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PROFIT & LOSS IN THE CURRENCY & DERIVATIVE MARKETS SETEMBRO DE 2011 VOLUME 14 / NÚMERO 134 www.profit-loss.com
Governos latinos combatem pressão em alta no mercado de câmbio
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Sala de mercados
Governos latinos combatem pressão em alta no mercado de câmbio A maioria das moedas latinas está empurrando novamente o consumo interno e elevando os preços das commodities leves, que amenizam o efeito das commodities pesadas mais fracas. A grande incógnita é a intervenção do governo, que impede o aumento tanto do BRL como do CLP.
s moedas latinas começam a sentir uma leve tendência de queda. No início de agosto, o Morgan Stanley reexaminou suas previsões para o mercado de câmbio estrangeiro, com destaque para a América Latina. “De modo geral, esperamos ver as moedas dos MEs oscilando bastante nos próximos meses... achamos que as valorizações são atraentes, enquanto o posicionamento em moedas dos MEs está, no geral, fraco”, declara James Lord, estrategista de mercados emergentes em Londres, no Morgan Stanley.
A
O real brasileiro provavelmente irá ganhar forças partindo dos níveis atuais, conforme a economia se recupera e os preços das commodities leves continuam a subir. “Esperamos que o real brasileiro se fortaleça para 1,90 ao fim do ano, com base na visão de nossa equipe econômica, que diz que a China irá mostrar uma recuperação mais tarde neste ano”, disse Lord. O real era comercializado a 2,016 frente ao dólar americano em 20 de agosto. Esse aumento pode parecer contraditório. Acima de tudo, a gigante do petróleo Petrobras apresenta
dificuldades bem divulgadas em sua exploração das vastas porém profundas descobertas do pré-sal do Brasil, enquanto os preços do minério de ferro, uma commodity pesada chave do Brasil, ainda está sob pressão. Em agosto, o minério de ferro caiu do que é frequentemente mencionado como a “base” de comercialização chave de US$ 120 por tonelada, e seu declínio se acelerou, com os preços caindo para baixos US$ 111 em meados de agosto. Existe, no entanto, outra história de commodities que pinta uma visão mais otimista e uma história do consumidor
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Sala de mercados
tem uma posição líquida vendida em dólares dos EUA de US$ 6,2 bilhões em contratos de swap, ele observa.
Chile
que melhora gradualmente. A seca nos EUA tem levado o preço das commodities leves para cima, beneficiando os agricultores brasileiros. O agronegócio é uma força cada vez mais importante para o Brasil, uma vez que o país se destaca para a posição de segundo maior exportador mundial de soja: o Brasil pode exportar até 15 milhões de toneladas de soja neste ano, enquanto as exportações de milho deram um salto, embora a partir de uma base muito inferior. Lord destaca que: “Com os preços das commodities leves nas alturas, as condições brasileiras de comércio já se tornaram mais positivas ao longo das últimas semanas, mas esses ganhos não se refletiram na moeda.” Nos últimos meses, houve sinais de que os consumidores estão começando a gastar mais, apesar do crescimento do PIB permanecendo moderado. O fato de a moeda já não ter subido em relação ao dólar dos EUA se deve em grande parte pelas políticas governamentais. As pressões de alta sobre o real vindas das commodities leves foram mitigadas pelos controles de capital e cortes de taxas agressivos do Banco Central, observa Lord. O diretor do banco Alexandre Tombini cortou repetidamente a taxa Selic referencial, que desceu de uma alta de 12,5% em agosto para o atual nível de 8%. Alexander Gorra, estrategista sênior na BNY Mellon ARX, acredita que as taxas cairão ainda mais conforme o governo busca estimular a economia. Lord também destaca que como o real 2
não valorizou muito, o Brasil poderia importar inflação graças aos preços mais altos dos alimentos. Ele prevê que este risco de inflação poderia minar as tentativas do governo de conter a ascensão da moeda. Argumenta, ainda, que a pressão inflacionária estrutural, especialmente relacionada com os custos trabalhistas e melhorias nas condições do comércio, irá conduzir a valorização da taxa de câmbio, ele argumenta. Taxas de juros mais baixas vão reduzir essa força conforme os investidores estrangeiros deixam os mercados de títulos. As políticas monetárias do Banco Central já tiveram um efeito substancial sobre os fluxos de carteira, observa Felipe Pianetti, estrategista de mercados emergentes do JP Morgan. Fundos japoneses, que há muito tempo são investidores substanciais em renda fixa brasileira graças ao diferencial das altas taxas, estão deixando o país, pois além da redução das taxas, a moeda perde a força. Pianetti observa que US$ 52 milhões foram sacados em cinco dias até 8 de agosto. “Do ponto de vista de valorização, o BRL ainda está em defasagem se comparado às moedas de commodities do G-10 e ao peso chileno. O crescimento continua uma barreira importante para um real mais forte no curto prazo, mas o risco ascendente para o índice de preços ao consumidor poderia argumentar para uma variação maior”, diz Pianetti. Se a inflação acelerar, o governo pode buscar reduzir as intervenções para conter a moeda, estima Pianetti. O Banco Central
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No Chile, a moeda já conta uma recuperação notável desde seu enfraquecimento em setembro e outubro do ano passado, apesar de uma queda em maio. De fato, a valorização recente significa que o peso chegou a um nível que no passado provocou uma forte intervenção do Banco Central, diz Pianetti. O nível de 475-480 frente ao dólar americano desencadeou um programa de intervenção de US$ 12 bilhões, “cujas lembranças ainda estão frescas”, observa ele. Além disso, a atividade econômica continuou a surpreender com a tendência positiva de 6,2% em junho contra a previsão geral de 5,2%. A inflação, por sua vez, se mantém em baixa, permitindo que a taxa de juros de referência seja mantida em 5%. O governo chileno está fazendo malabarismos. Ele reconhece que a economia é vulnerável a tendências globais, porém, ao mesmo tempo, observa sua resistência até o momento. O Ministro das Finanças, Felipe Larrain, destacou recentemente a dinâmica: “Nossa economia irá desacelerar, embora a um ritmo mais lento do que a grande maioria dos países”, diz ele. “É impossível que uma economia imersa em um mundo globalizado não seja afetada.” O desejo do governo de intervir para conter a força da moeda é bem conhecido na região. Peru e Colômbia também precisaram intervir para suavizar a taxa de valorização da moeda. Neste cenário de moedas em ascensão, um grande país latino se destaca. A Argentina enfrenta um cenário bem diferente: Lord vê o país enfrentando uma “aterrizagem forçada, pois a atividade estagnou” e prevê uma desvalorização significativa para níveis de sete para o dólar dos EUA. O peso era negociado a 4,61 frente a moeda americana em 18 de agosto, então uma queda para sete frente ao dólar representaria um grande declínio, mesmo com a alta taxa de inflação da Argentina, que muitos economistas privados chegam a definir em até 25%.
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Growth Markets Series - Brazil 2011 Ernesto Semedo, 360T; Matt O’Hara, Thomson Reuters (left) Growth Drivers in Derivatives Panel (right)
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