Edição de 17/agosto de 2020

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DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.638

O PROGRESSO

17 de agosto de 2020

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Dourados está há 5 meses sem distribuir kit de merenda para alunos Os produtores de hortaliças, da Associação de Produtores Orgânicos de MS, que venceram as licitações para merenda escolar estão sem receber e sem poder distribuir os alimentos. PÁG. A4

COVID-19 DIVULGAÇÃO

ANSIEDADE

E ESTRESSE EXPLODEM NA PANDEMIA PÁG. D7

Habitação

Dourados recebe um novo bairro residencial

Psicanalista aponta compulsão alimentar como causa da obesidade PÁG. D2

PÁG. D5

Saúde

Acupuntura pode tratar estresse, ansiedade e insônia na pandemia PÁG. D7

MS-156

Marçal diz que duplicação vai levar segurança no Guaicurus

Jovem douradense emagrece 53kg durante a pandemia PÁG. D3

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Dourados, 17.8.2020 O PROGRESSO

Opinião Pandemia invisível

C

om quatro bilhões de pessoas em casa contra o contágio global do novo coronavírus (Covid-19, surge um outro perigo mortal: Vemos uma pandemia da invisibilidade crescente, a da violência contra as mulheres. Segundo dados da ONU a medida que mais países relatam infecções e bloqueios, mais linhas de ajuda e abrigos para violência doméstica em todo o mundo estão relatando pedidos crescentes de ajuda. Na Argentina, Canadá, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, autoridades governamentais, ativistas dos direitos das mulheres e parcerias da sociedade civil denunciaram crescentes denúncias de violência doméstica durante a crise e aumento da demanda para abrigo de emergência. As linhas de apoio em Singapura e Chipre registraram um aumento de chamadas em mais de 30%. Na Austrália, 40% de trabalhadores e tra-

EDITORIAL

balhadoras da linha de frente em uma pesquisa de New South Wales relataram um aumento de pedidos de ajuda, porque a violência está aumentando em intensidade. Mesmo antes da existência da Covid-19, a violência doméstica já era uma das maiores violações dos direitos humanos. Nos 12 meses anteriores, 243 milhões de mulheres e meninas (de 15 a 49 anos) em todo o mundo foram submetidas à violência sexual ou física por um parceiro íntimo. À medida que a pandemia da Covid-19 continua, é provável que esse número cresça com múltiplos impactos no bem-estar das mulheres, em sua saúde sexual e reprodutiva, em sua saúde mental e em sua capacidade de participar e liderar a recuperação de nossas sociedades e economia. Considerando que as

mulheres estão por maior tempo com seu agressor, no mesmo ambiente, não podem fazer uma ligação e contar o que está acontecendo – mas podem escrever no celular ou usar a internet. Estando ao lado do agressor, no sofá assistindo televisão, a mulher pode ter informações e orientações sobre violência doméstica, ou mesmo fazer uma denúncia online. O site (www.naosecale.ms.gov.br) traz os locais onde a mulher pode procurar ajuda e também um formulário para atendimento online e o site da Polícia Civil (www.pc.ms.gov. br) traz a possibilidade de registrar uma denúncia online, inclusive de forma anônima. E o aplicativo MS Digital, nos ícones Segurança e Mulher MS, reúne esses canais. São alternativas silenciosas que garantem maior proteção à mulher

em situação de violência. Importante, ainda, citar que a Defensoria Pública Estadual disponibilizou canal virtual para atendimento (www.defensoria. ms.gov.br) e que o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul inovou com a criação do “Protetivas online”, possibilitando o requerimento de medida protetiva para mulheres residentes em Campo Grande, diretamente no site (www.tjms.jus.br). Em nível nacional, há iniciativas que também podem salvar vidas: a campanha “Alô Vizinho”, lançada pelo Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, que incentiva a denúncia de moradores que ouçam ou saibam que uma mulher do seu condomínio ou da sua vizinhança sofra violência; e a campanha “Sinal Vermelho”, idealizada pelo CNJ e AMB em parceria com as farmácias, onde a mulher deve apresentar um x vermelho na mão para ser acionado o socorro.

Disparos com direção: a taxação de 12% para livros WILSON BIASOTTO*

*Professor titular aposentado pelo CEUD/UFMS, membro da Academia Douradense de Letras

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eria de não acreditar que o ministro Paulo Guedes tivesse a intenção de taxar livros em 12%, mas não duvidemos. Estamos assistindo a reprises de filmes já vistos, especialmente a partir de 1989, quando se firmou o Consenso de Washington. Tais filmes ao invés de serem produzidos em Hollywood foram realizados por instituições conhecidas a exemplo do FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Tornado medida oficial do Fundo Monetário Internacional [FMI], a partir de 1990, o Consenso de Washington anunciava medidas de “ajustamento macroeconômico” para os países em desenvolvimento. Por trás desse véu de supostas boas intenções estava na verdade o projeto neoliberal que tinha por objetivo central a ultra liberalização da economia, dando aos agentes financeiros o máximo de auto-

nomia para aturarem, e o Estado se tornaria “mínimo”. Essas ideias foram geradas pós queda do Muro de Berlim, marco simbólico do fim do “socialismo real”. Voltava-se com força redobrada às teorias de Adams Smith de que existiria uma “mão invisível” para regular o mercado. “Laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même”; ou seja, [deixar fazer, deixar passar, que o mundo vai por si mesmo”. Essa volta exacerbada do liberalismo demonstra que os dirigentes não estudam história, pois não foi a “mão invisível” que recuperou a economia Norte-americana pós crise de 1929, mas as teorias de Lorde Keynes que, em resumo, apregoava a intervenção do Estado na economia. Por essa visão é que os Estados Unidos se recuperaram da crise, a Europa se reconstruiu no pós-Guerra e o Líbano renascerá sem a mão invisível da economia, mas com a mão forte do Estado [aliás de vários Estados do Mundo]. Voltando ao neoliberalismo: na Europa, a Inglaterra, sob Margaret Thatcher, a “Dama de Ferro”, foi a que mais se aprofundou na política neoliberal e, na América

do Sul, o Chile. No Brasil as tentativas de se implantar esse regime começaram com Collor, tiveram avanço considerável [embora nefasto] com FHC e, agora, não obstante conhecermos o retumbante fracasso dessa política ultraliberal, é retomada por Bolsonaro/Guedes. Bolsonaro declarou em sua campanha que economia era com Guedes, mas ele parece pouco entender desse assunto e muito menos de história. Se conhecesse ao menos Collingwood saberia olhar para o passado para compreender melhor o presente e ter uma visão de futuro. Não retrocederia trinta anos em termos de política econômica, especialmente pela crise econômica que atravessamos, agravada pela pandemia de Covid19. A não ser que o interesse do Ministro seja favorecer grandes bancos, e empresários, especialmente dos Estados Unidos que não perderiam a oportunidade de comprar “a preço de banana” empresas nacionais e o próprio Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Completamente sem noção do que fazer para recuperar a economia

brasileira, negando-se a procurar políticas macroeconômicas mais adequadas, como o keynesianismo, assistindo à debandada de seus principais auxiliares, que também insistem em enxergar o mundo por uma única janela, Guedes dispara a sua metralhadora para a classe trabalhadora [inclusive a chamada classe média]. Não deixa de existir coerência em sua conduta, embora reacionária, não prevê a taxação de grandes fortunas, nem sequer atinge os seus colegas investidores, ao contrário, pretende reformas [a exemplo da trabalhista e previdenciária], que reforcem o poder da elite dominante e enfraqueça o Estado. Guedes e o conjunto do governo Bolsonaro já nem se preocupa em esconder as suas intenções com subterfúgios. O ataque frontal contra as Universidades Públicas, o cerco imposto à imprensa livre e, agora, a taxação de 12% de impostos sobre livros, demonstra esse governo apostando que no futuro próximo teremos um povo alienado, capaz apenas de colocar-se à disposição como mão de obra barata. Castro Alves foi mais sábio: “ Oh! Bendito o que semeia Livros à mão cheia E manda o povo pensar! O livro, caindo n’alma É germe – que faz a palma, É chuva – que faz o mar!”

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Dourados, 17.8.2020 O PROGRESSO

Política

Daniela diz que chapa única prejudica a renovação no Executivo e a democracia

Corpo de Bombeiros reforça combate aos incêndios no Pantanal

Pré-candidata diz que é possível fazer mais gastando menos dinheiro público

O fogo avança por uma grande extensão de campo empurrado pelos ventos fortes

A possibilidade de Dourados ter um “chapão” com os partidos lançando uma única candidatura ao Executivo prejudica a democracia e perpetua nomes no poder, “enterrando” assim a possibilidade de renovação na Prefeitura. A análise é da vereadora Daniela Hall (PSD), pré-candidata a prefeita. Ela decidiu aceitar o convite de disputar a eleição pelo PSD após perceber uma grande articulação em Dourados para lançar apenas um candidato. Daniela foi a entrevistada da última sexta-feira pelo jornal O PROGRESSO em live nas redes sociais.

Daniela Hall diz que vai contar com sua experiência na administração do Legislativo “Esse tipo de conduta pode ser parte de um plano onde empurram goela abaixo um projeto, com fins eleitoreiros futuros, já que a articulação vem de outras esferas, e o cidadão fica completamente sem escolha. Isto faz com que o eleitor fique nas mãos dos partidos, refém da falta de opções, já que tiram dele a oportunidade de avaliar outras propostas, de acompanhar os bons debates e de comparar quem é bom de trabalho daqueles que são bons apenas em discursos e tapinha nas costas”, avalia Daniela. A vereadora também considera essa articulação uma “manobra” contra a renovação na administração pública. “Em tese o que ocorre é que os líderes de partidos fazem

DIVULGAÇÃO

um grande pacto em torno de um nome, negociam cargos e secretarias, como um bolo sendo fatiado. O chefe do Executivo se elege devendo favores. Os cargos mais relevantes ficam nas mãos de partidos apoiadores quando poderiam estar sendo destinados a pessoas técnicas e capacitadas. Como o novo gestor terá autonomia para fazer uma auditoria nas contas da prefeitura, detectando possíveis falhas e até mesmo crimes de responsabilidade se o antecessor é seu principal aliado? Como fazer uma gestão diferente do que a que passou se os que lá estavam vão continuar no poder através da indicação de nomes que os representem?”, indaga. Perfil Única mulher eleita na Câmara de Vereadores, Daniela Hall diz que vai contar com sua experiência na administração do Legislativo, em que se consolidou como a gestora que mais economizou e devolveu quase R$ 13 milhões aos cofres públicos, mostrando que dá para fazer mais com menos. O montante foi possível porque a parlamentar adotou política de redução de gastos. Daniela é advogada e está cursando MBA em Política Públicas e Gestão Governamental. Ela conta como fez mais com menos durante sua atuação como gestora na Câmara. “O primeiro passo foi conhecer a realidade dos contratos e renegociar valores. Depois elaboramos um plano de metas de redução que contou com a colabo-

Daniela Hall é a pré candidata a prefeita pelo PSD ração de todos os gabinetes. Buscamos fazer uma gestão transparente e responsável, em que cada centavo do dinheiro público foi investido devidamente em retorno a população. O agente público precisa se conscientizar que esse dinheiro não é da Câmara, não é dos vereadores e não é da Prefeitura. Ele é do povo e para o povo deve voltar através de serviços decentes”, destaca Daniela, que enfatiza que apesar da economia, nenhum serviço deixou de ser realizado.

Duplicação da MS-156 vai levar segurança aos moradores do Guaicurus, diz Marçal Marçal Filho destaca o crescimento exponencial na região, que vem recebendo novos loteamentos A duplicação da MS-156 no Jardim Guaicurus em Dourados vai garantir segurança no trânsito para mais de 15 mil moradores. O Governo do Estado, responsável pela rodovia, vai investir mais de R$ 25 milhões na obra, a ser iniciada nas próximas semanas. O deputado estadual Marçal Filho (PSDB), maior mobilizador para revitalizar o trânsito na região, agora busca alternativa para a construção de um viaduto. A empresa que fará a obra já foi contratada por licitação pelo Governo do Estado. O trecho a ser duplicado é de 7,3 km de extensão e vai do Trevo do DOF, na BR-163, até o Distrito Industrial, local onde estão instaladas grandes indústrias. Além da duplicação, a rodovia receberá uma passarela aérea para ligar os bairros Guaicurus e Dioclécio Artuzi.

Separados pela MS-156, eles concentram milhares de residências e comércios de pequeno porte e as regiões dependem uma da outra, principalmente quanto à utilização de serviços públicos, como escola, posto de saúde. Vários acidentes com mortes já ocorreram na rodovia. Marçal Filho destaca o crescimento exponencial na região, que vem recebendo novos loteamentos, fazendo a cidade crescer cada vez mais ao sul da BR-163. “A cidade cresce, porém nem sempre o poder público chega a esses locais com infraestutura adequada. E nessa região temos a problemática do trânsito, mas com muita luta estamos conseguindo melhorias”, diz o deputado. A avenida Coronel Ponciano, que após cruzar a BR-163 se transforma na MS156, também será revitalizada. A obra, igualmente contará com recursos do Governo do Estado e o projeto de duplicação está sendo finalizado. Há pelo menos quatro anos Marçal Filho vem

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul intensifica as ações de combate ao grande incêndio que ocorre na Fazenda Brasil Fronteira, no Pantanal do Nabileque, Sul de Corumbá. Mais seis homens – três bombeiros e três brigadistas do Ibama – estão se deslocando de helicóptero para a área, situada abaixo do Forte Coimbra. O fogo avança por uma grande extensão de campo empurrado pelos ventos fortes, desde a tríplice fronteira do Brasil com a Bolívia e Paraguai”, informou o tenente-coronel Frederick Caldeira, que está no comando das operações de combate e prevenção aos focos de calor em Corumbá. O oficial bombeiro sobrevoou a fazenda em helicóptero da Marinha e constatou que a área já queimada é expressiva e está sendo dimensionada. Dez homens, entre bombeiros e brigadistas do Ibama, estão combatendo ao fogo com o apoio dos peões e maquinários da fazenda. As equipes saíram de Corumbá e chegaram ao local após longa viagem de 9h com viaturas pelas estradas boiadeiras. O reforço à operação será transportado no helicóptero Pantera, do Exército, que está baseado no município desde o início da Operação Pantanal II, em julho.

ARQUIVO

COLONO - Cumpadi, e num é que o álcool mata covid!?

ZÉ PINGA - Pois é cumpadi, da mais uma dose aqui!

Deputado Marçal Filho cobrando o governo por intervenções na Coronel Ponciano, MS-156 e trevo da BR-163. “Essas obras são aguardadas pela comunidade com expectativa. Com muita mobilização e cobrança conseguimos dar esse importante passo, de garantia de recursos. Agora, a nossa luta é para realizar essas obras com agilidade e garantir o tão desejado túnel na BR-163”, explicou o deputado.


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Dourados, 17.8.2020 O PROGRESSO

Política

Dourados está há 5 meses sem distribuir kit de merenda para alunos Produtores de hortaliças que venceram licitação da merenda estão sem receber e sem poder distribuir alimentos ARQUIVO

Vinícios Araújo Cristina Nunes Desde o dia 16 de março quando houve paralisação das atividades escolares devido a pandemia do coronavírus, alunos da rede municipal de ensino estão sem receber merenda escolar. O FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) orientou aos municípios que não paralisassem a distribuição dos alimentos, sugerindo a entrega através de kits para as famílias dos estudantes. Em Dourados, o contrato com a Apoms (Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul), empresa vencedora de licitações para merenda escolar, não foi suspenso, porém os produtores estão sem receber e também sem poder distribuir os alimentos. Em entrevista ao PROGRESSO, o coordenador técnico da Apoms, Antonio Paulo Ribeiro, relatou que desde março estão em constante negociação com município para fornecer os kits, porém não avançam. “Já fizemos duas reuniões no gabinete da prefeita e sentimos insensibilidade por parte do Secretário de Educação. Chegamos a acionar a PGM que notificou a secretaria, foi então que houve uma sinalização positiva, porém houve algumas operações do Gaeco no município, que afetou bastante andamentos de trabalho dentro da prefeitura. Agora com a recomendação do MPE esperamos que de fato sejam distribuídos os kits de alimentos”, afirmou. De acordo com ele, os produtores e famílias de baixa renda estão sendo afetados. “Os produtores fizeram plantio de acordo com a demanda e agora estão perdendo alimentos, porque a prefeitura não está comprando. Essas crianças e suas famílias também estão sendo afetadas, o kit não resolve o problema, mas ajuda amenizar a fome, já que muitos estão em situação de vulnerabilidade”, destacou. Ação do MPE contra o município Em razão da inércia do Município de Dourados em distri-

buir aos pais ou responsáveis dos estudantes matriculados na rede municipal de ensino, gêneros alimentícios durante a suspensão das atividades presenciais de educação em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus, o MPMS propôs Ação Civil Pública com Tutela de Urgência a fim de sanar irregularidade que vem ocorrendo desde o mês de maio. A Ação Conjunta proposta pela 10ª, 11ª, 16ª e 17ª Promotorias de Justiça da referida comarca destacou que, em meados de maio de 2020, houve a confecção e uma única entrega de kits merenda pelo Município de Dourados à população necessitada, o que foi divulgado pela mídia local. No entanto, com o passar dos meses, a suspensão das aulas prosseguiu. Já a distribuição dos insumos de alimentação pelo Município não acompanhou tal medida, de modo que os alunos tornaram a ficar desassistidos pelo Poder Público. De acordo com os autos, sobre a anunciada previsão de entrega de kits de alimentos pela municipalidade ainda no mês de julho/2020, a partir do processo de compra apurou-se que até o último dia de julho não houve a retomada da distribuição da merenda, estando o processo de aquisição ainda em andamento. “A realidade é que o demandado confeccionou alguns kits de merenda, promoveu a entrega desses por

uma só vez (maio de 2020) e depois deixou os alunos à própria sorte de suas famílias, iniciando novo processo de compra em julho de 2020, ou seja, dois meses depois da primeira e única entrega feita”, destacaram os Promotores de Justiça. Decisão Na decisão proferida dia 6 de agosto, o Juiz José Domingues Filho deferiu parte do requerimento do MPMS e determinou que, em cinco dias, o Município de Dourados retome o fornecimento de alimentação escolar a todos os alunos que dela necessitem durante o período de suspensão das aulas, em especial àqueles pertencentes a famílias vulneráveis socialmente. Entre outras medidas, o Juiz determinou ainda que a “distribuição deverá ser realizada de forma a evitar aglomeração e adotando, em qualquer caso, todas as medidas profiláticas recomendadas pelas autoridades sanitárias para a preservação da saúde dos servidores envolvidos e eventuais voluntários, vedando-se a venda ou a destinação para finalidade diversa dos bens ofertados.” Prefeitura diz que vai atender recomendação do MPE A assessoria de comunicação da prefeitura informou que o secretário Ubiran tem alinhado com a prefeita Délia Razuk a melhor estratégia para cumprir a recomendação do MPE e da justiça.

INFORME C CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

Unindo as forças na eleição, ao invés de rachar Valdenir Machado (PSDB) ainda não desistiu oficialmente da candidatura, para apoiar o deputado estadual Barbosinha (DEM) a prefeito de Dourados. O presidente estadual do PSDB, Sérgio de Paula esteve em Dourados recentemente para organizar o quadro da eleição municipal. Barbosinha é da ‘cozinha’ política do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tendo sido presidente da Sanesul e secretário de Justiça e Segurança Pública. A vinda de Paula não resultou na desistência de Valdenir – embora os “barbosetes” tenham espalhado isso na cidade, que, após sua recuperação física vai conversar com os pré-candidatos a vereador do PSDB e com o comando do partido para tomar uma decisão. Valdenir postou no Facebook dizendo que “depois de uma internação inesperada já estou em casa em recuperação, com a graça de Deus e as orações de todos vocês. Estou muito bem e em breve estarei trabalhando e tratando de nosso projeto político.” Se Valdenir for convencido a desistir da candidatura a prefeito, no mínimo, que se espera do DEM do Barbosinha é a vaga de vice-prefeito aos tucanos, disse ele ao “Informe C”.

Seca a vista Desta vez é a Climatempo quem faz o alerta: as chuvas de verão não autorizam o plantio em setembro, que será um mês seco em praticamente todo o País. Um corredor de umidade somente será formado em outubro, levando chuvas desde o Sul (notadamente do Paraná até Mato Grosso); enquanto que o Rio Grande do Sul terá uma repetição do quadro do ano passado, quando a condição neutra do La Niña cortará as chuvas para o início da safra gaúcha. Em linhas gerais, são estas as informações do agrometeorologista da Climatempo, João Castro -- meteorologista e doutor em agronomia pela Esalq. Segundo seus estudos, os produtores do Sudeste não deveriam lançar as sementes no solo já em setembro - fazer o plantio no pó -- sob risco de perdas, mesmo com o fim do vazio sanitário. “É preciso que o produtor tenha paciência, escolha sua variedade adequada, e saiba esperar o melhor momento”, diz João Castro. Bolso cheio De janeiro a julho de 2020, Mato Grosso do Sul exportou 3,9 milhões de toneladas de soja. O volume representa um aumento de 58,4% frente aos 2,4 milhões de toneladas vendidas para o exterior no mesmo período de 2019. Os dados são do Ministério da Economia. A soja é o principal produto em receita exportado por Mato Grosso do Sul nestes sete meses de 2020. A sua comercialização resultou em uma receita de US$ 1,3 bilhão. A soja “made in MS” foi vendida este ano para 14 países, mas o grande comprador foi a China. O país asiático comprou 3,1 milhões de toneladas, volume que representa 80,6% do total embarcado pelo Estado.

Solução daqui Um soro inteiramente desenvolvido no Brasil apresentou anticorpos neutralizantes até 50 vezes mais potentes contra o Sars-CoV-2 do que os presentes no plasma sanguíneo de pessoas que tiveram covid-19. O resultado foi considerado “excelente” pelos cientistas que desenvolveram o produto e abre caminho para um tratamento mais eficiente contra a doença. Os pesquisadores aguardam uma autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para começar a testar o soro em seres humanos. O plasma de pessoas que tiveram covid já está sendo usado no tratamento da doença, como uma forma de oferecer anticorpos extras para o paciente que ainda luta para combater ao vírus. O princípio do novo soro é semelhante. A diferença é que ele está sendo produzido em cavalos e, segundo os primeiros resultados, é muito mais potente. Esses anticorpos são posteriormente purificados e podem ser injetados nos pacientes. Atrasada O secretário de Governo da prefeitura, Celso Schuch dos Santos, afirmou que a prefeita Délia Razuk (PTB) assumiu por inteiro as mudanças e ajustes na Saúde “para que não haja solução de continuidade, especialmente neste delicado momento” de pandemia. Na avaliação de Schuch, a dona Délia enfrenta dificuldades decorrentes da legislação em vigor, considerando que o nomes recentemente escolhidos por ela acabaram abrindo mão do cargo de secretário de Saúde, já que não poderiam exercer suas funções de médico. “Por razões de obsoleta e anacrônica legislação, que impede sejam colocados alguns dos melhores quadros profissionais a disposição da população douradense, na medida em que, assumindo o cargo de Secretário de Saúde impedidos estariam de exercer suas profissões de escolha”, afirma o secretário de Governo.


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DIA A DIA Dourados, 17.8.2020 O PROGRESSO DIVULGAÇÃO

POPULAÇÃO ACIMA DO PESO EM DOURADOS pode chegar a 70%

Médico cria grupo de apoio e alerta que a pandemia pode agravar ainda mais os riscos da obesidade Marli Lange Especial para O Progresso Em Dourados, a população acima do peso pode chegar a 70% segundo estimativa do médico Jorge Luiz Baldasso. A preocupação com hábitos alimentares dos pacientes, incluindo aqueles que fazem doação de sangue, levou o profissional a criar um grupo de apoio às pessoas que desejam emagrecer ou manter bons hábitos alimentares. Outro motivo foi melhorar a saúde das pessoas que doam sangue no Hemocentro de Dourados. Pesquisa aponta que existem perdas de bolsas de sangue, que literalmente são jogadas no lixo, quando se constata excesso de placas de gordura misturada ao sangue. “Isso tudo é provocado pelos maus hábitos alimentares”, comenta o médico, que é responsável técnico do Hemocentro, em Dourados. O grupo não é novo, foi criado há pelo menos três anos, onde ele faz acompanhamento de pelo menos 30 pessoas doadoras, com idades variadas, desde adolescentes até idosos acima de 60 anos. O objetivo do grupo é melhorar a saúde das pessoas, evitando doenças, como a diabetes, anemia e principalmente, a pressão alta, que pode levar a um infarto. Hoje no Brasil, as doenças arteriais do coração, que comprometem a circulação do sangue, como o entupimento das artérias, é a doença que mais mata no País, ganhando de disparada na frente de outras doenças. E, tudo isso, está relacionado à maneira de como as pessoas se alimentam e atividades físicas, que além de comprometer a saúde do próprio

paciente, prejudicam as doações de sangue. “Muitas vezes a pessoa tem boa vontade para doar sangue, mas se mantém uma alimentação inadequada, compromete a qualidade do sangue”, diz o médico. “Quando há excesso de gordura no sangue, a doação deve ser descartada, não tem como aproveitar, vai pro lixo”, alerta. Há alguns anos que os técnicos do banco de sangue de Mato Grosso do Sul vem percebendo que hábitos de vida dos doadores comprometem a qualidade do sangue coletado, onde as perdas já chegaram 15%. Por causa disso, a direção do Hemosul orienta aos doadores para fazer uma dieta balanceada e leve dois dias antes de doar sangue. “Não comer pizzas, bolachas doces, churrascos. Todas aquelas comidas que tem muita gordura trans”. De acordo com Baldasso, o grupo se reúne mensalmente, mas atualmente as reuniões estão suspensas devido a pandemia do coronavirus, mas devem retomadas assim que o número de casos diminuam em Dourados. Durante as reuniões são repassadas orientações e feitas a avaliações, tais como peso, Índice de Massa Corporal (IMC), entre os dados que sirvam para observar mensalmente a evolução do tratamento. “Estavamos conseguindo um bom progresso, mas com a chegada da pandemia tivemos que suspender. Esperamos retomar assim que puder”, comentou. Pandemia Com a pandemia, embora não se tenha uma pesquisa recente, Baldasso acredita que deve ter aumentado bastante o número de pessoas

“É preciso determinação e esforço. Sempre falo para o meu grupo que o emagrecimento só é possível através de duas fórmulas apenas: a reeducação alimentar e atividades físicas. Não existem milagres”. Jorge Luiz Baldasso (Médico)

obesas e acima do peso, tendo em vista os novos hábitos criados ao ficar em casa, onde normalmente, a tendência é comer mais e ao mesmo tempo reduzir as atividades físicas. Existem também o fator emocional, que muitas vezes leva a pessoa a comer mais e de forma errada. Para se ter um parâmetro, uma pesquisa feita em 2011 detectou que mais de 74 mil pessoas com idades entre 20 e 60 anos estavam acima do peso em Dourados. A estimativa correspondia a 68% da população nesta faixa etária. Desse total, 43 mil pessoas apresentavam sobrepeso, 29 mil obesos (26,5%) e 1.5 mil mórbidos (1,42%). Os dados antropométricos foram coletados por profissionais da área de saúde no Hemocentro de Dourados.

“Embora não tenha uma pesquisa recente, acredito que esse número devia ter aumentado antes da pandemia, agora deve ser bem maior”, diz o médico, alertando que o maior desafio no processo de emagrecimento, é manter o peso depois de se livrar dos quilinhos a mais. “Em cerca de 60% dos casos, os pacientes não tem disciplina e desistem. É preciso determinação e esforço. Sempre falo para o meu grupo que o emagrecimento só é possível através de duas fórmulas apenas: a reeducação alimentar e atividades físicas. Não existem milagres”, acrescenta ele. Baldasso sempre lembra que a maioria dos pacientes procura pílulas “mágicas” ou a medicamentos que além de comprometerem a saúde se não houver orientação médica, não resolve de fato o problema. “Muitos dos métodos utilizados de forma inadequada pelo paciente acabam gerando o efeito ‘sanfona’. A pessoa perde muitos quilos, mas ganha o dobro depois. Na verdade o que acontece é que ela perde massa muscular e o músculo consome 80% a mais de calorias do que qualquer outra célula”, alerta. Estatística O Ministério da Saúde revelou em abril deste ano que mais da metade da população brasileira está com excesso de peso e doenças desencadeadas pela obesidade. Atualmente, 55,7% da população adulta do país está com excesso de peso e 19,8% está obesa, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018.


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Dourados, 17.8.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Psicanalista aponta compulsão alimentar como causa da obesidade Comer é um prazer e quando isso surge como saída para a angústia e a ansiedade, ocorre o descontrole DIVULGAÇÃO

Vinicios Araújo “Para a psicanálise, a obesidade é consequência de uma posição subjetiva do sujeito. Nós precisamos analisar o que está por detrás dela, o que levou o sujeito àquela condição. Algumas pessoas na tentativa de se enquadrar num padrão exigido pela sociedade, pelo corpo ideal, transfere a compulsão alimentar para outras compulsões como: treinos excessivos, alcoolismo, compras compulsivas”. Essa é a avaliação da psicanalista Vanessa Figueiredo. De acordo com a especialista, o tratamento da obesidade é tema complexo que precisa ir além dos estereótipos de corpo perfeito. Para ela, trata-se “da angústia de viver, das marcas que vão ficando resultado de experiências do viver, traumas ao longo da vida que se não elaboradas e superadas, acarretam sintomas e repetições”. “Comer é um prazer e quando isso surge como saída para a angústia, para a ansiedade, ocorre o descontrole, a compulsão. É algo que o sujeito não domina. Ele simplesmente precisa sair daquele momento de angústia. A mesma coisa acontece com quem bebe excessivamente ou fuma. Não são hábitos saudáveis, mas ele não reconhece porque isso é o que apazigua

Psicanalista aconselha que as pessoas que estejam em busca de uma vida saudável, busquem acompanhamento a angústia. Por trás da ditadura de uma vida fitness, é preciso saber se o indivíduo quer deixar essa condição. Se ele assim desejar, a análise vai ajudar na compreensão dessa angústia, a elaborar a dor, a fim que o paciente saiba o que fazer com isso. Muita gente sofre de compulsão sem conseguir reconhecer o que é uma compulsão, e o porquê sofre disso”, explica. Vanessa ainda ressalta a importância do processo de análise para enfrentamento da compulsão, considerando que a angústia é como uma ‘saco sem fundo’. Ela sempre vai exigir mais. “Se sucesso for deixar de ser obeso e ser um campeão fitness, o sujeito pode ter apenas trocado sua compulsão/obsessão da comida para os esportes, ou para contar calorias, ou para controlar a comida. Ela deslocou seu sintoma e ao invés de comer tudo que vê pela frente, ela treina compulsivamente, age de forma obsessiva. Isso não é evolução, por mais aceitável que pareça devido as exigências da sociedade que definem que um corpo atlético é melhor que um corpo obeso”, afirma. A psicanalista ainda aconselha que as pessoas que estejam em busca de uma vida saudável, busquem se possível um acompanhamento

“Comer é um prazer e quando isso surge como saída para a angústia, para a ansiedade, surge o descontrole, a compulsão. É algo que o sujeito não domina. Ele simplesmente precisa sair daquele momento de angústia” Vanessa Figueiredo (Psicanalista)

multidisciplinar que inclua o trabalho de psicólogos, junto à nutricionistas, médicos e personal. Além disso, Vanessa recomenda que o indivíduo respeite seus limites. “O slogan de que ‘se eu consigo você também pode’ é uma falácia, porque isso não é uma regra para todos. Esse discurso motivacional muitos vezes banaliza o sofrimento humano e faz com que as pessoas compulsivas pareçam derrotadas, e elas não são. São pessoas angustiadas que precisam de ajuda”, afirma. “A ditadura de um corpo ideal fitness é muito desumana. A obesidade é um sintoma que a gente vê por fora, mas esconde causas internas que estão recalcadas. A gente não sabe qual é a razão da angústia. A obesidade demonstra que algo está errado e ele está descontando na comida, em alimentar-se. A causa que se deve tratar é uma compulsão ou uma adicção, que se resulta na obesidade. É o lugar que esse sujeito se coloca pro mundo, pois o único lugar que temos pra sofrer é no corpo”, finalizou.


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Do XGG ao G: como Kennedy conseguiu emagrecer 53kg durante a pandemia? Estudante de agronomia viu a vida ficar ‘pesada’ demais, mas deu a volta por cima com uma decisão DIVULGAÇÃO

Vinicios Araújo Até janeiro deste ano, o estudante de agronomia Kennedy Galhardo dos Santos Júnior, 25, pesava 144 kg e vestia roupas tamanho XGG e 56. Com um histórico de sobrepeso, acompanhado de obesidade após os 20 anos, o rapaz tomou uma decisão de mudar o estilo de vida e a manteve até mesmo durante a pandemia. Hoje já são 53 kg emagrecidos e a redução das medidas para roupas G e 46. “Eu nunca me preocupei com isso. Vivia minha vida como eu gostava. Ia no mercado para comprar coca-cola, salgado, comia muita besteira. Pra mim o que importava era a forma como eu me sentia. Até que um dia, no ano passado, antes de ir pra missa me olhei no espelho e não gostei do que vi. A partir dali passei a me retrair. Não tinha vontade de aparecer nas fotos, comecei a ter dificuldade pra me relacionar com outras pessoas e a minha autoestima despencou”, conta Kennedy. A conscientização pessoal foi um fator crucial para que o douradense tomasse uma medida pela própria saúde. Semanas depois, após a comemoração de um aniversário, ele teve uma noite de sono péssima com vários momentos de falta de ar, desconforto e medo. Foi a gota d’água para que ele decidisse investir na própria saúde. “Vai além da estética entende? É uma questão de qualidade de vida. Através da minha irmã conheci o trabalho do Dr. Rafael e fui buscar ajuda. No começo eu confesso que não botei fé, mas quando eu vi que estava pesando 144 kg levei um susto. Sempre achei que estivesse entre 116, mas não. Na hora que subi na balança eu pensei “meu Deus, o que tá acontecendo comigo”. Então dentro de mim eu decidi que seria um dos melhores pacientes. Aliei o tratamento com a nutricionista, que montou uma dieta bem bacana pra mim e comecei. Aprendi a tomar alguns medicamentos sob recomendação do médico, e mudei minha rotina”, afirmou. Kennedy passou a fazer academia pela manhã e treinos de rendimento cardiovascular à tarde. No começo ele se sentia desconfortável pelo tamanho e pelas limitações. “As pessoas me olhavam diferente, mas eu tinha feito um compromisso comigo”, lembra. No primeiro mês de tratamento foram 18 kg perdidos. Até que a pandemia do novo coronavírus chegou e a família do rapaz acabou indo para Eldorado. Antes de viajar Kennedy passou por consulta, foi orientado e abastecido com a medicação para o período. Já na cidade, distante 182 km de Dourados, o estudante precisou manter a rotina focado no projeto que havia decidido. E deu certo. Quando não pôde ir para academia, Kennedy treinava em casa. A dieta não foi alterada. Fazem 7 meses que ele não come lanches, pizzas, toma

refrigerante e até a cerveja cortou. São sete meses mantendo uma alimentação saudável, hoje com uma dieta mais flexível e voltada não para perda

de peso, mas para criação de massa magra. Agora, com corpo bem diferente, Kennedy usa as redes sociais para

inspirar outras pessoas e motivar a si mesmo a se manter no foco, afinal uma vida saudável é permanente. “Um dia após o outro”, define o rapaz.

NUTRÓLOGO RAFAEL ALVES FALA SOBRE OS EFEITOS DA QUARENTENA NA OBESIDADE A pandemia trouxe à tona a importante de se combater a obesidade? A pandemia pelo sars-cov-2 nos mostrou ainda mais como é importante termos saúde, praticarmos atividade física, dieta saudável e peso adequado para que nosso sistema imune combata a infecção sem complicações. Os grupos de maior risco incluem idosos, hipertensos, diabéticos e obesos. Nos médicos já sabíamos do mal que a obesidade pode fazer para o indivíduo. Mas as notícias e as explicações diárias por parte da imprensa (desde março) à respeito de pesquisas científicas, conscientizaram mais a população da importância do tema. Como você avalia os desafios da quarentena relacionado à obesidade? Com certeza a ansiedade aumentou, os problemas financeiros surgiram, filhos que antes iam para escola estão em casa exigindo mais atenção e dedicação dos pais, o fácil acesso a alimentos por estarmos mais tempo em casa e menos ocupados com compromissos, tudo isso pode implicar numa recaída ao tratamento. Outros fator importante é a interrupção da prática de atividade física devido ao fechamento das academias de musculação, luta, jogos de futebol, natação, que além de reduzir o gasto calórico ainda

deixa a pessoa mais ansiosa pela inatividade, nos levando a comer mais. Sem as distrações, hobbies, eventos sociais, encontros com amigos e familiares, muitos só encontraram prazer em delivery de alimentos, aumentando o comer por prazer (hedônico), no qual não se prioriza os alimentos saudáveis e opta-se pelos mais calóricos e hiper palatáveis. O aumento do consumo de álcool em casa também pode ter colaborado para o ganho de peso. Qual orientação para quem precisa emagrecer, mas ficou limitado pela quarentena? Diante dessa adversidade, temos que mudar nossos conceitos e colocarmos nossa saúde em primeiro lugar. Entender que a obesidade é uma doença que mata muito e precisa ser tratada intensivamente. O tratamento pode ser iniciado com a mudança de estilo de vida. Iniciando atividade física (meia hora por dia, 7x por semana ou pelo menos uma hora 3 x por semana). Caso a população ainda tenha receio de ambientes fechados como academias, podem optar por exercícios ao ar livre ou em casa. Os educadores físicos se adaptaram e estão dando aula online ou individualmente na casa do cliente. As consultas médicas também estão autorizadas de forma online durante a pandemia. Então alternativas existem, basta o indivíduo querer e buscar ajuda.



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Habitação: Dourados recebe um novo bairro residencial

Chegou em Dourados um grande lançamento de casas térreas, o Residencial Jardim dos Buritis

Trata-se de um empreendimento que será construído próximo ao bairro Vival dos Ipês, com fácil acesso ao centro comercial. O novo bairro foi estrategicamente projetado para trazer qualidade de vida aos seus futuros moradores, a preço acessíveis e dentro do programa habitacional do governo, proporcionando grande facilidade para aquisição. Serão 361 casas com varanda, sala, 2 dormitórios, cozinha, banheiro e área de serviço coberta. Os terrenos são de 200 m2, excelente para quem quiser fazer a ampliação da construção. O conceito do imóvel valoriza a entrada de luz natural, ventilação e mobilidade ao ambiente. O bairro é entregue pela construtora com total infraestrutura que conta com: ruas asfaltadas; guias; sarjetas; galerias de escoamento de águas pluviais; iluminação; rede de água e rede de esgoto.

A obra é uma realização da Menin Engenharia, uma das mais respeitadas construtoras do Brasil Faz parte do programa Minha Casa Minha Vida que permite a utilização do FGTS e com financiamento em até 360 meses com parcelas a partir de R$427,00 e entrada facilitada pela construtora. A obra é uma realização da Menin Engenharia, uma das mais respeitadas construtoras do Brasil. A casa decorada está aberta para visitação no plantão de vendas em frente ao Estádio Douradão. O cadastro para aquisição poderá ser feito através das imobiliárias credenciadas, no plantão ou diretamente pelo site da construtora. www.menin.com.br Informações:0800 400 4200

Saiba mais

Sobre a Menin

Com experiência no mercado da Construção Civil desde 1986 e mais de 2.500.000 m² construídos e 40.000 unidades entregues, seu corpo técnico é constituído por engenheiros capacitados que dividem a responsabilidade pelos incontáveis empreendimentos e construções realizados pela empresa. A Menin Engenharia adota uma postura rigorosa desde o lançamento até a entrega de suas obras, sendo essa uma das razões que coloca a empresa entre as mais confiáveis do mercado. O padrão de construção da Menin Engenharia incorpora os avanços mais significativos da engenharia, qualificando suas obras e diferenciando-as no mercado. A sede da empresa fica em Marília, interior do estado de São Paulo. Contato: 0800 400 4200 www.menin.com.br

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Acupuntura pode tratar estresse, ansiedade e insônia na pandemia A prática pode auxiliar no tratamento de mais de 300 doenças. Conselho Nacional de Saúde recomenda o uso de práticas integrativas e complementares contra efeitos da pandemia

Desde o início da pandemia grande parte da população mundial tem se queixado do aumento de sintomas como estresse, ansiedade e insônia. A angústia causada pelo medo de contrair o novo coronavírus ou perder algum ente querido por causa da doença, a insegurança econômica, assim como os efeitos sentidos pelo isolamento social tem gerado vários distúrbios psicológicos. Em Dourados, a acupunturista Heleni Metifogo explica que além das queixas emocionais, nota-se também um aumento de dores crônicas causadas pelo trabalho em casa, aliado ao sedentarismo pela dificuldade de manter uma atividade física regular durante a quarentena. Para esses problemas, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomenda o uso das PICs (Práticas Integrativas Complementares), serviços que estão disponíveis pelo SUS em algumas cidades.

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Os efeitos sentidos pelo isolamento social tem gerado vários distúrbios psicológicos “Na lista de Práticas Integrativas Complementares temos a Aromaterapia, Ayurveda, Cromoterapia, Homeopatia, Meditação, Reiki, Terapia Floral, entre outras, incluindo a Acupuntura. Sendo parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a Acupuntura pode ser uma ótima aliada para o controle da ansiedade, melhora do sono, melhora da concentração, alívio de dores agudas ou crônicas, além de benefícios como aumento da imunidade”, explica. Conforme ela, atualmente a Acupuntura tem sido mais difundida no Brasil, embora muitas pessoas ainda tenham dúvidas sobre como ela funciona, e quais são seus benefícios. Na visão da MTC, através da Acupuntura buscamos fazer um equilíbrio do organismo como um todo, e não tratar

Técnica se baseia na estimulação com agulhas em determinados pontos da pele

apenas um sintoma específico, melhorando a saúde de maneira geral, tanto no aspecto físico, mental e emocional. A técnica se baseia na estimulação com agulhas de determinados pontos na superfície da pele localizados, em sua maioria, nos canais energéticos (ou meridianos). Cada ponto possui uma função específica. Portanto, dependendo do diagnóstico energético que é realizado, o acupunturista seleciona os pontos mais adequados para tratar o problema e restabelecer o equilíbrio energético. Quando um ponto é estimulado, uma espécie de mensagem é enviada pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central (medula e cérebro). Essa ação provoca a liberação de substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, desencadeando uma série de efeitos importantes, tais como analgésico, antiinflamatório, relaxante muscular, além de uma ação moduladora sobre as emoções, os sistemas endócrino e imunológico e várias outras funções orgânicas. Como o ponto forte da acupuntura é a prevenção de doenças e ela não tem contraindicação, muitas pessoas se submetem à prática visando apenas ao bem-estar e o equilíbrio. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), existem cerca de 300 doenças comprovadamente tratáveis pela Acupuntura. Em alguns casos só o tratamento com as agulhas é suficiente, em outros, porém, é necessária a associação com outras terapias. Desde que observadas todas as recomendações higiênicas dos órgãos de saúde para o atendimento em consultório, e realizada por um profissional capacitado, o ambiente para aplicação de acupuntura possui estrutura segura para a prática, mesmo em tempos de pandemia. Para pessoas do grupo de risco existe ainda a possibilidade de atendimento domiciliar, tomando-se alguns cuidados extras.


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Especialista alerta para riscos da ansiedade e estresse durante a pandemia Nações Unidas destaca a necessidade de aumentar urgentemente o investimento em serviços de saúde mental ou arriscar um aumento maciço de doenças relacionadas É fato que nos últimos meses, todos nos deparamos com uma situação diferente da qual estávamos acostumados a viver. Em 1983, o artista Lulu Santos já havia nos antecipado que “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia” e cá estamos, hoje, em meio a pandemia do Coronavírus. Isolamento social, solidão, crise econômica, medo, desemprego, incerteza com o futuro, alteração nas relações sociais e diversas ocorrências vem gerando e tendem a gerar vários conflitos, quer sejam de cunho pessoal, profissional, conjugal e outros tantos. E é diante desse contexto que devemos analisar a situação atual e identificarmos como tem andado o nosso bem-estar mental e o que nos restará após esta catástrofe mundial, que tanto nos assola e pressiona? De acordo com um documento das Nações Unidas lançado pelo secretário-geral, a pandemia de COVID-19 está destacando a necessidade de aumentar urgentemente o investimento em serviços de saúde mental ou arriscar um aumento maciço de condições de saúde mental nos próximos meses. Os relatórios já indicam um aumento nos sintomas de ansiedade em vários países. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária destaca que na realização de suas atividades, os profissionais dos serviços de saúde estão expostos a vários riscos, sendo que além de correrem risco de serem infectados pelo vírus, passam por estresse associado à prestação de assistência direta aos pacientes suspeitos ou confirmados de COVID-19. Um estudo de corte transversal avaliou 16.630 profissionais de saúde quanto ao estado mental e qualidade de sono e demonstrou ansiedade em 12%-24%, 30%-39% com distúrbio psicológico e 8%-60% com distúrbios do sono. E o que você sabe sobre a ansiedade? A ansiedade é um sentimento ligado a preocupação, nervosismo e medo intensos. Esse sinal de alerta é uma reação natural do corpo para nos ajudar em novos desafios e situações de perigo. De certa maneira, a ansiedade tem a sua função, visto que se não nos preocuparmos com uma prova, por exemplo, não estudaremos para a mesma. Neste caso em específico, a ansiedade seria produtiva, podendo ser controlada, aceita e dentro do contexto. Mas também há a ansiedade exagerada, fazendo com que todas as situações que somos envolvidos (futuras e presentes) façam existir a probabilidade de ser algo ruim envolto a incapacidade de lidarmos com aquela ocasião. A pessoa muito ansiosa supervaloriza esse risco e diminui a sua capacidade de lidar

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“Isolamento social, solidão, crise econômica, medo, desemprego, incerteza com o futuro, alteração nas relações sociais e diversas ocorrências vem gerando e tendem a gerar vários conflitos, quer sejam de cunho pessoal, profissional, conjugal e outros tantos” Jessica Alves Simon (Psicóloga)

var à Síndrome de Burnout, que é a síndrome do esgotamento mental.

com determinada circunstância, achando que não é capaz de lidar com isso, subestimando os seus recursos, e consequente, gerando ainda mais ansiedade. O erro está em subestimar os nossos recursos e superestimar os riscos, quando o ideal seria superestimar os recursos e subestimar os riscos. A ansiedade causa uma alteração no nosso organismo, gerando um estresse físico e mental. Se você aprender a lidar com a sua ansiedade, certamente vai lidar com o seu estresse. Você já se sentiu estressado? O estresse nada mais é do que uma exaustão física ou emocional pro-

vocada por várias e distintas razões, sejam elas sofrimento, doença, cansaço, pressão, trauma, sendo definido por perturbação da homeostasia (equilíbrio), que leva o organismo a se adaptar através do aumento da secreção de adrenalina. Sinais que devemos ficar atentos? O desgaste físico e mental constante, a alteração do sono, tensão física constante, aumento da pressão arterial, alterações de humor (causando a irritabilidade), perda de interesse nas coisas que gostava de fazer, falta de disposição e funções cognitivas diminuídas (memória, concentração e atenção). Lembrando que o estresse crônico pode le-

Como evitar ou lidar com a ansiedade? A Terapia Cognitivo-Comportamental estabelece que as situações geram pensamentos, os quais geram reações. Seguindo este raciocínio, devemos começar a enxergar as situações por seus perigos reais, ou seja, determinada situação tem o tamanho do risco/perigo que eu imagino/idealizo? Além de possuir diversas estratégias para lidar com a ansiedade, a referida Terapia é comprovada cientificamente, tratando a origem do problema, levando o terapeuta a investigar suas causas e com isso, modifica-se, juntamente com o paciente, o raciocínio e o comportamento do mesmo. É uma terapia objetiva, focada no presente, de duração breve, tratando desde pequenas questões até distúrbios graves. É importante reconhecermos os nossos recursos e as nossas capacidades de lidarmos com circunstâncias alheias das quais planejamos. Não podemos deixar de lado a intenção de até aprendermos novas habilidades para lidar com novas questões. E não nos esqueçamos que na continuação da canção mencionada, há um trecho um tanto otimista, o qual nos diz que “tudo passa, tudo sempre passará...”. SOBRE JESSICA ALVES SIMON é psicóloga, especialista em psicologia forense e Jurídica e mestranda em Psicologia. Possui experiência em Terapia Cognitivo-Comportamental. E mail: Jessicalves@ gmail.com. Contato: (67) 99955 0492


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“Não é tempo de regredir”, diz presidente da ADL sobre taxação de livros Escritor Marcos Coelho alerta que medida do governo federal encarece livros e prejudica a garantia da liberdade de comunicação e pensamento O anúncio da taxação de livros previsto na reforma tributária pretendida pelo governo federal pode tornar os livros mais caros. A nova Contribuição Social sobre Operações de Bens e Serviços (CBS) vai substituir as contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e para os programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep). Essa mudança acaba com a isenção e taxa o livro em 12%. Hoje, o mercado de livro é protegido pela Constituição de pagar impostos (art. 150). A lei 10.865, de 2004, também garantiu ao livro a isenção de Cofins e PIS/Pasep. Em Dourados, o presidente da Academia Douradense de Letras (ADL) Marcos Coelho, considerou a medida como retrógrada e prejudicial. “O Brasil já é um dos países com menor índice de leitura no mundo. Limitada já é produção artística dos pequenos escritores e das pequenas edições e editoras que mesmo com isenção tem dificuldade na produção e registro literário. Imagine-se isso com tributação agora. Não é tempo de regredir”, destaca. Ele continua: “O conhecimento e o acesso à cultura se popularizou no último século, antes ficava a cargo da elite, de quem conseguia pagar. Como iremos avançar com mais supressões? A alegação de que o leitor pode pagar, não contempla a maior parte da população. Além do que num período de Pandemia, essa ação significa mais desemprego e menos progresso. Já vimos com a retirada da disciplina da Literatura

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do Ensino Médio, redução das aulas de língua portuguesa no ensino fundamental, agora com um livro mais caro, o escritor artesanal e do interior terá menos possibilidades de publicar suas obras. Porque não

nos espelharmos em países desenvolvidos que fomentam leitura e a produção artística? Uma situação dessas cerca a garantia da liberdade de comunicação e pensamento a toda a população”, justifica.

Resistência A proposta, no entanto, enfrenta resistência no Senado. De acordo com a Agência Senado, o senador Flávio Arns (Rede-PR) defendeu que a isenção de tributos sobre os livros não deve ser retirada na reforma tributária. Ele ressaltou que, com o avanço da internet e dos livros virtuais, os editores já estão tendo muitas perdas, tendo que se adaptar “com dificuldade a esses novos tempos”. “Tributar os livros impressos seria, então, um golpe ainda maior nessa área, que é tão importante, pois nela folheamos a própria cultura”, destaca. Para o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), a imunidade tributária dos livros democratiza o saber, assegura a livre difusão do conhecimento e evita que o governo de plantão use os impostos para cercear obras críticas. Em sua conta no Twitter, Contarato registrou que “o obscurantismo hoje no poder tem horror à cultura e à educação”. O senador Carlos Viana (PSD-MG) reconhece que os desafios da reforma tributária são muitos. Ele aponta que é importante diminuir os impostos sobre os mais pobres, mas faz a ressalva de que ninguém quer o aumento da carga tributária. Segundo o senador, quando ocorrer a discussão sobre as desonerações, a isenção sobre os livros certamente entrará em pauta. Não há impedimento de que o governo reveja ou mantenha algumas desonerações. Mas não podemos deixar de enfrentar o problema. A reforma tributária é fundamental para a retomada econômica e a geração de empregos logo após a pandemia – declarou. Outro lado Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, a isenção dos livros beneficia quem poderia pagar mais impostos. Ele disse que o governo poderia aumentar o valor do Bolsa Família, para compensar o fim da isenção, ou mesmo pensar em um programa de doação de livros. Segundo Guedes, os mais pobres, “num primeiro momento, quando fizeram o auxílio emergencial, estavam mais preocupados em sobreviver do que em frequentar as livrarias que nós frequentamos”.


Jornalista cria costura afetiva retalhos viram arte e ajudam o próximo PÁG. 2

Gente que acontece na Coluna da Adiles PÁG.4

CADERNO B Dourados 17.8.2020 O PROGRESSO DIVULGAÇÃO

CONHECIMENTO ANCESTRAL Indígenas de Dourados usam ervas medicinais contra o coronavírus Valéria Araújo O conhecimento ancestral da etnia kaiowa tem ajudado no combate a Covid-19. A rezadora Alda Silva, presidente do Centro Organizacional da Etnia Kaiowá de Dourados, busca na natureza a medicação necessária para aliviar os sintomas da doença. O preparo leva em conta a mistura de ervas encontradas em áreas de brejo. Muito conhecida pelas curas que faz através das plantas, Dona Alda, como é chamada, é procurada por pessoas de dentro e fora das aldeias.

Dona Alda explica que esses conhecimentos são repassados por gerações pelos antepassados “Recebo muitos pedidos de ajuda. Pessoas que muitas vezes vem de fora do estado, do País em busca de uma cura. Um homem que nos procurou recentemente estava muito mal e em questão de dias se recuperou”, lembra. Dona Alda explica que esses conhecimentos são repassados por gerações pelos antepassados. “Eu mesmo comecei aos 8 anos a fazer reza e remédio para aqueles que precisavam. Antes não havia médico na aldeia, o rezador era o responsável por esse trabalho”, destaca. Sintomas como febre, dor de cabeça, cansaço excessivo são aliviados

com a mistura. Mas dona Alda garante: “Não adianta ir em raizeiros ou fazer a mistura em casa. Todo o processo envolve rituais sagrados como rezas, banhos e chás. Estamos lidando com uma doença espiritual o que requer cuidados especiais”, ressalta. Dona Alda dá conselhos para a humanidade. “As pessoas deixaram de rezar e de ter fé. Além disso ficam o tempo todo pronunciando o nome da doença [Covid-19]. Isso é uma forma de chamar ela. Todo mundo precisa se unir e rezar para que o socorro venha dos céus, dos trovões que podem acabar com essa coisa ruim. Do contrário mais situações como essas poderão ocorrer”, alerta. A rezadora também atribui a “maldição” da pandemia ao incêndio da Casa de Reza em julho do ano passado. Na época tanto a casa como artefatos sagrados foram queimados pela ação humana. “Eu disse na época que haveria consequências e o resultado é esse que estamos vendo. Para proteger nossas aldeias estamos fazendo rezas todas as madrugadas”, conta. O Xiru para os Kaiowá é o espaço onde o diálogo com o Sagrado acontece. Ele é o sustentáculo do Mundo Espiritual, reunindo os espíritos que habitam a casa, as árvores, a água, e dá harmonia à vida no ambiente. Ao todo, foram três xirus queimados, no incêndio. Após um ano de trabalhos a Casa foi reerguida e aguarda para ser inaugurada.


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Caderno B

Costura afetiva ganha espaço na pandemia e retalhos viram arte

Negócio sustentável pela internet tem missão de reaproveitar 100% das sobras em projeto Lixo Zero Desenvolver habilidades que estão no DNA, adormecidas. Esse também pode ser uma consequência desses tempos de isolamento social. A jornalista e professora de redação Cristine Medeiros deixou guardada por muito tempo a máquina de costura herdada da mãe e, depois de atuar como voluntária no corte de máscaras a serem doadas para profissionais da linha de frente no combate à pandemia, resolveu confeccionar máscaras para doação. Nesse meio tempo, ela foi desafiada pela filha a confeccionar uma calça pijama inspirada na personagem Rachel (da série Friends). Assim, Cristine resgatou uma memória afetiva, de quando observava e ajudava a mãe, costureira que fazia verdadeiras obras de arte. A avó materna também dominava essa habilidade. Despretensiosamente, foi feita a primeira peça. “Pela visibilidade de minha filha nas redes sociais, ao publicar a peça produzida por mim, ela começou a receber pedidos de amigos, também fãs da série”, relata Cristine. Desde então, as encomendas semanais, sob medida, passaram a se repetir e a iniciativa começou a ser organizada: Louise na administração do processo (do pedido à entrega) e Cristine na produção das peças. Nascia a Um a Um – Costura Afetiva, como foi batizado o empreendimento. “Quem mora em Dourados retira as peças em nossa casa, respeitando o distanciamento e estamos enviando, pelos Correios, para vários estados do país”, conta Louise, que administra por meio das redes sociais, os dados de cada pedido. “A comodidade de poder escolher padronagem, informar medidas para a peça e realizar o pagamento de forma remota tem conquistado nosso público, que muitas vezes não encontra esse tipo de peças em lojas de departamento”, observa ela. A produção é limitada por semana para que os pedidos sejam atendidos com eficiência. Todas a peças são passadas a ferro quente e vaporizadas com álcool 70 e cada embalagem também é higienizada para a entrega, mantendo a segurança dos consumidores. “No início do isolamento, destinamos o lucro da produção para ações sociais, ajudamos uma família carente por meio da igreja e depois do-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

“No início do isolamento, destinamos o lucro da produção para ações sociais, ajudamos uma família carente por meio da igreja e depois doamos material para o Lar do Idoso” Cristine Medeiros (Jornalista) amos material para o Lar do Idoso. Hoje nosso foco é manter a sustentabilidade do projeto com lixo zero e por isso lançamos calças infantis, croppeds e roupas para Pets, a fim de melhor aproveitarmos os tecidos e temos projetos para produzir itens de decoração com o mesmo fim. As bordas que sobram da overloque utilizamos como enchimento de almofadas e os retalhos utilizáveis doamos para artesãs parceiras que os transformam em arte e evitam a produção de lixo”, declara Cristine. A empreendedora revela que ficou chocada com a informação do relatório “A new textiles economy: Redesigning fashion’s future”, lançado Ellen MacArthur Foundation, com o apoio da estilista Stella McCartney. “Saber que a indústria da moda gera o equivamente a um caminhão de lixo de sobras de tecido por segundo, fez com que a ideia de economia circular e reaproveitamento fizessem parte do DNA do nosso projeto”, ressalata ela. Com o material doado, a artesã Aline Barros e sua mãe Tania, transformam os retalhos em laços, turbantes e tapetes, evitando que esse material vá parar no aterro sanitário. “Produzir renda, produtos que satisfaçam os clientes de forma segura e ainda preservar a natureza é o que de melhor podemos fazer nesse momento”, finaliza Cristine, ressaltando que o próximo passo é transformar o projeto em MEI.


PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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© Revistas COQUETEL

Opção de bebida para intolerantes à lactose Coagir; Tarefa obrigar do RH

Atestado de "pureza" de moças antes do casamento, em algumas culturas Não, Paty do (?), cidade da Descargas em inglês Festa do Tomate (RJ) solares

"Se (?) Rua Fosse Minha", ciranda

(?)+esc: alterna programas no Windows (?) Costa, cantora de "Vaca Profana"

Públicoalvo da propaganda em jornal Local que faz o teste rápido de HIV (sigla)

Coreografia em estádios

Límpido; translúcido Tio (?): os EUA

Arte, em latim Pecado capital Situação difícil Contrassenso

Kate (?), atriz de "Quase Famosos" Primeira decisão no planejamento de festa infantil

Asilo inviolável Tempero marinho

Unidade de venda de sapatos

Trabalhador rural do século XIX (Hist.)

Grupos de elefantes Ponto de saque, no tênis Líder dos Sete Anões (Lit. inf.) Golpes para levar a bola de golfe até o buraco

O lado em que se está

Intriga, em inglês Entidade assistencial (?) de cabeça: problema

"(?) Mundo", periódico da Espanha

Extensão de arquivo de texto (Inform.)

Título de Figura Vito Cor- com seis leone (Cin.) lados Fabricantes (Geom.) de certos artefatos voadores proibidos

BANCO

5 5 7 9 5 7 5 5 7 9 5

7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0

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R A I O S MA G N E T I C O S

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O N A O L AL F T R E A R I L E R S A S A C P L O S L D O G O N I R O

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E V S S I T O R A G V I S O N D MA P A N A D T R E A CA D A O P E X A L O E

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L R E E I C T R E U D T E A C M A E S N T T A O N H B A

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2/no. 3/ace — ars — cta — don. 4/plot. 6/hudson.

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Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

COLUNA DA ADILES

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gosta de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”

GENTE QUE ACONTECE

Madre Teresa de Calcutá

VOLTEI A SORRIR Há 35 anos nos conhecemos Um olhar forte trocamos E assim nosso amor começamos Paz, união, tudo de bom Desde o início, nada mudou O que entre nós encantou Você é tudo pra mim Companheirismo e amor Sem você tudo era triste Hoje é um jardim cheio de flor Nunca pensei que depois De tantas perdas e lutos Voltaria a sorrir A amar e ser feliz. Débora e esposo Rodrigo Vieira

Luiz Cazini e esposa Roseli

Adiles do Amaral Torres

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

ANIVERSARIANTES

PAULO A. PUCCINELLI MANÉ DOURADO

Odete Capilé Corrêa

Elvio Lopes

Domingo (16/08)

Segunda (17/08)

DR. FÁBIO TRAD, deputado federal

DR. RICARDO DE LÚCIA

ADENIL C. MOREIRA

DIVA CABELEIREIRA

EDCÉIA GONÇALVES

ANTONIO C. ARROYO

Sueli Torres

Terça (18/08)

Quinta (20/08)

Soninha e esposo Ailson

Quinta (20/08)

Ideval e esposa Branca

Sábado (22/08)

Carlos Cordeiro

Quarta (19/08)

Tina e esposo Zenyl Araújo

Domingo (23/08)

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, do dia 22/agosto - Francisco Lima; Deovaldo Cirilo de Oliveira; Dagmar V. Pereira; Hanelori Abel; Pierina Maria D’Amico; Celso Gonçalves de Oliveira Junior; Simone Monreal; Izabel Henriques Beloto; Rodolfo dos Santos Leal; Valdeci Carbonari; Ricardo Alessandro do Nascimento; Olga de Souza Dinizz; Antonio José; Rogério Barbosa e Anderson Santiago Silva. Do dia 23/agosto - Elza Silva de Oliveira; Alceu Arantes; Ladislau Luiz Azambuja; Terezinha Torraca Brandão; Cláudio George Mendonça; Kiyoshi Fujii; Camila Farias Santana; Nelinton Cardoso Braff; Mariana Mendes; Antônio Ramão Arteman; Lucas Lima Andrade; Nelson Ribeiro; Ivonete Roque dos Santos; Tiago Lopes Calixto; Carlos Augusto Fernandes Alves e Raíssa Moreira.


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