Caracterização dos Bairros, Famílias, Gestantes e Crianças atendidas
MÓDULO 3 Formação Introdutória do PIM 5ª Edição 2021
Caracterização Com a sensibilização da comunidade/bairro e das famílias para o atendimento, inicia-se a realização da Caracterização dos bairros, famílias, gestantes e crianças atendidas. Esse instrumento tem papel fundamental de aproximação à realidade vivida no território e ao contexto das famílias, gestantes e crianças que serão atendidas.
O instrumento de Caracterização é composto por cinco formulários:
Formulário B de caracterização do Bairro/Comunidade; Formulário F, de caracterização da Família; Formulário G, de caracterização da Gestante Formulário C, de caracterização da Criança; Formulário D, de Diagnóstico inicial do desenvolvimento infantil.
Para o preenchimento desses formulários, deve-se tomar como base o “Manual de Preenchimento da Caracterização e Diagnóstico”. O Formulário de Caracterização do Bairro/Comunidade (Formulário B) é o único que deve ser realizado pelo GTM e/ou monitor/supervisor, antes dos demais, no início do processo de territorialização descrito anteriormente. Ele possibilita caracterizar o bairro/comunidade, a fim de aperfeiçoar o atendimento do PIM, através de uma melhor adaptação das ações à realidade local. Deve ser aplicado através de entrevista junto às lideranças comunitárias ou profissionais que atuem e conheçam o território.
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O preenchimento do formulário de caracterização do bairro e comunidade (formulário B) é realizado uma única vez, independente do número de visitadores ou famílias presentes no bairro/comunidade. Após o preenchimento, deve ser inserido imediatamente no SisPIM. Com a adesão das famílias ao Programa, iniciamos o contato com cada uma delas e a realização dos formulários de caracterização da família, gestante e criança atendidas e o diagnóstico do desenvolvimento infantil. Os formulários, além de servirem como cadastro da família, representam uma oportunidade do visitador conhecer as singularidades de cada contexto e os aspectos que irão compor o trabalho junto às famílias, contribuindo para a construção do plano singular de atendimento para cada uma delas.
O Plano Singular de Atendimento é uma estratégia de planejamento na qual, a partir do contexto de cada família, são traçadas as ações que serão desenvolvidas durante seu atendimento pelo PIM. Se estrutura a partir das informações identificadas no processo de territorialização, das necessidades e expectativas da família, considerando suas diferenças e particularidades em diálogo com os objetivos do PIM. Deve ser construído a partir da escuta ativa e sem julgamento, observando fatores de risco e proteção, dificuldades e potencialidades de gestantes, crianças e famílias, numa construção conjunta a partir do diálogo com as famílias e com a rede de atenção à primeira infância.
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Para isso, é importante que o visitador tenha uma escuta atenta, acolhedora e livre de julgamentos, pois esses primeiros contatos são fundamentais para a construção de vínculo com as famílias. A realização destes formulários pode levar algumas semanas para sua finalização. Sua inserção no é iniciada pelo formulário de Caracterização da Família e, após isso, deve-se inserir as informações dos demais formulários: Caracterização da Gestante, Caracterização da Criança e Formulário de Diagnóstico Inicial do Desenvolvimento Infantil (que pode ser incluído em até 30 dias após a entrevista da criança no sistema).
FAMÍLIAS COM GESTANTES: FORMULÁRIO G
FORMULÁRIO B
FORMULÁRIO F
FAMÍLIAS COM CRIANÇAS: FORMULÁRIO C
FAMÍLIAS COM CRIANÇAS: FORMULÁRIO D
A realização dos formulários de Caracterização das famílias, gestantes e crianças representa o contato inicial do Visitador com a família, quando são estabelecidos os primeiros diálogos que fundamentarão a qualidade do vínculo da família com o PIM.
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O Formulário de Caracterização da Família (Formulário F) possibilita conhecer a situação das famílias no que se refere às condições físicas de habitação e aos aspectos de saneamento básico. Permite ainda, caracterizar a família em relação a aspectos de ordem social e econômica, da dinâmica familiar e de como se dá sua inserção na comunidade local. Os dados deste formulário devem ser preenchidos pelo visitador, a partir de entrevista junto a um adulto responsável e através da observação. Nas famílias com gestantes, após a aplicação do Formulário F, o visitador inicia o preenchimento do Formulário de Caracterização da Gestante (Formulário G). Este permite traçar o perfil da gestante acompanhada pelo programa quanto aos aspectos sociais, de educação e saúde. Deve ser preenchido pelo visitador através de entrevista junto à gestante e da consulta a dados que constam na Caderneta de Saúde da Gestante. Nas famílias com crianças, após a aplicação do Formulário F, inicia-se a aplicação do Formulário de Caracterização da Criança (Formulário C). Este formulário permite traçar o perfil da criança que será acompanhada pelo PIM quanto aos aspectos de saúde, relacionamentos, rotinas, hábitos e da convivência da mesma com sua família. Deve ser preenchido pelo Visitador, através de entrevista junto ao adulto cuidador da criança. Para cada criança, deverá ser preenchido um formulário C, tendo em vista a singularidade do relacionamento com sua família. Ao cadastrar a criança, a equipe deve identificar no , em campo específico sobre a saúde da criança, os dados que possam ser indicativos de risco para o seu desenvolvimento, tais como: complicações durante a gestação e parto, baixo peso ao nascimento, prematuridade, teste de Apgar alterado, condições genéticas, síndromes que causam distúrbio de comportamento, dificuldades neuropsicomotoras e cognitivas, dificuldades de comunicação, entre outras.
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Quando verificado que as informações referentes ao desenvolvimento não constam na Caderneta da Criança, a equipe deverá dialogar com a unidade de saúde para obtenção dos mesmos através dos profissionais responsáveis. O segundo passo no cadastramento de famílias com crianças é a aplicação do Formulário de Caracterização do Desenvolvimento da Criança (Formulário D). O Formulário D permite caracterizar o desenvolvimento da criança conforme os indicadores referentes a sua faixa etária no momento em que ingressa no PIM. Este formulário é preenchido pelo visitador e deve evidenciar os resultados obtidos a partir da aplicação prática de atividades lúdicas em uma única visita, que permitem visualizar o desenvolvimento da criança, numa espécie de testagem. As atividades devem ser realizadas pelo visitador junto à criança, sempre com o apoio de um adulto/cuidador. A aplicação do Formulário D deve ser planejada com o apoio do Monitor/Supervisor ou GTM. Ainda, recomenda-se consultar o Manual de Caracterização e Diagnóstico, o qual traz orientações para a testagem dos indicadores de cada faixa etária de maneira apropriada. A partir da aplicação deste formulário, fica definido o diagnóstico inicial do desenvolvimento da criança.
Esse registro servirá de referência para análise, construção do plano singular de atendimento, das atividades e monitoramento do desenvolvimento integral infantil.
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IMPORTANTE! As atividades de estimulação do desenvolvimento integral infantil, só devem iniciar após o preenchimento do Formulário D.
Para as crianças que possuam alguma deficiência (comprovada por laudo médico e informada no formulário C), não é realizada a aplicação do Formulário D.
Qualificação da caracterização: registro e supervisão Após realizar a caracterização junto com as famílias, os visitadores deverão dialogar com o monitor/supervisor e/ou o GTM, para compartilhar impressões sobre as interações familiares, práticas de cuidado e de vida, as necessidades identificadas e, a partir delas, elaborar o plano singular de atendimento. Os momentos de supervisão dos visitadores são fundamentais, uma vez que através do diálogo é possível desenvolver e/ou aperfeiçoar a escuta sensível, o olhar acurado, o respeito às diferenças, a ética e o sigilo. Práticas essas que contribuem para uma abordagem empática e efetiva nas interações entre família, criança e o visitador. RESUMINDO...
No processo da caracterização a supervisão é fundamental para:
1. Apoiar os visitadores no desenvolvimento de uma escuta acolhedora 2. Iniciar a construção do plano singular de atendimento às famílias.
3. Verificar a qualidade dos dados coletados antes da inclusão do cadastro da família no SisPIM e
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É fundamental que na equipe municipal se estabeleçam fluxos para inclusão dos formulários no Sistema de Informação.
FLUXO
Visitador preenche os formulários utilizando o Manual como base
Monitor/Supervisor ou GTM revisam os formulários
Monitor/Supervisor, GTM ou Digitador inclui as informações já revisadas e corrigidas no SISPIM
GTM e Monitor/Supervisor acompanham as informações inseridas e os relatórios gerados no SISPIM, monitorando e avaliando as ações
Se necessário corrigir ou confirmar informações ou qualificá-las, Monitor/Supervisor dialoga com os visitadores
INCLUSÃO DOS FORMULÁRIOS NO Para incluir os formulários de caracterização das famílias atendidas pelo PIM, o responsável pela atualização do sistema deve acessar o menu “Cadastros” e o submenu “Famílias”. Na tela seguinte, clicar no botão “Incluir” e inserir as informações coletadas pelos Visitadores através do Formulário F. Ao salvar, deve preencher os dados do Formulário C e, no final deste formulário, no botão “Incluir acompanhamento de desenvolvimento em nova faixa etária”, digitar as informações do Formulário D e salvar.
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Referências Verch, Karine. Primeira Infância Melhor. Transformando a atenção aos primeiros anos de vida na América Latina: desafios e conquistas de uma política pública no sul do Brasil / Karine Verch; editores, Florencia LópezBoo, Deiby Mayaris Cubides Mateus. 2017.
Leituras complementares Diagnóstico Situacional da Primeira Infância Manual de Caracterização e Diagnóstico Instrumento Caracterização e Diagnóstico
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