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OUTUBRO DE 2011 VOLUME13 / NÚMERO 125 www.profit-loss.com
MARKITSERV ADQUIRE LOGICSCOPE Ao reunir os serviços de pós-risco da MarkitSERV e a experiência da Logicscope entre a mesa de operações e as áreas de risco, as empresas esperam estender a eficiência para todo o processo de câmbio.
Região de contrastes - panorama da América Latina Principais tendências de negociação que definem o modelo da América Latina Tim Carrington do RBS: planejar para crescer Tim Carrington ingressou no Royal Bank of Scotland em setembro de 2010, após uma notável carreira em alguns dos maiores bancos do mundo. Ele nos conta por que voltou para o câmbio e quais são seus planos para o futuro dos negócios do RBS.
NEGOCIAÇÃO ALGORÍTMICA DE CÂMBIO: LUTAR OU FUGIR?
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Profit & Loss
PROFIT & LOSS NOS MERCADOS DE MOEDAS E DERIVATIVOS OUTUBRO DE 2011, VOLUME 13 / NÚMERO 125
NESTE MÊS:
nota do editor
17: A confusão reina sobre regimes regulatórios diferentes
O 20: Tim Carrington do RBS
31: Citi revela o acesso ao CitiFX
12: Panorama da América Latina
s mercados quase sempre me surpreendem. Por exemplo, não sei exatamente o que nos revelam as últimas aflições na Europa. Elas não nos rondam já há alguns anos? De qualquer forma, o fato de que a zona do euro pode ou não conseguir sobreviver a mais um ano continua a alimentar a volatilidade, que, em geral, não tem problemas para o mercado de câmbio, uma vez que atrai mais investidores em busca de hedge ou especulação. Ao escrever este artigo na esteira da Forex Network Chicago da Profit & Loss, eu diria que o estado de ânimo do setor é de otimismo cauteloso, não apenas de que a economia global vai se recuperar ao final, mas que o mercado de câmbio finalmente deixou a sua marca – e isso significa volumes sustentáveis, ainda que os mercados de ações e renda fixa tenham um desempenho melhor no próximo ano ou um pouco além. Como sempre, gostaria de registrar os meus agradecimentos ao grande número de participantes, que fizeram do evento um sucesso. A cada ano, observo o aumento do número de participantes e este ano não foi diferente, porém, este ano vimos também mais expositores e mais interação do que nunca entre palestrantes e público. Uma região que parece estar florescendo é a América Latina, o que é bom, pois, em antecipação às nossas próximas conferências Growth Markets em Santiago e São Paulo, esta edição tem grande influência da América Latina. Como sempre, buscamos a opinião de especialistas sobre os mercados e as economias da região, mas também há muitos desafios e oportunidades de infraestrutura na região, conforme mencionamos nos relatórios. Estamos sempre buscando a “próxima grande oportunidade” no câmbio e, ao mesmo tempo em que tenho reservas com base na possível ação regulatória e na capacidade de crescimento da infraestrutura, os mercados da América Latina parecem oferecer uma oportunidade excelente para todos os aspectos do mercado – investidores, banqueiros, prestadores de serviços e tecnologia. De modo geral, continuo otimista – uma condição natural para mim, temo eu – e espero que esse otimismo se reflita nestas páginas nos próximos meses. Tenha um bom mês.
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Profit & Loss: Outubro de 2011
MATÉRIA DE CAPA:
Na Capa...
MarkitSERV adquire Logicscope A transação é vantajosa para os dois lados, conforme menciona Colin Lambert .......................................8
SQUAWKBOX DA P&L:
08 12 25 20 26
Notícias do mundo .......................................................................6
DESTAQUE: Região de contrastes Panorama da América Latina .................................................12
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I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
Profit & Loss: Outubro de 2011
SALA DE OPERAÇÕES: A confusão reina sobre regimes regulatórios diferentes ............................................................17
GFI lança sistema de minimização de risco para NDFs na América Latina......28 O que há de novo? .....................................................................29
Tim Carrington do RBS: Planejar para crescer..................................................................20
GESTÃO MONETÁRIA MERCADOS DIGITAIS Citi revela o acesso ao CitiFX ..................................................31 Decola a tecnologia de negociação FX Cloud.................................................................24 Tendências de negociação na América Latina pela SunGard................................................................................25 Negociação algorítmica - lutar ou fugir? ............................................................................26
MERCADO DO MÊS O caso de amor do Japão com o real está prestes a terminar? por Tony Volpon, Nomura........................................................32
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Squawkbox da P&L: Notícias do mundo SÃO PAULO A cobrança do imposto sobre derivativos será prorrogada no Brasil. O governo brasileiro determinou que o imposto sobre operações financeiras (IOF) sobre derivativos cambiais será prorrogado. O anúncio foi feito em 16 de setembro. A vigência do imposto de um por cento resultará em redução das posições compradas e aumento das posições vendidas dos investidores. A mudança foi anunciada por meio de um decreto executivo antes da abertura do mercado. Segundo fontes do mercado, os investidores afetados não foram informados antes do anúncio.
O decreto executivo se baseia no documento original de 27 de julho de 2011, que só viu aumentos nas negociações de exposições vendidas em dólar. Segue o texto do decreto: “O IOF será cobrado à alíquota de um por cento sobre o valor ajustado ideal, na aquisição, venda ou vencimento de contratos de derivativos financeiros celebrados no Brasil que, individualmente, resultem em aumento da exposição cambial (dólar) vendida ou redução da exposição cambial (dólar) comprada”.
LONDRES Volatilidade no câmbio, parte I: as plataformas de negociação registraram maior volume de câmbio em agosto. O volume das plataformas BrokerTec e EBS da Icap aumentou 28% na comparação anual de agosto, alcançando US$ 904,4 bilhões. A plataforma EBS registrou o volume médio diário total de câmbio no mercado à vista de US$ 186,9 bilhões, uma alta de 46% em relação a agosto passado. No dia quatro de agosto, houve o terceiro maior volume diário na história da plataforma, com US$ 407 bilhões negociados e mais de 252.000 negociações realizadas, o segundo maior número jamais alcançado. O volume médio diário de câmbio no mercado à vista também aumentou nas plataformas da Thomson Reuters – Dealing, Matching e Reuters Trading for FX. O volume alcançou US$ 166 bilhões, um aumento de 34% em relação a agosto de 2010 e de 9% em relação a julho de 2011. O volume de câmbio do CME Group aumentou 21% na comparação anual, com média diária de 991.000 negócios em agosto. Esses dados refletiram um valor médio diário ideal de US$ 137 bilhões. Enquanto isso, o Hotspot FX da Knight Capital registrou um crescimento de 103% no volume em relação ao ano anterior, tendo o dia quatro de agosto registrado o quarto maior volume diário já negociado. A Hotspot afirmou que cinco dos vinte dias mais movimentados aconteceram em agosto, um valor recorde para um único mês.
Em agosto, o volume médio diário da plataforma alcançou US$ 63 bilhões, ou seja, um aumento comparado aos US$ 31 bilhões de agosto do ano passado (todos os números da Hotspot são contados duas vezes). No total, a plataforma negociou US$ 1,45 trilhão, registrando aumento em relação aos US$ 681 bilhões de agosto de 2010. Um novo recorde de processamento também foi estabelecido quando mais de 260 milhões de ordens foram enviadas em um único dia. Junto com as plataformas, o CLS Bank emitiu seus dados de liquidação de agosto. O volume médio diário de liquidações do CLS atingiu 869.542 instruções, um aumento de 8% em relação a julho deste ano. O valor médio diário das instruções totalizou US$ 4,84 trilhões, pouco abaixo do valor de julho. A agregação média diária do CLS Aggregation Service foi de 237.683 instruções, um crescimento de treze por cento em relação ao mês anterior. Os volumes combinados de liquidação e agregação enviados ao CLS aumentaram quase 10% em relação da julho.
LONDRES Volatilidade nos mercados de câmbio, parte III. Aparentemente, a flutuação da moeda está se tornando uma preocupação crescente para várias empresas negociadas na bolsa de valores do Reino Unido que operam internacionalmente, de acordo com uma nova pesquisa da HiFX, prestadora de serviços de câmbio. Segundo a HiFX, que entrevistou 402 dos principais tomadores de decisão de empresas com exposição ao câmbio, mais de um terço das pequenas e médias empresas (SMEs, small- and medium-sized enterprises) se mostram preocupadas com a possibilidade de serem pressionadas por taxas de câmbio flutuantes. Em geral, mesmo estando cientes dos efeitos dos movimentos cambiais, apenas 58% das empresas entrevistadas estão tomando providências para se protegerem contra os efeitos. Entre as entrevistadas, 20% buscaram aconselhamento do banco, 15% procuraram especialistas em câmbio e 14% procuraram uma prestadora de serviços cambiais especializada on-line. Ainda assim, é preocupante que 42% das entrevistadas disseram não fazer nenhuma provisão contábil formal para a exposição cambial. Das empresas que fazem provisão formal, 38% indicaram que alocam de 1 a 24% das contas da empresa à exposição do câmbio.
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A pesquisa revelou ainda que, das empresas que verificam regularmente a exposição ao câmbio, 23% controlam as taxas disponíveis todos os dias e quase 31% o fazem toda semana. Apenas uma pequena parcela – 10% – das empresas verificam as taxas com menos frequência, com intervalos de, pelo menos, dois meses. O relatório ‘FX in SMEs’ da HiFX concluiu que a volatilidade da moeda aumentará os custos dos negócios no próximo ano, pois os movimentos no mercado de câmbio afetam o custo de compra de produtos e serviços no exterior. Mark Bodega, diretor da HiFX, disse: “Com a volatilidade em primeiro lugar na lista de preocupações dos proprietários de pequenas empresas, é surpreendente notar que mais de dois quintos dos entrevistados em nosso relatório ‘FX for SMEs’ tenham dito que não fazem nenhuma provisão contábil formal para a exposição ao câmbio no momento. Para minimizar o efeito da volatilidade da taxa de câmbio, em especial no atual momento econômico, mais do que nunca é importante procurar consultoria de uma prestadora de serviços de câmbio e se assegurar de que as contas da empresa tenham condições para atenuar movimentos inesperados no mercado”.
Squawkbox da P&L: Notícias do mundo CHICAGO
ZURIQUE
Quem quer câmbio grátis? A ICE Futures US dispensou os honorários de câmbio e compensação de todas as transações futuras de pares de moedas executadas em sua plataforma de negociação eletrônica. A dispensa dos honorários permanecerá em vigor até o fechamento dos negócios em 31 de dezembro de 2011. A ICE Futures US oferece contratos futuros em 39 pares de moedas, incluindo na base do dólar, do euro e outros pares. Seis novos contratos futuros também foram listados para negociação em dezenove de setembro. A dispensa dos honorários de câmbio e compensação se aplica a cada um dos contratos futuros de pares de moedas existentes e novos. Ela não se aplica a transações do tipo Exchange for Physicals (EFP) e Exchange for Swap (EFS) desses produtos, nem à negociação de futuros e opções USDX ou a contratos futuros em moeda da ICE Millions.
Volatilidade no câmbio, parte II, a culpa é de quem? Bem, o Swiss National Bank está sob o foco depois de ter adotado a ação incomum de buscar proteção para o franco suíço limitando a taxa mínima de câmbio a CHF 1,20/euro. Em declaração, o banco central informou que as medidas visavam o enfraquecimento substancial e sustentável do franco suíço. Mencionou ainda, que a “superavaliação massiva” do franco suíço impôs uma ameaça imediata à economia suíça, levando ao risco de um desenvolvimento deflacionário. Essa medida foi adotada depois que o franco suíço passou de perto de 1,20/euro para 1,10, e seguiu avisos do SNB, no início de agosto, sobre a possibilidade de intervenção. Alan Ruskin, da equipe de pesquisa em renda fixa do Deutsche Bank, afirmou que “antes de o SNB ter iniciado as suas principais intervenções no câmbio, tinha CHF 65 bilhões em provisões e capital social, ou seja, mais de cinquenta por cento dos ativos. Ou o banco central calculou que podemos intervir o suficiente para nos certificarmos de que não teremos mais prejuízos com o câmbio ou, sendo mais realista, ele aceitou que os prejuízos da intervenção sobre as vendas ‘ilimitadas’ do franco suíço poderiam ser excepcionalmente grandes se os eventos do EUR conspirassem para romper o patamar de 1,20 do EUR/CHF e, assim, um maior influxo de capital seria necessário.” Na declaração, o SNB afirmou que não mais aceitaria uma taxa de câmbio do EUR/CHF abaixo de CHF 1,20, e que aplicaria a taxa mínima “com determinação extrema e está preparado para comprar moeda estrangeira em quantidades ilimitadas”. Kit Juckes, estrategista de moeda do Société Générale, disse que “o SNB precisará tolerar um aumento acentuado em suas reservas de câmbio para interromper a elevação do franco e, no devido tempo, esperamos outros movimentos para deter os influxos de capital e a inflação sobre os ativos”. Embora a ação e a taxa mínima devam causar o enfraquecimento do franco suíço no futuro, o SNB prometeu tomar outras medidas, se necessário. Em maior escala, a ação exacerbou discursos de outra rodada de “guerras entre moedas”, durante a qual as nações procurarão enfraquecer a própria moeda por meio de intervenção para manter uma posição de exportação competitiva.
TAIPEI A Thomson Reuters amplia sua presença em Taiwan. O EnTie Commercial Bank do país implementou a plataforma Reuters Electronic Trading - Automated Dealing (RET-AD) para automatizar as operações de câmbio em tempo real entre suas agências de varejo e a Tesouraria. O EnTie é o primeiro banco de Taiwan a alavancar a plataforma e a transação marca a primeira vez em que a plataforma utilizou uma interface tradicional no idioma chinês. Automatizando números significativos de negociações, a RET-AD permitirá aos traders de vendas do EnTie mais tempo para criar relacionamentos com clientes e se concentrar em vendas complexas, assim como ajudar a reduzir o tempo e os erros de processamento, concluiu a Thomson Reuters. Ela acrescenta ainda,
que a plataforma também criará outras oportunidades para o banco se aproximar de seus clientes e facilitará o processamento direto para o sistema administrativo do banco, a fim de manter a posição de gestão de risco em tempo real. Jeson Liu, chefe de mercados financeiros do EnTie, comenta: “Sem contar a capacidade de simplificar o processo com sua extensa escalabilidade, o sistema RET-AD proporciona uma interface de acesso único (SSO, Single Sign-On) para uma ampla gama de transações financeiras. Isso aumentará nossa competitividade de forma significativa no mercado de câmbio e, ao mesmo tempo, proporcionará melhor gestão de riscos nos mercados financeiros voláteis da atualidade.” Ok, esta é a segunda vez que mencionamos mercados de câmbio voláteis... www.profit-loss.com I Profit & Loss I Outubro de 2011 I
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Capa
MarkitSERV adquire Logicscope A transação é vantajosa para os dois lados, conforme menciona Colin Lambert.
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MarkitSERV, joint venture 50-50 entre a Depository Trust & Clearing Corp. (DTCC) e a Markit, adquiriu a Logicscope para ampliar os recursos da empresa em gestão de processamento de pós-negociação para câmbio e outras classes de ativos. Os termos da negociação não foram divulgados e as empresas dizem que o trabalho de integração já foi iniciado. O momento da negociação é bom para as duas empresas a Logicscope pode alavancar a maior escala financeira e tecnológica da MarkitSERV, enquanto esta última pode expandir os atuais serviços cambiais com a aquisição de uma empresa especialista em conectividade com vínculos com mais de 60 provedores de liquidez e mais de 400 usuários financeiros institucionais. A negociação também encerra um período de fluxo para a Logicscope que, pelo que se sabe, rejeitou várias manifestações de interesse na empresa nos últimos dois ou três anos. Tudo isso está acontecendo tendo como pano de fundo a mudança regulatória, com a qual o setor de câmbio está sendo lenta e gradativamente empurrado na direção da compensação obrigatória de determinados produtos e a exigência de informar todas as negociações em tempo hábil. Ainda que o momento da negociação pareça ser ideal, as empresas dizem que as conversas estão em andamento há algum tempo e, na realidade, já anteciparam grande parte das mudanças regulatórias que estão ocorrendo agora. “Identificamos tremendas oportunidades de crescimento para o nosso negócio no espaço do câmbio. A aquisição da Logicscope é uma excelente forma de desenvolver nossos serviços de câmbio de modo rápido e eficiente”, explica Jeff Gooch, CEO da MarkitSERV. “O TradeSTP da Logicscope e o nosso serviço de confirmação e roteamento de negociações são complementares, ou seja, os clientes das duas empresas serão beneficiadas com essa transação, por meio de uma plataforma mais abrangente para gestão de STP pós-
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negociação e processos de fluxos de trabalho.” A MarkitSERV presta serviços de processamento eletrônico de negociações de derivativos de balcão. No mercado de derivativos de crédito, ela lida com 98% do fluxo de transações e, no setor de taxas, tem participação de 85%. A empresa também fornece conectividade a várias câmaras de compensação globais e repositórios de negociação. Embora esses serviços já estejam ativos nos mercados de crédito e taxas, são relativamente novos para o câmbio, que ainda aguarda a confirmação final sobre as exigências para emissão de relatórios de negociações e, possivelmente, compensação obrigatória.
Oportunidade Quanto ao câmbio, enquanto os seus serviços não tiveram grande penetração devido ao nível relativamente baixo de uso de compensação no mercado, uma das proprietárias da MarkitSERV, a DTCC, foi recomendada pela Association of Financial Markets in Europe (AFME) como fornecedora de um repositório de negociações para o setor de câmbio. Embora Gooch não veja conexão direta entre a compra da Logicscope e a recomendação da DTCC, os dois lados gostam de enfatizar que identificam enormes oportunidades para desenvolver a conectividade entre os participantes do mercado de balcão e as câmaras de compensação globais. Parte dessa oportunidade reside em enfrentar o desafio da conectividade dos participantes do mercado de câmbio, que não são, e nunca serão, clientes das principais corretoras do setor. “Temos a estrutura e o conhecimento para conectar de modo eficiente gerentes de ativos e corporações”, afirma John Barber, CEO da Logicscope.“Agora temos os recursos para escalonar esses esforços de modo considerável, o que penso
foto de Karl Attard
Capa
“Identificamos tremendas oportunidades de crescimento para o nosso negócio no espaço do câmbio. A aquisição da Logicscope é uma excelente forma de desenvolver nossos serviços de câmbio de modo rápido e eficiente.” -Jeff Gooch, CEO da MarkitSERV
da esquerda para a direita: Nick Dyne e John Barber da Logicscope, Keith Tippell e Jeff Gooch da MarkitSERV
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Capa
Da esquerda para a direita: Jeff Gooch, Keith Tippell, Nick Dyne, John Barber
será bom para o mercado de câmbio como um todo.” “A transação é bastante complementar para as duas partes”, acrescenta Nick Dyne, chefe de desenvolvimento de negócios e fundador da Logicscope. “Podemos compor uma empresa de categoria internacional na MarkitSERV, e isso nos proporciona enorme alcance global, e podemos oferecer conectividade para as SEFs e outros locais de negociação que terão papel importante no futuro do setor de câmbio.” Parte dessa escala será refletida em níveis de serviço básico. Por exemplo, a Logicscope poderá otimizar os recursos de suporte em todo o mundo. “Temos recursos para vários idiomas em nossas equipes de suporte global”, explica Gooch. “Por exemplo, em Cingapura, um cliente da Logicscope pode obter suporte local em vários idiomas, um serviço que dificilmente poderia ser prestado por uma empresa de menor porte.” Além disso, Gooch ressalta que os clientes podem ter a tranquilidade de tratar com uma empresa maior, com controle acionário de peso, que já está no âmago do processo de desenvolvimento regulatório. “Já estamos trabalhando em conjunto com os vários órgãos regulatórios para criar os serviços adequados”, disse ele. “Isso é especialmente verdadeiro no setor de taxas e crédito, mas será cada vez mais pertinente no setor de câmbio.”
Concorrência e crescimento É fácil analisar a aquisição e identificar um desafio de hegemonia relativa da Traiana, por exemplo, no espaço principal de corretagem de câmbio, mas isso está longe das intenções de Gooch e Dyne. 10 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
“Não estamos focando fornecedores existentes no mercado de câmbio”, comenta Dyne. “Seremos motivados pelos nossos clientes a criar vários serviços novos, todos aplicativos bem integrados e vinculados, que aumentarão a eficiência do setor.” “Não se trata de concorrência para os serviços existentes; ao contrário, procuraremos concorrer no espaço do câmbio com serviços novos”, concorda Gooch. Os dois lados estão compreensivelmente otimistas com as perspectivas de crescimento para essa empresa combinada. “A história demonstra que a negociação eletrônica traz a necessidade de uma maior capacidade de envio de mensagens”, explica Dyne. “As margens encolhem, ou seja, a eficiência assume total importância, e é aí que entramos. Ao reunir os serviços de pós-risco da MarkitSERV e a experiência da Logicscope entre a mesa de operações e as áreas de risco, estamos estendendo a eficiência para todo o processo de câmbio.” Mesmo que a Logicscope passe a operar sob a marca da MarkitSERV, o TradeSTP, seu principal produto permanecerá inalterado e fará parte do conjunto de produtos da MarkitSERV, afirmam as empresas. Além disso, o quadro de trinta funcionários da Logicscope deve permanecer na empresa recém-integrada. Barber deverá ser o chefe do novo negócio integrado de câmbio, enquanto Dyne continuará em sua função de chefe de desenvolvimento de negócios. “Parte do que nos atraiu para a Logicscope foi a determinação da sua equipe de gestão”, disse Gooch. “A plataforma da Logicscope é ágil e criou um sistema e uma rede com latência baixa, que lhe rendeu excelente reputação no setor de câmbio. Acredito que essa transação nos permitirá criar novos serviços e produtos que serão bem-vindos pelo setor de câmbio e ajudarão a conduzir o setor a novos padrões de serviço.” I
Destaque
Panorama da América Latina
Região de contrastes Panorama da América Latina A América Latina continua a atrair a atenção dos investidores e corretores para as economias nacionais da região, as quais oferecem grande diversidade de desempenho. A Profit & Loss pediu a opinião de seis estrategistas de mercado sobre a América Latina, incluindo as moedas de melhor e pior desempenhos.
Bank of America Merrill Lynch Alberto Ades Chefe de estratégia de renda fixa para mercados emergentes globais e chefe adjunto de economia global Principais problemas a serem enfrentados pela região da América Latina no próximo ano: os próximos doze meses, a dinâmica cambial na América Latina continuará a ser uma função dos principais temas globais que têm dominado os mercados financeiros nos últimos doze meses. O foco principal permanecerá na forma como a crise soberana evoluirá na Europa, a extensão e a duração da atual desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos e, em menor grau, a evolução da inflação nos mercados emergentes. Os desenvolvimentos locais terão um papel secundário nesse cenário. Para as economias latino-americanas, esse pano de fundo negativo as encontra com espaço e munição significativos para implementar políticas anticíclicas (fiscais e monetárias). No entanto, em um cenário de agravamento significativo do ambiente externo, com um declínio nos preços das commodities de exportação da região, talvez tenhamos riscos de queda para nossas atuais previsões de crescimento.
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Uma vez que a maioria dos países da região começou a sinalizar ou implementar uma flexibilização da política monetária em resposta a choques globais, as moedas começaram a enfraquecer, em alguns casos, de forma significativa. Entre meados de julho e setembro, as moedas que mais sofreram foram o real brasileiro (15%) e o peso mexicano (13%), enquanto do outro lado do espectro temos o peso chileno (8%), o peso colombiano (6%), o sol peruano (1%) e o peso argentino (1%). Moedas de melhor desempenho na América Latina: No cenário onde se dissipam os choques globais abaixo mencionados, a classificação de desempenho seria oposta: o peso mexicano e o real brasileiro seriam as moedas mais prócíclicas da região, com desempenho superior evidente. Moedas de pior desempenho na América Latina: Esperamos que o real brasileiro, o peso mexicano e o peso chileno sofram mais num cenário em que o contexto global continua a se deteriorar, com a continuidade da desaceleração da atividade econômica na Europa e nos Estados Unidos, além do impacto associado em termos de negócios para a região. Nesses países, é provável que a política monetária seja usada de forma mais agressiva como uma ferramenta anticíclica. A depreciação dessas moedas se intensificará naturalmente no caso de um agravamento das crises soberanas europeias. Moedas como o peso colombiano, o sol peruano e o peso argentino ficarão mais contidas nesses cenários em meio à provável intervenção do banco central. I
Panorama da América Latina
Destaque
Moedas de melhor desempenho na América Latina:
BBVA Dustin Reid Chefe global de estratégia cambial Principais problemas a serem enfrentados pela região da América Latina no próximo ano: as inúmeras questões que vimos observando no mercado da América Latina, há duas em particular. A primeira é como o sentimento de risco global continuará a afetar os fluxos de moeda para os mercados emergentes e, particularmente, para a América Latina. Nesse sentido, acreditamos que a recente queda parece exagerada e com a nossa visão interna pedindo uma resolução bem-sucedida para a crise da dívida periférica da Europa, podemos ver o câmbio na América Latina se valorizando de maneira geral assim que terminar o atual período de aversão ao risco. A segunda questão-chave envolve as novas medidas e intervenções preventivas macro no mercado de câmbio. Neste ano houve várias tentativas de impor novas estruturas regulatórias para tentar conter a valorização da moeda local; neste quesito o Brasil se destaca. Consideradas as recuperações recentes dos preços no mercado à vista, as novas e iminentes medidas preventivas macro provavelmente estão em segundo plano agora. Além disso, neste ano, quase todos os principais bancos centrais (BCs) da América Latina interviram diretamente nos mercados de câmbio, alguns de forma incisiva. Dada a recente reversão dos preços à vista, um tema relevante a ser observado será se os BCs latino-americanos tentarão reprimir a volatilidade, mesmo com as moedas nacionais se depreciando, ou se estão satisfeitos o suficiente com a mudança de direção? De modo geral, acreditamos que a maioria dos BCs da região não vai tentar reprimir a volatilidade do câmbio se suas moedas continuarem se desvalorizando, pois muitas autoridades perceberam que o câmbio na América Latina está supervalorizado há algum tempo.
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No acumulado do ano, as moedas que tiveram o melhor desempenho da região com base no dólar (USD) foram o peso colombiano (COP) e o novo sol peruano (PEN), ambas em torno de 1,8% à vista. Da mesma forma que os padrões do real (BRL) e do peso mexicano (MXN), as duas moedas apresentavam bom desempenho este ano, antes da instrução do Federal Open Market Committee (FOMC) em meados de agosto, sendo que o COP teve o melhor desempenho acumulado no ano, – valorizando-se em torno de 5% antes da instrução do FOMC. Acreditamos que a Colômbia tenha se beneficiado com os influxos recémdescobertos de investidores institucionais desde o início do ano, quando a classificação de crédito do país foi elevada para grau de investimento, permitindo que aparecesse no radar de muitos PMs globais que, anteriormente, não podiam investir devido às restrições ao grau de investimento. Além disso, a forte indústria de produção de petróleo da Colômbia, aliada ao período de preços elevados do petróleo no primeiro semestre de 2011, também ajudaram a sustentar entradas de infraestruturas relacionadas ao petróleo – entradas que, acreditamos, ainda continuam apesar do recente sentimento de mal-estar quanto ao risco global. Moedas de pior desempenho na América Latina: No acumulado do ano, as moedas que apresentaram o pior desempenho da região com base no USD foram BRL e MXN, com desvalorização de aproximadamente 11% e 10%, respectivamente, com base no mercado à vista. Para ser justo, grande parte da queda ocorreu a partir de meados de agosto, quando BRL e MXN registraram perdas em torno de 13% e 10%, respectivamente, desde a reunião do FOMC em 9 de agosto; lembre-se que a instrução do FOMC foi vista pelos mercados financeiros e cambiais como excepcional e, de certa forma, inesperadamente moderada. Embora as expectativas de taxas tenham caído no Brasil e México nas últimas quatro a oito semanas, acreditamos que o sentimento de risco global em declínio seja, provavelmente, o principal impulsionador por trás do desempenho inferior recente. Além disso, Brasil e México, de modo geral, têm recebido grandes influxos de investidores estrangeiros no último ano; a recente reversão do sentimento de risco nas classes de ativos pode estar causando algum êxodo de recursos estrangeiros e o alinhamento de negócios de longo prazo para perigo do BRL e do MXN. I
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Destaque
Panorama da América Latina
The Royal Bank of Scotland Flavia Cattan-Naslausky Estrategista sênior de câmbio para a América Latina Principais problemas a serem enfrentados pela região da América Latina no próximo ano: primeira etapa de enfraquecimento do câmbio veio na esteira do hedge de posições de títulos estrangeiros, tendo MXN e BRL como os principais destaques. Agora o debate passou para a segunda fase de uma redução da exposição ao risco, pois o mercado não conseguiu firmar os pés nem o FOMC produziu o que se esperava. Há rumores de dinheiro real em busca da saída, assim como confusão sobre o volume de exposição em diferentes camadas de investidores, com os investidores de varejo japoneses no centro do debate. Há consenso apenas quanto a saídas marginais por enquanto, embora a inversão na tendência seja realmente o que importa. Há camadas e camadas de risco ao longo dos últimos anos que agora estão prontas para serem desembaraçadas. Se isso acontecer, a limpeza de posição da primeira metade de setembro nos mercados cambiais não traz muito conforto em relação à movimentação na direção do USD para proteção, além do risco de liquidação das posições nos mercados locais de renda fixa. Com o BRL, posições mais vendidas já são posições compradas em dólares de quase USD 4,8 bilhões, mas o posicionamento global permanece altamente vendido em USD
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Thomson Reuters Ana Sales Chefe de Tesouraria para América Latina Principais problemas a serem enfrentados pela região da América Latina no próximo ano: principal problema que enfrentam os mercados cambiais da América Latina é o crescimento mundial e como as taxas de câmbio reagirão diante de um panorama cada vez mais
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14 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
8,6 bilhões. A relação USD/BRL rompeu os níveis que mais nos preocupavam, com maior relaxamento das posições mais antigas e arraigadas que se mantiveram durante a volatilidade de curto prazo, mas são pontos de equilíbrio importantes. As ações nos preços confirmam essas preocupações, mas o sofrimento ainda está por vir. A ausência de exportadores neste movimento de ascensão removeu uma importante proteção se considerarmos como, entre julho e agosto, os exportadores repatriaram cerca de USD 9,1 bilhões de recebíveis de exportação deixados no exterior (estimamos outros USD 12,3 bilhões de recebíveis no exterior). O MXN não conseguiu se ater a nada com desempenho superior em relação ao câmbio em mercados emergentes, comprovando ter vida curta, e as vendas locais ainda são compensadas pela demanda externa. Não se pode contestar que a queda não pareça estendida a esses níveis, mas o risco de posicionamento no mercado local de renda fixa é uma preocupação. Não tenho pressa nenhuma de voltar ao balcão de negociações. As reduções do nível de crescimento apresentadas por pesquisas do setor privado e pelo FMI reforçam o enfraquecimento da moeda como uma válvula de ajuste necessária, em especial contra um mix de políticas ultraconservadoras. Eu continuo preferindo as moedas de segunda classe. Eu ainda estou com posições vendidas em BRL/compradas em CLP/COP/PEN, ainda que elas também tenham ficado presas ao estresse do mercado. Está cada vez mais difícil defender o CLP quando os dois ativos que geralmente têm bom desempenho em ambientes de crescimento global sólido – cobre e moedas asiáticas (ADXY) – têm registrado quedas expressivas apesar do apoio essencial da linha de tendências. Até o momento, o COP tem se portado bem, mas o ajuste contínuo na ponta mais longa da curva NDF sugere rápida recuperação da fixação de preços em relação a fatores externos que se deterioram. I
sombrio. Muitos dos avanços das economias da região, tendo o México como maior exceção, vieram do crescimento mundial robusto liderado pela China e pela enorme demanda que o crescimento criou para commodities, e como uma escassez geral dessas mercadorias também provocou a alta dos preços desses produtos. Esse crescimento está em risco. A economia dos EUA está lenta, a Europa está atolada na crise da dívida e a China está mostrando sinais de crescimento mais lento na medida em que tenta lidar com seus próprios problemas de dívida e inflação. Se as economias responsáveis por cerca de 60% do crescimento mundial não crescerem, o mundo vai ter dificuldade para expandir, a demanda por produtos latino-americanos vai diminuir e suas moedas provavelmente vão cair junto com as taxas de câmbio. No caso do México, o crescimento dos EUA é particularmente importante, já que, como maiores vizinhos, representam 80% das receitas de exportação.
Panorama da América Latina
Como resultado, moedas que estavam subindo há apenas alguns meses, agora caem. Sua firmeza contra o dólar se baseou, em grande parte, em receitas de exportação de porte e crescentes. Os mercados cambiais também estão cada vez mais cautelosos em relação a regulamentação e intervenção. Os impostos do Brasil e outros controles sobre investimentos estrangeiros ajudaram a curar o real dos seus ganhos no início deste ano, mas também estão elevando custos e enviando muita atividade de mercado para fora do país. O grau em que os Estados Unidos mantêm as taxas de juros baixas e injetam liquidez em sua economia, ações voltadas para a reativação rápida da sua economia, também terão impacto. Empréstimos baratos dos EUA têm ajudado a especulação financeira de moedas latino-americanas, na medida em que investidores utilizam os empréstimos em dólar para comprar
Destaque
títulos dos mercados emergentes que rendem mais. Moedas de melhor desempenho na América Latina: A Colômbia conseguiu recuperar sua economia e obteve três classificações de crédito de grau de investimento este ano. Um grande avanço no setor de mineração do país elevou o valor do peso, mas a recente queda significa que o banco central não está disposto a estender as medidas para minimizar a força do peso. Moedas de pior desempenho na América Latina: México e Brasil.Recentemente, as duas moedas se fortaleceram perante o dólar, mas permanecem vulneráveis à maior aversão ao risco resultante da crise da dívida soberana da zona do euro, bem como ao crescimento mais generalizado na aversão ao risco dos mercados emergentes. I
Moedas de melhor desempenho na América Latina:
Société Générale Benoit Anne Chefe de estratégia de mercados emergentes Principais problemas a serem enfrentados pela região da América Latina no próximo ano: panorama para as moedas dos mercados emergentes é bastante afetado por fatores globais e a América Latina não é exceção. As principais preocupações no momento giram em torno dos riscos de recessão global, em parte influenciados pelos riscos significativos de recessão da economia dos EUA, sinalizados pelo FED, bem como os riscos da crise financeira global, que refletem a deterioração da crise da dívida na Europa. As moedas da América Latina estão expostas nas duas frentes. Por exemplo, o MXN está altamente alavancado para as condições macro dos EUA, mas também está fortemente influenciado pelo ambiente de risco global. De certa forma, fatores como fundamentos não têm grande importância nas atuais condições do mercado global, em especial com relação aos impulsionadores ou fatores técnicos do mercado global, como o posicionamento. Em geral, continuamos pessimistas em relação às moedas dos mercados emergentes no período que se avizinha, incluindo a América Latina, e só teremos tranquilidade quando o cenário se recuperar de forma significativa, assim que o pano de fundo global tiver melhorado de substancial.
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É provável que o BRL tenha condições de superar o desempenho de seus pares mais adiante, após a significativa queda vista recentemente. O BRL foi negociado a 1,91 em relação ao USD no final de setembro, um nível que não se via desde 2009. Mas um importante impulsionador do BRL para o futuro será a mudança de abordagem das autoridades em relação ao BRL, na qual observamos agora uma mudança de 180 graus. Até recentemente, as autoridades brasileiras estavam nervosas com as pressões de valorização do BRL. Como as condições mudaram, as autoridades anunciaram que podem retirar algumas das medidas anteriores. Embora o BRL já não sirva mais como refúgio seguro na América Latina, o movimento recente sugere que os riscos de depreciação agora são bastante limitados. Neste ponto, não se espera que a relação USD/BRL ultrapasse os 2,00 e, mesmo assim, seria necessária uma grave deterioração no cenário global. Moedas de pior desempenho na América Latina: Em nossa opinião, o CLP parece ser a moeda mais vulnerável da América Latina no futuro próximo. O CLP está, de fato, bastante alavancado em relação às perspectivas globais de crescimento e à demanda global por commodities. Infelizmente para o Chile, os riscos em relação ao crescimento global estão agora inclinados para o lado negativo, com alguns investidores ainda mais preocupados com a possibilidade de nova recessão global. Além disso, o cenário de apetite global pelo risco continua bastante desafiador, devido à severa crise da dívida soberana em curso na Europa. Neste momento, os fundamentos não importam tanto quanto o posicionamento e outros fatores técnicos. Por ora, o CLP deixou para trás os seus pares no processo de correção que vimos nos últimos dias. No entanto, isso pode mudar mais à frente, dado o status do Chile como economia pequena, aberta e voltada para exportação. Com esse pano de fundo, um movimento elevando a relação USD/CLP para 575 não pode ser descartado. I
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Destaque
Panorama da América Latina
Standard Chartered Bret Rosen Estrategista de dívida soberana para América Latina Principais problemas a serem enfrentados pela região da América Latina no próximo ano: ecentemente, os mercados latinos negociaram menos com base em fundamentos e notícias domésticos e mais com base em notícias da Europa e dos Estados Unidos. Enquanto isso, bancos centrais de toda a região interromperam campanhas de aumento de taxas, tendo o Brasil se destacado ao cortar a taxa básica SELIC em 50 pontos percentuais em seu mais recente comitê de política monetária. Aguardamos outros cortes de taxas no Brasil. Além dos fatores internacionais, estamos concentrados em 1) preços de commodities; 2) eleições presidenciais em outubro na Argentina; 3) eleições presidenciais no próximo ano no México e na Venezuela; 4) possível adoção pelo Brasil de outras medidas para tentar enfraquecer o real; 5) pressões inflacionárias no Brasil, que já está acima do nível de tolerância do banco central.
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Moedas de melhor desempenho na América Latina: Em meio à recente e substancial volatilidade do mercado, o PEN se destaca na América Latina devido à sua estabilidade relativa. Em geral, os movimentos diários do PEN não têm sido maiores que 0,01 ao dia, pois o banco central mantém muita munição para conter a volatilidade diária da moeda. Em relação ao PIB, o banco central mantém a maior parte das reservas internacionais na América Latina, o que permite flexibilidade para intervir no mercado cambial para compensar movimentos do PEN. É importante monitorar o elevado grau de dolarização no sistema bancário, mas, nas últimas semanas, a região não tem mostrado tendência de dolarização de portfólios.
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Enquanto isso, com as eleições presidenciais no espelho retrovisor, o risco político parece ter se dissipado, os fundamentos do país parecem mais fortes e aguardamos a eventual retomada da pressão de valorização. Além disso, com base na taxa de câmbio real efetiva (REER, real effective exchange rate), o PEN parece apresentar uma valorização atrativa em relação a outras moedas latino-americanas, como o COP, o CLP e o BRL, tendo valorizado muito menos que essas moedas nos últimos meses. Moedas de pior desempenho na América Latina: pressão sobre o ARS continua e esperamos que essa tendência se mantenha nos próximos dias, em especial com a desvalorização do BRL para 1,71 (em 16 de setembro), contra 1,54 no final de julho. A demanda de dólares dos EUA é impulsionada pelos seguintes fatores: (1) As taxas de depósito estão significativamente negativas em termos reais, mesmo após os recentes aumentos nas taxas de juros locais. (2) A inflação está persistentemente alta, em torno de 25%, e o governo não tem demonstrado muito interesse em moderar as pressões sobre os preços. (3) A oferta monetária vem crescendo 40% ao ano. (4) Os gastos primários se expandem 35% ao ano devido, em parte, às próximas eleições. (5) Há uma sensação de que o ARS está perdendo competitividade devido à valorização substancial da REER nos últimos anos – 40% apenas nos últimos 24 meses. (6) Alguns acreditam que o governo pode implementar um ritmo mais rápido de desvalorização após as eleições. (7) O Brasil está afrouxando a política monetária e existem receios de que reduza o seu crescimento de modo mais significativo em 2012. (8) Existe a crença de que mais quatro anos de governo Kirchner represente a continuidade política em vez de uma reforma significativa. (9) O cenário global é preocupante. Desde meados de julho, recomendamos o posicionamento de um ARS mais fraco após as eleições, e o recente movimento da moeda (nos mercados à vista e de NDFs) tem se mostrado assim. Acreditamos que o ARS se enfraquecerá de modo mais significativo no quarto trimestre, depois das eleições presidenciais de outubro. I
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Regulamentação dos derivativos de balcão
Sala de operações
A confusão reina sobre regimes regulatórios diferentes A Thomson Reuters lançou uma nova pesquisa, após entrevistas presenciais com gerentes seniores globais, que avalia o impacto e identifica as oportunidades decorrentes da futura regulamentação global dos derivativos de balcão.
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egundo a nova pesquisa divulgada pela Thomson Reuters no mês passado, ainda há preocupação entre os bancos e outras instituições financeiras sobre como gerir uma empresa global de derivativos e respeitar os diferentes regimes regulatórios, à medida em que o mundo financeiro passa para um novo cenário de regulamentação. A Thomson Reuters realizou entrevistas qualitativas presenciais com mais de setenta gerentes seniores globais nos meses de março e abril de 2011 para discutir o impacto da futura regulamentação dos derivativos de balcão. A pesquisa incluiu entrevistas com chefes de mesas, chefes de operações, pósnegociação, conformidade, estratégia e gerentes de empresas de derivativos de balcão em instituições financeiras globais de grande, médio e pequeno porte. A pesquisa chega num momento em que
os órgãos reguladores globais finalizam as regras que exigirão a negociação eletrônica padronizada de derivativos, a compensação centralizada e a emissão de relatórios para um repositório até o final de 2012, a fim de minimizar o risco sistêmico dos mercados financeiros. A pesquisa se concentra em como os executivos financeiros planejam operar suas empresas de derivativos de balcão no novo ambiente regulamentado e como a regulamentação afetará a liquidez dos mercados de derivativos de balcão e a composição dos preços dessas transações. Ela também enfoca quais produtos e funcionalidades devem estar implementados para fornecer soluções de negociação e pós-negociação em conformidade com os regulamentos e como cada peça-chave da regulamentação será abordada, incluindo: identificação do status regulatório das contrapartes,
execução da negociação em um local regulamentado, processamento direto e requisitos de compensação e emissão de relatórios. Na pesquisa, os entrevistados identificaram a falta de coordenação visível entre os os órgãos reguladores como uma questão importante, pois estes deixam de harmonizar as suas estruturas regulatórias com as exigências detalhadas de suas regras. Uma abordagem global para essa reforma é um dos fundamentos das recomendações da reunião do G20 realizada em setembro de 2009 para solucionar as preocupações levantadas durante a crise do crédito. Os participantes do mercado concordaram que é preciso aplicar os regulamentos financeiros de modo consistente e global para evitar arbitragens. A International Organisation
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Sala de operações
Regulamentação dos derivativos de balcão
of Securities Commissions (IOSCO) foi encarregada de providenciar essa uniformização, mas a implementação atual das recomendações difere quanto a geografia, tipos de instrumento, prazos de implementação e exigências de conformidade. A pesquisa da Thomson Reuters demonstra também que existe grande variação nos níveis de preparação entre as instituições financeiras entrevistadas. De um lado do espectro, grandes bancos afirmam que responder ao regulamento é um dos seus principais “programas de mudança”. No outro extremo do espectro estão os bancos menores que dizem estar “esperando para ver” o esclarecimento final das exigências regulatórias. Muitas instituições financeiras no meio dizem estar nos estágios iniciais do planejamento das alterações dos seus negócios de derivativos de balcão. Esses bancos no meio do espectro da “preparação” estão considerando várias direções a seguir e testam ativamente uma variedade de resultados possíveis. Esses bancos de médio porte estão analisando como competir com os bancos globais, oferecendo serviços como compensação de clientes, diz a Thomson Reuters.Nos Estados Unidos, grande parte desses bancos informa que está ativamente fazendo lobby, planejando, priorizando, acompanhando e desenvolvendo os recursos necessários para lidar com as mudanças.
Impacto no fluxo de trabalho Os novos regulamentos para derivativos de balcão terão impacto sobre todo o fluxo de trabalho de negociação, em quatro áreas principais: identificação, execução, obrigação de compensação e obrigação de emissão de relatórios. Segundo os regulamentos propostos, as contrapartes devem ser capazes de identificar o instrumento que desejam negociar e se estão ou não qualificadas para a compensação. Elas também devem se identificar pelo tipo de contraparte, como corretora de swaps/instituição financeira, participante principal de swap/contraparte não-financeira ou
usuário final isento.Antes da negociação, a parte central da compensação, por intermédio da qual a compensação será realizada, e os dados de swap/repositório da negociação que servirão de referência para as negociações também devem ser identificados. “Explicado de forma mais simples, a negociação de um derivativo de base europeia realizada por um banco dos EUA para um cliente japonês deve ser capaz de estabelecer quais regras serão aplicadas a essa transação específica, mas isso continua obscuro, mesmo para os órgãos reguladores”, afirma a Thomson Reuters na pesquisa. Os bancos entrevistados reconhecem o relacionamento entre a identificação da contraparte, o local de compensação e o preço de execução. Eles identificaram a necessidade de um mecanismo para administrar as informações da contraparte, bem como informações de identificação durante conversas de negociação para facilitar cada negociação.Ser capaz de identificar, antes da negociação, locais de compensação e emissão de relatórios relevantes é considerado importante pela maioria dos entrevistados, afirmou a Thomson Reuters. Quanto à execução, as instituições serão obrigadas a firmar todos os contratos de derivativos padronizados ou de swaps elegíveis em uma bolsa registrada ou regulamentada, em SEFs nos Estados Unidos ou em um local de negociação multilateral na Europa. A Thomson Reuters perguntou aos entrevistados o que eles acham que será necessário nos termos da nova regulamentação e eles identificaram a necessidade de estender a captura automática do negócio, incluindo a criação de código e STP, no fluxo de trabalho pós-negociação para todos os instrumentos qualificados. A pesquisa mostrou que existe uma preocupação entre os entrevistados quanto a qualquer exigência de emissão de solicitação de cotação para um número mínimo de participantes do mercado, pois isso poderia elevar os custos da negociação e aniquilar a liquidez nesses mercados para todos, exceto para os
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instrumentos de maior liquidez. Existem também uma preocupação quanto ao fato de as negociações continuarem sendo realizadas por mensagens instantâneas ou e-mail e as implicações das novas regras para as negociações realizadas pelas mesas de operações atualmente. Quanto à compensação, há várias contrapartes centrais (CCPs) prontas para oferecer compensação de derivativos de balcão, porém, os entrevistados acreditam que haverá um período de consolidação após a explosão inicial das CCPs, que acabará por levar a uma ou duas CCPs principais por classe de ativos por região. De acordo com os bancos entrevistados pela Thomson Reuters, as alterações propostas para a governança das CCPs permanecem obscuras pois, historicamente, eles tiveram grandes participações nas CCPs. No entanto, esse modelo pode estar em risco, uma vez que os órgãos reguladores agora veem as CCPs como um vínculo sistêmico importante na cadeia da estabilidade financeira em si e precisam ter capital adequado para fornecer os serviços de compensação. Os entrevistados identificaram a interoperabilidade entre as CCPs como um problema. “Bancos de grande e médio porte talvez incorram em grandes exigências de margem, caso detenham posições em várias CCPs que não operam de forma coesa frente a exposições líquidas. A nossa amostra de entrevistados pensa que os bancos podem optar por construir um relacionamento com uma única CCP para gerenciar com eficiência as suas exposições, apesar do risco de concentração adicional de lidar com uma única CCP”, comenta a Thomson Reuters.“Os bancos podem optar por apenas lidar com contrapartes que possam fazer a compensação por meio das CCPs preferidas ou incluir as exigências de maior margem como um fator na composição dos preços das negociações que devem ser compensadas em outro lugar.” No relatório, os entrevistados da pesquisa rapidamente destacaram a sua preocupação com o que acontece com todas as informações enviadas para os
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repositórios de dados de swap/negociações. “Quem tem acesso a eles?”, “quem é responsável pela avaliação das informações?” e “como será avaliado o risco global da posição nos vários repositórios?” foram perguntas comuns, informa a Thomson Reuters.Os entrevistados concordaram quanto à separação das entidades de repositório de negociações e CCP e, ainda, que deveria haver um único repositório por classe de ativos em nível global para garantir uma visão conjunta da atividade do mercado. A pesquisa deixa claro que o apoio às eficiências do fluxo de trabalho é fundamental para atender às necessidades dos clientes do banco. Os bancos estão fazendo investimentos significativos na construção e manutenção de partes do sistema como um todo, além de adquirir vários componentes de terceiros. A pesquisa também demonstrou que qualquer solução deve ser fácil de instalar e operar com a infraestrutura existente.Os clientes gostariam de ter a oportunidade de se vincular às CCPs e fazer swap de repositórios de dados/negociações fora das plataformas de negociação, mas também querem ter a capacidade de conectar esse recurso em suas outras plataformas de negociação para terem uma única solução pós-negociação. Os bancos também procuram uma solução que agregue as informações do repositório de negociação e lhes permita cumprir suas obrigações regulatórias e dar aos órgãos reguladores uma visão geral dos mercados para fins de estabilidade financeira. A maioria dos entrevistados destaca que o principal impacto na composição de preços decorre das exigências de compensação. O custo da negociação vai aumentar e, portanto, os preços dos derivativos podem mudar também. Diferentes locais de compensação podem cobrar valores diferentes para os mesmos instrumentos, ou seja, as exigências de margem podem diferir e a liquidação eficiente entre locais de compensação será mais difícil. As corretoras terão de manter vários preços executáveis para instrumentos
Sala de operações
“A nossa amostra de entrevistados pensa que os bancos podem optar por construir um relacionamento com uma única CCP para gerenciar com eficiência as suas exposições, apesar do risco de concentração adicional de lidar com uma única CCP.” semelhantes com base nos parâmetros de compensação. De acordo com os entrevistados, é provável que as corretoras incluam o custo da compensação e da emissão de relatórios no preço. Elas já consideram vários fatores na composição dos preços, como relacionamento com clientes, volume negociado e condições do mercado. Conforme informou a Thomson Reuters, várias estratégias estão sendo consideradas, mas ainda não há uma solução clara. Muitos entrevistados dizem que procuram uma forma de incorporar o local da CCP na composição de preços prénegociação. Outros dizem que adicionariam um encargo, semelhante a uma taxa de corretagem, depois de definido o preço da negociação.Outros ainda disseram que a contraparte poderia impor o local da CCP.
Portais para um banco único De acordo com os entrevistados, os portais para um banco único (SBPs, single bank portals) podem continuar a existir, mas não na forma atual. Vários bancos pensam em retirar de seus SBPs os instrumentos que precisarão ser negociados em local de negociação regulamentado, caso não tenham incorporado ou adquirido uma solução de terceiros. Os entrevistados disseram acreditar que, no futuro, somente esses instrumentos não incluídos nas regulamentações seriam negociados nos SBPs. Um entrevistado de um banco de médio porte declarou: “Para mim não está claro que uma plataforma de uma entidade nunca possa ser uma SEF, e também não acho que é o que estamos procurando”. A Thomson Reuters declarou que os comentários de bancos de grande e médio
porte revelam duas preocupações importantes com as mesas de operações: a primeira, ao negociar em nome de um cliente, como elas poderão cumprir a exigência de ter vários preços para satisfazer os requisitos de transparência pré-negociação? E a segunda: será que os regulamentos forçarão as mesas de operações a trabalhar apenas com instrumentos não compensados? Muitos dos bancos entrevistados estavam cientes de que as corretoras intermediárias pretendiam garantir que suas plataformas eletrônicas de negociação se tornassem uma SEF regulamentada. Há uma sensação no mercado de que essas corretoras se afastarão de produtos “fluidos” e derivativos mais padronizados e se concentrarão em produtos menos padronizados, que não podem ser comercializados por intermédio de uma SEF, comentou a Thomson Reuters. Acrescentou ainda que, no processo das entrevistas, ficou evidente que o futuro dos produtos de fluxo de negociação de corretoras por voz poderia ficar limitado em decorrência da nova regulamentação Dodd-Frank nos EUA, e que as corretoras por voz seriam obrigadas a mudar a forma com que conduzem seus negócios para atender às exigências dos novos regulamentos.Os entrevistados sugerem que essas corretoras por voz podem mudar para a negociação eletrônica como resultado da regulamentação. “Ainda há muitas questões pendentes com relação à futura regulamentação, mas a nossa pesquisa mostrou que os participantes do mercado desejam muito encontrar parceiros adequados de negócios e trabalhar em conjunto com eles não só para ficar em conformidade com os regulamentos, mas para criar valor e eficiências para os seus negócios”, afirmou a Thomson Reuters. I
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Sala de operações
Planejar para crescer
Tim Carrington do RBS:Planejar para crescer Tim Carrington ingressou no Royal Bank of Scotland em setembro de 2010 como chefe global de câmbio, após uma notável carreira em alguns dos maiores bancos do mundo. Ele conta para Kirsten Hyde por que voltou para o câmbio e quais são seus planos para o futuro dos negócios do RBS.
TIM CARRINGTON
Kirsten Hyde: O Sr. ingressou no RBS no final do ano passado, depois de chefiar o setor global de derivativos e risco estratégico do Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC) que atua predominantemente em ações e renda fixa.Por que voltou para o setor de câmbio?
Tim Carrington: Recém-formado, comecei a trabalhar no National Westminster Bank (NatWest) em 1992, onde fiquei oito anos e quase um ano no RBS depois da fusão. Saí de lá e trabalhei em várias instituições financeiras. Mais recentemente, vim do Canadá, do CIBC. Não pretendia voltar para o setor de câmbio, mas conheço muito bem o pessoal daqui e este é um dos melhores cargos que se pode ocupar no setor de câmbio. Esta é uma verdadeira casa de câmbio – durante vinte anos o câmbio tem sido um dos três principais pilares de negócios do RBS. O RBS também sofreu alguns revezes bastante fortes, e alguns deles foram o tamanho da fusão do ABN Amro com o
RBS, a crise do crédito e o controle do governo. No entanto, o que me atraiu foi que mantivemos a participação de mercado praticamente ao longo de todo o processo. Pensei seriamente no RBS e decidi que era um grande nome no câmbio. Foi atingido por alguns golpes e pela imprensa desleal e, mesmo assim, permaneceu relativamente saudável. Gosto do trabalho de desenvolvimento – e desenvolver algo que já é um dos melhores concorrentes em seu setor de atuação é muito atrativo.
KH: Quais foram as suas principais prioridades no ano passado? TC: Nós nos concentramos em eliminar as lacunas que tínhamos. Em agosto, contratamos James Pearson, que veio da Nomura para gerir a divisão de câmbio à vista G10. Contratamos também Ed Mount para chefiar um novo grupo denominado Technology Based Trading (negociação baseada em tecnologia). Desenvolvemos um novo produto de negociação algorítmica de derivativos e
20 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
Ed vai supervisionar esse setor. Ele também será responsável por todos os produtos de negociação da RBS Marketplace [a plataforma de negociação eletrônica do banco]. Em setembro, Mark Webster ingressou na empresa como chefe global de vendas de instituições financeiras e chefe de vendas de câmbio para a região EMEA, e contratamos Graham Wintersgill para chefiar as vendas de fundos hedge no Reino Unido – os dois vieram do Bank of America Merrill Lynch. Mark, James e Ed ocupam funções na equipe de gestão. Em 1º de outubro, Mark Barnes também retornou de sua licença sabática. Ele cuidará de um novo negócio denominado Client Macro Trading (macro negociação de clientes), transformando-o em uma pequena equipe global. Este será, efetivamente, um segmento voltado para a negociação, que manterá contato direto com os clientes e tem como objetivo principal os fundos de hedge e a comunidade monetária real. É um negócio que terá exposição de mercado, mas vai estar lá como um utilitário para
Planejar para crescer
os clientes, bem como para discutir estratégias, ideias e conceitos.Suas metas serão voltadas a clientes e volumes e será uma franquia central. Toby Cole (ex-Goldman Sachs) também estará conosco para gerir a estruturação de instituições financeiras e desenvolver a peça que faltava no quebra- cabeça. Acreditamos ter, e nossos clientes dizem que temos, um dos negócios de derivativos cambiais mais robustos do mercado. Acho que essa qualidade não é aproveitada ao máximo com a nossa base de clientes e é uma das coisas que desejo proporcionar, e acredito que ela será um diferenciador real para o RBS em um universo onde é tão difícil se diferenciar.
KH:O Sr. mencionou que o RBS desenvolveu um novo produto de negociação algorítmica de derivativos – poderia nos dar mais detalhes? TC: Em setembro, lançamos o RBS Agile, um produto de negociação algorítmica projetado para ajudar os clientes a gerenciar o gama associado aos portfólios de opções cambiais. A ferramenta monitora o gama de uma posição em opções e compra ou vende câmbio à vista automaticamente, assegurando a manutenção do delta dentro dos limites predeterminados. O RBS Agile também é usado para replicar opções no mercado à vista de maior liquidez. Os nossos corretores de opções usam o RBS Agile internamente e a ferramenta ajuda a reduzir muito sua carga de trabalho, deixando-os com mais tempo para se concentrarem nos clientes. Nós conectamos o algoritmo na plataforma FX Stream do RBS Marketplace, ou seja, agora os nossos clientes podem ter o mesmo benefício. E, como o RBS Agile monitora constantemente o mercado e as negociações de acordo com a estratégia escolhida pelo cliente, ele permite
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“O nosso objetivo é fazer com que o segmento de câmbio esteja na melhor forma possível.” negociações mais frequentes e capta os menores movimentos do mercado, extraindo valor da volatilidade.
KH:Além das contratações, qual outra área foi prioritária? TC: Gastamos muito tempo com integração – por exemplo, tínhamos instituições financeiras de câmbio e negócios de vendas corporativas independentes. Agora eles estão integrados em nível global, exceto no Reino Unido, onde não precisamos, ou não queremos, integrar grande parte do nosso negócio corporativo. Essa integração foi motivada pelo desejo de se concentrar no comportamento do cliente e não no nome do cliente. Existem algumas contas monetárias reais (real money accounts) para as quais é preferível adotar uma abordagem de solução corporativa, e existem algumas corporações que, na verdade, adotam uma postura muito mais de instituição financeira. Estamos removendo essas barreiras para que o nosso pessoal de vendas fale com os clientes pelo comportamento, e não pelo nome. Vimos trabalhando também para estabelecer uma conectividade global para garantir o desenvolvimento de uma mensagem global homogênea, internamente e com os clientes, e adotar uma abordagem uniforme na composição de preços e na distribuição, e com a funcionalidade do RBS FX.
KH: Quais são as ambições do RBS para o segmento de câmbio?Poderia nos dizer a estrutura do objetivo a ser alcançado? TC: O nosso objetivo é fazer com que o segmento de câmbio esteja na melhor
forma possível. Vamos desenvolver o que é bom para a nossa franquia de clientes e transformá-la em uma excelente franquia. Nossa área de operações é fenomenal: temos grupos de excelência em nossa franquia e estamos trabalhando para transformar o banco em um negócio de câmbio robusto e duradouro, com enfoque na franquia de clientes. O nosso objetivo claro é estar presente entre os três maiores bancos em termos de receita, reputação e volume. No início deste ano, trouxemos Adam Jesney para assumir o cargo de diretor administrativo e chefe de estratégia da área de câmbio.– Passamos muito tempo com grande número de pessoas e agora temos bastante claros o caminho e os objetivos que pretendemos alcançar nos próximos cinco anos.
KH:Em qual setor o RBS identifica as maiores oportunidades de crescimento? TC: Esperamos ser os melhores em tudo o que esteja em libra esterlina. Mantemos ainda um grande enfoque na Ásia, aproveitando a presença do ABN, que está crescendo. Na verdade, além dos grandes bancos globais dos mercados emergentes, temos a maior presença em licenças bancárias nessa região. As corporações também representam um grande foco para nós na região da ÁsiaPacífico. Uma das coisas que pensamos poder trazer para o centro da discussão é o nosso extraordinário DNA corporativo no Reino Unido. Temos conhecimento regional e um conhecimento corporativo fantástico. As corporações enfrentam os mesmos problemas, independentemente do seu local de atuação. Cada jurisdição pode ter uma legislação diferente, mas no que se refere às
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Sala de operações
Planejar para crescer
necessidades das pequenas e médias empresas, elas são praticamente idênticas em qualquer lugar do mundo. Temos esse DNA do negócio e ainda temos algo que podemos oferecer àquela parte do mundo. Acreditamos também que existe uma enorme oportunidade, para o grupo como um todo, de aprimorar a oferta aos clientes estabelecendo vínculos ainda mais próximos com a nossa área global de serviços de negociações.
KH:Em quais projetos de comércio eletrônico vocês estão trabalhando? TC: Em outubro entrará no ar uma interface gráfica de usuário do RBS inteiramente nova – com um novo aspecto visual. Acreditamos ter uma das melhores ferramentas algorítmicas em nossa plataforma, mas temos a consciência de que em termos de funcionalidade ainda estamos atrás dos três ou quatro maiores concorrentes. Em outubro essa funcionalidade nos colocará em termos de igualdade com a concorrência nas áreas de câmbio à vista e registro de ordens. No próximo ano, teremos alguns novos algoritmos, mas o ponto-chave será o que faremos no setor de opções e a capacidade de negociar gama e delta por intermédio de nossos produtos on-line. Além disso, nos próximos doze meses, teremos inserido no RBS Marketplace toda a composição interna de preços de derivativos. Essa é uma ferramenta poderosa, utilizada internamente, mas pretendo estendê-la aos clientes também. No momento, eles podem negociar opções em ‘pacotes’, mas o novo sistema lhes permitirá ter todas as análises, todo o DNA, toda a propriedade intelectual que construímos internamente ao longo de dez anos. Isso será ótimo, porque o cliente e o vendedor terão os mesmos preços para analisar no RBSM, e o sistema reduzirá os custos correntes pois poderemos desconectar três ou quatro sistemas. Depois que todos os dados estiverem inseridos no RBSM, não será preciso recodificá-los para cada cliente, basta que tenham acesso selecionado. Já fizemos isso em grupos antes, embora
não nesta escala, e descobrimos que sempre que colocamos usuários internos em algo na internet, acabamos por ter uma excelente interface de usuário, porque eles não toleram falhas. Dessa forma, teremos algo que já foi testado em versão beta para os clientes antes de eles utilizarem.Em 2012, o sistema interno de formação de preços de opções será desconectado e todos os dados serão transferidos para o RBSM, mas, em termos de negociação, levará ainda alguns anos, pois o desenvolvimento de interfaces de usuário desse sistema é mais complexo.
KH:O espaço de alta frequência representa um mercado prioritário para o RBS? TC: Temos a maior participação de mercado com as empresas de alta frequência. O risco do que fazemos – a ferramenta algorítmica e a nossa capacidade de hedge – é insuperável no mercado. Por isso, podemos negociar muito melhor com as empresas de alta frequência, e essa é uma importante peça que temos do quebra-cabeça. Admitimos ter ainda um caminho a percorrer em termos de API, já que o nosso foco tem sido realmente ECN – estamos entre os três primeiros em todas as ECNs com as quais negociamos.Quando atuamos para recuperar o atraso, nos saímos muito bem, e continuamos a fazer investimentos na plataforma única.
KH: Obviamente, a regulamentação é o grande tema do momento.O Sr. pretende reestruturar a área de opções cambiais? TC: Neste momento, não sabemos. O cenário da regulamentação está mais definido do que há seis meses, mas ainda não totalmente claro. Vindo de uma área de ações, só posso achar que o câmbio está caminhando mais para um modelo ao estilo de ações, mas seria precipitado decidir agora qual a posição do negócio ao final de 2013 – a reestruturação é um exercício muito caro. Desde o primeiro dia, em especial para um banco como o nosso, a maior parte da
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nossa base corporativa será isenta. A grande maioria das empresas do mundo, principalmente as de pequeno e médio portes, terão isenções de clientes. O RBSM é hoje uma plataforma de banco único para a nossa base corporativa e assim permanecerá... não haverá nenhum ‘big bang’ no primeiro dia. Um dos possíveis resultados das mudanças regulatórias – em especial se analisarmos o que aconteceu com as ações e depois no mercado à vista – é que poderemos ter alguns contratos de opções de mais liquidez negociados em alta frequência em um valor muito pequeno. Penso que essa é uma oportunidade e estamos numa posição ideal para tirar proveito disso. Na verdade, temos uma boa ferramenta algorítmica por trás e a área é bem administrada. Temos um recorde de volume diário após o outro – e nossas médias de volumes só aumentam. Como resultado das ferramentas algorítmicas de derivativos que desenvolvemos, estaremos bem posicionados para nos beneficiar rapidamente com as negociações de opções de alta frequência. Estamos investindo nessa área, que ficará sob responsabilidade de Ed Mount.
KH: Várias empresas estão desenvolvendo plataformas de opções cambiais para vários bancos.O RBS oferece liquidez para essas plataformas? TC: Estamos conversando com elas – somos um dos quatro ou cinco bancos que conversam com essas empresas sobre isso.
KH: A ECN tem sido um sucesso para o RBS, não é mesmo? TC: Estamos entre os três primeiros na maioria das ECNs. Mais uma vez, se todos os regulamentos originalmente incluídos na Dodd-Frank entrarem em vigor, seremos, sem dúvida, um dos bancos de melhor posição no mundo, pois temos grande presença em ECNs e plataformas para vários bancos no mercado. O RBS, de modo consciente, tomou a decisão de se concentrar no
Planejar para crescer
desenvolvimento de conectividade e serviços em portais para vários bancos e trabalhou muito bem nesse sentido.
KH: O RBS declarou uma queda de 44% nos volumes de negociação de renda fixa, câmbio e commodities durante o segundo trimestre – um tormento que quase todas as instituições financeiras sofreram.O câmbio não escapou, mas o Sr. poderia me dizer como ele se saiu? TC: Os nossos volumes de câmbio são bastante robustos e no espaço eletrônico estão consideravelmente elevados.
KH: Como o Sr. desenvolveu a oferta de produtos nos mercados emergentes? TC: Da perspectiva de vendas cobrimos tudo como parte de uma oferta de câmbio e do ponto de vista de negociação dividimos o mercado emergente em caixa e taxa de juros de curto prazo (STIRT, short term interest rate trading) na área de mercados emergentes chefiada por Jason Richardson. As opções dos mercados emergentes estão dentro da área de câmbio e, por isso, Jason e eu trabalhamos em conjunto. Mais uma vez, investimos em pessoal para os mercados emergentes e temos várias pessoas se unindo a nós – uma pessoa chegará para gerir vendas e operações para os
mercados emergentes EMEA, portanto, estamos reunindo essas duas áreas. Na área de opções, Jon Underwood começou no mês passado em Stamford no registro de opções da América Latina. Andrew Poray começou há algumas semanas na Ásia, vindo da UBS.Agora temos uma forte oferta global de produtos de opções cambiais de mercados emergentes, que representa uma porcentagem considerável da receita de opções cambiais. Historicamente, o segmento de alta frequência (HFT, high frequency trading) foi responsável pela tecnologia dos negócios a termo e à vista de mercados emergentes. Era gerido pela área de operações à vista G10, porém, quando criamos o grupo Technology Based Trading, nós o retiramos da área de negócios diários à vista, criamos um utilitário para várias moedas, e já vimos uma nova definição de prioridades. Há algumas semanas, lançamos NDFs em pacotes no RBSM da Ásia e elas têm sido um sucesso. Elas têm sido uma prioridade para nós, e é por isso que criamos o grupo Technology Based Trading para ser um utilitário para os negócios de câmbio.
Sala de operações
TC: Trabalhamos muito bem na
captação de betas – em termos de execução, atendimento ao cliente, produto, etc., mas ainda precisamos nos concentrar em gerar alfa para os nossos clientes. Por um lado precisamos ter mais ideias de negócios, melhor compreensão do que o cliente quer fazer, mas, do lado das soluções, tratase de ter à disposição o produto certo para o cliente. Historicamente, enfocamos isso de maneira interna em nossas próprias posições e esse é o motivo pelo qual somos um dos melhores bancos em termos de gestão de risco. Mas agora gostaríamos de transformar essa qualidade para aprimorar os negócios de nossos clientes. Quanto à distribuição de nosso capital intelectual aos clientes, muita coisa está por vir com nossa oferta algorítmica de derivativos. Ela será combinada com a melhoria de ferramentas como o Xportfolio, nossa ferramenta de análise de opções on-line. Temos uma das maiores equipes de análise quantitativa do mercado e seus integrantes estão concentrados em gerar dados analíticos para os clientes. Muita coisa será disponibilizada em 2012, mas essa é a diferença sutil de passar do enfoque interno para o foco total no cliente. De modo geral, trata-se de melhorar a exposição da relação com o cliente e abrir as portas para o que estamos fazendo. I
im Carrington ingressou no Royal Bank of Scotland em Londres, em setembro de 2010, como chefe global de câmbio. É responsável pelas operações eletrônicas do mercado à vista e de derivativos e pelas equipes de vendas globais para todos os tipos de clientes do G10 e dos mercados emergentes. Além disso, faz parte da equipe global de gestão de vendas do RBS e do comitê de gestão executiva da área de renda fixa, câmbio e commodities (FICC). Anteriormente, Carrington atuou como diretor gerente e chefe global de risco
estratégico e derivativos do CIBC em Toronto. Ele também integrou o comitê de gestão de mercados mundiais do CIBC. Ingressou no CIBC em 2008, depois de trabalhar na Merrill Lynch como chefe global de operações de câmbio. Antes de trabalhar na Merrill Lynch, Carrington foi chefe da área de derivativos/FICC do Dresdner Kleinwort, sediado em Londres. Antes disso, ocupou cargos seniores de operações na NatWest Global Financial Markets em Tóquio e Nova York, e na Standard Chartered em Cingapura e Londres.
KH: Quais são as suas prioridades para o próximo ano?
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Mercados digitais
Tecnologia de negociação nas nuvens
Decola a tecnologia de operação de câmbio nas nuvens Duas empresas expandiram e aprimoraram sua tecnologia baseada nas nuvens para o mercado de câmbio, relata Kirsten Hyde.
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ssa tecnologia promete reduzir custos, diminuir o tempo de chegada ao mercado e aprimorar a escalabilidade de empresas que, no passado, tiveram de fazer grandes investimentos iniciais de capital e TI para entrar no mercado financeiro. Duas empresas em particular acreditam nas vantagens dessa tecnologia para o mercado de câmbio e anunciaram a expansão de produtos nessa categoria. Primeiro, a Cloud Trading Technologies, sediada em Londres, ampliou sua oferta de produtos Cloud FX para fornecer recursos de gestão de risco em tempo real na plataforma nas nuvens Microsoft Windows Azure. A empresa lançou seu conjunto de aplicativos de operações cambiais on-line específicos para a tecnologia nas nuvens do Microsoft Azure em maio deste ano. O Cloud FX visa fornecer a bancos e corretoras uma solução de negociação de câmbio escalonável, que possa ser implantada de forma rápida em sua base de clientes. O novo módulo Cloud FX Risk é uma plataforma centralizada que proporciona gestão de risco em tempo real em portfólios de clientes e controle da exposição de uma instituição financeira em várias classes de ativos e cenários de risco complexos. “No futuro, a gestão de risco em tempo real se tornará obrigatória, e não opcional, e deverá reagir instantaneamente a eventos de mercado. Com o uso extensivo de software integrados de cálculo e bibliotecas matemáticas, o Cloud FX Risk faz isso em tempo real em vários portfólios de classes de ativos, solucionando cada vez mais questões regulatórias que as instituições financeiras enfrentam”, disse Howard Tolman, diretor executivo de tecnologia de negociação nas nuvens. “Escolhemos a tecnologia Windows Azure para fornecer o Cloud FX Risk pelo seu desempenho, escalabilidade e resiliência excepcionais. Historicamente, o mercado de títulos do Tesouro, com grande volume e mudanças rápidas, significava que as instituições tinham de implementar grandes infraestruturas de computação para lidar com momentos de pico de atividade; o Cloud FX resolve essa preocupação para o banco”, disse ele. Os aplicativos disponíveis no exército de tecnologias de negociação nas nuvens incluem o Cloud FX Trade para operações eletrônicas on-line, cobrindo todos os tipos e
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características de clientes, desde bancos até empresas de varejo; o Cloud FX Risk para uma gestão superior de corretagem, margem e risco; e o Cloud FX Back Office, que oferece funcionalidades administrativas importantes. A empresa também oferece o Cloud FX como serviço sem marca (white label), possibilitando a seus parceiros de operações oferecer uma solução com nome e design próprios a sua base de clientes, com cobertura integral ou parcial da exposição na execução. “O Cloud FX é um excelente exemplo de como colaboramos com os líderes de inovação tecnológica do setor bancário”, disse Joseph Pagano, diretor executivo de bancos e mercados de capitais, serviços financeiros mundiais, Microsoft Corp. “Com a transição para a computação nas nuvens, os clientes do setor podem reduzir custos, aprimorar e diferenciar seus investimentos em soluções existentes com aperfeiçoamentos baseados nas nuvens, bem como desenvolver aplicativos de próxima geração revolucionários que criam mais valor para os negócios”, acrescentou Pagano. Enquanto isso, a Mountain View, Integral Development Corp da Califórnia, expandiu seus serviços de agregação de liquidez de câmbio para incluir todas as principais ECNs em câmbio. O agregador de câmbio da Integral é fornecido como serviço hospedado pela Integral, o que significa que os clientes não têm de incorrer em custos iniciais de tecnologia, nem pagar taxas proporcionais ao volume de negócios. “A única forma de competir e vencer no mercado de câmbio global é conectar-se a toda e qualquer fonte possível de liquidez. A identificação, conexão, manutenção e gestão dessa rede de contrapartes tornaram-se essenciais para o sucesso”, disse Harpal Sandhu, CEO, Integral Development Corp. “Para bancos, corretoras e investidores de compra, os serviços nas nuvens da Integral são uma alternativa superior para projetos caros e demorados do tipo faça-você-mesmo ou soluções de software licenciadas e instaladas que demandam um grande trabalho de integração e grandes investimentos de capital.” Os clientes da FX Grid da Integral agora podem se conectar com EBS, Hotspot FX, CME Group, Bloomberg Tradebook e, em breve, Thomson Reuters Matching, além da liquidez de bancos e grupos de operações não bancários, e a liquidez baseada em juros. Os clientes podem executar algoritmos próprios em seus servidores dedicados no centro de dados da Integral, ao lado de participantes do mercado e em um ambiente seguro. Isso garante praticamente zero de latência, segundo a Integral. A empresa revelou a sua plataforma baseada nas nuvens em junho deste ano. Chamada FX Cloud (para não ser confundida com a Cloud FX), a plataforma oferece diversos serviços, incluindo dados históricos e em tempo real, serviços de análises, hospedagem de algoritmos, armazenamento em centro de dados e suporte. A funcionalidade está atualmente disponível para operações iniciadas na rede da Integral, mas será disponibilizada a todos os participantes nos próximos meses.
Tendências de negociação na América Latina
Mercados digitais
Tendências de Negociação algorítmica da SunGard Como a economia da América Latina continua a crescer em bom ritmo, Alice Attwood examina as tendências regionais identificadas pela empresa de tecnologia SunGard. economia na América Latina continua a se expandir juntamente com o interesse na região, como indicam, em parte, a popularidade da série de conferências FX Growth Market da Profit & Loss na América Latina e o lançamento recente das edições nos idiomas espanhol e português brasileiro da P&L. De acordo com Raj Mahajan, presidente da área de operações globais da SunGard, “a economia na América Latina continua a crescer em um ritmo excepcional”. Liderado pelo Brasil, que atingiu um crescimento médio anual de 3,7% nos últimos dez anos (quase o dobro que o dos EUA), o boom inclui México, Chile, Colômbia e Peru. “A SunGard está ajudando as empresas de negociações latino-americanas a se capitalizarem com a alteração do crescimento na região, oferecendo execução de baixa latência, ajudando-as a competir na corrida global por liquidez com maior transparência, eficiência e acesso a conectividade de rede”, declarou Mahajan. Para embasar sua opinião sobre o crescimento na região, a SunGard publicou um artigo identificando as dez maiores tendências em negociação que estão moldando o mercado latino-americano. Primeiro, a SunGard afirma que México, Chile, Colômbia e Peru estão ganhando reconhecimento como mercados-chave na América Latina, uma vez que seus volumes de negócios juntos estão muito próximos aos níveis brasileiros. Os níveis atingidos no Brasil podem ser, em parte, atribuídos à alta adoção de negociações eletrônicas, que aumenta a capacidade das empresas de acessar a liquidez com mais eficiência e rapidez. Segundo a SunGard, o mercado brasileiro registrou um aumento de 400% em seus volumes nos últimos dez anos, enquanto o fluxo de ordens continua a subir em todos os mercados emergentes. “De 2006 a 2010, os fluxos de recursos para o Brasil totalizaram dez bilhões de dólares”, segundo a empresa. Como o mercado latino-americano aumenta a atratividade para investidores em potencial e os participantes internacionais voltam as atenções para a exposição dentro do mercado, as redes que entram e saem do mercado tornaram-se mais importantes, diz o artigo da SunGard. Como resultado, as empresas locais e os participantes internacionais estão investindo em infraestrutura de telecomunicações para garantir banda larga e confiabilidade às suas redes. A maior atenção a melhorias de infraestrutura, por sua vez, está ajudando os novos participantes a acessarem o mercado. Outra tendência identificada no artigo é a de importantes intercâmbios que permitem a empresas terceirizadas de software a conectividade direta e o acesso aos seus mercados. Isso resulta em mais opções para os investidores em termos de conectividade, sobretudo na medida em que fornecedores independentes de software também oferecerem plataformas de tecnologia.
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“Aproximadamente 25% do volume negociado na América Latina são internacionais, o que leva à busca de novas fontes de liquidez e estabelece conexões com redes globais poderosas”. Danielle Tierney, analista júnior da empresa de pesquisa financeira Aite Group, comenta: “Aproximadamente 25% do volume negociado na América Latina são internacionais, o que leva à busca de novas fontes de liquidez e estabelece conexões com redes globais poderosas”. O crescimento dos volumes negociados na América Latina é acompanhado pelo aumento da demanda por informações financeiras na região. Em termos de dados e notícias do mercado financeiro, a América Latina está atrás dos países asiáticos na alocação de orçamento para esses recursos. As empresas exigem informações e análises em tempo real para aumentarem a transparência das atividades do mercado. A SunGard também afirma que a adoção da conectividade FIX está em ascensão, impulsionada por mais fluxos de ordens internacionais. Na América Latina, a ampla adoção do FIX ajudou a conectar empresas de compra e de venda. Além disso, o artigo identifica o aumento no número de empresas que investem na execução de baixa latência e em soluções para negociações personalizáveis e estáveis que, segundo a SunGard, deixarão “as tecnologias herdadas atrás da maior eficiência operacional”. A tendência final identificada no artigo é a de que o lado da venda está se consolidando na medida em que participantes do mercado internacional estão comprando corretoras locais para aumentar sua presença e credibilidade com rapidez. A importância do mercado latino-americano continua desimpedida, com redes sólidas e confiáveis servindo de estrutura para essa região que cresce rapidamente. www.profit-loss.com I Profit & Loss I Outubro de 2011 I 25
Mercados digitais
Tendências de negociação na América Latina
Negociação algorítmica: lutar ou fugir? Segundo o mais recente relatório do Aite Group, a negociação de câmbio automatizada aumentou de forma contínua nos últimos anos e espera-se que atinja taxas de adoção de quarenta por cento em 2012. Um relato de Alice Attwood.
ormalmente utilizada no mercado de ações, a negociação algorítmica está cada vez mais sendo adotada em outros mercados, como o de câmbio, opções em ações e futuros, de acordo com o último relatório do Aite Group, Negociação algorítmica de câmbio:pronta para decolar? Quando consideramos a negociação algorítmica de câmbio, é preciso ter uma atenção específica em razão do fato de que existe um mercado de balcão (OTC) sem uma estrutura regulatória e uma infraestrutura de câmbio centralizada. Contudo, é importante observar que a infraestrutura de câmbio tornou-se mais presente nos últimos anos, com impulso e adoção cada vez maiores recentemente, em parte em virtude do desejo das empresas por maior transparência e gestão do desempenho na execução. De acordo com Sang Lee, autor do relatório, “durante anos, o conceito de uso de um algoritmo para a execução no câmbio parecia desnecessário, uma vez que o mercado é extremamente líquido e mesmo os maiores blocos podem ser movidos sem causar grande impacto. A tendência da maioria dos bancos que oferece um algoritmo de câmbio foi a de buscar um modelo híbrido, no qual algoritmos de liquidez simples e liquidez múltipla são oferecidos aos clientes.” Os algoritmos de liquidez simples normalmente estão disponíveis em bancos específicos, que atuam como contraparte
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única, ao passo que os algoritmos de liquidez múltipla têm o potencial de buscar liquidez em diversas fontes, como plataformas ou redes de comunicação eletrônica (ECNs) de câmbio. O artigo da Aite cita estatísticas, observando que o mercado de câmbio registrou um volume médio diário em 2010 de 4,1 trilhões de dólares, um pouco abaixo dos números de 2008 (4,3 trilhões de dólares); o relatório atribui as altas históricas em 2008 em parte à grande volatilidade.
Participantes do mercado O relatório de Lee também examina os participantes do mercado de câmbio– outra área que mudou de forma significativa nos últimos anos, à medida que mais instituições financeiras não bancárias tornaram-se participantes desse mercado. “Os bancos foram responsáveis por 64% de todas as operações em 1995, mas esse número caiu para menos de quarenta por cento em 2010. As operações de instituições financeiras não bancárias cresceram de vinte por cento em 1995 para 48% em 2010, tornando-se a maior contraparte do mercado de câmbio.” A dinâmica do mercado de cliente para investidor também mudou. Ao final de 2010, respondia por 61% de todas as operações de câmbio, tendo o mercado interbancário atingido
Negociação algorítmica
39%, números que aumentaram e diminuíram, respectivamente, desde 1998. Essa dinâmica variável aparece em todo o mercado, que permanece fragmentado, caracterizado pela presença de diversos ambientes, como plataformas de banco único e bancos múltiplos, interbancárias, além de plataformas por voz. Os participantes do mercado usufruíram a troca de relacionamentos nos últimos anos, “alguns argumentariam que grandes bancos de câmbio aprenderam uma dolorosa lição entre 2002 e 2006, motivados pelas estratégias de arbitragem de latência na primeira onda de negociações automatizadas nas empresas”, afirmou o relatório. “Os bancos de câmbio iniciaram uma renovação maciça de sua infraestrutura de negociação, concentrando-se na redução drástica dos níveis de latência nas plataformas de banco único, bem como no desenvolvimento de um mecanismo de preços mais eficiente e de recursos de internalização para gerir melhor seus registros de risco para diferentes tipos de segmentos de clientes. Desde 2008, entretanto, os bancos e alguns segmentos da comunidade de negociação automatizada procuraram coexistir pacificamente”, acrescentou o relatório. O relatório vai além e identifica os principais participantes no mercado de ECN de câmbio – a plataforma EBS da Icap, a Thomson Reuters e o CME Group – três dos quais detêm mais da metade do mercado total. A importância das ECNs no mercado é apoiada pela adoção da negociação eletrônica que, ao final de 2010, era responsável por 68% de todas as operações de câmbio, segundo a Aite. Contudo, até o final de 2012, a Aite prevê que esse número ultrapassará os 70%. “A negociação de câmbio automatizada está bem posicionada para crescer com bastante rapidez nos próximos anos, pois as empresas de negociação automatizada de primeira geração se uniram ao influxo de empresas de negociação automatizada de próxima geração em ações e futuros buscando captar alfa não correlacionado no câmbio”, declarou Lee. “Ao final de 2010, as operações automatizadas foram responsáveis por 29% do volume total negociado. A Aite espera que esse valor alcance mais de quarenta por cento até o final de 2012.” Outros fatores identificados no relatório incluem a maior atenção por parte dos grandes bancos de câmbio em gerir de forma mais eficiente os seus registros de risco ao fazer negociações para os clientes e o influxo de preços precisos (e decimalização), depois que o Barclays Capital introduziu o primeiro em 2005 – o segundo foi introduzido pela EBS em agosto do ano passado, devido ao desejo da empresa de “responder à convenção do mercado e à prática padrão de definição de preços do setor...para atrair mais fluxos de ordens, permitindo a EBS competir melhor com outros ambientes…” O relatório também identifica os principais bancos de câmbio que oferecem serviços de negociação algorítmica e quando eles se estabeleceram:Barclays Capital (2007); Citi (2007); Credit Suisse (2007); JP Morgan (2009); Deutsche Bank (2011); RBS (2011).
Oportunidades O espaço de agregação de preços oferece inúmeras oportunidades em potencial para empresas de câmbio, em especial quando se consideram os avanços e desenvolvimentos tecnológicos que, por sua vez, podem
Mercados digitais
trabalhar para enfrentar os desafios da fragmentação existente no mercado e ‘suavizar’ um pouco a causa da regulamentação, afirmou a Aite. O relatório também destaca alguns dos desafios que surgem dos vários ambientes de negociação:“diferentes locais e latência incorporada pela distância; frequência de distribuição de preços; normalização de preços; amplitude de registros; tipos de códigos e ordens; atualizações constantes”. Contudo, o relatório identifica a incerteza que envolve a regulamentação do mercado cambial, afirmando que “uma possível alteração que poderia perturbar o equilíbrio do mercado seria a implementação bem sucedida da compensação centralizada no mercado OTC. “Se as instituições não bancárias de negociação automatizada pudessem se tornar membros de compensação direta para produtos OTC e demonstrar o seu comprometimento assumindo mais riscos como legítimos fornecedores de liquidez, o domínio pleno dos bancos no mercado cambial poderia ser enfraquecido e teria início uma nova fase de concorrência acirrada.” Embora existam alguns desafios, há diversos fatores a considerar quando se discute a implementação da negociação algorítmica, afirma a Aite, incluindo o potencial de aumentar a base de clientes, se os clientes de ações começarem a buscar novas oportunidades no câmbio; a estrutura regulatória elevada e as exigências de transparência podem atrair os clientes que estejam cada vez mais preocupados em saber com quem estão negociando. Outras influências incluem educação e tempo, aumento das opções de execução, estabelecimento gradual de canais de distribuição, captura de eficiência operacional – um fator que seria especialmente útil para comparação com um registro de ordens sem o uso da negociação algorítmica – e otimização da TCA na busca por um ‘benchmark’ do setor. No entanto, ao mesmo tempo em que há diversos fatores por trás da introdução da negociação algorítmica, há desafios para sua adoção, como a educação. O relatório afirma que “o maior obstáculo para a adoção tem sido convencer os clientes de que o uso de algoritmos seria mais benéfico do que pegar o telefone ou enviar ordens eletrônicas para vários ambientes de execução”. O relatório observa ainda que outros desafios que as empresas podem enfrentar com a negociação algorítmica, e talvez razões para uma adoção mais lenta no mercado de câmbio, podem convergir para a suspeita quanto às intenções dos bancos, a confiança na negociação por voz de grandes blocos em vez da negociação eletrônica, a dificuldade de determinar o preço correto do mercado, além de acréscimos de TI que exigem especialização e, portanto, podem ser caros em termos de treinamento e equipamentos.
O futuro Embora a adição da negociação algorítmica como modelo de operação seja atrativa, os fatores que podem causar uma adoção mais lenta até o momento também devem ser considerados. Como afirma o relatório, “a negociação algorítmica não é mais uma novidade no mercado de câmbio. A maioria dos grandes bancos de câmbio continua desenvolvendo recursos, incluindo o desenvolvimento de novas estratégias e iniciativas educativas agressivas para os clientes, e a adoção geral de algoritmos de câmbio deve aumentar nos próximos cinco anos.” www.profit-loss.com I Profit & Loss I Outubro de 2011 I 27
Mercados digitais
Negociação algorítmica
GFI lança sistema de mitigação de risco para NDFs da América Latina A corretora intermediária continua a entrar nos mercados latino-americanos como primeira opção para a empresa.
GFI Group lançou o serviço de mitigação do risco de swaps de liquidez GFI para NDFs latino-americanas. O novo serviço é posicionado pela corretora intermediária como acompanhamento para a GFI ForexMatch, plataforma de negociação híbrida. Esse serviço ajudará os clientes da GFI que queiram reduzir ou eliminar o risco de liquidação de curto prazo, associando compensações de spread com outras contrapartes participantes. O serviço funciona por intermédio de um leilão realizado na ForexMatch. O primeiro leilão foi realizado com sucesso em 27 de setembro para as NDFs de USD/CLP. O novo serviço oferece anonimato, transparência de preço total e correspondência automatizada em tempo mínimo. É também o primeiro sistema totalmente automatizado da GFI para mitigação de risco em NDFs latino-americanas. “Nosso novo serviço permite que os clientes reduzam com eficiência o risco de suas posições em NDF”, explica Paul Millward, gerente de produtos ForexMatch da GFI. “Ele maximiza a redução do risco, minimiza o tempo, diminui a possibilidade de erros e aumenta a eficiência. Complementa a solução ForexMatch oferecendo outro serviço valioso para os clientes que operam NDFs.”
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... Realiza a primeira correspondência eletrônica na ForexMatch; Links para Microsoft Em outros lugares, a GFI realizou a primeira correspondência eletrônica de Volswap (swap de volatilidade) de GBP/USD e Varswap (swap de variação) de USD/YEN na ForexMatch da GFI. Sobre os primeiros produtos eletrônicos a serem correspondidos na plataforma de negociação eletrônica, para os quais a funcionalidade foi lançada em meados de setembro, Millward disse: “Lançamos a correspondência nesses dois produtos como parte do compromisso da GFI de proporcionar aos clientes uma variedade de meios de execução.” A ForexMatch da GFI também está oferecendo um link para o programa Microsoft Excel a clientes que fazem operações a termo e NDFs nos mercados latinoamericanos. O recurso permitirá que clientes transmitam dados de mercado ao vivo e indicadores da ForexMatch diretamente para uma planilha do Excel e, em seguida, os 28 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
preços do Excel de volta para a plataforma. Millward comenta: “O link da ForexMatch da GFI com o Excel permite que os clientes integrem suas planilhas internas com a liquidez da plataforma. Efetivamente, isso proporciona aos clientes uma API bidirecional de baixo custo, que pode ser usada para várias finalidades, como preços e ajustes”.
… assina contrato com NFA A National Futures Association (NFA) e o GFI Group anunciaram a assinatura de um contrato que abre caminho para a NFA prestar serviços regulatórios para a plataforma de execução de swaps (SEF) da GFI. O acordo estabelece uma estrutura preliminar para o intercâmbio de informações e o desenvolvimento de padrões de tecnologia, que permitirão a GFI e NFA desenvolverem, testarem e lançarem sistemas de prática e vigilância de negociação automatizada, bem como desenvolverem procedimentos e processos necessários para a GFI cumprir as obrigações de autorregulação da SEF. Após a emissão das regras finais da SEF pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC), NFA e GFI preveem a assinatura de um acordo formal de serviços regulatórios. Sob a lei Dodd-Frank, as SEFs terão responsabilidade de vigilância e outras responsabilidades regulatórias. A CFTC propôs a permissão para que as SEFs celebrem contratos com uma associação de futuros registrada, como a NFA, ou outra entidade registrada para serviços regulatórios. “Este é um avanço importante para nos envolvermos na nova atividade regulatória das SEFs. Por mais de dez anos, a NFA tem tido êxito em realizar funções de vigilância de mercado e prática de negociação em nome de bolsas de futuros”, declarou Daniel Roth, presidente da NFA. “Estamos ansiosos para trabalhar com a GFI, pois podemos melhorar nossos sistemas de vigilância para ajudar a GFI e outras SEFs a cumprirem suas responsabilidades regulatórias.” “Estamos muito animados para trabalhar com a NFA, uma vez que a GFI se prepara para se tornar uma plataforma de execução de swaps (SEF, Swap Execution Facility)”, acrescentou Scott Pintoff, conselheiro geral da GFI. “Temos um grande respeito pela experiência da NFA em regulamentação e acreditamos que ela seja a opção lógica para auxiliar a GFI no cumprimento de suas obrigações como SEF segundo a Commodity Exchange Act (lei de intercâmbio de commodities).”
Resumo das tecnologias
O QUE HÁ DE NOVO? Nomura acrescenta kit de ferramentas de análise algorítmica pré-negociação a NomuraLive
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Nomura lançou a primeira fase do seu kit de ferramentas algorítmicas de câmbio em sua plataforma de negociação NomuraLive, como parte de um software integrado de análises algorítmicas pré-negociação. Esse kit, desenvolvido internamente, fornece aos usuários a capacidade de definir sua estratégia e analisar o desempenho histórico e o custo de execução, que é claramente definido antes da negociação. O novo recurso complementa a oferta de execução algorítmica da plataforma, que fornece aos usuários o acesso a uma gama de algoritmos específicos da Nomura. A interface de execução oferece controle total para os investidores interagirem com sua ordem durante a vida útil do algoritmo e é compatível com diversos controles condicionais. •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Lloyds lança a plataforma de negociação Arena
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Lloyds Bank Corporate Markets lançou a Arena, sua nova plataforma de negociação eletrônica de câmbio. A Arena combina notícias do mercado ao vivo, gráficos interativos, ferramentas de análise de risco e pesquisa econômica proprietária, com interface personalizável. A princípio, a Arena vai oferecer execução de operações de câmbio em mais de cinquenta moedas e acesso a depósitos do mercado monetário em dezenove moedas. Os clientes poderão operar câmbio à vista, a termo, swaps e opções com prazo fixo. O banco afirma que outras classes de ativos, incluindo derivativos de taxas de juros básicos e recursos como pagamentos e ferramentas de colaboração, estão sendo desenvolvidas. Clare Francis, chefe de vendas do Lloyds Bank Corporate Markets, disse: “Temos trabalhado muito para garantir que os clientes achem a Arena simples de usar, confiável e personalizável – características essenciais que, acreditamos, garantirão que ela se torne onipresente e indispensável como ferramenta de negociação para nossos clientes. A Arena permite que os clientes acessem mais conteúdo, mais produtos, mais ideias e mais análises do Lloyds em um único local.” Rob Garwood, chefe de vendas de câmbio, acrescentou: “Os riscos relacionados à moeda tornaram-se cada vez mais relevantes para a forma como as empresas gerenciam seus negócios. A Arena combina um conjunto abrangente de ferramentas de análise de risco, pesquisa, estratégia e
Mercados digitais
itens de notícias com execução intuitiva de vários produtos para que os clientes possam operar com confiança.” •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Tullett obtém apoio para tpSwapDeal
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Tullett Prebon diz que é grande o apoio para o lançamento iminente de sua plataforma de negociação de swaps de taxa de juros híbrida, a tpSwapDeal. A princípio, a nova plataforma, que faz parte dos serviços de corretagem eletrônica da Tullett Prebon, oferecerá suporte a IRS denominado em euros, estratégias gap e butterfly, spreads futuros com vencimento associado e swaps baseados em prazo. A corretora intermediária diz que está usando a tecnologia da MillenniumIT, uma empresa de tecnologia e subsidiária integral da Bolsa de Valores de Londres. A Tullett diz que a nova plataforma foi criada para que os clientes fizessem operações inteiramente por via eletrônica ou por meio de sua rede de agentes de execução por voz, tanto no cenário atual quanto em todos os ambientes regulatórios regionais previstos. A plataforma também oferece um mecanismo de geração de ordens implícitas de latência ultrabaixa, que produz liquidez no número máximo de produtos; um recurso de vinculação que permite que os clientes façam ordens específicas no mercado, com controle de contratos futuros; e um modelo de preferência de negociação da contraparte, que permite aos bancos selecionar as contrapartes a quem estão dispostos a oferecer liquidez e com prazo de vencimento máximo específico. Tullett enfatiza que a tpSwapDeal opera utilizando uma governança aberta não preferencial e uma estrutura de taxas para sua base de clientes existente e foi projetada para atrair a participação de clientes que operam em um modelo de negociação com compensação e bilateral. •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
SocGen implanta OneTick para apoiar pesquisas e operações de câmbio
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divisão de operações de câmbio do banco Société Générale implantou a plataforma de banco de dados e processamento de eventos complexos OneTick da OneMarketData para dar suporte ao processamento e à análise de dados para testes e desenvolvimentos de estratégias algorítmicas. O banco francês diz que escolheu a OneTick para substituir seu sistema oficial pela capacidade de gerenciar volumes crescentes de dados e satisfazer às necessidades de baixa latência do banco. Especificamente, a divisão de câmbio está usando a OneTick para análise e armazenamento de dados pré e póswww.profit-loss.com I Profit & Loss I Outubro de 2011 I 29
Mercados digitais
Resumo das tecnologias
negociação, bem como o monitoramento da produção em tempo real e testes retroativos de estratégias e algoritmos. Essa plataforma armazena e analisa os preços e dados gerados internamente pelo banco, ao mesmo tempo em que fornece acesso aos feeds completos e combinados de vários fornecedores. Desenvolvida desde o início como sistema único integrado, a OneTick permite aos usuários gravar um único conjunto de códigos para análises históricas e geração de sinais em tempo real; executar consultas que abranjam dados históricos e em tempo real e aplicar análises da plataforma a esses processos de dados. Executivos da OneMarketData afirmam que com a OneTick os usuários poderão reduzir os custos associados a licenciamento, instalação e manutenção de sistemas de dados e processamento separados, utilizando um único produto capaz de coletar e analisar dados históricos e em tempo real. Richard Chmiel, vice-presidente da OneMarketData, adiciona: “Com a OneTick, a equipe de câmbio do Société Générale poderá aproveitar a velocidade e escalabilidade da plataforma para gerenciar volumes crescentes de dados e fornecer análises robustas e precisas.Será possível também reduzir o custo total de propriedade e ainda manter a velocidade e o desempenho necessários para competir nesse mercado.” Em uma notícia relacionada, a Vegasoul Capital Management também escolheu a OneTick para análise e armazenamento de dados históricos e em tempo real de mercado. A OneTick foi implantado para dar suporte às estratégias de negociação quantitativas e aos sistemas de gestão de risco de uso exclusivo da Vegasoul, além de ajudar a gerenciar as práticas de investimento da empresa, as quais abrangem noventa mercados globais e uma variedade de classes de ativos. “Como uma loja de negociação quantitativa que monitora os mercados em todo o globo, precisávamos de uma solução integrada de gerenciamento de dados por códigos com eficiência de custo que pudesse se expandir à medida que continuávamos a crescer”, declarou Vincent Wong, fundador e CIO da Vegasoul Capital Management. •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Caplin lança Refiner para plataformas de operador único
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empresa de tecnologia Caplin Systems lançou o Caplin Refiner para suporte de plataformas de operador único. O Caplin Refiner permite que os bancos filtrem e classifiquem uma lista enorme de preços de instrumentos que mudam de forma dinâmica em classes de ativos, como renda fixa, antes de exibir um subconjunto da lista para o usuário. “As plataformas de operador único já representam o maior canal de entrada para o mercado de operações de câmbio, que exige o altíssimo desempenho em tempo real de definição de preços para um pequeno número de pares de moedas. Muitas
30 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
corretoras estão procurando adicionar taxas e produtos de crédito em suas plataformas de operador único”, afirma a empresa. O Caplin Refiner oferece o poder de processamento de um servidor, diz a empresa. Uma solicitação de usuário de um subconjunto filtrado e classificado de instrumentos é transmitida pelo Caplin Liberator e o Caplin Transformer para o Caplin Refiner, que processa a solicitação e retorna apenas os registros correspondentes na ordem correta – eliminando a necessidade de transferir registros irrelevantes pela rede e melhorando de maneira substancial o desempenho do aplicativo da interface. O novo produto é capaz de lidar com milhares de operações simultâneas de filtragem e classificação de dados em tempo real, de acordo com a empresa. Patrick Myles, diretor de tecnologia da Caplin Systems, afirmou que “embora a equipe de design UX da Caplin possa oferecer formas alternativas de apresentar dados financeiros, os usuários vão sempre querer ver uma lista filtrada e classificada de instrumentos e preços em tempo real. O Caplin Refiner oferece isso em um aplicativo baseado na Web, sem comprometer o desempenho.” Filtros e classificações podem ser aplicados a qualquer característica de um instrumento, desde preço, cupom e vencimento até nome, moeda e emissor. Se o usuário precisar de uma lista estática de instrumentos, o Refiner pode fornecer um modo de exibição instantâneo. O recurso “ao vivo” do produto oferece a visualização da lista solicitada, atualizada dinamicamente em tempo real, à medida que os instrumentos atendem a ou são descartados segundo os critérios de filtro. Ele está disponível para uso nos aplicativos existentes Caplin Xaqua e Caplin Transformer. •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Progress anuncia solução de comércio eletrônico
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Progress Software anunciou a solução Progress Apama FX eCommerce, que ajuda bancos e corretoras a gerenciar as complexidades inerentes ao desenvolvimento de plataformas de comércio eletrônico de ponta a ponta. A solução, equipada na plataforma Progress Apama Complex Event Processing, fornece aos usuários uma visão panorâmica em tempo real dos preços no fragmentado mercado de câmbio, juntamente com a funcionalidade de negociação algorítmica e roteamento inteligente de ordens, permitindo que estratégias de internalização de ordens, hedging automático e formação de preços identifiquem e reajam automaticamente aos melhores preços. Seus outros recursos incluem: formação de preços, hierarquização e distribuição em tempo real; verificação e aplicação de limites de crédito pré-negociação; análises de exposição e gestão de posições; e internalização de fluxos para aumentar margem/reduzir risco.
Resumo das notícias
Gestão de investimentos
Citi anuncia CitiFX Access O Citi lançou uma nova plataforma que visa proporcionar aos investidores o acesso a programas de câmbio que geram alfa.
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citi juntou-se à pequena, mas crescente, lista de bancos que oferecem uma plataforma multigerida para investidores em busca de alfa em mercados de câmbio. A plataforma CitiFX Access oferece uma gama de veículos que facilitam o investimento em gerenciadores de câmbio por meio de índices multiestratégicos de benchmark ativamente gerenciados e licenciados de patrocinadores de índices. Os retornos desses índices são direcionados pelo desempenho de programas monetários executados pelo que o banco chama de “os mais proeminentes” fundos de hedge, gestores de ativos e consultores do setor. Desde o início, a plataforma vai representar cerca de 35 programas monetários que, segundo estimativas, representam mais de 50% dos ativos sob gestão nos fundos monetários. A plataforma é uma parceria com BarclayHedge, Parker Global Strategies, Absolute Return Strategies e Quaesta Capital – importantes empresas de pesquisa, consultores de investimentos e fundo de fundos – para criar uma gama de soluções para os investidores que procuram captar alfa com o câmbio. O banco afirma que a CitiFX Access tornará o BarclayHedge BTOP FX Index e o Parker Global Currency Manager Index (PGS CMI Index) passíveis de investimento pela primeira vez, permitindo que os clientes captem o desempenho dessas referências bem conhecidas do setor. A Absolute Return Strategies fornecerá alfa de moedas diversificadas, alocando ativamente a diferentes estilos de negociação, enquanto a Quaesta Capital oferecerá uma abordagem temática por intermédio de seus índices multigeridos Global Growth, Momentum e Market Neutral. “O câmbio como classe de ativo é agora uma ideia bem aceita e a CitiFX Access completa a gama de serviços que oferecemos”, comentou Anil Prasad, chefe global de câmbio e mercados locais do Citi. “Ele torna o investimento em moedas alfa mais fácil e mais eficiente, e ajuda a criar parcerias mais fortes com nossos clientes. Com a diversificação de
A CitiFX torna o investimento em moedas alfa mais fácil e mais eficiente, e ajuda a criar parcerias mais fortes com nossos clientes. ativos cruzados se esgotando, todas as fontes possíveis de retorno precisam ser consideradas e a liquidez se torna um critério cada vez mais importante. O investimento em câmbio é a oportunidade de escolha nesse aspecto.” Sol Waksman, CEO da BarclayHedge, descreve a nova plataforma como fator de mudança do jogo para provedores alternativos de benchmark. Virginia Parker, CEO da Parker Global Strategies, afirma que: “Dar acesso real aos índices de benchmark é extremamente poderoso e reflete a demanda atual do investidor. Estamos muito entusiasmados com o potencial da plataforma.” Outros produtos disponíveis incluem a família Alpha Blend de índices, criada por John Dean, CEO da Absolute Return Strategies. Ela consiste em oito a dez gerentes com experiência de mercado de longo prazo, que obtêm retornos atrativos ajustados pelo risco, com ênfase em baixo risco de queda, alocando em estilos de negociação não correlacionados. Pablo Frei, chefe dos programas de câmbio multigeridos da Quaesta Capital, adotou uma abordagem diferente ao desenvolver
índices centrados em estilos que respondem às necessidades específicas dos investidores. Os índices da Quaesta Capital Style se baseiam em um profundo processo de auditoria e em um acompanhamento vigoroso e diário de estratégias. O Citi disponibilizará esses índices para clientes institucionais por meio de swaps de índices e estruturas financiadas. Eles incluirão alfas portáteis e necessidades de investimentos alternativos de gestores de real money, fundos soberanos de riqueza, indivíduos com alto patrimônio líquido e portfólios de fundos de pensão. Os índices serão publicados no Bloomberg (página CEXT <GO>) e no CitiVelocity. O lançamento segue o anúncio, no início do mês, da FX Gateway do Morgan Stanley, plataforma multigerida que oferece uma gama de veículos adaptáveis às necessidades dos investidores. Entre eles estão swaps de retorno total, classes de ações em várias moedas, estruturas UCITS e notas estruturadas (Profit & Loss, setembro).
www.profit-loss.com I Profit & Loss I Outubro de 2011 I 31
Mercado do mês
Real brasileiro
O caso de amor do Japão com o real está prestes a terminar? Por Tony Volpon, chefe de pesquisa de mercados emergentes para as Américas, Nomura
té a recente onda de volatilidade dos mercados e a subsequente queda de mais de dezenove por cento do real brasileiro (BRL) após um período de alta, o BRL estava entre as moedas de mercados emergentes (ME) de melhor desempenho do mundo. Desde o início de 2009, o BRL valorizou 46% em termos ajustados, até atingir o pico de 1,5290 em 26 de julho deste ano, ancorado pelas famosas taxas de juros altas do Brasil. Durante o período de desempenho excepcional, os novos grandes participantes do mercado têm sido os investidores de varejo japoneses por intermédio de fundos mútuos, conhecidos localmente como “Toshins”. De um nível de exposição quase nula, os investidores de varejo japoneses tinham, no final de agosto, uma exposição de cerca de 102 bilhões de dólares em BRL, dividida entre 33,5 bilhões de dólares em ativos subjacentes denominados em BRL e 68,9 bilhões de dólares em sobreposição de moedas. A razão para a popularidade do BRL entre esses investidores pode ser resumida em três fatores. O mais importante é o rendimento que os fundos Toshin podem oferecer quando sobrepostos com o BRL. Em um país que vive com taxas nominais iguais a zero por um longo período, os Toshins emitidos no início do boom tinham rendimentos que chegavam a quatorze por cento ao ano. Recentemente, o rendimento em um mês do BRL off-shore está em torno de sete por cento ao ano, mesmo que o Banco Central do Brasil corte as taxas (Figura 1).
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32 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
Mas o caso de amor não se devia apenas aos rendimentos elevados. Talvez não seja um fato conhecido, mas o Brasil tem a maior comunidade de imigrantes japoneses do mundo, muitos dos quais chegaram ao país no início do século XX como mão-de-obra agrícola, mas hoje fazem parte de uma classe muito bem-sucedida de empresários e profissionais. Isso significa que muitos investidores japoneses têm parentes no Brasil e, por isso, estão mais familiarizados com o país. Por fim, outro fator que favoreceu o Brasil foi sua indicação para ser o país-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Como a idade média dos compradores do Toshin é de aproximadamente 62 anos, muitos deles se lembram dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 como o início do boom econômico subsequente e duradouro do Japão. Muitos interpretaram as Olimpíadas de Pequim em 2008 como algo semelhante no caso da China. Portanto, ter o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil foi visto por muitos japoneses como sinal de que o país, finalmente, encontrou o caminho para entrar para a primeira divisão das nações. Desde 2009, os investidores do Toshin vêm desfrutando não só rendimentos elevados como também ganhos de capital com o aumento constante do BRL. No entanto, tendo em vista que o BRL registrou queda acentuada, casualidade devida a uma combinação de temores globais e políticas do governo para enfraquecer a moeda, será que o caso de amor do investidor de
Real brasileiro
Mercado do mês
FIGURA 1
varejo japonês com BRL chegou ao fim? Sabemos como esses investidores reagiram durante períodos de crise. Durante a crise financeira de 20082009, resgates cumulativos de Toshins denominados em moeda estrangeira duraram quase seis meses, atingindo em torno de 1,35 trilhão de ienes. Por outro lado, após o terremoto do Japão em março, os resgates líquidos atingiram apenas 250 bilhões de ienes e, depois de quase dois meses, tinham FIGURA 2 retornado para compras líquidas (Figura 3). Com exceção desses eventos mais extremos, o padrão de comportamento parece sugerir que os investidores de varejo desaceleram o ritmo de compras em períodos de maior aversão ao risco, mas apenas em resposta a eventos extremos eles chegam a vender de fato. Outro fator que parece se relacionar bem com as compras de Toshin é a confiança do consumidor no Japão. O que nos mostram os números mais recentes? Os investimentos em Toshins de títulos estrangeiros totalizaram 2,4 bilhões de dólares em agosto, de acordo com dados de fluxos de investimentos internacionais do MOF. Os investimentos excedentes em Toshins de títulos estrangeiros decresceram para 335 bilhões de dólares em agosto. A queda se deveu aos efeitos da avaliação durante o período. A fatia dos investimentos australianos e brasileiros aumentou, enquanto dos Estados Unidos caiu (quando consideramos ativos subjacentes). de retiradas, embora não seja insignificante, torna-se uma O BRL foi a opção de moeda mais procurada em agosto entre imagem pálida em comparação com o que se viu depois do Toshins que usam sobreposição de moedas, segundo a Lipperfracasso do Lehman Brothers ou após o terremoto no Japão em Japan. No entanto, sua parcela diminuiu de 64,9% para 48,9% março. entre julho e agosto. Por outro lado, a parcela do AUD cresceu Dessa forma, enquanto o ritmo atual de retiradas se mantém de 11,1% para 28,9%. Alguns investidores de varejo podem ter baixo, o que pode acontecer mais adiante? Sendo um produto de escolhido o AUD, uma moeda de alto rendimento com uma varejo, a velocidade dos movimentos de entrada ou saída de classificação de crédito mais elevada do que a do BRL, em meio qualquer moeda por esses investidores é lenta, mas constante e às crescentes incertezas dos mercados financeiros. Isso é prova crescente ao longo do tempo. Se as recentes perdas de que os investidores de varejo ainda têm uma forte preferência significativas em BRL não forem parcialmente revertidas, ou se por rendimentos altos, portanto, BRL e AUD ainda podem piorarem, deve haver um nível constante e talvez crescente de permanecer as primeiras opções entre os investidores de varejo resgates. No entanto, mesmo nesse cenário mais pessimista, não durante este período de volatilidade (Figura 4). esperaríamos um repúdio em massa desses investidores pelo De fato, os dados preliminares de setembro mostram algumas BRL. A razão para isso é que o BRL ainda oferece, de longe, os retiradas. Nos primeiros oito dias úteis do mês, as retiradas de mais altos rendimentos e, apesar de perdas de capital, alguns Toshins de moedas chegaram a 1,3 bilhão de dólares. Esse ritmo investidores que querem altos rendimentos e não precisam www.profit-loss.com I Profit & Loss I Outubro de 2011 I 33
Mercado do mês
Real brasileiro
FIGURA 3
FIGURA 4
acessar imediatamente seu capital podem muito bem optar por mantê-lo investido. No passado, houve casos de movimentos com rendimentos mais baixos levarem a grandes liquidações, como quando os rendimentos de títulos de curto prazo do Tesouro dos EUA caíram para o 34 I Outubro de 2011 I Profit & Loss I www.profit-loss.com
patamar de 1% em 2003. Apenas se os rendimentos do BRL caírem muito mais é que esperamos um movimento de venda mais intenso. Na verdade, em nossa opinião, se o BRL se estabilizar em um nível inferior e as perspectivas econômicas internacionais melhorarem, pode ser que testemunhemos influxos renovados para o BRL, já que os investidores de varejo japoneses ainda serão atraídos pelos rendimentos relativamente altos e verão, de fato, os níveis mais baixos do BRL como oportunidade de compra. Em resumo, até agora os níveis de saídas percebidos são os esperados para a aversão ao risco global renovada. O ritmo das saídas poderia se acelerar se o BRL enfraquecesse ainda mais. Mas, tendo em conta as características desses investidores e seu comportamento no passado, poderíamos também ver um interesse renovado pelo BRL depois que a aversão ao risco cair, uma vez que esses investidores ainda serão bastante atraídos pelos rendimentos relativamente mais altos que o BRL oferece. O caso de amor entre os investidores de varejo japoneses e o BRL parece que ainda vai perdurar.
Tony Volpon é chefe de pesquisa de mercados emergentes para as Américas da Nomura, em Nova York.
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