Edição de 7 de agosto de 2021

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DOURADOS MS ANO 71 Nº 13.686

O PROGRESSO

7 de agosto de 2021

★★★★★

Dourados completa 4 anos sem Centro Homeopático

CULTURA

Cicloturismo Política

Igrejinha Biasotto vira Professor pontolegado turístico deixa de em Dourados luta pela Educação PÁG. C1 PÁG. A4

Uma placa de publicidade anuncia que as obras do Centro Homeopático em Dourados iniciaram em abril do ano passado e que deveriam ter sido entregues em abril deste ano. No local o aspecto é de abandono e não há sinal que há trabalhadores. ÁG. D3

Dourados Park Hotel hospeda lembranças

FILIPE PRADO

DOURADOSAGORA Legislativo

Concurso público renovará 20% da Câmara de Dourados PÁG. A3

Pesquisa

Frio intenso acende alerta para moradores de rua PÁG. D6

Com quase 40 anos de existência, o Empreendimentos Turísticos Dourados LTDA. ou, como é mais conhecido, Dourados Park Hotel se tornou um ícone do município. PÁG. D1

Surpresa, amor e esperança marcam Dia dos Pais

DIVULGAÇÃO

Cartórios

80% das escrituras de imóveis são feitas no Paraná PÁG. D7

Legislativo

Desde 1996 Dourados não ficava sem deputado federal PÁG. A4

Covid-19

Filhos biológicos ou adotivos. Não importa como nasceram, mas sim a diferença que fazem na vida dos Pais, marinheiros de primeira viagem, ou não. Pais contam histórias emocionantes que marcam suas relações em família. PÁG. D4

Insegurança marca volta às aulas PÁG. D2


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Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO

Opinião Não é normal

J

á se perguntou sobre a demora, eficiência e qualidade das obras públicas no Brasil? Notou como são realizadas as obras de manutenção e reparos em ruas, calçadas, construções? Os exemplos país afora são intermináveis, principalmente os de custos reduzidos, como buracos em ruas e calçadas. Mas também não faltam os de grande porte. Problemas como licitações fraudadas, falta de transparência, corrupção e mau uso do dinheiro público são os principais problemas. Dourados não é diferente de muitas cidades do país. Há inúmeras obras que começaram e não foram pra frente. Outras estão “empacadas” e sem prazo de conclusão. O Centro Homeopático é uma delas. Era para estar pronto em abril deste ano. O prédio está fechado há pouco mais de quatro anos e as obras só inicia-

EDITORIAL

INFORME C CÍCERO FARIA cicerolfaria@gmail.com

ram há um ano. Está de forma lenta. A praça Antônio Alves Duarte, localizada entre o terminal de transbordo e Hospital Evangélico é retrato do abandono, do desperdício do dinheiro público. O Parque Ambiental Victelio de Pellegrin, no jardim Novo Horizonte, é outro caso de espaço público de lazer abandonado. O retrato do descaso com o dinheiro público não para por aí. O Frigorifico do Peixe começou a ser construído em 2009 e consumiu pouco mais de R$ 1 milhão. Paredes foram erguidas e telhado do setor administrativo foi feito, mas não saiu disso. Portas foram arrombadas, peças furtadas e o forro estragou devido a infiltrações. Ao lado do frigorífico seria construído a Ceasa (Central de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros). A área de 4,1229 hectares foi destinada pela prefeitura para o

nome da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Com a escritura em mãos o Estado daria início à primeira fase do projeto, o que não ocorreu até hoje. Atraso de obras, empreendimentos inacabados não deveria ser normal no Brasil. Mas infelizmente este e o retrato do País e Dourados está totalmente inserido nesse rol de descaso, de falta de gestão e de desrespeito com a população. Favorecimentos em processos licitatórios, protecionismo, falta de transparência, fisiologismo político, corrupção e desvio do dinheiro público para campanhas eleitorais estão entre os fatores que atrasam e encarecem as obras de reparo no Brasil, além de gerar perdas para o bolso do contribuinte. Uma coisa é certa: o problema não é falta de verba. O problema está no uso errado do dinheiro.

O agro não é o vilão ambiental RAFAEL GRATÃO* *Produtor rural no Pantanal e presidente do MNP – Movimento Nacional dos Produtores

O

agronegócio sul-mato-grossense é amparado por muita ciência. Tanto a agricultura como a pecuária têm por característica o avanço, com base no que entidades de pesquisa apresentam e ao que a legislação dita. As atuais técnicas empregadas por produtores rurais, são atuais, benéficas ao meio ambiente e ancorados no que apresentam as universidades e entidades de pesquisa, como a Embrapa Gado de Corte, Fundação MS e Fundação Chapadão. Comparar as consequências das atividades rurais, com as cidades, além de desafiante, chega ser desonesto se citarmos emissões de gases e outros costumes urbanos. Considerando o estudo divulgado neste mês de julho pela revista científica

da Suiça: Frontiers in Sustainable Cities, podemos constatar que 25 municípios do mundo respondem por 52% dos gases de efeito estufa, ligados ao aquecimento global. Essa é uma das informações que nos dão base para afirmar que, diferente do que costumam apontar, o agro não é o vilão, uma vez que além de produzir alimento, ainda preserva a vegetação nativa. Para termos uma ideia, da área total de Mato Grosso do Sul mais de 1/3 é de florestas nativas, e se considerarmos as pastagens nativas presentes nos cenários como o Pantanal, os números de preservação são ainda maiores. A Embrapa Territorial, por meio do pesquisador Evaristo de Miranda, todos os anos, todos os meses, faz divulgações apresentando que mais de 60% do território brasileiro é de vegetação nativa. Recentemente nos trouxe a informação de que um quarto do território nacional (26,7%) está dedicado a preservar a vegetação

nativa, no interior dos imóveis rurais, isso esclarece que quem mais preserva as florestas e a biodiversidade é o produtor rural. Sobre o estudo publicado na revista Suiça, que se debruçou sobre 167 municípios de 53 países, o diagnóstico vinculou a emissão de gases do efeito estufa às cidades superpopulosas, sendo a maioria da China (cidades estas, que necessitam da produção agropecuária brasileira). É no mínimo interessante imaginar um estudo desta proporção aplicado às capitais brasileiras. E se forem além das emissões de gases e se dedicarem a comparar as práticas sustentáveis do homem do campo com o urbano, avaliarem a qualidade dos rios nos perímetros das cidades e até ações básicas, como o descarte do lixo, aposto facilmente em um desempenho favorável ao rural, onde a prática a favor do meio ambiente é rotina, por aqueles que reconhecem o valor da biodiversidade e da terra.

Ciclo menstrual pode virar ação pública Combate à pobreza menstrual! Você sabe o que significa? Pobreza menstrual é uma expressão utilizada para denominar a falta de acesso a produtos de higiene menstrual, de infraestrutura sanitária adequada em casa e na escola e de conhecimentos necessários para esse período do ciclo reprodutivo, explicou a vereadora Daniela Hall. “Tema encoberto por muito tabu! Resolvemos enfrentar o assunto e unimos esforços com a OAB MS - 4ª Subseção de Dourados, acrescentou a vereadora. A primeira etapa do projeto foi concluído com a arrecadação de mais de 4.000 pacotes de absorventes higiênicos, que foram distribuídos no presídio feminino de regime semi-aberto de Dourados e no presídio feminino de regime fechado de Jateí. “Nosso objetivo agora é sensibilizar o prefeito de Dourados Alan Guedes para que a gente possa tornar essa ação em política pública municipal. Nosso projeto de lei já está tramitando” afirmou Daniela. Otimista O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), ampliou a vantagem e derrotaria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em eventual disputa no segundo turno, segundo levantamento do Instituto Atlas Político, divulgado pelo jornal espanhol El País, divulgou o site O Jacaré. No entanto, o campo-grand+ense vai precisar de muita sorte para passar do primeiro turno. Conforme a pesquisa realizada com de 26 a 29 deste mês em todo o País, o cenário extenso com vários pré-candidatos, o ex-presidente Lula(PT) teria 39,1%, contra 35,9% de Bolsonaro. Mandetta ficaria em 7º lugar, com apenas 2,3%, mesmo percentual do apresentador de TV, Danilo Gentili (sem partido). Sorteio O “Lote Solidário São Bento 2021” acontece em Dourados, com a rifa de um terreno no loteamento Cidade Jardim II, quadra 13, lote 12, no intuito de apoiar três instituições: Lar do Idoso, Associação de Esporte Cultura e Lazer de Dourados e a Associação dos Autistas da Grande Dourados. Os valores arrecadados serão destinados para as instituições que realizam trabalhos sociais. No valor de R$ 50, é possível adquirir um número para concorrer ao terreno. O sorteio acontece no dia 6 de novembro pela Loteria Federal. Eco voo Desde o dia 2 de agosto a Azul Linhas Aéreas tem cinco opções de voos semanais na rota Viracopos/Bonito. A empresa opera as quartas, sextas, sábados e domingos e esse mês, tem voos

também as segundas. A opção já está disponível para venda no site da operadora e os preços variam conforme a época do ano e antecedência com que a passagem é comprada. Para o dia 2, por exemplo, a passagem apenas de ida foi vendida a R$ 1.500, já para a primeira segunda-feira de setembro o valor cai para R$ 700. Porém é possível comprar a rota por valores bem abaixo desses em determinadas datas do ano. Os voos são a bordo do Embraer 195E2, com capacidade para 136 passageiros. Concurso Concurso de fotografias da Associação Comercial e Empresarial de Dourados para o tradicional Calendário da ACED 2022 (24ª edição), inscrições à partir de 02/08. Concorra a prêmios e participe dos momentos históricos de Dourados, deixando sua contribuição. Tema deste ano: “A evolução arquitetônica de Dourados”. Categorias: Profissional e amador (Câmera, smartfone e aérea). Aguarde novidades para o workshop de fotografias que faremos dias 13 e 14, informou o presidente da Aced, Nilson dos Santos. The best O peão José Vitor Lemes, de Ribas do Rio Pardo, fez história na noite de do dia 31 ao obter a maior nota da história do PBR (Professional Bull Riders) Unleash The Beast, o campeonato mundial de rodeio. O mato-grossense do sul é o atual campeão mundial. Vitinho não só levou a melhor mais uma vez, como também registrou a maior nota de todos os tempos da PBR: 97,75 pontos. Desde que foi criada em 1992, nunca nenhum cowboy havia chegado tão perto da perfeição e dos 100 pontos (nota máxima). A maior nota até então era de 96,50 pontos, registrada pelo campeão mundial Michael Gaffney, no ano de 2004.

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Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO

Política

Concurso Público renovará 20% da Câmara Municipal de Dourados Atualmente cerca 80% dos funcionários são de cargo de confiança; medida atende a um pedido da Justiça CMD

A Câmara Municipal de Dourados acatou decisão judicial e prepara concurso público. O anúncio foi feito pelo presidente da Casa de Leis, Laudir Munaretto (MDB). Atualmente o quadro de servidores comissionados chega a quase 80% e com a realização do certame a expectativa é que caia para 60%. O quantitativo de vagas e escolaridade ainda será definido pela Câmara. Laudir tomou posse como vereador e assumiu a presidência em janeiro deste ano. Em maio a justiça acatou pedido do promotor de justiça Ricardo Rottuno, que requereu redução no número de servidores nomeados em cargos de confiança e a realização de concurso.

O quantitativo de vagas para o concurso público e a escolaridade ainda será definido pela Câmara A ação movida pelo promotor foi um desdobramento de inquérito instaurado pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) em 2012. Na época foi constatado que o quadro de servidores da Câmara era composto 79,26% de comissionados e apenas 20,74% de efetivos. Na ação, o promotor destacou que a situação “se arrasta até os dias atuais”. A Câmara chegou a realizar concurso público em novembro de 2015, no entanto, todas as fases foram canceladas do processo seletivo. Em março de 2016, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-

Projeto sobre novo PPCR e criação de concurso será votado pelos vereadores de Dourados -MS) havia suspendido o concurso. O processo apresentou diversas irregularidades, segundo a denúncia do Ministério Público. Dentre elas, o MPE apresentou a nulidade do procedimento licitatório por inexigibilidade de licitação que deu origem à contratação de uma empresa para realizar o processo. Também não foram inseridas questões idênticas para os diferentes turnos de aplicação da prova; ausência de prova prática para o cargo de advogado, diferente do que ocorreu com os cargos de motorista e agente de segurança; e ausência de razoabilidade e segurança jurídica no que se refere à análise dos recursos inter-

Marçal realiza audiência sobre a nova Coronel Ponciano DIVULGAÇÃO

Evento será na Câmara Municipal de Dourados, na sexta-feira, às 18h30 O deputado estadual Marçal Filho (PSDB) irá realizar na sexta-feira, dia 13, uma audiência pública em Dourados para debater a revitalização da rua Coronel Ponciano. O evento terá a presença do secretário de estado de Infraestrutura Eduardo Riedel e será realizado na Câmara Municipal, às 18h30. O projeto de engenharia da revitalização foi feito pela prefeitura e entregue ao Governo do Estado. Atualmente está em fase de licitação - contratação de empresa para realizar as obras. “A equipe técnica do governo vai realizar a obra. Com isso, precisamos debater as intervenções que serão feitas na Coronel Ponciano”, explica Marçal Filho. Conforme o projeto, haverá duplicação da Coronel Ponciano no trecho entre a rua Palmeiras até o chamado trevo do DOF, com a BR-163. Já no trecho da via que compreende

Rua Coronel Ponciano será duplicada do trevo do DOF até a rua Palmeiras a rua Palmeiras até a avenida Marcelino Pires, será feita revitalização. Na audiência, equipe da Secretaria Municipal de Planejamento fará a apresentação do projeto de engenharia. Será uma obra emblemática, com moderna iluminação e ciclovia, para contemplar moradores do Guaicurus e região que se

postos em desfavor do resultado do teste de aptidão física para o cargo de agente de segurança. Na época o presidente da Câmara era Idenor Machado. Depois dele passaram pelo cargo Daniela Hall e Alan Guedes. Ambos chegaram a anunciar retomada do concurso, mas nada disso aconteceu. Agora sobrou para Laudir Munaretto a missão de retomar o processo. Plano de carreira A Câmara também prepara projeto para atender o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR). A proposta ainda será encaminhada para votação dos vereadores nas

deslocam dos bairros para o centro da cidade. Já o secretário Eduardo Riedel irá explicar sobre o cronograma da obra e as intervenções que serão realizadas ao longo da via. A expectativa é a de que neste semestre seja realizada a licitação para contratação da empresa para dar início à duplicação. O deputado Marçal quer envolver a sociedade na discussão da revitalização da Coronel Ponciano antes que as obras comecem. “Como será o Estado que vai investir recursos e executar a obra, precisamos reunir moradores e a classe empresarial para que eles possam conhecer o projeto e sugerir ideias”, afirmou o parlamentar. Há anos Marçal vem lutando por melhorias na via. A revitalização foi um dos principais pedidos feitos por ele ao governador Reinaldo Azambuja. A intervenção ao longo da Coronel Ponciano é considerada de extrema importância devido ao grande tráfego. Nos últimos anos vários loteamentos surgiram na região sul da cidade e a via é a única que liga os novos bairros ao restante da cidade. Vários acidentes, alguns com morte, já foram registrados.

próximas semanas. O plano será implantado por meio de Lei Municipal Complementar e irá estabelecer a realização do concurso público para preenchimento de cargos do quadro de servidores efetivos da Casa. “O projeto ainda pode sofrer alterações, mas está bem encaminhado para que até o fim deste ano já tenhamos a maioria das etapas concluídas. Temos cargos atualmente que dentro das atividades da Casa não se aplicam mais e outros que se tornaram necessários de serem implantados para um melhor desenvolvimento das atividades”, explicou o procurador geral da Casa, Leandro Luiz Belon.

COLONO - Cumpadi, as óbra públlica tá mais parada que água de poço...

ZÉ PINGA - O bom mesmo é aguardente, ic...ic..ic


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Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO

Política

Dourados não ficava sem deputado federal desde 1996 A representatividade movimenta a vida política, administrativa e econômica dos municípios PABLO VALADARES/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Além de legislar e fiscalizar, os parlamentares apresentam emendas que levam recursos para seus estados e municípios Gracindo Ramos Nenhum candidato com base eleitoral em Dourados (MS) foi eleito deputado federal nas eleições de 2018. Geraldo Resende, 1º suplente, assumiu a Secretaria de Estado de Saúde e a vaga da ministra Tereza Cristina ficou a corumbaense Bia Cavassa. Radicado em Dourados desde o final da década de 60, Geraldo é o segundo deputado federal da história do Mato Grosso do Sul com mais mandatos. Foi eleito quatro vezes ante cinco mandatos dos recordistas Vander Loubet e do ex-deputado Nelson Trad. Mesmo que, em rigor, o deputado federal seja representante de todo o estado e não de uma região ou cidade, a ausência de um político da maior cidade do interior na Câmara Federal chama a atenção. A representatividade movimenta a vida política, administrativa e econômica dos municípios. Da bancada federal, apenas a senadora Soraya Thronicke, nascida em Dourados, possui base eleitoral na cidade. Sobre a ausência de um deputado federal da cidade, o cientista político Tiago Alexandre Leme Barbosa diz que “tem que se observar não só os eleitos, mas o número de candidaturas. Pode ser que Dourados tenha tido muitos candidatos da cidade disputando o voto e, por isso, não conseguiram se eleger. Pode ter um erro de coordenação dos partidos”. Desde o fim da ditadura militar até 2014, Dourados não teve político local eleito deputado apenas nas eleições de 1994. Mas, em 96,

Marçal Filho assumiu como suplente. Em 1986, dos oito deputados federais constituintes eleitos por MS, dois eram de Dourados: Ivo Anunciato Cerzósimo e José Elias Moreira. Em 90, Dourados elegeu três federais: Waldir Guerra, José Elias e George Takimoto. Em 1998, Marçal e João Grandão se elegeram. Em 2002, três douradenses foram escolhidos novamente: Murilo Zauith, Geraldo Resende e João Grandão. Já em 2006, apenas Resende conseguiu se eleger e Marçal assumiu como suplente em 2009. Em 2010, Geraldo e Marçal estavam entre os oito da bancada federal. E em 2014, Geraldo novamente foi o único eleito pela cidade. A atuação dos deputados federais Além de legislar e fiscalizar, os deputados federais têm como prerrogativa apresentar emendas - individuais, da bancada, das comissões e através do relator do orçamento - que levam recursos para seus estados e municípios. Com o orçamento impositivo, 50% devem ser aplicados em saúde. Para o doutorando em Ciência Política pela UFRGS Tiago Barbosa, não ter um político da cidade como deputado federal não significa que o município ficará sem recurso além da arrecadação própria, já que vereadores, prefeito, governador, deputados estaduais e senadores também atuem pelos municípios. Vale ressaltar que esse direcionamento de recursos pelos deputados federais nem sempre chegam ao município. Os valores são indicados pelos parlamentares, e os recursos

Geraldo foi o último deputado podem ou não serem empenhados, liquidados e pagos. Mas o governo federal é que decide quando e quanto liberar das emendas ao orçamento. Outro fator a ser considerado é que estado tem uma das menores bancadas. “Mato Grosso do Sul é um dos menores colégios eleitorais, são oito em meio a 513. A vinda de recursos depende da articulação deles [deputados] dentro dos partidos e com o governo federal”, destacou o pesquisador Tiago Alexandre. Além disso, muitos deputados podem possuir base eleitoral em um município, mas alocar recursos em outras cidades do estado pensando em garantir apoio político. “Pode haver essa a estratégia, por ter a base já numa determinada cidade, coloquem mais recursos em outros

municípios para conquistar mais votos”, diz o especialista em política. No Brasil a relação entre congressistas e municípios possui uma lógica clientelista. A distribuição de recursos públicos é localista, muitas vezes em troca de apoio político. Na maior parte, a destinação de emendas parlamentares dos deputados federais são para saúde, urbanismo, educação e segurança. O cientista político analisa que os parlamentares tendem a alocarem emendas em saúde e infraestrutura. “São coisas que as pessoas veem, e o deputado vai lá e inaugura a obra”, sugere. Segundo o portal da transparência, no ano de 2020, 36% dos valores empenhados pelas emendas parlamentares foram distribuídos para saúde, 20,37% para urbanismo e 9% para educação. Neste ano, o percentual destinado para a saúde está em 72%, o que pode estar relacionado com o combate à pandemia. Em 2019, quando não havia pandemia, saúde ainda foi o principal destino das emendas, com 51%, seguido por urbanismo (14%) e em quarto lugar educação, com 10%. Para Tiago Barbosa, a ideia de ter um parlamentar do município que traz emendas para o lugar seria prejudicial, o que pode gerar práticas de formas de política mais personalista, que visam apenas garantir uma reeleição. “Tem toda uma discussão sobre ter deputados que levam recursos através de emendas para as bases e como isso pode não ser bom para o funcionamento da nossa democracia”, argumenta o cientista político.


DOURADOSAGORA

Volta às aulas é marcada por insegurança em MS. PÁG. 2

Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO FILIPE PRADO

O Hotel está abandonado há anos

Ícone do município, Dourados Park Hotel hospeda lembranças e a curiosidade dos douradenses Inaugurado há 39 anos, atualmente o hotel está à venda Filipe Prado Com quase 40 anos de existência, o Empreendimentos Turísticos Dourados LTDA. ou, como é mais conhecido, Dourados Park Hotel se tornou um ícone do município. A curiosidade de quem passa pela Avenida Guaicurus, no Altos do Indaiá, e observa a magnitude deste prédio que, em seus anos de glória, abrigou desde a classe média douradense até o ex-presidente do Paraguai, Juan Carlos Wasmosy, aflora com o passar os anos. Inaugurado em 26 de janeiro de 1982, não há um douradense que não tenha ouvido histórias sobre o hotel, desde as verdadeiras até as lendas urbanas criadas no imaginário popular. Mas para o representante comercial Tomaz Benites, 52 anos, estas histórias realmente fizeram parte do seu dia a dia. Em maio de 1992, Tomaz era contratado, aos 23 anos, para integrar a equipe do hotel. Ele começou como Atendente de Recepção, fazendo o check-in dos hóspedes, e em pouco tempo foi promovido para Chefe do Setor no segundo horário. O rapaz ficou pouco tempo trabalhando por lá, cerca de cinco meses, já que o hotel não possuía o mesmo brilho desde sua inauguração e a rotatividade de hóspedes já estava

diminuindo, porém Tomaz afirma que sentia orgulho de integrar a equipe do hotel. “Trabalhar no Dourados Park Hotel, antes de tudo, era uma questão status pra nós, funcionários. Sentíamos orgulho em dizer que éramos funcionário do hotel. O clima era dos melhores entre os colaboradores, todos davam o seu melhor pra que os hóspedes se sentissem a vontade, como se estivessem em sua casa”, lembra o representante comercial, que hoje tem 52 anos. Além dos hóspedes comuns, Benites afirma que diversos atores já passaram pelo Dourados Park Hotel, além de modelos, cantores, artistas globais, jogadores de futebol, entre eles Gian e Giovani, Tonico e Tinoco, Roupa Nova, Gretchen e Sula Miranda. Mas o hotel não abrigava apenas hóspedes e pessoas famosas, muitos eventos da população douradense eram realizados por ali. Juarez de Medeiros, 65 anos, atualmente mora em Balneário Piçarras (SC), mas na década de 90 chegou a organizar alguns eventos no local. “Fizemos alguns eventos no hotel, como a festa de 15 anos de uma de minhas filhas. Chamei todos os meus amigos. Foi uma noite maravilhosa”, ressalta. Medeiros lembra que a estrutu-

ra do hotel, como ainda pode ser ver, era espetacular. Havia uma sala de teatro, dois salões, sendo um pequeno e um grande, piscina, quadras de esportes, entre outros inúmeros quartos. “O hotel tinha a disposição dos hóspedes uma sala de cinema, duas saunas, uma seca e outra a vapor, sala de auditório e anfiteatro, três piscinas, hall de entrada com um piano de cauda que ficava a disposição caso o hóspede quisesse fazer uso, sala de massagens e também um mini shopping, campo de futebol, vôlei e tênis. Era um hotel com uma estrutura fantástica que não se via no estado”, confirmou Tomaz. Quando visita Dourados e passa pelo prédio abandonado, Juarez relembra com tristeza da época que viveu ali. “Sinto dor no coração. Tivemos momentos maravilhosos e vemos tudo isso se deteriorando”, comentou. A data exata do fechamento do hotel e difícil descobrir, somente que foi após os anos 2000, já que o professor Fábio Lima, 36 anos, em 2005 conseguiu passar uma noite hospedado por ali. Ele precisava participar de um evento da faculdade e, como não morava em Dourados, um amigo, que na época era funcionário do hotel, ofereceu um quarto para ele dormir.

“Eu lembro que o hall do Dourados Park Hotel era muito bonito. O clima do hotel lembra a mistura do filme do Stephen King e Edgar Allan Poe, mas nada assombrado. Meu amigo me apresentou partes do hotel”, destacou o professor. Mesmo com as lendas urbanas que assombravam o hotel, Fábio garante que não teve nenhuma experiência ruim durante a sua estadia. “Reza lenda que o hotel era assombrado, porém tive uma noite tranquila e um sono excelente”. O professor também é saudoso sobre os tempos áureos do Dourados Park Hotel. “É nostálgico, deveria ser patrimônio histórico de Dourados, reviver a história faz parte da cultura”, destaca. “Hoje sou representante comercial e viajo toda semana a trabalho, na volta destas viagens eu passo na frente do hotel, e a vontade de entrar lá e relembrar os bons tempos que trabalhei naquele lugar sempre vem à tona, é inevitável”, completa Tomaz. A equipe do PROGRESSO entrou em contato com o atual proprietário do hotel, que mora no Paraná. Ele aponta que é investidor e comprou o imóvel através de leilão há cerca de 8 anos e estão revendendo, porém ele não confirmou sobre o valor cobrado pela venda, que seriam cerca de R$ 14 milhões.


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Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO

DouradosAgora

Medo, incerteza e insegurança marcam volta às aulas presenciais em Dourados Para professores não era hora de voltar sem imunização completa; algumas famílias queriam alunos vacinados também CHICO RIBEIRO/GOVERNO DO MS

“Ainda não era a hora certa de voltar. Eu acho que é bem arriscado voltar agora”, diz educador Gracindo Ramos As aulas presenciais voltaram na rede estadual de ensino e retornam na rede municipal no próximo dia 16 de agosto. Pesquisa Datafolha “Onde e como estão as crianças e adolescentes enquanto as escolas estão fechadas?”, feita entre 16 de junho e 7 de julho, que ouviu responsáveis por crianças e adolescentes de 4 a 18 anos da rede pública de todo o país, revela que 75% sente falta das aulas presenciais ou de algum professor e 60% sentem falta do ambiente escolar e dos colegas. Porém, muitas famílias e os próprios alunos têm receio dos riscos que ainda persistente com a pandemia da Covid-19. “Eu acredito que deveria retornar somente quando os alunos estivessem vacinados”, diz Silvana Santos Mendes, mãe do Guilherme, de 12 anos, que cursa a 7° série na Escola Armando Campos Belo. A mãe diz que o garoto optou pela volta presencial para rever os amigos e não muito por causa das aulas. “Eu percebo várias opiniões divergentes. Alguns estão gostando da volta do presencial. Outros alunos estão receosos e optaram por não voltar. Estão com medo. Principal-

mente, aqueles que tiveram algum parente ou familiar que teve Covid e a família sofreu, são mais resistentes em voltar ao presencial”, conta o professor de educação física da Escola Estadual Vilmar Vieira Matos Genuir Civa Faqui. Para o educador, aproximadamente 40% dos alunos ainda tem medo da volta à sala de aula por conta do coronavírus. “Eu discordo um pouco dessa volta às aulas agora. Ainda não era a hora certa de voltar. Deveríamos esperar um pouquinho mais, quando, ao menos, todos os professores tivessem imunizados com a segunda dose. Que tivéssemos um ambiente mais favorável, que estivéssemos mais controlados na questão da pandemia. Eu acho que é bem arriscado voltar agora. Se esperássemos mais um pouco seria mais seguro, mais proveitoso e teria mais adesão das famílias”, afirma Genuir. Desafios na educação durante a pandemia De acordo com a pesquisa Datafolha, pais e responsáveis apontaram que 94% das crianças ou adolescentes tiveram alguma mudança de comportamento durante a pandemia. A maioria (56%) teve ganho

de peso, 44% sentiram tristeza, 38% manifestam mais medo e 34% teriam perdido o interesse pela escola. Silvana observou que nesse tempo de pandemia o filho ganhou peso, mostrou desinteresse e dorme mais. “Realmente, a gente percebe uma grande quantidade de alunos bem apreensivos, ansiosos. Nas aulas online, os alunos demonstravam ansiedade, inquietude de ficar em casa, resolverem as atividades em casa. Eles tiveram dificuldades de aprender. Eles faziam, tiravam dúvidas conosco, mas estavam muito chateados”, analisa o professor Genuir Faqui. No entanto, ele esclarece que “nós fizemos um trabalho bem ajustado com as famílias. E tivemos um grande resultado, da maioria dos alunos devolverem no prazo as atividades que eram propostas pela escola, pelos professores. Então nós alcançamos uma média de 90 a 95% de entregas dentro do prazo e resolvidas”. O educador físico relata que “os poucos [alunos] se se evadiram da escola, do ensino médio, não conciliaram mais estudo e trabalho. Às vezes, os pais perderam o emprego e tiveram que sustentar a casa com o trabalho deles. Então ficaram sobrecarregados e desistiram da escola. Porém foram bem poucos. São

casos isolados, até porque a gente sempre tentou buscar, conciliar, ponderar com esses que trabalham atividades diferenciadas para que não desistissem da escola. Tivemos pouca evasão”. Segundo Genuir, os profissionais se desdobraram durante a pandemia. “Nós fizemos o máximo. Embora não seja visível para a sociedade, mas os professores trabalharam e trabalharam muito em casa. Foi bem árduo. Não é reconhecido, não é visto pela sociedade esse trabalho inquietante que tivemos. Às vezes, chegam a comentar que professor não trabalhou nesse tempo de pandemia. Muito pelo contrário, a escola, os professores trabalharam, buscaram todas as formas as plataformas possíveis, as tecnologias, tiveram que aprender novos ambientes virtuais para a educação. Muito se deve ao esforço da educação”, diz o docente. A mãe de aluno Silvana corrobora com o cenário: - “Para mim foi um desafio grande estudar com ele, pois não e fácil ensinar. Porque a ansiedade, a cobrança e o desafio são grandes. Eu imagino os pais que não possuem o conhecimento. Até falo para ele que os professores merecem um troféu todo ano”.


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Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO

DouradosAgora

Obras do Centro Homeopático ‘empacam’ em Dourados Novela sobre reforma do prédio se arrasta há 4 anos e não há prazo de conclusão DIVULGAÇÃO

Uma placa de publicidade anuncia que as obras do Centro Homeopático em Dourados iniciaram em abril do ano passado e que deveriam ter sido entregues em abril deste ano. No local o aspecto é de abandono e não há sinal que há trabalhadores. A Prefeitura de Dourados não se manifestou. A saga pela reforma do Centro Homeopático já dura quatro anos. O espaço foi fechado no início da gestão da ex-prefeita Délia Razuk e no final do mandato dela foi anunciado que finalmente as obras iriam iniciar. O recurso total a ser empregado é de R$ 700 mil, dos quais R$ 400 mil do Governo Federal (recurso destinado por Geraldo Resende) e R$ 300 mil da própria prefeitura.

Recursos de R$ 700 mil são investidos na reforma do Centro Homeopático de Dourados No entanto, o ritmo da obra mostra que a reforma está ‘empacada’. Localizado na rua Monte Castelo, no jardim independência, o espaço era referência no país em tratamento homeopático. Com a desativação houve demissão de médicos e o serviço perdeu qualidade. Os atendimentos passaram a ser realizados em outras unidades de saúde e sempre migrando de local. Quando estiver pronto, o Centro Homeopático terá capacidade de atender 2.500 pacientes por mês e ofertar exames e outras especialidades. Conforme o projeto, será feito intervenções na pintura, cobertura, na parte de hidráulica e elétrica, acessibilidade (reforma e implantação de calçadas novas) e climatização. O Centro Homeopático de Doura-

Obra do Centro Homeopático era para ter sido concluída em abril deste ano dos foi implantado pelo ex-prefeito Braz Melo na década de 1990 e foi o pioneiro no país, fazendo parte da história da homeopatia brasileira. Um dos maiores entusiastas da ideia foi o falecido médico Archiduque Fernandes. Homeopatia A Homeopatia é uma especialidade médica e farmacêutica que consiste em ministrar ao paciente doses mínimas do medicamento homeopático para evitar a intoxicação e estimular a reação orgânica. É uma prática que serve para restabelecer o equilíbrio da saúde com foco no

Bitto ministra palestra em um dos eventos mais importantes da advocacia brasileira O advogado de Mato Grosso do Sul e Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Bitto Pereira, ministrará uma das palestras da Conferência Estadual da Advocacia Baiana, um dos eventos mais tradicionais da advocacia brasileira. O tema da conferência comandada por Bitto Pereira será “Aspectos práticos da advocacia: da contratação à relação duradoura com o cliente”. O painel será aberto nesta quinta-feira (5), às 15h (14h - MS). “Participar da Conferência Estadual da Advocacia da OAB da Bahia é uma satisfação enorme, pois é um dos eventos mais respeitados do País”, lembrou Bitto. O evento é promovido pela seccional da Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) e as inscrições podem ser feitas no endereço: www.conferenciaadvocaciabaiana.com.br.

indivíduo, e não na doença. Tem quatro princípios: Lei do Semelhante, Experimentação no Homem Sadio, Doses Mínimas e Medicamento Mínimo. Como um dos principais fundamentos da Homeopatia, a lei do semelhante indica que as substâncias que são capazes de ocasionar determinados sintomas em um indivíduo sadio podem estimular a cura em indivíduos que estão doentes e apresentam os mesmos sintomas ocasionados. O segundo princípio da homeopatia, a Experimentação no Homem Sadio, está relacionado aos experi-

mentos das substâncias usadas em medicamentos homeopáticos. Também chamada de experimentação patogenética, homeopática ou pura, é o procedimento de testar substâncias medicinais em indivíduos sadios para identificar os sintomas que irão refletir sua ação. O quarto e último princípio da homeopatia faz referência à experimentação dos medicamentos. A técnica estabelecida pelo médico Samuel Hahnemann aponta que, para identificar a patogenesia de cada medicamento, é fundamental que seja estudado de forma isolada.


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Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO

Especial Dia dos Pais

Surpresa, amor e esperança marcam Dia dos Pais para famílias de Dourados Da descoberta de um filho passando pela adoção tardia até a busca pelo pai desaparecido, histórias marcantes de pais e filhos onde todas o amor é sinônimo DIVULGAÇÃO

Lilian Rech Especial ao O Progresso Filhos biológicos ou adotivos. Não importa como nasceram, mas sim a diferença que fazem na vida dos Pais, marinheiros de primeira viagem, ou não. A história que você vai ler a seguir, tinha tudo para não dar certo. “Eu estava dormindo quando recebi uma mensagem da Patrícia, era a foto de um exame de gravidez com resultado positivo (...) sonolento, olhei apenas por cima e não dei muita atenção e achei até que era brincadeira dela”, afirmou o corretor imobiliário Henrique Mantovan, de 34 anos ao contar como descobriu que seria pai. A história dele e da Patrícia, teve início em uma rede social, em junho de 2020, ainda nos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus. O relacionamento amoroso durou pouco e hoje a relação de ambos é apenas de amizade, mas que gerou um fruto: Pedro Henrique. A notícia, como eu disse ali em cima, pegou o corretor de surpresa. “No começo eu não queria ser pai, chorei porque tinha medo de não conseguir. Quando a ‘ficha caiu’ eu me dediquei o máximo para proporcionar bem estar da Patrícia e do bebê”, se emociona Mantovan. Patrícia que então morava no distrito de Nova América em Caarapó, mudou-se para Dourados onde fez todo o pré natal, até o nascimento do filho. “Nunca na minha vida eu imaginei poder sentir uma emoção tão grande quanto foi pegar o Pedro no colo pela primeira vez, a sensação é incrível além da responsabilidade ser muito grande. Eu saio de casa para trabalhar e ele está dormindo, mas quando eu volto e o encontro

Henrique Mantovan é pai de primeira viagem todo serelepe com um sorrisão, não em dinheiro que pague a alegria e o amor de ser pai”, diz. Ser pai de primeira viagem e ain-

da no meio do caos de uma pandemia, fez Mantovan repensar na vida. “Agora todo cuidado é pouco, tenho medo de me contaminar

com o vírus (...) sinto muito medo por ele e todo esse caos fez com que eu mudasse de fato”, finaliza Mantovan.


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Especial Dia dos Pais

“Independente de gerar ou não tínhamos o sonho de ter filhos” A adoção de casal foi tardia e de grupo de irmãos. Tudo começou com a participação em um grupo de apoio à adoção, o GAAD. Filho procura pai desaparecido

Wesley procura o pai desaparecido há dois meses

Lilian Rech Especial ao O Progresso Já a história de paternidade do advogado Mário Claus de 58 anos, foi um pouco diferente. Vasectomizado depois de uma filha biológica já adulta, ele e a atual esposa a assistente social Kellen Fernandes de 37 anos, sempre quiseram ter filhos e para o casal a adoção nunca foi uma ideia remota, pelo contrário, era vontade. “Eu tinha um desejo já antigo de adotar e minha esposa sempre sonhou em ser mãe, independente de gerar ou não e nesse caso o desejo da adoção se fortaleceu ainda mais e essa sim, foi uma doce e longa espera de três anos até o nascimento dos nossos filhos”, diz Claus. A adoção do casal foi tardia e de grupo de irmãos. Tudo começou com a participação em um grupo de apoio à adoção, o GAAD e assim começou a gestação dos irmãos JH e RM de 12 e 10 anos respectivamente, que agora convivem em família, há cinco anos. Mário conta que ele e a esposa fizeram diversos cursos, participaram de palestras, grupos de apoio, mas que quando finalmente os meninos chegaram, todos os conhecimentos caíram por água abaixo. “Nós sempre nos sentimos muito preparados para receber nossos filhos, mas quando eles fi-

nalmente chegaram, parece que todos os conhecimentos e o período de estudos de nada serviram (...) o primeiro ano foi muito difícil, passamos por diversos testes, os meninos tinham muito medo de serem devolvidos e eu sei que para eles também foi um desafio, mas eles nos aceitaram muito bem, nos acolheram como pais e estabelecemos então uma relação de muito amor, confiança, amizade e respeito. A cada dia vivemos novos desafios mas sempre vencemos com muito carinho, diálogo e compreensão”, relata o advogado. E essa relação pura de amor e confiança junto com as crianças, para Claus é natural. Um pai que escolheu formar família existem sim regras e limites, precisa saber que acima de tudo, educar é um desafio, mas que com muito amor, degrau a degrau, vai sendo vencido. “Sinto muita gratidão pela minha família, vivenciar a experiência incrível que é a adoção e o amor que construímos ao longo do tempo me faz uma pessoa feliz” afirma Claus, grato. Os filhos do Mário e da Kellen foram retirados dos pais biológicos, que são separados, porque eram vítimas de maus tratos. Eles foram morar em um abrigo e então foram disponibilizados para adoção. Com 5 e 7 anos, chegaram na casa dos pais, os verdadeiros. Porque

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Mário com os filhos adotivos

pai é quem educa, dá amor, quem se doa para os filhos. “Viver um dia após o outro, cheios de emoção. Quando se é pai com amor, respeito e compreensão todos os dias são dignos de comemoração”, resume o advogado. E esse domingo vai ser também marcante para o roteirista Wesley Ferreira, de 32 anos. O pensamento dele, dos irmãos e da mãe está todo voltado na expectativa é de passar o Dia dos Pais ao lado do seo Antonio Juvenal Ferreira, 63, que desapareceu no dia 5 de junho. “Durante todo esse tempo nós fizemos de tudo para encontrar meu pai, divulgamos o sumiço dele nas redes sociais, rádios, emissoras de tevê, jornais on-line. Também fizemos uma força tarefa entre nossos amigos para procurá-lo em diversos bairros de Dourados, ligamos em abrigos e nada, até agora nenhuma notícia do meu pai”, alega Wesley. A suspeita maior é de que seo Antonio esteja em algum lugar na área rural do município ou até mesmo em algum distrito próximo de Dourados e que não se lembre quem seja. “Suspeitamos que ele tenha Alzheimer, mas nada diagnosticado ainda porque eu estava agilizando para ele fazer os exames, mas aí teve o lockdown e não consegui marcar a consulta, mas os sintomas estavam bem evi-

dentes”, afirma o roteirista. A esperança de passar o Dia dos Pais ao lado do seo Antonio é o que move Wesley e os familiares. “Tudo que eu quero é meu pai vestido com a camisa do Flamengo, todo feliz e em casa (...) esse é um desejo meu, dos meus irmãos, da minha mãe e dos meus sobrinhos”, confessa Wesley. Ainda conforme o roteirista, a família está oferecendo inclusive recompensa para quem souber e indicar o local onde o pai está. “Nós já estamos desesperados e fazendo de tudo, por isso oferecemos até recompensa para quem encontrar meu pai (...) eu acredito que por gostar muito do campo, ter trabalhado anos e anos com lavoura, ele pode estar sim em algum local da área rural aqui por perto do município”, explica. Aproveitando a deixa, se por acaso você que leu todas essas histórias e se solidarizou com a do Wesley, tiver alguma informação sobre o paradeiro do seo Antonio, basta ligar no 67 9 9870-9564 ou mande uma mensagem. Não pense em recompensa material, deixe o seu coração falar mais alto e sinta-se feliz em poder proporcionar um momento de amor e alegria para esta família. O amor, empatia e a benevolência é que dão o verdadeiro significado para o Dia dos Pais. (Lílian Rech)


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Frio intenso em Dourados acende alerta para os mais vulneráveis Mulher indígena de 41 anos foi encontrada morta com suspeita de hipotermia DIVULGAÇÃO/ARQUIVO GMD

Pessoas em situação de rua e indígenas são os mais afetados pelas baixas temperaturas Gracindo Ramos Com previsão de mais uma onda de frio no mês de agosto, a população em situação de vulnerabilidade fica em alerta, principalmente as pessoas em situação de rua. Uma mulher indígena de 41 anos foi encontrada morta com suspeita de hipotermia, no último dia 19 de julho, quando Dourados (MS) registrou 2 graus (segunda menor temperatura do ano). Segundo Maria Madalena Marques Gehm, assistente social do CRAS Joquei Clube, o frio intenso deste ano aumentou o número de atendimento. “A busca de atendimento vai desde cobertas, cestas básicas e documentação”, afirma a profissional. Ela ainda pontua que a pandemia agravou a situação, “pois além de questões como desemprego, entre outras expressões da questão social, o clima frio agrava as doenças respiratórias e a Covid-19”. “No inverno, muitas famílias e indivíduos procuram os CRAS devido ao aumento da situação da vulnerabilidade social, para solicitação dos benefícios socioassistenciais, como cobertores e cestas básicas, onde estes passam por atendimento psicossocial. Com a pandemia, muitas famílias foram atingidas, principalmente, pelo desemprego. Alguns pais ou avós saíram do trabalho por não ter com quem deixar

as crianças sem aula, acompanhar nas atividades, e tantos que perderam seus entes pelo vírus, sendo estes responsáveis pela subsistência da família”, analisa Ediana Mariza Bach, diretora do Departamento de Proteção Social Básica da Secretaria Municipal de Assistência Social de Dourados. População em situação de rua Em Dourados, o Centro POP é a unidade pública de referência e atendimento especializado à população em situação de rua, com duas frentes: o Serviço Especializado Para Pessoas em Situação de Rua (SEPSR) e o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS). O atendimento é das 7h às 17h, oferecendo banho e lavagem de roupa. “No frio, a equipe do SEAS sai para abordar as pessoas que estão em situação de rua. A gente orienta, entrega cobertores e também oferece para atendimento na Casa da Acolhida”, conforme Cristiane Campos de Andrade, coordenadora do centro. Hoje, a Casa da Acolhida é o único lugar de Dourados que que abriga pessoas em situação de rua. Amarilda de Jesus Alves, diretora do Serviço de Proteção Social Especial, explica que, há alguns anos, a assistência social de Dourados realiza o Projeto Noites Frias. “A gente sai às ruas nas noites frias oferecen-

do marmitas, cobertores, orientação, informação, acolhimento. Esse ano foram distribuídas marmitas nas quatro noites mais frias”. Mas, segundo ela, “infelizmente, a maioria das pessoas abordadas não aceitaram ir ao acolhimento. Com essa nova onda de frio chegando, provavelmente dia 17, esse projeto vai acontecer novamente. A SEAS, junto com a Guarda Municipal e Defesa Civil vai estar nas ruas oferecendo acolhimento e entregando cobertores”. Cristiane Campos também conta que o Centro POP promoveu, em parceria com a saúde municipal, a vacinação de pessoas em situação de rua. “Na ocasião eles tomaram vacina da dose única, pelas características da população. Porque, para ir tomar a segunda, a maioria perderia o comprovante. Na pandemia, estão mais suscetíveis ao vírus e, mesmo orientando ao uso de máscara e outras medidas de prevenção, é muito difícil eles seguirem esses protocolos”, relatou a coordenadora. De acordo com ela, a maior dificuldade dessas pessoas está na discriminação, de não serem vistos. “Não olham como população, como seres humanos. Os fatores mais comuns que levam essas pessoas para a rua são desavenças familiares, uso de álcool e outras drogas e desemprego. Também há pessoas que possuem

deficiência mental, que acabam ficando em situação de rua”. O Centro POP realizou cerca de 225 atendimentos no último mês, com uma média de 65 pessoas assistidas. Contato do Centro POP: (67) 3426-1301 e (67) 98468-6058. Endereço da Casa da Acolhida: Rua Jandaia, 1765. Situação na reserva indígena A reserva indígena de Dourados, dividida entre a Aldeia Jaguapiru e Aldeia Bororó abriga três etnias distintas. Com população de 18 mil habitantes e mesmo com a proximidade da cidade, a reserva apresenta muitos problemas sociais, como falta de água encanada, saúde e projetos voltados para educação. “Uma das grandes dificuldades enfrentadas nos últimos dias foi o frio intenso, que tem atingido as famílias mais vulneráveis, sem materiais para se abrigarem do frio, como cobertores e roupas de frio para os mais carentes. As crianças e os idosos são os mais afetados, contando também com os assentamentos [com barracos de lona] ao redor de nossas aldeias. É necessário que tenhamos solidariedade em nosso coração para ajudar essas famílias mais carentes. Temos alguns parceiros, mas é necessário que nesse momento venhamos unir nossas forças para ajudar as famílias mais vulneráveis”, disse ao O PROGRESSO professor Guarani Kaiowa Cesar Benites.


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DouradosAgora

80% das escrituras de imóveis de Dourados são feitas no Paraná’ População tem optado por fazer registros em outros estados para economizar Em nota de esclarecimento sobre seu afastamento pela Justiça das funções de oficial de registro civil e tabelião de notas do cartório do distrito de Panambi, no município de Dourados, o ex-deputado estadual Valdenir Machado revelou que “80% cento das escrituras levadas para o registro imobiliário de Dourados (1º Ofício) são serviços feitos por 10 cartórios paranaenses”. De acordo com Valdenir, essa concorrência, também com cartórios de São Paulo, Goiás e do Distrito Federal, é consequência de leis aprovadas e encaminhadas à Assembleia Legislativa pelo ex-governador André Puccinelli, “já no apagar das luzes de 2013 e de 2015, nas vésperas do Natal, aprovando com quórum mínimo de deputados em plenário”, impondo a cobrança de taxas que inviabilizaram financeiramente os cartórios dos distritos e de munícipios de pequeno porte do Estado. Ele refere-se à criação do Fundo Especial para o Aperfeiçoamento e o Desenvolvimento das Atividades da Defensoria Pública (Funadep), do Fundo Especial de Apoio e Desenvolvimento do Ministério Público (FEAD) E do Fundo Especial da Procuradoria-Geral do Estado (Funde). São taxas que não existem no PR, SP, GO e DF. Ocorre que, somados outros encargos constitucionais como Imposto de Renda da Pessoa Física, Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza e Fundo Especial para Instalação, Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, apenas 32% do que é cobrado no serviço cartorário fica de fato no estabelecimento que presta o serviço para pagar salários, aluguél, água, luz, internet e outras despesas operacionais. Valdenir Machado afirma que essa situação o levou a inadimplência e consequente decisão da Justiça em afasta-lo do cartório do Panambi por recomendação do Ministério Público. “Decisão judicial não se

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Valdenir Machado é cartorário discute, se cumpre”, disse ele, ressaltando que está recorrendo dentro do devido processo legal. Há vários anos a Associação dos Notários e Registradores do Estado de Mato Grosso do Sul (Anorec-MS), da qual Valdenir Machado foi presidente por quatro mandatos consecutivos, negocia uma saída política para o impasse com o Tribunal de Justiça e a Assembleia Legislativa. Os cartorários defendem a extinção das taxas impostas a eles ou mesmo anistia de débitos passados com novo percentual (reduzido) desses encargos. “Nunca chamaram a Anorec ou a cada um dos associados individualmente para tratar de convênios com a finalidade de arrecadar fundos do cidadão para qualquer entidade”, lembra o ex-deputado.

“Repito, nunca, mas nunca mesmo fomos convidados a fazer quaisquer convênios com entidades favorecidas com as malfadadas leis para arrecadar do cliente e repassar para quem tem orçamento próprio e sem ter vínculo algum com os cartórios de modo geral”, frisou. O titular do Cartório do Panambi foi afastado por não pagar parcelamento da dívida cheia, acrescida com juros e correção monetária. Além da concorrência externa, os cartórios dos distritos, segundo Valdenir Machado, perderam receita por não registrar mais nascimentos, casamentos e óbitos. Ele também cita a crise financeira provocada pela pandemia da covid-19 como agravante da situação. “A verdade é uma só: se persistirem as cobranças dessas taxas (ex-

clusivas no Estado), os cartórios distritais e de pequenos municípios de Mato Grosso do Sul podem fechar as portas, dispensando vários trabalhadores e provocando a infelicidade das famílias e transtornos aos cidadãos dessas localidades”, garantiu o ex-deputado, acrescentando que está sendo “cobrado por uma dívida que discuto na Justiça e que ainda não saldei por absoluta falta de recursos”. Valdenir Machado ficou licenciado do Cartório do Panambi por quatro anos (2017 a 2019) para assumir a coordenação do Escritório Regional do Governo do Estado em Dourados. Nesse período, ficou respondendo com titular Jaime de Oliveira Cruz, que era substituto legal daquele serviço notário, mas já falecido.


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“As vozes dessas mulheres devem circular o mundo”, afirma diretora de “Kuña Porã” A douradense Fabiana Assis Fernandes, foi a primeira artista do Estado a conquistar a premiação DIVULGAÇÃO

Cena do filme, com a protagonista e diretora, Daniela Jorge João, da etnia Kaiowá Filipe Prado É um filme que conta sobre os “processos de empoderamento e alteridade feminina das mulheres Kaiowá e Guarani nos espaços que compõe o imaginário social de suas aldeias e acampamentos”, é como caracteriza a artista douradense Fabiana Assis Fernandes sobre o seu curta-metragem documental Kuña Porã: Matriarcas Kaiowá e Guarani Gravado nas aldeias da região, o documentário de “escuta, amor e resistência” venceu a Mostra Internacional de Audiovisual do 12º Fazendo Gênero e 14º Mundo de Mulheres, consagrando Fabiana como a foi a primeira sul-mato-grossense a ganhar o prêmio. As gravações do filme começaram em 2016, de acordo com Fabiana, e foram finalizadas em 2020, porém o curta é uma continuação de 10

anos de vivências e registros que fez. Por exemplo, em 2014, através da Catédra da Unesco-UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), as suas fotos se transformaram em um livro, chamado Mulheres Kaiowa e Guarani - Expressões, sendo que em 2015 virou a exposição fotográfica Kuña Porã: Matriarcas Kaiowa e Guarani, que circulou o país e foi vencedora em diversas mostras e exposições, incluindo o 11º Fazendo Gênero e 13º Mundo de Mulheres. “Como o filme é oriundo de uma exposição fotográfica, na época que iniciamos as filmagens, escolhi uma estética visual pautada no uso das mais variadas técnicas de fotografia, tendo inclusive na equipe técnica apenas fotógrafos, sendo eles Tatiana Varela e Fabrício Borges. E ainda divido a direção com Daniela Jorge João, da etnia Kaio-

wá, e atualmente ela é a primeira estudante indígena de uma universidade pública de Audiovisual de MS”, explicou Fabiana. Após ganhar a premiação, pelo filme, Fabiana conta que foi uma sensação de alegria, fortalecimento e renovação das energias para continuar a caminhada do audiovisual “como ferramenta de voz e visibilidade das histórias e memorias das nossas matriarcas”. “São vozes de lideranças, entre elas, parteiras, rezadoras, artesãs, agentes de saúde, professoras, que expressam, através dos relatos de suas lutas coletivas e práticas cotidianas, quem são estas mulheres e quais são suas posturas diante dos diálogos interculturais na reivindicação dos seus direitos a partir da especificidade de ser mulher Kaiowá e Guarani”, relatou a diretora. “Sou a única artista do MS em ter

a oportunidade de ganhar a mostra internacional de fotografia do Fazendo Gênero e Mundo de Mulheres e quatro anos depois novamente marco história sendo a primeira artista de MS a ganhar a mostra internacional de Audiovisual do mesmo evento”, ressaltou Fabiana sobre o filme. Ela afirmou que irá seguir em frente nas produções e não deixará o “Kuña Porã: Matriarcas Kaiowá e Guarani” engavetado, como estava há tanto tempo, porque acredita que “as vozes dessas mulheres devem circular o mundo”. Fabiana ainda contou que, seguindo a mesma linha do filme, finalizou o seu segundo filme, o “Kuña Mbarete - a força do futuro”, através da Lei Aldir Blanc via Secretaria Municipal de Cultura de Dourados, que em breve estará disponível para circulação em mostras e festivais.


CULTURA

História do teatro em Campo Grande é retratada em série PÁG. 2 Gente que Acontece na Coluna da Adiles

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A igrejinha que encanta Depois de 30 anos, construção que homenageia pioneiros torna-se ponto turístico em Dourados e recebe “invasão” de cicloturistas aos finais de semana Noemir Felipetto* Uma pequena igrejinha de pedra em meio a uma plantação tornou-se um dos pontos atrativos de Dourados. Com estilo arquitetônico espanhol, homenageia famílias que deixaram o Rio Grande do Sul, para desbravar terras então mato-grossenses. E lá se vão mais de 120 anos da chegada destes pioneiros, dentre eles os de sobrenome Mattos, que se deslocaram da longínqua São Luiz Gonzaga, localizada na Região das Missões, próxima da fronteira com Argentina. Aliás, a igrejinha foi edificada para homenagear esta família, que hoje é uma das maiores e mais representativas de Dourados e toda região fronteiriça de MS. Com a pandemia da Covid-19, andar de bike virou uma opção de lazer e atividade física. E um dos principais roteiros dos cicloturistas é visitar a igrejinha. Distante pouco mais de 20 quilômetros da cidade (nas proximidades do campus da UFGD e aeroporto), nos finais de semana chegam em grupos, fotografam e postam fotos em redes sociais. E como um ciclista que se preza, além de pedalar gosta de boas

fotos. E os flashes vão para as redes sociais. Aline Robles, bancária e que reside em Dourados há três anos, é praticante do cicloturismo. Ela conta que viu amigos publicar fotos, como a colega de trabalho Lívia Marin. Esta disse que a igrejinha era um local de relaxamento emocional, aliviando o estresse do dia a dia. Encantada, foi até lá. “Uma sensação incrível, um lugar deslumbrante”, disse Aline, que também postou em suas redes sociais fotos da visita. Para a assistente social Patrícia Vieitas, o lugar é magnífico. Carioca, mas morando em Dourados desde 2011, visitou pela primeira vez em uma ensolarada tarde de domingo. Saiu de lá encantada com o que chamou de “tesouro arquitetônico”. Outro atraído foi o servidor público Franz Mendes, apaixonado por fotografia, mostrou através de suas lentes a exuberância antes pouco divulgada. Conta que via amigos sempre postando fotos, então por se considerar um curioso nato, resolveu ir também. “Não perdi a oportunidade, fotografei sob vários ângulos”. A também servidora pública Ana Fuchs é outra que constantemente vai a igrejinha. Descendente de pionei-

ros, diz que vivencia momentos de reflexão, “em busca de experiências especiais que se tornam sustentação para minha fé”, conta. A saga dos Matos A turismóloga e professora Alaíde Brum de Mattos resume que uma caravana partiu de São Luiz Gonzaga nos idos de 1900, objetivando uma vida melhor. Neta de Amandio Mattos, conta que dezenas de pessoas viajaram por meses. Foram mais de mil quilômetros em carroças e carros de boi. O grupo era liderado por José de Mattos Pereira. “Infelizmente muitos não resistiram a viagem, mas os que conseguiram chegar marcaram seus nomes na história, e realizaram o sonho de reencontrar paz e prosperidade nas novas terras”, relata a turismóloga. Na caravana também vieram ex-escravos e agregados da família. O porquê da construção da igrejinha de pedra A Fazenda Antolin Cuê já foi de propriedade de Celso Muller do Amaral, mas foi Mardônio Alencar que edifica a igrejinha ao lado do cemitério, em 1990, que segundo Alaíde, mostrou-se arrojado ao identificar

o cemitério como célula viva do patrimônio histórico de Dourados, em homenagem aos Mattos, “reconhecendo o papel da família no contexto histórico”. No cemitério estão sepultados, além de Amândio, Bento, Francisco, Clarinda, Piragibe, Jobe, José Augusto e Doralina, todos de sobrenome Mattos, além de outros. Depois de o lugar ficar mais conhecido, Américo Brum de Mattos, neto de Amandio, por conta própria, resolveu fazer melhorias no local, tornando o espaço mais aprazível. Já existe um movimento que busca tornar o local patrimônio histórico e cultural. O jornalista João Carlos Torraca, também descendente dos Mattos, disse que Dourados conta com inúmeros pontos para visitação ainda desconhecidos ou pouco explorados, e diz que seria importante o poder público, por meio dos órgãos competentes, catalogar esses pontos e buscar meios para a preservação e conservação. “A história de Dourados é vasta e riquíssima e temos não só o dever, mas a obrigação de preservá-la para as futuras gerações”, opina Torraca. (*advogado e jornalista e adepto do cicloturismo).


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Cultura

História do teatro em

Campo Grande é retratada em série Com quatro episódios, a série “EVOÉ - Histórias do Teatro em Campo Grande” estreia no sábado (7), às 19h, no canal da Marruá Arte e Cultura no Youtube DIVULGAÇÃO

A série é composta por quatro episódios: De corpo e alma (primeiro); Coletivo e resistência (segundo); Em terras bovinas (terceiro), e Para todos (quarto) A história do teatro da capital sul-mato-grossense é o tema da série documental “EVOÉ - Histórias do Teatro em Campo Grande”, que através dos depoimentos de 35 artistas constrói a narrativa que revela acontecimentos desde os primeiros grupos e festivais até chegar ao fazer teatral nos dias de hoje, frente a um cenário de pandemia e distanciamento social. Uma obra composta por quatro episódios que foi idealizada e produzida pela atriz e diretora Andréa Freire, com estreia marcada para o próximo sábado (7), às 19h, pelo canal Marruá Arte e Cultura no Youtube A série tem como objetivo apresentar e valorizar o contexto histórico e cultural do teatro campo-grandense, abordando vários temas do universo desta arte na cidade. “EVOÉ - Histórias do Teatro em Campo Grande” é um manifesto da artista Andréa Freire à memória do teatro na Capital. “Fui motivada pelos estudos e textos da professora Maria da Glória Sá Rosa, mais conhecida por professora Glorinha, a quem a série é dedicada. Ela foi incentivadora do teatro em nosso meio e formou um dos primeiros grupos da cidade, o TUC - Teatro Universitário de Campo Grande, no final da década de 1960”, revela Andréa. Episódios A série é composta por quatro episódios: De corpo e alma (primeiro); Coletivo e resistência (segundo); Em terras bovinas (terceiro), e Para todos (quarto). Um trabalho em audiovisual que se

A série tem como objetivo apresentar e valorizar o contexto histórico e cultural de MS assemelha a um espetáculo - montado em atos - que a cada episódio lançado descortina um novo fato ao público como peças de um grande quebra-cabeça a ser remontado e dar significado à trama. Neste caso, a história do teatro campo-grandense. “O primeiro episódio retrata o pensamento dos artistas e suas vivências. No segundo, o coletivo, o universo criativo e a subsistência dos grupos e a organização para contribuir para a construção da política pública para a área. Já o terceiro traz os primórdios, sua ligação embrionária com a educação, e os espaços e diferentes estilos de teatro que a cidade criou. Por fim, o último episódio destaca o público e o seu en-

contro com o teatro através dos festivais e outros eventos locais que trouxeram às pessoas em geral para perto da arte de representar”, explica Andréa Freire. É assim que o público é convidado a mergulhar na história do teatro em Campo Grande. São depoimentos de diretores, atores, atrizes, cenógrafos, figurinistas, produtores e técnicos de diferentes gerações e das mais variadas linhas artísticas, que há anos dedicam suas vidas a movimentar a cena cultural da cidade. “Resolvi compartilhar a riqueza humana da cidade através do teatro. Vamos falar do que é bom, sem esquecer dos percalços e da pandemia que, inclusive, não foi a razão dos fechamentos

dos teatros da Capital. Aqui, os teatros já estavam parados há muito mais tempo, o que mostra o descompromisso dos governantes não só com os artistas, mas, com a sociedade”, pontua a artista em alusão ao Teatro Aracy Balabanian fechado há seis anos e ao Teatro do Paço, inativos há três décadas. Com pesquisa, roteiro e direção geral de Andréa Freire, a série conta com a participação de outros artistas talentosos da cidade, como Adrian Okumoto, (codireção), Marina Peralta (trilha sonora), Alqmiztah (produção musical), Ilker Ezaki (percussão), Rafael Mareco (direção de arte), Vaca Azul - Helton Perez e Hana Chavez (direção de fotografia e edição) e Marruá Arte e Cultura (produção). A série foi contemplada com recurso emergencial da Lei Aldir Blanc (LAB), por meio do edital Morena Cultura e Cidadania, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), da Prefeitura Municipal de Campo Grande e da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. Todos os episódios serão disponibilizados na plataforma até o dia 17 de agosto (terça-feira) e o público poderá acompanhar essas e outras informações sobre a série pelo perfil do Instagram e Facebook (@marrua.arte.cultura). Serviço Estreia da série “ EVOÉ - Histórias do Teatro em Campo Grande”. Data: 7 de agosto (sábado). Horário: às 19h Local: Youtube – canal Marruá Arte e Cultura.


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Sem filhos, com ref. e exp. em vacina e castração de gado, como campeiro e curso de inseminação. A esposa também tem disponibilidade para trabalhar. Fone 993530090 ou 99999-9212 - Milton.

CAMPEIRO

Com referência e experiência, fone 99612-7851 Norberto.

HORÓSCOPO DA SEMANA ÁRIES - 21/03 a 20/04

Esta semana você está pensando em maneiras de ganhar dinheiro envolvendo a casa. Se está fazendo um novo escritório em casa, comprando ou vendendo apartamentos, ou começando um negócio de decoração de casa, é aí que o dinheiro está agora.

LIBRA - 23/09 a 22/10

Esta semana você pode estar se sentindo frustrado com seu objetivo de avançar financeiramente. Não há atenção desejada sobre a situação da sua dívida. Você pode entrar facilmente na depressão se você não for cuidadoso. A boa notícia é que você tem muita energia para poupar e pagá-la.

TOURO - 21/04 a 20/05

Será uma semana de criatividade enquanto lida com questões de relacionamentos e comunicação. Usar sua criatividade para ganhar dinheiro é uma ótima ideia. Se você não conseguiu ganhar dinheiro fazendo o que você ama, você se encontrará numa situação diferente agora.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11

Você está preso entre duas coisas. Há uma ação em relação a casa e oportunidades na frente da sua carreira. No entanto, você está sendo conduzido ao longo de um caminho que leva em conta sua situação de relacionamento. Só pode fazê-lo sozinho por um tempo. Deixe que os outros o ajudem.

GÊMEOS - 21/05 a 20/06

Você está pensando grande nesta semana. Você pode estar tentado contactar profissionais qualificados para ajudá-lo a obter suas finanças em ordem ou simplesmente decidir de uma vez por todas como organizar o seu pagamento mensal.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12

Você pode estar prestes a mudar de emprego ou subir de cargo. Não é o cargo em si que o agrada, é o salário que acompanha. Pode ser a sua comunicação, ou a falta dela, que deixa os outros contra você. Mantenha tudo asuave ao ser claro e conciso com suas palavras. Esta deve ser uma semana feliz.

CÂNCER - 21/06 a 21/07

Você é muito comunicativo agora. Falar, conversar online ou mesmo usar sites de redes sociais para sua vantagem são melhores que um curso. Mas você procura por algo maior e melhor, talvez até esteja pensando em escrever suas memórias.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 20/01

Nesta semana, é importante que você comunique suas ideias e necessidades o mais claramente possível. Diga as coisas difíceis ao mentor e a outros profissionais. Quanto mais você puder fazer isso, mais cedo você poderá ter alguma visibilidade. Suas esperanças e sonhos podem ser um pouco difusos.

LEÃO - 22/07 a 22/08

Esta semana é sobre aspectos afortunados que afetam sua casa do karma, vidas passadas e sonhos, bem como seu setor doméstico. Seus sonhos podem estar vivos com ideias sobre como trazer mais dinheiro, então preste atenção neles.

AQUÁRIO - 21/01 a 19/02

Você está sendo chamado a assumir um papel de liderança no trabalho. Talvez seja necessário de repente se sentir confortável com o discurso público ou começar uma nova série de networking e comunicação com as pessoas. A comunicação em todas as suas formas será muito importante agora.

VIRGEM - 23/08 a 22/09

Seu desejo natural de assumir a liderança pode ser frustrado. A paciência e uma revisão detalhada do trabalho passado podem ser necessárias. Os amigos do trabalho podem aliviar o humor. Momento positivo para acompanhar a papelada e compartilhar informações.

PEIXES - 20/02 a 20/03

Suas palavras e comunicação podem ter que ser verificadas duas vezes para ter certeza da precisão. As ideias podem ser pontos de salto maravilhosos para projetos futuros, mas há uma boa chance de que a mensagem seja abafada no processo. Use essa energia criativa para aprender um novo idioma.


Dourados, 7.8.2021 O PROGRESSO

COLUNA DA ADILES GENTE QUE ACONTECE

Adiles do Amaral Torres adiles@progresso.com.br

“É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada”. William Shakespeare

SENTIR E VIVER

Inis Ferraz e Flavia

Jovina Nevoleti Correia

Lorena Hernandez, bailarina do Studio Blanche Torres

Afinal o que é amar? Será que posso explicar? É querer bem, é gostar, É querer ver, encontrar, E ter saudades, é sentir Necessidade de ver, É querer mais, muito mais Sentir o calor, com frequência E pronunciar com demência O nome do outro alguém É como o fogo queimando É como a água correndo É como a lua que brilha É como o sol que ilumina Como a brisa que passa Se falei pouco eu direi Amar, não dá pra explicar É só sentir, é viver. Adiles do Amaral Torres

Irma Lupinetti

Jaime Caldeira

Jorge Luiz Zenatti e Surya

Jairo de Osti

Jeferson Avalhães e esposa

Janete Radai

Francisco Chamorro (Kinho)

PARABÉNS E FELICIDADES AOS

ANIVERSARIANTES DA SEMANA

PARABÉNS E FELICIDADES aos aniversariantes, Do dia 11/agosto: • José Manoel de Lima, Nalva Q. Monteiro, Luiz Pereira, Iracema Maria de Fátima, Nadal Zanella, Valdenir N. dos Santos, Nery Penzo, Ribamar Apolonio da Silva, Antonio Casaroto, Rosemar P. Soares, Junior Chagas, Tiago C. Stein, Pedro N. Martins, Leila Marley, Lara da Cunha Barbosa, Rosimar P. Soares, Chaiana Borghetti, Luiz Carlos M. Rodrigues. Do dia 12/agosto: • Geraldo P. Nelvo, Francisco Clarindo de Lima, Juvenal V. dos Santos, Leonardo Mussury, Maria de Fátima Faleiros, Zilda M. Martins, José M. Filho, Daniel F. Barros, Rodolfo Wagner, Rosimeire R. da Silva, José Jairo de Lima, Maria de Lima dos Santos, Sabrina F. da Silva, Marcus Vinícius Almeida, Eunice L. de Sousa, Jair R. Oliveira, Maria Clara Soares, Marcos Aurélio Aquino, Sophia Emanuelly Costa. Do dia 13/agosto: • José Honorato Ferreira, Atílio Magrini Neto, Roberto Santo Aliberti, Marizete dos Santos, Eldo Augusto Veron, Marília Moura, Sueli Francelino, Valdir Fuzii, Elaine Musculini, Cláudia Maria Ramos, Silvio Cesar Ferreira, Genésio Estalante Cândido, Edilsa Vieira, Tatiany Silva Santana, Maurício Martorelli Galera.

LIVRO

CLAUDIONOR MIGUEL DUARTE APARECIDA GERÔNIMO Sábado (7/8)

Sábado (7/8)

EUNICE DAL LAGO

CESAR AUGUSTO RASSLAN

YARA RIGOTTI

STELLA FAQUER

ROSELY LOUBET

JOSÉ LUIZ FORNASIERI

Segunda-feira (9/8)

Segunda-feira (9/8)

Domingo (8/8)

Terça-feira (10/8)

Agradeço ao sr. José Luiz Fornasieri pelo livro “Personalidades Ilustres da História Capivari”, volume II, que me deu de presente.

Domingo (8/8)

Terça-feira (10/8)

(67) 3421-0018

LUIZ TADEU SILVA Quarta-feira (11/8)

EDUARDO MARCONDES Quinta-feira (12/8)

HENRIQUE MEDEIROS Quinta-feira (12/8)

VALDIR FUZII

Sexta-feira (13/8)


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