Edição de 6/fevereiro de 2021

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DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.661

O PROGRESSO

6 de fevereiro de 2021

★★★★★

Crenças religiosas ‘derrubam’ vacinação na Reserva Indígena

CADERNO B Música

“Só falta você saber”; de Fernanda Ebling PÁG. B1

MARCOS RIBEIRO

Educação

Aulas presenciais sem PÁG. D5 vacina geram “pânico” entre professores PÁG. D6

Notícias falsas e crenças religiosas estão derrubando o movimento de vacinação contra a Covid-19 nas aldeias de Dourados. A situação preocupa o cacique Gaudêncio Benites, da Aldeia Bororó, que estima queda de 50% na procura. “A

campanha teve início com boa participação da comunidade, porém o movimento foi caindo porque existe muita resistência. Essa renúncia é fruto de informações equivocadas que estão sendo espalhadas nas comunidades”, explica. PÁG. D1

MARCOS RIBEIRO

Covid-19

Falta de doses deixa quase 3 mil idosos sem vacina em Dourados PÁG. D2

Descumprimento

MP processa conveniências por aglomeração em Dourados PÁG. D7

Entrevista

PARQUE AMBIENTAL DO LARANJA DOCE - Há quase 30 anos depois e apesar de ser reconhecido como principal

despertar ecológico na história douradense, o Parque Ambiental linear do Laranja Doce não virou realidade. No entanto, ambientalistas querem reativar movimento para criação do que será maior área de preservação de Dourados. PÁG. D4

Conflitos internos e depressão: terapia pode ajudar idosos PÁG. D8


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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Opinião EDITORIAL

INFORME C

Antivacina, um crime

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xtremismo religioso, movimentos antivacina, instabilidade política e fake news estão impactando a confiança nas vacinas de combate ao coronavírus em boa parte do mundo e na comunidade indígena de Dourados não tem sido diferente. Por aqui, lideranças religiosas têm conseguido convencer os índios que a vacina não é segura e pode trazer prejuízo à comunidade. Mais de 600 pessoas, conforme boletim epidemiológico da prefeitura, contraíram o vírus na Reserva de Dourados. Não há dados sobre quantidade de mortos. O movimento antivacina no Brasil não tem uma organização tão bem estruturada como já possui hoje nos Estados Unidos. Mas ele se apresenta como um movimento crescente, e se espa-

lha, sobretudo através de muitas igrejas, grandes e pequenas, em que diversas lideranças, pastores e pastoras, fomentam a resistência ao imunizante. A articulação antivacina tem responsabilidade direta dos mesmos pastores que se juntaram ao redor do presidente Bolsonaro, para diminuir a gravidade da pandemia, quando ela ainda estava chegando no Brasil. Vale lembrar a “Convocação Nacional por Jejum e Oração pelo Brasil”, feita por Bolsonaro e “seus pastores”, em abril do ano passado, quando o Brasil tinha quase 90 mil casos e pouco mais de 6 mil mortes pela doença. Quando o país chegou a 100 mil mortes em agosto, nem o presidente, nem os seus pastores ou seus seguidores deram uma única palavra sobre o assunto, uma oração. Hoje, são mais de 226 mil

CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

vítimas da doença no País. Diante do cenário de negacionismo, grande parte dos indígenas em Dourados está sem se vacinar. Lideranças das aldeias Jaguapiru e Bororó estão com dificuldade de convencer sobre a importância da vacinação. Eles estimam que ao menos metade dos 17 mil índios que vivem na Reserva não devem tomar a vacina. A procura pelo imunizante nos postos é pequena. A luta pela vacinação só está começando. As conspirações já começam a surgir. Vai ser necessário um empenho coletivo e sério, para não negligenciar dos possíveis efeitos desinformadores do fundamentalismo religioso aliado de negacionismo e da tentativa do governo federal de minimizar a doença, dizendo de forma demasiada que não irá se vacinar.

Máscaras, mas mesmo depois da vacina? MARCELO BOEGER*

*Vice-Presidente da AMTSBE (Associação Mundial de Turismo de Saúde e Bem-Estar)

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uando ouço alguém que está dentro de um elevador de algum condomínio residencial dizer gentilmente para quem está do lado de fora: “Pode entrar, sem frescuras, eu não tenho COVID”. Apesar da gentileza, a pessoa não está considerando que o risco existe para os dois lados. Sim, mas e se eu que estou entrando no elevador estiver doente? E seu eu estiver indo justamente ao hospital me internar ou fazer o exame naquele momento? Posso entrar mesmo assim? E se nós somos assintomáticos? Então tudo bem? Vale a pena correr este risco com os números crescentes que acompanhamos diariamente? Claro que não! Mas seguramente ouviremos a partir de agora: “Estou vacinado, posso “aglomerar” não preciso mais de distanciamento, nem usar máscaras e nem higienizar as mãos ou usar álcool 70”. Um pensamento perigoso e

equivocado. Queremos a busca de uma resposta simplista para um problema complexo. Quero a mudança, mas não quero ser mudado. Sabemos ainda muito pouco sobre a doença, suas variantes, sobre a imunização daqueles que já tiveram COVID, seus efeitos a longo prazo e até mesmo sobre os resultados da vacina até a data em que realmente se alcance o tal do efeito “rebanho”. Trabalho para hospitais há mais de 20 anos apoiando equipes operacionais. E sempre que temos um paciente em “precaução de contato” ou mesmo muito debilitado, toda equipe que tem contato com ele, utiliza máscaras e toda precaução conforme o tipo de isolamento ou aquilo que chamamos de IRAS - infecções relacionadas à assistência à saúde. É um protocolo importante para preservar a equipe e ao paciente e os seus familiares. Em muitos casos não utilizamos somente para “nos proteger do paciente”, mas para proteger um paciente com uma saúde frágil, da nossa presença no mesmo ambiente. Seja para a realização de algum procedimento técnico, mas mesmo para limpar o quarto, levar a bandeja de alimentos ou realizar uma manutenção no quarto. E esse mesmo pensamento do convívio e da coexistência atual – regras de etiqueta sanitária dentro e fora do hospital: todos protegendo todos.

No mundo de hoje, temos que assumir que todos são potenciais transmissores da COVID-19. E, desta forma, devemos utilizar a máscara, para nós e pelos outros. No caso da COVID, como a transmissão pode ser feita por meio de fluidos, gotículas e contato com superfícies contaminadas, as pessoas precisam se conscientizar que o EPI é uma importante forma de reduzir os riscos para si para também para sua própria família e para as pessoas a sua volta. Chegou a hora de uma importante mudança de modelo mental sobre segurança e saúde: Gerar segurança para outros é uma consequência de estar seguro. Temos que perceber que quando não me protejo não estou apenas me expondo, mas expondo a todos que me cercam.Infelizmente a ideia no senso comum que ainda prevalece é a de que o uso destes EPIs existe somente para proteger ao próprio usuário. Não podemos esquecer que nossos hábitos afetam também a todos os outros a nossa volta. Você iria pular de um avião sem um paraquedas? Para realmente retomar as atividades de trabalho e lazer de forma segura, o modelo mental deve privilegiar também o cuidado com os “outros”– e isso vale para a para a máscara, para a lavagem das mãos, o uso do álcool gel incluindo até mesmo os “já vacinados” até voltarmos ao status de um ambiente seguro.

Foi afagado pela Câmara, mas continua vigilante A Câmara de Dourados aproveitou a sessão de abertura do Ano Legislativo na segunda-feira passada para homenagear o titular da 16ª Promotoria de Justiça, Ricardo Rotunno. A partir de agora, ele passou a ser cidadão douradense, com proposição feita pelo vereador Olavo Sul (MDB). “É uma honra indescritível e com uma responsabilidade ainda maior. Sendo já douradense de coração e agora cidadão de Dourados”, comentou o promotor. Rottuno também explicou que o Ministério Público continuará ativo na fiscalização dos atos do Poder Público em Dourados. “Os senhores podem ter certeza que, independente da situação que tiver, estaremos aí vigilantes para que as coisas possam acontecer legalmente, de forma correta e em prol dos douradenses”, ponderou o promotor. Natural de Guarapuava (PR), Ricardo Rottuno trabalha na comarca de Dourados desde 2012, citou o Midiamax. Ao longo de quase nove anos já atuou em diversos casos, inclusive os que envolveram operações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagradas no município.

Caixa preta A vereadora Lia Nogueira (PP) e o vereador Marcelo Mourão (Podemos) pediram explicações, na primeira sessão das Câmara de Dourados, acerca da dívida da Funsaud, que desde 2014 administra o Hospital da Vida e a UPA no município. Daniela Hall (PSD) e Fábio Luís (Republicanos) pediram transparência nas contas da fundação, alegando divergência entre o que foi apresentado na gestão passada e pela atual. “A Câmara, e principalmente a população precisa de explicações sobre essa dívida da Funsaud que ultrapassa os R$ 70 milhões, se não por meio de uma CPI, que seja por auditoria externa, contratada pela prefeitura. Não é somente apontar se há ou não culpados, mas buscar soluções para resolver esse caos que os servidores da saúde e os douradenses enfrentam”, pontuaram os vereadores. Mais um? Após conseguir eleger sucessor na disputa para presidência do Senado Federal, David Alcolumbre (DEM-AP) ganhou a oportunidade de negociar indicações com o presidente Jair Bolsonaro. Na articulação, o nome do senador mato-grossense do sul, Nelsinho Trad, é cotado assumir o Ministério da Integração Regional. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o líder do PSD está entre os nomes preferidos de Alcolumbre, que tem a intenção de ocupar o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais importantes do Senado. O apoio do PSD, que já ocupa a cadeira no Ministério das Comunicações, com Fábio Faria, Nelsinho Trad tem o nome cogitado para ministro. Atu-

almente, o Ministério da Integração Regional é comandado por Rogério Marinho, que era filiado ao PSDB até o ano passado. Hoje Mato Grosso do Sul já tem a agrônoma Tereza Cristina Dias como ministra da Agricultura.

Mais dinheiro O Banco do Brasil confirmou a abertura de 14 novas agências no país voltadas para o agronegócio, sendo que uma delas ficará em Dourados. A previsão é de que a abertura da unidade aconteça já no próximo mês. Com a abertura, Mato Grosso do Sul terá sua segunda agência focada no agronegócio, a primeira fica em Campo Grande. Em todo Brasil, o Banco do Brasil possui apenas duas agências chamadas de Estilo Rural, sendo que a outra fica na cidade de Campo Mourão, no Paraná. As agências serão facilitadoras para os produtores rurais que contarão com atendimento especializado, ou seja, gerentes capacitados para lidar com este segmento. Além de Dourados, algumas das outras cidades citadas pela pelo BB foram: Maringá (PR), Sorriso (MT), Londrina (PR), Santa Maria (RS), Franca (SP), Ribeirão Preto (SP), Presidente Prudente (SP) e Cascavel (PR). Denúncias Desde o dia 4 de janeiro os consumidores de Dourados contam com uma ferramenta denominada ‘Atendimento Eletrônico’, que foi disponibilizada pelo Procon. O objetivo o é ampliar os canais de atendimento ao consumidor. A ferramenta desenvolvida pela TI (Tecnologia de Informação) da Prefeitura de Dourados, já recebeu mais 80 de reclamações somente durante o mês de janeiro e está disponível os consumidores douradenses que tiverem algum problema em á qualquer área do comércio e de prestações de serviços.

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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Política

Sete deputados elevam gastos com cota parlamentar em MS Ainda assim, os 24 deputados reduziram o gasto em 11,8%, de R$ 9,221 mi, em 2019, para R$ 8,129 mi em 2020 Flávio Verão

gastos, aumentou os custos de um ano para o outro. O parlamentar, que está em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa, teve despesas de R$ 431,7 mil contra R$ 366,6 mil em 2019. Ele gastou cerca de R$ 35,9 mil por mês, praticamente a cota máxima que um deputado estadual pode ter em um mês, que é de R$ 36,3 mil. O custo mais alto de Renato no ano passado foi com consultoria para o mandato. Outras despesas foram serviços com o gabinete parlamentar, como serviços postais, internet, aluguel de imóvel, publicidade, combustível, entre outros. O vice-campeão de gastos, Londres Machado, deputado em seu 12º mandato e com 50 anos de trabalhos completos esta semana na Assembleia Legislativa, elevou os gastos de R$ 394,5 mil para R$ 429,7 mil em 2020. Na terceira posição aparece Gerson Claro (PP), novato na Assembleia e que até então ocupava a função de líder do governo Reinaldo Azambuja no Legislativo. Ele elevou as despesas com cota parlamentar de R$ 395 mil para R$ 415,4 mil. Na sequência aparece Antônio Vaz (Republicanos). Ligado à igreja Universal, onde é pastor, ele aumentou o gasto de cota de R$ 393,9 mil para R$ 413,8 mil em 2020. O estreante na Assembleia Legislativa, Lucas de Lima (SD) elevou os gastos de R$ 391.639,74 para R$ 394.416,89; o douradense Neno Razuk (PTB) de R$ 353.483,71 para R$ 359.506,92 e o bolsonarista Capitão Contar (PSL) elevou os gastos de R$ 258.797,03 para R$ 294.539,05.

Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul gastaram R$ 8,1 milhões em recursos da cota parlamentar em 2020. Segundo dados da Transparência do Legislativo, Renato Câmara (MDB), foi o deputado que mais fez uso da verba no ano passado, com R$ 431,7 mil. Em segundo lugar, quem mais torrou recurso foi Londres Machado (PSD), com R$ 429,7 mil. No comparativo de gastos de 2020 com 2019, no entanto, os 24 deputados estaduais economiza-

O estreante na Assembleia Legislativa, Lucas de Lima (SD) elevou os gastos de R$ 391.639,74 para R$ 394.416,89 Destaque positivo continua sendo Marçal Filho. O parlamentar já era o que menos gastou em 2019 e no ano passado reduziu os custos ram 11,8%. Conforme a Transparência, no ano passado os gastos com cotas dos parlamentares totalizaram R$ 8,1 milhões contra 9,2 milhões do ano retrasado. Embora 2020 tenha sido um ano marcado pela pandemia, ainda assim parte dos deputados elevou seus gastos, mesmo com trabalhos remotos. O destaque positivo continua sendo Marçal Filho (PSDB), de Dourados. O parlamentar já era o que menos gastou em 2019 e no ano passado reduziu os custos em 16%, de R$ 245,7 mil para R$ 205,6 mil. Já Renato Câmara, campeão de

Marçal aposta em obras públicas para retomada econômica do MS Deputado destinou emendas que vão atender saúde, educação, infraestrutura, cultura e esporte O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) destaca o esforço do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa em reforçar os convênios com os municípios que resultam no investimento em obras de infraestrutura, mobilidade urbana, saúde, educação, habitação, meio ambiente. Nesta semana os deputados retomaram os trabalhos após recesso. Mato Grosso do Sul tem pacote de obras do programa “Governo Presente” que prevê um investimento de R$ 4 bilhões em diferentes setores do Estado nos próximos dois anos, sendo que o setor de infraestrutura urbana e rural chega a R$ 2 bilhões. O planejamento até o final de 2022 é pavimentar, recapear e implantar 2.200 quilômetros de estradas. “No começo deste ano, o Governo do

Estado já autorizou um pacote de obras no valor de R$ 2,8 bilhões, para transformar as 79 cidades em um autêntico canteiro de obras. Isso vai ajudar muitos municípios na economia local, turismo, geração de empregos, escoamento da produção e integração das cidades, para encurtar os caminhos”, diz o deputado. Para este ano de 2021, Marçal Filho destinou emendas que vão atender áreas da saúde, educação, infraestrutura, cultura e esporte em todo o Estado. Os recursos são provenientes do orçamento estadual. Para o deputado, tanto as obras como os investimentos nos diferentes setores contribuem para o desenvolvimento regional. “Apresentei ao governo, sobretudo, as principais necessidades para os municípios da região sul do Estado, a Grande Dourados. São investimentos que vão beneficiar o coletivo e garantir mais benefícios à população”, explica Marçal Filho, que tem defendido mais investi-

ARQUIVO

COLONO - Cumpadi estão dizendo que a vacina é a marca da besta ZÉ PINGA - Besta é quem acredita nessas coisas, ic, ic, ic...

Deputado Marçal Filho mentos na área da saúde. Ele é o principal articulador da construção do Hospital Regional de Dourados, unidade em obras às margens da BR-463. Quando a primeira etapa do complexo estiver concluída, no final deste ano, poderá atender pacientes de 34 cidades da região sul, em diversas especialidades.


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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Política

Zé Teixeira busca informações sobre “suposto” aumento no Fundersul De acordo com o deputado, o Governo do Estado apenas regulamentou a Lei nº 5.434, de novembro de 2019. A medida do Executivo impulsiona a retomada da economia sul-mato-grossense Preocupado com as notícias sobre o aumento na alíquota do Fundersul, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) entrou em contato com a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso do Sul para buscar mais informações a respeito. O parlamentar, que é um dos principais representantes do setor produtivo, atua de forma incisiva em defesa da classe produtiva sul-mato-grossense. De acordo com Zé Teixeira, o secretário de Fazenda, Felipe Mattos, informou que não há qualquer aumento de alíquota, apenas atualização do decreto de regulamentação. “O Decreto não traz aumento de carga tributária. A publicação apenas atualiza o Decreto que regulamenta a Lei 5.434. Os valores das alíquotas do Fundersul permanecem os mesmos que vêm sendo praticados desde 2019”, reforçou. Segundo informações do próprio Governo do Estado o objetivo da medida é auxiliar a população economicamente ativa e impulsionar a retomada econômica do Mato Grosso do Sul. “O Governo do Estado ajustou a legislação tributária. Entre as medidas publicadas estão a regulamentação do Fundersul, alteração de critérios para concessão de ICMS para veículos, ajustes na tributação do transporte, entre outros enquadramentos para atender políticas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ)”. As alterações foram publicadas no Diário Oficial, edição extra, de 27 de janeiro de 2021. O documento traz o decreto nº 15.586, de 25 de janeiro de 2021, que trata da regulamentação da Lei 5.434, de novembro de 2019, relativa ao Fundersul. Os ajustes deste decreto são para efeito de cumprimento das obrigações, autorizadas pelo Confaz e aprovadas pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, naquele ano.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Tributário Nacional; e colaborar com o Conselho Monetário Nacional na fixação da Política de Dívida Pública Interna e Externa dos Estados e Distrito Federal.

Saiba mais

Mais decretos

Deputado estadual Zé Teixeira (DEM) Entre as medidas positivas do decreto é possível citar o diferimento do pagamento do Fundersul para produtores e cerealistas, simplificação da remessa de milho e soja para alimentação animal, simplificação de operações entre estabelecimentos industriais de soja e milho. Permite ainda o depósito de grãos no estabelecimento de produtores rurais, quando existir armazéns suficientes para atender outros produtores, sem a cobrança de imposto. Transporte O decreto nº 15.585, de 25 de janeiro de 2021, considera a necessidade de inserir na legislação tributária estadual às alterações do Ajustes do Sistema Nacional de Informações Econômicas Fiscais (SINIEF) do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CTE-e) e do Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTE). O ajuste SINIEF é utilizado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para casos que

envolvam documentos fiscais que envolvam todas as Unidades da Federação e mais a União. Assim, são estabelecidas normas comuns aplicáveis a todos para o cumprimento de obrigações tributárias relacionadas com mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária. Já o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) é o colegiado formado pelos Secretários de Fazenda, Finanças ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal, cujas reuniões são presididas pelo Ministro de Estado da Fazenda, ao qual compete celebrar convênios para efeito de concessão ou revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais e financeiros do ICMS. O conselho tem ainda como prerrogativa sugerir medidas com vistas à simplificação e à harmonização de exigências legais; promover a gestão do Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais (SINIEF); promover estudos com vistas ao aperfeiçoamento da Administração Tributária e do Sistema

Outro decreto importante é o n° 15.587, que trata sobre a classificação das big bags - rolos de filmes e lonas plásticas agregados aos produtos agropecuários, na fase da colheita, para proteção durante o subsequente transporte - classificados como insumos agropecuários. Também o Decreto nº 15.588 que altera e acrescenta dispositivos ao Decreto nº 12.056, que dispõe sobre o tratamento tributário dispensado às operações com gados bovino, bufalino, caprino, ovino e suíno, aves e leporídeos e com os produtos resultantes do seu abate. O ajuste regulamenta, por exemplo, a dispensa de garantia quando o estabelecimento está enquadrado no Garantido-Abate. Já o Decreto nº 15.589, altera os critérios para concessão de isenção do ICMS nas saídas de veículos destinados a pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental e autista, de acordo com as normas estabelecidas pelo Confaz. O objetivo do Conselho é fazer com que todos os Estados possam conceder o benefício de forma mais transparente para que sejam atendidos os casos em que realmente haja necessidade. IMPORTANTE

Os documentos completos podem ser acessados na Edição Extra do Diário Oficial do Estado através do endereço: https://www.spdo.ms.gov. br/diariodoe/Index/Download/ DO10390_27_01_2021


Falta de doses deixa quase 3 mil idosos sem vacina em Dourados PÁG. 2

Parques em Dourados são cenário de abandono e degradação PÁG. 5

DIA A DIA Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

MARCOS RIBEIRO

Distribuição de cestas básicas na reserva ainda gera aglomeração

Crenças religiosas “derrubam” vacinação e aldeias seguem aglomerando Lideranças religiosas estariam incentivando a resistência da vacina por acreditarem ser a “marca da besta” Valéria Araújo Notícias falsas e crenças religiosas estão derrubando o movimento de vacinação contra a Covid-19 nas aldeias de Dourados. A situação preocupa o cacique Gaudêncio Benites, da Aldeia Bororó, que estima queda de 50% na procura. “A campanha teve início com boa participação da comunidade, porém o movimento foi caindo porque existe muita resistência. Essa renúncia é fruto de informações equivocadas que estão sendo espalhadas nas comunidades”, explica. Segundo o cacique os boatos vão desde a ineficácia da vacina, bem como ela seria a “marca da besta”, uma citação prevista no Livro do Apocalipse. “Nada disso é verdade. Por essa razão tenho incentivado que a comunidade se vacine. A imunização nesse momento é importante para que possamos parar com as mortes e infecções pela doença”, ressalta. De acordo com o cacique, a resistência para tomar a vacina preocupa. “Tenho ido nas distribuições de cestas básicas para falar com a comunidade em guarani e pedir para que se vacinem, mas acredito que as autoridades estaduais e municipais poderiam reforçar esse apelo com carro de som nas aldeias”, destaca.

Membro do Conselho Fiscal de Saúde Indígena, Fernando de Souza, disse ao O PROGRESSO que além do que chega por meio de notícias falsas a comunidade ainda precisa lidar com questões de ideologia religiosa. Segundo ele, existe a informação de que líderes religiosos estariam incentivando a comunidade a resistir contra a imunização. “Estamos buscando identificar essas lideranças, reuni-las e esclarecer eventuais pontos de dúvidas”, ressalta. Segundo Fernando, a Reserva de Dourados concentra hoje cerca de 100 templos religiosos de origem não indígena e apenas três casas de rezas tradicionais da comunidade. A pedagoga J.G, de 28 anos, moradora na Aldeia Bororó, disse que metade da aldeia não quer se vacinar por causa de ideologias religiosas que estão sendo difundidas. Ela explica que na casa onde mora a família se imunizou com exceção do irmão dela que frequenta uma igreja pentecostal. “Ele não quer tomar. Não acredita na vacina por entender que tudo tem um propósito. Prefere pegar a doença do que se imunizar”, ressalta. Ela continua: “As pessoas não querem tomar a vacina com medo de virar jacaré, zumbi, essas coisas. O pastor diz que é coisa do diabo e por

ILUSTRAÇÃO/PREFEITURA DE MANAUS

A professora reforça ainda a preocupação com a falta de cuidados de prevenção e a falta d’água que assola a reserva e que é fundamental para prevenção da doença. Ela também destacou a desorganização durante as entregas de cestas básicas. Segundo ela poucos usam máscara e a grande maioria fica aglomerada à espera dos alimentos. O PROGRESSO esteve no local na manhã de quarta-feira e constatou o grande número de pessoas sem proteção. Uma multidão estava agrupada sem distanciamento social recomendado durante a distribuição na Vila Olímpica Indígena. Saiba mais

Metade se vacinou

isso os indígenas estão com medo”, diz, observando que essas lideranças pedem para que a comunidade não se vacine através de conversas informais.

Segundo Boletim do Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul, no último dia 31, ao todo 49% da população indígena havia se vacinado. Na região de Dourados que abrange aldeias nos municípios de Douradina, Dourados, Maracaju e Rio Brilhante, o público esperado é de 10.511 pessoas, mas até aquela data 4.894 se imunizaram. Já no último dia 2, o percentual de imunização subiu para 51% nesta região.


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Dia a Dia

Falta de doses deixa quase 3 mil idosos sem vacina em Dourados Prefeitura recebeu apenas 720 doses para imunizar público-alvo de quase 4 mil pessoas do público prioritário DIVULGAÇÃO

Valéria Araújo A falta de doses deixou quase 3 mil idosos acima de 80 anos sem vacina em Dourados nesta primeira semana de imunização. Apesar da Prefeitura ter feito um calendário amplamente divulgado com as faixas etárias para cada dia da semana, muita gente ficou de fora. O PROGRESSO percorreu vários postos de Saúde e a informação foi a de que as vacinas sequer chegaram, ou em outros casos a quantidade de doses era irrisória para atender o público alvo. Havia um agendamento, cuja quantidade de vagas já estava esgotada no início da semana.

Apesar da Prefeitura ter feito um calendário amplamente divulgado, muita gente ficou de fora Até a última sexta-feira (29), Dourados já havia vacinado 2.537 pessoas, sem contar com a população indígena De acordo com a Prefeitura de Dourados, o município recebeu apenas 720 doses até a última sexta-feira (29). A alta adesão dos idosos com mais de 80 anos à vacina contra a Covid-19 surpreendeu a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados; As poucas doses acabaram rapidamente e quem não se imunizou deve esperar próxima remessa. As pessoas com 99 anos ou mais procuraram as unidades e, como tem prioridade por conta da idade, usaram grande parte das doses. O secretário de Saúde, Frederico de Oliveira Weissinger, esclareceu que as doses eram suficientes para atender 20% do grupo prioritário. “Quando fizemos o cronograma no início da semana, não imaginávamos que a procura seria tão alta. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. É bom porque as pessoas com mais idade tiveram acesso às doses como preconiza o Plano Nacional de Imunização. E é ruim porque as pessoas que ainda aguardavam o cronograma até sexta-feira não poderão se vacinar agora”, ponderou o secretário.

De acordo com a Prefeitura de Dourados, o município recebeu apenas 720 doses até a última sexta-feira (29)

NOTA SOBRE FALTA DE VACINAS “A Secretaria Municipal de Saúde informa que elaborou um cronograma de vacinação respeitando a faixa etária de pessoas com mais de 80 anos. O cronograma foi criado com base nas 720 doses que chegaram no município na última sexta-feira. As doses foram “pulverizadas” nas postos de saúde. Cada unidade recebeu poucas doses, até porque o público alvo é bem limitado. Porém, é possível que pessoas que fazem parte dessa faixa etária não consigam se imuni-

zar neste momento, tendo que aguardar uma nova remessa de vacinas. Levantamento da Secretaria indica que são 3.664 idosos nessa faixa de prioridade. Sobre os acamados, a orientação da Secretaria de Saúde é que parentes dos idosos procurem as unidades de saúde para fazer o pré-agendamento da vacinação. Com o pré-agendamento feito, duas equipes da SEMS irão até a casa das pessoas para fazer a imunização”.


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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Dia a Dia

Professora descobre raiz indígena em poema de Emmanuel Marinho Gislaine Ajala foi adotada ainda criança e se reconheceu Guarani em seu trabalho de conclusão de curso ARQUIVO PESSOAL

Gracindo Ramos Criada fora das comunidades indígenas, a professora Gislaine Gamarra Ajala Félix, de 23 anos, descobriu através de um poema do poeta douradense Emmanuel Marinho a sua identidade Guarani. “Apesar de saber que tenho sangue indígena, não sabia minha etnia, e isso me deixava triste, pois muitos me perguntavam ‘você é indígena?’. Eu respondia que sim e, quando perguntavam, ‘de qual etnia?’, não sabia responder e ficava uma lacuna dentro de mim, que pedia para ser preenchida. Quando fiz o meu trabalho de TCC, consegui compreender meu passado, minha história. Foi uma sensação de vitória, de pertencimento, é como se eu voltasse para casa depois de anos longe. Descobri o meu lugar. Hoje sou a Gislaine, sou Guarani, sou mãe e sou professora”, disse em entrevista ao jornal O PROGRESSO. Em janeiro deste ano, Gislaine concluiu o curso de Letras na unidade da UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul) em Jardim (MS), onde mora. O trabalho de conclusão de curso foi um resgate da sua história e da sua identidade. Foi através de um dos mais conhecidos poemas de Emmanuel que ela refletiu sobre a sua trajetória de vida. “Durante as aulas no terceiro ano da faculdade, minha professora orientadora trouxe em sala o poema ‘Genocíndio’ para discussões. Ali fomos compreendendo os versos do poema, as lutas, a visão do autor e isso foi o gatilho para que eu refletisse sobre minha história e pensar. ‘Eu sei o que é isso, pois eu vivi isso’, explicou Ajala. Gislaine nasceu na cidade de Caracol (MS), onde viveu até os quatro anos de idade. “Meu pai indígena levou eu e meus irmãos para morar com ele no distrito do Boqueirão [Jardim]. Ficamos ali por um tempo, mas estávamos em uma situação muito precária, pois meu pai era peão de fazenda, mas não estava trabalhando no momento e não havia aquilo que é considerado necessidades básicas para vivermos. Faltava comida, roupas, remédios, estávamos fora da escola (eu e minha irmã de 7 anos). Meu irmão de 2 anos estava com desnutrição em fase crítica e precisava urgentemente de um médico”, conta. O Conselho Tutelar foi acionado e o pai de Ajala pediu aos conselheiros que os filhos fossem adotados, por não ter condições de cuidar das crianças e precisar trabalhar. “O próprio conselheiro e sua família nos adotaram e fomos morar com eles. E tivemos uma família, cuidados com saúde, educação, carinho e amor”, afirma a indígena. “Eu identifiquei minha história ali, a fome, o descaso, o abandono e, nesse momento, eu decidi que aquele poema seria minha base de estudo e pesquisa, pois assim eu poderia compreender não só a minha reali-

“Quando fiz o meu trabalho de TCC, consegui compreender meu passado, minha história. Foi uma sensação de vitória” dade, mas a de outras pessoas que passaram o que eu passei”, diz sobre Genocíndio ter despertado o olhar sobre sua origem. “Sempre soube que tinha uma família paterna indígena, mas que eu não conhecia e não sabia nada a respeito, pois tive pouquíssimo contato durante minha vida. Meus pais [adotivos] sempre me incentivaram a buscar as minhas origens e descobrir minha história”, complementa. Ela falou que “foi um trabalho difícil, porque não se tratava apenas de uma pesquisa para a graduação. Era muito pessoal. Além das teorias, teria que ir atrás de pessoas que até o momento não conhecia, o medo da rejeição. Tudo era um obstáculo. Mas, depois que terminei, depois da defesa, o sentimento é de conquistas, vitória. Chorei muito depois que passou todo o nervosismo. Eu liguei para meu pai adotivo e falei para ele: - ‘eu consegui’. A professora indígena sempre estudou em escola pública e disse que os pais sempre a incentivaram. “Sempre admirei o ‘ser professora’. Fiz o Enem, consegui uma vaga na chamada geral e, finalmente, realizei meu sonho de ingressar na universidade”, relata. “A universidade é uma das portas para mudar a realidade indígena, saber que podemos estar cada vez mais em números nas salas de aulas, ser professores mestres ou doutores é uma forma de buscar o lugar de fala, transformar a educação, quebrar padrões de que o indígena é selvagem. A educação, as escolas, as universidades têm o poder de transformar vidas. Eu acredito no poder da educação e dos professores”, defende. Gislaine Gamarra Félix tem como objetivos continuar os estudos e pesquisas, descobrir ainda mais sobre a família e suas origens. “E o mais importante: ser uma professora que inspira os estudantes, sejam eles indígena ou não, e formar cidadãos que realizem seus sonhos”, planeja.

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Contato com o poeta

“Descobri o meu lugar. Hoje sou a Gislaine, sou Guarani, sou mãe e sou professora” Gislaine Gamarra Ajala Félix (Professora)

“Uma história tão bonita que envolve a poesia, a educação e a arte. Isso veio num dia bom, que eu estava muito triste com tudo que está se passando no nosso país. E isso me deu vida, muita esperança e alegria” Emmanuel Marinho (Poeta)

Gislaine disse à reportagem que falou com Emmanuel Marinho pelas redes sociais. “Conversamos um pouco sobre toda a repercussão e a importância de registrar esse momento que seria inspirador para outras pessoas que estão na mesma situação que eu estava”, relata. O poeta falou ao O PROGRESSO que ficou muito emocionado com a história da professora indígena. “Uma história tão bonita que envolve a poesia, a educação e a arte. Isso veio num dia bom, que eu estava muito triste com tudo que está se passando no nosso país. E isso me deu vida, muita esperança e alegria”, disse. Emmanuel considera Genocíndio um poema emblemático para a questão indígena. “Inclusive, eu já recebi várias traduções de Genocíndio em línguas indígenas. Índios de vários lugares do país que traduziram e mandaram para mim. Enfim, é uma gratidão para a vida. A arte é uma questão humanitária. Eu sempre percebi que a arte é que salva, é capaz de mudanças, em todos os sentidos. Não só a arte engajada, mas a arte por si só ela é transformadora, do mundo, das pessoas. Contribuir com uma pessoa descobrir sua identidade através da poesia, é um reconhecimento do trabalho. Não só do trabalho poético, mas humano, cidadão, que eu sempre busquei no meu trabalho, nas escolas. Eu sempre estive ligado à educação. Há mais de 40 anos que eu dedico grande parte da minha vida. Ultimamente mais do que nunca, porque só a arte, a educação e o amor podem salvar esse mundo”, falou o poeta.


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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

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Parque Ambiental do Laranja Doce não sai do papel em quase 30 anos Ambientalistas querem reativar movimento para criação do que será a maior área de preservação ambiental DIVULGAÇÃO

Rozembergue Marques Especial para O Progresso Há quase 30 anos depois e apesar de ser reconhecido como principal despertar ecológico na história douradense, o Parque Ambiental linear do Laranja Doce não virou realidade. O principal líder do movimento para despertar sobretudo as autoridades para a necessidade que fossem adotadas políticas efetivas de preservação desse que é um dos mais importantes e com 64 kms de curvas sinuosas, mais extensos, foi o arquiteto e urbanista Luiz Carlos Ribeiro, que por sua defesa intransigente do meio ambiente ao longo do tempo ficou conhecido como “O senhor das águas”. Caíram no esquecimento, sobretudo dos gestores que foram se sucedendo após a apresentação do projeto ao então prefeito Laerte Tetila, os abraços simbólicos à área do sonhado futuro Parque , passeata e ato público com mais de 2000 pessoas, palestras em Clubes de Serviços, escolas e Universidades, notas de apoio de dezenas de personalidades, jornalistas e empresários de nossa cidade, moções da Câmara Municipal e até audiências com Prefeito, Governador e dois Ministros do Meio Ambiente (Gustavo Krause e Marina Silva), tudo pela implantação do “Parque Ecológico Laranja Doce”. Em 1994 Luiz Carlos morava no BNH 1º Plano e ao passar pela Avenida Presidente Vargas, uma via aterrada que proporciona uma visão ampla do Laranja Doce, na estação mais seca, olhou no sentido Leste e depois a Oeste. Notou que a cidade estava sufocando rapidamente o córrego e todo seu vale. “A cidade poderá perder isso aqui”, pensou. Luiz Carlos conseguiu estabelecer um inconsciente coletivo em torno do Laranja Doce e foi de certa forma bem sucedido nessa empreitada. Fez proposições, desenhos, divulgou suas ideias em jornais, visitou clubes de serviços, Lions, Rotary, Maçonaria, escolas e sindicatos. A concepção mental sobre a questão cresceu rapidamente, mas houve uma dificuldade imensa para atrair a atenção do gestor público. Foi trabalhoso chegar até o governador Wilson Barbosa Martins(1996-98) para que encampasse o projeto do Parque Laranja Doce que acabou sendo bancado pelo Governo do Estado; Na edição de 17 de novembro de 1994 O Progresso publicou um caderno especial com o título “SOS Laranja Doce”. O jornal tradicional de Dourados e mais antigo do Estado desde o primeiro momento abraçou a causa. A comunidade, como um lampejo primaveril, entendeu a proposta e assim nasceu o Comitê Parque Ecológico Laranja Doce, tendo Luiz Carlos como principal articulador, em 5 de agosto de 1994.Apesar das dificuldades iniciais, o prefeito Humberto Teixeira acabou autorizando o custeio

O projeto prevê a ocupação de uma área de 217 hectares, com 6,7 kms de extensão

“Os rios e córregos existem há milhões de anos. São elementos naturais da paisagem. Foi a cidade que surgiu depois” Luiz Carlos Ribeiro (Arquiteto)

“Na atualidade é extremamente necessário o resgate dessa proposta de criação do Parque Ambiental Laranja Doce” Mario Cezar Thompes (Geógrafo)

do levantamento geo-topográfico, um estudo que reuniu preliminarmente várias outras informações adicionais como o tipo de cobertura vegetal existente, perfil das ocupações, infraestrutura existente nas chácaras, ou seja, executou-se a pesquisa fundiária com a identificação e medidas das propriedades incorporadas ao projeto original. O Governo do Estado, depois disso, concordou em bancar as despesas com o projeto urbanístico contendo o plano diretor da futura ocupação. Em novembro de 1994 o comitê apresentou emenda popular ao orçamento de 1995 para garantir que o projeto saísse gradualmente do papel, muito além dos míseros R$ 4 mil previstos pela prefeitura, valor que acabou subindo para R$ 1 milhão e depois negociado em R$ 800mil.No entanto, o dinheiro, na verdade, nunca saiu. O projeto do Parque Laranja Doce desenvolvido por Ribeiro após os levantamentos iniciais feitos pela prefeitura prevê a ocupação de uma área de 217 hectares, com 6, 7 kms de extensão, a preservação do córrego com a recomposição da mata ciliar e a criação de uma área pública

com equipamentos como parque da nascente, zoológico, horto florestal, jardim botânico, jardins bosques, parque das artes, parque recreativo-desportivo, entre outros. Esses 217 hectares foram declarados de utilidade pública para fins de desapropriação e preservação ambiental pelo Decreto nº 170 de 10de julho de 1996, publicado em 19 de novembro do mesmo ano, com validade de cinco anos, renovado por volta de 2001 por mais cinco anos. Até aquele momento a cruzada já se prolongava por três anos e Ribeiro explicava à exaustão que a implantação deveria ser gradativa, arrastando-se por duas, três ou quatro administrações, mas era preciso se ter um começo. Hoje residindo em Araçatuba, Ribeiro acompanha de perto a realidade ambiental da cidade. Para o arquiteto e urbanista, os córregos da cidade, onde existem os parques, foram mal cuidados na expansão da cidade. “Os rios e córregos existem há milhões de anos. São elementos naturais da paisagem. Foi a cidade que surgiu depois. Então não é lógico que o elemento natural se adapte ao elemento artificial. A prática urbanística

no Brasil tem se dado exatamente no sentido contrário. Em Dourados não tem sido muito diferente”, avalia o arquiteto, que credita todo esse cenário de morte anunciada dos córregos e a falta de uma política efetiva de proteção ao meio ambiente à “falta de vontade política”. “Quando não se dá o primeiro passo, como dizíamos lá atrás, não se anda. A luta pelo Parque do Laranja Doce é uma caminhada que precisa continuar para que, ainda que com 27 anos de atraso, tenhamos essa conquista ambiental. Ainda acredito nisso”, vislumbra, entre sonhador e realista, o “Senhor das águas”. Procurado por O Progresso, o geógrafo Mario Cezar Thompes (sucessor de Luiz Carlos Ribeiro no Iplan e que também participou do movimento pró criação do Parque) lembra que nas duas gestões do prefeito Tetila (2000/2008) foi estabelecido como critério para abertura de loteamentos que o empreendedor reserve as áreas de fundo de vale/leitos de córregos, transferindo-as diretamente para a Prefeitura. A lei (Lei Complementar 55, de 19 de dezembro de 2002) ficou conhecida como “Lei Verde”. Essas áreas de bairros como o Jardim Mônaco, Ecoville e outros que foram ou estão sendo lançados após a “Lei Verde” e pelas quais passam trechos do Laranja Doce fazem parte do traçado do parque, o que diminui a necessidade de desapropriações. Ele vê a medida como um meio de facilitar a criação do Parque e aponta os benefícios da medida. “Na atualidade é extremamente necessário o resgate dessa proposta de criação do Parque Ambiental Laranja Doce na medida que o processo de urbanização continua pressionando as áreas de preservação ambiental. Por outro lado, esse parque contribuiria enormemente para atender uma grande necessidade de oportunidade de lazer, sobretudo por parte da população de baixo poder aquisitivo que conta com bem poucas opções nesse sentido em Dourados”, conclama o geógrafo.


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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Dia a Dia

Parques em Dourados são cenário de abandono e degradação

Descaso é antigo, entra e sai gestor municipal e os espaços seguem deteriorados na segunda maior cidade do Estado FOTOS: ELIEL OLIVEIRA

Flávio Verão Matagal, brinquedos danificados, pistas de caminhada com buraco, sujeira, água poluída. É nesta situação que se encontram parques ambientais de Dourados. A situação de abandono e de má conservação desses espaços muitas vezes é provocada pela falta de manutenção. Embora seja o segundo maior município do Estado, o poder público não tem dado atenção ao meio ambiente. Pelo menos 90% dos córregos da cidade são poluídos. Arborizada, Dourados possui seis córregos em sua área urbana e doze áreas verdes, instituídas pelo Plano Diretor Municipal, de 2003. Os três principais parques ambientais são: Arnulpho Fioravante, aos fundos do shopping, Antenor Martins, no jardim Flórida, e Primo Fioravante, região do Grande Água Boa. Há também o Victélio Pelegrin, no Novo Horizonte, e o Parque natural Municipal do Paragem, região sul da cidade, com obras que nunca saíram do papel. O Antenor Martins possui 244.049,00m² de área, conta com um grande lago artificial, construído para receber as águas pluviais, e que já foi utilizado para pesca esportiva e atividades de recreação e

A pandemia provocou descaso do poder público com os espaços públicos. Os espaços estão tomados por matagais lazer. O parque, que ainda abriga nascente do córrego Água Boa, foi revitalizado e reinaugurado no ano de 2003, recebendo boa infraestrutura como quiosques, praça infantil, quadras poliesportivas, pistas de caminhada, campo de futebol e um teatro de arena. Contudo, devido à falta de manutenção e ao vandalismo, parte da infraestrutura está deteriorada. Hoje, o matagal toma conta do espaço. Aliás, os parques estão fechados desde março do passado por força de decreto da prefeitura em razão da pandemia do coronavírus. Não foram reabertos, inclusive, devido à ausência de limpeza pública. Localizado na área central da cidade, em frente ao Shopping e à rodoviária, o parque Arnulpho Fioravante possui uma área de 582.523,76m2. Também possui um grande lago artificial, pois a área é receptora das galerias de águas pluviais da cidade. Ali se tem alguns pontos de nascente do Córrego Paragem. A infraestrutura de lazer existente não é utilizada pela população, por se encontrar em condições precárias de uso. Por vezes, o parque serve de abrigo a usuários de drogas, e a visitação desacompanhada não é incentivada por não ser “seguro”. A pandemia provocou descaso

Parque Rego D’água é retrato do abandono do poder público em Dourados do poder público com os espaços públicos, no entanto, no parque Primo Fioravante, conhecido como Rego D’água, um cidadão roçou o matagal externo. O local conta com quadra poliesportiva, pista de skate, espaço para lanchonete, píer (ponte sobre os lagos), sanitários, playground, campo de futebol, deck, vestiário, quadra de areia e área de administração. Contudo, grande parte da infraestrutura está detonada e afugenta a população. Já a unidade de conservação do Parque Natural Municipal do Paragem está em discussão há anos, mas nunca saiu do papel. Há um projeto onde consta investimentos de R$ 5 milhões, com construção de trilhas, passarelas, guarita, estacionamento e até o cercamento do transcurso do

córrego com o mesmo nome e que corta o perímetro urbano do município na região sul da cidade até desaguar no Rio Dourados. Poluição A poluição por óleo e esgoto atinge 90% dos córregos de Dourados, prejudica a biodiversidade existente. É o que revelou pesquisa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) comandada pelo professor doutor Yzel Rondom Suarez. O estudo mostrou ainda que o córrego com maior volume de poluição é o Rego D’água, contaminado com resíduos de esgoto. O mesmo acontece com o córrego Paragem. Praticamente todos os córregos da cidade estão fora dos critérios estabelecidos pelo Conselho Nacional

de Meio Ambiente (Conama) para a conservação da biodiversidade e para o consumo humano. A poluição, na maioria das vezes, é resultado de despejo de efluentes contaminados nos córregos – que desaguam no Rio Dourados - e alguns destes metais estão acima do considerado aceitável para os riachos urbanos. A importância de se preservar córregos e nascentes que acabam influenciando o Rio Dourados, vai além da questão ambiental, mas da manutenção de um bem essencial à vida humana. O rio, por exemplo, é responsável por cerca de 50% das águas distribuídas para os 220 mil habitantes da cidade e outros 50% recebem água de poços, subtraídas do Aquífero Guarani.


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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Dia a Dia

Aulas presenciais sem vacina geram “pânico” entre professores Categoria afirma que não há condições estruturais para manter na prática o Plano de Biossegurança FOTOS: DIVULGAÇÃO

Valéria Araújo A hipótese da volta às aulas presenciais está gerando o sentimento de pânico entre professores da rede pública. De acordo com a diretora da Escola Municipal Clarice Bastos Rosa, Delmeires de Moraes, não existe condições estruturais para se colocar em prática o Plano de Biossegurança exigido pela prefeitura. Segundo ela, faltariam servidores para tais funções. Delmeires, que também é assessora de imprensa da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, diz que a entidade, juntamente com os 74 sindicatos da educação espalhados no Estado não concordam com o retorno das aulas presenciais enquanto não tiver vacina para todos. “Só na minha escola, com cerca de 1 mil alunos, haveria uma margem para contaminação de no mínimo mil famílias. Outro fato a ser levado em conta são as mutações do vírus o que coloca a humanidade em insegurança apesar das vacinas já produzidas. Sem contar as UTIs que estão com taxa de ocupação de 100%. Acreditamos que nesse momento a volta as aulas é sacrificar todas as ações que foram feitas durante o ano passado para proteger os alunos”, ressalta.

Os alunos podem ou não começar de forma presencial. No entanto, o ensino remoto também pode ser uma alternativa Para ela o retorno das aulas na rede particular é temerário. “Vimos recentemente, em Dourados, tentativas frustradas. Abriram mas tiveram que fechar em poucos dias devido a contaminação que estava se alastrando na escola”, reforça. Delmeires disse que a Fetems tem feito campanhas nas redes sociais no sentido de tentar sensibilizar o poder público de que não é hora de voltar. “A nível de estado os profissionais da educação demonstraram ser contrários ao retorno das atividades presenciais enquanto não tiver imunização. Em Dourados a Prefeitura informou que o Comitê ainda está avaliando essa possibilidade. Esperamos que haja bom senso”, destaca. Decreto O Decreto Municipal (número 56) publicado no último dia 27 “estabelece medidas para autorização de aulas presenciais nos Estabelecimentos Privados de Educação Infantil, Berçário e Hotelzinho, Creches e similares; de Ensino fundamental, Médio e Superior, bem como da Rede Municipal de Ensino, no Município de Dourados. Em Dourados, as aulas na Reme (Rede Municipal de Educação) estão previstas para começar no dia 1

Aulas presenciais podem ser retomadas a partir de março na cidade de Dourados

“Acreditamos que nesse momento a volta as aulas é sacrificar todas as ações que foram feitas durante o ano passado para proteger os alunos” Delmeires de Moraes (Diretora da Escola Municipal Clarice Bastos Rosa)

de março. Os alunos podem ou não começar de forma presencial. No entanto, o ensino remoto também pode ser uma alternativa depois de uma avaliação da pandemia próximo ao início das aulas. Entre as medidas que constam no decreto está a implantação de medidas de distanciamento físico de no mínimo 1,5 m em todos os espaços físicos do ambiente escolar, e organizado com uso de guias físicos, marcações no piso, faixas de contenção, marcação de mão única em corredores de modo a minimizar o tráfego frente a frente, de organizar os espaços físicos da escola. As turmas também terão de ser reduzidas, de forma que seja possível aumentar os espaços entre as mesas e carteiras para um espaço mínimo de 1,5 m entre cada aluno. Diariamente será necessário aferir a temperatura corporal dos alunos, colaboradores e professores, antes da entrada nas instalações do curso, utilizando termômetros sem contato. Dispensers com álcool em gel 70% ou outro produto, aprovado pela Anvisa, nas entradas, nas áreas de circulação e na frente das salas de

aula, para higiene das mãos deverão ser instalados. Também será necessário adotar medidas para diminuir a intensidade e a duração do contato pessoal entre professores, alunos e colaboradores e, entre esses e o público externo. Para unidades escolares da Rede Municipal de Ensino não haverá necessidade da entrega de um Plano de Biossegurança, todavia, deverão fundamentar suas ações de retorno às aulas atendendo ao disposto no decreto, guardadas as devidas especificidades gerais e individuais de cada unidade. Saiba mais

Suspensão das atividades O decreto especifica que se houver um ou mais casos confirmados de Covid-19 em uma mesma sala, as instituições de ensino devem suspender imediatamente as atividades presenciais da turma pelo período de sete dias, podendo ser estendido até 10 dias ou mais, de acordo com os resultados do monitoramento de sintomas.


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MP processa conveniências por aglomeração em Dourados Empresários podem responder por danos morais coletivos devido a atuação ilegal durante a pandemia FOTOS: DIVULGAÇÃO

Valéria Araújo O Ministério Público Estadual abriu processos de investigação contra conveniências que foram flagradas em situações de aglomeração. Algumas delas foram notificadas várias vezes pelas forças policiais. Elas poderão responder por danos morais coletivos, crime previsto no artigo 268 do Código Penal. Uma delas foi flagrada pela Polícia Militar, no dia 22 de agosto do ano passado com cerca de 15 jovens, por volta das 17h25, consumindo bebida alcoólica, com a presença de mesas, tambores e um telão posicionado frente ao comércio, de modo que, ao avistarem os integrantes guarnição, as pessoas se dispersaram deixando as garrafas de bebidas consumidas.

Conveniências poderão responder por danos morais coletivos, crime previsto no artigo 268 do Código Penal Para o MP, conduta dos empresários colocou em risco a saúde de toda a comunidade do município de Dourados Poucos dias depois, no dia 30 daquele mês, por volta das 19h20 uma equipe da Polícia Militar verificou que o estabelecimento dos requeridos estava funcionando normalmente, em desconformidade ao Decreto Municipal n. 2.850/20 que proibia a atividade. Foi constatado ainda que no local havia sete pessoas consumindo bebida alcóolica do outro lado da via, em desacordo ao parágrafo 3, do art. 2 do mencionado decreto municipal. Um mês após, houve novo flagrante. Desta vez da Guarda Municipal Ambiental, que constatou novamente a presença de uma grande aglomeração de pessoas ingerindo bebida alcoólica em frente ao estabelecimento, de modo que os pre-

Forças policiais durante fiscalizações em Dourados no combate à pandemia sentes estavam comprando bebidas e ingerindo no próprio local, não sendo verificado qualquer uso de máscara de proteção. Após ser flagrado outras duas vezes, foi lavrado Termo de Interdição do local. Para o MP, a conduta dos empresários em promover aglomerações, à mingua dos decretos municipais de prevenção ao contágio do Coronavírus (uso de máscara, álcool gel) colocou em risco a saúde não só dos frequentadores do comércio, mas de toda a comunidade do município de Dourados, bem como das comarcas limítrofes, em função do elevado potencial de transmissibilidade da doença (Covid-19). A promotora que assina o procedimento é a Rosalina Cruz Cavagnolli,

da 10ª Promotoria. Para ela é “inquestionável a leviandade, irresponsabilidade, absoluto egoísmo por parte dos proprietários em permitir a presença de pessoas em seu estabelecimento, sobretudo sabendo que, malgrado todos os esforços de toda a sociedade para conter o contágio das pessoas, nos últimos meses do ano de 2020, a municipalidade passou por um crescimento exponencial e incontrolável do número de pessoas infectadas, ocorrendo mortes diárias de pacientes da Covid-19, e além de tudo, os leitos de UTI Covid-19 para adultos estiveram todos, em grande período, com a ocupação máxima, devendo-se considerar que Dourados é uma macrorregião responsável por 33 municípios”, ressalta trecho da ação.

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Festas clandestinas triplicam

Em pleno auge da Covid-19, o município de Dourados, que também está com taxa de 100% de ocupação nos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), registra aumento significativo no número de festas clandestinas. De março a dezembro do ano passado mais de 900 pontos de aglomeração foram flagrados pela Guarda Municipal. Destes, mais de 20 envolviam grandes públicos reunindo mais de 200 pessoas. Ao todo cerca de 60 pessoas já foram detidas por descumprirem as medidas sanitárias de contenção da pandemia, previstas no artigo 268 do Código Penal.


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Dia a Dia ENTREVISTA · Tatiana Schnorr - Psicóloga

Conflitos internos e depressão: terapia pode ajudar idosos Cristina Nunes

realmente é amado, por exemplo. Volto a ressaltar que não existe via de regra, cada um sente e expressa seus sentimentos de forma única. A terapia é uma ferramenta de grande ajuda e valia para todos que precisem dela. Os idosos que se veem numa situação de tensões psicológicas, incômodo emocional, fragilidade nos relacionamentos interpessoais e/ou qualquer outra demanda, o profissional de psicologia é o mais indicado para acompanha-lo.

Assim como cada fase da vida revela demandas emocionais diferentes, esperar que a pessoa chegue à terceira idade com todas as dificuldades resolvidas é uma ilusão. Em entrevista ao O PROGRESSO a psicóloga douradense Tatiana Schnorr explica que é nessa fase da vida que os conflitos e crises internas podem se intensificar, pois o idoso se depara com várias questões que os colocam em dúvida: sobre ele ser útil ou não para alguém; se ele é capaz de ser independente; se ele é apenas um fardo familiar ou realmente é amado. Ela explicou que a terapia é uma ferramenta valiosa para lidar com esses conflitos. Os idosos que se veem numa situação de tensões psicológicas, incômodo emocional, fragilidade nos relacionamentos interpessoais precisam de ajuda. A profissional ressaltou que com a pandemia notou-se um grande crescimento de idosos à procura de ajuda psicológica com a queixa principal: estado depressivo. Quais os principais desafios do envelhecimento? A maioria das pessoas estão preparadas psicologicamente quando chegam nessa fase da vida? Passamos por distintas fases durante toda a vida, cada uma com seus próprios desafios. Na velhice isso não é diferente. Não existe padronização de desafios encontrados no envelhecimento, existe subjetividade. Psicologicamente falando podemos nos deparar com limitação da capacidade de executar afazeres diários; depressão; ansiedade; abandono emocional, entre outros. Enfim, fatores relevantes que podem desencadear maiores desafios. Estar preparado(a) psicologicamente para a velhice se torna algo peculiar, pois a forma como você enfrenta essa fase diz muito sobre o que pensas na idade atual. As pessoas, em sua grande maioria, não pensam que um dia pode envelhecer, estamos mais preocupados com o momento presente e/ou um futuro onde não necessariamente exista a terceira idade. Conflitos e crises internas ocorrem com frequência? Eles também precisam de terapia? É nessa fase da vida que os conflitos e crises internas podem se intensificar. O idoso se depara com várias questões que os colocam em dúvida: sobre ele ser útil ou não para alguém; se ele é capaz de ser independente; se ele é apenas um fardo familiar ou

Como a psicologia pode ser aliada do idoso? A psicologia possui diversos benefícios, para os idosos pode ser usada na redução e/ou minimização dos sintomas psicológicos, no autoconhecimento, no entendimento sobre os comportamentos das pessoas sobre ela, afinal para várias demandas. De que forma a família pode ajudar? Depois de uma avaliação psicológica adequada sobre o estado emocional da pessoa idosa, os familiares precisam ser devidamente orientados, em sua singularidade de como proceder com este idoso. De uma forma geral ele precisa ser ouvido, entendido e respeitado, depois do diagnóstico feito, orientações específicas serão direcionadas. A pandemia afetou a saúde mental dos idosos? Por quê? O que se percebeu é que a pandemia foi um influenciador (negativo) direto na saúde mental de todos, não apenas dos idosos. Para eles o que mais foi sentido está relacionamento ao isolamento emocional, para aqueles mais ativos foi uma ruptura significativa do contato com outras pessoas. Nesse período notou-se um grande crescimento de idosos à procura de ajuda psicológica com a queixa principal: estado depressivo. Como dito anteriormente, por conta de fatores individuais, o estado emocional acabou se fragilizando.

Frases “É nessa fase da vida que os conflitos e crises internas podem se intensificar, o idoso se depara com várias questões que os colocam em dúvida: sobre ele ser útil ou não para alguém; se ele é capaz de ser independente”

“Estar preparado(a) psicologicamente para a velhice se torna algo peculiar, pois a forma como você enfrenta essa fase diz muito sobre o que pensas na idade atual. As pessoas, em sua grande maioria, não pensam que um dia pode envelhecer”

“O que se percebeu é que a pandemia foi um influenciador (negativo) direto na saúde mental de todos, não apenas dos idosos. Para eles o que mais foi sentido está relacionamento ao isolamento emocional”

Falamos sobre desafios da velhice. Objetivos a serem alcançados também existem nessa fase final da vida? Devemos entender que objetivo não está associado à idade, mas a satisfação emocional. Se mesmo nessa fase final da vida, o idoso tiver qualquer tipo de objetivo e acredita que seja possível realizá-lo, porque não tentar? O importante é que o idoso se sinta capaz e feliz por ter em que acreditar, fazendo assim sentir que está “vivo” dentro de si a vontade de viver.


CADERNO B

Victor Wagner Conde o galã da década de 70 PÁG. 2

Gente que acontece na Coluna da Adiles

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FOTOS: ACERVO PESSOAL

“SÓ FALTA VOCÊ SABER” De Fernanda Ebling Apaixonada pelos ritmos brasileiros, Ebling traz uma bossa nova, com um quê de jazz, produzida em conjunto com Alan Almeida, Willian Grando e Maurel Stein Rozemberque Marques Especial para O Progresso Depois de uma parada em 2018, de alguns shows em 2019 e em 2020, por conta da pandemia, apenas participação em evento online, a cantora e compositora Fernanda Ebling lançou no último dia 25 seu primeiro trabalho de 2021. Disponível em todas plataformas de streaming e com direito a clipe no YouTube, a artista mostra ao público sua canção chamada “Só Falta você saber”. Apaixonada pelos ritmos brasileiros, Ebling traz uma bossa nova, com um quê de jazz, produzida em conjunto com Alan Almeida, Willian Grando e Maurel Stein. “Só falta você saber” é uma música pra deixar leveza nos corações das pessoas. Fala de um amor livre, sem ciúme, sem manual de instrução. Um amor que pode ser sentido por todos, seja junto com alguém, seja sozinho, de quem é tímido ou extrovertido...é pra dançar... é pra acolher o coração. Trajetória Ebling teve seu contato com a música já aos 8 anos, quando iniciou os estudos em órgão eletrônico, dois anos depois passou a estudar teclado, o qual obteve o certificado de conclusão em 2003. Aos 13 anos participa de seu primeiro festival, na escola Perpétuo Socorro, no qual toca violão e uma composição própria, chamada “Falando para o Destino”. Participou de diversos recitais (de 1994 à 2001) tocando teclado, todos estes promovidos pelo antigo Instituto de Educação Musical Minami (IEMMI). Em 2003 entra como vocalista na banda No More, em que permanece por poucos meses, pois logo ingressa no Curso de Música na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Em 2004 entra como vocalista e tecladista da banda Triburbanus a qual permanece até 2007.

Junto com a banda Triburbanus, Fernanda Ebling participa de duas edições do Festival Universitário da Canção (FUC) sendo eles FUC 13º (2005) com a música Tradições e o FUC 14º (2006) com a música Inocente. No ano de 2008 entra no curso de Letras da UEMS, restringindo a música à somente apresentações organizadas em conjunto com os alunos do curso. No fim de 2011, monta junto com Gustavo Almeida (Mestre em História) e Wagner Goulart (Geógrafo) a banda Sandra Rosa Madalena, na qual foi vocalista e tecladista até 2013. Em novembro de 2013 fez um show no Lendas Pub (Campo Grande-MS) em parceria com a cantora Marina Dalla, iniciando, então, sua carreira como cantora solo. No fim de 2014, a cantora lançou o EP Rabiscos contendo três músicas: Manicômio, Mirados e Cordas. O EP foi gravado por Cauê Gutierrez, do Estúdio Manhattan. Desde então a compositora tem investido em suas músicas autorais, fazendo com que o show seja inteiramente de composições próprias. A artista realizou shows nos eventos Grito Rock (2014 e 2016), Música EnCena (2015), Festival Literário de Dourados (2017), Sarau de Encerramento do Festival Internacional de Teatro (2017), abertura do show de Esteban Tavares no Jangoo (2017) e diversos saraus. No ano de 2017, no mês de Agosto, Fernanda Ebling foi vencedora do Festival da Canção, realizado pela Universidade Estadual de Mato Grosso do sul. A música vencedora, Joana, é de composição própria. Em 2019 participou do Show “Revoada Tour” de Jonavo, que aconteceu no Jatobá – Café e lazer, em Dourados. Também Em 2019sobe ao Palco das Águas do 20º Festival de Inverno de Bonito, a cantora de Dourados Fernanda Ebling. O principal trabalho da artista é o show “Coloral”, que traz músicas

Cantora Fernanda Ebling lançou no último dia 25 seu 1º trabalho de 2021

como “Joana” e “Volúpia”, que como os próprios nomes sugerem, têm os olhos voltados às mulheres. A cantora comentou sua inspiração para cada música de “Coloral”. “Joana” é um grito de dor a favor das mulheres que entregam seu tempo e sonhos aos outros, fazendo com que se esqueçam de si mesmas. Já “Volúpia” representa a mulher liberta, sem barreiras em viver seus desejos e muito menos em se arriscar

nas aventuras que a vida proporciona. As canções “Acordei Saudade”, “Idas” e “Passarinho” esboçam o desapego das coisas que machucam e magoam, centrando a liberdade e si mesmo. Já as músicas “Só falta você saber”, “Rei”, “Mirados” e “Entre a grama e o Luar” apresentam as diversas formas de amor: o amor puro, o amor embriagado; o amor velado em carinho de amigo e o amor repleto de sensualidade.


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Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Memórias

Victor Wagner Conde

o galã da década de 70 em Dourados

Wagner era daqueles artistas que consideravam que a música era uma arte, um elo entre Deus e o homem REPRODUÇÃO/O PROGRESSO

Vander Verão Especial para O Progresso Victor Wagner Conde, que morreu em acidente de moto no interior paulista no final da década de 70, foi considerado um músico muito avançado naquela época em Dourados. Um galã. Tinha uma incrível facilidade em compor canções românticas, influenciado pelas músicas de Johnny Rivers. Wagner participou do LP “Os Melhores da Música Jovem Matogrossense”, com duas canções. Depois, ele lançou três compactos e um dos discos alcançou rapidamente a vendagem de 1.500 cópias, o que foi considerado um grande sucesso. Com a grana, ele comprou uma motocicleta incrementada, com a qual sofreu um acidente, vindo a falecer.

Um galã. Tinha uma incrível facilidade em compor canções românticas, influenciado pelas músicas de Johnny Rivers Wagner era daqueles artistas que consideravam que a música era uma arte, um elo entre Deus e o homem; e que o som constituia-se na ponte para chegar ao Supremo. Para ele a letra da canção não tinha tanto significado como o som. Por isso, compunha músicas de mensagens fáceis. Além de Johnny Rivers, Victor Wagner Conde foi influenciado pelo som dos Beatles. A idéia da gravação do antológico LP foi dele e ocorreu no 3º Festival realizado no Cine Ouro Verde, sendo que os primeiros classificados ganharam o direito de participar do disco. Wagner levou a fita na Continental e Walter Negrão deu a aprovação e logo o elepê foi gravado. Wagner, que tinha uma espécie de estúdio em sua casa na Rua João Cândido da Câmara, ficou como representante da Continental em

Reprodução da capa do disco “Os Melhores da Música Jovem Matogrossense”

Dourados, através da Soncine Gravações e Cinegrafia. Aliás, no mesmo endereço, funcionava uma escola de música de Victor Wagner Conde. Ele e o maestro Paschoal Maiz davam aula de violão, guitarra, trombone de vara, bateria, acordeon, contrabaixo, pistão, violino dentre outros instrumentos.

Saiba mais

Pleno êxito Na edição do dia 25 de julho de 1970 (nº 1.160), O Progresso publicou em manchete material a respeito do festival, o qual transcrevemos na íntegra. “Com o Cine Ouro Verde inteiramente lotado, o que denota o interesse que desperta ao público douradense a arte da música, realizou-se o 3º Festival da Música Popular de Dourados, que como das vezes anteriores, foi uma promoção do 3º Normal e do 3º Técnico e 3º Técnico de Contabilidade do Colégio Osvaldo Cruz”. Foram proclamados os seguintes vencedores: MÚSICAS INÉDITAS: 1º lugar, Leônidas Além, interpretação de “Sem Você”, de autoria de Antonio Carlos; 2º lugar, Moacir Stein Arruda e Noé Stein Arruda, interpretação de “O Estudante Faxineiro”, autoria de Moacir Stein; 3º lugar, Maria José Vieira Vardasca, interpretação e autoria de “Espere por mim”.

Reprodução de anúncio; edição de 3 de setembro de 1969 no jornal O Progresso

MÚSICAS-INTERPRETAÇÕES: 1º lugar, Georgino Silva, interpretando “Quando a Esperança vai embora”, de Antonio Marcos; 2º lugar, Israel Augusto de Souza, cantando “Quando o amor se transforma em poesia”, de autoria de P. Softici, versão de Miguel Plopschi; 3º lugar, Noé Stein, interpretando “Foste Minha um Verão”, de Francisco Egídio. Wagner aproveitou bem o Festival para a gravação do disco, dando uma força para todo o pessoal que transava música na cidade. Somente na cidade paulista de Avaré (onde morreria posteriormente), ele conseguiu vender 3 mil cópias de seu compacto, volume II. O 3º Festival, que originou a gravação do LP “Os Melhores da Música Jovem Matogrossense”, foi realizado logo após a conquista do tri-campeonato mundial de futebol pelo Brasil. Dourados, na época, vivia um clima ainda de comemoração pelo grande feito de Pelé e companheiros em terras mexicanas.


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O PROGRESSO

Dourados, 6.2.2021

NOTIFICAÇÃO DE CHAMAMENTO AO SERVIÇO

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Dourados/MS,02 de fevereiro de 2021. Ilmo. Sr. Sinaldo Soares Pereira.

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Procuro vaga em sítio, chácara ou fazenda. Possuo exp. em lavoura e pecuária. 99838-2819 ou 991284994 José Carlos

Ref.: ABANDONO DE EMPREGO Tendo V.Sª deixado de comparecer ao trabalho desde o dia 12/01/2021 sem apresentar qualquer justificativa, vimos pela presente cientificá-lo, nos termos do disposto no artigo 482, letra I, da CLT, que lhe fica consignado o prazo de 48 hrs, a contar do recebimento desta, para que reinicie suas atividades ou justifique, devidamente, no mesmo prazo, o motivo que impede seu comparecimento. Caso contrário, consideraremos sua atitude como ato de renúncia do cargo, ficando V.Sª passível de demissão por abandono do emprego, na forma do dispositivo citado na Consolidação das Leis de Trabalho. Atenciosamente R D SANCHES e CIA. – LTDA CNPJ n. 05.954.955/0001-00

Colônia dos Pescadores Artesanais Profissionais de Fátima do Sul/MS - CPAPFS Z-10 – Edital - Resultado das Eleições - Em cumprimento ao Estatuto Social da Colônia em conjunto com o Regimento Interno de eleição, COMUNICO que em eleições realizadas no dia 01 de fevereiro de 2.021, foi eleita a CHAPA ÚNICA concorrente do pleito cuja constituição é a seguinte: CHAPA ÚNICA – DIRETORIA EFETIVA: PRESIDENTE: Maria Antonia Poliano, SECRETÁRIO: Paulo Almir Palhano Carrilho,TESOUREIRO: Olacir Valter Vieira; DIRETORIA SUPLENTES: João Xavier, Isaias Nunes de Assis e Wanilton Santo Nonato; CONSELHO FISCAL EFETIVO: Luiz Carlos Grassi, Lenival Rodrigues Bezerra e Bento Torres; CONSELHO FISCAL SUPLENTE: Rubens Célio Alves Machado, Osmar Alves Milandri e Maria Alves Gomes; DELEGADOS REPRESENTANTES EFETIVOS: Maria Antonia Poliano e Paulo Almir Palhano Carrilho; DELEGADOS REPRESENTANTES SUPLENTES: Olacir Valter Vieira e Isaias Nunes de Assis. Compareceram e votaram 210 (duzentos e dez) associados em condições de votarem regularmente inscritos nas folhas de votação. A posse dos eleitos será no dia 03 de março de 2021 com mandato de 03 (Anos), vigorando até o dia 03 de Março de 2.024. Fátima do Sul/MS, 02 de fevereiro de 2.021. Maria Antônia Poliano – Presidente.


Dourados, 6.2.2021 O PROGRESSO

Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

COLUNA DA ADILES GENTE QUE ACONTECE

“Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.” Machado de Assis

POESIA Você que já foi jovem Já viveu e já sofreu Já sorriu e já chorou Foi cheio de vida e amor. Você que hoje vive Recordando o que passou Relembrando os seus bons tempos Que a vida já levou. Ginez César, Luciana, Valentina e Emanuele

Ivanilde Zanforlin e Zé Teixeira (dep. estadual)

Você criou os seus filhos Por eles sofreu e sonhou Hoje distante e sozinho Só saudade lhe restou. Sua pele mostra os vincos Que o sofrimento marcou Seus cabelos todos brancos Com lágrimas os lavou.

Dra. Simone e dr. Eduardo M. Rocha Odilon Azambuja e Dora

Juraci e dr. José Antonio Menegucci

Seus olhos cansados Já sem o viço de outrora Embaçados e sofridos Só angústia mostrando agora. Feliz daquele que está Com seus filhos ao seu lado Oferecendo carinho Retribuindo o seu passado. Outrora ele acalentou Seu corpinho pequenino Hoje já é homem feito E ele apenas um velhinho.

Tuxa e dr. João Gusman

Cel. Ary Barbosa e Marcia

Irene e Israel de Freitas

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

EXCELENTE REVISTA

ANIVERSARIANTES DA SEMANA

MARÇAL GONÇALVES LEITE. Sexta-feira (5/2)

Na foto, com o filho Marçal

TATIANA UJACOW Sábado (6/2)

DR. SIDNEI S. PIMENTEL Sábado (6/2)

MARCOS F. CHRISTÓFANO Sábado (6/2)

JOSÉ ALBERTO S. LEMOS

CLARICE ZANONI FONTES DÉBORA SANCHES Segunda-feira (8/2)

Terça-feira (9/2)

VALTER CASTRO

CÍCERO FARIA

MÔNICA MOREIRA

NICÁCIO CANTERO

LEDI FERLA

Domingo (7/2)

Quarta-feira (10/2)

Sexta-feira (12/2)

Sexta-feira (12/2)

Adiles do Amaral Torres

Terça-feira (9/2)

Sexta-feira (12/2)

Parabéns aos proprietários da Revista “Dourados - Sua História em Fotografia”. Na última edição foram divulgadas várias fotos de alguns pioneiros de Dourados. Agradeço por ter destacado a história da minha família. Meu pai, Vlademiro do Amaral, citado na revista, foi um dos que demarcou a nossa cidade. Ele veio para cá do Rio Grande do Sul nos idos de 1929. Eu sou a única filha nascida aqui. Os meus irmãos nasceram no Rio Grande do Sul. É bom divulgar o passado de nossa cidade para recordar e para quem não sabe, conhecer quem foram os pioneiros. Obrigada e parabéns! PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, Do dia 11/fevereiro - Edna Goulart Cristofano; Lurdes Araújo; Márcia Mendonça de Lagos; Francisco Lima de Souza; Nelson Girotto; Inque Rinschede; João Batista Belchior; Edivaldo Custódio Perazollo Nantes; Fábio T. Marimoto; Donizete Capilé Cunha; Ana Luiza de Campos Nascimento; Adriana Regina de Souza; Ana Luiza Meireles Nascimento; José Antônio Bortolaza; Bruno Ferreira Rios; Diana Estela Guimarães César e Laura Meireles Nascimento. Do dia 12/fevereiro - Andressa M. Rosa; Mariane Kintschev; Samuel Carvalho Aragão; Marilei Rosa da Silva; Elizete Almeida Oliveira; Maria de Lurdes da Silva; Glaucia Ferreira; Cleiry Lúcia de Carvalho; João Vicente Azambuja; Gilmar Ferreira Marques; Josimara de Souza Soares; Adonias Goes Libório; Jonas Willian Fonseca; Juliana Almeida Gomes; Daiana Carla Preciane; Gilson Pereira de Souza e Larissa Wegermann.


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