DOURADOS MS ANO 69 Nº 13.616
O PROGRESSO
9 a 15 de março 2020
HHHHH
DIVULGAÇÃO
DOURADOS
MEDIDAS PROTETIVAS AJUDAM MAIS DE MIL
MULHERES
Dourados
Indústria da lingerie cresce e vira opção para driblar a crise PÁG. A5 Polícia
“Armar as mulheres não resolverá o problema da violência”, diz promotor PÁG. A7
CADERNO B Feminino
Círculos de confiança ajudam na cura e empoderamento
A ausência de informação faz com que muitas mulheres ainda sejam vítimas de violência obstétrica sem sequer saberem disso. Agressões psicológicas e físicas, de forma a afetar a qualidade da gestação ou até o comprometimento da vida do bebê, são suscetíveis a mais da metade das gestantes. Pelo menos é o que afirma uma pesquisa realizada pelo projeto ‘Doulas para todas’. PÁG. D2
DIVULGAÇÃO
Mais da metade das mulheres não sabe o que é violência obstétrica
PÁG. B2
EDITORIAL
A violência obstétrica é quando ocorre algum tipo de violação do bem-estar
Mulher: desigualdades e o direito de ser imperfeita PÁG. A2
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Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Opinião EDITORIAL
Mulher: desigualdades e o direito de ser imperfeita
O
mês da mulher simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, o 8 de março remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, marca a luta das mulheres também contra o machismo e a violência. O consenso global emergente é de que, apesar de alguns progressos, as mudanças reais têm sido lentas para a maioria das mulheres e meninas em todo o mundo. Para se ter uma ideia, hoje, nenhum país pode afirmar ter alcançado a igualdade de gênero. Vários obstáculos permanecem inalterados na lei e na cultura, de acordo com a Organização das Nações Unidades (ONU Mulheres). Mulheres e meninas continuam subvalorizadas; elas trabalham mais e ganham menos e têm menos opções; e experimentam múltiplas formas de violência em casa e em lugares públicos. Além disso, há uma ameaça significativa de reversão de ganhos dos direitos das mulheres duramente conquistados. Para a ONU o ano de 2020 representa uma oportunidade imperdível de mo-
bilizar ações globais para alcançar a igualdade de gênero e os direitos humanos para todas as mulheres e meninas. Por isso o tema do 8 de março deste ano foi “Eu sou a Geração Igualdade: concretizar os direitos das mulheres”. O mote está alinhado com a nova campanha multigeracional da ONU Mulheres, Geração Igualdade, que marca o 25º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim. Adotada em 1995 na 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, a Plataforma de Ação de Pequim é reconhecida como o roteiro mais progressista para o empoderamento de mulheres e meninas no mundo. O ano de 2020 é crucial para o avanço da igualdade de gênero em todo o mundo, pois a comunidade global fa-
rá um balanço dos progressos alcançados em relação aos direitos das mulheres desde a adoção da Plataforma de Ação de Pequim. Também marca vários outros momentos decisivos no movimento de igualdade de gênero: os cinco anos de adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; o 20º aniversário da resolução 1325 sobre Mulheres, Paz e Segurança do Conselho de Segurança da ONU; e o 10º aniversário de criação da ONU Mulheres. A luta por igualdade sempre existiu mas ficou conhecida e divulgada após o 8 de março de 1908, data em que 129 trabalhadoras da fábrica têxtil ‘Cotton’, de Nova York, foram assassinadas em incêndio intencional e o movimento
de a queima de sutiãs em 1968. No Brasil, as primeiras Constituições de 1824 e de 1891 asseguraram formalmente o postulado da isonomia. Já a Carta de 1934 conferiu às mulheres o direito ao voto, bem como vedou expressamente privilégios e distinções por motivo de sexo, vedação que se estendia, inclusive, ao pagamento de salários diferenciados. No combate a violência de gênero a mais significativa determinação legislativa é a Lei Maria da Penha. Apesar dos avanços ainda há muito o que se fazer para que de fato as mulheres possam superar as barreiras das desigualdades e do machismo. É preciso que ela entenda seu espaço no mundo desde pequena. É fundamental passar valores de mãe para filha, como autoestima, segurança, respeito, confiança e empatia. Valores que ressaltam o feminino e, ao mesmo tempo, formam uma base sólida para que uma menina possa crescer acreditando em si mesma, no poder de suas escolhas e possa vencer o mar de desencorajamento que ainda é obstáculo para um futuro em que homens e mulheres sejam reconhecidos com o mesmo valor.
A equipe é fundamental para a administração pública WILSON VALENTIM BIASOTTO*
*Professor titular aposentado pelo CEUD/UFMS, membro da Academia Douradense de Letras
O
mundo contemporâneo não admite mais que um administrador, seja ele público ou do setor privado, decida sozinho prioridades, estabeleça metas e acompanhe tudo o que se passa em sua empresa ou no órgão público onde estiver atuando. Pode parecer mais rápido e eficaz decidir sozinho, mas decisões intempestivas de dirigentes podem resultar em retumbantes desastres. Nesse ponto o leitor poderá questionar-me dizendo que os generais em batalha decidem sozinhos, mas nesses casos teremos que nos lembrar que a sua decisão foi fruto de uma preparação anterior quando ele, o comandante, e seus colegas de farda estudaram arduamente os procedimentos de uma guerra. Ah, mas os Ministros do Supremo decidem monocraticamente. Nesse caso amparados por Códigos de Leis e, ainda, sujeitos a revisões por
parte do colegiado. Portanto, mesmo as decisões que parecem ser individuais, são respaldadas por decisões coletivas, como as estratégias de guerra e as Leis. Mesmo no âmbito familiar, embora ainda persistam decisões patriarcais, a família é mais feliz quando todos os seus membros podem opinar a respeito de escolhas a serem feitas. Existem decisões deploráveis e governanças sem rumo que apontam claramente para a inexistência de uma equipe eficiente. No caso da decisão da Secretaria de Educação de Rondônia, por exemplo, há quem acredite que a decisão de retirar 40 títulos de livros das escolas públicas tenha sido uma decisão de equipe? Caso o secretário tivesse discutido esse assunto com uma equipe, com certeza haveria quem dissesse que tal procedimento seria censura, portanto ilegal. Mas como as discussões democráticas demandam tempo e paciência, o secretário entendeu que seria mais fácil não consultar ninguém. Consequ-
ência, passou por ignorante. E na hipótese muito pouco provável que tivesse havido uma decisão de equipe, então, estaríamos diante de uma equipe fascista. Significaria dizer que mesmo para a prática do mau seria necessária uma equipe coesa. Relembrando, pois como disse William Faukner “o passado nunca morre, nem sequer é passado”, na administração Tetila, quando fui secretário de governo, n o s re u n í a m o s todas as segundas feiras, às sete horas da manhã, para fazermos a avaliação da semana anterior e projetarmos a semana que se iniciava. Isso dentro de um planejamento estratégico mais abrangente, apontando o rumo da administração na solução dos problemas. Em oito aos de mandato foram substituídos dois ou três secretários. Atualmente, na gestão da prefeita Délia, salvo engano, já foram substituídos 41 secretários. O que estaria acontecendo? Será que essa quantidade enorme de
substituições teria algo a ver com o resultado da administração municipal em Dourados? Existem algumas dicas para manter e motivar uma equipe. Em primeiro lugar o coordenador(a) de uma equipe tem que saber ouvir. Isso é fundamental, mas precisa paciência, nem sempre quem fala apresenta argumentos sólidos, mas é preciso deixar falar, afinal, quem comanda a narrativa são os ouvidos, como já ensinou Ítalo Calvino. Segundo ponto: o coordenador(a) da equipe deve fornecer aquilo que a sua equipe necessita, a começar por salários dignos e condições materiais para a realização de seus respectivos trabalhos. Terceiro: cada cargo deve ser ocupado por pessoa entendida no assunto, capaz de realizar seu trabalho. Quarto: o ambiente de trabalho deve ser agradável, não obstante a complexidade dos temas a serem discutidos. Sexto: o planejamento deve ser cuidadoso, de modo que as tarefas sejam claras e objetivas. Também no governo federal as demissões de altos funcionários, inclusive ministros, têm sido elevadas. Até que ponto elas travam o desenvolvimento não sei dizer, mas é claro que em cada troca há sempre um recomeço. Receitas para boas administrações existem, é preciso buscá-las. Uma delas é o voto. Em quem votaremos em 2020? Essa é a pergunta que me fazem constantemente e que ainda não sei responder.
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Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Política
Refis e CPF na nota aumentam arrecadação de impostos em MS
Programas instituídos pelo governo têm ultrapassado as previsões iniciais de recolhimentos de tributos no Estado; somente em janeiro foi arrecadado R$ 1,3 bi A arrecadação aos cofres do governo do estado no primeiro bimestre de Mato Grosso do Sul tem sido considerado um sucesso. Ações como o Refis, de regularização tributária do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o programa Nota MS Premiada, que incentiva o consumidor a colocar o CPF na nota fez o estado alcançar a maior arrecadação de impostos da história. Somente em janeiro o governo arrecadou R$ 1,3 bilhão, 20% maior no comparativo com o mesmo mês do ano passado. O Programa do Refis ultrapassou a previsão inicial de arrecadação (entre R$ 40 milhões a R$ 50 milhões) e já negociou R$ 220 milhões. Desse total, R$ 60 milhões já deram entrada no Tesouro Estadual até o final de fevereiro, sendo R$ 54 milhões em pendências e R$ 6 milhões em dívidas ajuizadas. A Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) é a responsável pelo Refis, que concede aos empresários em débito com o fisco estadual uma oportunidade para quitar suas dívidas. Do total do valor arrecadado com o ICMS, 25% é repartido entre
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Somente em janeiro, Sefaz autorizou a emissão de 5,227 milhões de notas com CPF
Serão distribuídos, todos os meses, R$ 300 mil em dinhei- em relação aos débitos devidos ao nha o valor mínimo de 10 UFERMS Estado. e não seja inferior a 5% do crédito ro livre de imposto de renda Os débitos podem ser pagos em tributário. para quem colocar CPF na nota os municípios, conforme critério do Índice de Participação dos Municípios (IPM). De acordo com o coordenador de Recuperação de Ativos da Superintendência de Administração e Tributos (CRAS/SAT), Nelson Teruya, o estoque de dívidas negociadas dessa edição do Refis é de seis meses de novos débitos. Podem participar contribuintes que tenham fatos geradores até 31 de dezembro de 2018, ou seja, débitos referentes a 2019 não entram no Refis. “No último programa podiam ser renegociadas dívidas até 30 de junho de 2018. Nesse, entram dívidas até 30 de dezembro de 2018. Com autorização do Confaz, nossa intenção com esse novo programa é auxiliar aquele empresário que sempre esteve em dia com o fisco, mas que por uma eventualidade não conseguiu efetuar o pagamento de tributos”, explicou. O secretário Estadual de Fazenda, Felipe Mattos, explica que estar em dia com o fisco permite que, além de regularização tributária, esses contribuintes participem de licitações, processos de compra do Governo e tenham certidão negativa
três formas diferentes. A primeira delas à vista, em parcela única, com redução de 95% das multas, punitivas ou moratórias, e de 80% dos juros de mora correspondentes. A segunda é com duas ou até 60 parcelas, com redução de 80% das multas, punitivas ou moratórias, e de 60% dos juros de mora correspondentes – desde que a parcela te-
O terceiro e último formato para adesão é para grandes devedores, que podem fazer o pagamento dos débitos em até 90 ou 120 parcelas (a depender do valor) e com desconto de 80% sobre multas e 60% sobre juros. Os interessados têm até o dia 16 de março para procurar a Agência Fazendária (Agenfa) mais próxima ou acessar o site da Sefaz-MS.
Saiba mais
tado Paulo Corrêa (PSDB), comemorou a conquista e o aumento de 12% na arrecadação tributária devido à iniciativa. “Esse projeto significa justiça fiscal. O próprio consumidor pede para que conste o seu CPF na nota. Esse projeto envolveu a Secretaria da Fazenda do estado, o pessoal de tecnologia e informação, e nós deputados dessa Casa, que apresentamos projetos e levamos a ideia ao governo, que teve a coragem de levar adiante”, afirmou Paulo Corrêa, que elogiou o Secretário de Fazenda, Felipe Mattos e o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Todos os consumidores inscritos no Cadastro de Pessoas Físicas da Receita Federal do Brasil (CPF), que adquirirem mercadorias ou bens a partir de R$ 1,00 em estabelecimentos contribuintes de ICMS no Estado, podem participar do programa e dos sorteios.
CPF na nota Após mais de três tentativas de parlamentares de Mato Grosso do Sul, com apresentação de ideias e propostas na Casa de Leis, o projeto Nota Premiada tornou-se realidade no estado. Até agora a arrecadação tributária aumentou 12% com a iniciativa. Serão distribuídos, todos os meses, R$ 300 mil em dinheiro livre de imposto de renda. O primeiro deles é de R$ 100 mil para os acertadores de seis dezenas. O segundo é de R$ 200 mil para ganhadores de cinco dezenas. Somente no mês de janeiro, das 29,857 milhões de notas autorizadas pela Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz-MS), 5,227 milhões foram emitidas com CPF. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), depu-
*NOEMIR FELIPETTO *advogado e jornalista
Eleições municipais: desafios da pré-campanha Em outubro serão escolhidos novos prefeitos, vices e vereadores. Mudanças introduzidas pela Justiça Eleitoral estão impactando a busca pelo voto. Quem for mais organizado e tiver um bom apelo popular levará vantagem. Sem dúvida as redes sociais estão sendo o principal instrumento deste convencimento. As eleições de 2018 provaram que uma boa comunicação virtual dá resultado. As urnas mostraram a eleição de desconhecidos e a derrota de muitos políticos tidos como experientes e tradicionais. É visível que muitos pré-candidatos tentam enraizar seus nomes na memória do eleitor, dando visibilidade a seus projetos colocando-se sempre como a melhor opção em detrimento de seus possíveis adversários. Atualmente é permitido quase tudo na pré-campanha. A exceção é o pedido explícito de voto, o pagamento de divulgações, e falar mal de eventuais adversários. Além das redes sociais, o pré-candidato pode ir ao rádio, TV, jornais e sites, conceder entrevistas, enaltecer-se ou ser enaltecido por terceiros, fazendo menção à pretensa candidatura, exaltando qualidades pessoais, dizendo sobre projetos que eventualmente serão desenvolvidos. Em síntese, a pré-campanha proporciona o tempo necessário para se planejar, com a introdução de uma comunicação direta, massificando o nome do pretenso candidato. A lei 9.504/97, em seu art. 36-A oportuniza a qualquer pessoa, desde que esteja em dia com suas obrigações eleitorais, a possibilidade de postular um cargo eletivo. Outro ponto: o potencial financeiro não é mais tão decisivo como antes. Sem dúvida, fruto de uma legislação eleitoral evoluída, prova disso será o fim dos santinhos de papel. Tudo é virtual. Aproveitar bem esse tempo e mostrar o que quer é a receita para os candidatos, principalmente a vereador, eis que agora a outra novidade é o fim das coligações proporcionais. Campanha mesmo só a partir de agosto, mas com a flexibilização, vale tudo, menos pedir explicitamente o voto.
COLONO - Cumpadi, quar quié suas expectativa para 2020?
ZÉ PINGA - Ver os buraco tapado, os mato cortado e os pulíticos agarrado no pobre
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Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Política
Sérgio Moro volta a MS para debater segurança na fronteira
Ministro da Justiça e Segurança Pública voltará ao Estado a pedido da senadora Simone Tebet MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Flávio Verão Simone Tebet convidou e Moro aceitou. Dia 24 de abril o ministro estará em Mato Grosso do Sul, reduto da presidente da CCJ no Senado, para participar de evento sobre a segurança pública em Campo Grande. Ele irá também a uma das fronteiras do Estado, que, por questões de segurança, não foi informada pela senadora. O MS é a principal porta de entrada do narcotráfico do País.
Mato Grosso do Sul é um estado fronteiriço com Bolívia e Paraguai, compreendendo 1,4 mil quilômetros de fronteira Ela quer que o Mato Grosso do Sul seja incluído no projeto piloto Em Frente Brasil, de combate a crimes violentos, já implementado no Paraná, Pará, Espírito Santo, Goiás e Pernambuco. Moro pode retornar a Ponta Porã, onde em junho do ano passado atravessou a fronteira e visitou Pedro Juan Caballero, no Paraguai, oportunidade em que defendeu ser preciso enfraquecer as facções criminosas para combater o crime organizado, a começar pelo poder financeiro dos líderes, com isolamento de presídios de segurança máxima, identificação e confisco de patrimônio dos chefes do crime.
Ministro Sérgio Moro marcou agenda em Mato Grosso do Sul em 17 de abril Há muito tempo autoridades políticas cobram maior presença do governo federal nas fronteiras do país, principalmente em Mato Grosso do Sul, considerado corredor do tráfico de armas e de drogas. O governador Reinaldo Azambuja, que está em seu segundo mandato, já reivindicou
inúmeras vezes uma contrapartida maior. Ele tem argumentado que as despesas com operações para coibir o tráfico internacional de drogas e armas na região recaem sobre os cofres estaduais, bem como os gastos com as pessoas que estão presas por estes crimes nos presídios do Estado. O go-
GILDO TAVARES
Reinaldo garante a Marçal o retorno da Caravana da Saúde Investimentos na saúde contemplam o pacote de obras bilionário do governo do estado lançado neste final de semana A Caravana da Saúde que realiza cirurgias eletivas em pacientes na fila de espera do SUS (Sistema Único de Saúde), terá retorno este ano, garantiu o governador Reinaldo Azambuja ao deputado estadual Marçal Filho. Os investimentos na saúde contemplam o pacote de obras bilionário do governo do estado lançado neste final de semana. O governador também garantiu a conclusão do Hospital Regional, em construção às margens da BR-463, saída para Ponta Porã. “Fico feliz que muitas das reivindicações das quais fiz a Reinaldo serão contempladas”, diz o deputado. O pacote de obras terá foco em infraestrutura, saúde e educação e vai atender até 2022 os 79 municípios de Mato Grosso do Sul. O investimento total nesse período está estimado em R$ 4,2 bilhões. Os recursos prometem melhorar a vida de 2,7 milhões de pessoas que vivem no Estado. Após uma série de cobranças de Marçal, o governador anunciou que a Caravana da Saúde retomará este
ano para desafogar a lista de espera de pessoas que aguardam por exames, consultas especializadas e cirurgias. O deputado, que é de Dourados, tem se mostrado preocupado com a área da saúde. Somente a fila de espera por Raio-X, considerado um dos exames mais simples, passa de 3. 100 pacientes. Se levar em consideração a estrutura da saúde municipal, essa fila seria zerada somente em um ano. Além de consultas e exames, a Caravana da Saúde conta com pelo menos 29 tipos de cirurgias eletivas que vão desde vasectomia; Tratamento Cirúrgico de Varizes Bilateral; Ressecção endoscópica de Próstata e Laqueadura, além de cirurgia ginecológica, geral, urológica, reparadora e de mama. Entre as reparadoras, tem a cirurgia dermolipectomia abdominal circunferencial pós cirurgia bariátrica, que é a abdominoplastia. Também serão feitas cirurgias ortopédicas e colocação de próteses. O pacote de obras do governo contempla também o término do Hospital Regional de Dourados. O investimento total será de R$ 53 milhões e a expectativa é de que as obras sejam concluídas até o final de 2021. A unidade está sendo construída devido a
verno de Mato Grosso do Sul inclusive já entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) a fim de ser ressarcido pela União. Mato Grosso do Sul é um estado fronteiriço com Bolívia e Paraguai, compreendendo 1,4 mil quilômetros de fronteira. Reinaldo tem comemorado as conquistas das forças de segurança do estado, contudo vem questionando a necessidade da integração com as forças nacionais, para transformar a causa da fronteira aberta em pauta nacional. O enfraquecimento do tráfico de armas e de drogas, para o governador, só será realidade quando as divisas territoriais do Brasil forem fechadas. Para isso, seria necessário uma integração para atacar as causas que hoje chegam as grandes cidades. Armas e drogas que são consumidas no Rio de Janeiro não são produzidas no Rio de Janeiro. Elas saem dos países distribuidores e que são vizinhos do Brasil. A fuga no dia 19 de janeiro de 76 integrantes de facção criminosa da penitenciária de Pedro Juan Caballero reacendeu um alerta para a fronteira sul-mato-grossense. Toda a engenharia para que tantos presos escapassem ainda é envolto de mistério. Até agora apenas 14 fugitivos foram recapturados, sendo apenas um território brasileiro. Entre os procurados estão brasileiros e paraguaios.
Marçal entregou a Reinaldo lista de reivindicações para a Grande Dourados uma luta de Marçal Filho que destinou recursos quando era deputado federal. Como a verba ficou garantida, coube ao governo do estado entrar com contrapartida financeira para tirar o hospital do papel. A unidade vai contar com 210 leitos, 10.706 m² de área e quando estiver pronto será referência para o sul do estado. Anexo a unidade, o governo vai construir também um Centro de Diagnóstico Médico e um
Centro de Especialidades, que envolverão investimentos da ordem de R$ 11,7 milhões, com a missão de atender moradores de toda a região. “Fico feliz que todas essas obras, a qual lutei muito para trazer para Dourados, serão entregues à população nos próximos dois anos”, comemorou Marçal Filho. O governador também prometeu entregar obras para Dourados na área da infraestrutura.
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Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Economia
Indústria da lingerie cresce e vira opção para driblar a crise em Dourados Thais Matos e Helena Maria, são exemplos de empresárias que atuam no ramo de lingerie em Dourados e que usam a criatividade e cautela para driblar a crise e continuar no mercado DIVULGAÇÃO
Marli Lange Especial para O Progresso Para começar o próprio negócio todo mundo já sabe que é preciso coragem, organização, persistência, conhecimento e perfil para a área que deseja atuar, além de uma dose de boa vontade de tornar o sonho em realidade. Mas a criatividade e cautela são ferramentas que fazem o diferencial para ter sucesso em tempos de crise. Essas são as peças-chaves utilizadas pelas empreendedoras douradenses Thais Matos e Helena Maria de Faria e Silva. Elas são exemplo de mulheres que apostaram no segmento de moda íntima e estão conseguindo se manter no mercado há vários anos. A moda íntima é um ramo bastante aquecido na região Sul de Mato Grosso do Sul. Para se ter uma ideia, das cerca de 400 empresas legalizadas na área de confecção, pelo menos 60% estão no setor de lingerie, segundo dados do Sinvesul (Sindicato do Vestuário da Região Sul). Enquanto o setor de confecção sofre com os impactos da crise econômica do Brasil, o setor de lingerie pouco sentiu esses efeitos com
A criatividade e cautela são ferramentas que fazem o diferencial para ter sucesso em tempos de crise a mesma intensidade. Para Thais Matos, 2019 foi um ano difícil, mas este ano o setor já começou a dar sinais de aquecida. Para driblar a crise e a concorrência, ela usa o diferencial na fabricação de seus produtos apostando em criações que caiam no gosto das mulheres, mas que sejam de qualidade e com o preço acessível. “É difícil falar em qualidade de um produto que seja de preço baixo, mas atualmente estamos trabalhando para que isso seja possível afim de que a confecção esteja ao alcance das mulheres de menor poder aquisitivo”, explica. Thais Matos, que há dez anos está no ramo de confecções de lingerie, começou fabricando as peças no sistema de “fundo de quintal” e hoje, depois de criar a própria marca “Thais Matos”, ela emprega diretamente pelo menos 12 pessoas em sua fábrica e indiretamente um time de pelo menos 1.400 sacoleiras cadastradas. No começo foi difícil, precisou ser ousada e investir pesado para se profissionalizar. Hoje ela vende para grande parte da produção no Estado, e fora do estado, inclusive no Paraguai. “É um setor desafiador como os outros, mas o fato de conseguir se manter no mercado num tempo de crise e ainda contribuir com a economia e oferecer emprego, é uma grande satisfação”, comenta ela.
Thais Matos emprega diretamente 12 pessoas em sua fábrica e indiretamente pelo menos 1.400 sacoleiras Saiba mais
Cautela A empreendedora Helena Maria de Faria e Silva, prefere ter cautela quando se fala em investimentos, pelo menos neste momento de crise. “Não estagnar, continuar trabalhando firme, procurar oferecer o melhor, não deixar faltar estoque, porém ter cautela com gastos porque o momento ainda é complicado para os negócios no País”, aconselha a empresária. No entanto, ela está creditando que este ano será bem melhor que 2019. Nos dois primeiros meses de 2020 (janeiro e fevereiro) ela já constatou que suas vendas deram uma alavancada em dobro, em relação ao mesmo período do ano passado. “Nosso setor sofreu uma queda nas vendas, mas acredito que foi menor em relação aos outros setores. O consumidor está cauteloso, comprando produtos mais baratos. Como oferecemos produtos de primeira necessidade, produzimos dentro da realidade do poder aquisitivo da pessoa, não podemos fabricar peças que depois não ficar encalhadas. Tudo deve ser bem analisado com muita cautela neste momento de crise”, aconselha a empresária que está no ramo de lingerie em Dourados há pelo menos 24 anos. Por causa da crise, ela adotou o sistema de contratar trabalhadores temporários para evitar gastos com encargos sociais, que oneram o caixa das empresas. “Sempre que tenho um pedido significativo contrato a mão-de-obra temporária, mas não deixo faltar estoque para atender a demanda, foi a melhor forma achei para evitar gastos”, ensina. Como a Thais, Helena Maria também ajuda a gerar renda para centenas de sacoleiras que vendem lingerie de porta em porta. Geralmente as sacoleiras compram delas por atacado para revender na região onde moram como forma de complementar a renda doméstica.
DICAS PARA SE TORNAR UMA REVENDEDORA DE LINGERIE DE SUCESSO Com a crise, as pessoas buscam alterativas para aumentar a renda e uma delas é se tornar uma sacoleira de sucesso. Uma das grandes sacadas é revender lingerie. Isso porque é um produto que toda mulher compra e não importa a crise: ela nunca deixará de comprar. Por isso, comprar lingerie no atacado para revenda é uma ótima saída para aumentar sua renda. Escolha bem os fornecedores: é preciso pensar em fornecedores que possuam um produto de qualidade e com preço acessível. A revendedora pode escolher fornecedores com produtos de primeira linha e com valores bastante altos, porém, é preciso verificar se o seu público será compatível. Seus fornecedores devem atender a demanda dos seus clientes e, por isso, deve ter muito cuidado nessa escolha. Personalize seu atendimento: cada cliente gosta de ser tratado de uma forma e tem suas preferências. Conhecendo os gostos de cada um é possível comprar produtos pensando em determinados clientes e assim conquistá-lo. Além disso, existem horários específicos que eles podem receber o a revendedora e isso deve respeitado. O mercado de lingerie possui uma clientela muito grande e por isso se trabalhar de forma organizada poderá conquistar uma fidelidade. Organize as finanças: organizar as finanças fará com que você tenha o retorno esperado, por isso, fazer o controle é fundamental. Anote todos os seus gastos, sejam eles com compra dos produtos, transporte, embalagem e outros que surgirem. Com base nisso, estabeleça seus preços para que você possa obter o lucro desejado. Para garantir que este planejamento fique bem organizado, tenha planilhas de controle e não deixe o tempo passar para fazer as marcações, pois você pode acabar se esquecendo. Na revenda de lingerie no atacado as sacoleiras costumam ter lucro acima de 100%. Seguindo essas dicas e fazendo um bom marketing, será fácil ser uma sacoleira de sucesso e ter o seu próprio negócio. (Por Marcos Magalhães)
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Esporte
Cresce procura por natação para gestantes e bebês em Dourados Atividade auxilia na segurança, coordenação motora e equilíbrio do bebê DIVULGAÇÃO
Valéria Araújo
CUIDADOS
A procura de gestantes por hidroginástica e natação é cada vez maior em Dourados. De acordo com a professora de educação física Andrea Casarotti Ribeiro, que atua na área há 30 anos, as principais motivações são a busca por segurança dos bebês e atividades que possam favorecer na hora do parto, no caso das gestantes. A professora lembra que de 10 anos para cá, a atividade foi ganhando espaço, prova disso são as novas empresas de natação que surgiram para atender a demanda em Dourados. O atendimento a domicílio também ganhou força e hoje, profissionais como ela se dedicam a esse serviço particular, na própria piscina da cliente. “Hoje os pais procuram a segurança do bebê, principalmente quando há piscina em casa.
MARCOS RIBEIRO
Das 78 grávidas que foram acompanhadas na pesquisa, apenas 27% precisaram de analgésicos por conta da dor Mas a atividade acaba garantindo muito mais benefícios para a saúde”, conta. De acordo com estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), gestantes que praticam hidroginástica suportam melhor a dor durante o trabalho de parto. Das 78 grávidas que foram acompanhadas nesta pesquisa, apenas 27% das que realizaram parto normal precisaram de analgésicos por conta da dor. A hidroginástica para gestantes oferece muitos benefícios, dentre eles, selecionamos alguns: Alivia e previne dor nas costas, o que normalmente acontece pelo peso da barriga; Promove o relaxamento físico e mental, diminuindo o estresse e ansiedade; Melhora no humor; Contribui para um sono mais calmo e profundo; Melhora a circulação corporal, pois a posição adotada dentro da água promove o retorno venoso.
Professora Andrea Casarotti Ribeiro
Gestantes que praticam hidroginástica suportam melhor a dor durante o trabalho de parto
3421-0018 ▶ BALLET ▶ JAZZ ▶ HATHA YOGA
▶ ▶ ▶
DANÇA CONTEMPORÂNEA DANCEHALL E DANÇAS URBANAS BALLET GYM E RITMOS
Apesar dos benefícios, a professora alerta para alguns cuidados. O primeiro passo é ter a liberação médica para praticar algum exercício físico. Outra medida é fazer com prescrição e acompanhamento de um profissional de Educação Física. É importante também que a gestação esteja ocorrendo dentro dos padrões de normalidade. Sendo assim, a natação pode ser realizada até o final da gestação. Caso você não era praticante da natação antes, o ideal é iniciar após o terceiro mês de gestação, pois, após esse período, o feto está mais fixo ao útero, assim, diminuindo os riscos de ocorrer um aborto espontâneo.
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Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Polícia
“Armar as mulheres não resolverá o problema da violência”, diz promotor Afirmação se refere ao Projeto de Lei 6278, que pode autorizar o porte de arma de fogo para as mulheres sob medida protetiva FOTOS: DIVULGAÇÃO
Valéria Araújo Além de não resolver o problema da violência, a flexibilização do porte de armas para mulheres sob medida protetiva pode colocar a vida da vítima em risco. A afirmação é do promotor de Justiça Izonildo Gonçalves de Assunção Junior, da Promotoria de combate a Violência Doméstica em Dourados. No mesmo sentido, defendem especialistas ouvidos pela comissão de Defesa dos Direitos Humanos em audiência pública na Câmara Federal em outubro do ano passado. Eles vão ainda mais além e preveem também que a flexibilização pode impactar diretamente nos casos de feminicídio. Esta é a visão da representante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Isabel Figueiredo. Ela ressaltou que o número de feminicídios aumentou 4% entre 2017 e 2018 no Brasil, segundo dados do Anuário de Segurança Pública. E acrescentou que o Atlas da Violência de 2018 mostra que 39% dos assassinatos de mulheres ocorre em casa, e as armas de fogo são o principal instrumento utilizado. Ainda segundo Isabel, a
Segundo dados do ACNUDH, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio presença de uma arma de fogo aumenta em cinco vezes a chance de ocorrência de homicídio ou suicídio. Para ela, as políticas públicas do governo para a área não são baseadas nos dados e estatísticas disponíveis. Em Dourados, o promotor de Justiça Izonildo Gonçalves de Assunção Junior explica que ainda não há um dado concreto para se afirmar que o porte de arma para mulheres abrigadas por decisão judicial que concedeu medidas protetivas de urgência interferirá, diretamente, no combate ao feminicídio ou na redução da violência doméstica e familiar. “Muitas profissionais brasileiras, em razão do cargo que ocupam, como é o caso das policiais civis e militares, integrantes das forças armadas, juízas, promotoras de justiça, dentre outras, têm o direito ao porte de arma de fogo, no entanto, não há indicativo de esse fator seja relevante para evitar agressão por parte de seus esposos, conviventes e namorados. Há o risco, ainda, de que a iniciativa potencialize a incidência de violência no âmbito doméstico ou familiar, agravando a situação. O mérito da Lei Maria
“Armar as mulheres não resolverá o problema da violência”, diz promotor da Penha é inegável, especialmente por propor medidas protetivas de urgência, com o fim de proteger imediatamente a ofendida”, afirma. O promotor destaca ainda em estudo recente da ONU, divulgado em setembro de 2019, em Genebra, aponta que o acesso a armas em mãos de civis gera mais violência e abusos de direitos humanos. “E não há evidência da vinculação, ao contrário do que é propagado, entre a flexibilização do porte de armas e o aumento da capacidade das mulheres se defenderem em situação de violência doméstica. Mais: portar arma de fogo exige capacidade técnica, ausência de antecedentes criminais e condições psicológicas favoráveis. O que representará uma arma de fogo dentro de casa para uma mulher fragilizada e abalada psicologicamente pela violência doméstica e familiar? Armar as mulheres não resolverá o problema da violência. É preciso, com urgência, combater a ideia de superioridade de gênero arraigada na sociedade brasileira”, enfatiza. Para Izonildo, a eficiência desse
processo só será vista na educação dos homens quanto a igualdade de gênero. “Essa é a medida mais segura de que o indivíduo crescerá consciente de seu papel na sociedade como um ser igual a qualquer outro”, ressalta. O promotor alerta para o fato de que, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio. Desigualdade Para o promotor, num ambiente onde homens e mulheres são identificados como possíveis autores e vítimas de violência, o critério de envolvimento, de um ou de outro, passa a ser definido a partir das relações desiguais que estabelecem. “Nessa perspectiva, é possível considerar que a violência contra mulheres tem crescido no Brasil, bem como a quantidade alarmante de feminicídios – dados recentes atestam a morte de 1.310 mulheres em 2019 vítimas de violência doméstica ou por sua condição de gênero -,
“Em estudo recente da ONU, divulgado em setembro de 2019, em Genebra, aponta que o acesso a armas em mãos de civis gera mais violência e abusos de direitos humanos” Izonildo Gonçalves de Assunção Junior (Promotor de Justiça) constituindo-se grave violação dos direitos humanos. Em virtude disso, a legislação busca, paulatinamente, construir caminhos para cumprir sua finalidade de harmonização social”, analisa. Segundo ele, é sabido que a Lei 11.340/06, além de representar um marco na efetivação da política para as mulheres no Brasil, surgiu com o objetivo de erradicar e punir as diversas formas de violência no âmbito doméstico e familiar existentes. “A Lei Maria da Penha atendeu, assim, a determinação contida no parágrafo 8º, do artigo 226, da Constituição Federal, criando toda uma estrutura para um combate eficiente à violência familiar, com sanções mais rigorosas e com o mínimo de benefícios processuais, além de estabelecer medidas de assistência e proteção às mulheres vítimas. No seu ciclo de atualização, foi publicada a lei 13.641 de 3 de abril de 2018, que alterou a Lei Maria da Penha, para incluir o artigo 24-A, tipificando o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência, cuja pena é de detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. O desafio imposto, no âmbito do enfrentamento e combate à violência doméstica e familiar contra mulher, é lidar com as constantes propostas de alterações legislativas que, algumas vezes, se aprovadas, considerando os seus aspectos conflitantes, poderão desfigurar o núcleo vital da Lei Maria da Penha. A meu sentir, esse é o caso do Projeto de Lei 6278, de autoria do Deputado Sanderson – PSL/ RS, apresentado em 04/12/2019, que tem como objetivo alterar a Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para autorizar o porte de arma de fogo para as mulheres sob medida protetiva devidamente decretada por ordem judicial”, destaca.
TRAMITAÇÃO Projeto de Lei 6278, de autoria do Deputado Sanderson – PSL/RS tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Defesa dos Direitos da Mulher; de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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Polícia
Mais de mil mulheres pedem medida protetiva em Dourados Dados são referentes a 2019. Aumento foi de quase 200% em cinco anos segundo dados da Polícia Civil FOTOS: DIVULGAÇÃO
Valéria Araújo Em Dourados um total de 1.008 mulheres pediram a medida protetiva no ano de 2019, segundo dados da Delegacia da Mulher em Dourados. De acordo com os registros, nos últimos cinco anos houve um aumento de 188% nos pedidos de proteção. Se levar em consideração os últimos 10 anos, os pedidos de proteção passaram de 2 para 1.008 casos. O assunto ganha repercussão com a morte da professora Maxeline Santos, de 28 anos, assassinada pelo ex-companheiro no último dia 29, em Campo Grande. Ela havia pedido medida protetiva há 12 dias. Ao comentar sobre a eficácia das medidas o delegado Lupersio Degerone, foi categórico ao afirmar que são eficientes, mas chamou a atenção para as penalidades, ainda brandas. «A Lei Maria da Penha não inovou nas penalidades abrangidas pela violência doméstica. São crimes com penas relativamente leves com prazo prescricional menor também. Então, na maioria das vezes, os agressores cumprem as condenações impostas pela Justiça, as vezes em regime aberto, e rapidamente estão novamente em liberdade, as vezes tentando voltar com a vítima e forçando uma De acordo com os registros, nos últimos cinco anos houve um aumento de 188% nos pedidos de proteção situação que incorre em outros crimes. Tudo isso muitas vezes pode Saiba mais
Se levar em consideração os últimos 10 anos, os pedidos de proteção passaram de 2 para 1.008 casos causar uma falsa sensação de que as medidas não estão sendo eficazes, mas estão. O problema está na pena, o que gera uma reincidência no caso dos agressores. Por outro lado, as medidas protetivas foram criadas para proteger as vítimas e na maioria dos casos se mostra eficaz. As medidas estão sendo aplicadas e temos evoluído muito nesse sentido o que gera mais confiança e encorajamento às mulheres que hoje não saem apenas com um B.O debaixo do braço», destaca, observando que «a propagação da lei e acesso a Delegacia da Mulher, pode gerar uma sensação de que a violência aumentou, quando na verdade foram as denúncias, já que hoje a mulher se sente mais encorajada a procurar a polícia», explica. O delegado destaca ainda que a Polícia Civil tem sido muito célere no encaminhamento dessas medidas pleiteadas, desde o momento do pedido apresentado na Delegacia até a condução dele até o poder judiciário. “Nós estabelecemos em Dourados que a vítima, mesmo que procure o plantão, no fim de semana, por exemplo, ela já deverá sair da Delegacia tendo em mãos o seu pedido de medida protetiva. Antes aguardava-se chegar até o próximo dia útil para que a vítima se dirigisse até a Delegacia da Mulher”, destacou.
O que dizem as autoridades
O promotor de Justiça Izonildo Gonçalves de Assunção explica que as medidas protetivas de urgência estão dispostas no Capítulo II da Lei Maria da Penha e têm como objetivo assegurar a manutenção da integridade física, moral, psicológica e patrimonial da vítima. “Desse modo, o direito da vítima deve ser sempre resguardado, enquanto o agressor deverá se ajustar às medidas de proteção impostas judicialmente, sob pena de responder por crime e, até mesmo, ter sua liberdade cerceada, pois há previsão de decreto de prisão preventiva em tais casos», destaca. Segundo ele, não se pode negar a relevância dessa lei como um mecanismo importante para garantir a proteção da mulher nos casos de violência doméstica. «No entanto, é fundamental que seja discutida sua aplicabilidade, contextualizando-a a partir de realidades específicas. Do mesmo modo, num sistema de garantia de direitos que possa efetivamente atender as demandas existentes, há necessidade constante de ser implementado, ou ampliado, e avaliado», acrescenta. O promotor ressalta que essa legislação normatiza a atuação de diversos atores que intervêm no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, tanto no sistema judicial, como na saúde e na assistência social, cobrindo um arco que envolve defesa e promoção de direitos, bem como responsabilização. «A eficácia e a efetividade almejadas dependem não apenas do desempenho de cada um desses atores, mas também do grau de articulação e coordenação deles». Segundo ele, no que tange mais especificamente à aplicação das medidas protetivas, a Equipe de Atendimento Multidisciplinar (EAM) pode colaborar para construir com a mulher parâmetros a partir dos quais a sua necessidade possa ser mais bem expressada no sistema judicial. “A colaboração da equipe multidisciplinar pode também ter como resultado o estabelecimento de modos pelos quais a mulher tornaria a concessão das medidas algo com maior probabilidade de ser eficaz e efetivo, permitindo a ela, em tese, evitar, eventualmente, algumas situações de risco. Evidente que, por diversas razões, as medidas protetivas sozinhas não garantem a integridade da vítima. Não é por outro motivo que crescem no Brasil iniciativas que associam as medidas protetivas ao monitoramento do agressor por meio tornozeleira eletrônica, rondas policiais especializadas, uso de botões de pânico, com base em diferentes tipos de aplicativo, geralmente usados no aparelho celular”, explica.
“O problema está na pena, o que gera uma reincidência no caso dos agressores. Por outro lado, as medidas protetivas foram criadas para proteger as vítimas e na maioria dos casos se mostra eficaz” Lupersio Degerone (Delegado) REPERCUSSÃO
O assunto ganha repercussão com a morte da professora Maxeline Santos, de 28 anos, assassinada pelo ex-companheiro no último dia 29, na capital. Ela havia pedido medida protetiva.
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DIA A DIA Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
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CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA são subnotificados na Reserva Indígena
Difícil acesso para as mulheres indígenas é um dos fatores apontados por lideranças da comunidade Valéria Araújo Dados da Polícia Civil de Dourados mostram que enquanto as denúncias de violência doméstica aumentam na área urbana, as queixas diminuem na Reserva Indígena de Dourados, considerada a mais perigosa do País para mulheres. Durante todo o ano de 2019 foram 95 casos de violência contra as indígenas. Em 2018 a Delegacia registrou 104 casos. De janeiro a 05 de março desse ano foram 12 casos contra 16 registros no mesmo período do ano passado. Para a liderança indígena Fernando de Souza, o recuo pode estar associado ao medo e a falta de condições da mulher indígena de recomeçar a vida longe do agressor. Segundo ele, as dificuldades da mulher indígena começa desde a falta de policiamento. Do próprio bolso, as lideranças tiram os
Quando as mulheres vencem o medo e decidem procurar as autoridades, novos obstáculos aparecem recursos necessários para custear as “rondas”, as visitas nas casas, o socorro às vítimas e o transporte delas até a Delegacia da Mulher, na área urbana da cidade. Não há posto policial fixo no local e as forças de segurança pública só entram nas aldeias quando são acionadas pelas lideranças, ou seja, quando o crime já aconteceu. O protocolo seguido pelas autoridades é que por ser uma terra indígena é preciso de autorização para a entrada. No local vivem 17 mil moradores, número que supera mais de 40 municípios de Mato Grosso do Sul em termos de população. De acordo com o cacique geral
Izael Morales, inúmeras são as dificuldades no caminho das mulheres vítimas de violência em direção à denúncia. São em salas do Escritório das Tribos Unidas, em frente a Escola Tengatuí Marangatu, na Aldeia Jaguapiru, onde os atendimentos são feitos. “Há dias que forma fila ai na frente. Nós orientamos as mulheres e caso elas queiram, as levamos para fazer denúncia. Aqui a gente tenta ajudar de todas as formas possíveis. Aconselhamos e corremos atrás de ajuda para que elas possam recomeçar a sua vida sem violência”, explica. Quando as mulheres vencem o medo e decidem procurar as autoridades, novos obstáculos aparecem. O primeiro deles é a distância até a única Delegacia de Atendimento à Mulher da cidade, localizada a mais de 8 quilômetros da Reserva. Segundo as lideranças indígenas, os ônibus circulam em poucos horários e por rotas limitadas. Por essa razão, para se chegar até o local as vítimas dependem basicamente de seus próprios veículos, motos, carroças e bicicletas. Senão, a alternativa é ir a pé por um trajeto que leva no mínimo uma hora e 40 minutos para ser percorrido e inclui estradas de terra e rodovias. Recentemente o Ministério Público Federal considerou que há uma discriminação das autoridades no tratamento a população indígena. Conforme a Procuradoria informou em encontro com lideranças, se um crime é cometido dentro dos limites de uma Aldeia ou Reserva Indígena, seja roubo, furto, violência doméstica ou assassinato, os moradores não encontram respaldo junto às autoridades policiais que, na maioria das vezes, ignoram o chamado alegando falta de combustível, de viatura, de efetivo ou
até mesmo falta de segurança. A Procuradoria avaliou ainda que as lideranças das comunidades, por falta de opção, acabam desempenhando o papel dos investigadores, fazendo rondas, identificando os autores dos delitos e prendendo-os por conta própria. Só aí a Polícia entra em cena, dando continuidade ao trabalho desenvolvido pelos próprios indígenas. E a situação não é recente: desde 2012, o MPF atua judicialmente para que as Polícias Civil e Militar cumpram a obrigação de prestar atendimento emergencial às aldeias da região Sul do Estado. Saiba mais
Volta por cima A terena Lenir Paiva Flores Garcia decidiu dar um basta na violência que sofreu por anos com uma atitude nobre. Depois de quase ter um dos dedos decepados numa das brigas que teve com o então marido, ela se separou e criou a Associação de Mulheres Indígenas de Dourados. A entidade existe desde 2001 e de lá para cá já ajudou dezenas de mulheres que precisam de ajuda para se livrar dos seus algozes e recomeçar a vida. Lenir conta que no local são oferecidos cursos de fabricação de sabonetes, tapetes e artesanato indígena. Atualmente a Associação conta com cerca de 70 mulheres que aprendem nova profissão e sãos responsáveis por disseminá-la a outras indígenas. “Nossa meta é garantir que todas as vítimas de violência tenham condições de se sustentarem para não dependerem mais dos maridos. A dependência é um dos fatores que gera medo e faz com que elas se calem diante da violência”, afirma.
Para o MPF, a população também é tratada com “indiferença hostil”. Tal descaso estatal reflete nos índices de violência. Com base nos dados oficiais, entre 2012 e 2014, o Brasil teve taxa média de 29,2 homicídios por 100 mil habitantes. Em Mato Grosso do Sul, a taxa foi de 26,1. Entre os indígenas de MS este número sobe para 55,9. Já os indígenas da Reserva de Dourados enfrentam uma taxa de homicídios de 101,18 por cem mil habitantes. Os indígenas da região de Dourados morrem por homicídio a uma taxa quase 400% superior aos não indígenas de MS.
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Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia
Maioria das mulheres não sabe o que é violência obstétrica Agressões psicológicas e físicas, de forma a afetar a qualidade da gestação ou até o comprometimento da vida do bebê, são suscetíveis a mais da metade das gestantes A ausência de informação faz com que muitas mulheres ainda sejam vítimas de violência obstétrica sem sequer saberem disso. Agressões psicológicas e físicas, de forma a afetar a qualidade da gestação ou até o comprometimento da vida do bebê, são suscetíveis a mais da metade das gestantes. Pelo menos é o que afirma uma pesquisa realizada pelo projeto ‘Doulas para todas’. No final do ano passado 23 mulheres foram ouvidas na rede pública e 53% delas não sabiam definir e caracterizar o termo violência obstétrica. Isso mostra que, sem saber tipificar as agressões, a maioria delas poderiam ser submetidas a essas ocorrências sem poder reivindicar seus direitos. O projeto ‘Doulas para todas’ ainda percebeu que a ocupação profissional e o índice de rendimento determinava o resultado da pesquisa. Maioria esmagadora das mulheres que responderam não saber sobre violência obstétrica possuíam renda familiar mensal entre 1 e 2 salários mínimos, sendo que 6 das 13 gestantes afirmaram trabalhar apenas em casa. Para a advogada e presidente do Instituto Mulher Edna Bo-
Em 2019, 23 mulheres foram ouvidas e 53% delas não sabiam definir e caracterizar o termo violência obstétrica Violência obstétrica é considerada quando ocorre algum tipo de violação do bem-estar da mulher ou da criança nelli, as discussões sobre violência obstétrica deveriam ser muito mais frequentes e esclarecedoras. Ela acredita que o fato dessa tipificação ainda ser muito recente e a maioria das vítimas não saberem que vivenciaram uma agressão, resulta em baixíssimos índices de denúncia. A exemplo do que ocorreu com a violência doméstica, Edna afirma que quanto mais as pessoas souberem sobre o assunto, mais embasamento elas terão para procurar os órgãos de proteção de direitos. “O que eu descobri nesses anos de militância pelo direito da mulher, especialmente estando à frente da Comissão da Mulher Advogada até a gestão passada, foi que aqui na nossa cidade o principal tipo de violência é a agressão física, quando a mulher é submetida
EXEMPLOS
- LAVAGEM INTESTINAL E RESTRIÇÃO DE DIETA
MATERNIDADE DO HU
DIVULGAÇÃO
- AMEAÇAS, GRITOS, CHACOTAS, PIADAS, ETC. - OMISSÃO DE INFORMAÇÕES, DESCONSIDERAÇÃO DOS PADRÕES E VALORES CULTURAIS DAS GESTANTES E PARTURIENTES E DIVULGAÇÃO PÚBLICA DE INFORMAÇÕES QUE POSSAM INSULTAR A MULHER - NÃO PERMITIR ACOMPANHANTE QUE A GESTANTE ESCOLHER - NÃO RECEBER ALÍVIO DA DOR
Caso a gestante reconheça alguma dessas situações, deve procurar a Polícia Civil e registrar boletim de ocorrência. Além disso, a Defensoria Pública, Ministério Público Estadual e Federal, e ouvidorias do SUS (Sistema Único de Saúde) e ANS (Agência Nacional de Saúde) também recebem essas demandas. Ainda como canal de denúncia, o 180 do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos recebem essas notificações.
a procedimentos sem o devido esclarecimento ou permissão. Por serem procedimentos muito técnicos, a paciente acaba ficando refém do que o corpo clínico garante ser ‘normal’. E a violência pode acontecer desde a recepção até o centro cirúrgico. É por isso que precisamos cobrar e divulgar ainda mais sobre essas ocorrência, caso contrário continuaremos a ter vítimas caladas pela ignorância”, alerta a advogada. Segundo o Ministério da Saúde, a violência obstétrica é considerada quando ocorre algum tipo de violação do bem-estar da mulher ou da criança no momento da gestação, parto, nascimento e pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento. Ela pode ser física, psicológica, verbal, simbólica ou sexual, além de negligência, discriminação e condutas excessivas ou desnecessárias, desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas. Essas práticas submetem mulheres a normas e rotinas rígidas e muitas vezes desnecessárias, que não respeitam os seus corpos e os seus ritmos naturais e as impedem de exercer seu protagonismo.
Em Dourados, o Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) é a unidade referência no setor de obstetrícia. Por lá, as gestantes são orientadas através de banners e conversa com os enfermeiros e membros da equipe de atendimento. Segundo o chefe do setor de atenção à saúde da mulher, Alessandro Postal, a maternidade do HU está inserida em diversos programas de melhoria na qualidade da assistência ao parto e nascimento. “Podemos citar o Apice ON (Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia) e a implantação da Linha de Cuidado Materno Perinatal. Anterior a esses, o nosso serviço participou também do Projeto Parto Adequado, do Institute for Healthcare Improvement (IHI). Possuímos também um Protocolo validado na instituição de Boas Práticas na Assistência ao Parto e Nascimento que é disponibilizado para população na página do hospital”, detalha o médico obstetra. Ele considera que ao longo dos anos o serviço oferecido apresentou um progresso significativo. “Pode-se dizer que nos dias atuais a forma pela qual se presta a assistência é bem mais humanizada do que antigamente. Isso é fruto de um trabalho continuado de informação, conscientização e treinamento que viemos desenvolvendo ao longo dos anos através dos diversos projetos em que estamos inseridos. Um dos marcos da melhoria da assistência às gestantes foi a implementação da assistência por enfermeiras obstétricas”, finaliza.
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Dia a Dia
Dourados terá o maior hospital público do Estado para mulher e criança Unidade poderá iniciar atendimentos no segundo semestre e será reforço para as estratégias de mortalidade materna DIVULGAÇÃO
Valéria Araújo Gestantes e bebês de Dourados e região vão poder contar com a maior unidade materno-infantil de Mato Grosso do Sul. O Hospital da Mulher e da Criança está sendo construído em anexo ao Hospital Universitário. A primeira etapa da obra já está com 80% dos trabalhos executados e a previsão é de que parte dos atendimentos já iniciem no segundo semestre deste ano. A proposta dessa estrutura é ofertar mais qualidade no acolhimento às gestantes, evitar superlotações e oportunizar residências em enfermagem obstétrica e saúde materno infantil, tendo como missão promover saúde, ensino, pesquisa e extensão.
Com cerca de 80% das obras edificadas, a área será de 6.370,68 m²
O Hospital da Mulher e da Criança está sendo construído em anexo ao Hospital Universitário Atualmente com cerca de 80% das obras edificadas, a área total será de 6.370,68 metros quadrados, além de 18 mil metros quadrados de urbanismo e infraestrutura completa. Na primeira etapa, o hospital vai ofertar 55 leitos e na segunda etapa, serão ofertados mais 80 leitos distribuídos entre as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Pediátrica e Neonatal, Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs), além de estruturas de apoio, como Banco de Leite Humano, Ambulatório Segmento Recém-Nascido, plantão e apoio ao Ensino e Pesquisa. Valor da obra O Hospital da Mulher e da Criança está sendo construído por meio de um investimento em recursos federais da ordem de R$ 51 milhões, incluindo a segunda etapa, ainda a ser licitada. Os recursos para a
De 1990 a 2017, a mortalidade materna sofreu uma redução de 55%
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construção foram viabilizados por meio de articulações do então deputado federal Geraldo Resende, hoje secretário estadual de saúde, com apoio da bancada federal, governo do Estado (que doou a área) e o governo federal. Monumento a vida Ao visitar as obras de construção na semana passada, o secretário Geraldo Resende destacou que a unidade, depois de pronta será um monumento da vida. “Dourados e outros 33 municípios do Estado serão contemplados com essa estrutura que vai salvar a vida de mulheres e crianças. Sempre considerei que os meus mandatos enquanto deputado federal foram muito produtivos, mas essa obra em especial tem uma simbologia especial por todos os desafios que tive que enfrentar para que hoje pudéssemos ver essa obra saindo do papel, como o fato da universidade ter tido que devolver os recursos na primeira tentativa, a cobrança dos projetos, a luta pela liberação dos recursos, entre outros obstáculos que graças a união de esforços com a reitoria, a Ebserh, a bancada federal e o governo do Estado, foram superados”, destacou. Saiba mais
Mortalidade aumenta
Conforme dados do Ministério da Saúde divulgados no ano passado, o índice de mortalidade no País estava em 64,5 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos — número bem acima da meta firmada com Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 30 óbitos para cada 100 mil nascido vivos até 2030, conforme os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Apesar do cenário, o Ministério da Saúde divulgou que em 27 anos — de 1990 a 2017, a mortalidade materna sofreu uma redução de 55%. No entanto, os números mostram que o índice voltou a crescer lentamente desde 2013, passando de 62,1 para 64,5 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos, em 2017. Nos últimos anos, Mato Grosso do Sul apresentou queda nos índices de mortalidade infantil e materna. Enquanto em 2018 ocorreram 28 óbitos, no ano passado as mortes maternas caíram para 21 casos. Já a mortalidade infantil, em 2010 a taxa era de 15,44%, caindo para 13,86% em 2011, 13,08% em 2012, passando para 13,09 em 2013, 12,94 em 2014, 12,09% em 2015, 12,91 em 2016 e 10,57 em 2017, segundo dados do Ministério da Saúde
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O PROGRESSO
Dourados, 9 a 15.3.2020
OPORTUNIDADES
DE EMPREGO VAGA DE DOMÉSTICA Segunda a sábado. Responsável por todos afazeres domésticos do apartamento. Requisitos: Acima de 30 anos. Experiência comprovada em carteira (mínimo de 1 ano). Com referências. Curriculo para: recrutamentodomestica11@ gmail.com Dúvidas: 3420-0199
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CASEIROS Procuro vaga de caseiros para casal, tenho experiência e carta de referência, possuo curso de inseminação animal. 99353-0090, falar com Nilton
DIARISTA Procuro serviço de diarista ou empregada doméstica. 99941-2127, falar com Jenifer.
SERVENTE DE PEDREIRO Procuro serviço de diarista ou empregada doméstica. 99941-2127, falar com Jenifer.
PROCURO EMPREGO Cuidadora de idosos, serviços gerais, ajudante de cozinha, lavar, passar e cozinhar. Possuo experiência e carta de referência. 99878-1995 ou 98182-1102, falar com D. Edir.
CLASSIFICADOS/ATOS OFICIAIS
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Antônia da Silveira Capilé era uma mulher à frente do seu tempo PÁG. 3
Círculos de confiança ajudam na cura e empoderamento feminino PÁG. 2
CADERNO B Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
FOTOS: VINICIOS ARAÚJO
BENZEDEIRAS resistem à modernidade e continuam curando em Dourados Adélia Paulino da Silva mantém a tradição viva na casa em que mora, cercada de plantas medicinais Cristina Nunes Especial para O Progresso O benzimento é costume antigo e está no dicionário. Benzer vem do latim bene dicere, que significa bem dizer. Dizer bem de alguém e fazer o bem. Mesmo diante do mundo tecnológico e do avanço da medicina, as benzedeiras ainda atraem pessoas de diferentes crenças em busca de cura e paz espiritual. Benzer é uma atividade, na maioria das vezes exercida por mulheres detentoras de sabedoria ancestral,
Mesmo diante do mundo tecnológico as benzedeiras ainda atraem pessoas de diferentes crenças em busca de cura e paz destinada a curar uma pessoa doente, aplicando sobre ela gestos, em geral acompanhados por alguma erva medicinal, ao tempo em que se aplica uma prece. Como a população continua procurando, a atividade se mantém viva, principalmente em cidades do interior. No Jardim Santa Maria, em Dourados, em uma casa cheia de plantas medicinais, vive a benzedeira dona Adélia Paulino da Silva, de 77 anos, em entrevista ao PROGRESSO ela conta como recebeu o ‘chamado’ para benzer. “Eu tinha 62 anos, descobri o dom
“Se tiver muita fé não é difícil benzer, agora se tiver pouca fé fica difícil. Ser uma benzedeira é ter o dom de Deus e curar pessoas”.
por um pedido que fiz para Nossa Senhora Aparecida e ela mostrou uma futura benzedeira”, relembrou. Adélia relatou ainda que aprendeu as rezas com a irmã mais velha, que também benzia. Questionada sobre a diminuição de benzedeiras, dona Délia atribui a falta de fé como principal motivo. “Se tiver muita fé não é difícil benzer, agora se tiver pouca fé fica difícil”, destacou. Questionada sobre o que é ser uma benzedeira ela afirmou “É ter o dom de Deus e curar pessoas”. Dona Adélia conta que recebe muitas pessoas de longe em sua casa para benzer, a maioria contra mal olhado e espinhela caída, também conhecida por Lumbago, é uma doença caracterizada por forte dor na boca do estômago, nas costas e pernas. “Tem gente que já foi em médico com problemas e não foi curado e quando vem aqui recebem a cura”, relata dona Adélia que atribui o milagre à Deus.
Benzedeira dona Adélia Paulino da Silva, de 77 anos, mora no Jd. Santa Maria
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Caderno B FOTOS: DIVULGAÇÃO
Os círculos de mulheres resgatam e ativam a ancestral conexão com o sagrado
Círculos de confiança
ajudam na cura e empoderamento feminino em Dourados Movimento do Círculo do Sagrado feminino surgiu na década de 1960, com o ressurgimento das antigas tradições e práticas espirituais e curativas Os círculos de confiança ajudam na cura e empoderamento feminino, em Dourados. De acordo com a arquiteta holística e paisagista, terapeuta holística e guardiã do Círculo do Sagrado Feminino – As Meigas, Monad Clemente, o círculo das meigas começou em Dourados no ano de 2012, mas o Sagrado Feminino surgiu na vida dela no ano de 2009 na Galícia – Espanha, onde viveu por 7 anos. Desde então ela facilita círculos, workshops, vivências e rodas de curas para mulheres. Segundo ela, em 1993, a escritora Cynthia Eller definiu as características principais dos grupos praticantes da espiritualidade feminina e dos círculos do Sagrado Feminino como reverenciar o princípio criador feminino, a Deusa; buscar e valorizar o “empoderamento” feminino; respeitar a Natureza, a vida e todos os seres da criação; realizar rituais, cerimônias e práticas mágicas; incentivar o estudo histórico e mitológico, contribuir para a criação de um caminho espiritual amoroso, tolerante, inclusivo e compassivo, praticando a presença da Deusa no cotidiano e recriando o sagrado na vida (pessoal e coletiva). Monad cita o livro “Círculos Sagrados para Mulheres Contemporâneas” para explicar sobre a origem da prática. “Um dos mais marcantes fenômenos do século XX foi o renascimento da religião da Deusa na cultura ocidental. A partir da década de 1960, houve um ressurgimento das antigas tradições e práticas espirituais e curativas. Milhares de mulheres e um número crescente de homens de diversos países da Europa, das Américas e da Oceania, educados nas religiões bíblicas (católica, protestante, ortodoxa) e judaica,
dança mutável das estações, nas fases da Lua, na trajetória anual do Sol. Seus ciclos são vividos pela mulher ao longo da sua vida, nas alegrias da infância, no despertar sexual da adolescência, no ato de dar à luz e amamentar, no recolhimento sábio da menopausa, na aceitação da morte e na fé na reencarnação. Eram as fases e os ciclos da Natureza e da mulher que eram celebrados nas comunidades e sociedades antigas como os pontos de mutação na Roda do Ano e da Vida. Conforme ainda Monad a essência da espiritualidade feminina pode ser resumida da seguinte maneira: confiar e se apoiar falar a própria verdade, silenciar, ouvir e respeitar, compartilhar a experiência pessoal, aceitar a responsabilidade em relação a si e ao mundo. Reconhecendo, honrando e vivenciando a sacralidade – a própria, a das outras mulheres e a da Natureza –, celebra-se e reverencia-se a Deusa. Conforme ainda Moned, a espiritualidade feminina não é uma religião organizada, nem codificada, é um caminho isento de dogmas, doutrinas
Os encontros proporcionam um espaço seguro, para apoiar e incentivar o desenvolvimento e fortalecimento pessoal
Espiritualidade feminina não é uma religião organizada é um caminho isento de dogmas, doutrinas ou proibições, segundo Monad privados do simbolismo sagrado feminino durante séculos de supremacia patriarcal, estão agora descobrindo e praticando rituais das antigas culturas matrifocais. Lentamente, mas de modo cada vez mais evidente e presente, a Grande Mãe está ressurgindo do seu ocaso milenar, despertando consciências e renovando as esperanças nas mudanças planetárias e na integração e harmonização da humanidade com a
Natureza e o universo. A espiritualidade feminina é um retorno do ser humano para a Deusa, o princípio criador feminino; é o crescente reconhecimento da Terra e da mulher como partes Dela, imbuídas da Sua sacralidade. A Deusa é representada em todo ato de criação, da Natureza ou da vida feminina, na eterna roda de nascimento, crescimento, florescimento, amadurecimento, declínio, morte e renascimento, na
ou proibições. Um círculo pode ser formado por mulheres que pertençam a diferentes crenças, religiões ou filosofias, tradicionais ou liberais, sendo o objetivo comum a conexão e a celebração do princípio divino feminino. Valoriza-se a experiência vivida de cada mulher, reconhecida como um ser sagrado e único, representando a Deusa na Terra. Esse reconhecimento fortalece as mulheres e as encoraja a exercer autoridade no seu mundo pessoal, tornando-as mais assertivas, seguras, criativas e livres para fazer escolhas e opções, sem permitir imposições, limitações, coações ou interferências. Os círculos de mulheres resgatam e ativam a ancestral conexão com o sagrado, explorando, criando ou desenvolvendo formas específicas para expressá-la em conjunto, mas levando em consideração as visões e sugestões individuais. Os encontros proporcionam um espaço seguro, não encontrado na cultura contemporânea, para apoiar e incentivar o desenvolvimento e fortalecimento pessoal.
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Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Caderno B
MULHERES
QUE FAZEM HISTÓRIA
Antônia da Silveira Capilé era uma mulher à frente do seu tempo Professora, ela teve grupo de teatro e de coral, e participava ativamente das decisões da cidade, numa época em que a figura da mulher era secundária FOTOS: ACERVO/ DOURADOS, RECANTOS E HISTÓRIAS
Flávio Verão Uma das primeiras professoras da cidade de Dourados, quando então era distrito de Ponta Porã, Antônia da Silveira Capilé, era conhecida por ser uma mulher à frente do seu tempo, que participava das mais importantes decisões e eventos. Nascida em 1898 em Entre Rios, atual Rio Brilhante, veio para Dourados em 1917, sendo nomeada professora. Na época em que o analfabetismo era grande, construiu escola particular. Ainda como empreendedora, montou escola de corte e costura. Dona Antônia, como era conhecida, ainda trabalhou como agente dos Correios de Dourados, mas continuou atuando na área da educação. Em 1943, foi transferida para ser diretora em Maracaju, e, posteriormente, voltou para Dourados como Inspetora Geral do Município. Ela também teve um grupo de teatro chamado Filhas de Maria, formando apenas por mulheres. Sendo umas das primeiras diretoras teatrais da cidade, conseguiu recursos, junto ao grupo, para ajudar na construção da Igreja da Matriz.
Dona Antônia, como era conhecida, ainda trabalhou como agente dos Correios de Dourados Dona Antônia foi casada com Antônio Borges Capilé, com quem teve os filhos Sebastião, Manoel e Isaac. Mulher ativa nas decisões da cidade, sempre esteve presente na sociedade douradense, na religião, na educação, participando, ainda, da primeira comissão pró-construção de uma capela que passou a ser futuramente a Igreja Matriz de Dourados. A comissão foi organizada por Major Capilé, em 1923, e era composta por Januário Pereira de Araújo, João Rosa Góes, João Augusto Capilé, Sofia de Castro Batista, Francisca Claudina da Rosa, Tarcila Faleiros, Balbina de Mattos e Genoveva Capilé, pessoas que marcaram história na cidade. Numa época em que a figura da mulher era secundária, dona Antônia se destacava na área das artes. Além de ter uma equipe de teatro, organizou o primeiro coral da cidade. Antônia faleceu em 1973. Seus descendentes vivem em Dourados, Campo Grande, Ponta Porã e região. Seu nome homenageou rua na Capital e escolas em Dourados e Glória de Dourados.
Antônia da Silveira Capilé foi casada com Antônio Borges Capilé
Família da Antônia da Silveira Capilé no início da década de 1930
ESCOLA CAPILÉ Localizada no jardim Água Boa em Dourados, a escola Capilé foi criada oficialmente pelo decreto 11 de Março de 1975, sob o governo de José Fragelli do então Estado de Mato Grosso. Naquele mesmo ano iniciaram-se as construções, mas a inauguração e início das atividades letivas veio a ocorrer a partir de março de 1976. A escola ofertou, inicialmente, o Ensino Fundamental, e posteriormente aderiu ao Ensino Médio. Em 2018 passou a ofertar o Ensino Médio Integral, modalidade que cresce a cada ano no Estado. Durante as 9 horas de estudo, o aluno recebe
todas as refeições no ambiente de ensino. Depois de quatro décadas, a escola começou a receber no final do ano passado a primeira ampla reforma. As obras iniciaram em dezembro e a expectativa é de que em um ano tudo fique pronto. Com custo de R$ 3 milhões, a reforma será realizada em todas as dependências, envolvendo o sistema elétrico, hidráulico, além de telhados e muros. Embora esteja em obras, as aulas funcionam normalmente no local. As salas de aulas de laboratórios foram preparados no período de férias. A diretora da escola é a professora Marisa Pereira.
Dourados, 9 a 15.3.2020 O PROGRESSO
Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br
COLUNA DA ADILES
“Você nunca será velho enquanto tiver um ideal”
8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Mais homenagens a mulheres pelo seu mês. Felicidade a todas!
Elizabeth Salomão
Elizabeth Iguma
Karine Segatto
Rosa Utida
Grazielle Machado
Helena Uemura
Janine Endo
Sidney Volpe
Luciana Azambuja
Evellyn Sakamoto
Edna Bonelli
Luciana Resende
PARABÉNS E FELICIDADES AOS
Amor
ANIVERSARIANTES
Antônio Carlos Biffi Hoje (09/03)
Mara Dolzan Amanhã (10/03)
Itaciana Santiago Amanhã (10/3)
José C. Cordeiro Quarta (11/03)
Karla Tomm Tirlone Quarta (11/3)
Arlete Goellner Quinta (12/03)
Marcelo Iguma Sexta (13/3)
Idenor Machado Sexta (13/03)
Carlos A. Farnesi Sábado (14/3)
Fátima Azambuja Quinta (12/03) PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, de hoje (9): Osmundo P. Dantas; Almiro de Souza; Anair A. Ferreira; Claudionor Assis Pereira; Antônio José dos Santos; João Junior A. da Silva; Renan Oliveira de Araújo; Juliana Fidelis Perez; Eraldo Viana; Adelino Meneguzzo; Maria Cacilda da Silva. De amanhã (10): José dos Santos Pereira; Silvio R. da Silva; Adair Miranda; Paulo Cesar Nogueira; Ocássio Moreira do Nascimento; Ada Alves do Nascimento; Edson Kenzi Morishita; Anni Gleci Salazar; Ricardo Justino Lopes. De Quarta (11): Maria de Lurdes da Sillva; Zenaide S. Marques; Neris C. Pereira; José Domingues Filho; Odair de Oliveira Santos; Antônio Bosco; Eunice Uhde Gimenes. De quinta (12): Euclides Alves de Brito; Laudionor Paulo Forte; Luzia Lopes; Lourival Vieira Costa; Marli Tokunaga; Marileide Correa Rodrigues; José A. Martins. De sexta (13): Suzana V. da Silva; Frei Bernardo Dettling; Simony Jara Russo; Antônio Bosco; Marcelo Macedo Vieira. De sábado (14): Miguel Bittencourt do Amaral; Claudia Chanfrin; Anderson M. Caetano.
Amor é sintonia É harmonia é devoção Amor é uma crença É a presença constante de emoção Amor é fé é esperança É só bonança É suprema elevação Quando se ama não se esquece A alma se enternece É consntate vibração Amor é relicário é ternura e paixão Amor é amor Não tem explicação! Adiles do Amaral Torres
BODAS DE PAPEL
Parabéns ao deputado estadual Marçal Filho e Patrícia Leite que comemoraram 1 ano de feliz união. Felicidades ao casal!