Edição de 19/dezembro de 2019

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DOURADOS MS ANO 69 Nº 13.607

O PROGRESSO

Quinta/sexta-feira 19 e 20 de dezembro de 2019

HHHHH

Cultura oriental

Refugiados

Colônia

Assembleia

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Toshinobu Katayama: um pedaço do Japão em Dourados

Imigrantes recomeçam a vida apostando na “Cidade Modelo”

Casa Paraguaia mantém tradição há 30 anos

Infraestrutura e saúde marcam primeiro mandato de Marçal


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Quinta/sexta-feira 19/20.12.2019 O PROGRESSO

EDITORIAL

Um recomeço por Dourados

H

á dois meses O PROGRESSO escrevia a mais triste das notícias de sua história: o encerramento de suas impressões diárias, que vinham desde 1951 de forma ininterrupta. De lá para cá, foram muitas as demonstrações de carinho que recebemos dos nossos leitores e muitos os pedidos para que continuássemos nossa missão de bem informar. Assim o fizemos na internet, mas sem esquecer de toda a tradição de 68 anos de história deste matutino.

Com a aproximação do aniversário de 84 anos de Dourados, o coração “falou” mais alto do que qualquer sentido ou razão. O amor que sentimos por esta terra nos impulsionou a voltar, mais uma vez, com a nossa versão impressa, que por quase sete décadas esteve ao lado de boa parte dos sul-mato-grossenses, todas as manhãs. Lembramos que desde 1953, este jornal homenageou nossa cidade com edições especiais de aniversário, que retratavam o desenvolvimento de Dourados.

Este ano não poderia ser diferente. Organizamos a equipe para um recomeço. Afinal, é a oportunidade que O PROGRESSO tem de, mais uma vez, agradecer aos douradenses e de reverenciar a terra de Marcelino Pires, de Antônio João, ou da Maria, do Joaquim entre tantos outros que fizeram e fazem de nossa cidade um lugar melhor para se viver. Por essa razão, decidimos contar um pouco da história daqueles que de longe vieram, escolheram nossa terra para chamar de lar e compartilharam suas culturas. Falo de

todas as nações, de todos os povos que Dourados acolhe. Nem todas estão nessa edição, como gostaríamos, mas escolhemos algumas que podem representar muitas outras. Nossa missão é continuar retratando uma Dourados cada dia mais próspera e melhor para todos os cidadãos. Esse era o sonho de nosso fundador, Weimar Gonçalves Torres, que eternizou a frase “Pensamento e Ação Por Uma Vida Melhor”, que é o lema deste jornal. Parabéns, Dourados! Parabéns a todos os douradenses! Nossa eterna gratidão!

Os desafios impostos pelas mudanças tecnológicas na imprensa JOSÉ MILTON ROCHA*

*Jornalista, pesquisador da mídia de Dourados, doutorando em História no PPGH-UFGD.

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esde o surgimento da prensa de Gutenberg, no século XIV, o jornalismo convive com as inovações tecnológicas, que o moldaram ao longo da história, seja na forma de produzir conteúdo, ou na forma de circular e distribuir a informação. A cada inovação, ia se

moldando e se adequando de acordo com o suporte. Foi assim, com o surgimento do telégrafo, telefone, rádio, televisão. Mas definitivamente, as novas tecnologias da informação e da comunicação (NTICs) produziram os maiores efeitos ao colocar o mundo na palma da mão do leitor, através, do smartphone. E, ainda, fizeram convergir todos os modelos e suportes de produção e distribuição para uma única plataforma, a internet. A internet foi concebida nos quarteis, na década de 1950 em plena Guerra Fria, que dividiu o globo terrestre em dois polos antagônicos – o Ocidente (capitalista) x o Oriente (comunista), aperfeiçoada na década de 1970 pelos laboratórios acadêmicos e empresariais, até chegar ao grande público na década de 1990. Inicialmente, discada, mas depois, com a expansão da telefonia e a chegada dos computadores pessoais, teve seu uso massificado

através da banda larga. De acordo com estudiosos do assunto, a primeira experiência de um jornal na rede mundial de computadores teria acontecido na década de 1970, quando o The New York Times publicou sua página no ciberespaço, o The New York Times Information Bank. Mas a história do jornalismo on-line teria começado em 1993, ano que o jornal americano The San Jose Mercury News pôs sua versão na internet através da rede American On Line e o Virginian Pilot. Há ainda uma versão de que o primeiro jornal on-line teria sido o Personal Journal, a página on-line do The Wall Street, lançada em 1995. No Brasil, a historiografia da mídia digital aponta que o primeiro veículo a ter sua versão on-line foi o Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro. No dia 8 de fevereiro de 1995, uma versão do impresso, em PDF, marcaria a entrada do jornalismo bra-

sileiro na grande rede, iniciando o maior processo de transformação no modo de fazer notícia. Dois anos depois, em 1997, a novidade chegaria à Dourados por este O Progresso, primeiro impresso do MS a fazer circular sua versão na internet. Mas como o JB e outros tantos jornais mundo a fora, este ano não resistiu a força das novas mídias, e deu adeus às páginas impressas que registraram as transformações que esta cidade viveu ao longo dos quase 70 anos do jornal. Portanto, esta versão impressa que hoje homenageia à cidade no dia do seu aniversário, pode ser vista também como um marco da mídia local-regional, que busca forças para superar os desafios impostos pelas mudanças tecnológicas e tenta se adequar à contemporaneidade da sociedade, sem deixar de trazer a informação para o seu público, aonde ele quer ver. Na versão impressa, ou na digital.


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Dourados de todas as culturas e povos Professora e diretora do Casulo Graciela Chamorro aponta singularidades das manifestações artísticas Hakeito Almeida Dourados vem acolhendo ao longo dos anos, ativistas culturais de vários países, principalmente da América Latina, proporcionando inestimável contribuição na realização de projetos solo ou trabalhos em grupo trazendo para a cidade o legado absorvido na origem de cada um. Natural de Concepción, no Paraguai, a professora e presidente do Espaço de Cultura e Arte - Casulo, Graciela Chamorro, aponta singularidades entre as expressões culturais do seu país de origem e Dourados. “Não há só uma Cultura, mas várias, em virtude dos meios de comunicação de massa. Grande parte do antigo Sul de Mato Grosso do Sul, foi povoada por paraguaios ervateiros, vaqueiros, peões, comerciantes. Os descendentes se identificam como paraguaios, alguns falam guarani e espanhol e cultivam os costumes culinários, musicais e religiosos dos seus avós, que também são praticados por brasileiros sem ascendência paraguaia. De quem é a polca, a guarânia e o chamamé? Dos argentinos? paraguaios? brasileiros? europeus? De todos”, questiona Graciela. Ela ressalta que o preconceito histó-

rico contra os povos indígena, atinge a difusão da arte. “No Paraguai como em Mato Grosso do Sul, as culturas dos índios são desqualificadas como expressões culturais menores restritas aos indígenas. A presença de afrodescendentes em Dourados, embora menor em relação à média no Brasil, é muito maior em relação ao Paraguai, onde a escravização de indígenas foi muito superior à de africanos. Isto se reflete também nas expressões culturais. O Paraguai não produz samba nem capoeira”, exemplifica. Como ministrante de oficinas de cânticos indígenas, Graciela defende o estudo da língua kaiowá e a guarani, falado no Paraguai. “No meu trabalho, reencontro-me, reflito sobre mim mesma e sobre as possibilidades destas línguas dizerem o que o Português e outras línguas românicas não sabem dizer. Me identifico com as crianças indígenas que sofrem bullying por não falarem “bem” o Português, pois, como muitas delas também fui alfabetizada numa língua que não sabia falar, o espanhol. Ao cantar as músicas indígenas, e mesmo as não indígenas, nos apropriamos sempre do que outras pessoas ou comunidades criaram, transpomos esses cantos para outros ambientes. Com isto, continuamos a

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A professora e diretora do Espaço de Cultura e Arte - Casulo, Graciela Chamorro

criação aproveitando suas possibilidades rítmicas, melódicas e harmônicas e nos enredamos numa rede de solidariedade que a arte é capaz de tecer. A cada novo encontro, novas palavras, novos exemplos de uso, o horizonte poético se estende e o respeito pelos seus e suas falantes se agiganta”, argumenta. Graciela Chamorro morou até os 18 anos no Paraguai. Veio ao Brasil para estudar. Formada em Música e Teologia, chegou em 1983 a Dourados. Ministrou aulas no Seminário Batista Ana Wollerman, Academia Vila Lobos, na Unigran, no Centro Cultural Guaraoby, nas escolas da rede municipal através da então Fundação Cultural

e de Esportes de Dourados (Funced). A sua incursão pela música indígena e a língua kaiowá ocorreu nas Aldeias de Dourados, Panambizinho e Caarapó, quando foi surpreendida pela riqueza de cânticos e rituais. Até o ano passado lecionou a disciplina História Indígena na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). No Casulo, Graciela dedica ao ensino da língua e da cultura kaiowá e guarani e acompanha desde 2015, o grupo Verajú, que leva ao palco os indígenas e suas músicas. Além de integrar um coletivo de produtores culturais que esmiúça a música terena, ela lidera um Laboratório de Voz.


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Terra de Antônio João

mistura sotaques e costumes

Terra de povo acolhedor, Dourados é um dos municípios com maior concentração de gaúchos do Estado Lílian Rech Constituída por migrantes de diversos Estados brasileiros, Dourados é terra de muitos sotaques, gírias e porque não, dialetos. Por aqui podemos escutar vários timbres, desde os mais calminhos, como o dos descendentes de orientais, como aqueles mais alvoroçados, como o dos gaúchos, que descendem a maioria de alemães e italianos e que ajudaram a dar formato o município, que neste dia 20 de dezembro, comemora 84 anos. Segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, que tem, de acordo com o último Senso aproximadamente 220 mil habitantes, Dourados é conhecida por ter um povo alegre, divertido e acolhedor. Terra de solo fértil, berço de famílias de várias descendências. Uma delas, formada por um homem que diante de muitos obstáculos, escolheu não desistir dos sonhos. E essa história pode ser definida por muitos adjetivos, o principal deles, superação. Mas me permito também, depois de conhecer tão bem a história, citar alguns outros como esforço, perseverança, ou simplesmente amor, já que ambos se encaixam se conectam.

Depois de um tempo em terras nortistas, tentou uma chance na construção da Transamazônica, a mais longa rodovia federal brasileira Apresento-lhes a história do então jovem Antônio Rech. A busca por um futuro melhor fez com que ele, aos 18 anos, em 1968, saísse de Caxias do Sul, cidade distante quase 130 quilômetros de Porto Alegre, capital gaúcha para desbravar o País. Na época ele tinha um sonho e depois que concluiu o curso técnico de torneiro mecânico, resolveu colocá-lo em prática. Mesmo Caxias sendo um grande pólo industrial, decidiu que lá não era seu lugar e saiu de casa para tentar a vida em outros solos. Já fora do Rio Grande do Sul, primeira parada foi na capital paraense e Belém do Pará, foi sua morada por alguns meses. Depois de um tempo em terras nortistas, tentou uma chance na construção da Transamazônica, a mais longa rodovia federal brasileira, com aproximadamente 8 mil quilômetros de extensão e que na época contratava funcionários para trabalhar na obra. Sem experiência não conseguiu, mas também não desistiu e com a mala cheia de vontade de vencer, retornou para a região Sul, desta vez para Cascavel, interior do Paraná, em busca de uma oportunidade. Seis anos depois, em 1974, já com

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Fazendo o que mais ama, manuseando o torno, Antônio Rech também é parte da história de Dourados experiência profissional, Antônio escutou de um amigo, sobre um Estado promissor na área da agropecuária, setor em franca expansão e também área de sua atuação, uma vez que havia se especializado em conserto e manutenção de maquinários agrícolas. Foi quando mais uma vez ele ar-

Sonho

“Sai muito cedo do berço dos meus pais, a vontade que eu tinha de desbravar o desconhecido era maior do que viver na comodidade do meu lar”

rumou as malas e veio então para Mato Grosso do Sul, inicialmente para Campo Grande, depois Dourados e de cara, se apaixonou pela cidade onde após seis meses de trabalho, conseguiu montar o próprio negócio e desde então se firmou, constituiu família e até hoje vive na cidade como filho do coração. Criou e formou duas filhas com o suor do trabalho, pesado e digno. “Sai muito cedo do berço dos meus pais, a vontade que eu tinha de desbravar o desconhecido era maior do que viver na comodidade do meu lar. Eu tenho muito carinho pela cidade em que nasci, pela minha cultura, meu povo, mas posso dizer que o coração que bate em meu peito é douradense. Aqui casei, constitui família, criei minhas filhas, firmei raízes, fiz minha história. Hoje depois de mais de 40 anos como torneiro mecânico, estou aposentado e com o sentimento de dever cumprido”, afirmou emocionado Rech. Essa é uma história que se mescla com a de diversas famílias que migraram do Rio Grande do Sul, não apenas para Dourados, mas para diversos municípios da região. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 43 mil gaúchos vivem em Mato Grosso do Sul. Os primeiros migrantes chegaram ainda no século 18. Já na década de 1970, uma nova onda de migrantes chegou ao Estado, também para a aproveitar a pujança do setor agropecuário.

É difícil falar em números de descendentes, mas de Mato Grosso do Sul, Dourados é uma das cidades que tem a maior colônia de gaúchos, conforme explica o agropecuarista e médico veterinário Nestor Eberhart, patrão do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) “Querência do Sul”. “A concentração de gaúchos e descendentes aqui em Dourados é muito grande, um povo unido que tem como base, além do trabalho a estrutura familiar. Os costumes, a cultura de sentar em rodas de chimarrão ou até mesmo o tradicional churrasco, que já faz parte da cultura douradense”, salienta Eberhart. Ele também faz parte deste povo que saiu do Rio Grande do Sul e junto com os pais e irmãos vieram para Dourados na década de 70 e que hoje contabiliza mais de 500 descendentes. A história do Antônio, junto com todos os Nestores, Paulos, Marcos, Pedros, Josés, entre tantos que colaboraram par além do crescimento econômico do município, que é voltado para o agronegócio, também para a cultura, se entrelaçam. E eu posso dizer que de maneira especial também me emociono, contanto parte dessa história, porque sou um pedaço dela porque nasci douradense pela escolha de um homem que acolheu essa terra. Sabe torneiro mecânico que apresentei para vocês? Com orgulho maior do mundo, eu o chamo de pai!


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Dourados Vista de Cima O local hoje ocupado pela cidade já pertenceu à Espanha, segundo historiadores Em comemoração aos 84 anos de emancipação político-administrativa de Dourados, a exposição de imagens de satélite retrata o município nos anos 1965, 1973, 2004 e 2014. Na mostra é possível visualizar o desenvolvimento urbano do município. Com curadoria e organização de Selmos Luiz Gressler, “Dourados Via Satélite”, ajuda a compreender acontecimentos emblemáticos da história do município como: a região foi palco da Guerra do Paraguai (1864/1870), que começou com a invasão de Mato Grosso e terminou em Cerro Corá; a Companhia Erva Mate Laranjeira, de 1882 até a década de 1930, que exerceu grande influência econômica no Mato Grosso do Sul e na região onde hoje Dourados se localiza; a implantação em 1904 das linhas telegráficas; a criação em 1943, do Território de Ponta Porã, do qual Dourados fazia parte e da Colônia Agrícola Nacional de Dourados, no governo de Getúlio Vargas; a chegada da estrada de ferro no distrito de Itahum inaugurada em 1949; no mesmo ano que começou a operar a Usina Filinto Muller; na década de 70, o surgimento da energia elétrica da Usina de Urubupungá e o início dos cursos superiores. A exposição que pode ser visitada até

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“Dourados Via Satélite”, ajuda a compreender acontecimentos emblemáticos da História o dia 31 de dezembro recebe apoios da loja Havan, portal e revista Agron, Camapi Motores, Supera - Ginástica para o Cérebro, Camapi Motores, Maurão Materiais de Construção. História O local hoje ocupado por Dourados já pertenceu à Espanha, quando integrou a Província do Paraguai até 1750; depois, fez parte da Colônia Portuguesa, de 1750 a 1822 e hoje é brasileiro. Em 1935, ano de sua criação, o município

contava com uma área de 21.250 Km², e calculava-se em 20.000 o número de habitantes. Limitava-se com Maracaju, Entre Rios (Rio Brilhante) e Ponta Porã e ainda, com o estado do Paraná. A cidade de Dourados foi desmembrada de Ponta Porã. De sua área inicial (1935), originaram-se os seguintes municípios: Itaporã (1953), Caarapó (1958), Naviraí (1963), Jateí (1963), Ivinhema (1963), Glória de Dourados (1963), Fátima do Sul (1963), Angélica (1976), Deodápolis (1976), Douradina (1980), Vicentina (1986), Juti

(1987) e Novo Horizonte do Sul (1992). Com os desmembramentos, sua área foi reduzida em mais de 80%, visto que hoje conta com 4.086,39 Km². Em contraste, sua população, que era de 20 mil habitantes, saltou para 218.069 habitantes, o que representa um acréscimo de 1.090%, em uma área de 4,086,39. A densidade, que era de menos de 1 habitante por Km², hoje é de 53,4 habitantes por Km². O primeiro satélite artificial lançado foi o Sputnik 1, em 4 de outubro de 1957. Depois dele, teve início a corrida espacial e o lançamento de muitos outros satélites que são utilizados corriqueiramente hoje em dia. Somente no dia 1º de abril de 1960, o satélite meteorológico TIROS-1 transmitiu do espaço imagens, úteis e de qualidade, pela primeira vez. O Courier 1B foi o primeiro satélite de comunicação a usar células solares para recarregar as baterias, a 4 de outubro de 1960. O início da comunicação via satélite de sinais de TV, telefone e dados em alta velocidade e a transmissão de TV transatlântica deu-se no dia 10 de julho de 1962, através do Telstar 1. Por outro lado, o satélite Relay 1 fez a primeira transmissão de TV transpacífica ao tratar do assassinato de John Kennedy, presidente americano, em 13 de dezembro de 1962. A primeira transmissão de Olimpíadas com audiência internacional realizada por um satélite ocorreu em 19 de agosto de 1964. Depois desses, muitos outros satélites surgiram e atualmente existem 1.100 satélites ativos e mais outros 2.600 inativos em órbita.


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Sabores

FOTOS: DIVULGAÇÃO

da Cultura Douradense

Pratos internacionais aguçam os mais exigentes paladares e atraem pela mistura de ingredientes e tradições que resgatam deliciosas memórias afetivas Hakeito Almeida Nas mesas dos restaurantes, barracas de feiras, eventos culturais em Dourados, os múltiplos sabores do Paraguai, Japão e países árabes, aguçam os mais exigentes paladares e atraem pela mistura de ingredientes e tradições que resgatam deliciosas memórias afetivas. Quem não já visitou o Mato Grosso do Sul e foi convidado para provar a chipa (pão feito com queijo, polvilho e queijo ralado), e a sopa paraguaia (apesar da denominação, não tem nada de líquida, sendo

A delicadeza e o ritual no preparo de iguarias para agradar os olhos antes de saboreá-la é apreciada pelos douradenses uma torta feito com milho, queijo, cebola, ovos e leite) e foi surpreendido pelos sabores e texturas. Para o diretor cultural da Associação da Colônia Paraguaia de Dourados, Elizeu Cristaldo, a construção desta identidade gastronômica tem uma explicação histórica que remete aos tempos sombrios. “Grande parte, do território hoje relacionado ao Mato Grosso do Sul,

no passado pertencia ao Paraguai. Muitos dos paraguaios sobreviventes da Guerra, ficaram por aqui mesmo, com isso permaneceram com eles as suas culturas e tradições. Outros grupos de paraguaios vieram depois em busca de trabalho que também trouxeram com eles os seus costumes. Considerando a grande concentração de paraguaios e seus descendentes em Dourados, a valiosa contribuição de um entrelaçamento cultural, está muito presente nas padarias, lanchonetes, restaurantes entre outros com a venda das chipas, sopa paraguaia e sem falar na refrescante bebida feita com a infusão de erva mate que é o tereré”, enfatiza Elizeu , que informa que os pratos típicos que mais é vendido nos eventos da Associação da Colônia paraguaia são pela ordem: chipa, sopa paraguaia, Pajagua Mascada (bolinho de carne moída cozida; mandioca e temperos); Vori Vori (ensopado à base de carne e fubá) e Lócro (sopa com milho, feijão e batata). A delicadeza e o ritual no preparo de iguarias para agradar os olhos antes de saboreá-la é apreciada pelos douradenses ao longo destes 66 anos do Clube Nipo Brasileiro de Dourados. O Japão Fest, inserido no

Chegamos a mais um aniversário de Dourados e estamos nos aproximando do Natal. Desejamos que o ano vindouro seja de grandes vitórias e que as esperanças sejam renovadas para a Advocacia e sociedade Que colegas, amigos e familiares possam brindar um Natal pleno de alegrias e um Ano Novo de muita prosperidade!

Parabéns

Dourados

pelos 84 anos

Mato Grosso do Sul 4ª Subseção Dourados / Itaporã

Yakisoba é um dos pratos mais consumidos no Japão Fest em Dourados

Chipa faz sucesso nos eventos da Associação da Colônia Paraguaia calendário oficial turístico e cultural do município que está em sua 18ª edição, traz para a Praça de Alimentação, uma variedade de opções da culinária oriental. “Os pratos mais consumidos no Japão Fest são: o yakisoba (macarrão refogado com legumes e carne), sobá (macarrão feito de trigo sarraceno), mas o pastel, dentre os ocidentais, tem uma procura muito grande. Em relação aos anos anteriores percebemos que a procura pelas diversidades de sushi (maki-

zushi, inarizushi, uramaki, temaki) tem aumentado bastante. No decorrer destes anos, foram apresentadas novidades como Rolinho Primavera, Tempurá de Sorvete (sorvete frito) e Udon (tipo de macarrão apresentado de forma diferente do Sobá). Nesta edição do Japão Fest, oferecemos 18 opções de pratos para quem esteve nos prestigiando”, afirma Márcia Kurimori, diretora do Departamento de Senhoras (Fujinkai) e segunda secretária da Diretoria Executiva do Clube Nipônico.


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Sonho árabe em Dourados Afif Hani Abou Harb, abriu seu 1º restaurante na cidade no ano de 1995 DIVULGAÇÃO

Hakeito Almeida As fortes ligações familiares, fizeram com que o sírio Afif Hani Abou Harb, abrisse seu primeiro restaurante árabe, no ano de 1995 em Dourados. O pioneiro conhecido como Turquinho, chegou por aqui na década de 60 , foi jogador de futebol e teve incursões por diversos tipos de negócios como loja de produtos esportivos, bazar, mercearia e lanchonete e agricultor de uma pequena área de 16 hectares na região parte da fazenda São João. Por conta da alta inflação na época, ele decidiu vender a pequena área para se investir num pequeno restaurante. “Iniciamos as atividades na rua Toshinobu Katayama e ali ficamos por oito anos, se mudando depois para a Avenida Weimar Gonçalves Torres, onde permanecemos em igual período. Finalmente em 2010 decidimos vender o terreno para comprar outro menor e construir um restaurante mais moderno para atender os clientes com mais conforto e qualidade, mas sempre mantendo a tradição da culinária árabe. Assim surgiu a Casa Monte Líbano que foi reinaugurada no dia 15 de

Quibe já faz parte da mesa dos brasileiros e simboliza a culinária árabe

abril de 2012”, relata Hacib Panage, filho de Afif, que auxilia o pai a gerir o estabelecimento. Entre as delícias servidas no local, estão os tradicionais Quibe Cru e a Coalhada Seca. “O primeiro já faz parte da mesa dos brasileiros e praticamente hoje já tem suas receitas de como fazer e como temperar. O perfil dos nossos clientes é bem eclético. Mas os brasileiros são a maior parte além dos descendentes árabes e de um numeroso público da colônia japonesa”, complementa Hacib.

EM DOURADOS FIZEMOS NOSSA HISTÓRIA Dourados faz 84 anos e nós temos orgulho em fazer parte dessa história! Nesse clima de comemoração e agradecimento, desejamos a todos os leitores de Dourados e região que tenham um Radiante Natal e um incrível 2020!

DOURADOS (67) 3416-3939 | PONTA PORA (67) 3437-3200

Para ele, a cozinha árabe traz a tona a grande imigração que teve como o Brasil seu principal destino nas décadas de 30, 40, 50. “Até hoje podemos ver mundo afora a imigração em busca de novas oportunidades e a principal delas para quem vem em busca de uma nova vida é a culinária. Aqui em Dourados tivemos a grata satisfação de ter uma grande colônia árabe simbolizada até mesmo por uma Mesquita onde se pratica o Hamadâ anualmente e muçulmanos fazem suas orações”, destaca.

INFLUÊNCIAS GASTRONÔMICAS Levantamento realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, indica que existem em Dourados, 55 pizzarias, 29 hamburguerias, 19 bares noturnos e 18 cafeterias. Os restaurantes somam 110. A pasta não divide os estabelecimentos por tipo de cozinha étnica. “Em Dourados como em todo o Mato Grosso do sul a gastronomia está em processo de formação. Isto é resultado dos movimentos imigratórios. Neste processo, as colônias árabes, paraguaias e japonesas são responsáveis pela manutenção e difusão da cultura culinária”, constata Gabriel Pimentel, consultor e professor de Gastronomia da Unigran. Pimentel diz que o público interessado em capacitações na área querem aperfeiçoar o preparo dos pratos clássicos e tradicionais. “As pessoas que frequentam os cursos buscam aumentar o repertório de receitas e ter uma experiência gastronômica nas aulas. A maioria reproduz os pratos em casa, sendo para a família ou para receber amigos”, comenta. (HA)


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No Esporte, Dourados também faz história

“Manteiga” e “Marinho” conquistaram títulos por times da cidade ARQUIVO/O PROGRESSO

Renato Giansante O futebol douradense já teve momentos brilhantes tanto no cenário estadual quanto no nacional. Parte dessa história pode ser contada por dois jogadores que conquistaram títulos e idolatria entre os amantes da modalidade. Mário Lúcio da Silva “Manteiga” e Mário Lúcio da Silva Júnior “Marinho”, pai e filho. Em contato com o O PROGRESSO eles lembram dos momentos distintos, mas com o mesmo sentimento de orgulho pelas carreiras e por representar a cidade. O ponto inicial dessa história foi dado pelo paulista “Manteiga” que já tinha uma carreira consolidada no interior de São Paulo e foi convidado em 1972 para fazer um jogo pelo Ubiratan. O meia-esquerda não só teve uma atuação brilhante como foi convidado para seguir jogando pelo clube. “Lembro que conquistamos a Taça Dourados e depois fui convidado para jogar no Cerro Porteno, do Paraguai, mas não me deixaram ir

“Manteiga” falou da carreira e do filho que seguiu seus passos no futebol embora. Joguei cinco anos e meio no Ubiratan e depois fui para o Operário onde foram mais cinco anos”, conta ao O PROGRESSO. “Manteiga” conta que o futebol douradense era respeitado e que chegou a jogar contra vários jogadores consagrados. “Enfrentei duas vezes o Garrincha, por exemplo, que veio jogar amistosos. Também enfrentei Botafogo, Vasco, Corinthians, Santos

e outros grandes. Todos no Estádio da Leda que lotava para nos assistir”, relata lembrando que quando tinha o clássico Ubitaran e Operário a cidade parava e não se falava em outra coisa. “A minha estreia no Ubiratan foi contra o Operário e fiz o gol da vitória de 3 a 2. Era algo especial. O clássico mexia com todos. A torcida era uma coisa fantástica”, seguiu. A carreira como jogador teve que

ser interrompida em 1982 quando teve um problema no nervo ciático. Mas a vida no futebol seguiu primeiramente como supervisor do Operário e depois do Clube Atlético Dourados (CAD). Até que em 1989 foi lhe dado a missão para ser o treinador do mesmo CAD e logo em seu primeiro ano um vice-campeonato estadual. “Montamos o time do zero e chegamos à final. No ano seguinte fui para o Ubiratan que tinha iniciado mal o Campeonato e levei o clube até a semifinal quando pedi para sair. O time seguiu no Campeonato e conquistou o título neste ano”. Em 1991 teve o primeiro contato com base através de um pedido do então prefeito Braz Melo. E assim pretendia seguir, mas em 1998 houve novamente o convite do Ubiratan para o profissional. Novamente levou o clube até a semifinal e saiu. O time seguiu e conquistou o título. Ainda como técnico foi terceiro colocado de 1999 pelo Operário e vice-campeão pelo Ubiratan em 2000. Também esteve no Sete de Setembro e comandou o clube no empate do amistoso contra a Seleção Brasileira Olímpica em 2006, do então jovem volante Lucas Leiva. Sobre a carreira, “Manteiga” sente orgulho de ter contribuído para o esporte douradense e ajudar na formação de cidadãos com seus trabalhos de base. Mas um jovem que via de perto a paixão dele foi ainda mais determinante em seu futuro. 


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De pai para filho

ARQUIVO PESSOAL

“Eu estou no futebol por causa dele” O filho, Marinho, decidiu seguir a carreira do pai e teve o incentivo para se tornar um jogador de Série A do Campeonato Brasileiro. “Meu pai é uma inspiração muito grande. Eu estou no futebol por causa dele. Me ensinou muitas coisas. Tenho orgulho de ser filho dele, mesmo que não tenha visto ele jogar, mas todos que falam dele falam que era um grande jogador e isso me deixa muito orgulhoso mesmo. Sempre busco ouvir

Pai e filho também falaram sobre o atual momento do futebol douradense na próxima temporada ele para minhas decisões, pois sei que a vivência dele me fornece muito ensinamento”, disse Marinho que atualmente está no futebol sueco, mas chegou a jogar a primeira divisão do futebol nacional pelo Guarani antes de fazer a carreira no exterior. O auge do sentimento pai e filho aconteceu em 2016 quando Marinho, que se recuperava de uma contusão, foi convidado a jogar no Sete de Setembro, time douradense no Campeonato Estadual. Depois de um início de poucos jogos, Marinho

atingiu a forma física e se tornou peça fundamental para o título daquela temporada. “Não vim para Dourados por dinheiro, vim por amor. Eu não pensei duas vezes em aceitar o convite e pude contribuir com um time de minha cidade e ajudar com título. Isso ficou marcado para história de Dourados”, disse o jogador de 29 anos que promete encerrar a carreira em algum time de Dourados futuramente. Ver o filho jogando em Dourados e conquistando título mexeu com a emoção de “Manteiga”. “Dourados ficou 16 anos sem título e voltou a vencer com meu filho jogando. Foi um prazer enorme para mim e minha família. Meu menino sendo campeão aqui. Passou um filme na minha mente de tudo que passei no futebol. Foi um sentimento único”, conta “Manteiga”. Pai e filho também falaram sobre o atual momento do futebol douradense e lamentam não ter um time no profissional para a próxima temporada. “Dourados merece um time competitivo pela estrutura da cidade, do estádio. Acho que falta um pouco de apoio para todos os clubes. Pude jogar para um Douradão lota-

Marinho (dir.) ao lado do também douradense Thiaguinho em 2016 no Sete do nas finais e fico muito triste com atual situação”, falou Marinho. Já “Manteiga” foi além e apontou o caminho para o futebol voltar a crescer em Dourados. “Não adianta somente culpar o poder público ou outro fator. Para chegar nessa situação foi um conjunto de fatores e somente vai se reerguer se os clubes investirem na base. É nela que sur-

gem jogadores que podem alimentar o profissional e dar algum retorno. Mas é preciso um trabalho sério com ensinamento de fundamentos desde cedo. Acredito que só assim veremos times daqui novamente atuante”, finaliza “Manteiga” que está com 70 anos e poderá aproveitar a presença do filho durante o final de ano em Dourados.


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Toshinobu Katayama: um pedaço do Japão em Dourados Toda a sua estrutura física revela pontos históricos da chegada das primeiras famílias japonesas MARCOS RIBEIRO

Praça conta com elementos fortes da cultura oriental

Valéria Araújo Um dos primeiros presidentes da Associação Nipônica de Dourados, Toshinobu Katayama, nomeia hoje uma das principais ruas de Dourados, onde também está localizada a sede do Clube Nipônico. A rua Toshinobu Katayama apresenta elementos fortes da cultura oriental, símbolos e esculturas, e, é um pedaço do Japão no centro de Dourados, simbolizando a chegada das primeiras famílias japonesas na cidade, em 1953. Katayama, que chegou ao Brasil em agosto de 1929, sempre incenti-

Toshinobu chegou em Dourados em meados de março de 1952 e ajudou no desenvolvimento da cidade vou a participação e contribuiu ativamente nos eventos importantes em Dourados, como aniversários da cidade, Semana da Pátria, exposições e acolhimento de autoridades que visitavam a região. Toshinobu Katayama era naturalizado brasileiro, filho de Kosaku Katayama e Ritsu Katayama. Nasceu em Kuga-Yamaguchi-Ken, no Japão no dia 9 de janeiro de 1916, e emigrou para o Brasil em agosto de 1929, aos 14 anos, fazendo parte, formalmente, da família de Sadao Saito, no navio

Manilha. Desembarcou no porto de Santos e seguiu para a Fazenda Avenida, no município de Sales de Oliveira, na região da Alta Mogiana. Casado com Tomie Fujinaka, em junho de 1952, Katayama e os cunhados (um deles Eisei Fujinaka), vieram para Dourados. Instalaram a máquina de beneficiamento de arroz Katayama, iniciaram no comércio de secos e molhados e atuaram como intermediário de produtos agrícolas, principalmente de colonos nikkeis (japoneses e seus descendentes, nascidos no Brasil), das colônias de Laranja Lima, Cafeporã, além das colônias japonesas de Matsubara e Curupaí, próximo a hoje, Naviraí e Colônia Kyoei, na localidade conhecida como Barreirão. Empreitou-se ainda na revenda de veículos, posto de combustível e na criação de gado. Também, pela sua relação de amizade com Matsubara, e, apoiado pela diretoria da Associação, atuou ativamente para a vinda de imigrantes do pós-Guerra japonês, na instalação desses imigrantes, na região da atual região de Vicentina – a que ficou conhecida como Colônia Matsubara. Katayama foi um dos principais fundadores do Clube Nipônico, exercendo a presidência por oito gestões. Foi também o principal organizador da Associação Cultural

Nipo-Brasileira sul-mato-grossense, ocupando o cargo de presidente, desde a fundação em 1964 até a data de seu falecimento, em 1980. Entre os anos de 1956 e 1958, Katayama trabalhou como membro ativo na campanha para a instalação da agência do Banco do Brasil em Dourados. Em 1968, foi o organizador e presidente da Federação Matogrossense de Beisebol que representou todas as equipes de beisebol do Estado (MT), junto à Federação Nacional de Beisebol. O Clube Nipo Brasileiro de Dourados presta homenagem a ele, todo ano, através do Torneio de Gatebol Toshinobu Katayama. É um evento esportivo em que participam várias equipes do MS. Katayama sempre atuou entre os órgãos oficiais da representação japonesa como o consulado, embaixada japonesa e os imigrantes japoneses de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O jornal O PROGRESSO destacou o falecimento de Toshinobu Katayama, na edição de 16 de março 1980. “Falece em Dourados vítima de ataque cardíaco, o líder da colônia nipônica de Dourados, Toshinobu Katayama, que muito contribuiu ao desenvolvimento sócioeconomico de Dourados. Toshinobu chegou em Dourados

em meados de março de 1952 e, desde então, procurou sempre atuar com o crescimento de Dourados. Na edição de 20 de março de 1980, O PROGRESSO registrou a homenagem realizada em sessão solene pela Câmara Municipal de Dourados, a Toshinobu Katayama. (...) Desde sua chegada a esta cidade, ele contribuiu efetivamente para solucionar os problemas da comunidade japonesa da cidade e de toda região, principalmente aos imigrantes que aqui chegaram na década de 1950, dando orientação na agricultura, assim como a todos os problemas sociais, tais como na educação, cultura, saúde, etc (...) Toshinobu Katayama, naturalizado brasileiro, era filho de Kosaku Katayama e Ritsu Katayama. Toshinobu e a esposa Tomie tiveram os filhos Elza Utaka, Ernesto Katayama, Olímpio Katayama e Gilberto Katayama. Sempre participou e contribuiu ativamente nos calendários festivos e cívicos de Dourados, principalmente nas comemorações do aniversário da cidade, exposição agropecuária e recepção às autoridades estaduais e federais. Trabalhou como membro ativo, de 1956 a 1958, na campanha para a instalação do Banco do Brasil em Dourados. A Rua Espírito Santo passou a ser denominada Toshinobu Katayama, através da Lei nº 1259/80.


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Clube Social unificou nipônicos de Dourados e região A Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Dourados foi fundada em 31 de julho de 1953, com a chegada de 60 famílias de imigrantes japoneses

PAULO TAKARADA

Apresentações culturais da Associação Nipo-Brasileira de Dourados desempenha um papel fundamental na integração de todas famílias radicadas na região Valéria Araújo Um marco na integração de povos em Dourados foi a criação do Clube Nipônico, no ano de 1953. De acordo com o livro Centenário da Imigração japonesa em Dourados”, a Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Dourados foi fundada em 31 de julho de 1953, para organizar a acolhida das 60 famílias de imigrantes japoneses, do pós-guerra, que se estabeleceram na recém implantada Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), na região que passou a ser conhecida

Alguns testemunhos registram que o primeiro japonês a se estabelecer em Dourados foi Oshiro Kiki como Colônia Matsubara. A Associação foi constituída por 36 sócios fundadores e teve como primeiro presidente Kiheiji Nishimura. O objetivo inicial seria recepcionar o grupo de imigrantes que estaria chegando. Até então as famílias que residiam em Dourados viviam em isolamento. Os preparativos foram programados, em uma reunião, na residência de Kiheiji Nishimura, na atual Rua João

Cândido Câmara, esquina com a Rua Oliveira Marques, quando, por aclamação foi eleito presidente da comissão de recepção e, também, presidente provisório do Clube Nipônico de Dourados, entidade social, recreativa e esportiva, que desempenharia papel fundamental na integração das famílias japonesas radicadas na região e que, posteriormente no intercâmbio com outras entidades congêneres. A organização da recepção aos imigrantes foi um marco inicial para a integração social das famílias nipônicas e, ao mesmo tempo, para a instituição oficial da associação. Na época Dourados estava com 18 anos de emancipação, um município até então rico em erva-mate, e, iniciava na plantação do café - produtos que hoje foram substituídos pela soja, arroz, milho, trigo, sorgo, além de outros cereais. Fundado o Clube Social Nipônico, em 1953, ele passou a contar com uma sede provisória de madeira, erguida na gestão do presidente Massaichi Iguma. Utilizando essa sede, a colônia Japonesa organizava festas de casamento, formaturas e festividades do ano novo. “Atualmente a sede de campo é constituída por um salão de festas, piscinas,

quadras e campos para a prática de basebol, natação futebol, gatebol, voleibol, tênis de campo e de mesa”, diz trecho do livro Centenário da Imigração japonesa em 2008. Os pioneiros Alguns testemunhos registram que o primeiro japonês a se estabelecer em Dourados foi Koki Oshiro. Ele adquiriu em 1927 uma posse na periferia do povoado de Dourados, então distrito de Ponta Porã. Ele teria sido o primeiro a comprar terras no município. Segundo Yoshiharu Guenka, citado em Inagaki, ele veio no Navio Kasato Maru, morou um tempo em Campo Grande, depois adquiriu as terras na região de Dourados. Começa em 1946 a volumosa e progressista migração japonesa com a chegada em Dourados de quatro a cinco famílias de agricultores. Nesse ano vieram do Estado de São Paulo: Mineji Saito e Jooji Eguti e ainda no mesmo ano, Benkiti Kakuda e Hidekiti Dokko. Atravessando o Porto XV, aqui chegaram após uma semana de viagem, através de estradas boiadeiras, enfrentando as intempéries, em caminhões “pau de arara”. Em 1951 vieram de Araçatuba Sa-

toshi Nakao. De Cafelândia partiram Kotaro Eto, Tatsuji Fukushima e Takemiti Shiruzu. Também veio nesse ano, da região de Lavinia, Takeo Takimoto para trabalhar na Serraria Continental. Eram os anos de pós guerra que havia terminado em 1945, e, além dos problemas que algumas famílias estavam encontrando em suas regiões (a Shindo Renmei – grupo que não aceitava a derrota do Japão na Segunda Guerra), as promissoras terras da região de Dourados ainda não tinham sido desbravadas, e, seu preço era bom. De acordo com o livro dos 100 anos de Imigração japonesa, esses pioneiros vieram em busca de novos horizontes e a maioria vinha para lavoura com o objetivo de fazer fortuna com o café. No entanto outros se dedicaram ao comércio ou prestação de serviços como a família Dokko em posto de gasolina e mecânica; Katayama e os irmãos Fujinaka iniciaram com sapataria, máquina de arroz, passando para secos e molhados e beneficiamento de café; Shiruzu dedicou-se ao transporte de carga; Iguma e Takimoto a indústria madeireira; Massago ao comércio de móveis e Kawamoto a fábrica de bebidas.


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Japão Fest preserva a cultura nipônica em Dourados A festa é uma celebração do povo japonês, cujos primeiros imigrantes chegaram ao Brasil em 1908 fixando-se em diversas regiões, contribuindo para o desenvolvimento do País TIAGO GOMES

Valéria Araújo Em sua 18º edição, o Japão Fest mantém vida a cultura nipônica em Dourados. Esse ano, o evento contou com a presença do cônsul geral do Japão em São Paulo, Yasuchi Noguchi. Focada na gastronomia típica e em danças tradicionais, a festa é uma celebração do povo japonês, cujos primeiros imigrantes chegaram ao Brasil em 1908, fixando-se em diversas regiões, contribuindo para o desenvolvimento do país.

O evento reúne atrações para todas as idades, como apresentações musicais e de dança Durante os 3 dias de evento, essas memórias ganham vida nas apresentações e os brasileiros podem sentir a força desse povo que partiu do outro lado do mundo para aqui chegar. Com danças e comidas absolutamente típicas e tradição seculares, a festa tem de tudo um pouco. Por isso mesmo, costuma atrair milhares de pessoas, de diferentes raças. Para a colônia nipo-brasileira, o acontecimento se constitui num momento especial e gastronômico e já faz parte do calendário turístico e cultural da cidade, uma vez que desde a sua criação, milhares de pessoas marcaram presença em

A diversidade gastronômica e as apresentações culturais são os destaques do Japão Fest

todas as edições. O evento reúne atrações para todas as idades, como apresentações musicais e de dança. Também ocorrem exposições culturais e comerciais. Em edições anteriores houve oficinas de origami, arte tradicional e secular japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la

ou colá-la. O curso foi ministrado pela Escola Modelo de Língua Japonesa de Dourados. A diversidade gastronômica e as apresentações culturais são os destaques do Japão Fest. Pratos típicos da culinária japonesa como yakissoba (macarrão frito com carnes e verduras), temaki (verduras enroladas em arroz e recoberta de alga), sushi (peixe e arroz), sashimi (peixe), sobá e tempurá (fritura de

DIVULGAÇÃO

Estádio Cesar Lucchesi Valéria Araújo De acordo com o livro “Centenário da Imigração Japonesa da Grande Dourados”, o início das obras de construção do Estádio “Cesar Luchesi” foi em 1970, quando presidia o Clube Toshinobu Katayama e foi concluído no ano seguinte na gestão do presidente Teruki Dokko, em 1971. Em 1975 o campo do Estádio Nipônicob Brasileiro passou a ser denominado “Estádio Cesar Lucchesi”. Ainda em 1975, em fevereiro , foi aprovada a idéia de construção da Escola da Língua Japonesa para crianças e jovens. Em setembro, foi dado o início da construção do campo de futebol de salão, handebol, vôlei e basquetebol. Também foi fundado o departamento de Pingue e Pongue. Em 1976 foram feitas reformas no prédio do Kaikan, no campo “Estádio César Lucchesi” e inaugurado o prédio para funcionamento esportivo e Escola da Língua Japonesa. Em 1977 aconteceu a construção das arquiban-

verduras) ficam à venda na Praça da Alimentação. Entre os destaques do Japão Fest é a apresentação do Bon Odori, evento milenar da tradição japonesa, com danças e músicas, com participação de comunidades de outras cidades do Estado e da região. Ainda participam do Japão Fest, academias e instituições artísticas que proporcionam uma integração com a comunidade nipo-brasileira.

cadas de concreto, vestuários e nova cobertura, proteção de grades e novas cercas; preparação para a realização do XV Campeonato Brasileiro de Beisebol Juvenil Inter-Seleções, realizado em 1978. Beisebol e Softbol A história do beisebol na cidade está ligada ao nascimento do Clube Nipônico (hoje Nipo-Brasileiro), em 1953. Apesar da sede surgir nesse ano, os descendentes japoneses já praticavam essa modalidade. O beisebol começou como uma diversão para novos imigrantes mas, ao longo do tempo se viu a necessidade de incentivar este esporte. Criou-se comissão e hoje departamento para cuidar dessa modalidade. O primeiro jogo amistoso realizado em Dourados foi com o Matsubara, justamente para receber os novos imigrantes. Depois, competições anuais foram realizadas com o então Estado de Mato Grosso e, com a Divisão do Estado, também aconteceram mudanças. Foi o auge do esporte. Segundo o livro da “Imigração Japo-

A história do beisebol na cidade está ligada ao nascimento do Clube Nipônico nesa da Grande Dourados”, o beisebol de Dourados tem sido destacado através dos amantes do esporte com a ajuda de Toshinobu Katayama e Eikiti Sakaguti, que construíram o campo de beisebol, depois Shohei Fuginaka, que treinava a categoria adulta. As categorias de base que são as crianças de 6 a 12 anos pelos treinadores Yasuo Arai, Satoru Naya e Luiz Noda que por mais de três décadas dedicaram e transmitiram os seus conhecimentos às crianças. Conforme ainda o livro, “na modalidade de sofbol, Dourados também esta bastante animado, onde temos as categorias feminino infantil e adulta. No masculino as categorias: adulto ,

senhor (33 anos) veterano (40 anos), super veterano (50 anos) e diamante (60 anos). Conseguiram montar todas essas categorias, graças a integração dos atletas aqui da região, tais como: Dourados, Laranja Lima, Kyoi, Fátima do Sul e Matsubara. “Consagramos campeão brasileiro de softol nas categorias sênior, duas vezes, uma vez na categoria super veterano e uma vez na categoria diamante. Por intermédio de Nobuo Yamashita que é diretor do Departamento de Beisebol e Softbol, através de ajuda da classe empresarial, patricínios, cobrança de mensalidade e promoções”, diz trecho do livro.


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Imigrantes recomeçam a vida

apostando em Dourados

Segundo a ONU, 3,3 milhões de pessoas fugiram da crise na Venezuela desde o final de 2015 DIVULGAÇÃO

Mayara Freire “Lá na Venezuela nós nunca vendemos arepa, nós comíamos, porque é uma comida comum, do café da manhã, do lanche”, conta Rachel Iriani Daza Gonzalez, 44 anos. Ela e a família depositaram em Dourados a esperança de viver melhor. “Nossa ideia não era ir embora da Venezuela, mas no final de 2018 as coisas ficaram piores e tivemos que sair”, conta a cozinheira que chegou há 11 meses na cidade. Rachel veio para Dourados depois que a irmã, Rosana Daza, já morava no município. “Quando chegamos a ideia era tentar trabalhar com comida. Um amigo da Rosana conseguiu um lugar e decidimos vender paeja, que já fazíamos. Mas ficou muito ‘costoso´. Então, um dia em casa, pensando o que comeríamos de café da manhã, tivemos a ideia de vender arepas”, explica. Na Venezuela, ela e o marido tinham um restaurante e, quando perceberam a dificuldade de um emprego formal, decidiram também trabalhar com comida no Brasil. No início alugaram um espaço no Parque Alvorada, mas devido aos custos tiveram que fechar. Hoje eles vendem arepas – uma massa de farinha de milho recheada, nas feiras.

Além da questão financeira, Rosana teve que lidar com a adaptação das duas filhas mais velhas Para ela, se estabelecer em Dourados foi um pouco mais fácil. O mesmo não aconteceu com a irmã, que veio quatro anos antes. Professora, Raquel presenciou seu país entrando em uma profunda crise econômica. Mas, o cenário que encontrou foi mais duro do que imaginava. Desempregada, sem recursos e sem dominar a língua, percebeu que seria difícil. “É como se a gente desse a cara em parede atrás de parede, quando uma coisa estava quase dando certo, tinha algo para impedir”, relata a profissional que chegou a ser aprovada em três concursos públicos, mas não conseguiu assumir nenhum por conta da burocracia. “Foram diferentes explicações, uma porque meu diploma não era validado no Brasil, depois porque eu não era fluente em Português – mesmo sendo um concurso para estrangeiro, e o último, da Uems, o processo foi suspenso”, conta. Segundo a Organização das Nações Unidas, pelo menos 3,3 milhões de pessoas fugiram da crise na Venezuela desde o final de 2015, incluindo um milhão que deixou o país desde novembro de 2018. Muitos procuraram refúgios em países vizinhos, e Dourados foi a cidade que mais recebeu refugiados no interior do Brasil.

Aprovada no mestrado na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Rosana está tentando o Doutorado e ainda decidiu fazer a graduação em Letras Rosana conta que quer trabalhar na sua área, Educação. Aprovada no mestrado na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), está tentando o Doutorado e ainda decidiu fazer a graduação em Letras (Habilitação Português/Espanhol), como portadora de diploma, para ter o título brasileiro. Mas, até que consiga dar aulas em instituições, encontrou nas aulas particulares de Espanhol uma forma de gerar renda. Além da questão financeira, Rosana teve que lidar com a adaptação das duas filhas mais velhas. “Tania e Tatiana nasceram na Venezuela e tinham 3 e 2 meses quando saímos. Já Tainá nasceu aqui”. A Tania chorava muito, começou a ficar isolada na escola porque não entendiam o que ela falava, porque exista um preconceito”, pontua. Ela então conversou com a direção da escola e se ofereceu para dar aulas de Espanhol para a classe. Com isso, pôde ajudar alunos e professores a entenderem a língua e, principalmente,a filha. Decidida a auxiliar outras crianças venezuelanas que viviam a mesma situação, ela pegou a lista de escolas onde havia estudantes estrangeiros matriculados e mandou ofício oferecendo as aulas. “Já não era por Tânia, era por todas”. Em parceria com a UFGD e outros voluntários, as aulas começaram em mais escolas. “Um dia, em um dos jogos de adivinhar o que a palavra em Espanhol significava, uma criança falou

que não queria participar, porque não era justo, porque só uma menina da sala sabia. Foi então que pude explicar que era uma oportunidade para ele aprender e que aquilo que ele sentia era exatamente o que as crianças venezuelanas sentiam todos os dias. Ele entendeu e participou”, conta emocionada. A desinformação, a falta de preparo dos governos frente à crise há tempos anunciada e a demanda por serviços básicos, geraram resistência de parte da população. “Apesar da história da formação do nosso país ter sido constituída grande parte de migrantes, nós não tivemos nas últimas décadas nenhum fluxo migratório significativo. Talvez esse seja algo do impacto, que não é, mas parece ser novo pra nós. E ainda tem o fato de ser de países vizinhos”, explica Hermes Moreira Júnior, coordenador da Cátedra Sérgio Vieira de Melo, que trabalha em cooperação com centros universitários nacionais e com o Comitê Nacional para Refugiados, e é Doutor em Relações Internacionais. Economia Embora se trate do maior território da América do Sul e da maior economia da região, o Brasil não abriga muitos estrangeiros hoje. Segundo dados da Polícia Federal, a população de imigrantes – voluntários ou não – é de 750 mil, o que representa cerca de 0,4% do total do país, enquanto a média mundial é de 3%.

Do ponto de vista do mercado de trabalho, embora se pense que essa chegada só aumente a competição e derrube os salários, eles também são consumidores, aumentam a demanda por serviços e passam a pagar impostos. “Eu vejo de maneira bastante positiva. Primeiro essa questão do Brasil voltar a prestar atenção ao seu entorno, na América do Sul, na América Latina, também tem a questão da integração, temos muito a ganhar, do ponto de vista linguístico, cultural, de percepção, reconhecimento, das diferenças, de encontrar formas de se socializar com o outro. E acredito que tem um ganho que é muito significativo que é você ter uma mão de obra que vem com uma boa qualificação, com experiência no mercado de trabalho, no setor público, e isso é uma forma de qualificar também nosso mercado de trabalho”, argumenta o coordenador. O objetivo da Raquel é abrir um restaurante e trazer um pouco da culinária do seu país para os douradenses. “Estando no Brasil eu tive que aprender muitas coisas, até mesmo uma nova forma de fazer nossa comida. Nossas arepas são feitas com farinha de milho branca, que não encontramos aqui, então foram três meses buscando uma forma de fazer e ficar parecido com a original”, relembra. Além de apresentar um novo sabor aos brasileiros, não deixa de ser uma forma de matar a saudade de casa. “Os venezuelanos ficam muito contentes de chegar aqui e comer algo do seu país, algo parecido”, comemora. Para Hermes, por muitos deles não terem oportunidade no mercado formal, devido ao momento econômico que estamos vivendo, vão buscar empreender, criar alternativas, encontrar espaço para oferecer serviços diferentes, “encontrar soluções para questões que talvez a gente não tenha. Eles podem contribuir muito com o crescimento da cidade, região”. Herança Rosana é, ainda, autora do livro de poemas “Mujer Inmigrante”. Escrito em espanhol, é um livro que dá voz à mulher latino-americana. Os poemas traduzem os sentimentos de alguém que deixou sua pátria e se torna uma coleção das memórias para a geração que vai crescer fora de seu país. “Fiz o livro pensando nas minhas filhas, que não conheceram a Venezuela que conheci”. Ela já começou a escrever o segundo livro, que surgiu da necessidade de um material de apoio para professores que se deparam com crianças estrangeiras em suas aulas. “Será um livro em Português e Espanhol, para ser usado dentro de sala”, finaliza.



Foto: Paulo Takarada


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Casa Paraguaia de Dourados preserva tradições há 30 anos Associação foi instituída após 1ª reunião de paraguaios e descendentes residentes na cidade em 1989 FOTOS: ARQUIVO

Elvio Lopes A Associação Colônia Paraguaia de Dourados, criada oficialmente após uma reunião realizada em meados de 1989, no antigo Restaurante Panela Preta, no centro da cidade, tendo como participantes paraguaios e descendentes, completa em 2019 seus 30 anos de criação, preservando as tradições culturais trazidas pelos povos do vizinho país há mais de 150 anos, quando alguns paraguaios que participaram, ou se refugiaram da Grande Guerra (1870), permaneceram em território nacional e, depois, outra grande migração do povo paraguaio foi registrada durante o rígido governo do marechal Alfredo Stroessner, do Partido Colorado, que não aceitava

Preservando as tradições culturais trazidas pelos povos do vizinho país há mais de 150 anos oposição política, principalmente dos Liberais e Blancos, já na década de 50 e 60 do século passado. Na reunião, no Restaurante Panela Preta, segundo o historiador e professor Carlos Magno Mieres Amarilha, participaram Adriano Apontes Amarilha, Aniano Areco, De Los Santos Merelles Lopes, Pastor Fleitas Franco, Ramiro Lopes de Oliveira e Vitor Areco. A finalidade da reunião, explica Magno, era “necessidade dos paraguaios de se unirem no sentido de manter as tradições e a cultura “Guarani” era imperiosa pelo fato de Dourados estar a pouco menos de 120 quilômetros da fronteira com o Paraguai”. Da primeira reunião resultou na criação de uma Comissão Provisória para criação da entidade e marcada a primeira assembleia da Casa

Danças paraguaias fazem parte da cultura guarani incentivada pela Colônia Paraguaia de Dourados Paraguaia de Dourados, realizada em 29 de outubro de 1989, na sede da Associação Comercial e Industrial de Dourados (Acid), então localizada na Avenida Marcelino Pires, com a presença registrada em ata de 87 pessoas, entre as quais ilustres convidados, como o Cônsul Geral do Paraguai, Calixto Peralta; o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Waldir Guerra; o presidente da Associação Colônia Paraguaia de Campo Grande, então radialista e advogado Alcides de Jesus Peralta Bernal; Berele Kringe, representando a então Secretaria de Estado de Desporto e Lazer; o coordenador do movimento, Vitor Areco e a senhora Miriam Lorani, que compuseram a mesa na oportunidade, marcando também outra reunião para definir a criação efetiva da instituição e a formação da

diretoria provisória. Depois de muitas reuniões, ora na residência de uma família paraguaia, ora na residência de descendentes de paraguaios, foi marcada a nova assembleia, no dia 30 de maio de 1991, também na Acid e formada a diretoria provisória da Casa Paraguaia de Dourados, que teve como presidente o jornalista Ricardo Ojeda; 1º vice-presidente Vitor Areco; 2º vice-presidente: Ramiro Lopes de Oliveira; 1ª secretária Edna Espíndola Amorim; 2º secretário Walmor Romeiro Saldanha; 1º tesoureiro Adolfo Teodorico Gonçalves; 2º tesoureiro De Los Santos Meirelles Lopes; diretor Social Aniano Areco; diretor Cultural Adriano Apontes Amarilha; diretor Esportivo Renato Vera e assistente Social Pastor Fleitas Franco. Como suplentes ficaram Abran Jara, Cassiano Rai-

mundo Ojeda, Deocrásio Areco e Pedro Carneiro. O trabalho da diretoria provisória foi estabelecer a documentação necessária para a efetivação da Colônia Paraguaia de Dourados e uma nova assembleia, realizada em 5 de janeiro de 1992, elegeu a primeira diretoria definitiva, que teve como presidente Aniano Areco e com membros efetivos Pastor Fleitas Franco, Ramiro Lopes de Oliveira, Edna Espíndola Amorim, De Los Santos Merelles Lopes, Abran Jara, Basilisa Areco Gonzales, Ricardo Ojeda, Victor Areco e Adolfo Teodócio Gonzales e empossados os membros do Conselho Fiscal, formado por Adriano Amarilha, Walmor Romeiro Saldanha e Deográcio Aréco e suplentes Cassiano Raimundo Ojeda, Zildo Araújo e João Sanches. 


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ARQUIVO

Los Canários

Orquestra de harpas paraguaias durante apresentação em Dourados

mantém musicalidade e cultura paraguaia Foram colocadas no estatuto da entidade como festividades principais durante o ano, a Independência do Paraguai, em 14 de Maio e a celebração da Padroeira do Paragiai, Virgem de Caacupé, em 8 de dezembro e, como grande prioridade, a conquista da sede própria da entidade, viabilizada ainda nos anos 90 na Avenida Indaiá, onde foi construído o prédio que sediou diversos eventos da cultura paraguaia, de seus familiares e também de festividades particulares com o aluguel do espaço. E, ainda entre as atividades da Casa Paraguaia de Dourados, o destaque foi a primeira conquista na cidade, de uma área que homenageia o povo guarani, a Praça da República do Paraguai, localizada na Vila Hilda,

Em Dourados, um dos primeiros grupos que se formou em apoio à Casa Paraguaia, foi o Grupo Los Canários onde foi construída uma capela para as celebrações em homenagem à padroeira do Paraguai; uma cobertura para eventos festivos e espaços para atividades esportivas e culturais. A inauguração a praça, em 1998, contou com a presença do então presidente do Paraguai, Juan Carlos Wasmosy, convidado pelo então prefeito da época, Antonio Braz Genelhu Melo. Desde sua criação oficial, a Colônia Paraguaia de Dourados tem promovido festividades alusivas a datas festivas do Paraguai e também de Dourados, participando de desfiles cívicos e de eventos culturais realizados em ocasiões especiais em sua sede própria, ou em locais para os quais os grupos de danças e músicas da entidade são convidados. A comunidade

paraguaia também promove atividades gastronômicas relacionadas à cultura guarani, como as tradicionais sopa paraguaia e chipá guassu, além de deixar aos douradenses um legado que vem desde antes da independência do país vizinho, o puchero. Existem ainda as palavras e derivados herdados de nossos irmãos paraguaios, conforme afirma Sonia Sueli Gimenez Fernandes em um estudo da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), para a qual “o vocabulário relativo aos refrões, ditos e provérbios usados pelos paraguaios residentes em Dourados foram incorporados à linguagem local” e devem fazer parte de quaisquer estudos relativos à integração brasil-paraguai na linguagem trilíngue – português, espanhol e guarany, ambas línguas oficiais do Paraguai. Reconhecimento Um dos mais importantes reconhecimentos à importância da cultura paraguaia na comunidade douradense foi a instituição, pela Câmara Municipal de Dourados, há dois anos, o Diploma Jopará, para homenagear personalidades do povo paraguaio no município de Dourados. O Dia do Povo Paraguaio, instituído em âmbito estadual pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) e as cerimônias realizadas nos municípios além de Dourados, onde estão enraizadas a cultura guarani, como Campo Grande, Amambai, Corumbá, Laguna Carapã, Porto Murtinho, Sidrolândia, Nova Andradina e Ponta Porã. Em Dourados, na homenagem, que se repete há quase duas décadas, a Câmara Municipal reconhece a importância da contribuição da colô-

Parabéns Dourados pelos seus 84 anos A Viação Dourados deseja aos clientes e amigos um feliz natal e um ano novo cheio de alegria! (67) 2108-8400 Av. Marcelino Pires, 4731 Cabeceira Alegre - Dourados

nia Paraguaia no desenvolvimento sócio-econômico do município e do Estado, incluindo a presença de paraguaios na Companhia Erva-Mate Laranjeira, que participavam tanto da colheita, quanto do transporte do produto dos ervais sul-mato-grossenses para exportação, pelo porto da cidade de Concepción, em carros puxados por juntas de bois. Mato Grosso do Sul, que faz fronteira seca – de Mundo Novo a Antônio João e fluvial, de Bela Vista a Porto Murtinho, abrange 11 cidades paraguaias, nas quais as culturas guaranis e brasileiras se integram, apesar da violência que embasa algumas regiões, com bandos de criminosos dos dois países. Com 2.7 milhões de moradores, estima-se que cerca de 300 mil pessoas são paraguaias, naturalizadas, ou não, que foram registradas pelos seus pais no século passado, ou descendentes, uma quantia significativa que se integra a outros imigrantes que, no passado, buscaram Mato Grosso do Sul para viverem e formarem suas famílias e desenvolverem suas atividades econômicas. Musicalidade Em Dourados, um dos primeiros grupos que se formou em apoio à Casa Paraguaia, foi o Grupo Los Canários, liderado pelo saudoso músico Abílio Mareco e que tinha uma formação clássica para as apresentações de polcas paraguaias, guarânias e outros ritmos guaranis. Posteriormente, vieram, como atrações do país vizinho, grupos de danças e conjuntos paraguaios, além de uma orquestra de harpas paraguaias que conquistam o público nas apresentações. Com o Grupo Los Canários, as cons-

tantes passagens pela cidade do Grupo Los Tammys e depois de outras atrações paraguaias, parte do estilo musical de Dourados está na musicalidade paraguaia, como o som da harpa e do violão, que dominam os passos da polca e do acordeon, que embala as marcantes coreografias do chamamé. Graças à integração Dourados-Paraguai, a cidade contou com apresentações da harpista e professora e mestre de música paraguaia Mercedes Espíndola, que proporcionou a formação de um harpista douradense, Rafael Deboleto, um prodígio da harpa, incentivado pelos seus pais, Elizeu Rodriguez Cristaldo, que já foi presidente da Casa Paraguaia e Maria da Graça. Ele já se apresentou em várias cidades de Mato Grosso do Sul, em outros estados do País e também no exterior. Conforme a historiadora Margarita Miro Ibars, o estilo de dança ancestral, passado de geração para geração, está enraizado nas veias do nosso país vizinho, o Paraguai. O povo sofrido, que carrega marcas profundas de um passado duro, ainda emite, por meio de sua música e dança, toda a alegria e misticidade da tradição guarani. Ela explica, em um estudo, que a dança popular paraguaia, a polca, se divide em várias formas como a galopa, kyre’ÿ e canción paraguaya. Ainda, conta que elas começaram a surgir por meados do século XIX, quando os espanhóis trouxeram a harpa e o violão para o Paraguai. Com o tempo, as pessoas começaram a adaptar essas músicas para a alegria da polca paraguaia, do xote fronteiriço, da galopa, da arara e do bailado intenso de uma canção como “Güirá Campana” e, claro, do purajei-porã dos apreciadores da belíssima cultura musical guarani. (EL)


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Bailarina cubana faz de Dourados seu novo palco

FOTOS: MARCOS RIBEIRO

Bailarina cubana que escolheu a cidade para viver diz que foi fácil se adaptar: “cubanos e brasileiros são felizes” Flavio Verão Quando chegou em 2010 em Dourados, a bailarina e professora Lorena Hernández Pinar, não imaginava que se adaptaria com facilidade. “O povo brasileiro, em específico de Dourados, é feliz igual ao de Cuba. Fui muito bem recebida e graças a essa recepção me dei muito bem na cidade”, conta. Embora tenha saído de Havana, capital cubana e que conta com mais de 2 milhões de habitantes, para vir para Dourados, com pouco mais de 200 mil pessoas, a diferença populacional não fez com que Lorena se sentisse em uma cidade muito pequena. “Aqui [Dourados] as pessoas são acolhedoras e isso é muito bom. Me senti em casa”, explica. No início, a língua era uma barreira e embora ela ainda fale com bastante sotaque Espanhol, compreendê-la é fácil. Lorena Hernández é professora no Studio Blanche Torres, único na cidade com Método Cubano de Ba-

Quando chegou em Dourados, há nove anos, Lorena lembra que havia apenas três escolas de balé. Hoje são sete A Escola Cubana de Balé é o resultado de um profundo estudo das características das demais Escolas existentes lé, considerada uma das mais completas do mundo. Ela veio para a cidade com a proposta de implantar a metodologia de seu país, onde os bailarinos chamam a atenção pelo jeito próprio de mostrar o tradicional clássico, principalmente no uso diferenciado da musicalidade, da interpretação e da técnica. Por se tratar de uma dança artística clássica com alto nível de exigência corporal, que se utiliza de todos os grupos musculares e de várias aptidões físicas, o balé exige muita dedicação e disciplina. Em Cuba, quem quer seguir carreira de bailarino precisa começar cedo, aos 9 anos de idade, com aulas no contraturno escolar, que representa aos equivalentes Ensinos Fundamental e Médio do Brasil. “É bastante rigoroso, a começar pela seletiva para entrar para a escola”, diz Lorena. Concluído a etapa escolar, com duração de oito anos, o bailarino, em Cuba, já está apto para atuar como profissional. Lorena foi mais

longe e cursou dança no Instituto Superior de Arte, em Havana. Por ter uma ampla bagagem de formação em balé, ministra curso todos os anos em São Paulo. Na capital paulista ela tem, também, a oportunidade de manter contato com outros bailarinos e professores cubanos, uma forma de trocar informações e de aprimorar um dos métodos mais respeitados do mundo. Quando chegou em Dourados, há nove anos, Lorena lembra que havia apenas três escolas de balé. Hoje são 7, o que significa que a dança tem se desenvolvido, sendo levada cada vez mais a um número maior de pessoas. A bailarina e professora destaca o apoio que o poder público tem dado ao balé, com parceria com as escolas onde as crianças matriculadas na rede municipal possam ter acesso à dança, cada vez mais popular no Brasil. Método Cubano Considerada uma das mais completas do mundo, a Escola Cubana de Balé é o resultado de um profundo estudo das características das demais Escolas existentes, por seus fundadores os irmãos Fernando e Alberto Alonso. Sintetizando este trabalho podemos dizer em linhas gerais que o método cubano reúne a agilidade dos pés, da Escola Italiana; a sobriedade e o trabalho dos braços da Escola Inglesa, a elegância da francesa e o virtuosismo da Russa, para mencionar apenas as mais relevantes. Na década de 1960 os irmãos Alonso começaram a desenvolver o Método, que enriquecido com a dramaticidade e musicalidade inerente aos latinos, veio a ser reconhecido mundialmente como um dos mais virtuosos. Com os elementos naturais da cultura de seu povo, através de determinados movimentos de quadris e braços comuns às danças populares do Caribe, eles adaptaram os movimentos clássicos, para o físico dos bailarinos latinos, muito diferente do físico europeu mais longilíneo. Era a Metodologia Cubana de ensinar o balé clássico. E foi exatamente a então esposa de Fernando Alonso, bailarina Absoluta de Cuba, Alicia Alonso a mais perfeita tradução da Escola Cubana de Ballet. Depois dela, gerações e gerações de grandes nomes começaram a surgir naquela distante Ilha caribenha, encantando público e crítica do mundo todo.

Lorena Hernandes é professora no Studio Blanche Torres


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Venezuelanos colocam Dourados em destaque no ranking de imigrantes Atualmente cerca de 1.800 venezuelanos estão vivendo em Dourados. Alguns vieram por conta própria e outros através da Operação Acolhida, envolvendo Exército, Igreja e ONU DIVULGAÇÃO

Comitê em Dourados trabalha com a implementação de políticas públicas em favor dos migrantes e refugiados Cristina Nunes Dourados é a segunda cidade brasileira em número de imigrantes acolhidos, principalmente venezuelanos. Cerca de 1.800 pessoas saíram da Venezuela para tentar uma vida melhor no município. O país vizinho enfrenta uma grave crise político-econômica. Dourados tem se esforçado para cumprir o que preceitua a Constituição Federal, que diz que a Assistência Social será prestada a quem dela necessitar. A Lei nacional nº 13.455 de Migração também prevê que o acesso a benefícios deve ser igualitário para migrantes. Desde maio deste ano, o grupo é atendido pela Assistência Social e foram encaminhadas para o Cadastro Único para acesso aos benefícios federais. Atualmente 546 pessoas e 203 famílias venezuelanas estão cadastradas no CRAS. Na Educação também são atendidos 83 crianças filhos de venezuelanos, sendo 72 no Ensino Fundamental e 12 na Educação Infantil. Na saúde estão sendo realizados atendimentos na Atenção Primária aos Venezuelanos, mesmo não legalizados. São cerca de 955 pessoas com cadastro no SUS, entre elas 300 crianças com menos de 12 anos. Legalização O advogado Alexandre Mantovani, membro do Comitê que trata de assuntos dos imigrantes venezuelanos e haitianos, explica que a maioria das pessoas que saíram da Venezuela vivem legalizadas no país. “Os imigrantes da Operação Acolhida tiveram CPF’s cadastrados logo quando adentraram ao Brasil pela fronteira em Roraima, a ação teve acompanhamento do Exército.

Porém, uma série de situação sofrida por eles, como assalto, roubo e extravio fez com que perdessem a documentação”. O advogado explica ainda que o município tem se empenhado na elaboração de políticas públicas e oferecido serviços essenciais mesmo para aqueles que ainda não estão legalizados. A imigrante venezuelana Rosana De Garcia, 37 anos, é também membro do Comitê, formado por diversos profissionais, órgãos públicos municipais e federais, igrejas e universidades. Para ela as ações tem sido relevante para que os venezuelanos consigam viver com dignidade na cidade de acolhida. Uma das conquistas refere-se a Edital de Transferência Externa, Refugiados e Portador de Diploma para ingressarem em Universidades. “Geralmente os processos seletivos, vestibulares dentre outros no Brasil consideram os estrangeiros mas não os migrantes ou refugiados. E na realidade não é a mesma condição de um estrangeiro. Na FADIR (Faculdades de Direito da UFGD) estão fazendo um trabalho muito importante sobre documentos e assessorias”, destaca. Agricultura Familiar Para garantir a inserção de imigrantes venezuelanos na cidade, uma instituição cristã denominada Instituto Hayom em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura Familiar está desenvolvendo uma horta agroecológica junto à comunidade de refugiados. Além da produção de alimentos saudáveis, o objetivo é ensinar todas as etapas do processo de produção. Tudo com acompanhamento especializado de agrônomos.

Parabéns, Dourados!

Tão bom quanto ver esta cidade crescer é fazer parte desta história. 84 anos de desenvolvimento. Vamos juntos celebrar o aniversário desta cidade que sabe a importância da união das pessoas para crescer.

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Da migração ao aprendizado

da Língua Portuguesa Como Dourados tem acolhido estrangeiros através do ensino do português LIZIANE ZARPELON

Por Liziane Zarpelon O município de Dourados ao completar 84 anos tem caminhado e buscado se adaptar a essa nova realidade com fronteiras cada vez mais inexistentes, em que a migração se tornou uma realidade de milhares de pessoas. De acordo com a Acnur (Agência da ONU para refugiados), mais de 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a sair de seus países pelos mais variados motivos nos últimos anos. As duas Instituições de Ensino Superior públicas instaladas em Dourados, UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) oferecem aulas regulares

“Tudo começou quando um comerciante aqui da cidade me procurou depois que um grupo de haitianos foi pedir emprego na empresa dele” e gratuitas para o ensino da Língua Portuguesa a migrantes, um trabalho que tem mudado a vida dos envolvidos. Desde 2017, o projeto da UFGD começou a ganhar forma e força, quem conta é a atual coordenadora, Carolina de Campos Borges, que começou a dar aulas de português para um grupo de haitianos meio que por acaso por conta do seu contato com a língua francesa, idioma oficial do Haiti. “Tudo começou quando um comerciante aqui da cidade me procurou depois que um grupo de haitianos foi pedir emprego na empresa dele. Ele então conseguiu uma sala no Estádio Douradão e comecei as aulas. Conforme as aulas foram acontecendo, outros voluntários foram surgindo, é então o que

Jean no atual trabalho como interprete do municipio de Dourados era uma iniciativa de algumas pessoas se transformou em um projeto da UFGD ”, lembra. “O que me motivou a criar o projeto, mesmo não sendo professora da área, não sou professora de línguas, foi querer fazer algo, fazer algo por eles e principalmente de

começar algo. Eu sempre soube que meu papel ali não era dar aulas de português, eu só não podia deixar aquela situação do jeito que estava”, conta Carolina. Hoje o Projeto de Extensão da UFGD – Ações de Facilitação da Inserção Social de Haitianos em

Dourados possui quatro locais para as aulas e muitos voluntários que estão levando o conhecimento do português para estrangeiros. Participam do projeto pessoas ligadas à UFGD, UEMS e também voluntários sem vínculo institucional. “ É muito importante que a comunidade se envolva em ações como esta, pois assim dissemina-se na sociedade um espírito de solidariedade muito necessário para o acolhimento aos imigrantes ”, acrescenta. Quem também decidiu fazer algo a mais pelos migrantes é o haitiano, Jean Kenson Jolne. No Brasil desde 2016, a história de Jean é diferente da maioria dos seus conterrâneos. “ Para mim a adaptação foi mais fácil, por que sou professor de línguas, essa é a minha profissão”, pontua Jean que fala 6 idiomas (crioulo, francês, espanhol, inglês, italiano e português). Conhecendo a realidade de seu povo, desde fevereiro de 2019 Jean é presidente fundador da AMHD – Associação Municipal dos Haitianos em Dourados, que já reuniu e identificou mais de 500 haitianos morando no município. “ Para os demais, aqueles que não estudaram línguas, quando chegam aqui a gente indica o projeto da UFGD. O projeto ajuda bastante eles a terem acesso ao mercado de trabalho, a entenderem o português. ”, explica. Jean recentemente foi contratado pela Prefeitura Municipal de Dourados para atuar como interprete, em pouco mais de um mês trabalhando já ajudou muitos migrantes que não conseguiam se comunicar em português. O trabalho dele é indicar as pessoas de diferentes nacionalidades o local ou o órgão público que pode auxilia-los nas mais diversas demandas.


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“UEMS Acolhe”

ARQUIVO PESSOAL

Rosana na divulgação de seu primeiro livro

forma 50 migrantes

Em fevereiro de 2020, os alunos irão receber o certificado de conclusão do curso Por Liziane Zarpelon A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul conta com um projeto “UEMS Acolhe”, que já atendeu cerca de 50 migrantes de diferentes nacionalidades. A iniciativa, que teve início em agosto de 2019 conta com em espaços cedidos pela comunidade. “Em fevereiro de 2020, os nossos alunos irão receber o certificado de conclusão do curso de 40 horas. E esse certificado auxilia no pedido dos migrantes para o visto permanente para que eles se estabeleçam aqui no Brasil. ”, explica a coordenadora do UEMS Acolhe em Dourados, Márcia Alvarenga. O programa da Universidade possui um ensino dinâmico do português que utiliza situações cotidianas para ensinar a gramática e as gírias. Na Unidade de Campo Grande já foram atendidos centenas de migrantes. Há quase quatro anos em Dourados, a venezuelana Rosana Daza tem buscado maneiras de se adaptar ao novo país e a nova língua. Ela conta que aprendeu o

português sozinha, ouvindo os douradenses conversando, na época em que chegou não existiam muitos projetos de ensino da língua portuguesa. Para ajudar os compatriotas, Rosana está reunindo os venezuelanos que moram aqui na cidade em uma Associação e os tem indicado o curso de português da UEMS para melhorar na adaptação a nova cidade. “ Penso que dentro do acolhimento deve existir um pequeno ou básico domínio da língua portuguesa das pessoas que chegam. É isso que estou fazendo como presidente da Associação Dunamis Multicultural, uma associação de migrantes que espera ajudar não só aos venezuelanos, mas também todos e todas aquelas pessoas que precisem se adaptar o recomeçar uma vida nova, inicialmente aqui em Dourados. ”, explica. A associação também está fazendo um projeto de acolhimento linguístico para o ensino de espanhol nas escolas do município. “Penso que é importante aprender português, mas se os brasileiros que estão dentro do projeto de acolhimento e a comu-

nidade geral tivessem um espanhol básico seria mais fácil para nos ajudar e acolher melhor”, acrescenta. Rosana mora em Dourados com a família e as filhas, que estão aprendendo o português desde pequenas. O que a ajudou no aprendizado da língua foi continuar estudando, Rosana é formada em Educação em Língua e Literatura Espanhola e desde que chegou se tornou mestre em Letras pela UFGD e atualmente cursa Letras Português-Espanhol na UEMS. Ela também está escrevendo o segundo livro. A voluntária Morgana Maciel de Oliveira Souza é coordenadora em um dos locais de aulas do UEMS Acolhe, ela conta que a experiência tem sido transformadora.

“Ensinar a língua dá ao migrante a oportunidade de ser independente, de escolher o que é melhor para sua realidade e nessa troca há um esforço de entender o outro. O desejo de vê-los recuperar suas vidas dá aos voluntários a força para compreender o idioma diferente como o espanhol. E gratidão, é o sentimento que a todo momento paira em lugar como este, pois eles são gratos em todo momento, fazendo questão de expressar por gestos ou palavras a oportunidade de recomeçar. ”, conta. Ações voluntárias e solidárias que buscam através do compartilhamento de conhecimentos básicos fazer com que o próximo se sinta acolhido mesmo longe de sua terra natal.


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“Sou fascinada pelas palavras”, diz a escritora venezuelana Rosana Daza Ela e mestre em Letras pela UFGD sendo que a sua dissertação foi a primeira a ser redigida em Espanhol DIVULGAÇÃO

Hakeito Almeida Há cinco anos vivendo em Dourados, a venezuelana Rosana Daza pode transformar os seus sonhos em realidade. Tornou-se mestre em Letras pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), sendo que a sua dissertação foi a primeira a ser redigida em Espanhol, além de ser autora do livro de poemas “Mujer Inmigrante”, publicado pela Editora

“Mujer Inmigrante” dá voz à mulher latino-americana, principalmente às adversidades que todas passam quando saem de sua pátria” Arrebol Coletivo. “Tive uma intensa participação cultural na Venezuela quando morava lá desenvolvendo ações comunitárias. Sou apaixonada pelas palavras. Depois que passei a morar no Brasil, intensificou minha paixão pelas Letras e a Linguística. Sobretudo agora, que minhas filhas estão sendo alfabetizadas”, relata

A escritora venezuelana Rosana Daza com o poeta Emmanuel Marinho Rosana, que recorda com saudades da animação do seu povo nas festividades. “Os venezuelanos são alegres. O nosso baile típico é o joropo. Gostamos de dançar os ritmos da salsa e

merengue”, completa. As suas memórias da infância e juventude estão em “Mujer Inmigrante”. “A obra foi escrita em espanhol e assim minhas raízes estão não só

presentes, estão protegidas e vivas em cada página. Todos meus sentimentos foram colocados à flor da pele e assim não perdi nenhum. É um livro que dá voz à mulher latino-americana, principalmente às adversidades que todas passam quando saem de sua pátria, reescrevendo-se em um outro lugar, seguindo firmes como mãe e esposa”, comenta. Na opinião de Rosana, a crise política do governo de Nicólas Maduro impacta todos os setores. “Acredito que está afetando a gestão dele é a área da Economia. A crise afeta tudo e a Cultura não escapa disto. Tenho informações por amigos poetas da Venezuela, que não há papel para imprimir livros e a Internet tem uma conexão muito ruim. Os governos que não dão importância as suas diversidades culturais, não pensa realmente no país e muito menos no povo. É fundamental manter nas novas gerações a nossa identidade latina- sul americana em que crianças e jovens possam ter mais oportunidades e contato com as Artes”, arremata.


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Infraestrutura e saúde marcam primeiro mandato de Marçal Além dessas áreas, deputado tem atuado como coautor do pedido de abertura da CPI da Energisa e por lutas de causa como a que votou contra a redução de salário de professores LUCIANA NASSAR

Flavio Verão Primeiro mandato de deputado estadual, Marçal Filho (PSDB)) avalia como “muito produtivo” os 11 meses de atuação após posse na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. “Estamos fazendo um trabalho intenso, ativo e é nesse mesmo ritmo que vamos continuar em 2020”, diz o deputado, que é natural de Dourados. Entre suas maiores conquistas está a garantia do governador Reinaldo Azambuja de revitalizar a rua Coronel Ponciano e de dar celeridade às obras de construção do Hospital Regional, unidade que conta com recursos garantidos por Marçal quando exerceu mandato de deputado federal. No primeiro trimestre do ano

Durante 11 meses como deputado estadual, Marçal apresentou 376 proposições na Assembleia Legislativa que vem, Reinaldo Azambuja (PSDB) lançará pacote R$ 2 bilhões em obras de infraestrutura urbana e rural nas 79 cidades sul-mato-grossenses. Após uma série de cobranças de Marçal, o governador garantiu que a Coronel Ponciano será prioridade. “É uma avenida importante e que devido ao intenso fluxo, precisa de melhorias para evitar acidentes e ao mesmo tempo dar fluidez ao trânsito”, diz Marçal. Equipe do governo já está trabalhando no projeto técnico de engenharia. Presidente da Comissão de Obras na Assembleia, o deputado ainda elencou uma série de ruas e avenidas em Dourados que precisam passar por intervenção. Como não há recursos para atender todas, já que

Deputado diz que manterá ritmo intenso de trabalhos para o ano que vem grande parte da malha viária apresenta problemas, Reinaldo garantiu obras de alargamento ou duplicação em pelo menos três trechos de importantes avenidas que fazem li-

gações entre bairros. Uma delas é a José Roberto Teixeira, no Jardim Flórida. Trata-se de uma avenida que é a continuação da Weimar Gonçalves Torres. Ela ini-

cia duplicada em frente ao Parque Antenor Martins e passa a ser pista simples num trecho de aproximadamente 700 metros no sentido HU (Hospital Universitário). Outro trecho é o da Antônio Emílio de Figueiredo, da via Parque até a Lindalva Marques, aos fundos do Parque Antenor Martins. Também vai receber intervenção a Rua Iguassu, entre os bairros Portal e Vila Rosa, para assegurar mais segurança aos usuários daquela via. Coordenador de importantes frentes parlamentares (Da mulher, da criança e do adolescente e da Defesa da saúde mental e combate à depressão e o suicídio), Marçal Filho tem se destacado na CPI da Energisa. Ele é coautor do pedido que criou o processo de investigação e embora não faça parte da Comissão de cinco deputados que coordenam os trabalhos, tem contribuído muito com o andamento das ações. Na educação, Marçal também tem desenvolvido um grande trabalho, não só de garantir recursos para a área, como também de prestigiar e apoiar a classe dos trabalhadores. O deputado votou contra o projeto do governo que reduziu a remuneração de professores convocados da Rede Estadual de Ensino. Durante esses 11 meses como deputado estadual, Marçal apresentou 376 proposições na Assembleia Legislativa, entre pedidos para execução ou estabelecimentos de serviços, requerimento de informações e projetos de leis. Grande parte das leis é em defesa da mulher, da criança e do idoso, mas também atende áreas como a saúde, com campanhas e frentes de trabalho na defesa pela vida, como a de combate à depressão e ao suicídio.



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Sergio Nocera, torna público que requereu da prefeitura municipal de Naviraí/MS – Departamento de Meio Ambiente, renovação de licença de operação-RLO, no empreendimento de confinamento bovino Localizado na MS 487 no km 48 na fazenda dois esses, no município Naviraí-MS. Sergio Nocera, torna público que requereu da prefeitura municipal de Naviraí/MS – Departamento de Meio Ambiente, renovação de licença de operação-RLO, no empreendimento de fabricação de ração Localizado na MS 487 no km 48 na fazenda dois esses, no município Naviraí-MS.


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Dourados, quinta/sexta-feira 19/20.12.2019

ATOS OFICIAIS


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ACONTECE

Ely Oliveira

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“Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam.” Martin Luther King Jr.

CONFRATERNIZAÇÃO DE NATAL 2019 Foi no último sábado na residência de Claudia e Moacir Conci a Confraternização de Natal entre amigos que se reúnem pelo quarto ano consecutivo. Com o talento e o dom de receber Claudinha foi impecável na Ceia de Natal antecipado, cuidando de todos os detalhes ela abriu sua casa com elegância, simpatia e alegria. O menu recebeu assinatura do Buffet Luzly e ambientação por Claudia Conci e Tiago Carrilho Gentil. FOTOS: JOÃO PICHINIM

Alessandra Fuziy e Cristiane Iguma

Claudia Conci recebe em noite de Natal antecipado

Andréa, Evânia, Claudia, Fatima, Sandra, Ely, Alessandra, Maisa, Cristiane, Josiane, Kati, Elaine, Mara, Fernanda e Luciana

Claudia Conci e Andreia Pagnoncelli Maisa Uemura e Carlos Gavino

Evania Ribeiro, Claudia Conci, Ely Oliveira e Luciane Dierings

Maisa Uemura e Claudia Conci

Moacir e Claudia Conci

Claudia Conci, Fatima, Elaine Messias e Ely Oliveira

Fatima Dantas e Geraldo Dantas

Laertes Dierings e Josiane Dierings

Fernanda Soer e Andreia Pagnoncelli

Cristiano Almeida e Evânia Ribeiro

Luciane Dierings e Cesar Dierings

Valdemir de Souza Messias e Elaine Messias Werner Semmelroth e Ely Semmelroth Rogério Pedroso e Kati Anny Pedroso


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COLUNA DA ADILES Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

“Tudo que é seu encontrará uma maneira de chegar até você” Chico Xavier

ALGUNS PARCEIROS DESTA EDIÇÃO

Deputado estadual Barbosinha com a esposa dra. Deputado estadual Marçal Maristela e o filho José Pedro Filho e a esposa Patrícia

Helena Uemura (Grandourados Veículos)

Simpático casal Eunice e esposo Celso Dal Lago

Clorivaldo Soares e Janete Edivan Bonetti e Aline Bonetti Jivaldo Vitor e esposa Cleide Robson Braga Luis Roberto e esposa Edi (Pena Fiel Contabilidade) (Pena Fiel Contabilidade) (Pena Fiel Contabilidade) (Shopping Av. Center) (Auto Posto Catalão)

Tuxa e dr. João Gusman (Clínica Life Center)

Valdenir Machado e esposa Aldenir

Thais, João e Gabi (Imobiliária Continental)

Inio Coalho e Aparecida (Orteco Contabilidade)

Cláudio e Elizabeth Iguma (Imobiliária Continental)

Roberto Ito, esposa Fabiana e as filhas Liana Pietramale Emily e Livia (Restaurante Máximo’s) (Kikão Restaurante)

Cesar Augusto e esposa Josiane Paulo e Neiva Teló (Inflex Dourados) (Hotel Bahamas)

José Roberto R. Pinto Júnior (Pão & Cia)

BALADA A DOURADOS Dourados te amo tanto Mais que possa imaginar No sorriso ou no pranto Contigo quero sempre estar Quando parto para outras terras Quero logo regressar E no teu seio materno É que quero repousar E quando Deus me chamar Para a morada sem fim Permita terra querida Que tudo que havia em mim Se transforme por encanto Como milagre de santo A dor em felicidade A tristeza em alegria Que o amor possa triunfar para todas as pessoas. Adiles Torres “Minha vida em poesias” Pág.44

SAUDADE

CENIRA C A l luz do seu sorriso se foi, mas a alegria de ter vivido e ter compartilhado momentos espe especiais contigo nunca será apag apagada de nossos corações!


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Quinta/sexta-feira 19/20.12.2019 O PROGRESSO


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