Material do Caderno Zoom | Projeto Sentar à Porta

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Encontro, hoje, deve ajudar produtores a conhecerem o edital

Alex Vaz é o convidado do Terça com Música, no Mercado Central

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Página 7 Divulgação - DP

DIÁRIO POPULAR TERÇA-FEIRA, 24 DE MARÇO DE 2015

De volta à calçada Fotos Projeto Sentar à Porta - DP

Projeto Sentar à Porta convida a população para retomar velhos hábitos de convivência

Rafaelle Ross

É raro encontrar fotografias antigas, de pais ou avós, que não tenham eternizado pelo menos um momento em que os familiares estivessem reunidos na frente de casa. O hábito de estar e ocupar a calçada, geralmente no final do dia, acompanhado de um chimarrão e muita conversa, costumava pertencer ao cenário dos centros urbanos. A falta de tempo e a insegurança foram levando as pessoas para dentro de suas casas, atrás de suas portas e grades, transformando a calçada em um espaço unicamente de passagem. No entanto, um convite tem batido à porta daqueles que hoje ficam atrás destas e os convidando a voltar para a rua, para as conversas e para o mate. A chamada é feita pela artista visual Priscila Oliveira, que pessoalmente convida os moradores para se sentarem, pelo menos cinco minutos, em frente as suas casas. Este é o projeto Sentar à Porta, que mais do que reviver o hábito, quer discutir e ocupar o espaço urbano.

A artista também fotografa aos que correspondem positivamente a sua proposta e divulga o trabalho na página de mesmo nome no Facebook. A ideia é que o movimento se espalhe e, cada vez mais, se vejam pessoas ocupando as calçadas. Priscila explica que o projeto nasceu no começo de 2014, a partir de andanças suas pelas ruas do porto pelotense. Na sua grande maioria, as calçadas permaneciam vazias, com exceção de alguns casais de mais idade na rua Alberto Rosa, por exemplo. Daí partiu a ideia de incentivar outras pessoas a retomarem o hábito. “O que percebo é que muita gente, até parar esses minutos, não tinha ideia de que isto fazia falta. Assim como muitos não conheciam nem os vizinhos. E é nisto que se baseia a apropriação de espaços: a relação com as pessoas.” Após um ano promovendo este momento diário, Priscila percebeu outros pontos para além da noção de espaço, bairro e vizinhança. O sentar à porta está ligado também à diminuição da criminalidade.

Segundo a artista, em ruas onde há este costume entre os moradores, durante o momento que estão nas ruas, não há registros de assaltos. A artista avalia que o movimento se torna intimidatório para ações violentas, fazendo com que os criminosos optem por ruas desertas. Morando hoje em Florianópolis, Priscila deu uma pausa no projeto em Pelotas e o tem tocado na cidade catarinense. Mesmo assim, registros de pessoas sentadas à porta podem seguir sendo enviados para a página e contribuir para a disseminação da iniciativa. Assim como a artista segue convocando as pessoas através das redes sociais e mídias para que sigam dando vida ao Sentar à Porta.

se com variações, já que as pessoas acabaram por se aglutinarem em uma ou duas casas e acabaram por debater o bairro, com suas histórias e mudanças. “Esse é resultado buscado, tornar o espaço público mais humano”, diz Priscila. O projeto também vai ganhar o Velho Mundo, pois a artista foi convidada a levar o Sentar à Porta para uma exposição na Espanha neste ano.

Imagens feitas nas ruas de Pelotas terão exposição na Espanha

Os frutos Convidada pela revista Arte e ConTexto, dentro do projeto Reabite, Priscila aplicou a sua iniciativa no bairro da Restinga em Porto Alegre. Lá a artista visual bateu de porta em porta e convidou os moradores para sentarem na rua. No bairro porto-alegrense, o movimento deu-

Priscila quer que o espaço público fique mais humano


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