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Sintra

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Praias

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A beleza suntuosa de Sintra

LOCALIZADA NA ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA, a Vila de Sintra se destaca por suas edificações em estilo romântico, o que lhe conferiu o título de Patrimônio Mundial da UNESCO. De topografia recortada, Sintra agrega valores em seus edifícios, sítios arqueológicos, palácios, santuários que registram o passar dos séculos de sua ocupação. Sintra é um daqueles lugares onde a preservação dos vestígios históricos e a conservação de sua vegetação convivem em plena harmonia, onde um reforça a beleza do outro.

A história da Vila de Sintra remonta ao período Neolítico, com registros no Sítio Arqueológico São Pedro e Penaferrim. Mais tarde, os romanos que a ocuparam, deixaram suas marcas em lápides ao longo das estradas que a ligariam a então Olisipo (Lisboa). A invasão moura também deixou sua assinatura em várias edificações, como o Castelo dos Mouros que veremos mais para frente. Depois, a Reconquista

CARLOS PAES

pelos exércitos cristãos do rei Afonso VI de Leão e, finalmente, o desenvolvimento da história de Portugal como império que, ao passar dos anos, preservou a riqueza deixada pelas civilizações anteriores que constituem o legado patrimonial e cultural de seu território.

CENTRO HISTÓRICO DE SINTRA

Nas vias estreitas que dão para a praça principal, as construções se destacam pela plasticidade das cores e da arquitetura. Vestígios de muitas épocas se misturam em meio às lojas e restaurantes. O vai e vem dos turistas conferem um charme a mais com idiomas distintos, porém com o mesmo entusiasmo de observar o belo. Quantas histórias, quantas lutas foram travadas para chegar a esse magnífico conjunto arquitetônico!

WALKERSSK

RUI CUNHA

FAROL DO CABO DA ROCA

No Parque Natural de Sintra-Cascais está o Farol do Cabo da Roca. Foi construído, em pedra, no ano de 1772, e está no ponto mais ocidental do continente europeu. Uma lápide registra a frase do maior escritor português, Luís de Camões, quando este se refere ao Farol como: “Aqui... Onde a terra se acaba e o mar começa...”.

Entre os seis faróis da costa portuguesa, o do Cabo da Roca é o segundo mais antigo. Em 1843, foi reestruturado com dezesseis candeeiros com refletores parabólicos movidos a azeite. Quarenta nos mais tarde, o Plano Geral de Alumiamento e Balizagem de Portugal autorizou a utilização da energia elétrica para seu funcionamento, o que veio a ocorrer em 1897.

O local é pitoresco, com rica fauna e flora. Muitos observadores de pássaros costumam visitar o Farol, pois as aves que aqui habitam são curiosas e únicas como o andorinhão-preto e o real, o falcão-peregrino, a alvéola-branca, o pardal-das-neves, entre outros.

Além da visão fantástica do oceano Atlântico, das falésias, dos promontórios e dos rochedos, podemos conhecer a loja de lembranças e saborear pratos deliciosos no Restaurante Cabo da Roca.

PALÁCIO NACIONAL DA PENA

Patrimônio Mundial, o Palácio Nacional da Pena em Sintra, é um expoente do Romantismo arquitetônico do séc XIX no mundo. Na Europa foi o primeiro a ser construído neste estilo. A Serra de Sintra, antes da construção do Palácio, abrigava no reinado de João II, a pequena capela de Nossa Senhora da Penha. Posteriormente, no século XVI, Manuel I a doou à Ordem de São Jerónimo, ampliando a construção e determinando ali um convento. No século XVII toda estrutura foi abalada por um raio e apenas a parte do altar-mor ficou intacta. Em 1834, com a consolidação do liberalismo e extinção das ordens religiosas em Portugal, o local ficou disponível para venda. Porém quatro anos depois, Fernando II encantou-se pelas ruínas e adquiriu as terras da capela, o Castelo dos Mouros (construção século IX) e adjacentes. A Capela foi restaurada e em seu entorno o rei construiu, com a orientação do arquiteto amador Barão Von Eschwege, sua casa de verão. O temperamento romântico do rei é percebido em centenas de detalhes arquitetônicos e decorativos, o que mostra sua total ingerência na obra. Alguns exemplos são as torres medievais, arcos ogivais (arquitetura gótica) e diversos elementos árabes. Essa miscelânea de estilos, típico do exotismo da mentalidade romântica, faz-nos contemplar em uma mesma visita o estilo neogótico, neomanuelino, neoislâmico, neorenascentista e como se não fosse

OLEG SHAKUROV

pouco, traços indianos.

Em 1889, o Palácio passa integrar o Patrimônio Nacional de Portugal e da Coroa Portuguesa. E após a proclamação da República Portuguesa em 1912, o Palácio Nacional da Pena é transformado em museu.

CHALET DA CONDESSA D’EDLA

Situado no Parque da Pena, o Chalet da Condessa D’Edla foi construído na segunda metade do século XIX a mando de D. Fernando II como presente para a sua segunda esposa, Elise Hensler, a Condessa d’Edla. A arquitetura projetada seguiu a tendência dos chalés alpinos. A romântica edificação está rodeada por um jardim ricamente elaborado com espécies provenientes de todas as partes do mundo.

Elise Friederike Hensler nasceu na Suíça em 1836. Morou nos Estados Unidos e estudou em Paris. Cantora, poliglota, pintora, florista e escultora, foi mãe solteira aos vinte e um anos. Em 1860, fez uma turnê na cidade de Lisboa, quando, na plateia figurava D. Fernando II, o qual imediatamente se apaixonou por Elise. O polêmico casamento foi realizado com sucesso, mas antes Elise recebeu o título de Condessa para ser elevada à categoria de Nobres. Como esposa, abandonou a música, mas não o seu amor às artes, sendo incentivadora de vários artistas renomados da época. Após a morte de D. Fernando II, Elise recebeu vários bens de herança como o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, que mais tarde foram comprados pelo rei D. Carlos I. Elise faleceu aos noventa e dois anos ao lado de sua única filha, Alice Hensler.

RUI BEJA

QUINTA DA REGALEIRA

Como se sabe, uma “quinta” em Portugal, é uma propriedade rural, uma fazenda e a Quinta da Regaleira é uma das mais belas do país. Um dos primeiros registros da propriedade data de 1697, quando José Leite era seu dono. Depois, foi comprada, em 1715, por Francisco Albertini Guimarães de Castro que a denominou como Quinta do Castro. Mais tarde, por Manoel Bernardo, depois pela Baronesa de Almeida e, em 1892, pelo Dr. António Augusto de Carvalho Monteiro que contratou o renomado arquiteto Luigi Manini para a construção do Palácio da Regaleira.

Carvalho Monteiro nasceu no Brasil e herdou uma enorme fortuna oriunda do comércio do café e de pedras preciosas. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, retornou ao Brasil e, em 1876, mudou-se para

Sintra. Amante de Camões, monarquista, bibliógrafo, maçom e filantropo, Carvalho Monteiro sofreu muito com a derrubada do rei D. Manuel II e veio a falecer em 1920. Foi enterrado no jazigo da família (repleto de simbologia) também projetado por Luigi Manini.

A construção em todo o terreno foi minuciosamente pensada e planejada dentro do conceito de vida de Carvalho Monteiro. Os estilos arquitetônicos foram o neomanuelino e renascentista, com ênfase na imersão das construções em um jardim aos moldes do bíblico Jardim do Éden. Referências à mitologia grega dão a grandiosidade do pensamento de Monteiro, assim como grandes nomes da história como Dante, Camões e Templários da Ordem de Cristo. Aqui, reúne-se a mais lúcida expressão intelectual do desenvolvimento humano. Cada pedra colocada foi posta com um propósito. O que poderia ser um caos, na realidade, é um verdadeiro templo dedicado à Sabedoria Divina dada aos homens. Um lugar inesquecível!

CASTELO DOS MOUROS

No alto da Serra de Cintra, o Castelo dos Mouros é a representação clássica do período da ocupação moura em terras portuguesas. Datado do século VIII, a fortificação servia para controle das vias que ligavam Sintra a Lisboa, Cascais e Mafra. Reza a lenda que após a Reconquista o rei D. Afonso Henriques, temendo um ataque dos mouros residentes de Sintra, convocou um grupo de vinte templários para vigiar qualquer movimento suspeito nos arredores das vias terrestres até a costa. Com a ajuda de Nossa Senhora, o perigo foi detido e a capela em devoção à Santa foi erguida. Em 1839, D. Fernando II, esposo de Maria II, adquiriu o castelo e nele fez reformas, com um caráter

MAURIZIO

mais turístico. Foi declarado como Patrimônio Mundial da Humanidade Pela UNESCO em 1995.

PALÁCIO NACIONAL DE SINTRA

O início da construção do Palácio Nacional de Sintra data de 1489, sobre as ruínas de uma antiga construção moura. Os estilos arquitetônicos renascentista, romântico, gótico e medieval misturam-se harmoniosamente. Constante residência real, muitos marcos históricos foram vividos dentro de suas paredes, como a notícia do descobrimento do Brasil, o nascimento e morte de D. Afonso V, a coroação de D. João II, entre outros.

ANA JIM

PALÁCIO DE MONSERRATE

Localizado dentro do Parque Monserrate, esse Palácio começou a ser construído quando da compra da propriedade pelo inglês Francis Cook, em 1856. A área que hoje pertence ao palácio passou por vários proprietários e muitas obras foram edificadas, mas foi nas mãos do industrial do ramo de tecidos, que foi caracterizado como projetos de James Knowles e com o paisagismo de Willian Stockdale, Willian Nevill e James Burt. Para ter a noção exata da dimensão da construção, foram utilizados mais de dois mil trabalhadores e, depois de concluídas as obras, 300 Emily Lucas eram filantropos, e construíram ao redor uma série de benesses à comunidade, e por isso Cook recebeu de D. Luís I o título de Visconde de Monserrate.

O Palácio é composto por vários ambientes altamente ricos em detalhes e materiais oriundos de todas as partes do mundo. VILA SASSETTI

Da união de ideias do empresário da rede hoteleira Victor Sassetti e do arquiteto Luigi Manini, surge, no final do século XIX, a Vila Sassetti. Essa Vila foi construída para receber hóspedes. E foi um sucesso, ilustres portugueses

DIEGO DELSO

e estrangeiros acharam o local Quinta da Regaleira pessoas foram empregadas apenas para tomar conta do dia a dia da propriedade. Cook e sua esposa

VITOR OLIVEIRA

de refúgio perfeito. Bela, a mini fortaleza foi cenário de muitas novelas e filmes.

SANTUÁRIO DA PENINHA

Localizado na Serra de Sintra, o Santuário da Peninha data do fim do século XVII, construído a mando de Frei Pedro da Conceição. É um complexo arquitetônico com a ermida de São Saturnino e o palacete, de 1918. O que faz desse local especial é sua aura mística em torno da imagem milagrosa de

Santuário da Peninha Nossa Senhora, que atrai muitos fiéis em peregrinação. O interior da capela possui painéis que retratam a vida de Maria, confeccionados por Manuel dos Santos, pintor lisboeta pertencente ao denominado “Ciclo dos Mestres”. Nomes como Oliveira Bernardes e João Antunes compõem os autores da decoração interior.

CONVENTO DOS CAPUCHOS

Segundo a lenda local, o vicerei da Índia, D. João de Castro, adormeceu de cansaço quando perseguia um veado. Sonhou que deveria construir uma igreja nesse local.

Enfermo, revelou a designação a seu filho, e que este deveria erigir o templo. Então, um convento franciscano foi erguido no ano de 1560. Os franciscanos ficaram no convento até a sua extinção, em 1834.

Anos mais tarde, Francis Cook adquiriu a edificação e, em 1949,

foi transferido ao Estado.

CURTIS SIMMONS

PALÁCIO NACIONAL DE QUELUZ

Nos estilos rococó, neoclássico e barroco, o Palácio Nacional de Queluz foi construído a partir de 1747, com projeto de Mateus Vicente de Oliveira. Inicialmente era reduto de verão para D. Pedro de Bragança, mais tarde, residência da Família Real no período da segunda metade do século XVIII e início do XIX. Foi daqui que a Família Real partiu para o Brasil fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte e, como consequência, o palácio foi saqueado e só voltou a ser habitado quando D. Carlota Joaquina retornou do Brasil. São muitos ambientes ricamente decorados como: Sala do Trono, Sala da Escultura, Sala da Música, Sala de Fumo, Sala de Café, Sala do Lanternim (ou Sala Escura), Sala das Açafatas, Sala de Porcelanas e Faianças, Sala D. Quixote, entre outros. Um destaque a mais é o Corredor das Mangas, decorado com azulejos de Francisco Jorge da Costa e painéis de autoria de Manuel da Costa Rosado. Como podemos observar, conhecer Queluz é entender um pouco do cotidiano da realeza portuguesa.

ESCOLA PORTUGUESA DE ARTE EQUESTRE

A qualidade do cavalo Puro Sangue Lusitano da Coudelaria de Alter remonta a um passado glorioso, desde os tempos mais remotos. Elegante, esse animal foi o preferido da Corte e da Realeza. Bem treinados, eram e ainda são símbolo de status e honraria. Hoje, a Escola Portuguesa de Arte Equestre proporciona uma experiência fantástica de volta ao passado. Essa escola está localizada nos jardins do Palácio Nacional de Queluz e faz apresentações impecáveis que deixam os espectadores perplexos, tamanho traquejo e delicadeza de cada formação e da intimidade ente cavaleiro e cavalo.

GUTO AMBAR

Considerada Patrimônio Cultural, tem como objetivo, além de manter a tradição, divulgar e ensinar novos adeptos e assim perpetuar essa, que é uma das principais tradições culturais portuguesas. Além do tratamento, treinamento e ensino, a Escola Portuguesa de Arte Equestre adquiriu o acervo da Biblioteca de Arte Equestre de D. Diogo de Bragança, quando do seu falecimento em 2012. D. Diogo, cavaleiro de primeira linha, colecionou e publicou inúmeros estudos sobre a Arte Equestre. Além de obras de vários autores, a biblioteca conta com um acervo de manuscritos, gravuras e livros do século XVI até o século XX.

A bela e serena Cascais

PERTENCENTE À REGIÃO METROPOLITANA DE LISBOA, Cascais é elevada à categoria de Vila em 1364, separando-se da Vila de Sintra, em decreto do rei D. Pedro I de Portugal. Sua vocação para o turismo vem desde tempos remotos. Por suas belas paisagens, grande parte da elite encontrava na vila o lugar ideal para o lazer e descanso. E continua até os dias atuais, sendo um dos principais destinos turísticos de Portugal. Como toda a região de Lisboa, Cascais é habitada desde a Idade Antiga, com muitos vestígios encontrados em várias regiões da Vila como na zona da Parede, no Murtal, entre outros. Na ocupação romana, Cascais era composta de vários e pequenos assentamentos dispersos, e de alguns complexos industriais como exemplificam as ruínas da Rua Marques Leal Pancada. Há também vestígios das ocupações dos visigodos e dos mouros. Com a Reconquista, a Vila de Cascais desenvolveu ainda mais a agricultura, a pesca e o escoamento de produtos. E passou a ser mais protegida a partir das novas fortificações.

CENTRO HISTÓRICO

O Centro Histórico de Cascais é um verdadeiro museu a céu aberto. Suas ruas estreitas dão para praças ornadas com personalidades históricas, tão conhecidas por nós.

A praia dá o toque final na compreensão do cotidiano dos antigos moradores que não viam o mar como um lazer e sim como sua principal fonte de subsistência e, ao mesmo tempo, um perigo constante de invasões.

BERNSWAELZ

FORTE (RESTOS) E FAROL DE SANTA MARTA

Construído no século XVII, a fortaleza tinha como objetivo proteger à zona da baía. Somente em 1864, foi desativada de suas funções militares e três anos depois, com a construção do farol, passou a sinalizar esta zona da costa, cruzando com o Farol de Nossa Senhora da Guia. Hoje no local funciona o Farol-Museu de Santa Marta, dedicado à história, ao patrimônio e à tecnologia dos fárois portugueses.

SAM74100

A Riviera portuguesa

Localizada no Concelho de Cascais, Estoril possui uma das mais belas paisagens naturais de Portugal. Seu desenvolvimento teve início na impetuosidade de Fausto Cardoso de Figueiredo, grande nome do turismo português. Farmacêutico por profissão, foi na criação da Sociedade Estoril que, após muitas viagens internacionais a destinos turísticos, Cardoso conseguiu comprar terras, financiar obras e incrementar as linhas férrea e rodoviária para fazer de Estoril um dos mais requintados lugares com oferta abundante para turistas. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Estoril recebeu refugiados ilustres, como reis e rainhas, perseguidos pelo regime fascista. Além de ser o local da residência de férias de António de Oliveira Salazar.

JOSE IGNACIO SOTO

MARCO COELHO

Piscinas naturais do Tamariz Em frente ao Cassino Estoril está a praia do Tamariz que, além de bela, nos presenteia com formações denominadas piscinas naturais. Em boa parte do ano, peixes e crustáceos coloridos fazem a diversão dos banhistas.

CASSINO ESTORIL

Inaugurado em 1931, depois de anos de complicações devido à Primeira Guerra Mundial, o Cassino Estoril sempre foi frequentado pela mais alta sociedade europeia, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, já que Portugal se manteve neutro. Um reduto perfeito para a discussão do futuro do continente, encontros de espiões e um lugar para lazer. Na década de 1960, foi reformado e ampliado com a supervisão de Filipe Nobre de Figueiredo e José Segurado, ambos arquitetos. Um destaque para sua fama foi quando serviu de cenário para o filme Cassino Royale da série James Bond.

CARCAVELOS E OEIRAS TÊM SUAS HISTÓRIAS e desenvolvimentos interligados, assim como sua vocações turísticas. Atualmente, seja por patrimônios preservados, seja por novos locais inaugurados com fins turísticos, todos compõem um complexo cultural arraigado. Destacamos alguns:

VINHOS DE CARCAVELOS

Considerada a menor região vinícola de Portugal, Carcavelos e Oeiras possuem a tradição vinícola que se destaca desde o século XIV, com documentos chancelados pela Casa Real. Segundo a história local, esse vinho foi ofertado ao então Imperador da China pelo rei D. José I, que tinha o vinho de Carcavelos como uma opção a altura de um presente real.

FÁBRICA DE PÓLVORA DE BARCARENA

Inaugurada em 1540, esteve ativa até 1940, ou seja, quatro séculos de existência. O prédio da antiga fábrica atualmente é um centro cultural que abrange o Museu da Pólvora Negra, uma galeria de arte, restaurante e muitos eventos culturais realizados ao longo do ano.

Aquário Vasco da Gama

VITOR OLIVEIRA

Museu da Fábrica de Pólvora Negra

AQUÁRIO VASCO DA GAMA

Desde 1898, e construído em homenagem ao IV centenário da partida do navegador até as Índias, o local encanta crianças e adultos com a diversidade de espécies marinhas. Além dos animais, o aquário mantém atividades de educação ambiental e tem como objetivo maior mostrar a coleção de D. Carlos I, profundo conhecedor e pesquisador da área de

GUALDIMG

oceanografia.

MÁRCIO MASULINO

NÃO RESTA DÚVIDA QUE OS MELHORES pontos de observação de Lisboa estão em Almada, cidade pertencente ao Distrito de Setúbal e na Área Metropolitana de Lisboa. Destaca-se o elevador panorâmico da Boca do Vento, o Castelo de Almada e o monumento do Cristo Rei.

Cristo Rei As margens do rio Tejo e inspirado no Cristo Redentor do Corcovado, no Rio de Janeiro, ergueu-se a escultura do mestre Francisco Franco. Conta a história que D. Manuel Gonçalves Cerejeira, cardeal-patriarca de Lisboa, teria se inspirado no monumento carioca em uma visita à cidade brasileira. A obra arquitetônica foi um agradecimento a Deus por Portugal ter se mantido neutro na Segunda Guerra Mundial. Cristo de braços abertos, voltado para a capital (Lisboa) simboliza a proteção de Deus a todo o país. O projeto é de autoria do arquiteto António Lino e do engenheiro D. Francisco de Mello e Castro, mede mais de 110 m de altura e pesa 40 mil toneladas. O monumento pertence a Almada e foi inaugurado em 17 de maio de 1959. Recebe centenas de visitantes diariamente e é considerado o melhor local para se admirar Lisboa. Com o céu aberto, pode-se avistar a Baía do Seixal, Serra da Arrábica, o Mar da Palha, o Castelo de Palmela e a Serra de Sintra. Onde: Alto do Pragal, Avenida Cristo Rei, Almada, distrito de Setúbal.

Cristo Rei

Ponte 25 de Abril ou Ponte Sobre o Tejo

A ponte que liga a cidade de Almada à capital Lisboa foi inaugurada em 1966 e recebeu o nome de Ponte Salazar, em homenagem a António de Oliveira Salazar, presidente do Conselho de Ministros do governo ditatorial do Estado Novo. Tempos depois, com a revolução dos cravos em 25 de abril de 1974, ela foi rebatizada. Uma construção de 2,2 km, que em seu ponto mais alto, mede 190 metros. É a ponte rodoferroviária com o maior vão suspenso da Europa e a terceira no mundo. Em 2014, foi considerada pelo portal European Best Destination a ponte mais bonita da Europa.

ALVES GASPAR

MAFRA, UMA VILA PORTUGUESA pertencente a área metropolitana de Lisboa, ainda preserva suas paisagens naturais e sua forte cultura rural. Alguns dos Patrimônios Arquitetônicos da Região de Lisboa se encontra aqui, é o caso do Palácio Nacional de Mafra, o maior símbolo da arquitetura barroca portuguesa e a aldeia da Mata Pequena, conhecida pela sua arquitetura tradicional. Outros pontos de interesse: Tapada Nacional de Mafra (zona de caça nacional) e a Reserva Mundial de Surf da Ericeira.

DIVULGAÇÃO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA Também conhecido como Convento de Mafra, é formado por um palácio e um convento.Como outras edificações em Portugal, o convento iniciou sua construção em 1717, para pagar uma promessa de D. João V, que queria descendentes de D. Maria Ana de Áustria. Foi considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, em 2019. Destaca-se a biblioteca que além de sua beleza e dimensão, possui um enorme acervo que conta com livros sagrados, obras clássicas e livros raros.

Biblioteca

ESSA PUBLICAÇÃO É SOBRE LISBOA e confesso que ao editá-la, mesmo conhecendo bem a cidade, me surpreendi por diversas vezes. É como se ao visitar suas ruas e dobrar suas esquinas estivéssemos entrando em um livro de história e virando suas páginas. A beleza, o charme singular, a atividade cultural intensa, tudo neste lugar nos encanta.

Mas não queria me ater a cidade em si e sim aos portugueses.

Visitei Portugal para conhecer a minha história! A cultura dessa gente sofrida e corajosa que superou obstáculos enormes e com atrevimento desbravou oceanos. Deles, todos nós herdamos muito, a forma de falar, de comer, vestir e se relacionar.

Os portugueses valorizam seus laços familiares e sua ancestralidade. E isso explica um pouco o carinho e a curiosidade deles pelo Brasil. Afinal, muitos de seus parentes atravessaram o Oceano Atlântico atrás de oportunidades nas terras descobertas. Alguns não tiveram a felicidade de regressar para revisitar a famíllia, mas seus descendentes viajam para o país nos rastros de sua história familiar.

É um povo trabalhador, honesto, educado e com costumes bem tradicionais.

Acolhedores, gostam de sentar a uma farta mesa e brindar a vida com bons vinhos.

É verdade que nos grandes centros como Lisboa, Porto e a universitária Coimbra, percebe-se que a forte imigração brasileira dos últimos anos tem “cansado” um pouco a relação. Afinal, somos um povo alegre, brincalhão, barulhento e, para padrões mais conservadores, às vezes, pouco convenientes.

O fato é que as nossas histórias estão eternamente interligadas e que a relação entre países e povos devem sempre prezar pela colaboração e respeito mútuo.

Não vejo a hora de retornar a este incrível país.

Márcio Alves

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