Jessica sorensen the secret #3 the temptation of lila and ethan

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Prologo Lila

Beleza. Vaidade. Perfeição. Três palavras que a minha mãe adora. Elas significam mais para ela do que seu marido, suas filhas, e a vida. Sem esses atributos, ela acha que ela estaria melhor morta. Sem eu ter esses atributos, ela iria me deserdar. Seja impecável. Brilhe. Nunca, jamais, faça qualquer coisa sem se sobressair. Estas são as regras e a vaidade que compõe minha vida. E meu pai não é melhor. Na verdade, eu acho que ele poderia ser pior, porque mesmo com a beleza, a perfeição, e a falta de defeitos, eu ainda não sou boa o suficiente. A constante necessidade de ser continuamente perfeita, me oprime e me faz sentir como se eu estivesse sendo esmagada com a pressão. Às vezes eu juro que minha casa pode encolher e expandir, que as paredes podem fechar e, em seguida, recuar. Quando estou sozinha em minha casa,

o

espaço

se

sente

excessivamente

imenso

com

muitos

quartos, muitas paredes. Mas quando eu estou nela com os meus pais, parece que eu não consigo espaço suficiente, quase como se eu não consiguisse respirar, mesmo se estamos em lados opostos da casa. Talvez seja porque eu estou sempre fazendo alguma coisa errada e eles estão sempre me lembrando dos meus erros imperdoáveis. Ou eu não estou fazendo o suficiente para satisfazê-los ou eu não estou fazendo as coisas bem o suficiente. Sempre há regras a seguir. Sente-se direito. Não seja desleixada. Não fale a menos que falem com você. Não estrague. Seja perfeita. Pareça bonita. Temos expectativas e padrões para viver de acordo. Temos de ser perfeito por fora, apesar do que está no interior. Eu fico tão exausta pelas regras. Tenho 14 anos de idade e tudo o que eu quero fazer é me divertir pela primeira vez na minha vida e não usar conjuntos de camisola, calças e vestidos de grife, não me preocupar com o meu cabelo sendo cintilante e elegante, minha pele impecável. Se eu pudesse, eu cortaria meu cabelo e tingiria em uma cor


selvagem, como vermelho fogo ou uma camada de preto. Eu usaria delineador pesado e batom vermelho escuro. Eu faria qualquer desde que mostre realmente quem sou. No momento, eu não tenho certeza de quem sou, apesar de tudo. Eu só sei que a minha mãe me criou. Estou ficando cansada disso. Eu não quero me preocupar com o que todos pensam da minha família. Eu não quero ter que me sentar em uma mesa de jantar que é grande o suficiente para acomodar vinte quando há apenas três. Eu não quero ser forçada a comer alimentos que parece que ainda precisa ser cozido. Eu não quero suportar mais um jantar onde me falam de cada coisa que eu fiz de errado. Eu quero que eles me deixem ser eu mesmo e talvez, talvez me digam que me amam. Eu não quero me sentir como se eu estivesse sempre estragando tudo. Eu quero sentir-me amada. Eu realmente fazer. — Lila Summers, — minha mãe diz, o seu tom cortante apontando o dedo para mim. — Não fique desleixada na mesa. Você vai ter má postura e vai estragar a sua altura, ou pior, você vai ter uma corcunda nas costas. Imagine como você ficaria horrível, então. Soprando um suspiro, eu endireito os ombros, levantando o meu peito, e continuo a empurrar a comida em torno no meu prato com os meus talheres. — Sim, mãe. Ela me lança um olhar sujo, descontente com o meu tom desrespeitoso. Ela acabou de fazer seu tratamento de Botox regular e seu rosto parece congelado no lugar; nada se move, rugas, ou revela qualquer tipo de emoção. Então, novamente, é assim que a minha mãe é com ou sem tratamentos de Botox. Para mostrar sentimento é mostrar fraqueza, algo que meu pai e minha mãe desprezam, juntamente com o fracasso, o insucesso, e embaraço para o nome de família, algo que freqüentemente causo. — Mas não é que parece um pouco bobo, — eu digo, sabendo que eu estou pisando em gelo fino. Meu pai odeia quando questionamos as regras, mas às vezes não consigo manter minha boca fechada, porque eu a mantenho fechada demais. — ser capaz de um pouco de desleixo já que somos os únicos aqui.


— Talvez devêssemos começar colocá-la para comer em sua própria mesa, — meu pai diz, dando uma mordida em seus espargos. — Você sabe como eu me sinto sobre distrações enquanto estou comendo. — Ele está sempre com um humor irritado, mas ele está extra irritado hoje. Ele teve que se juntar a minha mãe em uma reunião obrigatória na minha escola com o diretor porque eu fui pega matando aula ontem. Não era realmente um grande negócio. Eu só perdi a educação física, mas eles foram chamados e que por si só causou um constrangimento para o meu pai, que ele repetidamente lembrou-me no carro. — Ela nunca faz nada certo, — ele disse para a minha mãe quando nos dirigiamos para casa. — Eu estou tão doente e cansado do drama. Ou ela precisa se endireitar ou ela precisa ir. Ele disse isso como se eu fosse um cachorro ou algo igualmente fácil de descartar. Minha mãe continua a olhar para mim do outro lado da mesa, me alertando para manter minha boca fechada, que meu pai não está com humor para qualquer discussão – como ele sempre está. Ela tem olhos azuis e cabelo loiro idêntico ao meu, mas seu cabelo começou a ficar cinza, então ela tem que tingi-lo uma vez a cada duas semanas para que suas raízes não apareçam. Ela faz as unhas, não usa qualquer outra coisa além de estilistas de marca, e tem um closet para sapatos que é tão grande quanto uma casa. Ela gosta do seu vinho caro e, claro, sua medicação. Peço a Deus que eu não cresça e seja como ela, mas se minha mãe fizer do seu jeito, eu vou estar casada com alguem de uma família conhecida, apesar do fato de que não vamos estar apaixonados. O amor é estúpido. O amor não vai te trazer felicidade, ela sempre diz. É como minha mãe e meu pai se conheceram, é provavelmente por isso que eles sentam-se em lados opostos da mesa de jantar e nunca fazem o contato visual. Às vezes me pergunto como eu fui criada, já que eu nunca os vi se beijarem. O telefone do meu pai toca de dentro do bolso da camisa e ele desliza para fora, olhando a tela. Ele hesita, e depois o silencia antes de devolvê-lo ao seu bolso.


— Quem era? — Minha mãe pergunta, mesmo que ela já sabe. Todos nós sabemos. Até as empregadas domésticas. —

Negócio,

resmunga

e

enche

a

boca

com

aspargos.

O negócio é a amante de vinte e quatro anos de idade, que a minha mãe sabe, mas nunca vai dizer nada ao meu pai. Eu a ouvi falar com sua mãe sobre isso e elas ambas concordaram que era um sacrifício de sua vida luxuosa. Minha mãe agiu como se não fosse grande coisa, mas eu podia ouvir dor em seu tom, como eu posso ver a agitação em seus olhos agora. Acho que a faz sentir que ela está perdendo sua beleza e juventude, uma vez que ela está ficando mais velha, mais grisalha, e as rugas estão começando a aparecer. —Bem, por favor, diga aos negócios para não chamar no jantar? — Ela apunhala o garfo em seu frango. — E Lila, eu não vou avisá-la de novo. Sente-se direito ou você vai para o seu quarto sem jantar. Você vai acabar com uma corcunda em suas costas e ninguém nunca vai querer você. — Eu realmente acho que devemos reconsiderar mandá-la para o internato em Nova York que você enviou Abby — meu pai disse, sem olhar para mim. Ele ajeita a gravata e pega um pedaço de comida. — Na verdade, eu acho que deveria. Eu não quero ter que me preocupar mais em cria-la. É drama demais e eu não tenho paciência para isso. — Agora Douglas, eu não acho que nós precisamos mandá-la tão longe assim, — minha mãe diz, deixando a chamada ir como se fosse tão fácil como pegar uma das pílulas que ela toma todas as manhãs. É quase a mesma conversa que eles têm todas as noites. Meu pai disse: — Ei, vamos mandá-la embora. No que minha mãe responde: — Agora, Douglas. — Ela está se metendo em muitos problemas. — Meu pai faz uma careta, o corte de seu frango. — Ignorando a escola para ir às compras e sair com pessoas que não são os nossos padrões. Ela tem notas médias na melhor e zero realizações além de parecer bonita. Me encontrei com Fort Allman no outro dia e seu filho acabou de ser aceito para Yale. — Ele enfia uma mordida cheia de frango na boca e mastiga-o


completamente antes de falar. — O que nós temos que mostrar para nós mesmos, Julie? Duas filhas, uma que foi à reabilitação duas vezes e outra que provavelmente vai acabar grávida antes do final de seu primeiro ano do ensino médio. Ela precisa de algum tipo de orientação. — Eu não vou ficar grávida, — eu argumento, sentindo-me encolher, meus ombros curvando dentro — Eu não tenho um namorado ainda. Não é um sério, de qualquer maneira. — Ela é muito de um flerte. — Ele fala sobre mim com desdém em sua voz, como se ele tivesse vergonha de quem eu sou. — Ela está se transformarmando exatamente como Abby e eu não quero mais uma daquelas em nossa casa. Eu quero algo que eu possa ter orgulho e o internato pode ser capaz de transformá-la, se já não é tarde demais. Parece que eu estou ficando sem espaço para respirar, as paredes se fechando, pronto para me esmagar em pedaços. Meus ombros dobram para dentro ainda mais até que eu estou curvado em uma bola. — Ela vai se transformar em alguém que você vai ter orgulho, eu vou cuidar disso. Eu prometo, — diz ela em uma voz tímida, reorganizando seus vegetais no prato de porcelana. — Ela só precisa de um pouco mais de disciplina. — E se não for? — Pergunta ele. — Então o quê? Ela não responde, cortando seu frango em fatias finas, e eu posso ouvir a faca raspando o prato. Meu pai olha para mim e seus olhos castanhos são frios, sua mandíbula apertada, e sua expressão estóica. — Em sua idade, eu já sabia que faculdade eu estava indo, onde eu ia trabalhar, e eu até ajudei meu pai em seu escritório três vezes por semana. O que ela realizou? Ficou bonita? Vestindo roupas agradáveis? Tornando-se você, Julie? Eu não vejo como isso será benéfico para o seu futuro. A menos que ela possa encontrar alguém para se casar com ela, o que, neste momento, posso garantir-vos que ninguém vai. — Ele diz isso com tanta arrogância e auto-estima. — Ela precisa começar a se concentrar menos em meninos e roupas e muito mais sobre a escola e trabalho. Ela precisa parar de ser uma maldita encrenqueira, e até que ela faça isso, eu não quero ela nesta casa.


Digo a mim mesmo para respirar, que as paredes não estão realmente se aproximando e que eu não vou ser amassada em pedaços. Que os sentimentos de esfaqueamento dentro de mim são apenas sentimentos e um dia eu não vou me sentir inútil - um dia eu vou me sentir amada. Que meu pai está apenas sendo ele mesmo, da mesma forma que seu pai era com ele (eu sei porque eu já vi isso). Minha irmã, Abby, assegura-me que há um mundo inteiro lá fora, pais passados, dinheiro, expectativas e vaidade. Um que você pode ser você mesmo — ser livre para ser quem você quer, o que quer que seja. Ela diz que está livre

agora

e

é

a

mais

excitante

maravilhosa

experiencia, apesar de sua menos-que-perfeitas condições de vida e escolhas de vida. — Douglas, eu realmente acho que... — minha mãe começa, mas meu pai corta-lhe, levantando a mão para silenciá-la. — Você me garantiu, quando decidimos ter filhos que eu não teria que lidar com eles, — meu pai diz, num tom como gelo. — Você disse que você iria cuidar deles e que eu só teria que me concentrar em meu trabalho. Mas agora eu estou aqui, com a filha número dois e ela está me dando uma dor de cabeça como a filha número um. Este não é o que eu me inscrevi. Por alguma razão, eu imagino o meu pai no dia de seu casamento rabiscar seu John Hancock (marca de caneta) em um contrato que diz que ele não terá que lidar com seus filhos, se minha mãe optar por têlos. — Eu vou fazer melhor, — atrevo-me a dizer. — Eu prometo, eu vou tentar. — Você vai tentar. — Meu pai deixa escapar uma risada irônica quando ele deixa cair o garfo no prato. —Julie, ela precisa ir para um colégio interno. Vai ser bom para ela. — Ele não fala comigo. Ele raramente faz, como se eu não fosse boa o suficiente para ele falar. —

Tudo

bem,

nós

vamos

mandá-la,

minha

mãe

diz

abruptamente, com o queixo com a ponta de baixo. — Eu vou fazer isso na segunda-feira.


— O quê! — Eu sei o que acontece se levanto a minha voz na mesa de jantar, mas isso tem de contar como uma exceção. Eu enfio meu prato para frente como eu coloco minhas mãos sobre a mesa. — Você não pode fazer isso! Eu não vou a lugar nenhum! Meu pai se sobrepõe as mãos sobre a mesa e, finalmente, fala comigo. — Eu vou fazer o que diabos eu quero. Você é minha filha, você carrega o meu sobrenome, e, portanto, você vai agir como eu quero que você e ira para onde eu te mandar. E se eu disser que ir para um colégio interno, então você vai. Parece que não há espaço deixado entre as paredes e a mesa e eu. Eu vou ser esmagada entre eles, se eu não sair de lá. Eu empurro a cadeira para trás da mesa. Eu sei agir melhor do que assim, mas eu não consigo me conter. — E os meus amigos? Escola? Minha vida aqui? Eu não posso simplesmente deixar isso tudo para trás. — Seus amigos não são adequados para você, — diz minha mãe. — Eles fazem você faltar a escola e se metem em encrencas. — Eles não fazem, — eu protesto. — Eu quase não fiz nada e o que eu fiz é normal de um adolescente. — Sente-se, — meu pai exige. — Você não vai levantar-se até que tenha terminado o seu jantar. Balançando a cabeça, eu dou um passo para trás da mesa. — Isso é besteira! — Tive apenas algumas explosões e cada uma como este resultou em eu ser punida por um longo discurso sobre como eu sou insignificante nesta família. Ele franze a testa para a minha mãe. — Cuide de sua filha. Rapidamente ela se levanta, colocando as mãos em cima da toalha de mesa de linho branco. — Lila Corro para fora da sala de jantar, indo para as escadas, mas no último segundo, eu viro para o hall de entrada, dando passos longos, ansiosos para começar o inferno longe deste lugar, assim como minha irmã, Abby, fez. Eu quero fugir deles. Desaparecer. Ela costumava fazer isso o tempo todo até que um dia eles mandaram ela embora e ela


nunca mais voltou para casa novamente. Eu ouvi minha mãe gritar e seus saltos altos estalando pelo chão de mármore enquanto ela corre atrás de mim. — Lila Summers, não se atreva a deixar esta casa! Eu escancararei a porta da frente e o calor e as luzes do sol me cercam. O alarme da casa também dispara, mas eu não volto para desligá-lo. Eu corro pela calçada de tijolo pavimentada e pressiono o código para o portão se abrir. Eu posso ouvir minha mãe gritando, mas eu corro pela porta e desço a calçada, em busca de liberdade. Eu quero ficar longe deles e as suas regras. Eu não posso ir para um colégio interno. Eu tenho uma vida aqui. Eu tenho amigos que se preocupam comigo, e sem Steph, Janie, e Cindy, eu não tenho ninguém. Vou estar sozinha. O pensamento é assustador e o medo envia uma descarga de adrenalina no meu corpo. Minhas pernas e braços rapidamente me levando enquanto desço a quadra. Eu não paro de correr até chegar ao ponto de ônibus a um par de quilômetros abaixo da estrada onde a vizinhança muda de mansões enormes, excêntricas para ordinário, menos atraentes subúrbios. Eu entrei no ônibus apenas uma vez, mas eu acho que posso lidar com isso, e agora eu não tenho nenhuma outra opção. Eu não tenho o meu telefone comigo para que eu possa vaguear por aí, ir para casa ou pegar o ônibus para a casa da minha irmã e ficar lá por um tempo. Ponho a mão no bolso da minha calça, e tiro uma nota vinte de dólares. Então eu sento no banco e espero o ônibus que vai para a rua principal da cidade. Demora um tempo para o ônibus para chegar e eu estou surpresa que a minha mãe não apareceu pelo tempo que eu estou embarcando, embora o pensamento dela se vindo para esta área parece implausível. Tento fazer de conta que não é um grandes coisa, mesmo que seja. Fico feliz que ela não apareceu, então eu não tenho que ouvir suas palestras. Mas se eu admitir a verdade para mim mesmo, a doloroso, feia verdade, eu queria que ela tivesse aparecido porque talvez isso iria dizer que ela se importava comigo o suficiente para procurar por mim. A viagem de


ônibus leva uma eternidade e o banco que eu acabei sentando tem um cheiro engraçado, como meias sujas misturado com um aroma floral muito forte. Está lotado, também, e algumas das pessoas parecem realmente superficiais. Como o cara do outro lado que continua lambendo os lábios enquanto me encara. Ele tem o seu cadarço desamarrado, há buracos na calça jeans, e ele parece apenas alguns anos mais velho do que eu. Ele não é feio, mas as cicatrizes e a pele levemente acidentada faria minha mãe imediatamente considerá-lo indigno das coisas boas da vida. Apenas o bonito merece ser rico. (Na verdade, eu a ouvi dizer isso uma vez para a minha avó durante um de suas bêbadas declarações de coração para coração.) — Você tem todo o dinheiro em você? — ele pergunta, deslizando até a borda da sua cadeira, esfregando o queixo com barba por fazer. Balanço a cabeça e viro os joelhos em direção à parede. — Não. — Tem certeza? — Ele olhou os bolsos das minhas calças enquanto lambe os lábios — Sim, eu tenho certeza. — Eu viro para a janela, enquanto ele continua olhando para mim com um olhar assustador. — Vocês está fodidamente bem. Você sabia disso? — Ele pergunta e por um segundo eu me sinto lisonjeada, mas de uma maneira desconfortável. — Você está perdida ou algo assim? — Ele pergunta e quando eu não respondo, ele coloca sua mão no meu joelho. — Se você quiser, eu posso ajudá-la a encontrar o seu caminho de volta para casa. — Não me toque, — eu profiro em voz baixa, meu pulso acelerando quando ele desliza sua mão na minha perna. — Por que, meu amor? — Ele pergunta, sua mão alcançando minha coxa. — Está tudo bem, você sabe disso. Eu não me movo imediatamente. Leva-me um minuto para arrumar a confusão na minha cabeça, porque a minha cabeça e meu corpo estão dizendo duas coisas diferentes. Não é como se um cara nunca me tocou antes, mas por alguma razão a mão desse cara na minha coxa me faz sentir especial. O contato humano, pele com pele.


Odeio que eu sinta fome dele e há um ligeiro pouco de prazer que seu toque traz, que me faz sentir envergonhada e suja, mas ao mesmo tempo desejável. E eu raramente me sinto desejável. Trabalhando a coragem, eu arremesso a mão da minha perna. Ele começa a rir de mim, mas não digo qualquer outra coisa, e eu finalmente desço do ônibus, fazendo uma observação sobre eu ir com ele e mostrar-me um "real bom tempo". Eu relaxo um pouco uma vez que ele se foi e eu tento manter o foco no lado de fora quando o ônibus passa rua após rua, o sol mergulhando baixo no horizonte até que desaparece por completo. Meu reflexo olha de volta para mim pela janela quase todo o passeio: meus olhos azuis profundos, cabelos loiros na altura dos ombros, e minha pele clara que todo mundo pensa que é tão suave que eu uso maquiagem, mas eu não uso. Beleza. Me dizem o tempo todo qu eu tenho, e as pessoas parecem ter inveja dela, mas nunca tenho o que eu quero. Amor. Afeto. Para sentir dentro de tudo em vez de tão vazia. É escuro na hora que eu chego ao meu destino e o ar ficou frio. O bairro que minha irmã mora não ajuda. É numa área precária e há um monte de gente andando pelas calçadas repletas de lixo. Há um homem desmaiado no banco no ponto de ônibus, juntamente com um grupo de rapazes de pé em um círculo gritando na frente de um edifício desocupado com janelas. Um dos caras me percebe quando eu saio do ônibus e cutuca o cara ao lado dele, dizendo algo em voz baixa. Ambos olham para mim e eu não gosto de expressões em seus rostos ou o fato de que eles são três vezes o meu tamanho. Eu viro para a direita, embora a casa da minha irmã seja para a esquerda, apenas para evitar caminhar por eles. Eu mantenho minha cabeça dobrada para baixo, querendo esconder como eu me pareço, porque, como eu experimentei antes,

a

minha

aparência

pode

causar

problemas.

— Ei, aonde você vai, baby? — Um deles grita, seus olhos me seguindo. — Volte aqui e vamos jogar. Eu saio e não diminuo até que eu tenha arredondado dois dos cantos da quadra, praticamente fazendo uma volta em U. Finalmente,


eu chego a uma área mais calma da calçada, que faz fronteira com uma cerca de arame em torno de um ferro-velho. Eu continuo caminhando com minha cabeça baixa, andando rapidamente, até eu chegar ao apartamento da minha irmã a poucos quarteirões para baixo. Eu me lembro de quando eu a visitei pela primeira vez, como eu tinha ficado chocada. Ela tinha acabado de ser expulsa do internato por posse de drogas e meu pai não iria deixá-la voltar para casa ou dar-lhe qualquer ajuda financeiramente. Ela saiu de casa como uma pessoa que gostava de falar o que pensa, e se rebelava de vez em quando, mas nada grave. Quando ela voltou, ela estava depressiva, viciada em drogas, e mal agiu como a irmã que eu lembrava. Este foi o único lugar que ela podia pagar e eu vou admitir que é nojento. A maioria das janelas do lado de fora do prédio de tijolos de três andares estão quebradas ou tapadas e há pessoas dormindo na escada. Minha mãe chama de casa de crack, onde pessoas indesejadas vivem, e ela me diz que ela nunca, nunca vai visitar minha irmã. Eu me viro para ir ao andar de Abby, sem qualquer confronto das pessoas dormindo nas escadas ou a mulher gritando coisas obscenas para um homem que vive do outro lado do corredor dela. Leva cinco batidas para irmã para atender a porta e assim que eu a vejo, eu posso dizer que ela está chapada. — Ei, Lila, — diz ela atordoada quando ela pisca os olhos azuis. — A que devo a honra de estar aqui? — Ela está usando um moletom cinza grande e um short rasgado, algo que minha mãe iria deserdá-la por usar, embora eu ache que a minha mãe meio que já desordou, então isso realmente não importa. — Ei. — Eu aceno idiotamente, sentindo-me desconfortável. Ela abre mais a porta para que eu possa entrar. — Aposto que foi o pai, né? — Ela brinca como desdenhosamente enquanto ela fecha a porta atrás de mim. — Ele deve ter enviado aqui para me ver e se certificar de que sua querida filha está indo bem e não está morta em uma vala em algum lugar. — Eu só precisava de algum lugar para ir para limpar a minha cabeça, — eu digo a ela, respirando fundo enquanto eu faço um círculo,


levando-me em sua sala de estar que é do tamanho do hall de entrada em casa. O ar cheira a fumo e lixo e há todos esses vasos de vidro excêntricos em todos os lugares e um monte de garrafas. — Mamãe e papai não sabe que estou aqui, — digo, de frente para ela. Eu penso sobre lhe dar um abraço, porque eu realmente preciso de um agora, mas ela parece tão frágil, como se eu abraçá-la muito apertado, ela poderia

quebrar.

Ela se parece muito diferente da última vez que a vi e isso tem sido apenas seis meses. Seu cabelo loiro parece gorduroso e magro e seus poros são enormes e ela tem algumas feridas em sua pele que se assemelham a espinhas. Seus lábios são realmente secos e ela tem um par de feridas de frio. Ela perdeu muito peso, que não é bom desde que ela ja era magra demais. Ela pisca os olhos para mim e, em seguida, vai para um sofá xadrez esfarrapado que enche o espaço da sala. — Você pode sentar, se você quiser, — diz ela, se jogando no sofá ela mesma. Eu escovo algumas migalhas da almofada e sento. Há essa lâmpada esquisita na mesa de café, esboçado com arte colorida, e eu chego para ele. — O que é isso? Arte? — Não toque nisso, — ela vocifera, batendo na minha mão. — Isso não é arte, Lila. — Oh, me desculpe. — Estou começando a me arrepender de vir aqui, já que ela parece infeliz em me ver e está completamente fora de si. — Talvez eu deva ir. — Eu começo a subir para os meus pés, mas ela agarra meu braço e me puxa para baixo. — Não, não vá. — Ela suspira. —É só que... — Ela coça a cabeça e, em seguida, pega o rosto dela. — Eu não sei por que você está aqui, especialmente desde que mamãe deixou bem claro que a família estava me renegando. — Eu nunca iria renegá-la, — eu digo a ela, lembrando como costumavamos ter um bom relacionamento, antes do internato e, em


seguida, sua dependência de drogas. — Eu só... é só que... Papai está me mandando para um colégio interno, — eu deixo escapar. — O mesmo que você foi. Ela fica em silêncio por um tempo, olhando fixamente para a lâmpada sobre a mesa de café. — Por quê? O que aconteceu? Eu puxo um rosto culpado. — Eu fui pega matando aula. Ela balança a cabeça e flashes há de ódio em seu rosto. — Papai é um idiota babaca. É como se você nunca pode fazer besteira. Nem uma vez, mesmo que seja algo pequeno. E se você fizer... se você fizer isso, então você não existe mais para ele. Eu não discordo com ela. Na verdade, eu me senti inexistente a maior parte da minha vida. — O que eu deveria fazer? Ela encolhe os ombros. — Não há muito o que fazer... Não até que você tem dezoito anos e pode ir para longe de nossos pais. Eu relaxo no sofá, olhando para o cartaz colorido na parede que tem uma imagem de uma guitarra nele.— Quão ruim é? Ela pega um isqueiro de mesa de café e pega a lâmpada. — Quão ruim é o quê? — Internato? — Eu pergunto, olhando-a com curiosidade. O que ela está fazendo? Quem é essa pessoa sentada ao meu lado? Eu mal a reconheço. Ela coloca a lâmpada na boca. — Não é pior do que estar em casa. — Ela passa rapidamente o isqueiro e a chama começa a se mover ao longo do vidro. Eu não tenho nenhuma idéia do que ela está fazendo, mas sinto como se eu devesse desviar o olhar. Então, eu faço. — Então, eu posso lidar com isso? — Eu fico olhando para o corredor escuro isso leva a uma porta coberta com colares de contas. — Quero dizer, vamos lá. Não vai ser tão ruim assim, né? Ela bufa uma risada e então é ecoado por uma tosse. — Isso tudo depende de quão boa você acha que a nossa vida em casa é. — Não é tão ruim, — eu digo, mas a mentira é grossa na minha garganta.


Ela bufa outra risada. — Oh, Lila, não se engane. Nossa vida em casa é um monte de merda baseada em mentiras para os olhos do público. Para todos, parecemos ser a família perfeita, mas no interioratrás das portas- nós vivemos em uma concha vazia de uma casa. Nenhum abraço. Nem beijos. Sem afeto. Uma mãe zumbi sem emoção que está obcecada com sua beleza e dinheiro. Um pai ausente que nos odeia se orgulha em nos dizer que o tempo todo, o quanto nós o irritamos apenas porque nós existimos. — Ela tosse novo, mais alto, até que ela cospe no fora no chão. —É como se ele quer que sejamos tão miseráveis como

seu

pai

o

fez.

Eu finalmente olho para ela e ela está colocando a lâmpada sobre a mesa e vejo o ar é um pouco mofado. — O que é isso? — Eu pergunto, apontando para ele. — Vamos esperar que você nunca descubra. Vamos manter a esperança que viva uma espécie de vida colorida e brilhante, em vez disso. — Mas eu pensei que você disse que eram coisas melhor aqui fora. Que você se sentiu mais livre. — Eu me sinto mais livre. — Ela boceja, as pálpebras parecendo pesadas. — Mas eu não quero esta versão do livre para você. — Mas se você não gosta dela, então por que você faz isso? — Porque ele me faz feliz e todas as coisas escuras no mundo não estão escuras. Ela deixa cair o isqueiro em cima da mesa, considera alguma coisa, e em seguida, dobra o joelho no sofá enquanto ela se vira para mim. — Quer um conselho de irmã? —Humm... — Eu olho em volta para o apartamento que estou bastante certa que está cheio de droga e parafernália. — Eu acho. — Viva a sua vida, Lila, da maneira que você quer, e não como o pai ou qualquer outra pessoa quer. — Ela alcança o isqueiro em cima da mesa de novo, suas pálpebras ficando mais pesadas e ela começa a divagar, olhando atordoada e pouco coerente. — E se você acabar no


colégio interno mantenha-se afastada dos caras encrenqueiros, os malencarados, selvagens e perigosos. Eles podem fazer você se sentir realmente viva e amada e como a vida pode realmente significar alguma coisa. Mas tudo que eles faze é usá-la. E eles só vão derrubá-la com eles. Eles realmente não te amam, Lila. Eles não fazem. O amor nem mesmo existe, apesar de quanto você quer isso. Eu me pergunto por que ela está me dizendo isso. —Hum... tudo bem. Ela não explicou mais e esse é o fim da nossa conversa. Ela se levanta e começa a limpar a casa como um robô dosado em açúcar e cafeína. Eu sento lá e a observo, me perguntando como ela chegou a esse ponto em sua vida, tão feia e quebrada — Tão desarrumada. Foi por causa de um cara? Um que ela amou? É por isso que ela disse sobre essa coisa do amor? Uma semana depois eu vou para o colégio interno com as suas palavras de sabedoria para sombra em minha mente. O problema é que ela se esqueceu de me avisar sobre os caras que parecem perfeitos do lado de fora, aqueles que são encantadores, aparentemente sem defeitos, e fazer você se sentir amada pela primeira vez. Ela esqueceu-se de me dizer sobre a ilusão do amor e da escuridão que vem com ele. Isso, eventualmente, quando a ilusão se foi, as paredes fecham-se sobre você, te esmagam, e você é deixado se sentindo mais sem amor e sem valor do que antes.

Ethan Estou sentado na mesa da cozinha, cercado de lixo, garrafas de álcool, e pontas de cigarro e provavelmente dentro da casa mais merda no bairro, que é dizer muito, porque há um monte de casas de merda nesta cidade. É escuro lá fora e o cara que é dono do lugar decidiu em estilo hippie 1960 e decorou sua casa toda com lâmpadas de lava. Ele


também tem uma luz negra para que a casa tenha esse brilho assombrador e os dentes de todo mundo pareça estupidamente branco. Um ano atrás, eu era um cara normal, ia à escola, e tirava notas decentes. Agora tenho quase dezessete anos de idade que abandonou a escola e que está sentado na casa de alguns drogados, sem saber como diabos eu cheguei aqui. Parece que eu estou caindo abruptamente de um penhasco, saindo com um monte de gente que eu mal reconheço e que não parecem se preocupar com nada além de ficarem chapados e falando de como suas vidas são difíceis. A princípio, a queda foi divertida e fácil, desligando os meus pensamentos, especialmente, porque eles me levam a loucura. Mas depois as coisas vão para baixo em direção ao fundo do poço e eu posso me sentir ondular contra eles. Eu não quero estar nesta profundidade. Não apenas porque eu odeio agulhas. Quer dizer, eu posso suportá-las até certo ponto, enquanto eles estão indo no corpo de outra pessoa, não meu. Isso deve ser suficiente para me manter longe de

situações como esta, mas aqui

estou eu assistindo um cara atirar-se em frente de mim, por não outra razão que eu sou do tipo curioso e não consigo encontrar uma razão boa o suficiente para me levantar e sair. Além disso, há London, minha única fraqueza no mundo, apesar de o quanto eu quero negar. London é a única pessoa que me leva a fazer escolhas idiotas, mesmo quando eu sei que elas são escolhas idiotas. Ela é a única razão que eu quebrei minha regra – sem namorada. O proprietário da casa enfia a agulha com os dedos e, em seguida, coloca a ponta em seu antebraço. Ele abre e fecha a mão algumas vezes, bombeando seu punho, em seguida, fecha o punho antes enfiar a agulha em seu braço, deslizando-a debaixo de sua pele, profundamente em sua veia. Estremeço quando seus músculos se contraem, em seguida puxa para fora e deixa a agulha sobre a mesa na frente dele ao lado de uma colher. Ele se encosta na cadeira da cozinha e deixa escapar um gemido que me arrasta seriamente.


— E é assim que você fica chapado, filhos da puta, — eu disse, enquanto seus olhos rolam para a parte de trás de sua cabeça. — Isso é realmente... — Ele deriva fora, sua cabeça cai para o lado. Estou tentando descobrir por que eu ainda estou aqui. Eu sei por que eu vim aqui. Por causa de London. Conheci ela há quase um ano. Ela estava realmente bêbada em uma festa que eu estava e precisava de uma carona para casa. Que de alguma forma acabou se tornando o meu trabalho. No começo eu estava chateado e fiz questão de ser um idiota o caminho todo para casa. Mas, então, ela começou a chorar ao ponto em que eu pensei que ela ia desmaiar, então eu puxei a caminhonete para o lado e imediatamente ela se tirou para o campo ao nosso lado. — Você tem que estar brincando comigo, — eu murmurei, estacionando o carro. Eu nunca fui bom com choro e por um momento eu apenas considerei deixar London correr

e se perder no escuro.

Depois de pensar seriamente em quão idiota que eu estava sendo, eu não poderia deixá-la lá. Xingando sob a minha respiração, eu saí da caminhonete, persegui-a, e encontrei-a chorando no meio do campo. — Olha, eu não sei qual é o problema, mas eu realmente preciso te levar para casa, — eu disse, parando em sua frente, trabalhando para manter a calma. Estava ficando tarde, o céu cinzento e eu queria ter tempo de voltar para a festa. Então, você poderia, por favor, me favorecer e entrar no caminhonete? Ela balançou a cabeça, abraçando os joelhos para mais perto dela. — Só me deixe aqui. — Oh, acredite em mim, eu estou considerando isso a sério. — Ótimo — Ela escondeu o rosto contra os joelhos. — Eu não quero... — Ela parou, limpando os olhos. Eu fiquei lá no meio do pasto seco, tentando descobrir o que diabos fazer — se devo fazer perguntas ou manter minha boca fechada. Eu estava a ponto de deixá-la quando ela começou a soluçar, ofegando, abafando os soluços. De repente, tive um flashback de quando eu tinha em torno de oito anos e meu pai foi por essa fase onde eu iria bater a


merda fora de mim cada vez que ele estava dopado de seus medicamentos para a dor e eu costumava me enrolar em uma bola e soluçar. Realmente não foi um grande negócio ou qualquer coisa e durou apenas, tipo, um ano, mas ainda assim, é sugado na época. Mesmo que eu não tinha idéia de por que London estava chorando, eu senti um pouco de simpatia por ela porque, obviamente, alguma coisa estava acontecendo. — Olha, você está bem? — Eu agachei na frente dela. — Você, quer que eu a leve em outro lugar além de casa? Suas lágrimas pararam e quando ela espiou para mim, ela tinha um olhar cínico no rosto, que surpreendeu a merda fora de mim. — Como onde? Seu lugar? Assim, você pode transar comigo? — Não. — Eu me levantei e dei um passo para trás porque a menina estava seriamente intensa. — Eu só estava tentando ajudar. Isso é tudo. Mas se você estiver indo para ser uma cadela sobre isso, então eu vou deixar você sentar aqui e chorar. Seus olhos permaneceram em mim quando ela se levantou e sua tristeza gradualmente transferida para a curiosidade enquanto seu olhar se desviou para cima e para baixo do meu corpo. — Você é um idiota. — Obrigado, — eu murmurei, não dando a mínima. Não era a primeira vez que eu tinha sido chamado disso. Na verdade, eu tinha estado chamado muito pior. — Se você realmente quer me ajudar, disse ela, agarrando segurando a minha mão, — Então pare de falar. Antes que eu pudesse responder, ela me arrastou de volta para a minha caminhonete no acostamento da estrada. Eu achava que ela iria derramar o seu coração e alma para mim ou algo assim, mas em vez disso, subiu na caminhonete e ela tirou um baseado do sutiã. Nós fumamos e quando terminamos, ela me perguntou se eu queria foder ela. Por mais que eu adorasse sexo, havia algo sobre ela — Tristeza em seus olhos talvez — Que me fez hesitar, pela primeira vez desde que eu comecei a ter relações sexuais. Claro, London tinha uma aparencia de vadia rebelde, em sua saia de couro apertada e a camiseta mostrando o


seio, mas ela também parecia que ela estava machucada por dentro. Parecia que ela estava procurando uma maneira de se livrar da tristeza e no momento isso parecia ser o sexo. — Talvez eu devesse levá-la para casa, — eu disse, colocando o baseado no cinzeiro da minha caminhonete. — Por quê? — Ela questionou em um tom mal-humorado, erguendo as sobrancelhas. — Você tem medo de mim ou algo assim? Eu balancei a cabeça e rolei os olhos. — Não seja ridícula. Ela me olhou de cima a baixo. — Você é virgem ou algo assim? Eu bufei uma risada. — Eu não tenho sido um virgem a dois anos, querida. Ela sorriu com condescendência. — Então qual é o problema? — Eu não tenho nenhuma idéia, — eu menti. Ela continuou mordendo o lábio e os olhos inchados de tanto chorar e havia rímel escorrido por suas bochechas. Eu mal a conhecia, mas eu queria tirar aquele olhar triste de seu rosto, que é algo que eu não queria estar pensando. Sem amarras. Nenhum relacionamento. Essas eram as minhas regras. — Então transe comigo. — Ela atravessou o banco e apertou seus lábios contra os meus violentamente, mordendo meu lábio inferior. Pensei me afastar, mas eu estava muito ligado e acabei pensando com o meu pau e beijando-a de volta. Fizemos sexo no banco de trás da minha caminhonete. Áspero, suado, cheio de paixão sexual que explodiu em minha mente no momento. Quer dizer, eu tinha tido relações sexuais antes, mas isso era diferente e toda aquela coisa de pensar demais e querer ficar sozinho, momentaneamente se transformou em desejo por algo mais na vida, não que eu pudesse descobrir o quê. Depois disso, eu me tornei uma espécie de viciado por ela e em seu impulsivo comportamento errático, selvagem. Ela me apresentou ao mundo de maconha e passávamos horas fazendo sexo, nunca falando, tornando o nosso relacionamento fácil e perfeito, nunca complicado.


E agora, seis meses depois, estou sentado na casa de um viciado em heroína porque ela me pediu para estar aqui. Não é a minha cena. Quer dizer, fico chapado com maconha e tudo, e eu cheirei cocaína algumas vezes, mas a heroína é um outro jogo, que eu não tenho certeza se eu quero jogar. London estende o braço por cima da mesa. Ela tem cabelo preto curto, com listras roxas, e ela tem a sobrancelha perfurada, junto com o ponto logo acima do lábio, ao lado de uma cicatriz deformada que vai do lado do nariz para o lábio. Pedi-lhe uma tonelada de vezes como ela conseguiu isso, mas ela se recusa a me dizer. Ela recusa-se a dizer-me um monte de coisas. — Ethan? — London olha na minha direção com uma expressão de esperança no rosto. — Eu não posso me injetar. Você, por favor, muito, por favor, me ajuda? Eu puxo uma cara cautelosa e balanço a cabeça. — Desculpe, eu não sei como. — Eu sei que não, querido, mas posso dizer-lhe como fazê-lo. Vai ficar tudo bem, confie em mim. — Seus olhos disputam comigo para ajudá-la quando ela passa a mão livre pelo meu cabelo, tentando me aquecer. — Por favor, eu realmente preciso disso. Ela sempre precisa de algo e eu costumo deixá-la, porque ela não é minha de possuir, mas isto... Isso pode ser um pouco demais. — Desde quando você usa isso? — Eu pergunto a ela, olhando em volta para as pessoas no chão da sala. — Eu estive com você durante os últimos seis meses e eu nunca vi você usar nada além de maconha e cocaína. —Bem, eu acho que você não me conhece bem, então, — ela vocifera, empurrando a mão do meu cabelo. — E você não estava comigo. Eu só deixo você me seguir por aí. Estou ficando brabo. Eu estalo meus dedos contra a mesa e, em seguida, estalo meu pescoço. —Bem, eu não estou ajudando-a com isso. — Ela faz beicinho com o lábio, mas eu me sinto mal por ela. — Isso não vai funcionar em mim, — digo a ela. — Não com isto.


— Eu vou te ajudar, baby. — Este cara, que é da idade dela, eu acho que o seu nome ou é Drake ou Draven ou algum nome estranho de vampiro, vem caminhando para a cozinha. Ele é um completo idiota e me ignora, olhando para London como se ela pertence a ele ou algo assim. — Você tem uma agulha? Ela balança a cabeça e enfia seu cabelo atrás da orelha, escovando-o longe de seu ombro e eu posso ver sua tatuagem em seu ombro: Quebrada. Perguntei-lhe o que significava e ela disse uma vez, que era porque ela estava quebrada. Perguntei-lhe por que ela achou isso

e

ela

balançou

a

cabeça

e

me

disse

que

não

queria

falar sobre isso. Que ela só queria transar. Ela diz muito isso. — Esta aqui — London pega a agulha usada que está sobre a mesa e meu rosto com torce de repulsa. Eu estatelo no banco ao lado dela e pego a agulha usada que pertence ao cara desmaiado em cima da mesa. Então ele pego uma colher e um isqueiro. — Você sabe que não é higiênico, certo? — Pergunto a London, puxando para baixo as mangas da minha camisa xadrez. — Ou inteligente? — Desde quando eu já aleguei ser inteligente? — Ela arqueia a sobrancelha para mim, me atrevendo a dizer a ela de outro modo. — Nunca, mas isso não significa que você tem que agir como um idiota. — olho para Draven o Drake seja quem for. — Quando você obviamente não é. —Bem, Drake vai fazer isso por mim, — afirma, com um desafio em seus olhos porque ela sabe que é um assunto sensível. Eu odeio parecer fraco e agora estou deixando um cara assumir o meu controle sobre minha garota. Eu olho para a agulha na mão do cara enquanto ele extrai um líquido da colher. Eu quero dar um soco na cara dele. Eu quero gritar com ele. Eu quero gritar para London, não apenas para fazê-lo agora, mas porque estou começando a me perguntar se ela fez isso no passado, usando agulhas sujas. Merda, e se ela passou alguma coisa para mim. Mas eu não grito com ela, porque então eu seria uma


réplica do meu pai sempre a gritando com a minha mãe. Honestamente, o que eu realmente quero fazer é correr para fora desta casa maldita, porque eu não quero estar aqui. — Podemos ir? — Eu digo. — Tem de haver outra coisa que você quer fazer. Podemos ir sair com Jessabelle e Big D. — Aqueles dois são amadores, — ela retruca e posso dizer por seu tom firme que ela não vai voltar porque uma vez que London faz sua mente, não há como mudar isso. — Quem trouxe o chorão a este lugar? — O cara interrompe, virando para me encarar. Ele acena em direção à porta da frente com o queixo. — Se você não é grande o suficiente para lidar com isso, então dê o fora. O cara é duas vezes o meu tamanho — De espessura do pescoço, alto, robusto— e eu não sou um para provocar briga de qualquer maneira. — Só venha comigo, — eu digo para London. — Eu posso te levar para casa ou eu posso levá-lo de volta para o meu lugar. — Para fazer o que? Conversar? Beijar? Foder? — Ela balança a cabeça. — Isso não é o que eu quero agora, Ethan. O que eu quero, o que eu preciso, é isso. — Ela dirige sua atenção de volta para a agulha e bombas dela punho algumas vezes. — Deus, eu preciso muito disso. Alguma coisa está, obviamente a incomodando e parece que desta vez eu preciso para chegar ao fundo da questão antes que ela faça algo drástico, mesmo para ela. — London, por favor, apenas venha comigo e me diga... — Cale a porra da boca, Ethan! — Ela chora, batendo a outra mão em cima da mesa. Um cara na sala explode de rir e o cara chapado da cadeira cai no chão, atingindo o chão duro. Ninguém parece se importar. — Eu não preciso de um maldito herói. Ou algum patético colegial tentando me salvar. O que eu preciso é estar com alguém que vai me dar o que eu quero e me permita viver minha vida como eu quero.


Rangendo os dentes, eu levanto da cadeira. — Tudo bem. Faça o que diabos você quer, então. Encontre alguém. Veja se eu dou a mínima. — Eu dou a mínima, no entanto. Realmente. Quero London, mais do que eu queria mais ninguém. Eu sempre secretamente desejei que eu pudesse simplesmente deixar todas as minhas coisas para trás, pedir carona em todo o país, e o escrever sobre o que vi e senti e o quanto eu odeio estar em torno de pessoas e do mundo e da vibração constante. Parece como se houvesse o resto do mundo e, em seguida, eu. Mas agora há London e eu. Eu acho que eu poderia estar apaixonado por ela, mesmo que ela está meio confusa na cabeça e eu realmente não sei muito sobre ela. Mas eu estou de qualquer maneira. Eu raramente compartilho quem eu sou e confundo o inferno fora de pessoas quando eu faço. No fundo, eu acho que poderiamos ser bonito juntos, vivendo em nosso próprio mundinho confuso, onde falariamos sobre ser deslocados e vivendo a vida ao máximo. Mas não assim. Não com a porra da heroína em nossos sistemas. As emoções de London se misturam em sua expressão quando eu vou para a porta. Ela olha furiosa, irritada e machucada, mas eu continuo colocando um pé na frente do outro. Enquanto eu saio da cozinha, eu recebo este pequeno impulso de voltar e tentar mais uma vez convencê-la a não fazer isso, mas quando eu olho para trás no meu ombro, o cara já está enfiando a agulha em seu antebraço. Balançando a cabeça e internamente encolhendo, eu saio com raiva da casa, sabendo que ela vai me ligar mais tarde hoje à noite ou de manhã para pegá-la, como ela sempre faz. Essa é a coisa com London. Ela sempre volta para mim não importa o que, e eu provavelmente vou sempre levála de volta, porque neste mundo solitário, ela é a única pessoa que recebe o que é se sentir fora do lugar. Ela me prometeu que não importa o que aconteça, ela sempre voltaria para mim e ela sempre fez. Então, quando ela não me chama na manhã seguinte, eu instantaneamente sei que algo tem de estar errado. E pela primeira e última vez, ela não volta a mim.


Capítulo Um

Dias atuais...

Lila Estou tendo um momento onde-diabos-eu-estou. Meus braços estão agitados, meu pulso rápido enquanto me esforço para me orientar. Eu abro meus olhos, mas não posso reconhecer uma única coisa sobre o quarto que estou exceto que estou nua em uma cama, suada, e totalmente vulgar. Minha cabeça parece que está presa em um aquário enquanto tento lembrar onde deixei minhas pílulas, mas não consigo lembrar onde estou. Há fotos nas paredes, nenhuma de alguém que eu reconheça, no entanto. O armário está aberto e parece que há algum tipo de uniforme de futebol ali. Eu dormi com um jogador de futebol? Não, isso não soa familiar. Meu olhar desliza para a embalagem de camisinha aberta no criado-mudo e eu sinto alívio correr através de mim. Eu estou no controle da natalidade e tudo mais, mas isso só protege contra gravidez. Deus, eu realmente preciso parar de fazer isso. Eu já estava acostumada com esses tipos de situações, acordando em lugares desconhecidos com uma dor de cabeça, pânico e, vergonha reconhecível consistente dentro de mim que eu sei que pertence lá, tanto quanto o ar em meus pulmões e o sangue no meu coração. Eu não mereço sentir nada melhor depois das decisões e escolhas que fiz. Eu sei o que eu sou por dentro e agora eu não luto mais. É ao mesmo tempo libertador e comovente, porque é assim que tem que ser - quem eu sou - e isso é triste. Mas, eu posso sorrir do lado de fora, mostrar ao mundo o quanto estou feliz, já que é o que é importante, mesmo que eu esteja morrendo por dentro.


A rotina é muito simples e eu sei isso como eu conheço a palma da minha mão. Abro os olhos, absorvo o meu entorno, tento lembrar algo, e então, quando tudo o mais falhar, dou o fora de lá. Eu lentamente me sento, tentando não acordar o cara deitado na cama ao meu lado. Ele tem cabelo castanho escuro e um corpo bastante resistente, mas ele está de costas para mim e minhas memórias estão nebulosas, por isso não posso reconhecer como ele parece de frente. Talvez isso seja o melhor, no entanto. Tudo o que eu estava procurando nele - o amor, a felicidade, um delicioso momento de conexão - obviamente, nunca aconteceu. E estou em um ponto na minha vida onde eu duvido se algum dia acontecerá. Segurando minha respiração, eu saio da cama e deslizo meu vestido, cobrindo-me, junto com a cicatriz sinuosa em volta da minha cintura, me lembrando do motivo pelo qual estou aqui. Tento obter a fila de trás de botões feita, mas meus dedos estão dormentes, como se eu tivesse feito algo estranho com eles ontem à noite, o que poderia ser uma possibilidade. Eu tenho tendência de ficar um pouco exagerada quando estou tão bêbada. As unhas, por vezes, saem e voltam, no colégio fui considerada a mordedora / gritadora. Embora, às vezes eu me pergunto se eu faço isso por prazer ou por medo do que parece surgir quando tenho relações sexuais. E essa confusão é culpa dele. Eu sempre vou odiá-lo por isso, mesmo que eu pensasse que o amava e teria feito qualquer coisa por ele no momento. Mas como de verdade eu poderia, quando eu era muito jovem para sentir o amor? Mesmo agora, eu ainda não o senti e eu tenho 20 anos de idade. Deixando meu vestido desabotoado, eu recolho os meus sapatos e vou na ponta dos pés em direção à porta. Percebo um maço de dinheiro na mesa de cabeceira ao lado da cama e um anel que se parece com um anel de campeonato de futebol ou algo assim. Há também um sanduíche velho sobre a cômoda e vários copos de cerveja vazias.


— Ew, eu realmente devo ter estado muito bêbada, — murmuro, encolhendo-me para a comida e, em seguida, me encolho duplamente quando pego minha aparência desarrumada no espelho na parede. Fazendo uma cara de repulsa, eu escorrego para fora do quarto, pensando que vou estar no corredor de um dos edifícios do dormitório do campus. Mas estou em uma grande sala aberta com colunas em torno das paredes e janelas em todos os lugares, deixando a luz fluir facilmente dentro. O chão é de mármore e há um grande tapete branco estendido. Tem que ser um condomínio ou algo assim, pois luxuoso como é, não é um dormitório. Há um casal de rapazes e uma menina sentados em um sofá de couro no meio da sala, assistindo a uma televisão de tela plana montada na parede ao lado de onde saí. Não me lembro de nada além de doses, um clube chique, um elegante Mercedes preto, as mãos e os lábios de alguém em mim, desejando que eu pudesse desmaiar, e depois devo ter conseguido o que queria, porque depois não me lembro de nada. Os caras olham simultaneamente para mim e percebo que eles são mais velhos, com talvez vinte e quatro ou vinte e cinco anos, o que me faz sentir muito jovem para estar aqui, ainda que os caras mais velhos pareçam ser coisa minha, pelo menos quando eu estou bêbada. —Hey. — Um deles acena o queixo sujo para mim. — Você parece um pouco perdida. — Sim, eu estou totalmente perdida. — Eu forço um sorriso, mesmo que esteja franzindo a testa interiormente, e mantenho minha cabeça erguida enquanto eu faço a caminhada da vergonha. Eles começam a rir de mim e eu me pego desejando que eu fosse alguém petulante, como Ella, minha melhor amiga e antiga colega de quarto. Mas eu não sou. Claro, eu posso ser atrevida quando o tempo pede por isso, mas agora eu me sinto desagradável, bruta, e com nojo de mim mesma, porque acabei de acordar, minha maquiagem está desgastada,


meu cabelo está uma bagunça, e minha roupa cheira a álcool. Além disso, eu estou falhando. Mal. E eu não tenho nada em mim para ajudar a equilibrar o meu humor. Eu corro pela sala e escancaro a porta. Enquanto eu saio do condomínio, eu ouvi um deles rir e dizer algo sobre eu ser fácil e vadia, mas eu fecho a porta e silencio as suas vozes. Eu ando pelo corredor e desço correndo as escadas para o andar de baixo, onde eu empurro a porta e saio para o sol e o ar morno de novembro. Estar fora me faz sentir um pouco melhor, só que eu ainda não posso reconhecer onde estou. É um complexo de condomínio – pelo que eu percebo. — Merda, — murmuro, pressionando meus dedos até a borda do meu nariz. Eu tenho uma dor de cabeça e meu cabelo cheira a cerveja e meus poros parecem pegajosos. Eu caminho pelo gramado em direção ao canto da rua para que eu possa ler o nome da rua, sabendo que poderia ser pior. Eu poderia estar em uma das áreas de classe baixa de Las Vegas, mas isso parece que é uma área agradável, localizada perto de algumas ruas sem saída e casas de classe alta. Quando eu chego à esquina da rua, protejo meus olhos com minha mão e aperto os olhos para cima na placa da rua. Droga, eu estou muito longe do meu apartamento para andar. Eu tampouco posso pegar o ônibus, que eu não tenho sido fã desde que tinha quatorze anos, ou eu posso ligar para alguém. A única pessoa que eu realmente conheço por aqui - a única pessoa que eu confio de me ver assim, é Ethan Gregory. Ele é o único bad boy que eu já tive na minha vida e o único cara que nunca quis dormir comigo, o que o faz parecer menos ruim para mim, mas para todas as outras garotas que ele dorme, não muito. Eu o conheci há dois verões, quando fui com minha melhor amiga Ella de volta para sua cidade natal. Ele era o melhor amigo do cara que Ella estava apaixonada, Micha - embora ela não pudesse admitir isso na época. Enquanto os dois estavam trabalhando os seus problemas, eu passei muito tempo com Ethan e nos demos bem. Havia essa estranha conexão entre nós, como nós entendíamos um ao outro, mesmo que nós


fossemos de mundos totalmente distintos: ricos e pobres. Mesmo quando eu voltei para a escola no outono, ainda falávamos ao telefone. E então ele se mudou para cá e estamos saindo muito desde então. Xingando baixinho, acho o meu telefone que felizmente ainda está no bolso lateral do meu vestido, e então eu soco no número de Ethan. Ele responde depois de três toques e sua voz está misturada com diversão. —Bem, Olá, querida Lila. O que você fez dessa vez? Eu ignoro a ondulação através de meu corpo que sua voz sempre causa. Depois de conhecê-lo por um ano, eu praticamente me tornei uma especialista em descontar as emoções que ele sempre traz para fora de dentro de mim, o que é uma coisa boa para muitas razões diferentes. Uma coisa é que vivemos em dois mundos distintos: Eu gosto de coisas agradáveis e Ethan é muito imaterialista. Ele me chama muito de mimada e eu o chamo de estranho, porque eu não entendo metade das coisas que ele faz, como se recusar a comprar roupas melhores, quando ele tem o dinheiro para elas. Ele é tão sexy e se ele usar jeans sem buracos e novos sapatos e camisas, ele ficaria muito melhor. Além disso, mesmo que eu odeie admitir isso, as palavras de minha mãe sempre ecoam na minha cabeça: Se você não consegue encontrar um homem para cuidar de você, então você vai acabar vivendo em uma casa de crack, assim como sua irmã. Encontre um homem rico, Lila, e fique com ele, não importa que sacrifícios você faça. Apesar do absurdo disso, eu não consigo tirar a imagem mental da minha cabeça de mim enrolada em uma bola em um velho sofá surrado, vestida em trapos, fumando crack em um cano, e isso me assusta. — Eu não fiz nada... Eu não acho de qualquer maneira. Eu só preciso de uma carona, — eu digo com uma voz chorosa, porque estou cansada, suja e nojenta.


— Outra vez? — Responde ele, fingindo estar irritado, mas eu comecei a conhecê-lo bem o suficiente para saber que ele realmente não está. Ele só gosta que as pessoas pensem que ele está porque ele gosta de parecer difícil e mau. Mas eu sei que ele não é. Ele é realmente muito doce e fala e me escuta e me dá pirulitos. Eu ainda tenho uma gaveta cheia dos que ele me deu, incapaz de comê-los ou jogá-los fora, porque então parece que eu estou perdendo um bom momento na minha vida com um cara e esses tipos de momento são muito raros, se não inexistentes. — Você está aí? — Diz ele, interrompendo meus pensamentos. — Sim, eu preciso de uma carona de novo. — Eu afundo na calçada, tentando não pensar em pirulitos e sutiãs rendados vermelhos. Isso foi uma coisa de uma só vez. Nós dois concordamos que não haveria mais ficadas. Embora, eu concordei só porque ele parecia tão ansioso para deixar claro que nunca aconteceria novamente. — Então, você vai vir ou não me pegar? — Deus, você está arrogante hoje, — ele comenta com humor em seu tom. — E eu não acho que quero lidar com isso hoje. Estou fodidamente cansado da mulher que fodi na noite passada. Ela realmente me desgastou. Além disso, eu tenho que trabalhar até mais tarde hoje. — Não seja um idiota. — Eu faço uma carranca, mesmo que ele não possa me ver. — Por favor, pare de brincar e só venha me pegar. Por favorzinho. Ele faz uma pausa e, em seguida, suspira derrotado. — Vou levá-la embora, mas só se você disser isso. — Eu não vou dizer isso, Ethan. Não hoje. — Eu sustento meu cotovelo no meu joelho e descanso meu queixo contra a minha mão. Ele quer que eu diga a ele que eu vou ser sua escrava sexual, algo que ele


me fez prometer dizer na última vez que ele me pegou. Ele realmente não quer que eu seja uma, no entanto. Ele só acha que é engraçado. — Esse foi o acordo, — ele me lembra. — Se algum dia eu tivesse que ir buscá-la novamente. — Mas eu fiz o negócio quando eu não estava tão irritada, — eu digo e faço careta. — Quando isso me pareceu uma boa ideia. — Tudo bem. — Ele se entrega muito facilmente e isso me faz sorrir um pouco. — Mas da próxima vez eu vou fazer você... Na verdade, eu poderia até realmente ser seu escravo sexual da próxima vez que me chamar, — diz ele e eu suspiro pesadamente. — Vou sair em poucos minutos. — Obrigada, — eu digo a ele, esticando minhas pernas para a estrada. — E eu sinto muito por estar irritada. Estou de ressaca. — Você não saiu com aquele idiota do clube, não é? — Ele pergunta e eu posso ouvi-lo se mover. — Porque eu te disse que o cara parecia superficial. Apesar de todos os caras que você tem se ligado pareçam um pouco superficiais, se você me perguntar – ricos, babacas mauricinhos. — Eles não são babacas. Eles são apenas diferentes do que você está acostumado. — Eu bocejei, estendendo os braços acima da minha cabeça. — E não, eu não fui para casa com o cara do clube... Eu não acho de qualquer maneira. Eu nem me lembro com quem eu fui para casa. — Eu tremo enquanto tento colocar as peças juntas, mas nem mesmo consigo colocar uma peça junta. —

Lila...,

ele começa,

mas

depois

decide

contra

isso,

provavelmente porque ele é tão promíscuo quanto eu. — Onde você está exatamente? Eu respiro um suspiro de alívio, grata por ele não está me dando mais nenhuma merda pelo meu acidente sexual. Estou de ressaca e


recuando e posso me sentir a beira de um colapso, algo que nunca pode acontecer, e muito menos em campo aberto. — Estou na esquina da Vegas Drive com a Rainbow. — Onde exatamente? Em uma loja ou uma casa ou algo assim? — Não, eu estou sentada no meio-fio. Ele é quieto por um momento. Esta não é a primeira vez que ele teve que me pegar sob esses tipos de circunstâncias e provavelmente não será a última. É um tipo de coisa nossa, nós compartilhamos nossas histórias e nunca julgamos um ao outro, apesar de como mau e feia as histórias são. Ele sabe coisas sobre mim que ninguém sabe, como a maneira que meu pai me trata, e eu sei coisas sobre ele, também, como a forma como seu pai costumava bater em sua mãe e como ele o despreza por isso. — Eu estarei aí, entre, quinze e vinte minutos. Não vagueie daí para qualquer lugar. — Onde é que eu iria? — Eu puxo meus joelhos e abaixo minha testa sobre eles. — Está malditamente quente aqui fora até mesmo respirar. — E tente não entrar em qualquer problema, — ele acrescenta, ignorando o meu comentário. — Tudo bem. — Eu reviro os olhos e, em seguida, os aperto fechados, inalando o ar sufocante. — E, Ethan... Ele faz uma pausa. — Sim. — Obrigada mais uma vez, — eu digo baixinho, porque eu realmente me sinto mal por fazê-lo fazer essas coisas para mim. Ele é sempre tão bom nisso também. Outra pausa e então ele dá um suspiro exagerado. — Seja o que for. Você é bem-vinda.


Nós desligamos e me sinto um pouquinho melhor. Ele está sempre lá para mim, mesmo quando ele não quer estar. Ele é a única pessoa que eu realmente falo sobre qualquer coisa e tenho medo do que vai acontecer se ele decidir me deixar. Deito-me na calçada e torço meu anel de platina em torno do meu dedo enquanto olho para o céu azul e à luz do sol ofuscante. Por um momento, eu não me importo sobre como imundo no chão é ou o fato de que meu vestido está desfeito e meus olhos começam a arder. Na verdade, por uma fração de segundo eu sei que eu pertenço ali e em nenhum lugar melhor. Mas, enquanto eu pressiono minha bochecha contra o concreto escaldante, me lembro de que fui ensinada a não deitar sobre um terreno sujo. Sento-me em linha reta e traço as cicatrizes circulares feias em cada tornozelo, a marca da minha maior imperfeição, tanto dentro como fora. O sol brilha em cima de mim enquanto tento lembrar alguns detalhes da noite anterior. Mas como de costume, eu estou desenhando um espaço em branco. Se eu continuar assim, então me pergunto se um dia minha cabeça só vai ser tão vazia quanto o meu coração. Mas o lado bom - o lado brilhante da minha mãe - pelo menos eu ainda vou ter a minha beleza e isso é tudo o que realmente importa.

Ethan Você sabe o ponto em que você está prestes a acordar, mas você parece não conseguir ter suas malditas pálpebras abertas então você parece está preso entre estar acordado e dormindo? Bem, isso é praticamente onde eu tenho estado nos últimos quatro anos. Eu me sinto preso. Preso no mesmo lugar, incapaz de me mover. Em uma vida que eu não tenho certeza se quero, mas eu não consigo descobrir como mudar isso. Senti-me diferente apenas uma vez e a pessoa que trouxe o


lado mais ensolarado para fora de mim não está mais em minha vida. Embora, às vezes Lila me deixa perto de sair do torpor, mas de uma maneira diferente, mais baseada em raiva e frustração sexual do que uma profunda emoção real. Eu até tentei escapar do sentimento preso da minha vida uma vez. Arrumei minhas coisas e peguei a estrada sem destino real, além de escapar dos sentimentos presos que haviam estado inflamados dentro de mim há anos. Não era ruim estar sozinho na estrada sem me preocupar com onde estava indo, mas o que aprendi rapidamente foi que você não pode fugir da vida, não importa o quanto você queira. Eu acordei com "Hey Ho" dos Lumineers. É o toque que Lila escolheu para si mesma, mesmo que eu dissesse a ela que não era o meu tipo de música. Ela insistiu que era a escolha perfeita de canção para ela, e eu queria mudar isso, mas esqueci e agora eu não me importo. Na verdade, isso meio que me impressiona, como ela. Eu corro minha mão sobre meu rosto, esfregando a sonolência fora, e depois pego meu telefone na mesa de cabeceira ao lado da minha cama. Eu respondo e dou a Lila um momento difícil, porque parece que está se tornando uma tradição. Ela me chama quando ela precisa de ajuda, geralmente com uma questão relacionada com um cara e quer que eu a ouça reclamar ou vá ajudá-la a partir de qualquer situação que ela esteja. É a terceira vez que ela me ligou este mês e é apenas a metade de novembro. Ela me disse uma vez, após muitos shots de Tequila - que sempre faziam o alter ego escuro dela aparecer - que ela tinha sido assim desde que ela tinha quatorze anos, nunca me dando um motivo exato. Honestamente, ela parece estar caindo rapidamente desde que Ella se foi, mesmo tendo um semestre fora da escola, mas eu acho que pode ter a ver com o dinheiro mais do que qualquer coisa. Mas eu estou preocupado que ela está sozinha ou algo assim. Muita gente não


consegue lidar com estar sozinho, e eu acho que Lila pode ser uma dessas pessoas. Eu me lembro da primeira vez que tivemos uma conversa real, de volta em Star Grove, onde nos conhecemos. Nossos melhores amigos tinha uma coisa um pelo outro e nós meio que nos conhecemos através deles. Durante o primeiro tempo real que passamos juntos, bebemos uma garrafa de Bacardi, enquanto meu pai repintava o carro dela que alguém tinha pichado, falando sobre a vida, nossas visões estranhas sobre sexo casual, sem sentido, e como em um ponto de nossas vidas, nossos pais nos trataram como merda, apesar dos de Lila ainda fazerem. Eu estava flertando com ela a noite inteira, porque isso é o que eu faço e em seguida, Lila tentou me convencer a transar com ela. Eu tinha recusado desde que nós vomitamos fora nossas mentes e eu tenho regras sobre fazer sexo e ser desperdiçado. Eu tenho que estar sóbrio o suficiente para que eu me lembre do sexo – e a menina. Além disso, eu não penso em Lila desta maneira. Bem, eu tento não pensar de qualquer maneira. Eu tive alguns deslizes, onde eu cruzei a regra de não tocar que eu fiz, mas eu sempre me certifiquei de fazer isso tão casualmente quanto eu possa, lembrando-me que tenho regras sobre relacionamentos

por

uma

razão,

para

me

manter

fora

de

relacionamentos, porque eu não quero acabar como minha mãe e meu pai. Meu pai está sempre gritando com a minha mãe e eu estou sempre preocupado que eu vou ser como eles - ou ele realmente. Estar envolvido emocionalmente com alguém leva a uma relação doentia, desastrosa, onde alguém vai ficar quebrado. Pegue a minha mãe e pai. Ela engravidou enquanto eles estavam namorando, eles se casaram, e 25 anos depois, eles ainda estão casados e se odeiam, embora eles nunca vão admitir isso. Em vez disso, o meu pai grita e diz-lhe quão estúpida e uma merda ela é o tempo todo e minha mãe finge que está tudo bem. É normal para as pessoas a falarem uns com os outros desta maneira.


A única exceção que eu fiz foi com London, e depois do que aconteceu com ela eu prometi que nunca iria fazer uma exceção de novo, porque eu nunca quis sentir aquela grande perda e culpa por ter perdido alguém novamente. Mas eu realmente luto para seguir as regras quando se trata de Lila. Eu mesmo tive que adicionar uma regra de não tocar aplicada exclusivamente a ela depois que eu lhe dei pirulitos no Natal passado, cerca de um ano atrás, quando eu tentei colocar minhas mãos e língua em lugares que elas não pertencem. Às vezes é difícil manter as mãos longe dela, e eu escorrego. A menina é fodidamente linda, em um modelo de Hollywood, tipo a formademasiadamente-perfeita de uma atriz. Ela tem uma pele impecável, curvas perfeitas, o corpo perfeitamente proporcionado. Mas ela é do tipo de manutenção elevada. A primeira vez que eu a levei para um pub, ela se recusou a comer a comida porque ela pensou que comer comida de pub era muito bruto e tipo de debaixo dos seus elevados padrões de alimentos, mas ela está lentamente progredindo e eu até mesmo a levei para comer costelas com mãos uma vez, o que foi hilário ver. Depois de sair do telefone com Lila, guardei a pulseira que London me deu e meu diário, cheio de páginas de memórias assombradas e pensamentos. Eu levei os dois para fora da minha cômoda durante um surto de depressão ontem à noite, tentando encontrar algo que realmente não existe mais, porque eu escolhi andar longe dele. Ou talvez ele nunca realmente existiu, mas eu continuo a segurá-lo e permito que ele me assombre, nunca falo com ninguém sobre isso, porque a ideia de falar sobre London em voz alta parece impossível e quase como se eu tivesse finalmente que deixar ela ir e eu não estou pronto para isso. Levanto-me e visto um jeans e uma camiseta vermelha, em seguida, pego uma nota de cinco do meu estoque de dinheiro escondido em uma caixa debaixo da minha cômoda. Eu trabalho em tempo parcial na construção e desde que meu apartamento é sujeira barata e eu realmente não preciso de mais nada além de comida, gasolina para o


minha caminhonete, e, ocasionalmente, roupas novas, eu praticamente economizo tudo o que eu ganho. Enfiando a nota de cinco no bolso de trás, eu coloco a cabeça para fora da porta. Faço uma rápida parada no Starbucks mais próximo e uso a nota de cinco para ostentar sobre Lila recebendo um latte gelado porque eu sei que ela ama e que poderia ajudá-la com sua ressaca. Está no início da tarde, mas ainda quente. Isso é Vegas para você, no entanto. Mesmo no outono parece verão na maioria das áreas. Quando eu finalmente atinjo o canto da Vegas Drive com a Rainbow, eu estaciono o caminhão onde Lila está deitada na calçada com as pernas esticadas para a estrada. Eu pulo da caminhonete e fecho a porta. — Que diabos você está fazendo? — Pergunto, circulando a frente do caminhão com o latte gelado na minha mão. — Tentando ser atropelada ou algo assim? Jesus, Lila. Ela ângula a cabeça para trás e olha para mim. Seus olhos azuis estão injetados de sangue, o rímel está manchado, e seu cabelo loiro está todo enrolado. Normalmente, ela está tão arrumada, mesmo quando eu a busco na manhã seguinte, e é um pouco chocante vê-la assim. Ainda assim, ela é linda como o inferno, mas eu nunca vou admitir isso para ninguém em voz alta. — Isso é para mim? Lila olha para o café, lambendo os lábios. Eu o entrego a ela e ela o bebe avidamente, em seguida, faz uma careta. — Será que você os mandou colocar leite desnatado nisso? Eu balancei minha cabeça. Às vezes ela pode ser de tão alta manutenção. — Não, esqueci suas instruções específicas, Sua Alteza, mas você é bem-vinda para pegá-lo você mesma. Ela olha para mim. — Obrigada, — diz ela com atitude e, em seguida, começa a beber a bebida de novo e eu me esforço para não fazer perguntas sobre a condição que ela está, porque eu quero saber o


que diabos aconteceu com ela e como ela acabou aqui, parecendo como ela está. — Não diga nada, — ela murmura, depois endireita gradualmente suas pernas. Ela chega a seus pés e escova a areia das costas de suas pernas. — Eu tive uma manhã difícil pela maneira como ela está. — Você quer dizer uma tarde difícil, — eu a corrijo e, em seguida, me afasto do meio-fio com minhas mãos na minha frente quando ela me atinge com um olhar mortal. — Tudo bem. Jesus, eu vou manter minha boca fechada. —Bom. — Ela anda em direção à porta da caminhonete, bebendo pelo canudo e balançando os quadris. Eu percebo que as costas do vestido está desabotoada por todo o caminho, então sua pele lisa está exposta à luz solar. Deus, se eu não tivesse as minhas regras eu seriamente a dobraria e a levaria por trás. Eu a verifico por um pouco mais de tempo e, em seguida, volto para o lado do motorista. — Por que o seu vestido está desfeito? Ela encolhe os ombros, balançando os sapatos na mão. — Eu não podia colocar meus dedos para trabalhar esta manhã. Meus lábios ameaçam virar para cima em um total de sorriso. — Por quê? Eles estavam preocupados demais ontem à noite ou algo assim? — Eu brinco, e de repente, muitas imagens dela inundam minha cabeça, seus dedos deslizando para cima de sua coxa e depois, lentamente, entrando nela. Ela empurra a porta aberta, estreitando os olhos para mim, e eu acrescento: — O que? Você é a única que trouxe isso. Se você não quer que eu a provoque, então não configure a piada. Balançando a cabeça, ela aperta os lábios e pula no carro. Ela vai ficar chateada comigo por pelos dez minutos seguintes, mas depois ela vai superar isso. Ela sempre faz.


Depois que entro no carro, puxo para a estrada e aumento o som. Nós mal falamos todo o caminho e quando puxo para o estacionamento de seu apartamento, eu acho que ela vai salvar e depois me chamar em poucos dias, quando ela precisa de mim para resgatá-la novamente. Mas quando ela abre a porta, diz: — Então, você está entrando ou o quê? — Eu acho que sim, se você realmente quer que eu vá. — Não é como se eu tivesse outro lugar para ficar. Micha, meu melhor amigo e antigo colega de quarto, se foi e eu não trabalho nos fins de semana mais. — Mas, eu não estou dormindo com você, não importa o quanto você peça. — Eu nunca peço, — diz ela e, em seguida, seu rosto se contorce em confusão enquanto ela franze a testa para o chão. — Pelo menos pelo que me lembro não faço. Eu saio da caminhonete e a encontro na frente, apertando o alarme por cima do meu ombro para bloquear o carro. Nós fazemos o nosso caminho através do estacionamento sob o calor do sol e puxo meus óculos de sol para baixo da minha cabeça para cobrir meus olhos. Fico um pouco atrás dela, verificando sua bunda e a parte inferior das costas que espreita para fora de seu vestido ainda em aberto. Finalmente, eu tenho que rasgar meu olhar e acelerar para seu lado, senão vou acabar incapaz de manter minhas mãos para mim. — Você precisa parar de desmaiar quando fica bêbada, — eu digo, cutucando-a de brincadeira com meu ombro. —Bêbado é bom, mas ficando tão merda que você não tem ideia do que está fazendo é realmente muito ruim Lila. Mesmo eu não fico tão ruim assim. — Você não é de todo mau. — Ela tenta ajeitar o cabelo para baixo com a mão, mas ela só o faz ficar mais em pé. — Você simplesmente finge que é. Mas no fundo, você é um cara muito legal que gosta de escrever em um diário.


— Ei, eu te disse isso em confidência. — Eu franzo o cenho para ela enquanto nós fazemos o nosso caminho até o seu apartamento no segundo andar. — Você nunca deveria proferir isso em voz alta. Ela dá uma tapinha em seus bolsos procurando pelas chaves. —Bem, então você nunca deveria ter me dito, porque eu meio que tenho uma boca grande. — Seus braços caem para os lados e seus olhos fazem uma varredura em torno de seus pés e, em seguida, descendo as escadas atrás dela. — Merda, eu acho que eu perdi minhas chaves. — Tudo bem... então vá pedir ao seu senhorio para desbloqueá-la para você. Não é tão complicado, — eu digo, balançando a cabeça para ela. — Eu não posso pedir a ele. — Por que não? — Eu me inclino sobre o parapeito, olhando contra a luz do sol enquanto a avalio. Ela abaixa o queixo, permitindo que seu cabelo caísse em seu rosto, como se ela não quisesse que eu visse sua expressão. — Porque... se eu fizer... Então ele vai me pedir para pagar o aluguel. — Por quê? — Eu peço. — Você está atrasado ou algo assim? Ela me espia através de seus cílios. — Eu posso ou não ter pago o último par de meses, — ela revela com a testa franzida. — Por quê? Você não está falida. — Eu odeio dizer isso, mas é meio óbvio pelas roupas extravagantes que ela sempre usava. Inferno, ela tem um anel de platina no dedo, pelo amor de Deus. — Mas eu estou, — ela insiste, cruzando os braços sobre o peito. — Meu pai cancelou todos os meus cartões de crédito um tempo atrás e eu só tenho, mais ou menos, oitocentos dólares restantes. — Então, pague o aluguel com ele. — Eu olho embasbacado para ela. — Ou penhore o anel em seu dedo.


Balançando a cabeça, ela cobre o anel em sua mão, parecendo quase em pânico. — De jeito nenhum. Este foi um presente de alguém que eu costumava conhecer. — Então você prefere viver nas ruas a se livrar de seu presente? — Eu levanto minha sobrancelha. — Sério? — Sim, sério, — ela simplesmente diz, com os braços caindo para os lados. Eu aperto meu queixo, ficando frustrado. — Puta que pariu. Você faz isso o tempo todo, você sabe disso. Você precisa começar a ser mais responsável... — Meus olhos se arregalam. Porra Santo Jesus, eu soo como o meu pai. Merda. Ele está sempre repreendendo minha mãe por suas falhas. Esta é a razão pela qual eu não me deixo entrar em relacionamentos e eu não estou em um com Lila, então por que estou agindo assim? Ela ri sarcasticamente e espeta seu dedo contra meu peito. — Oh, e como você é. Você fica bêbado e dorme com várias pessoas e trabalha na construção civil. — Ei, eu nunca pretendi ser responsável. — Eu me inclino, baixando a voz, tentando livrar-me da sensação de que estou agindo como meu pai. Não, isso é diferente. Você está tentando ajudá-la, não controlá-la. — Mas eu trabalho e pago meu aluguel. Ela bufa, batendo o pé e cruzando os braços. Não é a primeira vez que eu testemunho seus acessos de raiva quando não cedo a ela, mas ainda me dá nos nervos tão ruim quanto à primeira vez que a vi fazer isso. — Ethan, você vai, por favor, me ajudar? — Como diabos eu vou ajudá-la? — Pergunto. — Pague o aluguel assim você vai poder entrar. Porque eu não vou fazer isso. — Mas uma voz dentro da minha cabeça riu de mim, me dizendo que estou cheio de merda. Que eu pagaria para ela se ela pedisse, que eu faria qualquer coisa para ela se ela diretamente me pedisse.


Ela salienta o lábio inferior e me faz amolecer um pouco. — Você pode arrombar a fechadura, — ela diz, e quando eu começo a franzir a testa, ela pega a parte inferior da minha camisa e a agarra. — Por favor, por favor, por favor. Eu vou te dever um grande momento. — Você já me deve um grande momento, por ser uma dor na bunda e me chamar o tempo todo para ir buscá-la em casa de caras aleatórios, — digo a ela, arrastando minha mão pelo meu rosto. — E eu não quero que você me deva. Eu só quero que você consiga um emprego ou algo assim você não vai ser chutada para fora de seu apartamento. — Ok, eu vou trabalhar para ter algum dinheiro. — Ela bate seus malditos cílios para mim intencionalmente - eu posso dizer, porque há um sorriso se formando em seus lábios. Suspirando, estiquei minha mão. — Dê-me um desses grampos em seu cabelo. Ela libera a minha camisa, arranca um grampo do cabelo, e o entrega para mim. Gemendo e fingindo que estou mais irritado do que realmente estou, curvo-me na frente da porta e pego rapidamente o bloqueio. Quando eu empurro a porta aberta, ela salta para cima e para baixo, batendo palmas. — Obrigada! Obrigada! Obrigada! — Ela joga os braços em volta do meu pescoço e me abraça com força. — Não me agradeça, — eu digo a ela, inquieto e meio que ligado, algo que sempre sinto quando ela me abraça. Lila está fora dos limites. Ela é uma amiga. Apenas uma amiga. Isso nunca vai funcionar. Relacionamentos nunca funcionam. Olhe para aquele que você tinha. — Somente pague o seu maldito aluguel e pare de perder suas chaves. — Sim, chefe. — Ela corre para casa ansiosa, deixando a porta aberta atrás dela, e corre em direção ao corredor. — Eu vou tomar um banho rápido.


— Que diabos eu vou fazer? — Pergunto, de pé na entrada de seu apartamento de dois quartos, que é muito mais agradável do que o meu: paredes pintadas, piso livre de fissuras e o carpete não está solto. — Sentar aqui e esperar por você? É isso que você quer que eu faça? — Não finja que você totalmente não aprecia a ideia. — Ela faz uma pausa no canto da sala e sorri. — Além disso, você poderia simplesmente vir se juntar a mim. Eu rolo meus olhos, reprimindo um sorriso. — Eu já lhe disse mil vezes que você não pode lidar comigo, baby. — Eu mordo minha língua com o erro de dizer baby. Eu não uso termos carinhosos com as mulheres. Nunca. Meu pai costumava usá-los com a mãe quando ele estava tentando beijá-la depois que ele bateu nela e ela sempre o deixou bajulá-la. Isso me fez odiar termos afetuosos e afeto em geral. Ela se vira e coloca as mãos nos quadris, arqueando as sobrancelhas. — E vice-versa. — Oh, eu não duvido, — digo, porque imagino Lila como sendo extremamente autoritária e ordenada na cama e eu gosto de mulheres que são pegas no momento, que gostam de fazer as coisas sem pensar nelas em primeiro lugar e que podem completamente e totalmente esquecer tudo que está acontecendo no mundo. Que não se importam se elas têm dinheiro ou coisas materiais. Eu gosto de mulheres que são como London. O problema é que ela parece ser a única de sua espécie e ela não existe mais. Lila ri e eu rolo meus olhos novamente, fingindo irritação. Então eu rio quando ela coloca sua língua para fora e eu tenho que morder a minha própria porque o movimento atrai toda minha atenção para sua boca. Apesar da regra de não tocar que eu fiz, ainda não posso ajudar, mas imagino as muitas coisas que e gostaria que ela fizesse com a boca que exigem muito de tocar.


Uma vez que ela desaparece no final do corredor, eu fico confortável no sofá e começo procurar o canal de surf, mas posso encontrar somente três canais e me pergunto se ela não pagou a conta da TV a cabo também. — Droga, Lila, — murmuro e depois tiro meu telefone do meu bolso. Penso apenas em chamar Micha e pedir-lhe para pedir a Ella, a melhor amiga de Lila, para ligar para Lila, porque ela, obviamente, perdeu sua cabeça, mas isso só parece estranho e faz parecer que estou com medo de Ella, assim que eu mesmo a chamo. Ela responde após dois toques e posso dizer pelo seu tom de voz que ela está tentando descobrir por que estou chamando ela. — Ethan, — ela responde com cautela. — Tem alguma coisa errada? — Não, — digo. — Ou talvez... Não sei... isso meio que depende. — Depende do que? — Sobre se você conversou com Lila recentemente ou não. — Eu não tenho notícias dela, em tipo, uma semana, — ela diz. — Mandei uma mensagem para ela outro dia, perguntando como ela estava, e ela disse que estava bem. —Bem, eu acho que ela estava mentindo para você. — Eu caio de volta no sofá e alguma coisa me cutuca nas costas. — Talvez você devesse ligar para ela. — Eu procuro em torno de minhas costas e puxo um vidro de remédio vazio. O rótulo está rasgado fora por isso não posso dizer o que era. Eu não poderia achar nada sobre isso, mas usei algo semelhante para manter minhas drogas e por isso fico me perguntando. Não, não há nenhuma maneira que Lila poderia estar usando drogas. Ela é muito patricinha. Torço a tampa, olho para dentro, e em seguida, dou uma fungada. Ele não cheira a qualquer coisa que estou familiarizado. Balançando a cabeça, coloquei a tampa e o lancei em cima da mesa na minha frente.


— Na verdade, eu realmente precisava chamá-la, — responde Ella. — Porque eu tenho que de lhe dizer... alguma coisa... — Você está sendo estranha, — eu indico, colocando meus pés em cima da mesa. — Sim, eu sei, — ela admite. — Mas eu estou sendo assim por uma razão. —Bem, se você tem uma razão, então acho que estamos bem, — brinco com sarcasmo, com um suspiro pesado. Ella e eu sempre tivemos esse problema com o outro, por isso sempre pareceu como se ela estivesse interferindo em em minha amizade com Micha. Nós não somos tão maus como costumávamos ser, mas nossas personalidades conflitantes sempre meio que nos impediram de sermos bons amigos. — Olha, você pode simplesmente chamá-la e falar com ela? — Ela está aí agora? — Sim, mas ela está no banho. — E onde você está? — Há insinuação em seu tom. — Sentado no sofá. — Clico a televisão com o controle remoto. — Onde mais eu poderia estar? — Eu não sei. — Ela faz uma pausa e sei que o que ela está prestes a dizer vai me irritar. — No chuveiro com ela ou vendo-a tomar banho. —Bem, eu não estou, — digo secamente, mais ofendido do que provavelmente deveria estar. — Olha, basta ligar para ela, ok? Eu tenho que ir. — Tudo bem, — ela murmura. — Deus, você está de mau humor. Eu

não

tenho

certeza

de

quem

desliga

primeiro,

mas,

provavelmente, fizemos ao mesmo tempo. Estou prestes a guardar meu telefone longe quando chega uma mensagem. Estou supondo que é Micha, porque acho que Ella foi e disse a ele que eu estava sendo um


idiota, mas estou surpreso ao descobrir que é da mãe de London, Rae. Eu não falei com ela mais do que sete ou oito meses, na época em que eu decidi dar uma chance de viver o meu solitário sonho de andarilho, vivendo minha vida ao máximo, principalmente porque Rae me chamou e me lembrou de tudo que aconteceu, as coisas que tentei esquecer - a vida que tentei esquecer, mas sempre me sinto preso por isso. Mas quando peguei a estrada, havia todo o drama de Ella e Micha. Micha se embebedou, ficando completamente doido, porque pensou que Ella o havia traído. Lembro-me de quando recebi o telefonema de Lila para dizer o que estava acontecendo. — Você precisa ir à Nova York, agora, — disse ela. —Hum, não, obrigado, — respondi. — Estou tentando escapar de pessoas, e não ir para uma cidade repleta de muitas delas. — Eu não me importo com o que você quer, — ela disse, soando como uma criança mimada, o que ela faz muito. Então ela começou a me contar como Ella a tinha dito, depois de várias doses, que ela só disse a Micha que o traiu, porque achava que era a única maneira de deixá-lo ir. Que ele era bom demais para ela e sua insanidade e merecia alguém melhor. Tanto quanto eu concorde que Ella estava louca, não acho que os dois deviam se separar. Eles têm o tipo de amor que a maioria das pessoas, inclusive eu, nunca vai entender ou experimentar. Eu não acho que mesmo com London eu tive isso. Então concordei em ir para uma cidade que eu odiava, para ajudar a corrigir o problema e tentar fazer as coisas direitas entre os dois, mesmo que não fosse minha responsabilidade. Por que eu sempre tento consertar as coisas? Eu não tenho nenhuma porra de pista do que me deixa louco quando outras pessoas estão agindo como loucas quando claramente que elas têm isso muito bem. Eu deslizo o dedo sobre a tela do celular e leio o texto de novo.


Rae: Eu sei que nós não falamos há algum tempo, mas eu queria dar uma olhada em você e ver como você estava indo. Essa não é a verdadeira razão pela qual ela está mandando mensagens de texto e eu sei disso. Ela quer a mesma coisa que ela queria de mim sete ou oito meses atrás. Eu: Eu estou bem. Rae: Você já pensou mais sobre fazer uma viagem para a Virgínia? Eu: Não tenho certeza se posso. Rae: Por que não? Você sabe que isso seria bom para ambos. Eu: Não, não seria. Rae: Por favor, eu realmente preciso de sua ajuda... London está piorando. E lá está. A verdadeira razão pela qual ela está me mandando mensagens de texto. Ela quer esperança. Ela precisa saber que ela está fazendo tudo certo. E ela quer que eu a dê a resolução. Mas não posso, porque lhe dando falsas esperanças - indo lá e vendo London - significa finalmente deixar ir. E não tenho certeza se estou pronto para isso ainda, se posso me permitir deixar ir e aceitar plenamente a realidade. Que o que está feito está feito e tenho que deixar ir e seguir em frente. Eu: Você sabe que não vai fazer nenhum bem. Não fez da última vez que tentei e a partir do que você me disse há sete meses, tudo ainda é o mesmo com ela como era depois do acidente. Rae: Mas eu quero mudar isso. Se você apenas viesse visitá-la, você poderia ser capaz de mudá-la. Você estava tão perto dela quando isso aconteceu.


Não, eu não posso. Ninguém pode. Você sabe isso - todo mundo sabe - e eu não quero ver o que perdi. Meu dedo paira sobre o botão enquanto eu penso o que escrever para ela. —

Oh

meu

Deus,

me

sinto

muito

melhor,

diz

Lila,

desembaraçando seu cabelo molhado com os dedos, enquanto ela sai do corredor vestindo apenas uma toalha. Meu queixo quase bate no chão. É uma muito, muito fodidamente pequena toalha, que me dá uma visão de suas coxas e se ela se virar, eu provavelmente poderia ver a polpa da sua bunda. — Isso é uma toalha de mão? — Eu pergunto, meio brincando, meio sério. — Não, — ela responde simplesmente. Ela parece mais relaxada e descontraída do que quando fui buscá-la. — Só uma toalha normal. Eu tento não olhar enquanto ela se afunda no sofá ao meu lado. Ela nem mesmo se incomoda tentando manter a toalha fechada e eu obtenho um vislumbre de suas coxas, que eu toquei uma vez, então sei como sua pele é macia. Só de vê-las, tenho que enrolar minhas mãos em punhos para que eu vá mantê-las para mim. — Eu realmente precisava tirar a noite passada fora de mim, — diz ela, balançando o cabelo. Ele cai contra seus ombros nus, fazendo gotas de água escorrer por sua pele. — Senti-me tão vulgar. —É por isso que você estava tão mal-humorada? — Eu coloco meu telefone no bolso da minha calça jeans. Preciso de algum tempo para pensar e processar o que ela está me pedindo para fazer e se posso, finalmente, fazê-lo, não para dar-lhe esperança, mas para dizer o meu adeus. Ela encolhe os ombros, examinando suas unhas. — Eu acho que sim, — ela diz calmamente, pondo a mão em seu colo. — Ei, você quer sair hoje à noite ou algo assim? — Lila sorri alegremente para mim


enquanto ela relaxa de volta no sofá, com seu cabelo penteado para o lado. —Bebidas por minha conta por ser uma dor na bunda. — Eu não acho que posso, — digo evasivamente. — Por acaso você recebeu um telefonema de Ella? Lila balança a cabeça e gira uma mecha de seu cabelo úmido em torno de seu dedo. — Não, mas deixei meu telefone no meu quarto, talvez por isso eu perdi a chamada. — Você deveria ligar para ela. — Eu acaricio sua perna nua, deslizando novamente em uma das minhas regras que estabeleci com ela: sem toque inadequado. Estou prestes a puxar rapidamente para longe quando ela estremece sob o meu toque e meus músculos relaxam enquanto pressiono a palma da minha mão contra sua pele quente, um pouco úmida. Nós dois congelamos e eu juro por Deus que posso ouvir ambos os nossos corações batendo insanamente. Esta não é a primeira vez que um estranho, momento intenso aconteceu entre nós e estou começando a pensar que não será o último. Eu sei que deveria puxar para trás, porque está indo para algum lugar além da zona de amigo se eu não fizer isso, mas sua respiração se acelera, o peito subindo e descendo rapidamente, os seios sobem e descem com sua profunda, respiração voraz. Meu pau fica duro e a ideia de tocá-la é tão tentadora. De repente, como se minha maldita mão tivesse uma mente própria, ela está subindo por sua perna. Sua pele é tão suave como me lembro. Eu amasso meus dedos em sua coxa e ela estremece novamente, todo seu corpo trêmulo. Enquanto minha mão desliza sobre a toalha, meus pensamentos vagam sobre como seria se meus dedos estivessem dentro dela. Bom pra caralho tenho certeza. Demasiadamente bom pra caralho. Eu poderia descobrir. Eu sei que ela provavelmente iria me deixar, mas o fato de que ela tão facilmente cederia me faz sentir culpado. Ela permite que quase todos a toquem, mas não porque ela é uma vadia. Eu não


acredito nem por um segundo que ela é. Há algo escondido dentro dela que ela está tentando cobrir com o sexo. Eu posso ver isso em seus olhos, às vezes, quando ela fica muito quieta. Tristeza. Insegurança. Torturando a si mesma, até. Ela não é assim agora, no entanto, parecendo mais contente e subjugada do que qualquer coisa. Minha mão permanece no topo de sua coxa, meus dedos escovam para a seção interna, que é ainda mais suave. Eu posso sentir o calor que irradiava dela e a umidade. Caramba, ela está ficando molhada e eu posso sentir o que só me faz querer sentir mais. Enquanto meus dedos fazem um caminho para dentro, prestes a escovar sua umidade, ela agarra o braço do sofá e geme. Na verdade, arqueia o pescoço, inclina a cabeça para trás, e fodidamente

geme.

Meu

pulso

martela

enquanto

meus

dedos

pressionam para baixo em sua pele. Foda. — Ethan... Deus... — O cabelo cai para trás de seus ombros, o peito se curvando para cima, e eu quase a ataco com meus lábios, lambendo um caminho até sua perna, deslizando minha língua dentro dela, algo que eu queria fazer desde o primeiro dia que pus os olhos em cima dela. Meus dedos cavam mais fundo em sua pele, enquanto uma confusão se instala dentro de mim. Puxo minha mão de volta. Continuo indo. De alguma forma, eu consigo tirar meus pensamentos longe de meu pau e rapidamente puxo minha mão. Eu não posso acreditar que estraguei tudo de novo. Eu sempre tive minhas regras sobre brincar com as meninas pelas quais eu tinha algum tipo de sentimento. Estou praticamente suando quando chego aos meus pés, cavando minhas chaves do meu bolso, esperando que ela não perceba meu pau inchado em minha bermuda. — Eu tenho algumas coisas para fazer, mas eu vou checá-la um pouco mais tarde. — Eu espero ela dizer alguma coisa sobre o que aconteceu que eu quase enfiei os dedos dentro dela, mas tudo o que ela faz é uma careta para mim.


— Você não precisa me verificar. — Ela se ajusta a parte inferior da toalha sobre suas coxas, cruza as pernas, e cobre-se um pouco. — Estou perfeitamente bem sozinha. — Ela sorri para mim, mas parece falso. Eu me movo para porta. — Vou checá-la mais tarde, — repito, em seguida, abro a porta e saio para a luz do sol, com raiva de mim mesmo por estragar tudo e extremamente irritado com a parte de mim que queria estragar tudo e jogar minhas regras diretamente para fora da janela. Eu as defini por uma razão. Para eu e os outros pararem de se machucar. Enquanto vou para o meu caminhão, meu telefone emite um sinal sonoro de dentro do meu bolso. Eu o recupero e verifico a tela. Rae novamente. Eu penso sobre mandar uma mensagem de texto de volta e dizer a ela que eu não vou para a Virgínia. Mas parte de mim quer ver London novamente, mesmo que ela não seja a mesma London pela qual me apaixonei. Eu quero dizer adeus, mas eu não posso. E uma parte de mim quer correr de volta para Lila porque, por algum motivo, estar perto dela me faz sentir melhor. Estou tão confuso neste momento enquanto os pensamentos sobre London e Lila chocam em minha cabeça. A quem eu devo me agarrar? London? A garota que uma vez pensei que amava? A garota que eu perdi e nunca mais vai voltar? A garota que eu desisti, que deixei para crescer? A garota que eu queria conhecer mais do que qualquer coisa, mas que perdi minha chance? Ou eu somente deveria deixá-la ir? Abandonar minha culpa de desistir dela naquele dia, num piscar de olhos. Sair por aí fudendo meninas, viver a vida, fazendo o que eu quiser? No fundo, eu sei que nunca deveria ter me afastado dela naquele dia e que, se eu tivesse ficado em vez de pensar apenas em mim, então as coisas poderiam ter sido diferentes hoje. Talvez eu ainda estivesse com ela. Eu não posso deixá-la ir ainda - não posso deixar da minha culpa. Eu deveria estar sozinho. É o melhor.


Eu acabo escapando de enviar um texto de volta para Rae, sabendo que ao fazê-lo estou me permitindo continuar a segurar a ideia de London e continuar a pensar em Lila sentada em seu apartamento em uma toalha de mão, ao mesmo tempo. Meus fodidos pensamentos estão me dando dor de cabeça. — Merda, — murmuro, chutando o pneu. Eu realmente preciso muito de uma bebida.


Capítulo Dois

Lila Eu estou sentada sozinha no sofá, vestindo uma toalha, atordoada e um pouco envergonhada de mim mesma. Eu não sei o que diabos aconteceu. Bem, na verdade eu sabia desde que isso já aconteceu antes, mas ainda não o torna mais fácil. Em um minuto a mão de Ethan estava subindo por minha coxa e isso era tão bom, mas depois ele simplesmente levantou e saiu, me ignorando totalmente, e isso me frustra, porque eu quero ele. Muito. Desde que conheci Ethan, é assim que ele tem sido comigo. Ele vai flertar comigo o tempo todo, mas na maioria das vezes, ele nunca age sobre isso, me provocando, mas nunca seguindo adiante. Estou sempre esperando que ele vá me surpreender e, finalmente, fazer alguma coisa, como mostrar que ele está atraído por mim. Algo me diz que ele pode ser um pouco diferente dos outros caras com quem dormi, mais doce, mais suave, ou talvez áspero, mas de um jeito bom . Normalmente, eu sou rigorosamente o tipo de garota de uma camisa de colarinho, calças, bom carro, dinheiro. Mas há algo sobre Ethan e o mistério em seus olhos castanhos, as tatuagens intrincadas em seus braços, e a forma como seu cabelo preto está sempre em todo o lugar que me faz arder de curiosidade. E uma parte de mim pensa que talvez, apenas talvez eu finalmente sinta algo além de indignidade e humilhação depois que eu tivesse relações sexuais com Ethan. Embora, eu realmente estou começando a me perguntar se eu tenho uma vagina quebrada. E o coração. E a cabeça. Depois que ele me deixa alta e seca, os dois comprimidos que engoli antes de tomar banho rapidamente e, felizmente, fizeram efeito e tudo - até mesmo ficar sozinha no meu apartamento vazio depois que Ethan me ignorou - parece bem. As pílulas afastam as lembranças e sentimentos sobre o que aconteceu ontem à noite, juntamente com


muitas outras noites em meu passado. E não se lembrar delas é importante.

Dor

equivalente

a

emoções

indesejadas,

colapsos,

embaraço. Por mais que eu odeie os apagões que as pílulas me dão, eu também odeio apagões temporários onde pedaços voltam para mim, em imagens nítidas e vergonhosas. Tudo o que isso faz é lembrar-me do que me tornei e como vazia e insignificante que me sinto por dentro. Às vezes parece que o meu corpo não pertence a mim, como se o perdi há muito tempo e nunca irei recuperá-lo. Pergunto-me se é assim que todo mundo se sente depois do sexo. Se eles se sentem tão sujos e imundos. Parece que estou piorando nos últimos tempos, mas a vida parece estar ficando mais difícil. No último ano e meio, minha companheira de quarto e melhor amiga saiu para ir viver sua vida e agora estou sozinha. Tentei me defender dos meus pais, dizendo-lhes que eu não iria voltar para casa e viver a vida que querem que eu viva, e em troca meu pai levou o meu carro. Alguns meses atrás, ele também cancelou todos os meus cartões de crédito e agora estou ficando sem dinheiro e não posso sequer chegar ao suficiente para pagar minha mensalidade. Ser pobre não é algo que eu acho que possa ser. Assim, para escapar da dolorosa, vergonhosa realidade de quão patética minha vida se tornou, tinha começado a dormir com várias pessoas e tragar mais e mais pílulas. Comecei a tomar os comprimidos, quando tinha quatorze anos porque minha mãe me incentivou, dizendo que eles iriam ajudar a apagar a vergonha e a sujeira que eu estava sentindo. Eu tinha acabado de ter sexo pela primeira vez com um cara que praticamente me usou e descobriu-se que a pílula funcionou brilhantemente, entorpecendo quase todas as minhas emoções. Então, eu estava tomando-a desde então. Suspirando, eu coloco com um vestido azul-claro, torço o cabelo com alguns grampos, e sigo para cozinha para limpar o chão. Ontem à noite eu derramei um monte de vinho sobre ele, mas eu estava bêbada demais para limpá-lo e agora ele está preso ao azulejo e a casa esta fedendo. Eu pego uma esponja mal tocada e um limpador debaixo da


pia, então tento não vomitar enquanto coloco um par de luvas de borracha e desço em minhas mãos e joelhos. Eu odeio limpar a casa e tento evitar fazer qualquer tipo de limpeza a todo custo. Eu tinha alguém vindo limpar a casa desde que Ella saiu, mas estou ficando sem dinheiro e não posso pagar mais. Eu abaixo em minhas mãos e joelhos, com um balde de água e uma esponja. Enquanto estou esfregando o chão, minha mãe me chama e eu quase rio de mim, perguntando o que ela faria se ela me visse em minhas mãos e joelhos esfregando a sujeira do chão com uma esponja. Eu me viro e sento antes de responder meu telefone, notando que perdi uma chamada de Ella, como Ethan suspeitava. — Sim, mãe, — respondo. — Você mudou de ideia sobre voltar para casa? — Ela está dizendo a mesma coisa para mim desde que anunciei minha decisão repentina de ir para Las Vegas e frequentar a UNLV mais de um ano e meio atrás. Eu tinha acabado de me formar no colégio interno e voltei para casa para o verão. Minha família pensou que eu estava indo para Yale no outono, só porque eu tinha mentido para todos e disse a eles que eu iria. Senti-me envergonhada e estava com raiva de mim mesma por me sentir assim, como se não pudesse admitir que eu não fosse inteligente o suficiente para ir para uma escola de qualidade. Eu tinha me sentido envergonhada nos últimos quatro anos e eu não queria me sentir desse jeito. Eu sabia que, eventualmente, teria que dizer a todos que não fui aceita em Yale ou qualquer outra escola da Ivy League, então ao invés de enfrentar isso, parti. Arrumei minhas coisas, abri um mapa e apontei para um lugar aleatório, que acabou sendo Vegas. Eu disse adeus à minha mãe e ela brigou comigo por todo o caminho, gritando e gritando e dizendo que eu nunca iria fazer isso sozinha. Mas eu não tinha dinheiro e notas decentes e a UNLV me aceitou em um piscar de olhos.


— Não, — eu respondo com a mesma resposta que sempre lhe dou. — E eu já te disse que eu não ia mudar de ideia. —Bem, eu estava esperando que sua mente decidisse ser inteligente, — ela contraria. — Mas, novamente, eu acho que deveria saber melhor. Você já provou ao longo dos últimos anos, o quão estúpidas suas decisões podem ser. — Ela parece mais e mais como meu pai, quanto mais o tempo passa. Ela é quase como argila, facilmente maleável e moldável. Eu como meu esmalte, debatendo a possibilidade de ir para o meu quarto e tomar outro comprimido. Ela está me espetando pelo enorme erro que ela nunca vai ser capaz de me perdoar, não só por causa do que ele me fez parecer, mas porque ele fez ela e meu pai parecerem que criaram uma vagabunda. — Você ligou por alguma razão? — Pergunto calma. — Ou apenas reclamar de mim? — Seu pai quer que você volte para casa, — ela diz com uma voz suave. — Ele diz que se você fizer isso ele vai lhe dar de volta seu carro e cartões de crédito. — Como sempre, vou ter de recusar a oferta. —Bem, como sempre você vai fazer escolhas idiotas que fazem toda essa família ser mal vista. Entre sua irmã ser uma garçonete e ter um filho ilegítimo e sua vida em Las Vegas em um apartamento, nós parecemos com a escória da comunidade. —Bem, talvez você deva apenas dizer a todos que estamos mortas, então. — Eu me sinto entorpecida enquanto digo isso e sou grata pela medicação no meu sistema. — Quero dizer, nós duas sabemos o quão boa você é em inventar histórias de cobertura quando uma de nós atrapalha tudo.


Ela ri cinicamente ao telefone. —Bem, eu tive uma boa prática. Eu tenho uma filha que é uma ex-viciada, e outra filha, que tem sido uma puta desde que ela tinha quatorze anos. — Eu estava confusa e não entendia completamente no que estava me metendo. — Eu engulo a seco, tentando não pensar sobre onde comecei minha jornada de ser uma vagabunda. — E você não fez nada para me ajudar. Nada benéfico de qualquer maneira. — Você fez uma escolha, Lila, — ela retruca ironicamente. — Ninguém fez você fazer nada. Você optou por fazê-lo. —

Eu

tinha

quatorze

anos,

murmuro,

a

sensação

de

desligamento em meu corpo começa a surgir enquanto as paredes fecham-se sobre mim, encolhendo-me em uma bola, assim como eles fizeram comigo quando eu era uma criança. Minha mãe tem esse efeito sobre mim, mesmo com um simples telefonema. Eu abraço meus joelhos contra o peito e descanso meu queixo em meus joelhos. — Desculpas são para os fracos. Se você tivesse apenas admitido que cometeu um erro, e que continua a fazê-los, então talvez você finalmente será capaz de limpar seu ato. — Ela suspira. — Você é uma menina bonita, Lila, e sua aparência poderia levá-la muito longe na vida. Imagine o tipo de homem que você poderia conseguir se você tentasse namorar uma vez de dormir com todos eles. —Uau, você já pensou em se tornar uma psiquiatra? — Pergunto sarcasticamente. — Porque você seria ótima nisso. Ela desliga na minha cara. Eu não estou surpresa e esperava que ela estivesse, caso contrário, ela teria começado a me atacar com palavras sobre a decepção absoluta que sou. Eu pressiono END, feliz que já não tenho que falar com ela. Ao mesmo tempo estou mal que ela me veja dessa forma, que ela me odeie, desejando que eu fosse outra pessoa, alguém que não seja quem eu


sou. Embora, eu nem sequer saiba quem isso é não consigo descobrir como ela faz. Dou-me trinta segundos para chafurdar, e depois chamo Ella para ver o que ela quer. — Olá, — ela responde alegremente e eu não posso deixar de sorrir, porque ela costumava ser tão triste. Estou feliz que ela está feliz, embora parte de mim inveje ela. — Ei, você ligou mais cedo? — Pergunto deitada no chão de linóleo e olhando para o teto. Tenho saudades de Ella e tudo mais, mas é bom viver sozinha também, porque eu nunca teria apenas deitado no chão na frente dela. — Sim, eu percebi que você precisa conversar, — ela diz e ouço Micha gritar algo em segundo plano. — Podemos falar mais tarde, — digo a ela. — Se você está ocupada. — Não, podemos falar agora, — ela insiste. — Micha está apenas choramingando no meu ouvido por nenhuma razão. — Há riso em seu tom de voz e Micha grita alguma coisa, mas parece murmurado através do telefone. — Ethan fez parecer que você precisava falar. —Huh... Ele te ligou? — Sim, pouco atrás. Eu mordo meu lábio, um pouco irritada, imaginando se ele a chamou para dizer-lhe para me checar, porque eu não venho pagando o aluguel. A última coisa que quero fazer é dizer a Ella meus problemas quando ela mesma tem tantos problemas. Além disso, eu não gosto de falar sobre meus problemas - é o que me foi ensinado. A única pessoa que eu digo qualquer coisa é Ethan e mesmo ele não sabe de tudo.

Bem, desculpe desperdiçar o seu tempo, mas eu realmente não tenho nada para falar.


Ela hesita. — Tudo bem. Estive pensando em chamá-la de qualquer maneira. — Sobre o quê? — Estou tentando forçar a irritação fora do meu tom, mas não consigo chegar lá. As pílulas precisam ser aumentadas um grau para que eu possa me sentir artificialmente feliz. — Talvez eu deva ligar mais tarde, — ela diz. — Você parece irritada agora. Eu suspiro pesadamente, esticando as pernas. — Sinto muito. Eu apenas estou com um pouco de ressaca e descontando em você. Sinto muito. — Tudo bem, — ela responde muito alegre e totalmente ao contrário da Ella que conheci. — Você aturou um monte de merda minha ao longo dos últimos dois anos. — Deus, nos conhecemos há tanto tempo? — Consigo manter minha voz leve e alegre, apesar de minha cabeça estar doendo. — Sim, estamos ficando tão velhas, né? — Ela brinca, mas parece um pouco nervosa. — O que você não está me dizendo? — Eu digo, empurrando-me para cima em meus cotovelos. — Você tem esse tom... aquele que você usa quando tem um segredo. — Eu não tenho um tom. — Ela finge que ela não tem ideia do que estou falando, mas sua atitude excessivamente indiferente sugere o contrário. Eu belisco a borda do meu nariz, tentando aliviar minha dor de cabeça, e felizmente minha voz sai soando como se eu fosse a Lila alegre, aquela que todo mundo precisa ver. — Tudo bem, derrame suas tripas.


—Bem... — Ela toma uma respiração profunda. — Eu meio que movi o anel. — O quê! — Eu exclamo e de repente todo o meu mau humor diminui. Ella estava usando um anel que Micha lhe deu no dedo oposto do dedo de compromisso. O acordo entre os dois era que, quando Ella se sentisse pronta para ficar noiva, ela moveria o anel para o outro dedo e finalmente é oficial. — Quando? Ela fica indecisa. — Na verdade, foi há um tempo atrás... no dia que Micha e eu deixamos Vegas. — Sua vadia, — digo, meio brincando, mas com uma espécie de raiva ao mesmo tempo. — Por que você não me disse mais cedo? — Eu não sei... Acho que é porque eu ainda estava me acostumando com isso Eu distraidamente giro o anel no meu próprio dedo, pensando em como doente e torcida eu sou que não vou livrar disso. Juro por Deus que o maldito anel ainda é dono de mim - ele ainda me possui. — Você poderia ter se acostumado com isso, me dizendo. — Eu sei e sinto muito. Embora você saiba como eu fico com esses tipos de coisas. — Eu sei. — Eu realmente sei. Ella desliga e mantém as coisas escondidas. Eu não sabia quando a conheci por isso foi uma surpresa quando comecei a ver todo esse outro lado dela. Ela passou de uma silenciosa, ordenada, boa menina, a esta alta, imprudente, agressiva, e às vezes desejo que eu pudesse ser da mesma forma. Despreocupada e extrovertida e apenas viver a vida exatamente como quero no momento, sem ter que estar embriagada. Micha, seu noivo agora eu suponho, grita algo em segundo plano e, em seguida, Ella solta um grito no telefone. Ouço um baque alto e então há um monte de riso. Eu espero que ela volte, mas as risadinhas só


ficam mais altas quando ela discute com Micha através de seu riso sobre deixá-la ir. Eu reviro os olhos, oficialmente odiando-a pela bela relação que ela tem e merece. — Tudo bem, eu estou indo. Se você puder me ouvir, parabéns e te ligo mais tarde. Eu deixo o telefone cair no chão e a tranquilidade se instala. A luz do sol se esgueira pelas frestas das persianas e ouço meus vizinhos discutindo sobre algo. É tão alto e irritante que eu grito: —Falem mais baixo! — Enquanto bato na parede. Eles não me ouvem e continuam gritando. Quanto mais tempo eu fico lá, mais a solidão me alcança, como uma onda pronta para bater na praia. Eu quero alguém que me ame como Micha ama Ella. Eu quero alguém - qualquer um - só para me amar. Venho tentando o melhor que posso para encontrar esse tipo de amor, mas nunca parece funcionar e eu estou realmente começando a acreditar que sou indigna de ser amada. Eu pensei que tinha o amor uma vez, muito estupidamente. Eu deveria ter sabido melhor. Ele era velho demais para realmente amar uma menina de quatorze anos de idade, e depois que tudo acabou, depois de me usar, ele me deixou de coração partido, sentindo-me suja e confusa sobre o que eu - nós - tínhamos acabado de fazer. Mesmo agora, quando olho para trás, ainda não faz sentido para mim, pelo menos a partir de um aspecto emocional. Mas as pílulas de tornam isso mais fácil de aceitar. — Eu realmente achava que ele me amava, — murmuro, sentindo as lágrimas picarem meus olhos enquanto rodo o anel de platina atado incrustado com diamante em torno do meu dedo. — Parecia que ele amava. Eu levanto e caminho para fora da cozinha, indo para o meu quarto, querendo fugir dos meus erros e do vazio. O problema é que


toda vez que faço isso, só adiciono mais erros para a lista e sempre acabo sozinha. Mas eu provavelmente vou continuar a fazê-los uma e outra vez, porque é nisso que sou boa - estragando, sendo uma vagabunda, dormindo por aí, rezando para que eu possa encontrar alguém que vá se apaixonar por cada pequeno pedaço de mim e cuidar de mim como minha mãe está sempre me dizendo que deveria ser. Abro a gaveta do criado mudo e encaro o frasco de medicação, torcendo o anel no meu dedo, sabendo que qualquer pílula a mais vai me

deixar

apagada.

Mas

eu

quero

estar

assim

agora

porque

momentaneamente me faz sentir feliz e contente. Pego o frasco e o abro. Enquanto os comprimidos deslizam para baixo de minha garganta, dormência desliza pelo meu corpo e caio de costas na cama com a mão colocada sobre a cicatriz ao longo do meu estômago, meu único defeito, tanto por dentro como por fora.

Eu não sei como o internato está indo, se gosto ou odeio isso. Parece estranho viver em uma escola aos quatorze anos de idade. Além disso, estou tendo dificuldade em fazer amigos. Mas eu estou tentando. — Você vê que o cara mais velho ali? — Reshella Fairmamst, a garota que e estou tentando me tornar amiga diz, apontando para a mesa em frente à biblioteca, para um homem vestindo um terno. Ele está sentado em uma cadeira, lendo um livro velho esfarrapado. Reshella Fairmamst não é minha amiga, mas eu quero que ela seja – preciso que ela seja, senão vou acabar sozinha e sem amigos. Mas tornar-se amigo dela é complicado, porque ela é a mais rica, mais intitulada e popular menina na escola. — Você quer dizer que o velho? — Ele tem apenas vinte e dois anos e é parte da família Elman, que são totalmente ricos. — Ela vira seu cabelo loiro-mel para fora de seu ombro e mantém seu nariz no ar, como se ela estivesse cheirando um


aroma amargo. Ela faz muito isso e eu sempre quis saber se é por arrogância ou pelo fato de que ela está tentando se certificar de que não tem um odor ruim. — Ele é totalmente aceitável. — Mas eu tenho apenas quatorze anos, — digo estupidamente enquanto rodo meu cabelo em volta do meu dedo. — Ele não vai me querer. Ele é como oito anos mais velho. Ela me olha por cima do assento ao meu lado. Ela usa muita maquiagem e sempre usa delineador cinza porque ela diz que isso deixa suas características nítidas. Ela usa um colar de pérolas diariamente e insiste que ninguém das Precious Bells os use. Precious Bell é sua panelinha e para entrar na panelinha você tem que ser o melhor do melhor do melhor. — Talvez você não seja um bom ajuste para ser uma Precious Bell, — ela diz maliciosamente. — Porque para ser uma de nós, você tem que estar disposta a namorar homens mais velhos. Nós nunca, jamais namoramos homens da nossa escola. — Mas você tem dezesseis anos. — Então. — Então... — Eu luto contra seu olhar condescendente. —É mais fácil para você. Ela revira os olhos. — Oh, por favor. Vai ser fácil para você, se parar de pensar tanto como uma criança. É hora de crescer, Lila, a menos que você não queira. — Ela vira a cabeça em direção ao grupo de meninas e rapazes sentados na mesa redonda no canto, os que todos têm considerado como nerds e párias sociais, e minha mãe nunca em um milhão de anos aprovaria eu sair com eles. Pensei nas últimas palavras que minha mãe me disse antes dela me deixar no colégio interno para viver o resto de minha vida escolar: — Não nos envergonhe como sua irmã fez. Você não vai sair com multidões que


seu pai e eu não aprovamos e você vai se destacar em seus estudos. Ter sucesso, não importa o quê. Estrague, e vamos jogá-la nas ruas, tal como fizemos com Abby. — Foi como se ela estivesse lendo uma placa de sinalização escrita por meu pai, mas sei que é verdade, porque suas ameaças sempre são. E eu realmente não quero viver nas ruas. Eu suspiro, ajeitando minha postura. — O que você quer que eu faça? — Pergunto a Reshella. Seus brilhantes lábios rosa curvam em um sorriso. — Eu quero que você vá em frente e obtenha seu número. Meu queixo cai. — Como? — Descubra isso, — ela simplesmente diz. — E então, quando você fizer isso, você vai ser oficialmente uma Precious Bell. Balançando a cabeça, me levanto e passo por trás da mesa, nervosa e quase desmaio enquanto faço o meu caminho até ele. Quando eu chego à sua mesa, ele instantaneamente olha para cima. Sua beleza me joga fora de guarda, juntamente com o olhar faminto, intenso em seus olhos. — Sou Lila, — digo rapidamente, estendendo minha mão como uma idiota espasmódica para ele apertar. — Lila Summers. Seus lábios curvam, mas ele não sorri. Ele se estica e pega minha mão, mas em vez de sacudi-la, ele traz para os lábios e a beija delicadamente. Ele tem barba em seu queixo e ela me roça, parecendo bom e ruim. — Lila, é um belo nome para uma bela garota, — ele diz pensativo enquanto ele olha para mim. Percebo que ele tem um anel em sua mão, uma banda de platina incrustada com diamantes. Está em seu dedo anelar, e me pergunto se ele é casado. Pergunto-me se eu deveria perguntar. Eu me sinto tão nervosa agora, estou começando a suar.


Eu sorrio, no entanto, meio que apaixonada por seu sorriso deslumbrante, meu coração pulsa dentro do meu peito com a forma que ele está olhando para mim. Faz-me sentir meio que especial. E eu nunca me senti especial antes. Por um momento, posso ser apenas uma garota bonita que está na frente de um cara lindo, pensando que ela é a pessoa mais incrível do mundo. O que eu realmente deveria ter pensado, entretanto, era o quão estúpida e ingênua eu era.

Ethan Eu não posso levantar da porra da minha cama, e não apenas porque bebi um pacote de seis cervejas, mas porque eu realmente não quero. Eu tenho a maldita pulseira de novo, a que ela me deu para que eu sempre me lembre dela. Está em minha cama ao lado do meu diário, ambos me assombrando com as memórias. Estou deitado em minha barriga, deprimido como um viadinho sobre uma garota que não existe mais e que não deveria existir para mim. Eu preciso deixá-la ir. Mas não consigo. Eu sempre odiei a ideia de relacionamentos - ainda os faço. Eu os tinha visto em seu lado mais feio e praticamente fiz minha cabeça de que amor e compromisso eram falhos, imaginários, mas depois London apareceu e mudou meu ponto de vista - eu mudei. E eu não entendo por que, o que tinha sobre ela que me fez pensar de forma diferente. E agora ela se foi e eu ainda tenho que encontrar alguém que me faça repensar minha distorcida, mas perspicaz visão sobre amor eterno e interminável. Eu não tenho sido capaz de tirar os olhos da pulseira desde que me deitei. Está ali na minha frente, lembrando-me de tudo que aconteceu entre London e eu e tudo o que não aconteceu.


— Você é um cara tão bonito, — London costumava dizer o tempo todo. Na verdade, ela praticamente cantava para mim. —razão pela qual você pode conseguir usar uma pulseira. Eu balancei minha cabeça. — De jeito nenhum que vou usar uma pulseira. — Mesmo que seja meu? — Ela perguntou com diversão enquanto traçava os dedos pelo meu rosto. — Mesmo que seja seu. — Eu era um idiota com ela, totalmente no personagem idiota do meu pai e sempre vou me odiar por isso. O fato é que ela nunca realmente parecia se importar. Eu nunca soube o que ela estava pensando ou sentindo e ela nunca chegou a me ver usar a pulseira. Eu poderia colocá-la agora, mas qual seria o ponto. Ela não tem mais qualquer significado, sem conexão com qualquer coisa real. É praticamente apenas um pedaço de couro com "E & L" estampado nela. Inclino-me para frente, observando-a de perto, percebendo que ela também poderia representar Ethan e Lila, o que só me faz doer mais porque estou pensando em Lila ao invés vez de London. O que realmente quero é não estar pensando em alguém. Eu quero silêncio. Solidão. Eu quero que meus malditos pensamentos desliguem. Balançando a cabeça, lanço a pulseira de lado, fora da minha linha de visão. Eu preciso sair de casa, caso contrário vou derivar para aquele lugar onde fico preso em minha própria cabeça e praticamente me tranco em uma caixa. Minha mãe sempre chamou isso de ser insociável e alguns psiquiatras se referem a isso como ansiedade social e eu chamo isso de saber demais. Um casal de psiquiatras queria me colocar em impor algo para isso quando eu tinha uns quatorze anos quando fiquei super estressado com a ideia de começar a escola, não porque estava com medo, mas porque parecia que havia muitas pessoas simplesmente se movendo juntas em rebanhos. Tudo o que conseguia pensar era a perda de paz e tranquilidade que eu tinha ganhado durante o verão e todas as outras coisas que prefiro fazer.


Eu sempre amei o silêncio, embora nunca tenha realmente tido muito disso. Quando estava crescendo, eu tinha os meus irmãos sempre batendo em mim. Então eles saíram e fiquei com o meu pai sempre gritando compara minha mãe e às vezes ele até mesmo batia nela. Eu tentei interferir e acabei levando alguns golpes, o que foi excelente, exceto que ambos meu pai e minha mãe acabaram com raiva de mim. Minha mãe disse que eu não tinha necessidade de interferir em coisas que não eram da minha conta. Eu tinha, tipo, treze anos e isso me confundiu totalmente. Quando lhe perguntei o porquê, ela simplesmente disse: — Porque eu amo o seu pai mais do que tudo e ele está apenas passando por um momento difícil em sua vida. — Assim como ele estava quando eu estava na segunda série e ele era viciado em analgésicos. Às vezes eu me preocupo que vou ficar como ele, que, eventualmente, vou acabar com alguém e essa pessoa feia abusiva vai se manifestar dentro de mim. Eventualmente, meu pai parou de bater em minha mãe - embora até hoje ele ande em cima dela, mas ainda vi o suficiente do feio, e quão facilmente isso foi esquecido, que realmente questiono por que os relacionamentos são tão importantes. Mesmo com London, eu não vi a importância de declararmos que estávamos juntos. Nós nunca dissemos "eu te amo", mesmo que eu achasse que sentimos isso. Às vezes eu acho que eu ainda sinto... talvez... eu acho isso de qualquer maneira. Merda, eu não tenho ideia. — Eu realmente preciso sair daqui. — Empurro-me de minha cama, pego meu celular e chaves, e saio pela porta. Penso em ir para um clube, mas odeio o barulho. Eu considero um bar, que é menos barulhento, mas honestamente só quero caminhar, avançar, parar de ficar parado. Eu tomo um táxi para o centro, peço uma bebida neste edifício que é uma réplica menor da Torre Eiffel, e depois ando pé pela calçada lotada, empurrando o meu caminho através da multidão, desejando que eu estivesse em algum outro lugar. É tão alto como em um clube, mas


estou ao ar livre por isso é mais fácil de respirar através disso. Vagueio bebendo minha bebida, observando as luzes de neon piscando. Por um tempo considero chamar Lila e lhe pedir para vir se encontrar comigo, mas tenho medo do que vai acontecer se ela vier. Sinto-me mal por ignorá-la, mas estou em um dos meus humores de preciso-transar, que é a melhor maneira de desligar meus pensamentos, e com Lila ao redor, eu poderia acabar quebrando as regras que estabeleci com ela. Então o quê? Nós fodemos e as coisas ficariam difíceis e todos aquelas divertidas, conversas leves que temos, e as missões de resgate, iriam ficar estranhas e provavelmente desaparecer. Todo mundo está nas calçadas e nos clubes, falando, conversando, sorrindo, tateando a merda do outro. Enquanto estou jogando meu copo vazio longe, vejo algumas meninas com vestidos ridiculamente curtos. Uma está me encarando e penso: Agora aí está a distração que eu estava procurando. Afasto todas as minhas emoções antes de me aproximar delas. Micha costumava fazer essa merda comigo o tempo todo, o que tornou isso mais fácil. Eu pego a morena em um vestido de couro vermelho por nenhuma outra razão além de que ela parece mais interessada em mim do que as outras duas. Eu paquero e sorrio para ela e andamos para cima e para baixo na rua juntos. Ela continua correndo os dedos para cima e para baixo do meu peito e batendo os cílios. — Nós deveríamos voltar para o seu lugar, — ela finalmente grita sobre o ruído quando chegamos ao coração dos cassinos. Concordo com a cabeça, mas me certifico de mostrar as regras do jogo: sempre as deixando saber onde estou. — Nós podemos fazer isso, mas só para você saber, eu só quero foder. Não estou à procura de um relacionamento. — Eu sou franco, mas tenho que ser. A última coisa que quero é ser um enganador e nem machucar alguém ou tê-las se agarrando a mim.


Ela sorri para mim enquanto traça meu lábio inferior com a unha do dedo mindinho. — Isso é tudo que eu quero, também. Cerca de uma hora mais tarde, estou comendo-a em meu apartamento e não há nenhum significado por trás disso. Ela está me usando e eu estou usando ela. Nós somos apenas a casca de pessoas com o calor do corpo que não têm absolutamente nenhuma substância para eles no momento, além do que estamos procurando - paz e tranquilidade. Eu nunca encontrei isso, no entanto. Mas isso pode ser porque nunca me permiti. Em algum lugar perco a noção de como ela é e a imagino com o cabelo preto curto, como London, e quanto mais isso continua mais ela começa a se parecer com Lila. É completamente bagunçado destrói o propósito de estar fazendo sexo e tentando esquecer meus problemas. Eu não quero pensar em Lila - Eu não quero pensar em nada. Eu só quero uma cabeça limpa, e quando acabar voltar a ficar sozinho, seguindo minhas regras, então não tenho que me aproximar de alguém e seguir em frente. Deixar ir. Aceitar a realidade de que London nunca mais vai voltar para mim e que ela não está porque escolhi deixá-la ir embora. Uma vez que terminamos de foder, ela levanta-se e me agradece, enquanto se veste e os pensamentos sobre London se afastam enquanto a exaustão toma conta de mim, mas Lila permanece em minha cabeça enquanto me pergunto o que ela está fazendo neste exato momento. Eu murmuro um "de nada" e depois ela sai, sem me dar o número dela. Eu rolo na minha cama, sentindo-me sozinho e tranquilamente satisfeito por dentro, exatamente como quero estar. Eu olho para o relógio e percebo que são apenas nove horas, apesar de tudo. Foda-se. O que diabos eu vou fazer pelo resto da noite? Balançando a cabeça, viro e pego o meu diário, fazendo a única coisa que posso fazer para passar o tempo e tentar não pensar em London e a última vez que a vi. Eu nunca posso esquecer isso, como me


afastei dela. Eu acabo escrevendo sobre a manhã que descobri que ela tinha ido embora, mesmo que tivesse prometido a mim mesmo há muito tempo para esquecer isso. Mas não consigo me esquecer. O telefone toca. É como uma música. Uma música muito chata que tem um tom sombrio e letra cheia de angústia e remorso. Eu nem sei ao certo como sei que é uma notícia ruim. Somente sei, e quando atendo o telefone e ouço o soluço, sei que ela se foi, mas não da maneira que eu esperava. Ela se foi. Mas ela não foi. Ela está entre a vida e a morte. Perdida. Talvez para sempre. Talvez não. Quem sabe? Ninguém parecia saber muito, e no final a verdadeira London tinha ido embora, sua mente sempre morrendo, indo cada vez mais perto da morte, mas justo no último segundo isso fugazmente começa a prosperar de novo antes de iniciar todo o processo. Ela estava sempre meio enfraquecida, esfomeada, não curada, mas curada ao mesmo tempo. Isso nunca fez sentido. Nada disso fez com ela. Nada disso nunca faz.


Capítulo Três

Lila Eu amo fazer compras, provavelmente até demais. Gastar dinheiro e comprar roupas, por qualquer razão, preenche o vazio dentro do meu coração. Minha mãe costumava me arrastar junto com ela todo o tempo, enquanto fazia compras. Ela ia nessas exorbitantes farras de gastos cada vez que meu pai a tinha aborrecido. Em vez de confrontá-lo, ela comprava coisas e, em seguida, colocava tudo e fazia-se bonita. Lembro-me de vê-la colocar novos vestidos, sapatos e joias, e então ela ficava na frente do espelho e admirava-se com um sorriso no rosto. — Não estou bonita? — Ela tinha me perguntado e eu sempre acenava, porque ela sempre foi linda e fascinante para mim. Ela tinha virado para mim e me examinado superficialmente, como se eu fosse uma boneca, às vezes até me deixava experimentar algumas de suas coisas. —Um dia, quando estiver mais velha, você vai ser tão bonita quanto eu, Lila. — Mas e se eu não for? — Eu tinha perguntado, porque algumas das pessoas mais velhas em torno do bairro que eu tinha visto não eram tão bonitas como minha mãe. — E se eu não ficar tão bonita quanto você? Ela colocou um par de brincos de diamantes que brilhavam com a luz que fluía do lustre. — Você tem que ter certeza de que você é Lila. Nenhum homem quer uma mulher feia. Mesmo com a idade que eu tinha, posso lembrar de ter pensado como estranha a sua resposta foi, especialmente porque minha professora estava sempre a nos dizer que a beleza estava mais no interior do que no exterior. Ainda assim, algo sobre suas palavras prenderam em mim e, sempre que tenho uma roupa nova e a coloco, ela temporariamente me faz sentir bonita. Se o sentimento pudesse apenas


durar. Então eu poderia parar de gastar tanto dinheiro e não estaria quebrando, nem teria que tomar os comprimidos. Eu vou pensar em alguma coisa, no entanto. Um dia. — Sério, Lila, — Ethan reclama enquanto me segue pelo shopping. Ele tem estado em um modo deprimente nas últimas vezes que estivemos juntos, mas hoje ele está extremamente pra baixo, porque ele odeia compras. — Sem mais compras. Eu não aguento mais. Ele está usando um par de jeans solto que estão desgastados na parte inferior e há um buraco na bainha de sua camisa xadrez verde e preta. Ele tem uma variedade de faixas de couro no pulso, os quais parecem artesanais. Se ele ao menos tivesse tentado se vestir bem, então ele seria tão sexy que seria impossível para qualquer menina desprezá-lo. Não é como se tivesse muito que fazer. — Não é tão ruim assim, — eu digo, tecendo em torno da seção de camisa do departamento de homens. Estou fazendo compras embriagada, não mencionando o fato que ingeri três comprimidos antes de sair. Sinto-me euforicamente feliz no momento, tão feliz, na verdade eu acho que o meu sorriso pode ser real. — Nós estivemos fora por apenas, algumas horas. Ele exageradamente arregala os olhos quando vira o pulso para verificar o tempo em seu relógio. — Nós estivemos fora por muitas horas. Eu vasculho a estante de liquidação, porque Ethan nunca vai comprar qualquer coisa que não esteja em liquidação. — Desculpe-me, mas eu odeio andar de ônibus e eu precisava para ir às compras. Ele suspira, deixando sua mão cair para o seu lado. Ele está levando minhas bolsas para mim, e estou secretamente rindo. Ele nem sequer disse nada quando eu entreguei a ele, como se estivesse acostumado ao fato de que eu vou lhe pedir para ajudar a carregá-las. — Tudo bem, mas você pode, por favor, se apressar? Eu tenho coisas para fazer.


Eu deslizo um cabide fora da estante e verifico a etiqueta na camisa. É um pouco cara para ele, mas vou tentar de qualquer maneira, porque ela é desse tom claro de rosa pálido e eu amo, amo a cor. — Que coisas? Ele encolhe os ombros. — Qualquer coisa além de fazer compras. Eu seguro a camisa para ele. — Você deve totalmente adquirir esta. Ela vai realçar a cor em seus olhos. — Eu o deslumbro com um sorriso ensolarado. Ele coloca sua língua para fora e faz uma cara de engasgo. — A única vez que eu iria vestir uma camisa como esta é se por algum motivo insano eu quisesse ter minha bunda chutada. — Não é tão ruim assim, — eu digo, inclinando a cabeça para o lado enquanto a posiciono mais em seu peito. —É rosa. — Sua expressão é neutra. —Um rosa bonito, — eu indico, sorrindo para ele. Ele só olha para mim. — Oh bem, que seja. — Eu reviro os olhos, mas sorrio enquanto coloco a camisa de volta onde a encontrei e viro para encará-lo. — Eu tento ajudar, mas você nunca me deixa. Você poderia se vestir de modo muito mais agradável. — Eu tapo o buraco em sua camisa com meu dedo. — Eu não preciso me vestir melhor, — ele diz. — O que preciso é dar o fora daqui. Odeio fazer compras, shoppings, lugares lotados, onde todos estão agindo como loucos por dinheiro. Além disso, — ele diz e arqueia as sobrancelhas, — Você já pagou o seu aluguel? — Sim, — eu minto frustrada com ele por estragar meu bom humor criado a partir do equilíbrio perfeito entre comprimidos e roupas


novas. Ando apressadamente ao redor, esperando que ele não vá notar minha abrupta mudança de humor. Seus dedos se envolvem em torno de meu braço e me impedem de ir mais longe. — Lila. Eu giro minha cabeça para trás enquanto deixo escapar um suspiro de frustração. — Oh, tudo bem. Eu não paguei ainda, mas eu vou. — Com que dinheiro? — O dinheiro que eu tenho. Ele segura no meu braço, recusando-se a me deixar ir. — Você está sendo enigmática. Isso é porque eu não tenho uma resposta. Eu torço meu pescoço e olho para ele. — Olha, eu vou pagar isso. Na verdade, essas roupas que estou comprando são para que eu possa ir me candidatar a empregos. — Uma grande mentira, mas não quero que ele me chateando quando estou realmente me sentindo bem por dentro. Ele não parece acreditar em mim, mas solta meu braço. —Faça-me um favor, pague as coisas que você tem e, em seguida, vem comigo a algum lugar. Eu tenho algumas camisas sobre o meu braço e uma saia. — Onde? — Algum lugar que eu quero ir, — ele diz, inclinando seu cotovelo na prateleira ao lado dele. — Acho que se eu posso passar o dia fazendo compras, então, você pode gastar algum tempo fazendo o que eu quero fazer. — Não é um clube de strip, é? — Será que isso importa? — Ele pergunta curioso. — Você iria comigo se eu quisesse ir para um clube de strip?


Eu posso sentir minhas bochechas queimando, o que não acontece com frequência. — Eu não sei. Eu não posso pegar herpes ou algo apenas indo lá? Ele bufa uma risada. — Isso depende do que você está tocando. Minhas bochechas queimam ainda mais, algo que só Ethan é capaz de causar. — Eu não estarei tocando em qualquer coisa. Ele me olhou de um jeito esquisito e então seus olhos escureceram. — Mas você iria comigo, então? Eu mordo meu lábio. Eu não sei por que, mas a ideia de ir a um clube de strip com ele parece impertinente e meio que sexy. Posso imaginá-lo ficando ligado e o olhar em seu rosto seria totalmente quente. Jesus. Eu estou ficando quente só de pensar nisso. — Eu vou pagar minha roupa. — Eu apressadamente me dirijo para a caixa registradora, esquivando do assunto. Sua risada ecoa a minha volta e tenho o desejo de me virar e bater em seu braço ou algo assim. Honestamente, o que tenho o desejo de fazer com ele nunca deve ser feito no meio de uma loja. Seria algo que poderia acontecer só no quarto. Seu quarto, provavelmente, já que eu vou acabar sendo expulsa do meu. Porcaria. O que eu vou fazer? Enquanto a pressão da realidade cai sobre meus ombros, eu quase coloco as roupas de volta, porque sei que não devo estar comprando-as. Mas então eu penso sobre o quão bem eu vou parecer nelas e como, realmente, a minha aparência é tudo que eu tenho. Então coloquei as roupas no balcão, fazendo exatamente o que me foi ensinado a fazer.

Ethan Eu estou fazendo-a me pagar por me arrastar ao redor do shopping. Eu odeio fazer compras, observando as pessoas comprarem


coisas que realmente não precisam. É tão inútil. Dê-me uma camiseta, jeans e um par de boxers e estou seriamente pronto para uma semana. — Eu não posso acreditar que você está me obrigando a fazer isso, — Lila reclama depois que eu a levo para onde quero ir. — Eu odeio ficar suja. — Eu não posso acreditar que você me fez levar suas bolsas, — eu respondo, sorrindo para o limpo, azul, não poluído céu. — Eu odeio fazer compras. Estamos no meio do deserto, longe da cidade, muito longe em distância, juntamente com o barulho e o caos da mesma. O sol está brilhando sobre nós e há um pouco de areia sobre o cobertor que estamos espalhados. Estamos lado a lado em nossas costas, olhando para o sol. Lila tem seu braço sobre a testa, agindo de maneira excessivamente dramática e eu tenho minha mão debaixo da minha cabeça, sentindo-me totalmente no meu elemento. O silêncio. O espaço vazio. Eu amo isso. Faz toda a porcaria confusa na minha cabeça limpar. Eu só desejo que eu pudesse agarrar-me a isso. — Eu não fiz você carregar minhas bolsas, — ela protesta. — Eu só entreguei a você e você levou. — Você está certa, — eu disse, fechando os olhos enquanto o ar fresco me cobria. — Eu acho que eu sou um otário, então. — Vocês totalmente é, — ela comenta. — Mas um otário sexy. Isso aumenta a quietude entre nós. Não é novidade que Lila acha que sou sexy. Ela da em cima de mim demasiadas vezes por isso não ser evidente, mas isso ainda faz as coisas tensas entre nós e a tensão sexual aumenta. —Um dia eu só vou arrumar minha merda e ir embora, — eu digo, causalmente mudando de assunto. — Eu realmente quero passar um ano apenas dirigindo por todo o país, passeando.


Ela está quieta por um momento, refletindo sobre algo mais. — Mas onde você vai morar?" — No meu caminhão. — Em seu caminhão? — ela diz. Eu sinto ela se deslocar e eu abro meus olhos, piscando para ela enquanto ela paira sobre mim atônita, com um olhar horrorizado no rosto. — Como isso é possível? Quero dizer, onde você vai dormir? Eu dou de ombros. — Ele tem um banco traseiro. O que mais eu preciso? —Humm, água corrente, um vaso sanitário, uma geladeira. Roupas. Sapatos. Jesus, eu poderia continuar. — Ela senta-se ereta, dobrando suas pernas sob ela para levantar-se sobre os joelhos. — E onde você iria manter todas as suas coisas, como a sua televisão? Eu dou de ombros novamente. —Honestamente, eu estaria bem em deixar todos para trás, mas eu provavelmente só pegarei uma unidade de armazenamento, então não tenho que começar tudo de novo se eu decidisse me estabelecer de novo. Ela parece estar irritada, o rosto severo, seu olhar quase me cortando. — Mas você já tentou toda a coisa de solitário quando você fez aquela viagem de carro e não deu certo. — Deu certo, mas Micha me pediu para ir para Vegas com ele para que ele pudesse estar perto de Ella e ele não podia se dar ao luxo de fazer isso sozinho. — Eu me escoro em meus cotovelos. — Eu estava indo muito bem em estar na estrada sozinho. Foi a minha simpatia que ficou no caminho disso. Ela levanta as sobrancelhas enquanto reúne os cabelos na parte de trás do pescoço dela, abanando a mão na frente do rosto como se sua pele umedecesse com o calor. — Você está sempre me dizendo que você não está bem. — Sua voz é firme e seu rosto aflito.


— Eu normalmente não estou. — Sento-me e escovo um pouco de areia do meu cabelo. — Por que isso está te incomodando tanto? — Não está, — ela vocifera, virando as costas para mim. — Eu só estava me perguntando o porquê. Isso é tudo. Eu fico olhando para a parte de trás de sua cabeça enquanto ela repousa o queixo sobre os joelhos, olhando para a terra do deserto. — Parece que você está incomodada, — eu indico. Seus ombros levantam e descem quando ela dá de ombros. — Se você for, então eu vou estar sozinha. — Ela murmura tão baixinho que mal posso ouvi-la. Estou em silêncio por um tempo, inseguro sobre o que dizer ou se há alguma coisa que eu possa dizer - queira dizer. — Você pode vir comigo. — Isso escapa e eu quero bater-me na cabeça. Levá-la comigo iria contra o objetivo de escapar do barulho e das pessoas, mas ao mesmo tempo eu sei que sentiria falta dela, se a deixasse para trás. Ela olha por cima do ombro com ceticismo no rosto. — Você poderia me imaginar vivendo em seu caminhão, porque tenho certeza como o inferno que não posso. — Por que não? — Mais uma vez, o que há de errado com a minha boca? Por que não posso deixá-la ir? Ela está me dando um fora tão fácil para um enorme compromisso que não devo estar tomando. — Porque. — Essa é a razão mais idiota que já ouvi. — Porque eu não entendo por que alguém iria querer dar o fora de uma cidade onde você tem tudo na mão e viver em um caminhão, onde você não tem nada, além do banco de trás. É praticamente como ser sem-teto.


Eu me ajoelho atrás dela, aproximando dela, então, hesitante coloco minha mão em seu ombro. —Feche os olhos. Ela se inclina para longe, como se eu estivesse assustando ela. — Por quê? — Porque vou provar o que é tão incrível sobre minha ideia. — Eu espero que ela faça o que peço e ela teimosamente arrasta isso por mais tempo do que o necessário, então, finalmente se rende e vira. — Tudo bem. — Sua voz suaviza um pouco. — Mostre-me o que há de tão bom sobre um banco traseiro. —Há um monte de coisas boas sobre um banco traseiro, — eu brinco com a voz baixa e, em seguida, mergulho meus lábios em direção ao seu ouvido e sussurro: — Agora feche os olhos. Eu espero que ela argumente, mas ela de muita boa vontade obedece, fechando os olhos no segundo que proferi as palavras. Eu fechei o meu também, mas apenas porque estando tão perto dela, respirando o cheiro dela, sentindo o calor emitindo do corpo dela está deixando meu corpo em um frenesi. — Agora, imagine nada além de montanhas, — digo baixinho, eu mesmo imaginando. — Nenhuma cidade. Nenhum ruído. Nenhuns pais malucos que agem como crianças e tratam seus filhos como merda. Sem nada. Apenas o silêncio. — Parece um lugar muito solitário, se você me perguntar, — ela me diz. — Só eu e a sujeira e o silêncio. Embora eu não me importasse de estar sem a parte dos pais. — Você não estaria completamente sozinha. — Eu varro a cabeça para o lado e descanso meu queixo em seu ombro. — Você estaria comigo.


Ela faz uma pausa por uma eternidade e sua respiração está irregular. Ou talvez seja a minha. — O que faríamos neste lugar montanhoso juntos? — ela diz. — Qualquer coisa que quiséssemos. — Caminhada? — Há desdém em sua voz. — Talvez, — eu digo. — Ou talvez nós tivéssemos apenas sentado e desfrutado da companhia um do outro no silêncio. Ela muda seu peso e coloca as mãos debaixo de suas pernas, recostando-se contra meu peito. — Isso meio que soa agradável. — Sim? — Sim. Por mais estranho que seja, e por mais que Lila possa ser uma dor na bunda, eu realmente posso nos imaginar sentados juntos nas montanhas em silêncio, vivendo em meu caminhão, dirigindo para nenhum lugar e em qualquer lugar. Juntos. E o conforto com a ideia é meio que assustador, porque isso significa que estou pensando sobre o nosso futuro. Juntos. Merda. Eu penso em me afastar dela, colocando um pequeno espaço entre nós, porque, obviamente, estou indo por um caminho que eu não deveria estar indo. O sonho de viver na estrada sempre foi um que eu tinha planejado para viver sozinho e agora, de repente estou dizendo a Lila que ela deveria vir comigo. Deus sabe o que aconteceria entre nós se vivêssemos em um caminhão juntos. Iríamos realmente ficar mais próximos ou acabar odiando um ao outro. Ou talvez ambos. Mas não consigo me mover e quebrar o momento de paz. Então, em vez disso, sento-me e coloco minhas pernas e braços ao redor dela e nós apenas sentamos lá no sol, curtindo um ao outro na tranquilidade.


Capítulo Quatro

Lila É incrível como em um momento a vida pode ser bonita, e depois você volta para casa – para a realidade - e lembra de que a beleza não é tudo e que a parte feia dolorosa sempre vai existir na forma de dívidas, más escolhas, e minúsculas pílulas brancas. Em que ponto você finalmente admite que sua vida esta caindo aos pedaços, não apenas para si mesmo, mas para o mundo exterior? Quando devo finalmente dizer a alguém o que está realmente acontecendo? Que estou praticamente pobre, em breve, sem-teto, sem carro, sem emprego, sem tudo. Que minha mãe estava certa. Eu não era nada sem a ajuda deles. Pensei em contar a Ella uma vez, um par de meses antes de ela sair para a Califórnia, sobre o meu pouco dinheiro e até mesmo meus problemas com pílulas, mas então lembrei o que eu tinha sido ensinada e decidi que era melhor manter a boca fechada. Além disso, agora ela tem a sua própria vida com Micha. E eu estou aqui, pensando o que devo fazer com a minha vida, porque eu quero fazer alguma coisa qualquer coisa. Gostaria de saber quanto tempo posso continuar assim, desmaiando, tendo relações sexuais imemoráveis, como fiz na outra noite com um cara aleatório que conheci em um clube. Foi depois que Ethan sugeriu nossa viagem juntos, mesmo que eu ainda não esteja certa se ele estava falando sério. Depois disso, ele teve que me deixar no meu apartamento porque tinha coisas para fazer e o vazio e o silêncio me desgastaram e fui à procura de alguém para consertá-lo, depois de ter tomado alguns comprimidos. Eu tenho considerado dizer a Ethan sobre os meus problemas, algumas vezes, porque sei que ele usou drogas no passado e pode entender o que eu estou passando, talvez apenas um pouco. Embora, não é realmente o mesmo. Quero dizer que ele fumou maconha e outras coisas e eu só ingiro pílulas.


— Terra para Lila. — Ethan balança sua mão na frente do meu rosto. Eu pisco e depois mudo meu foco para ele. Ele balança a cabeça em descrença quando empurra para cima as mangas de sua camisa xadrez preta e vermelha, que tem um bolso frontal rasgado. — Você apenas esteve fora, por tipo, cinco minutos direto, — ele diz, descansando seus braços pesadamente pintados sobre a mesa. —Bem, talvez seja porque você é tão entediante, — eu brinco com um sorriso, mexendo meu chá gelado Long Island com meu canudo. Nós estamos em um bar tranquilo, com pouca iluminação e pequenas lanternas em cada mesa. A música soa a partir de uma jukebox no canto perto dos banheiros e temos um prato com bastões de mussarela, pimenta jalapeño e asas quentes na nossa frente. Normalmente, não é o meu tipo de cena - Eu gosto mais de brilho e glamour, com uma atmosfera mais espumante, música elegante, comida mais extravagante e bebidas caras. Mas estou gostando, por algum motivo bizarro, talvez porque me sinto muito suave. Ou talvez seja por causa de Ethan. — Você mal disse duas palavras para mim. — Na verdade, acho que foi cinco, — ele diz com indiferença, mas os cantos de seus lábios curvam. Ele pega o copo de água gelada e toma um gole. — Desde quando você bebe água? — Eu observo e envolvo meus lábios em torno do canudo, tomando um gole da minha bebida. — Eu acho que preciso de uma pausa na bebida. — Ele come com os olhos uma loira vestindo uma saia de couro brega e um top colante rosa brilhante no bar e eu tenho que resistir à vontade de esbofeteá-lo contra a parte de trás da cabeça. — Está ficando cansativo. — Eu ouvi você, — digo e ele arqueia uma sobrancelha, olhando para a bebida na minha frente. — Não, não é sobre beber. Sobre outras coisas.


— Como o quê? — Ele pega um bastão de mussarela e o mergulha no molho marina. — Como coisas, — respondo vagamente, em seguida, chego a uma pimenta jalapeño. Levei um tempo para realmente tentar uma, porque a ideia de comer algo que tinha a palavra "pimenta" parecia repulsivo. Mas elas são realmente boas. Muito melhor do que os aperitivos dos restaurantes que eu cresci comendo. — Se importa de compartilhar as coisas? — Ele tem um pouco de queijo no queixo do bastão de mussarela. Mordendo o lábio para me impedir de sorrir, estendo o braço por cima da mesa e limpo o queijo, deixando meus dedos roçarem a barba no queixo, fingindo que é por acidente, quando na verdade eu só gosto de tocá-lo. Seus olhos castanhos ampliam e seus lábios se separam enquanto me inclino para trás. — O que você está fazendo? — Ele pergunta. — Você tinha queijo em seu queixo, — eu explico, sacudindo o queijo para o chão. Ele rapidamente enxuga o queixo com a mão e eu rio. — Eu acabei de tirá-lo. Duh. Ele revira os olhos. — Eu estava apenas tendo certeza que você tirou tudo. Eu mergulho um bastão no molho ranch. — Eu tirei tudo, então relaxe. Eu nunca iria deixá-lo andar por aí com queijo pendurado fora em seu rosto, — eu brinco. — Embora, seria meio que divertido assistir você flertar com a puta lá no bar com queijo em seu rosto. Os cantos dos seus lábios curvam enquanto ele me assiste mastigar e ele se inclina para trás em sua cadeira. — Tenho certeza de que ainda poderia convencê-la a me deixar fodê-la. Eu jogo um bastão de mussarela nele, mas ele abaixa e eu erro sua cabeça. — Você é um idiota.


— Por quê? Porque eu digo a verdade. — Nas formas mais sujas. — O quê? Dizer foder é sujo? — Ele pergunta. — Você prefere que eu diga, me deixar transar com ela? Comer ela? Deixá-la me montar? Dar lhe o mais quente, o mais suado, o mais excitante beijo, o melhor orgasmo que ela provavelmente vai ter? — Sua voz está ficando mais alta e as pessoas estão nos observando, o que parece apenas diverti-lo enquanto ele me envergonha. — Ethan, por favor, mantenha isso baixo, — Eu assobio, olhando para as mesas ao nosso redor, envergonhada, mas uma risadinha escapa dos meus lábios. — As pessoas estão nos observando. —Faça

a

suja

desagradável

comigo?

Continua

ele,

despreocupado, os olhos castanhos escurecendo enquanto ele se inclina para trás em sua cadeira, olhando-me com um sorriso arrogante no rosto. —Foder os miolos dela? Ou devo apenas fazer os ruídos para você, para que você realmente imagine? — Ele inclina a cabeça para trás, o cabelo negro caindo sobre seus olhos, e começa a fazer pequenos gemidos. Mesmo que seja constrangedor, isso também está me deixando ligada. Especialmente como seus lábios hipnoticamente se movem e a forma como a luz reflete em seus olhos e os fazem parecer brilhantes. Pare de pensar sobre ele assim. Ele fez suas regras por uma razão. Balançando a cabeça e o sentimento pré-orgásmico do meu corpo, inclino-me sobre a mesa e cubro seus lábios gemendo com minha mão. — Ok, eu entendi. Você vai parar agora? Seu sorriso amplia contra minha mão e eu a retiro, sentando-me na cadeira. — Eu ganhei, — ele diz e pisca para mim. Eu balanço minha cabeça, mas sorrio alegremente. — Para o registro, fodê-la e foder os miolos dela são praticamente a mesma coisa.


Ele cobre a boca com a mão, contendo o riso, porque ele sempre parece pensar que é engraçado quando digo a palavra F. Na verdade, ele joga a culpa disso em sua má influência sobre mim. — Ah, eu discordo completamente. Vai muito mais esforço em foder os miolos de alguém. Quero discutir com ele, mas me paro, porque mesmo que tivesse tido um monte de sexo, eu tive um monte de sexo sem sentido, o que não faz de mim uma especialista. Eu sempre quis saber como o sexo seria se eu não estivesse alta de álcool e/ou pílulas. Será que seria diferente? Eu me sentiria diferente, menos sem valor, ou me sentiria mais? Será que, finalmente, seria bom uma vez? Quente, suado, e beijo excitante? Eu me pergunto qual seria a sensação com Ethan... Eu mergulho nas asas, comendo uma após a outra, tentando conter meus pensamentos dirigidos a sexo. Ethan devora a pimenta jalapeño e continua a verificar a puta no bar, que agora notou ele, provavelmente por causa dele gemendo e suspirando. Ela parece interessada e ele provavelmente vai voltar para casa com ela, o que é bom. Eu o vi fazer isso uma tonelada de vezes. Ethan finalmente rasga sua atenção dela e parece que quer dizer algo, mas está cauteloso sobre isso. Eu acho que ele provavelmente está prestes a perguntar se pode ir fazer sua coisa com ela e eu me preparo para o soco no estômago que sempre sinto quando ele faz esse tipo de coisa. Ele solta um suspiro e mechas de seu cabelo flutuam para o lado de seu rosto. — Você já cuidou da coisa com o seu aluguel? — ele pergunta, me surpreendendo completamente. —Hum ...o que... oh, sim eu fiz, — eu minto, lambendo um pouco de molho de churrasco do meu lábio. Ele ergue uma sobrancelha para mim com ceticismo no rosto. — Lila.


— Não me venha com Lila. — Eu soo chorona e limpo minha garganta, pegando um guardanapo. — Ok, então eu não resolvi ainda, mas estou trabalhando nisso. Eu só preciso conseguir um emprego, mas eles são realmente difíceis de encontrar. Ele levanta um dedo por cima do ombro, apontando para o bar, onde um cara está limpando vidros com uma toalha. — Eles estão contratando aqui. Eu olho para o bar enquanto limpo o molho barbecue dos meus dedos. — Sim, por uma garçonete. — Então? — Então, eu não posso ser uma garçonete. — Por quê? Você pode acabar sendo boa nisso. — Ele se inclina para frente, apoiando os braços sobre a mesa, e diversão dança em seus olhos. — E pense em todas as gorjetas que você obteria se você usasse um pequeno, vestido decotado que mostrasse todos os seus bens. Reviro os olhos. — Você sabe que não me visto desse jeito. —Bem, você sempre pode usar aquela sua toalha, — ele diz com uma voz rouca. — Você parecia boa nela. Parece que estou caindo, o ar fica preso em meus pulmões e meu coração vibra ao ver o olhar encoberto que ele está me dando. Estou prestes a lhe perguntar se ele gostava da toalha, porque eu iria seriamente colocá-la para ele, aqui e agora, quando ele estoura uma gargalhada. —Relaxa, só estou brincando com você — Ele apanha uma asa e dá uma grande mordida. — Eu prefiro que você não se vista assim em público. Eu engulo a seco, sentindo-me uma idiota. É claro que ele está apenas brincando. Ele sempre está. E é assim que deveria ser entre


nós. Apenas amigos. Mas então o que diabos foi isso de hiperventilar, a sensação de queda-de-um-precipício, então? — Eu sabia que você estava, — eu minto, parecendo pateticamente decepcionada e me sentindo estranhamente confusa interiormente. Sua expressão cai um pouco e ele força o pedaço de frango para baixo de sua garganta. — Você está bem? — Eu estou perfeitamente bem. — Eu coloco uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha enquanto me inclino para frente na cadeira e enterro uma asa no molho ranch, mordendo forte minha língua enquanto me esforço para conter as lágrimas. Pare com isso. Você nunca fica chateada com um cara assim. Componha-se. — Eu só estou pensando que você está certo e eu preciso de um emprego, mas não aqui. — Meu coração está doendo dentro do meu peito e eu não sei por que, mas me sinto furiosa. — E só porque gosto de sexo não significa que vou usar o meu corpo por dinheiro. — Eu disse a você que estava apenas brincando sobre a toalha. — Suas sobrancelhas abaixam enquanto ele me estuda. — Eu já te disse que não penso em você desse jeito. — Que maneira? — Eu vocifero, deixando a asa cair de volta para a cesta. —Uma puta. Uma parceira sexual fácil. Uma prostituta. — Eu odeio a palavra prostituta. Odeio-a! Mas ela resume o que sou realmente bem. Ele levanta as mãos exasperadamente. — Olha, eu não quero brigar com você. Estou apenas tentando ajudar, mas é evidente que não estou fazendo isso, então vou recuar. —Bem, eu não quero a sua ajuda, porque eu não preciso de ajuda. — Eu me empurro para longe da mesa, meu coração acelerado. Já é hora para outra pílula? Eu sinto que estou falhando. Eu giro em torno da mesa, pegando minha bolsa nas costas da minha cadeira, em seguida, me dirijo para a saída e empurro as portas da frente, saindo para a rua.


Eu começo a andar pela calçada movimentada, procurando nas ruas por um táxi desde que não dirigi até aqui. Eu começo a torcer o anel de platina no meu dedo enquanto minhas emoções assumem e a necessidade de tomar um medicamento queima dentro de mim. Eu sei que estou agindo de maneira ridícula e provavelmente pareço louca por causa da minha abrupta mudança de humor. Eu poderia dizer que estou assim unicamente pelo fato de que preciso de uma pílula, mas é muito mais profundo - como o fato de eu ter tantas contas e nenhum dinheiro sobrando, que estou provando que meus pais estão certos e eu não posso cuidar de mim mesma, que estou indo a lugar nenhum com a minha vida e não tenho nenhuma ideia de como mudar isso. E depois há o Ethan. Deus o amaldiçoe por ser tão sexy. Sério. Eu gostei dele desde o primeiro dia que o conheci e fica cada vez mais difícil estar perto dele quando está claro que ele não me quer, pelo menos não como eu quero. Ele só me provoca. Puro e simples. Eu chego à esquina da calçada e olho para à esquerda e para à direita antes de sair do meio-fio. O céu da noite está nublado e há o mais leve cheiro de chuva no ar. Eu espero que não comece a chover, porque não tenho um casaco e eu estou usando sapato alto de cetim aberto e água irá arruiná-los. — Lila! — Eu ouço Ethan gritar enquanto eu chego ao outro lado da rua. Não tendo nenhum desejo de falar com ele agora, eu aumento o ritmo. Eu ouço o som dos seus passos correndo atrás de mim, mas eu só ando mais rápido, enrolando minhas mãos em punhos, e o anel de platina escava minha pele. Eu o aperto ainda mais apertado, super consciente da dor enquanto o metal corta minha pele e de cada cicatriz no meu corpo, todos ligados ao maldito anel. — Caramba, Lila. — Ele está ficando irritado. — Devagar porra.


— Ethan, me deixe em paz, — eu falo por cima do ombro, passando os braços em volta de mim. — Eu não estou com vontade de falar agora. O som de seus passos ficam mais perto enquanto eu ziguezagueio em torno de um grupo de pessoas em pé na frente de um dos cassinos mais antigos. — Eu sei que você não está, mas isso não significa que eu deveria deixá-la sozinha andando na porra da pista por si mesma. Faço uma pausa perto do poste da rua ao lado de uma multidão de pessoas esperando para atravessar e penso se devo virar. Não me movo enquanto seus passos chegam ao meu lado, mas não viro a cabeça e olho para ele também. — Olha, — ele diz ofegante. — Eu não tenho ideia do que aconteceu lá atrás, mas qualquer coisa que eu fiz ou disse para deixá-la furiosa, eu sinto muito. — No ano em que eu tinha conhecido Ethan, eu nunca o tinha ouvido dar um verdadeiro pedido de desculpas. Com os braços cruzados sobre o peito, eu o espreito, sentindo-me um pouco envergonhada pela minha explosão. Ethan parece sincero, seus olhos escuros e ligeiramente largos piscando sob as luzes fluorescentes, e seu peito está se movendo rapidamente enquanto ele trabalha para recuperar o fôlego. — Você não precisa se desculpar. — Eu suspiro enquanto descruzo os braços. — Eu não estou brava com você. Ele passa os dedos pelo cabelo. — Então por que diabos você saiu? Eu dou de ombros, arrastando meus sapatos na calçada. — Eu não sei... Eu acho que estou me sentindo um pouco para baixo ultimamente e eu estava descontando isso em você. — Eu coloco minha falsa, cara de jogo induzida pela pílula e sorrio para ele. — Não é realmente um grande negócio.


Ele toma uma respiração profunda e a libera. — Estressada por causa das pílulas? — Isso entre muitas coisas. — Eu empurro meus dedos contra o botão de faixa de pedestres no poste. —É a sua mãe de novo? — Ele cruza os braços sobre o peito, e eu não posso deixar de notar como seus músculos flexionam sob a arte vibrante em sua pele. — Ela tem lhe perseguido para voltar para casa? Ou é o seu pai? Ele não está sendo um idiota com você de novo, não é? Juro por Deus, Lila, você precisa apenas dizer-lhes para se foder, se eles estão. Eles não merecem sequer saber de você pela maneira que eles a tratam. Eu mordo meu lábio, tentando não olhar para seus músculos magros ou os lábios atraentes ou o fato de que ele só me disse uma das coisas mais doces que eu já ouvi. — Não, eu não tenho falado com ele há meses. Minha mãe está me chamando o tempo todo para voltar para casa, mas isso não é o que está errado. — Você finalmente deu o fora nela? — Tanto quanto eu sempre faço. — Ela foi má com você? Eu dou de ombros. — Não importa mesmo. Neste ponto, quase não me afeta. — Eu sou uma mentirosa e eu acho que ele pode dizer. Sua testa vinca enquanto ele estuda meu rosto. — Você quer me dizer o que a está incomodando ou devo continuar adivinhando? A luz pisca para ir em frente e atravessar a rua e eu passo fora do meio-fio. Ele caminha comigo, mantendo-se perto ao meu lado enquanto eu manobro no meio da multidão que vem contra nós. Eu quero lhe dizer o que está errado, mas não estou cem por cento certa do que está me incomodando ainda. Se é o dinheiro, a solidão que eu tenho sentido durante o último mês, o fato de que eu preciso de um


emprego, mas nem sei como começar a arranjar um, ou se é o sentimento que eu tenho por ele. — Você sabia que Ella e Micha estão noivos? — Eu digo, mudando de assunto e subo no meio-fio. Tráfego corre por nós, enquanto nós passamos pelo elevado, edifícios com forma exclusiva que vislumbram e brilham. Cada edifício é tão diferente do outro: uma réplica da Torre Eiffel, um navio pirata enorme, uma pirâmide – você nomeia isso e está provavelmente aqui. Luzes de néon piscando através outdoors e emblemas, tentando atrair as pessoas para vir jogar seu dinheiro fora, ver shows extravagantes, ou tomar bebidas enquanto olham para peitos. Há um monte de pessoas ao redor e o calor, a dança, os trajes minúsculos e a música tocando tornam a atmosfera erótica e úmida. A combinação me faz querer dançar e me divertir, em vez de pensar sobre as coisas. — Sim, Micha me disse algumas semanas atrás. — Ele desliza o braço em volta do meu ombro e me aproxima enquanto um cara tentava me entregar um cartão com uma foto de uma mulher nua sobre ele. — Desculpe eu não mencionar isso. Micha nem deveria mencionar isso, porque Ella não estava pronta para contar a ninguém, mas ele deixou escapar. — Ela me disse outro dia, — Eu digo, respirando seu perfume. Ele cheira tão malditamente bem. — E ela parecia tão feliz. — Tenho certeza de que eles estão. — Ele inclina a cabeça para baixo para encontrar meus olhos e curiosidade brilha neles. —É por isso que você está chateada? Porque eles vão se casar? — Não, eu só estou... honestamente, eu não sei o que está me incomodando. Eu acho que talvez eu esteja apenas cansada. Eu não tenho dormido bem ultimamente. Ele procura os meus olhos por mais um momento, as luzes da marca acima de nossas cabeças refletindo em suas pupilas. — Você


quer que eu te leve para casa? — ele pergunta. — Assim, você pode descansar um pouco? Eu balanço minha cabeça, mesmo que eu esteja exausta. Eu não quero ir para casa, para a minha casa vazia. — Podemos ir a um clube ou algo assim? E eu quero dizer um muito bom. — Eu agarro seu braço e praticamente imploro. — Eu preciso fazer algo que seja divertido. Ele hesita. — Você sabe como me sinto sobre clubes. Eles são muito barulhentos e lotados e os extravagantes são ainda piores. — Por favor. — Eu amuo, exageradamente colocando meu lábio para fora. — Eu não estou pronta para ir para casa ainda. — Não podemos simplesmente ir a um bar? — Eu quero fazer algo que seja meu tipo de diversão. — Você quer dizer gastar dinheiro que você não tem? — ele diz sem rodeios. Eu olho para ele. — Tudo bem. Desculpe-me que eu até mesmo tentei. — Eu começo a ir embora, mas ele me puxa para trás. Ele suspira. — Tudo bem. — Ele faz isso por mim, então solta meu braço e me oferece o cotovelo e eu o aceito, mesmo que eu saiba que não deveria, porque eu estou ficando muito apegada, perigosamente unilateralmente apegada. Ele me guia em toda a estrada, falando sobre como está quente. Tão simples. Tão fácil. Pena que ele não me queira, porque eu gostaria de deixá-lo me ter.

Ethan Eu realmente odeio clubes. Há muitas pessoas ocupando uma pequena área e a música está sempre voltada para o ponto onde ela


vibra no meu peito. Mas Lila não queria ir para casa e eu não quero que ela fosse e ainda quando ela está obviamente chateada com alguma coisa. Estamos sentados em banquetas no bar que, provavelmente, custam mais do que meu carro. O barman continua dando em cima de Lila, mesmo que ela pareça desinteressada. É chato de assistir, mas é sempre difícil vê-la flertar. Na verdade, é mais difícil do que costumava ser, e eu não posso deixar de pensar que ela é minha, embora ela obviamente não seja. — Você tem certeza que não quer uma dose? — Ela me pergunta sobre a música enquanto ela engole sua quinta dose de vodka, que tenho certeza que ela não pode pagar. Lembro-me que quando a conheci ela era tão leve, mal capaz de beber cervejas, mas agora ela está muito louca, até mesmo irresponsável. Isso me deixa um pouco nervoso e estou pensando seriamente em pegar sua identidade falsa e cortá-la ao meio, para que ela não possa mais usá-la para sair, mas mais uma vez eu seria um hipócrita do caralho, se não me livrasse da minha assim eu poderia parar de sair. — Então, quem dirigiria para casa? — Eu pergunto em voz alta, olhando para a pista de dança. Há uma tonelada de mulheres esta noite, vestidas com vestidos curtos, calças apertadas, seus seios praticamente saltando para fora de seus tops. Geralmente é uma visão agradável, mas não estou sentindo isso esta noite. Eu nem estava sentindo isso lá atrás no bar com a loira me olhando. Eu ficava olhando para ela, decidindo se eu queria seduzi-la ou não, mas Lila e minha preocupação por ela continuam me puxando para trás e, finalmente, decidi apenas me concentrar nela. — Nós poderíamos pegar um táxi. — Ela gira o copo vazio em torno do bar. Abro a boca para protestar, mas ela interrompe. — Você não precisa. Você está apenas sempre tão tenso quando chegamos a esses tipos de lugares e álcool geralmente relaxa você.


Minha testa vinca enquanto a avalio. Normalmente, as pessoas não percebem minha inquietação e isso me faz questionar por que ela está prestando tanta atenção mim. Lembro-me das inúmeras vezes que London costumava me arrastar para lugares barulhentos, ou não percebendo que eu odiava o barulho ou não se importando. — O quê? — Lila toca em seu cabelo auto-consciente e, em seguida, olha para seu vestido que termina no meio de suas pernas. Ela tem essa coisa cardigã sobre ela, o que não faz sentido para mim, já que está quente como o inferno lá fora. Ela também tem uma pulseira de pérolas e um colar de diamantes e tudo sobre ela grita dinheiro, muito uma princesa rica. Somos tão opostos, mas não consigo ficar longe dela. — Não é nada, — eu digo, batendo no bar com minha mão. — Eu vou tomar algumas doses com você, mas você tem que pedi-las. Ela abaixa a mão para o bar. — Por quê? Eu contenho um revirar de olhos. — Porque o bartender está, obviamente, na sua, e estou supondo que ele pode conseguir as doses para você mais rápido. Ela olha para o barman conversando com um grupo de mulheres. — Ele não é meu tipo, — ela diz calmamente, olhando para mim com curiosidade. As luzes da pista de dança piscam em seu rosto e não adianta tentar negar como ela é linda, princesa ou não. — Não é suficiente mauricinho para você? — Eu provoco, mas debaixo da minha pele, irritação vem à tona. Ela coloca o cotovelo no bar e me olha, sem dizer nada. Isso está me deixando desconfortável. Quero perguntar-lhe o que diabos ela está pensando e por que ela está olhando para mim desse jeito, mas não faço, porque tenho medo da resposta. — O que você quer beber? — ela pergunta.


Eu dou de ombros, tomando uma difícil respiração profunda, odiando como me sinto agitado por dentro. Quando as coisas ficaram tão complexas entre nós? Como é que eu as deixei ficar desse jeito? — Eu vou ter que ir com tequila. Ela ri baixinho. — Para matar você chegando. Ela levanta a mão, inclina-se sobre o bar, e faz sinal para o barman. Ela tira sua jaqueta, as tiras finas de seu vestido revelando os ombros e o corte baixo nas costas mostrando sua pele lisa. Eu não tenho certeza se ela faz isso de propósito, para chamar a atenção do barman, mas funciona. Ela pede uma dose de vodca e uma dose de tequila. Ele sorri para ela, bebendo-a, e eu quero dar um soco na cara dele só por olhar. Eu não sou muito do tipo ciumento, por isso a sensação me desconcerta um pouco. O cara na banqueta ao lado de Lila começa a flertar com ela alguns segundos depois, olhando seus lábios enquanto ela mastiga o canudo. Ele é mais velho, pelo menos uns vinte e cinco anos, vestindo um terno preto e sapatos ridiculamente brilhantes. Lila parece vagamente interessada nele, não rindo de suas piadas, mas ela permite que ele coloque a mão sobre sua coxa e avance lentamente para o norte. Eu estou ficando irritado. Eu nunca tive um lado muito possessivo - Eu vi meu pai exagerar demais com a minha mãe, mesmo que ela estivesse apenas conversando com o carteiro - mas agora o lado controlado do meu ciúme está saindo. Enquanto o bartender define as doses na nossa frente, eu agarro o topo de sua banqueta e giro-a em minha direção para que a mão do cara caia de sua perna. Seus olhos se arregalam quando o cara atira um olhar para mim. — Que diabos, Ethan? Eu tenho um braço de cada lado dela e minhas mãos estão ao lado dos quadris. Eu me inclino para que ela possa me ouvir. — Se você quer que eu fique aqui com você e tome algumas doses, a atenção precisa


estar em mim. — Eu estremeço com minhas próprias palavras, mas é tarde demais e eu não posso retratá-las. Sua expressão é calma, mas seus olhos carregam interesse. — Tudo bem, — ela diz simplesmente e reúne as doses no balcão. Ela a levanta na sua frente, rindo. — Por prestar atenção. Eu balanço minha cabeça, revirando os olhos para a embriaguez dela, mas uma risada escapa enquanto eu recolho o copo. — Tudo bem, Lila. — Eu levanto o copo para cima. — Por prestar atenção. Estou prestes a tilintar nossos copos quando ela se afasta. — Isso vale para você também, — ela diz, e quando minha expressão se move para confusa, ela acrescenta: — Você tem que prestar atenção em mim hoje à noite, também. Por que eu vejo isso ficando muito, muito errado? — Tudo bem. — Eu sou um idiota. — Você tem cem por cento da minha atenção, Lila Summers. Seus lábios curvam para um sorriso e então ela tilinta seu copo contra o meu. Nós dois afastamos e jogamos nossas cabeças para trás, devorando nossas doses. — E agora? — Pergunto, batendo o copo vazio no bar enquanto ela engasga com a bebida - ela sempre engasga. Seu sorriso é quase diabólico. — Mais uma? Eu suspiro e dou de ombros, sentindo-me um pouco melhor enquanto o álcool queima o seu caminho através do meu corpo. — Por que não?


— Por que você acha que é tão difícil ficar sozinho? — Lila pergunta, lutando para manter os olhos abertos enquanto olha para o céu escuro através da janela do táxi. Estou virado de lado no banco, meu joelho para cima, por isso estou de frente para ela, mesmo que ela não vá olhar para mim. Eu perdi a conta de quantas doses tivemos horas atrás e eu mal posso compreender como chegamos a um táxi - tropeçando, rindo, enquanto ela esfregava sua mão na frente da minha calça jeans. Não, isso não pode estar certo, pode? — Eu acho que estar sozinho é fodástico... bem, talvez... às vezes... — murmuro, colocando meu braço na parte de trás do assento. Eu fico olhando para ela por um momento, percebendo sua pele nua sob o luar. Eu quero tocá-la. Lambê-la. Mesmo mordê-la. Eu estou cheio de energia sexual e a canalizo para o meu pé no chão, batendo no meu joelho. Há algo diferente sobre esta noite, algo fora do comum, essa estranha necessidade de me manter mais perto de Lila. Poderia ser o álcool. Ou poderia ser outra coisa, mas não há como minha mente socada de tequila vá chegar a qualquer tipo de resposta. Lila vira a cabeça em minha direção, suas pupilas largas e brilhantes. — Por que você está me olhando desse jeito? Eu continuo batendo o pé no chão, tentando pensar em uma resposta melhor do que a primeira que vem à minha cabeça, mas não consigo encontrar uma. — Porque eu estou pensando em você. Ela olha para o motorista de táxi, um cara na casa dos trinta anos usando um boné de beisebol, e, em seguida, seu olhar pousa novamente em mim. Ela suga o lábio em seus dentes e eu tenho que bater no meu joelho mais rápido ou eu juro que vou fodidamente perder isso. — Pensando o que sobre mim? — Ela pergunta, olhando desconfiada, interessada, e exausta.


Não diga isso... — Eu estava pensando sobre como seria lamber você... ou morder você... qualquer um na verdade. — Parece que eu deveria me arrepender assim que eu disse isso, mas arrependimento está em nenhum lugar ao meu alcance no momento. Sua respiração acelera e sua voz sai chocantemente trêmula para alguém que tem tantas relações sexuais. — Então faça isso. Eu pisco, perguntando-me se a ouvi direito através da enorme quantidade de álcool que consome meus pensamentos. — O quê? Ela segura o meu olhar de forma constante, mesmo que ela pareça muito nervosa, com a voz trêmula. — Então me morda. Ou me lamba... o que quiser. Cada parte de mim está gritando para não fazer isso, que estou quebrando minhas regras - regras que estabeleci para uma razão. Mas o desejo e a fodida tequila causam um rebuliço no lado racional da minha mente. Puxado por uma corrente de necessidade me inclino para frente, empurro o cabelo fora de seu ombro, mantendo nossos olhos presos o tempo todo, e ela treme enquanto meus dedos escovam sua clavícula. Quando eu chego à curva do seio e traço uma linha acima dela, ela morde o lábio e geme. É demais. Meu corpo parece que vai entrar em combustão. Antes que eu possa mesmo reconhecer o que estou fazendo, eu mergulho minha cabeça para frente, coloco minha língua para fora e lambo um caminho de sua clavícula ao arco de seu pescoço, roçando meus dentes suavemente ao longo do caminho. — Oh Deus... Ethan. — Ela treme, apertando as mãos ao seu lado. — Isso é bom demais. Meus olhos se fecham e minha respiração torna-se irregular, enquanto eu luto para recuar, manter minhas mãos para mim, temendo que, se eu tocá-la, irei rasgar sua roupa aqui na parte de trás do táxi. E eu não posso ir lá. Não é a mesma de quando faço sexo com mulheres


aleatórias. Eu posso sentir uma conexão com Lila e sexo irá arruiná-la, especialmente quando eu cair fora depois. — Lila... — Eu me perco quando sua mão desliza até a frente da minha calça. — Eu acho... Eu mordo o ponto sensível logo abaixo da orelha, um pouco acima de seu pescoço, não o suficiente para romper a pele, mas o suficiente para seu ombro pular, e minhas mãos apertam sua cintura, meus dedos mergulhando no tecido do vestido. —Faça de novo, — ela sussurra, sem fôlego, sua mão esfregandome com força. — Por favor. Eu lembro como ela me disse que nunca implorou e, de repente todas as minhas dúvidas se dissipam no mar de álcool inundando minha cabeça. Eu movo minha boca para cima para a ponta de sua orelha, respirando quente em sua pele durante todo o caminho, e então eu roço os dentes ao longo de sua orelha, passo a língua sobre ela, e a saboreio como eu queria. — Ah... meu... Deus... — Ela libera uma respiração lenta que é ecoa como um gemido, seu peito curvando para frente e pressionando contra o meu. Estou um pouco chocado com o quanto ela está gostando e com o quanto eu estou gostando também, meus movimentos alimentados por uma onda de adrenalina e anseio em meu corpo. Eu juro toda a tensão sexual dentro de mim está sendo derramada em meus movimentos. Eu perdi o controle. Eu coloco minha mão na sua perna nua e a deslizo até que esteja totalmente debaixo de seu vestido, sua pele altamente quente contra a minha, e os meus dedos roçam à beira de sua calcinha. O calor e a umidade que senti quando ela estava de toalha está lá e tudo o que quero dizer é foda-se às minhas regras, deslizar os dedos dentro dela, e deitá-la no banco.


— Merda, Lila... — Eu pareço chocado enquanto eu aperto meus olhos fechados, tentando decidir o que é certo e o que é errado - o que eu preciso fazer e o que eu quero fazer. — Eu acho que devemos... O táxi sacode para uma parada e Lila e eu rapidamente nos afastamos, olhando atordoados. Eu tinha seriamente quase esquecido de

que

estávamos

em

um

táxi.

Estamos

na

entrada

de

seu

apartamento, os postes de luz iluminando o estacionamento. É tarde, o bairro tranquilo, e o motorista de táxi parece realmente chateado. —Jesus, — ela sussurra, piscando os olhos abertos, e então ela objetiva sua atenção para a porta. Sua mão ainda está no meu pau e minha mão ainda está debaixo do vestido. Relutantemente puxando minha mão de debaixo do seu vestido, ela segue meu exemplo, então nós dois temos nossas mãos para nós mesmos. Eu movo minhas pernas para fora do caminho para que ela possa se espremer e sair, mas ela não se moveu, olhando para mim com expectativa. — O quê? — Eu pergunto confuso. — Você não vai entrar? — Sua voz traz confiança, mas sua postura relaxada e comportamento inquieto retratam insegurança e a dúvida me faz hesitar. — Talvez eu não devesse, — eu digo dividido entre o meu lado bom e o lado ruim, o lado bêbado e o lado sóbrio. Regras. Não há relacionamentos. O que estou fazendo? — Pode não ser uma boa ideia... talvez... — Oh. — Seus olhos se arregalaram em horror e isso me surpreende. Com toda a paquera que fizemos e os caras com que Lila dormiu, eu nunca esperava que ela parecesse tão ferida. E talvez seja por isso que eu decidi fazê-lo. Ou talvez eu somente seja muito, muito estúpido, mas de alguma forma eu me vejo saindo do táxi com ela.


Depois de pagar, corremos em um estupor bêbado ao seu complexo, rindo sobre Deus sabe o quê. Quando chegarmos a sua porta, ela se atrapalha com as chaves, até que finalmente ela a tem aberta. Ela tropeça nos próprios pés, rindo enquanto meus dedos dobram em torno de sua cintura, pegando-a antes que ela caia. — Você é uma bêbada desajeitada, — eu digo enquanto ela se levanta em linha reta, agarrando-se aos meus ombros para se firmar. — E você é sexy quando você está bêbado, — ela diz, mordendo o lábio enquanto ela se vira para me encarar. Minhas mãos ainda estão em sua cintura, meus dedos agarrando sua pele, querendo sentir mais da mesma, mas eu ainda estou hesitando em levá-lo adiante. Eu conheço Lila – eu realmente a conheço - e, depois de tudo, eu vou ter que vê-la novamente. E se isso mudar as coisas entre nós? Eu me importo? Assim que penso sobre isso percebo que me importo com ela mais do que eu quero admitir. Ela sabe mais sobre mim do que ninguém. Jesus, ela realmente sabe. Eu tinha dito a ela a merda sobre os meus pais, o meu passado de usuário de drogas e meus planos futuros solitários e ela me disse um monte de coisas sobre ela e como o pai dela é verbalmente abusivo e trai sua mãe o tempo todo e sua mãe só aceita. Sabemos coisas sobre o outro e eu nunca cheguei tão longe com London. Parecendo ansiosa e incerta, Lila pega a frente da minha camisa e me puxa com ela enquanto ela anda para trás em direção ao corredor. Nenhum de nós diz nada. Nós não acendemos as luzes. Nós apenas respiramos ruidosamente a cada passo, os nossos olhos fixos em conjunto, enquanto movemos nossas pernas em sincronia. Minutos, ou talvez segundos, depois, estamos caindo em sua cama. Eu me apoio nos meus braços, segurando o meu peso então eu não a esmago, e ela olha para mim, sem dizer nada, apenas respirando, seu peito roçando o meu com cada inalação. Eu a quero tão malditamente mal e eu sei que ela pode dizer desde que a minha ereção


está pressionada contra seu quadril. Incapaz de tolerar mais a tensão, eu abaixo a minha boca para a dela, pronto para beijá-la, mas ela vira a cabeça no último segundo e então meus lábios escovam contra seu rosto. No começo é meio estranho, mas depois ela desliza seu corpo para cima, de modo que seu pescoço está na minha cara e eu entendo o que ela quer. Eu pressiono meus lábios em sua pele, passando minha língua, em seguida, arrasto os dentes suavemente através de seu pescoço enquanto sua mão encontra o topo da minha bermuda e ela desfaz o botão e o zíper. Eu tremo e gemo enquanto ela agarra meu pau e começa a esfregar-me com força novamente. Eu mordo sua pele, talvez um pouco áspero, mas ela treme comigo, gostando, mas ela não geme, o que é decepcionante, porque o som dela no táxi quase me deixou louco em um bom caminho. Eu quero fazê-la gemer tão mal que se torna o único foco de meus pensamentos. Movendo meu corpo para baixo, eu crio um caminho de beijos e mordidas suaves, mordiscando a pele macia até que eu chego ao topo do seu vestido. Então eu chupo a curva de seu peito enquanto eu chego e deslizo uma das alças do ombro. — Você é tão linda, — murmuro. A visão de sua pele bem aqui para eu provar está me deixando fodidamente louco e eu não acho que eu já quis estar dentro de alguém tanto quanto eu faço agora. Estou prestes a arrancar a outra alça para baixo para que eu possa obter uma visão completa de seus seios quando percebo como ela ainda está fora. No começo eu acho que ela desmaiou, mas quando eu puxo para trás, ela está lá deitada, imóvel, enquanto ela olha para o teto, brincando com o anel de platina em seu dedo. — Lila, — digo, tentando não me preocupar sobre o que isso poderia significar. Que talvez eu a interpretei mal e ela realmente não queria isso. Será que eu a forcei a fazer alguma coisa? Merda. Eu nem sequer me lembro de perguntar se ela queria isso. — Sim, — ela responde entorpecida, sem olhar para mim.


— Você está bem? — Sim, eu estou bem. — Ela soa tão vazia quanto ela parece. — Continue. Eu pisco para ela, atordoado, e então me sento, desconectando a conexão ardente entre os nossos corpos. — Continue? Você ao menos quer isso? — Eu tento não parecer chateado, mas isso aparece através da desigualdade na minha voz. Ela ainda não olha para mim, e quando ela fala, sua voz é plana. — Sim, eu quero. — Você com certeza não soa como se você quisesse. — Eu saio da cama e fecho minha calça. — Quão devastada você está? Ela finalmente encontra meus olhos e sou levado de volta pelo vazio neles. E não é porque ela está bêbada. Ela sabe o que está acontecendo, mas parece que ela não sente nada sobre isso. Por mais que eu odeie admitir, dói, parte um pouco meu coração. — Eu só vou ir, — eu digo, recuando para a porta, tirando sarro de mim mesmo por entrar em tal situação, para começar. Eu sabia melhor do que vir aqui com ela e agora eu não posso levar isso de volta. Ela se senta, à luz do luar entrando através de sua janela, iluminando sua pele pálida. Seus olhos parecem pretos nas sombras. — Se é isso que você quer, — diz ela sem emoção. Eu não tenho nenhuma ideia de como alcançá-la agora. Eu poderia lhe fazer perguntas, mas nós dois estamos bêbados, e honestamente a dor dentro de mim está se intensificando. — Eu te ligo amanhã. — É tudo que eu digo - tudo o que posso dizer no momento, porque eu não tenho nenhuma ideia do que está acontecendo e eu desprezo como apavorado estou me sentindo sobre isso. Eu a deixo no quarto dela e ela não corre atrás de mim. No momento em que eu chego ao meio-fio, eu estou me repreendendo por


até mesmo ter ido lá porque sei que não há nenhuma maneira que nós possamos voltar ao que éramos antes. Isto é irrevogável.


Capítulo Cinco

Lila Novembro está praticamente acabando e eu estou ficando sem dinheiro e sem maneiras de escapar do senhorio. Eu sei que eu preciso arranjar um emprego, mas eu nunca trabalhei antes e eu não estou qualificada para nenhum emprego decente. Eu acho que eu nunca realmente tinha pensado nessa coisa de estar por conta própria completamente. Eu me sinto com se estivesse nesta bifurcação na estrada e ambos os caminhos levam a lugares que eu não quero ir. Eu poderia voltar para trás, mas eu não quero ir para lá também. Meu passado é cheio de irreversíveis erros. Eu tenho certeza que qualquer um que olhasse para mim, quando estava medicada de qualquer maneira, não iria pensar que eu tinha quaisquer problemas. Mas estou considerando seriamente em desmoronar e pedir ajuda para alguém. Pedir para Ella. Até mesmo para minha irmã, embora ela mal possa tomar conta dela mesma. Eu até fui mais longe e liguei para ela, mas ela cortou a ligação, dizendo que ela tinha que ir trabalhar. Eu podia ouvir seu filho chorando ao fundo, o único que eu tinha visto apenas uma vez porque eu me mudei e não voltei para Califórnia desde então. Nós mal nos falamos mais, e quando nós falamos, a conversa é casual e nós a apressamos porque ela sempre está muito sobrecarregada com contas ou seu trabalho como garçonete. Eu poderia falar com Ethan, mas eu não o tenho visto realmente desde o fiasco no clube. Eu não tenho nem mesmo certeza do que aconteceu. Eu quero dizer, ele finalmente me deu o que eu queria, me tocando e me beijando, e mesmo através do álcool que se sentia diferente, por uma vez, como se eu estivesse salva e talvez digna de ser tocada daquele jeito. Mas isso durou apenas um momento, e então o passado apanhou-me. O segundo que nós chegamos à cama, eu sabia o


que ia acontecer. Ele iria me foder e então me deixar e eu iria estar completamente sozinha esse tempo porque Ethan é praticamente meu único amigo e agora eu nem mesmo sei se ele é isso. Então eu deixei o interruptor desligado lançando-me em um estado de dormência e eu movida pelos movimentos, sabendo o que eu deveria fazer, mas me fazendo estar desconectada das minhas emoções. O que me chocou, entretanto, é que ele estva chateado sobre isso. Nenhum cara jamais ficou chateado sobre como eu ajo. Depois ele saiu sem terminar e eu não tenho falado com ele desde então. Eu estou com um pouco de medo também, medo do que ele viu em mim naquela noite ou não viu em mim. A última semana tinha sido depressiva e a única companhia que eu realmente tive é uma aleatória ligação amigável da minha irmã e telefonemas da minha mãe que me deixam sentindo mais vazia que eu me sentia antes deles. Ela continua fazendo ameaças, falando para mim que ela está indo me renegar se eu não conseguir minha bunda de volta para Califórnia. Não é tarde demais, ela continua dizendo. Brentford Masonfield está de volta da sua viagem de seis meses pela Europa e ele está parecendo que está querendo sossegar, eu poderia ganha-lo, começar de novo, e me transformar em alguém digno do nome Summers, eu a perguntei se ela realmente pensava que Brentford queria bens usados como esposa. —Bem, você tem quase vinte um Lila. — ela disse. — Ninguém espera que você seja virgem. — Verdade, mas eu também sou uma espécie de prostituta. — eu respondi, principalmente porque eu tinha bebido um par de copos de vinho e estava me sentindo um pouco tonta.


— Lila Summers, cuidado com a boca. — ela replica bruscamente. — Você não vai pronunciar este tipo coisa alto. — Por quê? É verdade. — Eu sei que é verdade. Eu sou aquela que teve que ir limpar sua bagunça em Nova York. — Como eu posso esquecer. — eu digo. — Desde que você está sempre me lembrando. — Lila, deixe de ser uma putinha. Eu não criei você para ser deste jeito. Eu te criei para manter sua boca fecha e fazer o que lhe foi dito. Eu não podia aguentar a frustração contruindo dentro mim mais, então eu dexei isso explodir e gritei para o telefone. — Como você faz com o papai e sua amante vagabunda! Ela me chamou de vadia mimada e me falou que ela estava desligando. Eu disse para ela ok, porque eu não tinha realmente muito mais o que dizer e ela não tinha ligado para mim desde então. Está esmagadoramente quente hoje, mas eu não podia ligar o ventilador, uma vez que isso iria acumular a minha conta de energia já em atraso. Eu abro o pirulito deslizando a gaveta de pílulas novamente, pegando a garrafa está no fundo. Ethan me deu os pirulitos como um presente de natal depois de eu contar para ele que eu nunca tinha comido um pirulito, e isso foi seriamente o momento mais doce que eu já tive com um cara. — Você está sendo fudidamente séria agora mesmo? — ele tinha dito. Nós estávamos em sua caminhonete e estava tarde, o céu da meia-


noite acima de nós como o ar frio do inverno encheu a cabine e geada nas janelas. —Hum... sim... qual é o grande problema? — eu perguntei, virando-me para o lado no banco para encará-lo. — Porque é um fodido pirulito. — ele ficou boquiabearto para mim incompreensivelmente. —É tipo o mais comum doce de natal que existe. Minha mãe até mesmo os colocava sobre toda a nossa árvore todo ano. — Oh eu nunca tive uma árvore de natal também. — eu admito, o que o fez ficar de boca aberta para mim apenas mais tempo. — O que? Ela pensava que o pinheiro de verdade eram muito bagunçados e as artificiais eram muito bregas. Depois naquela noite, ele me deu uma caixa inteira deles. Ele não a embrulhulou ou qualquer coisa, somente os deixou cair em meu colo quando eu tinha sentado em seu sofá na sala de estar da casa de seus pais. — Aqui está. — ele disse como se isso fosse um tanto inconveniente para ele quando ele deixou-se cair na poltrona. Eu tinha sorrido, então me inclinei e lhe dei um abraço antes de eu desembrulhasse um. Quando eu comecei a chupar, eu contei a ele que isso era delicioso e ele fez uma observação suja sobre meus lábios. Eu fiz um retorno sobre o zíper da calça sendo desfeito e que eu podia ver as suas partes especiais esbugalhado para fora. Ele rolou os olhos, mas então checou o zíper de qualquer maneira. Eu comecei uma risadinha e acabei derrubando o bastão de doce na minha perna. Eu estava vestindo um vestido e o doce prendeu na minha coxa. — Tudo bem, talvez eu não goste deles. — eu disse, puxando uma cara de nojo quando eu o peguei da minha perna. Eu tentei limpar a viscosidade com a minha mão, mas isso só tornou tudo pegajoso. — Aqui, me deixa te ajudar. — Ethan murmurou, seus olhos presos na minha perna. Eu pensei que ele ia conseguir para mim um


papel toalha ou alguma coisa, mas ao invés disso ele se levantou da poltrona e caiu de joelhos na minha frente. Seu cabelo escuro pendurados em seus olhos quando ele olhou nos meus joelhos, sorrindo para mim. — O que você está fazendo? — eu perguntei intrigada, mas ligeiramente nervosa. Eu quero dizer, ele é super gostoso e tudo mais, porém eu estava totalmente sóbria e podia sentir tudo que estava acontecendo, como meu pulso acelerado e o estranho virar que meu estômago fez. Seus olhos escureceram quando ele passou a mão na minha perna e fez a minha pele incendiar instantaneamente com sufocante, esmagadoramente calor apaixonado. Isso foi uma nova sensação para mim desde que preliminares são praticamente ausentes com qualquer uma das pessoas com quem eu fiquei. A sensação estava despertando a minha curiosidade então eu deixei minhas pernas caírem abertas só um pouco e de repente ele parecia como o único nervoso. Eu mantive pensando sobre o quanto eu queria outra pílula porque eu podia sentir demais, mas então eu teria que me levantar e quebrar o momento. Ethan tinha parado com sua mão descansando em cima da minha coxa. Eu tracei as linhas das tatuagens em seus braços, mordendo meu lábio enquanto meu coração saltou dentro do meu peito. Sua respiração tornou-se irregular e suas palmas estavam começando a suar pelo tempo que ficamos lá, sem se mover no silêncio e o brilho cintilante das luzes na árvore de natal. Então ele fez. Ele inclinou a face para baixo, com os lábios entreabertos, e sua língua escorregou enquanto lambia a viscosidade do bastão de doces da minha pele. Eu cavei meus dedos no braço da cadeira e gemi, um alto, extasiante gemido que me surpreendeu, juntamente com a explosão de calor que atravessou o meu corpo. Ele respondeu com uma entrada afiada de sua respiração e eu tremia incontrolavelmente. Eu queria


correr meus dedos através dos seus cabelos, toca-lo, empurrar seu rosto um pouco mais perto, e faze-lo me lamber em lugares que iriam me enviar em um eufórico, incontrolável espiral. Mas então ele rapidamente sugou minha pele, beliscando-a antes de se afastar. Eu fiz uma careta de desapontamento para ele. — Sério? Ele deu de ombros, deixando-se cair na poltrona. — O que? — ele olhou me olhou por cima, como se ele estivesse esperando que eu anunciasse que ele tinha me deixado toda quente e incomodada. — Alguma coisa está errada? — ele pressionou um sorriso de volta, com se ele fosse a pessoa mais engraçada do mundo. — Eu estou apenas esperando pelo meu presente de natal. Dois podem jogar esse jogo. Sorrindo de volta, eu desabotoei o fecho frontal do meu sutiã vermelho através da minha regata, depois deslizei as alças para baixo dos meus ombros, conseguindo tirá-lo sem piscar para ele. Então eu o atirei em seu rosto. —Feliz Natal. A maioria dos caras iriam ter sorrido ou dito algum comentário sujo, mas Ethan apenas bateu levemente no pequeno laço vermelho no meu sutiã, então encolheu os ombros e o jogou para baixo no braço da cadeira. — Eu já vi mais sexy. — ele disse, seu sorriso brilhando nos seus olhos. Com minha boca escancarada, eu lancei um pirulito nele e bati com ele em sua cabeça. Ele riu, o pegou e desembrulhou, e depois enfiou na sua boca. — Maldição, esses são bons. — ele falou, sorrindo enquanto rolava o doce ao longo de sua língua. Eu acho que foi quando eu percebi o quanto eu gostava dele. Não porque ele estava sendo um bundão ou porque ele me deu doces, mas porque ele tinha parado de beijar minha coxa. Ele sabia o suficiente


sobre mim, quão fácil eu era, para saber que ele poderia ter praticamente conseguido que eu fizesse o que ele quisesse, mas ele não o fez. Mesmo se fosse porque ele não gostasse de mim, eu ainda meio gostava que ele tivesse parado, mesmo que ele tenha me deixado sexualdo frustrada. Eu tinha feito sexo com caras antes que mais tarde deixaram claro que nem sequer gostavam de mim, ainda assim eles tiveram relações sexuais comigo porque eu era ―fácil‖. E eu fiquei com um auto-ódio mexendo dentro de mim, porque no fundo eu sabia que eles estavam certos. Eu sou boa para apenas uma coisa. Uma noite apenas, uma boa deitada, um momento de distração, e eu vou fazer praticamente o que eles pedirem, mesmo que eu não queira fazer. Mas agora a coisa boa que eu tinha com Ethan acabou, graças a minha cabeça fodida. Isso me fez me destestar mais ainda, sabendo o quão bom cara Ethan é. Ele parou, recusando fazer sexo com a versão entorpecida de mim. Eu ainda estou confusa sobre ele. Suspirando, eu me forço a sair da memória e voltar minha atenção para o que está sob a pilha de bastões doces e pegar o pote laranja. Eu pego duas, e então deito na cama, de costas com minhas pernas e braços para o meu lado, assim como eles estavam naquele dia minha vida mudou para pior, há seis anos, quando ele me usou e então me abandonou. Eu fui ladeira abaixo desde então, mas a boa coisa é que eu mal tenho sido capaz de sentir isso. Eu sinto a adrenalina subindo das pílulas e depois da queda do vinho, as duas substâncias misturam e se chocam dentro de mim. Eles estão diluindo um ao outro, então eu viro para o lado e pego algumas pílulas a mais e algum lugar entre a sexta ou a sétima, meus pensamentos começam a se fundir. Até eu sentir vazia. Sozinha.


E eu quero desesperadamente encontrar alguém para preencher o vazio. *** Eu estou muito chapada para estar aqui, mas eu não posso achar meu caminho de volta para o apartamento. Então eu mantenho andando errantemente sem rumo em torno do estacionamento com nenhum destino real, e eu não posso ao menos me lembrar o por quê eu vim para fora em primeiro lugar. Eu acho que poderia ter sido o medo de ser comprensada entre as paredes encolhidas na minha casa que me fez ir para fora, mas eu não tenho certeza. Esse cara mais velho vem até mim enquanto eu faço o meu caminho para a garagem e ele me diz sobre essa festa subindo a rua. Eu murmuro alguma coisa sobre não querer realmente ir com ele, mas então ele segurou o meu braço e meio que me guia ao longo do caminho, ou me forçou (algumas vezes eu tenho dificuldade em distinguir os dois) em direção à rua. Ele continua falando sobre nadar ou bater ou alguma coisa, mas a sonolência em minha cabeça mal me permite decifrar metade das palavras que ele está dizendo. Seus lábios continuam movendo, ele tinha bons, suaves, totalmente bonitos lábios, e há uma cicatriz no lábio de baixo. Eu pensi que seus olhos eram verdes, mas quando chegamos na casa, debaixo da luz, eu percebi que eles eram azuis. Seu cabelo estava muito longo para o meu gosto e ele estava vestindo essa camiseta com aparência maltrapilha que fazia enrugar meu nariz com desgosto. — Eu acho que eu tenho... — eu tento dizer ir, mas meus lásbios estavam realmente entorpecidos. Eu tropeço nos meus sapatos, que não estavam presos.


— Você realmente parece linda esta noite. — o cara sussurra no meu ouvido e eu estou aliviada por pegar a frase toda. — Obrigada... — Eu paro quando o som aumenta e o chão começa a vibrar debaixo de nós. Todo mundo começou a dançar e gritar enquanto eles bebiam cervejas e se esfregar um contra os outros. Havia pessoas abarrotadas na pequena sala de estar e a mobília tinha sido empurrada para fora do caminho. A cozinha a minha direita está revestida com garrafas vazias de cervejas e há um grande balde cheio de gelo e bebidas na mesa. O barulho e caos meio que me lembra de estar com Ella no começo, onde todo mundo poderia vaguear livre e fazer tudo o que eles quisessem. A primeira vez que testemunhei isso eu pensei que era insano, mas agora meio que sinto como talvez este seja o tipo de lugar que eu pertencesse o tempo todo. — Você quer beber? — o cara grita por cima da musica enquanto ele segura o meu braço. Eu aceno, relaxando. Ele não parece tão ruim. — Sim, por favor! Então ele sorri e é um sorriso sombrio, um mascarado com um significado alternativo. Eu tinha visto esse sorriso antes, bem antes de ele me amarar na cama. Eu não tenho certeza qual é o significado alternativo, mas eu não consigo concentrar-me por tempo suficiente para me importar. Ele solta o meu braço e eu escoro minha mão na parede mais próxima para não cair. Eu quero dançar, porque eu amo dançar. Mas estou tonta e vômito arde na parte de trás da minha garganta. Eu tento recordar quantas pílulas eu tinha tomado. Duas... Não, eu tomei mais, não tomei? Depois do senhorio bater na minha porta? Sim, mas quantas mais eu tinha tomado. Quatro... Cinco... Oito. Deus, eu tinha perdido completamente o caminho e as coisas estão começando a ficar escuras e frias, não apenas em volta de mim, mas na


minha cabeça. A música muda e eu tento me concentrar na batida. O cara que me trouxe aqui retornou. Ele me oferece uma cerveja. Eu bebo ela. De alguma maneira eu acabo dançando com ele. Ele está agarrando-me grosseiramente, forçardo me contra o seu corpo enquanto ele esfrega contra os meus quadris. Eu não tenho certeza se eu estou a fim disso, então eu tento recuar. — Onde você está indo? — ele pergunta, me puxando para trás. — Eu quero... — O que eu quero? Ele balança sua cabeça e penetra suas unhas no meu braço. Eu sinto um punção na pele e a dor abrange em todo o meu corpo. Eu tento gritar, mas o som é perdido na musica. Ele sorri ironicamente, todo desejo e necessidade, apenas como todo outro homem que existe no planeta. — Venha aqui, babby. — ele me pressiona contra o seu peito, suas mãos deslizando debaixo das minhas costas, e eu me encontro desejando que ele fosse Ethan senão eu não iria me sentir tão insegura. Ele agarra minha bunda, me toca, e apenas como um interruptor que desliga dentro da minha cabeça. Como sempre, eu me torno entorpecida, cada emoção drenada para fora de mim. De repente, é como se eu estivesse assistindo o cara enquanto ele tateia minha bunda, sente o meu peito, beija meu pescoço, pressiona nossos corpos juntos. Eu não posso sentir uma única coisa, eu não quero. Eu não mereço sentir. Eu sou sem valor. Uma puta, como todo mundo sempre falou para mim. Ele começa a me levar no meio da multidão, para o corredor, e eu tenho muita certeza que ele me levando para o quarto e fazer tudo o que ele quiser comigo, quando meus olhos rolam na parte de trás da minha


cabeça e minhas pernas começam a doer quando meu estomago começou a queimar. — Eu acho que vou vomitar — eu digo e gemo e o cara foge mais rápido que a batida da música com suas mãos fora na frente dele como se ele estivesse com medo de me tocar. Eu saio, empurrando através da multidão, e corro para fora pela porta da frente, deixando-a aberta enquanto ia para fora, então descendo pelas escadas. Um dos meus sapatos fica preso no degrau e eu não consego tirar, então ao invés disso eu mexo meu pé para fora do meu sapato. Então eu debruço e caio de joelhos em uma cama de tulipas e arbustos. Meus ombros puxaram enquanto eu tenho ânsia, sentindo como se eu precisasse vomitar, mas nada iria sair da minha boca. Meu coração está pulsando rapidamente, batendo contra as minhas costelas, e minha pele está coberta de suor. Eu tenho um tempo difícil mantendo meus olhos abertos e eu caio de volta nos arbustos, caindo de costas na terra úmida. Eu vejo as estrelas. Elas estão deslumbrantes. Eu desejo poder toca-las. Eu sinto que posso. Eu deito lá para sempre, sinto meu coração batendo mais rápido enquanto meu estomago vira em nós. Então meu bumbum começa a vibrar, ou talvez seja a minha cabeça... não, é o meu telefone. Sim, definitivamente meu telefone. Rolando para o lado, eu sinto o bolso de trás do meu vestido e recupero meu telefone. Eu deixo meu polegar cair no botão de atender e depois coloco o celular na minha orelha. — Alô. — o som da minha voz machuca minha cabeça. — Sério? — Ethan diz, soando mais irritado do que ele normalmente está. — De novo? —Huh... — eu agarro minha cabeça pulsante.


— O que você, huh? – ele estala. – Eu posso falar que você está bêbada de novo, o que quer dizer que você provavelmente precisa de mim para ir te pegar na casa de algum cara. — ele soava venenosamente ciumento, e na boca do meu estomago, eu gostei disso. — Não, não bêbada. — eu murmurei. — Eu estou fora. — Eu posso dizer. — Eu acho... Eu acho que... Eu tomei muito... Dessa vez. — está tornando-se difícil respirar, meu peito contraindo e ele está carregando o peso para baixo do meu corpo. — Muito do que? — ele pergunta e eu penso ouvir preocupação na sua voz. Talvez, mas eu poderia estar errada. — A coisa… — eu tento estalar meus dedos, tentando pensar na palavra, mas eu não podia falar que eu ainda tinha dedos. — Aquelas pílulas que eu tenho. — Que pílulas? — sua voz toda elevada e anormalmente desafinada. — Nada... não importa...eu estou realmente cansada...eu estou indo... — eu começo a deixar meu braço cair do meu lado. — Lila, não desligue! — ele grita através do telefone e eu posso ouvir um monte de pancadas ao fundo. — Onde você está? Na sua casa? — Não... Eu estou em alguns arbustos... E tulipas. — eu golpeio meu braço nesse lugar embaçado formando-se em cima de mim. — Ethan está realmente frio.


— Não está tão frio. — sua voz está áspera e faz eu me sentir mais fria por dentro. — Agora somente me fale onde você está e mantenha seus malditos olhos abertos. — Tudo bem... — eu pisco ferozmente, lutando para manter as minhas pálpebras para ficarem abertas. — Mas eu não sei onde eu estou. — O que você quer dizer? — ele pergunta e eu ouço o motor da sua caminhonete rugir. — Como no inferno você pode não saber onde está? —Bem... Esse cara me pegou em algum lugar... E eu não lembro onde... — Você pode reconhecer alguma coisa? — Estrelas... E... — paro, deixando o sono tomar conta de mim. Ele diz alguma coisa, mas estou muito exausta para responder. — Lila! — ele berra. Meus olhos estalam abertos. — Sim... —Fale-me o que está em volta de você. — Arbustos... E estrelas... E um prédio... — Como o prédio se parece? — Como todo outro prédio por aqui... — minha cabeça cai pesadamente para o lado. —Há esse realmente pássaro rosa esquisito piscante na entrada... Isso pode estar na minha cabeça embora.


— Obrigado Deus. — ele soa um pouco aliviado. — Eu sei onde você está. — ele diz um monte de outras coisas, mas eu não posso falar o que ele está dizendo, então eu só solto o celular porque é muito pesado de qualquer maneira. Então eu contemplo as estrelas e me deixo cair na escuridão e no entorpecimento que tinha se tornado familiar. De fato, estava realmente começando a parecer como estar em casa.

— Você é tão linda. — ele diz, deslizando sua mão em cima da minha coxa. — Sua pele é tão macia também. Eu forcei um sorriso, até mesmo o jeito que ele me toca parece errado. Tudo sobre a situação parece errado, mas ao mesmo tempo parece certo, porque o jeito que Sean está me olhando agora mesmo me faz sentir adorada e amada. — Obrigada. — eu digo, o que faz ele sorrir aquele adorável sorriso que faz ele parecer mais jovem do que ele realmente é. — De nada. — ele diz e inclina-se para frente, me dando um beijo suave no nariz. — Você é maravilhosa. — ele sussurra contra minha pele, salpicando beijos abaixo na minha mandíbula, enquanto seus dedos derivam na minha saia xadrez. — Eu quero tocar você em todo lugar... Beijar você por toda parte. Eu coloco minha mão no seu peito, segurando ele para trás só um pouco, então eu posso olhar nos olhos dele. — Porque você nunca me toca em publico? É porque você estava mentindo sobre não ser casado? — eu olho para o anel em seu dedo. Seus olhos se tornam frio, ele coloca uma linha firme em sua enquanto ele inclina para longe, deixando sua mão em cima da minha coxa, mas seus dedos entorpecidos. — Não, eu disse para você que eu não sou casado. Isso foi um presente e você sabe por que nós não podemos ser vistos em público. Idade importa para as pessoas Lila.


Eu corro meus dedos através do seu cabelo macio, preocupada que tinha pressionado ele. — Você não é tão mais velho do que eu e não importa pra mim de qualquer maneira. Ele me encara como se eu fosse incompetente. — Lila, não seja estupida. Eles iriam nos rasgar em pedaços. Todo mundo iria. — ele começa a alcançar a maçaneta do seu carro. — Talvez eu devesse ir. — Não, não vá. — eu agarro um punhado do seu paletó e puxo-o de volta para mim, aterrorizada que ele iria me deixar. — Eu-Eu sinto muito trazer isso a tona. Por favor, apenas volte para o que você estava fazendo. Ele estreita seus olhos, olhando como se ele estivesse deliberando se ele deveria ficar ou ir, se ele é muito bom para mim ou não. Ele é. Eu sei disso. — Você quer que volte para o que eu estava fazendo? — ele pergunta, inclinando sua cabeça para o lado enquanto ele me avalia. Há alguma coisa em seus olhos que está emocionando e aterrorizando e faz minha pele formigar de uma maneira que nunca tinha feito. Eu acenei, mas com uma falta de confiança. — Sim. Ele coloca sua mão de volta na minha coxa. Devagar ele começa a ir para o botão da minha saia, demorando brevemente na bainha antes de deslizar seus dedos por baixo do tecido. Eu fiquei instintivamente tensa e ele parecia satisfeito por isso. — Você tem certeza, Lila? — ele alcança o tecido da minha calcinha. — Você realmente quer que volte para o que eu estava fazendo? Eu abri minha boca para dizer que eu não tinha certeza e que ele está fazendo-me sentir suja, mas então ele forçou seus dedos dentro de mim asperamente, quase com movimento violento. Eu não tinha certeza do que fazer porque isso machucou e parecia errado, contudo isso também parecia bom. Ele começou a mover seus dedos dentro de mim, quase com força. Eu pensei sobre falar para parar, mas o maravilhoso e horrível sentimento de felicidade e necessidade silenciou meus lábios. Então ele


moveu sua mão livre para trás da minha cabeça e agarrou violentamente o meu cabelo. — Au, isso machucou. — eu murmurei através de um gemido com meu pescoço sendo forçado a arquear de volta. —Bom. — ele diz, seus olhos escurecendo com prazer. Ele puxou ainda mais duro o meu cabelo e dor e prazer inundou meu corpo. Meu sentimento se tornou mais difícil de decifrar enquando eu inclino-me para frente e agarro-me em seus braços enquanto o meu corpo esquenta e eu não posso respirar. Quando ele puxa os seus dedos para fora de mim, eu não tenho certeza se eu gostei disso, arrependi disso, ou os dois. Eu não sei como eu deveria me sentir.

Ethan No começo eu pensei que ela estava na casa de algum cara e mesmo que eu não queira ir para aquele lugar ciumento dentro de mim, eu vou. Isso me irrita porque apenas uma semana atrás, eu estava a tocando e tudo estava ótimo até ela ficar distraída e parecer como se ela não quisesse nada comigo. Mas então eu notei o aturdido som da sua voz e nada daquilo importava. Eu tinha ouvido o som da distância e do atordoamento na voz de London tantas vezes e na minha própria também, quando eu costumava ficar chapado. Um alarme dispara na minha cabeça e tudo que eu consigo pensar é em me afastar de London pela ultima vez, bem depois que a agulha enterrou o seu braço. Então Lila começou a falar sobre pílulas e eu me lembro do vidro de remédio na almofada do sofá. É aí quando eu realmente começo a pirar. Eu tento não entrar em pânico enquanto eu tento descobrir onde ela está, mas ela parece não ter ideia. Então ela mencionou o pássaro rosa e uma pequena quantidade de alivio inunda sobre mim. Eu dirijo por aquele pássaro rosa maldito duas vezes por dia e para ir para o trabalho. Não era muito longe da minha casa, apenas alguns minutos de distância. Eu me manti


falando com ela para ter certeza de ela ficava acordada, debatendo se devia chamar uma ambulância ou algo assim. Eu ainda posso ouvir sua voz quando eu localizo o pássaro rosa na frente do complexo de apartamentos que está comprimido entre uma casa e um posto de gasolina. Mas quando estou chegando há um baque na linha e então ela fica em silêncio. Por meio segundo tudo o que eu consigo pensar é sobre como eu nunca irei ve-la de novo, que ela se foi, e eu quase fico paralisado. Eu nunca tinha sentido tanta adrenalina correr pelo meu corpo e meu coração começa a bater com força dentro do meu peito. — Merda. — eu viro o volante para esquerda e bato no freio, parando no meio-fio, o pneu sobre a calçada. Ela disse que ela estava nos arbustos, mas tem arbustos em todo lugar. Eu salto para fora da caminhonete e grito. — Lila! — ninguém responde. Eu corro em volta de um prédio de dois andares situado no interior do estacionamento cercado, gritando seu nome enquanto desbloquei a tela do celular para ligar para o 911. Eu localizo um chamativo sapato de salto perto do degrau das escadas e eu o pego, perguntando se ele poderia ser de Lila. Parece com algo que ela provavelmente não usaria e mais com algo que uma stripper teria e há muitas delas por aqui. Quando eu viro ao redor eu vejo pés saindo do matagal e um deles está faltando um sapato. Eu corro e caio de joelhos ao lado de Lila, esparramada pelo chão, apreciando a palidez da sua pele e o brilho em seus olhos. De repente um sentimento corre sobre mim, bate no peito, intestino, pernas, em todo lugar. Olhando para ela assim, faz a possiblidade de perde-la muito mais real. — Eu me sinto doente, Ethan. — ela murmura e então rola para o lado enfiando suas mãos sob a cabeça e fechando seus olhos. Eu cuidadosamente deslizo meu braço debaixo do seu pescoço e inclinando sua cabeça para cima, dando tapinhas na sua bochecha para ela abrir seus olhos. — Lila, o que você tomou? Você pode lembrar o nome?


— O que eu sempre tomo. — ela repreende piscando seus olhos abertos. — Aquela coisa na minha gaveta. Merda. Merda. Merda. — E o que é isso? — Aquela coisa... Você sabe... Aquelas pílulas que fazem você todo acordado... Deus, Ethan, eu não posso... Eu não posso lembrar o nome delas. É realmente... Realmente... Uma palavra grande. Eu olho para a sujeira e os arbustos ao nosso redor. — Você vomitou? — Não... — ela suspirou devagar, seu peito subindo e descendo. — Embora eu sinta como se eu precisasse. Meu estomâgo doe muito, muito mesmo. Eu a ajudo a se sentar, segurando seus braços, que tinha vergões vermelhos neles que parecia com marcas deixadas pelos dedos de alguém apertando sua pele. — Ok, eu vou virar você e eu quero que você vomite, mesmo se você tiver que enfiar seus dedos pela sua garganta. Sua cabeça balança para cima e para baixo quando ela assente com a cabeça. — Tudo bem. Eu a guio para o lado e a ajudo a se virar então ela está debruçada sobre suas mãos e joelhos. Eu mantenho minha mão debaixo do seu estomago, suportando seu peso. Ela fica parada por um minuto, e então ela finalmente empurra seu dedo abaixo na sua garganta. Eu viro minha cabeça para o lado, olhando para o estacionamento enquanto ela vomita nos arbustos. No momento em que ela termina, ela está tremendo e sua pele estava mais suada e pálida do que já estava. — Tudo bem, vamos levar você para o hospital. — eu digo quando ela senta e descança sua cabeça no meu peito. — Não, sem hospitais. — ela balança sua cabeça e se iguala a mim. No brilho das luzes da rua, seus olhos parecem pretos, ou talvez seja porque suas pupilas estão dilatadas. — Sim para o hospital. — eu fico de pé e a pego em meus braços, carregando o seu peso morto enquanto ela fuça seu rosto contra meu peito.


Ela queixa sobre ir para o hospital, mas somente até nós chegamos até a caminhonete. Uma vez que a coloquei no banco do passageiro, ela relaxou e eu afivelo seu cinto de segurança sobre seu peito. Eu dirijo em direção ao hospital, sabendo que lá não há um quarto para erros no estado em que ela está. Foi por isso que eu parei de usar drogas. Porque eu voltei a pensar demais em tudo, mesmo que eu não quisesse. Eu aprendi em primeira mão o que pode acontecer. Como um escorregão pode te levar embora para sempre, e pensando sobre o fato que Lila pode estar alcançando aquele ponto que me aterroriza mais do que eu poderia ter pensado. Isso me assusta até a morte, o pensamento que eu poderia perdê-la. Naquele momento eu percebi que Lila tinha se tornado mais do que uma amiga. Muito, muito mais.


Capítulo Seis Lila Eu acordei incapaz de lembrar o que aconteceu na noite anterior. Eu deveria estar bem com a confusão, desde que eu estou acostumada com isso, mas por algum motivo eu me sinto mais suja e envergonhada do que eu normalmente faço. O cheiro do perfume que flui do cobertor é mais familiar. Eu sentio antes e isso me conforta. Eu forço meus olhos abertos e imediatamente reconheço os cartazes de bandas e a bateria no canto da sala. Eu suspiro de alívio. Estou no quarto de Ethan, deitada em sua cama. —Graças a Deus, — murmuro, gradualmente sentado e meus músculos do estômago se contraem em protesto. Eu envolvo meu braço em volta do meu estômago e percebo que eu estou vestindo uma camisa de Ethan. Caramba, eu dormi com ele? Eu corro minhas mãos pelo meu cabelo emaranhado, vasculhando minhas nebulosas memórias. Mas as únicas coisas que me lembro são estrelas, arbustos, máquinas de bipes, e o cheiro de limpeza. — Sente-se melhor? — O som da voz de Ethan me faz pular e meu estômago se agita a partir do movimento. — Ah... — Eu lamento, curvando e apertando meu estômago com o meu olhar fixo na cômoda em frente de mim. — Que diabos aconteceu ontem à noite? Eu o ouvi caminhar em direção a cama e em seguida, o colchão se curva quando ele se senta ao pé dele, certificando-se de manter algum espaço entre nós. — Você não pode se lembrar de nada? Eu balancei minha cabeça, ainda olhando para baixo, sentindo-me mortificada por razões que não posso explicar. Então eu noto a pulseira do hospital no meu pulso. — Não... Lembro-me de estar vagando ao redor do complexo de apartamentos... Então esse cara me levou em


algum lugar... — Faço uma pausa, atrevo-me a espreitar para cima. — E então tudo o que posso lembrar são estrelas e o cheiro de limpeza. Ele está vestindo uma camiseta preta e vermelha, o cabelo está úmido, como se ele acabasse de sair do banho, e há buracos na calça jeans.

Você

praticamente

teve

uma

overdose,

diz

ele,

cautelosamente me observando. Ele tamborilou seus dedos sobre os joelhos, considerando alguma coisa. — Você sabe, eu nunca fui de pressionar as pessoas sobre os seus problemas. — Ele desliza o joelho na cama, virando de lado para me encarar. — Eu nunca fui um grande fã de falar sobre minha própria merda e assim que eu costumo evitar a tentar fazer as pessoas falarem sobre a delas, a menos que eles estão sendo estúpido e agora cada parte de mim está gritando para mim para que você me diga o que aconteceu. — Ele faz uma pausa e eu começo a falar, mas ele fala sobre mim. — E não tente me dizer que você está tomando essa receita por causa de ordens de um médico. Você me disse na última noite no caminho para o hospital que você praticamente abusa delas desde que tinha quatorze anos, algo que eu provavelmente deveria ter apenas dito aos médicos, mas eu não queria trazer-lhe problemas. Ele para e espera por algo. Um agradecimento? Uma explicação? A verdade? Eu sinceramente não sei e eu não quero dizer-lhe nada. — Eu não sei o que dizer. — Eu fechei meus olhos e convoco uma respiração profunda, cantando na minha cabeça para não chorar. Mas eu me sinto sem corpo de minhas emoções e meu estômago se sente como eu fiz uma quantidade infinita de abdominais. Tudo o que eu quero fazer é deitar, dormir e esquecer que tudo isso aconteceu. — Que tal a verdade? — Ethan diz cautelosamente, soando menos irritado, e eu senti-o mudar para mais perto de mim na cama. — Você sabe que eu entendo essa coisa de abuso de substâncias. Minhas pálpebras se abrem à sua terrível acusação. — Eu não tenho um problema de abuso de substâncias, — eu digo, fervendo e jogando os cobertores de cima de mim. —É uma receita. As ordens do médico. — Eu balanço minhas pernas sobre a cama e impulsiono para


os meus pés. Uma onda de sangue foge da minha cabeça e meus joelhos se dobram instantaneamente. Eu alcanço a cabeceira da cama de metal quando eu entro em colapso, mas Ethan salta para cima e me pega em seus braços antes de eu bater no chão. Eu dou um suspiro, olhando para a parede ao meu lado enquanto ele segura meu peso para cima. Eu me sinto como um idiota. — Deixe-me ir. Eu posso andar. — Você deveria estar descansando. — Ele me ajuda a voltar para a cama e eu me sento a contragosto. — Ordens do médico. Eu pressiono meus lábios juntos, balançando a cabeça. — Ethan, por favor, não. Eu não preciso disso de você no momento. — Por favor, não o quê? Fale sobre o que eu vi ontem à noite? Porque eu não vou fazer isso. Você assustou-me pra caralho, Lila... Vêla jogada para fora de sua mente assim. — Seus olhos estão arregalados e cheios de pânico, ele se senta na cama de novo, deixando um pouco menos de espaço entre nós, quando ele passa os dedos no cabelo. Ele parece estressado e exausto. — E por mais que eu odeie empurrar você para falar sobre isso, eu sinto que tenho que fazer. Eu não posso... Eu não quero nada... Ele está tateando sobre suas palavras e parece estar frustrando. Ele está agindo muito fora do personagem e me pergunto se alguma coisa está errada. — Você não tem que fazer nada, — murmuro, franzindo a testa para o meu colo. — Eu não sou sua namorada ou qualquer coisa, você não me deve nada. Você deve ter apenas dito no hospital que eu tentei me matar. Em seguida, eles poderiam estar lidando comigo e você não teria que fazer nada. Ele faz uma pausa, contemplando o que eu disse. — Você é minha amiga e isso é tão importante, se não mais importante... Você é importante... — Seus vincos da testa enquanto ele fala, como ele estivesse tão confuso quanto ele me confundiu. Ele começa a chegar para mim, como se ele fosse colocar a mão no meu rosto, mas, em seguida, puxa a mão.


Eu cubro minha boca e balanço a cabeça enquanto as lágrimas começam a se formar nos cantos dos meus olhos. — Eu não posso. Ele levanta as sobrancelhas interrogativamente. — Não pode o quê? — Eu não posso falar sobre esse tipo de coisa. — Como o quê? — Isso. — Eu aceno minha mão para baixo na frente do meu estado terrível. — Toda bagunçada e desconjuntada. Sua cabeça inclina para o lado enquanto ele levanta sua sobrancelha. — Lila, eu já lhe disse um pouco da minha fodida histórias sobre drogas e sexo e você viu que eu morei, você sabe que tipo de casa fui criado e que os meus pais fizeram um ao outro. Bagunçado não é novidade para mim. — Isso não importa, — eu digo exasperada quando eu recolho meu cabelo em torno da minha nuca. — Eu não deveria ser assim, ou pelo menos não deveria saber que eu sou assim. — Você continua assim, mas eu ainda estou tentando descobrir assim como? — Seus olhos rolam sobre o meu corpo com cuidado, como se estivesse à procura de feridas visíveis. E tem algumas, em meus tornozelos e cintura e até mesmo um leve no meu pulso, mas a maioria das pessoas nunca os nota. — Tanto quanto eu posso dizer, a única coisa que você está agindo é como alguém que precisa falar sobre os seus problemas. — Ele está sendo bom e ele só está me fazendo sentir pior. — Seria mais fácil se você apenas gritasse comigo, — eu digo, soltando meu cabelo e abrangendo os meus braços para o lado. — Ou me deixasse sozinha. Isso é o que você costuma fazer. —Fácil é superestimado, — ele responde. — E eu não posso deixála sozinha neste momento. Não sobre isso. Eu odeio a mim mesmo se eu faço. — Ethan, por favor, me leve para casa, — eu imploro, passando os braços em volta de mim. — Eu só preciso ir para casa.


— Não, — ele responde com teimosia. — Eu não vou te deixar correr para casa e tomar uma pílula. Você precisa de ajuda. Meu corpo e mente estão ansiando por uma pílula e apenas uma coisa que vai torná-lo melhor. Eu mantenho correndo os dedos pelo meu cabelo, tentando dominar a ansiedade de me superar. Quando eu levanto minha cabeça de volta, eu forço uma expressão neutra no rosto. — Olha, Ethan, agradeço a sua ajuda e tudo ontem à noite, mas é sério que estou bem. Eu só preciso ir para casa e pegar algo para comer e tomar banho e eu vou estar melhor. — Pftt, não me venha com tretas, — diz ele insensivelmente, cruzando os braços e inclinando-se contra o estribo. — Você não pode mentir para um mentiroso. — Você não é um mentiroso, — eu argumento, batendo minhas mãos para baixo no colchão, querendo gritar com ele. — Em tudo. — Eu fui uma vez, — ele me lembra. — Sobre coisas assim. É o que as pessoas com vícios fazem. Você vai fazer o que você pode - o que for preciso para chegar a próxima chapada. Minha boca despenca a uma careta e eu fecho minhas mãos na minha frente, o desespero correndo através do meu corpo mais do que as pílulas toxicas fazem. — Ethan, por favor, muito, por favor, me leva para casa e esquece isso. — Minha voz é alta e suplicante. — Então você não tem que lidar com isso. Ele considera o que eu disse, então fica de pé, e eu acho que eu ganhei. — Não, eu não vou só esquecer. — Ele vai para a porta e agarra a maçaneta da porta quando ele sai do quarto. — Você sabe onde o chuveiro é quando você estiver pronta para tomar um. — Eu não tenho nenhuma roupa! — Eu grito e depois jogo um travesseiro para ele, sentindo o monstro irritado dentro de mim vir à tona. Eu estou caindo em um buraco escuro cheio de todas as coisas negativas que faz com que a minha vida e eu não tenho nenhum comprimido em mim para me trazer de volta para a luz. — Por que está fazendo isso comigo?


— Porque eu me importo com você. — diz ele com naturalidade e, em seguida, ele fecha a porta. Ninguém nunca disse que se importavam comigo, nem mesmo minha irmã, Abby, e as suas palavras devem fazer-me sentir melhor. Mas eles não o fazem. Se qualquer coisa, o desejo e fome de outra pílula amplificam, rasgando através do meu corpo, deixando escoriações que apenas uma dose pode curar. Porque eu não mereço que ele se importe comigo. Tudo o que eu fiz, eu fiz para mim mesmo. Tudo – onde estou e quem eu sou – tudo culpa minha. Sento-me na cama por um tempo, trabalhando em minha própria raiva quando eu olho para fora da janela, balançando meu corpo, tentando ainda a energia nervosa dentro de mim. É um dia ensolarado, o céu azul e claro, e de tirar o fôlego. Eu deveria estar me bronzeando na piscina, mas não, eu estou presa aqui, me sentindo como se eu fosse arrancar o meu cabelo. E quanto mais eu me sento, mais desesperada eu fico até que finalmente eu me levanto da cama. Lutando contra a dor no estômago, pernas e cabeça, eu procuro no quarto dele pelas minhas roupas. Acho-as caída sobre o banco na parte de trás da bateria. —Feito — eu digo e vou em torno dos tambores, pegando o meu vestido branco, e então eu franzo a testa. Está coberto de lama e de algum tipo de material verde nojento e tem cheiro de vômito. Eu bato meus dedos nas laterais das minhas pernas, tentando descobrir o que fazer. Metade dos meus instintos estão gritando para eu não colocar o imundo vestido e ir para fora em público parecendo tão despenteada, mas a outra metade dos meus instintos, os mais ligado às pílulas, são conflitantes com a forma como fui criada. Eu enrolo minhas mãos em punhos, rangendo os dentes, constrangendo um grito, e depois deslizo a camisa de Ethan fora. Eu coloco o vestido e em seguida, puxo a camisa de volta. Eu penteio os dedos pelo meu cabelo e depois olho no espelho. Pareço a morte: pele pálida, com os olhos injetados de sangue, e maquiagem


borrada em todos os lugares. Mais uma vez, eu estou rasgada. Correr para o que eu preciso ou esconder o que eu sou? Transformando em um círculo, procuro no chão os meus sapatos. Eu olho para debaixo da cama, no armário, perto da cômoda, mas eles estão longe de ser encontrados. Eu desisto e vou para a porta. Há apenas uma maneira de sair da casa de Ethan, sem saltar de uma janela ou de uma varanda e isso é atravessar a sala e sair pela porta da frente. Eu me pergunto se ele está lá, se ele vai discutir comigo novamente. Não importa, embora. Eu sou uma mulher adulta e posso sair de uma casa, se eu quiser. Eu endireito os ombros, abro a porta e saio para o corredor. Há música tocando do aparelho de som na sala de estar, por isso estou surpresa quando eu entro no quarto e ele não está lá. Ele não está na cozinha também. Por um segundo eu me pergunto onde ele está, mas então eu percebo que realmente não importa.

Tudo que realmente

importa é que eu estou livre para sair sem mais confrontos. Abro a porta, saio, e pisco contra a luz do sol. Escondo meus olhos com minha mão, eu me apresso a descer as escadas e caminhar rapidamente para o ponto de ônibus. Eu sei que parece loucura, sem sapatos, uma camiseta larga por cima do meu vestido e meu cabelo e maquiagem toda borrada. Mas, pela primeira vez na minha vida eu não me preocupo com a minha aparência. Tudo o que importa é chegar em casa, para que eu possa saciar o animal com fome dentro do meu peito.

Ethan Eu estou querendo saber se eu pensando direito. Percebi isso quando ela admitiu para mim ontem à noite enquanto ela estava no hospital à espera de obter o seu estômago limpo, que ela tem tomado os comprimidos desde que ela tinha quatorze anos para anestesiar a dor de alguma coisa. Eu provavelmente deveria ter apenas dito aos médicos


a verdade e que ela era uma viciada ou até mesmo que ela era suicida, mas eu estava com medo que ela ia ficar em apuros. Além disso, ela tinha vomitado algumas vezes no momento em que chegamos lá, então não havia poucas provas de que aconteceu. Tudo o que ela tinha a fazer era encantá-los com um sorriso e alimentá-los uma mentira de merda misturando muito vinho com muitas pílulas e eles iam deixá-la ir. Embora, eu me pergunto se eles realmente acreditaram, ou se a sala de emergência insanamente ocupada auxiliou na sua libertação rápida. Parte de mim deseja que eu tivesse falado. Então, talvez eles pudessem ter ajudado-a. Quando meu pai saiu deles as coisas ficaram realmente intensas e a medicação que ele estava tomando eram perigosas, então ele teve que sair dela em doses baixas. Minha mãe ajudou-o, lutando com ele todos os dias quando ele pediu mais, e só dando-lhe um pouco, diminuindo até que ele parou. E eu começo a me perguntar se é isso que eu estou enfrentando – se é assim que vai ser quando Lila sair do vícios que ela tem. Se assim for, eu posso fazer isso? Posso ajudá-la a melhorar? Especialmente se ela não quer? Parte de mim quer simplesmente ir embora e deixar o drama para trás, mas os sentimentos que tenho por Lila, os que eu percebi que eu tinha quando eu a vi no chão implorava-me para ajudá-la. Mas eu não sou um fã de drama e ajudando com os problemas dos outros, em parte porque é avassaladora e em parte porque eu estou preocupado que eu vou estragar, como eu fiz com London. E o de Lila é um vício. Eu já vi isso muitas vezes. Senti-o. Senti consumindo cada célula do meu corpo, mente e porra de alma. Eu tinha que superar isso e foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz. E eu usei drogas apenas por um ano. Lila tomou pílulas por mais de seis anos. Isso é um vício profundo pra caralho. Além disso, eu não sei nada sobre o que está mesmo por trás de seu vício. O que eu sei é que as feridas atrás o vício são ainda mais difíceis de curar.


Depois que eu sai do quarto dela, eu coloquei uma música e sentei no meu computador na sala de estar. Então eu comecei a pesquisar a dependência de opiáceos e encontrei o nome do que ela me disse que estava tomando quando estava mal acordada. O que eu descobri, descreve muito bem o que eu vi com meu pai. Ansiedade. Irritabilidade. Vômitos. Tremores. Confusão. A lista é muito longa. E ele diz que a longo prazo, mesmo para os viciados, requer medicamento que deve ser usado durante a desentoxicação ou o usuário deve gradualmente parar de tomar , como o meu pai fez. Jesus, seria muito mais fácil interna-la. Apesar de que eu teria que convencê-la a se internar e parece muito complicado também. Tudo parece, no momento. Eu não tenho certeza se eu posso fazer isso. Eu tento descobrir o que fazer - que tipo de pessoa que eu realmente sou, do tipo que pode simplesmente ir embora a partir de uma situação como essa e não ajudá-la ou o tipo que quer fazer a coisa certa e ajudá-la a superar o obstáculo muito difícil de parar. Eu penso sobre a última vez que eu fui embora e no que resultou. Eu não quero ir por esse caminho novamente, mas eu também não quero ajudá-la e fodaer sua recuperação porque eu fiz algo errado. O que eu preciso é de um conselho de alguém que ajudou alguém passar por um momento difícil em sua vida. Eu liguei a música e, em seguida, volto para o antigo quarto de Micha e deito no chão. Eu pego meu celular do bolso e apago todas as mensagens de texto que Rae enviou-me ao longo dos últimos três dias, os que eu me recusei a ler antes de eu abrir a tela de discagem. Hesito por, provavelmente, 10 minutos antes de eu finalmente discar o número de Micha. É estranho estar pedindo conselhos dele, geralmente é o contrário. Mas ele já passou por algo assim com Ella, que tinha fugido e mudou completamente sua identidade após sua mãe se suicidar. Ela tinha um monte de problemas psicológicos, mas Micha ficou ao seu lado e nunca desistiu dela, mesmo quando as coisas ficaram difíceis. — Que porra é essa? — Ele responde com uma risada. — Você quase nunca me liga.


— Sim, eu sei. — Eu esfrego a testa com a mão, totalmente fora da minha zona de conforto. Normalmente, eu sou um ouvinte dos seus problemas. — Eu tenho uma pergunta... Sobre Ella. — Tudo bem... — Ele parece realmente perdido e eu não o culpo. Eu estou agindo como um esquisitão agora. — Todos esses problemas que você passou com ela... Foi difícil? —Hum, sim. Problemas normalmente são. Eu sei que não estou me verbalizando muito bem. Eu faço melhor com uma caneta e papel. — Sim, eu sei disso, mas foi difícil para ajudála com as coisas quando você sabia que ia ser difícil? Ele leva um segundo. — Você está perguntando se eu já considerei fugir e não ajudá-la? — Tipo isso. — eu digo. — Mas não fugir totalmente, como se preocupando em como chegar nela porque sabia que ia ser um pé no saco para ajudá-la a superar seus problemas e você não tinha certeza se você pode lidar com isso ou até mesmo realmente ajudá-la. — Não é verdade. — ele responde cautelosamente. Ele nunca foi muito confortável falando sobre os problemas de Ella. — Quero dizer, no início hesitei em estar com ela, mas isso é só porque eu sabia que ela não estava pronta para algo mais do que amizade. —Bem, e se você estava apenas tentando ajudá-la como amigo? — Eu peço. — E você sabia que você só ia ser um amigo. Será que você ainda a teria ajudado, então, mesmo que você sabia que você ia ter que lidar com um monte de merda? —É claro, — ele diz sem rodeios. — Eu sei que vou soar todo estúpido e brega aqui, mas não é isso que servem os amigos? Quero dizer, você sempre têm estado lá para mim. Eu dei uma risada, revirando os olhos. — Você sabe que você soa como uma espécie de desenho especial, certo? Aqueles com cangurus quicando que falam sobre como é maravilhoso e puro que é ter um amigo. — Cangurus quicando?


— Ei, eu nunca fui uma pessoa de desenhos, então como diabos eu deveria saber que tipo de personagens que tem agora? — Tenho certeza de que não existem quaisquer cangurus. — Ok, bem, isso realmente não importa. — Eu vacilo. — Então, você ainda teria ajudado ela? — Absolutamente. — ele me assegurou. — E eu não me arrependi nenhuma vez. Eu não tenho certeza se eu me sinto melhor ou não agora. — Tudo bem. Bem, obrigado, eu acho. — Não é o que você estava querendo ouvir, não é? — Ele pergunta. — Não... honestamente, eu não tenho certeza do que eu queria ouvir. — Eu suspiro enquanto eu me sento, arrastando os dedos pelo meu cabelo. — Mas de qualquer forma, eu vou deixar você ir. — O quê? Você não vai explicar de onde esse telefonema realmente aleatório veio? — Eu só não posso, ainda. — Tudo bem, entendi. — Ele hesita. — Totalmente fora do assunto, mas não é por acaso uma chance de você vir para a Califórnia em breve, não é? Eu esfrego as costas dos meus músculos do pescoço tensos. — Não, por quê? — Não é nada, — responde ele e ouço uma porta fechada. —É só que Ella e eu estamos pensando em ter o casamento em um mês, na época do Natal, e eu estava pensando que talvez você e Lila pudessem voar ou ir de carro juntos. — Em um mês? — Eu questiono, abaixando minha mão ao meu lado. — Não é, assim, muito em breve? — Em breve para duas pessoas que se conhecem há quase 17 anos? —É, bom ponto, eu acho. — Eu tento não rolar os olhos, porque eu acho que o casamento é ridículo. Olhe para o meu pai e minha mãe. Eles são excelentes exemplos do que pode acontecer a um casal se eles ligam para sempre um ao outro.


— Então você vai? — Ella falou com Lila sobre isso? — Eu pergunto. — Ou falou com ela ultimamente? — Eu acho que não, — diz ele, parecendo confuso. — Por quê? O que está acontecendo? — Não é nada. — Eu fico com meus pés e cabeça para a porta. — Eu vou para a Califórnia, mas eu vou deixar Ella pedir Lila se ela acha que pode ir. — Parece um bom plano, cara. — Ele liga uma música, deixando-a tocar tranquilamente no fundo. —Falo com você mais tarde, então. — Parece bom. — Eu desligo e respiro fundo antes de sair para o corredor e virar à esquerda em direção do meu quarto. A porta está aberta e eu sei imediatamente que Lila se foi e eu não duvido por um segundo onde ela está indo. Eu estive nesse lugar desesperado antes e é um lugar opressivo para se estar. A faz não querer se ajudar a sentir-se fácil e querendo ajuda a sentir-se difícil, mas os sentimentos que eu tenho por Lila, que eu não sabia que existia até que a vi deitada no chão completamente fora de si, também tornam impossível virar as costas para ela. Eu hesito por um momento, pensando em tudo que Lila e eu passamos, as longas conversas, a paquera, os toques que quase levaram a alguma coisa, mas nunca totalmente, o jeito que ela me faz sentir, o fato de que eu quebrei minhas regras com ela uma tonelada de veze, o medo que tomou conta do meu corpo quando eu a vi nos arbustos. Enquanto eu me lembro de tudo, torna-se um pouco mais fácil para tomar minha decisão. Eu arrebato as chaves do meu caminhão fora do armário e vou para a porta da frente, sabendo que eu tenho que chegar antes no seu apartamento, caso contrário, isso vai ser ainda mais difícil do que já é. Quando eu corro descendo as escadas, segurando minhas chaves na minha mão, eu tento me preparar mentalmente para o que estou me metendo por isso espero que eu seja capaz de lidar com isso. Na parte inferior da escada, eu tiro o meu telefone e ligo para a minha mãe para


obter alguns conselhos sobre a maneira correta de tentar afastar alguém fora uma dependência de opiáceos, uma vez que ela fez isso a si mesma. Eu só peço a Deus, que Lila e eu não transformemos no que eles se transformaram, gritando e brigando e minha mãe sempre chorando secretamente em seu quarto com as coisas que meu pai disse para dela. Eu não posso imaginar isso acontecendo, pelo menos a parte de chorar, mas eu não posso apagar tudo o que eu vi quando eu era uma criança. Não estamos tantas emoções batendo por mim no momento que eu tomar a decisão final a estar lá por Lila, mas de todos eles, o que realmente me chateia é o fato de que eu vou ajudá-la, porque eu me preocupo com ela, mais que me preocupo. Isso por si só é fodidamente aterrorizante, mais do que correr de frente no tráfego. Mais do que entrar em uma sala e olhar para a garota que você pensou que você podia amar, só para descobrir que ela não tem ideia de quem você é e que você pode nunca realmente conhecê-la e nunca vai.


Capítulo Sete Lila Estou suando e não é do calor. Na verdade, acho que o ar está meio que frio, mas parece que eu estou encharcada de suor. Eu preciso chegar

ao

meu

apartamento

e

eu preciso tomar

uma

pílula. Agora. Antes de eu deitar e morrer no meio desse ônibus. Deus, isso é o pior que eu já estive, e se minha mãe e meu pai me vissem assim ficariam tão envergonhados que eles provavelmente nunca me ligariam novamente. O que não parece tão ruim - ainda que seja. Às vezes, eu os odeio tanto que eu quero que eles me deixem em paz para sempre, mas, em então, eu me sentiria ainda mais sozinha no mundo e isso é mais assustador. Eu desço do ônibus e corro para o meu complexo de apartamentos do outro lado da rua, o asfalto áspero contra a sola dos meus pés descalços. Estou ofegante e com náuseas, mas sei que assim que eu chegar à gaveta, tudo ficará bem novamente. Mas, quando eu viro a esquina do meu prédio, eu faço uma parada na parte inferior da escada. — O que você está fazendo aqui? — Eu coloco minhas mãos em meus quadris e estreito os olhos. — Deus, Ethan, você não pode dar um tempo? Ethan se levanta do degrau mais alto, colocando uma mão no corrimão ao lado do prédio. — O quê? Você acha seriamente que eu estava indo só deixá-la ir? — Pergunta ele, arqueando as sobrancelhas. — Depois do que aconteceu ontem à noite? — Sim. — eu digo com honestidade. — Você sempre me deixa ir depois de eu fazer bobagem. Você me pegou quantas vezes e nunca disse uma palavra? Isso é o que você faz. Você me deixa ser e você não me julga. Você até se afastou de mim naquela noite depois que demos uns amassos e quase fizemos sexo. Você simplesmente foi embora. — Eu não posso acreditar o quão contundente estou sendo no momento e


eu deveria estar envergonhada, mas eu tenho coisas mais importantes para me preocupar, como tomar os malditos comprimidos. Ethan estremece brevemente com as minhas palavras, mas permanece composto, certificando-se de ficar no assunto. — Sim, mas isso é diferente. — Ele trota para baixo um lance de escada e abaixa a cabeça para que ele possa olhar para mim. — Isso não é o sexo. Isso são drogas. — Eu não uso drogas, — eu vocifero, um pouco alto. Eu estou fazendo uma cena, mas, no momento, eu não posso me importar porque cada único nervo em meu corpo precisa entrar naquela casa. E Ethan é a única coisa bloqueando a minha rota. —É apenas uma receita. —Uma receita que você abusa. — Ele desce outra escada e depois outra, aproximando-se de mim como as malditas paredes sempre fazem. — Lila, olhe para si mesma. — Seus olhos varrem meu corpo e eu olho para baixo em sua camisa e a parte de baixo do meu vestido, que aparece debaixo dela, manchado com sujeira e vômito. — E daí? — Eu tremo, sabendo que eu não queria dizer isso. Ele chega ao final da escada e enfia as mãos nos bolsos da calça jeans, parecendo desconfortável e morrendo de medo. — Eu quero ajudá-la. — Eu não preciso de ajuda, — eu atiro, recuando. Alguns dos meus vizinhos estão fora em suas varandas e perto de seus carros e eles param para assistir a cena se desenrolar. — Você nunca deveria me ver assim. Isso não é quem eu sou. E assim que você me deixar ir para a minha casa, posso me limpar e podemos esquecer tudo isso. Eu posso voltar para a sorridente e feliz Lila. — Não, você não vai — ele argumenta. — Desculpe desapontá-la, mas eu não vejo essa Lila por um tempo. —Bem, eu posso, pelo menos, dar-lhe a ilusão dela, — eu retruco com veemência. Ele coça o queixo com barba por fazer, com um olhar de dúvida em seu rosto. — Depois que você se limpar e tomar uma pílula? Eu balancei minha cabeça várias vezes, mas eu não consigo responder-lhe com palavras. — Por favor, deixe-me passar.


— Não, — ele diz simplesmente e, em seguida, suas mãos saem dos bolsos e ele chega para mim. — Lila, eu quero ajudar... Eu o interrompi quando eu escorreguei em torno dele e corri até as escadas, pulando degraus, apesar das minhas dores no corpo e o metal dos degraus queimarem as pontas dos meus pés. Felizmente, eu deixei minha porta destrancada ontem à noite e eu entro em casa facilmente. Eu faço uma fuga para o meu quarto sem sequer olhar por cima do meu ombro. Tudo o que eu preciso é de uma, apenas uma dose dentro da minha corrente sanguínea e tudo será esquecido. Tudo vai ficar bem e eu vou estar de volta ao normal, feliz e iluminada Lila. Quando eu chego ao meu quarto, eu salto por cima da minha cama para chegar a minha gaveta da cômoda. Assim que eu envolvo os meus dedos ao redor da frasco e relaxo, eu ouço Ethan entrar no meu quarto. — Não faça isso, porra, Lila. — Sua voz é instável, o que é muito estranho para ele. Ele é geralmente cheio de humor e irradiando calma em situações enervantes. — Dê-me o frasco e poderemos conversar. Balanço a cabeça e bato a minha palma tremendo na tampa, empurrando para baixo a torcendo-a. — Não, por favor, vá embora. Eu não pedi para estar aqui ou seguir-me. Eu não quero o seu... Seu braço enlaça em volta da minha cintura e eu deixo escapar um gemido espástico quando seus dedos descem sobre minhas mãos. Ele tenta erguê-las para fora do frasco, mas eu afasto meus braços, escapulindo para fora de seu controle. Dobro os joelhos para saltar sobre a cama, mas ele me pega e me puxa no meio do salto para baixo sobre o colchão. — Ethan, pare com isso! — Eu choro quando ele me abraça com seu corpo. Eu contorço meus quadris e sacudo os ombros, tentando escapar. — Você está me machucando! — É uma mentira, mas eu estou desesperada, carente, obcecada com o que tem naquele frasco. — Pare de ser um bebê — diz ele, ajoelhando-se de forma que a minha cintura está presa entre seus joelhos. — Eu mal estou colocando qualquer peso sobre você. Eu abraço a garrafa no meu peito. — Sim, você está!


— Não, eu não estou. — Ele pega minhas mãos e, em seguida, prende-as em cima da minha cabeça, pressionando a testa contra a minha. Com a mão livre, ele ergue a o frasco fora do meu alcance frenético. — Não, por favor, Ethan. Por favor, pare com isso. Por favor... Por favor... Por favor... — Eu começo a chorar e hiperventilar e eu desprezo isso porque eu já pareço ridícula como estou. Ele não disse nada enquanto ele sai de cima de mim e, em seguida, para fora da cama. Eu salto da cama, implorando e suplicando-lhe para me dar as pílulas de volta. — Eu vou te dar o que você quiser — eu digo, com as mãos sobrepostas na minha frente enquanto eu fico vulnerável diante dele. — Qualquer coisa que você quer. Qualquer coisa. — Eu sei que é baixo me oferecer em troca de um frasco que é meu, mas ele vale mais para mim do que qualquer parte do meu corpo usado, mente sem valor, e coração vazio. — Eu não quero nada de você, Lila — diz ele, olhando indeciso para o frasco em sua mão. — A não ser que você fique melhor. Eu invisto contra ele, mas ele gira para o lado, então, eu bato em suas costas. Ele empurra o braço e me segura longe quando ele pega o frasco na mão. Quanto mais tempo elas estão fora do meu alcance, mais eu sinto que eu quero rasgar-me da minha própria pele. Eu começo a tremer quando a minha pressão arterial sobe. — Por favor, por favor, entregue-as para mim. — Eu murmuro enquanto eu começo a suar. — Ajude-me, por favor... Eu não quero me sentir assim. De repente, ele me deixa ir e por um segundo eu acho que ele está cedendo. Então ele empurra para baixo sobre a tampa com a mão e torce-a. — O que você está fazendo? — Eu pergunto, minha boca salivando quando ele despeja uma pequena pílula em sua mão. Percebo o dedo tremer um pouco quando ele quebra o comprimido ao meio com os dedos e entrega uma das partes para mim. — Pegue isso.


Eu balanço minha cabeça para o pequeno pedaço que não vai fazer nada para mim no momento. — Eu preciso de mais do que isso. Ele balança a cabeça. — Isso é tudo que eu vou dar a você e eu só estou dando a você para o seu corpo não surtar com a falta. — Eles não são seus para distribuir! — Eu grito e corro para alcançá-lo novamente, mas ele me pega em seus braços e mantém meu peso como minhas pernas cedem sob mim. — Eles são meus! Não seus. — Eu estou tremendo da cabeça aos pés, quando a minha mente grita para que eu tome a metade e, em seguida, faça o que for preciso para obter mais dele. — Ethan, por favor, me dê o frasco. Eu vou fazer o que você quiser... — Eu fechei os olhos e respirei fundo antes de oferecer-lhe algo que eu tenho oferecido a outros caras anteriormente em troca de pílulas. — Eu vou deixar você me foder. E eu quero dizer foder-me, sem qualquer relacionamento, ou porcaria carente depois que eu sei que você odeia. Seus braços apertam em volta de mim enquanto ele me pressiona mais perto de seu peito. — Lila, pare. Eu já disse que não quero nada de você, exceto que você fique melhor. — Então ele move a pílula de tamanho insignificante na minha linha de visão. Eu o odeio tanto agora que eu não posso suportar isso. Eu não posso me suportar. Eu não posso suportar um monte de coisas, mas eu ainda tomo a pílula, e uma vez que toca a minha língua, o gosto amargo espalha-se pelo meu corpo e, por um breve segundo, eu me sinto um pouco melhor. Mas então eu me lembro de que ele tem o resto na mão e eu não posso ter outro frasco até segunda-feira, que são dois dias inteiros. Dois, cansativos, dias emocionais muito, muito longos. Um interruptor que eu nunca soube que existia vibrou dentro de mim e emoções indesejadas rolaram soltas. — Eu te odeio! — Eu grito. Medo e raiva esmurram por mim tão forte e tudo o que eu quero fazer é atingi-lo. Eu começo a bater-lhe no peito, uma e outra vez, enquanto as lágrimas deslizam pelo meu rosto. Ele não faz nada, o que me deixa mais irritada. Pelo menos se ele me batesse ou fizesse algo que me distraísse da dor crescendo dentro de mim. — Eu te odeio pra


caralho! — Eu grito uma e outra vez até que meus braços e pernas estão tão doloridos que eu afundo no chão, segurando sua camisa. Toda emoção que estou sentindo corta-me como uma faca. Ethan silenciosamente me apanha e me leva para a cama, apesar de eu protestar. Eu viro de costas com a cabeça no travesseiro e olho para ele através de um véu de lágrimas. — Eu te odeio tanto, — eu digo, mesmo que eu não o faça. — Eu realmente o faço. — Não, você não odeia, — ele responde insensível enquanto ele fica na beira da cama, olhando para mim. — Sim, eu odeio, — eu minto e viro para o meu lado, então, eu não tenho que olhar para ele. Eu giro o anel em torno do meu dedo, uma e outra vez enquanto eu olho para a parede. Eu acho que ele vai me deixar lá sozinha no meu quarto, o que eu não acho que posso lidar - ao mesmo tempo, eu estou furiosa com tanta raiva que eu não quero que ele esteja lá. Não há nenhuma boa solução para a situação. Não importa se ele sai ou fica, as pílulas estão com ele e eu não posso obter um refil por dois dias porque o sujeito que as escreve para mim se foi para o fim de semana. Ethan não faz nenhum som enquanto ele fica ao lado da minha cama, como se ele estivesse esperando para eu dizer ou fazer alguma coisa. Fecho os olhos e finjo que ele não está lá. Por fim, ele muda e eu acho que ele está indo embora, mas então o colchão afunda e um segundo depois ele está deitando ao meu lado. Ele coloca seu braço sobre meu lado, seus músculos tensos, e então ele está centímetros mais perto de forma que nossos corpos estão perfeitamente alinhados. — Sinto muito, — ele sussurra contra a minha nuca, escovando meu cabelo para o lado para que ele possa trilhar os dedos em toda a base do meu pescoço. Eu não sei exatamente pelo que ele está triste, mas mesmo assim eu começo a chorar quando eu rolo e enterro meu rosto em seu peito. Ele alisa meu cabelo para baixo enquanto eu derramo meu coração, e mesmo que cada parte do meu corpo e mente queiram


murchar e morrer, pela primeira vez na minha vida, eu não me sinto totalmente sozinha no mundo. E o estranho é que eu posso sentir a emoção por trás dele - eu posso sentir tudo.

Ethan Estou completamente fora do meu elemento. Eu nunca fui do tipo afetuoso, mesmo com London, mas London não era carinhosa também. Ela gostava de beijar e fazer sexo, mas diferente disso, a coisa melosa era inexistente em nosso relacionamento. Ela chorou algumas vezes na minha frente, mas ela sempre me empurrou ou desviou para o sexo quando eu tentei consolá-la. E ela nunca me disse nada sobre a causa de seus problemas e às vezes eu me pergunto se ela não confiava em mim o suficiente. Enquanto Lila agarra-se a mim, derramando seu coração, confiando em mim completamente, eu me sinto mais constrangido do que

nunca. Mas

algumas

coisas

fazem

o

constrangimento

suportável. Como saber que estou fazendo a dor da necessidade dentro dela um pouco menos dolorosa, e é isso que me mantém na cama com ela. Ela chora por metade da noite e depois dorme até o meio da tarde. Levanto-me por volta das dez, quando uma mensagem de texto aparece no meu telefone. Suspirando, excluo a mensagem da Rae e, em seguida, guardo o meu telefone e o frasco de comprimidos no bolso. Então, eu vou à geladeira para pegar um lanche, tentando acalmar as emoções crescendo dentro de mim. Tudo o que ela tem é um pouco de leite vencido e um sanduíche podre e o congelador não está nem mesmo ligado. Eu fecho a porta e verifico os interruptores de luz e com certeza a energia está desligada. Eu sabia que ela estava tendo problemas de dinheiro, mas isso é muito pior do que eu pensava. Eu começo a questionar por que ela não me disse o quão ruim as coisas estavam ficando, mas então eu percebi


que eu provavelmente faria a mesma coisa. Na verdade, neste momento, eu provavelmente teria embalado minhas coisas e pegado a estrada, vivendo no meu carro ou algo assim, o que realmente não parece tão ruim no momento. Quando eu bato o armário fechado, há uma batida na porta. Eu debato-me se a respondo, mas depois eles batem novamente para que eu abra a porta. Há um cara velho vestindo uma camiseta com as mangas arrancadas e um par de shorts cargo, e ele tem um pedaço de papel na mão. — Está Lila... — Ele olha para o papel. — Summers aqui? — Não, — eu minto despreocupadamente, encostado na porta. — Você acabou de perdê-la. — Pode dar-lhe isso? — Ele empurra o papel para mim. — Eu acho. — Eu tiro-o dele e ele desce os degraus enquanto eu fecho a porta, lendo o papel. É uma ordem de despejo. — Merda. Eu me lembro de quando eu estava decaindo, depois que eu decidi tomar a decisão de parar de usar drogas, eu era muito sensível a respeito de tudo. Eu me lembro de gritar com a minha mãe, porque eu não poderia encontrar quaisquer meias. Tudo me irritava e me perturbava, e uma ordem de despejo... Eu não posso nem imaginar o que teria feito. Por mais que eu gostaria de pagar seu valor em atraso para ela porque essa é a solução mais fácil - eu não tenho os fundos. Eu poderia pedir a ela para pedir a seus pais, mas a partir das histórias que ouvi sobre eles, eu não acho que eles a ajudariam. Eles podem fazê-la voltar para casa, mas eu não acho que ela vai e eu meio que não quero que ela vá. Há apenas mais uma solução, da qual eu não gosto muito, por causa das muitas coisas que podem dar errado. Ainda assim, eu embolo o aviso de despejo e lanço-o no lixo. Quando eu volto para o seu quarto com um copo de água e metade de um comprimido na mão, ela está acordada, enrolada em uma bola, abraçando um travesseiro. Eu hesito perto da porta por um tempo, tentando descobrir o que dizer a ela. — Então, — eu começo,


percebendo que é provavelmente a coisa mais estúpida para dizer no momento, mas honestamente tudo o que sair da minha boca vai irritála. Ela franze a testa e faz uma carranca para mim. — Quem estava na porta? Eu entro na sala e sento-me ao pé da cama. — Seu senhorio, eu acho. Ela senta-se gradualmente, piscando os olhos e segurando o travesseiro. — O que ele quer? — Ele deixou um aviso de despejo, — eu explico e seu rosto se desfaz. — Sua energia está desligada também. Você sabia disso? Ela balança a cabeça e descansa o queixo em cima do travesseiro. — Estava ligada passada. —Bem, eles devem ter desligado esta manhã, — eu digo. Ela esmaga os lábios trêmulos juntos e eu chego perto dela e entrego-lhe o copo de água e a pílula. No início, ela apenas olha para ele com uma cara de nojo, mas depois, relutantemente, ela toma-o, jogando o comprimido em sua mão e, em seguida, toma um gole de água. Por um segundo, ela parece aliviada, mas isso rapidamente se vai e ela começa a olhar para mim de novo. Mas tudo bem. As meias doses de pílulas não são supostamente para anestesiar a dor, mas para evitar que seu corpo pire. — Aqui está o que vamos fazer, — eu digo, colocando o copo de água na mesa de cabeceira quando ela entrega-o de volta para mim. — Você vai se limpar e, em seguida, você vai vir comigo para encontrar algumas caixas. Em seguida, vamos arrumar suas coisas e te tirar deste apartamento. Seu lábio sai quando ela franze a testa ainda mais. — Aonde eu devo ir, Ethan? Eu mal tenho algum dinheiro e mesmo se eu penhorasse meu anel — ela levanta sua mão na frente dela e mexe o dedo — ainda não cobriria um novo depósito e aluguel de outro lugar.


— Sim, mas você não está indo obter outro lugar, — eu digo, dando à sua perna um aperto suave antes de subir para os meus pés. — Você vai ficar comigo por um tempo. — O quê! — Ela exclama, jogando o travesseiro de lado. — Por quê? — Para que você não tenha que ir para casa ou morar nas ruas, — eu digo, trazendo minha mão da sua perna. Ela bate sua mandíbula fechada e começa a pegar em suas unhas. — Eu não quero viver com você. Eu mordo minha língua, ficando chateado. — Por que no inferno não? — Porque eu não quero. — Ela desvia o olhar para a parede com agravamento queimando em seus olhos azuis. — Eu prefiro viver nas ruas. — Você não duraria um dia maldito de Deus nas ruas e você sabe disso. — Eu me inclino na frente de sua linha de visão. — Você não quer porque você acha que eu vou fazer você parar de tomar os comprimidos estúpidos. — Não, eu sei que você vai me obrigar, — ela pisa para trás, a cabeça chicoteando em minha direção. — Porque, aparentemente, você é um idiota que vai me dar apenas metade de uma dose, quando claramente não está me ajudando em tudo. — Malditamente certo do caralho que eu sou um idiota, — eu retalio. — E essas meias doses vão ajudá-la a não perder o bom senso enquanto você para. — Eu pego seus braços e puxo-a para seus pés. Direcionando-a pelos ombros, eu levo-a em frente ao espelho. — Olhe para si mesma, Lila. No último mês você completamente desmoronou. Você não é a garota que eu conheci há um ano. — Sim, eu sou! Estou caindo aos pedaços há anos, e apenas escondia melhor do que eu tenho ultimamente, — ela diz e, em seguida, seus olhos ampliam-se quando ela morde o lábio com tanta força que começa imediatamente a inchar. — Eu não quis dizer isso. Eu estou bem, então, pare de me dizer coisas para tentar me fazer ver com


clareza. — Ela dá um passo a frente para se afastar, mas eu puxo-a de volta. — Olhe para si mesma. — Eu repito, porque é importante para ela ver o que ela realmente é, neste momento, quando tudo o que os medicamentos têm feito com ela está aparecendo. — Quando eu estava usando drogas eu nunca vi o que eu me tornei até que eu estava muito longe disso. Eu tinha perdido muito peso e minha pele parecia uma merda. Além disso, minha higiene pessoal era inexistente. Isto — eu gesticulo para suas roupas sujas e cabelos emaranhados —é como você parece por causa dessas pílulas. Você pode lidar com isso? — Esta é uma exceção, — argumenta ela, olhando no espelho. Seu cabelo está em todo lugar, sua maquiagem borrada, e seus lábios estão rachados. — Eu geralmente não me pareço com isso. A noite passada foi uma exceção... Um deslize menor. — Não, você se parece com isso todas as manhãs que eu tive que buscá-la. Eu sempre pensei que era uma espécie de coisa do dia seguinte, uma vez que todas as outras vezes que te vi, você sempre parecia tão composta, mas agora eu meio que estou percebendo que você simplesmente esconde bem e que todas as manhãs eu que tive que pegar você eram apenas enganos. — Eu tomo uma respiração profunda. — E ontem à noite não era a porra de um deslize. Você poderia ter morrido se eu não a encontrasse. Você percebe isso? O quão perto você estava de morrer? Seus olhos ampliam-se por uma fração de segundo, mas, em seguida, estreitam no meu reflexo no espelho. — Eu te odeio, — diz ela, sacudindo seu ombro sob minhas mãos. — Não, você não odeia. — E eu sei que ela realmente não o faz. Ela está simplesmente furiosa, nem mesmo comigo, mas com o fato de que o que ela estava mascarando com as drogas, provavelmente, está vindo à tona. — E, para sua informação, isso está ficando um pouco velho. Ela olha para mim, fogo escaldante em seus olhos. — Então saia.


Eu balancei minha cabeça. — Como seu amigo, é meu dever não deixá-la sozinha por um tempo, pelo menos até que possamos levá-la de meias doses para nenhuma dose. Ela ri de forma acentuada e cruza os braços. — O quê? Você está indo só me acompanhar o tempo todo, então, até você ficar enjoado de mim? Não recebeu a dica na outra noite que eu não quero você? Dói

como

uma

faca

cortando

minha

pele,

profundamente,

castigando violentamente, mas sei o suficiente para saber que ela está desesperada agora e vai dizer qualquer coisa para me fazer sair. — Se eu tiver isso. — Eu percebo o que eu digo é que eu realmente quero dizer isso e a sensação é sem rodeios reais. — Se isso é o que é preciso, então isso é o que é preciso. Ela arrasta a mão pelo seu rosto e, em seguida, ela percebe os pequenos hematomas azuis e roxos em seus braços. — De onde eles vieram? — Ela toca-os levemente com as pontas dos dedos. Eu dou de ombros, tirando minhas mãos de seus ombros. — Eu não tenho ideia. Você tinha vergões lá ontem à noite quando eu te encontrei nos arbustos. Se você me perguntar, parece que alguém ficou um pouco áspero com você. Ela estremece e, em seguida, olha para seu reflexo. — Eu vou tomar um banho. Sento-me na cama e cruzo os braços. — Ok, eu vou estar aqui quando você sair. — O quê? Você não vai vir tomar um banho comigo? — Ela pergunta ironicamente quando ela puxa aberta a gaveta da cômoda. Percebo que há pirulitos nela e isso me faz sorrir mentalmente, pensando em quando eu lhes dei a ela, mas eu afasto rapidamente o pensamento para longe. — Não, eu vou esperar por você aqui. Ela fecha a cara para mim enquanto ela arranca uma calcinha rendada para fora da gaveta. — Tudo bem, mas como você sabe que eu não tenho quaisquer pílulas escondidas no banheiro? — Eu estou supondo que você não tem desde que eu tenho certeza que você teria ido atrás delas ontem à noite, — eu digo a ela.


Seu rosto se avermelha com raiva. — Tanto faz. — Ela arranca para a porta e eu sigo-a para o corredor, permanecendo em seus calcanhares, certificando-me de que ela não tente fazer uma corrida para a porta da frente. Ela bate a porta do banheiro na minha cara e me sento no sofá para esperar por ela. Estou tentando não entrar em pânico sobre o que o futuro nos reserva, mas não posso evitar. Excluindo-se o fato de que eu estou dando um grande passo com outra garota além de London, na verdade, estou indo ter que viver com ela, também, e eu mal podia suportar viver com Micha. Eu gosto do meu espaço pessoal e se eu não conseguir o suficiente, eu começo a me sentir como se eu estivesse enjaulado. Eu quero dizer, eu gosto de Lila e tudo, mas eu nem tenho certeza se eu vi o real dela, no entanto, apenas a ilusão drogada dela. Drogas são assim. Eles fazem de alguém uma pessoa diferente. Comigo, eu estava mais calmo do lado de dentro, por isso do lado de fora eu tinha um tempo mais fácil falando com as pessoas. Lila sempre parecia bastante feliz, com exceção das últimas semanas. E se ela se transformar em uma pessoa completamente diferente e eu acabar não gostando dela? Gostei de todo o tempo que passamos juntos, o falatório, mesmo a tensão sexual, o toque inapropriado, e eu vou admitir que, apesar do fato de como terminou, aquela noite em sua cama me fez sentir coisas que eu nunca soube que existiam. Mas e se isso tudo se foi depois disso.


Capítulo Oito Lila Eu sou uma puta. Estive gritando com Ethan e dizendo coisas ruins, mesmo que ele me ajudasse quando não precisava. Ele me deixou morar com ele, e até mesmo chegou a me ajudar a empacotar minhas coisas. Mas eu não posso evitar. É como se houvesse essa coisa podre vivendo dentro de mim, esse monstro faminto que não quer nada mais do que ser alimentado, e Ethan está ficando no caminho da festa, só me dando pedaços de pílulas, e ele está dando-as a mim com menos frequência a cada dia. Eu não senti essa merda desde que minha mãe e seu motorista me pegaram do internato após o incidente. Ela não estava lá para me salvar, porém, como eu esperava. Ela estava lá para falar algum sentido para mim. —Bem, eu tenho que dizer que estou muito decepcionada com você, — ela disse, olhando para fora da janela colorida enquanto nós dirigimos pela cidade, os prédios altos sombreando as ruas e o carro. — Embora, eu não esteja surpresa. — Ela inclinou a cabeça para o lado para olhar para mim e colocou seus óculos de sol no topo de sua cabeça. — Por mais que eu odeie admitir, eu não esperava nada menos de você. A indignidade e vergonha do que aconteceu na escola ainda ardiam dentro de mim e ainda assim eu ainda não conseguia controlar minha língua. — E por que é isso, mãe? — Cuidado com o tom — ela retrucou. — Só porque seu pai não está aqui não quer dizer que você pode me desrespeitar. — Por quê? Você o deixou. — Eu estava sentada no lado oposto do banco de trás, olhando para ela com tanta animosidade por me fazer vir para a cidade e a escola. Se eu tivesse estado na Califórnia, então talvez eu tivesse tomado melhores decisões. Eu não me sentiria tão solitária e, portanto, não teria ido à procura de algo para preencher o vazio dentro


de mim. Eu nunca o conheceria e nunca teria feito as coisas, desgostosas e inimagináveis das quais vou me arrepender para sempre. Seus olhos se ampliam e antes que eu tivesse tempo de registrar o que ela estava fazendo, ela me deu uma tapa forte no rosto. Calor e dor inflamaram em meu rosto e dentro do meu coração também. Mas eu não chorei. Eu não lhe daria a satisfação de chorar na frente dela. Eu pus minhas mãos em concha em meu rosto com a minha cabeça baixa, para que ela não pudesse ver a dor em meus olhos. — Você está agindo como se isso fosse inteiramente minha culpa, mas eu nem sabia o que eu estava fazendo. Eu não entendi... Eu não... — Eu balancei a cabeça, desanimada para mim, mas ainda capaz de querer sentar-me reta. —Realmente dói. — Sofrer e chorar sobre algo que um cara fez com você é patético, Lila Summers, — ela disse e eu tive que resistir a um revirar de olhos, porque ela não podia falar seriamente sobre ser patético. — E a culpa é sua. Você tomou a decisão de estar com ele, mesmo que você soubesse que ele era mais velho, e agora temos que lidar com as consequências. — Nós? — Eu questionei. — Sim, nós — disse ela em uma voz calma enquanto ela tirava as luvas de couro. — Tudo o que você faz afeta nossa família. Seu pai tem família aqui - você sabe disso. Você tem primos e alguns dos filhos de seus colegas de negócios vão para essa escola. Como você acha que eu descobri sobre isso para começar? — Ela jogou suas luvas no banco, em seguida, estendeu a mão para a bolsa. Ela pegou um vidro de remédio e leu o rótulo. — E a explosão no meio da aula... Você está fazendo-nos parecer que criamos uma espécie de lunática. Eu

fechei

os

punhos.

As

outras

crianças

estão

me

atormentando, no entanto. Esses estúpidos Sinos Preciosos disseram a toda a escola, e agora todo mundo fica dizendo que pequena puta eu sou e como eu me joguei em Se... — Eu parei, incapaz de pronunciar o seu nome. — E-E eu não tenho dormido muito bem... Eu tenho tido pesadelos sobre acordar debaixo... Debaixo dele. — Convoquei uma respiração profunda, desejando que ela me abraçasse ou algo, ou


tentasse me fazer sentir um pouco melhor. Ela costumava me dar abraços quando eu era pequena, mas então meu pai teve uma amante e ela conseguiu suas pílulas e vinho. Quando ela estava tomando, o que era quase sempre, eles se tornaram as coisas mais importantes para ela, e tudo o mais, inclusive eu, não parecia importar. Ela olhou para mim com um pouco de simpatia quando ela torceu a tampa dos comprimidos. — Tome um destes por dia até que você esteja se sentindo melhor. — Ela pegou minha mão e jogou uma pílula em minha palma. — O que é isso? — Eu segurei a pequena pílula branca com cautela. —É algo que vai fazer tudo isso melhor — insistiu ela, enroscando a tampa novamente. — Para todos. Você, eu, e seu pai. Eu sabia que era errado, mas ela estava me olhando com expectativa, e tudo o que eu realmente queria fazer era fazer com que a pesada, humilhante, imunda, dor e autoaversão desaparecesse, então eu inclinei minha cabeça para trás e engoli a pílula. —Boa menina, — minha mãe disse como se eu fosse um cão que tinha acabado de fazer o truque correto e tinha sido recompensado com um doce. Ela me entregou a garrafa e, em seguida, puxou os óculos de sol de volta sobre seus olhos e cruzou as pernas. — E se você ficar sem, deixe-me saber e eu vou te dar mais. E ela o fez. Toda vez que eu ia ficar sem, ela me conseguia um refil. Às vezes, quando eu estava visitando a casa, ela iria partilhar seu esconderijo. Nós tomamos os comprimidos e, em seguida, íamos às compras ou algo assim, a única coisa visível dentro de um ou de nossos corpos

eram

as

sombras

do

nosso

verdadeiro

eu

superficiais,

materialistas. Eu tenho passado muito tempo no antigo quarto de Micha, que é o meu novo quarto temporário. E um monte desse tempo gastei olhando no espelho, não em vão, nem nada, só olhando para o meu reflexo e tentando descobrir quem eu sou sem pílulas no meu sistema. Os olhos


azuis que olham para mim não são reconhecíveis, demasiados grandes e confusos, em vez de branco como se tivessem sido há anos. Conforme a sobriedade começa a infiltrar-se a cada dia que passa, eu tento imaginar como cheguei a este exato momento em que parecia que eu tinha estado bem poucos dias atrás. Dentro de quatro dias a sensação de mil tijolos caíram para baixo no meu peito e estão prendendo-me à cama. E eu me pergunto se eu nunca vou ser capaz de impedi-los de me esmagar.

Ethan O que diabos eu estou fazendo? Não estou à procura de um relacionamento. Eles são feios, crus, brutais, dolorosos, destruidores de vida. Eles existem apenas nos corações dos necessitados e eu não preciso de nada de ninguém. Estou perfeitamente satisfeito sozinho, escondido no lugar desolado dentro de mim. É o que eu preciso para existir, porque eu não acho que eu posso lidar com qualquer outra coisa. Mesmo com London, tive a certeza de manter o máximo de distância que pude e estou feliz. Se eu não o tivesse, eu poderia ter quebrado em pedaços naquela manhã, quando recebi a notícia. Mas ao invés disso, eu me senti dormente, mal sentindo uma coisa sobre isso, quase como se nunca tivesse acontecido. E estar naquele lugar é um ótimo lugar para estar. É calmo e quieto e pacífico. Não há gritos dentro da minha cabeça, nenhuma comoção, sem ansiedade. Eu não tenho que me preocupar em ser orientado todo por alguém, ser controlado, ou me perder, ou tentando tirar a identidade de outra pessoa, fingindo amá-los, quando na verdade eu só quero possuílos. Dentro da solidão em mim, eu não preciso me preocupar em me transformar em alguém que eu não quero ser, como a minha mãe ou meu pai. Eu sou apenas Ethan. E eu posso viver com isso. Mas com Lila... Jesus Cristo, porra, eu estou me transformando em uma pessoa que eu


mal reconheço. Um cara legal que se preocupa demais, que está quebrando suas regras e se envolvendo. Sim, eu me tornei tudo o que eu prometi que nunca mais seria depois que eu perdi London. — Seu sofá tem cheiro de queijo velho. — Lila entra na minha sala com uma carranca no rosto. É a mesma carranca que ela está usando pelos últimos quatro dias, desde que eu aprendi sobre seu hábito de tomar pílulas. — E o seu frigorífico tem mofo nele. —Bem, pelo menos ele está funcionando. — Eu coloquei minha caneta longe e fechei o caderno, atirando-o na mesa de cabeceira, e inclinando-me contra a cabeceira. — Ele poderia não ter energia e estar crescendo mofo. Sua testa vinca conforme sua carranca se intensifica. Seu cabelo não está penteado, e ela ainda usa o par de cuecas samba-canção e a parte superior do top no qual ela dormia. — O que você estava fazendo? — Ela encara o caderno. — Escrevendo sobre o quão cadela eu sou? Eu cruzo meus braços e estico as pernas sobre a cama na minha frente. — Por que eu tenho que escrever sobre isso quando eu posso dizer-lhe pessoalmente? Seus olhos azuis ficam frios. — Você é um idiota. — Você sabe, você disse isso cerca de vinte vezes nos últimos dias e está ficando muito velho, especialmente porque a maioria dos idiotas simplesmente não te deixaria morar com eles. Ela balança a cabeça e bufa com a frustração. —É hora de você me dar outro pedaço estúpido da minha pílula. Eu olho para o relógio e, em seguida, aperto a minha cabeça. — Ainda não. Ela solta um grito entre os dentes e, em seguida, me sacode antes de sair do meu quarto. Minha cabeça cai de volta contra a cabeceira da cama e eu olho para cima na rachadura no teto. Eu não tenho certeza se estou fazendo alguma coisa certa, se estou ajudando-a ou prejudicando-a. Ela é muito diferente, mais fechada e teimosa e mal-


intencionada. Ela não vai falar nada e reclama de tudo. Ela está me deixando fodidamente louco. Eu esfrego minha testa, amaldiçoando a dor de cabeça sem parar que eu tenho há dias. Finalmente, eu não aguento mais. Eu preciso aliviar o stress e há apenas duas maneiras para eu fazer isso. Dormir com alguém ou tocar bateria. Normalmente, eu iria com o primeiro, mas eu não estou sentindo nada. Levanto-me da cama, tiro a minha camisa, e sento-me no banco ao lado de minha bateria, pegando minhas baquetas do chão. Chego até meu armário e pego o meu iPod do dock. Eu seleciono ‗Gotta Get Away!‘ de Offspring, coloco o iPod de volta no dock, e aumento o volume, querendo abafar o ruído dos meus pensamentos e qualquer potencial drama a mais de Lila. Uma vez que a música clica, eu bato as varas para baixo na bateria e começo a bater ao ritmo com mais força do que o habitual. Eu geralmente sou atencioso com os vizinhos, mas agora eu preciso de um desabafo. Quanto mais eu for, mais eu recebo. No meio do caminho, eu só fecho os olhos e deixo-me afogar na música e batida, a minha pele coberta de suor e meu pulso martelando no meu peito. Sinto-me me arrastar para longe dos meus problemas e da vida. Por um momento, eu estou sozinho no apartamento, no mundo, e todas as preocupações que me cercam deixaram de existir. Em seguida, a música termina e eu abro os olhos e quase caio do banco. Lila está sentada na beira da minha cama, me olhando com o que se parece um olhar desinteressado, mas eu acho que é uma máscara para esconder o fato de que ela está curiosa. —Jesus, Lila. — Eu tento recuperar o fôlego, varrendo os dedos pelo meu cabelo suado. — Você assustou a merda fora de mim. Ela cruza as pernas e olha para mim, impassível. Por um segundo, eu acho que ela vai me pedir outra pílula, talvez até tentar negociar comigo, algo que ela fez muito ao longo dos últimos dias. Mas em vez disso, ela diz: — Como você acha que eu me sinto? Um minuto eu estou


sentada em uma sala silenciosa e de repente todo o lugar está tremendo? Eu pego as baquetas, girando-as em minhas mãos, agarrando com tanta força que a madeira grosseiramente esfrega na pele. — Desculpe, mas eu tinha que fazer isso, caso contrário eu teria feito algo realmente estúpido. Ela eleva as sobrancelhas. — Como o quê? — Como sair de casa. —Bem, eu gostaria que você tivesse. — Ela faz uma pausa contemplativa. — Espere, por que você sairia de casa, se você não tocasse? — Porque eu precisava de um desabafo. — Eu limpo algum suor da minha testa com o meu braço. — E era isso ou ir transar. Eu pego o mais fraco tom de irritação em sua expressão neutra. — Você deveria ter ido de transar. Ele funciona muito melhor. — O tom é cortado e ela está respirando de forma estridente, trabalhando duro para manter o oxigênio fluindo. Eu estudo-a, realmente sentindo falta da Lila sorridente que eu conheci há um ano e meio atrás, o que eu achava que era meu oposto, mas agora eu estou reconsiderando essa ideia. Na verdade, quanto mais eu a conheço, mais ela me lembra London, errática e cheia de segredos. Eu achava que conhecia Lila, mas eu acho que estava errado e eu não sou realmente certo do que fazer com isso ou como me sinto sobre isso ainda. — Como você sabe? Alguma vez você já tocou antes? — Você sabe que eu não o fiz. — Como eu sei de qualquer coisa que você não pode e não pode fazer? Porque eu estou aprendendo muito rapidamente que aqueles pequenos de coração para coração que tínhamos no ano passado não eram reais. — Eles eram— diz ela, parecendo magoada, e eu relaxo com a visão de emoção em seu rosto, mesmo que seja tristeza, porque pelo menos é alguma coisa. — Tudo o que eu te disse era verdade. Eu só não te disse tudo, o que eu tenho certeza que você fez comigo, também.


Eu não me incomodo tentando negá-lo. Claro, ela sabe coisas, como a forma como os meus pais eram e são, mas ela não sabe sobre o meu medo de estar com alguém porque eu vou ficar como eles ou sobre o que aconteceu para London. — Tudo bem, é justo. Nós sentamos em silêncio por um pouco e ela está ou olhando para os minhas baquetas, que estão no meu colo, ou meu pau. Finalmente, ela pergunta: — Será que é realmente terapêutico? Eu enxugo o suor do meu braço com a mão. —É o que terapêutico? Ela pega o meu olhar e ela parece impotentemente perdida pela primeira vez desde que a conheci. — Tocar bateria. Você disse que era bom para desabafar. —É ainda melhor do que bater num saco. — Eu reúno as baquetas do meu colo. — Você... Você quer tentar? Ela se inclina para trás, sacudindo a cabeça, como se estivesse com medo delas - ou de mim. — Eu não sei como tocar. Você sabe disso. — Não, eu não sei disso desde que eu nunca cheguei a perguntarlhe. — Eu aproximei-me de volta na banqueta. — Mas eu posso ajudála, se quiser. Pode ajudar com a sua — eu pressiono meus lábios, tentando não sorrir — Má atitude. Eu espero que ela fique toda irritada, mas, em vez disso, ela se levanta com confiança e tece em torno dos tambores em direção a mim e eu não posso ajudar, exceto pensar que, agora, esta é a minha Lila. Mas eu aperto rapidamente o pensamento longe, porque ela não é minha Lila. Ela é minha amiga. — E como é que você vai me mostrar? — Ela pergunta, olhando para os paus na minha mão. Mil comentários sujos passam por minha cabeça, mas eu mordo-os de volta e fujo para longe um pouco mais, abrindo espaço para ela, e em seguida, dou uma palmadinha no local no banco que está na minha frente. — Sente-se. Seus olhos varrem o espaço pequeno, e, em seguida, mordendo o lábio, ela enfia mechas de seu cabelo loiro bagunçado atrás das orelhas


e timidamente se aperta entre meus joelhos e os tambores. Ela cai no banco e eu percebo o quão ruim é a ideia de como a bunda dela pressiona contra o meu pau. Eu tento manter meus pensamentos sujos a um mínimo quando eu chego um braço em volta de cada um de seus lados, e entrego-a as baquetas. — Qual é a música eu tenho para tocar? — Ela pergunta quando eu me inclino para o lado para pegar o iPod. —Uma de suas canções de rock loucas? — Ela parece divertida e me faz sorrir. — Não é muito louca. — Eu seleciono ‗1979‘, de Smashing Pumpkins,

em

seguida,

coloco

rapidamente

o

iPod

no

dock,

pressionando o peito contra as costas de Lila, e enrolo uma mão em torno de cada uma das dela, de modo que os meus dedos estão dobrados em torno de seus pulsos. — Você está suado — ela comenta. — Isso é nojento. —Bem, você não tomou um banho em, tipo, quatro dias. Imagine como você cheira, — eu retruco, mas ela realmente cheira bem frutado, como melancia. Eu rapidamente varro o seu cabelo para o lado e inclino-me sobre seu ombro, apoiando o queixo sobre ele para que eu possa ver o que estou fazendo. A música começa a tocar e antes que eu perceba a parte da bateria está começando. — Perdemos a introdução — diz Lila, afirmando o óbvio. — E essa música é muito rápida de qualquer maneira. Eu não posso acompanhar isso. — Nunca diga que não pode. — Eu levanto seus braços no ar. Ela ainda está segurando as baquetas e os meus dedos estão pressionando contra

seu

pulso

martelando. Ela

está

nervosa,

o

que

me

surpreende. Eu esperava que ela fosse mais suave, porque é assim que ela é normalmente. Mas, novamente, isso é toda uma diferente Lila, uma sem drogas em seu sistema. — Você está pronta? — Eu pergunto a ela e eu tenho que fechar momentaneamente os olhos quando ela estremece contra a sensação da minha respiração contra seu ombro. Ela acena com a cabeça e eu abro meus olhos. — Eu estou pronta — ela grita sobre a música.


Eu respiro fundo, sentindo-me desconfortável. Felizmente eu sei que vai limpar assim que eu começar a tocar. A canção está chegando ao refrão, o momento ideal para entrar e começar a tocar. Nós esperamos e esperamos, inspirando e expirando até que parece que vamos entrar em combustão, e, finalmente, a canção se aproxima do momento perfeito. Agarrando-lhe os pulsos, eu trago as mãos para baixo ao som dos tambores. Eu ouço sua risada quando as varetas batem e não combinam muito bem as batidas. É um pouco mais difícil de tocar assim, mas eu faço funcionar, porque tocar bem não é o ponto. Tocar com o coração é e deixá-la sintonizar seus pensamentos com outra coisa que não seja o desejo irresistível que eu sei que ela ainda está sentindo. Ela continua a rir, algumas vezes tentando assumir por conta própria. Soa terrível, como unhas arranhando, terrível de arranhar o ouvido, mas a faz feliz e relaxada, completamente fora de sua própria cabeça, e, honestamente, eu me sinto da mesma maneira.

Lila Uma vez que eu tomo um assento, eu sei que estou em apuros. Seu robusto peito tatuado está esmagado contra as minhas costas, irradiando calor através da minha camisa fina e tornando difícil respirar. Algo sobre a sensação dele derrete a fome dentro de mim e de repente os meus pensamentos são desviados. Eu o vi sem camisa antes, uma vez, quando estávamos jogando strip poker. Mas eu estava bêbada e medicada, e sinceramente não tenho certeza de que eu estava vendo muito claramente, porque ele parece muito mais sexy agora. Todos os caras dos quais me lembro de estar têm sido de corte limpo, com pele perfeitamente bronzeada e abdômen esculpido. Pareciam bons rapazes com boas maneiras em público, embora atrás de portas fechadas geralmente sejam uma história diferente.


Eu nunca estive com alguém que tocava bateria, tivesse cabelo desgrenhado e não aparado, uma sombra de barba por fazer, ou magros braços tatuados que ondulavam conforme eles batiam as baquetas nos cilindros. Quero dizer, eu sabia que Ethan tinha tatuagens, mas eu nunca tinha prestado atenção suficiente em quantas. E, Deus, elas ficam bem nele. Há uma em particular, atravessando seu peitoral que sempre me chamou a atenção. Parecem letras de talvez uma outra linguagem que andam em um círculo, esboçadas em tinta preta. A única outra língua que eu posso falar é francês, então, eu não tenho certeza de que língua é. Mas pelas formas únicas de cada letra. Acho que não é uma muito comum. Eu me pergunto se eu estou certa. Gostaria de saber o que significa. Eu me pergunto se ele me diria se eu lhe perguntasse. Minhas mãos estão suando contra as baquetas e meu coração agita-se quando ele segura os dedos em torno de cada um dos meus pulsos. Eu sei que ele pode sentir minha pulsação sacudindo contra as pontas dos dedos, mas ele não diz nada sobre isso, seja para ser agradável ou porque ele está ficando muito preso em tocar. Eu vou admitir que é libertador, batendo as varas no ritmo da música e eu até consegui rir. Quando ele continua a mover minhas mãos, me atrevo a roubar um olhar sobre meus ombros para ele. Ele parece tão tranquilo e em harmonia com a música, como se ele não estivesse pensando em nada, exceto a batida e as letras. Seus olhos estão fechados e ele tem esse olhar de euforia no rosto. É fascinante, observando-o coincidir com a batida da música, movendo minhas mãos junto com as dele. Ele está realmente entrando nisso e ele é sexy e quente e, oh meu Deus, eu tenho que morder o lábio para conter ruídos indesejáveis de escaparem dos meus lábios quando eu me lembro da sensação de sua língua e dentes na minha pele. É o sentimento mais incrível que eu já experimentei, como todas as minhas emoções negativas são canalizados para bater as baquetas e eu


gostaria de poder continuar fazendo isso para sempre. Mas, então, a música chega ao fim e o momento de liberdade desaparece. Eu rapidamente desvio o olhar antes que ele abra os olhos e me pegue olhando para ele. Estou ofegante e ele está também, o movimento de seu peito e costas harmonizados. — Isso foi divertido — eu digo, sem fôlego, minha pele úmida de suor. Tudo dentro de mim é tão ardente, mas em um bom jeito de dar água na boca, e ao contrário do habitual, eu posso senti-lo, saboreá-lo, respirá-lo, quero isso. Quero-o. Meu Deus, eu o quero. Estou sóbria, completamente coerente, e eu o quero, como eu o tive naquela noite que tomamos os shots no clube e, em seguida, eu só deitei na minha cama, sentindo minha dormência geralmente autoinduzida, apenas desta vez ele não iria parar e sair e eu não iria desligar, e sim deixando-me sentir tudo. O seu queixo está no meu ombro e, quando ele inclina a cabeça para o lado, sua respiração acaricia meu pescoço. — Eu acho que você é uma natural — diz ele, diversão em sua voz. — Talvez devêssemos obter o seu próprio conjunto. Eu mastigo meu lábio, inclinando a cabeça para o lado para olhar para ele e quase acabo beijando-o. —Um conjunto rosa, talvez? — Molhei meus lábios com a minha língua, observando a proximidade de sua boca, sentindo-se este novo puxão desconhecido para ele como sensações de calor e arrepios correndo pelo meu corpo. Ele ri de mim, seu hálito quente em meu rosto quando ele balança a cabeça. —Rosa? Por que não estou surpreso? — Ele se inclina, pressionando seu peito mais duramente contra as minhas costas, mas não estou certa se ele mesmo percebe que ele está fazendo isso. — O que há de errado com a cor rosa? — Eu pergunto, o sentimento de desejo e fome deixando meu corpo. — Nada há de errado com a cor rosa. — Sorrindo, ele sobe para fora do banco e estende as mãos, e o desejo do meu corpo chia. — Eu só acho que é engraçado que agora você queira um conjunto sendo que


apenas há pouco tempo que você veio aqui para reclamar sobre a casa toda tremendo. Eu engulo o caroço na minha garganta enquanto eu coloco as baquetas em suas mãos e saio do banco. — Desculpe, — eu murmuro, sentindo-me mal, recordando como eu estava agindo como uma puta. Normalmente, eu não me importaria, mas agora eu sinto que estou à beira das lágrimas, minhas emoções em todo o lugar. Eu giro em torno dele, batendo meu quadril em um dos símbolos. — Eu só vou voltar para o meu quarto. — Lila, espera. — Ele segura meu cotovelo quando eu chego ao pé da cama. — Olha, eu sinto muito. Eu só estava brincando, mas eu realmente não deveria. Agora não é o momento ou lugar. — Ele toma uma respiração profunda e seu peito afunda quando ele libera-a. — Eu sei como você está se sentindo, e provocação é a última coisa que você precisa. Eu

fecho

meus

olhos,

inalando

uma

limpa

respiração

e

mentalmente limpando a minha cabeça de todos os sentimentos sexuais que tenho por Ethan, antes de me virar e olhar para ele. — Não se desculpe. Tudo isso é culpa minha. Eu nunca deveria ter te chamado naquela noite e trazido você para a minha secreta vida de acidente de trem. Seus dedos deixam meu braço e ele delibera sobre algo, mastigando o lábio enquanto ele o faz. Eu me pergunto se ele sabe que ele está fazendo isso, ou se ele sabe como isso me deixa louca quando ele o faz. — O que você quer fazer hoje? — Ele pergunta, me jogando fora de guarda. Eu fico olhando perplexa para ele. — O que você quer dizer? — Quero dizer, o que você quer fazer hoje? — Quais são as minhas opções? — Qualquer coisa. Agarro-me ao pé da cama, sentindo-me tonta sem razão enquanto eu considero o que eu quero fazer. — Eu acho que talvez seja melhor


você escolher — eu digo. — Porque tudo o que eu estou pensando envolve coisas que você não vai me deixar fazer. — Pílulas. Álcool. Você. Ele aperta os lábios, parecendo estranhamente feliz. Estou prestes a perguntar-lhe por que, quando ele diz: — Vá tomar um banho e vestir algo confortável. Eu coloquei minha mão no meu quadril. — Por quê? Para onde vamos? —É uma surpresa. — Ele pega sua camisa jogada na cabeceira da cama e eu tenho que dar um passo atrás para que seu braço não escove meu peito. — E nenhum questionamento. Vai tirar todo o divertimento disso. Eu estou cética, mas curiosa o suficiente para que eu obedeça suas instruções e comece a sair do quarto para tomar um banho. Mas faço uma pausa na porta, minha mente voltando para sua tatuagem quando ele vai escorregar sua camisa. — O que significa isso? — Eu pergunto, apontando para o peito. Ele olha para baixo com a camisa metade em torno de seu pescoço. — Esta? — Ele toca a tatuagem levemente com o dedo, em seguida, olha para mim com os olhos encapuzados. — Isso significa solidão em grego. — Solidão? Ele balança a cabeça, deslizando os braços através das mangas. — É um sonho meu. —Ficar sozinho? — Eu questiono. — Como em sua coisa de pequena viagem, porque eu pensei que você ia me levar com você. — Eu tento dizer isso de ânimo leve, mas estou me sentindo muito inferior e desanimada. Ele encolhe os ombros. — Sonhos podem mudar, eu acho. — Então, talvez, você não deva tatuá-los permanentemente em sua pele — eu brinco. Seus lábios puxam para cima. — Sempre que eu coloco uma tatuagem na minha pele sempre significa algo para mim no momento, e eu nunca me arrependi de começar uma.


Eu mordo minhas unhas já roídas quando ele faz o seu caminho até a cômoda. — Talvez eu devesse ter uma. Ele olha por cima do ombro para mim através de olhos semicerrados e varre lentamente meu corpo, fazendo-me sentir nua. — Talvez você devesse. Fica muito silencioso entre nós enquanto nós estamos lá olhando para o outro, o meu corpo aquece a cada segundo que seus olhos estão fixos em mim. Por fim, ele limpa a garganta e a tensão se desintegra. — Agora vá tomar um banho para que possamos seguir em frente — diz ele, pegando uma garrafa de água de colônia de fora de sua cômoda. Concordo com a cabeça e vou tomar um banho, desejando que a água fosse lavar as emoções indomáveis que correm dentro de mim, indo embora junto com a limpeza. Mas eu praticamente me sinto da mesma forma quando eu saio, toda irritada por dentro. Eu tento minimizar o melhor que posso e entrar em meu único par de jeans e vestir um top rosa. Eu tranço o cabelo úmido para o lado desde que eu não estou com vontade de enrolá-lo. Então eu deslizo sobre minhas sandálias e dirijo-me à sala de estar onde ele está deitado no sofá lendo um livro. — Você lê mais do que qualquer outro cara que eu conheço — eu digo, sentando-me no braço do sofá. —É estranho. Sem olhar para mim, ele vira a página. —Bom. Eu gosto de ser originalmente estranho. Eu cruzo as pernas e mexo com a minha trança. — Você gosta? — Com certeza. — Seus olhos voltam ao livro, como se ele não conseguisse ficar longe da história. Seu cabelo está varrido para o lado e ele está usando uma camiseta cinza, acentuada com uma camisa listrada de preto e branco e um par de shorts cargo negros. Ele tem faixas de couro em seus pulsos e botas nos pés. Sento-me lá por um tempo, esperando por ele para fechar o livro, mas estou começando a ficar entediada e inquieta. Finalmente, ele coloca-o sobre a mesa de café, marcando a página dobrando o canto. —


Desculpe — ele pede desculpas, ficando de pé. — Eu tive que chegar à parte boa. Eu olho a torta, rasgada e desgastada capa quando eu fico em pé. — Parece que você o leu, tipo, uma centena de vezes. — Eu li. — Ele apanha as chaves e a carteira e, em seguida, abre a porta da frente, segurando-a para mim. — Mas isso não significa que as partes boas ficam menos boas. Eu reviro os olhos e saio para a luz do sol. — Tanto faz. Eu nunca entendi o grande negócio sobre a leitura. Ele fecha a porta e tranca-a, virando-se para as escadas. — Ir para outro lugar. Ficar perdido no tempo. Fingindo que você está vivendo uma vida diferente. — Ele vai descendo as escadas e eu sigo-o. — O que há para não amar? —É por isso que você está lendo o tempo todo? E escrevendo? — Quem disse que eu leio e escrevo o tempo todo? —

Eu

disse

eu

digo

quando

chegamos

ao

final

das

escadas. Dirigimo-nos para a garagem onde a caminhonete está estacionada. — Eu vi você ler e escrever naquele diário um par de vezes, mas agora que eu estou vivendo com você — eu agarro a maçaneta da porta de sua caminhonete — você faz ambos muito. Ele desliga o alarme e abrimos as portas e pulamos dentro. Isso me toma um pouco mais de esforço, considerando o quão alto a sua caminhonete é e eu mal tenho altura média. Nós batemos as portas ao mesmo tempo e ele começa a dar partida no motor, dando ao gás algumas rotações difíceis. — Ok, eu tenho que perguntar. — Eu digo, colocando o cinto de segurança por cima do meu ombro. — O que se passa com vocês caras e seus carros ou caminhonetes ou qualquer coisa com um motor, realmente? Ele dá de ombros quando ele empurra o câmbio em marcha ré. — Eu cresci em torno de carros, então, era meio que uma espécie de inclinação que eu os ame. — Ele dá a volta, virando o volante para a


direita. — Quanto a todos os outros caras lá fora, você vai ter que perguntar a eles. Eu descanso meu cotovelo no console. — Então, o quê? Vocês nunca discutem seu amor pelos motores ou qualquer outra coisa? Sua testa franze quando ele endireita a caminhonete e dirige para a saída. — Você quer dizer, se nós sentamos e desenterramos das profundezas de nossos corações escuros para descobrir por que a potência de um motor é tão atraente? — Diversão dança em seus olhos. Eu aponto um olhar irritado para ele, mas quando ele sorri, eu irremediavelmente perco a batalha e sorrio. — Corações escuros? — Ah, sim — diz ele, puxando para a estrada principal ao lado de seu apartamento. — Nós homens temos corações muito escuros. Não é sobre isso que vocês, mulheres, falam o tempo todo? — Talvez. — Eu me sento em frente ao meu assento, olhando para os edifícios do cassino imponentes da área principal da cidade que está à distância na nossa frente, as luzes das marquises tão brilhantes que eu possa lê-las, mesmo que elas estejam um pouco longe. O sol está brilhando e o céu é de um azul impecável enquanto nós nos dirigimos em direção à autoestrada. — Alguns realmente têm corações escuros, apesar de tudo. Ele arqueia a sobrancelha. — O que você quer dizer? Eu balanço minha cabeça. — Eu quero dizer exatamente o que eu quero dizer. Que alguns homens têm corações escuros e algumas mulheres, também. Quando ele fica mais lento em um sinal vermelho, parece que ele quer dizer mais, mas eu olho para a janela do lado, não lhe dando a oportunidade. Eu não fiz nenhuma promessa para ele sobre se eu vou parar de tomar os comprimidos ou não. Acabei escolhendo apenas não entrar em contato com o cara que prescreve as receitas para mim ainda. Eu poderia a qualquer momento, mas parte de mim se sente culpada desde que Ethan tem me ajudado me deixando viver com ele. Mas falando de corações escuros e pensando sobre os homens e mulheres que eu conheço que os têm me dá vontade de correr para um


lugar onde eu possa obter alguns comprimidos, e não uma metade de um. Eu quero uma dose completa, talvez até duas ou três, de modo que talvez o meu coração não pareça tão escuro.


Capítulo 9 Ethan Eu sei que isso realmente não é a dela, andar em quatro rodas numa caminhonete e fazer coisas ao ar livre, mas o fato de não ser pode ser bom para ela. Talvez fazer algo completamente fora do comum a ajude a se sentir melhor e torne as coisas mais fáceis para ela quando eu trouxer à tona minhas regras para viver junto, regras que serão difíceis de discutir, mas que precisavam ser discutidas, caso contrário isso acabará sendo desastroso. — O deserto? — Ela me olhou boquiaberta, completamente desconcertada por onde eu nos trouxe. Ela gesticulou para as colinas de areia em nossa frente que estavam marcadas com rastos de pneus. —Foi aqui que você me trouxe? Para o meio do deserto? Por que você continua me trazendo para lugares sujos? — Não é sujeira. É areia. — Eu tirei o sinto de segurança e desliguei o rádio. — E eu não sei por que você está tão surpresa, uma vez que eu já trouxe você aqui antes. Ela cruzou os braços e bateu o pé no chão. —É, mas é estranho você continuar a fazer isso. Eu desliguei o motor. — Por quê? Seus lábios se dividiram. — Porque é do lado de fora no meio do nada e não há nada para fazer aqui a não ser conversar. — Tem muito o que fazer aqui, — eu insisti. — E estar do lado de fora no meio do nada é o melhor lugar para estar. — Os cantos de meus lábios ficaram esquisitos. — Lembre-se, nós já conversamos sobre isso. Você, eu, as montanhas e o silêncio. Seus lábios carnudos puxados para cima. — Oh sim, você e sua obsessão de homem da montanha. — Não me julgue, — eu disse. — Só porque eu gosto um pouco menos de uma vida materialista não significa que há algo errado comigo.


Ela soltou os braços e inclinou-se sobre o console, apoiando-se nos cotovelos e as curvas de seus seios cresceram na parte de cima de sua blusa. — Eu nunca disse que há algo errado com você. Eu só não entendo porque você me traria aqui para distrair minha mente. Pisquei os olhos e desviei meu olhar de seus mamilos. — Porque é o lugar perfeito. Seus lábios ondularam em um sorriso falso. — Está gostando da vista? — Ela pressionou seu peito um pouco mais e eu sei que seus mamilos estão pulando fora da blusa ainda mais, mas eu não olho para baixo, mesmo sabendo que será uma visão maravilhosa, uma que eu quase vi e ainda queria ver. Não tem utilidade negar. Eu mantive meu olhar e gesticulei para o deserto. — Claro, o que há para não amar na vista? Ela franziu a testa e virou para frente em seu assento, um pouco irritada. — Então mostre-me o que há de tão fascinante no deserto. Eu desci da caminhonete e dei a volta pela frente, sabendo que ela estava muito confusa. Quando abri a porta, como previsto, ela tinha uma expressão perplexa. — O que você está fazendo? — Ela perguntou, encarando-me com os braços cruzados. Eu balancei minhas mãos para ela, gesticulando para ela saltar. — Dando-lhe bons momentos, — eu disse. Ela rolou sua língua na boca e examinou-me, parecendo querer rasgar minhas roupas e eu percebi que estava dando a ideia errada para ela. — Salte para o banco do motorista, Lila, — eu esclareci cuidadosamente, lembrando-me de que esta não é a hora de tentar nada com ela. Ela está muito vulnerável nesse momento e eu já tinha decidido não percorrer esse caminho. Suas bochechas coraram com vergonha enquanto ela balançava suas pernas sobre o console e sentava atrás do volante. Enquanto ela puxava sua outra perna, eu percebi que ela tinha uma cicatriz ao redor da parte inferior de seu tornozelo. — Como você conseguiu essa cicatriz? — Eu perguntei, saltando para dentro e fechando a porta. — Nunca reparei nela antes.


Ela colocou as mãos no alto do volante, suspirando. —É de uma coisa realmente muito estúpida que eu fiz há muito tempo atrás. — Ela baixou o volante e correu o assento para frente, mesmo sem eu dizer a ela para onde ela estava dirigindo. — Você vai a algum lugar? — Eu brinquei, colocando meu sinto de segurança. Ela franziu a testa, deixando sair uma respiração e mechas de seu cabelo loiro cairam em frente a seu rosto. — Não foi por isso que você me mandou saltar? Eu acenei com a cabeça, decidindo deixar a brincadeira de lado. — Sim, mas coloque seu cinto de segurança. Suspirando novamente, ela estendeu a mão e pegou o cinto de segurança. — Eu não entendo porque você me quer dirigindo, — ela declarou, colocando o cinto. — Porque é terapêutico. Ela olhou para mim de canto de olho. — Como sua bateria? — Eles não são terapêuticos? — Eu perguntei. — Porque pareceu para mim que você relaxou. Ela olhou para mim da cabeça aos pés e por alguma razão estúpida eu me peguei me contorcendo como um retardado. — Ethan, por que você está fazendo isso? Minhas sobrancelhas juntaram-se. — O quê? Deixar você dirigir minha caminhonete? Ela sacode a cabeça. — Não, ajudando-me. Eu sei... nós conversamos e saímos o suficiente para eu saber que você vai ficar louco morando comigo. Eu sei que você gosta de seu tempo sozinho. —É... Eu gosto, mas acho que vou abrir uma exceção por você. — Mas por quê? Quero dizer, tudo que tenho feito nos últimos dias é ser uma vaca para você e eu sei que você morou com Micha e tudo o mais, mas morar com uma garota é completamente diferente. — Você está insultando seu gênero? — Eu provoco. Ela deu de ombros, procurado defeitos em suas unhas. — Insultando não. Só estou expressando o óbvio. Nós fazemos coisas, você


sabe. Como querer conversar e assistir filmes bobos e deixar nossas calcinhas e sutiãs pendurados no banheiro porque não podemos colocalos na secadora. Eu me inquietei, tentando descobrir o que dizer. —Bem, nós conversamos muito de qualquer forma e eu não me importo com filmes bobos de vez em quando, contanto que sejam poéticos, e as calcinhas e sutiãs... — Eu hesitei com um movimento de cabeça. — Quero dizer, por que diabos isso me incomodaria? Sua bochechas coraram um pouco e eu me perguntei no que ela estava pensando. — Mas você nunca disse por que estava fazendo isso. — Porque... eu gosto de você, Lila. Você é uma boa amiga e precisa de ajuda.‖ Amiga. Eu preciso me lembrar disso. Ela cogitou o que eu disse, o que não era nada além da verdade. — Filmes bobos e poéticos, hein? Isso existe? — Eu acho que você terá que descobrir. — Eu forcei um riso. — Caso contrário, vamos ficar sem filmes. Ela sugou os lábios entre os dentes, seus olhos azuis mais brilhantes do que eu os vira nos últimos dias, o que fez meu coração acelerar um pouco. — Eu vou ter que viver sem eles então. — Ela olhou para frente no assento e a pálida luz do sol brilhou contra seu rosto, sua pele macia, seus lábios encorpados, e ela estava completamente sem maquiagem, o que era raro para ela. E honestamente, eu prefiro que ela sem porque agora ela está muito deslumbrante da forma mais real possível. — Então, o que exatamente eu deveria estar fazendo aqui? — Ela gesticulou para a areia a nossa frente. O som de sua voz me tirou de meus pensamentos sobre ela e eu foquei no para-brisa. — Você vai dirigir. — Dirigir? — Ela pareceu hesitante. — Tipo de volta ao apartamento? — Eventualmente. — Eu estendi meu braço sobre o console e apertei o botão de tração nas quatro rodas. O caminhão rangeu e então travou. Quando voltei a meu lugar, meu braço roçou o peito dela e


precisei de muito esforço para não me debruçar sobre ela e tocá-la mais. — Mas primeiro eu quero que você dirija aqui. Ela piscou para mim, surpresa. — Você está brincando? — Eu pareço estar brincando? — Eu a encarei com uma expressão séria. Ela sacudiu a cabeça relutante, parecendo chocada. — Não, e eu estou me perguntando se você ficou louco ou algo assim. Talvez quando você atingiu aquele quebra-molas na estrada no caminho para cá e você bateu a cabeça na janela, o que será um leve ferimento comparado a o que poderia acontecer se você me deixar dirigir. — Não se preocupe sobre bater o carro, — eu a tranquilizei e relaxei no banco. — Você vai se sair bem. O queixo dela caiu quando ela segurou o volante. — Você está falando sério? Você já me viu dirigir antes. — Eu lembro. — Eu ri baixinho, pensando em como eu estava assustado enquanto ela imprudentemente fazia zig-zag no trânsito. — Eu realmente pensei que fosse morrer. Ela socou-me levemente no braço e eu recuei, mas ri. — Oh, agora o idiota fará uma grande aparição. Sufocando minha risada, eu esfreguei o lugar onde ela me atingiu. — Estou apenas expressando o óbvio. — Eu estendi a mão e virei as chaves, depois me recostei no assento. — Agora dirija. Contanto que você fique em linha reta e mantenha a aceleração estaremos bem. — E se eu não for rápido o suficiente? — Então ficaremos atolados. Ela pareceu preocupada, e embora eu não esteja fingindo, eu também estou. Tem tantas coisas que podem dar errado nesse momento, mas é divertido e bombeia adrenalina e é disso que ela precisa. Bom, diversão impulsiva, sem os remédios, porque agora, ela poderá sentir a alegria disso e eu não tenho certeza há quanto tempo ela não sente algo além de necessidade. Seus ombros subiram e caíram enquanto ela tentava aliviar o estresse, e então finalmente ela empurrou a marcha e pisou no


acelerador. Eu tentei permanecer calmo, mas quando a caminhonete deu um solavanco para frente eu fiquei tenso e agarrei a barra acima de minha cabeça. — Calma, — eu disse, rangendo meus dentes. — Apenas vá devagar. Ela bufou frustrada e então tirou um pouco o pé do acelerador. A caminhonete gradualmente avançou devagar para frente, o motor retardando um pouco. Ela começou a sorrir enquanto manobrava a caminhonete no monte de areia, mas então seu rosto caiu quando os pneus protestaram pela falta de tração e a caminhonete caiu. — Aperte o acelerador um pouco mais, — eu instruí, acenando para ela continuar. — Mas você disse para não pressionar muito, — ela disse, colocando a mão na marcha. — Exceto quando estiver subindo uma ladeira. Ela franziu a testa e então apertou tanto o acelerador que nós demos outro solavanco. Eu bati minha cabeça no apoio para cabeça e ouvi algo de seu lado bater em algo com muita força. Quando olhei para cima, ela estava com a base de sua mão pressionada em sua testa. — Sua cabeça está bem? — Eu perguntei enquanto esfregava a minha. Ela confirmou com a cabeça. —É, acho que sim. Eu me encolhi quando o motor falhou. — Lila, vai, antes que fiquemos atolados. Ela jogou as mãos para cima irritada. — Eu não sei por que você quer que eu faça isso. — Por diversão, — eu expliquei. — Você precisa se divertir um pouco na vida. Eu devo ter dito as palavras mágicas ou algo assim porque ela colocou as mãos no alto do volante e pisou no acelerador bem forte de novo, a caminhonete dando um solavanco para frente. Desta vez eu estava pronto e agarrei a maçaneta da porta, mantendo-me no lugar. Ela queixou-se com desânimo, mas continuou dirigindo. Quanto mais


ela dirigia, mas ela relaxava e eu também, mesmo quando ela atingiu as colinas e algumas saliências na estrada. Quando ela passava por uma parte particularmente alta e o caminhão rugia, saltava e balançava, ela começava a rir. Quando a caminhote voltava para terra lisa novamente, ela ria mais ainda e a caminhote começava a diminuir a velocidade. No fim das contas, ela parou a caminhote completamente perto da margem da estrada rochosa e descansou a cabeça no volante. Seus ombros tremendo enquanto ela irrompe risada após risada. Eu permaneci em silêncio o máximo que pude, até não conseguir mais. — Importa-se de dizer o que é tão engraçado? — Perguntei, baixando a viseira. Ela sacudiu a cabeça de um lado para o outro sem olhar para mim. — Nada. — Qual é, fala. Está me deixando louco. —Bem, se eu lhe disser, você vai achar que sou louca. — Se você não disser, vou pensar isso de qualquer forma, — brinquei, mas de uma forma um pouco séria. Ela

suspirou,

desanimada,

e

ergueu

a

cabeça.

Lágrimas

manchavam seus olhos azuis e eu tive dificuldade para descobrir se eram lágrimas de alegria ou se ela estava chorando enquanto sua cabeça estava baixa. Ela deu tapinhas nos cantos de seus olhos com as pontas dos dedos secando as lágrimas. —É só... é a coisa mais divertida que eu já fiz a um bom tempo. Ela sacode a cabeça como se estivesse desapontada consigo. — O que é idiota. — Não é idiota, — eu disse, resistindo ao desejo de secar suas lágrimas. — Eu acho que isso é divertido, e acredite em mim, eu não sou nem um pouco idiota. — Eu dei um sorriso para ela. Ela olhou para mim intencionalmente. — Não, você meio que é, mas de um jeito bom.


Eu não tinha certeza de como responder a ela, pois parecia que ela estava sendo verdadeira, mas verdadeira sobre eu ser idiota. — Lila, na verdade existe um motivo para eu te trazer aqui. Ela estacionou a caminhonete e puxou o freio de mão antes de rodar no assento para me encarar. — Eu percebi. — Eu só quero saber quais são seus planos, — eu disse, olhando para o céu. O sol está se pondo e as luzes da cidade à distância iluminam o horizonte. — Planos para quê? — Ela pareceu confusa. Eu foquei minha atenção nela. — Coisas. — Você já está se cansando de mim, não é? Olha, Ethan, eu realmente posso me mudar. Eu tenho alguns amigos com os quais posso ficar até encontrar um lugar para morar. — E como você vai pagar esse lugar? — Perguntei. — E quem são esses outros amigos com quem você vai ficar? São homens? — Por que diabos eu perguntei isso? — Ei, eu tenho outros amigos. — Ela pôs a mão no peito, ofendida. — Você é só o meu preferido. — Ela não estava brincando quando disse isso e por alguma razão isso me fez feliz e também me fez mentalmente rolar meus olhos para mim. — Isso não responde como você vai pagar um lugar para morar, — eu disse, tirando meu cinto de segurança. Ela inclinou o queixo para baixo e girou o anel de platina em seu dedo. — Eu não tenho ideia. Eu estendi a mão e pus meu dedo sob o queixo dela, forçando-a a olhar para mim. — Ei, você está me entendendo completamente errado. Tudo o que eu quero falar é sobre os nossos planos para seguir em frente. — Nossos planos? — Ela disse, avaliando-me com ceticismo. —É, você e eu e o lugar onde agora nós dois chamamos de lar, — eu expliquei, tirando meu dedo de seu queixo. — Oh, você quer que eu comece a pagar aluguel. — Ela soltou uma respiração que estava presa.


— Sim e não... Eu sei que você provavelmente vai precisar de um pouco mais de tempo para cicatrizar e isso não, mas eu acho que nós provavelmente deveríamos discutir como isso vai funcionar daqui um tempo. — Eu bati na maçaneta da porta, odiando dizer isso, mas sabendo que tinha que ser dito. — Tipo quando você estiver melhor, você podia arrumar um emprego e começar a ajudar. — Eu estava tentando ser sutil, mas era difícil. — Eu só acho que talvez se você estiver fazendo um pouco mais de coisas, como trabalhar e encontrar um hobby, as coisas podem ficar um pouco mais fáceis. — Eu sei, — ela disse em voz baixa, sua testa enrugando enquanto ela olhava as cicatrizes em seu pulso. Uma vez que perguntei a ela de onde essas cicatrizes vieram e ela disse que era de algo muito idiota que ela fizera, o que me fazia querer saber se foi na mesma ocasião em que ela machucou o tornozelo. — Mas não tenho ideia de onde começar. — Eu vou ajudar você, — eu garanti a ela, estendendo a mão e apertando gentilmente seu joelho. — Eu não vou deixar você passar por isso sozinha. E quando você estiver pronta, nós conversaremos mais... sobre qualquer coisa que você queira. Eu sou ótimo ouvinte. — Eu sei que você é. — Ela me encarou por uma eternidade, procurando meus olhos, como se ela quase não acreditasse que eu sou real. Quando ela finalmente abriu a boca, eu não tinha ideia do que ela ia dizer. — Obrigada. — Ela tirou o cinto de segurança e inclinou-se, dando-me um beijo no rosto. Estou impressionado. Apesar de todos os toques que tivemos, esse era diferente. Mais íntimo e pessoal e eu percebi que apesar do fato que nos tocamos em lugares que a maioria dos amigos não tocam, nós nunca nos beijamos realmente, um beijo apaixonado e devorador de lábios de verdade. E eu quero tanto beijá-la que precisei de muita força interior para manter minhas mãos longe dela. Meus instintos gritavam para eu me jogar da caminhonete e correr pelo deserto de volta para o apartamento, bem, bem longe dela. Mas a necessidade de ajudá-la manteve-me no banco. Eu preciso ajudá-la, como eu não ajudei London. Essa é minha segunda chance de acertar as coisas e eu quero


acertar as coisas com Lila e conosco. É um sentimento opressor, compulsório e magnético, um que eu estou inseguro sobre o que fazer exceto continuar. Quando ela reclinou-se no banco do motorista, o olhar em seu rosto era ilegível. — O que nós fazemos agora? Eu dei de ombros e então minha boca contorceu. — Que tal irmos para casa assistir um filme bobo poético? — Casa? — Ela disse como se fosse irreal, como se casas não existissem. —É, vamos para casa. — Ela abriu a porta e pulou na areia, então virou-se e apontou um dedo para mim. — Mas você dirige. Eu estou tão loucamente assustada que eu vou destruir sua caminhonete. — Ela soprou-me um beijo e bateu a porta, agindo como se a Lila que eu conheci um ano atrás, mas não é, porque a Lila que eu conheci nunca existiu. Ela era uma miragem criada por comprimidos. Estranhamente o bastante, eu não sou a mesma pessoa de quando eu a conheci porque o que estou fazendo agora – o que estou sentindo neste exato momento – é algo que eu nunca pensei que fosse fazer ou sentir. Dependência – a coisa que eu odeio. Eu já vi acontecer, através de drogas e de relacionamentos, como a dependência de minha mãe por meu pai, mas eu estou deixando ela ser dependente de mim, e de uma forma estranha, eu meio que estou contando que ela me deixe ajuda-la e confiar nela para ficar melhor. Embora ela esteja sendo um pé no saco esses últimos dias, pensar em Lila se mudando, morando com outro amigo, irrita-me. Eu meio que quero que ela viva comigo e isso me deixa confuso porque significa que pela primeira vez desde London, eu quero que alguém esteja em minha vida. Eu quero Lila, mais do que eu já quis alguém.


Capítulo Dez

Lila Eu estou morando com Ethan por duas semanas e estou sem usar drogas por dois dias, nem mesmo tomando mais minhas metades de pílulas. É um sentimento estranho, ao qual eu ainda estou me ajustando e aprendendo como lidar com ele. Eu nunca tinha percebido o quão alterada as coisas ficavam quando eu usava as drogas. Até mesmo o calor do sol parece um pouco mais quente. Além disso, eu não dormi com ninguém. Eu acho que é um recorde para mim. Mesmo quando eu estava namorando, como em meu relacionamento passageiro com Parker há um ano, a relação foi baseada unicamente em sexo que eu mal sentia, mal lembrava. Esta tem sido minha vida desde a primeira vez que fiz sexo. Mesmo assim, eu não tinha ideia de em que estava me metendo, e quando finalmente descobri, já era tarde demais. As coisas que aconteceram mudaram para sempre quem eu era e como eu via as coisas. Eu praticamente nunca mais olhei para homens da mesma maneira desde então, com exceção de Ethan. Ele é um cara verdadeiramente bom, o que é raro, e faz nossa situação complexa. Ethan e eu sempre tivemos uma relação interessante, uma que empurrou os limites da amizade ainda que não os tenha cruzado. Agora que passamos tanto tempo juntos nós mal nos tocamos, apesar do fato de que estamos constantemente desafiando os limites da amizade. Como quando ele entrou no banheiro enquanto eu estava tomando banho esta manhã. — Que diabos você está fazendo? — Eu gritei quando ouvi a porta abrir e fechar. —Relaxa, eu estou apenas pegando minha escova de dente, — ele respondeu e então o ouvi remexendo no armário de remédios.


— Se você não sair daqui, eu vou puxar a cortina e mostrar-me para você. — Eu disse, sentindo-me contorcida sobre o fato de que a cortina era muito fina e praticamente clara, quase transparente. A água ligou e, em seguida, ele destruiu-se na gargalhada. — Ok, a melhor punição de todas. Meu estômago agitou-se com borboletas quando alisei meu cabelo molhado e abri a cortina, olhando para ele. — Você sabe tão bem quanto eu que você não quer me ver nua. — Eu nem tenho certeza por que eu disse isso – se eu estou desafiando-o a admitir algo que eu espero que exista ou se eu realmente acredito que ele não me queira dessa forma. Ele estava usando um par de calças xadrez de pijama de cordão e sem camisa. Ele tinha uma escova de dente na mão e ele estava debruçado sobre a pia, olhando para a cortina. — Você realmente não me conhece? — Ele levantou uma sobrancelha quando ele enfiou a escova de dente, com pasta de dente, em sua boca. — Eu adoro ver mulheres nuas. — Sua voz soou engraçada e ele balançou as sobrancelhas, completamente relaxado e casual. Apertei os olhos, imaginando o quanto ele podia ver de mim através da cortina e me perguntando se eu me importava. — Sim, mas você construiu a linha da amizade entre nós por uma razão. — Eu estava sendo contundente e eu não sabia por quê. Eu culpei os retrocessos por isso porque eu estava aprendendo rapidamente que eles podiam me deixar louca e me transformar em uma confusão louca e emocional. — E você... — Eu quase trouxe à tona aquela noite quando tocamos um ao outro, mas eu estava com medo. Suas sobrancelhas uniram-se e ele inclinou-se sobre a pia, cuspindo a pasta de dente da boca. — Não, nós dois concordamos com essa linha, ao menos eu pensei. — Ele enxaguou sua escova e ele colocou novamente no suporte perto da pia. Então ele se virou, inclinou-se sobre o balcão, e cruzou os braços. — Estou errado sobre isso? Você... você... O que você quer?


Por que ele está me perguntando isso? O que isso significa? Por que estou me fazendo tantas perguntas? Água escorria de meus olhos e rosto enquanto eu discretamente olhava para seu corpo. Ele é tão bonito de uma forma que eu não estou acostumada. Uma beleza áspera, que tem substância, do tipo real, não mascarada

por

bronzeados,

corpos

perfeitamente

esculpidos

e

extravagantes ternos e gravatas. Ele é arte, pura e simples – cabelo fino que sempre cai sobre seus olhos escuros e ardentes, criando o perfeito visual sombrio e essas tatuagens... Meu Deus, as tatuagens. Ele é o tipo de arte que você realmente tem que olhar para entender o que significa – para entender o que ele está pensando. De repente, percebi o quão fora do personagem eu estava. Eu estava notando-o mais do que eu normalmente faço e eu podia sentir isso através de cada centímetro de meu corpo, o desejo pulsante de abrir a cortina do chuveiro e pedir-lhe para me tomar agora. Implorar a ele. Eu nunca faria isso com o sexo. Normalmente os caras apenas tiram de mim e eu fecho meus sentimentos. Mas eu estava pensando em chegar lá com ele, pedir a ele pela primeira vez e estando sóbria. Isso estava me fazendo pensar se eu realmente sabia quem eu era. Todos esses anos, a pessoa que eu havia me tornado era baseada em drogas e nessa necessidade louca de me sentir amada. Nós nos encaramos por um tempo e então Ethan limpou a garganta e se endireitou, dirigindo-se para a porta. — Se você quiser, podemos empacotar o resto de suas roupas e ir até aquela loja de consignação e ver se você consegue algo por elas. — Sua voz soou um pouco fora de tom, mas sua expressão era firme. Eu confirmei com a cabeça, tentando ficar imóvel apesar do vapor e do calor subindo por minhas coxas. — Parece bom. Ele sorriu e então piscou, seu olhar deslizando para a cortina escondendo meu corpo, e então ele saiu, fechando a porta atrás de si. Eu soltei a cortina, movendo-me para debaixo do chuveiro, permitindo que a água lavasse o calor e o desejo de meu corpo para o ralo, dizendo


a mim mesma que eu superaria isso – superaria Ethan. Mas por alguma razão, a ideia parecia improvável e muito fora de alcance.

— Então, quanto você acha que eu posso conseguir por tudo isso? — Pergunto a Ethan enquanto ele carrega a parte traseira do caminhão com caixas de minhas roupas. Minhas lindas roupas que eu nunca quero me desfazer, mas que eu sei que preciso para comprar coisas como, por exemplo, comida. Eu pensei que seria horrível fazer isso, e meio que é, mas há também simplicidade nisso, como se eu estivesse renovando, o que eu sei que não é real, mas no momento tudo parece real. Como o calor e a forma como minhas roupas grudam em minha pele úmida. Como meu cabelo está em um rabo de cavalo bagunçado, puxando minha nuca. Meu cabelo nunca ficou tão bagunçado e minhas cutículas nunca estiveram tão secas. Mas eu estou na terra da simplicidade, onde BMWs e bolsas de grife e anéis de platina não existem e eu estou tentando descobrir que tipo de pessoa eu sou e onde eu me encaixo em tudo isso. Eu consigo ser pobre? Cuidar de mim mesma? Quem eu quero ser? Quem é Lila Summers? Ethan solta a última caixa no fundo do caminhão e, em seguida, fecha a guarda traseira. — Como diabos eu vou saber? — Ele enxuga o suor da testa com o braço. Ele está usando uma camisa verde e um short preto preso por um cinto cravejado, juntamente com uma série de faixas de couro em seus pulsos. Ele está suado e meio mal-humorado, mas sob a luz do sol ele está gostoso ao extremo e eu estou obcecada por ele. — O quê? — Pergunta ele, notando meu olhar fixo. Eu pressiono meus lábios, balançando a cabeça. — Não é nada. —É algo. Caso contrário, você não teria um sorriso bobo no rosto. Eu conscientemente esfrego minha mão sobre minha boca como se eu pudesse apagar meu sorriso ou algo assim. — Eu não tenho um sorriso bobo.


Seus lábios se curvam para cima em um sorriso brincalhão e por um momento seu mau-humor desaparece. — Sim, você está certa. Agora você vai me dizer por que você tem esse lindo sorriso em seu rosto? — Não é nada. — Eu dou de ombros, tentando não deixar meu sorriso ampliar pelo fato de que ele o chamou de lindo. — Eu só estava perdida em quão bonito você está hoje, — eu digo, dizendo-lhe a verdade da maneira mais casual que eu consigo. Ele olha para baixo para sua camiseta suada, então olha para mim cautelosamente. — Você acha que eu estou bem? — Claro. — Eu dou de ombros de novo, sem querer realmente entrar em detalhes do fato de que eu acho que ele está parecendo ridiculamente gostoso e eu quero que ele me toque. Este sentimento tornou-se um desejo crescente ao longo da última semana. Morar com ele pareceu fazer isso brotar como uma flor florescendo em uma árvore. É chato e eu gostaria que fosse embora, porque aparentemente sem as drogas eu sou uma pessoa sedenta por sexo. Além disso, Ethan teve um vislumbre do que está debaixo de minha maquiagem, joias e roupas de grife – ele viu meu verdadeiro eu nos momentos mais feios. Temo que fazer sexo com ele seja diferente, mais profundo, pelo menos para mim, e eu me envolva emocionalmente. E então o que aconteceria quando nosso

relacionamento

terminasse?

Eu

provavelmente

estaria

exatamente onde eu estava depois de Sean, o primeiro e último cara que eu me importei e que me usou e me descartou como lixo. Ele inclina a cabeça para o lado, avaliando-me com uma expressão de estranheza no rosto. — Sério? —É. Por que você está agindo tão estranho? — Eu protegi meu rosto com a mão, quando a luz brilhante do sol refletiu no telhado de metal do prédio. Ele não diz nada, abrindo os braços e dando um passo à frente. — Você tem realmente, realmente certeza de que você acha que eu estou bem agora? Tão bem que você quer me tocar? — Ele faz esta coisa


estranha empurrando com o quadril que faz toda minha atenção centralizar em sua área viril. Eu reviro os olhos, embora eu trema por dentro. — Você é tão estranho às vezes. — Estranho, é? — Ele vem para mim, me dando pouco ou nenhum aviso. Tento contornar graciosamente para fora de seu caminho, mas ao invés disso eu piso em meu próprio dedão e tropeço em meus tornozelos. Eu tropeço para o lado e ele me pega em seus braços, rindo baixinho enquanto ele esfrega intencionalmente o corpo suado contra o meu. — Oh meu Deus! — Eu grito, balançando, tentando fugir. — Você está todo molhado e nojento. —Foi você quem disse que estou bem. — Ele levanta meus pés do chão e eu fico em linha reta como uma tábua, tentando manter distância de seu corpo suado. Ele contorna a traseira de sua caminhonete, indo para o lado do passageiro e de alguma forma ele consegue abrir a porta sem me largar. — O que você está fazendo? — Eu grito, tentando soar como se eu estivesse não estivesse excitada por seu toque suado, mas o prazer do momento é evidente em minha voz. Ele me deixa cair no banco e então pega o cinto de segurança. Ele se inclina para perto enquanto move a alça por cima de meu ombro para afivelar-me. — Você ainda acha que eu estou bem? — Pergunta ele com um olhar sombrio em seus olhos, seu rosto tão perto que eu posso ver as sardas claras em seu nariz. Concordo com a cabeça lentamente, engolindo o nó em minha garganta. — Sim, mas eu também acho que você cheira mal. — Eu cheiro como um homem, — diz ele, sorrindo para si mesmo. Ele se inclina, colocando o peito mais perto de meu rosto para que eu possa sentir o cheiro de seu perfume de homem.


—Bleh! — Eu torço meu nariz, virando o rosto para o lado, embora o cheiro dele não seja tão ruim assim. Na verdade, ele tem cheiro de perfume, suor e calor. Muito bom. Muito másculo. Eu discretamente respiro o cheiro dele, deixando o cheiro dele saturar meus pulmões. Ele deve ter percebido a ascensão e queda de meu peito, porque ele se inclina para trás e me olha nos olhos, pura perplexidade queimando em suas pupilas. — Então, aparentemente você gosta do cheiro de suor. — Ele tenta brincar, mas sua voz racha e eu me pergunto por quê. Ethan nunca fica nervoso. Eu o vi cortejar mulheres muitas e muitas vezes, e ele sempre consegue leva-las para casa com ele. Eu não digo nada e não sei por quê. Eu continuo olhando em seus olhos e parece diferente – sinto-me diferente, vertiginosa, viva e não entorpecida pela primeira vez. Esse interruptor que sempre fica desligado permanece ligado. Eu não tenho certeza se eu gosto da sensação – as emoções vulneráveis e inapropriadas formigando dentro do meu peito – ou não. Sem sequer perceber, eu engato minhas pernas em volta de sua cintura. A necessidade de sentir alguém perto de mim, conectado comigo, tocando-me, está conquistando tudo o mais dentro de mim. Eu não fui tocada há um tempo e é bom – melhor do que bom. A respiração de Ethan engata em sua garganta e isso me assusta. Ele está nervoso. Estou nervosa. Eu sinto essa estranha mudança entre nós, o calor entre nós se intensificando, e eu fico excitada, meus nervos borbulhando dentro de mim. De repente, eu sou uma pessoa completamente diferente. Eu não estou quebrada. Perdida. Entorpecida. Confusa. Eu sou uma garota desfrutando um momento com um cara que eu realmente, realmente gosto. Eu fecho meus olhos enquanto ele se inclina para dentro. Ele vai me beijar. Eu posso dizer. E eu quero dizer realmente me beijar desta vez, em vez de quase me beijar. Eu estive esperando por isso mais do que eu percebi e, apesar de todas minhas preocupações sobre meus novos sentimentos, aqueles que eu tenho certeza que existiam antes


desse momento, mas eu estava muito medicada para sentir qualquer coisa, eu quero-o tanto que consome todas as partes de meu corpo. Eu posso sentir todas as sensações quentes, gostosas, esmagadoras e eu respiro seu delicioso aroma, saboreio a antecipação. Beije-me. Por favor, Deus, beije-me. Não recue. Eu gemo a partir do calor de sua respiração e traço minhas mãos por suas costas enquanto eu arqueio nele. Eu espero por isso. Espero pelo beijo, sentindo seu rosto tocar o meu. Ele descansa lá, pressionando nossa pele junta e eu sei que em seguida ele vai tocar seus lábios nos meus. Eu espero enquanto ele geme meu nome em voz baixa. E eu espero. Segundos depois, seu rosto deixa o meu. Quebre-me. Jogue-me fora. Você não me quer. Claro que não. Ninguém quer. Mesmo sem querer, eu abro os olhos, sentindo-me irritada e humilhada quando eu percebo que ele está me observando. Esta é a primeira vez para mim. Normalmente, quando eu chego a este ponto com um cara, eles estão olhando para meus seios, prontos para rasgar minha roupa, como se eu fosse um objeto que eles estão prontos para devorar. — Nós deveríamos ir. — Isso é tudo o que ele diz. Estou lerda. Muda. E sentindo-me menos amada e indesejada do que nunca. —É, eu acho. — Eu forço um sorriso apertado enquanto me sento, a parte de dentro de meu corpo tremendo de raiva e decepção. Lágrimas realmente começando a arder em meus olhos, algo que nunca me aconteceu antes. Eu não tenho certeza de como lidar com isso enquanto me esforço para sugá-las de volta, rodando o anel em meu dedo enquanto me lembro de tudo o que eu costumava ser. — Tem certeza? — Ele dá um passo para trás na porta, mais longe de mim, e a luz do sol atinge o rosto dele. Ele parece triste e com dor, quase como se ele estivesse tentando não chorar, assim como eu, e muito não-Ethan. Concordo com a cabeça, ajustando minha blusa rosa por cima de minha barriga. Eu me sinto derrotada, indesejada. Honestamente, eu não tenho ideia do que eu sinto e isso está me assustando. Eu vivi


minha vida me movendo através de uma série de caras muito semelhantes, aqueles que são educados em público, compram-me coisas boas, tem bons carros e sempre me dizem o que eu quero ouvir, pelo menos até transarmos, mas eu nunca senti nada com eles. E agora há Ethan. Ele é pobre, dirige uma caminhonete, e eu tenho certeza que cada palavra que ele me disse é verdadeira. Ele nunca caiu fora, mesmo quando as coisas ficaram difíceis – na verdade, ele tentou me ajudar, algo que ninguém nunca fez. O que isso quer dizer? Que todo esse tempo eu estive procurando a pessoa errada no mundo? Aquele que eu pensei que eu deveria procurar? O tipo de cara que minha mãe sempre me disse que eu precisava. É isso que eu venho fazendo todo esse tempo? Eu sinto que eu estou prestes a explodir em lágrimas, não apenas pela rejeição de Ethan ou pela falta de confiança que flui dentro de mim, mas porque eu estou preocupada que todo esse tempo eu tenha feito o que minha mãe queria e estava cega demais para perceber. Tudo o que eu quero fazer é tomar uma pílula e fazer tudo o que eu estou sentindo ir embora. Eu quero minha confiança de volta, pelo menos minha falsa confiança. Eu quero meu estado bem-aventurado e entorpecido de nunca-ter-que-sentir-vergonha, porque é mais fácil do que a realidade. Felizmente, Ethan caminha ao redor da caminhonete e sobe para o banco do motorista. Isso parece quebrar a estranha e deprimente bolha de desejo que se formou em torno de nós. — Então, para a loja, certo? — Pergunta ele, girando a chave. — Onde mais podemos ir? — Eu digo suavemente, como se não importasse, mas de alguma forma importa. Ele balança a cabeça novamente e então se afasta e a simplicidade que eu estava sentindo há poucos momentos evapora e eu fico com um vazio enorme em meu peito e só uma coisa irá preenchê-lo. Uma minúscula pílula proibida que cabe na palma de minha mão.


Ethan As coisas estão ficando estranhas entre nós, assim como eu imaginei que ficariam. Eu nem tenho certeza de qual é o problema. Quero dizer, num minuto ela está tomando um banho e por alguma razão maldita eu fui lá, fingindo que eu preciso escovar os dentes, quando na verdade eu só quero flertar com ela. E então a coisa da caminhonete. Que porra é essa? Eu seriamente quase a beijei e, em seguida, chorei sobre isso por todas as emoções que se derramam dentro de mim, emoções que eu não sentia desde London. Eu tenho fortes sentimentos por Lila e eu sei; está ficando difícil de lidar. E nós vivemos juntos agora, o que torna as coisas ainda mais complicadas. O que acontece se acabarmos fazendo alguma coisa? Nós só vivemos juntos? Beijando e tocando e fodendo, e se os relacionamentos são como eu vi, nós terminaremos brigando. Mas por um breve segundo eu olho além da ideia de me transformar em meus pais e realmente gosto da ideia de Lila e eu nos beijando no apartamento... Porra em todo o apartamento... Tendo um relacionamento. Não, eu não posso seguir por esse caminho. Sim, eu quero ajudála, mas como um amigo, porque é isso que nós dois precisamos agora. Eu preciso de uma pausa de tudo isso, minhas emoções por ela e meus pensamentos superanalizados. O que eu preciso fazer é voltar para o que sempre me ajuda a limpar minha cabeça e ir transar, apesar da ideia de dormir com outra pessoa me faça sentir culpado, e não sobre London. Sobre Lila, embora eu não pertença a ela e ela não me pertença. Eu sou livre para fazer o que quiser, mas, por algum motivo estúpido, parece que eu a estaria traindo se eu ficasse com alguém. Esta coisa de morar junto está seriamente fodendo com minha cabeça. Depois de vender suas roupas, nós vagueamos em torno da loja de segunda mão por nenhuma outra razão a não ser que isso ajuda a


evitar estranho tempo sozinho na caminhonete fechada e depois no apartamento. — Ethan, o que você acha? — Lila segura este tapete fofo rosa realmente brega com flores sobre ele. Ela me lança um sorriso provocante, totalmente tentando lidar com nosso momento estranho na caminhonete. Eu faço uma cara, mas estou seriamente distraído com meus pensamentos, que estão presos na caminhonete, desejando que eu a tivesse beijado. No entanto, ao mesmo tempo, desejando que eu pudesse beijar London novamente. Que porra há de errado comigo? — Parece que um tapete felpudo da década de setenta onde muitas pessoas provavelmente fizeram sexo. Constrangimento cresce em torno de nós por meu uso da palavra sexo. Ela se mexe desconfortavelmente e eu limpo minha garganta. — Então, vamos? — Eu pergunto, dando um passo para o lado quando um homem caminha pelo corredor. Eu fico ansioso e eu preciso dar o fora daqui. Ela solta um suspiro e, em seguida, coloca o tapete usado de volta na prateleira, aparentemente deprimida. — Sim, eu acho. Eu me sinto como um idiota. Ela não precisa disso agora. Ela precisa de um amigo. Por que não posso apenas manter minhas mãos para mim? Por que eu não posso simplesmente ser seu amigo? A resposta que vem a minha cabeça me assusta para nenhum fim. Porque eu quero Lila e não apenas como um caso de uma noite. Eu tento um clima e um assunto mais leve. — Nós poderíamos ir tomar um sorvete antes de ir para casa. Ela embaralha até o fim do corredor, dando de ombros. — Está tudo bem. Estou meio cansada de qualquer maneira. — Ela se dirige para a porta, olhando para os pés, uma versão quebrada da pessoa que eu conheci, e ainda assim ela provavelmente ainda está mais inteira todo agora. A fraquza só não está mais escondida em seu interior. A viagem para casa não é melhor. É silenciosa e ela continua procurando defeitos em suas unhas e não olha para mim. Estou prestes


a deixá-la no apartamento, pronto para cair na noite e tirar minha mente da terra da depressão e acabar com meus pensamentos estúpidos de estar com ela. Está ficando tarde, o sol está se pondo atrás dos montes de areia e o céu cheio de cores parece uma pintura em aquarela, lindamente irreal. — Você não vem? — Ela pergunta, segurando a porta da caminhonete aberta, pronta para sair. Seu cabelo loiro está saindo de seu rabo de cavalo, sua blusa branca apertada e shorts mostrando suas curvas e seus olhos azuis parecendo tristes. Eu sacudi minha cabeça, pressionando meu pé no freio, pronto para fugir. — Não, eu tenho um lugar para ir hoje à noite. Seus olhos sombreiam quando ela os aperta. — Você quer dizer que você vai encontrar alguém para transar com você? — Sua voz é afiada e ela está cerrando os punhos com tanta força que eu acho que os dedos dela podem quebrar. Eu me sinto como o maior canalha que já existiu, mas eu também estou muito confuso. Sobre tudo. Como eu cheguei a este lugar onde cada regra que eu estabeleci para mim mesmo eu consegui quebrar? Onde eu estou superei London e minha culpa e tudo o que eu quero fazer é estar com Lila. — Sim, provavelmente. Ela acena com a cabeça vigorosamente e então pula para fora, atirando-me um olhar aquecido antes de bater a porta. Eu recuo e antes mesmo que ela chegue ao meio-fio, eu estou girando os pneus. Eu fui direto para a faixa, estacionando o mais perto que posso chegar e pulei do carro. Ando até a seção mais movimentada da cidade, onde as luzes estão brilhando em todo rostos e imagens de mulheres meio vestidas estão espalhadas nas calçadas. Eu procuro na multidão e em edifícios próximos por uma transa potencial. Porque eu preciso foder alguém. Agora. Eu começo a procurar por alguém que pareça ser bom para um lance de uma noite. Há muitas pessoas hoje à noite, então eu acabo indo em um dos casinos e procurando nos lugares até eu detectar um grupo de mulheres de minha idade rindo perto da frente do edifício. Eu


me dirijo a elas, sabendo que não é o melhor cenário, porque elas estão em grupo, mas eu preciso para limpar a porra de minha cabeça e foder é o melhor caminho quando meus pensamentos estão tão confusos, porque me distrai. Nem mesmo o silêncio vai me dar isso agora. Uma mulher mais baixa, com curvas e peitos que saem de seu vestido com estampa de leopardo começa a me olhar quanto mais eu me aproximo. Ela sussurra algo no ouvido da amiga e então ri enquanto começa a girar uma mecha de seu cabelo loiro em torno de seu dedo. Estou tentando decidir se ela é realmente meu tipo, e se eu ainda tenho um tipo, quando ela começa a se aproximar de mim. — Ei, — ela diz, sorrindo para mim. Ela tem um pouco de batom rosa nos dentes e os cílios são um pouco longos demais, mas ela vai servir, pelo menos eu acho que ela vai. Mas assim que penso isso, meus pensamentos voltam para meu apartamento, onde já existe uma bela loira. Eu me pergunto o que ela está fazendo. Se ela está bem. Por que eu simplesmente a deixei assim? — Olá, você está me ouvindo? — A loira em minha frente diz que eu pisco fora de meu torpor. — Não, desculpe, eu não posso ouvi-la sobre todo o barulho. — Eu gesticulo em volta para as máquinas piscando ao redor de nós. Ela concorda com a cabeça, mordendo o lábio. —Bem, talvez nós pudéssemos ir a algum lugar tranquilo. Eu quero, mas tudo o que posso pensar agora é como eu fugi de Lila, porque minhas emoções estavam recebendo o melhor de mim. Porque eu queria beijá-la na caminhonete e então levá-la para cima e transar com ela de novo. Eu quero estar com ela e quero que ela seja mais do que apenas uma coisa de uma só vez. Eu quero quebrar minhas regras por ela. A última pessoa por quem eu quebrei minhas regras foi London, e eu queria que ela fosse minha última, pelo menos eu quis em um momento de minha vida, mas agora eu não tenho tanta certeza. Os sons das máquinas caça-níqueis estão me deixando louco, junto com a música tocando. Eu poderia ir com essa mulher há algum


lugar que fosse menos barulhento, como um quarto de hotel. Ficar lá por algumas horas até estar suado e temporariamente contente. Sim, eu poderia fazer isso. — Claro, nós poderíamos ir para outro lugar. — Eu sorri para ela, mas sinto-me tudo menos feliz por dentro. Ela diz a suas amigas que ela vai estar de volta em um tempo e nos dirigimos para a faixa, contorcendo-nos entre as pessoas. Ela começa a me contar sobre sua vida, mas eu quase não ouço. Eu só fico balançando a cabeça, pensando em Lila e como me sinto sobre ela, e toda vez eu chego à mesma conclusão. Que eu não acho que eu posso pensar em estar com ela completamente ainda, não sem pensar em London também. Eu sempre fui bom em controlar minhas ações e emoções, mas elas estão fora de controle no momento, um tornado selvagem e impulsivo varrendo meu corpo. Eu não consigo pensar direito. Lila. London. Lila. London. A menina puta em minha frente. Eu não tenho ideia do que eu quero e a verdade é, se eu quero admitir isso para mim ou não, eu estive dependente da ideia de London, segurando-me nela e na culpa que eu sentia por fugir dela naquele dia. Eu posso fingir que tudo que eu quero, mas todo o sexo e torpor que eu estava procurando, assim como eu estou prestes com essa garota, estava apenas cobrindo, e não me livrou disso. E agora eu estou tentando fazer a mesma coisa com Lila, porque eu me sinto culpado por ter sentimentos por ela. Eu acho que até que eu possa deixar London ir, eu não vou nunca ser realmente capaz de estar com Lila em um nível emocional completo, onde eu só pense nela. E isso é o que ela merece. Não a minha atenção indiferente ou o meu mau humor para onde eu corro para evitar o que estou sentindo através do sexo. É uma revelação. Uma grande e dolorosa revelação e eu não tenho ideia do que fazer com ela, apesar de meus instintos originais dizerem para ir foder essa mulher e esquecer coisas por um momento. De repente, parei no meio da faixa e as pessoas esbarram em mim.


A mulher com a qual eu estava andando desacelera, parecendo confusa. — O que há de errado? Eu deixo escapar um suspiro, passando os dedos por meu cabelo, pensando

sobre

o

quanto

eu

quero

transar

com

ela

e

momentaneamente me sentir melhor e como Lila provavelmente está em casa se sentindo da mesma maneira sobre usar drogas, especialmente com a forma como ela parecia triste quando eu caí fora dela. — Eu tenho que ir, — eu digo a ela, afastando-me dela na multidão. Eu posso não ser capaz de ter um relacionamento no momento com Lila, mas posso ser seu amigo e eu posso fugir de ter relações sexuais com essa mulher, porque eu realmente não quero estar com ela. — O que quer dizer com você tem que ir? — Ela grita, mas não me segue, provavelmente porque ela não se importa o suficiente para tentar. Erámos apenas duas pessoas à procura de algo em lugares errados e nós nem sequer nos preocupamos em saber os nomes um do outro. Quando consigo voltar para minha caminhonete, tento ligar para Lila, mas ela não responde, então eu canto pneus até a estrada e aperto o pedal do acelerador até o fundo, ultrapassando o limite de velocidade até eu voltar para o apartamento. Estou preocupado com o que vou encontrar e me sinto culpado por ter caído fora de uma menina novamente. Quando abro a porta, minhas narinas são instantaneamente inundadas com o cheiro de solvente de tinta. Ou esmalte de unha. Lila olha para mim do sofá, seu cabelo úmido um véu em volta do rosto corado. Ela está com o pé apoiado na mesa de café e está pintando as unhas dos pés enquanto a música toca ao fundo. Meus olhos vão imediatamente para a cerveja meio vazia na mesa. —É só uma cerveja, — ela diz rapidamente enquanto passa o pincel em sua unha. —É só isso? — Eu odeio perguntar, mas eu preciso saber. Ela dá um suspiro, sua franja vibrando em seu rosto. — O que você acha?


Eu fecho a porta e atiro as chaves da caminhonete ao lado da lâmpada. — O que quer que você diga, eu acho. — Espero, no entanto, que, como eu, ela tenha sido capaz de ficar longe da coisa que a ajuda a entorpecer as coisas que ela não quer sentir. Espero que ela ainda sinta suas emoções neste momento como eu sou. Porque vê-la sentada aqui me faz perceber que, embora eu ainda tenha um monte de merda para trabalhar, principalmente em descobrir como deixar London e minha culpa por ela ir, afastar-me daquela mulher na faixa foi a coisa certa a fazer. Ela coloca o pincel na pequena garrafa e torce-o, enroscando-o bem fechado. Em seguida, ela se senta para trás no sofá, olhando para mim com uma expressão indecifrável. — Eu não tomei nada, se é aonde você quer chegar. Eu me abaixo em direção ao encosto para o braço e eu estou sobrecarregado com o cheiro de esmalte de unha e seu xampu. — Eu não quero chegar a lugar nenhum, Lila. Eu só entrei em meu apartamento. — Sim, mas foi por isso que você voltou, não é? — Ela zomba. — Porque você pensou que eu iria fazer algo estúpido. Dei um suspiro estressado. — Olha, eu sei que as coisas têm estado estranhas entre nós, mas... — Estranhas, — diz ela, cortando-me e jogando as mãos para o ar de forma irritada. — Ethan, você quase me beijou na caminhonete e então aquela noite... aquela noite que nos recusamos a falar... — Ela balança a cabeça, sem coragem. — Eu nem sei mais onde estamos. — Eu não... — Eu me esforço para achar palavras, surpreendido pela forma como ela jogou isso tão abertamente. Isso me desconcerta e eu

me

esforço

para

me

manter

equilibrado,

mas

eu

estou

irremediavelmente caindo para um lugar com o qual não estou familiarizado e eu preciso recuperar meu chão antes de fazer qualquer coisa drástica que mude minha vida. — Eu não sei o que você quer que eu diga.


— Nem eu, — diz ela. — E isso está me deixando louca, porque eu não tenho ideia do que eu quero ou o que você está pensando. Eu estou tão louca que eu pensei seriamente em usar novamente. Cada coisa está me deixando louca! — Ela apertou suas mãos em punhos, prestes a gritar. — Eu não aguento mais. Eu vou perder. Eu sinceramente acho que estou perdendo a cabeça. Quero dizer, talvez eu precise estar drogada. Talvez fosse isso que estava me mantendo sã e agora toda a minha insanidade está lá para o mundo inteiro ver. Ela não tem que explicar. Eu sei o que ela quer dizer. Eu tamborilei meus dedos no lado de minha perna, quebrando a cabeça para descobrir algo que melhorasse esta situação. Eu preciso acalmá-la e fazê-la entender que ela não está nisso sozinha. — Eu já lhe contei sobre a vez que eu joguei minha caminhonete na vala? — Eu tenho uma vaga ideia de onde estou indo com isso, mas honestamente eu só poderia divagar. — O quê? — Ela olhou boquiaberta para mim, pasma. — Como isso tem alguma coisa a ver com o que eu disse? Eu escorreguei do descanso para o braço sobre a almofada, deixando uma pequena distância entre nós, enquanto chuto meus pés sobre a mesa de café. — Isso aconteceu dois dias depois que eu decidi ficar limpo. Eu estava praticamente louco e minha mente estava em todo o lugar. Eu pensei seriamente que estava ficando louco. — Eu omiti o fato de que a maior parte disso tinha a ver com London, porque embora eu tenha percebido meus problemas com o apego a London, eu ainda não estou pronto para falar com Lila sobre ela. — Eu acabei cochilando e jogando meu caminhão em uma vala. Eu estava completamente sóbrio e isso por si só pode ser ainda mais complexo do que se drogar. É uma distração, você sabe. E difícil. Ela bate o pé no chão, recusando-se a olhar para mim. — Por que você está me dizendo isso? — Porque – eu me inclino mais para perto dela e começo a fechar os olhos quando eu sinto o cheiro de seu perfume, mas rapidamente abro meus olhos. — Eu quero que você saiba que eu entendo como você


está se sentindo e que às vezes as coisas realmente parecem loucas, mas vai desaparecer. Ela suspira a contragosto. — Quanto tempo? — Até o quê? — Até ir embora completamente? Eu fico olhando à frente para a parede em frente a nós. — Eu não tenho certeza que desaparece completamente. Meio que sempre está lá, você sabe. Como uma besta adormecida ou algo assim, mas a intensidade dos desejos decai. Ela vira a cabeça em minha direção. — A besta já acordou para você? Quero dizer, você já escorregou? Concordo com a cabeça. —Uma vez. Cerca de um ano depois que eu parei de usar drogas. — O dia em que eu vi London novamente. Foi demais vê-la daquele jeito, uma casca de seu antigo ser. — E depois? — Lila pergunta. — Você simplesmente se conserta de novo? — Praticamente, — eu digo, novamente omitindo a verdade. Que eu tinha medo de mim mesmo quando eu uso drogas. Medo do que eu poderia me tornar. Medo de perder minha cabeça, também, e acabar pulando de uma janela, seguindo os passos de London. As pessoas da casa tinham dito que eles não tinham ideia de que ela subiu as escadas. Que eles não a viram. Isso porque eles estavam fora da casinha e eu deveria ter estado lá para ela. E ela não deveria ter tomado a maldita heroína em primeiro lugar. O que realmente me chateia, porém, e eu sempre vou querer saber, é por que ela pulou? Foi por causa das drogas? Ou foi por outro motivo? Ela quis saltar? Se eu não a tivesse deixado, então eu saberia. Se eu não a tivesse deixado, então ela poderia não ter pulado. Mas ela ainda poderia ter pulado. Eu nunca vou saber de verdade. Lila morde o lábio, absorvendo minhas palavras como uma esponja e eu peço a Deus que eu tenha dito tudo certo. Ela olha para mim, seus olhos grandes e azuis, e ela libera o lábio. — Você é realmente como o Sr. Miyagi ou algo assim.


Minhas sobrancelhas se atiraram para cima e o tom escuro da noite vira diversão. — Você realmente acabou de fazer referência a Karate Kid? Ela dá de ombros. — O quê? É apenas um filme antigo sobre chutar a bunda. — Sim, mas... — Eu sacudo a cabeça. — Não parece algo que você assistiria. —Bem, eu sou cheia de surpresas. — Ela revira os olhos como se estivesse dizendo a coisa mais ridícula que já existiu, mas é a verdade. Bom e mau, Lila tem me surpreendido cada vez mais e eu me pergunto quantas surpresas ainda existem. Boas e más. — Sim, você é, — eu digo, sinceramente, lembrando o quão diferente ela era quando eu a conheci. — Você realmente é.


Capítulo Onze

Lila Ethan me ensinou como cuidar de mim mesma, a forma de como comprar barato no supermercado e praticamente gastar tão pouco dinheiro quanto possível onde quer que eu vá. É um pouco bizarro e não apenas porque eu preciso ser ensinada essas coisas com a idade de vinte anos, mas por causa do que ele está me ensinando vai contra tudo o que me foi ensinado. Eu cresci em uma casa com empregadas domésticas, babás, lavaderias, motoristas e dinheiro sempre à mão. Então, enquanto eu morava com Ella, quando eu não podia pagar alguém para fazer essas coisas para mim, ela fazia. Olhando para trás agora, eu me sinto culpada. Eu nunca deveria ter a deixado ser responsável pela limpeza depois de mim. Agora eu estou falida e fazendo a minha própria roupa. É estranho e é uma droga, mas ao mesmo tempo há essa gratificação estranha de ser capaz de cuidar de mim, como se eu não fosse, finalmente, completamente inútil. — Eu tenho uma entrevista de emprego amanhã de manhã — eu anuncio enquanto entro no apartamento fechando a porta atrás de mim, me sentindo um pouco orgulhosa de mim mesma, apesar da posição que é a entrevista. Ethan olha para cima do livro que ele está escrevendo na mesa da cozinha. Seu cabelo está penteado para trás de seus olhos e gruda em todos os lugares. — Oh, graças a Deus. Finalmente. Eu estava começando a pensar que eu ia ter que expulsá-la pra rua. — Ele sorri divertido, mas há uma dor subjacente em sua expressão, quase como se ele estivesse forçando seu senso humorístico para sair para disfarçar algo mais. Eu ia perguntar a ele sobre isso, mas depois de todo o fiasco, eu estou decidindo que é melhor manter um pouco de distância entre nós, até que eu possa descobrir onde estamos.


— Muito grosseiro? — Eu lanço minha bolsa no sofá e as chaves nele. Ele abaixa, rindo, e as chaves desviam dele e batem na parede atrás dele. — E eu sei que você nunca iria me colocar para fora na rua. — Eu sorrio quando entro na cozinha. — Você gosta demais de mim. —Gosto? — Ele senta-se ereto e o humor dança em seus olhos. — Mas eu estou feliz que você finalmente conseguiu uma entrevista. Você seriamente vai ser chamada em uma centena de empregos. — Eu sei. — Eu suspiro e sigo para a cozinha, abrindo a geladeira. — Mas, aparentemente, se você tem vinte anos e nunca trabalhou antes, ninguém quer que você trabalhe para eles. — Eu pego uma lata de refrigerante da geladeira e bato a porta com meu quadril. — Eles não paravam de olhar para mim como se eu não valia nada e eu tenho valor sim. — Eu pressionei o topo do meu dedo contra a lata enquanto eu afundo na cadeira. — Eu tenho as habilidades, você sabe. —Habilidades dos dedos loucos? — Ele ri enquanto ele olha o meu dedo tocando insanamente contra a parte superior da lata. Eu lanço o meu dedo do meio. — Você ficaria muito surpreso com o que eu posso fazer com meus dedos. Ele fecha a mão e coloca na frente de sua boca. — Oh, eu tenho certeza que eu faria. Nós dois ficamos em silêncio. Eu posso ouvir o rugido de um motor fora e o tilintar da geladeira. É um silêncio constrangedor, que é cada vez mais comum quanto mais eu vivo aqui com ele. Eu não sei o que está causando isso. A tensão sexual? Provavelmente a partir de mim, mas eu estou supondo que Ethan conseguiu manter seu estilo de vida de playboy, trazendo suas mulheres em casa tarde da noite e enviá-las para casa assim que ele é feito com elas, porque isso é o que ele sempre fez. Eu realmente não tenho visto nenhuma delas, mas no passado nenhuma delas ficou por muito tempo de qualquer maneira. Eu ficaria enojada com o comportamento dele, mas eu fiz a mesma coisa uma e outra vez, só que eu geralmente sou a única que sai da casa nas primeiras horas da manhã.


Ethan limpa a garganta e, em seguida, fecha o livro empurrando para trás da mesa. — Então devemos ir comemorar? — Comemorar o quê? — Eu tomo um gole do meu refrigerante para resfriar o meu corpo. Ele apanha as chaves sem tirar os olhos de mim. — A entrevista de emprego. — Ele se levanta em linha reta fechando os dedos em torno das chaves. — Aproposito, aonde? Eu coloco a lata de refrigerante em cima da mesa. — Em um bar. — Eu tento não entrar em detalhes de propósito, porque eu não sei como ele vai reagir. — Qual bar? — Ele empurra a cadeira e enfia as chaves no bolso de trás da calça jeans. —Um embaixo naquela rua pela parte antiga de Vegas. — eu digo evasivamente, empurrando para longe da mesa. Eu recolho minha lata e sigo para o corredor. — Eu estou indo para cama cedo, para que eu possa descansar um pouco para amanhã. — Eu olho por cima do meu ombro enquanto eu passo pela porta. —Fica para a próxima? Eu só quero comemorar, se eu conseguir o emprego. Ele me examina mais intrigado. — Onde é a entrevista de emprego, Lila? — Em nenhum lugar. — Eu ando rapidamente pelo corredor para evitar mais perguntas. Uma vez que eu faço para o meu quarto fecho a porta e respiro o silêncio, mas logo que eu passo longe da porta que se abre e Ethan vem andando dentro. — Onde é a entrevista, Lila? — Ele repete, de pé na porta, parecendo irritado. Eu coloco a lata de refrigerante para baixo em uma das caixas que eu não desempacotei ainda e depois cruzo os braços. — Por que isso está incomodando tanto? Pensei que fosse feliz que eu finalmente tenho uma entrevista. Ele muda seu peso e, em seguida, varre os dedos pelo cabelo escovando-o fora de seus olhos. — Por que... Você não está... — Ele está lutando e estou contorcendo de diversão. — Você não está se


candidatando para ser uma stripper, não é? — Seu olhar se trava em mim e queima de fúria em seus olhos. Sem tirar os olhos dele, eu sento no pé da minha cama. — Por que isso importa se eu fosse? Achei que você amava strippers. Ele dá de ombros, casualmente encostado na porta. — Isso não importa, mas não é o lugar para você. Você é muito... — Seu olhar desliza em todo o meu corpo, fazendo com que até mesmo o frescor do ar condicionado me sinta sufocada. — Sou o quê? — Eu pressiono. Sua atenção está grudada em meu peito e, em seguida, ele pisca, fixando os olhos no meu rosto. — Não é nada... Você simplesmente não se encaixa em um lugar como aquele. Eu dobro meu joelho e desato minha sandália, balançando meu pé para fora. — Eu acho que um monte de gente iria discordar de você. — Eu balancei meu peito e, em seguida, rolo os olhos. — Para que mais eu sou boa? Ele permanece perto da porta, agarrando-se na maçaneta da porta. — Você é boa para um monte de coisas, você simplesmente não vê. — Ok, então isso foi um pouco doce. — Como o quê, exatamente? — Eu lancei o meu sapato no armário, sem me levantar. — Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Quero dizer, você tinha que me ensinar a usar a máquina de lavar louça pelo amor de Deus. Ele solta a maçaneta da porta e senta-se ao meu lado na cama enquanto eu tiro a minha outra sandália. — Então o quê? Todo mundo tem que aprender algum dia. Você está começando a aprender um pouco mais tarde do que a maioria das pessoas. — Porque eu sou uma criança mimada, que tinha uma empregada. — Você não tem mais, no entanto. Você está se tornando independente, forte Lila. — Ele pisca para mim e me dá um sorriso torto. — E essa Lila não pertence a um clube de strip. Eu acho que só posso ter acabado de me apaixonado por ele. Ninguém jamais disse algo tão bom para mim ou colocou esse tipo de confiança no meu caráter. Na verdade, me dizem o contrário durante o


tempo que me lembro. Lila, você nunca vai fazer isso. Lila, você não vale nada. Lila, você está atrapalhando essa família. Ninguém nunca vai te amar se você não mudar para algo que pode amar. Ser perfeita. Ser bonita. Porque ninguém vai querer você, se você não é. — Mesmo que eu sei que você vai ficar irritado comigo por dizer isso, — eu começo deslizando o pé da minha sandália. — Você é seriamente muito doce quando você quer ser. Ele franze a testa com irritação. — Eu não sou doce. Eu na verdade sou, realmente, realmente malvado. — Você é tão cheio de si. — Uma vez que recebo o meu sapato, eu deito de volta na cama, sem me preocupar em puxar minha camisa para baixo quando ela sobe na minha barriga. — Eu tenho que levar mais das minhas roupas até a loja amanhã, porque eu estou ficando sem dinheiro. Você pode me dar uma carona? Ou pode me emprestar sua caminhonete? Ele deita-se ao meu lado na cama, me surpreendendo, e vira a cabeça para mim. — Você diz isso como se fosse à coisa mais trágica que já aconteceu com você. — Meio que é. — Eu faço beicinho com os braços sobrepostos no meu estômago e meu olhar fixo no teto. — Tão superficial como vai soar, eu adoro minhas roupas. — Você vai superar isso. — Ele corre o dedo ao longo da minha barriga exposta, logo acima da cicatriz escondida por trás do cós da do meu short e eu luto contra a vontade de tremer e gemer. — Além disso, você não está vestida toda sofisticada agora. — Ele apoia em seu cotovelo, mantendo seus dedos no meu estômago, embora eu nem tenha certeza que ele percebeu que eles estão lá. Ele espia para a minha apertada, T-shirt roxa que Ella deixou para trás e meus shorts jeans que nunca usei até hoje. — E você parece muito boa pra caralho. — Eu estou vestida dessa maneira por causa de onde me candidatei. — Eu tenho que trabalhar para manter meus pulmões se movendo enquanto ele continua a traçar os dedos para trás e para frente através do meu estômago. O interior das minhas coxas está


começando a tremer, mais do que qualquer outra vez que um cara me tocou. — Eu tive que fazer o papel. — E que papel é esse? — Ele arqueia uma sobrancelha e, em seguida, divertidamente aperta meu estômago logo acima do meu umbigo e a sensação enrola de calor dentro de mim. — Vamos, diga-me onde você pode estar trabalhando, porque eu vou acabar descobrindo de qualquer maneira. Eu relutantemente suspiro. — Tudo bem... No Danny Happenin 'Bar e entretenimento‘. Seus dedos param de se mover e suas sobrancelhas arqueiam. — Aquele na antiga rua principal? Concordo com a cabeça, evitando o contato visual com ele. — Sim, esse seria o único. Seus dedos ficam no meu estômago para o que parece uma eternidade, cegando-me com o calor e me ensurdecedo de desejo. Estou tão aliviada pelo tempo que ele puxa-os, porque eu juro que eu estou seriamente a ponto de ter um orgasmo. — Você dança? Eu inclino minha cabeça para ele, finalmente encontrando seu olhar. — Por que você parece tão surpreso? Ele oscila, mordendo o lábio. —É difícil imaginar você dançando... Daquele jeito. — O quê? Sacanagem? Eu não vejo por que você ficaria surpreso com isso. — Não é sacanagem, — diz ele, ainda parecendo confuso quanto seus olhos fazem uma varredura rápida do meu corpo. —É... Sexy e tipo de erótico, pelo menos desde que me lembro. Tem sido um tempo desde que eu estive lá. — Não é tão sexy... Quer dizer, eu não tiro a roupa ou qualquer coisa, — eu explico. —É só uma dança em um bar e às vezes em cima do bar, dependendo da noite. Eu começo a usar roupas normais... Bem, roupas apertadas normais. E, eventualmente, eles vão me ensinar como ser bartender.


— Eu sei o que é Lila. — Sua mão preguiçosamente rola para cima do meu corpo novamente e eu juro por Deus que vou derreter a partir da emissão de calor de seus olhos. Então ele olha para os dedos no meu estômago e, piscando para eles, ele rapidamente puxa sua mão. Sento-me, já não querendo estar na cama com ele porque eu estou seriamente prestes a pular em seu colo e me forçar em cima dele. — Olha, eu realmente preciso descansar um pouco. — Eu saio da cama e recuo para a porta, abrindo-a mais larga então ele vai entender o recado para

sair

e

me

deixar

com

tesão

por

ele

em

paz.

Ele não se levanta, só empurra para cima nos cotovelos. — Você quer que eu vá embora? — Ele finge um amuo sexy, tentando estar zombando, mas sai mais apetitoso do que qualquer coisa. — Eu pensei que você ia me mostrar os movimentos que você usou quando foi entrevistada. Eu coloco a minha mão no meu quadril e dou um grave olhar dramatico. — Ethan, sério, pare de me provocar. Eu só tive que preencher um requerimento, até agora. Além disso, você realmente não quer me ver dançar. Você só quer tentar me fazer corar ou algo assim. — Por que eu iria querer fazer isso? — Por que... Eu não tenho nenhuma idéia. Você me diz. Ele se senta e cruza os braços, flexionando seus músculos. —É apenas algo para se pensar. Você pode praticar em mim. — Ele sorri. — Eu sou um excelente juiz. Eu reviro os olhos. — Tenho certeza que você é. Ele ri baixinho, totalmente satisfeito consigo mesmo, e então ele se levanta. — Você tem certeza que quer que eu saia? Quer dizer, eu estou supondo que é porque você está em pé ao lado da porta, olhando toda quente e incomodada. Eu abri minha boca para dizer: "Saia, por favor," mas, não sai nada. Eu nunca quero que ele saia o que é muito ruim. Eu poderia culpar o fato de que eu gosto de sua companhia, mas o fato da questão é que eu preciso dele. — Você quer assistir a um filme ou algo assim? Ele sorri amplamente. —Um sentimental, um poético, talvez?


Eu aponto o dedo para ele. — Você sabe que eles não existem. Tentamos

encontrar

um

no

Netflix,

lembra?

Ele se senta, despenteando seu cabelo no lugar. — Tenho certeza que existe, só não procuramos o suficiente... Mas podemos assistir a um filme. — Qual? — O que você quiser? Eu levanto as sobrancelhas para expressar a minha dúvida. — E se eu escolher um filme feminino? Ele boceja, esticando os braços acima da cabeça, mostrando seu duro abdômen e a tinta ardilosa em sua pele. — Então eu acho que vou, finalmente, obter um cochilo. Eu tenho vontade de tomar um o dia inteiro. Eu reviro os olhos, mas sorrio. — Eu acho que você secretamente gosta de filmes femininos, — eu digo com nós para fora da sala. Ele balança a cabeça, mas eu o escuto rir baixinho. — Não é o filme, só companhia que vem junto com ele. Eu não digo nada, porque eu não posso. Eu nunca estive em torno de caras antes que tenham elogiado qualquer coisa além dos meus peitos e minha bunda. Situo-me no sofá enquanto Ethan bota o Xbox para que possamos transmitir Netflix. Pegando o controle remoto, ele se senta no sofá ao meu lado. Ele fica mais perto do que eu esperava o joelho descansando contra o meu e parece quase dolorosamente bom até o ponto onde o meu corpo parece que vai explodir de tensão e calor, como eu odeio isso, eu também adoro isso porque eu nunca senti isso antes. É louco e estranho, como se eu fosse uma virgem novamente ou algo assim, e altera todo o meu processo de pensamento. Pela primeira vez na minha vida, eu me imagino sentada ao lado dele, fazendo exatamente a mesma coisa daqui a 10 anos. Estaríamos vivendo no mesmo apartamento de merda e Ethan ainda estaria trabalhando na construção, porque ele nunca se formou na faculdade e eu não acho que ele se preocupa o suficiente para fazer mais nada com sua vida. E eu não vou a lugar algum, já que eu mal podia conseguir um emprego


como dançarina vadia em algum bar. Eu ainda estaria usando uma roupa que eu comprei em uma liquidação e teríamos a mesma porcaria de mobiliário porque Ethan odeia coisas extravagantes e nós não poderíamos pagá-lo entre os nossos salários ruins. Mas, apesar da pobreza, tudo estaria bem. Na verdade, eu posso realmente me ver feliz, mesmo se eu fosse pobre. Eu já tinha tudo antes, o material pelo menos, e olha onde isso me levou. Viciada em pílulas, lutando para cuidar de mim, e tendo todo o trauma emocional que eu não poderia lidar, porque eu tinha sido ensinada que era errado mostrar as emoções que eram tudo menos perfeita e bonita. Sinto-me tão contente agora e eu quero continuar me sentindo contente. Genuinamente contente. Ethan coloca seu braço no encosto do sofá e seus dedos escovam meu cabelo longe do meu pescoço. Ele começa a procurar através dos filmes comigo, fazendo perguntas sobre eles, e eu respondendo com respostas mínimas, porque eu estou muito envolvida no que está acontecendo com meu corpo e minha mente. Há tanta clareza nele e estou hiper conciente de tudo, desde a forma como os lábios ligeiramente inchados onde ele mastiga até o cheiro inebriante dele. Posso até sentir o calor que flui de seu corpo, inflamando a minha pele e ele não está mesmo me tocando. É incrível. Limpo. Sem diluição. É isso que eu estive ausente? Todos esses anos? É isso como as coisas devem parecer? Quente e coração batendo forte, em vez de frio e silencioso. Se for, porém, o que diabos eu devo fazer com ele? No meio do filme Ethan adormece e ele cai colocando sua cabeça em meu ombro. Estou bastante certa de que ele não tem ideia de que fez isso e me pergunto o que ele vai pensar quando acordar. Eu o deixo ficar lá, corro os dedos pelos seus cabelos, através de seu nariz, seu queixo, os lábios, como uma estranha tocando alguém em seu sono. Eu não

posso

ajudar

embora.

Ele

tem

a

pele

macia

e

lábios

surpreendentes. Eu me pergunto como deve ser saborear sua boca e como finalmente entram em contato uma com a outra. Eu estou sorrindo com o pensamento quando ele começa a murmurar em seu sono. No começo é muito tranquilo e soa quase como


se ele estivesse dizendo: "Lila". Mas depois ele começa a ficar mais alto e eu percebo que ele está dizendo "London, não me deixe... Por favor, fique... Eu preciso de você...‖ London? É uma pessoa? Se assim for, Ethan nunca mencionou a London antes. Quem poderia ser? A namorada? Mas se eles são, então, por que ele nunca nos apresentou? Uma lista interminável de coisas corre pela minha mente e eu percebo que mesmo que ele dorme por aí, a idéia dele ter uma namorada é como uma faca no coração. Sexo é sem sentido,

mas

uma

namorada

que

ele

pudesse

se

preocupar.

Talvez até mesmo amar.

Ethan — Oh, Ethan — London diz em um tom monotono enquanto ela anda através de um campo. Há uma fogueira queimando perto das árvores à distância e a fumaça sobe para o céu estrelado. Há uma festa acontecendo e as pessoas estão rindo, gritando, bebendo, fazendo sexo e London está no campo fugindo como a garota estranha que ela é. — O que você está fazendo? — Peço, bebendo minha cerveja enquanto eu ando devagar por trás dela, vendo-a mover-se através do campo de grama alta e ervas daninha. — Você vai fazer a gente se perder. Ela gira ao redor e ao redor, com a cabeça inclinada para trás, o cabelo escuro combinando com a noite. — Eu estou me divertindo. — Ela gira novamente e para que quando eu a alcanço. — E você? — Ela pede ofegante. Eu bato para trás o resto da cerveja e, em seguida, esmago o copo, jogando-o no chão. — O que tem eu? Ela sorri, andando em minha direção, balançando os quadris. — Você esta se divertindo? — Eu estou tendo um bom tempo, — digo sem rodeios, colocando as mãos nos seus quadris.


Ela franze a testa. —Bem, isso soa convincente. Eu suspiro, deixando minha cabeça cair para frente assim é pressionado contra a dela. — Desculpe, eu estou cansado. E há muitas pessoas na festa para o meu gosto. — Você pode ser um desmancha prazeres, — diz ela. — Mas apenas metade do tempo. E então às vezes você está totalmente nele. — Eu sou totalmente nele quando estou bêbado ou drogado — eu admito. — Mas quando estou sóbrio, isso me deixa louco. Ela faz uma pausa, enganchando o dedo através do meu cinto. —Às vezes eu acho que você vai apenas para empacotar suas coisas e sair por ai sozinho. Eu não respondo imediatamente, movendo minha testa longe dela para que eu possa olhar nos olhos dela. —Às vezes penso sobre isso. Apenas fazer as malas e pegar a estrada. — Você poderia me levar com você se você for? — Você gostaria de ir comigo? — Talvez... Eu não sei. — Ela não parece que quer. — Você quer que eu vá com você? — Talvez, — eu digo, mas honestamente eu não tenho certeza. Eu realmente gosto dela, mais do que qualquer outra menina lá fora, mas há momentos em que eu penso em deixar não só a minha vida para trás, mas todos nela. — Você é um idiota — diz ela. — Eu não posso acreditar que você não gostaria de me levar com você. — Eu nunca disse isso — digo a ela. —

Mas

você

não

negou

completamente

ela

retruca.

Silêncio cresce em torno de nós, e ela se agarra a mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura. — Ok, eu levo o meu "talvez "de volta. Eu quero ir com você, mas apenas para que você possa me tirar desse lugar, minha vida. — Sua voz é plana, triste, desprovida de qualquer emoção. Ela fica assim às vezes, quando ela fala sobre sua vida. Eu beijo o topo de sua cabeça. — O que há de tão ruim em sua vida?


— O que é tão ruim sobre a sua? — Diz ela, esquivando-se da questão como ela sempre faz, sempre que eu tento cavar fundo em sua mente. — Nada, exceto que eu não quero isso, — eu respondo, puxando-a contra meu peito. — London, se você quiser que eu leve você comigo, então eu vou. — Ok, bem, vou precisar de um aviso antes de ir, — brinca ela, a tristeza deixa sua voz. — E eu vou ter que ver a minha agenda. Estou muito ocupada neste verão. Eu belisco a sua bunda dura e ela grita, afastando-me. Ela sai e atravessa o campo e eu corro atrás dela, mas em algum lugar ao longo da

linha

eu

perco

a

trilha

dela

e

a

escuridão

engole.

— London, — eu chamo, mas ela não responde. Eu ouço sua risada de algum lugar, mas eu não consigo descobrir onde. — London... Alguém está sacudindo meu ombro e eu estou saindo do meu sonho. Eu me sinto quente, queimando, como se eu tivesse uma febre e meu coração está acelerado de forma irregular. — Você é totalmente leve, — Lila diz quando eu abro meus olhos. Estou deitado de costas, com a cabeça descansando no colo, meus pés apoiados em cima do braço do sofa. Estou muito consciente de quão confortável eu estou do lado de fora, mas por dentro eu sou uma bagunça com lembranças de London flutuando na minha cabeça. Mais uma vez, eu estou preso em algum lugar entre Lila e London e eu não sei como obter mais de London completamente para que eu possa apenas estar com Lila. Lila paira sobre mim com um olhar magoado em seus olhos azuis, como se estivesse chateada com alguma coisa. — Você desmaiou, tipo, 10 minutos depois de ter começado. — Eu fiz em dez minutos? — Eu imediatamente aciono o meu humor, tentando fechar os meus pensamentos sobre London quando eu pisco para Lila. — Eu deveria ganhar uma medalha por isso ou algo assim.


Ela revira os olhos e senta-se no sofá para que eu possa sentar. — Não foi tão ruim assim. — Não, foi terrível. — Eu estico meus braços acima da minha cabeça

e

bocejo

enquanto

eu

baixo

meus

pés

no

chão.

Ela me olha com esse olhar estranho em seu rosto, como se estivesse tentando desvendar um enigma. — Quem é... Quem é London? Meu coração quase cai em meu estômago como um choque pulsando por mim. — O quê? — London. — Ela repete, relaxando para trás no sofá, com um olhar atento sobre o seu rosto. — Você estava murmurando em seu sono. — Os cantos de sua boca sobem, mas parece forçado. — No começo eu pensei que você estava dizendo meu nome e eu pensei eca, grosseiro, ele está tendo sonhos sexuais sobre mim. Mas então eu percebi que você estava dizendo London e eu estou começando a me perguntar se você tem uma namorada secreta ou algo assim. — Ela não ninguém — eu estalo, sem sentido do porque minha voz soou tão cortada, mas eu nunca falei com ninguém sobre London, porque falando dela torna tudo real. — Portanto, não se preocupe com isso. Ela balança a cabeça. — Não fique arrogante comigo. Você sabe muito sobre mim, coisas que eu prefiro que você não conheça e eu acho que é justo que eu saiba algumas coisas sobre você. — Você já sabe coisas sobre mim, — digo, tentando não cortar, porque seria ruim, tanto para ela e para mim. — Agora, pare. Ela considera isso e depois a expressão dela escurece mostrando uma Lila diferente. — Não, isso é besteira. — Ela centímetros mais perto de mim no sofá. — Você ficou no meu pé ao longo das últimas semanas e não é justo que eu não sei muito sobre você. — Você sabe o suficiente. — Minha voz é firme e embalado com um aviso para ela não ir por este caminho. — Aparentemente não, já que eu nunca ouvi falar dessa London, mas ela parece ser importante para você.


— Lila, pare, — eu aviso, sentando-me e esticando os braços acima da minha cabeça. — Você não quer ir por ai. — Sim, eu faço. — Eu não sei por que, mas parece que ela está olhando para uma luta. Raiva trava através de mim, uma onda de fogo, pronta para queimar qualquer coisa em seu caminho. Eu sou uma pessoa muito controlada, com exceção de que uma vez, logo depois que eu ouvi sobre London, a única vez que eu perdi. A única vez que eu liguei para o meu pai e gritei para todos, quebrei coisas, mostrei a minha raiva. — Cale a porra da boca. — Minha voz é baixa, mas meu tom profundo e pesado, é pior do que eu gritando. Seus olhos se enchem d‘água, como se ela está prestes a chorar. — Você cale a porra da boca. Eu só lhe fiz uma pequena pergunta por Deus. — Eu faço algumas respirações profundas, e, em seguida, eu me levanto. — Eu estou indo para o meu quarto. — Quando eu ando em direção ao corredor, ela me olha, olhando enfurecida, irritada e nem um pouco magoada, da mesma forma como London parecia da última vez que a vi, a última vez que eu fui embora. Mas eu não posso me forçar a voltar para ela. Estou trabalhado muito ao longo de London e as emoções surgindo dentro de mim me faz querer correr para fora e encontrar alguém para transar. Mas eu não posso. Deus, eu não tenho sido capaz desde o incidente no na rua e, honestamente, eu estive bastante contente sobre o assunto até agora. Minha cabeça está em um lugar tão estranho agora sobre o sonho. Eu tento não pensar sobre London, mas ela sempre me alcança, se estou acordado ou dormindo. Além disso, Rae não vai parar de me enviar mensagens de texto, de modo que não ajuda. Três a quatro vezes por dia, todos os dias do caralho, ela me envia textos ou deixa uma mensagem de voz. Eu tenho a ignorado seus telefonemas, recusando responder até que eu estou certo sobre o que eu quero fazer. Eu me tranco no meu quarto e faço a única coisa que eu posso pensar para tentar limpar meus pensamentos. Eu escrevo.


Eu estou com medo. Mais do que eu queria admitir. O medo nunca foi um sentimento que eu tenha sido confortável. Eu sempre adotei a postura artificial, suave, e em controle, porque eu não acho que ninguém precisa saber o que realmente está dentro de mim. Como o fato de que eu ainda me sinto dilacerado, rasgado pela metade, minha alma dividida, porque a única garota que eu pensei que eu queria estar é uma concha externa que ainda existe em todos os aspectos até a verruga que ela tem abaixo de seu lábio. Que ainda está lá, junto com seus olhos castanhos e uma cicatriz acima da boca. Sua pele ainda é perfeitamente lisa. Ela ainda parece existir, mas ela não o faz. A London que eu conhecia - A London do passado, não é mais. Ela se esqueceu de sua vida, e vida para ela agora é apenas sobre o futuro. Tudo o resto está perdido para ela. Mas o que realmente preocupa é se eu ir vê-la , eu vou finalmente ter que deixá-la ir. Para sempre. E a coisa mais assustadora é que quero e não quero fazer isso. Eu quero seguir em frente, talvez com Lila e ainda quero me segurar a London porque é mais fácil do que sentir tudo o que vem junto com a deixar ir. Mas no fundo, eu estou percebendo que, eventualmente, eu vou ter que finalmente dizer adeus.

Capitulo doze


Lila Tem sido um pouco mais de uma semana desde que trouxe essa pessoa London e Ethan ainda mal fala comigo. Ele me evita a maior parte do tempo, mas quando nós nos cruzamos ele mantém-se muito eficiente, como se fôssemos apenas colegas de quarto e nada mais. Seja quem for esta misteriosa London, ela obviamente significa algo para ele. No começo eu pensei que era apenas uma namorada secreta, com a maneira como ele gemeu o nome dela depois que ele adormeceu no sofá. Doeu. Um monte. Eu sempre fui bem com ele dormindo com as mulheres, ou pelo menos eu poderia viver com isso. Mas uma namorada? A ideia foi arranhando a minha pele como unhas excessivamente cuidadosa. Quando eu comecei a interrogá-lo sobre isso, ainda que, a centelha da raiva e desconforto e dor em seus olhos me levaram a acreditar que ela pode ter sido alguém que ele amava. Mas chegar ao fundo do que parece quase impossível quando tudo o que ele vai dizer para mim é Olá. Esta me chateando um pouco, porque ele sabe tanto sobre mim. Mas quando eu penso sobre isso, Ethan sempre foi mais de um ouvinte do que um falador, e ele continua muito sobre si mesmo para si mesmo. Eu consegui o trabalho no Danny e eu ainda estou tentando descobrir se eu gosto ou não. Honestamente, não foi muito ruim, mas, novamente, eu não cheguei a subir em cima do bar e dançado ainda. Hoje

é

suposto

ser

o

grande

dia.

Depois que eu confiro o meu reflexo no espelho para o que parecem séculos, eu finalmente saio. Ethan está sentado no sofá, assistindo ao noticiário,

embora

sua

expressão

vidrada

signifique

que

ele

provavelmente sonha com algo mais do que o tempo. Ele não tem camisa, tem um par de shorts rasgado. Seu cabelo é uma bagunça e seus olhos estão vermelhos, como se ele estivesse chapado, mas eu sei o suficiente de Ethan para saber que ele não esta.


Eu recolho minha bolsa e uma jaqueta em cima da mesa e seus olhos vagueiam para mim. Normalmente, ele imediatamente me ignora, mas hoje a minha roupa o aborrece, o que eu esperava. — Que porra é essa que você está vestindo? — Ele senta-se, dandome um olhar sujo quando ele olha a minha blusa branca apertada que mostra o meu estômago, meus seios, e o sutiã com estampa de leopardo que eu uso por baixo. Eu tenho um par de shorts rasgados muito curto em que revelam o fundo da minha bunda quando eu curvo, uma das garçonetes me disse que eu vou fazer um monte ja que os caras geralmente lançam gorjetas no chão. — Eu podia te perguntar a mesma coisa: — Eu replico, colocando a alça da minha bolsa por cima do meu ombro. —Há uma coisa chamada camisa, você sabe. Ele aperta os olhos. — Que diabos eu fiz para você? — Além de me ignorar as últimas semanas? — Eu digo, empurrando a porta da frente aberta. — Nada. — Eu não estou ignorando você — ele grita. — Eu só estou optando por não passar mais tempo com você. Algo que companheiros fazem muito. Eu estiquei a minha cabeça de volta na porta. — Você está sendo um idiota e eu não sei por quê. Eu não fiz nada para você além de fazer uma merda de pergunta. Seus olhos amolecem e eu acho que ele vai se desculpar quando ele se levanta e vai para a porta. Mas então ele diz: — Você parece uma prostituta. Isso atinge um nervo, cortando a minha ligação com ele. Eu levanto minha mão para esbofeteá-lo ou empurrá-lo, eu não estou mesmo certa do que. Mas então eu decido isso e, tremendo de raiva, eu desço as escadas. — Eu nem sei o que eu fiz! — Eu grito, sem me preocupar que eu estou fazendo uma cena. Eu passei a minha vida inteira tentando não fazer uma cena e eu estou tão cansada disso. Nada mais parece certo.


— Você não fez nada... Isto é tudo culpa minha... Eu sinto muito. — Ethan chama atrás de mim, mas eu já estou correndo pelo estacionamento

e

suas

palavras

atingem

minhas

costas.

Não tenho opção diferente de pegar o ônibus ou ir a pé. É uma longa caminhada, então eu pego o mau cheiroso e nojento ônibus. Sento-me na parte de trás, estufo com minha ira fechando o casaco por cima da minha roupa de prostituta. Eu nunca me importei que eu fosse uma vagabunda antes. Eu fui chamada assim desde que eu tinha quatorze anos. Mas Deus que maldita palavra - prostituta - envia de volta a um tempo que eu tentei esquecer. —Basta deitar-se na cama — Sean diz em uma voz sensual que me faz sentir quente e amada por dentro. — Eu prometo, Lila, vai ser bom. Ele tinha acabado de colocar o anel de platina no meu dedo, dizendo que ele estava esperando para dar a alguém especial. Minha cabeça parece um pouco nebulosa, devido aos poucos shots que eu tinha tomado antes de eu vir para o sua casa. Eu odeio beber, mas meus amigos me disseram que era necessário para hoje à noite, especialmente se eu ia perder minha virgindade. Todas as nebulosidades evaporam quando pisco para ele e vejo o amor em seus olhos verdes, mesmo que ele não disse isso em voz alta ainda. Eu sei que ele me ama, porque ninguém nunca olhou para mim como - como eles se me quisessem. — Tire a roupa — ele sussurra inclinando-se para me dar um beijo suave na boca. Concordo com a cabeça quando ele se inclina para fora e comecei a desabotoar a camisa branca que eu tenho usado todos os dias na escola. Eu mantenho meus olhos no seu quando me atrapalho com os botões, tanto amor quanto fome aparecem em seus olhos. — Você tem esses cílios lindos — eu digo enquanto eu deslizo meus braços para fora das minhas mangas e deixo a camisa cair no chão. Estou com meu sutiã branco liso, saia do uniforme xadrez e meias até o joelho, traje padrão da escola de Nova York. Eu nunca estive de topless na frente de um cara antes, mas Sean não é qualquer cara. Eu ando gradualmente em direção a ele, tentando parecer sexy e confiante, mas


meus nervos estão me rebentando por dentro. Eu deslizo meus dedos até a frente de sua camisa sentindo a dura rocha de seu peito abaixo dela, fingindo que não estou apavorada com tudo o que está prestes a acontecer, fingindo que eu sou mais experiente do que eu realmente sou. Seus músculos se contraem quando eu chego a seu pescoço e por um lampejo de um segundo a suavidade ecarinho que eu sempre vi em seus olhos

desaparece.

Mas

o

olhar

estranhamente

frio

desaparece

rapidamente quando ele chega e coloca sua mão grande sobre a minha. — Os caras não querem ser informados de que têm cílios lindos Lila, — diz ele em um tom branco. — Pense em algo melhor. Eu engulo a seco, preocupada que eu estou irritando-o. Eu destrui meu cérebro para dizer alguma coisa para ele, tudo o que possa levá-lo a parar de olhar para mim como se eu fosse uma garota ingênua inexperiente. Mas eu não consigo pensar em nada inteligente e sexy pelo mar de álcool na minha cabeça. Sentindo meu pânico, ele reúne as minhas mãos na frente de mim. —Relaxe, Lila. Eu não vou te machucar. — Eu nunca disse que ia. — Eu sôo chocada e eu sei que ele pode sentir meu pulso batendo através de meus pulsos que ele tem preso sob suas mãos. Ele sorri, olhando em volta de seu quarto mal iluminado. Ele tem velas acesas nas mesinhas de cabeceira e no parapeito da janela, criando um brilho perfeito e perfume de lavanda para fazer amor. A cama é decorada com pétalas de rosas, há cortinas de chiffon em volta da elegante cama de dossel, e música suave flui no fundo. Tudo é perfeito. Perfeição. Eu posso senti-lo, o que significa que isto é certo. A coisa que eu tenho que alcançar. Tenho o cara perfeito, mais velho e mais maduro, com barba e um queixo firme e ele está vestindo um terno elegante. Estas são as coisas que minha mãe sempre me disse para procurar em um cara. Sim, ele tem sido um pouco duro comigo e quando estamos perto de outras pessoas, ele me ignora, mas só porque ele é mais velho. Ele acaricia o dedo delicadamente pelo meu rosto e todas as minhas reservas derretem enquanto a cera pinga das velas ao redor da sala.


— Você confia em mim, né? Concordo com a cabeça, olhando para ele. —É claro. Um sorriso ardiloso aparece em seus lábios. —Bom. — Ele se inclina, colocando os lábios na minha orelha, e respira na minha pele. Eu tento não estremecer porque eu sei que vai me fazer parecer imatura, mas eu não posso ajudá-lo e meu ombro flutua para cima. — Deite-se na cama para mim — diz ele em voz baixa e, em seguida, roça os dentes em meu ouvido. — O-ok, — eu digo sem fôlego. Ele se inclina para trás e seus olhos quase parecem pretos na iluminação inadequada enquanto eu volto para a cama e ele lentamente me bebe com os olhos. Meus joelhos estão tremendos enquanto eu afundo o colchão, permanecendo na borda. — Você, você quer que eu fique com a minha saia? — Eu soo tão nervosa, mas ele é tão experiente e eu não sou e eu estou fazendo um péssimo trabalho em escondê-lo. Ele anda para trás e para frente na frente do pé da cama, traçando o dedo ao longo do estribo. — Deixe-a por enquanto. — Quando ele chega a uma das colunas da cama, ele pára e começa a desenrolar a corda desfiada eu não tinha notado que estava lá até agora. Meus olhos estão fixados sobre ele, meu corpo cheio de incertezas quando ele retira a corda da cabeceira da cama e segura ao redor de sua mão. — Você está nervosa, — observa ele, contornando a cama de volta e vindo para mim. — Eu pensei que você confiava em mim. — E-Eu confio, — eu gaguejo incapaz de tirar os olhos da corda. — Você parece diferente hoje à noite. Ele coloca um dedo embaixo do meu queixo e me obriga a olhar para ele. — Lila Summers, ouça-me. Eu nunca faria nada para machucá-la, entendeu? — Ele faz uma pausa, à espera de eu acenar com a cabeça, e eu aceno, quase certa que eu quero dizer isso. Ele sorri. —Bom, agora deite para mim, por favor.


Eu obedeço, dizendo a mim mesmo que eu o amo, mesmo que segundos depois ele me chama de sua putinha enquanto ele ignora meus apelos para ele parar e ele me amarra na cama... Eu pulo para cima do meu assento, apesar de que o ônibus está parado em nenhum lugar perto do meu destino. A porta se abre e eu saio correndo para o calor e o ar empoeirado, tentando sacudir a cabeça dos pensamentos lavando a memória dolorosa de como senti a corda. Eu vou para direita, em vez de à esquerda, em direção a uma casa que eu sei que não deveria estar indo, mas é difícil, muito difícil. Lembrando-me das coisas que eu tenho feito, coisas escuras que eu fiz, está fazendo um sentimento vil poluir meu estômago. A casa está localizada a poucos quarteirões de onde eu desci do ônibus. O bairro é agradável e aconchegante, cada casa de reboco de dois andares, cercada por exuberantes gramados verdes pontilhadas com plantas e árvores de pequeno porte. Cada garagem para dois carros tem um sedan de tamanho médio, elegante, mas não muito elegante. Há uma ilusão de perfeição de classe média no bairro, mas por trás de algumas dessas portas fechadas, vive uma maneira mais escura da vida. Eu sei por que eu estou indo para um deles. No final da rua, eu faço o meu caminho até a garagem e bato na porta que tem uma guirlanda decorativa sobre ela e um tapete de boas vindas abaixo. Eu remexo ansiosamente enquanto eu espero. Meu telefone se apaga, me informando que eu tenho uma mensagem de texto, coloco a mão no bolso e silencio-o. Eu quero uma coisa agora e apenas uma coisa e quando a porta se abre, é o que eu digo. — Eu preciso de um agora. — Eu sôo em pânico e vai dar a Parker todo o poder, mas eu não dou a mínima no momento. Eu só preciso me sentir bem. Ele inclina-se contra a porta, parecendo bonito, seu cabelo loiro perfeitamente no lugar, as mangas da camisa de abotoar pretas enroladas até os cotovelos. Ele tem covinhas e seu sorriso é impecável. Ele parece perfeito com seu charme e um PhD. Perfeito. Perfeito. Perfeito. Não é isso que minha mãe queria para mim?


— Você sabe que aparecer do nada custa mais do que um boquete, — diz ele, displicentemente encostado na porta. — Mas eu acho que você sabe disso, desde que era praticamente uma putinha em toda a nossa relação. Eu quero lhe dizer mil coisas, como quanto eu odiei cada segundo do nosso namoro. Ou como eu queria terminar com ele depois do nosso primeiro encontro, pensei sobre isso um monte de vezes, mas o fato de que ele poderia escrever prescrições me manteve voltando. Mas dizer isso iria irritá-lo e eu preciso dele feliz no momento. — Eu sei o que custa — eu digo, deixando a sensação de falta me assumir porque eu sei que vou embora em breve. — Mas podemos fazer uma rapidinha? Estou com pressa. Ele sorri como um pânico ganancioso, ladrão nojento eu o odeio e amo por isso. Odiá-lo por causa do que ele está fazendo me dar-lhe, mas amá-lo pelo o que ele me dá em troca.

Ethan Eu sei que eu errei, gritando para ela assim como o meu pai sempre fez com a minha mãe, mas não foi para menosprezá-la ou machucá-la de propósito. Eu disse que ela parecia uma prostituta, o que ela parecia mesmo, mas eu odiava que ela está vestida desse jeito e quão boa ela parece vestida assim. Eu odiava que cada indivíduo naquele lugar maldito que ela trabalha vai pensar as mesmas coisas que eu. Eu tenho feito o meu melhor para manter a minha distância dela, especialmente depois que ela mencionou o nome de London. Eu nunca falei sobre London com alguém e de repente Lila estava me pedindo para falar sobre ela. Isso me assustou porque eu estava com medo do que eu diria, que eu sinto falta dela, mas não é verdade, eu me sinto culpado por afastar-me dela, mas eu não quero, eu quero deixá-la ir seguir em frente, e seguir em frente com Lila.


Depois que eu chamo Lila de prostituta e ela foge, eu percebo o quão mal eu estive na última semana. O olhar em seu rosto era tóxico. Perigoso. Eu preciso fazer isso direito. Eu preciso não estragar novamente. Tento mandar textos um par de vezes e finalmente, decido apenas para ir até seu local de trabalho na esperança de que eu não tenho de vê-la dançando em cima do bar. Preciso pedir desculpas pela bagunça. Quando eu chego, no entanto, não consigo encontrar Lila em qualquer lugar. O lugar está cheio de caras cobiçando, babando todos a si mesmos como eles olham para cima para as mulheres seminuas balançando a bunda no bar. É a primeira vez que eu apareci em um lugar como este não à procura de entretenimento e é estranho vê-lo a partir do ponto de vista de um forasteiro. Isso me faz pensar tipo mal de mim por estar aqui e me odiando por deixar Lila trabalhar em um lugar como este. Por que eu não a impedi? Claro, ela precisa de um emprego, mas não desse jeito. Eu paro em uma das garçonetes enquanto ela caminha, vestindo um vestido tranparente e carregando uma bandeja de bebida. —Hey, há uma garota chamada Lila, que trabalha aqui. Você viu ela? Há pânico na

minha

voz.

Ela me olha da cabeça aos pés e, em seguida, tenta me deslumbrar com um sorriso. — Não, mas o que você está procurando, eu posso com certeza dar a você. — Não, obrigado — eu disse, afastando-me do convite. E eu não tive relações sexuais com ninguém desde que Lila se mudou em 22 dias, porra. Jesus, minhas bolas estão ficando azuis. Estou fazendo meu caminho para o bar quando meu telefone vibra de dentro do meu bolso. Eu pego e levo-o para fora, verificando a mensagem de texto. Lila: Eu errei. Merda. Eu: O que aconteceu?


Lila: Eu fiz algo ruim... Eu acho que eu posso precisar de sua ajuda. Eu: Onde vc ta? Lila: No trabalho. Olho em volta para as mesas cheias, os dançarinos, e na área bar lotado. Eu: Onde? Lila: No banheiro. Eu faço a varredura da sala até que eu identifico o sinal do banheiro. Passo através das pessoas, empurrando quem fica no meu caminho. Finalmente, eu tropeço no corredor e a voz e música acalmam um pouco. Eu ando até a porta do banheiro e envio texto a Lila. Eu: Eu estou aqui fora. Lila: Por quê?? Eu: Porque eu queria ver se você estava bem. Lila: Ok... Você pode entrar aqui então... Eu preciso de vc... Precisa. É uma palavra muito forte. Respirando fundo eu empurro a porta aberta. Há duas mulheres ajeitando sobre seus reflexos no espelho. Quando elas me detectam, seus olhos se arregalam. —

Senhoras.

Eu

sorrio

carismaticamente

para

elas.

Elas parecem impressionadas e correm para a porta, uma delas me chamando de pervertido, mas ignoro-as. Eu examino as portas dos banheiros, todas elas fechadas. — Lila — eu chamo. Leva um segundo antes de eu ouvir a sua voz abafada. — Eu estou aqui. Parece que ela está na última baia. Eu faço o meu caminho e quando eu coloquei minha mão sobre a porta, ela se abre. Ela está sentada no chão sujo, abraçando as pernas contra o peito, com o queixo apoiado nos joelhos. Ela ainda está vestindo a roupa de antes, mas ela tem um casaco puxado por ela. — O que você está fazendo? — Eu pergunto pisando com cuidado dentro da baia.


— Eu errei — ela murmura, franzindo a testa para o chão. Eu dou mais um passo e fecho a porta atrás de mim, deslizando sobre a trava para bloqueá-la. — Você... Você tomou uma pílula? — Meu coração bate no meu peito enquanto eu espero por sua resposta. Ela olha para mim e seus olhos são vermelhos e inchados, como se ela estivesse chorando. — Você me odiaria se eu tivesse? Eu agacho ao lado dela escovando o cabelo fora de seus olhos, tentando dar uma boa olhada em seu rosto para que eu possa ver melhor as suas pupilas para que eu possa ver seu estado de espírito. — Eu nunca poderia te odiar, Lila. Eu... Eu já te disse que eu errei quando eu estava tentando me recuperar também, mas é importante que você me diga a verdade para que eu possa ajudá-la. Ela toma uma respiração instável e, em seguida, a mão treme quando ela remove em torno de sua perna e se estende para fora na frente dela. Dentro de sua palma tem uma pequena pílula branca. —Foda. — Eu corro meus dedos pelo meu cabelo, o alívio correndo em cima de mim de forma tão poderosa que é difícil ficar em pé. — Você... Você tomou outra? — Eu tenho medo de descobrir, com medo de que nós vamos ter que começar de novo. Ela balança a cabeça, o corpo todo tremendo. — N-não, mas eu quero tomar esta. Muito, Ethan. Eu não posso mesmo... — Seu peito arfa para cima e para baixo enquanto ela luta para respirar. — Ela está me deixando louca, ela ainda estar na minha mão. Soprando um suspiro, eu pego a pílula, beliscando-o entre meus dedos enquanto eu arrumo as minhas pernas e levanto. Ela não diz nada, brinca com o anel em seu dedo, quando eu faço o meu caminho para

o

vaso,

mas

seus

olhos

estão

fixos

em

mim.

Eu seguro a minha mão sobre a cintura, esperando por ela para gritar comigo, mas ela apenas observa horrorizada e aliviada ao mesmo tempo em que eu abri a minha mão e deixo a pílula cair. Quando ela atinge a água, eu puxo a descarga e depois volto para ela, finalmente conseguindo respirar de novo. — Você está bem? — Eu peço.


Ela acena com a cabeça, as lágrimas reunindo em seus olhos. — Eu sinto muito. Eu agacho diante dela mais uma vez, precisando me aproximar dela, como se uma corrente magnética está me guiando para ela. É impressionante o quanto eu quero estar perto dela e o quanto eu me arrependo levando-a a este lugar no chão. É tudo culpa minha e eu sei disso. Porra eu estraguei tudo e agora eu preciso corrigir isso. Eu olho nos olhos dela para que eu possa ver o que ela está sentindo, deixo que ela saiba o que eu estou sentindo. — Desculpar por quê? Você não fez nada de errado. Eu sou o único que gritou com você. Ela solta uma risada afiada enquanto escapa lágrimas de seus olhos. — Não fez nada? Fui até o cara que prescreve as drogas, ou seja lá o que você quiser chamá-lo, totalmente pronta para foder os miolos para que eu pudesse ter um único comprimido. Meu coração aperta no peito e sinto como se um nó, deformado, uma videira espinhosa está percorrendo meu corpo e esfaqueando em cada polegada. Eu me sinto como se eu estivesse sendo rasgado por dentro, um sentimento que eu nunca senti antes e não consigo compreender todo o significado disso. — Está tudo bem, — eu digo, mesmo que não esteja. Ela fodeu com um cara por drogas. Ela transou com ele. Transou com ele. Eu tomo uma respiração profunda e instável e exalo. — Não, não está tudo bem — diz ela, fungando quando lágrimas caem pelo rosto. — Eu errei. Muito, muito feio. Eu coloco o meu dedo sob o queixo dela, então ela vai ter que olhar para mim. — Não, você não fez. Você não tomou e isso é bom. Realmente, realmente muito surpreendente. — Eu sei disso — diz ela, fumando um suspiro de frustração. — Isso não é o que eu estou chateada. Eu inclino minha cabeça para o lado, confuso. — Então por que você está? É... é por causa do que eu disse no apartamento? Porque eu realmente sinto muito que eu disse. Eu só estava... — Eu olho para o


seu corpo pendurado para fora, a má roupa que ela está vestindo. — Eu não gosto de você se vestir assim. Absolutamente. Seus ombros sobem e depois caem enquanto ela inspira e expira, parecendo envergonhada. — Eu roubei a pílula enquanto Parker estava indo para o banheiro. Eu não dormi com ele como eu prometi. — Parker? — Afirmo meus olhos arregalados. — Esse idiota formal que você costumava namorar? É aí que você pega os comprimidos? Ela acena com a cabeça. — E as prescrições. — Ela pisca e depois pânico enche seus olhos quando ela se levanta rapidamente, quase batendo a cabeça dela contra a minha e eu tenho que inclinar para trás em meus calcanhares para sair de seu caminho. — Olha, não importa. Ele vai ficar puto, Ethan. Ele vai vir atrás de mim, querendo pegar o que eu tomei. E eu vou ter que dormir com ele. — Ela começa a andar pela baia enquanto eu me levanto. — Normalmente, isso nunca foi um problema, mas normalmente eu estava medicada. — Ela ansiosamente mastiga suas unhas. — Parecia tão errado, só dele me beijando. Eu podia sentir isso... — Ela balança a cabeça, arregalando os olhos com qualquer revelação que ela está tendo. — Eu podia sentir tudo. — Isso é uma coisa boa, apesar de tudo. — Eu me inclino para trás contra a baia, muito consciente de quanto eu estou me sentindo aliviado com o fato de que ela não dormiu com Parker, mas também furioso que aquele idiota era o seu provedor de pílula. Eu realmente quero bater nele. — Sentir as coisas é uma coisa boa. Ela solta um suspiro pesado enquanto ela continua a andar. — Eu sei, mas eu nunca tenho você sabe. Todas às vezes, o sexo sem sentido, sempre senti como uma rotina. — Ela gruda as mãos para o lado e para na minha frente, olhando-me nos olhos. — Quero dizer, eu nem mesmo gostava. — Não gosta do sexo? — Ok, esse conceito é estranho para mim e me faz pensar que ela sentia quando nós iamos fazer sexo. Todas aquelas faíscas que eu senti, só eu senti? É por isso que ela só ficou ali deitada?


Ela acena com a cabeça, seus olhos azuis, manchados de rimel estão tão grandes que eles estão praticamente pulando para fora de seu crânio.

— Sim, é apenas algo que eu faço, não é algo que eu

realmente quero fazer. E nem é nom. Um monte de pensamentos impróprios fluência em minha mente naquele momento e é preciso uma grande quantidade de energia para mantê-los de volta. — Devemos levá-la para casa. — eu digo e movendo para pegar a mão dela. Ela balança a cabeça, virando-se para fora do meu alcance e mechas de seu cabelo batem no seu rosto. — Eu acho que eu perdi o meu trabalho. — Estou feliz — digo honestamente, dando um passo para frente e escovando o cabelo para trás, porque eu quero ver a cara dela. — Este lugar não é um lugar onde você deveria estar trabalhando. — Mas eu tenho que pagar o aluguel. — Nós vamos dar um jeito nisso. Há uma tonelada de empregos lá fora. Ela balança a cabeça novamente, envolvendo os braços em torno de si, enquanto as lágrimas começam a cair por suas bochechas. — Você é muito bom para mim. Você precisa parar. Eu não mereço você sendo agradável. É como se ela pensa que ela é indigna do bom. Eu quero perguntar a ela sobre o porquê ela pensa isso, mas eu não quero estressá-la novamente. Ela precisa relaxar. Eu aponto uma piada. — Isso é engraçado, porque algumas semanas atrás, você não conseguia parar de me chamar de idiota. — Eu sorrio para ela, tentando aliviar o clima. — Pare com isso — diz ela, enxugando as lágrimas e rímel manchado em suas bochechas com a parte inferior de sua camisa. Eu posso ver seu estômago, perfeito, suave e quase perfeita, exceto pela cicatriz ao redor da cintura. — Não brinque. Você está sendo muito bom de novo e eu estou tão confusa.


— Todo mundo está confuso. — Chego para frente e lentamente enxugo algumas das lágrimas escorrendo pelo seu rosto com a ponta dos dedos. — Em sua própria maneira fodida, um monte de gente só não vai admitir isso em voz alta e, em seguida mudar. — Eu reduzi o espaço entre nós e coloquei a mão em seu braço. — Mas você fez as duas coisas, o que faz de você forte, Lila. Eu gostaria que você pudesse ver isso. Você é forte, surpreendente, bonita e que você merece muito mais do que sentada no chão do banheiro em um bar de vadia. Você merece ter uma vida incrível. — Eu quero dizer cada palavra que digo e mesmo que eu estou sendo muito emocional, eu não me arrependo de nada do que eu disse. Ela tenta limpar algumas de suas lágrimas, mas derrama mais. Ela começa a chorar e corre para mim jogando os braços em volta da minha cintura. Eu fico tenso, mas depois a envolvo em meus braços, abraçando-a com força contra mim enquanto ela enterra o rosto no meu peito e uma estranha sensação de calma toma conta de mim. Eu me sinto confortável em paz com ela em meus braços, e se eu pudesse, eu manteria segurando ela para sempre, confortando-a, fazendo-a sentir-se melhor em todos os sentidos que eu poderia. Leva-me um minuto para entender o que isso pode significa. Eu poderia estar me apaixonando por Lila. E no momento em que eu percebo isso, eu não tenho certeza se eu já estive realmente apaixonado por London. Enfeitaçado por ela, talvez. Amor, eu acho que não. Porque o que eu estou sentindo agora, essa aterrorizante, coração caindo do penhasco, os pensamentos em corrida, mergulhando no desconhecido estava longe de qualquer coisa que eu já senti com London. Lila chora na minha camisa por uma eternidade e eu traço meus dedos para cima e para baixo de suas costas, dizendo-lhe que ela vai ficar bem, quando eu beijo o topo de sua cabeça uma e outra vez, sentindo a minha vida – sentindo me mudar. Quanto mais tempo ela fica em meus braços, menos eu quero deixá-la ir. Quero abraçá-la. Cheirar o cabelo dela. Beijar seu rosto até que eu não posso sentir meus lábios, só ela. Eu quero fazer um monte de coisas para ela, muito lento


e

deliberadamente

para

que

eu

possa

sentir

cada

sensação.

Mas então ela se afasta e olha para mim com olhos injetados de sangue. — O que eu vou fazer com Parker? — O que quer dizer, o que você vai fazer? — Eu mantenho meus braços ao redor de seu ombro, ainda não querendo deixá-la ir. — Se ele chegar perto de você, então eu vou chutar a bunda dele. — Eu não quero que você se machuque — sussurra. — Você não precisa estar lutando com ninguém por mim. Eu ri de novo, mais alto, até todas minhas costelas doerem. — Eu tenho certeza que eu posso lidar com Parker. Na verdade, ele parece o tipo de cara que gosta de dar uma tapinha e puxar o cabelo quando ele luta. Ela reprime um sorriso. — Ele não é muito um covarde. Eu reviro os olhos e balanço a cabeça com o absurdo. — Nós estamos falando sobre a mesma pessoa, certo? O idiota que você namorou por um tempo? Ela acena com a cabeça e eu detecto uma dica de um brilho divertido nos olhos. — E você estava tão animado quando eu terminei com ele. — Eu estava bêbado quando o fez. — E nós estávamos jogando strip poker. Eu me lembro. Eu sorrio, porque é um momento perfeito, a luz depois de um episódio escuro. — Ah, strip poker, — eu digo colocando seu cabelo atrás da orelha. — Se bem me lembro, você nunca tirou seu sutiã quando eu ganhei a mão. — Só porque eu sabia que você não poderia lidar com estas gostosuras. — Ela sacode o peito e seus seios saltam contra meu peito. Ela faz uma pausa e, em seguida, abaixa o rosto contra mim, respirando calmamente. — Obrigada, Ethan... Por tudo. Eu poderia dizer que ela não precisa me agradecer. Que eu era feliz em fazê-lo. Que eu adorava ajudá-la. Mas eu não digo. Eu gostaria que nunca tivesse acontecido. Em vez disso, eu gostaria que ela nunca tivesse que passar por tudo isso.


Eu murmuro: — De nada. — Então entrelaço meus dedos com os dela e puxo-a em direção à porta, pronto para levá-la de volta para a nossa casa e levá-la bem longe deste lugar. Eu estou pronto para levá-la de volta para casa. Para a nossa casa.


Capítulo Treze

Lila Já se passaram quatro dias desde o meu pequeno episódio e, na maior parte, a vida tem sido bastante normal, exceto a minha necessidade implacável de me fixar em Ethan. Desde que ele me encontrou no banheiro, eu não consigo parar de pensar nele. É pior do que antes, uma obsessão crescente intensa. Eu nem tenho certeza do que é. A maneira como ele olhou para mim, me tocou, falou para mim, brincou comigo, me perdoou, e, em seguida me levou para casa. São pequenas coisas, mas que significam muito. Ele pode ser áspero, contundente, um pouco pervertido, e completamente imperfeito de acordo com os padrões da minha mãe, mas eu realmente não teria nenhuma outra maneira. Eu tive o suposto cara perfeito antes, aquele que me deu anéis, me disse que eu era bonita, me disse que me amava, que eu possuía a sua alma, e que ele faria qualquer coisa por mim. Mas era um monte de merda. Irreal. Perfeito não existe. Realidade sim. Realidade é o que eu preciso. E Ethan é tão real quanto qualquer pessoa que eu já conheci. Estou tentando descobrir o que tudo isso significa em termos de meus sentimentos por ele. Eu pensei que eu entendi o amor uma vez, mas acabou que eu estava errada. Será que os sentimentos que tenho por Ethan ser possivelmente amor? Eu não tenho idéia, mas, eventualmente, eu vou ter que descobrir isso, em vez de analisar tudo. Eu também estou procurando um emprego novo, um que Ethan aprove, e eu ainda estou me acostumando com o fato. Ninguém jamais pensou o suficiente de mim para que eu merecesse algo melhor. Claro, minha mãe não aprovaria o trabalho em Danny, mas não porque ela pensasse que eu era melhor do que isso. Ela acha que o nome do Summers era melhor, mas não o meu caráter. Na verdade, se ela estava baseando-se unicamente em minha personagem que ela diria que eu


pertencia lá, algo que ela deixou bem claro durante uma de suas chamadas telefônicas. — Você fez o quê? — Ela praticamente grita ao telefone e eu tenho que segurar o receptor longe do meu ouvido enquanto ele toca contra a sua voz. — Você foi morar com um cara? Eu coloquei o receptor de volta ao meu ouvido e equilibrei entre minha cabeça e meu ombro. — Sim, isso é o que eu disse. — Eu sei que o que você disse — ela responde secamente. — Mas o que eu não entendo é por que diabos você fez isso. Estou enxaguando os pratos que eu carreguei na máquina de lavar louça. Eu também aspirei, varri e limpei os banheiros, e mesmo que seja um saco, eu também tive um pouco de orgulho em fazê-lo. — Porque eu precisava de um lugar para morar. — Esse cara é rico? — Não, ele é normal. — Normal não é aceitável, Lila Summers. Normal não vai fazer você chegar a lugar nenhum, mas grávida e vivendo em um barraco e desejando que sua vida seja melhor. — Normal é perfeitamente aceitável. — Eu sorri para mim mesmo, dizendo em voz alta, enquanto eu esfrego alguma coisa verde do prato debaixo da corrente de água. — E, além disso, o que o faz você um perito em normal? Você não conhece ninguém que é. — Sua tia Jennabelle é. — Eu não sabia que eu tinha uma tia Jennabelle. — Ela é minha irmã e você não a conhece por que ela vive em um apartamento com seus três filhos e teve que aceitar um emprego como secretária para sobreviver depois que ela deixou o marido quando ele começou se envolver com uma mulher que ele trabalhou. E ninguém quer visitar uma pobre mulher divorciada, único pai que vive em um apartamento de baixa qualidade. Se ela apenas tivesse ficado com seu marido e esquecido sua única falha, então ela não viveria na parte decadente da cidade, com um bando de drogados e criminosos.


— Só porque eles vivem na parte decadente da cidade não significa que eles são viciados em drogados e criminosos, — eu digo. — E eu gostaria de visitá-la — eu argumento, enxaguando a taça. — Ela parece ser uma mulher forte, que foi corajosa o suficiente para deixar um homem que obviamente não a amava o suficiente para tratá-la bem e ela tem sido capaz de cuidar de si mesma. — Ela é pobre, Lila — ela asperamente encaixa como se a palavra fosse tão suja que não tem direito a até mesmo deixar seus lábios. — Ela não pode mesmo comprar um carro novo. — Nem eu — afirmo, deslizando alguns talheres debaixo da torneira e esfrego a sujeira fora com meus dedos. —Bem, essa é a sua própria culpa por ser tão teimosa. Você pode ter tudo o que queria na vida, Lila. A vida perfeita, mas você continua estragando por si mesma. Em vez de fazer o que eu lhe disse para fazer e voltar para casa e viver com a gente até que possa voltar a ativa e encontrar um bom cara rico que vai cuidar de você, você está vivendo em situação de pobreza, provavelmente, toma o ônibus. — Eu não estou vivendo na pobreza — eu respondo. — Ainda não, de qualquer maneira. Graças ao meu amigo normal, que está me deixando ficar aqui com ele, porque ele é bom. Dinheiro e carros e roupas bonitas não são tudo, mãe. E eu não quero sacrificar estar perto de pessoas que eu gosto apenas para ter uma vida glamourosa.

Nossa, quando cheguei a isso? — Eu quero estar perto de pessoas que eu me preocupo e que se preocupam comigo. Isso é tudo o que eu realmente quero na vida. — Deus, eu me preocupo com Ethan. Eu realmente faço. —Bem, isso é uma bela maneira de olhar a vida. Talvez você deva ir visitar sua tia Jennabelle e obter um verdadeiro sabor de como é a vida — diz ela, em seguida, acrescenta: — E o que diabos é esse barulho? Essee barulho de água no fundo. — Agua. — Eu coloquei a placa na máquina de lavar louça. —Bem, eu sei disso — ela fala. — Mas de onde vem? Eu desligo a torneira e fecho a porta da máquina.


—É da pia. — Pressiono o botão de energia e limpo as minhas mãos em uma toalha. — Eu só estou limpando os pratos. — Você o quê? — Ela grita ao telefone tão alto nos meus brincos. —Ja chega, Lila. Esse tipo de comportamento é inaceitável. — Por quê? Porque eu estou limpando por mim mesma? — Eu entro na sala e me sento para baixo no sofá. Eu tenho algumas velas ardentes com aroma de baunilha e toda a casa é brilhante e polida. Parece bom e espero que Ethan vá apreciá-lo quando ele voltar do trabalho. — Summers não limpam — ela fala. — Eles contratam empregadas para isso. —Bem, desde que eu estou quebrada, uma empregada doméstica não é realmente uma opção. — Eu sento na cadeira e penteio os dedos pelo meu cabelo. Ainda é longo e perfeitamente aparado assim como eu fui ensinada a mantê-lo. — Deus, com a maneira como você está agindo, você acha que eu apenas lhe disse que usei drogas ou algo assim. Ela ri ao telefone. — Deixa de ser uma putinha e seja grata por tudo o que fiz e dei a você. Sem mim, você estaria pior do que está agora. E isso vai acabar rapidamente, porque eu estou indo para pegar você. —Boa sorte para encontrar-me — eu digo, inspecionando as minhas pontas duplas. Eu realmente deveria apenas cortar meu cabelo, como eu queria, quando eu era criança. — Vegas é uma cidade muito grande. — O que está errado com você? — Ela chora. — Você está sendo rude e insensível. Eu não entendo isso. Eu não entendo nada disso, como a razão de você estar vivendo em Las Vegas em primeiro lugar. — Porque ele foi o primeiro lugar que eu apontei para o mapa — murmuro para mim mesmo, lembrando de como eu cheguei aqui. — O que você está falando? — Ela ferve com veemência. — Você está me ouvindo? — Não, não realmente.


—Bem, você precisa! — ela esclama. — Se você me ouvisse, então você sairia dessa sua vida bagunçada. Ficando com um cara porque ele se preocupa com você vai te levar a nada, especialmente se ele é um pobre como os caras que sua irmã namorou. Ele vai acabar por estragar-lhe mais e, em seguida, você vai ficar sozinha, provavelmente grávida e pobre. — Isso não vai acontecer, por isso deixe de ser dramatica. — Sim, é esperar para ver. Você vai engravidar e caras como esse não vão cuidar de você. E eu com certeza não vou te ajudar. — Eu não quero a sua ajuda — eu digo a ela, furiosa. — Eu quero estar onde estou, vivendo com Ethan. Eu não quero estar com mais ninguém. Nunca. — Uau, essa conversa com a minha mãe está ficando produtiva, uma forma de vida alterando-se muito assustador. — Você está realmente começando a me irritar, — minha mãe diz bruscamente. — E você está me irritando. — Eu desligo, jogando o telefone na mesa de café. Eu me sinto tão estranha. Tão leve, mesmo depois de falar com ela por causa do que a conversa revelou. Eu quero estar aqui. Com Ethan. E eu não quero nunca mais sair, pelo menos tanto quanto eu posso ver o futuro. — Eu quero fazer algo emocionante — murmuro para mim mesmo, enrolando o dedo em volta do meu longo cabelo loiro. É o mesmo corte de cabelo que eu tive há anos e eu nunca pintei meu cabelo, mas eu sempre quis. — Eu quero uma mudança. Mudar. Quero mudar quem eu sou. Eu quero ser melhor. Quero ser uma pessoa que eu posso amar, não odiar e desprezar. Sorrindo, eu me levanto e pego minha bolsa em cima da mesa, e então com cabeça para fora da porta, sabendo que eu vou ter que pegar o ônibus, mas me se sinto bem hoje e que por si só é outra mudança. Eu me pergunto quantas mais estão por vir.


Estou realmente começando a andar no lado selvagem, bem, o lado selvagem para mim. Eu tenho o meu corte de cabelo em um salão de cabeleireiro com desconto e não apenas uma guarnição ou qualquer coisa. Eu cortei na altura dos ombros e eu adicionei listras pretas nele. Eu sempre obtive praticamente o mesmo corte de cabelo, sempre em um salão caro na área principal da cidade. Acontece que lugares com desconto não são tão ruins. Shelia, a senhora que cortou o meu cabelo, foi muito querida. Ela me contou como ela acabou cortando cabelos, quando ela estava indo para a escola para ser uma advogada, porque seus pais queriam que ela fosse. Mas quando ela estava sentada na sala de aula, um dia, ouvindo o professor divagar sobre a lei, ela percebeu o quanto ela poderia se importar menos sobre a lei e que realmente ela preferiria estar violando algumas leis, em vez de aprender sobre elas. Ela deixou a classe, trocou seu carro quase novo por uma motocicleta e viajou todo o país. Simples assim. Então, quando ela voltou, ela decidiu tentar a escola de beleza simplesmente porque foi o primeiro lugar que ela se deparou quando ela entrou cidade. Seus pais nunca a perdoaram por estragar o que consideravam uma vida perfeita, mas ela não se importava. Ela estava feliz. Ainda é. E isso é tudo que importa. Eu amei a história dela e isso me deu esperança de que um dia eu vou descobrir o que eu quero. Embora, eu sei de uma coisa que eu quero. Meu muito sexy companheiro de quarto/baterista/salvador. Embora, ele nunca vai admitir isso, Ethan me salvou. Muitas e muitas vezes. Se eu pudesse tê-lo agora, então a vida seria boa. Porque eu o quero. Quero ele. Eu realmente quero. Depois de sentir como se minha cabeça fosse estourar, eu decidi chamar Ella para me distrair e talvez obter alguns conselhos de menina com meus problemas com meninos. —Hey — disse Ella, respondendo depois de alguns toques. — Eu estava realmente indo para chamá-la! — Ah, é? — Eu olho para fora da janela do ônibus na rua, o cheiro de fast food do saco de viagem no meu colo, me oprimindo. — Talvez você leu a minha mente, então.


— Talvez. — Ela faz uma pausa. — Ok, eu estava tentando descobrir como pedir-lhe, já que cada vez que eu trouxe você e Ethan para o assunto, você sempre nega que há alguma coisa acontecendo, mas eu só vou ser franca. Você está vivendo com ele? Porque Micha disse que você estava. —Humm... — Eu deixei escapar um suspiro, sem saber por que sempre foi muito difícil para eu falar sobre meu relacionamento com Ethan em voz alta. — Sim, eu estou por um tempo. — Por que você não me contou? — Ela pergunta com uma pitada de humor em seu tom. — Você está... Vocês dois estão juntos? — Não juntos assim — eu digo rapidamente. — E eu não te contei porque a razão de eu morar com ele não é o tipo de coisas que eu estou acostumada a falar. — Eu entendo isso — diz ela. — Mas eu ainda queria que você tivesse pelo menos me dado um aviso. — Aviso? — Eu respondo em tom de brincadeira e ela ri. — Eu sinto muito. A próxima grande notícia que eu tiver será sua primeiro. —Bom. — Ela limpa a garganta, parecendo nervosa. — E agora eu tenho uma notícia. — Oh meu Deus, você está grávida? — Eu sento de frente no assento, tentando não rir da minha piada. — O quê! Não! — Ela me dá uma pausa alongada. — Por que você acha isso? — Por que não pensei nisso? Você e Micha estão sempre indo para lá, mesmo quando não estamos juntos. As paredes eram muito finas em nosso apartamento e os bate-papos de fim de noite que vocês tiveram, enquanto ele estava na estrada eram muito, muito alto. — Oh meu Deus — diz ela, mortificada. — Você deveria ter dito alguma coisa. — Como o quê? Pare de ter sexo alto por telefone com seu namorado. — Eu ri e depois inclinei mais perto da parede, protegendo a luz do sol com a mão. — Mas de qualquer forma, qual é a sua grande novidade?


Ela toma uma inspiração profunda. — Micha e eu vamos nos casar. — Eu já sabia disso. — Eu sei... Mas, tipo, em uma semana. Meu queixo cai quando minha mão cai para o meu colo. — Você tem certeza que não está grávida? — Agora eu estou sendo um pouco mais séria. — Pare de dizer isso. Você está assustando a merda fora de mim. — Ela estabiliza a respiração ansiosa. — Eu não estou grávida. Nós só queremos casar e percebi por que no inferno que não, pois já estamos vivendo juntos. Estamos praticamente morando juntos desde que tinhamos quatro anos. Eu sorrio, porque mesmo quando eu estou com ciúmes, eles são bonitos o suficiente para que o ciúme valha a pena. — Será que Micha deu-lhe esse discurso? Ela ri. —É tão óbvio? —Hum, sim. Ele sempre está com ele — eu digo, enrolando uma mecha do meu cabelo muito mais curto ao redor do meu dedo. Faço uma pausa, porque, embora eu tenha sido uma líder de torcida sobre seu relacionamento desde o início, como uma melhor amiga, eu ainda tenho que ter certeza. —É isso que você quer? — Sim, isso realmente é. — Ela parece tão feliz e o ciúme no meu peito constrói. — Tudo bem, então, eu vou chegar aí — eu digo. — Mas eu tenho que salientar que eu realmente odeio Califórnia, então minha ida lá significa que eu realmente preciso amar você. Ela fica quieta por um tempo e com Ella significa que ela está realmente pensando. — Lila, obrigada — ela finalmente disse. — Por tudo. — Ah, que seja. Eu nem fiz nada. — Sim, você meio que fez — ela insiste. — Se não fosse por seus pequenos empurrões, me dizendo que eu estaria desistindo do tipo de amor que não deveria existir, deixando-me saber o quão sortuda eu


sou, então eu não tenho certeza se eu estaria onde eu estou, e eu não acho que eu estaria me preparando para casar com o amor da minha vida. — Isso não é totalmente verdade — eu digo. — As coisas ainda poderiam ter trabalhado para você. — Eu duvido, mas talvez... talvez eu tivesse finalmente chegado aos meus sentidos por mim mesma e parado de lutar contra a necessidade de fazer-me infeliz. — Ela parece que ela está ficando sufocada, o que é estranho para ela. Ela faz uma pausa e, em seguida, limpa a garganta. — Você está vindo, certo? E você vai ser minha dama de honra? — Claro. Na verdade, eu sempre quis ser uma. — Faço uma pausa, pensando se eu deveria perguntar, já que sua família é um assunto tão sério para ela. — Ella, quem mais está indo? — Você e Ethan. — E o seu pai? Ela hesita. — Eu sei que as coisas estão muito bem entre meu pai e eu e até mesmo com meu irmão, mas este é o tipo de coisa que eu quero que seja simples. Só eu e Micha e você e Ethan, é claro. Então, não haverá qualquer drama. Eu suspiro, triste que isso é o que ela sente. Mas, novamente, se eu me casar, eu não tenho certeza que eu quero minha família lá, porque provavelmente iam arruiná-lo para mim, especialmente se o noivo não estava de acordo com seus padrões. —Bem, eu estou totalmente indo, mas você vai ter que perguntar a Ethan. — Micha já fez. — Quando? —Há poucos dias — diz ela, hesitante. — Ele disse que iria. Eu sinto um tipo de dor. Por que ele não falou isso para mim? — Ok, então eu acho que eu vou. — Normalmente, eu sou boa em soar feliz quando eu não estou, mas a dor mostra através de minha voz. — Você está bem? — Ela pede. — Quero dizer, com Ethan... está tudo bem entre vocês dois?


— Por que eu não ficaria bem? — Eu me levanto do assento quando o ônibus chega a minha parada, crescendo nervosa com a idéia de que Ethan disse algo sobre nós. — Eu não sei... Porque vocês dois têm um relacionamento estranho. Eu peguei a alça enquanto o ônibus dá uma guinada para uma parada. — O Ethan disse isso para o Micha? — Não. — Ela parece que está mentindo. — Ella, por favor, diga-me se ele disse alguma coisa. — Eu passo para fora do ônibus e na calçada me sentindo muito insegura. — Olha, Lila, só relaxa — diz ela e então eu ouvi alguém gritar no fundo. — Olha, eu tenho que ir. Liga-me mais tarde depois de ter conversado com Ethan e deixe-me saber quando você vai chegar aqui e outras coisas. — Tudo bem. — Eu olho para esquerda e direita e apresso para outro lado da rua em direção ao meu apartamento. — Espere por mim para comprar seu vestido, apesar de tudo. — Ok, eu vou, mas eu estou dizendo a você agora, — diz ela, — que eu não vou, em qualquer forma ou meio, estar vestindo um vestido branco com babados. Ele precisa ser rock-star ou algo assim. — Oh, vamos encontrar algo muito do gosto de Ella — Eu passo para calçada e entro na porta de entrada do complexo de apartamentos que está situado entre uma cerca quebrada e uma seção desolada de terra arenosa. O sol está se pondo e o ar não é tão quente como o do meio-dia, no entanto, ainda é alucinante e eu estou começando a suar. — Eu sou uma excelente compradora. —É um negócio — diz ela, alegremente. —Falo com você mais tarde. — Ok, tchau. — Eu desligo e segundos depois eu percebi que eu nunca

cheguei

à

razão

pela

qual

eu

a

chamei.

Suspirando, eu tiro a chave da casa do meu bolso, frustrada comigo mesma, porque eu realmente poderia usar alguns conselhos de menina sobre Ethan e o que eu deveria fazer e ela provavelmente teria dado e se


eu tivesse sido corajosa o suficiente para perguntar a ela, mas meus instintos iniciais para manter a minha boca fechada tem o melhor de mim. Embora, eu me lembro na escola o quão longe os conselhos me levaram. Apenas dormir com ele. Ele vai se sentir bem e ele vai ser menos propenso a romper com você. Sexo significa compromisso. Sexo significa que você está mais velho. Sexo. Sexo. Sexo. Eu nem tenho certeza se eles nunca foram realmente sinceros ou se eles estavam apenas brincando comigo. Quando eu entro no apartamento, Ethan ainda não voltou do trabalho. Eu sossego no sofá, levo o saco em frente de mim na mesa de café, tentando não pensar muito sobre o passado, caso contrário, eu sei onde eu vou acabar indo, o que eu vou acabar fazendo. Eu ligo algumas das músicas de Ethan, que eu ainda estou me acostumando, me sentindo nervosa por algum motivo, como eu posso sentir que estou prestes a dizer ou fazer algo realmente estúpido. Porque eu estou pensando seriamente em lhe dizer que eu gosto dele. É hora de ser ousada e contundente. É hora de deixá-lo saber como me sinto. Que eu gosto dele. Eu poderia até amá-lo. Meus olhos se arregalam quando eu percebo que eu realmente poderia fazê-lo e, em arregalo os olhos enquanto eu passo meus dedos pelo meu cabelo, agora na altura do queixo que é ainda mais curto na parte de trás. E como se isso não fosse uma mudança grande o suficiente, eu tinha colocado mechas pretas. — Quem sou eu? — Eu sussurro. Eu realmente não sei mais. Uma menina que corta seu próprio cabelo? Sente as coisas por Ethan? A menina que quer dizer a Ethan sobre seus sentimentos? E isso é muito, muito assustador. Estou decidindo o que devo fazer, fugir ou ficar e enfrentar meus medos, finalmente, ser corajosa, quando alguém bate na porta. Levantome e abro a porta, em seguida, rapidamente passo para trás. — Parker? Ele me olha e torce o rosto com nojo quando ele observa o meu novo cabelo. — Que porra é essa que você fez com o seu cabelo? — Corta essa. — Eu dou de ombros, orando a Deus que ele não está aqui para os comprimidos, mesmo que no fundo eu sei que não há


nenhuma maneira que poderia ser verdade. — O que você está fazendo aqui? Ele está vestindo uma camisa pólo azul-marinho, calças, e um Rolex. — Não aja como se estivesse surpresa em me ver. — Seu tom de voz é nítido, sua postura muito rígida e ameaçadora. De repente eu estou muito consciente de que estou sozinha no apartamento. — Como você sabe onde eu moro? — Eu pergunto, segurando a maçaneta da porta com força. — Eu perguntei ao redor. — Ele dá um passo deliberado em minha direção, avançando seu caminho para a porta. — Você roubou a porra do meu esconderijo, Lila. A porra do meu esconderijo. Agora eu sei que você está habituada a fazer o seu caminho comigo, mas não com este. Isto são negócios. Eu passo para trás movendo-me para fechar a porta, mas ele bate a mão contra ele. — Sinto muito, Parker — eu digo, tentando manter a calma, mas as minhas mãos começam a suar e meu coração está batendo loucamente dentro do meu peito. — Eu não queria. Realmente. Eu estava tendo um dia difícil e eu errei. Ele persegue mais de perto, pisando sobre o limite e para a pequena seção de linóleo lascado na entrada. — Não tente alimentar-me com sua história triste. Você não queria? Sério. O que foi? — Ele começa a balançar suas mãos animadamente enquanto ele fala e faz-me estremecer. — Você abriu acidentalmente o frasco escondido na gaveta da minha mesa de cabeceira e, em seguida, acidentalmente derramou uma pílula em sua mão. Eu verifiquei depois que você saiu Lila e havia uma pílula faltando. E você sabe que eu verifico essa merda. Você já me viu contá-los depois de eu fazer um acordo. Embora, eu estou um pouco surpreso que levou apenas um, vendo como eu vi que você toma quatro de cada vez, mesmo sem hesitar. Balançando a cabeça, eu tropeço de volta para a sala de estar e ando em torno da mesa de café, sabendo que eu estou em sérios apuros.


— Olha, o que você quer que eu diga? Sinto muito, ok? Eu errei. Mas eu não posso trazer a pílula de volta. Eu posso pagar por ela, apesar de tudo. — Eu pego minha carteira que está ao lado da televisão. Ele ri sombriamente, andando por todo o caminho para o apartamento. — Você vai me pagar por essa porra de pílula, Lila, — diz ele, fechando a porta com o pé, mantendo os olhos fixos em mim. — Mas não com dinheiro. Você sabe que eu não aceito dinheiro por pílulas. Eu olho para o corredor, contemplando correr para o banheiro e me trancar lá dentro. Isso é ruim. Muito, muito ruim. Eu posso sentir que algo ruim está prestes a acontecer e eu não sei como sair disso. — Nem pense nisso, — diz ele e, em seguida, descompacta suas calças. — Agora, você pode me foder ou chupar o meu pau, mas de qualquer forma eu vou conseguir alguma coisa fora disso. Eu não vou deixá-la roubar uma pílula de mim e sair ilesa. Você me conhece melhor do que isso. — Você está certo. Eu conheço — eu disse com minha voz trêmula quando eu procuro ao redor da sala o meu telefone. Onde foi que eu deixei? Este monstro feio e mal está prestes a sair dele. Eu sei por que, eu já vi isso com qualquer outro cara lá fora. Tente não dar nada a eles e eles vão quebrar você. Dê-lhes o que eles querem e eles vão levar tudo que você tem e, em seguida, eles vão deixá-lo no chão. Eu pressiono meus lábios sentindo um leve tremor dentro do meu coração, mas no fundo eu sei que eu provavelmente posso fazer isso se eu precisar. Apenas transe ele e acabe logo com isso. Já fiz isso antes, mas isso foi quando eu não sentia nada. Mas agora parece pior que errado. Parece nojento, torcido e deformado. Estou com medo, assim como eu era quando Sean me amarrou à cama, cordas ao redor dos meus tornozelos, pulsos, até o meu estômago. Eu não queria fazer isso. Eu até disse isso a ele. Uma vez. Mas uma vez que não foi suficiente e ele tomou o que queria.


— Eu acho que... — Eu começo, meu quadril batendo no canto do stand de televisão quando eu tento me afastar mais. Parker corre para a frente, a braguilha desfeita e antes que eu possa mover, ele pega um punhado de meu cabelo, arrancando as raízes e com duras picadas no meu couro cabeludo. —Fique na porra de seus joelhos, e seja a prostituta que você e eu e todos os outros caras lá fora sabe que você é. Eu levanto minha mão para esbofeteá-lo, mas ele me pega pelo pulso, apontando seus dedos na minha pele quando ele me dá um tapa no meu rosto. Lágrimas picam em meus olhos e meus ouvidos soam quando ele me empurra para o chão, pressionando sobre os meus ombros, até que eu estivesse ajoelhanda aos seus pés. Eu choramingo pateticamente enquanto o tapete áspero arranha contra meus joelhos e as minhas curvas do pescoço em uma posição desconfortável. — Pare com isso, Parker... Você está me machucando. —Bom. — Colocando a parte de trás da minha cabeça, e ainda segurando violentamente no meu cabelo, ele enfia o meu rosto para a braguilha aberta. — Abra a boca e seja a puta que você é. Eu me lembro de quando eu estava namorando Parker que nunca me senti uma única partícula de emoção. Minha mente e meu corpo estavam em branco, assim como quase todos os outros encontros sexuais. Eu quero o vazio agora. Mas ele não vem. O interruptor que vira fica teimosamente no lugar. Eu posso sentir a vergonha, terror, de uma maneira muito constrangedora. Eu começo a chorar, porque isso é real. Eu não estou bêbada ou em drogada e eu não quero fazer nada com Parker, como eu realmente não queria com Sean. Eu estava com muito medo de admitir isso e preocupada que se eu fosse embora ele não iria me amar. E eu queria – quero - ser amada pela primeira vez na minha vida. Mas eu nunca disse que não. Todos esses anos e nem uma vez eu me recusei a quem me queria. Preocupei-me que nenhum homem jamais iria me ouvir, e realmente, eu não acho que eu era boa o suficiente para dizer que não. De uma forma doentia e perversa, eu


nunca me senti suficientemente boa para ninguém. Então, eu só tomei os comprimidos e fiz coisas que eu pensava que outras pessoas queriam que eu fizesse e esperei por eles para me aceitar, me amar, mas que nunca fizeram. Eu pensei que Sean me amava, mas ele me machucou e agora estou assustada por dentro e por fora. Estou assustada e eu não quero estar. Eu quero me sentir como uma pessoa inteira novamente. Quero voltar a ter quatorze anos e não fazer escolhas estúpidas, não ter relações sexuais com um cara mais velho que me amarra na cama depois de eu dizer que não acho que eu quero, que eu acho que não posso, e, em seguida, ele me fode com tanta força, que as cordas cortam minha pele e eu sangro tudo sobre a cama. Então eu fico me sentindo culpada por deixá-lo chegar tão longe e eu sempre vou sentir como se eu não lutei o suficiente. Mas eu estava perdida. Confusa. Uma onda dolorosa corre em cima de mim enquanto o meu passado bate em meus ombros. Eu não quero ser essa garota mais. Esta menina oca solitária. Eu quero sentir como se eu merecesse coisas e não me odiar tanto. Estou decidindo se abro a boca e grito ou apenas mordo forte quando a porta se abre e Ethan entra, carregando seu cinto de ferramentas. — Oh, graças a Deus — eu digo com alívio e percebo que estou tremendo. Parker se vira e olha por cima do ombro, e, em seguida, seus dedos imediatamente deixam meu cabelo e eu caio no chão com minha bunda, colocando a mão no lado do meu rosto que ele me bateu. — Cara, ela queria — diz Parker com as mãos para cima na frente dele. Caio aos meus pés, segurando meu rosto suave enquanto Ethan avalia a situação, tendo em Parker com as calças desfeitas, então eu com meu rosto inchado, diante de seus olhos e de volta em Parker. Ele ainda está vestido com suas roupas de trabalho, shorts cargo rasgados, uma camisa preta manchada com a sujeira e ele têm suas botas de trabalho diante. Ele parece todo bad boy do lado errado das trilhas e


chuta a bunda de pessoas como Parker apenas por diversão. E eu adoro isso. — Isso é verdade, Lila? — Ethan olha para mim, lentamente tomando o martelo do seu cinto como se fosse usá-lo para bater em Parker. Posso dizer que ele não vai, ou acha que o que Parker disse é verdade, mas ele está mexendo com a cabeça de Parker. — Você quer isso, um perdedor para abrir a calça e forçá-la para baixo em seus joelhos? Parker encolhe, de olho no martelo enquanto Ethan o prende em sua mão, mas ele não disse uma palavra, avançando contra a parede, tentando rastejar em direção à porta. Eu enxugo as lágrimas dos meus olhos e bochecha inchada enquanto eu balanço minha cabeça. — Não, eu não queria nada disso. Há uma estranha espécie de liberdade em dizer isso, como se esses segredos que eu mantive escondidos fossem abertos, mesmo que eu seja a única que entende. — Ela é uma mentirosa e vagabunda — afirma Parker, olhando para mim, e então seu olhar retorna cambaleando de volta para Ethan. — Vamos lá, cara. Você a conhece, então você deve saber o que ela é. Ethan balança a cabeça quando ele joga seu cinto de ferramentas para o sofá, mantendo segurando o martelo e batendo em sua mão. — A Lila que eu conheço não é uma vadia. Os olhos de Parker alargar-se, e então ele cruza os braços. —Bem, o que eu faço é. —Bem, isso é muito ruim para você. — Ethan atira as chaves sobre a mesa, mas não se moveu da porta. Eu amo Ethan. Eu realmente amo. Eu sinto o lado corajoso de mim emergente e dou um pequeno passo em frente. — Parker, tanto quanto eu gostaria de ficar aqui olhando para o seu pênis pequeno, tenho certeza que Ethan não, por favor, feche as calças. Seu olhar cai para suas calças e rapidamente enfia-se dentro, em seguida, fecha o zíper. — Tanto faz — diz ele, passando os dedos pelo cabelo, tentando arrumar-se. — Eu só vou sair. Vocês dois podem ir


para o inferno. — Ele se move para a direita para a porta em torno de Ethan, mas Ethan coincide com o movimento e bloqueia a entrada e seu caminho. — Você não vai sair porra nenhuma, até Lila dizer o que fazer com você. — Ele olha para mim com uma intensidade ardente em seus olhos quando ele coloca as mãos na moldura da porta. — Você quer eu batendo a merda fora dele ou que chame a polícia? — Ele levanta o martelo na direção de Parker. — Vai se foder — diz Parker, mas ele não atreve nenhum movimento. É evidente a facilidade com que Ethan poderia chutar o traseiro de Parker, mesmo sem o martelo. Ele é mais alto, mais forte, mais duro, e muito, muito mais intenso, como se ele já passou por coisas como essa. Ele foi agredido por seu pai e viu o pai bater na sua mãe, enquanto ele tentou se levantar para ela. Ele é real. E eu quero o real, não a decepção de que às vezes vem com a riqueza e dinheiro. Eu não vou sacrificar a minha vida, como minha mãe fez apenas para que eu possa ter boas roupas e um teto sobre minha cabeça. Eu gosto do teto rachadao que está sobre a minha cabeça agora perfeitamente bem. Eu involuntariamente sorrio, especialmente quando Parker faz esse barulho estranho que soa como um gato estrangulado. — Eu não tenho certeza do que eu quero que você faça. Ethan encolhe os ombros e, em seguida, pisca para mim. —É com você, linda. Eu só posso imaginar o quão grande o meu sorriso é, neste momento, porque eu nunca tive esta proteção. Eu nunca tive alguém em minha vida que iria levantar para mim e me dizer que estava tudo bem, que as pessoas cometem erros e isso não significa que você tem que sofrer eternamente por eles. Olho para Parker, que está esperando ansiosamente para que eu grite e salve a sua bunda. Eu o estudo algum tempo, até que ele se contorce e parece que ele está prestes a urinar nas calças. — Lila — o diz, com os olhos pressionando. — Ajuda-me aqui.


— Por quê? — Peço, cruzando os braços sobre o peito. — Você parecia forte o suficiente para lidar com você mesmo há poucos minutos atrás. Ele olha para o martelo na mão de Ethan, em seguida, franze a testa para mim. — Lila, — ele pede. — Você sabe que eu odeio lutar. Eu reviro os olhos. — A menos que seja com uma menina, certo? Seus olhos estreitos em minha divulgação. — Puta que pariu Lila, eu juro por Deus... — Ele abre sua mandíbula quando Ethan dá uns passos para frente batendo a cabeça do martelo na mão novamente. Eu balanço minha cabeça e suspiro, sabendo que eu não estou indo realmente para deixar Ethan dar um pontapé na bunda de Parker, mas apenas por causa de Ethan. Parker é o tipo de cara que quer tentar processar e apresentar queixa ou voltar com um grupo de seus amigos e tê-los todos batendo em Ethan. E se eu chamar a polícia, o pai de Parker provavelmente só irá tirá-lo, já que ele é um advogado. — Tudo bem. Qualquer que seja. Ethan apenas deixe ele ir. Ethan não se move. Seus olhos estão fixos em mim, e seu braço vai para o lado quando Parker tenta ir em direção à porta. — Você tem certeza? Concordo com a cabeça, abraçando meus braços em volta de mim. — Sim, ele não vale a pena. Ethan mantém firmemente o meu olhar quando ele pisa para o lado da porta e para o sofá, deixando um pouco de espaço para Parker passar. — Tudo bem, mas eu vou deixar você sair daqui livre só por causa dela. — Ele acena com a cabeça em minha direção enquanto ele olha para Parker. Parker estreita os olhos para Ethan, mas não diz nada enquanto ele se vira para o lado e aperta entre Ethan e a porta. Todos os músculos do corpo de Ethan tenso, os nós dos dedos brancos por ele agarra firmemente o cabo do martelo e posso dizer que é muito difícil para ele deixar Parker sair daqui. Quando Parker passa do lado de fora, ele praticamente sai correndo, e Ethan chuta a porta duro como se ele está bloqueando o


mal fazendo isso. Ele se vira e me enfrenta jogando o martelo de lado, então se inclina para trás contra ele, com os braços cruzados. — Então, o que realmente aconteceu? — Ele me estuda atentamente, olhando em cada centímetro quadrado do meu corpo e isso faz minha pele inflamar. Seu olhar grudado em meu rosto e eu sei que ele está me perguntando: Será que ele bateu em você? Ele faz a minha pele ainda mais quente, porque eu posso ver em seus olhos que ele se importa. É uma sensação pequena, um pouquinho de calor em todos os lugares certos, mas é o suficiente para me fazer notar a diferença entre a maneira como eu me sinto em torno de Ethan e da forma como eu me sentia com Parker. Em torno de Parker minha pele estava gelada como gelo, basicamente dormente. É a sensação que eu senti com a maioria dos caras que eu me lembro de estar saindo. —É uma história longa e estúpida como a maior parte da minha vida. — Eu afundo na beira da mesa de café e coloco as mãos no meu colo, focando nelas, em vez de Ethan, porque eu me sinto envergonhada com o que aconteceu, o que ele acabou de ver, porque não é a primeira vez que eu estive nesse tipo de situação e é minha culpa que isso aconteceu. — Ele veio para cobrar a minha dívida pela pílula que roubei. Eu disse que ia pagá-lo, mas desde que eu tinha prometido em sua casa que eu iria transar com ele por um, esse era o pagamento que ele queria. Assim, ele... bem, o que você viu. Os músculos de seu braço flexionam e sua mandíbula estava tensa. — Você diz isso como se não fosse grande coisa. Eu dou de ombros, examinando minhas unhas, mais uma vez sentindo como ele está vendo a real, rara visão de mim que estou tão acostumada a manter escondido das pessoas. — Não é nada que eu não tive que lidar antes. Você sabe que... Você sabe como eu sou. Balançando a cabeça, Ethan caminha na minha frente e se ajoelha, colocando a mão em cima das minhas coxas. Sua pele é sedutoramente quente, mas reconfortante. — Quer parar de pensar em si mesma desse jeito? Então você transou com alguns caras. Então foda


o quê? As pessoas têm sexo e isso não faz de você uma puta. E com certeza não dá a idiotas ricos uma desculpa para estuprá-la ou fazê-la fazer qualquer coisa que você não quer fazer. — Ele não teria me estuprado — eu digo, com meu queixo dobrado para baixo. — Eu teria dado antes de se tornar estupro. Ele franze a testa, o rosto avermelhando com raiva. Ele bufa um suspiro e depois pega meu rosto entre suas mãos. — Nunca diga isso novamente. Se uma menina diz que não, um rapaz deve parar. Inferno, se ela mostra um único sinal de não querer, o cara deve parar. Você nunca deve, jamais, ter sexo com um cara quando você não quer. Diga isso para os muitos rapazes com quem estive em toda a minha vida. — Ok. Sua carranca aprofunda. — Lila Summers, onde que esta a menina alegre que eu conheci? — Eu acho que ela morreu em algum ponto. — Então traga ela de volta. Eu suspiro, desanimada. — Eu não posso. Ela tem muita energia e pílulas. E honestamente, eu não tenho certeza se quero ser ela. — E isso é bom. Seja quem você quer ser, mas, por favor, por favor, pare de pensar tão mal de si mesma. Você quase não sorri mais e eu... porra, eu sinto falta. — Ele me dá um adorável, sorriso torto. — Você tem um sorriso muito bonito. Eu nem tenho certeza do que me possui. Suas palavras. O franco, bonito, momento realista. Ou se é apenas ele. Seja o que for eu rapidamente inclino para frente, deixando minhas emoções me dirijo a ele, o que é uma novidade para mim. Eu pressiono meus lábios nos dele e é incrível. Sem diluição. E eu sinto tudo, desde a forma como meu ritmo cardíaco acelera e o fluxo rápido do meu sangue correndo para a minha cabeça, o calor do nosso contato, a macia e umidade de seus lábios. Beijei mais caras do que eu posso contar, mas as emoções libertadas neste beijo são novas porque há verdadeira emoção por trás dele. Mesmo que eu estava tendo um momento difícil de decifrá-lo mais


cedo, porque eu tenho certeza que eu nunca senti amor por alguém, ou foi no final alternativo, que, agora percebo o que é isso. Amor. Estou completamente, cem por cento, verdadeiramente apaixonada por Ethan.

Ethan Levou um monte de energia para não bater o punho no rosto de Parker. Eu queria muito, muito mal. Lembro-me de algumas vezes quando fiquei entre meu pai batendo a merda na minha mãe. Meu pai costumava ser um cara bastante grande, com braços volumosos e um pescoço muito grosso, mas ele parecia tão patético quando ele empurrou minha mãe para o chão e, em seguida, bateu no rosto dela. Um momento em particular, sempre se destaca em minha mente, porque foi o primeiro dia que eu percebi quão ruim as coisas estavam entre eles. Eu tinha acabado de voltar da escola, um pouco mais cedo do que o habitual, e eu deixei minha mochila cair no chão da cozinha enquanto eu via os olhos de minha mãe encolhida no chão e meu pai levantando a mão para dar um tapa nela. — Pai pare! — Eu nem sequer pensei. Eu corri

até

minha

mãe,

pronto

para

protegê-la.

— Ethan, pare! — Ela gritou de volta, quando o meu pai virou o braço em volta sem sequer olhar e me bateu no rosto. Ele não tinha me batido desde que eu tinha oito anos, por isso me tirou de guarda um pouco, embora eu não estivesse tão surpreso. Essa é a coisa engraçada sobre ser espancado por alguém que deveria amálo. É difícil ver como é errado, porque a idéia de amor pode ser cega. Que é exatamente o que aconteceu com minha mãe. Ela levantou-se do chão e correu para mim enquanto eu embalava meu rosto com a mão. — Ethan, o que você está fazendo aqui? Escola ainda não terminou.


Olhei para ela, lançando um olhar na direção do meu pai quando ele esfregou sua mão. — A escola deixou sair mais cedo hoje. Eu te dei a nota na segunda-feira. — Ah sim. — Havia lágrimas escorrendo pelo seu rosto e sua bochecha estava inflamada. Ela parecia um pouco perdida por um minuto e, em seguida, ela me deu um tapinha no ombro. — Vá fazer sua lição de casa no seu quarto. Olhei para o meu pai, que parecia arrependido. Ele sempre fez, no entanto. Era como se ele tivesse pegado no calor do momento e se transformava em um monstro, com os olhos vidrados de raiva. Quando tudo acaba, ele sempre ficou arrependido e dizia a todos uma e outra vez. — Talvez eu devesse ficar aqui com você — eu disse à minha mãe, desejando que eu fosse grande o suficiente para que eu pudesse realmente ferir meu pai de volta por ela. Minha mãe balançou a cabeça e bagunçou meu cabelo, como se tudo estivesse bem. Como se nada disso tivesse acontecido. Como se seu rosto não estivesse inchando, ou todas as cadeiras da cozinha não tivessem derrubadas, ou as veias do pescoço do meu pai não tivessem esbugalhadas. — Ethan, vá para o seu quarto e faça a sua lição de casa. Tudo está bem. Eu engoli o caroço na minha garganta e recolhi minha mochila balançando-a por cima do meu ombro. Ambos me observaram enquanto eu me dirigi para a porta e toda a situação parecia errada. Sentia-me confuso, com medo e apavorado, mas eu não conseguia descobrir o porquê. Olhei por cima do meu ombro quando cheguei à porta, olhando para eles. — Você tem certeza, mamãe? — Parecia que sair não era a coisa certa, mas eu não conseguia descobrir o que fazer. — Ethan, sua mãe esta bem — respondeu meu pai. — E eu sinto muito que eu acidentalmente bati em você... Eu não sabia que você estava lá.


Desculpe. Desculpe. Desculpe. Sempre sinto muito. Eu balancei a cabeça e sai da sala, me tranquei no meu quarto. Poucos minutos depois, eles começaram a gritar um com o outro e eu acionei a música para não escutá-los. A cituaçao de Lila e Parker, eu senti o mesmo tipo de medo e fúria que eu fiz quando eu era mais jovem. A visão do controle que ele tinha sobre ela bateu em mim com força no estômago. No entanto, ao contrário de quando eu era criança, eu sabia que eu poderia chutar o traseiro de Parker. E eu queria tanto que eu podia sentir a furia pela minha corrente sanguínea. Eu queria bater nele com tanta força que ele não conseguia ver direito. As enxurradas de emoções correram através de mim e não só eu estava chateado que ele estava fazendo uma menina fazer algo que ela, obviamente, não queria fazer, mas ele estava fazendo minha Lila fazer algo que ela não queria fazer. E assim que eu vi, senti, eu sabia que o que eu estava tentando negar estava acontecendo entre nós era, obviamente, algo que eu não poderia fugir. Mas eu estou preocupado porque a quantidade de raiva em meu corpo corresponde à quantidade de raiva que eu vi nos olhos de meu pai. A raiva continua a aumentar, queima dentro do meu peito até que de repente e completamente inesperada, Lila me beija. E aquele beijo, o simples toque de nossos lábios, a ligeira elevação do calor no meu corpo, a enxurrada de emoções misturadas, apaga a minha raiva e muda a minha vida, apesar do fato de que eu não sei se eu quero. Eu

não

reagi

imediatamente,

parcialmente

chocado

e,

parcialmente, porque eu estou com medo. O relacionamento turbulento da minha mãe com meu pai estão frescos na minha cabeça, assim como o medo de me tornar como eles. Isto não é apenas sobre sexo. Há muito mais do que isso. Temos uma conexão. Temos desde o dia em que nos conhecemos. Eu só recusei a senti-la, mas agora ele está forçando seu caminho em mim, controlando, me possuindo, ela que controla e detém, o que significa que eu sou dependente dela em um monte de maneiras. Eu estou enlouquecendo, mas depois ela começa a se afastar e eu percebo que eu não quero que ela se afaste, então eu abro minha boca e


varro a minha língua na dela enquanto eu pego na parte de trás da cabeça dela e trago-a de volta para mim, todas as minhas preocupações e medos rapidamente se dissipando. Jesus Cristo porra. Isto é tão diferente do que eu estou acostumado. Estou curioso e com medo de explorar mais. Mas o desejo e o querer me empurraram para frente e eu penteio os meus dedos através de seu cabelo loiro que está riscado de preto. — Você mudou o seu cabelo — murmuro. — Eu gosto... — Eu puxo suavemente para trás, enquanto eu exploro sua boca ainda mais com a minha língua, massageando, acariciando, procurando cada centímetro dela. Seus olhos bem fechados. — Ethan — ela diz, segurando meus ombros, suas unhas perfurando através do tecido da minha camisa e na minha pele. A aspereza de sua surpresa e o toque me adiciona combustível para o meu corpo muito ansioso. Antes mesmo de eu saber o que eu estou fazendo, eu me levanto, desconectando o nosso beijo. Sua respiração vacila e suas bochechas ficam um pouco rosa quando ela abre os olhos, como se estivesse envergonhada. Antes que ela possa dizer qualquer coisa, eu agarro-a pelos quadris, enterrando os dedos em sua pele, e rapidamente a puxo. Eu nunca fui muito o tipo de cara que carrega meninas, mas estou me sentindo diferente com ela. Quero segurá-la, abraçá-la, tê-la tão maldito perto de mim que eu não posso dizer onde ela começa e eu começo. Cada centímetro do meu corpo está em chamas, à adrenalina crava quando ela cai pelo meu corpo. Estou tonto, queimando, querendo ela mais do que eu sempre quis de ninguém. Sentimentos sobem dentro de mim, que eu sabia que existia, mas recusei a sentir totalmente antes. Eu selo nossos lábios antes de qualquer palavra pode ser pronunciada e antes que eu possa começar a analisar o que isso vai significar. Eu beijo-a profundamente e apaixonadamente, enquanto levo-a de volta para o meu quarto, sentindo o meu caminho às cegas pelo corredor, batendo-nos em paredes e em molduras das portas. Eu entrelaço os dedos em torno dela, carregando o seu peso enquanto ela me agarra cruzando seus tornozelos atrás das minhas costas. Ela


continua gemendo, a língua enrolando com força com a minha, o envio de meu corpo em um frenesi espiral de desejo, necessidade, e, finalmente, o medo do quanto eu quero estar com ela e não London mais. Quero Lila mais do que qualquer coisa no momento. Eu tropeço em algumas coisas no meu andar e consigo bater meu quadril em um dos meus tambores, e então eu finalmente tropeço na cama. Nos sacudimos quando batemos no colchão e ela ri contra meus lábios, mas mantém os olhos fechados. Eu puxo um pouco para trás e seus olhos abrem as pálpebras. Ela olha perplexa e perdida, entre milhares de outras emoções que provavelmente correspondem a minha. — O quê? — Ela pede, conscientemente. Suas pernas ainda estão presas em volta de mim e seus braços estão presos ao redor do meu pescoço. — Tem alguma coisa... Tem algo errado? Mil coisas estão erradas, eu quero dizer. Estou sentindo muito com você, Lila. Eu não posso fazer isso. Estou ficando muito preso em você e se eu continuar, eventualmente, vamos odiar um ao outro. Eu vou quebrar você. Arruiná-la, nos arruinar. Eu vou atrapalhar. Mas a minha voz se recusa a trabalhar e por isso eu beijo ela em vez disso. Ferozmente. Força. Com o calor, o desejo e a fome sufocante tanto de nós como nós afogamos em sentimentos um do outro. Nossos corpos alinham e pressionam juntos, enquanto beijo-a com toda a energia reprimida que eu venho colecionando desde o primeiro dia que nos conhecemos. Eu perdi todo o controle sobre minhas ações. Não existem regras. O passado e o futuro se dissolvem e somente este momento existe. Entre beijos profundos e gemidos guturais, eu consegui ter minha camisa de trabalho imunda sobre a minha cabeça e jogo-a no chão. Seus olhos se abrem quando eu me abaixo para ela e ela engasga. Ela traça os dedos até o meu peito, os dedos tremendo, e eu percebo o quão nervosa ela está. Talvez ela não queira isso. Talvez ela só esteja fazendo isso porque ela tem medo de dizer não. Estou preocupado que ela vai


desligar como da última vez que acabamos na cama tocando um ao outro. — Lila — eu começo, em conflito, porque se ela me rejeitar, vai doer. — Você está bem com isso? Quero dizer, você... Você quer isso? Seus lábios abrem e sua respiração vacila quando ela curva seu corpo no meu, um mar de emoções fluindo através de seus olhos. — Eu quero... mas se você... se você não quer, então você pode parar. — Ela parece estar lutando com as palavras enquanto ela se perde em tudo o que ela está sentindo. Não é a resposta que eu estou esperando. E ela parece nervosa pra caralho, quase como se ela estivesse fazendo sexo pela primeira vez. Eu não tenho certeza o que fazer, mas depois ela apoia sobre os cotovelos, trazendo sua boca com a minha, e chupa meu lábio inferior em sua boca enquanto ela fecha os olhos, e eu sinto seu corpo inteiro estremecer embaixo de mim. — Merda... Lila... — Eu gemo quando ela roça os dentes até o interior do meu lábio. Meus olhos se fecham involuntariamente enquanto eu mergulho minha cabeça para baixo e os nossos lábios colidem fortemente, até o ponto onde eu me pergunto se nós vamos ter hematomas. Eu movo meus braços para os lados de sua cabeça para suportar meu peso quando ela mantém pressionando seu peito contra o meu, como se estivesse faminta, estivesse faminta por um bom tempo. Nossas línguas emaranhadas enquanto eu deslizo meu joelho entre suas pernas, fazendo-a agarrar meus braços. Suas unhas cavam na minha pele quando o seu corpo foge um pouco para baixo e encontra o topo da minha perna. Ela começa se esfregando contra a minha perna, com os olhos vidrados e sua expressão bate um estado de euforia. Eu perco completamente e enfio minha mão até a frente de sua camisa, deslizando-a sob seu sutiã. Eu esfrego a ponta do meu polegar sobre o mamilo e ela endurece instantaneamente enquanto ela geme, seu corpo todo treme enquanto ela continua a esfregar-se contra a minha perna. Estou encantado. Eu nunca gostei de ver uma menina tão sensível ao


meu toque, mas talvez seja porque o que sinto por Lila é muito diferente de como eu me senti antes. É diferente. Nós somos diferentes. Eu sou diferente. Eu mantenho esfregando o mamilo enquanto ela mói contra mim, com a cabeça inclinada para trás, e eu sei que ela está perto. Assim como eu. Caralho. Muito, muito perto. — Mais duro — ela respira enquando eu a vejo à beira de desmoronar. Eu dou o que ela quer e belisco o mamilo com mais força. Ela geme alto, em resposta, seu corpo inteiro se levanta quando ela engasga em êxtase. Estou a ponto de perder-me e trabalho duro para manter o controle. Após um momento de respiração ofegante, ela fica plana debaixo de mim. Sua pele é perolada com o suor, e sua expressão é contente, e ela está mais bonita do que nunca. Seu cabelo está espalhado por cima da cabeça, a pele úmida, a respiração entrecortada. —Foi muito bom — ela diz e respira dentro e fora, o peito subindo e descendo. — Deus, foi muito bom. — O melhor que você já teve? — Tento brincar, mas minha voz sai sem fôlego em reação ao fato de que eu estou duro como o inferno e isso está realmente começando a doer. Ela balança a cabeça de um lado para o outro. — Eu não posso nem compará-lo com qualquer coisa... Eu nunca senti nada assim antes. Ainda estou sobre seu peito e eu posso sentir seu coração acelerado e eu conto cada batida para me acalmar. — Eu não tenho certeza do que você quer dizer. Ela balança a cabeça. — Nem eu e isso não importa. — Ela se inclina para me beijar e todo o seu corpo começa a tremer antes mesmo de atingir meus lábios. Estou preocupado que ela poderia estar entrando em choque ou algo sobre o que aconteceu com Parker. Eu trago a minha mão de seu sutiã e toco seu rosto. — Talvez devêssemos parar — eu digo, procurando seus olhos para o que ela está realmente pensando.


Seus olhos se arregalaram em horror. — Oh meu Deus, você não quer. — Ela começa a rolar para o lado para se afastar, mas eu coloquei meu braço ao lado dela para que ela não possa ir muito longe. — Isso não é o que eu estou dizendo — eu digo a ela quando ela vira a cabeça para olhar para mim. — Eu quero Lila... Deus, eu quero pra caralho. Na verdade, eu tenho certeza que você pode sentir o quão ruim eu quero. Suas

bochechas

viram

um

pouco

de

rosa,

me

chocando

novamente. — Sim, um pouco. Eu luto para trás com um sorriso. — Estou preocupado que você esta em estado de choque com o que aconteceu com Parker e talvez você não esteja pensando claramente. — Estou pensando mais claramente do que nunca — ela insiste. — Eu quero isso. Eu quero você. — Você tem certeza? Porque eu não... Ela me corta, traçando seus dedos até a frente do meu peito. — Sim...

Deus,

sim,

eu

tenho

certeza

diz

ela,

com

a

voz

assustadoramente alta. — Por favor, não me faça implorar, Ethan. Por favor. Eu não posso... eu não... Eu nunca quis ficar com ninguém assim antes. Nunca. Deixei escapar uma respiração lenta e cheia de tensão, lutando contra o desejo de rasgar a roupa dela, a necessidade de ter certeza de onde ela está. E onde eu estou. Onde diabos estamos? — Eu só estou tentando ser um bom rapaz aqui, Lila, mas você está fazendo isso realmente... — Eu paro quando seus dedos alcançam para o topo da minha calça jeans. —Realmente... realmente... difícil. —Bom, — ela diz e, em seguida, ergue-se sobre os cotovelos e trava a boca contra a minha. Seu movimento é desleixado e muito inexperiente, o tipo de beijo que carrega dúvida. Ela está se jogando lá fora, na minha frente, e apesar de como eu estou aterrorizado com o que essa mudança vai significar para nós eu decidi fazer a mesma coisa e beijá-la de volta com igual, se não mais, desejo.


Nós nos beijamos até que nossos lábios estão inchados, até que nossos corpos são cobertos de suor, e depois sento, apenas para que eu possa tirar sua camisa e chego perto para desabotoar o sutiã. Então, eu me inclino para trás e tomo em seu corpo. Ela é linda, incrível e quase perfeita, exceto para as cicatrizes em seu estômago. Mas de uma forma que quase faz mais perfeito, porque mostra que ela tem falhas e é real. Eu só queria de saber onde ela as conseguiu, gostaria de entende-la melhor. Eu sigo o meu dedo ao longo de sua cicatriz e ela fecha os olhos, parecendo que está machucando. Minha mão viaja para cima ao peito e acaricio seu mamilo e ela suga em uma respiração afiada. — Isso é tão bom — sussurra, sem fôlego, enquanto ela leva as mãos até os ombros. Colocando em meus ombros, ela me traz até ela para que os nossos peitos estejam pressionando juntos. Ela inspira e expira, como se estivesse saboreando o momento e eu inclino e beijo seu pescoço, suavemente no início, mas quanto mais animado e ofegante ela fica, mais áspero fica meus beijos. Eu faço uma trilha de beijos em seu peito e então eu chupo o mamilo em minha boca, traçando círculos em torno dele com a minha língua. Ela grita o meu nome e isso faz meu coração bater com adrenalina. Eu não aguento mais. Ela está deixando meu coração e meu corpo louco. Eu puxo para trás e chuto minha bermuda e cueca fora e para o lado, e então eu desabotou sua bermuda e praticamente rasga-as para levá-las fora dela. Pego um preservativo na minha mesa de cabeceira, sentindo esta nova sensação se construir dentro de mim. Quero Lila. Só ela. Ninguém mais. Eu quero estar com ela. Segundos depois, eu escorrego dentro dela, sabendo que tudo o que tinha antes será para sempre mudado. Eu sei que quando acabar ela vai significar mais para mim do que qualquer outra garota que já significou. A coisa surpreendente é que eu realmente não me importo. Na verdade, eu estou feliz.


Capítulo Quatorze Lila

Eu não tenho certeza se é o fato de que eu percebi que o amo ou o fato de que eu estou sóbria, mas cada toque, beijo, cada vez que a nossa pele entra em contato, eu quase enloqueço. Estou à beira de combustão, sentindo como se eu estivesse caindo em um maravilhoso, divino, lugar desconhecido. Estou começando a me perguntar se eu já tive um orgasmo real. Provavelmente, eu tenho certeza, mas eu nunca fui coerente o suficiente para me sentir totalmente dele. Eu mal posso respirar e cada um dos meus nervos está pulsando com medo, desejo e felicidade. Eu nunca me deixei tão exposta antes, desde Sean e mesmo assim não me conheço o suficiente para mostrar quem eu realmente era. Estou começando a me entender mais, quem eu sou, o que eu quero, o que eu preciso. E tudo termina com Ethan. Eu mal consigo pensar direito quando ele aperta e suga meus mamilos, me toca toda, me sente por dentro e por fora, cabeça aos pés, banha beijos por todo o meu corpo. Eu não sei quanto tempo mais posso tomar antes que eu vá explodir e ele deve se sentir da mesma forma porque de repente ele está arrancando o resto de nossas roupas e jogando elas no chão. Quando ele desliza para dentro de mim, eu grito seu nome como cursos de calor pelo meu corpo, minhas entranhas tremendo quando ele me preenche. Ele começa enfiando dentro de mim e eu continuo esperando a minha mente para desligar, mas eu não quero e felizmente nunca faz. Seus músculos são ensinados, com os braços ao lado da minha cabeça como pedras sobre mim e eu curvo minhas costas para frente, trazendo-me para encontrá-lo, querendo mais, precisando de mais. Juro por Deus parece que eu não me canso enquanto nossos corpos manteem a conexão em sintonia uns com os outros. O jeito que ele me


olha toda vez que eu suspiro de prazer me faz sentir bonita, não imunda, não usada. Eu desejo que possa durar para sempre, mas também quero chegar até o final, porque eu sinto que eu vou enlouquecer. Quando ele dá um último impulso duro, sinto-me desapegada de tudo, o passado, a vergonha, a preocupação e é tão incrivelmente intenso, tão avassalador, que eu finco minhas unhas em seus ombros, a necessitando canalizar a energia forte em algum lugar. Eu sinto sua carne se separar quando eu fico com ele, sabendo que eu estou deixando o lado áspero de mim se mostrar, mas pela primeira vez eu o abraço, abraço quem eu sou. Essa é quem eu sou. Ele solta um gemido profundo, com o rosto contorcido de dor e prazer e vejo o efeito que eu estou tendo com ele me faz subir mais alto, até eu perco completamente o contato com a realidade, todos juntos. Quando eu finalmente volto à realidade, ele se acalmou dentro de mim. Ele está situado entre as minhas pernas, a cabeça abaixada no meu peito e eu posso sentir seu pulso pulsando dentro de mim. Ele estabelece imóvel para sempre, respirando contra o meu peito e quanto mais tempo passa mais nervosa e insegura eu fico enquanto eu espero para ver onde isso vai dar. Será que ele vai me deixar como Sean fez? Devo levantar e ir embora antes que ele faça? Eu não quero. Eu quero estar com ele. Para sempre, talvez. Quando ele levanta a cabeça, eu vejo algo em seus olhos que eu nunca vi nos olhos de qualquer outro cara antes. Ethan se preocupa comigo e ele parece tão nervoso quanto eu. — Isso foi... — Ele inspira e expira quando ele escova meu cabelo longe de minha testa úmida. — Incrivel. Concordo com a cabeça, porque eu estou sem palavras e sem folego. Ele sorri, me beija delicadamente nos lábios, em seguida, desliza para fora de mim e rola de costas, deitado ao meu lado com o braço dobrado por baixo do meu pescoço. — Você tem certeza que está bem? — Ele gira ao seu lado e coloca a mão na minha barriga nua. — Sobre a coisa do Parker?


Eu viro minha cabeça para o lado e fico em seu peito firme, sua umidade, a pele fortemente tatuada, seus olhos castanhos escuros que estão na verdade, olhando para mim, em vez de através de mim. — Sim, eu realmente estou, eu acho que... Você me fez sentir melhor. Muito, muito melhor. Ele sorri, parecendo nervoso e eu estou tentando não pensar sobre como fazer sexo vai mudar o nosso relacionamento. Ele pode acabar feio. Ou bonito. Embora eu adorasse ser otimista, tudo o que eu já vi é feio, com a minha mãe e meu pai, com todos os caras que eu conheci. Há apenas uma exceção e essa seria com Micha e Ella. Eu quero o que eles têm, mas é possível para alguém como eu, ter um belo amor tão puro? — Diga-me o que você está pensando? — Ele sussurra quando ele carinhosamente penteia os dedos pelo meu cabelo. — O que vai acontecer entre nós? — Peço honestamente e ele pressiona para baixo no meu pulso, sentindo-o e logo abaixo das pontas dos seus dedos está uma das minhas cicatrizes. Ele faz uma pausa, procurando meus olhos, para o que eu não tenho certeza. — O que você quer que aconteça entre nós? Eu engulo a seco, relutante em me colocar lá fora com medo de que eu vou ser rejeitada. — Eu não sei. O que você quer? Ele inala devagar e, em seguida, permite a respiração sair com facilidade em seus lábios. — Você sabe sobre os meus pais. Como eles estavam, certo? Eu já lhe disse. Concordo com a cabeça. — Sim, você já me contou essa história. Honestamente, eles soam muito como os meus pais. Meu pai não pode bater na minha mãe, mas ele a trai e grita com ela o tempo todo. Ele fecha os olhos, respirando antes de abri-los novamente. — Eu não quero que nós sejamos como qualquer um deles... Eu amo estar com você, mesmo quando você está sendo um pé no saco. — Ele tenta um tom leve, mas não consegue. — E se um relacionamento arruinar o que temos? E se arruinar um ao outro?


Meu peito aperta e estou encontrando dificuldade para respirar. Parece que a minha cicatriz na minha barriga está ficando mais distinta e me pergunto se ele pode vê-la mais claramente. — Mas e se isso não acontecer? E se... — Jesus, respire, Lila. — E se a gente acaba tendo algo realmente bom, como o que Ella e Micha têm? Ele aperta os lábios. — Mas e se nos arruinar? Então o quê? Nós apenas andamos longe um do outro? Eu com certeza não quero você fora da minha vida. E eu... eu me preocupo com você. As coisas que você está passando... Isso ainda é tão novo e relacionamentos podem ser muito perigosos. Lágrimas piscam em meus olhos quando a sensação de ser rejeitada constrói dentro de mim. Eu poderia ficar parada e apenas deixá-lo entrar, como eu fiz da última vez, mas ao contrário de Sean, Ethan parece que ele vale a pena lutar. — Eu não quero que o que estou sentindo vá embora. — Seus lábios partem, prestes a dizer algo, mas eu o interrompo, decidindo que é hora de deixá-lo saber quem eu realmente sou por dentro, sem os comprimidos, os shots de Bacardi, sem a maquiagem e roupas extravagantes. — Quando eu tinha quatorze anos e fui para um colégio interno, eu conheci esse cara... — Eu comecei, convocando cada partícula de coragem que eu tenha mantido trancada dentro de mim. — Na verdade, eu meio que fiz nós nos conhecer. Eu estava me sentindo muito sozinha e este grupo de meninas - dos Sinos preciosos... — Eu rolo os olhos para o quão ridículo parece —...disseram que iriam ser minhas amigas se eu ficasse com um desses caras mais velhos ricos que gostavam de ficar na biblioteca, por alguma razão. — Eu posso sentir o anel no meu dedo pesando cem quilos. O anel que Sean me deu, me dizendo que me amava, sussurrando uma falsa promessa de me amar para sempre. De repente, eu não quero isso no meu dedo, marca o que fizemos juntos. Eu não quero lembrar o seu amor mais. Ou ele. Quem eu era quando eu estava com ele. Eu quero seguir em frente, tornar uma pessoa diferente, uma pessoa mais forte.Então o ctiro fora e atiro para o criadomudo ao meu lado.


Ethan me olha com curiosidade, arrastando os dedos para trás e para frente através do meu estômago. — Você está bem? Concordo com a cabeça, voltando meu pulso ao seu lado e continuo com a minha história. — Eu flertei com ele e ele parecia estar interessado. No começo, as coisas foram muito devegar, poucos textos e e-mails, mas então nos encontramos e tudo mudou. Nós nos beijamos e pela primeira vez na minha vida... Eu me senti amada. — Faço uma pausa, recuperando o fôlego. Ethan parecia que queria dizer alguma coisa, a testa franzida enquanto ele engole a seco, mas eu continuo indo porque preciso me livrar de tudo. — De qualquer forma, para fazer uma longa história curta, eu era realmente estúpida e praticamente faria qualquer coisa que ele me dissesse para fazer, porque eu achava que ele me amava. — Faço uma pausa. — A primeira e única vez que fizemos sexo — eu levanto meu pulso livre à cicatriz nele correspondente a uma e no meu outro pulso — ele me amarrou à cama com cordas, apesar de eu realmente não querer. — Concordo com a cabeça no meu estômago e ele segue o meu olhar para a cicatriz desaparecendo viajando por toda a parte inferior do estômago. — E então... Bem, eu tenho certeza que você provavelmente pode imaginar o que aconteceu em seguida. Sua pele torna-se branca quando ele olha para as cicatrizes em meu estômago e, em seguida, seu olhar retorna ao meu. — Essas são das cordas porque um fodido de um cara te amarrou numa cama? Concordo com a cabeça e, em seguida, dou de ombros. —Foi a minha própria culpa. Eu lhe disse que não uma vez, mas ele disse que estaria tudo bem, então eu acreditei nele e fui na dele. — Lágrimas queimam os meus olhos quando eu me lembro de como me senti confusa, perdida, repugnante e ao mesmo tempo eu me sentia amada. — Eu tipo me senti bem no início, mas depois, quando ele... — Eu expirei, deixando as palavras sair correndo. —Bem, ele ficou muito grosseiro comigo e eu estava com muito medo de pedir para ele parar, com medo que eu iria perder o seu amor. — Eu chupo as lágrimas, obrigando-me a não mostrar a vergonha que eu sinto por dentro. Mantenha presa. — Depois, ele me deixou e eu nunca mais o vi. Eu


acho que sua namorada, que eu nem sequer sabia sobre, descobriu sobre mim, mas honestamente, eu tenho certeza que ele estava acabado comigo... Eu podia ver isso em seus olhos quando ele terminou de me foder que estava acabado. — Eu pauso, respirando fundo. — O que tornou pior foi que todo mundo descobriu sobre e me dissetram que eu era uma vagabunda. — Eu dou a Ethan um momento, porque parece que ele está prestes a surtar. — Eu deveria parar, certo? Isso é demais. — Eu começo a sentar, pronta para ir e dar-lhe algum espaço para respirar do meu trauma e história deprimente. — Quantos anos ele tinha? — Pergunta ele com os dentes cerrados, enquanto ele me empurra suavemente para baixo na cama. — Esse cara — Vinte e dois. — Eu digo e senti-o estremecer. — De qualquer forma, foi há muito tempo e tenho certeza que ele completamente esqueceu-se de mim neste momento. Eu só estou tentando te dizer por que eu sou do jeito que sou. Eu passei os últimos seis anos ingerindo pílulas e fazendo sexo com caras aleatórios porque eu sinto como se eu não merecesse nada melhor. Estou prestes a chorar e eu me odeio por isso. Eu me sinto tão feia agora, mas Ethan merece saber quem eu sou, o que ele vai entrar, se ele optar por estar comigo. — Eu estou fodida, Ethan. Eu nunca me senti amada, mas eu sempre mantenho a esperança, esperando que de alguma forma realmente exista. Ele me observa por uma eternidade. — O cara que estava com vinte e dois foi fodido. Ele nunca deveria ter ficado com você, muito menos te amarrado a uma cama em sua primeira vez. — Eu instiguei a nossa relação... Não foi totalmente culpa dele. — Eu não dou a mínima para quem instigou ele. Você tinha quatorze anos e não sabia de nada. Eu reviro os olhos, mais do que qualquer coisa para manter as lágrimas de escapar, porque ele está dizendo tudo o que eu desejei que minha mãe tivesse dito, quando eu disse a ela, mas ela me disse que era culpa minha e me fez sentir mais como a prostituta que todo mundo


estava me dizendo que eu era. — Eu não sabia como lutar, quando ele me amarrou. Ele chega mais perto, colocando uma mão em cima da minha caixa torácica, logo abaixo do meu peito. — Lila, tudo sobre essa história estava errada por parte do sujeito. Ele era muito velho para estar brincando com uma menina de quatorze anos de idade. É inquietante e errado e ilegal. — Minha mãe achava que não, — eu digo, falando mais para o teto do que para Ethan, meus olhos fixos em uma rachadura que vai do topo da parede para o ventilador no meio. Minha visão ainda está embaçada pelas lágrimas, mas felizmente não estão forçando mais seu caminho para cima. — Ela disse que não esperava nada menos de mim e então ela me deu um comprimido para eu não ter que sentir toda a culpa e a vergonha que eu estava sentindo. Ele rola para o lado, colocando seu corpo em cima de mim, por isso seu rosto está diretamente na minha linha de visão. — Você está falando fodidamente sério agora? — Flashes de raiva em seus olhos. — Sua mãe é quem fez você começar os comprimidos? Concordo com a cabeça, assustada com a fúria em seus olhos. — E-Ela pensou que estava fazendo eu me sentir melhor. — Sua mãe é uma idiota — diz Ethan, sacudindo a cabeça. — Lila, sério. Isso não é normal em tudo. Deus, eu odeio isso. Eu odeio como os pais devem ser os adultos e ainda assim eles agem como crianças e levam seus filhos para baixo com eles. Isso acontece o tempo todo e isso é ridículo. Eu não tenho certeza o que fazer, tudo o que eu sei é que agora eu estou preocupada que ele vá me deixar por causa de como fodida é a minha família. — Eu... Foi minha culpa por tê-la. Ele balança a cabeça resolutamente quando ele esfrega meu rosto em escoriações com seu polegar na minha bochecha, olhando intensamente nos meus olhos. — Não, não era. Nada do que aconteceu foi culpa sua. — Ele olha para mim por uma eternidade, e eu não tenho nenhuma ideia do que ele está pensando, se ele vai me deixar, o que ele


vai dizer. Então ele desliza sua mão pelo meu ombro, descansa do meu lado e me puxa contra ele enquanto ele se vira, abraçando-me, nossos corpos pressionados juntos. E isso é tão incrível, só por ser abraçada, saber que alguém se preocupa comigo, que ele não vai fugir e deixarme. — Você merece muito melhor do que o que você tem — ele sussurra contra a minha cabeça. — Você realmente merece. Algumas lágrimas caem dos meus olhos e não apenas sobre a minha mãe ou o que Sean fez para mim, ou até mesmo como eu passei os últimos seis anos da minha vida. Eu choro por causa de Ethan segurando em mim e pela primeira vez em toda a minha vida, eu sinto que alguém quer me segurar tanto quanto eu quero segurá-los.


Capítulo Quinze Ethan Eu nunca teria imaginado. Olhando para Lila, eu sempre vi uma menina bonita, alguém que eu pensei que tinha sido mimada a maior parte de sua vida. Parecia sempre conseguir o que queria e fazia o que ela queria. Havia alguns breves momentos, quando eu via tristeza em seus olhos, mas eu nunca, nunca pensei que seria de algo tão escuro como o que ela me disse. Eu odeio sua mãe por iniciar seu vício em pílulas e eu realmente odeio o bastardo pervertido que começou essa bagunça. Eu tenho um monte de ódio flutuando dentro de mim. Preocupa-me, porque o meu pai tem ódio nele, também, e quase rachou a minha mãe. Mas o momento em que eu bejei Lila eu sabia que ia ser muito difícil deixá-la ir. E quando fizemos sexo, eu sabia que estava perdido. Mas o que realmente me fez entrar, foi quando ela me contou sua história, quando eu vi a dor em seus olhos, o medo de não ser amada e indesejada. Logo em seguida, eu sabia que eu queria tirar toda essa dor para longe dela. Eu acho que posso finalmente entender o que Micha estava sempre reclamando quando eu questionava sua recusa em deixar Ella ir, apesar de seus problemas. E eu acho que é porque eu estou me apaixonando por Lila. Realmente me apaixonando. Há uma coisa que eu preciso fazer, no entanto, antes de eu seguir em frente com ela. Eu preciso ver London, não para tentar trazê-la de volta ou segurá-la, mas para dizer adeus como eu nunca fiz para que eu possa finalmente seguir em frente. Fui agarrado à ideia dela há anos, sobre a minha culpa de fugir e o simples fato de que eu a queria, quebrei minhas regras por ela, mas nunca a entendi totalmente, não importa o quão duro eu tentei. Eu estou pronto agora, porém, para dizer adeus a London completamente e Rae. Pronto para seguir em frente na minha vida, em vez de estar preso. E avançar com Lila.


Eu deveria fazer uma reserva de voo para San Diego para o casamento de Micha e Ella, mas quando estou procurando voos eu mudo o destino da Califórnia para a Virgínia. Eu procuro através dos vôos, sentindo uma forma de nó na garganta e só cresce quando clico em um dos vôos mais baratos. Estou

seriamente

fazendo

isso.

Eu

vou

deixá-la

ir.

E espero seguir em frente com Lila.

Lila É hora de dizer adeus ao anel. Eu não coloquei desde que eu o tirei, quando estava na cama com Ethan e eu não quero. Agora eu quero que ele se vá. Para Sempre. Eu decidi ir à casa de penhores mais próxima que fica a uma curta distância do apartamento. Eu entro na loja do tijolo em condição precária praticamente tremendo com a ideia de coloca-lo no balcão, não porque eu estou com medo, mas porque eu estou tão animada para deixá-lo ir e tudo o que ele representa. Eu tenho o meu cabelo para baixo, mal tocando meus ombros e um top e calções desgastados por diante. Eu pareço muito diferente do que a moça que o anel foi dado e não apenas porque eu sou mais velha, mas porque eu estou mais forte. Eu não sou uma garota à procura de amor em todos os lugares errados. Eu sou uma garota que encontrou o amor no lugar certo. Coloquei o anel no balcão de vidro, meus dedos tremendo, o cara do caixa me olha como se eu fosse uma viciada em crack, mas está tudo bem porque eu estou me livrando do maldito anel. — Quanto você pode me dar por isso? — Eu pergunto, enxugando a

palma

da

mão

suada

do

lado

da

minha

bermuda.

Ele pega e examina-o, fingindo ser apenas metade interessado. Honestamente, eu provavelmente aceitaria um dólar, apesar de precisar do dinheiro, porque isso significaria o anel desaparecer da minha vida.


Felizmente, porém, ele me dá o suficiente para que eu pudesse pagar parte do aluguel, comida, e um bilhete de avião para San Diego. Enfio o dinheiro no bolso, sorrindo quando eu vou para a porta. Quando eu saio para a luz do sol, o meu sorriso só amplia e é o sorriso mais real que eu já tive, porque finalmente estou livre do meu passado.

Ethan Eu volto para casa do trabalho na tarde que Lila e eu deveríamos estar voando para San Diego, preparado para dizer a Lila sobre quem London era realmente e que eu vou voar para Virginia antes de eu ir para a Califórnia para vê-la. Normalmente neste tipo de situações, eu arrumaria minhas coisas e iria embora. Eu não estou acostumado a dizer a ninguém o que estou fazendo, mas se tratando de Lila não é uma opção. Eu não quero magoá-la, e eu quero que ela entenda e fique bem com isso e para ela saber que eu quero ficar com ela. — Oi — Lila diz quando eu entro em seu quarto, todo suado com o calor do sol do deserto batendo em mim todo o dia. Ela abriu a mala em sua cama e ela está dobrando roupas e colocando-as nela. Seu cabelo está puxado para cima e ela tem uma blusa fina que abraça suas curvas e por um momento eu só olho para ela, hipnotizado pela forma como ela é linda. — Você deve tomar banho e arrumar suas roupas. Nosso vôo sai em tipo, cinco horas. Eu ando até o pé da cama, observando-a mover-se para trás e para frente. Ela é linda e ainda tão triste, mas a tristeza desaparece toda vez que eu abraço-a, beijo-a. Tem sido um tempo maldito que eu passei tanto tempo com a mesma garota, ou com alguém de verdade, e é bom, novo e desconfortável. — Eu tenho que te dizer uma coisa — eu digo com cautela. Pânico imediatamente inunda seus olhos quando ela olha para mim e eu rapidamente pego a mão dela. — Não é ruim. É realmente bom, eu acho. Mas você vai ter que confiar em mim.


— Tudo bem. — Ela parece muito desconfiada, mas fica comigo enquanto eu guio-nos para a cama, nossos dedos juntos. — O que é? Eu tomo uma respiração profunda. — Eu nunca reservei o bilhete para San Diego, como eu disse a você que eu fiz. Sua expressão cai. — O quê? Por quê? — Ela faz uma pausa, parecendo desconfortável. —Foi porque você não podia pagar, porque eu ainda tenho algum dinheiro extra a partir de algumas das jóias que vendi. — Não, não é isso. Tenho suficiente guardado. — Eu esfrego minha mão pelo meu rosto, soprando um suspiro estressado. — Você se lembra de quando eu disse que eu parei de usar drogas muito abruptamente, mas eu nunca disse por quê? Ela acena com a cabeça, seus olhos examinando meu rosto. — Sim... —Bem, a razão foi por causa de algo que aconteceu com essa garota que eu estava namorando — eu digo massageando a parte de trás do meu pescoço. — Nós estávamos sério. Na verdade, além de você, ela era a única garota que eu considerei a minha namorada. — Faço uma pausa, enquanto ela tenta não sorrir. No começo eu não entendo porque, mas então quando eu refaço as minhas palavras vejo o que é. Eu apenas declarei que ela era minha namorada e nem mesmo de propósito. Eu poderia levá-la de volta, mas parece realmente estúpido e não o que eu quero fazer. — Ela estava usando drogas — eu continuei tentando manter o foco. — Drogas pesadas, como heroína. — Eu engulo em seco, com as imagens desses dias. Agulhas. Tristeza. Suplicante. Eu me afastando. — A última vez que a vi ela estava injetando... Eu tentei convencê-la de parar, mas uma vez que London fazia a sua mente era muito difícil mudá-la. — Eu inalo e exalo provavelmente mil vezes antes que eu possa continuar as emoções que eu tenho mantido preso dentro, derramam de mim. — Eu recebi um telefonema na manhã seguinte de sua mãe, dizendo que ela tinha caído para fora da janela de uma casa de dois andares. Ninguém na casa supostamente sabia o porquê, se ela


pulou ou caiu. Ela teve um sério trauma na cabeça... Amnésia para ser exato, mas sua mãe era muito esperançosa de que tinha que ser temporário. — Faço uma pausa, lembrando o que sentia ao saber London estava viva, mas que ela não conseguia se lembrar de nada sobre mim - nós. Doeu mais do que ser espancado, observando sua mãe passar por tortura apenas para que ela pudesse ficar com seu pai. Era como se London tivesse morrido, mas seu espírito ainda estava andando por aí me assombrando. — Não foi temporário, embora, e ela nunca se lembrou de quem eu era ou muito sobre si mesma. Lila engole a seco, seus olhos azuis enormes ela agarra minha mão. — Ela ainda... ela ainda gosta disso? Concordo com a cabeça, sentindo tanto o seu pulso ou o meu latejando em meus dedos. — London é o seu nome, eu tenho certeza que você se lembra de quando você me pegou resmungando no meu sono. Rae, sua mãe, continua me pedindo para ir lá, na esperança de que, depois de quatro anos, posso ajudar London lembrar algo, mesmo que os médicos disseram a ela que é praticamente impossível, que o dano é irreversível. Lila olha para mim para sempre e isso me deixa louco, porque eu preciso saber o que ela está pensando e como ela se sente sobre o que eu disse a ela, porque honestamente, estou perplexo como o inferno sobre o que eu sinto. Estranhamente, eu quase me sinto liberado, quando eu estou finalmente deixando tudo o que eu sentia para fora. — Ela deve ter um grande significado para você — Lila finalmente diz, segurando meu olhar. — Ela teve. — Eu admito traçando o meu dedo no interior de seu pulso. — Ela foi a primeira garota que eu sempre realmente pensei que poderia amar. Lila engole a seco novamente, mordendo o lábio, parecendo que ela está rasgando. Eu quero dizer a ela que eu acho que posso estar apaixonado por ela. Eu quero que ela saiba o que eu sinto e que ela significa o mundo para mim. Eu não quero que ela chore ou se


machuque. Eu quero que ela seja feliz, como a Lila que eu conheci, só que desta vez a sua felicidade vai ser real, não induzindo comprimidos. — Você está indo para ir vê-la como a mãe dela quer que você faça? — Lila pede nervosamente e eu sinto sua mão tensa na minha. Eu pressiono meus lábios juntos e aceno. — Eu acho que eu tenho que ir, por uma série de razões diferentes. Sendo que eu nunca disse realmente adeus a London. Eu sempre estive com muito medo. Lila esmaga os lábios com tanta força que fica roxo. — Tudo bem...— Ela sai ofegante. — Eu entendo. Balançando a cabeça, eu trago a minha mão livre até o rosto e escovo os cabelos para trás. — Lila, não é como o que você está pensando. É apenas algo que eu tenho que fazer. Eu tenho que dizer adeus para ela, porque eu nunca fiz. Eu só ficava segurando ela, que é parte da razão pela qual eu me senti tão preso na minha vida. Se eu for vê-la, então talvez eu possa parar de viver no passado e seguir em frente. — Eu tomo uma respiração profunda. — Com você. — E ele está lá. A verdade. Eu posso dizer que ela está lutando com a possibilidade de estar feliz ou triste. Ela inclina a cabeça para trás, tentando não chorar. — Você vai estar lá no casamento de Micha e Ella, certo? Porque ele está há poucos dias. — Claro. Micha chutaria a porra da minha bunda se eu não aparecesse — eu digo, desejando que ela olhe para mim, desejando que eu saiba o que ela está pensando. — Além disso, eu tomo o crédito para o fato de que os jumentos vão mesmo se casar. Se não fosse por mim, eles ainda estariam tentando agradar um ao outro em vez de realmente dizer uns aos outros como eles se sentem. Ela fica olhando para mim e ri e o som dele é tão incrível, eu juro que eu poderia encher mil páginas com palavras descrevendo a beleza. — Você provavelmente está certo. Ambos são muito teimosos. — Assim como nós — eu digo, pensando o quanto eu lutei contra meus sentimentos por ela. Ela acena com a cabeça, concordando. — Sim, nós somos.


—É... nós definitivamente somos... — Eu divago quando eu me inclino para beijá-la, querendo lamber e morder-la

novamente,

querendo estar dentro dela de novo, como eu estava na outra noite. Nós não tivemos relações sexuais, desde então, não porque eu não quero. Eu quero pra caralho, meu pau fica duro só de pensar nisso. Mas depois do que Lila me disse, eu não vou pressionar as coisas até que eu saiba o que ela quer. Além disso, eu quero ir para dizer adeus a London primeiro, então eu espero que possa ter uma cabeça totalmente clara. Lila me encontra no meio do caminho, escova os lábios contra os meus e ela geme e agarra instantaneamente em mim. No momento em que terminamos de beijar, estamos deitados em sua cama, meu corpo pressionado sobre o dela e eu estou mais suado do que eu estava quando cheguei em casa do trabalho. — Eu vou tomar um banho e arrumar a mala — eu digo, os meus lábios pairando sobre ela. Eu mordo o lábio inferior e depois o sugo em minha boca antes que eu me force a afastar-me e levanta-me da cama. — Você tem certeza? — Ela pede, batendo os cílios para mim quando ela agarra meus braços, tentando me puxar para trás. — Nós poderíamos continuar beijando e ver aonde vai. — Oh, eu sei aonde isso vai. — eu garanto a ela. — Mas eu também sei que eu preciso fazer as malas e se eu começar a beijá-la de novo, eu não vou ser capaz de parar. Eu provavelmente vou querer continuar durante toda a noite, de novo e de novo. — Minha voz cai para um rugido rouco e ela cora. Tentando fingir que ela não está toda quente e nervosa, ela chega a seus pés e retorna à sua mala. — Você está voando para Virginia hoje? — Ela dobra um par de shorts e coloca-os na mala. Eu aceno da porta com as minhas mãos apoiadas no batente da porta. — Estou voando ao mesmo tempo que você está e depois eu vou voar para San Diego na sexta-feira. — Então você vai passar três dias em Virginia? — ela pergunta, lutando contra uma carranca quando ela dobra uma camisa. Concordo com a cabeça. — Sim.


Ela está obviamente desconfortável com a ideia e eu me sinto mal que ela esteja. Mas eu preciso fazer isso. Eu sei que vai ser difícil, finalmente deixar London ir e minha culpa depois de todos esses anos por segurá-la. Mas eu sei que posso fazer isso, porque eu quero Lila, quero dar-lhe o que ela merece e precisa mais do que eu queira fazer qualquer outra coisa na minha vida. Lila Estou tentando ser forte, mas é difícil. Eu finalmente me abri com alguém e, em seguida, ele me diz sobre sua primeira e única outra namorada, que aparentemente tem amnésia. Eu posso ver em seus olhos que ele ainda realmente se preocupa com ela e eu me pergunto se ele ainda poderia amá-la. Parece que meu coração está partindo, até que ele me chama de sua namorada. Isso ajuda um pouco. Por mais que eu quero estar segura sobre o nosso relacionamento, eu ainda estou lutando com meus demônios internos. Eu ainda estou tentando descobrir quem eu sou e quem eu quero ser. Tudo o que eu realmente sei é que eu amo Ethan e ainda não disse a ele. E agora ele vai ver o sua ex-namorada. Estou me sentindo muito chateada e derrotada na hora que chegamos ao aeroporto. Não está muito lotado hoje e passamos rapidamente pela segurança. Seu vôo sai meia hora antes do meu, então ele me larga no meu portão e depois vai partir. — Tudo bem, você pode me chamar para qualquer coisa, — diz ele enquanto ele desliza sua mochila por cima do ombro. Concordo com a cabeça, tentando não fazer beicinho enquanto estou colocando a minha mala aos meus pés. — Eu sei. Ele anda para trás, esquivando-se para o lado para deixar as pessoas passar. — Especialmente se você sentir vontade. Eu forço um sorriso, fingindo que estou melhor do que realmente parece. — Pare de se preocupar comigo, — eu digo. — Eu vou ficar bem. Ele retorna o meu sorriso, mas ele está preocupado comigo. Eu posso ver isso em seus olhos. — Tudo bem, eu vou vê-la em três dias. —


Ele se vira e vai embora, e isso me deixa mais triste porque ele nem sequer me deu um beijo de adeus. Eu vejo ele ir com uma careta gigante no meu rosto. Ele está vestido com jeans desbotados segurado por um cinto cravejado, uma camisa xadrez escura, e há faixas de couro em seus pulsos. Seu cabelo escuro é tudo confuso, porque ele levou muito tempo no chuveiro e tivemos que sair correndo da casa antes que ele tivesse tempo de fazer nada com o cabelo, embora ele realmente não se importou. Ele é tão lindo e eu gostaria de saber ao certo se ele era meu, mas eu não sei ainda. Essas coisas levam tempo para entender completamente. Uma vez que ele está fora da minha vista, eu volto para a seção onde eu vou embarcar com a minha passagem em minha mão. Estou acostumado a voar de primeira classe, mas eu não posso pagar. Estou à beira de despedaçar quando eu sinto que alguém me pegar por trás. Eu abro minha boca para gritar ‗assassino sangrento‘, mas os braços cercam a minha cintura e eu sinto um cheiro de um perfume muito familiar e relaxo com o contato de Ethan. — Eu esqueci uma coisa, — ele sussurra em meu ouvido, me virando para ele. Seus olhos são escuros, o cabelo pendurado em seu rosto enquanto seu olhar me bebe devagar, deliberadamente. Eu esqueço de respirar quando ele se inclina e me beija. E eu quero dizer realmente me beija, o tipo de beijo que rasga minha respiração direito para fora dos meus pulmões, faz me esquecer de onde estou, quem eu sou. Enquanto nossas línguas se entrelaçam, faz cada a luta que estive lutando valer a pena porque elas me fizeram chegar aqui a este momento - elas me levaram a ele. Suas mãos penteiam meu cabelo e eu respiro o cheiro dele quando eu engato em seus braços, desejando que ele não estivesse me deixando. No momento em que nos afastamos, estamos ofegantes, meu coração está batendo contra meu peito, e todo mundo está olhando para nós com sorrisos bobos em seus rostos que eu estou certa que combina com o meu. — Vejo você em poucos dias. — Ele me beija na bochecha antes de recuar. Concordo com a cabeça, sem fôlego e corada. — Ok.


Ele sorri e, em seguida, pega sua mala, virando-se e indo embora de verdade desta vez. Eu ainda me sinto triste, mas eu estou vinte vezes mais leve agora, sabendo que posso aguentar três dias. — Eu te amo. Eu realmente, realmente amo, — eu sussurro tão baixinho que ninguém pode ouvir. Eu quero dizer a ele. Eu quero porque eu acho que vai ser diferente de quando eu disse Sean que eu o amava, mas eu não consigo chegar lá ainda. Mas eu posso sentir-me na direção certa e que tem que significar alguma coisa e dá-me a esperança de que quando eu finalmente disser a ele, as coisas serão diferentes, porque Ethan está diferente. E eu também.


Capitulo Dezesseis Lila A casa da Ella e do Micha é adorável. Eu pensei que não gostaria do lugar, vendo quão pequena é e que está situada no final desta estrada muito esburacada que serpenteia através de um bairro onde todas as casas parecem diferentes. É bonito, porém, a forma como as persianas amarelas ficam fora de tudo ao seu redor e como a grama está coberta com uma grande variedade de flores, nenhuma combina, mas a torna colorida e animada. É quinta-feira de manhã, o sol é quente, mas de uma forma suportável, ao contrário do sufocante ar do deserto em Las Vegas. — Eu realmente amo a sua casa, — Eu faço uma observação, provavelmente pela terceira vez enquanto Ella e eu sentamos na varanda de trás sob a luz do sol. Estamos de shorts e tops. Meu cabelo pende para os meus ombros e eu não passei minha maquiagem ainda, mas ninguém está por perto para ver então realmente não importa. — Obrigada. — Ela estende os pés para fora na frente dela. —Foi muito barata, também, graças à mãe de Micha, — diz ela, e quando eu olho para ela sendo engraçada, ela acrescenta: — Um velho amigo dela trabalha aqui como um corretor de imóveis e ela nos conseguiu este lugar. A senhora que possui é muito velha e, provavelmente, comprou de volta na década de 1940 quando foi construído, ja que ela não estava pedindo muito. Nós realmente gostamos. — Estou feliz, — eu digo. — Vocês precisavam de um pouco de sorte. — Nós precisavamos? — ela levanta a sobrancelha, questionando. — Eu acho que todo mundo precisa — eu digo, esperando que eu vá ter alguma boa sorte em breve e finalmente, trabalhar para ter a coragem de dizer a Ethan como me sinto sobre ele. Essa seria a melhor


sorte. — Então... — eu disse, mudando de assunto —...você está realmente se casando no sábado. Ella acena com a cabeça, tomando seu café enquanto ela olha para fora em cima do muro que divide seu quintal dos vizinhos, que aparentemente coleta sinos de vento, uma vez que há uma coleção deles em todo muro em volta da casa. — Eu realmente vou. Totalmente estranho, né? — Ela pede, parecendo um pouco nervosa, mas isso é apenas como Ella é. Quando eu aceno acrescenta ela com um olhar discreto para mim pelo canto do olho. — Quase tão estranho quanto o seu novo penteado. Eu toco as pontas do meu cabelo, franzindo o nariz. — Não parece tão ruim, não é? Ela balança a cabeça e coloca sua caneca de café aos seus pés. — Não, eu gosto... — Seus olhos verdes varrem em cima de mim quando ela reajusta o elástico em torno de seu cabelo ruivo. — Ele é apenas, parece diferente, você parece diferente. Eu examino minhas unhas fingindo ser neutra. — Como assim? Ela encolhe os ombros, olhando para mim com um olhar interrogativo no rosto. — Você está se vestindo diferente... Menos extravagante e mais parecida comigo. E eu não sei... Você só parece diferente. Mais feliz ou algo assim. Aquilo me instiga um pouco. — Mais feliz? Isso é estranho, porque um monte de gente já disse que eu era a pessoa mais feliz que já conheceram. Ela pega seu café, mais uma vez colocando o pé embaixo dela enquanto ela traz a borda do copo de vidro até a boca. — Eu posso ver porque eles dizem isso, mas eu não sei... — Ela toma um gole, sacudindo a cabeça. —É só o olhar diferente por algum motivo. Eu não posso apontar o dedo sobre ele. — Ela gira a taça na mão, apertando os lábios, e parece que ela está tentando realmente não sorrir. — O quê? — Eu finalmente digo quando eu pego o meu café. Um pequeno sorriso desliza através dos meus lábios, porque ela parece tão


divertida e eu não tenho absolutamente nenhuma ideia do que está acontecendo. — Por que você continua me dando olhares estranhos? — Existe alguma coisa que você quer me dizer? — Ela pede. Eu dou de ombros, tomando um gole do café. — So que você tem uma boa casa. Ela me dá um olhar tolerante. — Lila. Eu pressiono de volta um sorriso, mesmo que eu não tenha nenhuma ideia do que está acontecendo. — Ella. Ela sorri, e depois sacode a cabeça, rindo. — Tudo bem, se você não está indo para confessar, então eu vou dizer. — Ela faz uma pausa, segurando a alça de sua caneca. — Eu ouvi um boato de que finalmente, pode estar acontecendo algo entre você e Ethan. Eu prendo meu copo numa mão e arranho meus dedos no braço da cadeira de vime. Eu não falei com Ethan desde que nos separamos no aeroporto. Eu mandei uma mensagem para ele algumas vezes, mas ele sempre dá respostas de uma só palavra, então eu decidi dar-lhe algum espaço, vendo como ele provavelmente está muito ocupado com London. Deus, mesmo pensando dói um pouco. — O rumor, quer dizer Micha que disse sobre nós. Ela encolhe os ombros sorrindo divertidamente. — Talvez. — O que ele disse exatamente? — Peço curiosamente, um pouco preocupada com o que ele disse, mas o fato de que ele disse a ele tem que significar alguma coisa, certo? Que ele se importa o suficiente sobre mim para dizer a Micha. — Ou devo dizer, o que Ethan disse a ele? Ela vira a cabeça na minha direção com um sorriso malicioso no rosto. — Por que você não me conta o seu lado e então eu posso comparar? Eu coloco a xícara de café no chão novamente enquanto ela toma a bebida dela. — Tudo bem, nós transamos. Ela puxa uma respiração afiada e, em seguida, se move rapidamente a caneca longe de sua boca enquanto ela cospe café em todo o deck em frente de seus pés. — Puta merda, Lila. — Ela aperta a


mão ao peito, tosse enquanto ela trabalha para recuperar o fôlego. — Eu não estava esperando que você seja tão contundente sobre isso. Eu não posso me ajudar. Um grande sorriso bobo surge em meus lábios. — Eu também não, mas eu acho que vou ter que fazer isso mais porque é muito, muito divertido. Ela limpa o café do rosto com as costas da mão. — Você está começando a soar como eu. — A nova e divertida você ou a velha, uma chata que eu conheci? — Eu faço uma piada. — Eu preciso de esclarecimentos. Ela protege a luz solar com a mão. — A nova, que é a melhor. Confie em mim. — Eu confio em você, — eu digo. — Mas a Ella que eu conheci, nova ou velha, ainda era uma boa pessoa e isso é uma grande coisa para ser comparado. Ela balança a cabeça, reprimindo um sorriso. — Vamos ter um momento aqui ou algo assim? — Talvez. — eu digo. — Nós nunca tivemos um em todos os dois anos que nós nos conhecemos. Talvez seja a hora. Podemos abraçar, chorar, e dizer umas as outras quanto nós nos amamos. — Eu não sou uma pessoa de chorar. — Ela abaixa a mão para seu colo. — Ou de jogar fora a palavra com A... — Eu sei e, honestamente, estou tentando cortar isso — brinco — Nós poderíamos ter um momento de ligação de garotas e você pode me perguntar como foi o sexo com Ethan enquanto comemos pipoca e assistimos a um filme muito sentimental. Ela faz uma cara de engasgos, apertando a mão ao peito como se estivesse engasgada com a ideia. — Eu nunca quero ouvir você falar sobre sexo com ele. Nunca. — Ela estremece. — Nojento. Nós rimos sobre isso por um momento e, em seguida, falamos de coisas mais leves, como a forma como Micha e ela têm sido ao longo dos últimos dois meses. Ela me pressiona para obter mais detalhes de Ethan, me perguntando por que ele não podia sair do trabalho para voar comigo. Aparentemente, Ethan nunca disse a ninguém sobre


London e eu decidi manter para mim mesmo, achando que ele deve ter suas razões. Alem disso não tenho muito a dizer, além do fato de que beijar Ethan é incrível e que só faz com que ela se cale. Ela entende a minha necessidade de ser vaga em sua maior parte, porque ela é praticamente a pessoa mais vaga que eu já conheci e ela não pressiona muito, o que me faz feliz que ela é minha melhor amiga. Eu nem sequer percebi o quanto eu sentia falta de estar perto dela e isso me faz sentir feliz que eu tenha esse tipo de amizade com alguém, mas um pouco triste porque eu sei que vou sentir falta dela quando voltar para Vegas. — Então, e o vestido? — Peço quando voltamos para cozinha, decidindo por uma mudança de assunto. Eu preciso falar sobre algo feliz

e

roupas

sempre

fazem

isso

comigo.

Ela coloca nossas canecas na pia e enxágua. — Você quer vê-lo? — ela pergunta fechando a torneira. Concordo com a cabeça ansiosa e bato palmas. — Claro. Eu amo coisas de casamento. E o vestido é a melhor parte. — Eu sei. — Ela franze a testa enquanto gira em torno da pequena ilha no meio da cozinha. — O que me faz relutante em te mostrar. — Por quê? — Meu rosto enrruga. — Ella, o que você fez? — Eu não fiz nada. — Ela suspira. —É por isso que você não vai gostar. Eu fico olhando fixamente para ela, confusa, e ela suspira e faz uns movimentos para que eu a siga enquanto ela caminha em direção ao corredor. Ela me leva de volta a um pequeno quarto. As paredes azuis estão cobertas com obras de arte e há uma cama de ferro forjado com folhas empilhadas que estão manchadas com letras escritas. Eu pego uma das folhas de papel no pé da cama. — O quê? Vocês apenas se sentam escrevem e desenham juntos o dia todo? — Quase isso — diz ela abrindo a porta do armário. — Quer dizer, eu não estou na escola agora e eu só trabalho em tempo parcial para esta galeria de arte, então eu tenho que encher meu dia de alguma forma.


Concordo com a cabeça e coloco o desenho para baixo sobre a cômoda. — Eu estou tentando encontrar um emprego — eu admito. — Mas eu estou tendo nenhuma sorte. Ela está procurando pelas roupas penduradas, mas faz uma pausa, olhando para mim de cima de seu ombro com as sobrancelhas elevadas. — Sério? — Sim, de verdade. — Sento na beirada da cama e cruzo as pernas, mas em seguida, puxo meu rosto e coloco minhas mãos em meu colo. — Espere, isso é seguro para sentar-se? Ela procura através da pequena quantidade de roupas no armário. — Minha cama? Por que não seria? — Porque Deus sabe que vocês dois fazem sobre ela. Ela revira os olhos. — Está tudo bem, basta manter suas mãos em seu colo. Rindo, eu inclino e examino a folha de letras na cama. — Então, Micha não trabalha todos os dias? —Às vezes — ela responde. — Às vezes ele ganha uma semana de folga. Às vezes, ele está na estrada durante toda a semana. Agora, ele está gravando em um estúdio na cidade. — E não é difícil para você? — Eu peço. — Para ficar longe dele assim, porque eu me lembro como era difícil para vocês dois na primeira vez. — Eu estaria mentindo se eu dissesse que não era, mas eu vou com ele para todo o lugar que puder e passamos todas as horas juntos quando não esta trabalhando. Sento-me em linha reta, recostando em minhas mãos. — Eu não estou realmente surpresa que vocês estão fazendo isso bem. Ela remove um gancho da haste e se vira. — Você não esta surpresa? Sério? Porque eu meio que estou. — Eu já lhe disse que vocês têm a mais bela relação que já existiu e, embora você esteja meio louca, você não é estúpida e eu sabia que você ia, eventualmente, acertar tudo. — Eu faço uma cara de desmaio,


derrubando minha cabeça para o lado como coloco minha mão sobre a testa. — Vocês são tão sonhadores juntos. Ela revira os olhos. — Seja como for, senhorita espertinha. Talvez eu devesse estar dando-lhe um tempo difícil. Eu abaixo a minha mão. — Sobre o quê? — Sobre se você está ou não apaixonada por Ethan. — Ela arqueia as sobrancelhas, esperando pela minha resposta. Eu estou! Eu quero gritar, mas eu não disse a Ethan ainda, então dizendo a ela primeiro parece errado. — Então, que tal o vestido? — Eu digo, tentando uma mudança de assunto e estendendo a mão para ela para entregá-lo. — Deixe-me vê-lo. Ela deixa minha mudança abrupta ir e puxa lentamente para fora um vestido de tubinho preto liso. — Eu odeio branco... — diz ela, segurando o tecido até o corpo dela —...então eu pensei que isso poderia funcionar. Ele vai até os joelhos e não tem detalhes em nada. Além disso, ele tem realmente um decote alto e um olhar muito desgastado. — Você vai a um funeral? — Eu pergunto, fazendo uma careta para o vestido horroroso. — Ou um casamento? Ela suspira, derrotada, reduzindo o vestido para o seu lado. — Eu não gosto de coisas extravagantes, tudo bem. E, além disso, vestidos extravagantes são caros. — Não tem que ser extravagante. — Levanto os meus pés. — Mas isso... — Eu toco o tecido e depois de assustar com a aspereza dele, como se tivesse sido lavada milhares de vezes. — Ella, sério, você não pode se casar nisto. É horrível. —Bem, o que você sugere que eu use? — ela pergunta. — Eu não tenho um monte de dinheiro e eu não tenho ninguém para me ajudar, além de você. Eu medito sobre isso por um minuto, me perguntando se eu realmente quero ir para onde o meu cérebro está indo. Quanto é que eu me importo com Ella? Muito, obviamente, desde que eu estou mesmo considerando o que eu estou pensando agora. Quero dizer, ela é minha


melhor amiga e ela merece um vestido muito bonito. — Eu tenho uma idéia, mas você vai ter que confiar em mim. E eu quero dizer realmente confiar em mim. — Por quê? — Ela é cautelosa. — O que você está fazendo? — Eu não estou fazendo nada — eu digo a ela, indo para a porta. — Eu só não quero que você fique chocada. Sua boca se vira para baixo quando ela arrasta atrás de mim. — Ok, eu vou confiar em você, mas eu tenho algumas regras. — Ela faz a contagem regressiva nos dedos. — Como nenhum babados, nem branco puro e nem volume. Eu ri quando nós vamos para fora da porta.

Ethan É quinta-feira de manhã, apenas cerca de 12 horas desde que saí de Las Vegas e deixei Lila. Eu acho que eu estou sentindo falta dela muito mais do que eu esperava. Ela me mandou uma mensagem de um par de vezes e eu quero ligar e falar com ela, mas eu prometi a mim mesmo que eu não iria até depois que eu conversar com London. Dessa forma,

eu

poderia

ter

a

cabeça

limpa.

Talvez.

Esperemos.

Estou na casa da tia de London, onde London vive a maior parte do tempo, porque é mais perto do escritório do seu médico. Eu estive sentado em uma sala que cheira a comida de gato por cerca de uma hora, contando os tiques do relógio do avô enquanto bebo chá gelado e escuto Rae fala sobre esperança enquanto esperamos por London voltar do escritorio do seu médico. Eu estou ficando um pouco impaciente com a espera, imaginando como ela se parecendo agora, e uma estúpida parte de mim acredita que há uma pequena possibilidade de que ela vai entrar na sala e me reconhecer. Isso está me fazendo arrepender de vir aqui e me fazendo realmente querer apanhar um avião e voltar para Lila, apenas para que eu possa abraçá-la.


Estou prestes a dizer para Rae que eu não posso fazer isso quando a porta da frente se abre e London caminha dentro. É uma experiência alucinante e estranha vê-la novamente. Ela parece mais velha, mas a mesma. Seu cabelo preto ainda está descansando em seu queixo e com listras roxas, e ela ainda tem uma cicatriz em seu lábio e o nariz é perfurado. Ela também tem uma leve cicatriz na cabeça, onde ela bateu na rocha quando ela caiu para fora da janela, a única coisa que causou o dano cerebral. Juro, se eu não sabesse de nada, eu acho que de alguma forma voltei no tempo em quatro anos. E neste momento efêmero quando eu juro que seus olhos brilham como antigamente quando ela olhou para mim, mas ele desaparece tão rapidamente que eu me pergunto se eu estava imaginando. Ela olha para sua mãe, que ela reconhece, mas não de sua infância. Ela não consegue se lembrar de nada do passado, exceto as funções básicas de andar, falar e respirar. — Quem é ele? — Ela pergunta a mãe dela em uma espécie de voz robótica. Rae parece exatamente como eu me lembro dela da última vez que a vi logo após o acidente de London. Ela ainda é a cara de London, apenas vinte anos mais velha. Ela chega a seus pés. — Este é um velho amigo seu. Os olhos de London trancam em mim e eu me lembro de quando ela às vezes usa apenas olhar para mim com um olhar pensativo em seu rosto, como se estivesse memorizando como eu me parecia. Mas agora, bem, ela só parece perdida, como alguém que se perdeu na floresta e não consegue encontrar o caminho de volta. — Eu não me lembro dele — diz ela dando um passo para trás em direção à porta. — Por que ele está aqui? Rae acaba rapidamente ao redor do sofá e agarra o braço de London, para impedi-la de fugir. — Ele veio aqui para falar com você. Um longo caminho, na verdade, então o mínimo que poderia fazer é sentar e ouvir o que ele tem a dizer.


London olha para mim e eu forço um sorriso. É muito estranho. Eu fico pensando o tempo todo que passamos juntos e de como eu me lembro, mas ela não pode. Eu sou um estranho para ela, mas agora percebo que ela era como uma estranha para mim o tempo todo que estávamos namorando. — Qual é o seu nome? — Ela finalmente me pede. — Ethan — eu me levanto do sofá e caminho em direção a ela com minhas mãos enfiadas nos bolsos da minha calça jeans. — Ethan Gregory. Ela considera isto por um momento. — Eu não tenho ideia de quem você é — diz ela e, em seguida, dá de ombros como se ela estivesse em uma perda de palavras. — Sinto muito. — Eu sinto muito, também — eu respondo, mas eu não tenho certeza do que eu sinto muito. Se for por sair de casa naquele dia, não tirar a agulha da mão dela quando ela estava prestes a injetar ou para o fato puro e simples que eu não posso fazê-la lembrar de mim. Ou talvez seja porque mesmo se eu estou aqui com ela, eu não consigo parar de pensar em Lila, seu sorriso, sua tristeza, e o fato de que no momento eu realmente só quero estar com ela, e não aqui. — Por que vocês dois não se sentam? — Rae faz gestos para o sofá. — E eu vou pegar um pouco de chá gelado. — Ela sorri para mim com esperança em seus olhos quando ela passa por mim, indo para a cozinha e me deixa sozinho com London. London balança a cabeça e, em seguida, suspira e se senta no sofá. — Eu não sei por que ela se esforça tanto. — Ela enfia as mãos por baixo de suas pernas. — Eu mal posso me lembrar dela e ela é minha mãe. — Ela só se preocupa com você. — Eu tomo um assento na cadeira em frente a ela. —É uma coisa boa. — Ou uma coisa estúpida, dependendo de como você olha para ele. — Ela me olha mais quando ela se recosta no sofá. — Qual é o seu nome mesmo?


— Ethan — eu digo pegando o copo de chá gelado que Rea tem colocou ao meu lado. Ela desapareceu de volta para a cozinha e eu não posso ajudar, mas desejo que eu estivesse lá atras com ela. — Ethan

Gregory.

— E nós namoramos? — Sim, bastante? — E nós tivemos relações sexuais. Eu estou no meio de um gole e quase cuspo o chá gelado por todo o chão. — Sim, eu acho que você poderia dizer isso. — eu digo descansando o copo. — Eu era boa? — Ela pergunta curiosa quando ela se inclina para frente. — Quer dizer, eu tinha que ser, se você está aqui para me visitar. Seu mau humor se assemelha a London que eu me lembro muito e é meio difícil de aceitar. — Você era. — Eu admito limpando os lábios com as costas da minha mão. Ela arqueia a sobrancelha. — O melhor que você já teve? Eu abri minha boca para responder, mas, em seguida, aperto minha mandíbula fechada, porque a resposta é não. O melhor que eu já tive está de volta em San Diego fazendo sabe-se lá o que, espero que sorrindo e sendo feliz. — Ah — afirma ela, arqueando as sobrancelhas quando ela relaxa para trás na cadeira. — Não, há outra pessoa. Concordo com a cabeça lentamente, infelizmente. — Mais ou menos. Ela parece se divertir com isso, os cantos dos lábios se curvam. — Você está apaixonado por ela? Eu me inclino para frente sobrepondo as mãos os joelhos. — Você sabe, você faz um monte de perguntas. — Apenas a cerca de coisas que eu não me lembro — responde ela. — Você sabe que é um pé no saco não ser capaz de lembrar-se de todos, mas eles estão sempre olhando para você, esperando que você lembre.


— Você não consegue se lembrar de nada mesmo? — Eu sei a resposta, mas eu ainda pergunto. — Não, não realmente. — Você parece tão calma sobre isso, apesar de tudo. — Não calma. Acabei aceitando. Lembro-me dos últimos quatro anos, de modo que é alguma coisa. Eu não estou completamente à deriva e pelo que entendi, o fato de que eu me atirei pela janela drogada de heroína, talvez eu precisava disso. — Eu não tenho certeza se eu iria tão longe — eu digo, inquieto. — Esquecendo o passado é realmente uma grande coisa. — Talvez. — Ela faz uma pausa, cruzando os braços sobre o peito. Eu respiro fundo, me preparando para dizer o que eu vim fazer aqui. — Sobre aquele dia... O dia em que... — Me joguei para fora da janela — ela acaba de falar sem rodeios. Concordo com a cabeça. —É... Eu queria dizer... — Eu brinco com a manga da minha camisa.

— Eu quero dizer que sinto muito. Eu

nunca deveria ter te deixado naquela casa. — Você me deixou? — ela pergunta. — Por quê? — Eu dou de ombros. — Você estava me frustrando porque você estava obviamente chateada com alguma coisa, mas você não iria falar sobre isso, você nunca falava. Você queria injetar a heroína e eu não queria isso pra você. Ela enfia seu cabelo atrás da orelha, ela analisa com olhar aborrecido para mim. — Você me disse para não fazê-lo? Concordo com a cabeça. — Algumas vezes, mas eu deveria ter tentado mais. Eu devia ter feito você parar. — Como você teria feito isso? — Eu não sei... Arrancado a agulha da sua mão ou algo assim. Ela trava as unhas no braço, considerando-se alguma coisa. — Você sabe, se eu aprendi uma coisa ao longo de toda esta provação é que às vezes você não pode fazer as coisas acontecerem, mesmo que você queira. Você não pode mudar as coisas ou fazer as pessoas fazer coisas que elas não querem fazer ou não podem fazer.


Eu engulo a seco, entendendo o que ela está dizendo. — Mas eu poderia ter tentado mais. — E no final, eu tenho certeza que eu ainda teria colocado a agulha no meu braço — diz ela. — E, provavelmente, pulado pela janela. — Talvez não. — Mas talvez. — Ela faz uma pausa. — Mas nós nunca saberemos. E não é para você se sentir culpado quando eu nem me lembro de você. Eu balanço minha cabeça. Ela ainda continua sendo a London e é uma loucura. — Eu acho que sim. — Eu entendo o que ela está dizendo. Eu realmente faço. Mas é difícil de aceitar, porque nós nunca saberemos o que poderia ter acontecido ou não ter acontecido se eu tivesse acabado de lhe colocar a agulha para baixo. — Eu não quero falar mais de mim. — diz ela com desdém. — Estou sempre falando de mim, com a minha mãe, os médicos, com todos que me deparo e costumavam me conhecer. Eu fico tão cansada disso. — O que você quer falar, então? — Eu pergunto, inclinando-me para trás na cadeira, sentindo-me um pouco mais leve e ao mesmo tempo um pouco triste porque eu sei que é isso. Isto é como as coisas vão ser sempre entre nós e eu não posso mudá-las. — Você. — Ela cruza as pernas e me olha com tanta força que eu juro que ela está tentando queimar um buraco na minha cabeça. — Diga-me, Ethan Gregory, uma garota que é a melhor que já teve, você a ama? — Amor? — Eu peço. — Você quer falar sobre o amor? Ela acena com a cabeça. — Eu quero. Eu dou de ombros, sentindo-me desconfortável sob seu escrutínio. Que porra é o amor afinal? Dar o seu coração para alguém completamente? Dizendo aqui, pegue, eu sou seu? Deixar te amar, te abraçar, te possuir? Gritar com você e dizer que você é inútil? Prendê-lo e dizer-lhe que você é importante? Qual é a definição de amor? Como você pode dizer?


Abro a boca e decido apenas ir por isso, deixando a primeira resposta que vem à minha cabeça escorregar para fora. — Eu acho que eu faço. — Minha mente está voando cerca de um milhão de milhas por hora com a declaração e é difícil de processar, especialmente porque eu apenas disse isso pela primeira vez na frente da minha ex- namorada que está com amnésia. Ela inclina a cabeça para o lado, me estudando. — Você me amou? Eu penso sobre a sua pergunta, sabendo a verdadeira resposta, mas é difícil admitir isso. — Eu acho que sim, mas de uma maneira diferente. — O que você quer dizer? — Nosso amor era uma espécie de caótico e descuidado e nós realmente

não

nos

conhecíamos

o

suficiente

para

realmente

completamente amar um ao outro. — Eu coloco a mão no bolso e recupero a pulseira que London me deu, aquele com as nossas iniciais entrelaçadas. — Mas acho que, de alguma forma tivemos algum tipo de amor um pelo outro. — Eu me inclino sobre a mesa, segurando a minha mão para dar-lhe a pulseira. — Mas não tanto quanto essa outra menina? — ela pergunta, pegando a pulseira da minha mão. — O que é isso? — Você fez isso para mim — eu disse, inclinando-me para trás. — Você disse que iria sempre me ajudar a lembrar o tempo que passamos juntos. Ela corre o dedo ao longo do couro. — Eu ia terminar com você quando

eu

dei

a

você?

Porque

tipo

soa

como

se

eu

fosse.

Eu dou de ombros e, em seguida, aperto a minha cabeça. — Você poderia ter pensado sobre isso, mas sinceramente eu não sei. Metade do tempo eu nunca soube o que você estava pensando. Ela sorri enquanto ela olha para a pulseira na mão. — E agora você nunca saberá. — Deixei para London ter um senso de humor torcido sobre a coisa toda. Mas ela está certa. Eu nunca vou saber o que ela estava pensando, como ela realmente se sentia, como eu realmente me sentia, porque nunca chegamos a dizer um ao outro. Eu


estava com tanto medo dos meus sentimentos que eu segurei-os e agora a chance de dizer a ela se foi. Ela nunca vai saber se eu a amava ou não. O quanto eu gostava dela. Eu nunca vou saber se ela se sentia da mesma maneira, se ela me amava tanto para ela cair em cima de mim se algo acontecesse comigo e eu não fizer mais parte de sua vida. Eu nunca vou saber um monte de coisas sobre o nosso relacionamento e não há como mudar isso. Ele esta feito. Final. — Eu acho que não. — Eu ofereço-lhe um pequeno sorriso. Ela continua a olhando para a pulseira, parecendo mais triste a cada momento que passa. Finalmente, ela suspira e coloca sobre a mesa. — Então, me diga uma coisa feliz — diz ela, mudando seu humor na quantidade de tempo que me leva para recuperar o fôlego. — E não é sobre o meu passado. Eu respiro fundo e começo a contar-lhe sobre os últimos anos da minha vida, que não são realmente feliz ou tristes, apenas neutros, porque eu, basicamente, fui preso na mesma mentalidade, nunca seguindo em frente, sempre pensando no passado. Exceto neste exato momento, eu quero avançar para o outro lado do país para estar com outra pessoa. No momento em que terminamos de falar, é no meio da tarde. Meu vôo não sai até amanhã, mas a ideia de esperar até então parece impossível. Eu preciso ver Lila agora e eu preciso lhe dizer como eu me sinto assim eu não perco a minha chance novamente.


Capitulo Dezessete

Lila

— Então eu cheguei à conclusão de que estou me tornando uma péssima influência sobre você — Ella diz quando ela anda através do meu antigo quarto na mansão de três andares dos meus pais localizado acima no lado mais verde e mais luxuoso da cidade. O oceano corre em direção à costa do lado de fora da janela e os raios do sol brilham contra as paredes cor de rosa pálido. — Eu acho que sim. — Eu abro meu armário e ando nele, o imenso espaço quase irresistível porque tem sido um longo tempo desde que eu vi ele. Tantas lembranças me oprimem, aquelas cheios de ódio de meus pais e de auto-aversão de mim. Por um momento, eu juro por Deus que sinto as paredes malditas como se elas estão se aproximando de mim novamente. Eu corro meus dedos ao longo dos tecidos de cada vestido e camisa, lembrando-me de como era ter uma quantidade infinita de roupas, dinheiro, qualquer coisa de valor material. Eu fui regada com as coisas, e, em contrapartida, não fui regada com carinho e amor. Eu trocaria qualquer coisa, vivo nas ruas em uma caixa encharcada,


apenas

para

ter

os

meus

pais

realmente

me

amando.

Ella dá passos atrás de mim e avalia o meu armário. — Tem certeza que sua empregada não vai contar para sua mãe ou pai que esteve sorrateiramente aqui? Eu dou de ombros, quando eu vasculho os vestidos, a visão de cada um me fazendo mal ao meu estômago, porque cada um carrega a memória de um tempo que eu gostaria de poder esquecer. Todas as coisas horríveis que eu fiz neles, todas as coisas horríveis que eu sentia. — Eu duvido. Ela odeia minha mãe e meu pai quase tanto quanto eu. Realmente não importa, apesar de tudo. — Na seção de volta, eu escolho um vestido que flui para o chão. — Quero dizer, o que eles vão fazer? Chutar-me para fora? — Que tal fazer você ficar — diz ela atrás de mim. — Eu sei que você não quer estar aqui. — Eu não quero. — Eu olho por cima do ombro para ela, forçando um sorriso. — Eu acho que você vai ter que me dever por um grande tempo. — Eu acho depende do porque ter me trazido aqui. — Ela vagueia ao redor, seus olhos enormes quando ela vai na grande seleção de sapatos na parede de trás. — Porque eu estou realmente confusa agora. Eu sorrio para ela e, em seguida, entrego o vestido para ela. — Nós estamos aqui para isso. Ella examina o vestido com uma expressão cautelosa em seu rosto. — O que é isso? — Você é tão boba às vezes. Sério. — Eu empurro o vestido para ela. —É para você. Achei que você poderia usá-lo em seu casamento. Ella olha para o vestido que tem um top brilhante de seda preta, uma fita vermelha em volta e um elegante fundo branco esvoaçante amontoados em lugares por rosas costuradas vermelhas e pretas. Ela timidamente estende a mão e toca o tecido com uma expressão impassível, enquanto ela passa os dedos ao longo de uma das flores negras.


— Onde você conseguiu isso? — Ella pergunta, tocando o top de seda. — Eu usei um ano para... Para o Dia das Bruxas — eu digo, sufocando as imagens do que eu fiz enquanto usava o vestido. Eu bebi varias bebidas e depois de beber naquela noite e continuei com comprimidos. Estou surpresa que eu não acabei no hospital, embora eu provavelmente não tivesse sido melhor, em vez de dormir com dois caras diferentes na mesma noite e, em seguida, vomitando sozinha no banheiro depois. Eu quase vomitei só de pensar nisso agora, pensando em quem eu era. Ela olha para mim. — Você usou isso para o Dia das Bruxas? — Concordo com a cabeça. — Mas na verdade era apenas um vestido que eu comprei de uma loja e, em seguida, transformei em um vestido de estilo vitoriano. — Eu imaginei isso. — Ela deixa o braço cair para o lado dela. — Mas

parece

tão...

Diferente

de

tudo

que

você

usaria.

Eu ri, porque ela está certa, mas ao mesmo tempo eu também estou de pé ao lado dela em um velho par de calções e uma T-shirt da banda que eu roubei do quarto de Ethan. — Eu acho, mas foi também o Dia das Bruxas e eu deveria vestir como algo diferente de mim. — Isso é verdade. — Seu olhar retorna para o vestido e ela morde de volta um sorriso. — Posso experimentar? —É claro. — Eu o entreguei a ela e sigo para a porta para que ela possa mudar no closet. — Você não esta ofendida, eu te dei um vestido antigo não é? — Eu pergunto quando eu fechei a porta. Ela balança a cabeça, escorregando alças do vestido do cabide. — Você está brincando comigo? É, tipo, o vestido perfeito, Lila. É sério. Eu sorrio. — Eu pensei que pudesse ser. — Lila? — Sim. Ela me oferece um sorriso genuíno e me faz sentir bem por dentro, como eu fiz a coisa certa. — Obrigada Volto a sorrir sinceramente. — De nada.


Eu fechei a porta e afundei na cama de quatro colunas. Ela ainda tem o mesmo cetim branco acolchoado que está enfeitado com rendas. Há almofadas fofas tudo sobre ela e as mesmas cortinas até que pairam chão sobre as portas francesas. Tudo estava limpo e arrumado. Tudo parece perfeito. Quando fiz treze anos minha mãe passou semanas redecorando este quarto como um presente de aniversário para mim. Eu lhe disse que queria uma festa na piscina com meus amigos. Inferno, eu teria aceitado deixar meus amigos virem aqui e para ver mais de cortinas e almofadas, que fez o quarto bonito em teoria, mas eu sempre me senti tão excessivamente vazia e hostil. Isto costumava ser a minha vida e mesmo naquela época eu não gostava muito, mas eu sempre continuei com isso porque era o que eu deveria fazer. Este tipo de estilo de vida, florescendo do lado de fora e nenhuma substância no interior, estava enraizada em minha mente desde o dia em que entrei ao mundo. Eu estava praticamente condenada a ser igual ou minha mãe ou minha irmã, e eu provavelmente teria acabado como uma delas, eventualmente, mas eu tive sorte. Sorte, porque eu conheci Ethan. Ele me salvou não apenas de um vício, mas também de mim mesmo. Ele me mostrou que eu valia a pena ficar limpa. Eu valho mais do que autodestruição e o vazio. Eu realmente desejo que eu pudesse falar com ele nesse momento. Eu só quero ouvir o som de sua voz. Deus, eu desejo que podesse beijá-lo novamente, sentir seus braços em volta de mim, senti-lo dentro de mim, me empurrando ao longo da borda, fazendo meu corpo sentir coisas que eu nunca pensei que fosse possível. Ele disse que eu poderia chamá-lo sempre que eu precisar dele e parece que eu preciso dele, porque Deus essa maldita casa está mexendo comigo e está vindo à tona a necessidade de tomar uma pílula. Ela afeta muito as minhas emoções, o lugar onde eu suportei meu pai me dizendo uma e outra vez o quão inútil eu sou. É onde tudo começou, onde eu entrei no mundo, condenada a procurar a perfeição, mesmo que ela não existisse. Eu esforço e esforço, com tudo que eu tinha em mim, quase me matando para


conseguir algo que eu nunca poderia alcançar, porque não é real. Esta vida que eu tenho agora, com Ethan, com Ella, é o que é real. Eu decidi tomar a oferta de Ethan. Eu levo meu telefone fora do meu bolso de trás e disco o número dele e coloco o telefone na minha

orelha.

— Sim? — Ele disse rapidamente respondendo após o quarto toque. — Ei, sou eu, Lila. — Eu digo estupidamente, e, em seguida, rolo os olhos para mim. Nós conversamos um com o outro milhares de vezes no telefone, mas isso parece diferente agora que já tivemos relações sexuais e eu sinto uma espécie de nervoso. — Sim, eu sei. — Ele responde com uma voz apressada. — Seu nome surgiu na tela. — Ah sim, duh. — Eu enrolo uma mecha do meu cabelo curto ao redor do meu dedo, sem saber como reagir a sua atitude distante. — Desculpe,

eu

estou

sendo

um

pouco

espaçosa,

não

é?

— Ele não respondeu de imediato e eu posso ouvir alguém falando no fundo. Uma mulher. London provavelmente. — Você precisa de algo? — Ele finalmente pergunta, distraído. — Não, na verdade. — Eu digo, desenrolando o meu cabelo do meu dedo. — Eu estava sentada no meu antigo quarto e de repente pensei em você. — Você está em seu antigo quarto... Por quê? — Por que... — Eu começo, mas há um estrondo no fundo e, em seguida, ele fica muito alto com vozes e sussurros. — Sinto muito. Você parece ocupado. Vou ligar mais tarde. Eu espero que ele argumente um pouco, mas ao invés disso ele rapidamente diz: — Ok, falo com você em breve. — Então ele desliga. Eu tento não ficar de mau humor ou me afetar, porque eu fui tão acostumada com caras me soprando fora, mas eu não estava apaixonada por eles. E eu tinha minhas pílulas. Quando a vontade de chorar sobre o fora me domina, eu quero sair da sala e ir para rastrear


os esconderijos da minha mãe, porque ela os tem escondido por toda a casa. —Jesus, Lila! — Ella chama para fora do armário. — Existe um segredo para colocar o vestido... eu não posso chegar a fita para amarrar. — Você precisa da minha ajuda? — Eu digo começando a levantar quando a porta do armário se abre e ela sai, o vestido que flui balançando com seus passos. Não é amarrada e por isso é solto na frente, mas ela ainda está linda. Coloco imediatamente a mão sobre minha boca e balanço minha cabeça, meus olhos brotando. — Oh meu Deus, você está tão bonita. Ela engole a seco, olhando para o vestido, segurando alguns dos tecidos em suas mãos. — Eu acho que sim. Eu abaixo minhas mãos da boca. — Você não parece feliz. Você não gosta do vestido? — Não, eu gosto do vestido. — Ela olha para mim, confusa. — Sinto que esta faltando algo nele. Eu avanço e mexo com o cabelo dela. — Provavelmente é porque você não tem nenhuma maquiagem e seu cabelo não está feito, mas podemos fazê-lo para o casamento. Ela balança a cabeça novamente, virando-se para o lado e olhando para o seu reflexo no espelho de corpo inteiro na parede ao lado da penteadeira. Ela olha para si mesma toda hora e posso dizer que ela está prestes a chorar. Chupando uma respiração, ela se vira para o armário. — Eu vou tirar. — Ela resmunga e depois desaparece dentro do closet, fechando a porta. Fico ali por um momento, decidindo se devo ou não ir lá e descobrir o que está errado. Ela está obviamente sofrendo com algo e gostaria de saber se é algo sobre Micha ou sua família. Meu melhor palpite seria a sua família, uma vez que eles têm sido o centro de seus problemas no passado.


Decido ir descobrir, eu passo na direção do armário, mas paro quando minha mãe entra no meu quarto. Ela está usando uma saia lápis de cor creme sem rugas e blusa de cetim prata. Seus saltos correspondem com a camisa e a bolsa caída sobre o ombro, à bolsa que eu sei que tem seu frasco de comprimidos. Seu cabelo loiro é feito em um coque e tem sido um tempo desde que eu a vi, mas a falta de rugas em seu rosto, provavelmente significa que ela recentemente tinha feito Botox. —Jesus. — Ela tropeça para trás, surpresa ao me ver e o salto do sapato faz um risco em todo o brilhante piso de mármore branco e preto. — Como você entrou aqui? Aperto a mão em volta do meu telefone, me lembrando da última vez que a vi e o meu pai, e ambos me disseram o quão estúpida eu estava sendo por mudar para Las Vegas. Que eu estava indo para me transformar em nada e para o meu pai eu já não era nada, inútil, uma grande decepção uma que ele desejou nunca ter nascido. Ele não queria um lixo como eu em sua casa. Essas foram suas palavras exatas e é aí que eu pulei no meu carro e dirigi de volta para Ella, tomando a decisão de nunca vê-los novamente. E eu fui boa em minha promessa até hoje. — Eu caminhei pela porta da frente — eu digo, lamentando de vir aqui, mas Ella precisava de um vestido. Ela merece um, um muito bom, aquele que vai fazê-la se sentir especial no dia de seu casamento. Porque se ela vai admitir ou não, quase toda garota quer o vestido perfeito. Minha mãe está na porta, me olhando por cima enquanto ela agarra a maçaneta. — Você parece uma merda, Lila. Essa T-shirt... — Ela faz uma cara de repulsa. — E esse corte de cabelo terrivel. O que você estava pensando? — Eu não estava pensando em nada. — Eu digo a ela, olhando para o rosto dela de Botox. — Além de que eu estava cansada de parecer artificial. — Cuidado, moça. — Avisa, deixando a maçaneta da porta e dá um passo à frente. — Ou você não vai conseguir o que você veio fazer aqui.


Eu cruzo meus braços e levanto as sobrancelhas para ela, sem saber o que isso significa. — E por que eu vim aqui? Ela espera, como se ela estivesse me esperando para dar-lhe a resposta, quando eu não tenho ideia do que está acontecendo. — Então, você finalmente tomou o meu conselho e voltou. Honestamente, eu não sei como me sinto sobre isso, Lila. — Ela entra no quarto, sua cabeça erguida arrogantemente enquanto ela olha minha aparência como se eu fosse uma aberração de circo. — Você sabe o quão frustrados o seu pai e eu ficamos com suas escolhas na vida ultimamente? — Provavelmente cerca de tão frustrada quanto você esteve desde que eu nasci, — eu digo, minha voz saindo mais afiada do que eu pretendia. Ela franze os lábios e coloca as mãos nos quadris quando ela chega perto o suficiente de mim, no entanto, seus olhos parecem tão longe. — Lila Summers, você conhece as regras nesta casa. Você não vai falar comigo desse jeito, enquanto você está aqui. Eu sempre fui ensinada a obedecer, mas vê-la assim, a minha visão não diluída, eu sinto como se eu estivesse vendo pela primeira vez, juntamente com tudo o que ela fez e me disse ao longo dos anos. — Sim, eu conheço mãe. Não expressar nada, certo? Pelo menos de uma forma saudável. — O que significa isso? — Você sabe o que significa. — Não, eu não sei. — Ela corre em direção a mim e fica na minha cara. — Se você vai voltar a morar aqui comigo, haverá regras. Eu sorrio para ela educadamente, de repente entendo por que ela pensa que eu estou aqui. Estou prestes a dizer algo quando a porta do armário se abre e Ella sai levando o vestido por cima do braço, com os olhos vermelhos, como se estivesse chorando. Ela para no meio do caminho, enquanto ela dá uma olhada para mim e minha mãe e fica tensa, olhando para a porta, como se fosse fugir. E eu não a culpo. Estou pensando exatamente a mesma coisa.


— Quem é você? — Minha mãe pergunta secamente, seu olhar deslizando sobre calções rasgados de Ella e desbotada regata roxa. Ella olha para mim com um olhar - O que diabos eu faço - e eu posso ver a apreensão em seu rosto. Ela não se dá bem com os pais, e apesar de eu não entender completamente o por que, eu estou supondo que é porque seu pai é alcoólatra e, provavelmente, não era bom para ela. — Ela é minha amiga. — Eu falo, girando em torno de minha mãe e agarrando o braço de Ella. Eu dou um empurrão na porta um pouco mais difícil do que eu queria, mas estou tentando retratar a força interior, mesmo que seja difícil senti-la sempre que minha mãe está por perto. — E nós estávamos indo embora. — Como diabos você está. — Dedos de minha mãe prendem o meu cotovelo e ela agarra o meu braço. O lado de sua bolsa escova contra o meu braço e eu não posso deixar de pensar como seria fácil para arrebatá-la dela e roubar seu frasco de comprimidos, sabendo que no instante passase pela minha garganta abaixo, eu me sentiria melhor, mas seria um melhor falso. — Você não está saindo aqui, especialmente quando você parece assim. — Pareço como o quê? — Eu puxo meu braço para longe dela. Força interior. Não a deixe chegar até você. É difícil, porém, sem as pílulas. —Um ser humano normal? Seus olhos ficam gelados enquanto a baixa em mim. — Eu não vou deixar você estragar sua vida, mesmo que você esteja tão determinada a fazê-lo. É hora de começar de novo. Ela corta o olhar para Ella. — E ficar longe das pessoas que não são adequadas para você. Ella olha para ela quando ela começa a abrir a boca e mesmo que eu esteja curiosa para saber o que vai sair dela, eu decido que é hora de eu colocar minha mãe no lugar dela, porque eu preciso levantar por mim. — Isso é o que eu estou fazendo agora. — Eu pisco o meu mais belo sorriso, e em seguida, pego a mão de Ella e a presso para a porta da frente. Um pé em frente do outro. Saindo daqui e de todo o vazio que detém.


Minha mãe começa a gritar para nós enquanto ela nos acompanha por toda a casa, dizendo coisas ruins sobre mim e Ella, e ela ainda tenta tirar o vestido longe, me dizendo que nenhuma de nós é digna de tê-lo, não quando nós parecemos tão desprezíveis. É isso aí. Ela pode dar socos em mim porque eu estou acostumada com isso, mas não nos meus amigos. É ridículo e patético. Quando chegamos à porta de entrada, eu giro ao redor e ameaçá-la com a única coisa que eu sei que vai fazê-la parar. — Afaste-se, mãe, ou eu vou dizer a todos os seus segredos, — Advirto em um tom baixo, andando em sua direção. Eu vejo o seu rosto de surpressa. — Eu vou garantir que todos saibam o quão grande é a pessoa que você é por fora e por dentro. — Eu sorrio quando ela franze a testa, o rosto drenado de cor, e por dentro eu faço uma dança de satisfação. — Cuidado com a boca. — Sua voz treme, mas seu rosto é subjugado. — Oh, eu vou. — Eu deixei escapar uma risada afiada. — Eu vou, enquanto eu ando por aí anunciando para quem quiser ouvir o quão bem

você

e

papai

estão

por

trás

de

portas

fechadas.

— Estou colocando seus piores medos lá fora. Parte de mim quer continuar, dar um tapa no rosto dela, dizer a ela o quanto ela é inútil, vencê-la para baixo, como ela fez comigo por anos, mas eu não quero me transformar nela também. Ella e eu saímos de casa e faço um voto de silêncio para mim mesmo que eu nunca, nunca vou voltar, não para ela, meu pai, e o estilo de vida, ou os comprimidos. Não há nada lá para mim. Nunca teve. Agora que minha cabeça está finalmente limpa, eu posso ver isso agora. Ver o que eu quero. Eu quero uma vida própria.


Capitulo Dezoito Lila Depois de deixar o vestido na casa de Ella, colocamos roupas melhores e em seguida eu a levei para uma casa noturna como uma despedida de solteira. Perguntei se ela queria mais alguem lá, mas ela me disse que não e que, além de Micha, eu era realmente a única pessoa que ela queria sair no momento. A discoteca não é tão chique como as que eu estou acostumada, escondido em um canto de um bairro degradado, mas a taxa de entrada era barata e eles têm por dois dólares tiros Jell-O. (tiros de gelatina) — Você está bem? — Ella fala sobre a crescente música alta cruzando as pernas enquanto ela gira para trás e para frente na banqueta. Ela tem em um vestido verde curto e seu cabelo é baixo e enrolado nas pontas. Ela continua recebendo textos de Micha e cada um traz este olhar meloso para seus olhos que eu invejo e quero. — Você parece muito triste. — Sim, eu estou bem. Por que não estaria? — Eu tenho um vestido branco e preto com as costas nua e que atinge acima dos meus joelhos, no meio. Parece muito chique, mas eu realmente comprei em uma loja de desconto. Ela toma um gole de sua bebida, parecendo desconfortável. — Por causa de sua mãe?


Eu dou de ombros e tomo minha bebida frutada. Prometi a mim mesmo que não ia beber muito, mas eu estou andando em território perigoso agora, tendo o confronto com a minha mãe e para o fato de que eu não tenha ouvido falar de Ethan desde que ocorreu a conversa estranha. — Sim, mas eu realmente não quero falar sobre isso se estiver tudo bem. Ella vira seu cabelo sobre os ombros e segura por causa dos ventiladores com a mão na frente do rosto. Não há ar condicionado dentro do clube e há muitas pessoas na área compacta. — Ok, o que você quer fazer, então? — Um sorriso diabólico aparece em seu rosto enquanto ela bate de volta o shot de Jell-O. —Falar sobre Ethan? — Ela bate

o

copinho

plástico

para

baixo

em

cima

do

balcão.

Eu balancei minha cabeça. Eu tenho tentado não pensar muito sobre Ethan e o telefonema. Eu continuo a tentando dizer-me que ele, provavelmente, esta apenas tendo um momento difícil. Quero dizer, tem que ser difícil ver alguém que você gosta que não consiga lembrar-se de você em tudo. — Eu não quero falar sobre ele também. — Eu digo a ela, mexendo minha bebida. Ella suga sua última bebida para baixo, engasga quando ela engole o álcool que se acumulou no fundo sob o gelo. — Por que não? Você não costumava ser tão fechada sobre caras. Na verdade, você me disse coisas sobre Parker que eu realmente não queria ouvir. — Ethan é diferente de Parker. — Eu dou de ombros, com lembranças do que aconteceu com Parker, mas eu rapidamente afastoas. — Além do mais... Eu não sei... Eu acho que talvez Ethan e eu deveriamos ser apenas amigos. Sua testa franze enquanto ela coloca o cotovelo no balcão. — Por quê? — Eu não sei. — eu digo. — Eu me preocupo que ele pode não estar

tão

caido

por

mim

como

eu

estou

por

ele.

Ella reflete cuidadosamente sobre isso com um traço de um sorriso nos lábios e um olhar embriagado em seus olhos. — Você acha?


Eu inclino minha cabeça para o lado, estudando a expressão estranha em seu rosto. — Sabe de uma coisa, não é? — Eu sei de um monte de coisas. — Ela gira em torno de seu banquinho então ela está de frente para a pista de dança lotada. — Como o fato de que Ethan nunca falou sobre uma menina tão excessivamente até que você apareceu. Eu giro em torno de meu banco, também, deixando o copo vazio sobre o balcão. — Quando ele já falou sobre mim? Ela sorri, o brilho das luzes na pista de dança brilhando em seu rosto. — Pelo último mês. Micha diz que não parou de falar sobre você. — Ele provavelmente está dizendo que pé no saco que eu sou. — eu digo. — Eu tenho certeza que estou o deixando louco, vivendo com ele. — Além disso, todo o drama que eu trouxe para a sua vida. — Ele tanto reclamou e se emocionou. — Ela comenta, fazendo um rosto exageradamente desmaiado e revira os olhos. — Quer parar de se preocupar? Jesus! Você nunca foi assim com os caras antes. Normalmente, você não dá à mínima. — Eu não dou a mínima. — Eu minto, mas sai soando tão patético que eu desisto e digo a verdade. — Tudo bem, você sabe, você está certa. Eu me preocupo de como Ethan se sente por mim, mas eu também não nunca me senti assim por um cara antes. — Que jeito? — Ela pergunta com interesse, inclinando-se para que ela possa me ouvir sobre a música. — Eu não posso dizer ainda, porque eu preciso dizer a ele em primeiro lugar. — Eu dou-lhe um sorriso indiferente. — Agora podemos, por favor, mudar de assunto talvez algo que não tem a ver comigo e com minha vida? — Eu bato minhas unhas no balcão. — Como talvez você pudesse me dizer por que você tinha os olhos marejados na minha casa. Sua expressão cai quando ela respira fundo e, em seguida, balança a cabeça, ela pega a minha mão e me puxa para a pista de dança. — Vamos lá, vamos dançar e se divertir um pouco, — diz ela, dirigindo-nos no meio da multidão.


Ella está agindo de forma estranha e eu me pergunto por que, mas eu decido deixar passar os nossos problemas e divertir. Eu rio quando eu tropeço nos meus saltos e empurro o meu caminho para o centro da pista de dança. Eu começei a balançar meus quadris e girando em círculos, aproveitando o momento, mas na parte de trás da minha cabeça tem algo que está em minha mente e continua crescendo que me enquieta. Ethan. Eu não consigo parar de pensar nele. Nunca fui tão consumida por um cara antes. Nem mesmo com Sean. Com Ethan é muito diferente. Por um lado eu conheço ele mais do que qualquer outro cara que ja passou pela minha vida. Ele é um cara bom, doce, mesmo que ele finge ser o contrário. Ele esteve lá para mim, mais do que ninguém na minha vida. E se ele não me quer como eu quero que ele? Vou voltar para comprimidos? Eu não tenho certeza qual é a resposta para isso e é meio assustador. No entanto, há uma fina esperança. Eu não tenho que correr para os comprimidos de novo, mesmo quando eu estava na casa da minha mãe e sabia que tinha pleno acesso a eles. Faz-me sentir uma espécie de forte e confiante. Ella, de repente solta um grito ensurdecedor quando um cara corre atrás dela e envolve seus braços em volta de sua cintura. Quando ele balança em torno dela que eu vejo é Micha, e ele está rindo enquanto ela tenta recuperar o fôlego. É a primeira vez que eu o vi desde que ele se mudou. Lembro-me de quão sexy eu pensei que Micha era quando eu o conheci. Ele tinha esses olhos marcantes e este cabelo cor de areia muito macio. Seu lábio estava perfurado também e eu me lembro de pensar que eu nunca tinha beijado um cara com um anel de lábio antes e a idéia de fazê-lo, senti como se eu estaria fazendo algo impertinente, como se eu estivesse saido com um bad boy. Então eu vi como ele olhou para Ella, o amor em ambos os olhos, embora Ella não fosse admitir isso, e eu sabia que não havia nenhuma maneira de sair com Micha e nunca seria capaz de fazer isso. Eu me lembro como eu estava chateada com isso, porque eu estava indo para casa e eu realmente senti a vontade de fazer alguma coisa com um cara que era diferente dos outros que sai. Então eu conheci Ethan e eu me lembro de pensar o


quão quente ele era e o quanto eu queria ficar com ele. Pensei em ficar bêbada, fazer sexo com ele e voltar para casa sentindo-me entorpecida e cheia. O problema era que Ethan não era como os caras que eu normalmente saia e ele não iria dormir comigo. Ele insistiu que ele só estaria comigo como amigo. — Olá, Lila. — Micha sorri para mim e, em seguida, beija o pescoço de Ella. — Como tem passado? — Ele pergunta entre salpicando Ella com beijos. Ela treme em seu toque. — Pare, faz cócegas! — Ella protesta através de risos, mas posso dizer pela sua expressão que gosta. Micha dá mordidas em seu pescoço e ri quando seus olhos se fecham e ela protesta mais. Ele lhe dá um beijo suave, amoroso na bochecha e então seus olhos se concentrar em mim. — Você está bem, Lila, especialmente o cabelo. Eu gosto. — Micha sempre teve esse jeito encantador sobre ele. Ella disse que antes ele dormiu com um monte de meninas e eu posso ver o por que. Ainda assim, Ethan também e ele não é nada encantador. Na verdade, ele é muito franco na maioria das vezes e eu acho que pode ser sexy, também, uma vez que funcionou comigo. — Obrigada. — Eu grito para fora sobre a música quando eu toco as pontas dos meus cabelos. —Foi um corte de impulso. Ele pisca para mim. —Um bom corte de impulso. Ele funciona em você. Eu sorrio, olhando para Ella enquanto fica com este olhar estranho em seu rosto, sem olhar para mim, mas por cima do meu ombro. — Você poderia suavizar o seu charme, cara. — A voz de Ethan se levanta sobre o meu ombro e no segundo que o som toca meus ouvidos, calor, dúvida e emoção correm pelo meu corpo. — Sério, você não pode desligá-lo por uns dois segundos? É ridículo. — Eu não estou fazendo nada. — Micha responde em um tom inocente. — Além de dar-lhe um elogio. — Tanto faz. — diz Ethan e então suas mãos tocam minha cintura.


Eu praticamente morro de um ataque cardíaco. Meu coração está agindo insano, batendo contra o meu peito, como se quisesse fugir. Eu inclino minha cabeça para trás e olho por cima do ombro para Ethan. —

Achei

que

você

não

viria

aqui

até

amanhã?

Sua expressão é ilegível, seus olhos escuros, o cabelo todo bagunçado e ele está começando a ficar com olheiras. Eu amo o olhar para ele, mas a relutância em seus olhos me faz desconfiar. — Podemos ir a algum lugar e conversar? — Ele pergunta. — Eu... — Eu olho para trás, Ella, que acena com a cabeça e os movimentos para eu ir em frente. Eu volto para Ethan, que está tentando suavizar as rugas de sua camisa cinza. — Eu acho que eu posso. Ele sorri, mas há preocupação por trás dele, e de repente minha mente vira, correndo cerca de mil quilômetros por minuto. Ele acabou de ver sua ex-namorada. E se acontece que ele ainda a ama? E se ele veio me dizer isso? O que vou fazer? Quebrar? A ideia de voltar a pílulas parece tão fácil e ainda ao mesmo tempo tão difícil. A ideia de voltar para aquela garota que contou com a medicação e sexo para fazê-la se sentir melhor quase me deixam doente. Eu não quero ser ela. Eu quero ser a Lila que está se desenvolvendo ao longo do último mês; a sem pílula, lúcida, que pode viver sem dinheiro ou roupas extravagantes. Aquela que sente cada parte da experiência com Ethan e não sente vergonha ou sem valor. Eu não quero morrer toda por dentro. Eu não quero beleza e dinheiro para me definir. Quero prosperar. E é isso que eu vou escolher para fazer.


Capitulo Dezenove Lila Tem sido um tempo desde que eu estive tão nervosa. Logo após a coisa que aconteceu com Sean, um dos Sinos Preciosos contou para toda a escola. Lembro-me de estar sentada no meu quarto no dia em que aconteceu, temendo ir para a aula, temendo o que todo mundo iria dizer. Eu estava realmente mal do meu estômago. No final, eu tive que ir para a escola e todo mundo começou a me chamar de prostituta. Era tudo uma grande brincadeira para eles. Eles me cortaram em pedaços, me rasgaram em pedaços, mas nada dói tanto quanto o fato de que Sean nunca tinha me chamado depois. Ele simplesmente desamarrou as cordas, fechou o zíper de suas calças, pegou seu casaco, e murmurou um "Isso foi ótimo", antes de escorregar para fora da porta do quarto do hotel. Quando Ethan e eu sentamos na cama do quarto hospedes de Ella e Micha, eu sinto que estou indo para esse mesmo lugar, mas eu não sei por que. Ethan não tinha realmente dito nada. Ele estava sendo distante ao telefone. Eu preciso parar de analisar. — Então, como tudo foi os últimos dias? — Ethan pede encostado na cabeceira da cama. Ele parece cansado, bolsas sob os olhos, como se ele não tem dormido em um tempo. Eu dou de ombros, ajoelhado sobre a cama, perto de onde os seus joelhos estão. —Foi indo bem... Apesar de eu ir para a minha casa e dar de cara com a minha mãe. Ele se endireita um pouco, seus músculos apertando. — Por que diabos você foi lá? Você deve ficar longe deles. Seus pais estão fodidos,


são idiotas. — Ele faz uma pausa, avaliando-me como se ele estivesse com medo que eles fisicamente me machucaram ou algo assim. — Você está bem? Concordo com a cabeça. —Bem como eu sempre estou. — O que eles disseram para você? — Eles não disseram nada para mim. Meu pai não estava lá. — O que sua mãe disse para você, então? — Ele pergunta olhando infeliz. Eu dou de ombros, incapaz de manter uma carranca se formando no

rosto.

Nada

que

ela

não

tenha

dito

antes.

Ele aperta os lábios e balança a cabeça. — Você precisa ficar longe deles... as coisas que você me disse que eles disseram a você... Eles não

merecem

você.

Eu te amo. Deus, eu amo. Eu me sento, cruzando as pernas e meu vestido sobe um pouco. — Eu sei, mas eu não fui lá para vê-los. Eu fui lá para roubar um vestido fora do armário. Ele arqueia a sobrancelha. —Um vestido? Eu dou de ombros e, em seguida, digo a ele sobre o vestido e o que aconteceu com a minha mãe, surpresa com o quão fácil é para lhe dizer a verdade, até que eu sentia por os comprimidos que estavam tão perto. Eu queria rasgá-los fora de sua bolsa e devorá-los. Eu queria me fazer sentir melhor, mas eu não fiz isso. Agora eu sei que não me fizeram me sentir melhor. Eles só me fizeram não sentir. —É normal. — Diz ele quando eu termino. Ele senta e volta para o lado para que ele esteja de frente para mim. — Querer-los quando você sabe que ele está próximo. O que é importante é que você não os tomou. Concordo com a cabeça, tentando pegar sua vibe, mas ele está estóico e isso está me frustrando. — E você? Como foi... — Deus, isso é tão difícil. — Quando foi ver London? Ele espera um momento para responder, me olhando por cima com suas sobrancelhas franzidas como se estivesse perplexo. — Não foi como eu pensei que seria.


Eu respiro fundo, temendo a resposta, temendo o pior, mas no final me dizendo que eu tenho que lidar com isso porque eu não vou voltar a ser o que eu era. — E como você achou que seria? Ele continua olhando para mim, sem dizer nada e isso me deixa louca, a tal ponto que eu sinto que vou explodir. — Ethan, você poderia, por favor, me dizer o que você está pensando? — Eu me ajoelho em frente a ele quando eu me encolho na carência no meu tom. A respiração facilita fora de seus lábios quando ele chega para meus quadris, me surpreendendo quando ele cruza os dedos em torno de mim e me leva para o colo por isso estou montando ele. — Eu estou pensando que eu senti sua falta. — Sua testa vinca quando ele diz isso. — Na verdade, foi uma espécie de surpresa para mim o quanto eu estava pensando em você o tempo todo. Eu não tenho certeza se fico feliz ou ofendida. — Você não estava planejando pensar em mim? Ele balança a cabeça, olhando para mim como se estivesse perdido. — Eu honestamente pensei que eu iria lá e ser completamente focado em me despedir e deixar London ir, mas acontece que eu acho que eu já tinha de uma maneira... Eu acho que pode ter acontecido no momento em que eu decidi ficar com você. — Ele faz uma pausa, contemplando, os lábios curvando. — Eu estou soando brega agora, hein? Tento não sorrir, mas eu estou falhando. —Brega pode ser bom, no entanto. Como nos filmes. Todo mundo sempre acaba feliz. — Você acha que nós vamos acabar feliz? — Ele parece desconfiado. — Eu honestamente não sei, mas... — Eu reuno minha respiração e minha coragem quando eu coloco minhas mãos em seus ombros. — Mas eu meio que gosto de descobrir. — Eu prendo a respiração enquanto espero que ele diga alguma coisa.


Ele brinca com uma mecha do meu cabelo, girando em torno de seu dedo e, em seguida, colocando-o atrás da minha orelha. — Eu não quero ficar como os meus pais... Eu não quero te machucar. — Eu também não. — Eu digo. — Eu quero que sejamos felizes. — Os relacionamentos podem ser feios. Eu já vi isso. — Eu também. — Faço uma pausa, não querendo perguntar, mas a necessidade de saber. — Mas, Ethan, eu não entendo. Você diz que não quer estar em um relacionamento, mas você estava em um com esta menina... London. Ele continua olhando nos meus olhos, realmente olhando para mim quando pega meu rosto e esfrega seu polegar pela minha bochecha. — As coisas com London eram sempre intensa e fácil, porque nós nunca conversamos sobre qualquer coisa, na verdade. Ela me fez sentir livre de uma forma estranha, porque ela nunca me fez sentir como se eu tivesse de dar-lhe qualquer coisa. Nós meio que coexistimos. Eu franzi a testa. — Parece que é o seu sonho. Ele balança a cabeça. — Eu achava que sim, mas eu estava errado. Eu realmente nunca soube nada sobre ela. Foi fácil e divertido estar com ela, mas eu acho que foi porque estávamos chapado o tempo todo. Eu acho que eu gostei da ideia dela, mas com você... — Ele trilha as suas pálpebras para baixo quando ele escolhe as palavras com cuidado. — Deus, metade do tempo você me deixa louco. Você desafia a minha paciência, me irrita. Faça-me sentir coisas... Isso é a coisa, Lila. Você me faz sentir as coisas por você, mesmo quando eu estou lutando. Ninguém nunca fez isso comigo. — Então você quer ficar comigo? — Eu estou tão confusa. — Mesmo que nós às vezes discordamos? — Eu disse que eu fiz há muito tempo. — Diz ele, escovando meu cabelo dos meus olhos. — Quando? — No deserto. Quando eu lhe disse que deveria ir em uma viagem juntos. — Eu pensei que você estava brincando sobre isso.


Ele balança a cabeça lentamente, sem tirar os olhos de mim. — Na época, eu disse a mim mesmo que era, mas no fundo eu já sabia a algum tempo que não há nenhuma maneira que eu poderia deixá-la para trás. — Seu peito sobe e desce quando ele toma uma respiração profunda. — Eu... Eu te amo, Lila. Meu coração para no meu peito. Eu ouvi as palavras proferidas muitas vezes no calor do momento, de cara após cara querendo entrar em minhas calças, mas nunca assim. Eu nunca conheci alguém assim antes fizemos sexo. Eu nunca tive amigos em primeiro lugar. Lágrimas começam a se formar em meus olhos como nos últimos seis anos derramar através de mim. Todos esses anos que me senti inútil, mal amada, indigna do amor. Deus, doeu mais do que eu deixava transparecer. Eu ainda posso sentir a dor dentro do meu corpo, me assombrando, junto com cada escolha que eu já fiz na vida. Mas a coisa é, eles estão no passado, e seguir em frente é o que eu preciso para parar de ser tão obcecada com as coisas que aconteceram e me concentrar no que eu quero que aconteça. — Eu também te amo. — Eu deixo escapar, muito animada, mas sem me importar. — Eu realmente faço. Ele solta um suspiro e depois sorri. —Jesus, por um segundo eu pensei que você ia me rejeitar ou algo assim. — Nunca. — Eu digo e o beijo suavemente nos lábios, sentindo a conexão que eu nunca senti com qualquer outro cara. — Eu nunca poderia rejeitá-lo. Eu começa a se mover para trás, mas ele coloca sua mão ao redor na parte de trás da minha cabeça e me beija com força. Nossos lábios se fundem enquanto nos beijamos apaixonadamente, suas mãos vagando por todo o meu corpo, nas minhas costas nuas, traçando uma linha na minha espinha. Ele me prova, rouba minha respiração quando eu pressiono mais perto dele desejando que pudéssemos ficar assim para sempre. Meu coração bate no meu peito enquanto ele desliza as alças do meu vestido para baixo dos meus ombros. Eu posso sentir todos os


aspectos de seu toque e o abraço. Todos esses anos eu estava morta por dentro, trancada em um caixão que eu mesmo construí e eu estou finalmente livre. O contato da nossa pele envia uma corrida através do meu corpo e uma fome surge através de mim. Eu quero sentir o que eu senti na noite em que tivemos relações sexuais. Eu preciso agora. Eu me afasto e ele me olha com a confusão quando eu deslizo meu vestido para baixo do meu corpo, incapaz de esperar mais. Eu preciso dele perto de mim mais do que eu preciso de ar. Depois de eu chutar o meu vestido para o chão, eu volto para o seu colo e subo nele. Antes que eu volte a ligar meus lábios nos dele, eu deslizo a camisa sobre a cabeça e ele me olha o tempo todo, sua expressão ilegível. Eu jogo a camisa no chão e em seguida, traço meus dedos ao longo das linhas de seus músculos e as tatuagens que o marcam. Cada um que eu tenho certeza que conta uma história e um dia, no futuro, no nosso futuro, eu vou ter que levá-lo a dizer-lhes para mim. Eu abro a palma da minha mão sobre o seu peito, sentindo seu coração bater contra minha mão. Ele bate duro, de forma irregular, nervosa como o meu própio. — O que você está pensando? — Eu sussurro, levantando meu olhar do seu peito para os seus olhos. Sua língua desliza para fora quando ele molha os lábios. Em seguida, ele coloca a mão sobre a minha e leva para longe de seu peito e seus lábios. — Eu estava pensando sobre o quanto eu senti sua falta. — Ele toca no fundo do meu pulso com os lábios e coloca um beijo delicado na minha pele. — Você já disse isso. — Eu sei, mas parecia algo que precisava ser dito duas vezes. Eu não posso deixar de sorrir para o lado doce agradável de Ethan Gregory que eu sempre amei. Eu diria a ele, mas ele provavelmente iria reclamar, então ao invés disso eu beijo-o. Primeiro, o beijo começa doce, mas de repente o ritmo acelera quando ele desfaz o fecho do meu sutiã, joga-o de lado e me vira de costas. Deixei escapar um gemido feliz quando seus lábios viajam dos meus para meu queixo, clavícula,


finalmente descansando em meu peito. Ele beija meu mamilo duro, beliscando e puxando de uma forma que quase instantaneamente empurra meu corpo para a borda. Minhas costas se curva para dentro dele e eu mordo meu lábio, suprimindo um grito quando eu enfio meus dedos pelos seus cabelos, trazendo seu rosto mais perto, querendo mais. Eu ainda não estou acostumada com isso, sentindo tudo sem ser medicada. Gostaria de sempre ficar assim. Eu gostaria de querer um ao outro, tanto quanto o que fazemos agora. E quem sabe, talvez a gente vá passar a ser um dos sortudos. De qualquer forma vale a pena o risco. Ethan vale a pena o risco.

Ethan Eu disse a ela que eu a amava e ela disse de volta. Eu estou indo contra tudo em que acredito e eu não me importo. Eu a quero. Quero ficar com ela. Quero fazer tudo com ela e o sentimento é estranho, louco,

anormal

para

mim,

mas

isso

me

faz

satisfeito.

Como meus dedos passeando por todo seu corpo, o contentamento se trasforma em paixão. Estou tentando ir devagar, não querendo que ela ache que o sexo é tudo o que eu estou atrás, mas o desejo de senti-la, empurrar dentro dela, pressionar os nossos corpos juntos se torna muito avassalador. Eu arranco o seu sutiã, viro-a em suas costas e cubro seu corpo com o meu. Eu chupo seus mamilos e ela continua choramingando, puxando meu cabelo e só me deixa mais ansioso para estar dentro dela. Finalmente, eu não aguento mais. Eu beijo um caminho até seu estômago e abro suas pernas com as minhas próprias mãos. Ela solta uma sequência de gemidos quando eu deslizo meus dedos dentro dela e sinto-a até que ela grita meu nome. Quando eu puxo os meus dedos para fora, ela começa a protestar até que eu enterro meu rosto entre suas pernas e deslizo minha língua dentro do local onde meus dedos estavam.


—Jesus...

Ethan...

Ela

geme

sem

fôlego,

seus

quadris

arqueando-se enquanto ela enfia os dedos pelo meu cabelo, puxando as raízes. Eu beijo-a e lambo-a até que ela está tremendo e meu pau parece que vai explodir. Então eu movo meus lábios em direção a sua boca, mas ela se senta. Seus olhos azuis são vidrados quando ela chega para o botão da minha calça jeans e ela abre-os, com os dedos tremendo enquanto ela tenta tirar minhas calças. Eu ajudo-a e deslizo para fora do jeans e minha cueca e chuto-os para o lado. Pego a calcinha e empurro para baixo das suas pernas, observando que ela está tremendo. Eu atiro-as de lado, e em seguida, tomo um preservativo do bolso de trás da minha calça jeans. Estou prestes a empurrar para dentro, mas uma pausa. Ela está tremendo ainda mais e eu estou começando a ficar preocupado. — Você está bem? — Eu pergunto, a necessidade de certificar-me, porque eu sei o que ela passou e a última coisa que eu quero fazer é pressiona-la. Ela acena com a cabeça para cima e para baixo, suas pernas se abrem quando eu me ajoelho entre elas, com os cabelos espalhados por todo o travesseiro. — Eu estou bem. — Você está tremendo, apesar de tudo. — Eu sei... Eu só quero isso — eu quero você. Muito, muito mesmo. Alivio passa através de mim quando eu me abaixo sobre ela, alinhando nossos corpos juntos, e sustento um braço de cada lado da cabeça. Eu beijo-a com ternura, tentando acalmá-la, mas ela continua a tremer e só amplifica quando eu deslizo lentamente dentro dela. — Oh meu Deus... — ela grita, contorcendo os quadris para encontrar o meu movimento, quase me empurrando sobre a borda muito cedo. —É tão bom... Isso... Deus, eu te amo... O êxtase em seus olhos faz com que seja difícil não gozar e o som dessas palavras que deixam os seus lábios faz com que a sensação seja ainda mais intensa. Eu empurro dentro dela, de novo e de novo, pensando apenas sobre ela, sentindo cada parte dela, nossos corpos em


conexão. Eu sempre acreditei que o amor nunca valeria a pena. Que se eu amasse alguém nós iriamos, eventualmente, um estragar o outro, mas isso tem que ser diferente. O que eu estou sentindo agora tem que significar algo mais. Este tem que ser o verdadeiro amor. — Eu também te amo — eu sussurro, selando nossos lábios juntos e finalmente nossos corações.

Epilogo Lila Ella parecia muito nervosa quando a deixei em casa para terminar de me arrumar. Mas eu tenho certeza que é normal, uma vez que ela está prestes a comprometer-se a uma pessoa para sempre. Eu teria ficado com ela, mas eu queria decorar ao redor da área do penhasco aonde eles vão se casar. Eu peguei algumas flores e velas no meu caminho, esperando para enfeitar a área, tanto quanto eu poderia. Micha e Ethan me ajudaram e então nós pegamos um táxi para o precipício para que Ella pudesse ter o carro. Felizmente o vento não soprava, caso contrário, as chamas não teriam ficado acesas e as flores teriam voado. Felizmente, por um dia, o tempo decidiu ser quase perfeito, o céu quase azul, as ondas do oceano calmas, e a temperatura morna, especialmente para dezembro. Ethan e eu estamos de pé perto da borda de um penhasco curto, o oceano diante de nós. O sol brilha para baixo na areia e brilha na minha pele. Micha está de pé ao lado do ministro, à espera de Ella para chegar aqui. Tem sido incrível assistir esses dois e o que eles passaram para chegar a este lugar e eu me pergunto se eu vou chegar aqui também. Talvez. Algum dia. Esperemos. Mas agora eu estou apenas focando em Ethan e o fato de que ele me faz sentir feliz, um dia de cada vez. E eu quero dizer genuinamente, livremente, feliz de tirar o fôlego.


— Você sabe que eu odeio casamentos, certo? — Observa Ethan, olhando para mim com o canto do olho. — Eles são super extravagante. — Eu pensei que você gostava de brega. — Eu cutuco-o com o cotovelo um pouco forte demais e ele estremece. Ele revira os olhos, remexendo com a gola de sua camisa de botão que eu fiz ele vestir. — Só para você saber, eu tenho meus momentos bregas e agradáveis, mas na maioria das vezes eu provavelmente vou ser um idiota. Eu reviro os olhos em resposta ao seu rolo dos olhos e suavizo as rugas do meu vestido vermelho. — Você é um mentiroso. Na verdade, há poucas vezes que eu já pensei que você fosse um idiota. Ele vira a cabeça em direção a mim, deslizando seus dedos nos meus. — Nem mesmo quando eu lhe disse para vender suas roupas. Eu balancei minha cabeça, segurando seu olhar. — Eu poderia ter achado quando você disse isso, mas agora eu sou grata pelo que você fez... Você me mudou, Ethan Gregory, e de um bom jeito. Ele revira os olhos, mas em seguida, se inclina e beija minha bochecha.

— Eu te amo.

Eu sorrio. — Eu também te amo. — Você sente como estivesse prestes a ver algo que você criou? — Eu faço uma observação, descansando minha cabeça em seu ombro, enquanto eu assisto Micha e o ministro falar um com outro. — Quero dizer, se não fosse por nós incentivá-los a ficarem juntos, eles provavelmente não estariam aqui. Ele inclina a cabeça para baixo e descansa sua bochecha na minha cabeça. — Eu acho que você está certa. Somos bastantes incríveis juntos. Fechei os olhos, respirando em suas palavras. Juntos. Ele diz muito isso, mas cada vez que ele me diz faz tudo morno e distorcido por dentro. — Nós realmente somos.


Estou desfrutando o momento, aquecendo-me com cheiro de Ethan, a sensação dele ao meu lado, e como ele me faz sentir tão completa por dentro em vez de vazia. Eu nem tenho inveja que Ella vai se casar em poucos minutos, se ela trazer chegar a sua bunda maldita para ca. Na verdade, eu estou feliz por ela. Estou pensando seriamente em manter meus olhos fechados para sempre e permanecer neste momento o maior tempo possível, mas o som da voz de Ethan me faz abrir os olhos. — Onde você vai, cara? — Diz ele quando Micha dirige em direção a área de afluência onde o táxi nos deixou. Ele balança a cabeça, segurando o telefone. — Ella acabou de ligar, mas a recepção aqui é uma porcaria e caiu a minha chamada. — Ele não parece preocupado ou nada, mas tudo o que eu fico pensando é como

Ella

parecia

preocupada

quando

a

deixei

em

casa.

Vamos esperar por um tempo, e o ministro esta começando a olhar preocupado, também. — E se tiver alguma coisa errada? — Eu pergunto, olhando para trás na direção de onde a área de afluência é. — Eu tenho certeza que vai ficar tudo bem. — Diz ele com um encolher de ombros, mas não há uma pitada de dúvida em seu tom. Nós dois vimos tanto acontecer entre os dois, e com nossas próprias vidas - que sabemos que o melhor é pensar que tudo vai sempre dar certo. — Ei, para de se preocupar. — Diz Ethan, enganchando o dedo embaixo do meu queixo e forçando-me a olhar para ele. — Vai dar tudo certo. — Como você sabe que vai? Quero dizer, e se isso não acontecer? — Vai. — Ele insiste olhando para o oceano. — Agora, você pode relaxar? — Eu estou tentando. — Eu suspiro mexendo com o meu cabelo. A luz do sol reflete em seus olhos quando ele contempla algo profundamente. — Você sabe o quê? Eu tenho uma ideia que vai levá-la a se acalmar. — Ele dá um passo em direção ao penhasco, agarrando o


meu braço e me puxando com ele. — Eu digo para saltar, como Ella e Micha fizeram logo antes de ela mudar o anel. Eu pisco para ele, atordoada. — Eles pularam de um penhasco antes que eles ficaram noivos oficialmente. Quem te disse isso? Ele encolhe os ombros. — Micha. Eu suspiro desejando Ella teria falado para si mesma. —Bem, não há

nenhuma

maneira

que

eu

esteja

fazendo

isso.

Ethan sorri para mim quando ele enfia a mão no bolso, pega sua carteira e telefone celular, e joga-o no chão. — Por que não? Eu cautelosamente olho sobre a falésia, observando as ondas quebrando contra a costa rochosa. — Porque parece perigoso e eu poderia me afogar. — Eu nunca iria deixá-la se afogar. — Ele diz com sinceridade. — Eu nunca deixaria nada acontecer com você. — Eu sei que você não faria isso. — Eu digo e eu quero dizer isso. Se ele vai admitir ou não, ele me salvou e não apenas das drogas, mas de mim mesma. Eu coloco a minha mão na sua, confiando nele e nós avançamos em direção à borda. — Nós vamos estar molhados para o casamento. — Eu digo. — E se Ella ficar braba? Ele revira os olhos. — Eu duvido que Ella vá ficar brava com você por estar encharcada em seu casamento. Na verdade, ela provavelmente vai amar você por fazer algo tão perigoso como saltar do penhasco. Ele está certo. Ela provavelmente irá então eu aceno e aperto para sua mão. Nenhum de nós conta, mas mesmo assim conseguimos saltar ao mesmo tempo, como se estivéssemos em sintonia com os pensamentos um do outro. Quando pouso, ele ainda tem a minha mão e nadamos ao topo juntos. Nós avançamos pelo meio da superfície e eu puxo o ar, olhando para trás para o precipício. — Deus, eu não posso acreditar que eu fiz isso. — Eu digo, levantando as mãos acima da minha cabeça, meu corpo pingando de água. Eu me sinto tão livre. —É bom ser mau. — Ele sorri e pisca para mim. Água escorre de seu cabelo e seu rosto, reunindo em seus cílios. Ele move os braços,


remando para manter-se à tona quando as ondas batem contra as rochas. — Mais ou menos. — Eu nado após ele, então flutuo apenas na frente dele quando ele para de se mover. Ele sorri para mim. — Então, qual é o próximo na sua lista de garota má? Temos você fora dessas roupas chiques, você cortou o cabelo e nós temos colocamos você para procurar um emprego. Eu considero que ele disse quando bate água contra o meu corpo. — Que tal uma viagem? Sua expressão é branca enquanto ele olha para mim, água batendo contra a suas costas. — Você acha que pode lidar com isso? Eu dou de ombros. — Se você acha que pode lidar estar comigo desse jeito. Ele é sem emoção por apenas um momento, mas depois deixa um sorriso surgir de seus lábios. — Eu posso lidar com isso e muito mais. Ele agarra minha cintura e me arrasta para ele, batendo os nossos lábios tão poderosos como as ondas batendo na areia. Eu beijo-o de volta, só se afastando por um momento para sussurrar, — Ok, então é um negócio. Volto meus lábios nos dele e beijo-o, enquanto o sol abaixa no céu, lançando raios rosa e laranjas no céu. O momento é perfeito, até mesmo para uma garota que nunca acreditou em perfeição, mas tipo que acredita agora. Ethan é a perfeição em um tipo estranho, se eu realmente olhar para ele, porque ele é verdadeiro comigo e eu o amo. Ele não é artificial e não o que eu deveria ter. Na verdade, se a minha mãe estivesse aqui, ela me diria mil razões por que ele é errado para mim, desde o fato de que ele tinha tatuagens até o fato de que ele é pobre. Ele é o oposto de tudo o que eu era, mas não o que eu sou agora e isso é tudo que importa. Ele é o que eu quero. O que eu preciso. Ele é o único cara que já me fez digna de amar. Ele mudou-me da melhor maneira possível e me mostrou que estava tudo bem amar alguém. Que nem todo mundo lá fora, vai quebrar e esmagar meu coração. E a melhor parte de tudo, a


única coisa que eu vou sempre amá-lo, é que ele me mostrou que eu era digna de amar. Depois que terminar de beijar, nós nadamos até a costa e, em seguida, caminhamos de volta para o caminho à área do penhasco que saltamos. Estou muito feliz no momento, eu não consigo parar de sorrir, até chegarmos lá em cima, em seguida, toda a minha felicidade diminui. O ministro se foi e Micha está lá sentado sozinho em uma rocha com seu telefone na mão. Seus ombros são curvados e a cabeça é pendurada baixa. — O que há de errado? — Eu pergunto, correndo até ele. Ele levanta a cabeça para cima e parece que ele está prestes a chorar. — Eu não consigo falar com Ella. Eu não acho que ela está vindo. —É claro que ela esta. — Eu digo, torcendo a água do fundo do meu vestido. — Ela provavelmente esta apenas atrasada. Ele balança a cabeça. — Isso ainda não explica por que ela não atende ao telefone. E ela estava agindo de forma estranha esta manhã também. Eu mordo meu lábio inferior, porque eu notei a estranheza de Ella, também. Eu me viro para Ethan e estico a minha mão. — Dê-me o telefone. Sua testa franze enquanto ele anda para trás e apanha o telefone do chão. — Por quê? O que você vai fazer? Eu tomo o telefone dele e sorrio. — Eu vou conseguir falar com Ella e trazê-la até aqui, assim estes dois podem finalmente chegar onde deveria ter sido há muito tempo. Ele sorri e então se inclina para me dar um beijo profundo, apaixonado que me aquece da cabeça aos pés e isso me enche de determinação de que Ella e Micha vão trabalhar para fora, assim como Ethan e eu espero que faremos. Porque ele me faz feliz e me ama, como Micha faz Ella feliz e a ama, e realmente quando tudo se resume a isso,


a felicidade e o amor sĂŁo o que hĂĄ de mais importante e que torna a vida digna de ser vivida.


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