DOURADOS MS ANO 69 Nº 13.597
O PROGRESSO
Sexta-feira 11 de outubro de 2019
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Somente nas aldeias 1.800 crianças não têm acesso à educação infantil
Dourados tem quase cinco mil crianças fora da educação infantil Paratleta douradense garante vaga em jogos brasileiros A paratleta Izabela Bezerra, de 13 anos é sinônimo de vitória. Mesmo em tratamento de câncer ela reúne forças para se dedicar ao esporte. A douradense já acumula três medalhas de ouro nas Paralimpíadas Escolares de Mato Grosso do Sul, nas modalidades corrida de cadeira, arremesso de peso e arremesso de pelota. As vitórias fizeram com que ela garantisse vaga nos Jogos brasileiros das Paralimpíadas Escolares, que acontecem em novembro. PÁG. A8
DIVULGAÇÃO
PÁG. D1
MS 42 anos
O PROGRESSO defendeu a divisão de MS na década de 1970. PÁG. A3 PREFEITOS
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BRASILIA
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Dourados-Mt
, T erça Feira, 11 de O utubro de 1977.
ANO
X X V II
A m a io r ia d o s p r e fe ito s d a G l a n d e D o u r a d o s e r.c o n lra m -s e h o je c m B fa s ília , p a r a a so le n id a d e d e a s s in a tu r a d a L ei C o m p le m e n ta r t ju e d iv id e o E s ta d o de M a to G r o s s o d o S u l. A n to n io C o r d e ir o N e to , d e ll a p o r â , v ia jo u n a m a n h ã d e o n te m , em c o m p a n h ia d o P re s i d e n t e d a C â m a r a d e V e r e a d o r e s , D u r v a l R u b in i M a r s u r a e d o Pre-i iid en te d a A re n a , J o s é M a ria B e z e rr a L im a . O m e s m o a c o n te c e u c o m o p r e fe ito d e I v in h e m a P a u lo R o d rig u e s d o s S a n to s , que se g u iu ta m b é m e m c o m p a n h ia d o P i'e s id e n te d a C â m a r a , D u r v a lin o L o p e s •de S o u z a e P re s id e n te d a A r e r.a Iv in h e m e n s e , J o s é P e r e i r a d a S ilv a .
P E N S A M E N T O
O P re fe ito d e D o u r a d o s , J o s é E lia s M o r e ir a , v ia jo u d o m in g o , c o m d iv e rs o s v e r e a d o r e s , a s s e s s o re s e j o r n a l is t a s . O u tr o s p r e fe ito s já e s ta v a m cm B ra s ília d e s d e a s e m a n a p a s s a d a , t r a t a n d o de p r o b le m a d e se u s m u n ic íp io s e a p í o v e i t a r ã o p a r a a s s is tir a s s o le n id a d e s d e h o je , c o m o é o c a s o d e E d ib e rto C e le s tin o d e O liv e ira , d e A n g é lic a e J ú lio F e r r e i r a B a sto s, d e V ic e n tin a .
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Diretor: V la d e m iro M iiller d o A m a ra l Redação, A dm in istração e O ficinas: A v .
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Redatora-Chefe: Adiles d o A m a ra l T orre* Presidente V argas, 439 — C a ix a Postal, 96
DE
DOURADOS
Secretário: N élio M a rc ílio K egler 2862 — Dourado* — M a t o Grosso
A partir de hoje somos um nova Estado —
Fon*:
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O NOVO MAPA
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Izabela, aos sete anos foi diagnosticada com osteosarcoma na perna direita
Projeto que define feriado 11 de outubro como criação de MS é aprovado PÁG. A5 A atividade do brincar na formação das crianças PÁG. D4
Professora nordestina leva literatura de cordel para escolas PÁG. B1
Q uando o Boeing da VASP decolar de Campo G rande hoje às 7 horas da m anhã, com os 109 matogrossenses que vão à Brasí lia assistir a assinatura da lei da divisão, pelo presidente E rnesto Geisel, deixará um E stado com 1 .2 0 0 .0 0 0 quilômetros quadrados de extensão e com uma popu lação de aproximadamente 2.2 milhões de habitantes. Q uando este mesmo Boeing retornar, por volta das 21 horas, pousará no aeroporto da capital do mais novo E s tado da Federação, com 8 7 0 .0 0 0 quilômetros qua drados e com uma popu lação de aproximadamente 1.3 milhão de habitantes. O avião, já denominado “o Boeing da divisão”, será batizado hoje com o nome de "M ato Grosso do Sul” numa homenagem que esta empresa de transportes a é reos presta ao Estado que hoje será criado oficialmen te pelo presidente Ernesto Geisel. Além dos 109 matogrossenses que farão o vôo h is tórico, outros 800 matogrossenses estão chegando à B ra sília desde o último final de semana, o que proporciona rá a maior festa já realiza da no Palácio do Planalto, em termos^ de presença p o p u la r. As mais altas auto ridades do Governo Federal c do Estado de M ato Gros so assistirão a solenidade que será realizada às 11 ho ras (de B rasília). O G o vernador G arcia Neto, en contra-se na capital federal desde domingo, juntam ente com todo o seu secretariado e deputados Estaduais, o mesmo acontecendo com a grande m aioria dos prefei-
tos do novo Estado e repre sentante das Câm aras de vereadores. Em Campo G rande, a ca pital de M ato Grosso do Sul, a festa foi iniciada ao p ri meiro minuto de hoje e prolcngar-se-á até a noite, quan do haverá até carnaval pelas principais ruas da cidade. O prefeito M arcelo M iranda S o a re s ,, decretou feriado municipal, o que não acontecerá nas demais cida des. OS M OVIM EN TO S M V ISIO N IST A S Após 88 anos como o se gundo maior E stado do País, o gigante M ato Gros so desmembra-se hoje em Norte e Sul. Transform a-se assim em realidade, um so nho que vinha sendo acalen tado desde o início do sé culo. “A idéia foi de urn riograndense, advogado, cu jo nome não me recordo. Nioaque, então, era a sede do Sul. Desde os idos de 1 .9 0 0 , a separação era acalentada. Campo Grande pertencia a N ioaque” . E sta explicação é do mais an tigo engenheiro agrônomo do País, prim eiro governa dor eleito após a ditadura, 84 anos de idade já comple tados, nascido em R osá rio Oeste e tido como uma das reservas morais do E s tado, A rnaldo Estevão de Figueiredo, que governou M ato Grosso de 1947 a 1950. Segundo Figueiredo, nesta época o sul era muito es quecido e não tinha a míni ma assistência do poder p ú blico, nascendo assim o movimento divisionista, que jam ais encontrou amparo no norte do E stad o . Q nor
tista sempre foi contra a divisão, e prova disso é a posição assumida pelo go vernador G arcia N eto, que somente adm itiu este fato, após a audiência que lhe foi concedida pelo presiden te E rnesto Geisel, em 3 de maio do corrente ano, quan do o chefe do governo co municou-lhe oficialmente a decisão de criar um novo Estado ao sul de M ato G rosso. A p artir deste ins tante, porém , G arcia Neto passou a liderar os prepa rativos que culminam hoje, com a separação oficial de norte e sul de M ato Gros so.
De 1900 a 1977 vários foram os movimentos divisionistas, nunca entretanto, tiveram cunho bairrista ou de hostilidade ao Norte, mas sim, uma consequência natural do próprio desenvol vimento do Sul em relação ao N o rte. A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, com sua ligação em 1914, abriu as portas do Sul e uma maior influência paulis ta, ao passo que na região da fronteira com o Para guai, os gaúchos entravam para povoar várias áreas agrícolas. O maior desenvolvimento
D utra, tido como um dos lutadores por M ato Grosso, a favor de uma união de dois grandes partidos políti cos da época. E m 1958 correu p or to do o Sul de M ato Grosso, um manifesto liderado por expressivas figuras do PSD, PTB, UDN, c PSP, com constante reuniões, quando foi elaborado, inclusive, um projeto de lei, que foi en viado a C u ia b á . A Consti tuição de 1946 exigia que antes do plano federal íosse feito um plebiscito. O assunto, entretanto, parou na capital, para apreciação do governador João Ponee de A rru d a . Nessa mesma época, saiu em Cam po G rande, um car taz com um a tesoura no meio, e a seguinte inscri ção: “ dividir para multipli car” . Jânio Q uadros, visi tando Cam po G rande, não deixou por menos seu senti mento de matogrossense: “ vocês estão dividindo o meu coração” . Antes disso cm 1947, o atual presidente da A R E N A campograndense, V al dir dos Santos Pereira ‘‘foi enterrado duas vezes pelos cuiabanos” . C erta vez, em Cuiabá, saíram 14 caixões
O Presidente Geisel será hoje homenageado com uma placa de ouro pela Liga Sulmatogrossense, ao assinar o Decreto de criação do Estado de M ato Grosso do Sul. ra a história, com o nasci m ento hoje, do mais novo filho do País — M ato Grosso do Sul, que já nasce forte e robusto, e dando m uitas esperanças ao seu le gitimo pai, o presideute Ernesto Geisel, cuja cora gem perm itiu que se fosse concretizado o antigo sonho' dos matogrossenses do Sul.
G arcia Neto< o úlíimo d iv isã o .
do Sul, também é atribuído, em parte, às construções das obras militares em Cam po G rande. Elas acabaram levando para esta cidade a sede da região militar, an teriorm ente sediada em Co rum bá. Na década de 30, as cam panhas políticas do Sul, tendo à frçnte o senador Vespasiano M artins, levan taram de vez a bandeira se paratista, todavia, mais com fins partidários do que própriamente por questões re gionalistas. Essas cam panhas, só vie ram a tom ar forma concreta no governo do presidente
governador
anfes
da
de defuntos para realizar um enterro simbólico dos sulistas. Um dos últimos movi mentos foi encabeçado pela Liga Sul Matogrossense, que hoje freta um a avião especial, para levar 109 divisionistas à B rasília. A inda este ano, em Cuiabá, a pressão era grande contra os sulistas, principalm ente os de Campo G ran d e. Os carros que lá chegavam com cartazes ua divisão corriam o risco '.Je serem atacados. Houve, há poucos meses, até uma p ro cissão contra a Divisão e o Divórcio, na capital do Es tado. Tudo isso agora passa pa-
PARA A HISTÓRIA A pesar de sua luta pela não divisão do Estado, o governador G arcia Neto te rá seu nome transferido para a história de dois Estados, M ato Grosso do Sul, pois scM ato Groso do Sul, pois se rá ête o último a governar c E stado antes da divisão . Principalm ente pela sua ma neira de agir depois da con solidação da medida presi dencial uma vez que anun ciada a disposição de Gei sel, de criar um novo E sta do, G arcia Neto continua dando a mesma atenção à parte que será desm em bra da e o exemplo mais claro está na criação da Faculda de de Agronomia de D oura dos, que funciona, graças à sua intervenção, a partir do próximo an o . Além '.is so, é notável o trabalho de seu governo em outras á ~ reas, principalmente no se tor de saúde, com a cons trução de novas unidades sanitárias, inclusive para Dourados; de abastecimen to básico, educação e C ul tura, c segurança. E, final mente, quando se efetiva de
uma vez por todas a divisão de M ato Grosso, mas com Garcia Neto adm inistrando parcialmente o novo E sta do até o fim de seu m anda to em M ato Grosso do N orte, fala-se que o chefe do Executivo Estadual es taria vivamente interessado cm iniciar as obras de um Estádio de Futebol, com capacidade para 30 mil pes soas, em Dourados, o que possibilitaria a entrada de nosssa cidade para o certa me nacional de 1979. Igualmente, diversos ou tros políticos passarão para a história, com a san ção do ato presidencial que divide M ato G rosso. (i o caso de Paulo Saldanha, o último presidente da Assem bléia Legislativa de Mato Grosso, de M arcelo M iran da Soares ,o último prefei to eleito d e Campo G ran de, a nova capital; do Sena dor Mendes Canale, que atravessa a fase da divisão em plena atividade no C on gresso, já que Saldanha Dérzi e Italívio Coelho encer ram seus mandatos no pró ximo ano, e, o nome que for indicado pelo presidente Geisel, para governar o no vo E stad o . Tam bém para a história irão todos os inte grantes da Assembléia Constituinte do novo E sta do que será eleita a 15 de novembro do próxim o ano. A história dos homens que governaram o Estado de M ato G rosso, só come çou em 1889, quando assu
A música que identifica o Mato Grosso do Sul PÁG. B2
m iu o cargo, perm anecendo até 1891, o então inspetor de Armas, general A ntonio M aria Coelho. Dele até ch e gar cm G arcia Neto, somam 35 os homens que governa ram M ato G ro sso . O presidente Geisel, quan do lançou o PR O D E G R A N , cm abril do ano passado cm Dourados, afirmou a al guns políticos locais, que a divisão era um problema de segurança nacional e não regionalista, obedecendo aos interesses do País e só se ria concretizada no momen to oportuno, que chegou, mais rápido do que muitos esperavam .
In Vino Veritas
COLONO — Dividiram o Estado, cunrpadre, c a Siriema, com quem fica? ZÉ PINGA — A bichinha é nossa, ela nasceu no Sul, ap.tmi tem que arruinar ou tra pro norte. . .