DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.631
O PROGRESSO
29 de junho de 2020
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DIVULGAÇÃO
DIA A DIA Covid-19
Número de infectados em MS aumenta 570% em 30 dias PÁG. D1
CADERNO B Dourados
Em tempos de pandemia artistas inventam soluções criativas. PÁG. B1
Saúde
Como o Ayurveda pode ajudar a reforçar a imunidade PÁG. B3
TRATAMENTO
IVERMECTINA PODE SER USADA
CONTRA COVID-19? A Ivermectina, vermífugo popularmente conhecido no tratamento de piolhos, vermes e outros tipos de parasitas, tem surgido na ciência como uma ‘luz no fim do túnel’ para o tratamento eficaz do novo coronavírus. Farmácias procuradas pela reportagem demonstram a procura intensa por parte da população ao produto. PÁG.D4
Política
Marçal pede que secretarias de educação garantam material impresso aos alunos PÁG. A3
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Opinião EDITORIAL
Lockdown: 51% dos leitos de UTI estão ocupados
S
e o fechamento total do comércio está relacionado ao número de vagas de leitos disponíveis, Dourados precisa estar em alerta. Isso porque na última semana, dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI chegou a 51%. Além da demanda local, Dourados atende outros 33 municípios que fazem parte da macrorregião. Do total de 102 leitos, 52 estava ocupados. Em Campo Grande e Corumbá essa taxa já chega aos 60%. Em movimento contrário ao atual, de flexibilização do distanciamento social em várias cidades, o Brasil precisaria de, pelo menos, 15 dias de “lockdown forte” para a curva de transmissão da Covid-19 entrar numa rota descendente e segura, segundo especialistas. Ao portal Valor, o reitor da Universidade Federal de
Pelotas (UFPel) e coordenador do primeiro grande estudo nacional sobre a propagação do novo coronavírus, explica que com medidas mais rígidas os números caíram cada vez mais igual em outros países,
como Alemanha, Itália e Espanha. O especialista ainda destaca que a intensidade do vírus não é diferente de país para país. Para ele, a diferença está na capacidade de transmissão do vírus ou do percentual da
população afetada. Recentemente dois relatores da área de direitos humanos e pobreza da Organização das Nações Unidas afirmaram que as “políticas econômicas e sociais do Brasil colocam milhões de vidas em risco”. Para eles, o País deveria abandonar políticas de austeridade e aumentar os gastos para combater a desigualdade e a pobreza exacerbadas pela pandemia do novo coronavírus. Segundo eles, a crise da covid-19 é um momento para os Estados repensarem suas prioridades e melhorarem os sistemas universais de saúde e de proteção social. “Estados de todo o mundo devem construir um futuro melhor para suas populações, e não valas comuns.” Os analistas afirmaram que a renda básica emergencial e a ampliação das medidas de distanciamento social são necessárias. “No entanto, mais (ações) precisam ser feitas”.
nós, aqueles que já se foram, que aqui estão e também aqueles que ainda virão, estávamos sim, lá, em algum lugar, no Céu, junto com Ele e Jesus Cristo. Se todos aqui estamos para descobrirmos e aceitarmos o poder e glória de Deus e de Jesus Cristo, a questão é: para onde irão aqueles que não aceitaram essa verdade Divina, mas que levaram uma vida justa e honesta, sem maldades? E aqueles que cometeram crimes, bárbaros inclusive? É justo que fiquem no mesmo lugar? A resposta, com base nas Escrituras é: não! Pois o Senhor preparou lugares distintos a todos os seus filhos, de acordo com a vida que levaram na Terra. As Escrituras ensinam sobre três reinos de glória: Reino Celestial, Reino Terrestre e Reino Telestial. O que vai determinar para qual deles iremos será o tipo de vida que decidimos levar hoje. No livro (sagrado) Doutrina e Convênios (de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) a descrição de cada reino: CELESTIAL – “Esses são os que receberam o testemunho d e Je s u s e c re ra m e m seu nome e foram batizados (...) que, guardando os mandamentos,
[puderam ser] lavados e purificados de todos os seus pecados e [receberam] o Santo Espírito”. (DeC 76:51-53) TERRESTRE – Para esse reino irão aqueles que rejeitaram o Evangelho na Terra, mas que o receberam depois no Mundo Espiritual. São as pessoas honradas, mas que foram cegadas para o Evangelho de Jesus Cristo pelas artimanhas dos homens. São também aqueles que receberam o Evangelho e um testemunho de Jesus, mas que depois não foram valentes. (DeC 76:73-79) TELESTE – Esses não receberam o Evangelho nem o testemunho de Jesus Cristo na Terra nem no mundo Espiritual. São os mentirosos e feiticeiros e adúlteros e libertinos; e todo aquele que ama e inventa a mentira. TREVAS EXTERIORES – São aqueles que ganharam testemunho de Jesus, por intermédio do Espírito Santo e conheceram o poder do Senhor, mas deixaram que Satanás se apoderasse deles. Negaram a verdade e desafiaram o Poder de Deus. Ao tomarmos conhecimento desses mundos, e dos objetivos de estarmos aqui, todos temos o poder e a capacidade de darmos novos rumos às nossas vidas, procurando, a partir de agora, levarmos uma vida digna e honesta e nos aproximarmos mais de Deus. Ele é o único capaz de nos proporcionar, ainda nesta vida, a verdadeira felicidade individual e familiar, independentemente do tamanho e peso do fardo que carregamos.
A morte não é o fim WILSON AQUINO*
*Jornalista e Professor
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que sabemos sobre a vida após a morte? A pergunta tem sido feita pelo homem desde o começo da sua existência. E apesar de sempre existir aqueles que não acreditam que ela continua após a morte do corpo físico, as Escrituras Sagradas provam ao contrário: que o espírito é imortal e que o homem justo e honesto pode sim viver eternamente e em condições muito melhores que aqueles, iníquos, que praticaram o mal para com o próximo e perante Deus, Criador do Céu e da Terra. A vida eterna é o maior dom de Deus dado ao homem. “A vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”, diz a Escritura em João (17:3). Observe que nela está explícito também o objetivo do homem neste plano: cada qual deve descobrir por si só que Deus é o Senhor de todas as coisas e Nosso Pai Celestial, aquele que enviou Seu Filho Unigênito para nos mostrar o Caminho, a Verdade e a Vida. A Luz da Salvação.
É como se a vida na Terra fosse um grande vestibular pelo qual todos devemos trabalhar pela aprovação, sem nos lembrar de quem realmente somos e de onde viemos, para que isso não interfira em nosso livre arbítrio de trilharmos ou não o caminho justo e honesto, louvando e enaltecendo o nome de Deus, ao menos no final da jornada. As Escrituras Sagradas também nos revelam onde todos estávamos antes de virmos à Terra para nos aperfeiçoarmos. Apesar de muitas igrejas rejeitarem essa ideia de que existíamos antes de assumirmos um corpo de carne e ossos neste plano, elas provam ao contrário, como Ele mesmo diz: “Onde estavas tu, quando eu fundava a Terra? Faze-me saber, se tens entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre o que estão fundadas as suas bases? Ou quem assentou a sua pedra de esquina? Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus Jubilavam? ” (Jó 38:4-7). Observe que o Senhor afirma categoricamente que “TODOS OS FILHOS” Dele jubilavam. Logo, eu e você, todos
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Política
A pobreza no Brasil tem cor: é preta, diz pesquisadora douradense Pró-reitora de Ensino da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul diz que as políticas afirmativas de cotas raciais são necessárias para se garantir inclusão social Ao comentar sobre o ato que revogou a decisão que acabava com incentivo a cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação, a professora-doutora Maria José de Jesus Alves Cordeiro, pró-Reitora de Ensino da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) atribuiu a medida ao fato das entidades que representam os negros do Brasil terem lutado e se manifestado em favor de seus direitos. Para ela, essa articulação já é reflexo das políticas de inclusão raciais desenvolvidas nos últimos anos, que abriram as portas das universidades para os mais vulneráveis. “A pobreza no Brasil tem cor e ela é preta. Os mais pobres são negros. Quando me perguntam porque não se estabelece uma política por cota social, ou porque o branco pobre não tem cotas, a resposta é a seguinte: quando você tem um negro e pobre e um branco e pobre quem é que é mais discriminado socialmente, principalmente no mercado de trabalho? Se você tiver uma única vaga de emprego quem é que você acha que vai conquista-la? Isso acontece porque no Brasil ainda temos a cultura de que negro é inferior, é feio e incapaz. Então entre se ter um negro ou uma negra pobre de recepcionista na loja e uma branca pobre, as pessoas escolhem a branca pobre. Esse é o princípio da necessidade de cotas raciais. No nosso País há exclusão pela cor da pele, a exclusão pelo fenótipo do negro, que são as características físicas e quanto mais a pele é mais escura mais discriminada a pessoa será”, destaca.
A pesquisadora continua: “Na história do Brasil o ingresso do estudante a Universidade foi pelo desempenho, que nós chamamos de meritocracia, ou seja, as pessoas que demonstram mérito no processo seletivo. No entanto quem são elas? Aquelas que têm acesso as melhores escolas, aos melhores estudos, as melhores oportunidades culturais, entre outros. E aí nem o branco pobre fica, já que o branco de classe média alta tem o acesso aos cursos superiores especialmente nos cursos mais disputados como os da área da saúde. Então os negros são penalizados duas vezes. Não têm a oportunidade durante a sua infância e adolescência de cursar boas escolas porque são pobres e precisam trabalhar desde cedo e acabam estudando no curso noturno, trabalhando durante o dia. Então no aspecto meritocrático esse jovem negro vai concorrer com o branco, filho da classe média alta que nunca trabalhou, que só estudou de dia, teve direito a cursos pré-vestibulares, direito a cursos de língua inglesa e de informática e tantas outras coisas.Qual é o mérito que existe isso? É como se eu colocasse alguém para disputar uma corrida um com carro super potente e o outro com uma bicicleta. Os dois saindo do mesmo ponto ao mesmo tempo para chegar no mesmo lugar quem é que você acha que ganha?”, indaga. Ao comentar sobre a decisão do MEC de voltar atrás a professora foi enfática. “Recuaram porque não esperavam que os negros, os indígenas, os deficientes lutassem por seus direitos
Marçal pede que secretarias de educação garantam material impresso aos alunos Diante da crise financeira muitos pais estão com dificuldades de imprimir as atividades O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) encaminhou indicação ao Governo do Estado e as prefeituras de Mato Grosso do Sul para solicitar que as secretarias de educação garantam materiais impressos aos estudantes. Com a pandemia, as aulas passaram a ser remotas e muitos pais têm questionado que diante da crise financeira estão com dificuldades de imprimir as atividades. Os materiais passaram a ser disponibilizados de forma digital e pais e mães têm procurado o gabinete do deputado para relatar que nem sempre podem pagar pela impressão. Para Marçal Filho, os estudantes não podem ser prejudicados e as secretarias de educação junto às escolas devem garantir materiais impressos quando
necessário. O deputado destaca a iniciativa e inovação de escolas, que adotaram medidas criativas para compartilhar os conteúdos e para acompanhar o desenvolvimento das atividades. Gestores de diversas escolas, por exemplo, chegaram a criar portais de conteúdo repletos de recursos multimídia para os estudantes. E para o atendimento de casos pontuais e dúvidas, a alternativa adotada foram os aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhastApp. Já o Governo do Estado em parceria com a Google Inc criou plataforma de ambiente de estudo virtual para os 230 mil alunos da rede e passou a transmitir aulas pela TV aberta. As escolas, até então, ficaram de fornecer materiais impressos aos alunos, principalmente para aqueles que não têm acesso à internet. No entanto, nem todas tem garantido a impressão das atividades. Como as escolas dos municípios não
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Universidade que descobrem que são capazes que tem direitos que podem avançar, que podem também se formar que podem ir para o mercado de trabalho igual qualquer um. Que o fenótipo, as suas características físicas não são impedimentos para o seu desenvolvimento intelectual, para sua aquisição de conhecimento, a sua formação enquanto pessoa e profissional. Então é nesse sentido que nós precisamos, sim, ainda de cotas porque ainda temos muitos anos pela frente no combate ao racismo no combate à exclusão ao preconceito e a discriminação em relação a todos os segmentos”, explica.
SOBRE MARIA CORDEIRO
Maria José de Jesus Alves Cordeiro pela formja como sempre foram tratados, como invisíveis. Mas descobriram que não é mas assim nesse país e isto também é resultado da política de cotas que vem ocorrendo desde os anos 2000 porque quando nós colocamos negros indígenas pessoas com deficiência em outros grupos dentro da Universidade na graduação nós estamos oferecendo a estes grupos a oportunidade de receber um processo de formação que vai empoderar não só socialmente mas como cidadão”, destaca. Ela continua: “É no contexto da
Profa Dra Maria José de Jesus Alves Cordeiro. Pró-Reitora de Ensino da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul ( UEMS ); Pesquisadora do Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia - CEPEGRE/ UEMS; Membro do Coletivo de Mulheres Negras de MS “ Raimunda Luzia de Brito”; Coordenadora da região Centro Oeste no Consórcio Nacional de NEABsCONNEABs; Membro da Academia Feminina de Letras e Artes de MS AFLAMS; Membro da Associação Nacional de Pesquisadores/as Negros/as do Brasil - ABPN; Membro da diretoria da Associação Internacional de Investigadores da América Latina e Caribe - AINALC
ARQUIVO
COLONO - Cumpádi, está usando certo sua máscara?
ZÉ PINGA - Além de máscara, tô usando alcool 70% e alcool destilado. ic, ic. ic...
“Alunos não podem ficar sem acesso ao ensino por falta de material impresso” estavam preparadas para aulas remotas, a realidade é outra e as atividades passaram a ser repassadas via WhatsApp. Para Marçal Filho, é preciso que a secretaria de estado de educação e as secretarias municipais de educação das 79 cidades de Mato Grosso do Sul disponibilizem materiais impressos para facilitar o melhor desenvolvimento das aulas, de forma a deixar nenhum aluno sem acesso ao ensino.
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Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL
O Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento-IMAD, no uso de suas atribuições estatutárias, convoca todos os membros da instituição para participarem da Assembleia Geral Extraordinária que se realizará no dia 30 de julho de 2020, de forma virtual em função das restrições de isolamento por causa da pandemia do COVID-19, a partir dos computadores na sua sede, sito à Rua Mustafá Saleh Abdo Sater, 1150, Parque Alvorada, Dourados-MS, às 19:00 horas, em primeira convocação com metade dos associados mais um, ou uma hora depois, em segunda convocação, com qualquer número de participantes, para a aprovação da revisão do seu Estatuto.
Antônio Weber Presidente
Demora em resultados de testes prejudica contenção do Covid-19 PÁG. 2
Ivermectina pode ser usada no tratamento de Covid-19? PÁG. 4
DIA A DIA Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO DIVULGAÇÃO
Memorial foi montado em frente à Prefeitura de Dourados para relembrar as 17 vítimas da Covid-19 na cidade até sexta-feira 26/6
Número de infectados por Covid-19 em MS
AUMENTA 570% EM 30 DIAS Um dos grandes problemas no Estado é o índice de isolamento social que não passa de 36% O número de casos de coronavírus em Mato Grosso do Sul tem aumentado muito nas últimas semanas. Em 30 dias o Estado passou de 900 registros da doença para mais de 6 mil. Os óbitos também cresceram: 230%. A cidade de Dourados é considerada epicentro da doença. A maioria dos municípios do interior não tem UTI e grande parte dos pacientes estão sendo levados
Coronavírus trouxe impactos importantes na saúde e na economia e mudou a rotina dos 2,7 milhões de habitantes do MS para Campo Grande ou Dourados. Somente na Capiral, a taxa de ocupação das UTIs já está em 64%. As autoridades temem um colapso no sistema de saúde no mês que vem. Dourados é a segunda maior cidade do Estado, com 220 mil habitantes, quantidade de população quatro vezes menor se comparado
a Campo Grande. Há um mês a cidade do interior tinha pouco mais de cem casos e agora passa de 2 mil, cerca de mil registros a mais que a Capital. Um dos grandes problemas no Estado é o índice de isolamento social que não passa de 36%, quando o índice aceitável seria de 50%, embora a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomende 70%. “Aglomerações, uso de espaços públicos sem qualquer distanciamento entre as pessoas, o não uso de máscaras, festas e mais festas em todos os bairros - seja nos bairros centrais, seja nos bairros da periferia -, e, além disso, inaugurações de espaços com grandes aglomerações [ocorreu em Campo Grande]”, destaca Geraldo Resende, secretário estadual de Saúde. Apesar de Mato Grosso do Sul ser um dos estados brasileiros com menor número de casos e mortes, o coronavírus trouxe impactos im-
portantes na saúde e na economia e mudou a rotina dos 2,7 milhões de habitantes. Mas autoridades de saúde estão preocupadas com o crescimento ascendente de casos e temem colapso para o mês que vem. Para frear o contágio, quem entra em várias cidades precisa passar por barreiras sanitárias. Se tiver febre, é encaminhado para fazer o teste rápido. Além disso, todos os carros são desinfectados antes de seguir viagem. Toque de recolher foi implantado nos municípios, no entanto, o distanciamento social tem sido o principal entrave. O uso de máscaras passou a ser obrigatório em todo o Estado há uma semana. Em Dourados é fácil perceber as pessoas com a proteção no centro da cidade e nos supermercados. No entanto, a realidade é bem diferente nos bairros, locais onde é fácil encontrar rodas de pessoas. O município tem decreto que proíbe aglomerações até em frente
de residências, mas não há fiscalização para educar tanta gente que insiste descumprir as medidas. A Reserva Indígena de Dourados, a maior urbana do país, com mais de 17 mil pessoas, também enfrenta problema com a pandemia. Mais de 100 indígenas foram contaminados e houve registro de morte. Por lá a situação é mais crítica, devido muitas famílias não terem acesso a necessidades básicas como rede de água, tornando o combate da doença ainda mais difícil. Lideranças têm criado barreiras para impedir o acesso de não índios na reserva. Equipes de saúde da prefeitura, governo do estado e universidades foram para o local e realizaram testes em boa parte da comunidade. Aqueles que são diagnosticados com a doença e possuem quadros clínicos normais são encaminhados para uma casa de retiro da igreja católica, para isolamento social.
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia
Demora em resultados de testes prejudica contenção da Covid-19 Em Dourados, avanço da doença e aumento na procura fizeram o Estado ampliar número de testes A demora entre a coleta de exames para o diagnóstico de COVID-19 e a liberação do resultado dos testes está prejudicando a contenção da pandemia do novo coronavírus, já que possíveis infectados não ficam em isolamento. A constatação é do próprio Ministério da Saúde que reconhece que a capacidade de processamento de exames por parte dos 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen), um em cada unidade da federação, é insuficiente para o controle da disseminação da doença. O problema motiva as autoridades a procurarem alternativas para ampliar esta capacidade, como o uso de laboratórios de polícias e da Embrapa, além de uma parceria público-privada. Em Dourados o desiner Pedro Freitas Rocha sentiu na pele os reflexos da alta procura. Sentindo falta de ar, um dos sintomas da doença, ele buscou agendamento para o teste no drive thru do Corpo de Bombeiros no último dia 12. Só havia vaga para o dia 16, quatro dias depois. Após fazer o teste foi informado de que receberia o resultado por SMS, o que não ocorreu. Oito dias depois o resultado do exame foi publicado no portal da Secretaria de Saúde do Estado, informando para negativo para a doença. Foram 12
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O PROGRESSO
Dourados, quinta/sexta-feira 19/20.12.2019
ATOS OFICIAIS
“Ampliar a testagem é importante para que o Poder Público tenha a dimensão do atual cenário” dias de espera para saber que não tinha o vírus. Nesse período ele ficou em isolamento, porém outros pacientes não chegam a ter o mesmo entendimento e quanto mais o exame demora, mas chances de estarem transmitindo a doença a terceiros. O avanço tanto de casos confirmados como em óbitos no município de Dourados, fez a Secretaria de Saúde do Estado intervir e socorrer o município mais que duplicando o número de testes no drive thru além da realização dos exames todos os dias, inclusive nos finais de semana. O número de testes diários saiu de 90 para 320, sendo 230 RTPCR e 130 testes rápidos de segunda a sexta-feira. Aos finais de semana são 50 testes RT PCR e 50 testes rápidos. Semanalmente, já são 2 mil testes realizados no município. De acordo com o coronel do Corpo de Bombeiros, Marcello Fraiha com a ampliação foi possível desafogar a fila por exames e hoje já é possível agendar o procedimento para o dia seguinte em Dourados. Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, ampliar a testagem é importante para que o Poder Público tenha a dimensão do atual cenário e também para a tomada de decisão em relação às
Avanço de casos fez a Secretaria de Saúde do Estado socorrer o município mais que duplicando o número de testes no drive thru medidas de controle da doença. “O Governo do Estado e a SES têm adotado todas as ações possíveis e necessárias para vencermos essa guerra de ampliação de leitos à distribuição de EPIs, assim como elevação de testes, porém é preciso que a população faça sua parte”. SERVIÇO
O drive-thru em Dourados funciona no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar, localizado na Avenida Presidente Vargas, 1167, Vila Progresso, e o telefone para contato é (67) 3311 6263. O resultado leva de 24h a 48h no máximo e é encaminhado, por SMS, ao paciente, que também é acionado pela equipe médica responsável do Disk Covid. O cidadão também poderá consultar o resultado do exame no site da Secretaria de Estado de Saúde – www.saude.ms.gov.br
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia
Ivermectina pode ser usada no tratamento de Covid-19? Procura pelo medicamento aumentou nas farmácias e alguns comércios já registram desabastecimento
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Da redação A Ivermectina, vermífugo popularmente conhecido no tratamento de piolhos, vermes e outros tipos de parasitas, tem surgido na ciência como uma ‘luz no fim do túnel’ para o tratamento eficaz do novo coronavírus. Farmácias procuradas pela reportagem demonstram a procura intensa por parte da população ao produto. Um dos estabelecimentos consultados recebeu 200 caixas de ivermectina no sábado (20/6) e em 2 horas todas já haviam sido vendidas. “Se eu tivesse 5 mil caixas tinha vendido tudo. Estamos com estoque zerado e já tem falta no distribuidor”, afirmou vendedor da unidade. Pesquisas realizadas por cientistas australianos perceberam a eficácia do medicamento contra o vírus Sars-Cov-2, que provoca a Covid-19. Em amostras in vitro, o contato do novo coronavírus com o antiparasitário revelou em 48h uma redução absoluta da reprodução viral. Esse efeito trouxe esperança para um possível agente combativo à doença, que assola todo o planeta. São mais de 9.440.535 infectados, com quase meio milhão de mortos. Apenas 4.764.577 pessoas conse-
Políticos como o governador do Mato Grosso, tem defendido o uso da ivermectina no protocolo contra Covid-19 guiram se recuperar do vírus, mas o avanço do contágio é cada vez mais acelerado. O Brasil, por exemplo, atingiu na semana passada a marca de 1 milhão de infectados. É o segundo país no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos com mais de 2,4 milhões de casos confirmados. Médica atesta eficácia No Brasil, uma das mais renomadas médicas ultrassonografistas, além de pesquisadora e professora em São Paulo, Lucy Kerr (CRM-SP 20963) iniciou suas pesquisas comprovando a eficácia do medicamento nas fases 1e 2 da doença. “Quase de imediato, após ler esse estudo dos especialistas autralianos atendi uma sequência de 20 pacientes com Covid- 19 e todos eu consegui tratar e curar em 48 horas como preconizado, utilizando a Ivermectina ajustada para peso, com a dose recomendada, embora 4 casos mais graves tenham necessitado de uma segunda dose. Eu administro um grupo de 570 médicos Whatsapp e Telegram e eu mencionei lá nos grupos que havia conseguido a cura dos pacientes. Depois que eu passei a minha experiência, os colegas começaram a utilizar a Ivermectina e os relatos de sucesso se sucede-
Primeiros resultados no uso da ivermectina são animadores ram, um após o outro de pacientes curados, e eles começaram a utilizar pessoalmente a Ivermectina como medicação profilática uma vez por semana para continuarem a trabalhar”, explica. Recentemente o Hospital da Marinha do Brasil – Hospital Naval Marcílio Dias Clínica De Doenças Infecciosas e Parasitárias Serviço De Controle De Infecção Hospitalar, publicou um protocolo para uso domiciliar da Ivermectina durante tratamento da COVID-19 1, utilizando a mesma dosagem que preconizamos e estamos usando desde março de 2020. “Estou muito feliz porque agora já temos vários estudos corroborando nossa experiência de tratamento e não tinha como eu não divulgar que no nosso grupo a Ivermectina foi 100% eficaz nas fases 1 e 2 da infecção. Nas fases mais avançadas do Covid-19, quando já houve lesão de muitos órgãos importantes, como coração, pulmão, fígado, rins, cérebro, retina e intestino e, mesmo que ocorra recuperação, poderá haver sequelas que não sabemos ainda quais serão e nem sabemos se definitivas ou não. Nessa fase outras medidas são necessárias. É uma doença nova e aprendemos dia-a-dia com ela”. Kits para a prevenção Políticos como o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), tem defendido o uso da ivermectina no protocolo contra Covid-19. Ele
estava infectado e por recomendação médica usou o fármaco aliado a azitromicina, obtendo cura após dias de acompanhamento. Sem eficácia e sem comprovação Os primeiros resultados no uso da ivermectina são animadores, especialmente por ser um medicamento de fácil acesso, baixo custo, boa tolerabilidade e favorável perfil de segurança. Entretanto, como qualquer outro medicamento, não é inócuo e apresenta contraindicações, que incluem o emprego em crianças menores de 5 anos e em indivíduos com afecções do sistema nervoso central que possam afetar a barreira hematoencefálica. Já foi comprovado que o novo coronavírus pode provocar o aumento da permeabilidade hematoencefálica pela resposta inflamatória exacerbada e, nessas condições, o potencial neurotóxico da ivermectina deve ser considerado. Aliado a este fato, não se sabe ao certo a dose que é capaz de inibir a replicação viral sem promover toxicidade, se o uso preventivo é capaz também de reduzir a chance de uma infecção grave ou se a sua utilização apresenta indicação para todos os pacientes que venham apresentar sinais e sintomas da Covid-19, dos mais leves aos mais graves. Portanto, são necessários estudos mais robustos, com aplicação deste agente em seres humanos através de controle rigoroso, para melhor esclarecer a aplicabilidade clínica
Médica brasileira Lucy Kerr atesta para eficácia da Ivermectina deste fármaco. Ademais, a automedicação através do empirismo ou “achismo” não deve acontecer por parte da população, pois há uma linha divisória tênue entre a dose recomendada e a dose capaz de causar danos, e cada ser é único e precisa ser avaliado de forma individual por um profissional habilitado. Por isso, é imprescindível procurar um profissional médico para maiores esclarecimentos acerca das possíveis modalidades terapêuticas empregadas para a Covid-19. O infectologista Daniel Galina, membro do Comitê de Gerenciamento da Pandemia em Dourados, disse ao O PROGRESSO a opinião pessoal dele à respeito do uso da ivermectina como kit contra Covid-19. “Ela é uma medicação usada principalmente para escabiose (piolho) e algumas verminoses. In vitro, ou seja, no tubo de ensaio do laboratório, mostrou eficaz na diminuição replicação do vírus. Porém in vivo, ou seja nos pacientes não se mostrou eficaz. Portanto é parecido com o uso da hidroxicloroquina, que não tem nada comprovado. Neste momento não indicaria seu uso assim, como contra indicaria a distribuição de tais kits”, afirmou. A reportagem buscou contato com o porta-voz do comitê, o médico Frederico Weissinger, para saber como a administração municipal tem avaliado a inserção do fármaco no protocolo de tratamento da doença, mas não obtivemos retorno.
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia ENTREVISTA · Sani da Silva Farias (CRP 14/08287-2) - Psicóloga
Isolamento pode agravar ansiedade e obsessão por limpeza em pessoas com TOC Frases
Uma das principais causas de incapacidade no mundo, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) pode ser percebido com maior intensidade durante a pandemia. Em Dourados, a psicóloga Sani da Silva Farias explica que o avanço de Covid-19, o perigo de contaminação e as recomendações de medidas de proteção como o isolamento social podem agravar sintomas como a ansiedade e desencadear obsessões e compulsões, que se não tratadas podem afetar a saúde mental do indivíduo, prejudicando suas atividades diárias e numa situação de agravamento da doença pode levar a tentativa de suicídio. Em entrevista ao O PROGRESSO a profissional explica sobre como identificar o transtorno e como realizar o tratamento. As pessoas que possuem transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), podem ter seu sofrimento intensificado por conta do isolamento que está sendo exigido, e pode afetar negativamente sua condição . Mas o que seria o TOC? O Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC), é um transtorno como o nome indica, se caracteriza pelos sintomas de obsessões e compulsões, sendo que as obsessões são pensamentos ou impulsos que se repetem constantemente e não controlada, provocando ansiedade. Já as compulsões caracterizam-se por comportamento de repetições ou condutas mentais que buscam diminuir a ansiedade afastando as obsessões. Ou seja, as compulsões neste caso são com intuito de diminuir a ansiedade e o sofrimento que uma obsessão esteja causando e essas ações são conhecidas como ritualísticas são praticadas de forma sistemática e quando não se pratica o ritual obsessivo compulsivo a pessoa tem a sensação de que acontecerá alguma coisa terrível, uma tragédia Quais as principais características do TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) e como identificá-lo? Pode-se apontar como obsessões mais comuns, a preocupação com germes, sujeira; com perfeccionismo e simetria; com secreções corporais (como suor); temor de que algo muito ruim possa acontecer com alguém próximo ou com si mesmo. E as compulsões mais comuns são: lavar as mãos com frequência; arrumação e classificação sistemática; verificar as portas constantemente. Para que seja diagnosticado/identificar como TOC, os sintomas devem se apresentar em um nível que interfira na vida da pessoa, seja na área social,
“O sintoma principal do paciente com é a frequência de pensamentos obsessivos que levam a realização de um ritual para tentar diminuir a ansiedade” “O TOC pode ser tratado. O tratamento do TOC auxilia no alívio do sofrimento, e na maioria dos casos pode eliminar os sintomas de forma parcial ou totalmente” “Recomendação ao identificar qualquer sintoma do TOC é que a pessoa procure um especialista” trabalho, nas relações interpessoais, ou em seus estudos e que esses sintomas ocorram por mais de uma hora ao dia, causando sofrimento ao paciente prejudicando suas atividades diárias. Como esses sintomas afetam a vida do paciente? O sintoma principal do paciente com é a frequência de pensamentos obsessivos que levam a realização de um ritual para tentar diminuir a ansiedade, em casos mais graves pode acarretar em incapacidade para práticas de rotina, podendo levar o indivíduo a ficar preso em casa na tentativa de fugir das situações que causam temor, diminuindo assim a qualidade de vida de quem sofre de TOC, afetando principalmente a sua saúde mental, podendo levar o indivíduo até mesmo a tentar o suicídio. Pode haver um agravamento do TOC devido à situação atual? Podemos indicar algumas situações que possam agravar os sintomas do TOC como o aumento das lavagens das mãos com mais frequência e por um tempo estipulado; todas as vezes que sai de casa ou tem contato com sujeira, isso pode facilmente se tornar um ritual e pode ocorrer pensamentos mais frequentes de contaminação de-
vido a uma possível exposição. Dessa forma essa situação em que vivemos poderá de alguma forma desencadear recaídas em alguns pacientes por conta da sensação de falta de controle causadas pelas compulsões e obsessões afetando principalmente o estado psicológico dos indivíduos. Todas as pessoas que de alguma forma apresentem preocupação com limpeza e perfeccionismo sofrem de TOC? Não. É importante lembrar que, algumas manias relativas a organização e seleção de meios para executar ações e, ou funções é normal. Somente pode se considerar um transtorno obsessivo-compulsivo quando este se transforma em algo inflexível, ritualístico, tomando tempo e atrapalhando a capacidade de produção do indivíduo, causando angustia, sofrimento e levando ao atraso de compromissos ou a desistir destes constantemente. Existem tratamentos para o TOC? Sim, o TOC pode ser tratado. O tratamento do TOC auxilia no alívio do sofrimento, e na maioria dos casos pode eliminar os sintomas de forma parcial ou totalmente. O tratamento consiste em psicoterapia e em casos
mais graves, o uso de medicamentos, sendo mais indicado quando associado a psicoterapia. Como é o tratamento? Os tratamentos mais indicados são por meio de Psicoterapia e com medicamentos, sobretudo quando o paciente sofre de outros problemas além do TOC, como a depressão e a ansiedade, o que ocorre com frequência. O tratamento Psicoterápico pode incluir terapias comportamentais como atividades de exposição e de abstenção da prática dos rituais como preventivo de resposta, ou mesmo a prática de atividades físicas como forma de controle dos sintomas. O que se deve fazer ao identificar os sintomas de TOC? A recomendação ao identificar qualquer sintoma do TOC é que a pessoa procure um especialista, para que este possa dar um diagnóstico preciso e que indique o tratamento mais adequado para o caso. Quais os riscos de não se tratar de forma adequada esse transtorno? A ausência ou mesmo o abandono do tratamento pode causar um agravamento dos sintomas podendo levar o indivíduo a incapacidade completa. A pessoa pode ter dificuldades em exercer funções simples e rotineiras como fazer compras, pode levar a redução da capacidade de produção no trabalho e nos estudos, além de prejudicar a convivência com outras pessoas, até mesmo com os familiares. Considerações Devido ao isolamento social preventivo para o controle do Coronavírus, pode se ocasionar a intensificação da ansiedade em pacientes que sofrem com os sintomas do TOC. Algumas compulsões como o acumulo, a lavagem de mãos e o consumo de medicamentos podem vir a apresentar recaídas em pacientes que já apresentavam certo controle dos sintomas, e também pode haver um agravamento das compulsões, ao mesmo tempo que estes sintomas são normalizados devido as medidas preventivas indicadas por conta da pandemia. Alguns pacientes com TOC vem a ter uma clara percepção de sua condição e, no entanto, não buscam ajuda de um especialista por falta de compreensão do que seria um comportamento excessivo, principalmente quando tal comportamento, de certa forma, está sendo estimulado. Por esse motivo se torna cada vez mais relevante à conscientização das pessoas sobre esse problema e também sobre a importância de procurar ajuda profissional ao identificar os sintomas do TOC, para que seja diagnosticado e tratado de forma adequada assim melhorando a qualidade de vida das pessoas e os profissionais da área da saúde mental devem estar preparados para as demandas que vem surgindo com a nova condição social da atualidade. SERVIÇO
A psicóloga Sani da Silva Farias atende no Projeto À Flor da Pele na Rua Guaratuba n ° 40 BNH III Plano. O telefone para contato é: (67) 98179-5767.
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia ENTREVISTA · Gustavo Veiga de Lara - Pediatra e Homeopata
Pediatra alerta para nova síndrome que pode afetar crianças com Covid-19 Cristina Nunes
Frases
A comunidade médica tenta entender uma síndrome que aparentemente pode estar afetando crianças que foram contaminadas pelo coronavirus. Chamada de Síndrome Inflamatória Multissistêmica foi registrada inicialmente no Reino Unido, e posteriormente na Espanha, Itália, França e EUA, e inicia os sintomas de dois a quatorze dias após o início dos problemas respiratórios característicos da Covid19. Em Dourados, o médico pediatra e homeopata Gustavo Veiga de Lara explica que apesar dos estudos demonstrarem uma taxa de internação e de mortalidade menor na faixa pediátrica, crianças também podem evoluir com complicações na Covid19. Em entrevista ao O PROGRESSO ele alerta para a importância delas também serem incluídas nos cuidados referentes a tentativa de diminuir o contágio.
“Estudos demonstram uma taxa de internação e de mortalidade menor na faixa pediátrica”
Recentemente a OMS alertou sobre uma nova inflamação que está afetando crianças e adolescentes e pode estar ligada ao novo coronavírus. Do que se trata e quais as complicações? Se trata de uma apresentação aguda e grave denominada Síndrome Inflamatória Multissistêmica relacionada ao Covid-19. Descrita inicialmente no Reino Unido, e posteriormente na Espanha, Itália, França e EUA, afeta crianças de 4 a 17 anos, de dois a quatorze dias após o início dos sintomas respiratórios característicos da Covid19. Esses pacientes evoluem com complicações em vários sistemas do organismo, com quadro semelhante ao Choque Tóxico ou a Síndrome de Kawasaki, que se caracteriza por um aneurisma gigante da artéria coronária, ou seja, uma dilatação nessa importante artéria que irriga e nutre o coração, necessitando de cuidados em unidade em terapia intensiva. Acredita-se que essa complicação seja decorrente de uma resposta imunológica tardia e desproporcional do organismo em relação a doença. Apesar de rara, essa síndrome reforça que não são apenas os idosos que podem evoluir com complicações na Covid19, e que as crianças também devem ser incluídas nos cuidados referentes a tentativa de diminuir o contágio. As crianças tem mais resistência ao vírus comparado a outras faixas etárias? Não. Como se trata de uma mutação do coronavírus, nenhum ser humano
“Como os bebês podem apresentar um risco maior de complicações devemos redobrar os cuidados com eles”. “crianças obesas, diabéticas, hipertensas, recém nascidas ou imunocomprometidas, são sim um grupo de risco, pois apresentam uma maior chance de complicações graves”. tem anticorpos que combatem esse novo subtipo de coronavírus antes de ser infectado.
mais raramente conjuntivite e manifestações cutâneas como exantemas e urticárias.
Quando acometidos pelo covid-19, os sintomas são os mesmos desenvolvido nos adultos? Sim, porém os estudos demonstram uma taxa de internação e de mortalidade menor na faixa pediátrica. No maior estudo realizado até agora, entre as 731 crianças com doença confirmada virologicamente, 94 (12,9%) eram assintomáticas, 315 (43,1%) tiveram quadros leves, e 300 (41%) tiveram quadros moderados, representando juntos 97% dos casos confirmados. As proporções de crianças classificadas como casos graves foram de 2,5% e críticos de 0,6%, sendo substancialmente inferiores às observadas em adultos com COVID-19. Curiosamente, bebês e crianças em idade pré-escolar tinham maior probabilidade de apresentar manifestações clínicas graves do que crianças mais velhas. Os sintomas mais comuns são febre, tosse, dor de garganta, corisa ou rinorréia e fadiga, evoluindo com falta de ar e dor toráxica. Pode estar presente sintomas gastrointestinais com diarreia, dor abdominal, náuseas e vômitos, e
Por que geralmente as crianças infectadas se recuperam mais rápido que os adultos? Como se trata de uma doença nova, existem algumas teorias para essa menor gravidade, que ainda necessitam de mais estudos para se ter uma compreensão maior desse fenômeno. Uma delas são as diferenças da resposta imune em cada faixa etária, o que geraria uma inflamação menor nas crianças, decorrente de uma menor “tempestade de citocinas”, substâncias responsáveis por uma resposta imune desproporcional maior em adultos. Outra hipótese seria de que a imunidade inata das crianças possui uma resposta com mais Células T, que seriam mais eficazes para o combate aos vírus. Existe a possibilidade de imunidade cruzada com outros tipos de coronavírus. Porém a principal teoria seria uma menor expressão nas células pulmonares dos receptores usados pelo coronavírus para adentrar nas células, chamado de Enzima Conversora de Angiotensina, ou ECA2. Todas essas teorias ainda necessitam de
mais estudos para se desvendar qual desses fatores é o que mais contribui para essa menor gravidade nos casos pediátricos. Entre os adultos temos os chamados "grupos de risco". Entre as crianças também há um grupo de risco? Alguma doença infantil ou outro fator pode fazer com que a criança venha a óbito caso seja infectada pelo vírus? Sim, existem os grupos de risco. As doenças respiratórias alérgicas não são do grupo de risco, como a asma e a rinite, por uma série de fatores, incluindo uma menor expressão do ECA2 nas células de epitélio da árvore respiratória desses pacientes. Porém crianças obesas, diabéticas, hipertensas, recém nascidas ou imunocomprometidas, são sim um grupo de risco, pois apresentam uma maior chance de complicações graves. Se incluem nesse grupo também crianças com cardiopatias com repercussão hemodinâmica, e com algum erro inato do metabolismo ou com alguma imunodeficiência primária ou adquirida. Quais os principais cuidados que os pais devem ter para evitar que as crianças se contaminem com o vírus? O Ministério da Saúde recomenda ações preventivas diárias para ajudar a prevenir a propagação do vírus respiratórios em geral, incluindo: Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool; Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; Evitar contato próximo com pessoas doentes; Ficar em casa quando estiver doente; Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo; Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência. Além de cumprir com as normas descritas nos decretos da prefeitura acerca do distanciamento social, e dos cuidados quando for necessário sair de casa. No geral, as saídas necessárias para compra se suprimentos básicos, alimentícios ou medicamentosos, devem ser feitas sem a presença da criança. Deve-se tentar evitar ao máximo lugares fechados e com aglomerações, como comércios, igrejas e transporte público. No caso especifico dos bebês, eles necessitam de cuidado especial? Podem ter contato com álcool em gel e usar máscaras? Como os bebês podem apresentar um risco maior de complicações devemos redobrar os cuidados com eles. Eles podem ter contato com álcool gel e a lavagem das mãos com água e sabão, porém, como até dois anos não é recomendável o uso de máscaras, os cuidados interpessoais, ou seja, de quem tem contato com o bebê devem ser redobrados. Pessoas com quadro suspeito de Covid-19, ou que tiveram contato com pessoas diagnosticadas com coronavírus devem tem o bom senso de não chegar perto de bebês sem os devidos cuidados.
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia
Vitamina D e Zinco ajudam a fortalecer a imunidade
Falta de vitamina D pode causar raquitismo, osteoporose, queda de cabelo, risco de ocorrência de doenças cardiovasculares, além do aumento de ocorrência de infecções Cristina Nunes É essencial manter o corpo saudável para lidarmos com qualquer doença infecciosa de maneira mais eficaz. Neste contexto, é importante que não haja deficiência de vítimas e minerais como é o caso da Vitamina D e do Zinco. De acordo com o que explica a nutricionista Bianca Karolayne Lopes, a vitamina D é muito importante para o corpo humano, além da sua função mais conhecida alistada à saúde óssea, é responsável também por outros benefícios ao corpo, como regulador do crescimento, sistema imunológico, cardiovascular, músculos, metabolismo e insulina. “As células que fazem parte do sistema imunológico, como os linfócitos, têm receptores para a vitamina D, que atua no fortalecimento do sistema de defesa, auxiliando na prevenção de doenças”, destacou a profissional. Ainda de acordo com a profissional as consequências de deficiência de vitamina D pode-se destacar o aparecimento de problemas musculoesqueléticos, como raquitismo, osteoporose, queda de cabelo, risco de ocorrência de doenças cardiovas-
ALIMENTOS RICOS EM VITAMINA D
Salmão; Arenque e sardinha; Óleo de fígado de bacalhau; Atum em conserva; Gemas de ovos; Cogumelos
EXPOSIÇÃO AO SOL E VITAMINA D
Vitamina D é muito importante, além da sua função mais conhecida alistada à saúde óssea, é responsável por outros benefícios ao corpo culares, diabetes e síndrome metabólica, obesidade, além do aumento de ocorrência de infecções. O indivíduo com falta de vitamina D pode apresentar espasmos musculares, fadiga e mal-estar. Bianca também citou o Zinco como mineral que ajuda no fortalecimento da imunidade. “Um mineral essencial para as células do corpo humano é o zinco, está concentrado nos músculos, ossos, pele, rins, fígado, pâncreas, olhos e próstata. Ele desempenha uma função essencial em centenas de processos corporais, uma delas é a funcionalidade adequada do sistema imunológico. O zinco é um antioxidante, ou seja, previne contra o envelhecimento precoce das células e dos radicais livres”, destacou. “A deficiência de zinco pode levar ao comprometimento da imunidade, contribuindo para que o indivíduo fique mais vulnerável a doenças como resfriados e viroses. Além disso, a pessoa que estiver apresentando deficiência desse mineral pode ter queda de cabelo, paladar alterado, unhas fracas, infertilidade, diarreia crônica, dificuldade na cicatrização de feridas, distúrbios neurológicos e distúrbio do crescimento”, finalizou Bianca.
“A deficiência de zinco pode levar ao comprometimento da imunidade, contribuindo para que o indivíduo fique mais vulnerável a doenças como resfriados e viroses. Além disso, a pessoa que estiver apresentando deficiência desse mineral pode ter queda de cabelo, paladar alterado, unhas fracas, infertilidade, diarreia crônica, dificuldade na cicatrização de feridas, distúrbios neurológicos e distúrbio do crescimento. Bianca Karolayne Lopes (Nutricionista )
Saiba mais
OMS emite nota sobre relação Vitamina D x Covid-19
Mais de 90% da vitamina D é produzida de forma endógena: quando os raios ultravioletas da luz solar atingem a pele e desencadeiam a síntese do nutriente. Isso não significa, no entanto, que devemos nos expor ao sol de maneira indiscriminada e deixar de usar protetor solar. É preciso saber a forma certa de ajudar o corpo a produzir a vitamina D.
Em nota, a instituição citou uma fala do diretor-executivo do programa de emergências, Mike Ryan, no início de junho, que citava não ter evidências específicas sobre o uso de vitaminas contra o coronavírus. Sobre a questão das vitaminas, não acredito que exista evidência específica de que as vitaminas previnam ou possam tratar a Covid-19, disse Ryan em entrevista coletiva. “No entanto, existem muitas coisas que podemos fazer para manter nosso corpo saudável e permitir que lidemos com qualquer doença infecciosa de maneira mais eficaz, de modo que uma dieta saudável e, às vezes, suplementar essas dietas com vitaminas apropriadas sejam uma maneira muito positiva de se manter saudável.”
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Dia a Dia
“Se os profissionais da saúde adoecerem, quem vai cuidar da população?” Edgard Machado explica que durante a pandemia, quadros de estresse e ansiedade ampliaram e podem comprometer o sistema de saúde local O Progresso Carreiras ligadas ao serviços de saúde lideram o ranking de profissionais com maior desgaste mental. Enfermeiros, médicos, técnicos, auxiliares, farmacêuticos, fisioterapeutas, estão no topo da lista daqueles que mais sofrem com transtornos emocionais e psíquicos. A explicação para isso por ser pela estrutura deficitária de muitos serviços, a falta de condições essenciais e a carga elevada de tensão na rotina laboral. Com a pandemia do novo coronavírus essa realidade ficou ainda mais caótica. Se não bastasse os desafios já cotidianamente enfrentados, agora um inimigo invisível coloca em risco os próprios trabalhadores. Além deles, seus familiares também, outro motivo da chamada “macro pressão”.
Segundo o especialista, gestores públicos precisam estar em alerta devido a necessidade desses agentes O psicanalista Edgard Machado atua em hospitais do nordeste do país. Em passagem por Dourados ele falou ao O PROGRESSO da importância do cuidado com a saúde mental dos profissionais que estão na linha de frente contra a Covid-19. Segundo o especialista, gestores públicos precisam estar em alerta devido a necessidade desses agentes. “O estresse e a pressão de lidar com o ofício, acrescido do risco de adoecer, provocam severos problemas de saúde mental, aumentando o turnover e a síndrome de Burnout, além de gerar graves problemas como ansiedade e depressão. Por isso o gerenciamento e acompanhamento da sua saúde mental é fundamental. Seu bem-estar psicossocial nesse momento de crise torna-se indispensável. É necessário que o profis-
É importante oferecer tratamento psicológico aos agentes da saúde sional de saúde cuide de si, ciente de que é a pessoa mais importante no processo de cuidar. Estes profissionais devem conscientizar-se que se não estiver bem, não poderá cuidar de outras pessoas”, afirma. Para o psicanalista, que já atuou em negociações de conflito entre países na Organização das Nações Unidas, o período de crise pode despertar gatilhos antes neutralizados. Nesse momento, podem vir à tona medos e sensações ora desconhecidas pelo indivíduo. Falar sobre esses sentimentos é importantíssimo para objetificá-lo e descobrir ações imediatas de confronto.
“O esgotamento profissional causado por uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica vivida pelo trabalhador, associada a despersonalização e baixa realização pessoal, leva a situações de instabilidade, que usualmente gostam de chamar de surtar. Isso exige o apoio e acompanhamento de outros profissionais especializados, que tenham experiência em ambientes de pressão e, em situações clínicas, possam efetuar um acompanhamento e orientação a esses profissionais. Aí entra o papel dos psicanalistas, que detenham vivências e experiências anteriores em
situações de crise. Da mesma forma que outras doenças relacionadas à ansiedade são consideradas; as condições no local de trabalho podem gerar graves problemas de saúde da sociedade. Essas condições influenciam na saúde dos trabalhadores e podem gerar uma resposta negativa de adaptação do estresse. Assim, conflitos psíquicos podem ser determinados, o que aumenta a necessidade de maior atenção com os sinais e sintomas de atenção à doenças”, explica. Além do acompanhamento terapêutico, o profissional aconselha que práticas diárias sejam aplicadas a fim de amenizar os efeitos da pressão profissional. “Esses profissionais devem evitar formas errôneas de lidar com estresse e, os demais sintomas apresentados, como utilização de álcool, tabaco e outras drogas. Além de fazer pausas e descansar entre os turnos de trabalho, essas pausas devem conter atividades que auxiliem na melhora cognitiva do profissional. Vale destacar que é importantíssima a atenção com alimentos, mantendo uma dieta saudável, realizando pausas para alimentação, assim como para descanso. Além de fazer atividade física regular quando não estiver em ofício. Manter contato com familiares e amigos por meio das redes sociais será uma alternativa para amenizar os efeitos do distanciamento necessário”, afirmou. Edgard finaliza destacando a importância de oferecer tratamento psicológico aos agentes da saúde. “O grande problema é que, muitas vezes os profissionais da saúde ultrapassam suas fronteiras e entram num processo de tamanho desgaste, que tem no afastamento a mais eficiente saída. Porém, os gestores conscientes têm verificado que, se não houver um acompanhamento psicológico, esse quadro não se resolve, apenas se mascara”, finalizou.
Povo Puyanawa está vencendo guerra contra Covid-19 PÁG. 2
Como o Ayurveda pode ajudar a reforçar a imunidade PÁG. 3
CADERNO B Dourados 29.6.2020 O PROGRESSO
EM TEMPOS DE PANDEMIA
artistas inventam soluções criativas em Dourados Valéria Araújo Há três meses sem poder desenvolver suas atividades ao público e a espera de auxílios, que na prática não saíram do papel, artistas de Dourados, usam a criatividade e a tecnologia para manter produções em tempos de pandemia. As iniciativas incluem aulas, campanhas assistenciais e lives de apresentações culturais. Com imaginação e disposição é possível criar até filme de aventura. Foi o que fez o o professor e gestor cultural Antônio Júnior. Com as aulas de Teatro Infantil em plataforma online devido a pandemia, ele propôs às crianças a produção de um filme com cenas gravadas em isolamento. Trata-se de uma produção do Instituto de Desenvolvimento Artistico e Social Sucata Cultural em parceria com a Xaraés – Audiovisual. “O Contaminador” é um inimigo invisível e alienígena invade a Terra com um único objetivo: extinguir o planeta implantando um vírus mortal. No intuito de conter esse vírus e acabar com essa ameaça alienígena, um grupo de Super-Heróis e Super-Heroínas unem forças em isolamento social para deter o perigo. “O roteiro motivou os alunos a continuarem as aulas de teatro infantil na internet”, ressalta Antônio Júnior. As escolas de dança também tiveram que se adaptar. No Stúdio Blanche Torres as aulas de balé pelo Zoom, aplicativo de videoconferência, possibilitaram que as alunas do presencial pudessem continuar as aulas que vão do preparatório ao avançado. A Susi ______ mãe de aluna do Studio aprovou a idéia. “Nós tivemos que fazer algumas adaptações em casa e as alunas estão trabalhando o mental e o corporal. Dessa forma não perdem o foco e não ficam desreparadas quando voltarem as aulas”, destaca. As alunas abusam da criatividade com as aulas temáticas como a fantasia e festa junina. “A mudança para o ambiente virtual teve muitos desafios, como chegar aos alunos da melhor maneira possível foi um deles. Nos reinventamos, adaptamos nosso programa de estudos, mexemos no formato das aulas”, acrescenta a diretora do Studio e coreografa Blanche Torres. No Espaço de Cultura e Arte Casulo, o foco está nas ações sociais. Os artistas estão concentrados em levar ajuda nas aldeias e por essa razão participam de
campanhas em parceria com outras entidades para a arrecadação de alimentos, routas, tecido, elastico, produtos de limpeza e materiais de higiene. Uma costureira do Casulo faz a cnfecção de máscaras. Também lançaram um movimento para a compra de galões adaptados com torneiras para serem entregues em pontos estratégicos na aldeias onde falta água. Esses galões serão abastecidos com caminhões pipas. “No momento nosso trabalho está voltado a causas sociais e o trabalho artístico consiste na total divulgação e articulação política em torno da lei Aldir Blanc, para que espaços e artistas que estão sofrendo finnceiramente com essa pandemia possa se viabilizar”, explica a gestora cultural do espaço, Arami Marschner. Crise Apesar dos esforços da classe artística de Dourados a pandemia derrubou toda a cadeia produtiva cultural, que vai desde a manter os artistas como a geração de empregos, renda e giro na economia que essa atividade traz. A afirmação é do conselheiro do Conselho Municipal de Cultura, membro do Fúrum Municipal de Saúde e do Comitê de Operacionalização Pró Aprovação da Lei Aldir Blanc, o diretor cultural Danilo Rosset. Segundo ele os agentes culturais de Dourados já sofriam com a falta de incentivos importantes como a não realização do Fundo Municipal de Investimentos à Produção Artística e Cultural por três anos. Com a pandemia essa situação se agravou e hoje 85% dos profissionais de Cultura estão tendo que procurar atividades fora de sua área de atuação para se manterem. Ele mesmo é exemplo disso, já que teve que deixar suas atividades de produção cultural com a Educação Especial para produzir projetos administrativos para empresas. Ele acredita que incentivos como a Lei Aldir Blanc e o edital da Prefeitura de Dourados poderão dar um fôlego para a categoria, há três meses parada. No entanto ressalta a importância de Dourados se planejar e criar políticas públicas eficientes para não ter que atuar apenas “apagando incêndios”. Isso, segundo ele envolve a criação de um Fundo de Cultura que oportunizaria investimentos importantes para o setor.
Atividades incluem ações sociais e produções culturais na internet. Com imaginação e tecnologia dá para criar até filme de aventura
ALDIR BLANC Segundo Rosset a Lei Aldir Blanc deve injetar R$ 1,5 milhão na economia de Dourados por meio da Cultura. Os artistas que atendem os critérios deverão receber o valor de R$ 1.800,00 divididos em três parcelas de R$ 600. Quase um mês após ser aprovada no Congresso Nacional, e mais de 20 dias após aprovação no Senado, o Projeto de Lei 1075, que visa o pagamento de auxílio emergencial para artistas e técnicos do setor cultural e a criação de uma linha de crédito para espaços culturais e pequenos produtores durante a pandemia do novo Coronavírus, que causou congelamento imediato do setor, segue sem uma posição do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (Sem Partido). Para entrar em vigor precisa ser sancionado.
Saiba mais
Edital da Prefeitura
Após passar por prorrogação, o que frustrou o setor cultural de Dourados que tem urgência no auxílio para não encerrar atividades, o projeto “Cultura para Todos” foi lançado em Dourados. O edital prevê que a Secretaria de Cultura selecione apresentações culturais para exibições on-line. As inscrições deverão ser realizadas em julho, de 17 a 19, com envio da documentação exigida e da apresentação. Serão 40 vídeos selecionados para o projeto “Cultura para Todos”, divididos nas áreas de artes cênicas (circo, dança e teatro); música, artes visuais (pintura, escultura, gravura, desenho, design, fotografia, cerâmica, moda e poéticas contemporâneas, etc.); audiovisual, literatura, patrimônio cultural, artesanato.
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Bem estar
Povo Puyanawa está vencendo guerra contra Covid-19 com remédios da floresta Armas utilizadas contra o inimigo invisível são os chás da floresta que aumentam a imunidade do povo FOTOS: DIVULGAÇÃO
Nelson Liano Jr. Especial para O Progresso Numa batalha, mesmo que se saia vitorioso, as baixas acabam acontecendo. No caso do povo Puyanawa que enfrenta uma epidemia de Covid-19 dentro da aldeia que infectou a maioria dos seus 671 moradores, a única vítima fatal da doença foi o seu Mário Cordeiro de Lima, de 76 anos. Ironicamente, a morte escolheu o patriarca e primeiro cacique dos Puyanawa, depois da libertação desses índios do jugo de décadas a que foram submetidos por fazendeiros da região. Seu Mário foi um lutador incansável para conseguir a demarcação das terras do seu povo no município de Mâncio Lima (AC) às margens do Rio Môa. Ele tinha o respeito das principais lideranças indígenas e políticas do Acre. Mas apesar da perda irreparável, os Puyanawa estão vencendo a guerra contra o Covid-19. E as armas utilizadas contra o inimigo invisível são os chás da floresta que aumentam a imunidade do povo para enfrentar o vírus no organismo. O atual cacique Joel Puyanawa, filho do seu Mário, conta que cozinharam milhares de litros de medicina natural para distribuir na comunidade a base de cipó de espera aí, casca de caranapanaúba, quina-quina, boldo, alho e limão. “Muitos poucos que contraíram o Covid-19 aqui na Aldeia tomaram as pílulas que estão sendo usadas nos tratamentos tra-
UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Cacique Joel Puyanawa e a sua filha Daylu durante Festival Cultural
O pajé Puwe com o jornalista Nelson Liano
A preocupação é constante porque existe o agravante da malária que é uma ameaça constante na Aldeia dicionais,” afirmou o cacique. A situação que os índios enfrentaram poderia ter causado uma tragédia. O cacique Joel conta que nem nos seus piores pesadelos imaginou que um dia veria quase todo o seu povo “arriado” com febre, na cama e sofrendo com o medo da morte eminente por uma enfermidade que já fez milhões de vitimas pelo mundo. “O psicológico das pessoas fica muito afetado com essa doença e isso dificulta ainda mais a cura. Mas quando percebemos o que estava acontecendo isolamos todos. Teve filho que ficou mais de 15 dias sem ver o pai que mora ao lado. Passávamos três vezes nas casas distribuindo o chá diariamente para o povo aumentar a imunidade do corpo,” narra Joel. É verdade que o médico do Distrito de Saúde Indígena (Dsei) Dr. Éden ajudou muito no processo de enfrentamento da pandemia. “Desde que o povo adoeceu ele veio aqui pra dentro da aldeia para ajudar a tratar os doentes. E foi um dos que mais incentivou as pessoas da comunidade a tomarem os nossos remédios da floresta. Ele veio de Por-
pensam, os indígenas são muito trabalhadores. Mesmo com quase toda comunidade sofrendo com a enfermidade causada pelo Covid-19 aqueles que estavam bem continuaram trabalhando nos roçados para garantir alimentação de toda a Aldeia. Os Puyanawa receberam algumas doações de cestas básicas e ferramentas de trabalho do mestre humanitário, Sri Prem Baba, mas a base dos alimentos para a população foi tirada da lavoura produzida por eles.
Árvore de caranapauba to Walter (AC) com uma equipe de uma enfermeira e mais duas técnicas em enfermagem,” explicou Joel. Segundo a narrativa do cacique apenas três Puyanawa precisaram de hospital. O seu Mário, que veio a falecer, e dois jovens, um que já teve alta, e o outro um microscopista da Aldeia, que deve sair do Hospital Regional do Juruá, nos próximos dias, por ter apresentado melhora. “Mas se não fosse a nossa medicina natural acredito que teríamos perdido muito dos nossos ‘parentes’ para essa doença,” reflete ele. Nessa luta contra o Covid-19, o cacique teve como seu braço direito Luiz Puwe, um dos pajés do povo, que mesmo sentindo os sintomas continuou buscando as plantas na floresta para cozinhar os remédios. “O Puwe curou o vírus trabalhando
para ajudar os outros. Mesmo com febre alta não deixou de me ajudar para a gente conseguir acalmar a doença que deixou muita gente por aqui muito mal,” lembra o cacique. Os cuidados continuam... Mesmo sabendo que conseguiram vencer a primeira onda de contaminação do Coranavírus, o povo continua isolado nas suas casas e bebendo diariamente as medicinas naturais. A preocupação é constante porque existe o agravante da malária que é uma ameaça constante na Aldeia. Tanto que uma equipe de endemias da prefeitura de Mâncio Lima está fazendo o monitoramento dos possíveis casos da doença entre os Puyanawa para não haver mistura com o Covid-19. Agora, ao contrário do que alguns
Joel recebeu a missão de conduzir o seu povo como cacique do seu pai há alguns anos. Durante esse período os Puyanawa fizeram uma grande revolução social retornando à cultura original. Recuperaram o idioma, assumiram a espiritualidade dos ancestrais e se tornaram guardiões da floresta. Para se ter uma ideia da mudança, há cerca de 15 anos 90% do povo era evangélico. Houve uma inversão e atualmente 90% dos Puyanawa seguem as tradições indígenas participando de pajelanças com ayahuasca e outras plantas da floresta. Mesmo assim, não há nem um conflito porque o cacique Joel faz questão de respeitar os católicos e evangélicos que moram na Aldeia. Os Puyanawa estão acostumados com as dificuldades. Passaram um período praticamente como escravos de fazendeiros e enfrentaram no contato com os brancos uma epidemia de gripe, no começo do século XX, que quase dizimou toda a etnia. Mas sobreviveram a todas essas ameaças e hoje são orgulhosos por terem retomado o contato com os seus ancestrais. Os jovens cantam e falam o idioma original e quase todo o povo se veste como os antepassados nos dias de festas e pajelanças. Essa retomada cultural tem atraído pessoas de várias parte do mundo para a Aldeia que reconhecem o valor inestimável do trabalho espiritual de cura desse povo. E é bem possível, que graças a retomada dessas tradições ancestrais, mais uma vez o povo Puyanawa tenha conseguido sobreviver a essa tragédia causada pelo Coranavírus que afetou toda a humanidade. E, segundo o cacique, os aprendizados dessa experiência servirão como um aviso para o futuro. “Vamos continuar distribuindo esses remédios da floresta para a nossa comunidade se prevenir. Porque com essa destruição da natureza que estão promovendo no mundo não se sabe qual poderá ser a outra ameaça que virá,” finalizou Joel Puyanawa.
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Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Caderno B
Como o Ayurveda pode ajudar a reforçar a imunidade em tempos de coronavírus MICHELLE BICHET*
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br
© Revistas COQUETEL
Sinal que permite a Indivíduo que facilita Conjunto comuni- a conciliação (Dir.) Repicar Dado do de produtos cação (o sino) endereço do bazar neural
Trabalho Equipado detetive mento fornecido em acordos com empresas, no futebol
(?) da Batata, local de eventos (SP)
A década do auge da discoteca
São o conteúdo do cofrinho Antigo meio de escrita egípcia (pl.)
Interjeição para chamar atenção Situação desejada por pessoa internada
*Terapeuta Ayurveda
(?) marinha, animal de pelo denso Parque nacional em Minas Gerais
Fazem parte da agenda eleitoral
Mineral essencial à tireoide (símbolo) Quadril (pop.) Produção de Gil Vicente
Função do suporte Sentir medo (fig.)
Tecido do tutu Ajuda da mímica Colocar como antagonistas
Setor hospitalar com acesso restrito
Em (?) do muro: indeciso
País berço do latim
Profissão de Wagner Moura (?) déco, estilo do Elevador Lacerda
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Solução C S
E
L S M
M N E A A T S E E T E R E I N C A T U LE A S O P I P O T O R A R T I L V I C O
Youtube - Canal Dharma Veda Oficial https://www.youtube.com/channel/ UCSjUvr3Zoya8StfHUqH8L6Q Instagram - @dharmavedaoficial
Pronome do coletivo Não religioso
A
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BANCO
4, em algarismos romanos
M C S C E L A O E D A S A P I R O R A G A D O B E L O A N T R A A J U D T U T I R A D O C I A E C M I C I OS E M A N A R A L L
Hidratação: tomar água (nunca gelada) e fazer uso de chás, como o de gengibre, cúrcuma e manjericão (tulsi). Essa receita de chá melhora a capacidade digestiva, além de possuir antioxidantes e fitonutrientes capazes de dar um reforço na imunidade. Em caso de tosse, indica-se a mistura de 1 colher de sopa de mel, com uma pitada de pimenta do reino podem ser úteis para a melhora do sintoma. Apesar de não ter sido mencionado pelo AYUSH, também pode ser adicionado gengibre em pó, cardamomo, canela e cravo. Evitar a exposição a correntes de ar frio ou a baixas temperaturas. Evitar o uso de ar condicionado, por exemplo. Dormir bem. O sono tem papel fundamental na imunidade. Praticar yoga e pranayamas (exercícios respiratórios). Mas vale qualquer atividade física que traga bem estar. A prática regular de exercícios físicos e atividades que conectem com a sua espiritualidade são essenciais para a longevidade e imunidade. Todas essas dicas podem ser utilizadas também para outras afecções do sistema respiratório comuns no inverno, como gripes e resfriados. Mas é importante dizer que essas diretrizes não substituem o tratamento médico adequado em caso de contaminação pelo coronavírus ou qualquer outra doença respiratória. Caso apresente sintomas do COVID-19, em especial, procure o seu médico.
A frequência do "Domingão do Faustão" (TV) A prova típica de idioma
I M P U L S O N E R V O S O
m tempos de pandemia, muito tem se falado sobre imunidade. Como podemos preparar nosso corpo para se defender de vírus como o coronavírus e outras doenças respiratórias típicas de inverno? Antes de qualquer coisa, é bom que se ressalte que ainda não se tem nenhum estudo comprovando que esta ou aquela substância é capaz de evitar o contágio pelo coronavírus, então, todas as precauções de higiene e distanciamento indicadas pelas autoridades sanitárias e epidemiológicas devem ser seguidas. Da mesma forma, o consumo de qualquer medicamento, ainda que fitoterápico, deve ser submetido à opinião do seu médico em caso de contaminação pelo COVID-19. O Ayurveda é o sistema de medicina tradicional indiano, existente há mais de 5000 anos, e que já foi reconhecido como prática capaz de promover a saúde pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ayurveda entende que a saúde é o resultado do equilíbrio entre corpo, mente e espírito, por isso a importância da busca da saúde integral como forma de se ter mais longevidade e imunidade. Segundo essa racionalidade médica ancestral, o principal fator a ser levado em consideração, quando se trata de imunidade, é a digestão. A pessoa que não digere bem os alimentos que consome ou alimenta-se de forma equivocada, estará mais sujeita ao adoecimento. Também, a imunidade pode ser prejudicada pelo estado emocional do indivíduo. Por isso, para reforçar a imunidade, além de uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos, uma boa noite de sono e meditação são importantes para o bem-estar como um todo. Assim, de acordo com o Ayurveda, a principal estratégia para prevenir doenças, a exemplo do COVID-19, é promover a imunidade através de hábitos saudáveis e uma alimentação adequada. Nesse sentido, o Ministério do Ayurveda, Yoga e Naturopatia, Unani, Siddha e Homeopatia, da Índia (AYUSH), em 6 de março, divulgou diretrizes para prevenção e tratamento dos sintomas do coronavírus, através de práticas para reforçar o sistema respiratório. Vamos a elas: Alimentação saudável: consumir alimentos saudáveis, frescos, de fácil digestão e em temperatura morna. Evitar alimentos crus ou gelados.
Tijolo rudimentar feito de barro
3/art — sur. 5/adobe — laico. 10/miscelânea. 11/serra do cipó.
E
Em, na língua francesa (?) de qualidade, aprovação dada pelo Inmetro
Líquido usado no refino da cocaína
Dourados, 29.6.2020 O PROGRESSO
Adiles do Amaral Torres
COLUNA DA ADILES PROFISSIONAIS DA SAÚDE
adiles@progresso.com.br
Em tempos de pandemia, rendemos nossas homenagens a todos os profissionais de Saúde de Dourados, que estão atuando seja no serviço público como no particular, para ajudar a salvar vidas. Muitos deles inclusive na linha de frente contra o coronavirus. Que Deus proteja a todos!
Dr. Rafael Susin
Dr. Daniel Nogueira
“A primeira meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas; homens que sejam criadores, inventores, descobridores.”
Dr. Diemis Botassari
Jean Piaget
DESTAQUE
Dr. Amauri Sposito Destaque para o simpático casal de médicos dr. Indonésio Calegari e esposa dra. Roselinda
POESIA Versos, pobres versos dispersos... Soltos, revoltos... que poucos falam Mas muitos dizem Matizes... Da vida dolorida
Dra. Denise Nemirovsky Gastroenterologista
Dra. Ana Teresa e Ricardo de Lucia Ela, mastologista e ele urologista
Dr. Cícero e dra. Valéria Guerra Clínica Valéria Guerra
Ora alegre colorida Ora triste e desbotada Mas sempre de amor marcada Purificada pelo sofrimento Adiles do Amaral Torres “Minha vida em poesisas - pag 47”
PARABÉNS E FELICIDADES AOS
ANIVERSARIANTES DA SEMANA
Ana Paula Albertoni O. Novaes Farmacêutica Supervisora do HV
Guiomar da Silva Técnica de enfermagem do HV
Mirian Sales Técnica de enfermagem do HV
SEGUNDA (29/06)
Paulo César Yui
SEGUNDA (29/06)
SEGUNDA (29/06)
Silvia A. Victol
TERÇA (30/06)
Beatriz Torres Passini Benjamim A. Ximenes
Fernanda da Silva Garcez Assistente administrativo (Farmácia)
Edna Claro Técnica de enfermagem
Ivonete Teixeira B. Faquiano Enfermeira (ortopedia e cirurgia geral)
QUARTA (1º/07)
Marisvaldo Zeuli
Lídia Ávila Técnica de enfermagem
Jeanne Francine Técnica de enfermagem
Felipe Melo Médico
QUINTA (02/07)
André Puccinelli
QUINTA (02/07)
Mary Pinilla
QUINTA (02/07)
Ely Oliveira