apostila 01 projeto cambira

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Curso de processamento de pescados e Cooperativismo Formação Inicial e Continuada – FIC

APOSTILA Nº 01


UMA NOVA ABORDAGEM Jovens! Este projeto apresenta uma nova abordagem para a pesca artesanal, pois está voltado, especificamente, para a agregação de valor. O pescador artesanal, sua mulher e seus filhos estudarão sobre temas do seu cotidiano, entretanto, o debate estará debruçado sobre as ferramentas preconizadas pela Pedagogia da Alternância. No que diz respeito à formação profissionalizante, trata-se de uma experiência pioneira no Brasil, onde um programa de ensino, na modalidade de Formação Inicial e Continuada, utiliza os conceitos da Pedagogia da Alternância na busca de uma melhor qualidade de vida para comunidades pesqueiras. Este trabalho não tem a pretensão de estabelecer regras nem mesmo de ser o melhor. Trata-se de uma nova experiência que conta com a participação de toda uma comunidade interessada. Jovens! Acreditamos que não existem fórmulas acabadas para resolver os problemas que afetam os arranjos produtivos locais. Desta forma, a construção de novos saberes e novas técnicas deve ser constante. É importante ressaltar que esta instituição já atua na educação do campo há mais de meio século e, agora, vive uma nova fase, vai onde os maiores interessados estão, ou seja, nas comunidades onde vivem os pescadores artesanais e os pequenos produtores rurais. Neste sentido é que se justifica o compartilhar desta nova experiência.

Dos organizadores.


Organização Leonel Pavanello — IFC/Araquari Rodrigo Otavio de Macedo Gomes — IFC - Araquari José Eduardo Calcinoni — Epagri Paulo Xavier — Projeto Cambira

Textos Leonel Pavanello — IFC/Araquari Rodrigo Otavio de Macedo Gomes — IFC/Araquari José Eduardo Calcinoni — Epagri

Revisão Textual e Ortográfica José Eduardo Calcinoni

Fotografia Paulo Xavier (Foto da capa) José Eduardo Calcinoni

Diagramação e editoração José Eduardo Calcinoni

Impressão Coopercasgo


O PROJETO — SURGIMENTO O projeto Cambira foi elaborado no ano de 2007. Surgiu através de uma conversa entre o professor Rodrigo Otávio Gomes de Macedo (IFC/Araquari), Paulo Xavier de Almeida, e o extensionista da Epagri de Balneário Barra do Sul, José Eduardo Calcinoni. Na época havia sido aberto o edital do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que financiava projetos sociais e, além disso, a vontade e iniciativa de fazê-lo. Uma das idéias foi a de incluir como beneficiários o grupo de mulheres pescadoras (hoje, associação) que já estava sendo trabalhado em Balneário Barra do Sul. Após algumas reuniões, o grupo decidiu que trabalhar a questão do gênero, no caso, as mulheres, na área da pesca seria uma excelente e relevante opção. O objetivo era trabalhar a capacitação e criar organizações coletivas, como associações e cooperativas. Então, o projeto foi elaborado e enviado aos representantes do BID, em Brasília. Após alguns meses, saiu o resultado dos aprovados, entre eles, o Projeto Cambira. Passado a fase de aprovação, veio a fase de envio de documentações e possíveis correções e alterações. Como a instituição (na época, Colégio Agrícola), legalmente, não poderia ser o proponente do projeto, a Cooperativa de Alunos do Colégio Agrícola — Coopercasgo — assumiu essa função. A crise mundial veio logo após tais tramitações, ocasionando um atraso no repasse das verbas para iniciar o projeto. Somente no ano de 2009 foram iniciadas, de fato, as ações do Projeto Cambira e a liberações das parcelas de recursos financeiros. Algumas modificações foram feitas no projeto, de forma que, pudesse alcançar maior abrangência. Nesse caso, ao invés de trabalhar somente o gênero feminino, foi aberta a toda a comunidade pesqueira. Um total de 200 vagas para o curso de Processamento de Pescados e Cooperativismo, com carga horária total de 200 horas.


O

projeto

participações

em

também feiras e

contempla

viagens

e

exposições, eventos

excursões

técnicas,

de degustação e

o

desenvolvimento de embalagens para os produtos oriundos da pesca e criação de uma marca para a futura cooperativa. As

ações

do

Projeto

Cambira

estão

inseridas

no

Programa

Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), que tem como parceiros, o Banco do Brasil, com participação de duas agências, Araquari e Bairro Floresta, em Joinville, a Epagri, a Associação de Mulheres Trabalhadoras da Área Pesqueira (Amupesc) e a Prefeitura Municipal de Balneário Barra do Sul. A aula inaugural aconteceu no dia 27 de novembro de 2009, no salão paroquial da Igreja Católica. Hoje, contamos com a disposição e participação da comunidade. O Projeto Cambira está sendo construído com as mãos e ajuda de todos. Não há uma receita de sucesso. O que há, é apenas a vontade e o compromisso de buscá-lo.

José Eduardo Calcinoni, Rodrigo O. M. Gomes e Paulo Xavier.


ÍNDICE UMA NOVA ABORDAGEM ...............................................................................2 O PROJETO CAMBIRA — SURGIMENTO........................................................4 APRESENTAÇÃO ........................................................................................9 1ª ALTERNÂNCIA ..................................................................................... 11 TEMA: O JOVEM E A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA

NA PESCA ARTESANAL 1.0 Introdução......................................................................................................11 2.0 Objetivo da alternância..................................................................................13 3.0 Música............................................................................................................13 3.1 Filho adotivo..................................................................................................12 3.2 Vamos Pensar................................................................................................14 4.0 Dinâmica........................................................................................................15 5.0 Quem sou eu?.................................................................................................15 6.0 Linhas do tempo.............................................................................................18 7.0 A pedagogia da Alternância...........................................................................19 8.0 Instrumentos pedagógicos..............................................................................20 a) Plano de estudo....................................................................................20 b) Colocação em comum.........................................................................20 c) Caderno da realidade............................................................................21 d) Visita e viajem de estudo.....................................................................21 e) Visitas às famílias................................................................................22 f) Estágio profissional..............................................................................22 g) Intervenções externas...........................................................................22 h) Avaliação.............................................................................................23 i) Tutoria..................................................................................................23 j) Caderno didático, ficha pedagógica.....................................................24 k) Projeto Profissional do Jovem.............................................................24


9.0 Funcionamento da Pedagogia da Alternância............................................25 10.0 Desafios para o futuro..............................................................................................26 11.0 Considerações finais................................................................................................27 2ª ALTERNÂNCIA...........................................................................................28 TEMA: SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA ATIVIDADE PESQUEIRA....................................................................................................28 1.0 Introdução......................................................................................................28 2.0 Objetivo da alternância..................................................................................30 3.0 Música e poesia..............................................................................................30 3.1 Pitoco.............................................................................................................31 4.0 Glossário........................................................................................................32 Cipa..........................................................................................................32 CLT..........................................................................................................32 Insalubridade............................................................................................32 Queimaduras de 1º grau...........................................................................32 Queimaduras de 2º grau...........................................................................33 Queimaduras de 3º grau...........................................................................33 5.0 O que é saúde e segurança do trabalho?........................................................34 6.0 Como agir no caso de acidentes?..................................................................34 Ferimentos...............................................................................................34 Hemorragia..............................................................................................35 Queimaduras............................................................................................35 Desmaios..................................................................................................36 Parada respiratória....................................................................................37 Parada Cardíaca........................................................................................37 Fraturas.....................................................................................................38 Intoxicações e envenenamentos...............................................................39 Choque elétrico........................................................................................39 7.0 Instrumentos pedagógicos..............................................................................40 8.0 Considerações finais......................................................................................41


3ªALTERNÂNCIA...........................................................................................42 TEMA: AGREGAÇÃO DE VALOR NA ATIVIDADE PESQUEIRA..................42 1.0 Introdução......................................................................................................42 2.0 Objetivo da alternância..................................................................................43 3.0 Música............................................................................................................44 4.0 O conceito de agregação de valor..................................................................45 5.0 O que é agregação de valor?..........................................................................45 6.0 Agregação de valor ao resíduo de pescado....................................................46 7.0 Exemplo prático do que é agregar valor ao pescado.....................................47 8.0 Considerações finais.....................................................................................49 4ª ALTERNÂNCIA..........................................................................................50 TEMA: BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO.................................................50 1.0 Introdução......................................................................................................50 2.0 Objetivo da alternância..................................................................................50 3.0 Música............................................................................................................51 3.1 Primavera.......................................................................................................51 4.0 Conceitos de Boas Práticas de Fabricação.....................................................52 5.0 As principais leis............................................................................................52 6.0 B.P.F: Da despesca ao beneficiamento do Pescado.......................................54 7.0 Considerações finais.....................................................................................54 5ªALTERNÂNCIA...........................................................................................59 TEMA: CONGELAMENTO E ARMAZENAMENTO.........................................59 1.0 Introdução......................................................................................................59 2.0 Objetivo da alternância..................................................................................59 3.0 Música............................................................................................................60 3.1 Assassinato do camarão.................................................................................60 4.0 Conceitos de alimentos congelados...............................................................61 5.0 Cuidados para conservar pescados................................................................61 6.0 Descongelando o pescado.............................................................................62 7.0 Considerações finais.....................................................................................63



10

APRESENTAÇÃO A Cambira, uma iguaria da cozinha tradicional pesqueira, é um prato típico da culinária do litoral catarinense. Este prato foi um dia a base da alimentação dos pioneiros desta região. Seu preparo consiste em salgar o peixe aberto pelas costas (Espalmar), secar ao sol e defumá-lo. Essa era uma forma tradicional de conservação do pescado, principalmente, em épocas em que os grandes cardumes chegavam às praias – principalmente as tainhas. Com o passar dos anos e a chegada da energia elétrica, possibilitando a utilização de outros meios de conservação (freezer, geladeira, câmara fria), tornou-se desnecessário salgar e secar o pescado, causando assim, uma perda da tradição da Cambira. O projeto Cambira surgiu visando o aumento de renda da comunidade de pescadores artesanais, através da capacitação profissionalizante sobre processamento de pescados, objetivando a criação de uma cooperativa que ficará a cargo dos próprios interessados. O agente executor do projeto é a COOPERCASGO, atuando com o Instituto Federal Catarinense, sendo que, foi financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. Tendo como entidades parceiras o Banco do Brasil, através do Programa Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), através da organização e fomento da atividade pesqueira e da prefeitura municipal de Balneário Barra do Sul. Para a execução do curso de processamento de pescado e cooperativismo, será utilizada como ferramenta de ensino, a Pedagogia da Alternância, que busca profissionalizar o homem da pesca e do campo na sua respectiva localidade, ou seja, valorizando e dando ênfase aos seus costumes e saberes locais. Acredita-se que esta nova prática pedagógica venha a contribuir em muito para a melhoria de vida destas comunidades, servindo de base para a


11 construção e configuração de um novo olhar para o mundo que os cerca, servindo assim, como munição intelectual para combater o êxodo. A agregação de valor os produtos pesqueiros tem como principal objetivo mostrar aos jovens destas comunidades no que consiste o curso a ele ofertado e como funciona a metodologia da Pedagogia da Alternância.


12 · 1ª ALTERNÂNCIA TEMA: O JOVEM E A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA NA PESCA ARTESANAL

1.0

INTRODUÇÃO

A Pedagogia da Alternância é uma metodologia de ensino criada na França, para atender os anseios da comunidade rural em formar seus filhos com uma educação de qualidade, sem a necessidade de enviá-los para os grandes centros urbanos. Em funcionamento desde 1937, chegou ao Brasil na década de 1980, tendo resultados muito satisfatórios nas regiões onde se instalaram. Agora, temos a chance de oferecer à comunidade pesqueira de Balneário Barra do Sul a oportunidade de se profissionalizar conhecendo esta forma de ensino. É importante salientar que esta metodologia valoriza o indivíduo como sujeito de ação e de mudanças, para tal, lança mão de ferramentas específicas, preconizadas pela Pedagogia da Alternância. Para este projeto, o Plano de Formação foi elaborado a partir da realidade das famílias e da vocação econômica do local, vindo de encontro aos arranjos produtivos locais (APLs). Neste caso, a questão de gênero é muito importante, pois não diferencia o homem e a mulher, proporcionando assim, discussões familiares para sala de aula baseando-se na gestão de negócios, associativismo e cooperativismo. Os temas apresentados são trabalhados de maneira inter, trans e multidisciplinar, tendo como fio condutor questões econômicas, ambientais e sociais. Os jovens, dentro da pedagogia da alternância, desenvolvem a consciência crítica, a capacidade de compreender melhor o mundo, e passam a ser mais atuantes dentro de suas famílias e nas comunidades onde vivem. Acredita-se, portanto, que o jovem deverá torna-se um cidadão com autonomia, desenvolvendo um novo olhar a respeito das coisas e objetos,


13 envolvendo todo o universo da pesca artesanal, com especial atenção voltada às questões ambientais.

Jovem, seja bem vindo!


14 2.0 OBJETIVOS DA ALTERNÂNCIA:

· Introduzir o jovem no mundo da construção do conhecimento através da pedagogia da alternância; · Proporcionar aos jovens o entrosamento, tanto entre eles como com o corpo docente; · Conscientizar sobre a importância de se fazer cumprir às normas dentro de uma entidade que faz uso da pedagogia da alternância; · Levar o jovem a refletir sobre a história de sua família e comunidade, podendo assim, se colocar como sujeito pertencente dela; · Conhecer as vantagens da metodologia na construção do conhecimento.

3.0 MÚSICA A música e a poesia são resultados de uma análise sobre o mundo, feito por visionários, ou ainda, pessoas que nos emprestam sua sensibilidade. Neste capítulo, onde iremos tratar dos valores humanos, as letras (poemas) a seguir nos trazem uma reflexão sobre os valores familiares, levando em consideração também os idosos, por suas relevantes experiências de vida.


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3.1 FILHO ADOTIVO (Sebastião Ferreira da Silva/Arthur Moreira) Com sacrifício

Hoje estou velho

Eu criei meus sete filhos

Meus cabelos branqueados

Do meu sangue eram seis

O meu corpo está surrado

E um peguei com quase um mês

Minhas mãos nem mexem mais

Fui viajante

Uso bengala

Fui roceiro, fui andante

Sei que dou muito trabalho

E prá alimentar meus filhos

Sei que às vezes atrapalho

Não comi prá mais de vez

Meus filhos até demais...

Sete crianças

Passou o tempo

Sete bocas inocentes

E eu fiquei muito doente

Muito pobres, mas contentes

Hoje vivo num asilo

Não deixei nada faltar

E só um filho vem me ver

Foram crescendo

Esse meu filho

Foi ficando mais difícil

Coitadinho, muito honesto

Trabalhei de sol a sol

Vive apenas do trabalho

Mas eles tinham que estudar...

Que arranjou para viver...

Meu sofrimento

Mas Deus é grande

Ah! Meu Deus, valeu a pena

Vai ouvir as minhas preces

Quantas lágrimas chorei

Esse meu filho querido

Mas tudo foi com muito amor

Vai vencer, eu sei que vai

Sete diplomas

Faz muito tempo

Sendo seis muito importantes

Que não vejo os outros filhos

Que as custas de uma enxada

Sei que eles estão bem

Conseguiram ser doutor...

Não precisam mais do pai...

Um belo dia

De alegria eu chorei

Me sentindo abandonado

E olhei pro céu

Ouvi uma voz bem do meu lado

Obrigado meu Senhor

Pai eu vim prá te buscar

A recompensa já chegou

Arrume as malas

Meu Deus proteja

Vem comigo pois venci

Os meus seis filhos queridos

Comprei casa e tenho esposa

Mas foi meu filho adotivo

E o seu neto vai chegar...

Que a este velho amparou...


16 3.2 VAMOS PENSAR ? Faça um texto relacionando a letra da música e relate se você conhece alguma situação parecida com as que os versos da poesia retratam.

4.0 DINÂMICA Desejo a um Amigo... Material: Papel e lápis para todos. Como Fazer: Escreva no papel o que você deseja que seu amigo faça agora perante os seus colegas.

5.0 QUEM SOU EU? A felicidade e a total realização das pessoas passa pelo entendimento de quem ela é e de onde ela vem, onde ela está inserida e para onde vai. O jovem que faz parte de uma comunidade pesqueira deve estar enquadrado neste princípio. Partindo deste princípio é que vamos voltar nossos olhares para nossa história de vida, construindo assim, nossa árvore genealógica.


17 Meu nome: .................................................................................................................

Nasci em: (casa, maternidade,...) ..................................................................................................................

No dia:

.................de...................................................de....................................

No MunicĂ­pio de:

.......................................................................... Estado.....................................


18

MEUS PAIS: Mãe: ................................................................................................. Pai: ................................................................................................. AVÓS MATERNOS (pais da mãe) Avó: ................................................................................................. Avô: ................................................................................................. AVÓS PATERNOS (pais do pai) Avó: ................................................................................................. Avô: ................................................................................................. BISAVÓS MATERNAS (avós da mãe) Bisavó: ................................................................................................. Bisavô: ................................................................................................. BISAVÓS PATERNOS (avós da pai) Bisavó: ................................................................................................ Bisavô: .................................................................................................


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6.0 Linhas do tempo Acredita-se que a linha do tempo é uma das melhores ferramentas para ser usada por todos os ramos das ciências sociais, como a sociologia, a história e a geografia. Dentro deste princípio vamos fazer dois exercícios:

1. Construir juntos, uma linha do tempo da história da humanidade.

Cristo l ------------0--------------------1.500 ---------------------------l Descoberta do Brasil

2. Agora você deve construir uma linha do tempo da sua história. Bisavós _ avós __________Pais_______________________ I Seu nascimento


20 7.0 A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA A Pedagogia da Alternância é uma metodologia de ensino e aprendizagem voltada para o ensino profissionalizante. Esta metodologia foi idealizada pelo vigário do povoado de Lot et Garonne, chamado padre Abbé Granereau, que em 21 de novembro de 1935 fundou a primeira “Maison

Familiale”, ou Escola Família Agrícola. O dedicado religioso procurava resolver através de um modelo de educação, problemas ainda hoje vividos por jovens e adultos na grande maioria das comunidades brasileiras. Na localidade onde o vigário atuava, crianças e jovens viviam problemas que são peculiares às comunidades rurais extremamente carentes e excluídas das possibilidades sociais. Tinham dificuldades de poderem conquistar melhores condições de vida.


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8.0 INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS

Jovem! É importante você conhecer!

a) Plano de Estudo (PE) O PE é uma pesquisa sobre um tema da vida real (aspectos econômicos, sociais, políticos, religiosos e culturais) escolhido previamente pelos alunos, pais e monitores. A realização desta pesquisa é feita ao final da sessão na escola, onde os próprios alunos participam da elaboração do roteiro da pesquisa e os monitores colaboram na sistematização da mesma. O PE deve ser desenvolvido durante a alternância em casa com a família, com as lideranças da comunidade ou profissionais do meio, para ser colocado em comum na sessão seguinte, de acordo com o planejamento apresentado. O PE na realidade compõe os fatores norteadores da educação onde se observa o valor das famílias e das comunidades. É a partir dele que as disciplinas são desenvolvidas na escola, seguindo a realidade onde os alunos estão inseridos.

b) Colocação em Comum A colocação em comum (CC) é uma estratégia de socialização da pesquisa do PE, na qual ocorre debate, problematizações, perguntas, síntese do conhecimento de cada aluno no conhecimento do grupo. É neste momento que os alunos conseguem expor seus problemas, suas dificuldades, os anseios e as soluções, que às vezes, são mais simples que parecem ser. Este momento deve ser metodológico de forma que não fique nada para traz, tudo deve ser discutido, analisado e compartilhado. A metodologia da Colocação em Comum depende muito da criatividade dos monitores e das possibilidades de cada tema. Devem-se utilizar técnicas e dinâmicas para motivar os alunos e tornar sempre significativo o tema em


22 questão. Pode-se usar de vários artifícios para esta prática, como o teatro, desenhos, cartazes, etc. Como dissemos, o monitor deve ser o apoio para esta atividade.

c) Caderno da Realidade (seu caderno de anotações ou do plano de estudos) O Caderno da Realidade (CR) é onde o jovem registra e anota as suas reflexões, os estudos e aprofundamentos. É a sistematização racional da reflexão e ação provocada pelo PE. É o lugar onde fica ordenada boa parte das experiências educativas acontecidas no curso. A união do PE e CR permite ver, julgar e agir dentro da realidade de hoje. É um treinamento de expressão oral e escrita. Ajuda a analisar e sistematizar. Serve de união da ação à reflexão e desta à ação. O CR é ainda, um documento que mostra a história do aluno. Através dele, a família fica por dentro do que acontece na escola, podendo assim, contribuir com sugestões e conselhos. Este material acompanha o aluno dentro e fora do curso.

d) Visita e Viagem de Estudo (saída de campo ou aula prática) A Visita ou Viagem de Estudo serão atividades constantes, organizadas a partir de cada tema do PE. Objetivam levar o jovem a confrontar o conhecimento de cada um e da família com os conhecimentos dos outros, sobre o PE em questão. Por exemplo: assuntos que envolvam associações e cooperativas de pequenos produtores ou pescadores artesanais, granjas, cultivos

de

ostras

e

mexilhões,

suinocultura,

inseminação

artificial,

propriedades agrícolas onde o uso da terra é feito de forma alternativa e ecológica, etc. Com estas práticas os jovens têm a oportunidade de viajar e verem realidades diferenciadas. Portanto, podem observar na prática os sonhos que


23 muitas vezes estão incutidos no interior de suas mentes.

Vendo assim, o

funcionamento das outras oportunidades, cresce o prazer de viver na área pesqueira de forma diferente, produtiva, organizada e sem medo. Em cada viagem constroem-se amizades e laços de intercâmbio para si e para a sua comunidade. O ato de ver facilita em muito a aprendizagem.

e) Visitas às Famílias (propriedade, ranchos, casas...) (são feitas continuamente) Quando o aluno está em seu meio familiar, recebe a visita de monitores. A espontaneidade desse momento é fruto de uma troca de idéias sobre questões sócio-pedagógicas envolvendo técnicas agropecuárias, ligadas diretamente ao meio familiar e escolar do jovem. A Visita à Família é mais um instrumento para integrar os espaços e tempos diferentes. Devidamente planejada pelos monitores e, com seu respectivo objetivo, realizado de forma sistematizada a cada semana, a visita objetiva: · Conhecer a realidade do aluno e o seu meio, para aprofundar nos problemas de ordem sócio-econômica e suas influências sobre outros jovens, tanto no âmbito comportamental quando no âmbito das capacidades de aprendizagem; · Acompanhar as pesquisas do PE, CR, leituras, exercícios de fixação de aprendizagem, atividades de retorno, experiências e práticas dos alunos;

f) Estágio profissional (já é praticado naturalmente no seu dia-a-dia)

g) Intervenções Externas (palestrantes e visitas recebidas)


24 As intervenções externas ou palestras acontecem como meios de aprofundamento dos temas do Plano de Estudo após a colocação em comum. São os temas contextualizados que dão o verdadeiro sentido aos conteúdos estudados. As aulas só devem acontecer a partir da síntese do PE, após a colocação em comum. Mesmo que seja difícil, os monitores devem na medida do possível fazer a ligação dos conteúdos vivenciados com os conteúdos oficiais. Para a realização das Intervenções conta-se com pessoas e entidades públicas e privadas que colaboram voluntariamente com este processo educativo. No caso do Projeto Cambira, a Epagri, Banco do Brasil, Associação de Mulheres Trabalhadoras da Área Pesqueira de Balneário Barra do Sul e Prefeitura Municipal, além, de outros eventuais.

h) Avaliação (na metade do curso e no final) A avaliação é contínua, levando em consideração todo o sistema de formação. Avaliam-se todos os atores da formação, todo o processo de participação no desenvolvimento de todos os instrumentos. Avalia-se o aluno em todas as atividades, considerando a habilidade e convivência. Cada monitor avalia o conteúdo na sua disciplina. Há uma avaliação em grupo, envolvendo alunos, monitores e funcionários no início e no final de cada sessão, para ver as possibilidades de melhoria. Nas assembléias serão avaliados todos os aspectos do projeto. Os qualitativos têm a mesma importância que os quantitativos no sentido de atribuir notas, porém, prioriza-se a formação humana.

i) Tutoria (são feitas continuamente) A tutoria é uma das formas de acompanhar de forma personalizada as atividades de pesquisas, os exercícios, as vivências e experiências dos educandos no meio sócio profissional. É uma ferramentas importante que contribui no processo de formação integral do jovem.


25 Na chegada dos jovens ao curso, cada monitor se torna responsável de acompanhar um grupo de alunos, onde cada estudante tem a oportunidade de um momento a sós, para tirar dúvidas sobre o processo educativo da Pedagogia da Alternância.

j) Caderno Didático, Ficha Pedagógica (Apostilas e caderno de matérias) É o material didático produzido para atender os objetivos do curso profissionalizante, ora proposto e, se constitui, num material específico com uma

metodologia

própria, elaborada

para aprofundar

teoricamente

o

conhecimento a ser construído. Serve de apoio na resolução do plano de estudos.

K) Projeto Profissional do Jovem (PPJ) (no final do curso) Ao iniciar seus estudos o jovem será orientado a construir seu projeto de vida. Será um meio de concretizar as pesquisas do Plano do Estudo, buscando conhecer melhor a realidade sócio-econômica, cultural, política e profissional, a nível local, regional e global. Começa-se a pensar no futuro como profissional, montando um projeto que estabeleça um norte a sua vida, podendo-se ser aplicado na sua comunidade ou fora dela.

Atenção! A base desse material didático foi extraída e compilada da fonte abaixo*, sendo que, várias adaptações foram feitas, de acordo com a realidade local. * http://pedagogiadaalternancia.com/instrumentos%20metodologicos.htm


26 9.0 FUNCIONAMENTO E METODOLOGIA DA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA

A duração do Curso de Agregação de Valor ao Pescado é de quinze semanas, ou seja, 15 alternâncias, com a adoção do método de alternância onde o jovem estudante tem: ·

Duas semanas na propriedade, no meio profissional, ou seja, na pequena propriedade ou na pesca Artesanal.

·

Um dia de aulas teóricas, portanto, em sala de aula de forma presencial.

Durante as duas semanas na propriedade ou no seu meio profissional, o jovem realiza um Plano de Estudo, discute sua realidade com a família, reflete e busca soluções, realiza experiências dentro de sua realidade. Em sala de aula, os jovens fazem a colocação em comum, onde com ajuda dos monitores e professores, busca-se discutir os problemas baseados na situação de cada um, com base na realidade regional. Através destes meios constroemse novos conhecimentos para compreender e explicar os fenômenos científicos. Através dos cursos profissionalizantes, com fichas pedagógicas, que fazem parte da Pedagogia da Alternância, são integrados a formação geral (inter-multi-disciplinaridade), a educação social e humana, e o desenvolvimento do espírito de trabalho em grupo. Assim a Pedagogia da Alternância, baseada na realidade profissional do pescador artesanal, é a forma de vinculação do conhecimento teórico e prático, ou seja, “aprender a aprender”. Uma equipe de monitores, ligados às áreas de Ciências do mar, da Aqüicultura e Economia Doméstica, são responsáveis pela organização, dinamização das atividades docentes, e pela elaboração em conjunto com os pescadores artesanais, comunidade interessada e órgãos afins, de um Plano


27 de Formação, sempre respeitando o calendário de safra (temporada) de cada região. Os monitores têm apoio e assessoramento técnico e pedagógico das entidades locais, municipais, estaduais e federais, que também acompanham o trabalho, o projeto pessoal de cada jovem (estudante), através das visitas nas famílias durante os períodos de alternâncias.

10.0 DESAFIOS PARA O FUTURO Despertar as entidades, em todos os níveis, para a importância e a seriedade dos Projetos que adotam a Pedagogia da Alternância, envolvendoos, no sentido de conseguir apoio para: · Conscientizar os pescadores artesanais e agricultores que para ser profissional do futuro é preciso ter uma formação. · Investir na capacitação dos recursos humanos e na formação de associações e cooperativas, valorizando o voluntariado e a solidariedade. · Estimular a utilização do crédito para que os pescadores e agricultores desenvolvam seus projetos de melhoria da produção através da agregação de valor e a comercialização dos seus produtos.

Importante: Sempre avaliar e registrar constantemente os resultados obtidos!


28 11.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS A paz é um estágio que somente será alcançado se houver empenho de todos, ela deverá ser construída no dia-a-dia, baseada no comprimento dos deveres, no respeito aos direitos e deveres de cada um. A Escola é o lugar onde se busca formar cidadãos que lutem pela paz, pela harmonia. Jovem, reflita um pouco: Que sujeito é você neste processo? Como você pode contribuir com a construção deste cenário onde a paz deve reinar:

Jovem! Consideramos que a força motriz deste curso é você, e você é o agente de transformação para uma sociedade mais justa e melhor. Portanto, você deve fazer sua parte!


29 · 2ª ALTERNÂNCIA

TEMA: SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA ATIVIDADE PESQUEIRA

1.0 INTRODUÇÃO Deste o princípio dos tempos o homem se preocupou com a proteção, tanto a sua como de sua família. Com as relações de trabalho se consolidando surge a necessidade de se normatizar as questões de segurança, tanto no âmbito pessoal como no âmbito profissional. O avanço da sociedade trouxe fabulosos benefícios para toda a humanidade. Entretanto, com o trabalho exaustivo na busca destes benefícios vieram várias doenças, que passaram a atingir a sociedade, gerando muitas vezes, danos irreparáveis aos trabalhadores, com conseqüências drásticas para a saúde física e mental. Hoje, o conceito de acidente de trabalho, tem evoluído muito. Já tem sido compreendido por um maior número de trabalhadores, pois, é comum identificar as doenças profissionais como conseqüência de acidentes do trabalho ou repetições de movimentos. No entanto, o setor de segurança e saúde no trabalho tornou-se multidisciplinar, tendo como objetivo principal a prevenção dos riscos profissionais. A preocupação com a segurança do trabalho passou a exigir dos trabalhadores uma maior qualificação e uma crescente intervenção de profissionais especializados nos processos produtivos. Porém, é somente em meados dos anos 1980 que surge o campo da saúde do trabalhador no Brasil. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a pesca é uma das atividades profissionais mais arriscadas e mais sujeitas a acidentes, em que anualmente morrem cerca de 24 mil pessoas num universo de 28,5 milhões de pescadores em todo o mundo.


30 Partindo deste contexto, a Pedagogia da Alternância vai buscar e provocar reflexões sobre o tema “Saúde, e segurança no trabalho” na atividade pesqueira. Imagina-se que esta seja forma de dar sua contribuição para uma sociedade

com

responsabilidades.

melhor

qualidade

de

vida,

consciente

de

suas


31 2.0 OBJETIVOS DA ALTERNÂNCIA ·

Conscientizar sobre a importância de se conhecer a evolução histórica da segurança no trabalho ao longo dos tempos;

·

Relacionar a ocorrência de acidentes de trabalho com a falta de planejamento da atividade;

·

Entender que investimentos em equipamentos de segurança é a forma mais eficaz de se economizar, inclusive de poupar sofrimentos;

·

Possibilitar o entendimento de que a utilização de equipamentos de maneira adequada prolonga não só a vida útil do equipamento, mas, também do próprio usuário;

·

Compreender que o uso de equipamento de segurança é um direito e um dever de cada cidadão;

·

Perceber a que o acidente ocasionado pelo não uso de equipamento de segurança leva toda a sociedade a pagar esta conta.

3.0 MÚSICA E POESIA Como sabemos, o artista é um visionário, especialmente quando se trata de levar a sociedade a algumas reflexões. Para todas as situações em que passamos, devemos sempre observar de vários ângulos, se colocando em outros lugares, buscando assim, uma possível compreensão dos fatos.


32 3.1Pitoco (Nhô Bentico/Abílio Victor) Pitoco era um cachorrinho

Mostrano tanta alegria,

Qu'eu ganhei do meu padrinho

Sem nada podê cismá;

Numa noite de natá

I eu tacava um pelote,

Era esperto, muito ativo,

Fazeno virá cambóte,

Tinha dois zóio bem vivo,

Um pobre cara-cará

Sartando pra-cá, pra-lá. Bem cedo me levantava. Pitoco que me acordava C'os latido, sem pará, Me fazia tanta festa, Lambia na minha testa, Quiria inté me bejá.

Pitoco me acumpanhava; De veis in quano sentava E quiria adivinhá... De repente fiquei fria Gritei pr'a virge maria, Que pudia me sarvá. Uma urutu das dorada,

Nos dumingo, bem cedinho,

Num gaio dipindurada

Pegava meu bodoguinho,

Tava pronta pra sartá!

Os pelote no borná. Pitoco corria na frente, Dano sarto de contente, Rolano nos capinzá

Pitoco ficô arrepiado, Ficô c'o zóio vidrado E deu um sarto mortá: -Se cumbateu c'a serpente,

Aquele devertimento

Repicô tudo de dente,

De grande contentamento

Mais num pôde se escapá.

Ia inté no sor entrá.

Pitoco morreu latindo,

Era dumingo de mêis

Os zóio vivo, tão lindo,

E dia de santa ineis: --

Foi fechano devagá;

Tinha festa no arraiá.

Parece qu'inté se ria

Minha mãe, as criançada

Da minha patifaria

Tudo de rôpa trocada,

De num podê le sarvá.

Na capela foi rezá;

E neste mundo tão oco,

Fugino por ôtra estrada

Unde os amigo são pôco,

C'o pitoco fui caçá.

Despois que morreu pitoco

Hoje, dói minha concência,

Nunca mais tive outro iguá!

Pra morde a desobidiência. Pitoco latia... latia,


33

4.0 GLOSSÁRIO

·

CIPA — é uma comissão composta por representantes do empregador e dos empregados, e tem como missão a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores e de todos aqueles que interagem com a empresa. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

·

CLT — A Consolidação das Leis do Trabalho

·

INSALUBRIDADE — A Consolidação das Leis do Trabalho –– preconiza em seu artigo 189 da seção XIII, do capítulo V, título II, o seguinte: “Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição". Temos também no artigo 192 da seção XIII, do capítulo V, título II da CLT, determina que o trabalho "O trabalho em condições insalubres..., assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20%, 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo".

·

QUEIMADURAS DE 1º GRAU — Caracterizam a lesão superficial da pele, sem formação de bolhas. Forma-se somente eritema, isto é, vermelhidão. A dor é suportável. E o caso das queimaduras causadas pelos raios solares e por radioatividade.


34 ·

QUEIMADURAS DE 2º GRAU — Caracteriza a lesão das camadas mais profundas da pele, com formação de flictenas (bolhas) Por vezes extensas, por desprendimento das camadas superficiais.

·

QUEIMADURAS DE 3 º GRAU — Neste nível, as lesões atingem todas as camadas da pele, tecido celular subcutâneos, em certos casos, os músculos profundos, podendo chegar à carbonização da área atingida.


35

5.0 O QUE É SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO? A ciência que se dedica a estudar saúde e segurança do trabalho tem como principal objetivo buscar formas e técnicas de prevenção de todo tipo de risco ou sinistros (acidentes), seja em atividades econômicas ou de lazer. Esta ciência está baseada em um conjunto de normas e de procedimentos que devem ser cumpridos. A segurança deve ser uma preocupação constante, isto é: "trabalhar bem deve ser sempre, trabalhar

seguro". A segurança do trabalho, portanto, é um conjunto de metodologias cuja finalidade é a prevenção de acidentes de trabalho pela eliminação ou minimização dos riscos associados aos processos produtivos.

6.0 COMO AGIR NO CASO DE ACIDENTES

· FERIMENTOS Um dos primeiros itens da seção, pois são gerados pelos acident es mais comuns, seja no trabalho ou em casa. Existem ferimentos leves ou superficiais, com hemorragia moderada. Neste caso, com as mãos limpas, lave o ferimento com água e sabão, removendo do local eventuais sujeiras, como terra, graxa, entre

outros

elementos. Manter

o

local lesado

coberto

para

evitar

contaminação, encaminhando o acidentado ao médico para tratamento específico o mais rápido possível. Os ferimentos profundos nos membros, com hemorragia, requer maior rapidez no atendimento. Para estancar a hemorragia, o membro deve ser mantido em elevação, comprimindo o local com gaze ou pano limpo. Caso não resolva, deve-se fazer um torniquete, desapertando-o a cada 10 ou 15 minutos, ou quando notar as extremidades dos dedos frias ou arroxeadas. A limpeza deve ser feita como nos ferimentos leves. Toda vez que


36 ocorrer acidente de tráfego, queda ou pancada violenta, desconfiar da existência de ferimentos no crânio, pois pode haver uma hemorragia interna. Há possibilidade de o acidentado desmaiar, ou simplesmente ficar atordoado. No caso de ocorrer um hematoma, conserve o acidentado deitado em absoluto repouso até a chegada do médico. Nestes tipos de ferimentos em hipótese alguma faça pressão sobre o local e nunca dê nada para a vítima beber. Eles lembram ainda que após a ocorrência de qualquer ferimento, a vítima deve tomar a vacina antitetânica.

·

HEMORRAGIA

As hemorragias também fazem parte dos acidentes básicos a serem abordados em um treinamento de primeiros socorros. A perda de sangue através de ferimentos ou cavidades naturais como nariz, boca e ouvidos, ou resultantes de traumatismos internos, pode levar a pessoa à morte se não houver um socorro adequado e imediato. Trabalhadores expostos a altas temperaturas, ou vítimas de traumas locais podem ser acometidos de hemorragia nasal. Se ela for intensa, consultar o médico. Nesta situação, o socorrista deve sentar a vítima com a cabeça inclinada para trás, cuidando com a possibilidade de asfixia. Apertar com os dedos a narina sangrante por cinco segundos, fazendo-o respirar pela boca. Se não adiantar, colocar um chumaço de algodão na narina embebido com água oxigenada. Por último, coloque uma toalha úmida e fria sobre o rosto da vítima. É muito importante que ela não assopre o nariz pelo menos uma hora após cessar a hemorragia.

·

QUEIMADURAS

Calor, eletricidade, produtos químicos e radiações são os principais agentes deste tipo de lesão. Dependendo da profundidade, existem queimaduras de primeiro grau — vermelhidão na pele e ardência — e de segundo grau — vermelhidão na pele, mais bolhas que podem desprender-se, com dores mais acentuadas. As de terceiro grau atingem todas as camadas da pele, afetando os tecidos mais profundos como músculos e tendões. De acordo


37 com a área queimada, a gravidade é dividida em pequena queimadura e grande queimadura. A pequena queimadura é quando a área queimada é menor ou equivalente a um dos membros superiores. Neste caso, lave a área queimada com bastante água e cubra com pano limpo. Dê um analgésico para aliviar a dor e encaminhe para o pronto-socorro. A grande queimadura é quando a área queimada é superior ou equivalente a um dos membros superiores. Para esta situação, mantenha a vítima deitada e também lave a área atingida, cobrindo-a. Faça respiração artificial se ocorrer parada respiratória. Se a vítima estiver consciente, dê bastante água para evitar desidratação e estado de choque. Encaminhe ao atendimento médico. Em caso de queimadura nos olhos, cubra-os com pano úmido e encaminhe a vítima ao médico. Se for causado por produto químico, mantenha os olhos abertos, irrigando-os com água sob pressão, durante 15 minutos. Cubra-os e leve o acidentado ao hospital.

·

DESMAIOS

Os desmaios ou mal-estares súbitos ocorrem pela diminuição de sangue ou oxigênio no cérebro, fazendo com que percamos a consciência temporária e repentina. Os desmaios podem ser resultantes da falta de ingestão de alimentos, susto, emoções, perda sangüínea, ambiente fechado e quente, mudança brusca de posição, entre outros. A vítima deve ser deitada com a cabeça e ombros em posição mais baixa em relação ao resto do corpo, facilitando a circulação sangüínea. Se estiver sentada, ou for difícil deitá-la, posicionar a cabeça entre suas pernas e pressioná-la para baixo. Nos casos em que ocorrer parada respiratória, promover a respiração artificial para reanimá-la. A vítima deve ser colocada em ambiente arejado, com roupas frouxas e nenhum objeto na boca. Nos desmaios por calor intenso, após reanimação, é possível dar água para a pessoa se ela estiver consciente.


38 ·

PARADA RESPIRATÓRIA

Causada por vários fatores, como choque elétrico, intoxicação por medicamentos e alguns gases, parada cardíaca ou doenças. A vítima apresenta coloração azulada na face, lábios e extremidades. Sempre que alguém parar de respirar, seja qual o motivo, aplicar a respiração artificial imediatamente. A ressucitação deve ser feita no próprio local do acidente, desde que não haja fumaça ou emanação de gases. O método de respiração artificial mais comum para estas situações é o boca-a-boca. Para aplicá-lo, deve-se levantar a nuca do acidentado com uma das mãos. A outra inclina a cabeça para trás o máximo que puder com o queixo voltado para cima. Se houver somente um socorrista, usar um travesseiro na nuca para ter as mãos livres. Apertar as narinas da vítima, abrir completamente a boca dela, forçando para baixo com uma das mãos. O socorrista deve inspirar profundamente para encher os pulmões e colocar sua boca sobre a da vítima sem deixar nenhuma abertura. Assoprar com força até perceber que o tórax está se levantando. Afastar a boca e destampar as narinas da vítima, deixando que os pulmões se esvaziem naturalmente. Enquanto isso inspira novamente. Reiniciar a operação 12 vezes por minuto, sem interrupção. Se a vítima não apresentar pulsação, efetuar juntamente a massagem cardíaca e com rapidez aplicar duas respirações artificiais. Com dois socorristas, um fará a respiração artificial, o outro a massagem cardíaca.

·

PARADA CARDÍACA

As causas são semelhantes às da parada respiratória. Esta ausência temporária ou permanente da contração do músculo do coração deve ser vista sempre como um quadro muito grave. É caracterizada pela ausência de batimentos do coração e pulsação, acompanhado de dilatação das pupilas. A vítima apresenta parada respiratória, palidez cutânea, inconsciência e aparência de morta. Se a vítima for um adulto, a massagem cardíaca deve ser antecedida de dois ou três golpes no peito, na parte mediana do tórax na parte inferior do osso externo. Logo depois, apoiar a metade da palma da mão neste


39 local e colocar a outra palma acima da outra mão. Os dedos não devem encostar-se ao tórax da vítima. Neste momento, o socorrista deve esticar os braços e comprimir verticalmente o tórax do acidentado. As compressões curtas e fortes são feitas regularmente 60 vezes por minuto. Iniciar a respiração artificial, com cinco compressões para uma respiração aplicada. A massagem deve continuar até a chegada da equipe médica.

·

FRATURAS

São rompimentos totais ou parciais dos ossos do corpo. No trabalho, é comum o operário sofrer quedas em pisos escorregadios, movimentos bruscos, batidas ou ser atingido por ferramentas e máquinas. Ou então, nos casos de acidentes de trânsito ou no trajeto trabalho-residência ou vice-versa. As fraturas podem ser fechadas ou abertas. A vítima sente dores que aumentam com um toque ou movimento dos membros atingidos, além de inchaço e alteração na cor da área afetada. Deve-se colocar a vítima em posição confortável, evitando que ela levante ou sente. Para imobilizar a região da fratura, podem-se usar madeiras, tábuas, jornais dobrados ou similares. Em casos de acidente acompanhado de hemorragia, deve-se estancá-la de acordo com os procedimentos utilizados para estas situações. Nunca faça massagens no local do traumatismo e nem tente colocar o osso faturado no lugar. Existem técnicas de imobilização gerais para a fratura dos membros. O primeiro procedimento é colocar o membro lesado em uma posição mais próxima possível da posição anatômica, impedindo o deslocamento das partes quebradas. A imobilização deve ser feita acima e abaixo da região onde há suspeita de fratura, através de talas, improvisadas ou não. Nos membros inferiores, deve-se amarrar a perna fraturada à outra. Neste caso, deve-se enrolar um pano entre as pernas, para evitar infecções. Nos superiores, coloca-se a tala, sustentando-a através de uma tipóia. Sempre tomar cuidado para não apertar muito as bandagens, não comprometendo a circulação.


40 ·

INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTO

Muito comuns em indústrias, principalmente as químicas. Segundo os autores, existem cinco vias de introdução de agentes químicos, de acordo com o Comitê de Toxicologia da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos. São as vias digestivas, cutânea, pulmonar, parenteral e ocular. Reconhece-se uma situação destas pelo cheiro de envenenamento no hálito, mudança na cor dos lábios, dor ou sensação de queimadura na boca, estado de inconsciência, de confusão ou mau súbito. É importante que todos conheçam as substâncias químicas que a empresa utiliza, bem como seus antídotos, procurando manter um estoque deles na caixa de primeiros socorros. Além de é claro, procurar ajuda médica.

·

CHOQUE ELÉTRICO

A gravidade deste acidente é proporcional à intensidade da corrente elétrica, resistência e voltagem que passam para o corpo da vítima. A pessoa que está em contato com a corrente elétrica pode apresentar contração muscular fraca ou forte, dependendo da intensidade da corrente. Além disto, também pode ocorrer parada respiratória acompanhada ou não de parada cardíaca e perda de consciência. Se for impossível desligar a chave geral da força, use luvas de borracha grossa ou um amontoado de roupas ou jornais secos, para afastar a vítima do fio ou aparelho elétrico. Pode-se utilizar também uma vara de madeira seca para afastá-lo do contato elétrico. O socorrista deve, antes de desligar a chave, verificar se seus sapatos e roupas estão secos, assim como o local onde estão pisando. Verificar se a vítima está respirando. Se houver parada respiratória, aplicar a respiração artificial. Se a língua estiver enrolada, puxe-a para fora com ajuda dos dedos envolvidos em um pano limpo. Se forem diagnosticadas queimaduras, fraturas ou hemorragias, estas devem ser tratadas adequadamente somente após a vítima estar respirando bem. *O conteúdo desta página foi retirado da "Revista Proteção Nº103 -

Primeiros Socorros: Ações que salvam vidas".


41

7.0 FRASES SOBRE SEGURANÇA ·

Segurança dá trabalho. A falta dela, desemprego.

·

Prevenção é a Mãe da Segurança. Ensine isso aos seus filhos.

·

Segurança é uma questão de fé. É evitar o acidente que nunca se viu.

·

Nenhum sucesso na Produção compensa o fracasso na Segurança.

·

Viva com Segurança. Há mais vidas por trás da sua.

·

O Ministério do Trabalho adverte: Segurança faz bem à saúde.

·

Quando um funcionário trabalha com Segurança, os acidentes se afastam para deixá-lo passar.

·

Ensina ao estagiário o caminho da Segurança, e até quando se aposentar, não se desviará dele.


42 8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Entende-se que a Pedagogia da Alternância deve sempre buscar cumprir seu papel que é o de trazer ao debate assuntos de relevante importância, tanto dentro das questões ambientais como da busca da melhor qualidade de vida, especialmente, no meio produtor pesqueiro. Conclui-se, portanto, que os trabalhos realizados por entidades que estão preocupadas com a problemática da melhoria da qualidade de vida devem incluir em suas agendas as questões de saúde e segurança no trabalho, mais especialmente, no que diz respeito à atividade pesqueira. Acredita-se que o jovem envolvido com pedagogia da alternância dever ter a consciência de ser um multiplicador de seus saberes, neste sentido, dá -se a relevância do tema.


43

·

3ª ALTERNÂNCIA

TEMA: AGREGAÇÃO DE VALOR NA ATIVIDADE PESQUEIRA

1.0 INTRODUÇÃO O Brasil, embora tenha uma costa oceânica de 9.198 quilômetros de extensão, ainda não produz, através da pesca, uma quantidade suficiente para suprir seus 180 milhões de habitantes. Com o crescimento da população mundial, torna-se necessária a busca por alimentos alternativos. Os peixes são um importante constituinte da dieta humana, já que são fontes de diversos componentes, com significativo valor nutricional, como proteínas de alta qualidade, vitaminas, minerais e lipídios. Mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo dependem dos pescados como uma importante fonte de proteína animal. Entretanto, com a intensificação da aqüicultura e da produção do pescado, cada vez torna-se mais interessante buscar alternativas para diversificar o produto a ser oferecido ao consumidor. Na tentativa de estimular o consumo de pescado, o mercado busca proporcionar um produto de mais fácil e simples preparo. A agregação de valor surge como importante fonte de recursos para o pescador/produtor, pois aumenta o valor unitário da matéria- prima, mediante o manuseio, gerando uma melhor qualidade, atratividade, conveniência ou apresentação. O certo é que o processo de agregação de valor constitui-se de muitas etapas e fases, que precisam ser analisadas e compreendidas por todas as pessoas envolvidas no processamento de pescados. Sabe-se que a agregação de valor ao pescado traria grandes benefícios tanto econômico como social. No entanto, o grande ganho seria do meio ambiente do próprio estoque pesqueiro, pois havendo agregação do pescado capturado, diminuiria, ou pelos menos desaceleria o esforço de pesca. Jovem! Você não precisa aumentar a quantidade de pescados, e sim, melhorar sua qualidade e aproveitamento através da manipulação correta.


44 2.0 OBJETIVOS DESTA ALTERNÂNCIA: · Entender a importância de agregar valor ao pescado; · Conscientizar de que essa prática é um caminho para o aumento da renda familiar; · Entender que o associativismo e cooperativismo é uma maneira eficiente de se organizar e produzir para atender o mercado consumidor; · Compreender que a agregação de valor pressupõe responsabilidades sociais e ambientais. · Estabelecer os passos a serem dados para alcançar uma maior eficiência.


45

3.0

MÚSICA

João Saudade (Pedro Neves) No estilo da estampa

O João da favela

Um resto de pampa

Que a vida atrela

Farrapo dos trapos

A um carro de mão

Bombacha já rota,

É João-lá-de-fora

Melena revolta,

Repontando agora

E um jeito de guapo

Papel, papelão

Chapéu deformado

E assim, quem diria,

Um lenço rasgado -

Que a sorte um dia

Ainda bandeira

Lhe desse este pealo

Guaiaca roída

O João já nem sente

Rimando com a vida

Que ontem ginete

Do João da Fronteira

É hoje o cavalo.

[Porque, oh João,

[Porque, oh João,

Deixaste o galpão

Deixaste o galpão

E a lida campeira

E a lida campeira

Pra ser na cidade

Pra ser na cidade

Mais um João-saudade

Mais um João-saudade

Sem eira, nem beira?]

Sem eira, nem beira?]


46 4.0 CONCEITO DE AGREGAÇÃO DE VALOR Prof. Leonel Pavanello O conceito de agregar valor, apesar de novo, é muito amplo e pode ser aplicado tanto a bens materiais e econômicos como humanos e sociais. No entanto, aqui nesta alternância, iremos discutir a agregação de valor a um produto específico, ligado diretamente a um setor produtor, no caso, aos vindos da pesca artesanal. O entendimento e a internalização deste conceito se torna de fundamental importância na medida em que a agregação de valor ao pescado garante ao pescador, especialmente o artesanal, uma melhor qualidade de vida através do aumento de renda. É importante ressaltar que a eficiente agregação de valor aos produtos pesqueiros, é uma medida de grande importância ambiental, pois, como sabemos, quando o pescador artesanal aproveita melhor o seu produto, não há necessidade de aumentar o esforço de pesca, para aumentar sua renda. O que é mais rentável: Entregar os pescados in natura aos atravessadores, ou transformá-los, por exemplo, em filé, e vender por um preço até 10 vezes maior? Reflita!

5.0 QUALIDADE É AGREGAR VALOR? Prof. Rodrigo Otávio de Macedo Gomes Quando se pensa em agregação de valor, temos logo em mente que se fizermos um filé estaremos agregando valor ao peixe inteiro, ou seja, ganharemos mais com o filé do que com o peixe. Entretanto, devemos levar em conta mais algumas informações para sabermos se isto realmente é verdade. De nada adianta fazermos o filé se não tivermos o pensamento de melhorar a qualidade do produto.


47 Muitas vezes, escuto que o pescador ou a mulher de pescador fez o filé porque o peixe estava estragando e não dava mais para vender inteiro, pois as brânquias já estavam muito feias, ou a carne estava mole, e congelando o filé não dá pra ver ou sentir a “qualidade do pescado” (além de aumentar o peso com 10 banhos de gelo!). Pois bem, se fizermos isto, estamos dando um verdadeiro tiro no pé. Estamos enganando a quem? Ao Turista? Ao atravessador? Ao consumidor final? Ou a nós mesmos, que num futuro muito próximo não vamos ter pra quem vender o peixe. Cada vez mais a indústria está sendo forçada pelos órgãos sanitários a aumentar a qualidade dos seus produtos e a controlarem todo o processo de fabricação. Para a indústria exportar terá que cumprir normas rigorosíssimas, pois, o consumidor quer sempre mais garantia de qualidade. E qualidade hoje significa preço! Pois o consumidor que é exigente paga a mais para ter a segurança de se alimentar com qualidade. Nestes dias, em que a pesca traz cada vez menos peixes, devemos cada vez mais garantir a qualidade, e assim, agregarmos o tão falado valor ao nosso pescado.

6.0 AGREGAÇÃO DE VALOR AO RESÍDUO DE PESCADO Outra forma de agregar valor ao pescado é aproveitar os resíduos que geramos ao fazer o filé do peixe. O filé representa somente 1/3 do peso total, os outros 2/3, geralmente, jogamos fora. Deixamos de ganhar um bom dinheiro com isso. Utilizando melhor esses resíduos, também deixaremos de poluir nossas águas, pois estes são jogados na água, podendo causar problemas ambientais gravíssimos.


48 7.0 EXEMPLO PRÁTICO DO QUE É AGREGAR VALOR AO PESCADO

Vamos avaliar um exemplo de agregação de valor ao pescado utilizando como exemplo o peixe:

Exemplo: utilização de Tilápia 100 kg 100 Kg X R$ 3,00 = R$ 300,00

O rendimento do filé da tilápia é 33% aproximadamente, então:

33 kg de filé

67 kg de resíduo: · Pele:

8 Kg

33 kg X R$ 12,00/Kg = R$ 396,00

· Vísceras:

Agregando valor ao Filé:

· Cabeça:

25 Kg

Filé individual fresco embalado a vácuo:

· Carcaça:

20 Kg

· Escamas:

2 Kg

· Sangue:

3 Kg

R$ 23,00/Kg 33 kg X R$ 23,00/Kg = R$ 759,00

10 Kg


49

RESÍDUO PELE

ESCAMAS

CARCAÇA

VISCERA CABEÇA SANGUE

8 kg de peles = 400 peles 2m² = R$440,00

2 kg de escamas = aprox. 100 brincos

20 kg de carcaça = aprox. 14 kg de carne

100 X R$5,00 = R$ 500,00

Transformada em 20 kg de lingüiça 20 X R$ 18,00 = R$ 360,00

Filé a vácuo

R$ 759,00

Pele

R$ 440,00

Brincos de escamas

R$ 500,00

Lingüiça

R$ 360,00

Farinha

R$ 15,00

38 kg de resíduos se transformam em aprox. 15 kg de farinha de peixe 15 X R$ 1,00 = R$ 15,00

R$ 2.074,00


50

8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prof. Leonel Pavanello Acredita-se que o pescado terá ampliado seu mercado no mínimo em 50% nas próximas décadas. Sabemos, também, que o Brasil tem um grande potencial hídrico e, já dispõe de tecnologia para o cultivo de pescados, tanto de água salgada como de água doce. Os grandes gargalos, no entanto, estão nas políticas públicas que envolvem todos os setores desta cadeia produtiva. Vale salientar, que as dificuldades mais evidentes estão na questão que envolve o processamento do pescado, ou seja, as agregações de valor, dentro desta premissa, estão envolvidas as questões de embalagem, transportes e conservação. Ainda é importante frisar, que no caso do pescador artesanal, o ganho obtido com o pescado, na maioria das vezes, fica com o atravessador. Considera-se, portanto, que a agregação de valor aos produtos pesqueiros é uma grande opção de aumento de renda, no entanto, ela deve estar acompanhada de técnicas apropriadas para a manipulação do pescado, de forma associativa ou cooperativa. Por isso a importância de formar uma cooperativa de pescadores artesanais em Balneário Barra do Sul.


51

·

4ª ALTERNÂNCIA

TEMA: BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

1.0 INTRODUÇÃO O Projeto Cambira, através do Instituto Federal Catarinense, em parceria com a Epagri, busca trazer a discussão e a profissionalização, não somente à agregação de valor ao produto oriundo da pesca, mas também as boas práticas de fabricação. Esta discussão deve envolver todas as etapas deste processo, levando em conta as normas de segurança, tanto do trabalhador como sanitária. Ressalta-se que este tema BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO deverá estar balizado tanto nas experiências dos jovens como também em materiais didáticos disponibilizado para esta alternância.

2.0 OBJETIVOS DA ALTERNÂNCIA Entender a importância dos cuidados higiênicos na manipulação do pescado; Debater sobre a importância de se formar associações ou cooperativas de pescadores para melhor comercializar e industrializar o pescado; Conhecer as principais técnicas de transformação do pecado; Discutir sobre as ações não compatíveis com as boas práticas de fabricação; Entender que o associativismo e o cooperativismo podem tornar mais viáveis a boas práticas de fabricação.


52 3.0 MÚSICA

3.1 PRIMAVERA (Cassiano / Sílvio Rochael)

Quando o inverno chegar Eu quero estar junto a ti Pode o outono voltar Que eu quero estar junto a ti Eu (é primavera) Te amo (é primavera) Te amo, meu amor Trago esta rosa (para te dar) Trago esta rosa (para te dar) Trago esta rosa (para te dar) Meu amor... Hoje o céu está tão lindo (vai chuva) Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)


53 4.0 CONCEITO DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

Prof. Leonel Pavanello O padrão de produção de manipulação de qualquer produto deve seguir regras. Estas regras devem partir do bom senso, aliado a métodos científicos. As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos.

5.0 AS PRINCIPAIS LEIS As principais leis existentes para as Boas Práticas de Fabricação de alimentos são:

·

Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 Esta resolução tem o propósito de atualizar a legislação geral fazendo

valer o controle contínuo das BPF, bem como harmonizar as ações de inspeção sanitária por meio de instrumento genérico. Trata-se de um ato normativo complementar a portaria SVS/MS nº 326/97. ·

Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997 A referida portaria é baseada no Código Internacional recomendado de

Práticas: Princípios gerais de Higiene dos Alimentos. CAC/VOL. A, Ed. 2 (1985), do Codex Alimentarius, e harmonizada no MERCOSUL, essa Portaria estabelece os requisitos gerais sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas

Práticas

de

Fabricação

produtores/industrializadores de alimentos.

para

estabelecimentos


54 ·

Portaria MS nº 1.428, de 26 de novembro de 1993 Precursora na regulamentação desse tema, essa Portaria dispõe, entre

outras matérias, sobre as diretrizes gerais para o estabelecimento de Boas Práticas de Produção e Prestação de Serviços na área de alimentos.


55 6.0 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO: DA DESPESCA AO BENEFICIAMENTO DO PESCADO

Juliana Antunes Galvão Sistemas de gestão de qualidade estão entre os assuntos mais comentados em revistas tecno-científicas no segmento de alimentos. Quando se fala em gestão de qualidade no processamento e manipulação de alimentos, são obrigatórios sistemas como, boas praticas de fabricação (BPF). Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC – HACCP), Programas de Qualificação de Fornecedores, Sistemas de Rastreabilidade, além dos aplicados a toda e qualquer empresa como ISO, Qualidade Total, entre outras. Nos últimos anos, a mídia tem apresentado números crescentes de casos envolvendo doenças veiculadas por alimentos, o que tem despertado a atenção quanto à importância da segurança alimentar, desde o setor produtivo até o consumidor final. Um dos objetivos da segurança alimentar é garantir uma alimentação saudável a partir do emprego de procedimentos de higiene no preparo dos alimentos, incluindo um conjunto de princípios e regras para uma correta manipulação, a fim de garantir a saúde do consumidor. Já a higiene alimentar evita a presença de materiais estranhos, microrganismos indesejáveis, contaminações químicas e infestações de insetos e pragas. Quando o alimento em questão é o pescado, devido a sua natureza extremamente perecível, são exigidos cuidados extras com relação a sua manipulação, tanto durante o processo e captura, quanto à estocagem nos barcos pesqueiros. Logo após a retirada do pescado da água, ocorrem diversos fenômenos naturais

que

levam

a

sua

deterioração,

essas

alterações

ocorrem

independentemente da forma como o pescado é manuseado, mas a velocidade com que elas se instalam, podem ser reduzidas se forem adotadas práticas adequadas de manipulação do produto.


56 Algumas práticas de manuseio recomendadas para aumentar a qualidade do pescado são: evisceração, lavagem, sanitização, resfriamento e acondicionamento sob frio. A eficácia das medidas sanitárias depende da conscientização e treinamento do pessoal envolvido nas operações em todo setor pesqueiro, quanto ao cumprimento das normas estabelecidas para melhorar a qualidade e aumentar a confiabilidade sanitária dos produtos oriundos da pesca. A higiene das embarcações pesqueiras é um ponto crítico de controle, pois desta depende a qualidade do produto final. O material empregado na construção dos barcos deve ser considerado, pois estruturas que dificultam a lavagem do convés são responsáveis por fontes constantes de contaminação do pescado recém capturado. Os métodos de captura no qual o pescado é submetido, é outro fator que influencia no quesito qualidade do produto. Se o pescado se debate tentando se libertar das redes de pesca, ou morrem em agonia nos barcos pesqueiros, vão se esgotando suas reservas de energia — glicogênio —, ocasionando uma deterioração mais rápida e intensa, portanto quanto mais glicogênio armazenado, maior o tempo de vida útil do produto. Dentre os métodos de abate, utilizado para o pescado, o de hipotermia é o mais simples e comumente utilizado. Existem muitos fatores que se somam aqueles que acelerarão o desencadeamento de reações bioquímicas e bacterianas no pescado, resultando na aceleração dos processos deteriorativos. As práticas sanitárias permeiam todos os fatores relativos à contaminação de alimentos marinhos, incluindo o meio em que esses organismos são capturados, a manipulação da matéria-prima fresca e o estado das instalações onde o pescado é processado e armazenado. A higiene adequada por parte dos manipuladores tem importância fundamental, considerando que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% das doenças veiculadas por alimentos, são causadas por manipulação inadequada dos mesmos.


57 No Brasil, normalmente, o pescado é comercializado inteiro, com algumas exceções, por isso, a conservação do produto através de temperaturas adequadas é muito importante. O ideal seria a evisceração e descabeçamento logo após a captura, embora, em algumas embarcações pequenas o pescado não pode ser manipulado imediatamente após a captura, acarretando perdas da qualidade, resultantes do aumento da temperatura, devido à inexistência da rede de frio organizada e o clima quente. Ao sair da água o peixe viaja várias horas até a comercialização, sendo que, o único meio de retardar sua deterioração é a implantação da cadeia do frio de forma adequada (na pesca artesanal o meio mais utilizado é a conservação do pescado em gelo escamado dentro de caixas de isopor, ou, no caso de embarcações maiores, porões ou geladeiras). Baixas temperaturas são usadas para retardar reações químicas e a ação das enzimas no alimento, além de minimizar ou parar a atividade microbiana. O pescado no Brasil, normalmente é comercializado na sua grande maioria in natura ou congelado. A estocagem sob refrigeração envolve o uso do gelo e da câmara fria quando se trata da comercialização do pescado in

natura. Já o uso de temperatura de congelamento leva ao produto designado pela legislação de pescado congelado. Na beneficiadora (no caso de Balneário Barra do Sul, as “salgas”), é preciso que sejam observadas certas regras de higiene pelas pessoas envolvidas no beneficiamento, pois muitas bactérias capazes de alterar a qualidade do pescado e causar danos aos consumidores, transmitindo-lhes doenças, são provenientes de manuseio incorreto. Desse modo, as pessoas, que trabalham diretamente com o pescado, devem ser examinadas periodicamente, e uma vez sendo portadoras de alguma enfermidade que possa contaminar o alimento, estas devem ser imediatamente afastadas de suas funções. O uso de aventais, toucas, e luvas é aconselhável aos manipuladores que trabalham nas linhas de processamento. O emprego constante de água clorada na lavagem do pescado é um cuidado extremamente importante a ser observado. A utilização de um bom desinfetante é também aconselhável para a lavagem das mãos dos


58 manipuladores. Mesas, utensílios e equipamentos devem ser devidamente limpos e higienizados com cloro antes e depois do processamento. O controle de qualidade dos produtos beneficiados na indústria deve ser feitos periodicamente, em laboratório lotado na própria indústria, ou em laboratórios externos, pois qualquer alteração na qualidade do produto poderá ser monitorada através de análises físico-químicas e microbiológicas, citados na legislação vigente. Normalmente, se o processamento for conduzido de maneira adequada, às operações na indústria reduzirão a carga microbiana inicial do pescado. Infelizmente, o baixo consumo do pescado no Brasil, está ligado à comercialização mal feita e a má qualidade do produto disponível ao consumidor. Cabe a todos os atores responsáveis pela qualidade do pescado — autoridades governamentais, pescadores e aqüiculturas, transportadores da matéria-prima, indústria processadora, atacadistas, varejistas e consumidor —, desempenharem seus papéis, para que possamos fazer do pescado um alimento confiável, sob o ponto de vista do consumidor, de qualidade e em concordância com os parâmetros exigidos pela legislação vigente. Fonte: ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/IIsimcope/oficina_juliana_galvao.pdf.


59 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se ser de extrema importância a promoção de abordagens e discussões com temas que envolva a atividade da pesca artesanal. Sobretudo, abrem-se espaços para que possa ser discutir, todos os possíveis gargalos que envolvem o assunto, que vão desde conflitos ambientais até conflitos sociais e econômicos. A indústria pesqueira brasileira, em termos de potencial de produção de pescado, vem passando por um processo difícil, causado pela pressão de pesca. O Ministério da Pesca deve buscar soluções aos problemas do setor, onde a situação dos pequenos produtores é ainda mais delicada. Como sabemos, a situação dos pescadores artesanais é ainda mais delicada, não somente pela baixa produção, pelo alto custo de produção aliado ao baixo preço dos produtos, mas também pela falta de técnicas de manipulação e agregação de valor ao pescado, ou seja, a falta de boas práticas de fabricação. Entendemos que o Projeto Cambira reforça uma discussão técnica e aborda, com seus alunos, temas priorizados pela própria comunidade, como é o caso dos já abordados até aqui. A idéia do Projeto Cambira, assim como, de suas parcerias, é construir um conhecimento em conjunto, para que possamos direcionar e realizar nossos objetivos em comum.


60

· 5ª ALTERNÂNCIA TEMA: CONGELAMENTO E ARMAZENAMENTO

1.0 INTRODUÇÃO É importante que vejamos um pouco da história do nosso passado para que possamos entender a atualidade. Santa Catarina têm reservado um importante capítulo na história brasileira no que se refere à pesca artesanal, e a conservação do produto pesqueiro, especialmente no que diz respeito a salga de pescado como forma de armazenar. Tem-se ainda, como exemplo, a salga de camarão, do peixe, a secular cultura técnica da Cambira, (peixe salgado e defumado), que durante muito tempo foi à forma mais eficiente de armazenar. O tema hora proposto CONGELAMENTO E ARMAZENAMENTO nos leva a promover um importante debate, levando em conta sempre as questões ambientais e econômicas nos assuntos que envolvem o importante arranjo produtivo da atividade na área da pesca.

2.0 OBJETIVOS DA ALTERNÂNCIA · Proporcionar

o

entendimento

da

importância

congelamento

e

armazenamento do pescado de maneira adequada; · Entender os perigos causados para a saúde humana pela falta de técnicas

e

equipamentos

apropriados

de

congelamento

e

armazenamento; · Entender

que

o

congelamento

e

armazenamento

são

importantes na agregação de valor aos produtos pesqueiros.

aliados


61 3.0 MÚSICA

3.1 O ASSASSINATO DO CAMARÃO (Zere e Ibirim)

Assassinaram o camarão! Assim começou a tragédia no fundo do mar. O caranguejo levou preso o tubarão O siri seqüestrou a sardinha Tentando fazer confessar O guaiamu que não se apavora, Disse: eu que vou investigar Vou dar um pau nas piranhas lá fora Vocês vão ver, elas vão ter que entregar Vou dar um pau nas piranhas lá fora Logo ao saber da notícia a tainha tratou de se mandar

Até o peixe espada também foi se entocar Malandro foi o peixe galo Bateu asas e voou. Até hoje eu não sei como a briga terminou Malandro foi o peixe galo Até hoje eu não sei como a briga terminou


62

4.0 CONCEITO DE ALIMENTOS CONGELADOS Prof. Leonel Pavanello Os alimentos congelados são os alimentos que tenham sido submetidos ao processo de congelamento, de maneira que haja pouca modificação na sua qualidade inicial. Para que se obtenha sucesso na conservação adiciona-se uma alta porcentagem entorno de 80% de água potável que acaba por se transformar em gelo. Esta condição de estocagem permite minimizar as alterações físicas, bioquímicas e microbiológicas, evitando assim, deterioração do alimento. Para evitar a cristalização da água que provoca a destruição da estrutura de células delicadas pode ser parcialmente ou totalmente evitada com a adição de substâncias apropriada como o sal ou açúcar. Para se obter uma melhor qualidade do alimento congelado é melhor manter a temperatura dos produtos o mais frio possível. Na prática comercial industrial se aceita duas faixas de temperatura: de armazenagem e conservação e de ponto de vendas a varejo.

5.0 CUIDADOS PARA CONSERVAR PESCADOS Existem dois tipos básicos de conservação do pescado: · um praticado pela indústria de beneficiamento ou comercio, onde o produto congelado Tolera armazenamento de um ano em temperatura de –18°C; · outro caso é quando o peixe fresco é conservado em geladeira por apenas um dia na temperatura de 5° C. É importante ressaltar, que isto varia, dependendo da espécie do produto (peixe, molusco, crustáceo), e o tipo de embalagem. O peixe adquirido da indústria que tenha passado pelo processo de congelamento lá empregado, quando levado pra casa e mantido em


63 congelador doméstico, diminui o prazo de validade em dois meses, devido as suas trocas de ambientes, perdendo e ganhando temperatura, facilitando assim, sua deterioração.

6.0 DESCONGELANDO O PESCADO Por ser o pescado um produto altamente perecível, devem-se ter alguns cuidados na hora de realizar este procedimento. Manter as características existentes no produto antes do congelamento é de extrema importância para que se obtenha um produto saudável e saboroso na mesa do consumidor, pois, como sabemos, comer bem é muito mais do que matar a fome. É um toque de requinte aliado a hábitos saudáveis. No processo de descongelamento nunca de deve utilizar fonte persistente e intensa de calor, como por exemplo, o micro ondas e água excessivamente quente, pois o calor pode quebrar as estrutura fisioquímica da carne, modificando suas características naturais. O aconselhável para o descongelamento seria uma temperatura de aproximada de (5°C), conseguida dentro de uma geladeira, por mais ou menos 12 horas, caso você tenha certa urgência, pode-se utilizar a água corrente, conservando ainda dentro da embalagem. Pelo fato de o pescado ser mais leve e, portanto possuir mais água que a carne bovina, por exemplo, seu descongelamento se torna mais rápido.


64 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se que a qualidade da matéria-prima, a padronização do processamento

e

a

manutenção

das

temperaturas

dos

alimentos,

especialmente, no caso de produtos de pesqueiros, têm ocupado as mentes de especialistas da área e servem de parâmetros importantes para se evitar as toxinfecções alimentares, cada vez mais freqüentes, embora existindo poucos dados oficiais a respeito. Os produtos pesqueiros são alimentos perecíveis que propiciam fácil multiplicação microbiana, devendo obrigatoriamente ser armazenados sob refrigeração ou congelamento, para que suas características microbiológicas, sensoriais, físico-químicas e nutricionais permaneçam viáveis até o prazo de validade determinado, não perdendo assim suas características naturais. Acredita-se que os produtos pesqueiros que forem manipulados de acordo

com

os

parâmetros

fitossanitários,

e

as

recomendações

de

armazenamento e embalagem, além de se tornarem um produto de alta qualidade, a ele será agregado um maior valor econômico.


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ANOTAÇÕES


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