Edição de 30/outubro de 2020

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DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.649

O PPROGRESSO

31 de outubro de 2020

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CADERNO B

DIA A DIA

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Grafite em fachada de sex shop gera polêmica em Dourados

Cemitérios de Dourados não têm controle de sepulturas

CADERNO B

Sapateiros e marceneiros sobrevivem à tecnologia DIVULGAÇÃO

Halloween

Bruxas “estacionam” vassouras e se reinventam na internet PÁG. B2

DIA A DIA Entrevista

Ausência do ritual de despedida na pandemia afeta o luto PÁG. D2

Mercado de trabalho

Com o surgimento e crescimento exponencial da internet algumas profissões literalmente acabaram ou, se adaptaram aos avanços tecnológicos, acompanharam tendências de mercado superando os períodos de crise. Entram nesta lista atividades como alfaiates, amoladores de faca, caligrafistas, barbeiros, costureiras e seleiros. PÁG D6

Vagas para o fim de ano são oportunidades para temporários PÁG. D4


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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

Opinião EDITORIAL

SUS: reconhecido mundialmente

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o “furação” de uma pandemia que já matou quase 158 mil brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro deu os primeiros passos para a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi rechaçada por especialistas e autoridades de saúde. A repercussão negativa forçou o presidente a revogar, cerca de 24h depois, o decreto 10.530, que autorizava estudos para parcerias entre os setores privado e público para construção e administração de UBS (Unidades Básicas de Saúde). A gestão privada na saúde, como se sabe, transforma o que é um direito em um privilégio para poucos, aqueles que podem pagar. Por essa razão, ao invés de privatizar, talvez fosse o momento de pensar em fortalecer o SUS, que é reconhecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como o maior sistema gratuito e universal do mundo, mas que em seus 32 anos de existência nunca foi adequadamente financiado, o que limita a sua expansão e melhoria. Para piorar, a Emenda Constitucional 95, de 2016, estabelece teto de gastos e congelará os

investimentos em saúde, educação e assistência social pelos próximos 20 anos. O programa ESF (Estratégia Saúde da Família), criado oficialmente em 1994, também é objeto de reconhecimento internacional. Hoje, sete em cada dez brasileiros dependem

exclusivamente do sistema público de saúde. Antes conhecidos como postos de saúde, as UBS são a principal porta de entrada do SUS. Elas realizam os procedimentos ligados à da atenção primária, como consultas, atendimento de pequenas urgências, coleta de exames, vaci-

nação e cadastramento dos usuários. O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para outros serviços, como emergências e hospitais. Importante ressaltar que o SUS é um direito previsto na Constituição Federal de 1988. Aliás em seu artigo 196, na Seção 2 trata a saúde “como direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Bem como a Lei de nº 8080, de 19 Set de 1990 em seu Art. 2 contempla a saúde como um “direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. Privatizar os postos de saúde num momento de pandemia como estamos vivendo pode ser fatal. É preciso entender que a precarização e desmonte do SUS poderá condenar à morte milhares de brasileiros que não podem pagar por um serviço privado.

Mitos e realidades do ozônio contra a Covid-19 CARLOS HEISE*

*CEO da Panozon Ambiental S/A, empresa brasileira com 20 anos de experiência na produção de geradores de ozônio e membro da IOA (International Ozone Association)

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os últimos meses, provavelmente a maioria das pessoas já ouviu falar do uso do ozônio contra o novo coronavirus. Seja para desinfecção de superfícies, para caixa d’água da residência, piscinas ou ambientes fechados, os geradores de ozônio são utilizados como aliados no combate à pandemia e oferecimento de melhores condições para a população. O ozônio (O3) é um gás formado a partir do oxigênio (O2) presente na atmosfera. Quando as moléculas de oxigênio recebem uma descarga elétrica, como de um raio em uma tempestade, elas se recombinam formando o ozônio. Como é muito

instável, a substância tenta voltar à forma de oxigênio, oxidando o que encontra pela frente. Dessa forma, pode matar todo tipo de microrganismo, como vírus, bactérias, fungos dentre outros. Nesse quesito, o ozônio apresenta uma enorme vantagem sobre os antibióticos convencionais, pois as bactérias não criam resistência a ele. Ou seja, até mesmo as temidas superbactérias presentes em hospitais são eliminadas quando em contato com o ozônio. O uso do ozônio como um desinfetante, seja na indústria ou nas residências, veio para ficar. Mas, sempre que aparecem coisas novas, é natural que surjam também os vendedores de soluções milagrosas. O ozônio é realmente um desinfetante poderosíssimo. Como referência, ele age em média 3.000 vezes mais rápido que o cloro para matar um microrganismo, mas não funciona em toda e qualquer situação. Por exemplo,

você não pode utilizar materiais oxidáveis, como o ferro, pois ele pode estragá-los. Logo no início da pandemia, a Panozon Ambiental, empresa brasileira que produz geradores de ozônio há quase 20 anos, desenvolveu uma máquina para desinfectar máscaras cirúrgicas e materiais hospitalares com ozônio. Com um laudo emitido no Laboratório de Biologia da Unicamp, foi a primeira empresa no mundo que comprovou que uma aplicação de ozônio poderia matar o coronavírus. Em seguida, diversos outros fabricantes produziram também laudos de variadas formas de aplicações mostrando a eficiência do ozônio e a grande mídia deu visibilidade para este poderoso desinfetante. Como o ozônio entrou em evidência, surgiram nesses últimos meses inúmeras empresas que se dizem “experientes” em ozônio, mas na realidade não possuem a menor

ideia dos quesitos técnicos. Em geral, essas empresas compram células geradoras de ozônio de baixo custo (normalmente importadas da Ásia) e montam máquinas sem ter estudos aprofundados, com baixa durabilidade e eficácia. Assim, é possível que o consumidor invista em um equipamento ou produto que não trará os benefícios esperados. Além disso, como são feitas com materiais muito baratos e de baixa qualidade, normalmente essas células estragam em poucos meses de uso ou até semanas. Como o nariz humano percebe o cheiro de ozônio em baixíssimas concentrações, até 20 microgramas por litro de ar, quando a pessoa sente um “cheirinho” já acha que está funcionando direito. Mas essa característica não necessariamente representa a verdade. A máquina pode estar produzindo 50%, 70% ou até 90% menos do que deveria ou do que é anunciado pelo fabricante. Como mencionei acima, o ozônio é uma ótima opção para você usar em diversas situações. Então, se você está pensando em adquirir um gerador, pesquise bastante antes, compare, questione e use seu senso crítico para não comprar gato por lebre.

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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

Política

Candidatos gastam maior parte do orçamento com materiais gráficos Juntos, os sete candidatos já desembolsaram o total de R$ 89.239,50 com materiais impressos ARQUIVO

Luiz Guilherme Especial para O Progresso Os sete candidatos a prefeito de Dourados já gastaram juntos, desde o início da campanha até 28 de outubro, R$ 89.239,50 em materiais gráficos impressos como ‘santinhos’, panfletos entre outros. Levantamento feito pelo O PROGRESSO junto ao site DivulgaCandContas aponta que esse montante corresponde a maior parte do orçamento eleitoral. Além disso, somadas, as despesas gerais dos candidatos totalizam um gasto de R$ 476.051,53. Entre os postulantes a chefe do executivo que mais desembolsaram verbas para esse tipo de material, está o candidato e atual deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha, do Democratas, que concentra R$ 41.139.50 (16.57%) do dinheiro investido. As demais despesas são com cessão ou locação de veículos que corresponde a R$ 48.200.30 (19.42%), e gastos com pessoal R$ 46.350.00 (18.67%). No total, o candidato já gastou R$ 248.260,06 de todo o dinheiro recebido para a disputa que foi R$ 412.500,00. O vereador, presidente da Câmara Municipal que também disputa o pleito eleitoral, Alan Guedes (Progressistas) declarou R$ 17.440,00, ou seja, o valor corresponde a 42,33% de todo o investimento de campanha. A reportagem constatou que o total de gastos declarados era, até a produção da reportagem, de R$ 41.196,00. O político recebeu do partido a quantia de R$ 5.862,50. João Carlos, o Joca, do Partido dos Trabalhadores, gastou R$ 4.560,00 com material gráfico, destinando a maior parte do dinheiro que recebeu

A Justiça Eleitoral determinou paras as eleições municipais 2020 o teto de gasto de R$ 1.454.769,73 da legenda – R$ 100.200,00 -, para a produção de conteúdo a serem usados em rádios, televisão e vídeos. Em valores, o desembolso corresponde a R$ 20 mil, 77,16% dos gastos feitos pelo petista. Despesas contratadas por ele são R$ 25.920,00. O candidato do Republicanos, farmacêutico e bioquímico, Racib Harb gastou R$ 6 mil com materiais gráficos, isto é, 39% do investimento feito por ele. Além disso, o total de despesa contratada por ele era de R$ 15.357,58. Gastos com serviços prestados por terceiros em sua campanha são R$ 5 mil (32,56%). Ao todo, ele recebeu R$ 45.430,00 do partido. Wilson Matos, que também disputa a prefeitura pelo Partido Trabalhis-

ta Brasileiro, declarou um total de R$ 43.757.99 em despesas contratadas, e desse montante, R$ 26.100,00 (59.65%), corresponde a materiais gráficos. O advogado recebeu de doção do partido, R$ 44.052,50. Já o candidato do Partido Social Libera, Mauro Thronicke Rodrigues, não investiu em produção de materiais gráficos. O maior gasto que o candidato teve com a campanha, foi contratando serviços contábeis – R$ 27 mil, o que representa (26,59%) da receita que ele recebeu do partido que foi R$ 300 mil. Jeferson Bezerra, do Partido da Mobilização Nacional, repetiu o que fez com a declaração de bens, isto é, não informou ao DivulgaCandCon-

tas quanto já gastou em sua campanha. Dos sete candidatos, ele é o único que não possui tempo de rádio e televisão já que o partido não tem representatividade mínima no Congresso. Saiba mais A Justiça Eleitoral determinou paras as eleições municipais 2020, que acontecerão em 15 de novembro, feriado de Proclamação da República, o teto de gasto de R$ 1.454.769,73, sendo que, quem ultrapassar o limite, pagará multa no valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o teto fixado, sem prejuízo da apuração da prática de eventual abuso do poder econômico.

Lei obriga Detran a notificar motorista sobre o vencimento da CNH ARQUIVO

O condutor flagrado com CNH vencida há mais de 30 dias comete infração gravíssima Entrou em vigor nesta quinta-feira (29) a Lei 5.586, de autoria do deputado Marçal Filho (PSDB), que atribui ao Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) a notificação dos condutores de veículos sobre a proximidade da expiração da validade da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). O projeto foi sancionado hoje pelo governador Reinaldo Azambuja. Conforme a Lei, a notificação deverá ser realizada com antecedência da data de vencimento do documento, por aviso de canais de comunicação já utilizados pelo órgão, como mensagem por e-mail ou telefônico. Para viabilizar a notificação, ao titular da habilitação compete a obrigação de comunicar ao Detran quando da eventual alteração de seu endereço eletrônico.

COLONO - Cumpadri se colocarem o sus na privada vamos trata o fígado aonde ? ZÉ PINGA - O melhor que tem são as benzedeira ... num confio nesses dotô não ...

Lei é de autoria do deputado estadual Marçal Filho O condutor flagrado com CNH vencida há mais de 30 dias, conforme o artigo 162 do Código de Trânsito Brasileiro, comete infração gravíssima, o que acarreta na perda de sete pontos e multa. Ainda existe a possibilidade de retenção do veículo, uma vez que não é permitido ao condutor dirigir com a CNH vencida.

Conforme lembra Marçal Filho, o Detran possui o cadastro de todos os condutores habilitados do Estado, bem como os prazos do término da validade dos documentos de habilitação, o que direciona à possibilidade de expedir a notificação de modo automático, por meio do uso de sistemas informatizados.


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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

Política

Advocacia é a profissão que predomina entre candidatos a prefeito Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil diz que responsabilidade aumenta pelo cumprimento de leis DIVULGAÇÃO

Cristina Nunes Especial ao O PROGRESSO Dos sete candidatos a prefeito que disputam a vaga no Executivo Municipal para o mandado 2021-2024; três são advogados. Alan Guedes (Progressistas), Barbosinha (DEM) e Wilson de Matos (PTB) são formados em Direito e inscritos no quadro de advogados da OAB/MS. Alan e Barbosinha já exercem cargos públicos há alguns anos. Já Wilson está exercendo a Advocacia e atualmente é presidente da Comissão de Assuntos Indígenas da OAB de Dourados. Também disputam o cargo de prefeito o jornalista Jeferson Bezerra (PMN), o professor João Carlos (PT), o empresário Mauro Thronicke (PSL) e o farmacêutico Racib Harb (Republicanos). A última pesquisa eleitoral divulgada em Dourados, consta que a principal disputa no momento é entre os dois Advogados: Alan Guedes e Barbosinha. A pesquisa foi realizada no final de setembro pelo Instituto Ranking, registrada no TSE com o número: MS3154/2020, entrevistou 500 eleitores a partir dos 16 anos de idade. Na pesquisa estimulada, em que os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, Barbosinha aparece liderando com 44%, em segundo lugar Alan Guedes com 7,20%. Wilson de Matos aparece em terceiro lugar com 6,60% das intenções de votos, Hacib com 3,60%, Jeferson com 3%, Mauro com 2% e João Carlos com 1,60%. Já na pesquisa espontânea, em que só se pergunta o candidato a prefeito sem citar os nomes, Barbosinha aparece com 24,20%, Alan Guedes com 4% e Wilson de Matos em terceiro lugar com 3,40%, Racib com 2.20%, Jeferson Bezerra com 2% e Mauro com 1.20%. Considerando este cenário, é possível afirmar que existe grande probabilidade de Dourados ter um prefeito advogado. Em entrevista ao Jornal O PROGRESSO, o Presidente da OAB 4ª Subseção de Dou-

INFORME C CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

O caldeirão começou a esquentar em Dourados A campanha para prefeito de Dourados que começou meio morna esquentou nos últimos dias. Os dois principais candidatos – levando em conta as pesquisas já divulgadas Alan Guedes (PP) e Barbosinha (DEM) estão trocando farpas políticas no horário eleitoral gratuito dando aquele “sabor” na briga pela Prefeitura de Dourados. Um lado lembrando do currículo do vice de Alan( o dr. Guto) e de outro a votação pelo aumento de imposto que teve apoio de Barbosinha como deputado estadual. Esse é só um dos episódios do horário eleitoral que promete muito mais ‘pimenta’ no mocotó eleitoral até às vésperas do dia 15 de novembro.

Adesivos

E falando em propaganda eleitoral, os adesivos no vidro dos veículos tem mostrado mais os candidatos a vereador em Dourados. A turminha que almeja chegar à Câmara Municipal está convencendo mais os seus eleitores pelo jeito a considerar esse tipo de publicidade política. Adesivos com o nome dos ‘prefeitáveis’ são mais difíceis de se ver.

Agressão

Presidente da OAB de Dourados, Alexandre Mantovani rados, Alexandre Mantovani falou sobre a Advocacia na política. “A OAB é uma instituição classista e participativa nas questões sociais. Em relação a campanha eleitoral das eleições municipais, não nos envolvemos e não manifestamos apoio a quaisquer candidatos, seja para prefeito, vice ou vereador”, frisou. “Porém, estamos felizes em saber que três colegas estão dispostos a exercer essa importante função que é tornar-se chefe do Executivo Municipal e outros tantos Advogados e Advogadas que disputam cadeira no Legislativo, ficaríamos sim contentes em termos um prefeito Advogado e representantes na Câmara. Desejamos que aquele que vencer o pleito, seja ele Advogado ou não, faça uma boa gestão em prol do município de Dourados”, acrescentou. Questionado sobre o peso da responsabilidade de um advogado ocupar os cargos

públicos, Mantovani frisou que “todos que se estão aptos e colocam seus nomes a disposição da sociedade e recebem votos, elegendo-se, tem as mesmas obrigações e peso de responsabilidades, independente da formação acadêmica ou profissão que exerce fora do mandato público”, Ele ainda completa. “Porém, acredito sim, que no caso da Advocacia talvez haja uma cobrança e expectativa maior em relação a observância e cumprimento das leis, já que a profissão está totalmente relacionada a luta pela Justiça e cumprimento da legislação. Portanto, espera-se muita coerência dos candidatos que são advogados e disputam essas eleições e espera-se, caso algum advogado seja eleito, que este honre os princípios da Democracia, da Constituição e que respeite e oportunize a população a ter acesso a todos os Direitos Fundamentais”, destacou Mantovani.

A diretoria Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Região Grande Dourados sediado em Dourados repudiou “a atitude do senhor Ronaldo Franco, cuja candidatura a prefeito de Ponta Porã foi impugnada pela Justiça Eleitoral daquela Comarca, pelo ato antidemocrático realizado durante live em sua rede social, no dia 23 de outubro, quando após dizer que ‘com coisa que não é útil para a sociedade, a gente tem que fazer isso aqui ó’, rasgou em pedaços uma edição impressa do jornal Che Fronteira. Atitudes como essa incentivam reações violentas contra o trabalho dos profissionais de comunicação e ainda negam a importância do jornalismo para a sociedade”. Segundo o Sinjorgran “ataques à imprensa não podem continuar sendo rotina.”

Olho do alto

A Polícia Federal vai usar mais de 100 drones para sobrevoar as principais zonas eleitorais do Brasil e identificar crimes como boca de urna, compra de votos e transporte de eleitores durante as eleições 2020. Equipes de diferentes Estados testam os dispositivos nesta semana, sendo que os mesmos serão alocados em muni-

cípios estratégicos nas datas do pleito. Segundo a PF, os drones possuem câmeras com mecanismo de aproximação para identificar suspeitos, placas de veículos, entregas de santinhos e situações de compra de votos, com imagens de alta nitidez.

Lavada

A primeira pesquisa DATAmax de intenção de votos para prefeito de Campo Grande nas eleições 2020 aponta que o candidato a reeleição, Marquinhos Trad (PSD), possui 52% da intenção de voto dos campo-grandenses e seria eleito no 1º turno informou o site Midiamax. Na sequência, estão Pedro Kemp (PT) com 6%, Sergio Harfouche (Avante) com 5% e Dagoberto Nogueira (PDT) com 4%. Na sequência da preferência dos eleitores ouvidos pela DATAmax estão Vinicius Siqueira (PSL) com 2%, e com 1% das preferências a Delegada Sidnéia Tobias (Podemos), Marcelo Miglioli (SD), Márcio Fernandes (MDB), Marcelo Bluma (PV), Esacheu Nascimento (PP), João Henrique (PL), Trutis (PSL) e Cris Duarte (PSOL). Os candidatos Guto Scarpanti (NOVO), Paulo Matos (PSC) e Thiago de Carvalho Assad (PCO) não pontuaram na pesquisa.

Marcha ré

“Temos atualmente mais de 4.000 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 168 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) inacabadas. Faltam recursos financeiros para conclusão das obras, aquisição de equipamentos e contratação de pessoal”, explicou o presidente Jair Bolsonaro na postagem em que anunciou que revogou o decreto que autorizava o Ministério da Economia a realizar estudos sobre a inclusão das UBS dentro do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI).


Ausência do ritual de despedida na pandemia afeta o luto PÁG. 2

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DIA A DIA Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

FOTOS: CIDO COSTA

Cemitérios ficam abandonados na maior parte do ano, com matagal imenso,que incomoda visitantes e moradores

Cemitérios mais antigos de Dourados não têm controle de sepulturas Com livros antigos e desatualizados, a administração dos cemitérios até hoje não foi informatizada para melhorar o controle da quantidade de sepulturas e corpos enterrados nos cemitérios Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus Marli Lange Especial para O Progresso Os cemitérios públicos Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus, são os mais antigos de Dourados e até hoje o setor administrativo, que inclui o controle de sepulturas e corpos enterrados, não ganhou um sistema de informatização. Por causa disso, o setor administrativo não faz ideia de quantas sepulturas existem nos cemitérios públicos. A situação causa constrangimento, pois dificulta a localização de túmulos e pessoas enterradas. Normalmente quem tem parentes enterrados em um dos cemitérios, já faz a visitação normal sem precisar buscar a administração, mas pessoas que desconhecem os cemitérios, que queiram localizar um túmulo, fica muito mais difícil. Principalmente os jazigos mais antigos. O Cemitério Santo Antônio de Pádua, que fica de frente para a Rua Coronel Ponciano, segundo historiadores, foi inaugurado em 1969, mas de acordo com pioneiros, desde 1.912 existem sepultamentos no local. Com o passar do tempo, a área do cemitério lotou e foi criado ao lado, o Bom Jesus, que é de frente para a Rua Palmeiras. O controle de sepultamentos era feito em livros e mesmo com o advento da informatização e da internet, em Dourados, na década de 90, os cemitérios não receberam um tratamento adequado. Com o passar do tempo o controle antigo foi se perdendo, se deteriorando, passando por diversas

corpos que foram sepultados há mais de cinco anos nas covas sociais dos cemitérios públicos municipais Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus. O objetivo seria disponibilizar espaço para o sepultamento das vítimas do novo coronavírus (Covid-19). Na ocasião, a prefeitura informou que havia pelo menos 100 sepulturas para desocupação. Segundo o diretor dos cemitérios, o Ministério Público Estadual barrou o projeto.

administrações municipais sem que nenhuma delas teve um interesse em resolver a situação. Hoje o município não tem como precisar a quantidade exata de sepulturas. Tem apenas uma vaga ideia através dos livros antigos. O diretor dos cemitérios, Ronie Romero, disse a reportagem do O Progresso, que não sabe precisar a quantidade de jazigos existentes nos cemitérios. Para isso teria que contar um por um, já que não existe um controle preciso. O controle que tinha foi “bagunçado” na administração anterior, segundo ele. Ronie informou que a prefeitura começou a digitalizar o controle dos livros antigos. “Agora que a gente está começando a digitalizar os livros, que ficaram bagunçados da administração anterior”, afirmou. Um grupo de estudo fez um le-

vantamento, de que na área de aproximadamente 10 hectares estariam enterrados entre 37 mil e 40 mil pessoas. Normalmente é essa a informação que é repassada para o público em geral e imprensa. Em Dia de Finados, esse é o número de visitantes esperado pelas autoridades municipais nos dois cemitérios. Superlotado Mesmo não tendo um controle, a prefeitura afirma que os cemitérios estão superlotados, e que não há espaço para novas sepulturas, ou seja, quem quiser comprar um espaço para construir um jazigo, já não há como. É permitido apenas sepultamentos em jazigos que já existem. Com a chegada da Pandemia do Coronavírus, a prefeitura anunciou que pretendia exumar ossadas de

Superlotação e abandono A superlotação e abandono é um problema crônico dos cemitérios públicos de Dourados. Tirando a falta de manutenção e roçadas do mato na maior parte do ano, de responsabilidade da prefeitura, um dos maiores problemas, é o abandono das sepulturas por parte de familiares, muitas estão em ruínas, completamente deterioradas. A Lei 1.067 de 28 de dezembro de 1979, regulamentada em 1984, permite a exumação das ossadas dos túmulos que estão em ruínas e abandonados. Pelo menos 90% desta situação se encontra no cemitério Santo Antônio de Pádua, o mais antigo da cidade e onde está boa parte das famílias pioneiras. Amparada nesta lei, a prefeitura começou em 2002 um trabalho de exumação a fim de abrir novas vagas. Em 2003, a administração da época retirou 1.400 ossadas de corpos sepultados entre 1990 a 1997 e que cujas covas estavam irregulares. Desde essa época, os cemitérios, já sofrem a superlotação.


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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Ausência do ritual de despedida na pandemia afeta o luto Em entrevista, psicóloga avalia impactos negativos da pandemia nas mudanças de velórios e enterros PEXELS

Gracindo Ramos Especial para O Progresso Muitas pessoas não têm conseguido se despedir dos seus entes queridos devido aos protocolos dos velórios e enterros durante a pandemia. E aqueles familiares e amigos que moram em outras cidades e estados não conseguem chegar a tempo para o ritual de despedida. Para Ticiana Araujo da Silva, “isso é algo que, com certeza, vai fazer alguma diferença dentro desse processo de enlutamento”. A professora universitária psicanalista e doutora em psicologia explica que esse ritual de passagem é um marco e importante enquanto processo civilizatório, assim como o nascimento e o casamento. Esses marcos simbólicos ajudam na compreensão e na forma como lidamos com esses acontecimentos. “Como o ritual nos ajuda a compreender o processo e, de certa forma, aceitá-los, a ausência desses rituais pode ser negativa. Porque é como se a gente não tivesse se despedido daquela pessoa, não pudesse ter dito adeus e isso pode vir a ter um impacto negativo”, diz.

“É como se a gente não tivesse se despedido daquela pessoa, não pudesse ter dito adeus e isso pode vir a ter um impacto negativo” “Como o ritual nos ajuda a compreender o processo e, de certa forma, aceitá-los, a ausência desses rituais pode ser negativa” “Eu acho que o mais difícil nesse processo de elaboração de luto é a impossibilidade da despedida. A maioria das pessoas que morrem, morrem sozinhas, isoladas. E até o processo de despedida dessas pessoas é impactada, porque não há possibilidade de um velório nos moldes que nós fazíamos anteriormente e não há a despedida dos familiares e isso é uma questão profundamente complicada e sensível”, avalia. Lidar com a perda ainda é desafio para nós. A psicóloga lembra que, enquanto seres humanos, temos uma dificuldade de lidar com a morte, porque a morte é a única experiência em que não há significação. “Para a humanidade, essa questão da morte é um tabu, porque a gente não sabe lidar, a gente não sabe o que é esse processo de morrer. E essa questão, agora, dessas perdas de vida e perdas de vidas em grande escala que a pandemia trouxe, ela tem sim uma complexidade maior do que tínhamos anteriormente”, complementa. Segundo a psicanalista, o processo de luto que vivenciamos é poder lembrar do ente querido e intensificar essas lembranças. Depois, o

“Se não for possível ir aos cemitérios, que nós possamos tirar um tempo dentro das nossas casas e nos conectarmos com essas pessoas e com essas histórias” Ticiana Araujo da Silva (Psicóloga) processo passa pelo que é chamado de atravessamento, quando conseguimos internalizar essas pessoas e continuarmos as nossas vidas. “Com essa questão de isolamento, nós tivemos que nos distanciar e isso provocou um sofrimento muito grande, para além do que a gente não podia ter contato com elas em muitos dos casos, principalmente em relação aos idosos, dos mais vulneráveis, que nós tivemos que manter esse distanciamento. A perda dessas pessoas vai gerar um conflito maior, porque a gente não teve essa possibilidade anterior de interação. Então, eu acredito que isso também vai se agravar”, afirma Araujo. Ticiana ressalta que a situação que estamos vivendo é inédita e não se sabe exatamente quais serão as consequências futuras dessas vivências que estamos tendo. “Mas acredito que esses impactos serão mais no sentido negativo. Nós vamos aprender algumas coisas positivas também com a pandemia. Mas, por enquanto, o que nós estamos vendo é, enfim, uma dificuldade em todos os âmbitos”, pontua. A docente também reflete sobre outros aspectos da pandemia, como a “dificuldade da população em relação a ao acesso à saúde, principalmente as mais impactadas socialmente, pessoas morrendo por falta de cuidado, a nossa saúde pública bastante fragilizada, a situação econômica se agravando e também a perda de pessoas queridas. Acho que todo esse conjunto de situações vão impactar de forma muito radical”, considera.

Despedidas ajudam a compreender a perda e lidar com a situação Saiba mais

Dia de Finados “O 2 de novembro é um ritual, onde a gente homenageia os nossos mortos, onde a gente está numa conexão maior com eles, com essas lembranças que nós temos deles, daquele tempo, daquele momento em que nós conseguimos compartilhar a nossa vida. Então, como todo ritual, ele é importante para a compreensão dessa situação e também no sentido da valorização daqueles que se foram. Poder fazer esse ritual e se conectar com essas lembranças, com essas histórias que a gente viveu com aqueles que nos deixaram é muito importante. Então, se não for possível que nós façamos uma visita até onde está o corpo do ente querido - diante desse distanciamento e do isolamento - que nós possamos, em algum momento, dentro das nossas casas, dentro de nossos lares, nos conectarmos com essas pessoas, com essas histórias, e tirar um tempo para que a gente possa então fazer essa conexão. Talvez isso ajude a acalentar os nossos corações e poder pensar então que nós conseguimos viver. Que isso possa nos fortalecer e nos fazer seguir em frente. Se nós estamos vivos, nós temos que enfrentar as dificuldades do dia a dia. E essas dificuldades, com certeza, se tornaram mais agravadas diante dessa pandemia. Então nós temos que ter muita força, muita coragem, para conseguirmos atravessar esse período, avançar, mas, sem dúvida, isso vai nos deixar uma marca na nossa história de vida, isso vai deixar também uma marca na história da humanidade”.


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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

Dia a Dia

Sequelas da Covid: “Minha depressão foi potencializada”, diz sobrevivente A cabeleireira Edimara Santos Minella , contraiu a doença em julho ao mesmo tempo com o pai, de 80 anos e o marido, 56. Ela diz que até hoje tem sequelas da Covid-19 e alerta as pessoas para se cuidarem DIVULGAÇÃO

Marli Lange Especial para O Progresso “Só quem contraiu Covid-19 entende o drama. Não desejo isso para ninguém; quem sai dessa doença em estágio avançado é um sobrevivente”, é o que alerta a cabeleireira douradense Edimara Santos Minella, 47 anos. Em julho ela contraiu a Covid-19 e ficou internada cerca de dez dias. Ela conta que a doença potencializou a depressão que já vinha tratando há anos. “Em certos momentos tinha certeza que iria morrer; não tinha vontade de viver”, relembra. Ela conta que precisou fazer quatro exames para confirmar que havia contraído a Covid-19 e que só foi internada porque estava com muita falta de ar, tosse intermitente, febre muito alta e pulmão comprometido. Edimara relata que os primeiros sintomas foram uma leve dor nas pernas, dor de cabeça e febre baixa. Ela achou que fosse uma “gripizinha” e tomou um Dipirona. Só que não. No outro dia o quadro dela se agravou. Com febre alta, falta de ar e uma tosse insistente, correu para o médico. O primeiro exame não constatou a Covid-19 e Edimara foi medicada e dispensada para se tratar em casa. Como o quadro não melhorou, ela voltou fez o segundo teste e novamente deu negativo. Fez o terceiro e deu parecido. Nesta altura, Edimara já estava muito mal. Mesmo sem resultado positivo para Covid-19, a cabeleira foi internada. Havia uma desconfiança forte por parte dela e do médico de que realmente seria a Covid-19 porque a cabeleireira teve contato dias atrás com uma mulher contaminada e que inclusive, dias depois, veio a óbito. “Ninguém sabia que a mulher estava doente, só depois que fiz a unha dela que descobrimos. Ela foi internada e morreu, inclusive contaminou vários membros da família dela. Um cunhada dela também morreu”, disse a cabeleireira.

Edmara e seu pai, Luiz Pereira, contraíram a Covid-19 no mesmo período Com isso, Edmara fez uma tomografia e constatou que o pulmão estava bastante comprometido, tomado por manchas escuras. Foi internada imediatamente e começou um tratamento pesado para reverter o quadro. Apenas no quarto exame, depois que a doença já tinha se estabilizado, é que foi confirmado o diagnóstico para Covid-19. Ela conta que passou por momentos em que realmente achou iria morrer por causa da sufocação por falta de ar, falta de apetite, e foi quando o organismo começou a ficar debilitado. Não sentia paladar, não sentia cheiro e começou a se entregar à doença. Edimara já fazia tratamento para depressão e

há anos toma remédio controlado. “Não sentia ânimo para nada, fiquei sem tomar banho, sem vontade de comer. Pensava que não fazia sentido se alimentar se iria morrer”, relembra. Pai e marido Neste período em que esteve internada na Cassems, seu pai, Luiz Pereira dos Santos, de 80 anos, pré-diabético, também contraiu a Covid-19. A exemplo da filha, teve os mesmos sintomas e a doença não foi diagnosticada no primeiro teste. O idoso só foi internado porque o médico achou que poderia ser pneumonia, já que com a tomografia constatou que o pulmão estava

comprometido. Por causa da idade, ficou na UTI. Depois de dias é que Covid-19 foi diagnosticada. “Por causa da tosse, meu pai teve que tomar xarope e isso alterou o quadro pré-diabético e como eu, também entrou num quadro depressivo”, conta a cabeleireira. Depois de alguns dias na UTI, o pai de Edimara foi encaminhado para o quarto, onde ficou com a filha se recuperando. “Eu como já estava estabilizada da doença ajudava cuidar do meu pai durante os dias de internação”, comenta. Pai e filha ficaram internados cerca de dez dias e conseguiram superar a doença. Apesar de ter se curado da Covid-19, passados três meses, aproximadamente, Edimara ainda diz que ficou com sequelas, pois ainda não sente o paladar; algumas vezes sente ainda muito desânimo e mal estar. Ela ainda toma remédio para depressão, e diz que não pode parar por enquanto. “Acredito que a Covid potencializou os problemas que já tinha, agora só com tratamentos e, dar tempo ao tempo”, avalia. Edimara explica que o marido, o jornalista Ricardo Minella, 56, também contraiu a Covid-19 na mesma época, mas no caso dele, a doença foi bem leve, apesar de ter um histórico de problemas cardíacos. “Teve um quadro de diarreia, perdeu um pouco o paladar e atacou a labirintite”, disse a mulher. Ela acredita que, apesar de se alimentar bem e de forma correta, estava com a imunidade baixa e por isso, o quadro se agravou. O pai dela, depois que saiu do hospital, se recuperou muito bem, apesar da idade. “Ao contrário de mim, meu pai não ficou com sequelas”, disse Edimara. “O que preocupa é que muitas pessoas não ligam e acham que nunca vão pegar a doença. Tem que se cuidar e orar a Deus que isso nunca aconteça porque, se a doença agravar, muitos não aguentam e morrem porque além dos sintomas da Covid, potencializa outros problemas que já carregam”, alerta Edimara.


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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

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Vagas para o fim de ano são oportunidades para temporários Melhor adaptação ao ‘novo normal’ é diferencial para temporários que querem ser contratados Com a proximidade do fim de ano, é aguardada uma reação de setores do varejo que atuam com ofertas de produtos e serviço para o Natal e Ano Novo. Ainda que a perspectiva seja de menos contratações de temporários em relação ao ano passado no comércio, é aguardada a abertura de vagas como uma ótima oportunidade para os profissionais mostrarem seu diferencial no momento de pleitear a efetivação. De acordo com dados divulgados pela Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário), a contratação aumentou 42% em setembro deste ano, no comparativo com o mesmo mês de 2019, especialmente fomentada por setores da indústria que precisaram fazer a substituição provisória de colaboradores pertencentes a grupos de risco ou afastados, devido à pandemia de Covid-19. Para este último trimestre deste ano, a previsão é de que 400 mil pessoas sejam admitidas temporariamente no país. Em outubro, estimuladas pelo setor industrial e em novembro e dezembro, pela esperada reação do comércio. A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), anunciou que o setor vai contratar 70,7 mil trabalhadores para atender o aumento sazonal de vendas. O volume é 19,7% menor do que no ano passado. Na capital, o SECCG (Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande) estima que até dezembro sejam admitidos temporariamente entre 1,7 mil e 2,4 mil comerciários. Seja na indústria ou no comércio, em vagas temporárias ou definitivas, o mercado de trabalho está passando por transformações durante a pandemia e isso impacta na geração de oportunidades. “A gente teve que se adaptar a uma nova re-

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A contratação temporária aumentou 42% em setembro deste ano, no comparativo com o mesmo mês de 2019 alidade. O mercado já sinaliza que algumas posições não existem mais, outras surgiram e algumas tiveram a demanda superaquecida, como é o caso das atividades e posições na área de tecnologia, sistemas, inteligência artificial, que se tornaram ainda mais significativas nessa jornada”, acredita psicóloga especialista em gestão e desenvolvimento de pessoas, que atua na área de atração de talentos e liderança, Lisandra Kusunóki Ferachin. Nesse novo contexto, as habilidades comportamentais estão ainda mais requisitadas pelas empresas e são diferenciais para quem quer ter um bom desempenho para efetivação. “Esse novo momento exige que pessoas tenham cada vez mais capacidade criativa, de inovação, de buscar novas soluções, encantar,

“O mercado já sinaliza que algumas posições não existem mais, outras surgiram e algumas tiveram a demanda superaquecida” Lisandra Kusunóki Ferachin (Psicóloga)

atender o cliente de forma diferenciada, de proporcionar ao cliente uma ação que realmente entenda sua necessidade, além de comunicações mais claras e objetivas”, explica Lisandra. Ela recomenda ainda aos que buscam vagas de temporários, que comecem a mostrar seus diferenciais desde a elaboração do Curriculum. Entre as principais dicas estão manter os dados de contato atualizados e adaptar as descrições de objetivos à empresa que vai receber o documento, para chamar atenção do recrutador. Além disso, é importante incluir os resultados alcançados nas empresas anteriores, projetos desenvolvidos, soluções que ajudou a conquistar, para mostrar como você pode agregar valor àquele contratante.


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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

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MP pede retirada de propaganda política ilegal das redes sociais Posts pagos não continham descrição de “Propaganda Eleitoral”. Ao todo, Mato Grosso do Sul tem mais de 300 denúncias de crime eleitorais Valéria Araújo O Ministério Público Eleitoral pediu a remoção de propagandas eleitorais irregulares das redes sociais, em Dourados. O promotor de Justiça eleitoral João Linhares Júnior deu o prazo de 48 horas para que candidatos retirem ou regularizem posts pagos que não estão de acordo com as regras eleitorais.Três deles foram notificados porque fizeram impulsionamento de conteúdos na rede social “Facebook”, sem a identificação indispensável da expressão “Propaganda Eleitoral” e o número do CNPJ nas publicações, conforme prevê a Legislação. Os candidatos flagrados terão ainda que comprovar a retirada do material ou a regularização. O advogado douradense Marcelo Cândido explica que de acordo com a Legislação, todo impulsionamento deverá conter, de forma clara e legível, o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável, além da expressão “Propaganda Eleitoral”. As multas para quem descumpre essas regras pode chegar vão de R$ 5 mil a R$ 30 mil dependendo da gravidade. “Muitos candidatos estão fazendo posts pagos violando as regras eleitorais. Uma coisa é atender aos requisitos do Facebook para anunciar, que geralmente vão da verificação e identificação do perfil que vai fazer posts pagos, bem como a criação de rótulos eleitorais que identificam os responsáveis pela conta. Outra coisa é cumprir as regras da legislação eleitoral. O objetivo é garantir que os eleitores, usuários dessas plataformas digitais, tenham certeza de que o anuncio que estão vendo trata-se de uma propaganda eleitoral, bem como possam identificar seus responsáveis”, ressalta, observando que a regulamentação está disponível na Resolução nº 23.610, de 18 de dezembro de 2019 do Tribunal Superior Eleitoral. 300 denúncias O Tribunal Regional Eleitoral já recebeu mais de 300 denúncias de pro-

Promotor deu o prazo de 48 horas para que candidatos retirem ou regularizem posts pagos paganda eleitoral irregular em Mato Grosso do Sul desde o início da campanha. Em Dourados a promotoria eleitoral da 43ª Zona eleitoral já registrou pelo menos 25 casos, que estão sendo apurados. De acordo com o promotor de Justiça João Linhares Júnior, a maioria dos registros está relacionada a utilização ilegal das redes sociais e outdoors. Na última semana a promotoria também pediu a retirada de propaganda irregular que estava na calçada. A violação dessas regras pode gerar multa e detenção do acusado. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, são vedadas quaisquer formas de propaganda eleitoral em vias, locais ou edifícios públicos, ou em locais abertos ao público, ainda que de propriedade privada, como cinemas, lojas, clubes, templos, centros comerciais, ginásios e estádios. Não é permitida a publicidade dos candidatos em outdoors ou em muros, ainda que em pichações. Apenas as sedes dos partidos políticos ou os comitês de campanha poderão pintar as suas fachadas com as cores ou os dizeres da campanha. Internet Os candidatos podem fazer propaganda eleitoral na internet em sites e páginas nas redes sociais que sejam próprios do partido político ou da

coligação, ou por meio do envio de e-mails ou mensagens instantâneas. Mas há regras a serem observadas para que não se cometam abusos. Uma delas, por exemplo, estabelece que apenas candidatos, partidos ou coligações podem impulsionar publicações em redes sociais, ou seja: pagar para que a sua disseminação naquela rede seja mais ampla. Outra determina que os anúncios pagos na internet, o uso de telemarketing e o envio em massa de mensagens instantâneas (como no aplicativo WhatsApp) são proibidos. Os eleitores que desejarem receber informações da campanha em seus endereços de e-mail ou aplicativos de mensagens instantâneas deverão, voluntariamente, cadastrar seus números de telefone ou endereços eletrônicos. Já as mensagens enviadas sempre deverão conter mecanismos para que o eleitor possa se descadastrar a qualquer momento e, assim, parar de receber mais conteúdo. Os demais eleitores, por sua vez, podem compartilhar em suas redes o seu posicionamento político e o seu apoio ao candidato de preferência, mas não podem pagar pela divulgação dessa publicação. Isso não abrange, no entanto, páginas de empresas ou instituições, que são proibidas de divulgar conteúdo de propaganda eleitoral.

“Muitos candidatos estão fazendo posts pagos violando as regras eleitorais” Marcelo Cândido (Advogado douradense)

“A maioria das denunciaos está relacionada a utilização ilegal das redes sociais e outdoors. Na última semana a promotoria também pediu a retirada de propaganda irregular que estava na calçada. A violação dessas regras pode gerar multa e detenção do acusado” João Linhares Júnior (Promotor de Justiça)


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Sapateiros e marceneiros sobrevivem à tecnologia e ganham espaço na pandemia Aos poucos, essas atividades voltam a ter força e já são consideradas como profissões “do futuro” FOTOS: DIVULGAÇÃO

Luiz Guilherme Especial para O PROGRESSO Com o surgimento e crescimento exponencial da internet algumas profissões literalmente acabaram ou, se adaptaram aos avanços tecnológicos, acompanharam tendências de mercado superando os períodos de crise. Entram nesta lista atividades como alfaiates, amoladores de faca, caligrafistas, barbeiros, costureiras e seleiros. No entanto, o bom profissional acaba sendo se sobressaindo de acordo com a qualidade do serviço prestado e claro, do atendimento. Entre as profissões que podem ser consideradas ‘tradicionais’ estão os sapateiros e marceneiros, afinal, quem nunca precisou consertar um sapato, bolsa, ou necessitou de um reparo no armário, em uma mesa? Aliando tecnologia e conhecimento, essas duas atividades estão, aos poucos, retornando e se tornando ‘profissões do futuro’. Ao O PROGRESSO, Luciano Almeida conta que já viveu dias melhores como sapateiro. Apesar de pequeno, o douradense viu a cultura do descarte crescer ano após ano. “Quando comecei, há mais de 30 anos, era comum ser procurado para concertar sapatos, tênis, até bolsas, mas hoje parece que as pessoas preferem comprar, do que trazer para arrumar. Há alguns clientes fiéis que ainda me procuram, porém em vista do que era antes, quando comecei, não é mais”, comenta. Por outro lado, a pandemia da Covid-19 fez muita gente repensar o orçamento domiciliar, e economia doméstica e não descartar mais aquele chinelo com o solado descolado. Já era tendência, no entanto, foi acelerada neste ano de crise sanitária global. “Apesar do movimento, do serviço não ser o mesmo de quando iniciei, muitos clientes passaram a dar mais vida para a bolsa, ao sapato nesses meses de pandemia, e acredito nessa era de reaproveitamento, o que pode render mais alguns anos de trabalho”, enfatiza Luciano. Situação semelhante em relação à marcenaria. Reutilizar um móvel, dar outra funcionalidade àquela estante, são hábitos já adotados por alguns cidadãos em todo o Mundo, no entanto, foi agora na pandemia, como já mencionado, que isso cresceu ainda mais. Afinal, com orçamento menor e o movimento ‘fique em casa’, o jeito foi se readaptar. “Nesses pouco mais de sete meses se tornou praticamente normal eu ser chamado para reparar algum móvel, fazer pequenas manutenções, ou até mesmo receber clientes aqui com essa demanda. Penso que a marcenaria está entre as profissões que continuarão ativas no mercado”, afirmou Nelson Souza dos Santos que também começou há aproximadamente 30 anos e viu as transformações provocadas pela tecnologia.

Marceneiros se adequam e acompanham mudanças na tecnologia Saiba mais

Desemprego O PROGRESSO apurou junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que o setor de serviços, que incluem sapateiros e marceneiros, apresentou saldo positivo nos primeiros oito meses de 2020. Até a produção desta reportagem, haviam sido criados 546 novos postos de trabalho no setor em Dourados. No Mato Grosso do Sul, serviços apresentou retração, com 449 postos de trabalho a menos, ou seja, de demitiu mais do que contratou. Cenário semelhante no Brasil, já que 489.195 postos de trabalho no segmento de serviços foram fechados entre janeiro e agosto.

Sapateiros ganham força na pandemia


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Treinador se orgulha em comandar escolinha que o preparou para a vida Associação de Pais e Atletas da Escolinha de Futsal atende aproximadamente 300 crianças Dourados aos poucos vai se tornando destaque no esporte e não apenas a nível estadual, como nacional. A Associação de Pais e Atletas da Escolinha de Futsal (Apaefs), que atende aproximadamente 300 alunos, disputa a Copa Brasil de Futsal e tem à frente dos times, o filho do fundador José Roberto Caixa, e da atual presidente, Santa dos Santos Camisa, o professor John Lenos Santos da Silva, de 31 anos. Em entrevista ao O PROGRESSO, John comentou sobre a satisfação em poder ser o treinador da escolinha de futsal que formou tantos jovens, inclusive ele. “Para mim, é um privilégio e felicidade muito grande, pois assim como meu pai, estou podendo deixar e construir um legado para crianças, jovens e adolescentes. Aliás, levar o nome de Dourados a nível de Brasil, assim como o da escolinha, é motivo de orgulho”, disse. Jonh começou ainda pequeno, mas logo despontou e percorreu as quadras de Dracena, no interior de São Paulo, jogando no Dracena Futsal, integrou a

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John comentou sobre a satisfação em poder ser o treinador da escolinha equipe de Ferraz, Itapeva e Bauru, sendo o último time paulista dele. “Bauru foi o último time que eu atuei em São Paulo, depois retornei para Dourados já como treinador da Apaefs, sendo responsável pelas categorias de base do sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20. São muitos desafios e dificuldades enfrentadas e superadas, porém todas valeram e valem a pena”, pontuou. Atualmente, a Associação de Pais e Atletas da Escolinha de Futsal é tri-

campeã estadual, trazendo o título da Copa do Brasil para casa nos anos de 2017, 2018 e 2019. “Fomos a campo e conseguimos trazer, por três anos consecutivos, o título da competição para Dourados. Isso mostra que apesar das dificuldades, estamos no caminho certo. Infelizmente o nosso principal desafio é o financeiro, pois falta incentivo, falta gente que possa acreditar no projeto do futsal que transforma a vida de muitas crianças, jovens, adolescen-

tes e adultos. Por outro lado, temos o apoio dos pais que é fundamental para levarmos a Associação adiante, são peças importantíssimas”, afirmou o treinador John. A reportagem também conversou com a presidente da Apaefs, e segundo Santa, objetivo agora é conseguir uma sede. “Nós estávamos conseguindo um terreno, porém, por alguns problemas, o processo acabou estabilizando. No entanto, não deixamos de atender nossos alunos. Antes da pandemia, os treinos aconteciam na Escola Municipal Professor Manoel Santiago de Oliveira, no Ceper do Segundo Plano, e quando possível, no Ginásio Municipal e ainda, no Campinho Aroeira”, informou. Devido a pandemia da Covid-19, os treinos das categorias de base, inclusive de crianças a partir dos quatro anos, acontecem de forma remota, isto é, totalmente online. Apenas o time adulto tem se encontrado para treinar de forma presencial, mas seguindo todos os protocolos de biossegurança.


O PROGRESSO

Dourados, 31.10.2020

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Escola de engenheiros da Aeronáutica

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Dobra da barra do tecido de calças

Orã Figueiredo, ator brasileiro Região da Bruxa Má, de Oz (Lit.) Rosa fétida

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Procuro vaga para trabalhar em sítio, chácara ou fazenda (para casal). Com experiência em gado e lavoura e referência. Fone: 99189-6595 ou 998382819-Falar com José

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Atendente de restaurante e serviços gerais - Aline Almeida - 99664-2094

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Procuro vaga de cuidadora de idoso, possuo experiência e referência. Disponibilidade de morar no local. 99883-2223 - Laurita

AUXILIAR DE COZINHA

Ou auxiliar de limpeza na diária. Preferência de segunda a sábado. 99676-2522 - Alessandra

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Possuo experiência e referência, tenho 22 anos e moro no Jardim Cristais. Fone: 99913-0396, Leticia

Descolamento de (?), grave problema ocular Barco de festas milionárias (?) ao vinho, sobremesa gaúcha (?) MCs: grupo de rap, compôs "Homem na Estrada", inspirada em CD de Tim Maia

BANCO

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Bruxas “estacionam” vassouras e se reinventam na internet PÁG. 2

A essência do ser; A Pandemia em verso e prosa PÁG. 3

CADERNO B Dourados 31.10.2020 O PROGRESSO

ARQUIVO PESSOAL

Artista se sente censurada e empresárias decidiram não apagar a arte da vulva pintada na parede

GRAFITE EM FACHADA

de sex shop gera polêmica em Dourados Gracindo Ramos Especial para O PROGRESSO O grafite de uma vagina na fachada de uma sex shop em Dourados (MS) repercutiu não só entre clientes e populares, mas teria virado alvo de autoridades da cidade. As donas da loja, as empresárias Tais Lima e Ana Paula Salem, relataram ao O PROGRESSO que a polícia entrou em contato e esteve no estabelecimento orientando sobre uma possível instauração de um procedimento por parte do Ministério Público, que poderia ser na esfera cível ou até mesmo criminal. Elas contam que foram orientadas a apagar a pintura. “Não esperávamos por isso. Tivemos muito cuidado ao colocar um desenho didático e ficamos mais surpresas ainda quando fomos informadas que o BO seria enquadrado na área criminal como “ato obsceno”. Cansamos de ver sex shops colocando em suas fachadas mulheres seminuas, objetificadas, mas quando o mesmo segmento co-

loca um desenho educativo é ofensivo”, afirma Tais. As empresárias contrataram a artista Gislene Brandão para fazer o trabalho visual da loja. A artista urbana trabalha com grafite há muitos anos. “O grafite é o mais legal, porque você faz na rua. A sua arte interage muito mais com as pessoas. Para mim, foi uma surpresa. Mas, agora existe ditadura no país, novamente?”, questiona. E completa: - “Eu não sabia que uma obra de arte, um grafite e uma forma de o artista se expressar tinha censura agora no Brasil. Na verdade, minha obra não foi para isso, para ser censurada. Foi uma forma de colocar naquela imagem o empoderamento feminino. Uma forma de mostrar sobre o tabu da sexualidade feminina, que a mulher não pode isso, não pode aquilo, mas a mulher pode estar nas bancas de revista, nuas e pode ter sexo explícito nas revistas”, argumenta a artista. “Tiram a arte de contexto, simplificam ela e tomam um distanciamento reflexivo para não promover

um entendimento e reflexão do que realmente a obra quer representar, para que assim ela seja marginalizada, por ir contra o pensamento padrão deles. Quem defende esse tipo de censura não entende o papel da arte e do artista na história”, conclui Brandão. Apesar do caso poder ir adiante, as donas da loja disseram que não vão apagar o grafite. No início, elas cogitaram cobrir a imagem, que possui rosas e mostra uma vulva com bíceps demonstrando força, dizendo “o prazer é todo ‘eu’”. “A gente acabou resolvendo manter e, se a gente tiver que arcar com as consequências, a gente pretende arcar”, afirmou Thais Lima. “Nós também nos sentimos censuradas. Nós vemos isso de maneira extremamente injusta. Como a maioria das mulheres, sofremos muito com essa negligência, com a falta de informação em todos os sentidos. Trabalhamos com produtos eróticos há mais de 7 anos. Sofremos com muitos relacionamentos abusivos, abusos

sexuais infantis, assédios. Com essa imagem, gostaríamos de, realmente, levar a informação e mostrar o quanto ela pode beneficiar nossa sociedade”, complementa. “Achei que muitas mulheres estariam se sentindo representadas. Não achei, de forma alguma, que estaria sendo desrespeitosa e ofensiva” diz a artista plástica Gislene. Ela, que assim como muitos profissionais da cultura tiveram muitas dificuldades com a pandemia, vê sinais de melhoras para a carreira profissional. “No começo, foi muito difícil, pois tive vários trabalhos cancelados. Mas agora parece que as pessoas estão se acostumando com o novo modo de vida e começaram a surgir novos trabalhos. Eu tenho saído somente para trabalhar e procuro tomar todos os cuidados com uso de máscara o tempo todo que estou no trabalho”, conclui. O PROGRESSO entrou em contato com a Polícia Civil de Dourados, que não quis comentar o caso.


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Caderno B

Bruxas “estacionam” vassouras

E SE REINVENTAM NA INTERNET Entre incensos, mandalas e mantras Paula se encontrou e agora ajuda pessoas que buscam seguir o mesmo caminho

Lilian Rech Especial para O PROGRESSO Definitivamente aquelas bruxas que estávamos acostumados a ver em filmes e até mesmo desenhos animados, vestidas de preto, com chapéu na cabeça e verruga na ponta do nariz, que usavam como meio de transporte uma vassoura de piaçava, ficaram apenas no reino encantado das histórias infantis. Hoje elas se vestem de forma alternativa, são modernas e usam e abusam da tecnologia. Com as mais variadas formações, elas atuam em diferentes áreas do mercado de trabalho, mas não deixam de lado a magia. Esse é o caso da artista plástica carioca, Paula Caldas, de 40 anos. Depois de passar por alguns problemas de saúde ela encontrou nas terapias naturais uma forma de amenizar as crises de ansiedade e a bruxaria, segundo ela, surgiu em um momento em que começou a se redescobrir como mulher. “Minha irmã mais velha é sacerdotisa Wicca então eu sempre tive noção deste universo mas não muito contato (...) passei por várias religiosidades que nunca me deram resposta para o que eu procurava, para minha angústia e por isso comecei a estudar conceitos de terapias naturais, aliado ao meu tratamento médico e a bruxaria natural acabou acontecendo na minha vida, foi quando eu entendi que nasci com alguns dons e agora consigo através da natureza me conectar comigo e entender quem sou (...) quanto mais você se conhece, mais você evolui”, afirma Caldas. A artista plástica, que é estudiosa do gnosticismo, tem um ateliê e confecciona cordões para uso com óleos essenciais, que fazem parte da bruxaria natural. Na aromaterapia, as essências são utilizadas para os mais diversos fins. A canela por exemplo serve como estimulante, além de ser afrodisíaca; o alecrim aumenta o humor e traz energias positivas; a lavanda melhora o sistema imunológico; já a essências de camomila é ótima para acalmar os nervos e as tensões do dia a dia. Além disso, Caldas também produz mandalas, artesanalmente. Neste caso, as vibrações são utilizadas para reestruturação do ambiente onde elas são colocadas. “Se a pessoa quiser comprar apenas como um enfeite ela tem essa opção, mas meu produto vai muito além disso, é energia, equilíbrio, boas vibrações, é amor”, finaliza Caldas. E a busca pelo equilíbrio e paz interior relatada pela Paula é também o intuito de milhares de outras pessoas que ainda não se ‘acharam’. As dicas de que caminho seguir para encontrar esse equilíbrio muitas vezes pode estar em uma mesa posta

com cartas de baralho cigano. De família tradicional cigana, a terapeuta ocupacional Marianna Camartte, de 23 anos, desde os 8 quando aprendeu com a mentoria da tia a e da avó, lê cartas para a família e há oito anos atende o público. Agora com a pandemia, os atendimentos mudaram de presenciais para online e o que mudou também foram os pedidos para Marianna. “Antes desse período os pedidos de jogos era para ver como estava o amor, trabalho e hoje em dia os casos são de pessoas que estão completamente perdidas e sem esperança ou perspectivas (...) elas não sabem para onde ir ou o que fazer da vida e grande parte com desgaste energético, problemas de ordem psicológica”, afirma Camartte. Ainda de acordo com a cartomante, boa parte dos atendimentos são feitos para mulheres entre 25 e 35 anos, já com famílias formadas. Na sessão o jogo é aberto onde são visualizados todos os campos da vida da pessoa, orientações e previsões para a vida e depois os aconselhamentos. “Meu maior propósito enquanto cartomante não é guiar somente a previsão mas principalmente fazer com que a pessoa possa reavaliar suas condutas, escolhas, caminhos e pensamentos, assim contribuindo diretamente para a saúde mental e eliminando a autossabotagem (...) quando você vê sua vida ‘de fora’ é melhor para racionalizar (...) é como dizem: para organizar uma caixa bagunçada precisamos tirar tudo de dentro antes e é basicamente esse um dos papéis do baralho cigano”, conclui Camartte que finaliza ensinando um banho para diminuir a angústia e ajudar a equilibrar a mente.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Hoje as bruxas são modernas e usam e abusam da tecnologia

SERVIÇO

As entrevistadas podem ser encontradas nas midias sociais como @paulacaldas e @maricamartte

BANHO DO EQUILÍBRIO INGREDIENTES: 1 punhado de carqueja 5 galhinhos de alecrim 1 punhado de açúcar 1 a 2 litros de água MODO DE PREPARO É só ferver a água, colocar em uma bacia junto com as ervas e abafar com um pano. Assim que amornar, basta jogar do pescoço para baixo mentalizando a angústia indo embora pelo ralo e a paz chegando. Logo que terminar, acenda uma vela branca pequena para seu anjo da guarda pedindo equilíbrio, sabedoria, tranquilidade, depois vestir uma roupa branca. É importante não ingerir álcool nesse dia.

Boa parte dos atendimentos são feitos para mulheres entre 25 e 35 anos


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Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

Caderno B

A ESSÊNCIA DO SER

A Pandemia em verso e prosa

Como artistas, buscamos dividir com os outros nossa forma de ver e de interagir com o mundo APRESENTAÇÃO “Que situação, esta, que nos encontramos.. Todos, estamos tentando nos salvar. Sob o mesmo azul Que nos acolhe, igualmente, Desde o nascimento a A fúnebre despedida. Ninguém entende que O que sustenta um, Sustenta o outro. Somos folhas da mesma árvore!” (Delasnieve Daspet)

Delasnieve Miranda Daspet de Souza* Este livro surgiu da necessidade de falarmos, de esgotarmos o medo, a apreensão, que todos sentimos frente ao caos que se instalou na humanidade. Como artistas, buscamos dividir com os outros nossa forma de ver e de interagir com o mundo. Nossos trabalhos são recortes de várias realidades que percebemos ou criamos. Eles são essa ponte que pretende pontuar questões e tocar alguns pontos de conflitos que existem em várias esferas. Dizer sobre cor, superfícies, memória, alimentação, natureza, tempo, modos de perceber etc. nos campos político, ético e poético. Principalmente no politico. Precisávamos falar do corona vírus. Esgotar o tema. Expurgar o medo. Convidei escritores e poetas, membros da Associação Internacional de Poetas e da Academia Feminina de Letras e Artes de Mato Grosso do Sul. Em poesia e prosa falamos da pandemia e da situação que acarreta a todos nos a situação presente. Cada poeta, cada escritor, a sua maneira, comenta seu sentimento e a sua visão. Os trabalhos apresentados retratam o momento. Potencializando a situação, que não é efêmera, tendo como pano de fundo o nosso paÍs. Apresentamos a nossa ótica e levamos a outros espaços e tempos, permitindo a sua ressignificação. Se não podemos sair de casa, porque vou comprar calçados e roupas novas, e, assim, em várias coisas. Houve um recuo nas industrias de moda, passou-se a olhar com mais interesse as customizações. Ou o estilo faça você mesmo. Na minha ótica abriu-se uma porta para uma nova era. A era digital, a robótica, nanotecnologia, veio para ficar. Marchamos para um mundo de máquinas. De inteligência própria. Eis o admirável mundo novo! A epidemia nos trouxe um festival de incertezas. Não temos certeza de nada. É uma doença fabricada? Irá regredir? Permanecerá endêmico? O confinamento resolveu alguma coisa? Pelo que se vê pelo mundo, não resolveu nada.

Os impedimentos, as restrições os racionamentos que sofremos induz a algo mais sério? Se sim, o que se espera dos gestores políticos? Não sabemos quais serão as consequências políticas, econômicas, nacionais e planetárias das restrições trazidas pelos confinamentos. Não sabemos se devemos esperar o pior, o melhor, OU uma mistura dos dois: estamos indo rumo a novas incertezas. Essa crise sanitária planetária é uma crise da complexidade? Como confrontar, selecionar, organizar adequadamente esses conhecimentos, conectando-os e integrando a incerteza. Para mim, isso revela mais uma vez a carência do modo de conhecimento que nos foi inoculado, que nos faz separar aquilo que é inseparável e reduzir a um único elemento aquilo que forma um todo ao mesmo tempo no e diverso. Com efeito, a revelação fulgurante das convulsões que sofremos é que tudo o que parecia separado está ligado, uma catástrofe sanitária em cadeia, ameaça a totalidade de tudo o que é humano.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Conceitos precisam ser revistos Na minha opinião, as carências no modo de pensar, combinadas com o domínio incontestável de uma sede frenética de lucro, são responsáveis por inúmeros desastres humanos, incluindo aqueles ocorridos desde fevereiro de 2020. O remédio poderá aparecer onde menos for esperado. Mas não - a toque de caixa. E são sobretudo pesquisadores independentes que estabeleceram desde o início da epidemia uma cooperação, que agora se alarga entre infectologistas e médicos do planeta. A ciência vive de comunicações, toda censura a bloqueia. Portanto, devemos ver as grandezas da ciência contemporânea ao mesmo tempo as suas fraquezas. Sem pressa. Na ciência tudo depende de pesquisas, análises, experimentos. Não existe vacina com a rapidez com que alguns políticos pretendem nos” carimbar”. Eu me recuso a servir de cobaia a quem quer que seja, É um prazer enorme poder compartilhar com todos, este livro, que foi organizado como um panorama da trajetória pandêmica. E, nos permite uma análise apaixonada, e, ao mesmo tempo, fria. Convidei amigos. De áreas de conhecimentos diferentes. Cada um com sua percepção a partir de sua formação e origem, trouxe um olhar diferenciado sobre a questão apresentada. Espero que apreciem. *Lawyer, Poet, Writer, Speaker, Ambassador of Peace, Peacemaker, Activist Peace and Culture of Peace, Human Rights, Environment, Social, Global Citizen - ID number 078 - (Brazil ) .

Advogada e embaixadora da Paz, Delasnieve Miranda Daspet de Souza


Dourados, 31.10.2020 O PROGRESSO

COLUNA DA ADILES GENTE QUE ACONTECE

Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

“As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar.”

Leonardo Da Vinci

O QUE É O AMOR Amor é renúncia, doação, é vida É desprendimento, é compreensão Nada pedindo, não estorquindo Apenas existindo mútua comunhão. O amor verdadeiro supera o vil instinto Sulima e enobrece os corações enamorados Elevando bem alto em idilio encantado Todos os que realmente sabem amar e ser amados.

Gisella e Mané Dourado

Elcio e Gorethy

Estela Marys

Amor é mais que uma simples atração É a perene e sincera expressão Que resiste às batalhas da paixão E que persiste aos naufrágios da ilusão. Amor é persistência, é consciência Amor é paz, faz bem à alma de quem ama Traz tranquilidade, refúgio e dignidade E acima de tudo: ele bem juntinho de Deus. Adiles do Amaral Torres

CASAMENTO CIVIL Evelyse Thiê Ishiy

Gedalva e Fernando Rocha

Genalva e Maurício

Estevão Minhos e Horacina

Fábio Germano

Sueli Torres, de Ponta Porã

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

ANIVERSARIANTES DA SEMANA

Davi Quadros e Renata Noriler casam-se no civil no próximo dia 7. A cerimônia será realizada entre familiares em sua residência. Parabéns ao casal.

ANIVERSÁRIO DE DOURADOS No dia 20 de dezembro, Dourados vai comemorar 85 anos. Vamos preparar uma edição especial bem caprichada. Esperamos que os empresários participem, pois nossa querida cidade merece!

FASES DA LUA Dia 8: Quarto minguante. Dia 15: Nova. Dia 22: Quarto crescente. Dia 30: Cheia.

BÁRBARA PALOMANES Terça-feira (3/11)

EDNO FERREIRA (EDINHO) Terça-feira (3/11)

EVÂNIA RIBEIRO Terça-feira (3/11)

DR. INDONÉSIO CALEGARI DR. JONAS R. MORENO, Procurador LUCIANA TABORDA Quarta-feira (4/11)

Quarta-feira (4/11)

Quinta-feira (5/11)

MARINISA MIZOGUCHI Quinta-feira (5/11)

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, Do dia 5/novembro - José Irdelez Dias; Lenira da Silva Barros; Marta Jeffedzardo; Isabel Cristaldo Prado; Wilson Ioris; Marcos Ricarte da Silva; João Ramos Martins; José Aparecido do Nascimento; Reginaldo Sabino; Maria Tereza Duarte; Lauren Emanuelly; Diego Antônio; Jordana Zachert Micheline; Bruna Gomes Pissini e Roberto Lopes. Do dia 6/novembro - José Aparecido do Nascimento; Pedro Miguel Lopes Brum Oliveira; Alcino Melgarejo Rodrigues; Custódio Cavaleiro Alvares; Marcia Debora Garcia de Almeida; Severino Lucena de Vasconcelos; Jorge Cesar S. Moreira; Antonio Vemiguera; Heloá Ribeiro Prado; Ailton Belarmino Neves; Gabriela Santos de Souza; Leda Borges Lange; Madalena Agudo Coelho; Márcia Borges e Heitor Portilho Matos.


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