Edição de 15/junho de 2020

Page 1

DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.629

O PROGRESSO

15 de junho de 2020

★★★★★

DIVULGAÇÃO

DIA A DIA Reserva

Justiça determina internação compulsória de indígenas com Covid-19 PÁG. D3

MS

Apreensão de drogas dobra na fronteira de MS durante a pandemia PÁG. D2

Voluntariado

Projeto garante apoio às gestantes durante pandemia PÁG. D4

Entrevista

Alimentação saudável é fundamental para fortalecer sistema imunológico PÁG. D5

CADERNO B

Dourados

DOURADOS

112 anos de imigração japonesa

VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS AUMENTA

NA PANDEMIA A violência contra idosos aumentou 51,6% na pandemia, em Dourados. De março a maio desde ano foram contabilizados 47 casos contra 31 no mesmo período do ano passado. O assuto ganha ainda mais notoriedade com o Dia Mundial de Conscientização a Violência Contra Idosos, lembrada hoje (15). PÁG.D1

PÁGs. B1, B2 e B3


2

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Opinião EDITORIAL

Violência contra idosos: até quando?

H

oje é o Dia Mundial de Combate a Violência contra Idosos e levantamento feito pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos revelou que, no ano passado, o Disque 100 registrou um aumento de 13% no número de denúncias em relação ao ano anterior. O serviço de atendimento recebeu 37.454 notificações, sendo que a maioria das agressões foi cometida nas residências das vítimas (85,6%), por filhos (52,9%) e netos (7,8%). O relatório aponta ainda que a suscetibilidade das mulheres idosas é maior. Elas foram vítimas em 62,6% dos casos e os homens, em 32,2%. Em 5,1% dos registros, o gênero da vítima não foi informado. Quanto à faixa etária, os dois perfis que predominam são de pessoas com idade entre 76 e 80 anos (18,3%) e entre 66 e 70 anos (16,2%). O relatório também destaca que quase metade das vítimas (41,5%) se declarou branca, 26,6% eram pardas, 9,9% pretas e 0,7% amarelas. As vítimas de origem

indígena representam 0,4% do total. As violações mais comuns foram a negligência (38%); a violência psicológica (26,5%), configurada quando há gestos de humilhação, hostilização ou xingamentos; e a violência patrimonial, que ocorre quando o idoso tem seu salário retido ou seus bens destruídos (19,9%). A violência física figura em quarto lugar, estando presente em 12,6% dos relatos levados ao Disque 100. O ministério informa que, em alguns casos, mais de um tipo de violência foi cometido e, portanto, comunicado à central. A violência contra idosos vai além de agressões classificadas como maus tratos. O abandono e a exclusão social dessas pessoas também focalizam a questão. Por isso é tão importante que se discuta o tema e que cada vez mais se crie mecanismos de defesa. O isolamento social está aí como um desafio as autoridades sobre como estimular que vizinhos façam as denúncias, afinal, muitas das vítimas podem estar confinadas com seus algozes.

Fisioterapia para todos FERNANDA M. CERCAL EDUARDO* *Fisioterapeuta, mestre em Tecnologia em Saúde e coordenadora do Curso de Fisioterapia do Uninter

N

o contexto atual, em que o acesso à saúde de forma geral não contempla todas as classes sociais, a Fisioterapia tampouco consegue se destacar como uma ferramenta de suporte substancial em classes menos abastadas. As deficiências do sistema público de saúde e não menos deficiente, o sistema de saúde suplementar, não conseguem oferecer este serviço à população da maneira como deveria. Quase não há encaminhamentos para Fisioterapia provindos do SUS (Sistema Único de Saúde) e quando esses são feitos, o paciente deve esperar em torno de seis meses, ou atravessar toda a cidade para fazer o tratamento em uma das clínicas parceiras das prefeituras, o que acaba sendo custoso e cansativo, principalmente àqueles que necessitam do serviço justamente por terem problemas com a mobilidade ou algum tipo de dor. Os planos de saúde têm um maior potencial para atendimento dos pacientes que necessitam do serviço e um número bem maior de encami-

nhamentos é feito pela saúde suplementar. Porém, ainda se apresenta muito aquém do real potencial para execução de um trabalho fisioterapêutico ideal, pois as clínicas são obrigadas a atender um número muito grande de pacientes por horário, a fim de cobrir os gastos com profissionais, estrutura e impostos diante do ínfimo valor repassado pelos planos à estas. Não basta apenas querer e ser capaz de prestar um serviço de qualidade. O fisioterapeuta, diante dessas duas realidades fica refém de um sistema falho em atender às demandas essenciais da população no quesito de diagnósticos cinéticos-funcionais, tratamento das disfunções do movimento humano, acompanhamento e reabilitação profissional. Muitos, veem-se obrigados a dispor de estrutura e conhecimento técnico-científico caros por valores inferiores a R$ 20,00, e diante de inúmeras obrigações empresariais, opta por atender vários pacientes por d i a , tentan-

do dessa forma suprir as necessidades do mercado e continuar exercendo seu papel de agente de saúde junto à população. A Fisioterapia ideal é aquela individualizada, que consegue, através de sua valorização atender de forma completa seu paciente, prestando todo seu conhecimento e potencialidade em prol das disfunções cinéticas e funcionais orquestradas pelas inúmeras patologias que atingem os mais variados sistemas do organismo. De forma individual, o profissional pode personalizar suas ações conforme os achados específicos, obtendo um resultado infinitamente superior a tratamentos executados em grupos atendidos dentro de clínicas e serviços que atendem pelo SUS ou pelos planos de saúde. Infelizmente, milhões de pessoas sofrem com problemas cinético-funcionais (habilitação profis-

sional do fisioterapeuta), mas o tipo de prevenção e tratamento oferecidos atualmente pelo sistema de saúde público e suplementar são inteiramente falhos. Muitas indicações de tratamentos mais custosos tanto para o paciente quanto para o sistema ainda prevalecem em nossa sociedade e essa realidade vem sendo discutida por revistas conhecidas e prestigiadas no campo médico, como a “The Lancet” por exemplo. Vários artigos publicados despertam críticas aos cuidados errados oferecidos à pacientes, criticando inclusive o investimento enérgico em testes e tratamentos que oferecem alto grau de risco, enquanto a Fisioterapia, como tratamento conservador, por muitos nem é lembrada ou é levada a descrédito. O sucesso que o tratamento deveria oferecer esbarra com as dificuldades do profissional, que precisa realizar muitos atendimentos por dia e, portanto, sem a mesma qualidade. Como poderemos modificar isso? A única forma de mudar a realidade atual é divulgando amplamente a atuação desse profissional para a população e estudantes. A Fisioterapia consiste em reunir estratégias para atender todas as classes sociais, porém de maneira única e individualizada, com qualidade, conhecimento técnico e científico.

EXPEDIENTE JORNAL O PROGRESSO LTDA | CNPJ: 30.620.712/0001-74 Fundador: Weimar Torres (1951-1969)

Diretora Benemérita: Adiles do Amaral Torres

Diretora Superintendente: Blanche Torres

Diretora de Marketing: Louise Helena Torres

Editora-Chefe: Valéria Araújo

Gerente comercial: Angela Santa Cruz

Fones: (67) 3422-5555 | 3032-0555 | E-mail: redacaodigital@progresso.com.br | Site: www.progresso.com.br | Endereço: Av. Presidente Vargas, 447 - Centro / CEP 79804-030 - Dourados-MS


3

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Política

Socorro da União injeta R$ 290,5 mi nos cofres municipais e estaduais Mato Grosso do Sul vai receber R$ 1,16 bilhão dividido em repasses de junho a setembro EDEMIR RODRIGUES

Flávio Verão Após uma espera de mais de dois meses, o governo federal depositou a primeira parcela de R$ 175,5 milhões do socorro financeiro da União na conta do Governo do Estado e R$ R$ 115 milhões aos 79 municípios do Estado. A lei que criou o auxílio prevê total de R$ 60,15 bilhões para estados e municípios enfrentarem os efeitos econômicos da pandemia. Mato Grosso do Sul vai receber R$ 1,16 bilhão dividido em repasses de junho a setembro. O valor corresponde aos recursos destinados ao Estado (R$ 702 milhões) e às prefeituras (R$ 461 milhões).

O governador afirmou que os valores serão utilizados no custeio da máquina e em ações emergenciais Na avaliação do governador Reinaldo Azambuja, o apoio chega em um momento crucial de paralisação das atividades econômicas e queda vertiginosa da arrecadação. Para ele, o socorro não é o ideal, mas um alívio diante da pandemia que tem provocado mortes e prejuízos. A estimativa para este ano é de perda de R$ 1,2 bilhão nas contas do Estado. “Por conta disso, vamos continuar trabalhando com cortes de despesas e adaptando setores cruciais da administração a este momento de extrema dificuldade”, explica. O governador afirmou que os valores depositados hoje serão utilizados no custeio da máquina e em ações emergenciais, em especial nos inves-

Apoio chega em um momento crucial de paralisação das atividades, diz governador Reinaldo Azambuja timentos direcionados para setores ligados ao combate do coronavírus. Além do auxílio financeiro, a Lei Complementar suspende o pagamento da dívida dos estados e municípios com a União até dezembro de 2021. Com a medida, Mato Grosso do Sul vai economizar cerca de R$ 40 milhões por mês.

O presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Pedro Caravina, diz que o auxílio será muito importante nesse momento de crise, no entanto, não cobre as despesas por contas das medidas de enfrentamento ao vírus. Dos recursos depositados na pri-

Marçal cobra transparência da prefeitura na aplicação dos recursos no combate à Covid Deputado tem priorizado a área da saúde com recursos parlamentares O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) cobra da prefeitura de Dourados informações sobre a aplicação dos recursos no combate à Covid-19. O município já recebeu mais de R$ 8,7 milhões entre recursos do Estado e União e está prestes a receber R$ 36 milhões do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus e outros R$ 5 milhões devem ser destinados da União para a área de Assistência Social. Líder em casos da doença em Mato Grosso do Sul, Dourados passou a ser o epicentro de coronavírus há mais de uma semana. Enquanto isso, profissionais da linha de frente como técnicos de enfermagem usam aventais de plástico. Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias questionam a falta de equipamentos básicos de proteção (EPIs).

«É preciso investir nos profissionais que colocam suas vidas em risco no combate a pandemia, pois eles são essenciais no combate ao coronavírus. É preciso que o poder público destine equipamentos de proteção de qualidade», afirma Marçal Filho, que tem priorizado a área da saúde com recursos parlamentares. Nesse novo cenário em que o número de casos da covid-19 amplia a cada dia em Dourados, o deputado diz que é preciso investir mais em medidas de prevenção, para conter o avanço da doença, com ampliação do número de testagens. Porém, o parlamentar cobra mais apoio da população quanto ao distanciamento social. A prefeitura criou Portal de Transparência de gastos no combate ao covid-19, no entanto, há ausência de informações, a exemplo dos recursos repassados por cada órgão de governo e quanto de recurso já foi destinado aos cofres públicos municipais, além da discriminação dos produtos e ser-

meira transferência, Campo Grande teve mais de R$ 37 milhões, enquanto Dourados R$ 9.251 milhões. Entre os outros municípios de porte maior, Três Lagoas recebeu R$ 5.037 milhões na primeira parcela do socorro financeiro, Corumbá R$ 4,624 milhões e Ponta Porã, R$ 3.839 milhões.

LUCIANA NASSAR

COLONO - Cumpadri, tô com sardade do cê...

ZÉ PINGA - Eu também, tem 3 meses que não me visito, ic, ic, ic

Deputado Marçal Filho viços adquiridos. Marçal Filho diz que é preciso que haja mais transparência dos gastos públicos com as contratações ou aquisições, bem como o nome do contrato, o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição.


4

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Política

Programa gratuito oferece requalificação para quem está desempregado em MS O programa está sendo realizado por profissionais renomados da capital, de diferentes empresas DIVULGAÇÃO

Pensando numa forma de auxiliar profissionais do mercado de trabalho sul-mato-grossense, que já estavam desempregados ou que foram demitidos por conta desta pandemia do coronavírus, sete profissionais de desenvolvimento humano e organizacional de MS se uniram e realizam este mês o ´Reskilling MS´; programa de requalificação profissional. As atividades do projeto serão de forma online e acontecerão nos dias 25 e 26 de junho. A inscrição é gratuita e deve ser realizada até 15 de junho pelo site www.reskillingms. com.br/. O programa está sendo realizado por profissionais renomadas da capital, de diferentes empresas, que decidiram somar seus conhecimentos, habilidades e experiências. São elas: Ana Flávia Chedid da P2B Capital Humano; Caroline Reis da CR Coaching de Resultado; Dorvany Alves da DARH – Pessoas ao Máximo; Lidiane Miquilini da P2B Capital Humano; Milena Mendonça; Rosângela Barcellos da Rosângela Barcellos Coach e,

As atividades do projeto serão de forma online e acontecerão nos dias 25 e 26 de junho Em cada encontro será abordado uma competência levantada no Fórum Econômico Mundial Vânia Aquino do IGCO – Instituto de Gestão. Como um movimento colaborativo e voluntário, a proposta é contribuir com o aprimoramento da força de trabalho do estado, ajudando os profissionais a se recolocarem no mercado. “Como a pandemia impactou grandemente nosso mercado ficamos pensando de que forma poderíamos contribuir, queríamos ajudar as pessoas, que em sua maioria são ótimos profissionais, mas ainda não se conectaram com esse novo mercado. Desenhei o projeto, ganhei o apoio da minha sócia Ana Flávia Chedid e juntas entendemos que poderia ser algo ainda maior. Convidamos profissionais que também atuam com desenvolvimento humano e organizacional de MS e iniciamos o programa. Temos profissionais extremamente qualificados no estado e precisamos nos valorizar, nos fortalecer. Acreditamos na força do projeto para ser referência em apoiar as pessoas para o novo mercado. Em resumo, as pessoas mais preparadas para o que realmente é importante”, destaca Lidiane Miquilini. Programação O programa é voltado para pesso-

O programa é voltado para pessoas que estão desempregadas, que possuem o 2º grau completo e que residem em MS

as que estão desempregadas (que possuem 2º grau completo e que residem em Mato Grosso do Sul), que buscam recolocação no mercado de trabalho, que almejam desenvolver novas skills (habilidades), fazer networking e interagir com profissionais de RH do estado. Serão dois dias de encontros online sobre diferentes temas, oficina, laboratório, imersão e muito conhecimento. Em cada encontro será abordado uma competência levantada no Fórum Econômico Mundial para atualização do que é chamado de Nova Economia. A programação começa no dia 25 de junho, às 8 horas, com Lidiane Miquilini falando sobre ´Evolução do Mercado de Trabalho´. Às 10 horas, Rosângela Barcellos fala sobre ´Coordenação ao lado de outras pessoas (Intra e Interpessoal)´. No período da tarde, às 14 horas, Vânia Aquino discorre sobre ´Gestão de Pessoas´ e, em seguida, às 16 horas, Ana Flávia Chedid aborda o tema ´Flexibilidade Cognitiva e Negociação´. No dia 26 de junho as atividades começam às 9 horas com Milena

Mendonça falando sobre ´Inteligência Emocional´. Depois, às 13 horas, Caroline Reis aborda o tema ´Gestão do tempo e produtividade/Desenvolvimento de carreira´. Já às 15 horas, Dorvany Alves discorre sobre ´O funcionamento do cérebro nos processos de mudança´. E, às 17 horas, Ana Flávia Chedid encerra a programação diante do tema ´Pesquisa de Mercado e Avaliação de Aprendizagem´. SERVIÇO

O programa de requalificação profissional ‘Reskilling MS’ acontece nos dias 25 e 26 de junho com atividades no ambiente online. A inscrição é gratuita e deve ser realizada até dia 15 de junho pelo site do projeto. Após a inscrição, a equipe do programa irá avaliar as informações do (a) interessado (a) e verificar se ele (a) preencheu todos os requisitos necessários, sinalizando a aprovação da inscrição por email. Mais informações em www.reskillingms.com. br/


Apreensão de drogas dobra na fronteira durante a pandemia PÁG. 2

Projeto ‘Fale com a parteira’ garante apoio às gestantes PÁG. 4

DIA A DIA Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO DIVULGAÇÃO

VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS aumenta 51% na pandemia em Dourados Cerca de 60% dos casos, agressores são os filhos. Violência doméstica e ameaça lideram ranking de crimes Valéria Araújo A violência contra idosos aumentou pelo menos 51,6% na pandemia em Dourados. É o que apontam os registros de Boletins de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil do município. De março a maio desde ano foram contabilizados 47 casos contra 31 no mesmo período do ano passado. O levantamento leva em conta vítimas com idades acima dos 65 anos. O assuto ganha ainda mais notoriedade com o Dia Mundial de Conscientização a Violência Contra Idosos, lembrada hoje (15). De acordo com a Polícia, cerca de 60% dos casos, a vítima foi agredida pelo pró-

Ano passado, o Disque 100 registrou um aumento de 13% no número de denúncias em relação ao ano anterior prio filho ou filha. Em outros 40% as lesões corporais acontecem ocasionados por outros parentes próximos como nora, genro, sobrinho, vizinhos ou até mesmo o próprio cônjugue, com mais ou menos idade. De acordo com o delegado regional da Polícia Civil em Dourados, Lupersio Degerone, de modo geral, os principais motivos alegados pelos agressores são impaciência com algum tipo de doença do idoso, conflitos familiares, discussões por problemas financeiros, uso de drogas ou bebida por filhos ou outros entes domésticos. No caso das agressões físicas a maioria dos casos são empurrões, tapas, chutes,

que causam escoriações leves. No entanto, Degerone acredita que a violência contra idosos vai além de agressões classificadas como maus tratos. Para ele, o abandono e a exclusão social dessas pessoas também focalizam a questão. Ele destaca os casos de violência financeira, como a retenção de cartões e desvios da aposentadoria, além da violência psicológica e o abandono de incapaz. “Existe a lesão corporal, mas o idoso acaba sofrendo muitas outras formas de violência como o desprezo e o abandono. O idoso é encontrado em condições desumanas, sem atenção e cuidados com a higiene e saúde, por exemplo. Há casos em que os familiares nem se recordam quando levaram o idoso ao médico ou a última vez em que deram banho na vítima. Há situações em que deixam ele passar fome. Fatores como esses levam a vítima a quadros de angústia e depressão, o que também são formas de violência”, explica. Denúncias aumentam Levantamento feito pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos revelou que, no ano passado, o Disque 100 registrou um aumento de 13% no número de denúncias sobre violência contra idosos, em relação ao ano anterior. De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, o serviço de atendimento recebeu 37.454 notificações, sendo que a maioria das agressões foi cometida nas residências das vítimas (85,6%), por filhos (52,9%) e netos (7,8%). O levantamento mostra que a suscetibilidade das mulheres idosas é maior.

de humilhação, hostilização ou xingamentos; e a violência patrimonial, que ocorre quando o idoso tem seu salário retido ou seus bens destruídos (19,9%). A violência física figura em quarto lugar, estando presente em 12,6% dos relatos levados ao Disque 100. O ministério informa que, em alguns casos, mais de um tipo de violência foi cometido e, portanto, comunicado à central.

“Existe a lesão corporal, mas o idoso acaba sofrendo muitas outras formas de violência como o desprezo e o abandono.” Lupersio Degerone (Delegado regional da Polícia Civil em Dourados) Elas foram vítimas em 62,6% dos casos e os homens, em 32,2%. Em 5,1% dos registros, o gênero da vítima não foi informado. Quanto à faixa etária, os dois perfis que predominam são de pessoas com idade entre 76 e 80 anos (18,3%) e entre 66 e 70 anos (16,2%). O relatório também destaca que quase metade das vítimas (41,5%) se declarou branca, 26,6% eram pardas, 9,9% pretas e 0,7% amarelas. As vítimas de origem indígena representam 0,4% do total. As violações mais comuns foram a negligência (38%); a violência psicológica (26,5%), configurada quando há gestos

Crime De acordo com o Estatuto do Idoso, no artigo 99 é crime “expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado. A pena é de até 1 anos de detenção e multa. Se o fato resulta em lesão corporal a penalidade é de um a quatro anos de reclusão. Se a vítima morrer a penalidade ao autor é de 4 a 12 anos de reclusão. Já o artigo 129, do Código Penal diz que a penalidade para quem ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem pode chegar a reclusão, de quatro a doze anos se a lesão causar a morte da vítima. O parágrafo 9º do mesmo artigo diz que “Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)”, a pena é de detenção, de três meses a três anos.


2

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Apreensão de drogas dobra na fronteira de MS durante a pandemia Organizações criminosas apostaram na fiscalização mais branda no Brasil durante a quarentena DIVULGAÇÃO

Valéria Araujo As aprensões de drogas na faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul com países vizinhos mais que dobrou desde o início da pandemia. De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal, foram 30,3 mil quilos apreendidos de março a maio do ano passado contra 77,8 mil quilos no mesmo período deste ano; uma alta de 156%. O maior aumento ocorreu nas apreensões de maconha. Foram 76 mil quilos desde a pandemia esse ano contra 27 mil no mesmo período do ano passado. No último dia 20 uma ação integrada da Polícia Federal e PRF resultou em apreensão recorde na história do Brasil. Foram 28 toneladas de maconha tirados de circulação em uma abordagem realizada em Iguatemi. O caso foi motivo de recohecimento do presidente da República Jair Bolsonaro no twitter. De acordo com o inspetor da PRF Waldir Brasil do Nascimento Júnior, as organizações criminosas apostaram que com a pandemia o trabalho da polícia brasileira estaria comprometido, o que poderia facilitar o tráfico. “Esse foi o pulo do gato, porque acharam que a fiscalização estaria mais branda”, ressaltou.

Dados revelaram que grandes remessas de cocaína continuam sendo interceptadas em toda América Latina e Europa Segundo apurações policiais, as autoridades paraguaias teriam suspendido algumas operações de repressão à droga que costumam ocorrer entre março e abril, meses da safra de maconha, em função das medidas de contenção ao coronavírus. Com os depósitos cheios, os traficantes tentam escoar o produto por rotas brasileiras. Outra hipótese, defendida em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) é de que as medidas para a contenção da pandemia causaram a interrupção generalizada das rotas de tráfico de drogas ilegais, principalmente por via aérea e terrestre, elevando alguns preços. No caso da cocaína, a escassez de gasolina na Colômbia está impedindo a produção, enquanto na Bolívia, a COVID-19 está limitando a capacidade das autoridades estaduais de controlar o cultivo de coca, o que poderia levar a um aumento na produção. No entanto, uma queda no preço da cocaína no Peru para os consumidores locais sugere uma redução nas oportunidades do tráfico. E o relatório indica que, embora isso possa desencorajar o cultivo de coca no curto prazo, a iminente crise econômica pode levar mais agricultores a começar a cultivar coca em todos os principais países produtores de cocaína.

OUTRAS DROGAS

No último dia 20 uma ação integrada da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal resultou em apreensão recorde na história do Brasil Um colapso do comércio internacional durante a pandemia também pode levar à escassez de suprimentos essenciais para a fabricação de heroína e drogas sintéticas. O relatório, sobre as tendências do mercado de drogas durante a crise do coronavírus, publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), destacou que muitos países em todas as regiões relataram escassez geral de vários tipos de drogas nas ruas, bem como aumentos de preços para os consumidores e reduções de pureza. Alguns usuários de drogas estão consequentemente trocando substâncias, por exemplo, passando da heroína para opioides sintéticos, enquanto outros estão buscando mais acesso ao tratamento medicamentoso. Cocaína Dados recentes sobre apreensões de cocaína revelaram que grandes remessas do produto continuam sendo interceptadas em todos os principais mercados da América Latina e Europa, afirmou o relatório do UNODC. Essas apreensões documentam atividade de tráfico transfronteiriço em larga escala e podem ser um indicativo da continuidade do tráfico internacional de cocaína, afirmou. Na Colômbia, um aumento nos controles implementados nas fronteiras do país parece ter levado a uma redução do tráfico de cocaína por rotas terrestres e um aumento por rotas marítimas, em particular

para América Central e Europa. Similarmente, o uso de aeronaves leves aparentemente aumentou, afirmou o documento. Mas o relatório disse haver indicações de escassez de cocaína fora dos países produtores. Dados dos Estados Unidos indicaram escassez de cocaína nas ruas e informações do Brasil indicam aumentos nos preços no atacado devido à falta de produtos traficados da Colômbia ou do Peru, segundo o documento. O relatório lembrou que as autoridades brasileiras interpretaram a escassez como sendo causada por uma redução no fornecimento devido às restrições da COVID-19 e uma redução na demanda na Europa. Na Europa, os lockdown estritos podem ter reduzido drasticamente o consumo de cocaína, já que a droga é frequentemente consumida em ambientes recreativos, como bares e clubes, que atualmente estão fechados na maioria dos países europeus. Isso, juntamente com opções limitadas de distribuição para o consumidor final, pode ter causado uma interrupção na demanda. O UNODC afirmou ser possível supor que essa interrupção na cadeia de suprimentos leve os grupos narcotraficantes a armazenarem drogas perto dos países de origem. Depois que as restrições da COVID-19 forem levantadas, há um risco de o mercado ser inundado com cocaína de baixo custo e alta qualidade, o que poderia levar a um aumento de uso e danos relacionados entre os usuários de drogas.

Como drogas sintéticas, incluindo a metanfetamina, tendem a ser traficadas pelos continentes por via aérea, as restrições de viagens aéreas e os cancelamentos de voos estão afetando drasticamente a carga ilegal. Enquanto isso, as apreensões de opiáceos no Oceano Índico ilustram que o impacto da pandemia no lucrativo negócio de heroína, que é contrabandeada principalmente por terra, a leva a ser traficada ao longo de rotas marítimas. Dado que a maconha é frequentemente produzida perto de locais onde é comprada e vendida, os traficantes da droga – que ainda é ilegal na maior parte do mundo – dependem menos de enviá-la através de regiões e fronteiras que podem estar sob o bloqueio de coronavírus.

Saiba mais

Padrões prejudiciais Com vários países relatando escassez de drogas no varejo, a análise do UNODC projeta uma diminuição geral no consumo recreativo de drogas. No entanto, uma escassez de heroína, relatada na Europa, no sudoeste da Ásia, na América do Norte e em alguns países da Europa, pode levar os consumidores a usar substâncias nocivas produzidas em seus países. O UNODC sustentou que alguns usuários podem mudar para o fentanil e seus derivados.Um aumento da demanda por produtos farmacêuticos, como os benzodiazepínicos, também dobrou seus preços em algumas regiões. E a escassez de drogas ilícitas está aumentando o número de usuários intravenosos que também compartilham seringas – todos os quais correm o risco de se infectar com vírus de HIV, hepatite C e COVID-19. “O risco de overdose de drogas também pode aumentar entre aqueles que injetam drogas e estão infectados com COVID-19”, segundo o UNODC.


3

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Justiça determina internação compulsória de indígenas com Covid-19 Família foi denunciada após se negar cumprir o isolamento na Casa da Acolhida mesmo após membros terem confirmação de diagnóstico positivo DIVULGAÇÃO

Valéria Araújo A Justiça Federal de Dourados determinou a internação compulsória de cinco membros de uma família indígena, após ambos se negarem a cumprir a quarentena na Casa da Acolhida. De acordo com o Ministério Público Federal, a situação ocorreu depois da confirmação positiva para Covid-19 de uma gestante e o pai dela. Eles realizaram os testes no dia 27 de maio e com o resultado foram notificados que deveriam cumprir com o isolamento domiciliar. No dia 04 de junho, o médico do Polo Base da Equipe Bororo I realizou visita na casa da gestante para realizar a testagem dos demais componentes do núcleo familiar e ainda convencê-la a cumprir o período de isolamento na Associação Beneficente Casa da Acolhida, uma vez que está dentro do grupo de risco. O núcleo familiar da paciente teria recusado a realizar os testes e ainda impediu que ela fosse para o local recomendado. As autoridades entenderam como grande a possibilidade de que essas pessoas estejam contaminadas e, consequentemente, pudessem estar transmitindo a doença para outros moradores da região. “Em se

Lideranças indígenas reportam que muitas pessoas diagnosticadas com COVID-19 se recusam a adotar as medidas de isolamento tratando de comunidades indígenas, apresenta-se contrária às recomendações sanitárias de contenção do surto a manutenção da pessoa infectada/suspeita em sua habitação. A coabitação de grupos multifamiliares com compartilhamento de cômodos e instalações sanitárias inviabiliza a eficiência da medida sanitária”, explica a ação. O MPF, conjuntamente à Secretaria Especial de Saúde (SES), visando a superar este problema, organizou o espaço da Associação Beneficente Casa da Acolhida para receber indígenas com confirmação/suspeita de contaminação pelo coronavírus, de modo a minimizar as chances de contaminação da doença entre a comunidade indígena. “O perigo da demora também está presente. Isso porque, conforme narrado pelo Ministério Público Federal, no Polo Base de Dourados/MS, os casos de COVID-19 se iniciaram em 13/05/2020, dia em que a primeira pessoa foi diagnosticada com a doença. A partir dessa data, os casos de COVID-19 aumentaram sensivelmente na comunidade, saltando de 1 para 75 no dia 04/06/2020. Ou seja, a evolução do quadro dentro de 23 dias foi de 1 para 75. Caso não seja implementada a quarentena em um local com acomodações adequadas

A determinação de isolamento compulsório deve ser considerada como medida de tratamento médico para o isolamento social desta família, o risco de proliferação exponencial da doença na Comunidade Indígena tornar-se-á iminente. A implementação da quarentena é de urgência e visa a prevenir o problema estrutural de falta de leitos para atendimento dos indígenas, dadas as atuais circunstâncias nas quais se encontra o sistema de saúde indígena”, diz trecho da decisão. As lideranças e os médicos atuantes na Terra indígena de Dourados reportam que muitas pessoas diagnosticadas com COVID-19 se recusam a adotar as medidas de isolamento nas instalações disponibilizadas pelas autoridades sanitárias. “Frise-se que a determinação de quarentena a esta família não é medida arbitrária, pois a recomendação de recolhimento na Casa da Acolhida só é expedida após a constatação de descumprimento de isolamento em habitação julgada compatível ou, no caso já relatado, de impossibilidade de isolamento pela coabitação da pessoa infectada/suspeita com grupos multifamiliares com compartilhamento de

cômodos e instalações sanitárias”, destaca. A decisão determina que os membros da família cumpram o período de isolamento na Associação Beneficente Casa da Acolhida, de modo a não se tornarem vetores de contaminação dentro da comunidade em que residem, sob pena de multa diária de um salário-mínimo. A determinação de isolamento compulsório deve ser considerada como medida de tratamento médico (art. 3º, I, II e III da Lei 13.979/2020). A implementação da medida permite que o diagnosticado receba as medidas profiláticas adequadas e ocorra a restrição de sua circulação durante o período de risco de transmissão da doença para outras pessoas. Além disso, eventual desrespeito à legislação vigente ensejará na aplicação do §4º, do art. 3º, do referido diploma: § 4º As pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidas previstas neste artigo, e o descumprimento delas acarretará responsabilização, nos termos previstos em lei. A conduta das pessoas que even-

tualmente descumpram as medidas de isolamento social ou quarentena, sabendo-se portadores do novo Coronavírus ou suspeitos, deve ser tipificada nos termos dos dispositivos previstos no Código Penal Brasileiro, a saber art. 267 (Epidemia) e art. 268 (Infração de Medida Sanitária Preventiva). Epidemia Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) § 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. § 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. Infração de medida sanitária preventiva. Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.


4

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Projeto ‘Fale com a parteira’ garante apoio às gestantes durante pandemia Grupo de enfermeiras obstetras se voluntariou para fazer uma espécie de triagem online, buscando evitar idas desnecessárias das mamães aos hospitais DIVULGAÇÃO

O Progresso A gestação é um período de grandes desafios para a mãe e à família. Seja no início, com toda a vulnerabilidade do estágio, ou mais no finalzinho, quando a chegada do neném é cada vez mais esperada. Independente disso, ter um acompanhamento clínico é fundamental para assegurar a saúde gestacional, e durante a pandemia do novo coronavírus, um grupo de enfermeiras obstetras de Dourados se voluntariou para oferecer uma espécie de triagem online às mamães. Intitulado como “Fale com a parteira”, a iniciativa é inspirada em ação realizada no estado de Pernambuco. Formado por 10 enfermeiras douradenses, o grupo voluntário oferece atendimento das

Grupo de enfermeiras obstetras de Dourados se voluntariou para oferecer uma espécie de triagem online às mamães 6h à 00h, todos os dias. O objetivo é esclarecer dúvidas e orientar sobre a real necessidade dessas gestantes irem até as unidades hospitalares. “As enfermeiras obstetras ajudam a identificar o tempo das contrações, o intervalo, movimento do bebê, se a bolsa rompeu, a cor do líquido, sinais de risco. Também são esclarecidas dúvidas em geral em relação a gestação, na identificação de sinais de risco relacionados tanto às questões obstétricas quanto à COVID-19, para entender se é o momento de procurar ou não um serviço de saúde. Tudo isso baseando-se nas evidências científicas atuais e nas recomendações dos órgãos de saúde”, explica Daniele Ceccato, idealizadora do projeto em Dourados, acrescentando que puérperas também são atendidas pelo grupo. Ela conta que prospectou colegas

A estratégia adotada pelo “Fale com a parteira” foi aproximar as especialistas com as gestantes através do WhatsApp da enfermagem considerando o perfil de atuação profissional e o engajamento com as questões obstétricas. A estratégia adotada pelo “Fale com a parteira” foi aproximar as especialistas com as gestantes através de grupo no WhatsApp. Lá a mãe entra e envia uma mensagem “Preciso de ajuda/informação”, sendo imediatamente procurada no privado para ser ouvida e atendida à distância. Quem não precisa de apoio, pode sair do grupo e voltar sempre que houver necessidades. É como uma recepção hospitalar virtual. Em um mês foram realizados 23

atendimentos. Daniele acredita que com a divulgação do projeto esse número deve avançar exponencialmente. Mulheres que residem em toda macrorregião podem ser atendidas. A triagem à distância oferece à gestante a oportunidade de não precisar ir até o hospital sem que realmente haja necessidade. Num momento em que as unidades estão com foco intensificado no combate à Covid-19, exposições desnecessárias representam um grande risco à mulher e ao neném. Caso as “parteiras” reconheçam a

necessidade de atendimento in loco, a gestante é orientada a procurar a unidade mais próxima. Além disso, no perfil do Instagram o grupo voluntário presta informações importantes para que as gestantes saibam lidar com esse período pandêmico. Lá também está disponível o link para acesso ao teleatendimento. “Nosso objetivo é proteger nossas gestantes e puérperas”, disse Daniele em vídeo publicado no perfil. Para saber mais sobre o projeto, acesse instagram.com/falecomaparteiradouradosms.


5

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia ENTREVISTA · Bianca Karolayne Lopes Gonçalves - Nutricionista

Alimentação saudável é fundamental para fortalecer sistema imunológico Cristina Nunes Especial para O Progresso

Frases

Devido a pandemia do coronavírus, mais do que nunca as pessoas tem percebido a importância de ter imunidade fortalecida. E a boa alimentação é um dos fatores responsáveis por garantir o bom funcionamento do sistema imunológico. “A nutrição tem um papel fundamental tanto na manutenção da saúde, quanto na prevenção e tratamento de determinadas doenças. Portando hábitos saudáveis e uma boa alimentação são capazes de fortalecer o sistema imunológico humano”, destaca a nutricionista Bianca Karolayne Lopes Gonçalves, que atende em consultório em Dourados. Em entrevista ao PROGRESSO, a profissional deu dicas para se ter uma alimentação saudável durante e após a pandemia. Confira:

“A alimentação na população idosa deve ganhar mais atenção neste momento, intensificar com alimentos ricos principalmente em vitaminas A e C”

Como a alimentação pode colaborar para a prevenção de doenças e infecções? Quais alimentos contribuem para o bom funcionamento do sistema imunológico? A imunidade é formada por um conjunto de fatores que atuam na defesa do corpo contra uma série de doenças, vírus e bactérias. Não podemos elencar um alimento ou uma vitamina para resolver um problema de saúde. A recomendação é manter uma alimentação saudável com alimentos naturais (frutas, verduras, legumes), diminuir o consumo de alimentos industrializados e processados, de modo que a imunidade permaneça sempre elevada. As vitaminas que podem auxiliar são: vitamina A (vegetais alaranjados e brócolis), vitamina E (cereais integrais, sementes), vitamina C (frutas cítricas), selênio (peixes e frutas), zinco (carnes), ferro e proteínas (carnes e leguminosas). Iogurtes e leites fermentados têm microrganismos que também podem ajudar a estimular o sistema imunológico, pois o nosso segundo cérebro é o intestino. Mas quanto à vitamina

“A imunidade é formada por um conjunto de fatores que atuam na defesa do corpo contra uma série de doenças, vírus e bactérias”

“Priorize alimentos naturais, que não sejam processados e que sejam cozinhados pela própria pessoa que o comprou” C nutriente mais associado à imunidade, salienta-se que seu excesso pode causar cálculos renais e problemas gastrointestinais. Portanto, o uso de suplementos deve ser realizado apenas com orientação médica, caso seja comprovado que há deficiência dessa substância no organismo. O cuidado com a alimentação deve ser redobrado no caso dos idosos e de outras pessoas que fazem parte do grupo de risco da covid-19? Os idosos precisam redobrar os cuidados durante esta pandemia, são grupo de risco por fatores inerentes ao envelhecimento como o atraso e a atenuação da resposta de defesa contra novos

patógenos (vírus, bactérias e fungos), a redução das reservas orgânicas pelo desgaste ao longo dos anos e características do vírus que atinge diversos órgãos e sistemas. Pessoas com mais de 50 anos têm uma imunidade mais baixa, e o sistema imunológico fica ainda mais frágil quando, além do fator idade, a pessoa ainda tiver outras doenças associadas, como hipertensão, estiver passando por um tratamento de câncer ou diabetes. A alimentação na população idosa deve ganhar mais atenção neste momento, intensificar com alimentos ricos principalmente em vitaminas A e C, com um cardápio rico em frutas in natura e verduras e evitar alimentos que prejudicam o sistema imune como farinha refinada, ál-

cool, gordura trans (óleo vegetal), ultra processados em geral e alimentos com muito açúcar. A pandemia tem mudado a alimentação das pessoas, muitas estão aproveitando o tempo em casa para testar novas receitas. Há algum cuidado que deve ser tomado na escolha dessas receitas? Hábitos alimentares saudáveis devem permanecer durante e após a pandemia, nós já sabemos o quão importante é se alimentar bem para manter a saúde, porque o alimento que comemos nutri todas as células do nosso corpo e permite que os complexos mecanismos do nosso organismo funcionem da melhor maneira possível, evitando doenças e baixa imunidade. Por isso deve-se tomar cuidado com os ingredientes nas receitas como: farinha refinada (farinha de trigo), produtos alimentícios com gordura trans (margarina, bolacha recheada), açúcar branco, adoçantes e corantes artificiais. É recomendado algum intervalo semanal para comer "guloseimas"? O equilíbrio na alimentação é de suma importância, por isso apostem em consumir “guloseimas” no mínimo possível entre uma a duas vezes na semana ou troquem a “guloseima” por um doce com ingredientes mais saudáveis ou reduzidos em gordura e açúcar. Algumas pessoas acreditam que para se alimentar bem, é preciso gastar mais. Isso é mito ou verdade? Qual sua dica para ter uma rotina de boa alimentação com preço acessível? Isto é um mito. Priorize alimentos naturais, que não sejam processados e que sejam cozinhados pela própria pessoa que o comprou. Cozinhar no dia a dia pode ser cansativo, mas assim garante a qualidade da comida e sabe exatamente o que está sendo consumido. Faça compras de legumes, verduras e frutas da safra com melhor custo-benefício, vale pesquisar nos mercados locais que costumam ter preços mais atrativos em “dia de freira”. Nesse momento também é importante evitar o desperdício e utilizar os alimentos de maneira integral. Partes que normalmente não são consumidas, como folhas e talos de algumas verduras podem ser aproveitados em receitas ao invés de irem para o lixo, uma dica é planejar cardápio semanal, também é possível congelar legumes, verduras e frutas para uso posterior para evitar o desperdício.


6

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia ENTREVISTA · Vanessa Mirelle Menezes - Nutricionista

“Quarentena pode servir para adesão ao veganismo” O Progresso

Frases

A comunidade vegana tem se tornado cada vez mais expressiva no Brasil. Cidadãos, marcas, serviços e produtos levantaram a bandeira contra a exploração da vida animal e estão se dando bem com essa iniciativa. Diferentemente do vegetarianismo, que é a exclusão da proteína animal na alimentação diária, o veganismo defende um estilo de vida em que os animais não devem em hipótese nenhuma, serem utilizados para produção de qualquer produto que seja, desde alimentício, têxtil, ou cosmético por exemplo. Esse modelo sustentável de consumo, que respeita o direito à vida animal e modifica a cultura já estabelecida na maior parte do mundo, ganhou novas possibilidades com a pandemia do novo coronavírus. Isso porque devido a quarentena, as pessoas estão ficando mais tempo em casa, com maior possibilidade de aderir ao veganismo de forma criativa e reflexiva. A nutricionista Vanessa Mirelle Menezes é a entrevista da edição de O PROGRESSO nesta semana. Ela destaca como a quarentena pode ser proposta de favorecer a adesão ao veganismo e também como esse estilo impacta diretamente na vida de seus adeptos. Confira!

“Esse momento é um momento oportuno para reflexões sobre esse estilo de vida, fazer pesquisas, assistir documentários e principalmente para descobrir novos sabores”

Nesse período de pandemia, iniciar um estilo vegano ficou ainda mais desafiador? Ou o contrário, é a oportunidade das pessoas investirem nessa mudança? Não. Acredito que esse momento é um momento oportuno para reflexões sobre esse estilo de vida, fazer pesquisas, assistir documentários e principalmente para descobrir novos sabores, novas práticas na cozinha, visto que temos mais tempo frente a situação atual. Sendo uma época propícia para refletir o consumo de animais, cuidados com a saúde e imunidade. Tempos de mudanças, reflexões e melhorias. Por que o veganismo tem sido cada vez mais aderido? O amor aos bichinhos é o único motivo? O número de adeptos ao veganismo cresce vertiginosamente. Esse estilo de vida se dá por várias causas, como: compaixão aos animais, ética, sustentabilidade,

“Esse estilo de vida se dá por várias causas, como: compaixão aos animais, ética, sustentabilidade, meio ambiente e saúde. Além disso, tornar-se vegano faz bem para sua consciência e para sua saúde mental”

meio ambiente e saúde. Além disso, tornar-se vegano faz bem para sua consciência e para sua saúde mental, dizer não à crueldade animal é dizer sim e vida e respeitar cada ser senciente existente no nosso planeta. O primordial para a mudança é o QUERER, desejar algo melhor, cada um tem seu tempo, mas o desejo de mudar e a consciência é que motivam, trazendo bem estar, saúde, qualidade de vida e consequentemente um

mundo melhor. Considerando a necessidade nutricional dos seres humanos, como o veganismo atua de forma alternativa sem prejudicar o organismo? Já foi comprovado que a adoção desse estilo de vida alimentar traz inúmeros benefícios para a saúde, como o menor risco de doenças cardiovascular, melhora na diabetes, diminuição da pressão ar-

terial, diminuição do colesterol e uma melhor qualidade de vida como um todo. Como qualquer outro estilo de vida alimentar é necessário que se atente aos nutrientes que estão sendo ingeridos, que devem estar dentro do parâmetro ideal para cada indivíduo, assim a alimentação vegetariana/vegana precisa ser equilibrada, variada e o mais natural possível, garantindo assim o aporte de nutrientes necessários sem que haja déficits. A melhor forma de garantir esse equilíbrio é com o auxílio de um profissional nutricionista, que vai adequar a rotina às necessidades individuais de cada pessoa. Há estratégias para permanecer quando ainda está no início, na adaptação? E em casos de recaídas, o que fazer? Sim! Quanto mais informações você tiver sobre o assunto, mais fácil para entendê-lo e alcançar seu objetivo. Ou seja, livros, documentários, sites, profissionais da saúde especialistas na área podem ajudar nessa transição e adaptação. Respeite seu tempo. Vá devagar. Comece a cozinhar! Garanto que você vai descobrir um mundo de novos sabores, texturas e gostos. Você vai descobrir que da pra reproduzir vários alimentos afetivos que lembram a carne (hambúrgueres, tortas, bolos, sorvetes), mas sem causar sofrimento animal! Inspire-se! Procure blogs, sites, canais, profissionais que dão dicas de alimentação. Procure pessoas que levam o mesmo estilo de vida que o seu para trocar experiências. Procure um profissional nutricionista para te auxiliar na transição e adaptação, otimizando sua saúde e organizando sua alimentação conforme a sua rotina e realidade. No momento da transição para o veganismo é muito importante respeitar a sua adaptação. Fomos criados culturalmente numa sociedade onde a carne é primordial, então é normal no começo da transição algumas “recaídas”, isso não quer dizer que você não terá sucesso no seu novo estilo de vida. É importante respeitar seu próprio tempo. Faça pequenas mudanças, adaptações de receitas, procure apoio, troca de experiências com pessoas veganas, teste receitas novas, receitas que se lembre ao aspecto da carne. E se necessário, procure ajuda profissional, um nutricionista poderá auxiliar o melhor caminho para sua transição.


Como combater a perda de massa magra na quarentena PÁG. 3

Alan Guedes é destaque na Coluna da Adiles PÁG. 6

CADERNO B Dourados 15.6.2020 O PROGRESSO TIAGO GOMES

112 ANOS DE IMIGRAÇÃO JAPONESA EM DOURADOS CLUBE NIPÔNICO DISTRIBUI MÁSCARAS Valéria Araújo O Clube Nipo Brasileiro de Dourados celebra os 112 anos de Imigração Japonesa no Brasil, comemorado em 18 de junho, com atos de solidariedade e amor ao próximo. Devido ao momento da pandemia os associados realizaram campanha de Confecção de máscaras de tecido e arrecadação de agasalhos. Foram produzidas mais de 3.700 máscaras de proteção que foram doadas a entidades filantrópicas, comunidade indígena, setores da saúde pública do município e para a comunidade nipônica do clube. Toda a ação conta com a participação dos associados do clube, que doaram tecidos e ornamentos, além da dedicação das costureiras do departamento de Senhoras do Clube (Fujinkai). De acordo com o presidente do Clube Nipônico, Nélio Kurimori, por causa das recomendações de isolamento social, as tradicionais atividades presenciais do Clube estão suspensas, porém a data não poderia “passar em branco”. Por isso, como a entidade já tem como tradição a realização de atos beneficentes, a celebração esse ano será um ato de amor ao próximo. Ele explica que boa parte das máscaras já foram entregues a liderâncas indígenas e que outra parte que está sendo confeccionada pelas mulheres do clube será distribuída em breve. A imigração japonesa no Brasil, é um marco de trocas de culturas, cada vez mais presentes nos dias atuais. Hoje, no país do Carnaval, os brasileiros aprendem a comer sushy enquanto os japoneses dançam samba, numa integração de costumes. Em Dourados, o clube oferece a população em geral uma série de atividades, voltadas para a cultura e esporte, como as danças (odori), karaokê, Beisebol, gueitebol, tênis de campo, Voleibol, além de ensinamentos da culinária tradicional com o departamento das idosas e das senhoras. O clube conta com 120 famílias associadas que participam das atividades culturais promocionais e festividades gincana poliesportiva (undokai), Dia da família, Japão Fest, a Festa Junina e campeonatos esportivos, que reúnem milhares de participantes.

Saiba mais

O Clube

Um dos primeiros presidentes da Associação Nipônica de Dourados, Toshinobu Katayama, nomeia hoje uma das principais ruas de Dourados, onde está localizada a sede do Clube Nipônico. A rua Toshinobu Katayama apresenta elementos fortes da cultura oriental, símbolos e esculturas, e, é um pedaço do Japão no centro de Dourados, simbolizando a chegada das primeiras famílias japonesas na cidade, em 1953. Katayama, que chegou ao Brasil em agosto de 1929, sempre incentivou a participação e contribuiu ativamente nos eventos importantes em Dourados, como aniversários da cidade, Semana da Pátria, exposições e acolhimento de autoridades que visitavam a região. Era naturalizado brasileiro, filho de Kosaku Katayama e Ritsu Katayama. Nasceu em Kuga-Yamaguchi-Ken, no Japão no dia 9 de janeiro de 1916, e emigrou para o Brasil em agosto de 1929, aos 14 anos, fazendo parte, formalmente, da família de Sadao Saito, no navio Manilha. Desembarcou no porto de Santos e seguiu para a Fazenda Avenida, no município de Sales de Oliveira, na região da Alta Mogiana. Casado com Tomie Fujinaka, Em junho de 1952, Katayama e os cunhados (um deles Eisei Fujinaka), vieram para Dourados. Toshinobu, com seus cunhados, instalaram a máquina de beneficiamento de arroz Katayama, iniciaram no comércio de secos e molhados e atuaram como intermediário de produtos agrícolas, principalmente de colonos nikkeis (japoneses e seus descendentes, nascidos no Brasil), das colônias de Laranja Lima, Cafeporã, além das colônias japonesas de Matsubara e Curupaí, próximo a hoje, Naviraí e Colônia Kyoei, na localidade conhecida como Barreirão. Empreitou-se ainda na revenda de veículos, posto de combustível e na criação de gado. Também, pela sua relação de amizade com Matsubara, e, apoiado pela diretoria da Associação, atuou ativamente para a vinda de imigrantes do pós-Guerra japonês, na instalação desses imigrantes, na região da atual região de Vicentina - a que ficou conhecida como Colônia Matsubara. Katayama foi um dos principais fundadores do Clube Nipônico, exercendo a presidência por oito gestões. Foi também o principal organizador da Associação Cultural

Nipo-Brasileira sul-mato-grossense, ocupando o cargo de presidente, desde a fundação em 1964 até a data de seu falecimento, em 1980. Entre os anos de 1956 e 1958, Katayama trabalhou como membro ativo na campanha para a instalação da agência do Banco do Brasil em Dourados. Em 1968, foi o organizador e presidente da Federação Matogrossense de Beisebol que representou todas as equipes de beisebol do Estado (MT), junto à Federação Nacional de Beisebol. Com a Divisão do Estado, a Entidade passou a se chamar Federação Sul-Matogrossense de Baseboll. Katayama sempre atuou como elemento conector entre os órgãos oficiais da representação japonesa como o consulado, embaixada japonesa e os imigrantes japoneses de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O jornal O PROGRESSO destacou o falecimento de Toshinobu Katayama, na edição de 16 de março 1980. “Falece em Dourados vítima de ataque cardíaco, o líder da colônia nipônica de Dourados, Toshinobu Katayama, que muito contribuiu ao desenvolvimento sócioeconomico de Dourados. Toshinobu chegou em Dourados em meados de março de 1952 e, desde então, procurou sempre uma maneira de ajudar no com o crescimento de Dourados. Na edição de 20 de março de 1980, O PROGRESSO registrou a homenagem realizada em sessão solene pela Câmara Municipal de Dourados, a Toshinobu Katayama. (...) Desde sua chegada a esta cidade, ele contribuiu efetivamente para solucionar os problemas da comunidade japonesa da cidade e de toda região, principalmente aos imigrantes que aqui chegaram na década de 1950, dando orientação na agricultura, assim como a todos os problemas sociais, tais como na educação, cultura, saúde, etc (...) Toshinobu Katayama, naturalizado brasileiro, era filho de Kosaku Katayama e Ritsu Katayama. Toshinobu e a esposa Tomie tiveram os filhos Elza Utaka, Ernesto Katayama, Olímpio Katayama e Gilberto Katayama. Sempre participou e contribuiu ativamente nos calendários festivos e cívicos de Dourados, principalmente nas comemorações do aniversário da cidade, exposição agropecuária e recepção às autoridades estaduais e federais. Trabalhou como membro ativo, de 1956 a 1958, na campanha para a instalação do Banco do Brasil em Dourados. A Rua Espírito Santo passou a ser denominada Toshinobu Katayama, através da Lei nº 1259/80.


2

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Caderno B PAULO TAKARADA

Clube Social

uniu os Nipônicos de Dourados e região Associação foi constituída por 36 sócios fundadores e teve como primeiro presidente Kiheiji Nishimura De acordo com o livro Centenário da Imigração japonesa em Dourados , da Associação Cultural Nipo-Brasileira Sul-mato-grossense, a Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Dourados foi fundada em 31 de julho de 1953, para organizar a acolhida das 60 famílias de imigrantes japoneses, do pós-guerra, que se estabeleceram na recém implantada Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), na região que passou a ser conhecida como Colônia Matsubara. A Associação foi constituída por 36 sócios fundadores e teve como primeiro presidente Kiheiji Nishimura. O objetivo inicial seria recepcionar o grupo de imigrantes que estaria chegando. Até então as famílias que residiam em Dourados viviam em isolamento. Os preparativos foram programados, em uma reunião, na residência de Kiheiji Nishimura, na atual Rua João Cândido Câmara, esquina com a Rua Oliveira Marques, quando, por aclamação foi eleito presidente da comissão de recepção e, também, presidente provisório do Clube Nipônico de Dourados, entidade social, recreativa e esportiva, que de-

sempenharia papel fundamental na integração das famílias japonesas radicadas na região e que, posteriormente no intercâmbio com outras entidades congêneres. A organização da recepção aos imigrantes foi um marco inicial para a integração social das famílias nipônicas e, ao mesmo tempo, para a instituição oficial da associação. Na época Dourados estava com 18 anos de emancipação, um município até então rico em erva-mate, e, iniciava na plantação do café - produtos que hoje foram substituídos pela soja, arroz, milho, trigo, sorgo, além de outros cereais. Fundado o Clube Social Nipônico, em 1953, ele passou a contar com uma sede provisória de madeira, erguida na gestão do presidente Massaichi Igumal. Utilizando essa sede, a colônia Japonesa organizava festas de casamento, formaturas e festividades do ano novo. A tualmente a sede de campo é constituída por um salão de festas, piscinas, quadras e campos para a prática de basebol, natação futebol, gatebol, voleibol, tênis de campo e de mesa , diz trecho do livro Centenário da Imigração japonesa em 2008.

OS PIONEIROS Alguns testemunhos registram que o primeiro japonês a se estabelecer em Dourados foi Koki Oshiro. Ele adquiriu em 1927 uma posse na periferia do povoado de Dourados, então distrito de Ponta Porã. Ele teria sido o primeiro a comprar terras no município (segundo Yoshiharu Guenka, citado em Inagaki). Ele veio no Navio Kasato Maru, morou um tempo em Campo Grande, depois adquiriu as terras na região de Dourados. Começa em 1946 a volumosa e progressista migração japonesa com a chegada em Dourados de quatro a cinco famílias de agricultores. Nesse ano vieram do Estado de São Paulo: Mineji Saito e Jooji Eguti e ainda no mesmo ano, Benkiti Kakuda e Hidekiti Dokko. Atravessando o Porto XV, aqui chegaram após uma semana de viagem, através de estradas boiadeiras, enfrentando as intempéries, montados em caminhões “pau de Arara”. Em 1951 vieram de Araçatuba Satoshi Nakao. De Cafelândia partiram Kotaro Eto, Tatsuji Fukushima e Takemiti Shiruzu. Também veio nesse ano, da região de Lavinia, Takeo Takimoto para trabalhar na Serraria Continental. Eram os anos de pós guerra (que havia terminado em 1945), e, além dos problemas que algumas famílias estavam encontrando em suas regiões (a Shindo Renmei – grupo que não aceitava a derrota do Japão na Segunda Guerra), promissoras terras da região de Dourados ainda não tinham sido desbravadas, e, seu preço era bom. Esses pioneiros vieram em busca de novos horizontes e a maioria vinha para lavoura com o objetivo de fazer fortuna com o café. No entanto alguns já vieram para se dedicar ao comércio ou prestação de serviços como a família Dokko em posto de gasolina e mecânica; Katayama e os irmãos Fujinaka iniciaram com sapataria, máquina de arroz, passando para secos e molhados e beneficiamento de café; Shiruzu dedicou-se ao transporte de carga; Iguma e Takimoto a indústria madeireira; Massago ao comércio de móveis e Kawamoto a fábrica de bebidas.


3

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Caderno B

Japão Fest preserva a cultura nipônica em Dourados

Focada na gastronomia e em danças, a festa é uma celebração do povo japonês O Japão Fest, comemorado em novembro, também mantém vida a cultura nipônica em Dourados. No ano passado o evento contou com a presença do cônsul geral do Japão em São Paulo, Yasuchi Noguchi. Esse ano, a diretoria do Clube aguarda as orientações de saúde com relação a pandemia para confirmar se haverá ou não a festa. Focada na gastronomia típica e em danças tradicionais, a festa é uma celebração do povo japonês, cujos primeiros imigrantes chegaram ao Brasil em 1908, fixando-se em diversas regiões, contribuindo para o desenvolvimento do país. Durante os 3 dias de evento, essas memórias ganham vida nas apresentações e os brasileiros podem sentir a força desse povo que partiu do outro lado do mundo para aqui chegar. Com danças e comidas absolutamente típicas e tradição seculares, a festa tem de tudo um pouco. Por isso mesmo, costuma atrair milhares de pessoas, de diferentes raças. Para a colônia nipo-brasileira, o acontecimento se constitui num momento especial e gastronômico e já faz parte do calendário turístico e cultural da cidade, uma vez que desde a sua criação, milhares de pessoas marcaram presença em todas as edições. O evento reúne atrações para todas as idades, como apresentações musicais e de dança. Também ocorrem exposições culturais e comerciais. Em edições anteriores houve oficinas de origami, arte tradicional e secular japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objetos com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la. O curso foi ministrado pela Escola Modelo de Língua Japonesa de Dourados. A diversidade gastronômica e as apresentações culturais são os destaques do Japão Fest. Pratos típicos da culinária japonesa como yakissoba (macarrão frito com carnes e verduras), temaki (verduras enroladas em arroz e recoberta de alga), sushi (peixe e arroz), sashimi (peixe), sobá e tempurá (fritura de verduras) ficam à venda na Praça da Alimentação. Entre os destaques do Japão Fest é a apresentação do Bon Odori, evento milenar da tradição japonesa, com danças e músicas, com participação de comunidades de outras cidades do Estado e da região. Ainda participam do Japão Fest, academias e instituições artísticas que proporcionam uma integração com a comunidade nipo-brasileira.

PAULO TAKARADA

Evento reúne atrações para todas as idades, como apresentações de dança

O beisebol começou como uma diversão para novos imigrantes

Saiba mais

Estádio Cesar Lucchesi De acordo com o livro “Centenário da Imigração Japonesa da Grande Dourados”, o início das obras de construção do Estádio “Cesar Luchesi” foi em 1970, quando presidia o clube Toshinobu Katayama e foi concluído no ano seguinte na gestão do presidente Teruki Dokko, em 1971. Em 1975 o campo do Estádio Nipônicob Brasileiro passou a ser denominado “Estádio Cesar Lucchesi”. Ainda em 1975, em fevereiro , foi aprovada a idéia de construção da Escola da Língua Japonesa para crianças e jovens. Em setembro, foi dado o início da construção do campo de futebol de salão, handboll, vôlei e basquetebol. Também foi fundado o departamento de Pingue e Pongue. Em 1976 foram feitas reformas no prédio do Kaikan, no campo”Estádio César Lucchesi” e inaugurado o prédio para funcionamento esportivo e escola da língua japonesa. Em 1977 aconteceu a construção das arquibancadas de concreto, vestuários e nova cobertura, proteção de grades e novas cercas. Preparação para a realização do XV Campeonato Brasileiro de Beisebol Juvenil Inter-Seleções, realizado em 1978. BEISEBOL E SOFTBOL A história do beisebol na cidade está ligada ao nascimento do Clube Nipônico (hoje Nipo-Brasileiro), em 1953. Apesar da sede surgir nesse ano, os descendentes japoneses já praticavam essa modalidade. O beisebol começou como uma diversão para novos imigrantes mas, ao longo do tempo se viu a necessidade de incentivar este esporte. Criou-se comissão e hoje departamento para cuidar dessa modalidade. O primeiro jogo amistoso realizado em Dourados foi com o Matsubara, justamente para receber os novos imigrantes. Depois, competições anuais foram realizadas com o então Estado de Mato Grosso e, com o Divisão do Estado, também aconteceram mudanças. Foi o auge do esporte. Segundo o livro da “Imigração Japonesa da Grande Dourados”, o beisebol de Dourados tem sido destacado através dos amantes do esporte com a ajuda de Toshinobu Katayama e Eikiti Sakaguti, que construíram o campo de beisebol, depois o senhor Shohei Fuginaka, que treinava a categoria adulta. Conforme ainda o livro, “na modalidade de sofbol, Dourados também esta bastante animado, onde temos as categorias feminino infantil e adulta. No masculino as categorias: adulto , senhor (33 anos) veterano (40 anos), super veterano (50 anos) e diamante (60 anos). Conseguimos montar todas essas categorias, graças a integração dos atletas aqui da região, tais como: Dourados, Laranja Lima, Kyoi, Fátima do Sul e Matsubara. Consagramos campeão brasileiro de softol nas categorias sênior, duas vezes, uma vez na categoria super veterano e uma vez na categoria diamante. Por intermédio de Nobuo Yamashita que é diretor do Departamento de Beisebol e Softbol, através de ajuda da classe empresarial, patricínios, cobrança de mensalidade e promoções”, diz trecho do livro.


4

Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Bem estar

Como combater a perda de massa magra

durante a quarentena? Conhecido como sarcopenia, problema que atinge principalmente pessoas acima de 40 anos e pode ser agravado pela falta de exercícios físicos A perda da musculatura, ou perda de massa magra, faz parte do envelhecimento do corpo e tende a avançar a partir dos 40 anos. No entanto, hábitos ruins como o sedentarismo podem acelerar o processo, chamado de sarcopenia, levando à redução da mobilidade e impactando severamente a qualidade de vida. “Esse é um alerta importante, sobretudo neste momento de isolamento, quando muitas pessoas encontram dificuldade de praticar atividades físicas regularmente”, destaca Luiz Adalberto dos Reis, educador físico da SELFIT Academias. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 47% da população adulta brasileira é considerada sedentária, ou seja, não pratica pelo menos duas horas e meia de exercícios moderados por semana. Portanto, lutar contra o sedentarismo, considerado pela OMS como o quarto maior fator de risco de mortes no mundo, se tornou uma questão fundamental de saúde. “Se você não faz exer-

Para manutenção de massa muscular, o treino mais adequado conta com exercícios resistidos que podem ser feitos com o próprio peso corporal, conforme recomenda o especialista da SELFIT Academias em treinos de alto rendimento. Portanto, a dica do educador físico é:

AGACHAMENTO

Em pé, com as pernas afastadas e os pés posicionados para frente, flexione os joelhos como se fosse se sentar. REPETIÇÃO: duas séries de dez, com pausas de 30 segundos

AFUNDO

Em pé, dê um passo à frente com uma perna de cada vez, flexionando os joelhos até que a perna de trás forme um ângulo de 90 graus. REPETIÇÃO: duas séries de dez, com pausas de 30 segundos Para combater esse mal, é necessário incorporar uma rotina mais saudável

PANTURRILHA

Fique em pé com as pernas unidas, depois na ponta dos pés e retorne à posição original. REPETIÇÃO: duas séries de dez, com pausas de 30 segundos

Muitas pessoas, ao perder massa magra, não percebem de imediato o problema, pois a musculatura é substituída por gordura A perda de massa magra também pode ser agravada por uma alimentação desequilibrada e sono irregular cícios, o seu condicionamento físico desaba muito rápido. O ganho de massa é muito importante para o sistema imunológico”, reforça. O educador físico conta que, muitas pessoas, ao perder massa magra, não percebem de imediato o problema, pois a musculatura é substituída por gordura, dificultando até mesmo um diagnóstico preciso. Por isso, é importante ficar atento aos sinais. Conforme explica Reis, os primeiros sinais de perda de massa magra são a diminuição da força e redução da circunferência das pernas e braços, que ficam mais flácidos. “Conforme a sarcopenia avança, a pessoa pode perceber também uma redução na agilidade de locomoção”, completa. Considerado um problema de origem multifatorial, além da falta de exercícios, a perda de massa magra também pode ser agravada por uma alimentação desequilibrada e sono irregular. Para combater esse mal, é necessário incorporar uma rotina mais saudável ao seu dia a dia.

EXERCÍCIOS PARA EVITAR A PERDA DE MASSA MAGRA

ABDOMINAL RETO NO SOLO

Com as costas no chão e pernas dobradas, levante o tronco em direção aos joelhos, concentrando o esforço na região do abdome. REPETIÇÃO: duas séries de dez, com pausas de 30 segundos

PRANCHA FRONTAL

Vire-se de barriga para baixo e suspenda o corpo apoiando os cotovelos e a ponta dos pés no chão. REPETIÇÃO: três séries com pausas de 30 segundos

FLEXÃO DE BRAÇO

Na mesma posição da prancha frontal, porém com as mãos apoiadas no chão, flexione os braços e retorne à posição inicial. REPETIÇÃO: duas séries de seis flexões, com pausa de 30 segundos

De acordo com a OMS, 47% da população adulta brasileira é considerada sedentária

“Além disso, o nosso condicionamento cardiorrespiratório tem que estar em dia, portanto atividades aeróbicas também são importantes neste momento”, lembra. Para isso, Reis sugere alternar os dias de treino resistido com os dias de caminhada e corrida leve de uns 20 a 25 minutos, atividade que pode ser feita na esteira durante o isolamento.


1

O PROGRESSO

Dourados, 8.6.2020

IMÓVEIS CASA ALUGA

86683

CASA JD. MARACANÃ 2 quartos, 1 suíte, sala, cozinha, banheiro, garagem e 1 edícula. Tratar: 98118-9892 - whatsapp CASA VENDA

86687

VENDO CASA Ou troco casa de 3 quartos por apartamento R$ 250 mil. Aceito proposta. Rua Ramão Vital Viana, 2925, Terra Roxa 2. Tratar: 99665-4549. COMERCIAL ALUGA

86684

SALA COMERCIAL Edifício June, 64m² Tratar: 98118-9892 whatsapp

DIVERSOS OPORTUNIDADES

86681

RA HIGIENIZAÇÃO Manutenção e instalação de ar condicionado residencial. Limpeza, carga de gás e higienização completa. Ótimo preço. Tratar: 99673-8030 - Carlos

OPORTUNIDADES

DE EMPREGO PROCURA-SE EMPREGO

DOMÉSTICA Fixo ou diária. (Resido no Água Boa). Com referência. 996724482 Maria Aldina

CASAL P/ TRABALHAR EM FAZENDA Com experiência em lida com gado e trator. Curso de inseminação. Tel. 9935-0090 Nilton

CLASSIFICADOS/ATOS OFICIAIS


Dourados, 15.6.2020 O PROGRESSO

Adiles do Amaral Torres

COLUNA DA ADILES GENTE QUE ACONTECE

adiles@progresso.com.br

“Discordo daquilo que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de o dizeres.” Voltaire

DESTAQUE

Reinaldo Azambuja e Fatima

Aécio Luna e Rute

Luis e Vera Veríssimo

Destaque para o presidente da Câmara de Dourados, Alan Guedes, que vem conduzindo brilhantemente os trabalhos do legislativo douradense. Na foto, com a esposa Kelly

Ó INFÂNCIA, ADEUS JUVENTUDE Laerte Tetila e Zonir

Ai! Que tristeza eu sinto Quando sozinho a cismar, Me lembro da minha infância Que já lá vai na distância E que não há de voltar

Thiago Pizzini

Fabiano Deiss

Eu dava o resto da vida Para passar um só dia, À sombra daquelas flores Entre os alados cantores Como na infância vivia!

Tenir Miranda e Odete

Walter Carneiro Junior Raquel Machado

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

Werner e Ely Oliveira

ANIVERSARIANTES

Correr de novo cantando Debaixo dos arvoredos, Viver de novo essa vida Daquela quadra querida Com meus saudosos brinquedos. De tudo posso esquecer-me, De tudo posso olvidar, Mas não esqueço um instante Da minha infância distante Que já não há de voltar...! Weimar Torres (in memorian)

“Meus Versos... - pág. 157”

Segunda (15/08) Terça (16/05) Quarta (17/05)- JOÃO M. RAMOS Quarta (17/05)- JEFERSON AVALHAES ANDREA PAGNOCELLI DR. ZALOAR M DE SOUZA Na foto, com a esposa Vandira Na foto, com a esposa Vanessa

Quarta (17/06) DR. DANIEL NOGUEIRA

Quinta (18/06) MARIO DOS SANTOS (Mestre Guerreiro)

Sexta (19/06) JOAQUIM DE SOUZA

Sábado (20/06) PADRE DUVÍLIO

Quinta (18/06) DRA. GELZA DOS SANTOS

Domingo (21/06) MARISA SERRANO

Sexta (19/06) - FANDI FAKER Na foto, com a esposa Maristela

Domingo (21/06) LUCAS CORREA

Domingo (21/06) AJURYCABA CORTEZ

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, de segunda (15): Eduardo Capilé dos Santos; Isadora de Souza Domingues; Rodrigo Pedro Albiazzeti; Vanilton Batista da Silva; Talita Augusta Rodrigues; Thauany Fernanda Noraschi; Sérgio Luiz F. Dias; Audax Barbosa Arantes. De terça (16): Denise da Costa Rodrigues; Júlio Cesar P. de Lima; Miguel Francisco; José Moreno Filho; Olga Sueli T. da Silva; Carlos Alberto Regiane. De quarta (17): Daniel Nogueira; Claudina de Jesus Barnabé dos Santos; Justiniano Soares Neto; Milton Asmus; Wander Nogueira; Atila Nunes Calumby; Jaíra Machado da Rosa; Maria Rosinete Rodrigues; Aline de Souza Oliveira; Onecy Osório Carneiro; Adailton Farias; Gedson Cassiano. De quinta (18): Geovane Gomes Moreira; Fernando Stoco Missiato; Maário Vargas Postaue; Rogério de Almeida; Aurélio Luciano Bonatto; Vitor Lima dos Santos; Dayane Furtado Bigatão; Bruno Lopes; Marcos Antônio Zago; Sérgio Luiz Ramos; Eva Martiminiano Rossi. De sexta (19): Pedro Henrique da Costa Farias; Fábio Rodrigues Ritz Araújo; Ataufo Ferreira de Oliveira; José Joaquim de Souza; Silvia Elisa Merenge; Rafael Rodrigues Pinheiro; Aldimira Ferreira Camilotti; Joana Sinezak; Lício Dias da Silva; Janiele Cristina Paggi. De sábado (20): Nilton Rodrigues; Maria de Fátima Silva dos Anjos; João Paulo Pires Gomes; Estela Soler de Matos; Sônia de Alencar; Diego Milan Moreira; Paulo Dorta de Oliveira; Márcio Matozinho dos Anjos; Ramiro Lopes de Oliveira.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.