Edição de 28/setembro de 2020

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DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.644

O PROGRESSO

28 de setembro de 2020

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Candidatos a vice garantem que não serão “decorativos”

Eles negam ter negociado cargos em futura gestão para participar de disputa. Todos afirmam que terão atuação efetiva na implantação de um novo projeto para Dourados. PÁG. A4

DIA A DIA

Voluntários se reinventam para levar alegria no hospital DIVULGAÇÃO

Carros antigos

Douradense tem antigomobilismo como estilo de vida PÁG. D1

Meio ambiente

Ampliação da coleta seletiva será desafio para o próximo prefeito de Dourados PÁG. D6

CADERNO B

Cine Ouro Verde também sediou shows e festivais PÁG. B1

Levando alegria há 13 anos aos pacientes do Hospital Universitário e entidades assistenciais como Lar dos Idosos e Lar Santa Rita, os voluntários do grupo Bem-Me-Quer, projeto inspirado no “Doutores da Alegria” precisou se reinventar nesse período de pandemia. Para continuar levando sorrisos eles gravam vídeos com mensagens de otimismo aos pacientes. PÁG. D1


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Dourados, 28.9.2020 O PROGRESSO

Opinião EDITORIAL

Potencial da agrofloresta

O

s Sistemas Agroflorestais configuram-se como alternativas para a utilização da terra. Uma vez que, representam uma possível solução para os problemas ambientais atrelados a agricultura moderna. Além disso, contribuem para a preservação ambiental, exploração consciente da madeira, diversificação da produção, melhor aproveitamento do solo e, diversos outros atributos. Por isso, nos últimos anos, os Sistemas Agroflorestais têm sido implementados em diversas propriedades agrícolas ao redor do mundo. No Brasil a experiência ocorre na Amazônia. Enquanto a matéria orgânica desmatada queima o bioma para dar espaço para o gado, um novo estudo mostra que sistemas agroflorestais, também conhecidos como agrofloresta, podem gerar benefícios superiores nas dimensões social, ambiental e também econômica. Os bons resultados foram obtidos na Reserva Extrativista Chico Mendes, no município de Xapuri/ AC, onde o WWF-Brasil, em parceria com a Universidade Federal do Acre, Embrapa Acre e Secretaria de

Estado de Meio Ambiente do Acre, testou dois modelos diferentes em duas áreas de solo distintas. Enquanto um deles empatou com

o rendimento médio anual da soja, o outro obteve o dobro de lucratividade, comprovando que o desenvolvimento econômico no bioma,

com geração de emprego e elevação de qualidade de vida, pode ser obtido com a floresta em pé. A relação benefício-custo obtida no SAF 01 foi 1,6 – ou seja, para cada real investido, a família terá� um retorno de R$ 1,60 ao final do ciclo produtivo. No caso do SAF 02, a relação é ainda maior: 2,3. A taxa de retorno no SAF 01 foi de 36,59% e de impressionantes 111,2% no SAF 02. O valor anual equivalente por hectare foi de R$ 1.949,61 no SAF 01 e de R$ 4.534,13 no SAF 02. O retorno do investimento é relativamente curto (em torno de dois anos) e a rentabilidade por hectare calculada para 20 anos é o dobro da soja, no caso de um deles, e equivalente, no outro. Em valores atualizados para hoje, o lucro por hectare verificado no SAF 01 foi R$ 22.361,83 e de R$ 52.006,12 no SAF 02. A vocação do mundo é a natureza. Precisamos dela e ela de nós. Enfrentamos mudanças climáticas que se agravam a cada ano e passou da hora o mundo voltar atenção a agrofloresta, que gera importantes benefícios para os produtores, como qualidade da água, sequestro de carbono, aumento da biodiversidade e conservação do solo.

Me identifico com a paz DELASNIEVE DASPET*

Ambassadeur Universel de la Paix Associação Internacional de Poetas**

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1 de Setembro de 1981, foi estabelecido pelas Nações Unidas, o Dia da Paz. Que é comemorado por muitas nações. É um dia muito importante. Um dia para reafirmar o nosso apelo coletivo pela Paz. Um dia de pausa na violência e no cessar fogo. Aí, levantamos a questão: se podemos parar 24 horas por que não podemos ter uma pausa mais longa, duradoura? Para sempre? Neste dia, juntemo-nos e vamos exigir o fim de todas as guerras. Vamos fortalecer o ideal de paz. Quando falo em fortalecer o ideal de paz, falo, também, da metade da população mundial que vive abaixo da linha de pobreza. Tem fome, sede, não tem saúde, não tem segurança, educação, saneamento básico, não tem liberdade! Nesta época em que o vírus co-

vid-19 criou e está criando uma turbulência em todo o mundo o nosso pedido é de que possamos, juntos, debelar essa violência jogada sobre a humanidade. Há mais de 20 anos, como cidadã simples, comprometida, determinada, de forma individual tenho agido e dirigido meus pensamentos na promoção da paz e da cultura da paz. Em voo solitário, tenho poucas chances de ser ouvida pelas instituições internacionais, entretanto, se voarmos juntos, em V, como algumas aves ao atravessarem grandes espaços, ficará mais fácil atravessarmos ou contornarmos os problemas. Haverá menos resistência. Todos os organismos, da ameba ao ser humano, evoluíram para otimizar a vida. Acredito que será mais fácil voar assim. Mais eficiente. Projetos assim, não recebem apoio institucional

de nenhum governo. Mas isso não nos atemoriza. Não nos tira do foco. Neste 2020 houveram muitos dramas humanos. Sociais. De países. Choraram lágrimas de sangue por decisões erradas de seus políticos. Como o caso, no mundo sobre a pandemia. A começar pela organização mundial de saúde e alguns ministros sem noção, que mandaram ficar em casa e so fossem ao hospital quando já não pudessem respirar..... Eles condenaram a população a morte. Sem qualquer defesa. Tivemos muitas baixas. Famílias destroçadas. Mas a politica continuou. E, muitas vezes o inimigo de ontem será o aliado de amanha. Ou, pelo menos, um interlocutor aceitável. Então, só nos resta lutarmos por nós. Pela paz. Eu o convido a lutarmos pela paz. Pela harmonia. Pela Solidariedade. Pelo Respeito. Pela Familia. Amando uns aos outros. Paze-

ando. Com esperança. E o sol há de brilhar. É a crença retornará. Não nos abraçará a dor da miséria. A esperança nos embalará. Eu me identifico com a Paz e falo sob a sua bandeira. Obrigada. **Presidente GHA – Global Harmoni Association, Global Peace Fundation Vice President and GHA Ambassador of Peace and Disarmament from Harmony in Latin America- Rússia ; Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix – France/Suisse - Ambassadeurs de la Paix e Representante no Brasil IFLAC - The International Forum for the Literature and Culture of Peace-Israel - Ambassadeur de la Paix and Director in Brasil World Philosophical Forum - Cidadã da Terra - Século XXI n78 - UNESCO - Athens/Greece ; Universal Peace Federation Seoul/Korea – Ambassadeurs de la Paix in Universel International Intellectual Peace Academy - Bareli/ India – Academica e Representante no Brasil WorldWide Peace Organization Argentina - WWPO Ambassador Of Peace in Brasil Comité International des Jeux Mondiaux de la Paix , Le Gauthière, France - Ambassadrice des Jeux Mondiaux de la Paix – (Games of Peace)

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Dourados, 28.9.2020 O PROGRESSO

Política

Dos 19 vereadores em Dourados, 15 vão concorrer à reeleição Os quatro que não estarão no páreo do Legislativo são Idenor Machado, Alan Guedes, Madson Valente e Bebeto Flávio Verão Dos atuais 19 vereadores da Câmara Municipal de Dourados, 15 irão concorrer à reeleição nas eleições municipais. Alan Guedes (PP), Bebeto (PTB), Idenor Machado (PSDB) e Madson Valente (DEM) não irão concorrer novamente a uma vaga no Legislativo. Daniela Hall (PSD), que chegou a anunciar que sairia candidata ao cargo de prefeita, abriu mão e irá concorrer novamente ao Legislativo. Concorrem à reeleição Elias Ishy (PT), Sergio Nogueira (PSDB), Carlito do Gás (MDB), Cido Medeiros (DEM), Cirilo Ramão (MDB), Denize Portolann (PSDB), Janio Miguel (PTB), Junior Rodrigues (PTB), Maurício Lemes (PSB), Olavo Sul (MDB), Pedro Pepa (DEM), Romualdo Ramim (DEM), Silas Zanata (PSDB) e Daniela Hall (PSD). O primeiro a anunciar desistência da Câmara foi Madson. No início do ano ele ganhou cargo de gerente regional da Sanesul, com salário bruto de R$ 14 mil, acima dos R$ 12 mil que continua ganhando no Legislativo. O vereador é concursado pela Sanesul e em 2016, líder do então prefeito Murilo Zauith (DEM),

Câmara de Dourados conta hoje com 19 vereadores brigou na Câmara para autorizar a renovação do contrato da estatal com a prefeitura por mais 30 anos. A oficialização do contrato ocorreu no final do ano passado. Com 69 anos e no sexto mandato como vereador, Bebeto decidiu pendurar as chuteiras no Legislativo, pelo menos para esta eleição. A decisão foi tomada após ouvir familiares e para que ele possa cuidar melhor da saúde. Decisão semelhante tomou Idenor Machado, que termina o quarto mandato na Câmara e já exerceu cargo de presidência do Legislativo. Alan Guedes não concorre à reeleição porque decidiu disputar a prefeitura. Aos 34 anos, ele já acumula bagagem política

Marçal destina R$ 1,1 milhão para Saúde de 10 cidades de MS Outras áreas como educação e assistência social também foram atendidas pelo parlamentar O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) destinou emendas parlamentares para atender 10 municípios na saúde. O valor total das emendas é de R$ 1.130.000,00. Outras áreas como educação e assistência social também foram atendidas pelo parlamentar. Grande parte das emendas vai atender cidades da região sul do Estado. “É uma região que chega a quase um milhão de habitantes. São recursos destinados à aquisição de materiais permanentes para equipar unidades de saúde, compra de ambulância e de investimento no combate ao novo coronavírus”, explica Marçal Filho. Os recursos já estão na conta dos municípios e foram beneficiados Caarapó (R$ 70 mil), Ribas do Rio Pardo (R$ 80 mil),

Amambai (R$ 70 mil), Bandeirantes (R$ 50 mil), Douradina (R$ 70 mil), Itaporã (R$ 70 mil), Nova Andradina (R$ 180 mil), Rio Brilhante (R$ 100 mil), Vicentina (R$ 80 mil) e Dourados (R$ 360 mil). Em Caarapó o recurso foi destinado para a compra de uma ambulância de modelo simples. Sabendo da necessidade de o município transportar pacientes para cidades de referência na área da saúde, Marçal articula junto ao Governo do Estado a aquisição de uma ambulância UTI móvel. Em Ribas do Rio Pardo o recurso foi encaminhado para atender a Pestalozzi, que atua com pessoas com deficiência. Os R$ 80 mil foram destinados para aquisição de materiais e de equipamentos para manter a unidade. Já o município de Bandeirantes recebeu emenda para aquisição de veículo para atender a saúde. Grande parte dos recursos foi

em razão de estar no segundo mandato e disputar vagas na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Advogado e professor universitário, ele tem como vice o médico Carlos Augusto Ferreira Moreira, o Doutor Guto. Por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a data do primeiro e do segundo turnos das eleições municipais deste ano foram alteradas para os dias 15 e 29 de novembro, respectivamente. A mudança foi feita por meio da aprovação de uma emenda constitucional por deputados e senadores. Segundo turno só ocorre em cidades com mais de 200 mil eleitores e Dourados tem 164 mil.

ARQUIVO

Deputado Marçal Filho encaminhada aos municípios para o combate do novo coronavírus, a exemplo de Amambai, Douradina, Itaporã, Rio Brilhante, Vicentina e Dourados. Contudo, Dourados ainda teve emenda destinada a aquisição de materiais para equipar postos de saúde. Já a cidade de Nova Andradina foi beneficiada com recursos para aquisição de material de consumo interno, compra de medicamentos e para a aquisição de um veículo Van para o Hospital do Amor, unidade que atende pacientes com câncer.

INFORME C CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

Saiu cara a viagem para o secretário O secretário especial de Gestão Política do governo do Estado, Sérgio de Paula assinou acordo de conciliação com o Ministério Público Estadual em processo que respondia por uso indevido de avião do governo para fins particulares. Ele está pagando multa de R$ 35 mil, parcelada em seis vezes. O juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, determinou que o dinheiro seja destinado à Polícia Militar. Conforme os autos do processo, De Paula, presidente estadual do PSDB, já pagou duas parcelas da multa. Em junho de 2017, De Paula passou a ser investigado pelo MPE por usar avião do Estado para duas viagens pessoais até a cidade de Andradina (SP). Ele teria ido à missa de 7º dia do pai. Ainda conforme a denúncia do MPE, o tucano teria usado o cargo à época, o de secretário estadual da Casa Civil, para requerer a viagem. Ele informou que estaria em compromisso oficial. Horizonte E falando em Sérgio de Paula, como presidente estadual do PSDB, revelou - em entrevista ao Correio do Estado, que os tucanos pretendem eleger de 38 a 45 prefeitos nas eleições municipais de 2020, em Mato Grosso do Sul. A legenda é cabeça de chapa em 57 municípios e terá vice-prefeitos em 28. Dormindo Enquanto alguns candidatos a prefeito de Dourados estão usando redes sociais para expor seus nomes e propostas, outros estão ‘dormindo em berço esplêndido’, não fazendo aparições no “zap zap” ou no Facebook. Aliás, alguns pretendentes a prefeito vão passar em brancas nuvens nesta campanha, exceto pelo rádio e TV. Perrengue Pesquisa PoderData fez a seguinte pergunta aos entrevistados: “Se você tivesse uma emergência e precisasse de R$ 200? Você teria esse dinheiro disponível?”. Só 40% dos entrevistados disseram ter a quantia. A maior parte (55%) disse que não. Outros 5% não souberam responder. A pesquisa revela o retrato do estado financeiro da sociedade. Foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do site Poder360. A divulgação do levantamento é realizada

em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes. Os dados foram coletados de 14 a 16 de setembro, por ligações para celul ares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 459 municípios, nos 27 Estados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Uepa!!! Uma gafe do deputado estadual Wallber Virgolino (Patriotas) marcou o primeiro debate entre candidatos a prefeito de João Pessoa, capital da Paraíba. Ao defender a transparência na gestão pública, Virgolino, que se apresenta como o nome de Jair Bolsonaro na disputa municipal e já foi delegado da Polícia Civil, afirmou ser preciso “praticar a corrupção”. “Se chegarmos à prefeitura a gente pretende fazer uma operação pente-fino em todas as secretarias. Corrupção deve ser praticada, não apenas falada”, afirmou ele. Vai começar... A pandemia do novo coronavírus adiou as eleições municipais para 15 de novembro e com ela, a propaganda eleitoral gratuita. Os candidatos começam a se apresentar à população na TV e no rádio a partir do dia 9 de outubro. A partir deste domingo, dia 27, os candidatos já podem pedir votos, mas a campanha no rádio e TV só inicia em outubro. Segundo o calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral, também no dia 27 está permitida a propaganda dos candidatos pela internet.


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Dourados, 28.9.2020 O PROGRESSO

Política

Candidatos a vice afirmam que não serão “decorativos”

Todos negam ter negociado cargos em futura gestão para aceitar participar de disputa Rozembergue Marques Especial para O Progresso Em Dourados, praticamente todos os candidatos a vice prefeito garantem que vão acabar com essa figura do vices “decorativos”. Afirmam inclusive que a participação efetiva na gestão está apalavrada com os candidatos e que não terão dificuldade em ver cumprido o combinado quando das conversações entre os partidos para a escolha do segundo cargo na hierarquia do poder executivo municipal. “Eu não estabeleci condição alguma. O que conversei bastante e indaguei a ele foi sobre quais as intenções projetos dele para os quatro anos. Como tudo o que ele me disse veio de encontro ao que penso aceitei estar ao lado dele na disputa. Foi uma conversa madura entre dois jovens que quem, o melhor para a nossa cidade”, afirmou, por exemplo, o médico Guto Moreira, indicado pelo PL para ser o candidato a vice de Alan Guedes, do PP. Guto é amigo pessoal do atual presidente da Câmara e esse fato também pesou na escolha. Especializado em cirurgia plástica, O médico foi durante quase nove meses, em 2017, secretário-adjunto de Saúde na cidade. Deixou o cargo para se dedicar a compromissos profissionais. Outro que também garante ter pactuado com o candidato a prefeito a participação efetiva na gestão é o ex-deputado Valdemir Machado, vice candidato na chapa encabeçada pelo deputado estadual Barbosinha. “Quem ajuda a ganhar ajuda a governar”, resumiu Valdenir, que se tornou candidato a vice após uma eleição interna na qual saiu vencedor. Antes, o cotado para a candidatura majoritária era o deputado estadual Marçal Filho, em torno do qual até mesmo Barbosinha abriria mão, formando um a grande coalizão de partidos. Marçal abriu mão e em entendimento entre o DEM e o PSDB, orquestrado em boa parte pelo governador Reinaldo Azambuja, o DEM lançou Barbosinha e Valdenir foi o nome do partido para vice. “Vamos participar sim, mas claro que tendo como critério para ocupação de cargos a competência técnica. Não serei um vice decorativo O professor Leonardo Pescinelli Martins, candidato a vice prefeito na chapa que tem como titular o advogado Wilson Matos, disse à reportagem que “assim como 50% do Plano de Governo foi resultado de contribuição do PDT, estaremos junto com o Wison ajudando a administrar”. O professor referia-se à proposta de construção de mais 4 UPAs, à ampliação da diversidade de medicamentos ofertados nas farmácias públicas dos postos de saúde, a valorização dos Agentes Comuni-

tários de Saúde, a impnataçção de UTIs em UPAS, a contratação, como medida para desafogar os hospitais conveniados ao SUS, de médicos pediatras, clínicos gerais e geriatras para atenderem nas Unidades Básicas/ Postos de Saúde e outras propostas apresentadas pelo PDT e incorporadas às propostas do PTB do candidato a prefeito. No mesmo diapasão toca a candidata a vice-prefeita do Republicanos de Racib Panage Harb. Dilvania Todescato acredita inclusive que o fato do Republicanos disputar com chapa “pura”, sem alianças, deve evitar eventuais disputas de egos caso vençam a disputa. “O Projeto é do partido, estamos conversando sempre e temos um pensamento único, o que facilita o andamento de qualquer gestão. Perde-se muito tempo com picuinhas ou na disputa por espaços”, avaliou a candidata a vice, que com mais de 25 anos trabalhando em auto–escolas e cursando faculdade de Gestão de Trânsito e Mobilidade acredita que pode contribuir muito na apresentação de alternativas para um outro “gargalo” da cidade além da saúde apontada pelo candidato a vice de Alan, que é a saúde pública: o caótico trânsito de Dourados. “Nunca tivemos, até pela falta de profissional como um engenheiro de trânsito, um planejamento do nosso sistema viário que contemplasse os diferentes tipos de condutores, os pedestres e os ciclistas”, lamentou a candidata a vice de Racib. O candidato a vice na chapa que tem como titular Jeferson Bezerra creditou sua escolha à amizade e à militância que teve junto com o candidato a prefeitona formação do PMN. Messias de Souza é motorista e já foi presidente da Associação de Moradores do Jardim Santo André. “Sou amigo do Jeferson Bezerra há vários anos, sempre admirei o trabalho jornalístico dele. Dessa amizade e do convívio nasceu o convite para que eu me filiasse ao Partido da Mobilização Nacional (PMN), dado a minha trajetória como presidente da Associação de Moradores do Jardim Santo André, cargo que exerci no passado, e agora o convite para entrar na disputa pela prefeitura na condição de seu vice”, afirmou.Enfatizando que participará ativamente da gestão caso Jeferson se sagre vencedor nas urnas, seu foco será fortalecer as entidades sociais do terceiro setor, em especial as responsáveis pela preservação e garantia dos direitos da crianças, adolescentes, da mulher vítima de violência doméstica e dos idosos. Uma novidade que o candidato a vice anunciou é a possibilidade de criação da a “Sala do Líder Comunitário”, acompanhada da Supervisão de Assuntos Comunitários e do Terceiro Setor. Estes órgãos, detalha, poderiam ser ligados à

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Eles afirmam que terão atuação efetiva na implantação de um novo projeto Secretaria Municipal de Assistência Social. Lourdes Castro de Oliveira Kuttert, que adotou na política o codinome “Lourdes Quilombola” e com esse codinome participará da disputa eleitoral como candidata a vice do professor João Carlos de Souza, o “Professor Joca” (PT), nasceu e até hoje mora no Quilombo Dezidério Felipe de Oliveira. É trabalhadora rural, produtora familiar de alimentos orgânicos e defensora dos direitos das mulheres. “Aceitei o convite para ser vice porque quero representar as mulheres, principalmente as trabalhadoras rurais como eu, as empregadas domésticas como já fui”, afirmou a candidata a vice do PT. Sobre a questão de ser ou não uma vice “decorativa” Lourdes foi taxativa: “Eu não entrei nessa empreitada só para preencher a vaga de vice, mas sim para somar com o Professor Joca. A nossa candidatura é uma chapa pura e não se trata de uma aliança arranjada”, discursou, lembrando que faz parte do PT há mais de 20 anos, participou de perto da campanha do Professor Tetila nos anos 2000. “Sinto que estou preparada para ser representante das mulheres na prefeitura de Dourados em 2021”, garantiu. O professor, empresário do ramo escolar e bancário João Fabiano Davansso é o candidato a vice na chapa de Mauro Tronicke, do Partido Social Liberal (PSL).O partidop, a exemplo do Republicano de Racibe Harb e do PT do professor João Carlos, disputará com chapa “pura”, sem coligações. “Fomos procurados por várias legendas, mas não houve condições de coligação em função das diferenças nas pautas apresentadas”, explicou o candidato a vice ao comentar a tratativas que resultaram na opção por uma chapa “pura”. Sobre eventuais

condições para aceitar estar ao lado de Mauro na disputa, o bancário foi didático: “Não houve imposições ou condições nem barganhas. Somos uma nova política, sem vícios”, sapecou. A exemplo dos demais vices, João Fabiano disse que não será um vice que não vai trabalhar. “Eu serei um vice com objetivos claros: trabalhar para a população”, enfatizou. Para ele “a cidade está precisando de tudo”. “Tanto eu quanto o Mauro somos administradores e vamos atuar ponto-a-ponto, priorizando a redução de custo e priorizando saúde, educação e infraestrutura”, adiantou.

COLONO - Culpadi, as abelhas estão morrendo...

ZÉ PINGA - Pois é... vai acabar o mé...Ic, ic, ic


Pantanal pode levar até 50 anos para se recuperar de queimadas PÁG. 2

Agroflorestas já são mais rentáveis que produção de soja PÁG. 3

DIA A DIA Dourados, 28.9.2020 O PROGRESSO DIVULGAÇÃO

Voluntários se reinventam para levar

ALEGRIA NO HOSPITAL Grupo Bem-Me-Quer utiliza vídeos para continuar levando sorrisos e esperança no Hospital Universitário e entidades assistenciais Valéria Araújo Levando alegria há 13 anos aos pacientes do Hospital Universitário e entidades assistenciais como Lar dos Idosos e Lar Santa Rita, os voluntários do grupo Bem-Me-Quer, projeto inspirado no “Doutores da Alegria” precisou se reinventar nesse período de pandemia do novo coronavírus. Para continuar levando sorrisos e esperanças eles gravaram vídeos com música e mensagens de otimismo aos pacientes e também para os profissionais da Saúde que continuam na linha de frente. Desde março, os mais de 70 voluntários, que fazem trabalho de contação de histórias, música e clown (palhaços) se viram obrigados a deixar os corredores dos hospitais, mas a vontade de voltar é enorme. De acordo com uma das coordenadoras do projeto, a acadêmica de medicina Poliana Lourenço Gomes, a tecnologia está sendo uma grande aliada e uma forma dos trabalhos continuarem. Ela conta que além de vídeos, o grupo conseguiu arrecadar, por meio de campanha na internet, materiais de higiene pessoal para entidades assistenciais como no caso dos idosos. “É uma forma que encontramos de continuar contribuindo e levando o nosso carinho. Estamos ansiosos para poder voltar”, ressalta. O Projeto Bem-Me-Quer (BMQ) busca promover a melhoria na saúde e qualidade de vida dos pacientes. A participação é integralmente voluntária e novos membros são selecionados anualmente, dando preferência à realização da seleção no primeiro semestre letivo do calendário anual da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Os candidatos podem ser acadêmicos de qualquer curso em qualquer Instituição de Ensino (IES) em Dourados ou região próxima, assim como há vagas também para membros da comunidade externa. O Bem-Me-Quer foi criado em 2007 como projeto de extensão do Centro

Grupo durante as visitas no Hospital Universitário antes da pandemia

Grupo de clown alegra pacientes

Grupo faz vídeos para ajudar pacientes de Dourados

Acadêmico de Medicina - Camilo Ermelindo da Silva (CACES) e atualmente é coordenado por uma equipe de acadêmicos de diversos cursos da UFGD e da UEMS. A intenção é quebrar a rotina dos pacientes e profissionais de saúde da rede pública com bom humor, conforto e humanização, promovendo saúde através do bem-estar emocional. A atuação do Projeto Bem-Me-Quer é importante no sentido de ir ao encontro de um movimento que reconhece a necessidade de se enxergar o ser humano por trás de uma doença ou condição social. As atividades focadas nesse princípio de humanização permitem à pessoa atendida ser vista para além dos fatores que a levaram ao hospital ou aos lares de acolhimento e permite que seja devolvida a ela sua humanidade, ao ser tratada como um ser detentor de uma trajetória pessoal, contexto de vida e emoções que vão além de um diagnóstico ou local de residência.

Trabalho na internet arrecadou materiais para Lar do Idoso


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Dia a Dia

Pantanal pode levar até 50 anos para se recuperar de queimadas O cálculo foi baseado em dados adquiridos em pesquisas; bioma já teve 20% de sua área total devastada Dina Karla Miranda Especial para O Progresso As consequências das queimadas no pantanal tem sido um forte impacto prejudicando a flora e a fauna da região sul-mato-grossense. O nível de água do Rio Paraguai, abaixo do valor normal para a época, também é motivo de preocupação para moradores e pesquisadores do Estado. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora os incêndios do Pantanal deste ano de 1998, apontam uma baixa de 50% do volume de chuvas normal em todo o bioma no período de janeiro a maio, o que também torna o ambiente mais suscetível a incêndios. Segundo informações do Ibama/ Prevfogo/ Laboratório de aplicações de satélites ambientais, as queimadas no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já ultrapassaram uma área de quase 3 milhões de hectares. No Mato Grosso do Sul cerca de 1.165.000 hectares foram consumidos pelas chamas e no Mato Grosso, 1.742.000 hectares, totalizando 2.916.000 hectares devastados.

De janeiro até agora foram mais de 16.201 focos registrados de queimadas na região pantaneira “A temperatura muito alta e a baixa de umidade do ar, o clima seco e os ventos têm contribuído para que o fogo continue se alastrando, muitas espécies de animais que poderiam ser resistentes acabam sendo prejudicados, porque o impacto ambiental dessas queimadas é grande”, afirma o analista ambiental do Ibama/Prevfogo, Alexandre de Matos Martins Pereira. “Vamos precisar de muita chuva nessa região, pois a perca é gigantesca; muitos animais mortos, até onças que conseguem nadar não resistem a essas queimadas”, ressaltou. Professora e pesquisadora associada do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da Universidade Federal de Mato Grosso (PPG-ECB/ IB-UFMT), Cátia Nunes de Cunha conta que, baseado em dados adquiridos em pesquisas, o bioma precisará de cinco décadas para retornar ao que era antes. Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998 foram 6.048 focos de queimadas registrados no bioma. Em comparação a 2019 em setembro com 2.887 focos em 30 dias, em setembro de 2020 apresentou alta de 109%. O número de focos está em 211% acima da média histórica. Até o momento foram mais de 16.201 focos registrados de queimadas desde janeiro até setembro de 2020.

As equipes do Corpo de Bombeiros de MS e do PR intensificaram as ações de combate ao incêndio Saiba mais

Corumbá As equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul e do Paraná intensificaram nos últimos dias as ações de combate ao incêndio na região da Barra do São Lourenço. O local foi palco de vários resgates e evacuação da pequena comunidade conhecida como Nova Morada da Barra do São Lourenço, que é uma extensão da comunidade da Barra do São Lourenço, onde as chamas dos incêndios colocavam em risco as famílias e suas moradias. Neste mês de setembro, 15 homens do Paraná chegaram a cidade de Corumbá para ajudar no combate as queimadas do Pantanal. Os militares foram para a região do Porto da Manga, distante cerca de 75 km da área urbana da cidade. Segundo o Corpo de Bombeiros, na região há focos de queimadas que podem ser considerados grandes. Os militares reforçam a equipe dos bombeiros, Prevfogo e da Marinha do Brasil.


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Dourados, 28.9.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Agroflorestas já são mais rentáveis que produção de soja Em Dourados, “santuário ecológico” é exemplo de modelo sustentável DIVULGAÇÃO

Valéria Araújo Essencial para a manutenção da vida na Terra, a preservação do meio ambiente agora passa a se destacar como uma atividade rentável; em alguns casos gera mais lucro do que o modelo tradicional de produção agrícola. É o que aponta um estudo desenvolvido pelo WWF-Brasil em parceria com Universidade Federal do Acre, Embrapa e Secretaria Estadual de Meio Ambiente. O modelo de viabilidade que foi criado mostra que a recuperação da vegetação nativa em sistemas agroflorestais pode gerar um retorno médio anual de mais de R$ 4.500 por hectare, enquanto produção de soja, que tem uma rentabilidade maior que a da pecuária, varia de R$ 1.500 a R$ 2.500 por hectare ao ano. A pesquisa foi divulgada pelo GloboRural e leva em consideração apenas regiões da Amazônia.

Antônio Weber mudou radicalmente a vida em favor do modelo de sustentabilidade Em Dourados, o Agroecologista Antônio Weber explica, que mesmo sem conhecer detalhes da pesquisa, acredita no potencial desse modelo de negócio sustentável. Ele é precursor no município com a primeira agrofloresta biodiversa, um sitio de 14,52 hectares. Weber disse que 90% do que come é oriundo do que cultiva em sua propriedade que é 100% orgânica, ou seja, não utiliza defensivos ou adubos químicos. Além de garantir o alimento de sua família ele também mantém o negócio através da venda de polpas das frutas e das hortaliças e legumes que cultiva. “Dá para viver de forma confortável preservando o meio ambiente sim”, destaca observando que em muitas atividades as despesas são mínimas em relação as possibilidades de ganho. Uma delas é o plantio da cana-de-açúcar dentro da agricultura familiar para a venda posterior de seus derivados, como a garapa e o melado, por exemplo.

Agrofloresta de Antônio Weber é precursora em Dourados. Plantios começaram no ano de 2007

Antônio Weber faz plantios na primeira agroflorestal de Dourados

Weber faz uma reflexão sobre o modelo atual de produção. “A natureza já dá respostas de que esse modelo atual de exploração capitalista e de pensar apenas na geração de lucro, está equivocado. Hoje poucos ganham muito com a exploração e apenas as multinacionais se dão bem. Todo o restante é prejudicado. Faltam políticas públicas saírem do papel que incentivem o modelo sustentável que é o melhor para a humanidade”, ressalta. Hoje agroecologista, Antônio Weber conta que mudou radicalmente a vida em favor do modelo de sustentabilidade. Ele trabalhava na área contábil e administrativa de grandes empresas em Dourados e decidiu mudar. Deixou os confortos da cidade e resolveu investir em na propriedade rural, em 2007. Na época o local estava ocupado por milho e soja. Ele recuperou a área degradada com a agroflorestal e hoje vive no local com a esposa e filhos. Já se passaram 13 anos e o lugar, que antes estava completamente degradado, se transformou praticamente em ‘santuário ecológico’.


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Dourados, 28.9.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Morte de abelhas prejudica produção agrícola e biodiversidade A redução tem gerado preocupações ecológicas e econômicas, devido às perdas ao meio ambiente FOTOS: FELIPE VARUSSA DE OLIVEIRA LIMA

Gracindo Ramos Cientistas, apicultores e agricultores têm relatado impactos negativos para as abelhas e, consequentemente, na polinização de plantas cultivadas. “Pesquisas têm apontado que as populações de abelhas têm diminuído significativamente em vários países. Tal redução tem gerado preocupações ecológicas e econômicas, devido às perdas, tanto na produtividade agrícola como na conservação da biodiversidade”, alerta o biólogo pesquisador Felipe Varussa de Oliveira Lima. Vários fatores podem estar relacionados com diminuição de populações desses insetos e hipóteses têm surgido, como a falta de recursos para a sobrevivência das colônias devido à fragmentação do habitat, parasitas e patógenos, intensificação na utilização do solo, plantas geneticamente modificadas e uso indiscriminado de agrotóxicos. Felipe explica que as abelhas são polinizadoras de plantas cultivadas e as não cultivadas pelo ser humano, gerando frutos e sementes, produção de alimentos e outros recursos para diversas espécies. Elas são um elo de ligação entre os produtores (plantas) e os herbívoros e carnívoros, sendo base de diversas cadeias alimenta-

APICULTURA

Entrada da abelha sem ferrão Jataí em cavidade de parede de alvenaria

Vários fatores podem estar relacionados com diminuição de populações desses insetos res. Conforme o ecossistema, esse trabalho das abelhas pode atingir de 40 a 90% das espécies de plantas. Varussa pesquisa abelhas há 17 anos e tem trabalhado na identificação de espécies. As coletas são realizadas em diversas cidades que englobam alguns dos principais ecossistemas do Estado: Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Chaco. Grande parte dos espécimes coletados estão depositados na coleção científica do Museu da Biodiversidade da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). De acordo com ele, nessa região “foram contabilizadas 392 espécies de abelhas, sendo que esta lista já precisa ser atualizada [...] Muitas dessas espécies de abelhas ainda não foram observadas pela população. Temos nos esforçado em divulgar esse conhecimento, através de projetos de extensão e ensino”. Na cidade de Dourados, Felipe já encontrou abelhas que ocupam árvores, como Sibipirunas, Flamboyant e Ipês, e também muros, postes de energia e caixas de correio. Sobre a atividade agropecuária, o biólogo reconhece que “tem um papel importante na economia do estado, mas, por outro lado, se desenvolveu e, em muitos casos, se desenvolve sem responsabilidade social e ambiental, num modelo de

Abelha coletora de óleos florais, do gênero Centris sp. nidificando em ninho feito canudo de papelão produção adotando práticas como queimadas, desmatamento ou conversão da vegetação em pastagens e utilização de agrotóxicos”. Isso tem efeito negativo sobre as abelhas, fauna, folha e saúde humana. As medidas a serem adotadas, conforme Felipe, “passa por gestores, pesquisadores e diálogo com a população, incluindo produtores rurais, agricultores familiares, povos tradicionais e diversos segmentos da sociedade. Permitindo, a partir de investimentos em educação, ciência e tecnologia, assegurar ações que colaborem para melhores práticas agrícolas, desenvolvendo a apicultura, meliponicultura e manejo de abelhas nativas em prol da conservação das espécies e assegurando segurança alimentar. E, com certeza, com reflexos para a economia e

para as condições sociais e ambientais nos ecossistemas brasileiros”. O pesquisador destaca também a importância da “arborização, o cuidado e a preocupação com a diversidade e escolha de espécies vegetais presentes na arborização urbana dos municípios, pois essas podem favorecer a adaptação das abelhas na área urbana, disponibilizando locais de nidificação, fontes de recursos e alimento fornecido por estas espécies de árvores. A espécie exótica Apis melífera [abelha-europeia], também se adaptou muito bem nas áreas urbanas”. Ele ainda esclarece que a universidade coopera com a apicultura, em pesquisas de “melhoria genética e ações de extensão em assentamentos rurais e outros espaços, implementando estruturas e dando apoio técnico”.

“A gente tem projetos em diversas áreas, desde genética até software. Então a universidade tem sido muito benéfica para o crescimento da empresa”, afirma Raoni Loureiro de Oliveira, apicultor e empresário do setor em Dourados. Os apiários têm um plantel de 500 colmeias no campo e em áreas de reserva. O entreposto é de produtos apícolas, derivados da abelha como mel, cera, pólen e própolis, que são comercializados em todo o Brasil e também exportados. As abelhas são do tipo africanizada (Apis mellifera). “A apicultura vem tendo um grande avanço tecnológico. E isso vem possibilitando que os apicultores possam ter uma maior produtividade por colmeia, hoje, dentro de suas áreas. Tudo isso por manejos mais específicos”, complementa. “O mel teve uma boa valorização de mercado. Isso proporcionou também que tenha uma grande entrada de novos produtores de mel. Um balanço sobre a produção, nos últimos anos, eu creio que a gente tem crescido em termos de produtividade, por causa de um bom manejo e tecnologia no campo. Só que tem algumas intempéries, que não vem da produção de mel, e sim de problemas no campo com agrotóxicos. O excesso de agrotóxico nas áreas de aplicação, ela mata muitos agentes polinizadores. E esses são responsáveis por toda a flora da região. A polinização é essencial para a preservação da espécie e de toda a flora. Tanto as abelhas como vespas e outros agentes polinizadores, são responsáveis por toda aquela fertilidade. Então, quando a gente utiliza o excesso de agrotóxico, você vai perdendo isso em grandes proporções, porque as regiões que são aplicadas são muito grandes. Hoje, um grande dilema é de o produtor conseguir trabalhar em harmonia com o agricultor, afim de que ele se sensibilize nas aplicações e as áreas que ele realmente necessita. Porque, muitas vezes, o próprio agricultor sabendo que tem abelha na propriedade ele também evita de prejudicar área onde a abelha está inserida”.


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Dia a Dia

Temidos, marimbondos podem controlar pragas nas plantações Vespas também são polinizadoras e seu veneno é promissor em estudos farmacológicos FOTOS: DIVULGAÇÃO

Gracindo Ramos As vespas, popularmente conhecidas como marimbondos, causam medo nas pessoas pela ferroada. Quando os ninhos são próximos das casas, estão ameaçados de serem destruídos para que os insetos se afastem. “As espécies que nos cercam sofrem com a falta de conhecimento das pessoas sobre sua importância e o medo de suas ferroadas. É importante frisar que os acidentes graves com vespas sociais são raros e, quando ocorrem, são em decorrência da defesa das colônias ao ataque sofrido, principalmente por crianças. Contanto que mantenham uma distância segura e não perturbem a colônia, as chances de ferroada são baixas”, afirma o biólogo da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Nathan Rodrigues, doutorando do programa de Entomologia e Conservação da Biodiversidade. Mas o pesquisador explica também que elas possuem veneno, “um coquetel de substâncias que podem causar apenas dor local e coceira. Porém, em pessoas com problemas alérgicos, um acidente mais grave pode causar complicações sérias. Deve-se avaliar o local e o risco que a colônia vai trazer para os transeuntes. Nos beirais das casas, suportes de ar condicionado ou em árvores, costumam não causar problemas. O recomendado é apenas não as perturbar. Colônias próximas de portas podem ser um problema, pois existe a locomoção constante de pessoas. Neste caso, contate um profissional habilitado para remoção da colônia, sem risco de acidente”. O que muitos não sabem é que as vespas são muito importantes para o ecossistema e até mesmo para a cultura de alguns países. Na culinária japonesa, as larvas das vespas são uma iguaria conhecida como ‘hachinoko’. Além disso, também têm impactos positivos para a produção e a ciência. “É conhecida a atuação das vespas no auxílio ao combate de pragas em plantações e cultivares, uma vez que para alimentar suas larvas, predam diversos outros insetos - principalmente lagartas de borboletas e mariposas - que atacam as plantações humanas. Portanto, ter uma colônia de vespas próximo a sua horta caseira ou plantação, pode ser uma boa ajuda contra as pragas”, explica Nathan. De acordo com ele, também há estudos promissores na identificação de fármacos utilizando o veneno das vespas, de maneira semelhante às pesquisas com serpentes. “De fato, já foi encontrada no veneno de uma vespa bastante comum no Brasil, a paulistinha (Polybia paulista), uma proteína promissora no tratamento de alguns tipos de câncer”, conta o biólogo. Os marimbondos fazem parte da

VESPAS

NA REGIÃO

O que muitos não sabem é que as vespas são importantes para o ecossistema mesma ordem das formigas e abelhas. Eles também são polinizadores. Usam açucares das plantas e precisam de muita proteína para nutrir suas crias. As vespas atuam como animais predadores de uma grande diversidade de larvas no ecossistema. Sua organização é semelhante a uma sociedade humana e dentro de uma colônia existem diferentes trabalhos. “É interessante imaginar como esses pequenos

insetos se organizam de forma tão complexa, e isso se deve, em boa parte, à comunicação entre eles. Assim como em nossa sociedade a comunicação é essencial, isso também é verdade entre as vespas. A principal forma pela qual estes animais se comunicam é pelo cheiro (comunicação química), com suas antenas exercendo função similar aos narizes nos humanos”, explica Nathan Rodrigues.

Conforme o doutorando, “na nossa região, existe mais de uma dezena de espécies de vespas sociais. Não existem espécies que são somente urbanas, porém grande parte necessita de condições ambientais mais conservadas. Apesar disso, algumas espécies são consideradas sinantrópicas (se adaptam ao convívio humano). Nossas casas, árvores urbanas, hortas domésticas e lixos fornecem um local apropriado contra as variações do tempo, proteção contra predadores e outros recursos necessários para o desenvolvimento das colônias. De forma geral, vespas são sobreviventes e sofrem tanto quanto os outros animais com a degradação ambiental. Apenas uma pequena quantidade de espécies consegue se desenvolver no ambiente urbano”. O biólogo analisa que uma extinção silenciosa de insetos vem ocorrendo. Segundo ele, estudos já apontam para um declínio acentuado nas espécies. “Pesquisadores estimam que, em 50 anos, haverá cerca de 50% dos insetos que existem hoje. A causa disso se deve a vários fatores, como o desmatamento, urbanização e uso inapropriado de fertilizantes e inseticidas. É importante ressaltar que os insetos são o grupo mais diverso e seu desaparecimento pode causar um efeito cascata de extinções. Imagine como sobreviveríamos sem polinização?”, indaga. As queimadas podem afetar esses insetos direta e indiretamente. As colônias de vespas são fixas e o material do ninho é feito de celulose (semelhante ao papel), que não resistem ao fogo. Mesmo que colônias não sejam atingidas pelo incêndio, a diminuição de recursos naturais no ambiente compromete a sobrevivência. As queimadas afetam a vida selvagem pela redução e fragmentação de áreas preservadas. Como consequência, ocorre a falta de recurso para a sobrevivência dos animais, o que nos leva a situações de invasão de áreas urbanas por animais selvagens. “Vale ressaltar que o que vemos é apenas uma fração do que ocorre, pois na maioria das vezes os animais apenas perecem longe dos olhos humanos. Animais pequenos como os insetos não são vistos nem lembrados pela população, mas são atingidos tanto quanto os de grande e médio porte”, aponta o pesquisador.


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Dia a Dia

Ampliação da coleta seletiva será desafio para o próximo prefeito Em Dourados, 90% dos bairros não contam com o serviço de recolhimento de recicláveis Valéria Araújo

O PROGRESSO

Com a aproximação do término do mandato da prefeita Délia Razuk, que não vai disputar a reeleição, a ampliação da coleta seletiva será um desafio para a próxima gestão. É que dos mais de 450 bairros existentes, apenas 51 (88,6%) contam com o serviço. Nos últimos quatro anos o município passou de 27 bairros atendidos para 51. A falta de logística é apontada como motivo para que esse número permaneça como está. Atualmente são 60 toneladas de lixo reciclável coletado; uma média de 720 mil quilos por mês. A coleta acontece uma vez por semana. Todo o reciclável é destinado para a Associação de Agentes Ecológicos de Dourados (Agecold), que conta com 15 funcionários que fazem triagem, separação e venda dos recicláveis. Esse dinheiro ajuda na manutenção do serviço e pagamento dos recicladores ecológicos.

Apesar de não ter coleta seletiva em todos os bairros, muita gente já faz a separação do lixo reciclável e faz a entrega na Agecold Segundo pesquisa, das mais de 5 mil cidades, apenas 1.055 municípios têm programas de coleta seletiva De acordo com a diretora do Departamento de Educação Ambiental do Instituto do Meio Ambiente de Dourados (Imam), Deisy Claro Duarte, existem estudos para que escolas também sejam coletoras de material reciclável, porém não há no momento previsão para essa expansão. Entre os bairros que passaram a ter coleta seletiva no ano passado estão: Vila Santa Helena, Vila Tonani I, Vila São Luiz, Vila Progresso, Jardim Bará, Jardim Zeina, Jardim Faculdade, Jardim Pilau, Jardim da Figueira, Jardim Girassol, Chácara Flora, Bairro Jardim e Jardim Itaipu, no Setor 4, e Vila Aurora, Jardim Valéria, Chácara 11, Vila São José, Residencial Ypacaray, Jardim Universitário, Parque Alvorada, Vila Militar e Conjunto Residencial Santa Fé. Segundo a diretora, apesar de não ter coleta seletiva em todos os bairros, muita gente já faz a separação do lixo reciclável e faz a entrega na Agecold, atitude, segundo ela, que pode ser tomada por qualquer cidadão comprometido com o meio ambiente. “Como educadora ambiental posso dizer que a importância da reciclagem é tanto pela diminuição de materiais em descarte inadequado, diminuição de poluentes, quanto para o estímulo de pessoas mais sensibilizadas em prol do meio ambiente, além de um

Atualmente são 60 t de lixo reciclável coletado; uma média de 720 mil quilos por mês. Coleta acontece uma vez por semana gerador de emprego”, ressalta. No Brasil, um estudo encomendado pelo Cempre, o Compromisso Empresarial para a Reciclagem, mostra que quase 170 milhões de brasileiros não são atendidos por coleta seletiva em suas cidades, o que aponta que o País está muito longe de criar uma economia circular. Segundo a pesquisa, das mais de 5 mil cidades, apenas 1.055 municípios têm programas de coleta seletiva, o que representa apenas 18% dos municípios. O Estudo mostra ainda que apenas 31 milhões de brasileiros, o que representa 15% da população total têm onde destinar o reciclável. Conforme a análise do estudo, falta maior engajamento das prefeituras. Segundo a pesquisa, quando a política foi aprovada, o governo federal criou linhas de financiamento para o município fazer o plano de gestão, que é a primeira etapa antes de fechar os lixões ou implantar a coleta seletiva. Mas houve um baixo engajamento dos municípios.


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Dia a Dia

“Meu trabalho é fazer arte do lixo”, define artista Ed Alvarenga une sustentabilidade e criatividade em todas as suas criações Rozembergue Marques Especial para O PROGRESSO No dia a dia utilizamos e descartamos muitos materiais sem nem pensar em como eles poderiam ser reaproveitados. Apesar da cultura da coleta seletiva e reciclagem estarem cada vez mais presentes na sociedade, ainda é difícil enxergar um futuro diferente para o produto descartado. Se para uns o produto acaba ali, no lixo, para outros, o lixo é a solução. Não é preciso ser artista nem muito criativo, basta entender a relação entre arte e reciclagem, e imaginar novos produtos a partir dos materiais “velhos”. Por ser um tipo de fonte de renda extremamente sustentável, ambiental e economicamente falando, esse tipo de arte com materiais reciclados atrai cada vez mais adeptos. De decoração natalina a exposições, com um pouco de criatividade, plásticos, pneus, garrafas, latas, papéis e jornais, podem ser transformados em vários produtos. A criação de bolsas, cestas, porta-lápis, carteiras, cadeiras, sofás, puffs, almofadas e até mesmo roupas, estão entre as mais comuns e mais “práticas”. No entanto, há quem ouse mais. Artistas plásticos aderem, cada vez mais, à criação sustentável. Com a reutilização de materiais para a produção de obras eles atraem os olhares de curiosos e a atenção das pessoas em geral. Muitas vezes, a mudança é tão grande que os produtos finais não se parecem nada com material reciclado. O artista multimídia (transita entre as artes visuais, o artesanato, restaurações e poesia) Ed Alvarenga é certamente um dos artistas douradenses que está entre os expoentes dessa nova tendência. Além de reciclar, Ed dá ao seu trabalho um contorno social. “Arte para mim é um dos mais importantes mecanismos de transformação social. O papel do artista de forma geral é o de transformar o olhar do outro, pois a arte está em tudo. O artista molda a matéria, molda o som, molda a imagem, de maneira que atinge e mexe com a emoção do indivíduo”, afirmou o artista em entrevista ao O Progresso. “Eu particularmente concentro meu trabalho em fazer arte do lixo. Recolho materiais descartados e os reaproveito. O objetivo é levar essa mensagem as pessoas sobre a importância da reciclagem, e os cuidados com materiais que vai para o lixo. Nosso planetinha pede socorro”, conclama o artista. “Hoje se fala muito em reciclagem, e da sua importância para o planeta. É necessário mudarmos o conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Sabemos que para o meio ambiente é muito importante conscientizar as pessoas que deve-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

mos reciclar, pois o lixo que produzimos está destruindo o nosso mundo”, prossegue Ed, lembrando que o lixo é reutilizado por muitas pessoas no campo da arte. “Criar objetos com material reciclado, além de cuidar do planeta está ajudando a diminuir a poluição gerada por papéis, plásticos, vidros, e outros materiais. É preciso usar a criatividade e imaginação para dar novas forma a diversos materiais. Com produtos que podem ser reciclados, como; plásticos, garrafas pet, latinhas de refrigerante, tampinhas, papéis, jornais e revistas velhos, dentre outras, podem sofrer uma bela metamorfose”, citando como exemplo bijuterias, caixas de presente, croché de sacolas plásticas, cadeira com garrafas pet, cestaria com jornal, objetos de decoração, bolsas, acessórios, roupas, brinquedos, quadros, enfeites, bandejas e outros objetos para uso ou enfeite/decoração. “Tudo isso com a vantagem de ajudar a reciclar uma porção de objetos que demorariam anos para se decompor e ainda preservar a natureza”. “O lixo também veio pra mim como metáfora, como uma coisa filosófica. A arte, que é uma coisa tão bonita, e o lixo que é uma coisa feia, que ninguém quer ver. Assumi como missão responder à intrigante pergunta: Como é que essas coisas se casam?”, resumiu o artista sobre o trabalho que desenvolve e que tem recebido muitos elogios onde é mostrado ou colocado como parte do ambiente. O artista assinou, por exemplo, o projeto e execução do processo de adequação e transformação do Espaço Sucata Cultural, desde a parte de construção civil (Madeira, alvenaria e iluminação), assinando também o mobiliário e obras de arte, e também a decoração do espaço Eden Beer, bar temático que tem sido point de artistas e intelectuais por oferecer exposições, música e outras formas de arte a seus frequentadores.


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Dia a Dia FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Os adeptos de veículos raros, que se interessam pela prática, têm investido progressivamente na categoria e vêm movimentando o setor de relíquias automotivas

Douradense tem antigomobilismo como um estilo de vida

Segmento mobiliza mercado de carros antigos e grupos de amigos que adoram viajar com veículos que marcaram época Gracindo Ramos O empresário douradense Celso Carvalho do Amaral é um apaixonado por relíquias automotivas. Ele é um dos fundadores do ‘Hot Rods Dourados’, um grupo de amigos que viaja de carros antigos. O antigomobilismo é um segmento que vem crescendo no país e consiste na preservação, restauração e manutenção de carros que marcaram época. “O antigomobilismo é tão envolvente que acaba se tornando um estilo de vida”, diz o adepto da categoria em entrevista ao O PROGRESSO. “Qualquer veículo com mais de 30 anos é considerado um antigo. Os destaques são os mais raros ou mais admirados dentro das suas categorias”, afirma Celso, que ingressou na modalidade em 2004. Seu primeiro veículo antigo foi uma Ford Willys Rural, ano 1975, equipada com motor V8 (8 cilindros dispostos em 2 plataformas de 4 cilindros, unidas pela parte de baixo, formando um ‘V’), com suspensão e rodas Big Foot. “Depois que fiz esse projeto, não parei mais”, conta ao explicar como surgiu o seu apego aos veículos antigos. Hoje, o proprietário de carros antigos revela que sua “escola dentro do antigomobilismo é o Hot Rod, que se trata do antigo modificado para performance e segurança, mas mantendo a aparência externa original”. Quanto mais original o veículo, mais valorizado ele é no mercado, que mostra expansão com crescimento

O antigomobilismo é tão envolvente que acaba se tornando um estilo de vida do comércio e oficinas especializadas no seguimento. O empresário explica que as marcas originais de idade do veículo é que valorizam o carro antigo. Mas alerta que, “muitas vezes, um clássico fantástico fica abandonado, porque o dono resolve fazer uma re-

forma em oficinas não especializadas e acaba abandonado o projeto. Quando chega nesse ponto, a restauração fica mais cara que o veículo”. Celso do Amaral pertence à várias diretorias de clubes de antigomobilismo, em nível local e nacional. Ele

“Qualquer veículo com mais de 30 anos é considerado um antigo. Os destaques são os mais raros ou mais admirados dentro das suas categorias” Celso Carvalho do Amaral (Empresário) é da diretoria do ‘Rod Hot Brothers’, um grupo nacional de amigos que possuem carros antigos. “Já viajamos com eles por diversos eventos pelo Brasil, como Curitiba, Londrina, Itajaí e Poços de Caldas. Também já fomos para o Uruguai e a Argentina com carros antigos”, conta. Também compõe o Clube do Fusca e Carro Antigo de Dourados (CFCAD), que tem uma grande quantidade de participantes e sempre é destaque em eventos regionais. E faz parte da diretoria do Automóvel Clube de Dourados (ACD), fundado pelo “nosso saudoso amigo Mário Marchiolli, campeão de arrancadão do Estado”, lembra Carvalho. Os adeptos de veículos raros, que se interessam pela prática, têm investido progressivamente na categoria e vêm movimentando o setor de relíquias automotivas, com projetos de restauração e manutenção de automóveis da categoria. O douradense afirma que “nos grandes centros já existe bastante empresas especializadas, principalmente em restauração de carros antigos. Em Dourados, também já temos oficinas que atendem, preferencialmente, carros antigos. A tendência é esse ramo se fortalecer cada vez mais, como é, hoje em dia, por exemplo, nos Estados Unidos”.


Aurinda se encontrou na arte e saiu da depressão PÁG. 2

Coluna da Adiles destaca o empresário Moacir Pereira. PÁG. 4

CADERNO B Dourados 28.9.2020 O PROGRESSO

FOTOS: REPRODUÇÃO FACEBOOK

Público lotou o Cine Ouro Vede para assistir o 2º Festival de Ballet, em novembro de 1978

CINE OURO VERDE

também sediou shows e festivais

Vander Verão / Especial para O Progresso O Cine Ouro Verde também foi um importante espaço, cultural, social e de entretenimento de Dourados durante várias décadas. Foi palco de inúmeros shows e de festivais de música e de ballet, além de solenidades diversas. E claro, fazia parte do cotidiano das pessoas através do cinema, que foi considerado a sétima arte mundial – as outras seis: arquitetura, pintura, escultura, música, poesia e dança. O Cine Ouro Verde foi inaugurado em 18 de julho de 1957, na Avenida Marcelino Pires, pela empresa Irmãos Rosa, com capacidade para mil pessoas. No entanto, encerrou suas atividades em 1985. Na época, a empresa contava com um outro cinema, o Ouro Branco, que funcionava na Avenida Presidente Vargas. O Ouro Branco também fechou. Só que em março de 2007, já que não conseguia concorrer com os cinemas do Shopping Avenida Center. Inúmeros cantores famosos realizaram shows no Cine Ouro Verde no final dos anos 60, dentres eles Wanderley Cardoso e Jerry Getúlio Teixeira comemora o 1º lugar no festival, em 1971, o último Adriano. Nos anos 70 também aconteceram inúmeros shows no local, principalmente de grupos regionais. No final dos anos 60 foi realizado no Ouro Verde o Festival Matogrossense da Canção, que foi transmitido pela Rádio Clube de Dourados. O evento foi organizado pelo Sr. Ataliba, que veio para Dourados gerenciar uma loja de eletrodomésticos. Esses festivais – de músicas interpretação e inéditas – aconteceram no período de 1968 a 1971, revelando inúmeros talentos, dentre eles Isaac de Barros, Getúlio Teixeira, Ilson Boca Venâncio, Moacir Stein, Victor Wagner Conde, Loide Nascimento, Leônidas Além, dentre outros. O último festival, o de 1971 (música inédita), teve como vencedor Getúlio Teixeira, que hoje reside em Porto Alegre. Em seu livro “Dourados e sua Cultura: Memórias das artes comentadas”, lançado em 2014, Ilson Boca Venâncio lembra que o Festival Matogrossense da Canção surgiu em 1968, na época da ditadura do regime militar, em pleno vigor do decreto AI-5, o que dificultava a criação de fatos novos, através da música, por exemplo. Por isso, a princípio, discutia-se um festival somente com músicas de interpretações. No entanto, compositores daquela época bateram o pé e, com isso, o evento teve duas categorias, abrindo espaço para as canções inéditas. Fachada do prédio do Cine Ouro Verde, que foi inaugurado em 1957 Ilson Venâncio durante o festival


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Caderno B

Aurinda se encontrou na arte

e saiu da depressão Itaporaense que viveu quase quatro décadas em São Paulo regressou à terra natal e planeja expor suas obras Flávio Verão

FOTOS: CLÁUDIO CÉSAR/ ITAPORÃ NEWS

São quase 300 quadros, todos feitos de forma involuntária. Aurinda dos Santos, de 69 anos, se encontrou na arte após enfrentar crise de depressão e síndrome do pânico. Os pincéis, as tintas, as cores deram a ela um novo sentido à vida e hoje comemora o abandono de medicamentos e a garantia de se sentir em paz. Natural de Itaporã, Aurinda trabalhou na roça quando menina. Veio nova pra Dourados, onde trabalhou de doméstica, em casa de família, profissão que levou adiante. Morou em Campo Grande, mas foi em São Paulo que passou grande do tempo - quase 40 anos.

A menina que deixou Itaporã para viver na maior cidade do País sempre trabalhou de doméstica, mas a arte sempre esteve com ela Responsável por cuidar de um de um triplex, a itaporaense sofreu queda de escada durante o trabalho, no ano de 2001. Com deslocamento de fêmur veio a informação que não poderia mais desenvolver as atividades do lar. Entrou em pânico e a depressão a pegou em cheio. Com uma filha pequena pra criar, o desespero tomou conta. A patroa cuidou dela e mobiliou uma casa. Passando a maior parte do tempo parada, Aurinda, em suas inquietudes, começou a “rabiscar” no caderno de desenho. Foi tomando gosto e percebeu que as figuras involuntárias a acalmavam. “Cheguei a ter contato com uma artista em São Paulo, mas nunca estudei, não fiz curso e não sabia nada de arte. Meus desenhos sempre saem de forma espontânea, sem eu desejar o resultado de cada obra”, conta a artista.

Autodidata, itaporaense espera passar a pandemia para expor as obras

Por aprender sozinha (autodidata), os esboços foram sendo aprimorados e no ano de 2008 passou a levar mais a sério. “Apenas sento na frente do papel ou da tela e começo a rabiscar. Digo que minhas obras mesclam figuras humanas e de animais, sempre com muita cor”. Em 2015 Aurinda voltou pra Dourados, onde têm parentes. Em seguida sua única filha faleceu. Ficou sem chão e a pintura foi novamente o “remédio” para superar a perda. Como todo bom filho a casa torna, regressou para Itaporã e vive no distrito de Santa Terezinha, junto a quatro irmãos. Lugar calmo, pacato, Aurinda voltou a desenhar. Quando pinta sente que os desenhos falam com ela e mergulha no universo da arte. Entre caras e bocas que compõem cada obra, o sentimento é de gratidão ao dar vida a cada uma delas. Descoberta pelo artista plástico Diego Campos, de Itaporã, Aurinda agora sonha mais alto. Assim quando acabar a pandemia quer expor as obras. A menina que deixou Itaporã para viver na maior cidade do País sempre trabalhou de doméstica, mas a arte sempre esteve com ela. Quando jovem fez peças amadoras de teatro, participou de novela na Bandeirantes e fez figurações em filmes.


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Procuro emprego de caseiro, operador de silos, tratorista, ajudante de campeiro, serviços de fazenda em geral e lavoura. Esposa também trabalha. Contato: 99628-8690 ou 99856-0493, falar com Michael

C I M O N A R A G D I O U S R P A G AR A U N H C A N

EMPREGADA DOMÉSTICA

Aux. de serviços gerais, aux. de cozinha e/ou diarista. C/ experiência e referência. 99828-2301-Elaine

R P T O A S R O A C I S S R P E C I T T I O R E B O A N I I P A O C R T U

PROCURO EMPREGO

Diarista - Doméstica ou faxineira, c/ experiência e referência. 99688-5551-Gislaine

R I U B C A H IA A R R R AU D E O B R A A C L P E

PROCURA-SE EMPREGO

G A G L P I L E S U

BANCO

4/mago — parc. 6/apical — rosais. 7/charrua. 11/supertucano.

para todo serviço, de segunda a sábado, com experiência e referência. Contato: 99235-4470


Dourados, 28.9.2020 O PROGRESSO

Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

COLUNA DA ADILES

PARABÉNS E FELICIDADES AOS ANIVERSARIANTES DA SEMANA

“O mais importante da vida é a marca que deixamos na vida dos outros.”

Nelson Mandela

DESTAQUE

MARIA MERCEDES ERALDO J. LEITE, FREITAS JARDIM Prefeito de Jateí Quinta (24/09)

Segunda (28/09)

EDILSON SPOLADOR

Segunda (28/09)

DR. ANTONIO CARLOS VIDEIRA Segunda (28/09)

MARA CASEIRO, Pres. Fundação de Cultura de MS Segunda (28/09)

Destaque para o empresário Moacir Pereira (Moper). Na foto, com os filhos Moacir Junior e Rodrigo Alexandre. MARCELO SOCCOL

Quarta (30/09)

ROSANA MACIEL Sexta (02/10)

LIZIANE ZARPELON

Quarta (30/09)

DR. NÉLIO STÁBILE

Quarta (30/09)

DR. JOENILDO CHAVES, ALKINDAR desemb. aposentado MATTOS ROCHA Sexta (02/10)

Sexta (02/10)

DR. TENIR M. JUNIOR VANDIRA P. DOS SANTOS DR. JAMAL HADDAD LENA MUNARETTO Sexta (02/10)

Sexta (02/10)

Sábado (03/10)

Sábado (03/10)

YASMIN REIS VERÃO CRISTIANO SANTOS FRANCISCO CHAMORRO CIDO MEDEIROS, ver. MARIO RUBENS Sábado (03/10)

Sábado (03/10)

Domingo (04/10)

Domingo (04/10)

Domingo (04/10)

GENTE QUE ACONTECE

Wilson Biasotto e esposa Helena

Ovídia Ramires

Pedro Chaves e esposa Reni

Laerte Tetila e esposa Zonir

Alice Sena

José Roberto e esposa Clarice

FASCINAÇÃO Você chegou de mansinho Veio de longe sozinho Trouxe consigo amor Instalou-se suavemente Com sutileza e carinho No fundo do coração O seu riso contagiante Renovou as esperanças E me fez sorrir também Como afaga a uma criança Você encheu de bonança A vida e a solidão Coloriu o céu escuro Fez o sol brilhar radiante E a luz ter mais luar As estrelas cintilarem De forma mais esfuziante Vi bondade nos olhares Ouvi música nos ares Tudo tornou-se mais belo Graças somente a você... Adiles do Amaral Torres PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, Do dia 03/outubro - Valdir das Dores; Marcio Antonio Caldeira; Vivaldi Fonseca do Amaral; Evaldo Martins Lopes; Marcio Lima Rocha; Antonio Luiz Almeida Vianna; Dalma Nogueira Dias; Mary M. Sakai; Raul Lidio Pedroso Verão; Ismael das Neves; Ilma Oliveira Silva; Pedro Santos de Lima; João Vitor dos Santos Ferreira Lima; Ricardo Pedra; Maria Eduarda Marcondes de Godoy; Alessandro Oliveira dos Santos; Bruno de Oliveira Mendes; Erlaine de Campos M. Taliani; Jader Gebara El Khalil; Edna Garcia Pereira e Thales Ferreira Camargo. Do dia 04/outubro - Carlos Thompson; Aparecida Medeiros da Silva; José Carlos Gomes; Roberto Pusch de Souza; Julia Barbosa Ferreira; Fábio Michel A. Pires; Givaldo Aparecido Soares; Francisco Pereira da Silva; Mauri Pereira de Oliveira; Sofia Maciel Souza Chaves; Giovani Grassmann; Wilson Olsen Junior; Jair Kussaba; Almir Rogério; Arthur Viana; Emilly Maria Barbosa; Alessandra Santos Ferreira Rios; Ana Paula Barbosa Barros Pereira; Carlos Roberto Oliveira Junior e Alice Mendes Assunção.


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