US$ 282 bilhões. Prova de que, independentemente de sistemas de governo e prioridades radicalmente diferentes, o grupo tem significativo potencial de crescimento e não pode ser desprezado.


ATUAÇÃO SINDICAL 33 Rio de janeiro

Não conformidade do biodiesel é tema de reunião a revisão desta exigência, já que não existem mecanismos para análise do produto no momento do descarregamento nos tanques. “Todos sabemos que o biodiesel custa mais caro do que o óleo diesel. Portanto, o revendedor não estaria auferindo lucro ou qualquer benefício financeiro se viesse a adicionar um percentual maior do biocombustível ao diesel mineral. Ao contrário. Além disso, ainda não foi criado nem disponibilizado no mercado equipamento para a aferição do teor do produto, diferentemente dos etanóis e das gasolinas. Mais ainda, o consumidor não é lesado em momento algum”, comentou o presidente.

Dirigentes do Sindcomb e revendedores conversam com Paulo Iunes, da ANP

Sindcomb

O presidente do Sindcomb, Manuel Fonseca da Costa, a vice-presidente, Cida Siuffo Schneider, e a advogada do contencioso cível, Denise Salgado, reuniram-se com o assessor da Superintendência de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Paulo Iunes, no dia 12 de junho, para trazer um meio termo às autuações pela não conformidade do teor de biodiesel no óleo diesel fóssil. Na presença dos associados João Luiz Magacho e Luiz Henrique Rito Lopes, tradicionais revendedores que tiveram lavrados autos de infração em seus postos pelo teor superior de biodiesel ao máximo permitido, a liderança do Sindcomb exortou ao técnico

O Sindcomb informou ao técnico que já recorreu administrativamente das multas e sanções aplicadas. Com a subsistência dos autos de infração, a alternativa será a esfera judicial. (Katia Perelberg)

Mato Grosso

Sindipetróleo-MT promove encontros regionais O Sindipetróleo-MT deu início a importante projeto que busca maior aproximação da entidade com revendedores do interior do estado do Mato Grosso. Por meio do 1º Ciclo de Encontros Regionais de Revendedores, o Sindipetróleo leva capacitação, cria um ambiente de integração entre os revendedores e parceiros, fazendo com que todos conheçam Sindipetróleo-MT

Aldo Locatelli, presidente do Sindipetróleo, ministra encontro com revendedores

e interajam sobre as necessidades regionais do segmento. O primeiro encontro foi realizado no dia 11 de julho em Rondonópolis, sendo que até o fim de setembro outras quatro cidades-polos (Cáceres, Barra do Garças, Lucas do Rio Verde e Sinop) receberão o Ciclo de Encontros. “Queremos que o revendedor associado seja fidelizado e que o revendedor ainda não filiado ao sindicato conheça a atuação sindical, com o objetivo de defender e levar soluções à revenda”, analisa o presidente do Sindipetróleo, Aldo Locatelli. Na pauta de reuniões, o Sindipetróleo apresentou serviços e parcerias disponibilizados ao revendedor. Um dos assuntos

foi o Sindisoluções, um projeto desenvolvido pela Fecombustíveis. Quem aderir ao Sindisoluções, em breve, encontrará uma gama de produtos e serviços de alto valor agregado, que estarão acessíveis aos postos associados em condições totalmente diferenciadas. Segurança nos postos e acesso à assessoria jurídica foram alguns dos temas abordados. Na primeira das cinco etapas, houve participação de 25 postos, sendo a maioria não associada. Ao todo, 53 pessoas, entre revendedores, gerentes e fornecedores de produtos e serviços para postos estiveram presentes. O presidente do Sinpetro-MS, Mário Shiraishi, prestigiou a abertura do encontro realizado em Rondonópolis. (Simone Alves) Combustíveis & Conveniência • 61


44 TABELAS em R$/L

Período

São Paulo

Goiás

Período

São Paulo

Goiás

10/06/2013 - 14/06/2013

1,299

1,300

10/06/2013 - 14/06/2013

1,139

0,962

17/06/2013 - 21/06/2013

1,316

1,285

17/06/2013 - 21/06/2013

1,148

0,987

24/06/2013 - 28/06/2013

1,316

1,293

24/06/2013 - 28/06/2013

1,163

1,000

01/07/2013 - 05/07/2013

1,321

1,298

01/07/2013 - 05/07/2013

1,153

0,992

08/07/2013 - 12/07/2013

1,312

1,290

08/07/2013 - 12/07/2013

1,135

0,984

Média Junho 2013

1,285

1,293

Média Junho 2013

1,140

0,980

Média Junho 2012

1,234

1,270

Média Junho 2012

1,083

0,922

Variação 10/06/2013 - 12/07/2013

1,0%

-0,8%

Variação 10/06/2013 - 12/07/2013

-0,4%

2,3%

Variação Junho/2012 - Junho/2013

4,1%

1,8%

Variação Junho/2012 - Junho/2013

5,3%

6,2%

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

HIDRATADO

ANIDRO

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (CENTRO-SUL)

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL (NORDESTE) Período

Alagoas

Pernambuco

Período

em R$/L

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL ANIDRO

Alagoas

Pernambuco

Junho 2013

1,450

1,451

Junho 2012

1,241

1,250

Variação

16,9%

16,0%

Junho 2013

1,646

1,743

1,6

HIDRATADO

Em R$/L

ANIDRO

1,4

Junho 2012

1,419

1,470

Variação

16,0%

18,6%

1,2 1,0 0,8 0,6 0,4

12

z/ 12 ja n/ 13 fe v/ 13 m ar /1 3 ab r/1 3 m ai /1 3 ju n/ 13

de

t/1 2

v/

no

t/1 2

ou

12 o/

se

l/1 2

ag

1,4

1,4 1,2

1,2

1,0

1,0

0,8

0,8

0,6

0,6

0,4

São Paulo

0,2

0,4

Goiás

São Paulo

0,2

0,0

Goiás

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO

62 • Combustíveis & Conveniência

13

v/ 13 m ar /1 3 ab r/1 3 m ai /1 3 ju n/ 13

ja n/

fe

de z/

12

12 v/

no

t/1 2

ou

t/1 2 se

12 o/ ag

/1 2

l/1 2 ju

ju n

r/1 3 ai /1 3 ju n/ 13

ab

m

/1 3 ar /1 3

fe v

m

12

13

ja

n/

12

de z/

t/1 2

v/

no

t/1 2

ou

12

12

se

o/

ag

ju

n/ ju

l/1 2

0,0

1,6

1,0

EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO

1,6

1,6

1,2

Goiás

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL HIDRATADO (em R$/L) Em R$/L

Em R$/L

1,4

ju

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO ETANOL ANIDRO (em R$/L) EVOLUÇÃO DE PREÇOS DO ETANOL ANIDRO

Em R$/L

São Paulo

Fonte: 0,2 CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos 0,0 ju n/ 12

Fonte: CEPEA/Esalq Nota: Preços sem impostos


TABELAS 33 em R$/L - Junho 2013

Comparativo das margens e preços dos combustíveis Distribuição

Gasolina

Revenda

Preço Médio Pond, de Custo da Gas, C 1

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Distrib,

Preço Médio Ponderado de Compra

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Revenda

2,339

2,453

0,114

2,453

2,863

0,410

2,322

2,460

0,138

2,460

2,828

0,368

2,320

2,456

0,136

2,456

2,808

0,352

Branca

2,343

2,408

0,065

2,408

2,758

0,350

Outras Média Brasil 2

2,336

2,454

0,118

2,454

2,776

0,322

2,332

2,443

0,111

2,443

2,812

0,369

30 %

Variação da Margem em relação à Margem Brasil (%)

12 %

20 %

9% 6%

Outras

10 %

Branca

0%

3% 0%

-10 %

24,1

-20 %

22,8

6,6

2,9

Branca

Outras

-4,9

-12,6

-3 %

-41,4

-6 % -9 %

-30 %

11,0

-0,1

-4,5

-12 %

-40 % -15 %

-50 %

BR

Ipiranga

Raízen

Outras

BR

Ipiranga

Branca

Outras

Branca

Distribuição

Diesel

Raízen

Revenda

Preço Médio Pond, de Custo do Diesel 1

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Distrib,

Preço Médio Ponderado de Compra

Preço Médio Ponderado de Venda

Margem Média Ponderada da Revenda

1,951

2,076

0,125

2,076

2,369

0,293

1,949

2,099

0,150

2,099

2,366

0,267

1,944

2,084

0,140

2,084

2,338

0,254

Branca

1,931

1,996

0,065

1,996

2,257

0,261

Outras Média Brasil 2

1,941

2,064

0,123

2,064

2,333

0,269

1,943

2,056

0,113

2,056

2,327

0,271

Variação da Margem em relação à Margem Brasil (%)

40 %

8% 7%

30 %

6% 5%

20 %

Outras

10 %

4%

Branca

0%

2%

Outras

1%

-10 % -20 %

3%

0%

32,1

23,1

10,6

9,3

-42,6

Branca

-1 % -2 %

-30 %

-3 % -4 % -5 %

-40 % -50 %

7,9

-1,1

-1,6

-3,7

-6,3

-6 % -7 %

Ipiranga

Raízen

BR

Outras

Branca

BR

1 - Calculado pela Fecombustíveis, a partir dos Atos Cotepe 10/13 e 11/13. 2 - A pesquisa abrange as capitais dos Estados da BA, MG, PA, PE, PR, RJ, RS, SP e o Distrito Federal. 3 - O fator de ponderação para cálculo de margem e preço médios é o nº de postos consultados pela ANP.

Outras

Ipiranga

Branca

Raízen

Combustíveis & Conveniência • 63


44 TABELAS

FORMAÇÃO DE PREÇOS

em R$/L

Gasolina

Ato Cotepe Nº 13 de 08/07/2013 - DOU de 09/07/2013 - Vigência a partir de 16 de julho de 2013.

UF

75% Gasolina A

25% Alc. Anidro (1)

75% CIDE

75% PIS/ COFINS

Carga ICMS

Custo da Distribuição

Alíquota ICMS

Preço de Pauta (2)

AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

1,110 0,972 1,018 1,044 0,969 0,977 1,045 1,037 1,044 0,971 1,073 1,045 1,058 1,000 0,975 0,972 0,984 1,007 0,980 0,978 1,046 1,038 0,982 1,033 1,006 1,016 1,085

0,426 0,398 0,421 0,420 0,404 0,404 0,336 0,343 0,333 0,408 0,353 0,338 0,336 0,416 0,400 0,400 0,405 0,337 0,336 0,400 0,425 0,428 0,358 0,341 0,400 0,333 0,336

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196 0,196

0,815 0,782 0,759 0,721 0,770 0,772 0,748 0,795 0,847 0,780 0,753 0,735 0,803 0,832 0,760 0,761 0,692 0,820 0,942 0,780 0,763 0,753 0,733 0,715 0,788 0,643 0,758

2,548 2,348 2,394 2,381 2,339 2,349 2,325 2,372 2,420 2,354 2,375 2,314 2,392 2,444 2,332 2,330 2,277 2,360 2,454 2,354 2,430 2,415 2,270 2,285 2,390 2,188 2,374

25% 27% 25% 25% 27% 27% 25% 27% 29% 27% 25% 25% 27% 28% 27% 27% 25% 28% 31% 27% 25% 25% 25% 25% 27% 25% 25%

3,260 2,897 3,036 2,884 2,852 2,860 2,991 2,944 2,920 2,888 3,012 2,941 2,975 2,972 2,816 2,819 2,766 2,930 3,037 2,889 3,050 3,013 2,934 2,860 2,918 2,572 3,030

Diesel

Nota (1): Corresponde ao preço da usina com acréscimo de PIS/COFINS e custo do frete. Nota (2): Base de cálculo do ICMS

UF

95% Diesel

5% Biocombustível

95% CIDE

95% PIS/ COFINS

Carga ICMS

Custo da distribuição

Alíquota ICMS

Preço de Pauta (1)

AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

1,481 1,304 1,364 1,346 1,302 1,285 1,438 1,407 1,430 1,305 1,467 1,410 1,425 1,312 1,307 1,303 1,322 1,391 1,349 1,212 1,399 1,390 1,380 1,403 1,347 1,373 1,355

0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102 0,102

0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141 0,141

0,463 0,392 0,403 0,401 0,410 0,383 0,288 0,280 0,320 0,385 0,437 0,374 0,349 0,413 0,389 0,393 0,399 0,274 0,304 0,384 0,427 0,436 0,308 0,280 0,396 0,291 0,306

2,186 1,938 2,010 1,990 1,955 1,910 1,969 1,929 1,993 1,932 2,146 2,027 2,016 1,968 1,939 1,939 1,963 1,907 1,895 1,839 2,069 2,068 1,931 1,925 1,986 1,906 1,904

17% 17% 17% 17% 17% 17% 12% 12% 13,5% 17% 17% 17% 15% 17% 17% 17% 17% 12% 13% 17% 17% 17% 12% 12% 17% 12% 13,5%

2,722 2,303 2,373 2,360 2,412 2,250 2,403 2,332 2,370 2,262 2,571 2,201 2,328 2,427 2,289 2,314 2,345 2,280 2,337 2,258 2,511 2,564 2,569 2,330 2,332 2,422 2,270

Nota (1): Base de cálculo do ICMS * Nos preços de custo acima poderão ser encontradas pequenas diferenças, em decorrência dos valores de frete (percurso entre o produtor de biodiesel e a base de distribuição) e alegislação tributária ainda indefinida para o B5 e o B100.

64 • Combustíveis & Conveniência


TABELAS 33

preços dAs DISTRIBUIDORAS Menor

Belém (PA) Gasolina Diesel Etanol

Macapá (AP) Gasolina Diesel Etanol

BR 2,510 1,963 N/D

2,480 1,955 1,693

2,492 2,201 2,076

2,581 2,297 2,221

2,553 2,279 2,006

BR 2,466 2,108 2,252

BR

2,538 2,166 N/D

Rio Branco (AC)

2,590 2,204 N/D BR

2,483 2,181 1,607

Gasolina Diesel Etanol

2,283 1,940 1,499

2,550 2,043 1,782

2,344 1,963 1,470

Gasolina Diesel Etanol

Alesat 2,341 2,378 2,079 2,298 2,203 2,328

2,356 2,097 1,997

BR 2,505 2,068 1,563

BR

2,421 2,048 1,983

2,590 2,225 N/D

Taurus 2,360 2,540 2,098 2,243 1,552 1,866

Alesat 2,480 2,602 2,030 2,138 1,558 1,677

Gasolina Diesel Etanol Fonte: ANP

2,590 2,216 N/D

2,566 2,281 1,842

Gasolina Diesel Etanol

Porto Alegre (RS)

IPP

2,491 2,303 1,512

BR

Florianópolis (SC)

Raízen 2,505 2,599 2,065 2,309 2,165 2,341

Raízen 2,541 2,573 2,345 2,345 1,531 1,608

2,410 2,131 1,563

Curitiba (PR)

2,515 2,168 N/D

2,560 2,285 1,555

Gasolina Diesel Etanol

Campo Grande (MS)

2,598 2,173 2,374

2,490 2,148 N/D

2,733 2,392 2,319 Idaza

IPP 2,532 2,219 1,807

2,545 2,108 1,797

Raízen 2,348 2,510 1,840 2,052 1,548 1,699

2,469 2,209 2,083

Raízen 2,357 2,477 2,102 2,149 1,992 2,038

2,482 2,040 N/D

Raízen 2,387 2,484 2,032 2,032 1,953 2,023

BR

2,379 2,034 N/D

2,587 2,356 1,584

Raízen 2,526 2,554 2,110 2,130 1,518 1,548

BR 2,492 2,048 2,074

BR

2,565 2,120 1,625 IPP

IPP

Gasolina Diesel Etanol

Raízen 2,365 2,450 2,000 2,007 2,071 2,119

2,398 2,008 2,023

Gasolina Diesel Etanol

2,375 2,093 1,990

Gasolina Diesel Etanol

Alesat 2,517 2,583 2,027 2,125 2,217 2,280

Gasolina Diesel Etanol

2,471 2,121 2,169

Gasolina Diesel Etanol

2,415 2,090 1,827

Gasolina Diesel Etanol

2,474 2,082 2,172

2,473 1,916 2,135

IPP

Equador 2,680 2,782 2,310 2,396 2,137 2,159

2,535 2,280 1,550

2,473 1,955 2,163

Gasolina Diesel Etanol

N/D N/D N/D

Raízen 2,587 2,644 2,201 2,270 2,234 2,320

Gasolina Diesel Etanol

2,594 2,057 2,296

2,399 2,112 2,049

Raízen 2,599 2,599 2,179 2,179 N/D N/D

2,597 2,182 2,171

2,409 2,109 2,083

Gasolina Diesel Etanol

IPP

Gasolina Diesel Etanol

2,543 2,206 2,231

2,613 2,292 2,295

2,324 2,080 2,070

2,559 2,252 2,501

2,493 2,133 2,220

2,366 2,066 2,264

Gasolina Diesel Etanol

Atem's 2,430 2,430 2,130 2,130 2,350 2,431

BR

2,440 2,170 2,284

Raízen 2,561 2,617 2,245 2,292 2,207 2,303

N/D N/D N/D

Maior

Raízen 2,428 2,471 2,020 2,115 1,989 2,311

2,437 2,029 2,158

2,562 2,191 2,433

Menor

2,502 2,160 2,158

Gasolina Diesel Etanol

n/d

Maior BR

2,438 1,910 N/D

2,480 2,118 2,297

Gasolina Diesel Etanol

Porto Velho (RO)

Total

2,472 2,108 2,255

Equador 2,535 2,650 2,105 2,182 2,029 2,111

Goiânia (GO)

Menor

Maior

2,438 1,898 N/D

IPP

2,425 2,115 2,302

Cuiabá (MT)

Menor

2,521 2,024 1,693 IPP

Gasolina Diesel Etanol

Gasolina Diesel Etanol

Maior IPP

2,530 2,050 N/D BR

Boa Vista (RR)

Manaus (AM)

Menor

São Luiz (MA)

Palmas (TO) Gasolina Diesel Etanol

Maior

em R$/L - Junho 2013

Teresina (PI)

BR

Fortaleza (CE)

Natal (RN)

Maceió (AL)

Aracaju (SE)

Raízen 2,428 2,558 2,101 2,201 2,105 2,276

2,525 2,056 2,247

Raízen 2,467 2,507 1,966 1,991 2,158 2,295

2,464 2,008 2,132

2,400 2,027 2,016

Raízen 2,341 2,506 2,123 2,253 2,042 2,197

2,372 2,078 1,971

IPP

IPP

BR

BR

IPP 2,420 2,007 2,106

2,467 2,186 2,202

2,499 2,205 2,148 BR

2,500 2,076 2,257

2,448 2,005 2,174

2,558 2,182 2,288

2,566 2,142 2,338

Raízen 2,477 2,577 2,097 2,152 2,208 2,340

Alesat 2,437 2,437 2,056 2,056 2,231 2,280

BR 2,545 2,143 2,031

2,343 1,955 1,778

2,588 2,170 2,115

Raízen 2,355 2,552 1,968 2,228 1,860 2,114

2,590 2,138 2,336

2,404 2,074 2,051

2,606 2,124 2,429

Raízen 2,497 2,605 2,092 2,147 2,052 2,352

Gasolina Diesel Etanol

Raízen 2,346 2,764 1,946 2,136 1,750 2,131

2,516 1,948 1,750

2,714 2,102 2,111

2,525 1,933 1,790

Gasolina Diesel Etanol

2,420 2,109 1,581

2,578 2,225 2,036

Raízen 2,427 2,572 2,126 2,166 1,629 1,960

2,439 2,139 1,648

Gasolina Diesel Etanol

2,228 1,950 1,350

2,437 2,167 1,659

2,216 1,910 1,323

Gasolina Diesel Etanol

2,449 2,109 2,044

2,521 2,123 2,074

Raízen 2,492 2,538 2,082 2,123 2,068 2,105

Salvador (BA)

Vitória (ES)

BR

2,458 2,063 2,067

2,545 2,198 2,200

BR

2,449 2,149 2,129

IPP 2,446 2,058 2,067

Raízen 2,370 2,431 2,092 2,117 2,099 2,235

IPP

Total

Maior

2,409 2,090 2,264

BR

João Pessoa (PB)

Recife (PE)

Total

Menor

IPP

IPP

Rio de Janeiro (RJ)

BR

Belo Horizonte (MG)

BR

São Paulo (SP)

Brasília (DF)

IPP

BR

IPP

Foram consideradas as três distribuidoras com maior participação de mercado em cada capital, considerando os dados disponibilizados pela ANP.

BR

BR

2,398 2,064 1,778

2,801 2,128 2,115 IPP 2,622 2,223 1,978

Raízen 2,160 2,437 1,905 2,166 1,349 1,707 2,419 2,111 2,033

IPP

2,530 2,129 2,069

Combustíveis & Conveniência • 65


44 CRÔNICA 44 Antônio Goidanich

Perplexidade - Alemão. Que tempos complicados estamos vivendo! Tu estás, como se dizia antigamente, em palpos de aranha. - Por que Doutor? - Não consigo imaginar como vais escrever, hoje, uma crônica mensal que mantenha um mínimo de atualidade quando for lida. As coisas mudam muito rapidamente. - É verdade. A Copa das Confederações tinha perdido a importância frente às manifestações e protestos quanto aos gastos em estádios. Mas aí o Brasil ganhou. O Felipão virou herói e o Neymar, craque. Digo para os leitores: sempre admirei o Felipão e defendi a craqueza do Neymar. A pausa retórica resulta em silêncio quase constrangedor. O cronista tenta seguir: - Agora mesmo fizeram uma enquete numa importante revista europeia para a escolha do melhor time de todos os tempos, que resultou em: Yashin, Cafu, Moore, Beckenbauer e Maldini; Croiff, Maradona, Di Stefano e Zidane; Pelé e Messi. Touché. A massa reage: - Um absurdo! O Cafu nem foi o melhor lateral do Brasil. - É verdade. O Carlos Alberto, o Djalma Santos eram muito melhores. - E o Garrincha??? Onde está o Garrincha??? - Bom. Eu tiraria este tal de Di Stefano que nunca vi jogar e botava o Garrincha. O Doutor reage: - O Di Stefano foi um jogador sensacional. E jogava em todas as posições menos na do Garrincha. A substituição é fora de propósito. Um dos companheiros de turma do Doutor (acima dos 80 anos) diz: - Tu tens razão. Eu tirava o Messi e botava o Garrincha. Um dos mais jovens, que vinha se afirmando no grupo por sua ironia fina não deixa por menos: - Bem. Eu ia tirar o Messi para por o Neymar. Quase todos concordam. - Mas, como o Garrincha não pode ficar de fora, eu tiro o Pelé para botar o Neymar. 66 • Combustíveis & Conveniência

Tivemos discussões de quase duas horas. Na saída, o Doutor parabeniza o cronista. - Conseguiste um tema perene. Parabéns! - Bom, Doutor, eu ia falar das manifestações, mas todos são a favor delas por motivos individuais e, por vezes, inverossímeis e excludentes. - Uns porque são contra o governo; outros apoiariam o programa teórico da Dilma. - As restrições guardam no bojo o risco de serem aproveitadas pela direita radical que eu pensava que já não existisse mais, mas nosso governador a detectou. - Aliás, algumas autoridades tem primado por discursos anacrônicos. - Dos anos cinquenta. Estalinistas. - Mas pelo menos todos os manifestantes são contra a corrupção. Pedem a punição dos corruptos. - Desde que, para alguns, isto não envolva os mensaleiros, a compra da refinaria de Pasadena e um montão de coisas mais. - Ninguém sabe para onde vamos. Em uma semana todos já trocaram posição. Plebiscito, referendo, mudar a Constituição. - Ninguém fala em simplesmente cumprir as leis do país, fazer acertos administrativos para diminuir os gastos públicos, punir os crimes cometidos simplesmente como crimes, sem o enfeite do hediondo. Enfim, preservar a lei. Afinal, a presidente está comprometida pelo seu juramento constitucional.




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