Revista Kaos

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MOODBOARD DE INSPIRAÇÕES


KAOS KAOS KAOS KAOS KAOS KAOS KAOS KAOS


Em nossa primeira edição da revista, a KAOS tem a missão de abordar temáticas de moda, beleza e comportamento de maneira criativa e oposta à tradicionalidade das revistas, traduzindo e absorvendo os movimentos culturais populares presentes em nossa sociedade. De forma nada óbvia, apresentamos em nossos editoriais as comunidades do Rio de Janeiro, a cultura negra e o inverso do que é considerado belo em formas tradicionais. Ligado ao antagônico, buscamos compreender o que é camp em uma matéria que explica todo o conceito desse movimento que foi tema do MET Gala 2019. Para manter o diálogo com nosso editorial, trazemos à tona a discussão do conceito de favela e os movimentos culturais que se originaram dessas áreas para a moda street e nas passarelas. O destaque desta edição está também nas tendências de beleza e cuidados com a pele negra.

NOTA DO EDITOR

KAOS



R. Visc. de Pirajรก, 430 - Ipanema, Rio de Janeiro


FICHA TECNICA FICHA TECNICA

Redação Repórter de moda ADRIANE BRITO Repórter de lifestyle MARIANA ESCOBAR Repórter de beleza HELOISE LADVOCAT Repórter de cultura ROBERTA FERNANDEZ e GUILHERME SZABO ADRIANE BRITO

GUILHERME SZABO

HELOISE LADVOCAT

MARIANA ESCOBAR

Arte e Digital Editora de arte ADRIANE BRITO Designers ADRIANE BRITO e ROBERTA FERNANDEZ Moda Repórter de tendências MARIANA ESCOBAR Produção editorial “in.verso” ADRIANE BRITO (modelo) ROBERTA FERNANDEZ (fotografa e styling) e GUILHERME SZABO (direção de arte) Produção editorial “xxx” ADRIANE BRITO (modelo) ROBERTA FERNANDEZ (fotografia e direção de arte) e HELOISE LADVOCAT (styling) Campanha Foxton HELOISE LADVOCAT (direção de arte) MARIANA ESCOBAR (fotografia e styling) e YURI GRONOW (modelo) Campanha Melissa DANIEL BOUZAS (Assistência de direção) BLÉIA CAMPOS (fotografia) ADRIANE BRITO (produção de moda) VICTOR GUEDES (figurino) ELQUIRES SOUZA e BRENNO ERICK (produção) EDUARDO IBRAHIN FERNANDA HUFFEL FERNANDO ALVEZ LUCAS COSTA PAOLA FUSCO SAMUEL CASTELO TATYANE MEYER (performers)

Colaboradores FOXTON SILVA PRODUTORA ROBERTA FERNANDEZ MELISSA DUGUETO


S U M A R I O

10 TENDENCIAS 13 14 16 20 22 32 33 FAVELA

ROBERTA FERNANDEZ

PELE NEGRA | HELOIDE LADVOCAT

SILVA PRODUTRA ADRIANE BRITO

EDITORIAL IN.VERSO

ISSO É CAMP

GUILHERME SZABO

EDITORIAL CAPA RESTARTES

MULHER NO CONTROLE DA MODA MARIANA ESCOBAR

TESTE

MARIANA ESCOBAR



Se alguém te perguntar se você sabe o que é uma favela, certamente você vai responder que sim. Mas você já parou para pensar na representatividade e na cultura original que nasce nas comunidades? Provavelmente não. No Brasil as periferias ocupam um espaço significante, porém existe uma ausência de conteúdo que aumenta o preconceito que atravessa décadas de história. O resultado disso? É a opressão tanto ao favelado quanto as produções da favela. Sempre que nos referimos ao assunto, surge a imagem do preto e do pobre, mas por que isso é ruim? Embora a resposta seja tão ampla e complexa, posso afirmar que a falta de políticas públicas para integrar os escravos, que foram os principais fundadores das favelas, a sociedade. Assim, favelado se tornou um termo pejorativo que permanece nos dias atuais, principalmente porque muita gente prefere acreditar que não existe essa realidade. Em resposta a isto, há uma corrente de jovens que trabalham para valorização desta cultura enaltecendo as raízes e originalidade do espaço. E o papel de todos é reconhecer, defender e promover as obras e os artistas favelados. O funk, por exemplo, é o produto periférico que possui maior alcance dentro e fora das comunidades. O ritmo embora seja perseguido e acusado frequentemente por apologia ao crime e as drogas, é um gênero musical de potência que comunica e expressa a vida dos moradores. Já em relação a moda, o estilo que é sempre referenciado como barato, brega e vulgar está sendo exaltado por novas marcas que merecem nossos aplausos, como a Dugueto e a Viela, que assumem o compromisso de apresentar um novo olhar acerca da estética das favelas, assim como o blog Expensive$hit, dirigido por Tasha e Tracie.



TENDENCIAS

PELE NEGRA Quanto mais melanina na pele, maior a tolerância aos raios UV, além dos sinais de danos na pele, que aparecem muito mais tarde do que em pessoas de pele mais clara. Mesmo sendo mais resistente, a pele negra pode sofrer com manchas, acne e oleosidade. Para não abrir mão da rotina de cuidados, confira os passos para manter sua pele ainda mais bonita.

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Mesmo com maior taxa de melanina na pele, é necessário se proteger dos raios solares. Os efeitos dos raios UV podem aumentar as manchas e por isso deve-se passar protetor solar todos os dias. Procure por filtros solares com ácido salicílico na fórmula para controlar a oleosidade.

Esfoliar a pele uma vez por semana elimina as células mortas e diminui as manchas e marquinhas. Opte por esfoliantes naturais, que não possuam micropartículas de plástico, ou misture mel e fubá para esfoliação de rosto

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A máscara de argila verde possui propriedades adstringentes, esfoliantes e antibactericidas que controlam a oleosidade e diminuem a aparição de espinhas. O ideal é utilizar duas vezes na semana para uma limpeza de pele profunda. Deixe de lado o mito de que cremes para hidratação pioram a oleosidade e provocam espinhas. Aplicar o produto após uma esfoliação ou uma limpeza profunda é essencial para manter a pele mais firme e regular a produção de sebo.

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Investir em uma água micelar é importante para cuidar da pele diariamente. Além de ser demaquilante, ajuda a purificar e hidratar. De preferência, após a limpeza, borrife um tônico e espere secar para garantir uma limpeza mais minuciosa.

Dê atenção também para a hidratação dos lábios: aplicar um hidratante labial à noite pode evitar o ressecamento e descamação da boca.

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JCRE Quando pensamos em espaços que valorizam a estética negra e a periferia, pensamos no Jacaré Moda. Fundada no Morro do Jacarezinho localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro é a primeira agência com sede na favela, construída com a ajuda dos moradores e comerciantes locais. Com o propósito de profissionalizar e capacitar modelos periféricos para geração de renda e sequentemente a circulação da economia dentro da comunidade. Julio Cesar Lima, fundador da Jacaré possibilitou aos jovens moradores da periferia a inserção no mercado. A Jacaré também atua em paralelo como produtora de moda além de resgatar belezas escondidas nas periferias do Rio. Foto: Geoff Levy


Campanha para a FILA.

Utilizando de um forte discurso de emponderamento e representatividade negra a Jacaré vem mudando o cenário da moda carioca com uma soma de mais de 50 modelos disponivéis para casting que são em sua maioria pertencentes das favelas violentas do Rio de Janeiro. A agencia abriu portas para a ascensão dos favelados e para a valorização da mão de obra criativa, que inicialmente era local e agora expandiu para o internacional. Os espaços de pouco acesso e muitas adversidades torna-se palco de criação e produção de moda autentica e extremamente criativa.

Foto: Geoff Levy / Capa daELLE BRASIL

Seu sucesso alcançou o mercado internacional com o convite da marca Fila a Jacaré assinou com modelos e styling a propagando para o Rio Open. “Estar nesse projeto é importante para que as pessoas consigam ver que dentro da favela também há sonhos, pessoas que lutam para conseguir um espaço na sociedade que tanto exclui o mundo que vivemos ou então criminaliza tudo o que está em nosso redor”, comenta Lucas Rodrigues, sócio da Jacaré Moda. Além disso as modelos agenciadas pela jacaré sairam na Capa da publicaçaõ da ELLE de janeiro com direito a uma matéria dento da publicação.

“Novo tempo, mesma essência.” Depois de muito sucesso e reconhecimento no cenário da moda carioca a Jacaré Moda formada pelo Júlio César e seus outros sócios Clariza Rosa, Lucas Rodrigues e Helena Gusmão foi fragmentado em duas frentes que agora atuam independentes. A sede do Jacarezinho passou a ser a Jacaré facilitadora, com os cursos profissionalizantes e a agência de modelos , a segunda frente passou a se chamar Silva Produtora, com foco mais na produção de moda, conteúdo e comunicação. A notícia foi dada pelo instagram da antiga Jacaré Moda que agora pertence a Silva Produtora e o outra frente passou a ser JCRÉ Facilitador.



IN.VERSO

IN.VERSO O In.verso é a exaltação do oposto, do avesso, do excêntrico e do rejeitado. A proposta é desmistificar as regras e apresentar a beleza daquilo que nasce fora das vias tradicionais. Elevar a potência estética e a irreverência do que ocupa um lugar hostil no imaginário coletivo, sem precisar ajustá-las as “boas maneiras” impulsionando a singularidade de cada um e de cada coisa.



EDITAR


ISSO É TÃO CAMP

Todo ano, desde 1948, as primeiras segundas-feiras de maio são uma data importante para o calendário da moda mundial: é quando ocorre o Baile de Gala do MET (Metropolitan Museum of Art of New York City). O baile marca o início da exposição anual do Costume Institute e seguindo o tema da mostra em questão, que pode homenagear algum designer, algum período histórico ou estar embasado em algum conceito elaborado para a exposição. Apesar de ter o propósito de ser uma noite para arrecadação de fundos para o próprio Costume Institute, a festa atualmente organizada por Anna Wintour (desde 1995) sempre dialoga com o grande público, que nem mesmo tem a possiblidade de participar do evento, graças à parada de celebridades com roupas elaboradissimas que se amontoam na entrada dessa grande celebração da moda. Em 2019, no entanto, houve um lampejo de algo verdadeiramente diferente para o “OSCAR da moda”, o tema escolhido para esse ano era Camp, a sensibilidade extravagante e mal compreendida que entremeia a vida de praticamente todos os seres funcionais da sociedade capitalista ocidental. Do americano de classe-média baixa em um parque de trailers a herdeiras espelhadas por Calabasas e pelos Hamptons: a sensibilidade camp se manifesta em qualquer uma dessas esferas, principalmente o conceito de camp levado para o Costume Institute que se baseia nas diretrizes traçadas por Susan Sontag em 1964, quando escreveu seu ensaio (que dá nome a exposição, “Camp, notes on fashion”) Notas sobre o “Camp”. O MET Gala já é notório por seus convidados que ignoram os temas de cada ano deliberadamente e vão da maneira que acham melhor, mas como seria a abordagem dos stylist e arquitetos de imagens das celebridades ao se deparar com um tema tão abrangente e que está intimamente ligado à negação da seriedade?

Camp, dentre muitas de suas possíveis interpretações, é tentar fazer algo sério, falhar miseravelmente no processo e abraçar esse resultado torto em função de algo maior: seja a estética, a mensagem, o deboche ou a provocação. Mas se pensarmos que o Camp é a soberania do artifício, da plasticidade e da forma se sobrepondo ao conteúdo, é difícil pensar em algum MET Gala, feito da maneira certa, que não tenha sido (ao menos em alguns looks) essencialmente camp. Como definir o indefinível é algo que Susan Sontag já tentou fazer em 1964, a KAOS escolheu abordar o “camp ou não camp” do MET Gala a partir de 5 looks dos próprios convidados, escolhendo quais estavam mais em sintonia com a festa de Sontag e quais poderiam ter ficado em casa dando lugar para alguém que realmente tivesse alguma noção do que estava acontecendo naquele tapete rosa, como o rei do camp John Waters, que nem ao menos foi

Rami Malek de Saint Laurent e jóias Cartier. Com mais a menção desonrosa de absolutamente todos os homens que, como sempre, dão de ombros para o tema da exposição para qual eles foram ESCOLHIDOS como convidados.


Não é por que o ator do esquecível Bohemian Rhapsody colocou uma camisa brilhosa e um sapato que alguém na fila do mercado consideraria muito extravagante, que ele está camp o suficiente. Rami está perfeitamente adequado para qualquer gala. Rami está vestido exatamente como se espera que um “homem” esteja vestido e, se tratando de camp, uma sensibilidade fundamentalmente queer isso enfraquece ainda mais a abordagem do look do ator.

Veredicto: Não camp. Meh. Lupita Nyong’o de Versace e jóias Bulgari Da maquiagem com referencia a culutra drag aos detalhes que manifestavam certo ativismo político, com os pentes com a forma de punhos cerrados, símbolo do movimento Black Power. Lupita estava falando, mesmo que não dissesse uma palavra, sua narrativa era visual, pela forma. Todas as formas.

Billy Porter de The Blonds

Opulência. Performance. Entretenimento. Billy, assim como outros (Zendaya, nós mos você), fez da sua passagem no tapete rosa um ato. Da entrado carregado por rios homens à capa dourada, tudo conta história e nada se leva a sério demais. É divertido, não é nada pratico, pode não fazer muito sentido, mas é lindo e grita por atenção.

Veredicto: C A M P!

Veredicto: CAMP Billy, muito camp! Tom Brady and Gisele Bundchen de Dior Haute Couture com jóias Âme e Lynn Ban A menos que Gisele tenha um senso de humor extremamente afiado e a gente possa considerar um marido apoiador do Trump à tira colo como um acessório extremamente camp, não há absolutamente nada que converse com o tema da gala. Se ao menos Brady tivesse a audácia de adotar um bronzeado mais alaranjado e um boné MAGA, ao lado de sua mulher imigrante, haveria como apelar para a ironia mais grosseira (válida) e politicamente incorreta do camp. Mas nem isso.

Veredicto: Eles não.


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RESTARTES RESTARTES RESTARTES RESTARTES Restart, verbo da língua inglesa que significa, essencialmente, começar de novo. Fazer algo que estava parado recomeçar. E é a partir desse significado, da forma mais pura e crua possível, que o ensaio foi pensado: restartes. Restartes em sentidos, belezas, objetos e principalmente em interpretações de poder. Pensando na definição que está ligada à dar movimento novamente a algo que estava em repouso, a Kaos propõe uma imersão em novos significados para coisas que estavam paradas. As roupas que ajudam a dar forma ao ensaio são frutos desses restartes, assim como a locação e o papel da modelo: todos esses fatores são consolidados na nuance de agência que sustenta suas posições; há uma intenção voluntaria na adoção desses novos significados. Restartes é sobre o poder da periferia ser visto emanando de uma figura positivamente feminina, é poder que não vem sancionado por uma figura masculina. O restarte no poder é tirá-lo da meninice, é poder garota, feminina e afeminada que se impõe e se valida por si mesmo, em si mesmo e para todas. Restarte é sobre transformar peças de roupas em outras peças de roupas e fazer da roupa algo etéreo, que transita e se resignifica, assim como nós. É uma roupa que se picota e se remenda para acompanhar a potencia do barulho da inércia quebrada de cada ser. É deixar que a roupa seja tão infinita quanto a nossa capacidade de ser. É a roupa que transborda. E restartes também é a torção da nossa visão, é o movimento do pescoço para olhar para outro lado depois de tanto tempo perdido contemplando uma coisa só. Restartes é olhar pro Cezarão e caçar beleza, exprimir beleza, ser beleza. Restartes é tudo que faz parar, pensar e pegar pra fazer de novo, pro novo. Não é melhor, nem pior, mas nunca será o que já foi ontem.


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FICHA TECNICA Modelo: Adriane Brito Fotografo: Roberta Fernandez Styling: Roberta Fernandez e Adriane Brito Locação: Estação do BRT Censarão II Colaboração: SEM SEGREDOS E 4DRI



Av. MaracanĂŁ, 987 - SUC 2083 Piso L2 - (21) 99763-1330


A mulher no controle da moda Uma das formas que sempre entendemos moda é como a forma simbólica de elevação de auto-estima, com produtos como lingeries e maquiagem, que parecem ser este símbolo em particular. Claro, sempre soubemos que este simbolismo era estético demais para representar o poder feminino neste nova – e feliz começo – época de movimentos além da simbólica queima dos sutiãs. Coletivos de moda, coletivos de idéias e muitos gritos sendo ouvidos, celebramos 100 anos do voto da mulher, celebramos a independência feminina que precisa ser exaltada diariamente.

Fico emocionada e fascinada pelos divergentes pontos de vistas – majoritariamente positivos – sobre o assunto. Especialmente visando o quanto a roupa feminina pode revelar ou causar a sensação de igualdade e força enquanto decide adotar uma linguagem masculina na vestimenta, o que não deve ser regra. Se vestir sexy deixa de ser – sexista – se esta é a palavra que nos cabe, para ser empoderador. Deveria então a feminista adotar o visual masculino para celebrar sua feminilidade, como brilhantemente fez Coco Chanel nos anos 20, ou, segundo Dita Von Teese, não é sobre seduzir os demais, é sobre abraçar ser mulher. Assim como todo termo que ganha popularidade, o empoderamento feminino resultou em uma tsunami de olhos virados e gritos vazios de quem não entendia. E então, o clamor da mulher empoderada ganha a liberdade, a ambiente de trabalho, o cotidiano, a moda, a vida, o mundo.

Recentemente, Miuccia Prada conversou com a Vogue America sobre o desafio que é desmistificar a idéia do femininos na moda como um nonsense efêmero: “Uma mulher inteligente também pode ser super sexy, super nua, ela pode ser quem quiser [...] Acredito que não exista uma roupa ou imagem especial para mulher militante.”. Ao mesmo tempo, a percepção de designers e produtores de moda declara que a libertação da idéia do feminino presa ao glamour hollywoodiano dos anos 50 foi o melhor que aconteceu. Enquanto acreditam que se vestir também é terapêutico, a sociedade enfim aceita os benefícios holísticos da moda.

Moda, feminismo, política – termos que antes somente visados separadamente hoje ganham e esquentam território, e até as sufragistas de outrora visavam o futuro. Ao invés de deplorar a estratégia de resistência em negar, escolherem resistir através do reverso. Assim como nós, procuraram o efeito da estratégia na delicadeza em confrontar as idéias contemporâneas de moda ou feminilidade, sem se conformar, assombradas por estereótipos como a mulher inteligente em roupas masculinas, óculos grossos e galochas – criados por cartunistas misógenos – e decidindo impor que a mulher pode ser, e vestir, o que assim desejar.

Lu Valente, personal stylist brasileira, mãe de três e poderosa, insiste para suas clientes que o tempo e confiança em si mesma são os maiores elevadores de auto-estima, é bom poder usar o que combina com seu humor. Também é poderoso poder ser sexy durante o dia e querer meus pijamas durante a noite. “ Acredito que descobrir e desenvolver seu estilo pessoal pode te dar a coragem de se empoderar e se tornar a melhor versão de você.

As sufragistas vestiam roxo para lealdade e dignidade, branco para pureza, verde para esperança e assim por diante. Simbolicamente, não se contente com o rosa que lhe é imposto. Ainda sobre Miuccia Prada, algumas palavras que sintetizam sua dinastia: “É importante que não perdemos quem somos; que encontremos uma forma de fazer o que eles fazem, mas do nosso jeito – bem melhor.”


1. Você é novx na faculdade, passa pela cantina e vê todo mundo da sua turma lanchando antes da próxima aula. O que você faz? a) Senta com um grupinho que você achou legal. b) Encontra uma mesa pequena e senta sozinhx. c) Não come, ao invés disso vai para biblioteca. d) Senta em qualquer mesa, afinal você consegue fazer amigos em todos os lugares. 2. Você tem uma prova amanhã e está totalmente perdidx. Com quem você pode contar com ajuda? a) Pergunta a qualquer pessoa da turma, você é comunicativx e não tem vergonha. b) Um monitor – provavelmente você tem o telefone delx nos seus contatos, certo? c) Sua mãe, ela sempre sabe de tudo e vai conseguir te ajudar. d) Seu/Sua melhor amigx. Elx provavelmente também está confusx, mas vocês passam por isso juntxs. 3. Você está atrasadx para aula porque... a) Você perdeu a hora de acordar. b) Sua sessão de estudo se estendeu. c) Você *nunca* chegaria atrasadx na aula. d) Demorou um pouco mais pra secar o cabelo, mas valeu a pena.

TESTE

Que tipo de tipo de membro de trabalho em grupo é você?

4. Que palavra seus amigos usariam para te descrever? a) Leal. b) Bem orientadx, sempre sabe de tudo. c) Inteligente. d) Líder. 5. Quando você estuda, você geralmente... a) Se faz perguntas mentais e tenta decorar sem precisar escrever. b) Dá uma olhada no seu resumo antes da prova começar. c) Tenta conversar com a/o professor(a) sobre a matéria o máximo que puder. d) Relê todos os capítulos do livro, não importa até onde a matéria foi dada. 6. Semana de provas chegando, como você passa o fim de semana? a) Trabalhando no seu projeto pessoal. b) Estudando para próxima prova complicada. c) Treinando para a entrevista que você tem marcada. d) Relaxando, vendo Netflix e passando tempo com os amigxs.

Respostas: Mais respostas A: Você tenta se esforçar ao máximo, mas às vezes deixa a desejar – porém, sempre cumpre com os prazos e tenta levar a paz até o grupo, o que de repente pode ser a tarefa mais difícil. Mais respostas B: Com certeza aquele que sempre pega a parte mais complexa do trabalho, ou porque a deixam com você, ou você mesmo se prontifica a pegar porque pensa que é quem vai resolver tudo mais rápido (ou até melhor). Geralmente é o líder do grupo, comprometidx com a faculdade mais do que com as séries. E tá erradx?

Mais respostas C: A pessoa mais introvertida, mas isso não é nenhum pecado. Aceita o que lhe foi dado e sempre vai executar, mas sem interagir direito com o resto do grupo, e às vezes deixando escapar algumas informações – seja por timidez ou falta de interesse de interagir com a galera. Se a opção for fazer o trabalho sozinho (ou prova), é sempre para onde você vai. Mais respostas D: A mente criativa e comunicativa, se o trabalho for apresentação, pode ter certeza que você será escolhidx para passar o recado. Apesar de preferir executar as coisas em dupla com a/o bff, não gosta de fazer provas e resolve tudo logo para poder ter tempo para relaxar. Fazer trabalho na véspera? Hoje não, sou mais minhas horas de sono.



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