Catálogo Exposição Personalidades

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Entender melhor a trajetória de uma pessoa que teve um papel importante na sociedade pode ajudar a compreender uma época, um contexto histórico, socioeconômico, conflitos e a cultura em determinada região.

A história é repleta de personalidades que foram importantes nas mais diversas áreas, que trazem sempre trajetórias inspiradoras, lições valiosas de superação, lutas, preconceitos e bandeiras defendidas, além, é claro, de inspirar as decisões sobre as nossas próprias vidas. São pessoas que fizeram história e muitas delas talvez você não conheça. Então venha com a gente! Vamos conhecer dez bustos e biografias de personalidades entre elas, mulheres, negras, políticos, militares, escritores e mestres da cultura regional mato grossense.

O escultor Tchello Santos na exposição “Personalidades” esculpiu dez bustos com cabeça, pescoço, uma parte do torso e ombros e recriou o mais fielmente possível a fisionomia dos escolhidos, entre os dez personagens quatro são mulheres que destaco: Mãe Bonifácia, mulher negra que criou um quilombo na região do parque que leva o seu nome para receber escravos fugitivos; Maria Taquara, uma mulher transgressora, à frente do seu tempo e a primeira a usar calças comprida em Cuiabá; Domingas Leonor, Mestra da cultura popular, da cerâmica e do siriri, fundadora do grupo Flor Ribeirinha, nasceu e vive até hoje na Comunidade de São Gonçalo Beira Rio em Cuiabá; e Sarita Baracat, professora com atuação na política sendo a primeira vereadora e prefeita eleita em Várzea Grande e posterior, exerceu o mandato de Deputada Estadual na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Mulheres com grande importância e atuação política, social e cultural, personalidades que deixaram sua marca, em diferentes épocas para você ir além dos livros de história e tirar lições valiosas com trajetórias inspiradoras. As outras seis personalidades que ajudaram a moldar nossa história são homens como Marechal Rondon, engenheiro militar e sertanista brasileiro, famoso por sua exploração do Mato Grosso e da Bacia Amazônica Ocidental e por seu apoio vitalício às populações indígenas brasileiras; Pascoal Moreira Cabral, bandeirante paulista, intrépido sertanista fundador de Cuiabá que chegou ao rio Coxipó em meados de 1718, onde travou violento combate com os índios Coxiponés. Fundou o arraial de São Gonçalo Velho, em 8 de abril de 1719; Jejé de Oyá, negro e homossexual, nasceu em Rosário Oeste, veio para Cuiabá ainda criança, alfaiate, carnavalesco e colunista social, atividade essa a qual mais se destacou; Couto Magalhães o fundador de Várzea Grande, escritor mineiro e folclorista. Nasceu em Diamantina, Minas Gerais e foi Presidente

das Províncias de Goiás, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Ao interromper a Guerra do Paraguai, foi designado à Presidência de Mato Grosso; Manoel de Barros nasceu em Cuiabá no dia 19 de dezembro de 1916, escritor e um dos principais poetas contemporâneos. Autor de versos nos quais elementos regionais se conjugavam a considerações existenciais e uma espécie de surrealismo pantaneiro; Seo Fiote, que nasceu na Fazenda Caninana, na divisa de Várzea Grande com Nossa Senhora do Livramento, em 9 de janeiro de 1917. Foi um homem trabalhador, corajoso e prático e o primeiro prefeito eleito de Várzea Grande.

O escultor Tchello Santos, nascido em 20 de junho de 1989, natural de Vila Matilde SP, está há 31 anos no município de Várzea Grande MT e se considera um verdadeiro mato grossense. O oficio do escultor é uma herança de familiar passada de geração em geração, ele é a quarta geração de escultores que inicia com o seu bisavô e depois passada ao avô Sr. Edmundo Santos escultor de madeira em especial de arte sacra, passada para seu filho Elias Santos e depois para o Tchello Santos seu filho. A parceria com seu pai foi importante para mostrar todo o talento e inserir seu nome no cenário da arte.

Techello inicia suas primeiras esculturas aos 8 anos de idade em argila, depois aprimora a técnica no cimento, trabalha em várias temáticas, tais como: decorativas, religiosas, místicas e entre outras. Possui trabalhos em vários municípios de Mato Grosso e outros Estados como Goiânia, Salvador, São Paulo, Minas Gerais, Brasília etc.

O seu processo de criação foi adaptado, inicialmente ele modela a obra na argila, depois reveste toda a escultura de argila com gesso, criando assim, um molde fino nesse gesso. Depois, vem o desenforme do molde na escultura, preenchimento desse molde de gesso com cimento e após a secagem, ele quebra a camada de gesso para nascer uma escultura em cimento e depois pinta. As 10 esculturas dessa exposição são em cimento sobre tinta esmalte a base de água com preparo do fundo em preto, depois aplicação de uma camada de tinta na cor marrom e tinta em spray dourada nas pontas para finalização.

Essa é a primeira exposição individual do artista e foi contemplada por meio do edital MT Nascentes da lei Aldir Blanc via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso, Ministério do Turismo e Secretaria Especial da Cultura do Governo Federal.

Diretora e Curadora do Museu de Arte Sacra de Mato Grosso

Viviene Lozi

Jejé de oyá Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 47 cm

Jejé de oyá Material / Technique: Cement / bronze imitation paint Year: 2021 Dimension: 47 cm

Jejé de Oya

1935 - 2016

José Jacinto Siqueira de Arruda, o Jejé de Oyá. Negro e homossexual, nasceu em Rosário Oeste mas foi para Cuiabá ainda criança, onde foi adotado por uma família que morava no bairro Boa Morte. Chegou a pensar em ser padre, mas desistiu da vida religiosa. Estudou alfaiataria e foi carnavalesco, mas foi o colunismo social a atividade na qual mais se destacou e na qual adotou o nome Jejé de Oyá.

Enfrentou preconceito e a discriminação durante as décadas de 50 e 60 por conta da sua cor de sua pele e da preferência sexual, mas acabou se firmando como um dos colunistas mais conhecidos e irreverentes da cidade. Ícone da cultura local, costumava se vestir de forma extravagante, com batas coloridas, chapéus, pulseiras e colares.

Um ano depois de sua morte em Cuiabá, o colunista social Jejé de Oyá foi declarado o patrono do colunismo social de Mato Grosso.

Marechal Rondon Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão:47 cm

Marechal Rondon Material / Technique: Cement / bronze imitation paint Year: 2021 Dimension: 47 cm

Marechal Rondon

1865 – 1958

Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu, em 1865, em Mato Grosso; sua carreira foi fortemente marcada pelas concepções positivistas.

A necessidade de proteger militarmente as fronteiras brasileiras e favorecer o progresso econômico resultou na organização da Comissão Construtora de Linhas Telegráficas de Mato Grosso, a Comissão Rondon teve sob seus cuidados o contato com grupos indígenas desconhecidos, permitindo o estabelecimento de um padrão de relacionamento com essas populações. Isso contribuiu para a configuração de um corpo de normas e técnicas de pacificação. Assim, foram “pacificadas” diversas tribos consideradas hostis como os Kepkiriwát Ariken e Nambikwara. Estes tornaram se exemplos de modelo rondoniano de indigenismo, sintetizado na legenda “Morrer se preciso for, matar nunca”.

Marechal morreu em 1958, deixando como principal contribuição ao indigenismo nacional a formulação de uma política de respeito ao Índio e de responsabilidade histórica da nação brasileira pelos destinos dos povos indígenas que habitam o território nacional.

Júlio Domingo de Campos Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 46 cm

Júlio Domingos de Campos

1917 - 2007

SeoFiote, que nasceu na Fazenda Caninana, na divisa de Várzea Grande com Nossa Senhora do Livramento, em 9 de janeiro de 1917. Foi um homem trabalhador, corajoso e prático. O interesse pelo comércio sempre lhe impulsionou, em 1941, com pouco mais de vinte anos de idade, abriu a firma A Futurista, em Várzea Grande, um pequeno bolicho, mas que entrou na década de 1970, no seu auge e, em toda a sua plenitude, como o maior atacadista de secos e molhados da Grande Cuiabá. A Futurista fornecia todo o tipo de mercadoria aos estados de Rondônia, Acre e ao interior de Mato Grosso, que se desenvolvia superlativamente, em todos os seus quadrantes. Com a instalação do município de Várzea Grande, em 1949, foi realizada a primeira eleição para a escolha de vereadores e prefeito. Júlio Domingos de Campos o SeoFiote, foi mais bem votado.

Júlio Domingo de Campos Material / Technique: Cement / imitation bronze painting Year: 2021 Dimension: 46 cm

Mãe Bonifácia Material/Técnica: Cimento/ pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 44 cm

Mãe Bonifácia Material / Technique: Cement / imitation bronze painting Year: 2021 Dimension: 44 cm

Mãe

Bonifácia

Século XIX

Uma escrava que vivia na região de Cuiabá, no século 19, e que ajudou muitos escravos a encontrarem refúgio no quilombo (onde hoje fica o bairro Quilombo).

Mãe Bonifácia fez história no final de sua vida, quando foi deixada de lado pelos senhores por estar velha. Ela aproveitava seus conhecimentos sobre a mata e plantas medicinais para ajudar os escravos que fugiam das fazendas a encontrar abrigo.

Segundo historiadores a personagem é real e viveu onde hoje fica a avenida Lavapés, próximo ao 44º Batalhão do Exército. Curandeira, africana, mãe, negra e uma lenda histórica, ela dá nome a um dos principais parques da capital mato grossense.

Ela curava os negros, salvava os da perseguição e os guiava pelo rio até o quilombo situado na mata densa, onde hoje se localiza o parque. Quando havia revolta em Cuiabá, os escravos que conseguiam fugir procuravam a Mãe Bonifácia, que os auxiliava e os escondiam. O título de mãe é por abraçar a desigualdade, romper com os padrões vigentes e abrigar em seu coração toda a dor humana.

Couto Magalhães Material/Técnica: Cimento pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 45 cm

Couto Magalhães Material / Technique: Cement imitation bronze painting Year: 2021 Dimension: 45 cm

Couto

Magalhães

1837 – 1898

José Vieira Couto Magalhães, o fundador de Várzea Grande, escritor mineiro, folclorista. Nasceu em Diamantina, Minas Gerais, no dia primeiro de novembro de 1837, e faleceu no Rio de Janeiro no dia 14 de setembro de 1898.

Foi Presidente das Províncias de Goiás, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Ao interromper a Guerra do Paraguai, foi designado à Presidência de Mato Grosso; impediu que da Bolívia viessem reforços para o Paraguai, e tendo os Paraguaios invadido Mato Grosso, foram derrotados por Couto Magalhães em Alegre e Corumbá. É o iniciador dos estudos folclóricos no Brasil.

No seu desempenho como presidente do Mato Grosso, na ocasião da Guerra do Paraguai, foi homenageado com o título de Brigadeiro Honorário do Exército. Suas obras como escritor são: “Anchieta e as Línguas Indígenas”, “Viagens ao Araguaia”, “Os Guaianases ou a Fundação São Paulo”, “Revolta de Felipe dos Santos em 1720” e o “Selvagem”.

Registra se na história que a fundação de Várzea Grande, conforme a história aconteceu no dia 15 de maio de 1867. Na ocasião, homem de confiança do imperador Dom Padro II, José Vieira Couto de Magalhães, criou por decreto um acampamento militar que servia de prisão para os paraguaios d d bá d f com a capital. Era tempo da o que se deu foi a permanê cuidar de cidadãos paragua

Pascoal Moreira Cabral Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 48 cm

Pascoal Moreira Cabral Material / Technique: Cement / imitation bronze painting Year: 2021 Dimension: 48 cm

Pascoal Moreira Cabral

1654 -

Filho do coronel Pascoal Moreira Cabral e de Mariana Leme, nasceu em Sorocaba (SP), no ano de 1654. Desde muito jovem, Pascoal Moreira Cabral dedicou se ao sertanismo preador de índio. Em 1662, já era cabo da bandeira capitaneada por André Zunega, seu parente. Foi nessa expedição que Pascoal adentrou, pela primeira vez, em território mato grossense, na região de Miranda, atual Mato Grosso do Sul.

Durante três anos, essa bandeira permaneceu nos sertões caçando índios, erguendo trincheiras para defesa dos componentes e plantando roças para acudir à subsistência... Em meados de 1718 chegou ao rio Coxipó, onde travou violento combate com os índios Coxiponés. Fundou o arraial de São Gonçalo Velho, em 8 de abril de 1719 em Cuiabá.

O grande bandeirante paulista intrépido sertanista fundador de Cuiabá, faleceu em junho de 1730, com 76 anos de idade.

1730

Manoel de Barros Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 45 cm

Manoel de Barros Material / Technique: Cement / bronze imitation paint Year: 2021 Dimension: 45 cm

Manoel de Barros

1916 - 2014

Manoel Wenceslau Leite Barros nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, dia 19 de dezembro de 1916. Passou a infância em sua cidade natal onde seu pai, João Venceslau Barros, tinha uma fazenda no Pantanal. Já na adolescência, mudou se para Campo Grande onde estudou num Colégio Interno. Formou se em Direito no Rio de Janeiro. Lá se filiou ao partido Comunista e por conta do apoio de Luís Carlos Prestes a Getúlio Vargas, ficou desiludido com a política abandonando o partido. Embora desde pequeno escrevesse poemas, foi em 1937 que Manoel publicou sua primeira obra: Poemas concebidos sem pecado.

Maria Taquara Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão:

Maria Taquara Material / Technique: Cement / bronze imitation paint Year: 2021 Dimension: 66 cm

Maria Taquara

Década 40 Maria Taquara, como foi apelidada, viveu em Cuiabá na década de 40, morava num terreno baldio perto de onde se localiza hoje o shopping Goiabeiras. O apelido veio devido à altura e magreza. Vivia de lavar roupas para algumas famílias e ficou famosa, porque era muito corajosa e desafiava os padrões sociais da época. Foi a primeira mulher a usar uma calça comprida. Durante o dia, ela trabalhava em um serviço honesto, mas à noite, em seu barraco de adobe e coberta de palhas, ela virava a casaca. Servia sexualmente aos soldados do antigo 16º batalhão.

66 cm

Sarita Baracat Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 47 cm

Sarita Baracat Material / Technique: Cement/imitation bronze painting Year: 2021 Dimension: 47 cm

Sarita Baracat

1930 - 2017

Uma mulher à frente de seu tempo, assim é considerada a várzea grandense Sarita Baracat de Arruda. Foi a primeira vereadora e primeira prefeita do município, além de primeira deputada estadual pós divisão do estado de Mato Grosso. Se tornou símbolo da luta pela independência da mulher e pelo desenvolvimento da segunda maior cidade do estado. Sarita morreu em outubro de 2017, aos 86 anos. Além de representante política, foi professora e fundadora do Clube Esportivo Operário Várzea grandense.

“Ela abriu o caminho para muitas mulheres na política estadual”, afirmou o vereador Ícaro Reveles.

Domingas Leonor da Silva

Cuiabá, 1954

Domingas Leonor da Silva, também conhecida como Dona Domingas ou Dominguinhas, é artesã, produtora cultural e dançarina brasileira.

Nasceu no bairro de São Gonçalo, em Cuiabá. Foi a primeira mulher a tocar tamborim nas festas folclóricas da região, quebrando o domínio exercido pelos homens. Fundou o grupo de dança Flor Ribeirinha, para divulgar e promover a dança do siriri, além de outras formas tradicionais do Mato Grosso, como o rasqueado e o boi à serra.

Domingas Leonor da Silva Material/Técnica: Cimento/pintura imitação bronze Ano: 2021 Dimensão: 44 cm

Domingas Leonor da Silva Material / Technique: Cement / imitation bronze painting Year: 2021 Dimension: 44 cm

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