DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.633
O PROGRESSO
13 de julho de 2020
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Ação judicial cobra ativação de 48 leitos de UTI em Dourados O Ministério Público Estadual denunciou a Prefeitura de Dourados por não ativar leitos de UTI adulto, exclusivos para Covid-19, mesmo tendo recebido recursos federais. PÁG. D1
CADERNO B
Saldo de empregos despenca em Dourados
Hobby FRANZ MENDES
Fotógrafo douradense “caça” tornados
PÁG. B1
ENTREVISTAS Sandro Benites
“Tratamento precoce com Kit Covid é eficaz e seguro” PÁG. D7
Gecimar Teixeira Junior
“Kit Covid não deve ser definido por anseios políticos” Desde a chegada do novo coronavírus a Mato Grosso do Sul, em março deste ano, o saldo de empregos em Dourados despencou. Após um começo de ano pujante, com saldo positivo de 511 contratações em fevereiro, março já apresentou declínio com mais demissões do que novas contratações na cidade. PÁG. D4
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Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Opinião EDITORIAL
Veto a água: um projeto desumano
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esumano o veto do presidente Jair Bolsonaro sobre a obrigatoriedade da União em garantir água para os povos indígenas e quilombolas do País. A Lei 14.021, de 2020 foi sancionada sem 16 dispositivos barrados pelo Poder Executivo. Entre os pontos do PL 1.142/2020 que foram vetados está a previsão do acesso das aldeias a água potável, materiais de higiene, leitos hospitalares e respiradores mecânicos. Intervindo nessa decisão cruel, no mesmo dia em que o veto foi publicado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal adote uma série de medidas para conter o contágio e a mortalidade por Covid-19 na população indígena. Num governo justo e preocupado em enfrentar a pandemia da Covid-19, a previsão legal por meio de projetos de lei nem seria necessária.
Aliás, a água é um direito essencial e com o veto ou sem o veto, é obrigação do governo federal garantir esse acesso. Com a palavra os órgãos fiscalizadores e de proteção como o Ministério Público federal. Mais absurda ainda do que fugir de uma responsabilidade, como fez Bolsonaro, é a fala do vice-presiden-
te da República, Hamilton Mourão que fez o infeliz comentário de que em relação à água potável, “o indígena se abastece da água dos rios que estão na sua região. Se, porventura, algum rio daqueles for contaminado por atividade ilegal, notadamente garimpo, com o uso de mercúrio, então, se leva água para
esses grupos”. Tal frase só demonstra o desconhecimento e despreparo para tratar questões indígenas, que vão além de uma canetada. Constrangedor para o Brasil que tenhamos representantes que além de não reconhecerem o erro, ainda tentam minimizá-lo. A consequência disso, como alertam lideranças indígenas é o genocídio. Afinal, como combater uma pandemia de tamanha proporção sem ter o mínimo como a garantia da água? Esse governo deve uma explicação aos povos tradicionais, já que sua conduta pode ser interpretada como racista. Fica muito clara a irresponsabilidade e a falta de sensibilidade com os índios e também com os quilombolas em relação à covid-19. O governo infelizmente não tem preocupação com a baixa imunidade dessas populações. Os números são realmente preocupantes: são mais de 10 mil casos, 200 mortos. Negar água potável é negar o direito à vida de qualquer ser humano.
melhores amigos de todos os dias. Da noite para o dia, tivemos que nos reinventar para não deixar de atender a nossos alunos. Caímos de paraquedas nessa sopa de tecnologia. A mesa de trabalho virou cenário, o celular um importante equipamento de gravação e edição de vídeo e nós, professores, atores principais da grande novela da educação. Trocamos dicas e ideias entre nós,
procurando achar a melhor alternativa nesse período que teve data para começar e não tem ainda data para acabar. Nossas vulnerabilidades fortaleceram os laços de equipe. Também tivemos que deixar de lado o abraço para encontrar nossos alunos e colegas apenas virtualmente. As salas de nossas casas viraram estúdios de produção, onde somos sempre protagonistas da história, com direito, de vez em quando, a participações especiais de nossos filhos, cônjuges e até do cachorro ou do gato, que vez ou outra roubavam a cena e a atenção dos alunos. Essas situações trouxeram leveza e humanizaram esse momento tão peculiar. Por inúmeras vezes foram o foco do atento público pela afetividade que estava contida nas entrelinhas da cena principal. O professor foi visto como ser humano – mais mensagens nas entrelinhas. Então, o que aprendemos com essa vivência do isolamento? Provoco a reflexão para esse grande e importante momento de aprendermos a ler mais do que palavras e textos. Devemos desenvolver a sensibilidade da leitura de mundo, analisando as situações que a nós se apresentam, as possibilidades. Repensar o velho que deve ser deixado para trás, sem dó, e a oportunidade da experimentação do novo que está batendo na nossa porta. É um momento de pausa. De ralento. É a trilha para o novo eu, o novo nós, o novo mundo, o novo novo.
O novo novo ANA ZATTAR*
*Professora do curso de Educação Física – Área de Linguagens Cultural e Corporal do Centro Universitário Internacional Uninter
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ão estou lembrada, em meus anos de vida, de ter aprendido tanta coisa em tão pouco tempo. Em minha memória não surge nenhum indício de ter me lançado a tantos desafios, privações e com toda a certeza, galgado tantos degraus e vivenciado situações de superação. De um dia para o outro, a rotina de cada um de nós, professores, mudou drasticamente. Toda aquela movimentação do mundo da educação, de repente, ficou resumida ao nosso espaço doméstico. E dali, do cenário improvisado, com os requintes da decoração caseira e sujeitos aos acontecimentos da rotina da casa é que as aulas e o trabalho do professor se desenharam, ganharam forma e conteúdo, chegando na casa de milhares de pessoas. Apesar de todos os aplicativos, programas e eteceteras que permitiam a comunicação, as aulas à distância, ainda, pela falta da necessidade, não eram de domínio do corpo docente brasileiro (e talvez do
mundo, arrisco dizer). Fomos dormir analógicos, com o giz e apagador na mão, e acordamos digitais, gravando videoaulas. Querendo ou não, era o que tínhamos para o momento... Google Meet, Microsoft Teams, Streamyard, Hangout, chroma key e muitas outras ferramentas que antes eram apenas um desconhecido ícone em nossa barra de possíveis tarefas se tornaram nossos
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Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Política
Neuza Amaral é homenageada na Assembleia Legislativa
Pioneira em Dourados, ela faleceu de causas naturais
DIVULGAÇÃO
Flávio Verão Morreu no último dia de 4 em Dourados, aos 92 anos, Neuza Carvalho do Amaral. Ela era viúva do ex-deputado e educador Celso Muller do Amaral. O falecimento ocorreu por causas naturais. De tão querida que era e pelos relevantes serviços prestados a Dourados, foi homenageada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e a Prefeitura de Dourados decretou luto oficial de três dias pela morte. Neta de Pioneiros que chegaram na região no início do século XX, era filha do ex-Prefeito de Dourados Antônio de Carvalho e de Gasparina de Mattos Carvalho. Casou-se com Celso Müller do Amaral em 26 de Abril de 1950, com quem teve dois filhos: Maria Eugênia e Celso. Ela ainda deixou uma nora, dois netos e muitos amigos. A cunhada e diretora benemérita de O PROGRESSO, Adiles do Amaral Torres, lamentou a perda de Neuza, que era sua amiga de vida. Juntas dividiram grandes momentos no desenvolvimento de Dourados.
Neuza Carvalho do Amaral morreu no último dia 4 “Neuza era uma pessoa maravilhosa. Minha amiga, minha cunhada-irmã. Eu admirava a bondade dela com as pessoas. Ajudava todo mundo. Certa vez ela se mudou para uma casa no centro da cidade e todos os dias pessoas batiam à porta para pedir comida. Ela então passou a preparar diariamente muitas refeições. No armário sempre tinha copos e pratos para doação. Minha
querida Neuza fará uma falta imensa”, lamenta Adiles. Elas conviviam semanalmente. Com a pandemia, os encontros passaram a ser por telefone. Pouco dias antes de morer, as cunhadas conversaram e Neuza expôs à amiga o desejo de partir. “Ela me disse que estava cansada, com muitas dores. Disse que estava pedindo para que Deus a levasse. E levou”, finalizou Adiles.
Projeto de Marçal exige aferição de temperatura dos alunos após retorno das aulas As aulas presenciais na rede pública e privada do Estado continuam suspensas Com o objetivo de assegurar a implantação de medidas para a detecção da Covid-19 no retorno das atividades presenciais das instituições de ensino em Mato Grosso do Sul, Projeto de Lei apresentado pelo deputado Marçal Filho (PSDB) quer tornar obrigatória a medição de temperatura a todos os alunos, professores e funcionários. Se aprovado, o projeto tornará obrigatória a aferição de temperatura em todas as instituições de ensino público e privado do Estado. A aferição deverá ser realizada por meio de medidores de temperatura corporal sem contato. O projeto dispõe que caso a temperatura aferida seja acima de 37,8°C, a pessoa deverá
Deputado justifica que a medida vai evitar os eventuais riscos de disseminação da doença ser encaminhada para a realização de teste para diagnóstico do novo coronavírus. A medida deverá ser regulamentada pelo Poder Executivo e as despesas decorrentes da aplicação da nova lei, caso o projeto seja aprovado, correrão às dotações orçamentárias das próprias instituições de ensino.
O deputado Marçal Filho justificou que, com a medida na retomada das aulas presenciais, vai minimizar os eventuais riscos de disseminação da doença. “Sabe-se que o ambiente escolar, pelo expressivo número de alunos, professores e funcionários que convivem diariamente, acaba por se tornar local propício à disseminação de doenças contagiosas. Assim, o projeto tem o objetivo de resguardar todos que contribuem para o funcionamento das instituições de ensino”, explicou o parlamentar. As aulas presenciais na rede pública e privada do Estado continuam suspensas desde a segunda quinzena de março. O projeto do deputado segue para as comissões da Assembleia, para depois ser votado pelos parlamentares. Caso seja aprovado, ainda passa pelo crivo do governador Reinaldo Azambuja.
INFORME C CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com
Hora de cobrar a fatura do presidente O presidente Jair Bolsonaro fez o compromisso de construir em Dourados um Colégio Militar, bastando apenas que o município ou Estado doasse o terreno, o que não foi feito até o momento. Agora, iniciou-se um movimento pelas redes sociais, para que isso aconteça, incitando a prefeita Délia Razuk (PRB) e a Câmara e Vereadores de se engajarem nesta luta. “Não podemos perder a oportunidade de oferecer aos nossos jovens um ensino de qualidade e confirmar Dourados como cidade educadora em todos os níveis”, comentou um dos apoiadores do Colégio Militar em Dourados. Hoje somente Campo Grande tem uma instituição de ensino médio mantida pelo Exército. Os colégios militares são conhecidos pela excelência do seu ensino e da disciplina. Sem afago, não dá O vice-presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Rocha (MDB), afirmou ser impossível fazer campanha eleitoral sem apertos de mão e até abraços em eleitores. A preocupação foi manifesta após decisão do Congresso Nacional de adiar a votação do primeiro turno para o dia 15 de novembro. “É praticamente impossível se fazer campanha sem cumprimentar os eleitores, sem um aperto de mão e até um abraço. Espero muito, que em breve tenhamos uma vacina, uma perspectiva de resolução para este problema da Covid-19 e retornemos com nossa rotina normal”, afirmou o deputado. Espantar Mesmo com o adiamento das eleições e, diante dos dados sobre Covid-19, que só aumentam, vereadores acreditam que o pleito eleitoral terá ao menos duas situações: além da campanha digital e abstenção de eleitores no dia da votação. A eleição municipal, segundo aprovado na Câmara dos Deputados, será dia 15 de novembro e, onde houver segundo turno, no dia 29. “Vai ser mais difícil por não poder ter aglomerações. Acredito num número alto de ausentes do local de votação devido ao medo da doença”, avaliou o vereador de Campo Grande, Chiquinho Telles (PSD). Virou freguesa Na segunda-feira passada, a senadora mato-grossense do sul Soraya Thronicke (PSL) teve o celular clonado novamente. Esta é a segunda clonagem em três meses, pois em abril deste ano ela já havia sofrido o mesmo ataque virtual. De acordo com a senadora, as mensagens enviadas pelo WhatsApp estão sendo enviadas por outras pesso-
as. Nas redes sociais ela fez um aviso: “Atenção amigos, familiares e contatos em geral. Meu WhatsApp foi novamente clonado”. Ainda que utilize “todas as orientações de segurança do aplicativo e do aparelho ativas”, a senadora foi vítima novamente. Por fim, ela pediu para que os contatos “desconfiem de possíveis mensagens estranhas que recebam”. Desfazendo Eleito com a bandeira da “nova política”, cujos adeptos se anunciam arautos do combate a antigos males da política no Brasil, o deputado Loester Carlos de Souza (PSL), o “Tio Trutis”, segue com práticas usadas há décadas na Câmara, segundo o Campo Grande News. Não só emprega a namorada no gabinete, com salário de R$ 14 mil, segundo levantamento feito pelo CGN, como usa de expediente que gerou investigação contra colega de partido no Rio de Janeiro, em razão dos gastos relevantes com consultoria jurídica, reembolsados pelo dinheiro público. Os gastos do Tio Trutis mostram que o reembolso a serviços de “consultoria, pesquisas e trabalhos técnicos” consumiu mais da metade da verba de gabinete usada por ele desde quando assumiu, em janeiro de 2019. Tudo para o mesmo escritório, em Campo Grande. De lá para cá, o reembolso acumulado é de R$ 625.586,94, dos quais R$ 345 mil são para essa modalidade, o equivalente a 55%. Positivo O presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), pediu na quarta-feira o afastamento temporário do cargo por suspeita de contaminação pelo novo coronavírus. Na última sessão da AL, o vice-presidente, Eduardo Rocha (MDB), leu um comunicado do presidente. O texto diz que, visando a segurança de servidores e dos parlamentares, Paulo Corrêa decidiu se afastar da presidência.
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Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Política
Novo comando da Saúde de Dourados estreita relacionamento com Estado A troca foi vista com bons olhos pelo secretário estadual Geraldo Resende, que prevê melhores índices do enfrentamento à Covid-19 já nas próximas semanas DIVUGAÇÃO
Vinicios Araújo A prefeita Délia Razuk (PTB) trocou o comando da Secretaria Municipal de Saúde na semana passada e de quebra garantiu o restabelecimento da relação amigável com a Secretaria Estadual de Saúde, no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A mandatária exonerou Berenice Machado, que vinha tendo duros embates com Geraldo Resende, chefe da pasta no âmbito estadual. No lugar da ex-titular, assumiu o médico intensivista Gecimar Teixeira. A troca foi vista com bons olhos pelo secretário estadual. Geraldo Resende prevê que à frente da pasta, Gecimar terá condições de apresentar índices bem melhores do que vinham sendo alcançados ‘nas mãos’ da então secretária. A exoneração de Berenice foi publicada no Diário Oficial de terça-feira (07/7), afirmando que a medida se deu a pedido da gestora. Um dia antes, na segunda, a reportagem de O PROGRESSO procurou a secretária para confirmar os rumores da troca. Ela, por telefone, garantiu categoricamente que não sabia de nenhuma ideia de mudança. Àquela altura, o despacho da prefeita Délia Razuk já havia sido liberado ao departamento de comunicação da Prefeitura.
A exoneração de Berenice foi publicada no Diário Oficial, afirmando que a medida se deu a pedido da gestora Já exonerada, Berenice afirmou ter tido um “peso tirado das costas”. Em entrevista ela afirmou ter dado o melhor de si, alcançando os resultados que previa alcançar. Disse ter sido sobrecarregada com as demandas da pasta, mesmo o setor administrativo sendo tão recheado de servidores. ‘Gasto de tempo’ Em tom de alívio, a assistente social com histórico de militância pelo fornecimento de serviço hospitalar de qualidade, enquanto presidente do Conselho Municipal de Saúde, garantiu ter sido entulhada com ofícios e exigências de respostas por parte de vereadores e promotores públicos. “O que mais desgasta na secretaria de saúde é você estar respondendo toda hora a Ministério Público, a vereadores e a outras pessoas. Porque assim, eu sempre falo: quer saber da realidade? Vai lá, olha, acompanha e fiscaliza. Você acaba passando horas do seu serviço só respondendo ofício”, disse a ex-secretária sobre as ações de cobrança por esclarecimento. “Mas a senhora não acredita que é essa a função desses agentes?”, foi questionada. “Sim, eu concordo. É a função deles. Mas é pesado para a secretaria ter ficar respondendo isso toda hora. É pesado. E eu concordo que eles tem que fazer o papel deles, sim. Mas eu gostaria muito que as pessoas fossem fiscalizar
Geraldo Resende e a prefeita Délia durante recente ato de assinatura de convênios de fato, fosse até a fonte, ver in loco para verificar antes de acusar. Não dá para fazer fiscalização só com base em denúncias, coisas infundadas. Essa parte é muito desgastante”, respondeu. Falta de protagonismo Durante o enfrentamento da pandemia, Berenice pouco se mostrou à população. Não houve qualquer ação planejada para levar aos mais de 220 mil habitantes a segurança e tranquilidade de uma gestora da saúde com as rédeas da situação. E ela reconhece isso sim. “Eu me afastei sim, concordo com isso. Poderia ter feito diferente. Eu deixei mesmo a desejar nesse lado por acúmulo de trabalho. Mas como te disse, eu estava muito acumulada com reuniões o dia inteiro. Então deixei mais com os médicos, porque a população confia mais nos médicos”, afirmou. Richa na saúde Ao sair da pasta, Berenice aproveitou para ‘despejar’ críticas contra o secretário estadual de saúde Geraldo Resende. A ex-titular na gestão municipal chamou Resende de “estrelinha”, o acusou de pressionar a administração municipal e ainda garantiu que o ex-deputado federal não havia se conformado com a derrota nas eleições municipais de 2016, quando ficou em 2° no lugar atrás de Délia Razuk. “É muito estrelismo em cima de Dourados. Ele é muito estrelinha. Eu fiz de tudo para ter uma boa relação e um bom entendimento. Mas, não dá. Sinceramente não dá. Ele não desceu do palanque até hoje. Já está acabando a gestão da prefeita a qual ele perdeu e ele não se conforma até hoje. É uma coisa que faz mal para qualquer pessoa à frente de uma secretaria municipal de saúde. Para mim, o nosso secretário estadual de saúde virou uma estrelinha de propaganda de doações”, afirmou. Berenice diz ter pedido para deixar
a pasta devido a alta carga de estresse que agravou um quadro crônico de hipertensão que ela encara. No entanto, nos bastidores da administração há garantias de que há dias a então titular não vinha agradando mais a chefe do executivo. Délia Razuk, através de sua assessoria não confirma a informação. Novo secretário Gecimar Teixeira foi nomeado titular da saúde municipal no mesmo dia em que Berenice deixou a pasta. Médico intensivista, com graduação pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) em 2009, pós-graduado em Clínica Geral, o novo secretário já atuou como adjunto na gestão do órgão. Saiu em fevereiro para comandar o corpo técnico da UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Em entrevista disse reconhecer os desafios que o esperam, mesmo restando pouco menos de seis meses de mandato. Descartou que esse fosse um plano de vida. O convite veio da própria prefeita Délia. “O que foi me passado é que a antiga secretária estava bem desgastada e até por conta do risco que ela estava correndo, devido a idade avança e a hipertensão. No fim de semana a dona Délia me convidou. A princípio eu não estava querendo tanto isso ai. Na verdade isso nunca passou pela minha cabeça, nunca esteve nos meus planos, mas a classe médica me deu apoio”, afirmou. Com uma fala estritamente técnica, Gecimar disse que o compromisso dele é com a boa administração da saúde pública, disposto inclusive a ser criticado por quem pensa que o cargo é garantia de influência. O novo gestor fez questão de ressaltar que não vai garantir emprego a ninguém. Outro compromisso firmado pelo médico é recuperar as pontes danificadas na relação com a Secretaria Estadual de Saúde. Logo um dia após a
sua nomeação, Gecimar foi à Campo Grande para encontro com Geraldo Resende. A reunião foi o suficiente para garantir ao gestor estadual um novo olhar para a pasta municipal. Geraldo acredita que Gecimar saberá conduzir bem a saúde pública de Dourados. Em resposta às críticas da ex-titular, o ex-deputado afirmou que ela era completamente despreparada para o cargo, dando inclusive a entender que tenha sido responsável pelo caos sanitário que afetou a maior cidade do interior do Estado. “Eu não quero politizar o enfrentamento à Covid. Em nenhum lugar do Estado nós levados sob a ótica da política o enfrentamento dessa doença. Eu acho que o gesto mais nobre, mais decente, que a secretária teve foi pedir a exoneração como foi publicada ‘ao seu pedido’, que eu acredito que tenha sido só no papel. Com isso nós vamos evitar mortes. Não vamos recuperar mortes que já aconteceram, mas certamente vamos evitar novos óbitos que seguramente viriam ocorrer se a condução continuasse sendo feita pela secretária. Não tinha a mínima condição de fazer essa condução tendo em vista a complexidade do enfrentamento da Covid, e tendo em vista que ela perdeu a capacidade de liderar todo serviço de saúde da nossa cidade”, afirmou. Resende afirmou ainda que Gecimar é um gestor com respeito da classe médica, dos servidores, e acredita “com convicção” que o cenário em Dourados será mudado. “Por parte do Governo do Estado, inclusive estabelecido compromisso em reunião com a presença do governador, continuará dando todo suporte necessário para evitar a expansão da doença”, garantiu.
COLONO - Cumpadi: agora os bar é só no drive-thru...
ZÉ PINGA - Comé qui faz com quem só anda a pé? Ic... ic.. ic...
Saldo de empregos despenca em Dourados desde início da pandemia PÁG. 4
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DIA A DIA Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO ARQUIVO
Ação judicial cobra ativação de 48 leitos de UTI em Dourados
Apesar de verba federal recebida, Prefeitura ativou menos leitos do que deveria para atender pacientes com Covid-19
Valéria Araújo Ação Civil Pública do Ministério Público Estadual denuncia a Prefeitura de Dourados por não ativar leitos de UTI adulto, exclusivos para atendimento da Covid-19, mesmo tendo recebido recursos federais para adotar medidas de ampliação desse serviço. Conforme dados técnicos apresentados na Ação, a Prefeitura de Dourados planejou, habilitou e recebeu mais de R$ 4,2 milhões em verba federal para a implantação de 48 leitos de UTI (Unidade de tratamento Intensivo) mas ativou apenas 21, segundo vistoria da Secretaria de Estado de Saúde. Posteriormente esse número chegou a um total de 40, com ressalvas, após recomendações do MPE.
Segundo relatório, o número de leitos disponíveis divulgados pela Prefeitura não condizem com a realidade Outro ponto que chama a atenção é a taxa de ocupação de leitos, que estava em 80% nos dias 14 e 15 de junho, datas da auditoria. Esses números contestam as divulgações oficiais do município que apontam para uma taxa não superior a 54% de ocupação. Além disso, segundo relatório, o número de leitos disponíveis divulgados pela Prefeitura não condizem com a realidade. “Apesar da ocupação de leitos estar de acordo com o quantitativo diário apresentado pelas unidades hospitalares na data da visita (14 de Junho de 2020), com 21 internações
em UTI em 21 leitos de UTI ativos, o município de Dourados divulgou em sua página oficial entre os dias 14 e 15 de junho, que apenas 15 leitos de UTI (Covid-19) estavam ocupados, entre leitos públicos e privados”, diz trecho, observando que o levantamento apontou categoricamente que naquela data havia 21 leitos de UTI Covid-19 ativos e ocupados, sendo 15 ocupados com pacientes do SUS e seis para pacientes de convênio particular. “Percebeu-se que o município de Dourados vem divulgando a ocupação de leitos de acordo com a ocupação de casos confirmados, causando a falsa impressão à população de que existem leitos de UTI em quantidade suficiente”, aponta relatório. As irregularidades apontadas pelo relatório não pararam por aí. O repasse único feito pelo governo federal ao Fundo Municipal de Saúde objetivou prover condições aos gestores e prestadores para que os leitos estivessem integralmente disponíveis para o recebimento de pacientes quando necessário. Com o dinheiro na conta do Fundo Municipal, era necessário que a municipalidade contratasse os leitos na modalidade resguardo e não por ocupação. A medida tem a finalidade de assegurar atendimento aos pacientes do SUS, evitando assim que ao necessitarem de vagas não encontrem. A consequência desse modo irregular de contratação já resulta em grande prejuízo para a população que depende do SUS. No dia 14 um dos hospitais privados de Dourados
já tinha os seus cinco leitos de uti Covid-19 ocupados, sendo um com paciente do SUS e quatro da rede particular. Conforme apurou relatório a diretoria da unidade informou que não havia disponibilidade dos cinco leitos para o SUS e que só estão disponibilizando a medida que surgem vagas, tendo em vista que só recebem após a execução do procedimento. Ou seja, na prática, num dos hospitais particulares não há leitos de retaguarda, apesar do município ter recebido antecipadamente para tomar essa providência. Em relatório técnico do MP, foi sugerido que o município faça a revisão contratual com o hospital particular e adote a modalidade de disponibilidade e não por ocupação como é hoje. O MP também constatou a demora nos repasses aos hospitais, sendo que o da Missão Evangélica Caiuá, teve que entrar na Justiça para conseguir receber. A falta de repasses resultou numa quantidade menor de leitos de uti Covid-19 ativados. No Caso do Hospital Evangélico deveria ter 10 leitos ativados, mas na data da vistoria havia apenas 8, mesmo existindo verba do governo federal para a Associação beneficente, mas que não foram repassados até aquela data. Na ocasião todos os leitos estavam ocupados, sendo seis com pacientes particulares e dois com pacientes do SUS. A vistoria também constatou que no HU havia menos leitos de UTI Covid-19 ativos. Enquanto deveria ter 13, tinha apenas oito, sendo informa-
do em 14 de junho que iriam realizar uma adequação para atender portaria do Ministério da Saúde. Para o MP, até o último dia 03 de julho a irregularidade persistia e a gestão municipal nada fez para mudar essa situação. No Hospital da Vida, o mapeamento da própria prefeitura, previa que a unidade, deveria ter 20 leitos de UTI exclusivos para tratar Covid-19. Durante vistoria de 14 de junho não havia leitos exclusivos para tratar a doença, mas sim 20 leitos de uti geral, sendo que 11 deles estavam ocupados. Posteriormente houve a ativação de 15 leitos, pela Funsaud e Intensicare, restando cinco ainda para serem ativados. A auditoria constatou que a Prefeitura não efetuou o total de repasses que deveria ao hospital. A ausência de transparência na regulação de leitos também é apontada como mais uma problemática do município. Segundo relatório falta ordenamento e critérios transparentes para a regulação de leitos, fazendo com que esse serviço não seja efetivo, impossibilitando a apresentação de leitos existentes e ocupados com fidedignidade para identificar o cenário real da região. O MP pede a ampliação emergencial na estrutura de Saúde para a disponibilização de mais leitos de UTI para atendimento de casos de alta complexidade com disponibilização de equipamentos e equipes de saúde, bem como o Estado assumir a regulação de leitos de UTI para a microrregião de Dourados, de forma a atender com segurança os pacientes.
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Dia a Dia
Com 46 leitos de UTI, Dourados é núcleo para atendimento de 38 mil indígenas Estudo aponta para a necessidade de estruturação da Saúde indígena em Amambai, que possui 21% da população dependente dos serviços disponibilizados em Dourados ARQUIVO
Valéria Araújo Pesquisa publicada pelo Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó” (Nepo) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) revela a centralidade de Dourados em relação à população indígena do Mato Grosso do Sul, absorvendo um contingente de mais de 38 mil pessoas residentes em municípios vizinhos e que se deslocam para atendimento de alta complexidade. Intitulado como “Deslocamentos da População Indígena para acesso aos serviços de Saúde: Insumos para ações emergenciais de enfrentamento à Covid-19”, o estudo apontou que depois de Dourados o polo mais próximo onde existe atendimento de alta complexidade é a capital do estado, Campo Grande situada a cerca de 4 horas de viagem ao norte. “A capacidade de Campo Grande é de 106 leitos de UTI; Dourados possui 46 leitos de UTI e a população indígena que é dependente de Dourados é de 38 mil pessoas. Campo Grande atende toda a região ao norte da capital, que tem a população indígena estimada em cerca de 30 mil pessoas”,
Os resultados mostram que a população indígena se desloca para destinos diferentes para acesso aos serviços de saúde diz trecho do estudo. Conforme ainda o estudo, em Dourados a população indígena dependente oriunda de outros municípios é maior do que aquela que de sai de Dourados para ser atendida na cidade de Campo Grande. “Com isso o polo de Dourados estará com a capacidade lotada e fará pressão para o atendimento na capital também. Já Amambai, que possuiu 21% da população dependente de Dourados, com uma localização mais cerca das terras e agrupamentos indígenas poderia atender essa população e ainda as terras e os agrupamentos indígenas do noroeste do Paraná, fronteira com essa região do Mato Grosso do Sul”. Resultados Os resultados do estudo mostram ainda que a população indígena em todo o Brasil se desloca para 143 destinos diferentes para acesso aos serviços de saúde, dos quais 41 não possuem leitos de UTIs disponíveis. Os dados mostram que Manaus é o principal polo de atração do país, sendo referência para uma população de 194.885 pessoas provenientes de terras e agrupamentos indígenas de diversos municípios do estado do Amazonas, o que representa 19% de toda a população indígena. Em seguida estão Boa Vista, ca-
Dourados é o polo de sáude com maior concentração indígena do Estado; são mais de 38 mil pessoas pital de Roraima, o Recife, que é polo de atração de grande parte da população indígena do Nordeste, e Tabatinga, que funciona como polo regional, submetida a Manaus. Os dados também foram analisados no sentido de avaliar os municípios com maior contingente de população residente em terras e agrupamentos indígenas. São Gabriel da Cachoeira/AM é o município com mais expressiva população (44.208), seguido do município de Águas Belas/PE6, Jacareacanga/PA, Tabatinga/AM e São Paulo de Olivença/AM. Dos 10 municípios com maior população indígena, 5 estão no estado do Amazonas. Os dados dos 30 municípios com maior contingente populacional em terras e agrupamentos indígenas estão na tabela 2. Nenhum deles possui UTI.
POLOS DE ATRAÇÃO (DESTINO) DA POPULAÇÃO RESIDENTE EM TERRAS E AGRUPAMENTOS INDÍGENAS PARA ACESSO A SERVIÇOS DE SAÚDE POR NÍVEL DE COMPLEXIDADE, DE ACORDO COM A ESTIMATIVA DE POPULAÇÃO DEPENDENTE (2019) UF
Município
Complexidade
Estimativa da população dependente em TIs e agrupamentos
Leitos de UTI
Saiba mais
Sobre o estudo
O estudo foi realizado pelos pesquisadores: Marta Azevedo (demógrafa e antropóloga, pesquisadora do Núcleo de Estudos de População Elza Berquó/Nepo da UNICAMP. E-mail: azevedomartamaria55@gmail.com), Fernando Damasco (geógrafo, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia (UFF), professor colaborador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE). E-mail: fernandodamasco@id.uff.br ) e Marta Antunes ( doutora em Antropologia Social (PPGAS/MN/UFRJ). E-mail: martaoantunes@gmail.com)
Fonte: Estimativa populacional elaborada pelos autores com base no Censo Demográfico 2010 e na Base de Informações sobre os Indígenas (IBGE, 2012, 2019). Os dados de UTI são provenientes do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES, 2020)
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Dia a Dia
Saldo de empregos despenca em Dourados desde início da pandemia Comércio foi o que mais demitiu e homens são os mais afetados. Pior mês para o trabalhador foi abril FRANZ MENDES
Vinicios Araújo Desde a chegada do novo coronavírus a Mato Grosso do Sul, em março deste ano, o saldo de empregos em Dourados despencou. Após um começo de ano pujante, com saldo positivo de 511 contratações em fevereiro, março já apresentou declínio com mais demissões do que novas contratações na cidade. O saldo negativo ficou em menos 218 carteiras assinadas. Os dados constam na nova plataforma do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged). Entre o terceiro e quinto mês do ano, o saldo de empregados na maior cidade do interior ficou deficitário, com 593 demissões a mais do que contratações. Nesse período quem mais demitiu foi o comércio, com saldo negativo de 593 contratos de trabalho rescindidos. Em contrapartida, a indústria douradense saiu na frente com saldo positivo de 386 contratações. E não seria para menos. O surto mais expressivo da covid-19 aconteceu dentro da planta frigorífica da JBS em Dourados, onde trabalham mais de 4 mil profissionais. Mais de 2 mil trabalhadores do frigorífico foram infectados. Durante o período os mais afetados foram os homens. Eles representam 70% dos demitidos durante março e maio. Foram 414 profissionais demitidos, frente a 179 mulheres dispensadas de seus postos de trabalho.
Os dados constam na nova plataforma do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) Maior parte dos demitidos tinham apenas o Ensino Médio completo (60%). Já profissionais com ensino superior completo representam 7% dos desempregados. O pior mês para os trabalhadores foi abril. Naquele período o Caged registrou total de 600 desempregados sem recolocação imediata. Em março foram 218 que perderam seus postos. Em maio o saldo ficou positivo, com 225 contratações à frente de demissões. Mas ainda não foi suficiente para amenizar a crise. O comércio segue apresentando sinais de colapso. Na terça-feira passada (7/07) donos de lojas no centro fizeram manifesto pedindo pela isenção ou redução do aluguel de imóveis em tempos de pandemia do coronavírus. A Prefeitura de Dourados estendeu o funcionamento das lojas apenas no período da tarde até a data de ontem (12/7). No início de março, quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados no Estado, Délia Razuk determinou o fechamento das lojas por 15 dias. Após o período o comércio seguiu aberto com restrições para conter o contágio acelerado por mais de 70 dias, quando novo decreto determinou funcionamento somente em horário vespertino.
Entre o terceiro e quinto mês do ano, o saldo de empregados na maior cidade do interior ficou deficitário Saiba mais
Consumidor responsável
Segundo a Associação Comercial e Empresarial de Dourados, o consumidor douradense tem arcado com a sua responsabilidade ante as dívidas no comércio de Dourados. “De janeiro a abril, o número de cancelamentos no SCPC aumentou 8,83%, em relação ao ano passado, ou seja, o consumidor continua arcando com suas responsabilidades, na medida do possível, o que é um fator positivo para o comércio em geral. Essa é mais uma crise que o empresário está passando e com ela, está ganhando vivência, inovação e credibilidade.”, disse Nilson Aparecido Santos, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Dourados. A entidade garante que estabelecimentos fecharam as portas devido a pandemia, sem apresentar número. No entanto, também enaltece o ‘fôlego’ de alguns segmentos que acabaram sendo beneficiados pelo isolamento e pela crise de saúde.
“O comércio nos traz boas e tristes informações nesses últimos meses por conta da pandemia. Por um lado, temos empresas fechando e o desemprego acontecendo, como já era de se esperar e não deixa de ser preocupante. Por outro, é possível ver novos empreendedores e setores crescendo a cada dia em Dourados, como por exemplo, farmácias e supermercados, que nunca venderam tanto como no último semestre, o comércio varejista, que está movimentando por conta das mudanças climáticas, aniversários e datas comemorativas, as lojas de materiais para construção, que também está com um bom movimento e o agronegócio, que não parou em nenhum momento e estamos sendo sustentados por ele. O empresariado foi obrigado a inovar-se e a cada dia está buscando atender seu consumidor de forma fidelizada e individual.”, disse o diretor de comércio da ACED, o empresário José Roberto Ribeiro Pinto Junior.
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Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia ENTREVISTA · Bethania Ribas Manzano - Ginecologista e Obstetra
“Grávidas estão mais propensas a infecção por Covid-19” Cristina Nunes
Como tem sido os partos na pandemia? O que mudou? É permitido acompanhante? A presença de um acompanhante no trabalho de parto e parto é garantida pela Lei Federal 11.108 de 07/04/2005 e apesar do contexto atípico atual, se for desejo da gestante, cumpra-se a lei. Já em casos de gestantes suspeitas ou positivas, a presença do acompanhante deve ser desestimulada e não realiza o contato pele a pele no parto.
As grávidas devem redobrar o cuidado nessa época de pandemia. De acordo com a Dra. Bethania Ribas Manzano, Ginecologista e Obstetra que atende em Dourados, as gestantes fazem parte do grupo de risco na pandemia. Recentemente Dourados já registrou a morte de uma gestante de 33 anos por COVID-19. A mulher deu entrada no hospital com tosse e testou positivo. Ela deu à luz e logo em seguida morreu. A vítima possuía hipertensão arterial, asma e obesidade grau III. Em entrevista ao Jornal O PROGRESSO, a médica trouxe orientações sobre pré-natal e amamentação. E alertou ainda que as mães não devem querer adiantar o parto. Confira:
E as visitas podem ser feitas? Vivemos um momento atípico e com poucas informações sobre o vírus. Por isso, hospital tem adotado protocolos rigorosos para prevenir a disseminação do vírus. Avaliando riscos x benefícios, em Dourados foi proibido visitas nas enfermarias e presença de fotógrafos no parto.
Grávidas são grupo de risco do coronavírus? Devido às alterações fisiológicas da gestação, ocorre uma adaptação no sistema imunológico para permitir a sobrevivência do feto, estando mais propensas a outras infecções. Por isso, gestante é grupo de risco e precisam redobrar os cuidados nessa época. Muitas gestantes com medo da pandemia pensam em adiantar o parto. É correto? Acredite, nesse momento, o ventre materno é o lugar de maior proteção para o bebê, e adiantar o parto pode ser uma péssima ideia. Mesmo após 37 semanas de gestação, seu bebê pode ainda estar imaturo para respirar. Em um parto agendado antes de 39 semanas ou antes do inicio do trabalho de parto, o neném pode apresentar taquipnéia transitória e precisar de cuidados intensivos numa UTI neonatal. No cenário atual de COVID19, é muito mais arriscado e ainda contribui para superlotar um serviço extremamente necessário.
Frases “Acredite, nesse momento, o ventre materno é o lugar de maior proteção para o bebê, e adiantar o parto pode ser uma péssima ideia”
“O pré-natal presencial é essencial para rastrear riscos e avaliar bem estar materno-fetal. Por isso, acompanhamentos por telemedicina não são recomendados”
O que muda no pré-natal? Elas podem continuar indo nas unidades de saúde ou é arriscado infecção? O pré-natal presencial é essencial para rastrear riscos e avaliar bem estar materno-fetal. Por isso, acompanhamentos por telemedicina não
são recomendados. Para evitar que a gestante saia de casa e assim fique menos exposta, os retornos estão sendo realizados com maior intervalo, avaliando individualmente cada situação e conforme a idade gestacional. É importante o usar máscaras sempre que precisar sair de casa.
Há preferencia de algum tipo de parto devido a pandemia? A recomendação é o parto seguro. Para isso, o ideal é aguardar o trabalho de parto espontâneo, realizar internação hospitalar na fase ativa e alta precoce. Se o desejo da gestante ou indicação obstétrica for a cesariana, o ideal é agendar após 39 semanas ou, de preferência, se possível, após o início do trabalho de parto. Se a via de parto escolhida for normal, o ideal é só� realizar internação hospitalar após o início da fase ativa do trabalho de parto, momento onde se torna importante a monitorização fetal. A amamentação pode ser feita se a mãe testar positivo? Até o momento não existe nenhuma evidência de que ocorra transmissão de mãe para o feto por via placentária e pelo leite materno. Tudo indica que a transmissão ocorra por gotículas de vias aéreas. O aleitamento deve ser realizado com uso de máscara e medidas de higiene são importantes para diminuir as chances do contágio do bebê.
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Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia ENTREVISTA · Sandro Benites - Médico toxicologista e nutrólogo
“Tratamento precoce com Kit Covid é eficaz e seguro”, afirma médico Valéria Araújo
Frases
Coordenador do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), o médico toxicologista e nutrólogo Sandro Benites é um defensor do uso do Kit Covid que engloba medicamentos como Hidroxicloroquina, Azitromicina, Ivermectina, Zinco e Vitamina D para tratamento precoce da Covid-19. Em Campo Grande ele liderou um grupo de 300 médicos que convenceu o prefeito Marquinhos Trad a adotar o protocolo de atendimento que inclui a distribuição do kit, com prescrição médica em casos específicos. O mesmo protocolo foi adotado em outras 12 capitais brasileiras e está sendo estudado nas demais. Foi desenvolvido com base em experiências que deram certo em países como Espanha e Estados Unidos, mesmo antes da pandemia chegar ao Brasil, segundo o médico. Em entrevista ao O PROGRESSO ele foi categórico ao afirmar que esses medicamentos são eficazes no tratamento precoce e não trazem dados a saúde, desde que utilizados seguindo orientações médicas.
“Não existe cura da doença. Trata-se de um vírus que nem é considerado um ser vivo”
Recentemente o prefeito Marquinhos Trad adotou o protocolo proposto pelo senhor e um grupo de 300 médicos, que prevê a distribuição de Kits contra Covid-19. Na prática, o que muda a partir de agora? O que muda é que vários médicos estavam fazendo isso inicialmente no consultório com muito sucesso enquanto outros não porque tinham uma dificuldade de se respaldar. Hoje esse grupo tem o apoio e a liberação do CRM (Conselho Regional de Medicina), da Associação Médica de Mato Grosso do Sul, da Associação Médica Brasileira e do Sindicato dos Médicos, ou seja, fica mais tranquila a adesão de vários colegas. Qual o objetivo desse protocolo? O nosso objetivo é fazer com que a população enxergue que ela não pode ficar isolada dentro de casa com sintomas. O que a sociedade precisa entender é que um paciente que chega com febre, mal-estar ou uma tosse, precisa ser atendido. Ele deve fazer um raio-x, um hemograma e ser tratado. A classe médica, que até então estava agindo de uma maneira, precisa repensar essa atitude de só atender ou só internar se o paciente estiver numa situação grave ou com falta de ar. A partir de agora, como tudo em medicina, se iniciar o tratamento precoce a chance de sucesso é maior. Dessa maneira a prevenção é mais simples, mais eficiente, mais eficaz e mais barata. Esses medicamentos curam a doença? Não existe cura da doença. Trata-se de um vírus que nem é considerado um ser vivo. Essas medicações tem objetivo de fazer com que se iniba a replicação viral dentro da célula e a doença não se agrave, evitando assim que o paciente tenha
“Não é para todo mundo usar. Não existe medicamento para 200 milhões de habitantes. Quem deve usar a medicação são os profissionais da área de risco, que estão na linha de frente do Covid-19” a necessidade de ir para um tubo de CTI, por exemplo. O reflexo disso é a gente diminuir esse caos que estamos vivenciando de falta de estrutura nos hospitais. Como o senhor avalia o atual protocolo utilizado na maioria do País, de diagnosticar o paciente e não medicar, apenas mandá-lo ficar em casa em isolamento. Isso é um risco? Isso é um risco enorme. Hoje o paciente que está com dor de cabeça, mal-estar e tossindo vai para casa para tomar dipirona. Eu prefiro tomar hidroxicloroquina. É uma medicação segura que a gente usa na prática médica há mais de 80 anos. Eu trabalho em centro de intoxicação aqui no Estado há quase 20 anos e nunca vi uma intoxicação por hidroxicloroquina e nem ivermectina. O mesmo acontece nos outros centros do Brasil. Como avalia as mortes que ocorreram em Manaus pelo uso do medicamento? Houve um trabalho em Manaus, que no meu ponto de vista é algo digno de um crime. Foi dado doses tóxicas aos pacientes, até cinco vezes mais do que a dose terapeutica, levando a morte dessas pessoas. Esse grupo de cientistas provou que quando se dá uma dose letal com paciente a letalidade acontece. Esse fato confundiu a sociedade. O médico faz parte da sociedade e quando ele vê isso aí, ele não está acostumado a utilizar esses medicamentos e acaba acontecendo essa pane. O resultado disso foi que a gente acabou perdendo muito tempo e com certeza muitas vidas. Qual o perfil do paciente que receberá os medicamentos e de que forma? Não é para todo mundo usar. Não existe medicamento para 200 milhões de habitantes. Quem deve usar a medicação são os profissionais da área de risco, que
estão na linha de frente do Covid-19, trabalhando em CTI, Pronto Socorro, em hospital ou UPA. Esses precisam receber de uma forma preventiva. Outro público que também precisa ser medicado é o de pessoas que tiveram contato com alguém que teve Covid-19 e desenvolveu a doença. Se sua esposa, filho, pai, ou mãe, por exemplo, desenvolveu a doença, você precisa tomar a medicação para não desenvolver também. Estou falando do uso da Ivermectina, da hidroxicloroquina usadas numa maneira preventiva. Porém a gente não tá falando de um protocolo de remédio, já que não existe remédio milagroso. Nós estamos falando de um protocolo de atendimento, que prevê, por exemplo o que ser usado na fase 1 da doença, na fase 2a, na fase 2b e na fase 3, por exemplo. A doença tem várias fases e cada medicação deve que ser utilizada pelo médico, com prescrição médica. Não adianta sair desesperado por aí comprando uma medicação, usando uma maneira desnecessária. Isso faz com que quem precisa de verdade acabe não tendo acesso. Porque ainda não há comprovação científica para a eficácia desses medicamentos no caso da Covid-19? É preciso entender que existem as modalidades de evidência científica, a comprovação científica e a comprovação científica exigida pelas sociedades médicas. As sociedades médicas, onde você encontra o doutor com doutorado, pós-doutorado, exigem no tempo de paz, que você tem que ter comprovação científica, ou seja, demora meses e anos para uma medicação ser considerada nível A, B ou C de evidência cientifica. São etapas que não tem como pular. É lógico que não existe comprovação científica do jeito que algumas autoridades políticas e da Saúde querem. O que eu vou fazer? Vou deixar o paciente à míngua, cruzar os braços e
falar que não tem comprovação? Da mesma forma também não existe comprovação de que se entubar um paciente com Covid-19 ele irá sobreviver, então por isso eu não vou entubá-lo? Não existe comprovação científica nessa doença para praticamente nada porque o quadro de tratamento para a Covid-19 está vazio. Alguém precisa ter a ousadia de ir lá é complementar esse quadro. Ou eu começo a colocar algumas medicações ou eu deixo o quadro vazio. Se uma médica brasileira, a Marina Bucar, apresentou uma série de resultados positivos lá na Espanha, com esse mesmo protocolo que a gente tem implementado aqui em Campo Grande eu vou me negar a fazer e cruzar os braços? Se o médico judeu, doutor Vlademir Zelenko em Nova York salvou mais de 500 pessoas com esse protocolo eu vou falar não? Vou esperar a revista científica? Não dá tempo porque os hospitais estão ficando lotados. Então médicos dessas localidades tiveram que tomar medidas. No Belém do Pará, por exemplo, a Unimed fez esse protocolo que estamos implantando em Campo Grande quando estava acontecendo o que a gente chama de colapso da Saúde, que é quando os hospitais fecham as portas. As pessoas não conseguiam entrar nos hospitais porque estava cadeado. Morriam na porta da unidade. A gente quer isso para a nossa cidade? Não. Quando isso aconteceu em Belem eles adotaram esse protocolo e em uma semana resolveram o problema. Se isso não é uma evidência científica, para mim, nada mais vai ser. Porto Feliz, em São Paulo, adotou a mesma medida, ou seja, mais ação e menos burocracia já que não temos tempo a perder. Esses medicamentos fazem mal à saúde? As pessoas têm medo do possível efeito colateral da medicação. Eu não. Eu tenho medo do efeito do vírus, da Covid-19. Digamos que se eu tiver que tomar a medicação por cinco dias e no terceiro dia eu tiver efeito colateral, o que que eu faço? Eu paro de tomar, simplesmente isso. A medicação não vai me matar. Se eu tomar e me der uma diarréia ou um vômito eu paro. Tem gente que não pode tomar anticoncepcional, outros não podem tomar Dipirona, é simples. Considerações Eu penso que o momento não é de picuinhas, mas sim de união. Não é a hora de estarmos divididos. Médicos, população, gestores, enfim, todo mundo vai sair ganhando com isso: os gestores por salvar vidas, os médicos se sentindo realizados em sua profissão e a população perder o medo mórbido desse vírus, sabendo que existe um tratamento eficaz. É preciso parar com essa questão política. O meu medo não pode ser maior que a minha responsabilidade como médico. É impensável um profissional de saúde querer evidência científica no momento de tragédia. A medicina nunca cresceu tanto em grandes guerras mundiais ou pandemias porque os burocratas perdem espaços. É o momento dos médicos de ação e ousadia agirem. Então eu penso que nós somos abençoados, vamos deixar tudo de lado e vamos pensar mais na nossa população. É bem simples, a gente que complica. O ser humano quando quer complicar ele complica.
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Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Dia a Dia ENTREVISTA · Gecimar Teixeira Junior - Secretário Municipal de Saúde
“Só quem sentiu na pele, sabe o quão agoniante e aterrorizante é essa doença” Cristina Nunes
Frases
Em entrevista ao Jornal O PROGRESSO, o atual Secretário Municipal de Saúde, médico intensivista Gecimar Teixeira Junior, de 33 anos, que também já ocupou o cargo de diretor técnico da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), relatou a experiência que teve após ter sido contaminado pelo novo coronavírus. O profissional ficou quase 6 dias intubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) devido as complicações da COVID-19. Na entrevista Gecimar relatou momentos de agonia provocados pela doença. O médico também falou sobre algumas medidas adotadas pelo munícipio para dar suporte aos profissionais da saúde e alertou que o kit covid não deve ser definido por anseios políticos.
“O que agravou em mim foi a dispneia grave, que me levou a ser intubado ainda no quarto, antes de ir pra UTI”
Sua contaminação ocorreu devido a contato com paciente? Como a medicina encara trabalhar de frente com o perigo? Estava ciente que poderia ser contaminado pelo coronavírus? Sobre minha contaminação, com certeza foi pela alta carga viral em que eu estava exposto, e por alguns pacientes que atendi, que a princípio não atendia os pré-requisitos diagnósticos que me fizessem atentar para a possível doença! Estes pacientes tinham sintomas totalmente atípicos! Sempre estive ciente do risco de contaminação, mas não tem como correr da responsabilidade! Quando notou os sintomas? Quais fatores agravaram seu quadro de saúde para que ficasse na UTI? Notei os sintomas uns 5 dias antes da piora grave. O que agravou em mim foi a dispneia grave, que me levou a ser intubado ainda no quarto, antes de ir pra UTI.
“A recuperação foi rápida! Demorou um pouco para voltar a força muscular pelo uso prolongado de bloqueador neuromuscular” “A mensagem que deixo para os profissionais da linha de frente é que Deus abençoe a todos nós, pois para vencer uma doença dessas, teremos que ter sim ajuda do Alto!” Durante o período na UTI estava consciente? Chegou a pensar que poderia não resistir à doença? Como foram esses dias internado? Durante os quase 6 dias que fiquei intubado na UTI, estive inconsciente, mesmo os meus colegas me contando depois que fui de difícil sedação, tendo que fazer uso de bloqueador neuromuscular associado a sedação pesada para me conter na cama! Após eu sair do tubo, sim estive consciente, rapidamente logo
apos ser retirado o tubo. Não cheguei a pensar que não iria resistir a doença, mas pensei que poderia voltar ao tubo, e então receber uma traqueostomia. E a recuperação foi difícil, demorada? A que fatores ou a quem você atribui o vencimento da doença? A recuperação foi rápida! Demorou um pouco para voltar a força muscular pelo uso prolongado de bloqueador neuromuscular que disse acima
(usado durante o período que estive intubado), mas voltou uns 90% em uma semana. O fator que contribuiu muito para minha recuperação foi a fisioterapia especifica. Qual mensagem que deixa para os demais médicos e profissionais da saúde que estão atuando na linha de frente? A mensagem que deixo para os profissionais da linha de frente é que Deus abençoe a todos nós, pois para vencer uma doença dessas, de características improváveis e até desconhecidas, teremos que ter sim ajuda do Alto! Podem contar comigo, pois tentarei fazer o melhor possível para ajudar na proteção e enfrentamento. Só que sentiu na pele, sabe o quão agoniante e aterrorizante é essa doença! Como o município tem atuado para dar suporte aos profissionais da saúde? Sobre a atuação do município estou me inteirando agora. Mas ao menos na Media e Alta Complexidade (a comando da Funsaude) a principio tem tido o apoio na melhor forma possível! Sabemos das dificuldades, mas tenho visto a Funsaude se esforçando em fazer o melhor! Qual o posicionamento do município em relação ao Kit COVID-19? Sobre o kit covid, é uma situação que precisa ser avaliada por especialistas e técnicos no assunto. É um assunto delicado, que acaba entrando em questões políticas! Mas não posso deixar isso ser definido e decidido por anseios políticos! Prefiro deixar isso a critério do Núcleo Técnico (o qual é formado por médicos) e pelos infectologistas atuantes no enfrentamento Covid.
Plantas medicinais que podem ser usadas durante a Covid-19 PÁG. 2
“Gente que acontece” na Coluna da Adiles PÁG. 4
CADERNO B Dourados 13.7.2020 O PROGRESSO
FOTÓGRAFO DOURADENSE abriu mão da calmaria para “caçar” tornados em MS
Vinicios Araújo Apesar de muito trabalhoso, a atividade de fotografia é conhecida pela tranquilidade e sensibilidade aos pequenos detalhes que podem ser registrados num clique preciso. Técnica, estudo e muita habilidade são fatores mais que essenciais. Há 6 anos, o douradense Maycon Zanata passou a viver essa rotina diariamente, eternizando momentos e sorrisos. Mas, há cerca de dois anos, algo mudou a realidade do fotógrafo de uma vez por todas. Uma tempestade que lhe cruzou o caminho despertou dentro de Maycon um desejo de desbravar a meteorologia para encontrar os maiores tornados que pudesse. Hoje, aos 28 anos, ele caça tempestades severas na região centro-sul de Mato Grosso do Sul e conta ao O PROGRESSO sobre essa prática. Quando e por que começou a procurar esses fenômenos? Eu sempre gostei de tornados e tempestades fortes desde criança. Aos 11 anos eu já via documentários sobre tornados e já desconfiava mais ou menos que também ocorriam aqui, porém menos frequentes. Sempre quis fazer meu próprio conteúdo, algo profissional como nos documentários que eu assistia. Há uns 6 anos atrás eu comecei estudar fotografia, isto se tornou um vício. Comecei fotografar natureza e há 2 anos atrás passou uma tempestade muito forte por mim, peguei a câmera e fiz umas imagens, depois deste dia eu comecei a estudar como conseguir me antecipar para chegar em um local antes de acontecer uma tempestade forte daquelas. Foi a partir daí que o vício começou. Esses fenômenos são poucos comum na nossa região? Digamos que é comum, porém não tão fácil de registrar. Como disse, caçar tempestades é a arte de estudar meteorologia para conseguir se antecipar e assim conseguir chegar antes de formar uma tempestade e já estar preparado para pegar alguma cena incomum. Tempestades
severas com potencial para formar tornados são comuns nas grandes frentes de tempestades que ocorrem na região sul do Brasil, RS SC e PR. Porém, às vezes parte destas frentes que vem do Paraguai pegam a parte do extremo sul de MS. O interior de SP também é um bom lugar para tempestades fortes. O restante do país é bem raro ocorrer. Vivemos na segunda maior área de incidência de tornados no mundo, perdemos apenas para os Estados Unidos. Ventos quentes da amazônia em encontro com frentes frias vindas da patagônia formam tempestades severas. Em Dourados, dentro da cidade, tivemos já dois tornados: um em 2010, causando muito prejuízo, e outro no início deste ano (foi apenas um princípio de tornado mas que já causou alguns danos). Estes eventos severos são muito isolados e pequenos por isso muita gente desacredita justamente porque a população não foi devidamente ensinada entre a diferença de tornados, furacões e etc. As pessoas fazem muita confusão na hora de saber o que significa cada coisa. Um tornado pode devastar em segundos a casa do seu vizinho e a sua não sofrer nada, por exemplo. Grande culpa também é dos filmes que aumentam em efeitos passando uma visão errada sobre um tornado real. Geralmente as melhores tempestades acontecem entre 6 a 10 vezes por mês na primavera. Geralmente a temporada vai de Outubro a Abril. Em média eu faço umas 6 a 8 caçadas por mês. Em dias de caçada eu paro tudo e me dedico a caçar. Às vezes não dá tempo nem de parar o carro para almoçar. A melhor região no Brasil para tornados e temporais fortes é o extremo oeste de SC e PR entre a fronteira com Argentina e Paraguai Esse trabalho exige estudos, técnica? O que é preciso para ser um caçador de tempestades? Sim. Antes eu ia atrás de nuvens escuras, hoje eu sei que nem todas as nuvens escuras são severas. Saber onde ir é só através de estudos. Um básico em meteorologia, conhecer todos os tipos de nu-
vens, saber quais condições formam uma tempestade severa, fazer sondagens para saber índices para conseguir saber se vai ter chances de ocorrer algo severo, entender radares meteorológicos e imagens de satélite, estudar rotas, estradas que sejam na mesma direção da tempestade para conseguir perseguir e acompanhar todo seu ciclo de vida para tentar pegar o momento raro da formação de algum fenômeno. Hoje eu faço parte de um grupo de caçadores e meteorologistas e participo de projetos na área, mesmo nunca tendo feito uma faculdade em meteorologia. Tudo que aprendi foi vendo documentários, vídeos de caçadores norte americanos, e o principal, praticando, caçando e errando muito. Quando você sai para uma temporada o que você espera encontrar? Espero pegar o máximo de tempestades fortes possíveis. Tornados, granizo grande e fortes rajadas de vento, pois preciso de conteúdo para meu canal no Youtube. No primeiro ano eu era apenas um observador de tempestades, que é uma pessoa que registra só quando passa algo perto, depois comecei caçar tempestades no extremo sul do estado, andando 200 km em busca de fenômenos. Nesta próxima temporada a meta é caçar no país inteiro, andando cerca de 800 km, como fazem os caçadores nos Estados Unidos para conseguir registrar tantos tornados. Quem vê e não entende acha que é bem comum lá, porém um tornado ocorre no mesmo local lá a cada 3 a 5 anos. Tornados são como agulhas, extremamente difíceis de se registrar. Aqui no Brasil é da mesma maneira, quanto mais longe estiver, quanto mais disposto a caçar, mais coisas vai achar. Meu sonho é conseguir manter esse hobby a nível de conseguir caçar na região sul e extremo sul do nosso estado. Também sonho em caçar nos Estados Unidos um dia, mesmo ocorrendo por aqui. Lá a ocorrência é bem maior, com fenômenos bem mais fortes e perigosos. Enquanto temos 80 a 100 tornados por
ano no Brasil inteiro, nos Estados Unidos são 1000 ou até mais por ano Qual episódio mais te marcou? Em abril deste ano eu consegui pegar a tempestade que derrubou o pavilhão de eventos de Laguna Carapã. Ela formou um tornado por alguns segundos, também formou granizo gigante em uma área rural próximo a Amambai. Eu cheguei muito perto desta tempestade e como foi a noite, foi extremamente radical. Minha namorada estava junto e me ajudou filmar, aliás ela também gosta e me ajuda a fotografar. Caíram muitos raios perto e os ventos estavam intensos, foi algo assustador mas foi um momento único. Me senti nos Estados Unidos, sem dúvidas a melhor tempestade que vi até hoje. Qual investimento você já fez para esse trabalho? Bastante tempo e um pouco de dinheiro. Como eu sou autônomo, consegui me programar para conseguir trabalhar e em dias de alta probabilidade de tempestades, conseguir caçar. Na última temporada gastei por volta de 6 mil reais no ano, foram 4 mil km rodados. Nesta temporada me juntei com outros 4 caçadores: um do MT, PR e outro do RS. Juntamos um orçamento de 20 mil reais e pretendemos caçar no país inteiro, nas maiores frentes de tempestades onde sejam que elas aconteçam, que provavelmente será no sul. Caçar tempestades é um hobby extremamente viciante. Nos Estados Unidos já é algo popular, tem milhares de caçadores, onde muitos vivem disso, fazem excursões para caçar tornados e pessoas do mundo inteiro vão até lá e pagam estes caçadores para eles colocarem estas pessoas de frente com uma grande tempestades. A maioria destes clientes, são fotógrafos hobbistas de paisagem e natureza e fãs de eventos extremos. Os trabalho de Maycon estão disponíveis no https://www.facebook.com/ maycon.zanata.stormchaser/
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Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Caderno B
PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS que podem ser usadas durante a Covid-19 As plantas medicinais e seus derivados são recursos terapêuticos utilizados pela população brasileira nos cuidados primários a saúde. E portanto, durante a pandemia de COVID-19 elas podem ser muito úteis para o aumento da imunidade e o combate à males que vêm com o isolamento social, co-
SISTEMA NERVOSO AGRIPALMA Nome científico: Leonurus cardiaca L. Parte utilizada: folhas. Para que serve: tratar ansiedade e alterações cardíacas relacionadas ao nervosismo. Como preparar: infusão de 2 colheres de café de folhas em 1 xícara de água. Como utilizar: tomar duas xícaras por dia (manhã e noite). Cuidados: o uso excessivo pode gerar graves problemas cardíacos.
CAMOMILA Nome científico: Matricaria chamomilla L. Parte utilizada: flores Para que serve: tratar insônia, além de funcionar como calmante, anti-inflamatório, analgésico e problemas gastrointestinais. Como preparar: infusão com 1 colher de sopa da planta para 1 copo americano de água. Como utilizar: tomar uma xícara de 3 a 4 vezes ao dia. Cuidados: contraindicado a gestantes devido ao seu potencial abortivo. Evitar o uso em pessoas que já apresentaram reação alérgica a camomila. Deve-se usar com cautela em menores de 12 anos.
CAPIM CIDREIRA Nome científico: Cymbopogon citratus D.C. Parte utilizada: Folhas. Para que serve: auxiliar no tratamento de ansiedade, insônia e tensões musculares. Como preparar: infusão com 1 colher de sopa de folhas em 1 xícara de água. Como utilizar: tomar de 4 a 5 xícaras por dia. Cuidados: não é recomendado em caso de gravidez, para as pessoas com problemas como glaucoma e próstata aumentada. A superdosagem pode provocar uma diminuição da coordenação motora, dificuldade de respirar, falta de equilíbrio, sedação e até diarreia.
ERVA CIDREIRA Nome científico: Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson Parte utilizada: folhas. Para que serve: Auxiliar no tratamento de insônia e ansiedade. Como preparar: infusão de 1 colher de sopa de folhas em 1 xícara de água. Como utilizar: tomar uma xícara de 3 a 4 vezes por dia, sempre logo após o preparo. Atenção: menores de 12 anos e maiores de 70 anos podem necessitar de ajuste de dose, por isso um profissional de saúde deve ser consultado. Cuidados: deve ser utilizado com cuidado por pessoas com pressão baixa. Doses acima da recomendada podem causar gastrite, dificuldade de respirar e até quedas bruscas de pressão.
MARACUJÁ Nome científico: Passiflora incarnata L. Parte utilizada: folhas. Para que serve: ansiedade, insônia, dores de cabeça, dores causadas por irritação ou danos nos nervos. Como preparar: infusão de 1 colher de sopa de folhas rasuradas ou em pó em 1 e ¾ xícaras de água. Nota: para obter o pó, basta triturar as folhas no liquidificador. Como utilizar: tomar uma xícara de 1 a 4 vezes ao dia. Cuidados: o uso antes de atividades como dirigir ou operar máquinas é contraindicado. Não é recomendado também para gestantes, lactantes, diabéticos e alcoólatras. Não deve ser usado por indivíduos que já tomam outros medicamentos sedativos.
mo depressão, ansiedade e insônia. Listamos aqui as principais ervas que atuam no sistema respiratório e na imunidade, segundo especialistas. Eles alertam para a importância da consulta médica ou profissional da saúde, principalmente se os sintomas persistirem.
SISTEMA RESPIRATÓRIO ALCAÇUZ Nome científico: Glycyrrhiza glabra L. Parte utilizada: raiz. Para que serve: tosse excessiva como sintoma de gripe e resfriado, asma e bronquite Como preparar: infusão de 1 a 2 colheres de sopade raiz seca em 1 xícara de água. Como utilizar: tomar uma xícara do chá de 3 a 4 vezes por dia. Cuidados: contraindicado para grávidas e pessoas com pressão alta, hiperestrogenismo e diabetes. Usar com cautela em associação com anticoagulantes (Marevan®, heparina, entre outros), corticoides (dexametasona, prednisolona, entre outros) e anti-inflamatórios (ibuprofeno, nimesulida, entre outros).
ALHO Nome científico: Allium sativum L. Parte utilizada: Bulbo. Para que serve: gripe, resfriado e outras doenças pulmonares. Como preparar: infusão de 1 dente de alho em 1 xícara de água. Como utilizar: tomar uma xícara do chá até 2 vezes por dia. Cuidados: contraindicado para grávidas, pacientes com problemas estomacais, hipertireoidismo, distúrbios da coagulação ou em tratamento com antitrombóticos (Marevan®, Heparina, Aspirina®, entre outros). Também não é recomendado para pessoas com níveis baixos de glicose.
ANIS-ESTRELADO Nome científico: Illicium verum Hook. f. Parte utilizada: frutos. Para que serve: auxiliar no tratamento de doenças respiratórias, como gripe, resfriado ou bronquite. Cuidados: contraindicado a pessoas com alergia ao anis, grávidas, mulheres em fase de amamentação e crianças menores de 10 anos. Tomar cuidado com a possibilidade de contaminação com anis estrelado japonês altamente tóxico (I. anisatum L.) e anis estrelado venenoso (I. lanceolatum A. C. Smith).
EUCALIPTO Nome científico: Eucalyptus globulus Labill. Parte utilizada: folhas. Para que serve: alívio da tosse e desentupimento das vias respiratórias associada a resfriado ou gripe. Como preparar: Chá: infusão de 1 colher de sobremesa de folhas em 1 xícara de água. Inalação: infusão de 2 colheres de sobremesa de folhas em 1 xícara de água. Como utilizar: Inalação: 2 a 3 vezes por dia. Cuidados: contraindicado para pessoas que apresentam problemas de vesícula, doenças no fígado e grávidas. O infuso de eucalipto deve ser usado somente por maiores de 12 anos.
GENGIBRE Nome científico: Zingiber officinale Roscoe. Parte utilizada: rizoma Para que serve: alívio de sintomas respiratórios em casos de gripes, resfriados e bronquite. Como preparar: infusão de 1 colher de chá da planta fresca em 1 xícara de água. Cuidados: não é indicado para menores de doze anos e nem para pacientes que tomam anticoagulantes (Marevan®, Heparina, entre outros) ou apresentam distúrbios da coagulação sanguínea, como hemofilia, deficiência de vitamina K, doença grave no fígado, entre outras e àqueles que possuem cálculos biliares.
SISTEMA IMUNE ALECRIM Nome científico: Rosmarinus officialis L. Parte utilizada: folhas e partes floridas. Para que serve: tônico geral. Como preparar: infusão de 1,5 colheres de chá da planta para 1 copo de água. Como utilizar: tomar 2 a 3 xícaras do chá por dia. Cuidados: não deve ser consumido em grandes quantidades por gestantes devido a seu potencial abortivo.
CHÁ- VERDE Nome científico: Camellia sinensis L. Parte utilizada: folhas. Para que serve: combate do cansaço e estresse. Como preparar: infusão de uma colher de chá das folhas em 1 xícara de água. Como utilizar: tomar uma xícara 2 vezes ao dia. Cuidados: pode causar desconforto intestinal e seu uso durante a noite não é indicado devido a possibilidade de insônia. Não é recomendado para pessoas com alterações na coagulação sanguínea e o uso prolongado pode levar a convulsões..
CURCUMA Nome científico: Curcuma longa L. Parte utilizada: rizomas. Para que serve: fortalecer o sistema imune e aumentar a energia. Como preparar: decocção de 1 colher de sobremesa do rizoma em um copo de água. Como utilizar: tomar 1 xícara até 2 vezes ao dia. Cuidados: É contraindicado para pessoas com cálculos biliares e úlceras gastrointestinais. Não deve ser utilizado em casos de tratamentos com medicamentos que atuam na coagulação, como Marevan®, Aspirina®, dentre outros.
ERVA-MATE Nome científico: Ilex paraguariensis A. St.-Hil. Parte utilizada: folhas e ramos. Para que serve: combater o cansaço e o estress. Como preparar: infusão de 2 colheres de chá das folhas secas em 1 xícara de água. Como utilizar: tomar uma xícara 3 vezes ao dia. Cuidados: deve ser utilizada com cautela em pessoas ansiosas, com pressão alta, problemas cardíacos, assim como gastrite, gravidez e amamentação.
EQUINÁCEA Nome científico: Echinacea purpurea (L.) Moench. Parte utilizada: partes aéreas. Para que serve: manutenção do sistema imune (resfriado comum) Como preparar: infusão de 1 colher de sobremesa das folhas e inflorescências secas para um copo de água. Como utilizar: tomar uma xícara 3 vezes ao dia. Cuidados: não é indicado para pacientes com esclerose múltipla, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), tuberculose e outras desordens autoimunes. Contraindicado para crianças e grávidas.
FRUTAS CÍTRICAS Nome científico: Citrus sp. Parte utilizada: frutos. Para que serve: manutenção do sistema imune. Como preparar: higienizar a fruta e diluir a polpa em água. Como utilizar: tomar o suco ou ingerir a fruta. Cuidados: não deve ser consumido de forma exagerada.
O PROGRESSO
Dourados, 13.7.2020
CLASSIFICADOS/ATOS OFICIAIS PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
IMÓVEIS
Vir à (?): emergir Atividade econômica da rua 25 de Março (SP) e do Saara (RJ) Alga (?): é usada na culinária asiática
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Local da crucificação de Jesus Cristo (Bíblia) Extraordinário (fig.)
15, em romanos Irene Cara, cantora
Gônadas sexuais masculinas (Anat.) Invólucro de linguiça Pedido de socorro
Poluição (?): pode causar dano auditivo
DIVERSOS
País africano sem saída para o mar
Porção de uísque Verbo do materialista
Sufixo de "ferroso" Vontade (fr.)
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Sílaba de "ganido" Rutênio (símbolo)
O som em 2 canais Parada da gravidez
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De (?): de memória Oersted (símbolo)
Um, em francês Interjeição mineira
Barco comum em clubes náuticos A rubéola, quanto ao agente etiológico
VENDO FILHOTE LHASA Filhote legítimo, vacinado e com procedência. 99692-0918
Peixe inflável Classe dos príncipes
Ilha dos (?), atração da República Dominicana Caco Galhardo, cartunista paulistano
Ficha com informações médicas
OPORTUNIDADES
Johnny (?), pioneiro da Bossa Nova
Sumo sacerdote de Israel (Bíblia)
DE EMPREGO
(?) unhas: hábito do onicófago (?) de Minas: a Capital do Milho Apatetado (bras.) A cor da calça jeans Conjunto de cartas usada na sueca
PROCURA-SE EMPREGO
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CASAL SEM FILHOS Casal procura vaga pra trabalhar em chácara, sítio ou fazenda. Com experiência e referência. 99843-7177, falar c/ Hélio
Forma da madeira usada na jangada
Proteção da cabeça do soldado medieval Alvo, no basquete Estilo de Joss Stone
Nome da 14ª letra Dígrafo de "galho"
Em, em espanhol Pôr-se a caminho
Classe atingida pelos novos-ricos
Deus da guerra na Mitologia grega
2/en — un. 4/mali — soul. 6/baiacu. 11/exponencial.
BANCO
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G O L F I N L V A R I O C A
IKICHIN Agropecuária S.A.
CNPJ nº 15.566.894/0001-59 Relatório da Administração Senhores acionistas, Submetemos a apreciação dos Senhores o Relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras da IKICHIN Agropecuária S.A. referentes ao exercício encerrado em 31/12/2019. IKICHIN foi constituída em 9/3/2012 com o principal intuito de desenvolver atividade pecuária de cria, recria e engorda de gado bovino no Estado do Mato Grosso do Sul. Iniciou suas atividades operacionais em 2013 e, desde então, segue operando no setor. O resultado do exercício decorre tanto da atividade operacional quanto de receitas financeiras e estoque de bovinos ainda não comercializado. Nova Andradina/MS, 17 de Junho de 2020 A Diretoria Balanço Patrimonial - Período: 01/01/2019 a 31/12/2019 31/12/2018 31/12/2019 31/12/2018 31/12/2019 10.362.426,69 10.798.129,36 Ativo 10.362.426,69 10.798.129,36 Passivo Passivo Circulante 54.519,28 187.196,71 Ativo Circulante 2.321.528,79 2.767.730,62 Fornecedores 26.004,50 84.320,71 Disponível 2.028.367,73 2.691.418,10 Débitos Fiscais e Sociais 13.966,25 88.327,47 Outros Créditos 4.240,42 35.629,98 Contas Correntes 14.548,53 14.548,53 Patrimônio Líquido 10.307.907,41 10.610.932,65 Estoques Apurados 288.920,64 40.682,54 Capital 8.148.764,00 8.148.764,00 Ativo Não Circulante 8.040.897,90 8.030.398,74 Reservas 791.719,54 823.166,23 Realizável a Longo Prazo 676,64 676,64 Lucros ou Prejuízos Acumulados 1.367.423,87 1.639.002,42 Investimentos 2.355.590,74 2.358.424,94 Lucros ou Prejuízos Acumulados 734.249,75 892.334,51 Resultado do Exercício 633.174,12 746.667,91 Imobilizado 5.684.630,52 5.671.297,16 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - Período: 01/01/2019 a 31/12/2019 Capital Realizado Reservas de Lucros Lucros e Prejuízos Capital Subscrito Totais Detalhada Acumulados Saldo em 31/12/2018 8.148.764,00 791.719,54 1.367.423,87 10.307.907,41 Ajustes de Exercícios Anteriores – – 21.357,33 21.357,33 Lucro/Prejuízo do Exercício – – 746.667,91 746.667,91 Destinação do Lucro Líquido: Reservas – 31.446,69 (31.446,69) – Dividendos – – (465.000,00) (465.000,00) Saldo em 31/12/2019 8.148.764,00 823.166,23 1.639.002,42 10.610.932,65 Demonstração do Resultado do Período Reconhecemos a exatidão do presente Balanço Patrimonial, cujo Ativo Período: 01/01/2019 a 31/12/2019 e Passivo estão Uniformes, na mesma importância de R$ 10.798.129,36 31/12/2018 31/12/2019 (Dez Milhões Setecentos e Noventa e Oito Mil e Cento e Vinte e Nove Receitas 1.451.379,99 1.847.892,84 Reais e Trinta e Seis Centavos). Ressalvando que a responsabilidade Receitas Operacionais 1.451.379,99 1.847.892,84 do profissional contabilista, fica restrita apenas ao aspecto meramente Custo (570.784,20) (689.861,13) técnico desde que reconhecidamente operou com elementos e Custos (334.279,36) (248.238,10) Custo - Atividade Rural (236.504,84) (441.623,03) comprovantes fornecidos pela gerência da firma que se responsabiliza Despesas (247.421,67) (411.363,80) pela exatidão e veracidade, bem como pelos estoques considerados, Despesas Operacionais (217.057,52) (236.062,40) levantados pela referida gerência e sob sua total e exclusiva Contas de Resultado (30.364,15) (175.301,40) responsabilidade. Nova Andradina/MS, 31 de Dezembro de 2019 Resultado 633.174,12 746.667,91 Diretoria
Contabilista: Luiz Donizete Galvão - CPF: 015.190.478-27 - CRC: 157.821/O-0
Dourados, 13.7.2020 O PROGRESSO
Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br
COLUNA DA ADILES GENTE QUE ACONTECE
“Falo a língua das loucos porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos nem suas vãs filosofias.” Luís Fernando Veríssimo
DESTAQUE
Presidente da Assembleia de MS Paulo Correa e a esposa Adriana
Governador do Estado Reinaldo Azambuja e esposa Fátima
Deputado estadual Renato Câmara e esposa Cristiane Isadora Cales Granzotti filha de Alecsandra de Oliveira Cales e Marcos Antônio Granzotti. Alegria dos vovôs Vitoriano Carbonera Cales e Fátima Cales, além dos tios Alexandre e Vitor e dos primos Pedro Henrique e Miguel
FÉ... OTIMISMO “Creio em mim mesmo Creio nos que trabalham comigo Creio nos meus amigos Creio em minha família Creio que Deus me emprestará Deputado Estadual Marçal Filho e Cirurgião plástico dr. João Elisangela e Alexandre Lorensini Tudo de que necessito para esposa Patrícia Gusman e esposa Tuxa (Incorporadora Saad Lorensini) Triunfar, contanto que eu me esforce Para alcançá-lo por meios lícitos e honestos Creio nas orações e nunca fecharei meus olhos para dormir sem antes pedir a divina orientação, a fim de ser paciente com os outros e tolerante com os que não acreditam como eu acredito. Creio que o triunfo é resultado do esforço inteligente e não depende de sorte, de magia, de amigos duvidosos, de companheiros ou de meu chefe Creio que tirarei da vida exatamente O que nela colocar, e assim sendo, serei cauteloso quando ao tratar os outros como quero que eles sejam para comigo. Não caluniarei aqueles de quem não gosto Odete Capilé Cardoso Aurélio Farnesi Liana Pietramale (Kikão) Maria Eugênia do Amaral Não diminuirei o meu trabalho por Ver que os outros o fazem. Prestarei o melhor serviço de que for capaz, PARABÉNS E FELICIDADES AOS Porque jurei a mim mesmo triunfar na vida E sei que o triunfo é sempre o resultado Do esforço consciente e eficaz Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo que algumas vezes ofendo os outros e necessito do seu perdão
ANIVERSARIANTES
Adiles do Amaral Torres
“Minha vida em poesias - pág. 93”
“NOTA 10” Parabéns à Polícia Federal de nosso Estado que está apreendendo muitos traficantes com drogas e isso diminui a criminalidade. Que Deus Parabéns a Jorge Eduardo Lange Bar- A querida June Angela Torres desejamos toda Desejamos tudo de bom proteja todos vocês pelo excelente trabalho. ros pelo seu aniversário comemorado felicidade. Ela que aniversaria dia 13. Que Deus a João Rocha que aniverhoje. Na foto, com a esposa Regiane abençoe sempre! Na foto, com esa colunista saria amanhã (14) PARABÉNS E FELICIDADES aos
Aniversaria dia 15 Rosa Maria comple- Maria Victoria Rocha rece- Parabéns e felicidades ao advogado ZaAntônio Braga. A ele ta idade nova dia 15. be os parabéns pelo aniver- roastro de Assis, que aniversaria dia 18. sário comemorado dia 15 Na foto com Vilma nossos parabéns! Felicidades!
aniversariantes, de 15 de julho: - Antônio P. Bonzatto; Milton T. Honda; Armando M. Matsumeda; Miguel Pagliarini; Paulo R. Bessa; Maria do Carmo O. Costa; Marta Pereira Rebeke; Kerina Porfíria; Luciane O. Silva; Aparecido Lopes; João Ribeiro Carpes; Luiza de Souza; Vera L. Acosta; Jesse Martins; Nilton P. Rodrigues; José R. S. Silveira; Luiz de S. Silva; Feusa dos Reis Machado; Wilson R. da Silva; Ester Costa Pereuzzo; Marcos César da Silva Souza; Luiz de Souza e Silva; Wendel Alexander Silva Mariola; Natália dos Reis Cabral; Caroline Castilha; Jéssica Taína; Klisnmann G. Rohling; Adão Ferreira de Oliveira; Fabiane R. Dorta. De 16 de julho: Luiz Carlos Martins; Domingos Sávio de Souza; Verônica F. Crivelli; Janes Aires M. Araújo; Edjaldo E. Resende; Fabiano M. A. Pires; Vera Lucia Pontes; Carlos A. Tonossu; Elenita M. de Souza; Arlete de Freitas Alves; Luiz C. Ferreira Gomes; Matheus Tobias; Michelli Pereira Amador Bastos; Elaine Vasques; Eliane da Silva;