Edição de 13/fevereiro de 2021

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DOURADOS MS ANO 70 Nº 13.662

O PROGRESSO

13 de fevereiro de 2021

HHHHH

Dourados deixa de aplicar R$ 17 mi na iluminação pública Dinheiro arrecadado em 2020 ficou parado em caixa durante o ano todo, deixando bairros na completa escuridão. Prefeitura teria adiado várias licitações e não contratou empresa de troca de lâmpadas. PÁG. D1 MARCOS RIBEIRO

Avenida Guaicurus tem quase 5 quilômetros na completa escuridão

VALÉRIA ARAÚJO

Política

Marçal entrega sugestões PÁG. D5 para melhorias no rotativo

NOTA DE PESAR

PÁG. A3

“Crateras”- Os altos índices de chuva e a falta de manutenção das vias por parte do poder público há vários meses ocasionaram o surgimento de verdadeiras crateras nas ruas centrais e nos bairros de Dourados. Motoristas sofrem prejuízos e acidentes gerados pelos buracos podem render indenizações. PÁG. D3

Ainda com profundo pesar lamentamos a morte de Geny da Silva Verão, aos 87 anos, na última quinta-feira (11). Ela era viúva de Lídio Nunes Verão. O casal teve seis filhos: Wilson, Vilmar (in memorian), Weimar, Vander, Valdo e Célia. Deixa vários netos e bisnetos. Manifestamos sentimentos de solidariedade à família enlutada.


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Dourados, 13.2.2021 O PROGRESSO

Opinião EDITORIAL

INFORME C

Na escuridão

N

ão é de hoje que a população douradense reclama da escuridão. Enquanto isso, a Contribuição de Custeio da Iluminação Pública (Cosip) sagradamente vem mensalmente embutida na conta de energia elétrica. No país em que contrapartida é bobagem, uma taxa a mais já não causa espanto. O brasileiro acostumou com o “normal”. A conivência com a corrupção, presente todos os dias na mídia em forma de escândalos, já não causa estranheza há muito tempo. E há quem diga que isso acontece porque o eleitor vota errado. Em Dourados, por exemplo, a escuridão está aos olhos de todos: do povo, do Legislativo, do Executivo e do Judiciário. Quase nada é feito. Para sur-

CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

presa, foi descoberto por esses dias que a administração municipal tem R$ 17 milhões em caixa de tributo da Cosip. O dinheiro é fruto de arrecadação do exercício 2020. Dinheiro parado, nada investido. Em janeiro deste ano entrou mais R$ 1,8 milhão nos cofres públicos. Não causa estranheza noticiar que há dinheiro em caixa parado enquanto ruas de bairros e centro estão tomados pela escuridão. Não causa estranheza que aqueles que deveriam fiscalizar ou investigar a administração municipal não cumpriram suas funções. Por um bom tempo a gestão municipal anterior utilizou parte dos recursos da Cosip para pagar salários dos servidores. A justiça interviu, determinou que o recurso fosse aplicado na iluminação públi-

ca e mandou devolver o que havia tirado de recurso do local de origem. Isso em julho de 2019. Esperava-se melhoria. Mas não. Tudo continuou precário, virou normal a cidade de Dourados ficar na escuridão. Cobrança não faltou, mas se cobrança resolvesse o problema, principalmente postagens em mídias sociais, a cidade estava iluminada a ponto de receber alcunha de “cidade luz”. Tempos melhores poderão vir pela frente. Mas é preciso que órgãos competentes façam os seus deveres. Aquele que tem o recurso, que invista, faça a contrapartida. Já aqueles que fiscalizam, que utilizem de seus poderes para fazer acontecer. Que a mídia seja vigilante e a população guardiã do bem público.

É preciso reaprender a aprender FLORA ALVES* *CLO da SG – Aprendizagem Corporativa e idealizadora do Trahentem®

A

frase pode parecer batida, porém mais do que nunca precisamos revisitar o que significa o termo aprender. O futuro da educação como um todo ainda é “perturbador”. Assim como em todas as outras áreas da nossa vida, a pandemia teve um grande impacto, sobretudo no que diz respeito à digitalização. Vamos usar como exemplo os universitários. Nem todas as universidades estavam prontas para oferecer o ensino digital de qualidade, assim como nem todos os alunos estavam prontos com dispositivos adequados e acesso à internet para conseguirem também se engajarem de maneira ativa nesse ensino. Então aquele gap que já existia, no sentido do que é ensinado em sala de aula estar desalinhado com o que é visto no dia a dia corporativo, se tornou ainda maior. Sim, perdemos muito no que diz respeito ao consumo do conteúdo em si e perdemos muito também do convívio e da relação social e da aprendizagem significativa

que acontece, sobretudo, por meio desse convívio. Porém, os impactos não foram somente negativos. Temos um volume gigantesco de conteúdos digitais de qualidade disponíveis para aprendermos. O que precisamos fazer é a correta curadoria dessas informações e termos conhecimento sobre a aprendizagem autodirigida, que é um modelo no qual o próprio indivíduo identifica suas necessidades de estudo e cria métodos para absorver o conteúdo. E é claro que a falta de convivência social faz com que no futuro os profissionais tenham mais dificuldades para o engajamento presencial nos ambientes de trabalho. Por outro lado, não podemos ignorar que a falta de convivência social nos levou a aprendermos a nos relacionar por meios digitais. Para pessoas que vão se relacionar com profissionais que estão em outros países, em outros fusos horários, em outras culturas, existe também um ganho muito grande, por conta dessa grande aprendizagem que tivemos de utilização de novas tecnologias para esse nosso convívio social e o desenvolvimento das soft skills. Mas e os danos? Esse é o grande desafio e acredito que todos nós estamos em busca dessa resposta. O que eu posso adiantar é que para reduzir

danos precisamos reaprender a aprender. Os ambientes de troca, compartilhamento e crescimento coletivo são importantíssimos nesse processo, porém temos que ter como certeza que o protagonista é o aprendiz. Nós devemos ser os protagonistas dessa mudança. Nós precisamos nos dar conta da importância que esse aprendizado tem para a nossa vida e para as nossas carreiras. Precisamos ser os verdadeiros protagonistas dos nossos processos de aprendizagem. Temos a tecnologia disponível e a informação de toda e qualquer disciplina disponível a custo zero, mas nós como facilitadores temos que ser o guia dessa curadoria e ajudar o aprendiz a descobrir o caminho da aprendizagem autodirigida, de como melhor caminhar nessa trilha de aprendizagem. E além de sermos verdadeiros guias quanto à aprendizagem dirigida, nós como especialistas em aprendizagem , também precisamos preparar os profissionais para que saibam criar um ambiente favorável de aprendizagem. Todo momento é momento de aprender. Mas, neste caso, precisamos de um ambiente desafiador e inovador, ao ponto de estimular as pessoas com curiosidade e motivação para continuar aprendendo, sempre!

O interior está bem servido de vereadores Dos 19 vereadores eleitos para o mandato de 2021 a 2024, ao menos cinco têm ‘raízes distritais’. Portanto, nesta legislatura a zona rural de Dourados está bem servida. E todos poderão defender as demandas dos distritos, como na manutenção das estradas vicinais, uma das principais queixas dos produtores rurais. Creusimar Barbosa (DEM) morou em Vila Vargas por mais de 30 anos; Olavo Sul (MDB) há 47 anos reside na Vila São Pedro; Sérgio Nogueira (PSDB) é residente na Vila Vargas há oito anos; Juscelino Cabral (DEM) apesar de atualmente morar em Dourados, residiu no distrito de Vila Vargas por 14 anos; Márcio Pudim (DEM) há 39 anos mora no distrito de Vila Vargas. Na legislatura passada, eram “rurais” os vereadores Silas Zanatta (morador em Indápolis) Olavo Sul, Sérgio Nogueira e Madson Valente (de Vilas Vargas). Aumento O Concen (Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa/MS) estima que o reajuste da tarifa de energia elétrica será de 11,9% em Mato Grosso do Sul. A avaliação é da consultoria técnica do conselho. Caso confirmado, o reajuste será 72,4% maior que o aplicado em 2020, por exemplo, que foi de 6,9%. A estimativa já leva em conta a aprovação da Medida Provisória 998/20, que deve amenizar o impacto do aumento que entrará em vigor no dia 8 de abril em MS, segundo avaliação da presidente do Concen, Rosimeire Costa. Vendendo bem No primeiro mês de 2021, Mato Grosso do Sul exportou US$ 301 milhões, atingindo superávit de US$ 131 milhões. Em janeiro, o milho e o açúcar foram os produtos que tiveram maior aumento nas exportações na comparação com o mesmo período de 2019. A celulose se mantém como o produto mais exportado no Estado, representando 26,36% da balança comercial. Isentos Em indicação encaminhada durante a sessão de segunda-feira passada da Câmara de Dourados, o vereador Mauricio Lemes (PSB) solicitou à Prefeitura, a inclusão de texto informativo nos carnês de IPTU sobre o direito de isenção do tributos aos contribuintes imunes ao imposto. O documento cita em justificativa o artigo 1º da Lei municipal nº 3.043, de 26 de Dezembro de 2007, que determina a obrigatoriedade do poder Executivo em informar aos contribuintes o direito da isenção, estabele-

cido por essa legislação, inserindo na primeira página do carnê as informações necessárias para que o contribuinte tenha conhecimento da possibilidade de se enquadrar nas hipóteses de isenção, bem como os prazos para a sua solicitação. Mauricio citou que em 2020 mais de 100 mil carnês do IPTU foram distribuídos em Dourados. Dos 116.234 imóveis existentes no município, incluindo distritos, 14 mil são isentos e 515 imunes. Vai andando A colheita da soja começou em ritmo lento em Mato Grosso do Sul. Isso porque as condições climáticas, como a estiagem na época de plantio e as chuvas de janeiro atrasaram a colheita, que está 3% inferior em relação à safra passada. Conforme dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio(Siga), a previsão é colher 11,591 milhões de toneladas na safra 2021. Desse total, 60% já foi vendida antecipadamente. A região sul do Estado é a mais avançada, com 14.500 hectares colhidos e destaque para o município de Dourados, onde o percentual evolui mais rápido. Bom índice O Desafio de Gestão Municipal (DGM) é um estudo que analisa a evolução das 100 maiores cidades do Brasil. De acordo com a publicação de 2021, no ranking das capitais, Campo Grande esta em 7º lugar como melhor capital brasileira para se viver. Já no ranking das cidades, Campo Grande se manteve em 36º lugar. Para a obtenção de resultados com base no Índice de Desenvolvimento da Gestão Municipal (IDGM), 15 indicadores em quatro áreas essenciais para a qualidade de vida da população são utilizados: Educação, Saúde, Segurança, e Saneamento e Sustentabilidade.

EXPEDIENTE JORNAL O PROGRESSO LTDA | CNPJ: 30.620.712/0001-74 Fundador: Weimar Torres (1951-1969)

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Dourados, 13.2.2021 O PROGRESSO

Política

Empresários querem liberação de eventos com 100 pessoas Movimento está sendo articulado pelo empresário do setor e presidente da Câmara, Laudir Munaretto DIVULGAÇÃO

Flávio Verão Empresários do setor de eventos em Dourados querem a liberação de festas com a participação de até 100 pessoas. O pedido foi feito ao prefeito Alan Guedes (PP) e ao presidente da Câmara, vereador Laudir Munarettto (MDB). O segmento está praticamente parado desde o início da pandemia do Coronavírus, em março do ano passado. De lá para cá foram realizadas tratativas com o poder público no sentido de liberar eventos. Em outubro houve afrouxamento de decreto, liberando festas com medidas de biossegurança, mas com o aumentos de casos da doença, logo em seguida foi suspenso.

O segmento está praticamente parado desde o início da pandemia do Coronavírus, em março do ano passado O atual decreto proíbe eventos e comemorações de qualquer natureza em chácaras, espaços e salões de condomínios, organizados por particulares ou por empresas especializadas. A cidade ainda mantém toque de recolher das 22h às 5h. Durante a semana Alan e Laudir receberam representantes de empresas do ramo buffet, formaturas, cerimonial, decoração, iluminação e sonorização. Eles buscam alternativas para a retomada gradativa das atividades que envolvem o setor de eventos no município. A principal proposta dos empresários é a liberação dos eventos sociais com capacidade de até 100 pessoas, com o cumprimento de

Laudir Munaretto e o prefeito Alan Guedes se reuniram com grupo de empresários do setor de eventos em Dourados

protocolos e projeto de biossegurança, e regras que diferenciam os eventos sociais e públicos, quando há fins lucrativos. Empresário do ramo de buffet há duas décadas, Laudir Munaretto sentiu no bolso os efeitos da pandemia. Por ser do setor, os comerciantes o procuraram primeiro, de forma que agendasse encontro com o prefeito Alan, para que juntos possam debater os

caminhos para a retomada gradual das atividades do setor, respeitando as medidas de biossegurança. Conforme Laudir, o segmento de eventos gera muitas vagas de emprego. “Infelizmente o setor sofre há quase um ano os impactos da pandemia e precisa de alternativas para voltar a produzir e gerar empregos. Essa é uma luta da Câmara Municipal de Dourados e do meu

mandato. Estamos trabalhando para buscarmos uma solução no mais curto espaço de tempo. O prefeito Alan tem conhecimento da situação e se mostrou muito solícito para buscar uma solução que atenda todas as partes envolvidas e que garanta a eficácia das medidas sanitárias adotadas pelo município para controlar o avanço da Covid-19”, disse o presidente da Câmara.

Marçal entrega a Alan sugestões para melhorias no rotativo Dossiê traz que empresa EXP precisa dar contrapartida ao consumidor que paga a taxa O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) entregou ao prefeito Alan Guedes (PP) um dossiê com sugestões para melhorar o serviço do estacionamento rotativo em Dourados. O documento é resultado de uma audiência pública realizada em 2017. O estacionamento pago na área central da cidade sempre foi alvo de reclamações. A empresa EXP Parking é a responsável pela concessão do rotativo desde 2015, num contrato de 10 anos. Quando exercia o cargo de vereador, Marçal promoveu debate com a participação de autoridades de trânsito, de especialista em mobilidade urbana, da defensoria pública e da população. Na época, Marçal entregou o dossiê com as sugestões de melhorias do rotativo a então prefeita Délia Razuk, mas

nada foi feito. A audiência apontou a necessidade de revisão contratual entre a Prefeitura e a empresa EXP, com a proposta de garantir um maior equilíbrio entre as partes, já que a concessionária não tem obrigação de contrapartida com o município. Conforme o contrato de prestação de serviço, do total arrecadado dos contribuintes, a EXP Parking só tem a responsabilidade de repassar 15% ao município. Não há contraprestação, por exemplo, de manter os estacionamentos em boas condições e de nenhum outro tipo de benfeitoria a quem paga pelo serviço. Ainda sobre contrapartida à exploração do estacionamento rotativo, Marçal exemplifica que o contrato é trilateral, mesmo que celebrado apenas entre a prefeitura e a empresa EXP Parking, são os usuários que efetuam diretamente o pagamento do serviço. Por isso, na avaliação do deputado e amplamente discutido na audiência, deveria

ARQUIVO

COLONO - Cumpadi, é cada cratera em Dourados

ZÉ PINGA - Pois é, teve um amigo meu que si afogô em uma delas, ic, ic, ic...

Marçal e Alan Guedes constar no contrato a responsabilidade da EXP como manutenção estrutural e estética da área do estacionamento, como pintura de meios-fios e das calçadas, manutenção da iluminação pública, da sinalização de trânsito vertical e horizontal.


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Dourados, 13.2.2021 O PROGRESSO

Política ENTREVISTA · Creusimar Barbosa - Vereador

Único vereador deficiente, Creusimar defende a acessibilidade em Dourados Severiano Ramos Creusimar Barbosa, vereador eleito em 2020 pelo Democratas, nasceu em Mirante do Paranapanema-SP, tem 61 anos e desde os anos 80 mantém vínculos familiares e de amizade com Vila Vargas em Dourados. Formado em Produção Publicitária, Creusimar diz que está muito motivado e quer fazer um mandato com muito trabalho e que faça real diferença na vida do douradense. Afirma que vai fiscalizar de maneira muito séria e transparente as ações e trabalho do prefeito Alan Guedes, e paralelo a isso, também levar as demandas de maneira oficial à prefeitura. Acredita que o vereador deve estar próximo da população, e assim, deseja estar nos bairros ouvindo as lideranças e suas reinvindicações. O vereador assumiu a Presidência da Comissão de Assistência Social. Como cadeirante, conhece de perto as dificuldades sobre a acessibilidade em nossa cidade. E essa é uma de suas bandeiras para buscar as resoluções necessárias para Dourados. Em entrevista ao O PROGRESSO, ele afirmou que vai lutar pela saúde, com um olhar com mais cuidado de maneira rápida e prática, principalmente em relação a pandemia da covid-19. Na questão de educação, na primeira sessão, Creusimar solicitou a finalização e investimentos para a Creche do Parque das Nações I. Atendeu mães e pais preocupados por não conseguirem vagas em creches. Por que quis se tornar vereador e como esse desejo "nasceu"? Eu nasci em Mirante do Paranaparema, São Paulo, hoje tenho 61 anos. Desde pequeno gostava de acompanhar as notícias políticas no rádio. Esse assunto sempre me chamava a atenção. E na medida que cresci, fui me envolvendo na parte prática da política. Trabalhei em campanhas políticas em 1976, e isso me levou a conhecer políticos como o atual Vice-Governador Murilo Zauith. Neste meio tempo, me formei em Produção Publicitária, e pude atuar no serviço público em Dourados. E deste trabalho, veio o convite do partido Democratas para sair como candidato a vereador na eleição passada. E diante o esforço e trabalho, conseguimos chegar até aqui. Quais serão suas principais pautas para o ano de 2021? Neste mandato assumi a Presidência da Comissão de Assistência Social, e sem dúvidas quero trabalhar com pastas que venham trazer benefícios reais para a população douradense. Como todos sabem, hoje estou cadeirante, e conheço de perto as dificuldades sobre a acessibilidade em

Frases “Sem dúvidas quero trabalhar com pastas que venham trazer benefícios reais para a população douradense” “Estou trabalhando em um projeto de lei que visa justamente a pauta da acessibilidade” “Estou muito motivado e quero fazer um mandato com muito trabalho e faça real diferença na vida do douradense” nossa cidade. Tudo fica mais difícil. E por isso, vou levantar muito esta bandeira e trabalhar para buscar as resoluções necessárias para Dourados. E sem deixar de lado, vivemos em tempo únicos, e a saúde precisa de um olhar com mais cuidado de maneira rápida e prática. Ainda estamos passando pela pandemia da covid-19 e Dourados precisa estar preparada para cuidar de todos. Agora temos a vacina chegando, e vamos fiscalizar todo o processo da vacinação, organizada pela prefeitura. E no decorrer do mandato, buscar a organização de nosso município. O que será prioridade no seu mandato? Estou trabalhando em um projeto de lei que visa justamente a pauta da acessibilidade. Como disse anteriormente, sei o que esta parte da população passa na pele todo dia, e por isso, me sensibilizo em atuar para buscar melhorias em acessibilidade. Trabalhar para que todos consigam ir e vir, que Dourados se torne uma cidade melhor para todos. E quem precisa desta acessibilidade urbana, consiga viver melhor. Qual sua relação ou como pretende se relacionar com a prefeitura? Precisamos entender que a prefeitura sozinha não consegue trazer todos os benefícios que buscamos, e o mesmo acontece comigo, como vereador. Temos que atuar cada um na sua esfera para que o todo funcione. Nosso município se encontra em

grandes dificuldades, financeira, na saúde e na organização urbana, entre outras coisas que o douradense está insatisfeito. Eu pretendo, assim como foi definido pela câmara, ajudar a prefeitura no seu dever e colocar Dourados em ordem. Contudo, não significa que não iremos dialogar, se posicionar e fiscalizar as ações da prefeitura. Afinal, este é nosso dever como vereador. Dourados precisa de que todos, prefeitura e câmara, trabalhem juntos. Como pretende fiscalizar o trabalho da prefeitura? Fui eleito vereador e o meu dever, a minha função principal é fiscalizar o trabalho do prefeito e suas secretarias. É claro que vamos fazer isso. Pretendo acompanhar de maneira séria a distribuição, aplicação do dinheiro público. De onde vem e para onde vai. E se está sendo distribuída de maneira correta e coerente com a situação vigente. Como exemplo, sabemos que o novo prefeito pegou a prefeitura com problemas no financeiro, e uma cidade com muitas demandas pontuais graves, como os buracos nas ruas, limpeza da cidade, e principalmente, as questões da saúde nesta pandemia, e tudo isso, requer ações rápidas. Então, a prefeitura definindo suas ações, vamos acompanhar os trabalhos de perto. Pretende criar algum instrumento que facilite o acesso do cidadão às ações do seu mandato? Bem, quero sempre estar com as portas abertas para receber a todos. Pre-

tendo ouvir e conversar com a população nos bairros, para trazer as demandas e necessidades de todos. E não posso deixar de expressar, que as tecnologias ajudam muito nesse diálogo contínuo, por isso, estou organizando as mídias sociais para mostrar o meu trabalho e por meio dela também ouvir a nossa população. Qual sua opinião em relação às medidas de enfrentamento ao Covid-19 adotadas pela prefeitura? Esta é uma situação importante. Estamos iniciando os acompanhamentos das ações da prefeitura nesta nova etapa das medidas para enfrentar a pandemia. É claro, que a prefeitura não é o responsável direto pela compra da vacina, e sim o governo federal, mas é cabível à prefeitura, organizar a distribuição e vacinação na cidade de maneira rápida e eficaz. E isso tem acontecido em Dourados. Estamos torcendo que chegue a vacina para todos logo. Quais suas expectativas de mandato para melhorar a vida da população douradense, especialmente dos moradores de Vila Vargas, distrito no qual o senhor representa na Casa de Leis? Estou muito motivado e quero fazer um mandato com muito trabalho e faça real diferença na vida do douradense. E como falei anteriormente, tenho que fiscalizar de maneira muito séria e transparente as ações e trabalho do prefeito Alan Guedes, e paralelo a isso, também levar as demandas de maneira oficial à prefeitura. O vereador pede, e a prefeitura na medida que for possível e cabível deve realizar. E tudo isso, deve ser fiscalizado, de onde o dinheiro vem e para onde vai. Eu estou neste primeiro mandato, porém acredito que o vereador deve estar próximo da população, e assim, desejo estar nos bairros ouvindo as lideranças e suas reinvindicações. Outra questão, é que como vereador, não quero ser só reconhecido por um bairro, mas por todos os bairros da cidade. Afinal, não fui eleito apenas por um bairro, tive votos em vários bairros, e por isso devo trabalhar pela cidade como um todo. E estar atento a todos os problemas vivenciados aqui em Dourados. Na primeira sessão, já solicitei a finalização e investimentos para a Creche do Parque das Nações I, que foi iniciada na gestão do Murilo Zauith e até hoje não está pronta. Já atendi mães e pais preocupados por não conseguirem vagas em creches. E isso precisa ser resolvido, é uma demanda maior neste início de ano. E também, temos os problemas dos buracos nas ruas, já reivindiquei ações para solucionar isso.


Déficit de 3 mil vagas nas creches leva pais a acionarem a Justiça PÁG. 2

“Crateras” em vias de Dourados geram acidentes e indenizações PÁG. 3

DIA A DIA Dourados, 13.2.2021 O PROGRESSO

MARCOS RIBEIRO

Na Avenida Guaicurus a escuridão ameaça a vida dos transeuntes

Dourados deixa de aplicar R$ 17 mi na iluminação pública Dinheiro arrecadado em 2020 ficou parado em caixa durante o ano todo, deixando bairros na completa escuridão. Prefeitura teria adiado várias licitações e não contratou empresa de troca de lâmpadas Valéria Araújo A prefeitura de Dourados arrecadou R$ 17 milhões da Contribuição para o Custeio da iluminação Pública (Cosip). No entanto, o montante, que é resultado do dinheiro que sai todo mês do bolso do contribuinte através das contas de energia elétrica ficou parado em caixa, deixando a cidade sem manutenção e com bairros na escuridão.

O problema da falta de iluminação pública não é de hoje e já foi parar na Justiça, através de ação civil pública Na Avenida Guaicurus o cenário ainda é desolador. Muitas lâmpadas apagadas colocam em risco a vida de quem passa pelo local à noite. Mais de 10 mil veículos passam pela avenida diariamente. Grande parte deles no período noturno. Além da escuridão, muitos sinais de regulamentação não são visíveis aos condutores. Na Câmara de Ve-

readores, relatórios realizados pela vereadora Daniela Hall apontaram, no ano passado, que alguns bairros estavam com 80% das lâmpadas apagadas. O atual Secretário de Serviços Urbanos Romualdo Diniz Salgado Junior, disse, por meio da assessoria de Comunicação da Prefeitura que acredita que a gestão passada não conseguiu fazer licitação para contratar a empresa de troca de lâmpadas e que por essa razão o dinheiro ficou parado. O PROGRESSO apurou que vários processos de licitação, no ano passado foram adiados. Ele ressaltou ainda que assumiu a secretaria sem estoques, exceto lâmpadas. “Nossa gestão já montou um processo para comprar material de manutenção. Também estamos com um estudo em andamento para um projeto de modernização das principais avenidas. O serviço de disk lâmpadas está ativo e brevemente será ampliado para todos os serviços da Semsur. Também será lançado um aplicativo no celular

para facilitar a abertura de ordens de serviço de manutenção”, ressaltou. Judiciário O problema da falta de iluminação pública não é de hoje e já foi parar na Justiça, através de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual. Em 2019 o juiz José Domingues Filho chegou a determinar que a Prefeitura de Dourados suspendesse a cobrança da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública) de todos os moradores de locais com problemas na iluminação pública. Ele também barrou o uso de recursos desse fundo para outras finalidades, como ocorreu no final de 2018, quando R$ 5.997.226,43 foram tirados de uma arrecadação de quase R$ 16 milhões para pagar, sobretudo, o 13º salário do funcionalismo. A suspensão só não ocorreu na prática porque a Prefeitura recorreu e o processo está em tramitação. Em 06 de novembro de 2019 a Justi-

ça julgou procedente Ação Civil Pública n.° 0900092-73.2019.8.12.0002 contra o Município de Dourados, movida pelo MPE. A Promotoria pediu que o município fosse obrigado a não fazer a desvinculação de recursos enquanto a situação precária da iluminação pública não fosse revertida; além do cancelamento de eventuais desvinculações já realizadas e a obrigação de fazer relatório bimestral documental sobre a situação da iluminação em cada bairro da cidade. O Município interpôs recurso de apelação, que depende de análise pelo Tribunal de Justiça. Saiba mais

Disque lâmpadas De acordo com a Prefeitura de Dourados o serviço do Disk Lâmpadas está ativo e solicitações podem ser feitas pelo telefone: 3424-8620.


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Dourados, 13.2.2021 O PROGRESSO

Dia a Dia

Déficit de 3 mil vagas nas creches leva pais a acionarem a Justiça Por outro lado, a Prefeitura de Dourados pretende zerar filas por meio de contratação com as conveniadas DIVULGAÇÃO

Valéria Araújo Pais que não conseguiram vagas nas creches nem na primeira e nem na segunda chamada, estão recorrendo ao Judiciário para garantir o direito a Educação dos filhos. Na Defensoria Pública do Estado, em Dourados, dezenas de pedidos deixaram a pauta diária de agendamentos totalmente lotadas. De acordo com o defensor público Bruno Bertoli Grassani, desde o início do mês houve um aumento na demanda por vagas em creches. Segundo ele, a Defensoria atua primeiramente com ofício administrativo ao município solicitando a vaga. A medida tem sido feita por e-mail devido a pandemia. Após um prazo máximo estipulado, o defensor pode ingressar com ação na Justiça requerendo o direito da criança na educação infan-

Na Defensoria Pública, em Dourados, dezenas de pedidos deixaram a pauta diária de agendamentos lotadas No ano passado, cerca de 3 mil crianças da área urbana estavam na lista de espera da Prefeitura de Dourados til. “Todos têm direito à educação. Principalmente os filhos de pais que trabalham. Isto está claro na Constituição Federal. Atuamos para garantir esse direito aos hipossuficientes”, ressalta, orientando os pais para buscar o quanto antes resolver o problema, juntando toda a documentação após entrar em contato com a defensoria, pois agiliza muito o procedimento. Déficit e obras paradas No ano passado, cerca de 3 mil crianças da área urbana estavam na lista de espera da Prefeitura de Dourados por vagas nos centros de educação infantis. Enquanto isso, quatro obras de creches, que custaram em média R$ 1,6 milhão aos cofres públicos, continuam em ritmo lento ou paralisadas. Algumas delas estão em construção desde o início da gestão Délia Razuk e até agora não foram entregues como o Ceim do Parque do Lago I, Jardim Vitória, Parque do Rego Dágua e Parque das Nações I. Mais 3 mil vagas A atual Secretária de Educação, Ana Paula Benitez Fernandes, disse, por meio de assessoria de comunicação, que a Prefeitura pretende criar 3 mil vagas com as conveniadas, o que pode zerar a fila de espera. Segundo ela, a Prefeitura ainda não tem definido o número exato do déficit de vaga, já que os processos de matrícula não estão fechados.

Dourados tem cerca de 3 mil crianças a espera de vagas em Ceims

No momento ainda há vagas remanescentes e ainda entrará as vagas das conveniadas. Ela explica ainda que a Educação está realizando as transferências e alguns pais ainda não confirmaram a matrícula. O que fazer se não conseguir vaga? De acordo com a secretária, os pais que ainda não conseguiram a vaga podem ligar no telefone da Central de Matrículas para consultar se há a vaga para unidade desejada ou procurar a ir até o local, respeitando todos os critérios de distanciamento social e medidas de segurança. O telefone para contato é: (67) 98468-8029.

Saiba mais

Defensoria

Defensor público Bruno B.Grassani

Para fazer o agendamento na Defensoria, os pais devem acessar a plataforma digital no site https:// www.defensoria.ms.def.br . No endereço www.defensoria.ms.def. br/tutoriais/plataforma-digital. mp4 há um video explicativo. Feito o pedido, a Defensoria entra em contato em até 4 dias úteis. Caso necessite mais informações simples, o interessado pode ligar de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h30, para o número 129. A ligação é gratuita.


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Dourados, 13.2.2021 O PROGRESSO

Dia a Dia

“Crateras” em vias de Dourados geram acidentes e indenizações Motoristas sofrem prejuízos e acidentes gerados pelos buracos podem render indenizações Cristina Nunes

ARQUIVO PESSOAL

Os altos índices de chuva e a falta de manutenção das vias por parte do poder público há vários meses ocasionaram o surgimento de verdadeiras crateras nas ruas centrais e nos bairros de Dourados. Infelizmente, é comum motoristas e motociclistas sofrerem prejuízos gerados pelos buracos. Em casos piores, além dos danos no veículo, há ainda lesões físicas e até mortes no trânsito nas pessoas. Quem sofre esse tipo de prejuízo, tem direito de ter as despesas pagas pelos responsáveis das vias. Nas ruas da cidade, a ação judicial deve ser movida contra a prefeitura; nas rodovias estaduais contra o estado; e nas rodovias federais, contra a União. Em entrevista ao Progresso, a advogada Aline Viscardi, secretária da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB de Dourados explica como funciona os trâmites judiciários nesses casos. Confira: A prefeitura pode ser responsabilizada caso um cidadão sofra com estragos no veículo provocado pela existência de buraco em via pública? Sim. Quando houver um acidente em via pública causado por um buraco, para haver a responsabilização da Prefeitura é necessário que o cidadão faça algumas comprovações, como: a existência do buraco e que ele foi o causador exclusivo do acidente, que não havia sinalização na via e que o Cidadão estava trafegando em velocidade compatível. Comprovados esses quesitos a prefeitura pode ser responsabilizada tanto quanto aos danos materiais do carro, quantos aos morais o, e até mesmo, Lucros Cessantes, ou seja, o que o cidadão deixou de ganhar por conta do referido acidente comprovadamente causado por buraco em via pública. Os tribunais brasileiros tem condenado as prefeituras indenizarem os cidadãos em casos como esses? Sim. Os Tribunais Brasileiros têm decidido amplamente pelo dever do poder público em indenizar o

Quem sofre esse tipo de prejuízo, tem direito de ter as despesas pagas pelos responsáveis das vias cidadão que sofre acidente em via pública causada por buracos bom base na Constituição Federal, no Código Civil e no próprio Código de Trânsito Brasileiro. Quais os procedimentos que podem ser tomados pelo condutor que se sente lesado em casos como esse? Quais as provas necessárias? É necessário, primeiramente registrar um Boletim de Ocorrência e reunir provas de que o acidente foi causado pelo buraco em via pública. Referida comprovação pode ser por fotos e vídeos do acidente, do

Advogada Aline Viscardi

veículo danificado e do buraco, testemunhas que estavam na via e presenciaram o momento do acidente, comprovantes de todos os gastos oriundos do referido acidente, inclusive, com materiais de curativos, medicamentos e atendimento médico, enfim, reunir um acervo probatório que comprova que a causa do acidente do cidadão foi exclusivamente o buraco em via pública e todos os danos sofridos. Reunida toda a documentação, o cidadão deve procurar um advogado ou a Defensoria Pública Estadual para ajuizar uma Ação Judicial pedindo o ressarcimento dos danos.


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Dia a Dia APIB

Lideranças Terena e Guarani-Kaiowá, que moram em aldeias e em centros urbanos, ocuparam o Dsei do Mato Grosso do Sul para reivindicar atendimento

Não-indígenas que moram em aldeias estão sendo vacinados no Estado

Atuação da Sesai leva em conta o território onde vivem os cidadãos, ou seja na terra indígena, não a raça Valéria Araújo Não-índios moradores em aldeias de Dourados estão sendo vacinados contra a Covid-19 nos postos da Saúde da Reserva. A medida gera questionamentos, principalmente por indígenas que não podem se vacinar na Reserva por viverem em área urbana. “Sou indígena, nasci e cresci na Reserva e eu e minha família não temos direito a vacina enquanto os brancos que lá moram tem. O que sou, então? Não-índio tem mais direito do que eu só por causa do lugar onde moro?”, questiona indígena que preferiu não se identificar. Assim como ela, vários comentários tomaram conta nas redes sociais sobre a legalidade ou não da medida. A dúvida surgiu após uma publicação, em rede social, do cacique Izael Morales. Ele fez uma convocação especial. “Guerreiros e guerreiras não indígena que mora na jaguapiru que são escritos no Siasi tem o direito de tomar vacina de imunização contra a Covid-19, procure seu posto de saúde, qualquer resistência procure a liderança tribos unidas”, dis texto. Pelo Plano nacional de Imunização o grupo prioritário se restringe, no caso de aldeias, aos indígenas, acima de 18 anos cadastrados no Sistema de Informação da Atenção à

Saúde Indígena (Siasi) e moradores em áreas homologadas como território indígena. No entanto a Justiça entendeu que indígenas moradores em acampamentos, ou seja, fora área demarcada, também deveriam ser atendidos por estarem em grupos. Por isso, índios de acampamentos de Dourados também serão vacinados, diferente dos indígenas que moram na área urbana separados da comunidade. O coordenador do DSEI-MS (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul), Joe Saccenti Junior, disse ao O PROGRESSO que a vacinação entre moradores da reserva, sendo ou não indígenas é legítima desde que os moradores estejam cadastrados do Siasi. Esse é o fator determinante para receber ou não a vacina, já que até mesmo o número de doses que chega é baseado nos registros do Sistema. Didático, o coordenador explicou que a Secretaria Especial de Saúde Indígena foi criada para atendimento de saúde indígena em território homologado como área indígena e para prestar atendimento na atenção básica, ou seja na prevenção de doenças, como é o caso da imunização. Levando em consideração a política de prevenção da Sesai dentro de território indígena, quem mora lá é cadastrado no Siasi e rece-

be atendimento nas unidades de saúde locais. “Como prevenir a doença no marido e deixar a esposa não-indígena sem atendimento?”, questionou o coordenador, pontuando ainda que para ser cadastrado do Siasi é preciso obedecer vários critérios, ou seja, não é só se mudar para a Reserva para ter direito ao atendimento. Ele explica ainda o motivo de indígenas moradores na área urbana não receberem a vacina que vai para as aldeias. “É importante ressaltar que a Sesai leva em conta o território e não a raça do cidadão. Isso quer dizer que quem mora em área indígena e tem cadastro no Siasi pode ser vacinado. Quem fica ausente por 90 dias é desvinculado do Siasi. Logo, quem se mudou para a área urbana não recebe a vacina que vem da saúde indígena, mas sim a do Sus. Nesse sistema o Ministério da Saúde distribui as doses aos estados e aos municípios com base nos números do Siasi e do Sus e o indígena da cidade será vacinado conforme os critérios de prioridade definidos no Plano Nacional de Imunização para todos os cidadãos. Eles são definidos em estudos científicos que levam em conta a situação de vulnerabilidade e na questão indígena já ficou comprovado que quem mora nas aldeias é mais

sensível a doenças do que aqueles da área urbana. Mas é importante frisar que todos os cidadão que quiserem serão vacinados, seja na área urbana ou na terra indígena, dentro das diretrizes do Plano Nacional de Imunização. É só uma questão de tempo. A situação se resolverá com a capacidade dos laboratórios que produzem a vacina de abastecer os países”, ressaltou. Judiciário Apesar da forma de atuação da Sesai, em Campo Grande, a Justiça Federal determinou que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) promova o cadastramento e atendimento de saúde de todos os indígenas que residem no município; quer vivam em territórios demarcados ou nas cidades. De acordo com a decisão judicial, esta e outras medidas devem ser cumpridas em até 180 dias, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A Ação Civil Pública (ACP) é uma resposta ao plano de imunização do governo federal, que deixou de fora o que considera indígenas “não aldeados”. Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a política do governo federal de excluir indígenas representa um contrassenso político e humanitário.


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Dia a Dia

Sicredi Centro-Sul MS entrega doação para Hospital de Amor em Dourados Ao todo, mais de R$ 1,1 milhão de reais foi doado para custos de manutenção do Hospital de Amor DIVULGAÇÃO

Reforçando os princípios do cooperativismo e buscando se aproximar cada vez mais da comunidade em que está inserida, a Sicredi Centro-Sul MS firmou, novamente, a doação de 1% do resultado para o Hospital de Amor polo Dourados. Este ano, o valor corresponderá a R$ 1.107.533,00 e será destinado para custos de manutenção da unidade móvel e estrutura fixa do Hospital de Amor que estão instaladas em Dourados. A entrega foi realizada na terça-feira, dia 9, na agência Dourados/ Centro da Sicredi Centro-Sul MS. Doação Em 2020, a Sicredi Centro-Sul MS já havia feito a doação de mais de R$ 1 milhão para a manutenção e custos da Unidade Móvel do Hospital de Amor. Esta unidade trata-se de um caminhão adaptado

Este ano, o valor corresponderá a R$ 1.107.533,00 e será destinado para custos de manutenção doHospital A Sicredi Centro-Sul MS está presente em 30 municípios da região sul do Estado composto por uma recepção, um mamógrafo digital de última geração e uma sala de coleta de exame de Papanicolaou, para realização de exames de rastreamento do câncer de mama e do câncer de colo do útero. A unidade móvel é uma parceria do Hospital de Amor com a Sicredi Centro-Sul MS: “Juntos pela Vida”, e atende as mulheres 38 municípios de toda a região centro e sul do Mato Grosso do Sul, com a realização de exames gratuitos. Esta é a primeira unidade móvel do hospital que atende a região centro e sul do MS.

A entrega foi realizada na terça-feira, dia 9, na agência Dourados/Centro da Sicredi Centro-Sul MS

Cooperação Devido ao grande impacto gerado na região, a Cooperativa Sicredi Centro-Sul MS decidiu, pelo segundo ano consecutivo, realizar a doação de 1% do resultado de 2020 para o Hospital de Amor. Segundo o presidente da Sicredi Centro-Sul MS, Sadi Masiero, esta foi uma doação coletiva de todos os associados da Cooperativa. “Poder contribuir com um 1% das sobras de cada um de nós parece muito pouco, mas quando somamos os poucos de muitos, torna-se mais de um milhão de reais. Acreditamos que será uma das maiores doações da iniciativa privada para o Hospital de Amor”. A preocupação com a comunidade é um dos diferenciais da Cooperativa como instituição fi-

nanceira. “Investimos 100% dos nossos recursos na região em que estamos presentes. Este é um projeto que pertence a nossa região, facilitando o acesso da paciente à

saúde e convocando as mulheres para fazerem os exames preventivos mais perto de casa. É uma forma de educar e prevenir ao mesmo tempo”, enfatiza o presidente.

Saiba mais

Sobre a Cooperativa Sicredi Centro-Sul MS A Sicredi Centro-Sul MS está presente em 30 municípios da região sul do Estado: Amambai, Anaurilândia, Angélica, Antônio João, Aral Moreira, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Caarapó, Coronel Sapucaia, Deodápolis, Douradina, Dourados (5), Eldorado, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Iguatemi, Itaporã, Itaquiraí, Ivinhema, Juti, Laguna Carapã, Mundo Novo, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ponta Porã, Rio Brilhante e Vicentina. Atualmente são mais de 92 mil associados atendidos pela Cooperativa.


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Dia a Dia ENTREVISTA · Bruno Pael dos Santos - Psicólogo

“Castigo físico não ensina e causa danos na saúde mental das crianças” Cristina Nunes Apesar das palmadas ainda serem usadas para ‘educar’ as crianças, estudos afirmam que quando o adulto bate no filho, ele está reconhecendo que ficou impotente diante da atitude da criança. Mostra claramente que perdeu o controle de si mesmo e a agressão passa a ser a única maneira de manter a autoridade. Além disso, depois de bater muitos pais se arrependem. Essa atitude contraditória não é positiva para a criança. E como agir, então, em situações em que as crianças tiram os pais do sério ou ultrapassam limites? Em entrevista ao PROGRESSO o psicólogo Bruno Pael dos Santos explicou como as agressões físicas são prejudiciais para a saúde mental das crianças. Ele ensina a maneira correta de educar e corrigir os filhos. Por muito tempo foi considerado normal os pais agredirem os filhos fisicamente como forma de "educação" e apesar da conscientização atual, essa prática ainda ocorre nos dias de hoje. Quais as marcas trazidas pela geração atual que podem ter relação com castigo físico sofrido na infância? Infelizmente a punição física ainda é utilizada como recurso pelos pais para controlar os comportamentos dos filhos. Interessante frisar que essa prática, que ainda é muito recorrente, vem de uma cultura na qual as crianças não são consideradas tão Sujeitos (no sentido de indivíduos constituídos) quanto um adulto e, ao mesmo tempo, estes a consideram como um miniadulto. Com isso quero dizer que as crianças não são respeitadas como os adultos são, mas, ao mesmo tempo, os pais esperam que manifestem a mesma capacidade de controlar seus comportamentos que um adulto maduro manifesta. Espera-se que ela seja capaz de raciocinar sobre seus atos como um adulto, algo que não é possível, visto que seu desenvolvimento cognitivo ainda está incompleto. Diante da falta de informação que acarreta em menos recursos para lidar com a educação dos filhos, pais e mães apelam ao que causa medo como forma de controlar comportamentos, aí entra a punição. É comum que os pais confundam controle com autoridade, mas estas são coisas diferentes. As marcas que isso traz podem ser variadas. As mais aparentes são: perpetuação da violência como recurso “educativo” para a geração seguinte (filhos dos filhos);crença de que, caso haja situação de discordância com outras pessoas, a violência é uma forma de resolver a

comportamento, porém escondido dos pais. O distanciamento entre pais e filhos tende a aumentar e o contato afetivo positivo fica empobrecido, de modo que vínculos relacionais sadios começam a adoecer.

A agressão física, ainda que feita para corrigir após uma arte considerada "grave", prejudica a saúde mental das crianças? Dificilmente a criança entende a diferença entre uma arte leve e uma arte grave. Aliás, dependendo da idade, dificilmente ela entende que está fazendo arte. As crianças aprendem a agir e ser no mundo por meio da exploração. Elas querem ver, tocar, experimentar com o paladar, testar se conseguem subir em cima da mesa, etc. Crianças absorvem o mundo por todos os sentidos e isso é absolutamente importante para seu desenvolvimento. Portanto, subir em uma árvore não é arte, é exploração do que ela consegue fazer por conta própria e das habilidades motoras do próprio corpo. Ela não sabe o que é perigoso ou não. Por estas razões é muito importante que os pais conheçam as fases do desenvolvimento da criança. Quanto mais souberem, melhor. Porque muitas vezes confundem um comportamento da criança com afronta à autoridade deles. Um exemplo disso é quando o adulto chama a atenção da criança, dá uma bronca e ela ri. Muitos pais acham que ela riu da cara deles, num comportamento de franco desafio, quando na verdade a criança sorri para ver se os pais também sorriem, porque o sorriso não é hostil como um grito.

O castigo físico de forma "leve" também é prejudicial? Qualquer forma de punição é prejudicial, até mesmo as psicológicas, que não envolvem contato físico. Alguns exemplos de punições psicológicas são: ameaça do rompimento do laço emocional, demonstração de indiferença à criança, isolamento da criança, ameaça de “deixar de amar”, etc. Todas estas formas de punições psicológicas elevam a tendência da criança se sentir rejeitada, ameaçada de perder a família e sentir-se insegura quanto ao vínculo com os pais, por exemplo. Para a maioria dos adultos, talvez isto soe banal, mas para uma criança a ideia de perder os pais equivale à sensação de que pode morrer. Ela não entende isto como uma ameaça feita um momento de emoções acaloradas, ela realmente acredita que isso pode acontecer. Em suma, não importa se a criança foi punida com ameaças, com uma surra de cinto ou com uma palmada no bumbum, todos estes meios farão com que ela se sinta estressada e possivelmente trarão as emoções citadas anteriormente. Situações de estresse elevam os níveis de Cortisol. Este hormônio, quando em doses mais altas, aumenta os riscos de desenvolvimento de diabetes, hipertensão arterial e depressão.

Quando as crianças sofrem agressão após fazerem arte, o que se passa no inconsciente delas? Dependendo da idade, elas sabem que fizeram algo que lhes foi dito para não fazer, porém dificilmente entendem o porquê de não poder fazê-lo. Com menos idade, eles sequer sabem que estão fazendo arte, apenas estão vivendo o momento presente, agindo sobre o mundo e explorando, como mencionado anteriormente. Antes dos dois anos de idade a criança nem mesmo tem a capacidade cognitiva de compreender a palavra “não”. Toda vez que que a gente ouve uma frase, nosso cérebro ativa os circuitos neuronais que representam as ideias contidas na frase. Por exemplo: se alguém lhe disser “não coloque a mão no fogo”, você vai primeiro representar o que é colocar a mão no fogo. Depois, seu córtex pré-frontal vai controlar o impulso do seu cérebro de colocar realizar essa representação. Porém, nas crianças, o córtex pré-frontal não está bem desenvolvido e não funciona como o de um adulto, de modo que se você disser “não coloque a mão no fogo”, talvez o movimento reflexo dela seja o de colocar. Muitos pais, sem saber disso, acreditam que a criança fez para provocá-los.

Frases “Infelizmente a punição física ainda é utilizada como recurso pelos pais para controlar os comportamentos dos filhos” “O problema é que a punição não favorece na criança a compreensão do motivo pelo qual seu comportamento está equivocado” “Qualquer forma de punição é prejudicial, até mesmo as psicológicas, que não envolvem contato físico” divergência; crença de que violência também é sinônimo de amor, uma vez que se tem a ideia do famoso “eu te bato porque eu amo, um dia você vai me agradecer”. Com isso também vem a possibilidade de que a criança punida se torne um adulto que tem dificuldades para sair de uma relação abusiva, por exemplo, já que entende a punição/violência como sinal de amor; tendência de evitar situações onde pode manifestar iniciativa própria, tornando-se alguém majoritariamente passivo, com pouca autonomia diante da vida; sentimentos de inadequação, incapacidade e baixa autoestima; dificuldades de aprendizagem, agressividade na escola e aumento da tendência à delinquência juvenil; sentimentos de hostilidade, raiva, vergonha, culpa, medo e ansiedade. Os pais que punem têm a impressão de que este recurso funciona bem por dois motivos. Primeiro porque a criança para de manifestar o comportamento indesejado imediatamente, algo que dura por um curto prazo. Segundo, porque punir da aos pais a sensação de retomar o controle. É algo que alivia sua tensão naquele momento. O problema é que a punição não favorece na criança a compreensão do motivo pelo qual seu comportamento está equivocado, mas cria o medo de ser punida novamente. Logo, ela não aprendeu o comportamento correto com a surra, apenas aprendeu que precisa evitar apanhar novamente. Com isso vem a possibilidade de repetir o mesmo


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Dia a Dia

Preocupação com a saúde aumenta demanda por produtos orgânicos Em 2020 a procura por produtos orgânicos cresceu mais de 50% no Brasil. Os novos hábitos atraem débitos de um estilo de vida mais saudável e aquece o mercado na região Jhonatan Xavier Os hábitos e demandas dos consumidores brasileiros estão mudando. A procura por produtos orgânicos cresceu nos últimos anos e o segmento se consolida no mercado. De acordo a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), só no primeiro semestre de 2020, o consumo de produtos orgânicos cresceu mais de 50% no país. Em Dourados a situação não é diferente, prova disso são os mercados e feiras dos produtos que surgiram recentemente e atraem cada vez mais pessoas. A saudade de uma vida mais tranquila e no campo fez com que o administrador Antônio Weber comprasse um sítio, logo ele tomou gosto por uma estilo de vida mais saudável e, há 14 anos, começou a investir em produtos orgânicos. “Hoje eu trabalho com produtos agroecológicos, e a clientela vem crescendo a cada dia”, conta. E demanda maior fez com que o produtor mudasse sua forma de comercializar. Hoje, além de vender seus produtos em feiras agroecológicas, em Dourados, Antônio oferta sua produção em grupos e listas em ferramentas de redes sociais, e duas vezes por semana entrega as encomendas na casa dos clientes. “Percebi que durante a pandemia a preocupação das pessoas com a saúde e a imunidade aumentou e, com isso, eu tive mais encomendas para entrega dos produtos.”, disse o produtor que reforça os cuidados com todas as medidas preventivas ao Covid-19.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

ANDRESSA ELENA MATOS Nutricionista

“Estudos sobre esses alimentos apresentam resultados variados, mas grande parte demonstra que os alimentos orgânicos são mais saborosos e possuem um maior valor nutricional”

Há 14 anos o produtor Antônio Weber trabalha com a comercialização produtos agroecológicos e tem notado o aumento na demanda

Mudança de hábito Há um bom tempo a preocupação em não ingerir produtos com agrotóxicos e outros itens nocivos à saúde vem crescendo. A atual pandemia também contribuiu para a mudança na percepção dos consumidores. A professora aposentada Haydê Aparecida Gomes da Silva é uma das entusiastas de práticas naturais e, durante a pandemia, mudou seus hábitos alimentares, percebendo a melhora em sua qualidade de vida. “Iniciei a transição na alimentação optando por alimentos mais saudáveis, sem leite e derivados de laticínio, sem carne vermelha e sem glúten. Hoje tenho muito mais saúde, disposição e rendimento nas atividade diárias.”, disse. Benefícios dos orgânicos Os alimentos orgânicos são benéficos não só à saúde mas, também, ao meio ambiente. A agricultura orgânica conserva a qualidade do solo, da água e da biodiversidade vegetal e animal. Além disso, assegura a qualidade de vida do produtor que não entra em contato com produtos nocivos.

Já para saúde do consumidor é comprovado que eles diminuem o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, obesidade e alergias alimentares. A nutricionista Andressa Elena Matos fala sobre as vantagens de uma alimentação mais saudável. “Estudos sobre esses alimentos apresentam resultados variados, mas grande parte demonstra que os alimentos orgânicos são mais saborosos e possuem um maior valor nutricional, sendo ricos em antioxidantes”, ressalta a nutricionista. Andressa também alerta para o risco do consumo em excesso de produtos não orgânicos. “O uso de agrotóxicos, pesticidas e outras substâncias podem contaminar os alimentos e, caso sejam consumidos em excesso, podem provocar: intoxicação, dor de cabeça, náusea, dor de estômago, doenças respiratórias, ansiedade, depressão e infertilidade.”. É possível reduzir os resíduos de agrotóxicos nas partes externas dos alimentos. A nutricionista ensina a receita. “Basta deixar o alimento em imersão de 1 litro de água para 1 colher de sopa de água sanitária por 15 minutos, depois lavar em água corrente por inteiro. Esse procedimento não retira os resíduos por completo, mas reduz a contaminação”, finaliza. Saiba mais

Certificação A professora e aromaterapeuta, Haydê Aparecida, optou por consumir produtos orgânicos buscando melhora na saúde e qualidade de vida

A legislação implica algumas regras para que um produto seja considerado orgânico. Para isso ele deve apresentar um selo de certificação que explica a categoria e porcentagem de produção de cultivo orgânico.


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Dia a Dia

Comunidade acadêmica repudia intervenção na UFGD Eleito reitor, Etienne Biasotto aguarda há quase dois anos a sua nomeação na universidade. Ele foi o mais votado FOTO: BRUNO AUGUSTO/SINTEF

Gracindo Ramos A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) passa por um processo de intervenção do Ministério da Educação desde o dia 11 de junho de 2019, quando Mirlene Ferreira Macedo Damázio foi nomeada reitora pro tempore (em caráter temporário). No último dia 8 de fevereiro, a instituição teve uma nova intervenção, com a dispensa da professora do cargo e a nomeação de Lino Sanabria como novo reitor pro tempore. Eleito reitor, Etienne Biasotto aguarda há quase dois anos a sua nomeação na universidade. Ele foi o mais votado pela comunidade acadêmica em consulta prévia e também o mais votado no colégio eleitoral da UFGD, encabeçando a lista tríplice, que ainda tem os nomes dos professores Jones Dari Goettert e Antonio Dari Ramos. Nenhum deles tomou posse do cargo de reitor da UFGD. O Governo Federal vetou a lista elaborada pela universidade de Dourados e, segundo o Sindicato Nacional Dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), já interferiu em mais de 20 instituições federais, nomeando candidatos que não estavam em primeiro na lista tríplice e até mesmo nomes que não participaram do processo de escolha das instituições, como acontece pela segunda vez com a UFGD. Instabilidade Essas interferências têm gerado instabilidades nas instituições de ensino. Na UFGD, não é diferente. Etienne tenta na justiça a sua nomeação como reitor da universidade. O MEC alega não ter nomeado um nome da lista baseado em uma contestação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a consulta realizada para escolha do reitor na UFGD. A Justiça de Dourados rejeitou as alegações, assim como o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), por meio da decisão do desembargador Nery da Costa Júnior, que descartou a realização de novas eleições e requereu a nomeação através da lista tríplice. Nesta semana, após a segunda intervenção, Biasotto pediu ao desembargador que defina um prazo para que o Governo Federal faça a nomeação a partir da lista tríplice.

Desde junho de 2019 (antes da pandemia), o professor eleito Etienne Biasotto busca sua nomeação para o cargo A comunidade acadêmica da UFGD tem se manifestado contrário às intervenções do Governo Bolsonaro em relação a reitoria da instituição. Em nota conjunta, o Sindicato dos Professores da UFGD (AdufDourados), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais (Sintef Dourados), a Associação dos Pós-graduandos da UFGD (APG-UFGD) e o Diretório Central dos e das Estudantes da UFGD (DCE-UFG), manifestaram surpresa e repudiaram a nova nomeação de reitoria pro tempore, afirmando que

“o Governo Bolsonaro insiste na ideia de ignorar a lista tríplice”. Segundo a nota divulgada pelas entidades, “no final do ano de 2020, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região intimou a interventora Mirlene Damázio para enviar a lista tríplice para o MEC, mas o governo Bolsonaro, que demonstrou não ter apreço pela democracia, continua nomeando seus aliados para dirigir os institutos e as universidades federais. Sabemos também que grupos políticos locais se articulam com o governo para manter a interven-

ção e controlar a universidade de acordo com seus interesses”. Ainda de acordo com a publicação, “a gestão interventora foi marcada pela defesa de reingresso de alunos fraudadores das cotas raciais, esvaziamento das decisões coletivas e democráticas das instâncias deliberativas, autoritarismo, intervenção na direção da Faculdade de Educação, polícia na reitoria para coibir a participação da comunidade acadêmica, imposição do Regime Acadêmico Emergencial (RAE) e pelo total alinhamento com o Governo Bolsonaro”.

Repercussão da posse A publicação da posse de Lino Sanabria nas redes sociais oficiais da UFGD teve muitas reações negativas. A grande maioria dos comentários também são repudiando a continuidade da intervenção na universidade. “Muito triste o que vem acontecendo na UFGD”, diz um dos comentários. “Trocou 6 por meia dúzia. Essa intervenção precisa acabar”, escreveu outro seguidor da página. “Gente, esse professor não se candidatou e não teve voto. Como pode receber a posse se não participou da con-

sulta prévia? Eu votei e elegi o Prof. Ethienne e quero respeito com a UFGD”, disse uma professora. Outro docente afirmou que “a democracia vive seus piores dias na UFGD. Voltamos ao período dos coronéis, que mandam e desmandam sobre os espaços públicos”. “E a reitoria eleita toma posse quando?”, questionou um aluno. Outro comentário indagou o novo reitor pro tempore: - “Lino, você conversou com a comunidade antes? Ou melhor, você se candidatou a reitor? Como você chegou até

aí? Pode explicar pra gente?”. O professor da UFGD Tiago Botelho escreveu: - “A UFGD vive seu pior momento. Sai uma interventora e entra outro interventor. Há uma decisão judicial que valida a lista tríplice tanto na Justiça Federal quanto no TRF3. Quer ser reitor seja de direita ou esquerda? Se candidate e tenha voto. O reitor democraticamente eleito se chama Etienne Biasotto. A UFGD é maior que qualquer interesse pessoal e superará esse momento horrível”.


“Regina”, uma música dos anos 70 que ainda polêmica PÁG. 2

Sicredi universitário faz 5 anos em Dourados PÁG. 4

CADERNO B Dourados 13.2.2021 O PROGRESSO

FOTOS: ARQUIVO

STUDIO BLANCHE TORRES oferece balé gratuito para adultos O projeto é apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura. Adultos procuram a dança como atividade física Durante o mês de feveretiro, o Studio Blanche Torres oferece aulas gratuitas de ballet para adultos e terceira idade. O projeto é apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura, com recursos provenientes da Lei Federal n° 14.017, de 29 de junho de 2020. Dançarinos de primeira viagem ou não, mulheres e homens estão voltando a investir no sonho de ser bailarino. A vontade de colocar as sapatilhas cresceu entre adultos e

Estudos comprovam os benefícios da dança no tratamento de algumas doenças pensando nessa oportunidade, o Studio Blanche Torres oferece aulas para esse público. É considerado adulto toda pessoa a partir dos 15 anos de idade que nunca fez balé ou quando criança chegou a conhecer a dança, mas parou. Não há idade limite, qualquer pessoa, seja homem ou mulher que tiver o interesse de ser bailarino pode procurar o Studio. Ao se falar em balé é comum associar a ideia de que a dança deve

ser praticada por crianças e não por adultos. Porém, essa dança tem sido escolhida como atividade física por muitas pessoas que decidiram desafiar os mitos e mostrar que nunca é tarde para começar e que o balé pode ser, sim, muito benéfico para adultos. Motivos para praticar Vários sãos os motivos para escolher o balé como atividade física, por ser um exercício completo. A dança trabalha todos os músculos

precisão o que melhora tanto a psicomotricidade. Disciplina e foco também estão presentes no balé. A dança exige muita concentração na execução de cada movimento, o que aumenta o controle mental sobre o corpo e melhora a disciplina de cada praticante. Ainda aumenta a resistência, em razão do praticante manter-se em uma posição por muito tempo ou executar o mesmo movimento várias vezes seguidas, o que exige muita resistência do corpo com o envolvimento de grandes massas musculares. Como o corpo passa a e expressar-se através da música com modo corpo com graça e suavidade vimentos suaves e firmes, o pratipromovendo o condicionamento cante do balé aumenta a sua força muscular, fôlego, firmeza e preci- corporal. Outro detalhe é que a são. Também proporciona quali- dança torna-se um exercício para dade de vida, pois os movimentos a mente. que antes eram simples e que com o tempo se tornaram difíceis, podem ser recuperados, pois o balé SERVIÇO proporciona maior flexibilidade e O Studio Blanche Torres está lotonificação muscular. calizado à rua Olinda Pires de AlOutra vantagem é o da postura. meida, 1695, aos fundos da escola A coordenação motora também Imaculada. Informações podem ser é bastante trabalhada, já que ca- obtidas pelos telefones (67) 3421da movimento feito no balé é com 0018 e 9 9213-7137, ou no Studio.


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Memórias

“Regina”, uma música dos anos 70 que ainda causa polêmica Para muitos, Regina foi um personagem inventado tanto por Isaac quanto por Wagner para causar polêmica REPRODUÇÃO/O PROGRESSO

Vander Verão Especial para O Progresso O saudoso advogado criminalista Isaac Duarte de Barros Júnior também foi um personagem importante no movimento musical de Dourados na década de 70. Na época dourada dos festivais, Isaac de Barros era disc-jockey na Rádio Clube de Dourados - talvez o primeiro a lançar no ar o ritmo musical que fazia sucesso naquela época -, através de programas então considerados “malucos”. Isaac também era um dos apresentadores desses festivais que aconteciam no Cine Ouro Verde. O também saudoso Victor Wagner Conde era o músico mais sensacional da época e, como Isaac, também atuou na Rádio Clube. Logo surgiu uma amizade entre eles, a qual, seria divergida, posteriormente, devido à música intitulada “Regina” . “Regina”, na verdade, era o carro-chefe de todo o movimento musical no início daquela década. A letra teria sido composta por Isaac e a música por Wagner. Isaac interpretou a canção no LP “Os Melhores da Música Jovem Matogrossense” e, posteriormente, Wagner teria incluído a mesma

Mais polêmica No entanto, a tão badalada Regina em questão, que ainda causa polêmica, na verdade, tratava-se de uma garota que residia em Ponta Porã. Pelo menos, foi o que afirmou Isaac Duarte em entrevista concedida a esse jornalista, publicada na edição do dia 27 de julho de 1983 do jornal O Progresso. Isaac também disse, naquela ocasião, que a inspiradora Regina da música, “transferiu residência para Curitiba, casou e teve filhos”.

Contra-capa do disco, onde indica a parceria da música “Regina” entre Isaac e Wagner e a interpretação de Isaac. Na foto, o grupo Blue Star, que acompanhou os cantores na gravação do disco

O também saudoso Victor Wagner Conde era o músico mais sensacional da época canção num compacto seu, conforme informações de Isaac dadas ao jornal O Progresso em 1983. No entanto, segundo algumas pessoas que curtiram esses momentos nos anos 70, Wagner teria composto uma outra música com o mesmo nome de “Regina”. Daí, a confusão. A polêmica. Então, teria iniciado a divergência entre eles e, também, junto à opinião pública. Os dois estariam disputando o namoro da mesma Regina. E o público, por sua vez, achava que realmente existiam duas Regina. “Mistério” Em abril do ano passado, vários internautas comentaram sobre a música “Regina”, numa postagem feita por Paulo Dorta de Oliveira no grupo “Memórias Douradenses”. Dorta postou uma foto de Isaac dançando, no Clube Social, com uma moça chamada Regina, com os seguintes dizeres: “Uma lembrança de Isaac Barros Junior, o nosso inesquecível Poeta, Cantor, Advogado, Jornalista, Radialista, etc, dançando com a simpática Regina, que não é a Regina da música. A garota que foi a inspiração do Isaac para compor a música continua sendo um mis-

programa ‘A Bronca’ do Jornalista Jorge Antônio Salomão”. Opinião de outro internauta: “A Regina inspiradora deve ser a filha do Sr. Jau Nogueira, secretária executiva do Clube Social. O Isaac tratava muito bem o irmão dela, Marcos”.

Victor Wagner Conde e Isaac Duarte de Barros Junior, imagens reproduzidas da capa do disco

tério até hoje”. Um internauta opinou que: “Pelo que ouvia falar e era da mesma época, Isac era apaixonado pela Regina da loja que seus pais tinham na Marcelino Pires e posteriormente na Weimar Torres, (Casa Regina)”.

Outro internauta afirmou que: “A Regina da música é inspiração do jovem cantor Wagner (não lembro-me do sobrenome), e o meu amigo Isaac, para não perder o embalo compôs outra letra homônima, o que deu confusão e entrevista no

Amizade abalada Isaac causava furor na Rádio Clube com o programa “Inferninho”, enquanto que Wagner, que também atuava naquela emissora, era o ídolo da moçada. No entanto, devido à música “Regina” a amizade entre eles foi abalada. Passados alguns anos, Wagner morreu em acidente de motocicleta no interior do Estado de São Paulo. Regina teria ido para Curitiba. Por sua vez, Isaac foi estudar em Minas Gerais retomando depois para exercer a advocacia em Dourados. Porém, até hoje ninguém sabe se essa Regina realmente existiu, já que nunca apareceu em carne e osso. Para muitos, Regina foi um personagem inventado tanto por Isaac quanto por Wagner para causar polêmica naqueles tempos de ditadura militar. Em outra palavras, eles inventaram a “Regina” para emplacar a música rumo ao sucesso. Ambos partiram para o “andar de cima” e não tem como saber, muito embora Isaac tenha me dito que “tratava-se de uma moça de Ponta Porã”. Independentemente disso ou daquilo, na verdade, real ou irreal, “Regina” é um mistério. Uma polêmica. Isaac morreu há7 anos Isaac de Barros, vale lembrar, morreu no dia 23 de dezembro de 2013, aos 65 anos de idade. Isaac ficou internado na UTI do Hospital do Coração por cerca de dois meses para tratar uma infecção generalizada provocada por um agravamento do diabetes. Nesse período, ele passou por cirurgia na tentativa de controlar a infecção, obtendo melhora nas semanas seguintes. No entanto, o quadro clínico piorou, resultando em sua morte.


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COLUNA DA ADILES

SICREDI UNIVERSITÁRIO FAZ 5 ANOS EM DOURADOS

Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

A agência universitária do Sicredi completa 5 anos em Dourados. Fundada em 2016, coloca à disposição dos associados e da comunidade, serviços financeiros com os valores do cooperativismo. Desejamos parabéns e sucesso à diretoria.

Sadi Masiero (presidente do Conselho de Edilson Lazzarini Administração da Sicredi Centro-Sul MS (vice-presidente)

“Aquele que é feliz, espalha felicidade. Aquele que teima na infelicidade, que perde o equilíbrio e a confiança, perde-se na vida.”

Anne Frank

DESTAQUE

Lilian (gerente), Edilson, Sadi, Rodiney, Fagner e João

Destaque para a supervisora Liliane Graziele Cespedes de Souza Nascimento que assumiu o comando da Guarda Municipal de Dourados. Ela é a primeira mulher à frente da instituição no município. Parabéns! Cristiano, Lilian e Crislaine

Eliane, Lilian e Valdir

José, Lilian, Dorival e Fabiani

SAUDADES Tenho saudades do tempo bom que passou da água pura do poço sem veneno que matou.

Lilian e Marlon

Luciana, Lilian, Marli e Thais

Luciane, Lilian e Marli

Raquel, Lilian e Marcos

Tenho saudades do verde de nossas matas destruídas sem piedade pelo fogo e o homem mau. Tenho saudades da singeleza tão pura das hortas e das verduras sem inseticidas mortais. Tenho saudades do pão de trigo integral sem mistura, tão fatal que contamina e faz mal.

Orlando e Lilian

Roberta e Lilian

Tenho saudades do leite sem conservante da vaca sadia e mansa do fundo do meu quintal.

Colaboredores Agência Universitária

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

ANIVERSARIANTES DA SEMANA

Tenho saudades dos gramados verdejantes nativos de nossas ruas onde crianças brincavam. Tenho saudades do tempo bom que passou que o destino carregou que não voltará jamais. Adiles do Amaral Torres

Pe. CRISPIM GUIMARÃES PAULO ROBERTO TELÓ CECILIA K. MYASHITA ALBINO MENDES Sábado (13/2)

Sábado (13/2)

Domingo (14/2)

Segunda-feira (15/2)

WERNER SEMMELROTH Segunda-feira (15/2)

MÁRCIO FERNANDES IRACEMA TIBÚRCIO Segunda-feira (15/2)

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GLEISON RODRIGUES VANESSA ARAÚJO LEITE SÔNIA R. ZANCHETTIN Quarta-feira (17/2)

Quarta-feira (17/2)

ELVIA GUARITÁ

YURI TETILA FAKER

GISELE PIZZINI

DR. LAUDELINO LIMBERGER SERGIO BRAGA

Quarta-feira (17/2)

Quinta-feira (18/2)

Quinta-feira (18/2)

Quinta-feira (18/2)

Quarta-feira (17/2)

Sexta-feira (19/2)

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, Do dia 18/fevereiro: • Helio Zagatti • Letícia Saraiva V. L. de Abreu • Audinar Ramos Dias • Paula Cristina Siebeneichler • José Benedito Amorim • Maria Castilho Vieira • Patrick de Vasconcellos Irter • Leandro de Souza Holsbach • Jânio Martins • Juraci Gonçalves Pereira • Lucas Ferreira Coinete • Lucimar Gonzaga da Silva • Anderson dos Reis Simon. Do dia 19/fevereiro: • Cleci Reisdorfer • Luiz Alberto Kironer • Nadir Alves Santos • Maria da Glória Benites • Glória Maria P. Luna • Orovida Sonia Sicsu da Silva • Mari Pedrozo • Camili Rodrigues Guimarães • Edgar Marcelo Oliveira Pereira • Noemia Nespolo • Luiz Miguel do Nascimento • Edson de Oliveira • Tereza Ortela Lange • Andressa Ribeiro da Cruz • Alessandro Buque Cacheffo • Cleugisleya Oliveira Ferreira • Elisangela Suguiuza Sobreira • Edilson Melo Sobreira • Julia Ferrari Dias • Ruth M. M. Fontoura • Carlos Esthon Silveira Marques • Karitalice Diniz de Sá e Silva • Luciana Magalhães da Luz.


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