Edição de 25/maio de 2020

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DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.626

O PROGRESSO

25 de maio de 2020

★★★★★

VATICANEWS

DIA A DIA Dourados

Sem acesso a internet, evasão escolar nas aldeias pode passar de 40% PÁG. D2

Educação

Ensino remoto “derruba” rendimento e aulas viram desafio para os pais PÁG. D3 EAD

“Aprendizado em casa esbarra no desafio do acesso à internet” PÁG. D4 Ciência

Ozônio pode ser arma poderosa contra o Coronavírus, diz naturopata de Dourados PÁG. D5

CADERNO B Quarentena

PRECONCEITO

O “VÍRUS DO ÓDIO” CONTRA INDÍGENAS

NA PANDEMIA A chegada do Covid-19 nas aldeias de Dourados gerou uma onda de comentários preconceituosos e de ódio nas redes sociais. A situação chamou a atenção da pedagoga Michelli Alves Machado, que copiou várias dessas manifestações negativas em relação a comunidade e postou em sua rede social com o título “Assim caminha a desumanidade”. PÁG. D1

Máscaras tornam-se criativas e viram itens de moda


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Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

Opinião O desafio da adoção

O

número de crianças e adolescentes no Brasil que estão à procura de um lar é grande. Segundo dados do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA), passa de 50 mil crianças e adolescentes em abrigos esperando por uma família, sendo que destes, apenas 5 mil estão disponíveis para a adoção no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Sobre esta triste realidade, o dia 25 de maio Dia Nacional da Adoção serve de alerta e reflexão a toda sociedade. A data foi comemorada pela primeira vez, em 1996, no I Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção. Mas foi apenas em 2002, por meio da Lei 10.447, que ela foi instituída e a sua mensagem passou a ganhar a devida importância. De lá para cá ocorreram muitos avanços, principalmente o engajamento de terceiros que, cada vez mais, estão abraçando a causa de crianças e adolescentes em acolhimento institucional no Brasil e lutando para que os interessados em adotar escolham a criança real e não a que eles idealizaram. Apesar dos ganhos, ainda há

EDITORIAL

muito o que melhorar. Principalmente no que se refere a crianças maiores, adolescentes, grupos de irmãos, e pequenos com patologias crônicas e deficiência. São esses que precisam ser mais assistidos, pois, infelizmente, são os últimos a serem lembrados nos atos de adoção e acabam permanecendo nos abrigos. Em Dourados há 40 cadastros habilitados de casais ou pessoas sozinhas interessadas em adotar e 50 crianças e adolescentes vivendo em casas de acolhimento. Apesar do número expressivo de acol h i d o s, a p e n a s 11 estão aptos a adoção, após passarem por todos os processos de desmembramento familiar. Desse total três são adolescentes e 8 são crianças de 1 a 8 anos de idade. Para ajudar nesse processo a Vara da Infância e Juventude conta

com o Projeto Adotar, existe em Dourados desde 2005 e tem parceria com a maternidade. A mãe, no ato de dar a luz, pode expressar o desejo de entregar a criança para a adoção. A partir daí o juizado é informado, ambos serão assistidos e a adoção ocorrerá de forma legal. O projeto também faz o curso de preparação e contato com os pretendentes, mantém o cadastro atualizado, faz a busca de famílias para crianças que estão disponíveis, acompanhamento das gestantes que pretendem entregar a criança para a adoção, além de acolher e orientar a entrega voluntária. Existe ainda o Grupo de Apoio à Adoção de Dourados (Gaad), que auxilia casais interessados em adotar. Os grupos são espaços para que o movimento de apoio ajude a

concretizar o direito das crianças e adolescentes à convivência familiar e a difusão da nova cultura de adoção. Por conta do Covid-19 e as recomendações de isolamento os encontros são a distância. Mais do que conscientizar pais dispostos a adotar é importante disseminar a informação de que a entrega voluntária de bebês para adoção é direito da mãe e está prevista em diversos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente, notadamente no artigo 19-A: “A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude”. Toda e qualquer entrega de bebê para adoção deve obrigatoriamente ocorrer junto à Vara da Infância e Juventude, ou seja, deve a grávida ou a mãe procurar o Poder Judiciário para ser orientada e efetuar a entrega. É garantido o direito ao sigilo da mulher que queira fazer a entrega legal. Que nesse e nos próximos 25 de maio possamos olhar com mais atenção por todas as crianças. Independente da cor ou idade o amor é sempre amor.

e que criaram ferramentas para lidar com isso, fazendo com que seus colaboradores recebam o cuidado necessário, por meio de acompanhamento de sua condição emocional, ao mesmo tempo em que se sintam mais à vontade para falar sobre seus problemas, sem internalizá-los, o que só pioraria a situação. Criado há cerca de quatro anos, com o objetivo de ajudar os profissionais com os desafios da vida cotidiana, o programa Apoio Pass, serviço de apoio preventivo e de orientação para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e de seus familiares, é um ótimo exemplo deste tipo de solução. Com garantia de sigilo das informações e participação de profissionais de cada área contemplada, o programa disponibiliza orientação financeira, legal, social e

psicológica por meio de um atendimento que funciona 24h, sete dias por semana, através de uma linha telefônica. Também já existem inúmeras plataformas e aplicativos dedicados à saúde mental, como aqueles que ensinam e ajudam na prática da meditação e muitos outros – que já têm resultados comprovados de melhora da saúde, além de garantir praticidade e conveniência. Com diversos estudos mostrando que colaboradores saudáveis e equilibrados produzem mais e melhor, logo, é positivo e rentável para todos – empresas e indivíduos – a criação e manutenção de todo um sistema integrado e equilibrado. Muito mais do que apenas entregar produtos, é imprescindível que continuemos a atuar de forma consultiva junto aos nossos clientes, uma vez que nosso grande objetivo é ajudá-los na prevenção e não somente no tratamento de doenças, promovendo assim mais qualidade de vida, satisfação no trabalho e contribuindo para o crescimento profissional dos colaboradores e da produtividade das empresas.

O poder da saúde mental CLAUDIA RIZZO *

*Gerente das soluções de saúde da Sodexo Benefícios e Incentivos

N

os últimos anos, tem sido cada vez maior a preocupação da sociedade com a qualidade de vida e a manutenção da saúde mental dentro e fora das organizações. Em períodos difíceis como o que vivemos agora, com profundas mudanças na rotina, principalmente causadas pelo isolamento social, as sensações de ansiedade, incerteza e medo do futuro são potencializadas, gerando uma tensão coletiva nas pessoas e, consequentemente, em sua atuação profissional. Expostos diariamente à uma quantidade enorme de informações negativas, muitos indivíduos não conseguem manter o foco necessário para o desenvolvimento

de suas atividades diárias, mesmo que remotamente, e acabam necessitando de ajuda. Apesar de toda esta situação pela qual estamos passando, números da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que esta é uma tendência que já vem acontecendo há algum tempo, uma vez que o número de pessoas que vivem com depressão aumentou em 18%, entre 2005 e 2015, atingindo indivíduos de todas as idades. Neste contexto, a possibilidade de as pessoas adoecerem devido às questões ligadas ao trabalho, estresse e depressão se tornaram fatos que, infelizmente, fazem cada vez mais parte do dia a dia de grandes companhias, fazendo-as entender que não se pode tratar a saúde física separada da emocional e vice-versa. Assim, é grande o número de empresas que já se conscientizaram desta realidade

EXPEDIENTE JORNAL O PROGRESSO LTDA | CNPJ: 30.620.712/0001-74 Fundador: Weimar Torres (1951-1969)

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Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

Política

Governo de MS fecha acordo com o BNDES para prosseguir com desestatizações

Concessões, parcerias público-privadas e reestruturações podem atingir setores como a Saúde

DIVULGAÇÃO

Aproveitando a especialização do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em desestatização, o Governo de Mato Grosso do Sul assinou um acordo de cooperação técnica com a empresa pública federal para um planejamento de novos projetos. Preliminarmente, o Estado elencou cinco setores com o objetivo de ver a pré-viabilidade de desestatização: saúde, parques, estruturação imobiliária, aeroportos e telecomunicações, além da venda de empresas ou participação acionária. “Esse acordo de cooperação técnica estabelece uma relação institucional com o BNDES e possibilita a troca de informações para pros-

Neste ano, o Governo já assinou o contrato de concessão da rodovia MS-306, em uma extensão de 219 quilômetros pecção de novos projetos. Vamos avaliar o que faz sentido desestatizar, do ponto de vista econômico e social, e aí se debruçar sobre eles. Inclusive podemos incluir outros setores no acordo”, explicou a secretária Especial de Parcerias Estratégicas do Estado de Mato Grosso do Sul, Eliane Detoni. Entre as possíveis formas de desestatizações envolvidas estão alienação, aumento de capital de empresa controlada pelo Estado, reorganização societária, outorga de concessão, PPPs (Parcerias Público-Privadas), transferência à iniciativa privada de atividades em que a participação do Estado não é essencial e processos de reestruturação de ativos e passivos financeiros.

Secretaria de Governo estabelece uma relação institucional com o BNDES

Na Saúde, foi adotado o sistema de OS (Organização Social) para gerir hospitais no interior, já em vigor em Ponta Porã –onde houve substituição da entidade que comandava o Hospital Regional– e o Hospital de Cirurgias da Grande Dourados.

Projetos de Marçal facilita doação de alimentos e cria incentivo à saúde Conforme o projeto, o Seguro de Vida deverá ter o prêmio líquido mínimo de R$ 100 mil reais O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) tem apresentado na Assembleia Legislativa uma série de Projetos de Lei que tem como objetivo minimizar os efeitos econômicos trazidos pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Um deles institui a Política de Incentivo à Doação de Alimentos por empresas de industrialização, beneficiamento, manipulação ou comercialização de alimentos, supermercados e estabelecimentos congêneres, no Estado. A proposta objetiva combater a fome, promovendo o aproveitamento de alimentos em condições adequadas para o consumo, para diminuir desperdícios, bem como promover a destinação dos alimentos às pessoas hipossuficientes ou

às instituições que prestam atendimento a este público, além de estimular a solidariedade e a participação da sociedade nas questões que afetam a coletividade, como a erradicação da fome. Em Mato Grosso do Sul não existe uma política que proteja os empresários que desejam realizar doação de alimentos, com isso são descartados no lixo. O deputado justifica que a opção de se doar alimentos deve ser incentivada, amparada e regulamentada pelo Poder Público. “O incentivo à doação de alimentos é medida mais do que necessária, principalmente, neste momento de crise mundial”, defende o parlamentar. Também apresentado por Marçal Filho, Projeto de Lei institui a política de incentivo aos profissionais de saúde, que estejam atuando na saúde pública estadual ligados ao combate à pandemia pela Covid-19. O incentivo é composto por Seguro de Vida, Auxílio de Atividade

O Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, também é alvo de especulações sobre a adoção do sistema. Neste ano, o Governo do Estado já assinou o contrato de concessão da rodovia MS-306, em uma extensão

de 219 quilômetros, da divisa com Mato Grosso até a BR-158, em Cassilândia, garantindo investimentos que vão dar mais segurança para os condutores e se prepara para publicar o edital da PPP de esgotamento sanitário da Sanesul.

LUCIANA NASSAR

COLONO - cumpadi o cigarro vai ficar caro né?

ZÉ PINGA - E nem adianta chamá os coronér! ic, ic, ic...

Deputado Marçal Filho (PSDB) Risco e Salário Profissional Convocado. Conforme o projeto, o Seguro de Vida deverá ter o prêmio líquido mínimo de R$ 100 mil reais; o Auxílio Atividade de Risco será no valor de um salário mínimo, por dois meses consecutivos. Já o Salário Profissional Convocado será concedido de acordo com o valor mensal compatível com o piso salarial estabelecido por cada categoria, sendo o direito ao Seguro de Vida e ao Auxílio Atividade de Risco estendido ao profissional convocado.



EAD “derruba” rendimento e ensino vira desafio para os pais PÁG. 3

“Educação a distância esbarra no desafio do acesso à internet” PÁG. 4

DIA A DIA Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

EDGAR KANAYKÕ XAKRIABÁ ETNOFOTOGRAFIA | ANTROPOLOGIA

PANDEMIA desencadeia onda de ódio contra índios na internet Comentários ofensivos estão sendo monitorados e crime prevê multas e pena de 1 a 3 anos de prisão Valéria Araújo A chegada do Covid-19 nas aldeias de Dourados, a mais populosa do País, gerou uma onda de comentários preconceituosos e de ódio nas redes sociais. A situação chamou a atenção da pedagoga indigena Michelli Alves Machado, que copiou várias dessas manifestações negativas em relação a comunidade e postou em sua rede social com o título “Assim caminha a desumanidade”. Ao O PROGRESSO ela disse que o objetivo da colagem foi a de chamar a atenção para o preconceito enraizado que está dentro da sociedade e que a doença é apenas uma desculpa para a disseminação desse ódio. “O problema não é a pandemia, a questão é que somos indígenas. Se essas pessoas pudessem exterminar ou apagar a população indígena eles fariam isso sem pensar duas vezes. Estão usando o vírus apenas para aflorar o ódio e preconceito que

Professor Neimar Machado acredita que esses preconceitos, resultado da ignorância e falta de conhecimento, são antigos estão dentro delas. Muita gente de Dourados conhece a Reserva, mas só se apega a questões negativas dela e generalizam. Dizem que só tem pinguço, que nós só vivemos de cesta básica ou que não gostamos de trabalhar. Mas essas mesmas pessoas se esquecem que perfis como os descrevidos existem em qualquer comunidade indigena ou não”, destaca. Segundo ela, dentre os vários comentários racistas, o que insinua “índio não é humano” foi o que mais chamou a atenção. “A gente é o que? Não podemos ser considerados humanos? Somos animais?”, indaga. Além disso, segundo ela, houve comentários de que os índios teriam que ser presos dentro da reserva. “Como na cidade, as pessoas aqui só estão saindo para trabalhar. Esquecem da importância econômica que os quase 20 mil indígenas geram para o município. Se fizerem uma pesquisa no comércio, por exemplo, vão ver que os índios são os que mais pagam em dia”, enfatiza.

Conforme a pedagoga, além de querer “prender” os índios na reserva, comentários insinuam que eles são culpados pela disseminação do vírus. “Ninguém quer ficar doente e se o vírus chegou até aqui foi porque foi transmitido”, ressalta. Professor na Faculdade Intercultural Indígena na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Cassio Knapp também acredita que o momento aflorou um preconceito que já é latente na cidade. “Se pensarmos do ponto de vista histórico, é triste e cômico ao mesmo tempo ver pessoas falando que os “índios estão do lado de Dourados” quando na verdade a cidade é que foi formada ao redor de uma área demarcada para os indígenas. A cidade não estava aqui primeiro. Nesses momentos as pessoas tendem a enxergar os indígenas na cidade de Dourados como se esses já não convivessem nela, parte do apagamento e da invisibilidade dos povos indígenas na cidade demonstra o preconceito do cotidiano da cidade”. Ele acrescenta: “Se exclui toda uma percepção até econômica que esses sujeitos tem com a cidade como se ela fosse um lugar que não fosse construído com a presença indígena. Como se existisse a cidade para os “brancos” e a não-cidade para os indígenas”, ressalta. Na mesma linha de raciocínio, o professor de Geohistória Colonial na Faculdade Intercultural Indígena, Neimar Machado de Souza, acredita que esses preconceitos, resultado da ignorância e falta de conhecimento, são antigos. “Os comentários preconceituosos nas redes sociais contra os povos indígenas revela gente contaminada pela desumanidade e que pensa ser a internet território sem lei. Além disso as ofensas virtuais desnudam o racismo real que atribui ao oprimido a causa de sua opressão, ao doente, a causa de seu mal, escondendo a verdade que se trata de um vírus colonial, que se espalhou do centro para a periferia, além, de ordem de suas preferências, atingir em cheio a população já empobrecida, maior fator de risco à COVID-19. Para o preconceito também não temos vacina”, ressaltou.

Saiba mais

Providências

Advogado do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Anderson Santos, destaca que crimes de ódio na internet pordem gerar multas e penas de prisão que variam de um a três anos de prisão. “Lamentável a discriminação e o preconceito que sofre a comunidade indígena na região de Dourados. Considero o local onde mais se exerce o ódio contra populações indígenas no País. A ignorância das pessoas as cegam, não as deixam ver que todos somos humanos e se estamos em uma posição melhor ou pior, não foi por nossas escolhas, mas sim pelas oportunidades que obtivemos durante a vida”, ressalta. Ele continua: “Os comentários racistas e preconceituosos serão todos colhidos pela assessoria jurídica do CIMI e encaminhados aos ministério público federal para tomada de providências que vai desde a abertura de procedimento investigativo a fim de averiguar a ocorrência de crime previsto no art. 140, parágrafo terceiro do código penal brasileiro e, até mesmo, a possibilidade de ações judiais por dano coletivo contra a população indígena. Todos os comentários feitos nesse calão serão imediatamente acessados para evitar que se apaguem”, enfatizou.


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Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Sem acesso a internet, evasão escolar nas aldeias pode passar de 40% Previsão é de professores que trabalham com crianças e adolescentes na Reserva de Dourados FOTOS: ELIEL OLIVEIRA/ARQUIVO

Valéria Araújo O ensino a distância é um desafio na Reserva Indígena de Dourados. Sem internet e acesso a computadores, os alunos recebem atividades em uma espécie de cartilha impressa, que eles precisam buscar na escola, levar para a casa, desenvolver os exercícios e devolver o material na escola para ser corrigido. Nas turmas da pedagoga Micheli Alves Souza, uma minoria conseguiu terminar o ciclo. “Em alguns casos eles não buscaram a atividade, em outro não devolveram e em outra situação, não conseguiram fazer os exercícios sozinhos. Em uma das minhas turmas que tem 35 alunos, apenas seis entregaram”, destacou, observando que a comunidade estima que se nada for feito haverá evasão escolar em mais de 40% pós pandemia. Segundo a pedagoga, as crianças estão em casa, mas sem acesso à escola o que para ela é uma situação bem grave. “É necessário que de alguma forma a gente encontre uma solução para que se chegue a essas crianças. É urgente tomar medidas para evitar a interrupção de educação e garanta acesso a modalidade de ensino à distância continuada e flexíveis para todas as crianças em casa incluindo aquela sem acesso

Sem acesso a computadores, alunos recebem atividades em uma cartilha impressa, que eles precisam buscar na escola à internet e aquelas que têm deficiência. Esta é uma crise Educacional sem precedente na história do Brasil e principalmente nas comunidades mais veneráveis e nelas inclui a comunidade indígena. Mesmo porque nunca houve tanta escola fechada ao mesmo tempo devido a expansão do coronavírus”, destaca. Ela continua: “Se o fechamento da escola for prolongado há um grande risco das crianças e adolescentes ficarem atrasadas em seu aprendizado e é possível que os estudantes, principalmente adolescentes nunca mais voltem a escola. Então é vital que eles não parem de aprender em casa e precisamos encontrar uma maneira que deve ser discutida com os professores indígenas, coordenadores, lideranças, equipe da gestão da Educação do município e do Estado com o objetivo deles continuarem aprendendo de forma mais prática e de qualidade”, orienta. Segundo a pedagoga, uma alternativa que poderia ser avaliada é a aula via rádio, mas isso deve ser discutido com toda a comunidade. “O fechamento das escolas implica não só no aprendizado, mas também em serviços básicos e importantes como a merenda escolar, programas recreativos e atividades extracurriculares, além do apoio ao serviço que as escolas também desenvolveram

Parte dos alunos da Reserva de Dourados estaria enfrentando dificuldades no aprendizado a distância com as crianças através de projetos e de outras formas de serão afetadas assim como em projetos de saúde a água, saneamento básico e higiene. A discussão para educação de qualidade em casa é necessária e urgente”, alerta. Para a professora Cristina de Souza, a educação também está sendo uma tarefa difícil. “Se antes da pandemia já havia muitas dificuldades no ensino, imagina agora? O ensino à distância dificultou muito o aprendizado dos alunos e isso fez com que eles pensem duas vezes antes de querer estudar. Teve um aluno que me procurou e disse que não vai mais voltar para a escola porque ele acredita que não vai conseguir. O aluno contou que se na sala de aula já é difícil porque ele precisa conciliar os estudos e o trabalho, imagina agora com os vários trabalhos sem acesso a explicação que antes tinha em sala de aula”, conta, observando que a dificuldade é ainda maior para quem fala a língua materna. “Na escola eles conseguem se comunicar com os professores. Em casa a realização dos trabalhos se torna um desafio grande porque o professor não está ali para orientar e tirar dúvidas”, explica. “Esse ano eles estão recebendo o mínimo do ensino previsto”, lamenta. Luiz de Souza Freire Júnior é diretor de escola. Apesar dos desafios, ele tem boas perspectivas em relação ao ensino a distância. “Na reserva tudo é mais difícil. A grande maioria não tem acesso a internet, os que possuem muitas vezes não tem a qualidade necessária para acesso as aulas. Mas aos poucos a tecnologia vai chegando, cerca de 30% já tem acesso, como não houve um tempo de adaptação está sendo difícil mais aos poucos estamos conseguindo, os alunos sem acesso estão recebendo atividades impressas e entregando aos professores”, relata.

Após desenvolverem os exercícios material é devolvido na escola para correção

“É necessário que de alguma forma a gente encontre uma solução para que se chegue a essas crianças. É urgente tomar medidas para evitar a interrupção de educação” Micheli Alves Souza (Pedagoga )


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Dia a Dia

EAD “derruba” rendimento e ensino vira desafio para os pais Em Dourados, mães se tornam “professoras auxiliares” do dia para a noite DIVULGAÇÃO

Que a pandemia do novo coronavírus vai transformar todas os setores sociais, isso é indiscutível. As metodologias de trabalho, de investimento financeiro, as formas de se relacionar e até mesmo a maneira de se aprender: todas elas devem sofrer mudanças importantes. Na educação, a pandemia provou o valor da escola e do professor. Também levantou debates importantes sobre a democratização da internet, uma vez que esta tem sido a ferramenta mais explorada para minimizar os distanciamentos provocados pela pandemia. Na casa da jornalista Caroline Ribeiro, de 34 anos, o fechamento das escolas representou um enorme desafio. A filha dela, Lorena, tem 4 anos, e estuda numa instituição particular em Dourados. Desde que os encontros foram suspensos, as

Na educação, a pandemia do novo Coronavírus provou o valor da escola e do professor atividades têm sido realizadas à distância através da internet. A interatividade com os professores via plataformas digitais não tem sido suficientes e exigiu da douradense e do esposo ainda mais participação na vida escolar da pequena. “A Lorena está em fase de aprendizagem e talvez se eu não der o meu melhor, isso a prejudique. Então incorporo a “tia Carol” e vamos lá”, disse relacionando o desafio ter que se tornar ‘professora auxiliar’ da noite para o dia. Claro que esta é uma ilustração para a atividade, mas em tempo de suspensão das aulas, obrigou os pais a se reinventarem na forma de apoiar os filhos. Caroline e o esposo estão sentindo na pele e ainda não sabem como irão proceder nos próximos meses. Eles aguardam as atualizações das organizações de saúde. A mãe res-

Jamilyê tem se desdobrado para ajudar o filho mais velho com as atividades salta que mesmo com a possibilidade de retorno em breve, ainda teme a exposição da filha ao novo coronavírus. “É um exercício de paciência diário, porque eu tenho que entender que ela tem 4 anos. Mas ao mesmo tempo tenho que ter disciplina, afinal ela tem reconhecer que aquele momento é hora da aula. Mas eu percebo que ela sente falta da rotina escolar. Dos amigos, da professora, porque quando a tia aparece no vídeo, ela fala q tá com saudade, fica com os olhinhos vidrados”, relatou. Quem também viu a rotina dentro de casa virar de ‘cabeça para o ar’ foi a douradense Jamilyê De Pieri. Mãe de dois meninos, de 7 e 11 anos, ela tem se desdobrado para ajudar o

mais velho com as atividades escolares. Ele estuda em uma unidade pública do Estado, está no sexto ano, mas segundo a mãe, tem tido um déficit de aprendizagem enorme com a mudança nos formatos de aula. Jamilyê confessa sentir que o ano escolar do filho está perdido, caso a realidade não mude. “Preferia que ele fizesse o sexto ano novamente no ano que vem, com calma, aprendendo. Já estamos passando por tantos desafios. Para as crianças existe uma dificuldade imensa em não poder sair, não poder brincar com os amigos e etc, e mais isso. Sem contar as provas”, afirma. Ela relata alguns desafios no apoio ao filho, sendo os principais a dificuldade de associar o ambiente

de casa como a ‘nova sala de aula’, a dificuldade para gerenciar o tempo em função do filho (Jamilyê é viúva, cuida dos filhos sozinha e precisa trabalhar para sustentar a família), sem falar no esforço dos professores, que segundo ela estão fazendo o possível, mesmo que isso seja pouco eficiente. “Já meu outro, que estuda no Município, esse seria o ano em que ele aprenderia a ler. Mas o município decidiu não enviar atividades, pois muitos alunos não têm acesso a internet. Achei sábia a decisão”, comentou sobre o filho mais novo. Na rede municipal as crianças estão sem qualquer cronograma escolar adaptado desde que as aulas foram suspensas, em março. Milena Brum é mãe de uma menina de 6 anos. Nos últimos meses precisou adaptar a vida para cuidar da mãe, que está acamada. Esse é um esforço que ela garante assumir com prazer, mas a chegada da pandemia trouxe uma responsabilidade ainda maior: gerenciar a rotina escolar da filha. A menina ainda está em fase de aprendizagem, ainda não sabe ler com precisão, e precisa do suporte familiar para suprir as necessidades que o distanciamento provocou. “Olha, agora de uma semana pra cá que a escola adaptou o formato das aulas e passou a ter aulas onlines, mas até então eles mandavam as atividades no Google Classroom e as crianças tinham que resolver na apostila, tirar foto e enviar novamente. Minha filha mal aprendeu a ler, então quem tinha que praticamente resolver as atividades era eu. Ela é uma criança de 6 anos, que está aprendendo a ler agora, não sabe mexer com tecnologia ainda. Na minha opinião aulas online só funcionam com as crianças maiores, eles deviam se adaptar a outro método para as crianças pequenas”, afirmou.


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Dia a Dia ENTREVISTA · Maísa Barbosa da Silva Cordeiro - Doutora em Letras, professora Universitária e pesquisadora de crítica feminista e políticas públicas de leitura

“Educação a distância esbarra no desafio do acesso à internet” Para a educadora Maísa Barbosa da Silva Cordeiro, as transformações na forma de educar não devem sofrer mudanças tão expressivas no Brasil após a pandemia do novo coronavírus. Ela considera a falta de acesso à internet como o principal entrave para se garantir a educação a distância com qualidade. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta semana, 45,9 milhões de brasileiros ainda não tinham acesso à internet em 2018. Este número corresponde a 25,3% da população com 10 anos ou mais de idade. Essa falta de democratização da internet precisa ser considerada na hora de avaliar a eficácia do estudo remoto. “Aulas remotas, para a educação básica, só são válidas neste momento de crise”, considera. Confira a entrevista concedida ao O PROGRESSO.

Frases “Eu acredito que é possível dinamizar o ensino, inserir o aluno em uma realidade virtual, ensinálo a usar computadores e a tecnologia. Tudo isso dentro da escola” “Quem valoriza a educação valoriza em qualquer cenário. Quem desvaloriza, desvaloriza em qualquer cenário. Quem perde, nesse processo, são os educandos”

Quais devem ser as transformações na forma de educar, a partir do pós-pandemia, dentro das escolas? Olha, para o pós-pandemia, sinceramente não há como prever. Não acredito que haverá grandes transformações no modo de se ensinar, pelo menos por aqui.

“O momento é de nos adequarmos a uma situação que, espera-se, é temporária. As aulas remotas são válidas e importantes”

Você acha que o ensino a distância é algo que deve ser implementado de forma mais colaborativa quando tudo isso passar? Qual sua avaliação sobre o método dentro do ensino básico? Não acho uma opção, nem parcialmente, para o ensino básico, em especial, o público. A escola é mais que um espaço de ensino e de aprendizagem, é local de socialização. Privar a criança ou o adolescente disso é prejudicá-lo em sua sociabilidade, o desenvolvimento de sua percepção ética em situações que só são possíveis no contato diário com colegas e professores. Tirando as dificuldades financeiras, as diferenças sociais, o fato de não termos democratização de internet, de condições de acesso a computadores.

mizar o ensino, inserir o aluno em uma realidade virtual, ensiná-lo a usar computadores e a tecnologia. Tudo isso dentro da escola. O foco em qualquer ação de políticas públicas não deve ser o de baratear o ensino. Isso é extremamente problemático. Ainda mais dentro de um governo que já sucateia a educação. Baratear mais só se o professor der aula de graça.

Mas descartar essa possibilidade não seria negar uma realidade cada vez mais inserida no ambiente social? Por exemplo, se isso tornar o ensino mais dinâmico, acessível e barato, não poderia ser uma alternativa a ser implementada, nem que seja parcialmente? Eu acredito que é possível dina-

Você acredita que essa crise também serviu para que os pais compreendam o papel da escola e passem a valorizar ainda mais a educação? Desde as instituições aos professores? Olha, a construção da ideia do professor e da escola como ambientes prejudiciais e/ou ruins pa-

“Professores não estavam habituados com as aulas remotas, e estão aprendendo na prática”

ra crianças e adolescentes é antiga e vinculada a uma ideia de poder e de dominação que precisa negar um saber institucionalizado. Desde a desvalorização da ciência. Agora, por exemplo, vivemos em um ambiente de crescimentos de movimento anti científicos, seja o movimento do terra planismo, os movimentos antivacinas. Há todo um movimento de negação do saber científico. Começou com as ciências humanas, com a desvalorização de áreas como a filosofia, sociologia, entre outros. Agora, está em seu grau mais absurdo, como, por exemplo, do presidente indicando remédio. E um remédio que não está aprovado pelos médicos. Há então a negação do saber científico de toda a medicina. É necessário mais do que uma

pandemia para que esses pais, que desvalorizam o professor, a escola e o saber científico, mudem. É preciso um resgate de valorização do saber científico, o planejamento de uma participação dos pais de modo mais efetivo na escola, entre outras ações. Escola é lugar de assimilação de conhecimentos científicos, técnicos, mas também éticos e o desenvolvimento de percepção crítica acerca dos microcosmos e dos macrocosmos. Sentir na pele o desafio de apoiar os filhos na educação vai sensibilizar os pais para essa importância, tantas vezes ignorada? Quem valoriza a educação valoriza em qualquer cenário. Quem desvaloriza, desvaloriza em qualquer cenário. Quem perde, nesse processo, são os educandos. Mas não creio que as aulas remotas são suficientes para inverter uma desvalorização histórica da figura dos professores por parte de uma parcela de brasileiros. Por fim, o que esperar da educação nesses dias? Como as nossas crianças sofrerão com essas mudanças? O momento é de compreender, reinventar, parar e esperar... o que fazer? O momento é de nos adequarmos a uma situação que, espera-se, é temporária. As aulas remotas são válidas e importantes nesse momento, mas também deve ser tempo para compreender que tanto tecnologicamente não estamos preparados, tendo em vista que há uma parcela significativa de brasileiros sem internet, sem computadores e sem conhecimento de manipular ferramentas virtuais de ensino. Igualmente, professores não estavam habituados com as aulas remotas, e estão aprendendo na prática algo completamente diferente do que estão acostumados. Aulas remotas, para a educação básica, só são válidas neste momento de crise. Creio que seja importante interrogar como as crianças já estão sofrendo: isolamento, falta dos colegas e professores, necessidade de aprender em um ambiente ao qual não estão acostumadas, dificuldades financeiras de acesso. Para mim, o momento é de adequações ao momento em que estamos, e, também, um momento de compreensão das crianças, dos professores e dos pais e responsáveis, pois estão todos e todas imersos em um cenário absolutamente diferente.


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Dia a Dia

Coronavírus reacende debate sobre uso da ozonioterapia

DIVULGAÇÃO

Ozônio é eficaz no aumento da imunidade e pode ser usado contra a Covid-19 Valéria Araújo A pandemia do coronavirus reacendeu os debates acerca da utilização do ozônio para o tratamento de doenças. Na Câmara Federal o Projeto de Lei 1383/20 autoriza a utilização da ozonioterapia como tratamento médico complementar, em todo o território nacional, para os casos em que for constatada a Covid-19. Autora da proposta, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) destaca que não há qualquer evidência científica relacionada à efetividade da ozonioterapia na prevenção ou tratamento para o novo coronavírus. “Entretanto, possibilitar que a comunidade médica utilize o tratamento quando julgar necessário pode ser benéfico, afinal, essa terapia vem sendo cada vez mais estudada com intuito de auxiliar em tratamentos de feridas extensas, infecções fúngicas, bacterianas e virais, lesões isquêmicas e várias outras afecções, tendo se mostrado muito eficaz na maioria dos casos”, afirma. Em Dourados, o médico naturopata Luércio Carlos Spohr, diz que o ozônio

medicinal é usado há mais de um século na Europa com excelentes resultados em mais de duzentas e cinquenta patologias, dentre elas queimaduras , pés diabéticos em otites, sinusites, sistites quadros crônicos endometriose ovário polissistico infertilidade, hepatites, doenças virais fúngicas ou bacterianas, além de adjuvante e em outras situações como terapia principal. No entanto os estudos ainda estão em andamento para o uso do tratamento da Covid-19. Ele explica ainda que o ozônio é produzido a partir do oxigênio medicinal por aparelho de alta voltagem. Esse gás faz com que as células do corpo produzem citocinas, bem como outros mediadores importantes, tais como interferons e interleucinas. Estas sinalizam informações para outras células que ativam toda cascata imunológica promovendo o reequilíbrio orgânico, para inflamações, dores reumáticas e outras situações imunológicas promovendo a axigenaçåo sanguíneo. Apesar da comprovação dos benefícios à Saúde ele elerta que esse procedimento deve ser feito por um profissional

qualificado e sob consulta. “Existem fatores sanguíneos a serem examinados além de restrições, inclusive como o fato do gás não poder ser inalado. Há também aparelhos ozonificadores de água que também não pode ser consumida sem acompanhamento pois além de outros inconvenientes pode ressecar toda mucosa”, alerta. A Associação Brasileira de Ozoterapia tem alertado que, “embora sejam conhecidas e reconhecidas internacionalmente as propriedades bactericidas , fungicidas e virustáticas do ozônio medicinal, até o momento não se tem notícia de qualquer trabalho científico publicado que relacione o uso do mesmo e o fortalecimento do sistema imunológico frente à infecção por COVID 19, até por ser este um agente microbiológico de presença recente em nosso meio”. Conselho Federal de Medicina Também já tramita na Câmara o PL 9001/17, do Senado, que autoriza a prescrição da ozonioterapia em todo o País. O Conselho Federal de Medicina (CFM) alertou, em nota pública, que vai recor-

Médico naturopata Luércio Spohr rer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso a proposta seja aprovada pelos parlamentares. Para o conselho, apesar de praticada em diferentes países, a ozonioterapia ainda carece de garantias de eficácia e segurança. Em resolução publicada no Diário Oficial da União, o CFM proíbe aos médicos a prescrição desse tipo de tratamento dentro dos consultórios e hospitais. A exceção pode acontecer em caso de participação dos pacientes em estudos de caráter experimental, com base em protocolos clínicos e critérios definidos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. O intuito é assegurar aos participantes das pesquisas: suporte médico-hospitalar em caso de efeitos adversos, a garantia de sigilo e anonimato; e a gratuidade do acesso ao procedimento.


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Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Voluntárias confeccionam e doam máscaras para pacientes com câncer Mais de um mil máscaras estão sendo entregues e protegendo vidas em Dourados Valéria Araújo Um grupo de voluntárias de Dourados resolveu usar o tempo da quarentena para ajudar pacientes que estão em tratamento contra o câncer. Ao todo 15 mulheres do grupo “Amigos do Peito” já confeccionaram juntas mais de um mil máscaras. A iniciativa deu tão certo que elas ampliaram o atendimento e já doam para quem pede ajuda no bairro onde moram, independente se tratam a doença ou não. Iracema Tiburcio é uma das voluntárias. Ela disse que uma das diretrizes do grupo, que abrange mais de 50 pessoas, é o trabalho em prol de quem precisa de ajuda. “Nós já vínhamos fazendo outros projetos já conhecidos pela sociedade e com a entrada da pandemia, resolvemos abraçar mais esse. Todos os dias as voluntárias reservam parte do seu tempo da quarentena para produzir e distribuir. Eu mesmo, no meu bairro, saí de porta em porta entregando para quem havia me pedido. É bom para quem recebe e muito gratificante para quem doa”, explica, observando que as máscaras confeccionadas pelo grupo já chegaram em unidades de tratamento de câncer, unidades de saúde dos bairros e nas comunidades mais carentes. Modo de usar A máscara feita com tecido foi recomendada pelo Ministério da Saúde, diante da dificuldade de abastecimento do mercado com máscaras cirúrgicas. Ela deve ser trocada regularmente e nunca compartilhada. Amigos do Peito O projeto “Amigos do Peito” existe desde 2003, quando um grupo de oração formado por amigas, decidiu se juntar também para ajudar mulheres que passaram pela mastectomia, que é a cirurgia para remoção da mama ou parte dela devido a câncer. Depois das próteses mamárias, as voluntárias abraçaram o projeto de perucas de cabelo natural em parceria com o Semiaberto feminino e 3ª Vara Criminal. As voluntárias decidiram ampliar a corrente do bem por meio das redes sociais para doação de matéria-prima para confeccionar as perucas da lãs para as crianças em tratamento de câncer. Elas também têm a Boneca Vitória para pessoas que venceram o câncer e outras dezenas de ações sociais por Dourados.

COMO DOAR O grupo aceita doações de material como linha, tecido e elástico para continuar as produções. Para doar, o interessado pode entrar em contato com qualquer uma das voluntárias. O telefone da Iracema é: (67) 99608-9248.

FOTOS: DIVULGAÇÃO


CADERNO B

“Há uma marginalização da poesia, aliás da Cultura” PÁG. 2

Saúde da mulher vai além dos cuidados ginecológicos PÁG. 3

Dourados 25.5.2020

O PROGRESSO

PROTEÇÃO

ESTILOSA Máscaras tornam-se criativas e viram itens de moda na quarentena

As cerejas penduradas dão charme especial na máscara da pequena

Cristina Nunes Especial para O Progresso A medida que as semanas da quarentena vão se estendendo, a máscara facial usada para proteção ao covid-19 evoluiu para um item de moda. Criativas e cheias de cores elas fazem a alegria de pessoas de diferentes faixas etárias e estilos. Em Dourados, Evandro Santos Pinheiro conta que confecciona máscaras para diferentes estilos. “Adoro a individualidade de cada um. A máscara deixou de ser apenas um item de proteção e tornou-se uma forma de expressão e identidade”, afirmou Evandro. “As mais pedidas são as de séries televisivas para combinar com as camisetas. Há também aqueles que expressam suas lutas, como causas LGBT e feminismo através das estampas”, destacou Evandro. Gabriela Grattão mãe do casal de gêmeos Helena Grattão Holz e Valmir Afonso Holz Neto conta que usou da criatividade para que as crianças pegassem gosto em usar máscara e se protegerem. “Até a boneca ganhou uma máscara para combinar com a da Helena. Frutinhas aplicadas também fizeram sucesso aqui em casa”. Valmir usa a máscara combinando com a estampa militar da calça”. Seu Arlindo Franco quer se proteger e também mostrar seu amor ao time do coração. Ficou feliz ao ganhar a máscara do Palmeiras.

A fotógrafa Larissa Simões apostou na criatividade para compor o look combinando máscara com tiara

Arlindo Franco usa máscara que expressa paixão pelo time

IMPORTÂNCIA DA MÁSCARA Pelas ruas de Dourados, é fácil perceber que boa parte da população já aderiu ao uso das máscaras. Em outros países, antes mesmo da pandemia, já era frequente o uso das máscaras, algo cultural. No Brasil, os cidadãos têm se adaptado e aderido como fator de proteção e prevenção na disseminação do Covid-19. Decretos municipais recomendam a utilização das máscaras, especialmente para atendimentos no comércio, unidades de saúde e demais estabelecimentos ou locais com muita entrada e saída de pessoas.

Gabriel Marques com a máscara que expressa a luta LGBT contra o preconceito

Valmir fez sucesso nas redes sociais usando máscara e calça tendência militar

A pequena Helena quis proteger até a boneca com uma linda máscara de unicórnio


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Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

Caderno B ENTREVISTA · Carlos Nejar - Escritor, membro da Academia Brasileira de Letras - ABL

“Há uma marginalização da poesia, aliás da Cultura” Frases

O poeta, ficcionista, tradutor e crítico literário brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia, Luís Carlos Verzoni Nejar, acredita que existe uma marginalização na cultura. Em entrevista à escritora Delasnieve Laspet, presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Mato Grosso do Sul, ele destaca que a riqueza cultural do Brasil, hoje, está nas províncias.

Não sou nem fácil, nem quotidiano. “Na medida do amor que tiverdes, tereis o entendimento dos meus versos” anotou Camões. “A Poesia que me entende. Não raciocino, ela que me raciocina. A imaginação perscruta na palavra a memória da espécie. Poesia é portanto, instinto e rigor, visão do mundo”

Qual é o escritor e respectivo livro que foi sua base poética? Minha base poética é a respiração cultural do mundo. Desde a literatura brasileira: Bandeira, Drummond, Jorge de Lima e João Cabral, à Dante Alighieri, Shakespeare, Camões, Cervantes, Fernando Pessoa, Lorca, Guillén, Eliot, Rimbaud, Valéry... Chamo de confluências. A tradição e a ruptura, o rosto deste tempo na linguagem.

“Escreveria, mesmo que não tivesse leitores. Tenho vocação irresistível para a vida”

Como você classifica a sua poesia. A sua literatura? Minha criação não é classificável, como a vida não aceita rótulos. A criação gera a sua própria natureza incandescente. Porque escreve? Como e onde? Escrevo porque estou vivo, escrevo porque não consigo comter o universo que me cerca, escrever porque é preciso transcender a morte pela palavra. A criação me nasce sempre primeiro à mão, depois digito. Preciso sentir o relâmpago. Como? Nasce, não explico. Escrevemos, na medida em que somos escritos e sonhados. Você é de fácil leitura e um inventor de palavras? Como é a sua linguagem? Não sou nem fácil, nem quotidiano. “Na medida do amor que tiverdes, tereis o entendimento dos meus versos” anotou Camões. Faço o que a criação quer, não busquei leitores, eles que me descobrem e continuam. Os nossos contemporâneos nos escolhem, seja neste tempo, ou depois. Não importa. Minha poesia cria uma nova épica contemporânea, a épica de Futuro, diferente da tradicional que é de um tempo passado. O meu romance revela o pesadelo do mundo contemporâneo, o uso do simbólico e alegórico, com texto onde habita a linguagem, acima dos gêneros é enredo, narrativa que se inventa a cada linha, fugindo do relato linear, sem precisar de criar palavras, pois amo as que existem e que me amam. Com seres que são capazes de sofrer metamorfose. Pois, como anotou Oscar Gama Filho,

Meu ponto de chegada é a Eternidade, com meu melhor Amigo de sempre, Deus.

grande crítico, fundo novo estilo de época. O que é visível em “Degraus do Arco-Íris, ou Riopampa ou Vida Secretados Gabirus ou Matusalém de Flores, A Engenhosa Letícia do Pontal( meu d. Quixote de saias).É ficção, poesia, ensaio.Crio mitos, ou são eles que me criam. E faço o romance pensar. E é profético. Por exemplo, escrevi em 2014, o que esta acontecendo hoje no coronavírus, ao relatar uma caverna pestífera, nos “Degraus do Arco-Íris”. No livro Riopampa, há a luta pela água, que será o ouro no futuro. Como se vê na água do rio; vivemos de água mineral. Qual e o seu engajamento? E a religião? Meu partido é o da condição humana. Tento dar rosto e voz aos viventes. Creio na Obra do Espírito de Deus, na Obra de Eternidade, através da fé na revelação da palavra. O poeta é a testemunha do tempo? O oráculo? O Poeta há de ser testemunha de sua época. Oráculo não. Oráculo é o tempo. Nos dias atuais qual a aceitação da poesia? Há uma marginalização da Poesia.

Aliás da Cultura. O início de Certa barbárie. Mas a Poesia resiste, mesmo nas catacumbas. Como poeta - como você entende a poesia? A Poesia que me entende. Não raciocino, ela que me raciocina. A imaginação perscruta na palavra a memória da espécie. Poesia é portanto, instinto e rigor, visão do mundo. Mas o rigor não pode segurar o espírito. E as palavras precisam levitar. O que você acha sobre as atividades culturais em nosso País? A riqueza cultura do Brasil, hoje, está nas províncias. O que vi, em Mato Grosso do Sul me impressionou, sob a sua liderança de poeta e incentivadora, na Academia de Artes e Letras dessa cidade. Como você gostaria que fosse a poesia no Brasil? Não acho. A Poesia é, ou não. Não existe meio-termo. Minha Exigência é de invenção e rigor, fogo e domínio. Qualidade de visão. Como a mídia se comporta frente a literatura? E com as outras artes? A mídia tem exceções incríveis. Es-

te jornal por me acolher, o Canal da Curta, 56, alguns programas ou revistas, mas a regra é a da banalidade. Nosso povo merecia melhor nível. Novelas, por exemplo, sempre iguais, repetitivas, salvo também alguma exceção. Sou frequentador de noticiários, como a da GloboNews... Nos distrai neste tempo de afastamento coletivo, embora igualmente nos assuste com as mortes. A rima - na poesia - ainda é importante? Eu creio que ela tende a desaparecer. Qual a sua posição? A rima , como a pá e o arado, para a terra, é instrumento de criação. Só que devemos procurar a que mais nos serve. Mas não há porque abandoná-la, como a arte do ritmo. E até o adjetivo ajuda , quando bem posto. Mas o poema tende à substantivação. Você pensa em poema - ele chega pronto? Como é a sua forma de produção? Por inspiração ou construção ou transpiração? É inspiração, transcriação mais do que construção. A lógica demasiada mata a poesia, que não é didática , ou pedagógica. Ou é mágica, ou não existe. O poema nasce , em regra, pronto. Vem soneto em sonho, pronto. Ou no escuro, para não acordar Elza, sob pequena lâmpada. De manhã parece perfeito. Talvez só mudança de alguma palavra. O dom é maior do que nós. Devo a Deus, sou apenas inquilino do mistério. Escreveria mesmo que não houvesse leitores? Poque que? Escreveria, mesmo que não tivesse leitores. Tenho vocação irresistível para a vida. Como você aprimora seu conhecimento? Leio muito, estudo. O esforço de investigar no desconhecido. Fale do seu livro "Os Invisíveis", o que o motivou? Meu livro “Os Invisíveis”, publicado em 2019, pela Ed. Bertrand do Rio, trata , em poesia dura, pungente, das Tragédias Brasileiras:Monumento ao Rio Doce (água); Martírio do Museu Nacional (fogo); Brumadinho -tocata de barro em dor maior (lama) e a Azônia dos Awás (lâmina e ganância).Um épico de nossos dias. Para você, qual é o ponto de chegada? Meu ponto de chegada é a Eternidade, com meu melhor Amigo de sempre, Deus.


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Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

Bem estar

Saúde da mulher vai além dos cuidados ginecológicos, diz médica Especialista de Dourados alerta que mesmo na pandemia a prevenção a doenças deve permanecer Ana Teresa Gusmão de Lucia*

EXAMES QUE DEVEM SER REALIZADOS ROTINEIRAMENTE

A mulher, historicamente, é um ser que cuida. Toma conta dos filhos, do marido, dos pais, do lar e de tudo e de todos a sua volta. Além disso, trabalha fora, cumprindo uma dupla jornada faltando, muitas vezes, tempo para cuidar de si mesma. No ritmo frenético da vida moderna, mesmo nessa situação de pandemia e isolamento social, a mulher tem que encontrar tempo para cuidar de sua saúde, o que inclui cuidados em todas as fases da vida: desde a infância, passando pela adolescência, vida adulta e senilidade. Esta açāo integral à saúde da mulher visa proporcionar informação e acesso, em todas estas fases da vida, tendo como exemplos: vacinação, métodos contraceptivos, prevenção e tratamentos de IST (infecções sexualmente transmissíveis), acompanhamento pré natal, parto e puerpério, assistência no climatério e a prevenção de doenças crônicas e câncer. Portanto, práticas de vida saudável devem ser estimuladas e adotadas por todas as mulheres. Confira o que você pode fazer para melhorar a sua saúde e bem estar. Vacinação São recomendadas todas as vacinas preconizadas pela OMS e que fazem parte do calendário nacional de vacinação, sendo oferecidas gratuitamente pelo SUS. Na adolescência,

No ritmo frenético da vida moderna, a mulher tem que encontrar tempo para cuidar de sua saúde é importante a vacina do HPV, que previne o câncer de colo do útero e as verrugas genitais, devendo ser aplicada entre os 9 e 14 anos. Lembrar também nesta fase de verificar a vacina da Hepatite B, Febre Amarela, o reforço a cada 10 anos da Dupla Adulto (DT) que previne Tétano e Difteria, bem como a vacina contra a gripe (Influenza ), que inclusive está indicada para gestantes. Quando realizar a primeira consulta ginecológica A recomendação é que a primeira avaliação seja na época do início dos ciclos menstruais, quando as modificações puberais estão acontecendo. É um bom momento para orientar sobre o auto conhecimento do corpo, sexualidade, prevenção de ISTs e também sobre os métodos contraceptivos. É muito importante a menina aprender que pode decidir sobre quantos filhos quer ter e quando quer tê-los. Ou seja, escolher de forma consciente, evitando assim uma gravidez indesejada. Escolha do método contraceptivo ideal Existem vários métodos contra-

O mais importante é a consulta ginecológica, que inclui a anamnese (conversa com o médico) e o exame físico, ginecológico e de mamas, os quais já podem detectar várias doenças e dar início ao tratamento. Os exames complementares e de rastreamento vāo depender da idade e das queixas clínicas da paciente. O exame “Papanicolau” (preventivo), é preconizado a partir dos 21 anos, para pacientes que já iniciaram a vida sexual. A mamografia deve ser realizada a partir dos 40 anos, anualmente. Outros exames incluem o ultrassom de mamas e o transvaginal e os exames laboratoriais para pesquisa de Diabetes, Dislipidemias, Hipotireoidismo, entre outros. A Colonoscopia deve ser realizada a partir dos 50 anos a fim de detectar precocemente o câncer de intestino.

A mulher deve conhecer o seu corpo e as formas de mantê-lo saudável ceptivos e a mulher deve escolher junto com o seu ginecologista qual é o melhor para ela e qual é o mais adequado para o momento que está vivendo. Assim, durante a sua vida, a mulher pode fazer uso de diferentes métodos e é por isso que há muitas opções. Entre as principais encontramos: métodos hormonais (pílulas, adesivos, injeções e aneis vaginais), DIUs, preservativos, laqueadura, tubaria, vasectomia. Além destes, existem os métodos comportamentais, como tabelas e coito interrompido. Conversando com seu médico e conhecendo cada método, a paciente poderá escolher o melhor para si. Assitência Pré-Natal e ao parto A gestação é um dos momentos mais importantes da vida da mulher e deve ser cercada de cuidados adequados, que visam identificar fatores de risco e doenças, evitando possíveis complicações da gravidez. O objetivo é garantir a saúde e o bem estar materno-fetal. É importante lembrar que toda mulher tem direito à um pré-natal de qualidade, assim como informações sobre o tipo de parto, sua assistência e também durante o período de amamentação. Menopausa e Climatério Este é um período de transição da vida da mulher caracterizado pela falência ovariana, ou seja, os ovários deixam de produzir os hormônios femininos estrogênio e progesterona. Enquanto os ciclos menstruais e

a ovulação cessam, vários sintomas podem aparecer, tais como: fogachos, insônia, alterações do humor, ressecamento vaginal, diminuiçāo da libido e perda progressiva da massa óssea. Esta fase pode ser difícil para muitas mulheres e, por isso, faz-se necessário uma assistência especial neste período. Após os exames hormonais e de prevençāo, a mulher poderá discutir e decidir quanto a reposição hormonal, de forma individualizada e segura, juntamente ao seu ginecologista. Estilo de vida Em todas as fases da vida da mulher, deve ser dada uma atenção especial quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos. Já foi demonstrado que a obesidade, o sobrepeso e o sedentarismo são fatores de risco para inúmeras doenças como: Hipertensāo, Infarto do Miocárdio, Diabetes e vários tipos de Câncer. As medidas principais para prevenir doenças sāo: manter o peso adequado, se exercitar, evitar o álcool e o fumo, não fazer uso indiscriminado de hormônios, realizar exames periódicos, ter um sono regular, etc. Enfim, buscar o equilíbrio e a manutenção de uma mente e corpo saudáveis.

“A recomendação é que a primeira avaliação ginecológica seja na época do início dos ciclos menstruais, quando as modificações puberais estão acontecendo” Ana Teresa Gusmão de Lucia (Mastologista)

Considerações A mulher, frente a tantas conquistas e mudanças que ocorreram nos últimos anos, deve principalmente tomar as rédeas da sua vida, ou seja, ser a protagonista de sua história, conhecendo o seu corpo e as formas de mantê-lo saudável. Por meio de conhecimento e proatividade podemos ser mais felizes e saudáveis! *Ginecologista,obstetra e mastologista.


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Caderno B

Coronavírus: o que é preciso para fortalecer a imunidade? Zinco, vitamina C e vitamina D são os nutrientes a serem monitorados e podem ser facilmente encontrados DIVULGAÇÃO

Manter um estilo de vida equilibrado é o ponto-chave para aumentar a imunidade, o que inclui desde o consumo de alimentos nutritivos, boas noites de sono ao controle do estresse e da saúde mental. Com o isolamento social, por conta da disseminação do Covid-19, todas essas questões estão ainda mais em evidência. No entanto, o que se tem percebido é um crescimento considerável do consumo de bebidas alcoólicas por parte da sociedade brasileira, o que pode ser preocupante já que o consumo regular de álcool, além de ser imunodepressor, abre espaço para entrada de vírus. Dentre os nutrientes essenciais para ficar imune, destacam-se o zinco, a vitamina C e a vitamina D como os principais a serem monitorados e ajustados por meio de alimentos saudáveis e de suplementos de qualidade, quando necessário. Porém, novos estudos também apontam um papel importante da proteína de boa qualidade como o whey protein para fornecer aminoácidos precursores de enzimas do sistema imune, além de ter função antiviral e bactericida.

Diversos estudos em adultos e crianças relatam resultados de que a deficiência de vitamina D está associada ao aumento do risco e maior gravidade da infecção, principalmente do trato respiratório. Por isso, nos últimos anos a ciência avançou na realização de ensaios clínicos a respeito da suplementação de vitamina D para prevenção e terapia auxiliar de processos infecciosos devido à sua influência no sistema imunológico com bons resultados

Entre os minerais, o zinco é essencial para o sistema imune. Ele é responsável por regular diversas enzimas Além de ser uma clássica aliada da imunidade e já amplamente adotada pela população para fortalecer o organismo, a vitamina C auxilia na absorção de ferro dos alimentos, no funcionamento do sistema imune, na formação de colágeno, entre outros benefícios. Entre os minerais, o zinco é essencial para o sistema imune. Ele é responsável por regular diversas enzimas do sistema imunológico e sua deficiência pode alterar o funcionamento da função imune, bem como, levar a lesões de pele, anorexia, retardo do crescimento e hipogonadismo (baixa produção de hormônios sexuais como a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres). Diversos estudos apontam que curtos períodos de suplementação podem melhorar a defesa imune de pacientes com alteração dos sistemas de defesa como pacientes com anemia falciforme, doença renal e gastrintestinais crônicas, por exemplo. Já a vitamina D, reconhecida pela manutenção da densidade mineral óssea, também desempenha uma importante influência no sistema imunológico. Recentemente, os cientistas de todo o mundo vêm descobrindo os benefícios desta vitamina também para o trato respiratório.

Dr. João Branco (Médico do Esporte, Endocrinologista no RJ)

Saiba mais

Vitamina D

Nos últimos três meses, a procura na Internet por informações sobre vitamina D, inclusive, cresceu mais de 190%, segundo dados do Google Trends. E o termo imunidade aumentou mais de 400%, o que demonstra a preocupação da população por mais informações sobre o assunto. “Além da suplementação de vitaminas orientado por um profissional de saúde, alguns alimentos podem potencializar os efeitos de fortalecimento do sistema imunológico. Gengibre, cúrcuma, frutas cítricas e oleaginosas são exemplos que se destacam a serem inclusos no cardápio diário”, conclui o médico.


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Dourados, 25.5.2020 O PROGRESSO

COLUNA DA ADILES EMPRESÁRIOS

Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

Num momento de pandemia, que gera crise na economia brasileira mais do que nunca é importante a força empresarial. Destaco aqui alguns empresários que apostam em nossa cidade, gerando emprego e renda para muitas famílias. Em tempo cumprimento a diretoria da Associação Comercial e Empresarial (Aced). A entidade completa 75 anos no próximo dia 29.

Claudio Iguma Fabiana e Roberto Ito Imob. Continental Restaurante Máximo’s

Léia Quiles Erasmo Braga

“Muitas das falhas da vida acontecem quando as pessoas não percebem o quão perto estão quando desistem.” Thomas Edison

DESTAQUE

Inio Coalho e Aparecida Couto Orteco Contabilidade Destaque para o médico, secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, que vem fazendo um brilhante trabalho por MS no combate ao Covid-19. Na foto com a esposa Luciana

OTIMISMO Luiz Roberto e esposa Edi Ralfo Junior e Ireni Tozzi Auto Posto Catalão Pedreira Esteio

Liana Pietramale Kikão Restaurante

Paulo Correia e esposa Adriana Ele, dep. est. presidente da ALMS

Hoje eu quero falar de amor De pássaros e de flores Das belezas que Deus nos deu Quero render homenagens Falar de coisas bonitas De alegrias infinitas Relembrar tempos vividos Os caminhos percorridos E agradecer ao criador A beleza dessa vida Das pessoas queridas Que nos fazem felizes

Parabéns a Aced que completa 75 anos no próximo dia 29. Meus cumprimentos ao Nilson Aparecido dos Santos (presidente) e a todos os demais membros da diretoria.

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

ANIVERSARIANTES

Bendizer a natureza Das flores sua beleza Do céu o azul sem fim Quero lembrar às pessoas Que saibam agradecer O fato até de viver Sejam alegres, felizes Valorizem cada momento Que recebeu do Criador Se assim vocês procederem Verão que tudo mudará E a felicidade sempre lhe sorrirá Adiles do Amaral Torres

Segunda (25/05) CELSO DAL LAGO

Terça (26/05) Terça (26/05) Quarta (27/05) ANA PAULA FARNESI ELCIO M. BARBALHO ICTO GOMES

Quinta (28/05) Quinta (28/05) DIONE D. CORREIA CLEUZA ZORNITTA

Sexta (29/05) JOVINA NEVOLETI

Quinta (28/05) ELVIO LOPES

Sábado (30/05) BRUNA E NEIVA TELÓ

Quarta (27/05) OSMAR MATOS

Quinta (28/05) - ZENYL ARAÚJO Na foto, com a esposa Tina e os filhos Wilian e Felipe

Sábado (30/05) MARIA F. ROCHA

Sábado (30/05) VINÍCIUS ALMEIDA

“Minha vida em poesias - pág. 56”

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, de segunda (25): Heitor Gualberto Matoso; Marluci Faria André Silva; Ivan Pereira Cavalcanti; Albino João; Lídia da Silva Santos; Mário Cegato; Irene dos Santos Fidelis Silva; Guilherme O. Silva; Nozor Couto Moraes. De terça (26): José Ronaldo Gomes; Luara Durigan; Roberto Maeda; Ana Cláudia Fernandes Almirão; Augusto Pires Leite; Yara Correa; Maisa Rocha Cordeiro; Angela Regina Abdala; Ledeir Isaias de Santana; João Flávio; Naldeir Nunes da Silva; Lourdes Espanguer Giaciano. De Quarta (27): Sidivan Matoso; Lucas Daniel Lourenço P. França; Ana Carla Nunes da Silva; Aliton Luiz Loss; Janaina Rodrigues de Oliveira; André Hoffmann; Natália Maria Nogueira; Raimundo Domício da Silva; Maria de Lurdes Sakaguti; Adalberto da Silva Filho; Arari Antônio Leão. De quinta (28): André Nezzi; Edivaldo Dias dos Santos; Vera Heloísa Cardoso Leite; Vilmar Barbosa da Silva; Vicente Freitas Campos; Maísa Rocha Cordeiro; Daniele T. Morishita. De sexta (29): Matheus G. Gonçalves; Maria Berenice Salles Ferreira; Gledon Wilson de Souza; Pedro de Luca Garcez Silva; Felipe Souza Galeano; Alcinda Dias; Paola Sakai Gomes; Edna Fraile Ferreira Shirakawa; Dalva Braga de Oliveira; Eva Bioncato; Luiz Radwanski; Maurino Vieira Camargo; José Fernandes G. Santos.


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