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A segurança como fator chave na gestão de centros comerciais

COMO É ASSEGURADA A SEGURANÇA NOS CENTROS COMERCIAIS? DESCUBRA OS PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS DURANTE A ÉPOCA NATALÍCIA E AS SOLUÇÕES QUE TORNAM ESTES ESPAÇOS SEGUROS E ACOLHEDORES.

DIRETOR

Bruno Pinto

COLABORADORES RESIDENTES

Ana Barreiros, Bruno Pinto, Catarina Bragança, Luís Pires, e Mónica Baeta

COLABORADORES NESTE NÚMERO

Carlos Dias Ferreira, Dirceu Santos, Duarte Dias, Filipe Oliveira, Pedro Teixeira, Ricardo Castro, Rúben Fragoso, Silvestre Machado, Susana Rodrigues, e Tiago Cardoso

EDIÇÃO E PROPRIEDADE

APSEI Associação Portuguesa de Segurança NIPC 505151057 PUBLICIDADE

Ana Barreiros comercial@apsei.org.pt

REDAÇÃO, EDIÇÃO E PUBLICIDADE

Rua Cooperativa A Sacavenense nº 25, C/F 2685 – 005 Sacavém — Tel. 219 527 849 www.apsei.org.pt/proteger FOTOGRAFIA

Arquivo APSEI e imagens geradas com recurso a Inteligência Artificial (Midjourney 5.2), quando não atribuídas PROJETO GRÁFICO E PAGINAÇÃO José Mendes

EDIÇÃO DE IMAGEM

José Francisco Martins

PERIODICIDADE Quadrimestral REGISTO ERC 125538

Os artigos assinalados e as opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, as posições e opiniões da APSEI. Consulte o nosso Estatuto Editorial em www.apsei.org.pt/proteger/estatuto-editorial/

Com a chegada da época natalícia e da celebração do Ano Novo, entramos num período de grande festividade e simbologia, contudo, também de grande movimento, tanto de pessoas como de mercadorias. Em especial no que se refere aos centros comerciais, estes acolhem milhões de visitantes, tornando-se epicentros de compras e de momentos de convívio. Neste cenário de celebração, a segurança adquire um papel ainda mais relevante.

Nesta edição da revista Proteger exploramos com detalhe o universo da segurança em centros comerciais, analisando desde as tecnologias implementadas até aos desafios que gestores e equipas enfrentam para proteger visitantes e colaboradores. É ainda apresentada uma abordagem dos principais aspetos que influenciam as condições de Segurança Contra Incêndio em Edifícios, incluindo a importância dos sistemas de alarme por voz, fundamentais para uma comunicação eficaz em situações de emergência.

Com o aumento do movimento verificado nesta época, destacamos a importância da implementação de medidas eficazes que garantam caminhos de evacuação seguros, da manutenção rigorosa de sistemas de segurança contra incêndios e da sensibilização do público para os procedimentos a adotar em caso de emergência, minimizando riscos e prevenindo acidentes.

Além disso, abordamos os centros comerciais como espaços de comércio, serviços e lazer, os quais enfrentam desafios que exigem uma abordagem resiliente frente a cenários imprevisíveis, tais como catástrofes naturais ou pandemias. A gestão eficaz da segurança requer não apenas inovação tecnológica, como a inteligência artificial e a monitorização remota, mas também o fortalecimento da parceria com as autoridades e cooperações de bombeiros, elementos cruciais na garantia da segurança destes espaços.

Mais do que evitar incidentes, a segurança dos centros comerciais é criar confiança. Apenas desta forma é possível proporcionar um ambiente acolhedor e seguro a todos os que neles permaneçam. Convidamo-lo(a) a explorar esta edição da Proteger, onde celebramos os esforços e as inovações que fazem dos centros comerciais espaços seguros e inspiradores – mesmo em épocas tão desafiantes como nesta quadra festiva.

A segurança é um compromisso de todos.

#juntosprotegemosmelhor

índice 56

SETEMBRO————DEZEMBRO 2024

18 FORMAÇÃO

18 GESTÃO DE EMERGÊNCIA: DO PLANEAMENTO À AVALIAÇÃO DE EXERCÍCIOS

22

CAPA

A SEGURANÇA COMO FATOR

CHAVE NA GESTÃO DE CENTROS COMERCIAIS

24 GESTÃO DA SEGURANÇA EM GRANDES SUPERFÍCIES

COMERCIAIS

Silvestre Machado

A prevenção como base de sucesso para um sistema de gestão de incidentes.

16 PRODUTO

A IMPORTÂNCIA DA PREPARAÇÃO PARA A EMERGÊNCIA NAS ORGANIZAÇÕES

Carlos Dias Ferreira

20 MANUTENÇÃO DE EXTINTORES

—NORMATIVOS LEGAIS

Ruben Fragoso

“(…) a componente prática na Formação de Manutenção de Extintores oferecida pela APSEI é fundamental para a qualificação de Técnicos e Coordenadores de Manutenção. Essa prática permite que os formandos apliquem os conhecimentos teóricos em situações reais (…)”

29 SISTEMAS DE ALARME POR VOZ —OS CENTROS COMERCIAIS

SÃO LUGARES SEGUROS E PROTEGIDOS?

Ricardo Castro

A importância dos sistemas de alarme por voz para uma evacuação ordenada e eficiente.

32 SCIE EM PERSPETIVA NA ÉPOCA FESTIVA

Dirceu Santos

Conheça os principais aspetos que impactam as condições de segurança contra incêndio nos centros comerciais durante o período de Natal e Ano Novo.

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GRANDE ENTREVISTA PEDRO TEIXEIRA

A SEGURANÇA NOS CENTROS COMERCIAIS EM PERÍODOS

FESTIVOS E DE MAIOR FLUXO

Bruno Pinto & Mónica Baeta “(…) a abordagem dos operadores de Centros Comerciais às temáticas da Segurança, faz-se de forma muito estruturada e holística, isto é, todos os aspetos e vertentes do amplo conceito de “Segurança”, são compreendidos e trabalhados de um modo integrado, permanente, planeado, testado e no estrito contacto com as autoridades competentes (…)”

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INFORMAÇÃO TÉCNICA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR DIGITAL— MONITORIZAÇÃO WEARABLE E INTELIGÊNCIA ARTIFICAL PARTE 2

Duarte Dias & Susana Rodrigues Conheça a tecnologia de monitorização wearable, desenvolvida no âmbito da linha de investigação de Saúde Ocupacional Quantificada, aplicada na monitorização de profissionais como polícias, bombeiros, controladores de tráfego aéreo e agricultores.

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OPINIÃO

48 A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DIGITAL NAS GRANDES SUPERFÍCIES

COMERCIAIS

Filipe Oliveira

Fique a par dos benefícios e cuidados de implementação de novas soluções de segurança digital.

49 COMPORTAMENTO HUMANO EM AMBIENTES DE MASSAS

Tiago Cardoso

A importância de estar alerta para indicações de segurança em espaços como centros comerciais.

agenda————apsei.org.pt

Assembleia Geral Ordinária da APSEI realiza-se a 17 de dezembro 17 dez

No dia 17 de dezembro a APSEI realiza a sua Assembleia Geral Ordinária nº 64, com a presença de associados na sede em Sacavém, na Delegação Norte e por meios telemáticos.

A Assembleia Geral terá início às 15h e terá com principal objetivo a discussão do Plano de Atividades e Orçamento da Associação para 2025.

De 14 a 16 de janeiro de 2025, o Dubai World Trade Centre acolhe a 26.ª edição da Intersec, um grande evento global dedicado à segurança, proteção e combate a incêndios.

Após o sucesso da edição de 2024, que contou com 47.506 visitantes de 141 países, incluindo líderes governamentais e empresariais, a Intersec 2025 pretende agora discutir temas como as novas ameaças e riscos emergentes e promover a partilha de estratégias e inovações tecnológicas.

A feira será também palco de debate sobre o impacto de tecnologias como blockchain, inteligência artificial e IoT na indústria da segurança e proteção. Especialistas, fornecedores e compradores irão reunir-se para explorar soluções de ponta e trocar ideias num ambiente único.

13 12 mar

ISES 2025

Levi, Lapónia

O 8.º Seminário Internacional de Educação em Segurança (ISES) acontecerá em Levi, na Lapónia, Finlândia, nos dias 12 e 13 de março de 2025. Com um programa repleto de palestras de especialistas internacionais, workshops e demonstrações, o

evento promete destacar as mais recentes inovações na segurança contra incêndios e segurança pública.

Os destaques vão para temas como a segurança infantil, educação para grupos vulneráveis, tecnologias inovadoras e estratégias de ação em desastres naturais. Os participantes poderão ainda explorar técnicas de resgate em avalanches e de segurança na neve.

O prestigiado Prémio Europeu de Segurança Contra Incêndios será atribuído durante o seminário e tem como objetivo distinguir os melhores projetos comunitários na área da segurança contra incêndio. As inscrições para os projetos terminam a 15 de janeiro de 2025.

Café com Segurança de outubro dedicado ao tema

“A segurança nas escolas”

No passado dia 3 de outubro, a APSEI realizou, nas suas instalações no Candal Park, mais uma edição do “Café com Segurança”. O tema desta sessão foi “A Segurança nas Escolas”, e contou com mais de 20 participantes.

Entre os presentes, referimos: Rui João e Miguel Fernandes, representantes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC); Rui Ribeiro, Comandante dos Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia; Maria Paula Azevedo, da Proteção Civil da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia; David Macedo, Maria João Oliveira e Vítor Lima, da Proteção Civil da Câmara Municipal da Trofa; Susana Bernardo, Presidente do Núcleo Autónomo de Proteção Ativa (NAPA); Isabel Galhardo, Presidente do Núcleo Autónomo de Segurança no Transporte de Mercadorias Perigosas (NAMP); bem como João Emídio Almeida, Vítor Primo e outros associados da APSEI, além de várias pessoas interessadas na área da segurança.

Durante o encontro foram discutidas as diferentes realidades vividas nas escolas portuguesas em termos de segurança, destacando-se tanto boas práticas como desafios a superar. Ficou evidente o empenho de todas as entidades envolvidas em melhorar a segurança nas escolas, sendo uma das soluções apontadas o reforço das ações de sensibilização junto da comunidade escolar.

APSEI organiza evento de brainstorming com os associados

APSEI marca presença na 17ª Assembleia Geral da IASA

No passado dia 16 de outubro, o evento “Pensar APSEI” ofereceu a possibilidade de os Associados reforçarem laços, partilharem experiências e discutirem os rumos futuros da Associação.

Sob o tema “Participar para Pensar um Futuro Sustentável”, os Associados foram convidados a integrar as diversas mesas de trabalho, participando na discussão de temáticas relacionadas com o Associado, a Formação, os Eventos e a Notoriedade e Responsabilidade Social.

Após os debates e recolha de opinião, foram apresentados os resultados e respetivas conclusões.

Este evento teve lugar simultaneamente em Sacavém, Vila Nova de Gaia e online.

Nos passados dias 7 e 8 de outubro, a 17ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Conselheiros de Segurança (IASA). Com a presença de 28 participantes de 14 países, a representação da APSEI foi assegurada por João Cezília (NAMP) tendo os trabalhos incidido, entre outras matérias, sobre a participação da IASA nas futuras sessões plenárias da Reunião Comum RID/ ADR/ADN e do WP.15, da possibilidade de análise de algumas propostas do CEFIC, nomeadamente em matéria de parcerias para Auditor SQAS e do desenvolvimento de procedimentos para operação com cisternas. As diferentes interpretações nacionais sobre a figura do expedidor e do destinatário nos novos conceitos logísticos, bem como as novas abordagens relacionadas com a distribuição de última milha foram igualmente matérias relevantes e enriquecedoras do debate efetuado. Saiba mais sobre os temas discutidos aqui.

APSEI participa nas reuniões da CFPA-Europe

APSEI debate deteção de incêndios em explorações pecuárias

Trabalhos da segunda General Meeting de 2024 da European Association for Passive Fire Protection.

Assembleia Geral EAPFP

Em outubro, a APSEI esteve em Ljubljana, Eslovénia, nas reuniões da CFPA-Europe, a Confederação Europeia das Associações de Segurança. Enquanto representante das empresas de segurança em Portugal, participou nas Comissões de Security, Fire, Training e Marketing. Ao longo de dois dias de reuniões, foram definidos os objetivos das Comissões para os próximos três anos, incluindo a partilha de conhecimento, apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias, criação e atualização de guias de boas práticas e o reforço da influência da Confederação junto do setor. A próxima reunião será em março de 2025, em Vernon, França.

Em outubro, a APSEI promoveu um debate online sobre soluções para deteção de incêndios em explorações pecuárias, com enfoque nas exigências legais e normativas atuais. O evento, que contou com o patrocínio da associada SANCO, abordou a aplicação dos Sistemas Automáticos de Deteção de Incêndio (SADI) nestes ambientes específicos, onde os desafios diferem dos encontrados em edifícios convencionais. Com a participação da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a iniciativa reuniu mais de 400 profissionais, destacando-se como um espaço de reflexão sobre este tema.

Decorreu, nos dias 5 e 6 de novembro, a segunda General Meeting de 2024 da European Association for Passive Fire Protection (EAPFP), tendo estas reuniões de trabalho sido realizadas presencialmente em Paris, bem como online, via através da qual a APSEI se fez representar.

Nestas reuniões foi aprovada a Ata da General Meeting decorrida nos dias 17 e 18 de junho, nas instalações da APSEI em Sacavém, bem como discutidas as estratégias desta Associação Europeia no que diz respeito ao futuro do Regulamento dos Produtos de Construção, a ser publicado brevemente pela Comissão Europeia, bem como no que concerne às normas de produto, de ensaio e de classificação para soluções de proteção passiva contra incêndio.

Teve lugar em Lisboa, nos dias 26 e 27 de novembro, reuniões e um workshop de grande relevância para o setor, promovidos pela APSEI e a Euralarm.

Euralarm e APSEI promovem reuniões e workshop em Lisboa

Publicação de Normas ONS/APSEI

APSEI participa na

Comissão Nacional de Acompanhamento da Legislação de SCIE

A APSEI, enquanto membro da Comissão Nacional para o Acompanhamento da Legislação de SCIE, à semelhança dos trabalhos que têm decorrido nos últimos anos, incluindo no primeiro semestre de 2024, deu continuidade à participação nas reuniões desta Comissão, designadamente nos meses de outubro, novembro e dezembro.

As reuniões da Comissão de Acompanhamento tiveram como objetivo dar continuidade à discussão das estratégias para o futuro da regulamentação de segurança contra incêndios em edifícios, tendo sido dado início aos trabalhos de revisão de alguns dos principais Diplomas atualmente em vigor.

Nos dias 26 e 27 de novembro, a APSEI acolheu em Lisboa os membros da Euralarm, uma das principais organizações europeias na área da segurança eletrónica e proteção contra incêndios. O evento teve lugar no Hotel Eurostars Universal, no Parque das Nações, e incluiu reuniões de secções, reuniões de direção e um workshop de grande relevância para o setor.

Na qualidade de membro da Euralarm, a APSEI apoiou a organização do evento e participou nas diversas sessões de trabalho. O workshop destacou-se ao abordar dois temas cruciais para a indústria:

— “How do building automation and control systems impact the energy efficiency of buildings and our industry”, apresentado por Gusts Kosovics, da European Building Automation and Controls Association.

— “A Competitiveness Strategy for Europe — Review of the Draghi Report”, conduzido por Nikolaos Stamoulis, Presidente do Comité Financeiro da Euralarm. O evento, exclusivo para os membros da Euralarm e associados da APSEI, contou ainda com um almoço de networking, que reuniu mais de 50 profissionais do setor oriundos de várias partes da Europa. Esta iniciativa proporcionou um ambiente de partilha de conhecimentos e de debate sobre os desafios e oportunidades que se colocam à indústria a nível europeu.

Foi publicada, no passado mês de setembro, a norma NP EN 15004-1:2024 “Sistemas Fixos de extinção de incêndios — Sistemas de extinção por agentes gasosos — Parte 1: Projeto, instalação e manutenção (ISO 145201:2015, modificada)”, tendo o trabalho de tradução sido realizado pela CT46/ SC2/GT3.

A NP EN 15004-1 constitui um importante referencial de dimensionamento de sistemas fixos de extinção por agentes gasosos, sendo referido para este efeito na Nota Técnica nº 17 da ANEPC, publicada pelo Despacho nº 8955/2020, de 17 de setembro. Foi também publicada a norma NP EN ISO 7070:2024 “Símbolos gráficos — Cores de segurança e sinais de segurança — Sinais de segurança registados (ISO 7010:2019)”, bem como as respetivas adendas NP EN ISO 7010:2024/A1:2024, NP EN ISO 7010:2024/A2:2024 e NP EN ISO 7010:2024/A3:2024, cujas traduções foram realizadas pela CT46/SC4.

A NP EN ISO 7010 é também referida enquanto principal referencial para a sinalização de segurança na Portaria nº 135/2020, de 2 de junho, que aprova o Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios, para os casos que não estejam abrangidos pela Portaria n.º 1456–A/95, de 11 de dezembro.

Durante o mês de novembro foi ainda publicada a NP EN ISO:2023/A1:2024 “Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho Requisitos e orientação para a sua utilização Emenda 1: Ações relativas às alterações climáticas (ISO 45001:2018/Amd 1:2024)”, tratando-se da primeira emenda à NP EN ISO 45001:2023.

Estes documentos normativos foram editados e publicados pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ), entidade na qual poderão ser adquiridos.

Direção da APSEI fortalece parcerias institucionais para o triénio 2024–2026

A Direção da APSEI, eleita em abril para o triénio 2024–2026, promoveu a realização de reuniões institucionais com diversas entidades e organismos nacionais. Estas reuniões tiveram como objetivo o fortalecer os laços e as ações de colaboração entre as entidades, nomeadamente para dar continuidade à participação no desenvolvimento e revisão da legislação nas diversas áreas de atuação da Associação, bem como para o desenvolvimento de projetos institucionais e de documentação técnica a disponibilizar aos Associados.

Neste sentido, a Direção da APSEI realizou reuniões com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Polícia de Segurança Pública (PSP), Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e Comissão Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas (CNTMP).

Núcleos Autónomos da APSEI aprovam Planos de Atividades para 2025

Os cinco Núcleos Autónomos da APSEI reuniram-se em outubro para as Assembleias de aprovação dos planos de atividade. Durante estas reuniões, foram apresentados os resultados das atividades realizadas ao longo do ano e discutidos os planos para 2025. Os Núcleos, que atuam em áreas como proteção ativa e proteção passiva contra incêndio, segurança eletrónica, segurança no trabalho e transporte de mercadorias perigosas, discutiram e aprovaram juntamente com os associados as suas propostas de Plano de Atividades para o próximo ano.

Participantes da última edição de “Café com Segurança”.

“Medidas de autoproteção” em discussão

na

última edição do Café com Segurança
32ª

fase de certificação de gases fluorados

A edição do Café com Segurança que decorreu no passado dia 7 de novembro, contou com a presença de 30 participantes, entre os quais: Sandra Salgueiro e Emílio Ferreira, representantes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Armando Soares, Técnico Superior do Regimento Sapadores Bombeiros da CMP, bem como Leça Coelho, João Almeida, Samuel Silva, Marco Miguel e vários associados da APSEI, além de pessoas com interesse pela segurança.

Durante o debate foram abordados diversos temas relativos às medidas de autoproteção tais como a sua relevância e necessidade de implementação.

Discutiu-se a importância das autoridades, bem como da APSEI, intervirem massivamente por forma a implementarem campanhas de divulgação e sensibilização de toda a população.

Mais informações aqui.

Realizou-se, no dia 6 de dezembro, a 32ª Fase de Avaliação para a certificação de empresas e técnicos no âmbito da intervenção e deteção de fugas de sistemas fixos de extinção e extintores que contenham gases fluorados, conforme exigido no Decreto-Lei nº 145/2017, de 30 de novembro.

Em 2024 foi concedida a certificação a 5 novas empresas e a 18 novos técnicos, tendo ainda decorrido duas fases de renovação da certificação, continuamente em ambos os semestres, nas quais foi concedida a renovação a 2 empresas e 5 técnicos.

A próxima fase de avaliação para certificação inicial decorrerá, previsivelmente, em maio de 2025, podendo qualquer empresa interessada remeter o seu processo de candidatura, cujas informações estão disponíveis aqui

Seminário da SFPE destaca sistemas de proteção com moderação da APSEI

A SFPE-Portugal realizou, em novembro passado, o seminário “Segurança contra Incêndio em Edifícios Industriais”, na Fundação Cidade de Lisboa. O evento destacou as especificidades dos riscos de incêndio em edifícios industriais, abordando temas como fontes de ignição, toxicidade de materiais e riscos de explosão.

A APSEI participou na iniciativa, com Bruno Pinto, Diretor Técnico, a moderar o painel “Sistemas de Proteção”. O seminário ofereceu uma visão abrangente sobre segurança contra incêndio, reunindo especialistas e promovendo a partilha de boas práticas no setor industrial.

Momento de homenagem ao Engº José Alberto Franco, pelo prestigiado trabalho desenvolvido em prol do setor e do crescimento da CNTMP ao longo destes 50 anos.

APSEI colabora na comemoração dos 50 anos da CNTMP

No passado dia 2 de outubro decorreu o evento comemorativo dos 50 anos da Comissão Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas (CNTMP), o qual contou com a colaboração e participação da APSEI.

A APSEI viu-se representada no painel "Segurança no âmbito do Transporte", por Isabel Galhardo, atual presidente do Núcleo Autónomo de Segurança no Transporte de Mercadorias Perigosas (NAMP) da Associação. A segurança, a operação e

inoperabilidade, bem como a importância da formação e as perspetivas futuras para o setor, foram apenas alguns dos temas debatidos entre os diversos oradores e os mais de 130 participantes.

Esta data ficou ainda marcada pela homenagem prestada ao Eng.º José Alberto Franco, pelo prestigiado trabalho desenvolvido em prol do setor e do crescimento da CNTMP ao longo destes 50 anos.

Na preparação desta iniciativa a APSEI colaborou ainda na criação da imagem gráfica da Comissão e na publicação do Opúsculo “50 anos—A contribuir para a Segurança e Inovação do setor” evocando as principais atividades desenvolvidas pela Comissão, o qual foi distribuído no evento.

Painel III—As smart cities e as baterias de lítio metal e lítio iónico: mercadoria perigosa como fonte energética?, com moderação de Isabel Galhardo Morais da APSEI.

O stand da APSEI no espaço da exposição.

APSEI marca presença no Fórum de Segurança em Braga

Security Summit 2024 conta com participação da APSEI

Entre os dias 8 e 10 de outubro, o Security Summit 2024—A Segurança Eletrónica nas Cidades Inteligentes foi um dos destaques do evento Portugal Smart Cities, realizado no Auditório “Fundação AIP”, em Lisboa.

Este ciclo de conferências reuniu especialistas e empresas do setor da segurança para debater soluções inovadoras e os desafios enfrentados pelas cidades inteligentes.

A APSEI integrou o Conselho Estratégico deste evento, contribuindo ativamente para a definição de dois importantes painéis de debate:

— Gestão otimizada de parqueamento em edifícios públicos e privados;

— As smart cities e as baterias de lítio metal e lítio iónico: mercadoria perigosa como fonte energética?

Além disso, ao longo dos três dias, a APSEI marcou presença com um stand no espaço de exposição.

Nos dias 5 e 6 de novembro, decorreu em Braga mais uma edição do Fórum de Segurança, um evento dedicado às áreas da Prevenção e Segurança. Ao longo de dois dias, especialistas de renome nacional e internacional partilharam conhecimentos e estratégias para impulsionar o desenvolvimento do setor.

A APSEI esteve presente como expositora, apresentando as suas iniciativas e dando a conhecer as vantagens que empresas e profissionais do setor podem usufruir ao aderirem à Associação. O evento proporcionou ainda diversos momentos de networking, que facilitaram a troca de ideias e o fortalecimento de parcerias.

Tiandy

Inovação e fiabilidade na indústria de videovigilância

Com mais de 30 anos de experiência, a Tiandy estabeleceu-se como um dos principais fabricantes de videovigilância do mundo. Ocupa o terceiro lugar no mercado de segurança chinês e o sétimo mundialmente. A marca destaca-se por oferecer soluções avançadas que cumprem os mais elevados padrões internacionais de segurança e qualidade.

Sendo uma marca dedicada exclusivamente à videovigilância, conseguiu desenvolver um número notável de pontos de diferenciação no mercado, entre os quais se destacam:

— Certificação NDAA: os seus produtos podem ser utilizados em projetos governa-

mentais nos Estados Unidos, cumprindo rigorosas normas de segurança.

— Distribuição com vocação europeia: a sua equipa técnica e comercial, localizada em Madrid, garante tempos de resposta rápidos para melhorar a experiência do cliente.

— Controlo de qualidade: com uma taxa de RMA inferior a 0,1%, a Tiandy é líder na fiabilidade das suas soluções.

— Cibersegurança: têm um departamento dedicado à proteção de dados e privacidade, sublinhando o seu compromisso com a segurança.

Estes fatores fazem da Tiandy uma escolha segura e fiável para projetos de videovigilância.

Contimetra

Sessões técnicas sobre registos corta-fogo e registos de controlo de fumo

O Grupo Contimetra/Sistimetra tem reunido grupos de profissionais em sessões técnicas sobre registos corta-fogo e registos de controlo de fumo.

Estamos comprometidos em dotar os profissionais de conhecimento legal e técnico essencial para a seleção, instalação e manutenção destes componentes críticos à segurança contra incêndios em edifícios tornando-os mais seguros.

As sessões, divididas em várias partes, abordaram temas como:

— Importância dos regulamentos e da certificação dos produtos;

— A Importância de utilizar registos corta-fogo e controlo de fumos motorizados;

Eng. António Sampaio a conduzir a Sessão Técnica sobre Proteção Contra Incêndios em Edifícios com Sistemas Centralizados de Tratamento e Distribuição de Ar.

Sinalux/Everlux

Com forte presença internacional em 2024

— Montagem correta dos registos corta fogo: passo a passo para garantir a sua eficácia;

— Matriz de Comando e motorização de eventos: otimizando a segurança e o controlo;

— Verificação periódica: como garantir o bom funcionamento dos registos;

— Selagem de Registos Corta Fogo;

— Vantagens e Benefícios dos sistemas AURASAFE e TroxNetCom;

— Integrações entre SADI-SACE-GTC. Veja a 1ª Parte da Sessão Técnica sobre Proteção Contra Incêndios em Edifícios com Sistemas Centralizados de Tratamento e Distribuição de Ar, apresentada pelo Eng. António Sampaio no nosso canal do YouTube

As marcas Sinalux/Everlux reforçam, a cada ano, a sua presença nos mercados internacionais com a participação nos eventos mais importantes do setor.

Este ano, a Sinalux/Everlux marcou presença em 13 países da Europa, Ásia, África e América, sendo que algumas destas participações foram destinadas às várias gamas de produto das marcas, como o Excellence by Sinalux/Everlux; a Everlux Maritime, sinalização de segurança fotoluminescente para o mercado marítimo; e a Everlux para os Transportes Públicos.

A marca Masterlux, relançada este ano, com inovadoras soluções de iluminação e sinalização de segurança esteve, também, presente em eventos de referência a nível nacional.

O ano de 2025 promete já ser bastante viajado, com presenças confirmadas em feiras na Ásia (Intersec Dubai, em janeiro, e Sea Asia, Singapura, em março), Europa (Feuertrutz, Alemanha, em junho, e The Fire Safety Event, Reino Unido, em abril) e América (NFPA, Estados Unidos da América, em junho).

Stand Sinalux na Proteger— Conferência de Segurança.

LIGHTSYS AIR: A NOVA ERA DA SEGURANÇA SEM FIOS

A LightSYS Air da RISCO é um sistema de segurança sem fios, ideal para residências e empresas, que simplifica a instalação e a operação.

— Tecnologia RF melhorada: Este sistema foi projetado para funcionar de forma ideal mesmo nos ambientes mais desafiadores, eliminando a necessidade de repetidores ou expansores adicionais, o que simplifica a instalação e reduz os custos operacionais;

— Conectividade IP e WiFi integradas: Com módulos de IP e WiFi, permite conectividade rápida e mensagens de voz personalizáveis em diversos idiomas, mantendo o usuário informado;

— Elevada escalabilidade: Suporta até 128 zonas sem fios, 32 partições e 128 utilizadores, adaptando-se a diferentes tamanhos de instalação;

— Configuração fácil: A HandyApp possibilita configuração local e remota, com controle flexível via teclado ou software, facilitando personalizações;

— Design estético e compacto: Integra-se bem em qualquer ambiente, oferecendo um toque sofisticado sem comprometer a segurança;

— Armazenamento de eventos: Capaz de armazenar até 2000 registos, oferece controle detalhado dos eventos, reforçando a segurança e a privacidade;

— Eficiência energética: Consumo mínimo em standby e bateria de lítio de reserva, garantindo operação contínua mesmo em falhas de energia.

A LightSYS Air da RISCO destaca-se pela sua facilidade de instalação, adaptabilidade e conectividade avançada, superando a concorrência em termos de flexibilidade e design. É a solução perfeita para quem procura segurança avançada sem complicações.

SINALUX COM NOVAS SOLUÇÕES NO CATÁLOGO

Atenta à realidade nacional, ao mercado e às necessidades dos seus clientes, a Sinalux voltou a reforçar o seu catálogo com novas soluções de sinalização de segurança fotoluminescente e de acessórios complementares.

Desde logo, a marca sentiu necessidade, por parte do mercado, de sinalização adequada para os locais de carregamento de viaturas elétricas, com instruções de segurança importantes devido ao risco de incêndio e risco de choque elétrico, bem como procedimentos importantes a seguir para boas práticas nesses locais.

Outra das necessidades prendia-se com sinalização de agente bloqueador de painéis fotovoltaicos, para prevenção ou contenção de incêndio nos mesmos.

E, igualmente, outra das novidades do catálogo é uma base de fixação ao solo para instalação de postes, que se revelou uma necessidade premente do mercado.

Estes novos produtos podem, igualmente, ser consultados no catálogo digital Sinalux em www.sinalux.com.

Formação em foco
Gestão de emergência: Do planeamento à avaliação de exercícios.
A importância da preparação para a emergência nas organizações.

A obrigatoriedade e a realização de exercícios e simulacros de emergências decorrem de diversos requisitos legais existentes na nossa legislação de segurança e ambiente. A execução destes exercícios deverá constituir uma boa prática das organizações que pretendem colocar como prioridades a salvaguarda da vida humana, a redução do impacto ambiental e a continuidade de negócio.

Arriscar na realização de um exercício de alta exigência sem passar por exercícios mais simples e sectoriais—formações das respetivas equipas e familiarização com as instruções e auxiliares de memória, seminários, exercícios de decisão (TTX), exercícios de comunicações e de gestão de emergência/crise (CPX), exercícios de briefing aos meios de socorro, etc.—abre a porta a falhas potenciais, por não terem sido identificadas as vulnerabilidades e fragilidades através de exercícios menos complicados e enquadrados

A formação de Gestão de Emergência: Do Planeamento à Avaliação de Exercícios, um curso da APSEI criado por Carlos Dias.

num programa de exercícios levando a algo altamente nefasto, desencorajador e desmotivador.

O programa de exercícios deve ser o mais abrangente possível, com uma calendarização sequencial que deve ser lógica e contínua e que possa conduzir à realização de

exercícios mais complexos em que cada um assenta no anterior, até que os exercícios sejam o mais próximo possível da realidade. É aconselhável que se passe de um determinado tipo de exigência para outra maior, com a prévia sedimentação da evolução e, principalmente, a capacidade de manutenção da evolução adquirida.

Muitas das respostas bem-sucedidas que ocorreram no passado e em situações reais demonstram que o facto de exercitar paga enormes dividendos quando uma emergência ocorre.

Manutenção de Extintores

Normativos legais

Como é estruturado o curso de Manutenção de Extintores da APSEI e a que normativos legais esta formação dá resposta?

O Curso de Manutenção de Extintores da APSEI é estruturado de forma a proporcionar aos participantes uma compreensão sólida e abrangente, tanto dos aspetos teóricos quanto práticos da manutenção e verificação de extintores, com foco na segurança e no cumprimento das normas legais aplicáveis.

Segundo a NP 4413:2019 mencionada no Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios (RT-SCIE) a estrutura do curso é organizada em módulos de 16 horas teóricas seguidas de 16 horas práticas em Oficina.

Este curso foi projetado para fornecer uma formação completa e prática, com base nas normas e legislação nacionais, garantindo que os profissionais que o completam possam realizar manutenções de forma eficaz e segura. Isso contribui diretamente para a segurança nas organizações e para o cumprimento das obrigações legais, minimizando riscos e assegurando que os extintores estejam sempre operacionais para uso em caso de emergência.

Considera que a componente prática disponibilizada aos formandos na Formação de Manutenção de Extintores da APSEI, contribui para a formação de Técnicos mais qualificados? Em que medida? Sim, a componente prática na Formação de Manutenção de Extintores oferecida pela APSEI é fundamental para a

qualificação de Técnicos e Coordenadores de Manutenção. Essa prática permite que os formandos apliquem os conhecimentos teóricos em situações reais, desenvolvendo competências essenciais para a execução adequada das tarefas relacionadas com a manutenção de extintores. Entre os principais benefícios dessa abordagem estão o desenvolvimento de competências técnicas e práticas para lidar com diferentes tipos de extintores, diagnosticar problemas, realizar inspeções e efetuar manutenções seguindo as normas exigidas.

Pode descrever que tipo de atividades são normalmente realizadas pelos formandos na oficina prática?

São realizadas diversas atividades no decurso de uma formação de manutenção de extintores. Destaco as seguintes: — numa primeira fase, é realizada uma inspeção inicial do Extintor e a sua respetiva desmontagem, realizando a limpeza e também a substituição de componentes que se encontram desgastados ou danificados; — são, de seguida, realizados testes funcionais de forma a garantir a segurança do equipamento, onde se inclui, testes de estanquidade de forma a garantir que não haja fugas de pressão, teste do mecanismo de acionamento, como válvula de comando e também uma inspeção de funcionamento do manômetro (em extintores pressurizados);

— numa fase posterior, é realizada a atividade de recarregar o extintor que inclui a reposição do agente extintor

Ambiente em que se desenrola o Curso de Manutenção de Extintores ministrado pelo formador Ruben Fragoso com a assistência de Joaquim Ferro.

O Curso de Manutenção de Extintores da APSEI é estruturado de forma a proporcionar aos participantes uma compreensão sólida e abrangente (…)

(pó químico, água, CO2 e sparklers) conforme o tipo e as especificações do equipamento e a pressurização do extintor.

— por fim, é realizada a selagem e preparação final do extintor e a respetiva simulação de utilização.

É importante destacar que estas atividades são realizadas em ambiente controlado e supervisionadas por formadores experientes, garantindo, desta forma, que os formandos adquiram os conhecimentos práticos necessários para aplicar no âmbito da sua atividade profissional.

Do ponto de vista da Segurança de pessoas e bens, considera que a formação em Manutenção de Extintores é, mais do que um requisito legal, uma forma de consciencialização para os perigos de uma manipulação incorreta deste tipo de equipamentos e suas possíveis consequências?

Sim, a formação em Manutenção de Extintores é, sem dúvida, mais do que um requisito legal, desempenhando um papel fundamental sobre os perigos e riscos associados à manipulação incorreta desses equipamentos.

Quando se trata da segurança de pessoas e bens, os extintores são uma ferramenta crucial para executar a primeira intervenção em caso de incêndio. No entanto, se não

forem mantidos ou verificados corretamente, os extintores podem falhar no momento crítico, resultando em danos materiais, lesões ou até mortes. A formação adequada garante que os profissionais responsáveis pela manutenção desses equipamentos compreendam não apenas as normas e procedimentos técnicos, mas também a importância de garantir que os extintores estejam sempre em condições de ser utilizados.

Na sua opinião, o que diferencia a formação APSEI das restantes disponíveis no Mercado?

A formação da APSEI destaca-se no mercado principalmente por diferentes fatores chave: a qualidade técnica, o reconhecimento institucional e a adaptação às necessidades específicas do mercado português. Também a forte aposta numa componente mais prática, projetada para aplicar diretamente os conhecimentos adquiridos a situações reais se assume como um elemento altamente diferenciador.

É a conjugação de todos estes elementos que, na minha opinião, fazem com que a formação oferecida pela APSEI seja altamente valorizada, especialmente em áreas relacionadas com a segurança e a prevenção de riscos.

A segurança como fator chave na gestão de centros comerciais

Durante a época de Natal e de Ano Novo, os centros comerciais registam um aumento na circulação e permanência de pessoas e mercadorias. Neste contexto, torna-se fundamental rever e reforçar as medidas de segurança destes espaços, das quais se destacam os sistemas de alarme por voz e as medidas de evacuação, bem como a manutenção rigorosa dos sistemas de proteção contra incêndios e dos sistemas de segurança eletrónica.

A segurança em centros comerciais é um desafio conjunto que exige planeamento, formação, sensibilização, inovação tecnológica e colaboração próxima com as autoridades, tendo como objetivo a garantia de que estes espaços são acolhedores e seguros.

GESTÃO DA SEGURANÇA

EM GRANDES SUPERFÍCIES

COMERCIAIS

Diretor Nacional de Segurança Auchan Retail Portugal

A génese dos centros comerciais é difícil de apurar. Sejam quais forem as raízes mais longínquas, certo é que os centros comerciais, enquanto realidade urbanística verdadeiramente planeada, surgem nos EUA em meados de 1950 e na Europa nos anos de 1960.

As grandes lojas mais especializadas, os supermercados, os hipermercados e por fim os grandes centros comerciais, vieram dar um sentido completamente diferente à expressão “ir às compras”.

Com estruturas arquitetónicas projetadas ao pormenor, estes espaços comerciais representam uma modalidade de organização funcional e espacial.

O ambiente de segurança que enfrentamos hoje e no futuro é cada vez mais fluido e moldado por uma combinação dinâmica de desafios e oportunidades contínuos e emergentes. O conceito de segurança evoluiu e alargou-se para incluir ameaças não tradicionais, como o crime organi-

zado, as catástrofes naturais e as pandemias. Estas ameaças têm impacto em todos os aspetos da segurança, incluindo naturalmente as grandes superfícies comerciais. Este novo contexto de segurança complexo e interligado requer uma abordagem mais ampla da gestão de riscos, que é alcançável através de um paradigma de resiliência.

Este novo e importante imperativo estratégico, a resiliência organizacional. Deve incentivar as organizações a desenvolverem uma capacidade mais orgânica para lidar com ocorrências súbitas, especialmente no contexto de um ambiente cada vez mais complexo e de “incerteza”, como a atual conjuntura social e económica, ou determinadas épocas sazonais, como o Natal que se aproxima e em que todos nós com as nossas famílias, queremos disfrutá-la com elevado sentimento de segurança.

A premissa subjacente à abordagem de todas as ameaças nestes espaços comerciais é que, os proprietários e operado-

Toda a atividade que se desenrola dentro dos espaços comerciais é monitorizada de modo a garantir a segurança dos seus utentes, salvaguardando a privacidade.

res têm a oportunidade de ajustar as medidas de segurança e outras disposições para mitigar os riscos num ambiente de ameaça alterado. Um dos principais benefícios desta abordagem baseada nos riscos é a capacidade de diferenciar claramente os ambientes de segurança e a adequação de diferentes medidas e respostas. Esta abordagem oferece uma base para lidar com ameaças duradouras, como o terrorismo e as alterações climáticas, uma vez que é acessível e gerível para os proprietários e operadores, criando assim superfícies comerciais mais resilientes.

Muitos gestores destes espaços comerciais já perceberam que as estratégias corporativas tradicionais não estão a proteger o seu negócio e o seu património mais valioso—as pessoas, de uma crise inesperada. As organizações precisam de ser resilientes, precisam de ser capazes de absorver um evento que requer mudança, de se adaptar e continuar a manter a sua vantagem competitiva e rentabilidade.

A viabilidade e a sustentabilidade das organizações continuam a ser testadas num mundo em constante mudança, predominantemente através da globalização impulsionada pela inovação tecnológica, e com ela surge uma série de novas ameaças e desafios, obviamente potenciadas em períodos de maior trafegabilidade de clientes nestes espaços, como o Natal.

Os gestores destes espaços, conscientes da sua função na comunidade onde se inserem, devem desenvolver esforços permanentes com vista à redução do risco, mantendo-o em níveis aceitáveis. Tal significa que, para além dos esforços de prevenção e mitigação, as organizações têm de desenvolver ações de preparação, mecanismos de alerta, capacidade de resposta e de recuperação e ainda por fim serem capazes de melhorar continuamente.

As orientações estratégicas para a gestão da segurança nas grandes superfícies comerciais estabelecem uma abordagem da preparação baseada no risco.

O risco é função de três variáveis: ameaça, vulnerabilidade e consequência. Tanto a ameaça como a vulnerabilidade são influenciadas por as probabilidades de eventos que são altamente incertos. A fim de compensar essa incerteza, as orientações devem estabelecer pressupostos comuns para orientar o planeamento relativamente a potenciais vulnerabilidades e consequências (ou impactos) de incidentes graves. A análise da gama de impactos potenciais é essencial para a definição de capacidades (ou seja, quantos são necessários) e proficiência (ou seja, quão bem eles devem ser capazes de executar). Estas capacidades devem refletir-se nos planos de operações de emergência (a curto prazo) e em estratégias de preparação (a longo prazo).

O conceito segurança nas grandes superfícies comerciais é um conceito muito amplo e significa mais do que substancialmente nos parece, por isso, a preparação é a base do sucesso de um Sistema de Gestão de Incidentes e a implementação de um ciclo de preparação deve incluir o operador local e responsável pela primeira intervenção, outros parceiros públicos, privados e os clientes, conforme o caso.

Num período como o Natal, por exemplo, em que a caraterização da ameaça e o potencial de exposição ao risco nas grandes superfícies comerciais aumenta substancialmente, as missões de prevenção e proteção podem sistematizar-se em:

A inteligência artificial (IA) é uma grande aliada para a segurança, já que permite uma tomada de decisão mais eficiente, com maior velocidade e menor incidência de erros.

Monitorizar — “Ver” uma variedade de eventos e atividades em tempo real;

Deter — Suscitar preocupações credíveis sobre o risco de detecção;

Avaliar — Realizar avaliações posteriores de eventos registados;

Responder — Garantir intervenções baseadas em ativações discretas;

Informar e habilitar — Gerar informação útil e oportuna para as decisões de negócio;

Conformidade — Garantir a conformidade legal e o apoio ao processo de negócios;

“Reassegurar” — Fornecer segurança através da presença visível;

Identificar e alertar — identificar automaticamente eventos que possam justificar uma resposta humana/de sistemas.

O enviesamento da perceção pode muitas vezes permear o pensamento de uma organização sobre o risco previsível. Este enviesamento tende a desvalorizar cenários que não ocorreram na experiência recente do decisor, e contorna uma tentativa séria de provar ou refutar a sua plausibilidade.

Argumenta-se que as organizações que constroem resiliência organizacional através de uma tomada de decisão

distribuída, unificada por um forte sentido de apropriação e propósito sobre as prioridades de resposta, e auxiliada por ferramentas e técnicas adaptáveis, podem ter uma maior capacidade para lidar com eventos previsíveis e imprevistos. O planeamento baseado em cenários continua a desempenhar um papel importante para todos os decisores, no entanto, precisam de ver toda a mitigação e resposta aos riscos como parte do seu papel, e estar habilitados a realizá-lo. Para isso é fundamental que adotem os seguintes passos em permanência:

1. CRIAR PROTOCOLOS DE SEGURANÇA

A padronização e a definição clara de como os processos de segurança devem ser executados são os primeiros passos para evitar erros e acidentes. Por isso, é necessário criar protocolos de segurança que incluam a sua equipa de colaboradores, empresas terceirizadas e fornecedores.

2. TREINAR A SUA EQUIPA

De nada adianta criar protocolos de segurança rigorosos se os seus colaboradores não estiverem preparados para colocá-los em prática. Sendo assim, é indicado chamar profissionais especialistas na área para treinar a sua equipa, que instruam sobre a importância dos métodos de segurança na execução das suas atividades quotidianas.

3. MAPEAR OS SETORES E OS PROCESSOS DE RISCO

Cada risco envolvido requer um cuidado específico. Partindo desse princípio, é necessário fazer o mapeamento de todos os setores do processo, a fim de identificar quais os riscos que devem ser neutralizados ou mitigados e de que forma isso deve ser feito.

4. FAZER MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Não são apenas os erros humanos que podem comprometer a segurança nas grandes superfícies comerciais. As falhas em equipamentos e sistemas também podem trazer riscos acrescidos. Para que isso não aconteça, é essencial fazer manutenções preventivas.

5. INVESTIR EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A inteligência artificial (IA) é uma grande aliada para a segurança, já que permite uma tomada de decisão mais eficiente, com maior velocidade e menor incidência de erros.

A IA começa a ser uma tendência-chave de tecnologia na segurança e deverá vir a ser um dos motores fundamentais da mudança na segurança nas grandes superfícies comerciais.

Para o futuro espera-se mais robótica e soluções de monitorização e controlo automática e remota, bem como, tecnologias baseadas em reconhecimento visual que melhoram as operações de segurança.

O Natal é um período festivo que origina grandes concentrações em ambientes em que os sentidos dos visitantes se dispersam pelas constantes interacções e pela diversidade de ofertas, cores e luzes, o que proporciona condições para exploração maliciosa das vulnerabilidades nestes espaços, como o conflito, o furto, a burla ou mesmo até a materialização de atos subversivos.

A presença de uma equipa de vigilantes bem treinados, eficaz, que explore conceitos inovadores e que ofereça proximidade e conforto, é fundamental. Estes profissionais atuam de forma proativa, identificando comportamentos suspeitos e adotando medidas preventivas face a situações disruptivas ou de emergência, orientando visitantes e lojistas e garantindo a rápida evacuação, caso necessário.

Para garantir uma segurança preventiva e não comprometer a imagem do espaço comercial e a satisfação dos visitantes, a resposta é por norma garantida por uma das ferramentas mais eficazes na Segurança Preventiva nos espaços comerciais, as câmaras de vigilância.

Estas câmaras, instaladas em pontos estratégicos permitem o acompanhamento contínuo de atividades suspeitas, facilitando a identificação de possíveis ameaças, proporcionam vigilância em tempo integral e permitem uma resposta rápida em caso de incidentes.

O controlo de acessos a áreas restritas, os sistemas de alarme e um bom plano de comunicação são uma camada adicional na segurança destes espaços para uma resposta qualificada, rápida e eficiente.

O sentimento de segurança dos utilizadores das superfícies comerciais é perceptível e reforçado quando há ausência ou controle das ameaças e ilicitudes que assolam a sociedade, e quando lhes é proporcionada uma qualidade de vida agradável e todos podem desfrutar de um ambiente confortável e de uma experiência de compra prazenteira e memorável.

Hoje, em Portugal, verifica-se um considerável alarmismo social em torno do crime, sobretudo baseado na ideia de que o crime está a aumentar e, como consequência aumenta a insegurança e os riscos para os cidadãos em todos os ambientes por ele frequentados, mas as grandes superfícies comerciais continuam a garantir espaços diferenciadores onde está assegurada a componente da condição de bem-estar que se produz pelo controlo das circunstâncias de risco.

SISTEMAS DE ALARME POR VOZ

OS CENTROS COMERCIAIS

SÃO LUGARES SEGUROS E PROTEGIDOS?

Em Portugal, a segurança de espaços públicos como centros comerciais é uma preocupação constante. O risco de incêndio, atentados e outras emergências, exige a adoção de sistemas eficientes de comunicação, alarme e evacuação. Os sistemas de alarme por voz são essenciais para fornecer instruções claras e direcionadas às pessoas, minimizando a confusão, orientando as evacuações de forma ordenada e eficiente e assim reduzindo o risco.

Os sistemas de alarme por voz (SAV) são uma componente crucial nos planos de segurança contra incêndios e outras emergências em centros comerciais. Em Portugal, a sua implementação é há muito uma realidade, impulsionada essencialmente pelos promotores, proprietários e projetistas destes espaços. Não sendo estes sistemas de instalação obrigatória, segundo o Regime Jurídico da Segurança contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE), Lei nº 123/2019, de 18 de outubro, e aqui confesso não percebo porquê, há, no entanto, muita informação e normas europeias de uso obrigatório,

mais concretamente a Norma EN 54, partes 4, 16, 24 e 32, isto quando a opção é a de instalação de um sistema de alarme por voz. Dito isto há desde logo uma nota inicial muito importante, que é: não sendo obrigatória a instalação de um sistema de alarme por voz, se o promotor decidir optar pela sua instalação então há regras que têm de ser cumpridas.

Estes sistemas têm evoluído ao longo dos anos, com melhorias tecnológicas que garantem maior clareza, fiabilidade e flexibilidade na transmissão de mensagens de emergência. No entanto, o seu projeto e instalação devem ser cuidadosamente planeados, respeitando as normas nacionais e europeias, tendo em consideração diversos fatores técnicos, como a acústica do espaço, o ruído ambiente, a redundância do sistema e a operação e formação adequadas de todos os seus intervenientes, desde o projeto, passando pela instalação e fiscalização, operação e manutenção do sistema.

Um sistema de alarme por voz é um sistema mais ou menos complexo, dependendo do espaço, do edifício e dos requisitos específicos do sistema que se pretende instalar. O SAV é composto no essencial por colunas e/ou altifalantes de som distribuídos pelas zonas a cobrir, por amplificadores de som por zonas, processadores e matrizes de controlo e microfones, tudo interligado por sistemas que podem ser analógicos ou digitais por infraestruturas IP, e alimentados eletricamente por fontes de energia socorrida como UPS ou mesmo geradores.

Estes sistemas podem cumulativamente, ser utilizados para fornecer avisos ou informações ao público em geral, ou até mesmo serem utilizados para emissão de música ambiente. Em Portugal a obrigatoriedade segundo a lei é a instalação de sistemas de alarme. Um sistema de alarme traduz-se basicamente na difusão do alarme através de um sinal sonoro por uma sirene. Será isto efetivo e eficaz? Pessoalmente, e pesquisas comprovam-no, não! Não é efetivo nem eficaz, a não ser que exista um treino prévio das pessoas sujeitas a esse alarme ou sirene. O público em geral num centro comercial se ouvir uma sirene, em regra nada faz, e se alguma coisa fizer, muito provavelmente dirige-se a uma saída, sem qualquer orientação, podendo causar a confusão e o pânico nos ocupantes do espaço. Contrariamente, um sistema de alarme por voz que emita uma ou várias mensagens claras, gravada ou em direto por operador de segurança treinado, adequada à emergência em causa e até em diversas línguas,

pode certamente significar o controlo da emergência, uma evacuação ordenada, e no limite pode até salvar vidas.

O sistema de alarme por voz, como qualquer sistema de segurança e emergência, deve ser redundante, monitorizado para falhas, verificada a sua operacionalidade, inspecionado com regularidade, ser operado por técnicos treinados e com formação. Enfim, nada de novo para um sistema desta natureza! Mas, há efetivamente dois requisitos únicos e essenciais no dimensionamento e operação do sistema de alarme por voz que devem ser tidos em consideração, são eles a intensidade sonora (SPL – Sound Pressure Level) e a inteligibilidade (STI – Speech Transmission Index).

Um sistema de alarme por voz é bem dimensionado, e poderá cumprir com a sua função de emergência, sempre que, quando bem operado, permita emitir uma mensagem com uma intensidade de nível sonoro suficiente, capaz de se sobrepor a qualquer ruído existente, seja de equipamentos, seja de pessoas em pânico, ou outros. O segundo requisito, é para mim o mais importante, e é a inteligibilidade das mensagens. Este palavrão complicado é nada mais nada menos que a percentagem da mensagem difundida que entendemos ou compreendemos. Ou seja, uma mensagem inteligível é uma mensagem que bem articulada, com boa dicção e com a entoação adequada, permite que qualquer indivíduo que a ouça perceba o seu conteúdo.

Um exemplo bem sintomático destes dois requisitos, é o que se passa muitas vezes nos centros comerciais. Quantas vezes andamos no centro comercial e ouvimos uma mensagem a dizer: “pede-se ao proprietário do veículo…. qualquer coisa…blá…. blá….”. Nós até ouvimos a mensagem, sabemos que há um veículo, mas não entendemos qual a marca, a cor ou a matrícula do veículo. Isto significa que o sistema até tem intensidade sonora, nós ouvimos, mas não tem inteligibilidade por que nós não entendemos o que foi dito.

Resumindo, os sistemas têm de ter intensidade sonora adequada, que é o que nos permite ouvir, e têm de ter boa inteligibilidade, que é o que nos permite entender o conteúdo da mensagem.

Há ainda um grande mito em torno dos sistemas de alarme por voz, que é como quem diz, muitas vezes o técnico que fez a instalação e afinação ou a manutenção, refere que tudo está em conformidade, mas na realidade ninguém ouve ou entende qualquer mensagem difundida no centro comercial. Não é preciso nenhum especialista para fazer uma

Um sistema de alarme por voz, é bem dimensionado e poderá cumprir com a sua função de emergência, sempre que quando bem operado, permita emitir uma mensagem com uma intensidade de nível sonoro suficiente, capaz de se sobrepor a qualquer ruído existente, seja de equipamentos, seja de pessoas em pânico, ou outros.

avaliação rápida, eficaz e objetiva de um sistema de alarme por voz, aliás, qualquer pessoa que não tenha problemas ou deficiências auditivas, é em bom rigor o candidato perfeito para avaliar o sistema de som. E é tão simples como saber se uma pessoa qualquer (do público em geral) ouve e entende uma mensagem difundida. E o veredicto é simples, se essa pessoa “dita normal” sem deficiências/limitações auditivas conseguir ouvir, entender e se solicitada repetir a mensagem que foi difundida, então o sistema está a funcionar! Se por outro lado, a pessoa não conseguir repetir a mensagem que ouviu, seja por falta de nível sonoro ou por fraca inteligibilidade, o sistema não está a funcionar corretamente e não cumpre com a função para a qual foi previsto.

Claro está que um sistema de alarme por voz é mais que isto, mas no essencial é esta clareza nas mensagens que se pretende, e que se não existir algo está mal.

Tanto quanto sei, já nos anos noventa do século passado e durante os primeiros anos deste século, aquando do grande “boom” da construção destes espaços, os centros comercias foram projetados e instalados com sistemas de alarme por voz, e bem. Houve sempre a preocupação de integrar novas tecnologias e sistemas efetivamente seguros e eficazes em caso de emergência. As grandes questões são: foram efetivamente bem instalados? As normas foram devidamente

cumpridas? Houve uma fiscalização adequada? E passados todos estes anos, mantêm-se em operação de forma correta e em conformidade com as regras? Estes sistemas são regularmente mantidos e atualizados? E por fim quem fiscaliza? O quê? E como?…

E estas talvez sejam as interrogações sem resposta fácil. Estes sistemas de emergência podem ser projetados como qualquer outro sistema de segurança com softwares de modelação e simulação fiáveis, havendo em Portugal capacidade técnica e know-how para desenvolver projetos de qualidade e seguros, e há também equipamentos de teste e verificação dos sistemas instalados. O que não se percebe é como é que existem tantos sistemas a não cumprir a função para a qual foram projetados, e funcionam mal. Infelizmente são muitos os centros comerciais em que as mensagens difundidas não se percebem, e este é o sintoma primeiro de que algo está mal. Temos, como agentes responsáveis deste setor, que pensar em começar a garantir que os sistemas de alarme por voz são avaliados e certificados periodicamente como são todos os sistemas de segurança dos edifícios. Conhecer e garantir que os sistemas de alarme por voz estão em boas condições técnicas, operacionais e funcionais segundo as regras e as normas, é a certeza de que estamos a prevenir incidentes e salvar vidas.

CENTROS COMERCIAIS SCIE EM PERSPETIVA NA ÉPOCA

Dirceu Santos

Os centros comerciais fazem parte do nosso quotidiano há décadas. Nos últimos anos, apesar do forte crescimento do comércio digital, muito impulsionado pela pandemia covid 19, não se afigura de modo algum que os centros comerciais tenham reduzido significativamente a sua preponderância.

Em época de festividades de Natal e Ano Novo, é sobejamente conhecido o forte aumento da afluência de pessoas nos espaços comerciais. Este aumento de pessoas não está, no entanto, isento de riscos. Neste artigo procurase refletir sobre o seu impacto do ponto de vista de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE).

CONTEXTO REGULAMENTAR

As condições de SCIE são em Portugal enquadradas pelo Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE)1. De modo simplificado, nos Centros Comerciais coabitam normalmente vários espaços de diversas naturezas de ocupação, sendo genericamente a Utilização-Tipo (UT) VIII – «Comerciais e gares de transportes» aquela que assume maior preponderância. Para além desta, também a UT II “Estacionamentos» tem normalmente bastante expressão2

Nos termos do RJ-SCIE, as medidas de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE), são definidas pelo Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE)3. Concetualmente existe um conjunto significativo de medidas de segurança que são estabelecidas em função da respetiva categoria de risco, calculada de acordo com os fatores que constam no RJ-SCIE. Para a UT VIII esses fatores de classificação são a altura, número de pisos abaixo do plano de referência e efetivo. Já para a UT II os fatores são a altura, número de pisos abaixo do plano de referência e a área bruta.

No caso dos centros comerciais, das medidas de segurança que dependem da categoria de risco, realça-se a resistência ao fogo dos elementos de construção, os meios de primeira intervenção, os meios de segunda intervenção e os sistemas fixos de extinção automática de incêndios 4 Atendendo a que a UT VIII depende do cálculo do efetivo para a determinação da sua categoria de risco, verifica-se assim que, do ponto de vista regulamentar, a quantidade de pessoas é um aspeto determinante para a definição global de segurança deste tipo de espaços.

Para a UT II, em termos estritamente regulamentares, pode afirmar-se que as medidas de segurança são estabe-

lecidas em função das caraterísticas intrínsecas do próprio parque de estacionamento (altura, área, número de pisos enterrados), não havendo uma contabilização direta da quantidade de pessoas, nem do tipo de veículos ou sistema de propulsão dos mesmos (gasolina, diesel, elétrico, etc.).

CONTEXTO FESTIVO

Em época de Natal e Ano Novo a elevada atividade dos centros comerciais tem um impacto muito significativo, desde logo na quantidade de pessoas no interior destes espaços, no aumento dos stocks5 e também da taxa de ocupação média dos parques de estacionamento.

O acréscimo de mercadorias no interior deste tipo de comércio coloca desafios na gestão do espaço. Com o aumento de mercadorias, aumenta também o espaço que ocupam em armazém, em frente de loja ou em quiosques nas circulações principais. Dependendo do modo como são expostas ao público, podem reduzir o espaço para a circulação de pessoas, o que aliado ao facto de haver maior afluência de público, pode prejudicar duplamente as condições de evacuação, fazendo aumentar significativamente a densidade de ocupação de pessoas no espaço remanescente, reduzindo assim as velocidades de evacuação em caso de emergência.

Caso as mercadorias não sejam convenientemente acondicionadas, podem prejudicar diversos sistemas de segurança, reduzindo, por exemplo, a eficácia de sistemas de controlo de fumo ou de sistemas de extinção automática de incêndio (por exemplo sprinklers). Podem ainda reduzir a visibilidade da sinalização de segurança, tanto dos equipamentos de segurança, como da sinalização de evacuação. Podem reduzir também a acessibilidade aos meios de intervenção e dificultar o fecho de portas corta-fogo. Se a redução de visibilidade da sinalização

1 Decreto-Lei nº 220/2008 de 12 de novembro na redação atual conferida pela Lei nº 123/2019 de 18 de outubro.

2 Podem existir outras Utilizações-tipo, optou-se apenas por referir estas duas, por serem as que ocupam normalmente maior área.

3 Portaria nº 1532/2008 de 29 de dezembro, na redação atual conferida pela Portaria nº 135/2020 de 2 de junho.

4 Existem outras medidas de segurança dependentes da classificação da categoria de risco. Referem-se neste parágrafo apenas as que se consideram mais relevantes no contexto deste texto.

5 Em armazém e em frente de loja.

de evacuação pode aumentar os tempos de evacuação, já a redução de visibilidade a dispositivos como botões de alarme manual de incêndio, ou extintores, pode atrasar tando a entrada em funcionamento de sistemas de segurança, como a primeira intervenção desencadeada por profissionais que trabalham nestes espaços ou mesmo pelo público.

Ainda sobre aspetos que podem dificultar tanto a visibilidade como a acessibilidade a equipamentos de segurança, interessa realçar as decorações usadas neste período. Nem sempre as soluções usadas respeitam a sinalização de emergência, situação por vezes difícil de gerir. Existem ainda casos de efeitos decorativos em fachadas, que, em determinadas condições, podem agravar as condições de propagação e desenvolvimento de incêndio através destas.

Em períodos de maior afluência de público assiste-se também a uma maior necessidade de contratação de colaboradores temporários. Este aspeto coloca desafios ao nível das ações de formação necessárias, pois nem sempre é possível garantir que todos recebem informação sobre os comportamentos a adotar no dia a dia (medidas de autoproteção) e em caso de emergência.

Interessa ainda realçar o caso particular dos parques de estacionamento subterrâneos. Nos últimos anos assistiu-se a um aumento do tamanho médio dos veículos usados, contudo as dimensões dos lugares de estacionamento têm-se mantido constantes. Este aspeto conduz a uma situação em que a distância entre veículos é mais reduzida, facilitando assim a propagação de incêndio entre eles. Esta situação não está diretamente relacionada com a época festiva, trata-se, contudo, de um fenómeno ao qual nem sempre se dá atenção no contexto do risco de incêndio em parques de estacionamento cobertos. Nesta época, é natural o aumento da quantidade de veículos nos parques de estacionamento. Assiste-se por vezes a situações em que os veículos ficam estacionados nas circulações, muitas vezes junto a saídas de emergência, ou em caminhos de evacuação (passadeiras). Conforme já aqui referido, a regulamentação portuguesa, na definição dos requisitos de segurança, não considera diretamente a quantidade de pessoas que podem ocupar um parque. Pode, de certo modo afirmar-se que o dimensionamento das condições de segurança considera que a ocupação dos parques de estacionamento por pessoas é relativamente pequena, ou por curtos lapsos de tempo. Interessa, contudo, realçar que nesta época, quer pelo aumento das taxas de ocupação, quer pela possibilidade de estacionamento irregular, ou ocorrência de filas de veículos em espera no interior dos parques, tanto a quantidade de pessoas, como o temo médio que permanecem na UT II podem ser sensivelmente superiores ao que se pode esperar noutras alturas do ano.

Não sendo espectável que se façam alterações de fundo nas disposições de segurança em parques de estacionamento

6 Thermal runaway.

por causa da utilização sazonal em época festiva, merecerá ainda assim reflexão o modo como são encaradas as medidas de autoproteção durante este período.

NOVOS DESAFIOS MOBILIDADE ELÉTRICA E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Nos últimos anos temos vindo a assistir a uma alteração no paradigma energético e tecnológico em várias áreas. O modo como se passou a produzir energia elétrica através de sistemas fotovoltaicos em edifícios e o uso generalizado de baterias de armazenamento de energia elétrica recarregáveis, com capacidades significativas, no interior dos edifícios introduzem novos desafios.

Se os sistemas fotovoltaicos trazem a corrente contínua em tensões significativas e a impossibilidade de cortar a energia elétrica em período diurno, já nas baterias mais usadas atualmente (iões de lítio) não é, em muitos casos, possível de extinguir um incêndio que envolta baterias em embalamento térmico6

No caso concreto dos centros comerciais, interessa realçar que os parques de estacionamento são normalmente espaços apetecíveis para a disponibilização de carregadores para veículos elétricos e as suas coberturas são também tipicamente muito adequadas para a instalação de sistemas fotovoltaicos. Existe ainda um outro aspeto associado à “micromobilidade” elétrica (trotinetes e bicicletas elétricas, hoverboards, etc.), que tem vindo a aumentar significativamente de relevância e a expor os ocupantes dos edifícios ao perigo (hazard) de incêndio.

Tendo em conta a alteração ao paradigma de risco de incêndio em curso, importará que as decisões de convivência destes espaços com estas tecnologias sejam tão informadas quando possível, no sentido de proteger pessoas e bens.

CONCLUSÃO

Neste artigo, foram destacados alguns dos principais aspetos que impactam as condições de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE) nos centros comerciais durante o período de Natal e Ano Novo. O aumento significativo de pessoas e mercadorias, aliado à necessidade de reforçar temporariamente as equipas de profissionais, justifica uma atenção cuidadosa por parte das entidades gestoras. É essencial ajustar as medidas de autoproteção para melhor adequar a gestão do risco de incêndio durante este período festivo.

Além disso, foram abordados alguns dos desafios que a transição energética tem trazido no contexto da segurança contra incêndios, especialmente no caso dos centros comerciais. A integração de novas tecnologias, como sistemas fotovoltaicos e carregadores para veículos elétricos, requer decisões informadas para proteger pessoas e bens de maneira eficaz.

Pedro Teixeira*

A

segurança

nos centros comerciais em períodos festivos e de maior fluxo.

ENTREVISTA

COM A APROXIMAÇÃO DA ÉPOCA NATALÍCIA, OS CENTROS COMERCIAIS EM PORTUGAL CONVERTEM-SE EM POLOS PRIVILEGIADOS DE ATRAÇÃO PARA MILHARES DE PESSOAS, AS QUAIS PROCURAM NÃO SÓ ADQUIRIR BENS E SERVIÇOS, MAS TAMBÉM DESFRUTAR DE EXPERIÊNCIAS DE LAZER E MOMENTOS DE CONVÍVIO. ESTE AUMENTO DE AFLUÊNCIA TRAZ CONSIGO NOVOS DESAFIOS EM TERMOS DE SEGURANÇA EXIGINDO DOS CENTROS COMERCIAIS UMA ADAPTAÇÃO E UM REFORÇO DAS PRÁTICAS DE SEGURANÇA IMPLEMENTADAS, VISANDO GARANTIR A PROTEÇÃO E BEMESTAR TANTO DE VISITANTES COMO DE COLABORADORES. A SEGURANÇA É UM PILAR FUNDAMENTAL NA GESTÃO E OPERAÇÃO DESTES ESPAÇOS, CONTRIBUINDO NÃO APENAS PARA A PREVENÇÃO DE INCIDENTES, MAS TAMBÉM PARA UMA EXPERIÊNCIA POSITIVA E TRANQUILA PARA TODOS OS QUE NELES PERMANECEM.

*Dr. Pedro Teixeira, Diretor Adjunto da Associação Portuguesa de Centros Comerciais —APCC.

Para discutir os principais desafios enfrentados pelos centros comerciais durante esta época, especialmente no que concerne à segurança, conversámos com o Dr. Pedro Teixeira, Diretor Adjunto da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC).

A APCC é a entidade que em Portugal representa proprietários, gestores, promotores e outras entidades ligadas ao setor, promovendo boas práticas e elaborando orientações que garantem a excelência dos serviços prestados e a segurança destes espaços.

Os centros comerciais reúnem um conjunto diversificado de lojas e serviços, cada um com requisitos específicos para o bom desempenho das suas atividades, incluindo medidas e sistemas de segurança próprios. No entanto, o centro comercial funciona como um ecossistema que requer uma gestão de segurança integrada, para garantir a proteção de todos os ocupantes. Poderia explicar, de forma resumida, como está organizada, em geral, a segurança nos centros comerciais?

De um modo geral, a abordagem dos operadores de Centros Comerciais às temáticas da Segurança faz-se de forma muito estruturada e holística, isto é, todos os aspetos e vertentes do

amplo conceito de “Segurança”, são compreendidos e trabalhados de um modo integrado, permanente, planeado, testado e no estrito contacto com as autoridades competentes, sejam policiais ou de proteção civil.

Posto este preâmbulo, fundamental para a compreensão do trabalho das equipas residentes e de gestão dos centros comerciais, importa garantir a proteção de todos os visitantes, funcionários, lojistas e, naturalmente, das próprias equipas, nestes edifícios complexos, de elevado tráfego, bem como, do património e dos bens.

Neste contexto de entender as vertentes de Safety & Security como duas faces da mesma moeda, o trabalho é estruturado logo desde o momento da conceção do edifício, sobre o qual se irão estabelecer as infraestruturas/sistemas/ equipamentos de Safety & Security no estrito cumprimento da lei, em especial da Lei de Segurança Contra Incêndio em Edifícios e da Lei da Atividade de Segurança Privada, incluindo os planos de emergência que deverão responder, de forma eficaz, a diferentes tipos de eventualidades, como incêndios, inundações, fuga de gás combustível, objeto suspeito, atacante ativo, ameaça de bomba e outras situações de risco. Estes planos, para além de serem implementados e comunicados a toda a comunidade do centro, requerem uma formação contínua e a realização de simulacros regulares para a sua implementação prática.

Assim, estão previstas, e em operação neste setor, todas as formas de controlo e monitorização quer por vigilância física subcontratada a prestadores de vigilância privada, quer por videovigilância, sistema de deteção de intrusão e outros, em conformidade com o Regime Jurídico da Segurança Privada, o qual as entidades gestoras e proprietárias das unidades estão obrigadas a cumprir. Acresce que os mais diversos aspetos do dispositivo de segurança eletrónica, controlo de acessos aos centros e parques de estacionamento, monitorização do efetivo em cada momento no interior dos edifícios, entre muitas outras medidas e sistemas, encontram-se consagrados e ao serviço dos dispositivos de segurança.

Neste tipo de espaços, podem ocorrer diversos incidentes relacionados com a segurança. Embora os furtos sejam frequentemente os mais comuns, outras situações, como incêndios ou catástrofes naturais (por exemplo, sismos), exigem respostas específicas. São realizados exercícios regulares para testar os planos de evacuação e contingência destinados a estas situações?

Sim, realizam-se simulacros de forma regular nos centros comerciais para a comunidade que trabalha diaria-

mente nestes espaços e, naturalmente, também para os nossos visitantes. De forma muito prática (também é neste ponto necessário) voltamos a referir o mais estrito cumprimento da legislação de Segurança Contra Incêndios em Edifícios—SCIE, a qual também assume um papel determinante no dispositivo de segurança destas unidades, realçando, naturalmente nos simulacros de incêndio, a participação e apoio dos Bombeiros Sapadores e Voluntários, da Proteção Civil Municipal e da PSP.

Importa referir que os simulacros não se resumem aos exercícios relacionados com o risco de incêndio. Os centros comerciais também promovem a sensibilização sobre os fenómenos sísmicos, sendo edifícios que aderem e promovem a partilha de conhecimento e informação aquando dos simulacros realizados anualmente pela ANEPC a este propósito. Entendemos que devemos também ter este papel fundamental de prevenção e sensibilização das populações.

De igual modo, têm lugar exercícios e formações com uma base regular, relacionados com a vertente da Security, dinamizados pela APCC para o setor, e internamente pelos operadores de centros comerciais, sempre no mais amplo diálogo e colaboração próxima com a tutela da Administração Interna e com os órgãos de informação de segurança do Estado, bem como com as entidades policiais territorialmente competentes ao nível do diálogo com os centros.

Em períodos de maior afluência, como a época natalícia, quando o número de visitantes e o volume de vendas aumentam nos centros comerciais, são implementadas medidas adicionais e ajustados os planos de

segurança? Quais são as principais preocupações de segurança a considerar nesta época do ano?

Todo o dispositivo, incluindo os planos de segurança está preparado para estes picos de afluência. Os sistemas footfall de contagem de visitantes, indicam em cada momento o número exato de pessoas que se encontram no interior do centro e respetivos estacionamentos. Aliás, a este propósito, aquando da crise pandémica, que foi nada menos que um problema gravíssimo de segurança sanitária, com a reabertura gradual das atividades no interior dos centros comerciais, eramos obrigados a controlar a lotação de visitantes no interior das lojas e dos espaços comuns dos centros comerciais. Todos nos recordamos desses momentos difíceis. A operação dos centros teve de lidar com uma situação muito complexa de controlo da lotação e dos percursos das pessoas, em prol da segurança de todos. Quanto às principais preocupações da época natalícia, estas têm essencialmente a ver com o acréscimo de tráfego, mas diria que todo o dispositivo está preparado para lidar com isto. Refira-se apenas que nesta época as equipas dão uma atenção redobrada às questões relacionadas com a perda de crianças de mais tenra idade. Normalmente originadas por uma distração momentânea dos cuidadores. Porém, felizmente são situações que se resolvem naturalmente.

É também uma prática comum a contratação de agentes gratificados quer da PSP, quer da GNR. Funções como a gestão de tráfego no exterior e nos dias de maior afluência, tais como são os fins-de-semana; a atuação como elementos dissuasores no interior dos centros comerciais, face a qualquer eventual ameaça; ou mesmo como elementos de resposta rápida em casos de furto, são apenas alguns dos objetivos desta prática.

Nesta época, os centros comerciais dependem de operações logísticas mais complexas, com um aumento da circulação de veículos de transporte para reposição de stocks. Que práticas são adotadas para garantir a movimenta-

ção segura de mercadorias, incluindo as classificadas como perigosas? Qual é o papel dos operadores logísticos na segurança geral destes espaços?

Um centro comercial é, acima de tudo, uma operação logística. Ou seja, estas unidades estão na confluência das redes de distribuição logística ligeira e pesada, basta pensar nas atividades de retalho e restauração que se encontram instaladas, incluindo as âncoras-alimentares que normalmente são grandes lojas e dependentes de uma operação de logística pesada.

Nos centros comerciais existe toda uma estrutura de cais de cargas e descargas, corredores técnicos de circulação para as operações de distribuição logística. Todos estão preparados e todos terão de cumprir regulamentos estritos de funcionamento e de horários, incluindo os operadores de logística que fornecem os centros.

Quanto às substâncias perigosas, não conheço nenhum centro comercial que lide com esta realidade no dia-a-dia, exceto relativamente ao combustível para alimentação dos grupos geradores de emergência, que terão sempre de estar aptos a trabalhar em qualquer circunstância 24/7/365. Este é, porém, um tema muito sensível e exige cuidados acrescidos. São operações noturnas, que se realizam após a operação pública do centro e em conformidade com todas as regras de segurança para o manuseamento do combustível, que normalmente é gasóleo.

Por fim, como caracteriza o papel da segurança na operação diária dos centros comerciais e na experiência oferecida aos visitantes? Que recomendações daria aos visitantes para que possam desfrutar de uma experiência segura e tranquila, especialmente em períodos de maior circulação de pessoas?

Conforme referi na primeira questão, todos os aspetos da segurança são pilares básicos da operação dos centros comerciais, até a segurança alimentar. Até neste ponto as regras são extremamente exigentes e decorrem de análises microbiológicas constantes às cozinhas, copas, utensílios e alimentos, levadas a cabo

pelas entidades competentes e certificadoras junto das unidades de restauração. Assim, toda a operação dos centros comerciais se baseia no pressuposto da Segurança no seu âmbito mais alargado. Aos nossos visitantes, que em 2023 se cifraram na ordem dos 550 milhões nos 104 centros comerciais Associados, os quais comportam mais de 8500 lojas, esperamos sempre que acatem com tranquilidade todas as indicações das equipas dos centros em cada momento, quer através dos elementos da vigilância humana, quer por via da informação sonora difundida nas zonas comuns. Esperamos sempre que as pessoas, ao ouvirem pelo sistema sonoro do Centro a mensagem de evacuação, se dirijam sem pânico, mas de imediato, para o exterior do Centro, seguindo a sinalização dos caminhos de evacuação e não se dirigindo para o parque para irem buscar os seus veículos.

Estas indicações aos visitantes decorrem de procedimentos treinados para cada situação, num quadro estruturado de trabalho de muitas equipas que visam, acima de tudo, a segurança de tudo e de todos.

Ao nível da APCC, tenho a honra de pertencer e dinamizar o Grupo Técnico da Segurança que agrega os Diretores de Segurança dos maiores grupos operadores de centros comerciais em Portugal. Neste âmbito cujos membros são os coordenadores dos dispositivos de segurança em operação, entendemos que não existem visitantes se as pessoas não se sentirem seguras. Esse ponto de confiança total nos centros comerciais é o que nos move e para o qual trabalhamos diariamente.

INFORMAÇÃO TÉCNICA

Saúde e Segurança do Trabalhador

Digital Monitorização

Wearable e Inteligência Artificial em setores de risco

PARTE 2

Duarte Dias & Susana Rodrigues

INESC-TEC

A nossa tecnologia de monitorização wearable, desenvolvida no âmbito da linha de investigação de Saúde Ocupacional Quantificada (QoH) tem sido amplamente testada em diversos setores e grupos profissionais, com foco especial na monitorização de profissionais de risco, como polícias e bombeiros. Recentemente, expandimos essa aplicação para outros grupos (ex.: controladores de tráfego aéreo, agricultores). Neste artigo vai ser apresentado um resumo de alguns estudos e respetivo impacto da tecnologia na promoção da saúde e segurança no trabalho nos diferentes grupos ocupacionais.

A nossa tecnologia de monitorização wearable, desenvolvida no âmbito da linha de investigação de Saúde Ocupacional Quantificada (QoH) tem sido amplamente testada em diversos setores e grupos profissionais, com foco especial na monitorização de profissionais de risco, como polícias e bombeiros. Re-

centemente, expandimos essa aplicação para outros grupos (ex.: controladores de tráfego aéreo, agricultores). Neste artigo vai ser apresentado um resumo de alguns estudos e respetivo impacto da tecnologia na promoção da saúde e segurança no trabalho nos diferentes grupos ocupacionais.

Exemplo de algumas métricas calculadas através dos dados fisiológicos adquiridos pelos sensores wearable

Com as mais recentemente tecnologias foi-nos também possível investigar abordagens inovadoras que colocam a inteligência artificial como elemento central na promoção da saúde e segurança no trabalho, redefinindo a interação homem-máquina e permitindo a melhor identificação e prevenção de situações críticas.

No âmbito dos nossos estudos, priorizamos alguns aspetos metodológicos fundamentais, desde a submissão dos estudos às comissões de ética; o desenvolvimento colaborativo e adaptado das soluções tecnológicas, em conjunto com os utilizadores (através de focus groups e entrevistas); o acompanhamento direto

no terreno; e a devolução dos resultados tanto individualmente quanto em grupos (de forma anonimizada). Esses elementos são essenciais para garantir que as soluções sejam eficazes, seguras e sustentáveis para os profissionais monitorizados.

SECTORES DE ATUAÇÃO POLÍCIAS

Considerando que o trabalho de polícia é reconhecido como uma profissão particularmente stressante, a nossa tecnologia foi implementada para analisar os níveis de stress durante situações reais. A nossa plataforma wearable incluiu um sistema de identificação de

Estudo realizado com polícias. Na imagem central é possível verificar as zonas do Porto (círculos azuis) onde o stress medido e também verificado foi mais elevado— corresponde a zonas mais críticas da região.

eventos de stress com geolocalização combinado com dados de eletrocardiograma (ECG) e diários de turno em formato digital, para analisar os níveis de stress obtidos e percecionados durante os turnos e dias de folga, o local onde os eventos ocorriam e a aceitabilidade e viabilidade deste estudo como prova de conceito numa profissão altamente stressante. Verificou-se um aumento dos sintomas de stress do início ao fim do turno, e a análise fisiológica indicou que os polícias apresentaram altos níveis de stress fisiológico, apesar de a intensidade média percebida pelos agentes ter sido baixa, com níveis mais elevados em comparação aos dias de

Variação de métricas de variabilidade cardíaca durante uma situação de arma no estudo de polícias em ambiente operacional— redução de uma métrica (pNN50) que expressa um aumento de stress.

Exemplo de um relatório fornecido individualmente a cada participante nos estudos realizados—exemplo referente ao estudo com bombeiros.

folga. Adicionalmente estes valores são superiores quando comparados com os valores da população saudável, controlando género e idade. Os resultados mostram assim que o stress pode não ser devidamente identificado usando apenas questionários de autorrelato, sugerindo a importância combinada de dados psicofisiológicos (perceção individual combinado com fisiologia).

Os dados de geolocalização foram usados para facilitar a recuperação de memória dos participantes sobre a caracterização de eventos stressantes. O estudo confirma a exequibilidade de uma abordagem multidisciplinar e discute implicações para políticas

de saúde ocupacional e futuras investigações. (Estudo disponível em doi: 10.1007/s41542-017-0008-y).

BOMBEIROS

À semelhança do estudo anterior, monitorizámos continuamente os sinais cardíacos de um grupo de bombeiros, durante vários turnos, por forma a

investigar eventos de stress e reações fisiológicas em condições reais e comparar com dias de folga. Os resultados, baseados em 450 horas de ECG, mostram que, em comparação com valores normativos, os bombeiros apresentaram níveis elevados de stress fisiológico, que podem não ser identificados apenas recorrendo a questionários de autorrelato.

O stress é um conceito multidimensional, sendo fundamental identificá-lo e recolher informações não só sobre os fatores que causam stress, mas também sobre o seu impacto real na saúde física e psicológica dos bombeiros. Este estudo demonstrou o elevado potencial das tecnologias de monitorização contínua para apoiar a saúde e segurança no trabalho, orientando intervenções e decisões de gestão de equipas em tempo real e de forma informada. (Estudo disponível em doi:10.7717/peerj.5967).

CONTROLADORES DE TRÁFEGO

AÉREO

Apesar de não ser um grupo ocupacional exposto a elevado risco, é uma atividade que carece de elevada concentração e muito esforço mental—no final de conta são muitas vidas em jogo. Destacamos dois estudos que mostram o real impacto organizacional deste tipo de estudos: um em contexto experimental (a) e outro em contexto real (b);

Estudo laboratorial realizado com controladores de tráfego aéreo nacionais (operacionais da NAV) para avaliar a influência do stress em performance cognitiva, neste caso no tempo de reação dos mesmos.

a) Para investigar os níveis de stress em controladores de tráfego aéreo (CTA) foi realizado um protocolo experimental (TSST) combinado com uma tarefa simples de Tempo de Reação (TR), desenhada pela equipa. Os participantes foram monitorizados com a nossa tecnologia wearable. Os resultados mostraram que o stress pode ter impacto no desempenho cognitivo. O aumento na rapidez de resposta (TR mais baixos) indica que o stress pode induzir um estado de alerta elevado, que muitas vezes leva a uma resposta mais rápida a estímulos externos. No entanto, essa prontidão pode ser acompanhada por uma diminuição na precisão, evidenciada pelo aumento nos erros cometidos. Esse efeito é preocupante para profissionais como os CTA, que dependem da precisão tanto quanto da rapidez em decisões críticas. As consequências de uma decisão imprecisa podem ser graves em situações de alta responsabilidade, como a gestão do tráfego aéreo, onde cada erro ou atraso pode impactar a segurança. Contudo, estes foram resultados de um estudo experimental e não em contexto real. (Estudo disponível em doi: 10.3390/ ijerph15061080);

b) utilizamos a nossa plataforma para monitorizar os CTA, durante vários turnos de trabalho, incluindo

Imagem dos testes realizados em ambiente operacional simulado no âmbito do ARTEX—uso de drones para interagir com o humano (militar) durante um exercício de busca e salvamento.

os momentos de pausa (sistema de trabalho rotativo—períodos de pausa ao longo do turno), e dias de folga. Os resultados indicam um ligeiro aumento dos sintomas de stress ao longo dos turnos e diferenças fisiológicas significativas entre dias de trabalho e de folga. Relativamente ao sistema de trabalho rotativo, verificou-se uma redução do stress após as pausas, sugerindo que existe uma recuperação adequada durante estes períodos - método de trabalho eficaz com um período de recuperação intercalares adequados. (Estudo disponível em doi: 10.1109/ EMBC46164.2021.9630475).

AGRICULTORES

Recentemente, evoluímos a nossa plataforma para o setor agrícola, com alguns ajustes ao nível das funcionalidades e com a parceria da plataforma Wisecrop. O principal objetivo assenta no desenvolvimento de um sistema para uma melhor gestão multidimensional dos recursos humanos, zelando pela eficiência, eficácia e pela saúde e bem-estar destes profissionais. Dos dados recolhidos, são interpoladas várias medidas de quantificação (ex.: stress, movimento, ergonomia, temperatura, esforço físico), não só relevantes para a análise da saúde ocupacional, mas

também porque se relacionam indiretamente com a produção agrícola. Por exemplo, numa atividade de apanha manual de fruta, quantos mais movimentos verticais de braço ocorrem, maior será o número de frutos recolhidos e, portanto, maior a produção. Por outro lado, é importante analisar o esforço realizado de forma a reduzir o risco de doenças músculo-esqueléticas.

Além disso, os trabalhadores saudáveis têm mais probabilidades de desempenhar as suas tarefas de forma mais eficiente e eficaz, contribuindo assim para produção agrícola mais eficaz e com possíveis maiores ganhos económicos. (Estudo disponível em doi: 10.1109/ ENBENG58165.2023.10175321).

Os resultados destes estudos fornecem dados essenciais sobre o impacto do stress na saúde, especialmente na reatividade cardíaca e na identificação de biomarcadores quantitativos de stress, por exemplo, os nossos wearables permitem uma deteção de stress em tempo real (quase a cada batimento do coração). Essa precisão oferece uma monitorização do stress mais confiável do que as avaliações subjetivas atuais e até as objetivas já existentes no mercado. Deste modo, podemos inferir que a tecnologia facilita a criação de locais de trabalho saudáveis ao prevenir e avaliar riscos psicossociais, como a exposição a elevados níveis de stress, promovendo a saúde contínua dos trabalhadores. Além disso, pode promover uma melhor gestão de equipas, com dados em tempo real, permitindo decisões informadas e maior eficiência e segurança. Também contribui para a melhoria das condições de trabalho ao monitorizar fatores ergonômicos e ambientais, reduzindo riscos como

lesões e distúrbios musculoesqueléticos. Por fim, esses dados pretendem orientar políticas de saúde ocupacional mais eficazes, promovendo o bem-estar dos trabalhadores e o avanço científico na área.

REVOLUCIONANDO A SAÚDE

E SEGURANÇA NO TRABALHO:

A PROMESSA DA UTILIZAÇÃO DE IA NA INTERAÇÃO HOMEM-MÁQUINA

No INESC TEC, já abraçamos o desafio e as novas tendências no âmbito da interação homem-máquina e da Indústria 5.0. Destacamos assim a utilização de IA na interação Homem-Máquina em 4 principais áreas:

a) em bombeiros, através da criação de ambientes virtuais multissensoriais altamente fiáveis para formação destes profissionais, que permitem a certificação de formandos utilizando apenas tecnologias de Realidade Virtual (RV); utilização de métricas fisiológicas que permitam avaliar objetivamente o comportamento do bombeiro em ambiente simulado. Esta abordagem possibilita certificar bombeiros com segurança e precisão, avaliando seu desempenho e resiliência sem riscos reais.

b) em operadores de sistemas de redes (gestão de tráfego aéreo, rede elétrica ou mesmo linhas de caminhos-de-ferro) em que é essencial a introdução de sistema de IA para aumentar a capacidade de trabalho, mas sendo sempre essencial a integração de aspetos humanos (estado cognitivo, níveis de atenção, ...) para que a IA seja o mais compatível e complementar ao humano;

c) em trabalhadores de chão de fábrica onde cada vez mais a colaboração

com robots (cobots) é uma vantagem, mas também um risco devido à maior apetência para acidentes entre o humano e o robot. Esforços têm sido feitos para introduzir um maior conhecimento sobre o humano no robot, como a deteção de intenção de movimento do operador que permitirá prever situações de risco por parte do robot.

d) em militares por forma a otimizar missões de busca e salvamento por meio de tecnologias de IA embebida para a interação entre humanos e veículos autónomos não tripulados (drones). A tecnologia recolhe dados psicofisiológicos do humano, integrando essas informações no controle do drone para que ele compreenda o estado do humano e antecipe eventuais complicações sem necessidade de comunicação direta— interação implícita entre o homem e a máquina. A localização geográfica do operador também é monitorizada para melhor coordenação da missão e apoio na gestão das missões de buscar e salvamento. O INESC TEC tem participado nos eventos do exército português para testar estas tecnologia em ambiente operacional simulado (ARTEX).

A saúde ocupacional é um campo interdisciplinar que abrange áreas como medicina, psicologia, engenharia, física, entre outras. No INESC TEC somos motivados pelo desejo de expandir o conhecimento científico nessa área, desenvolver e testar novas soluções, apostando na inovação na área da saúde ocupacional. Os nossos estudos estão a expandir-se para novos sectores e estamos sempre recetivos a novas ideias, parcerias e estudos, por isso contactem-nos caso pretendem colaborar connosco.

As grandes superfícies comerciais têm um papel central no quotidiano de milhões de pessoas. No entanto, pela sua dimensão, elevado número de visitantes e diversidade de atividades que neles ocorrem diariamente (uma vez que combinam comércio, lazer e serviços), estes espaços enfrentam desafios de segurança específicos. Esta complexidade exige, então, uma abordagem estratégica à segurança, onde a tecnologia tem um papel fundamental.

várias zonas em simultâneo, o que é indispensável em locais com várias lojas, zonas de lazer e áreas de estacionamento.

A combinação de videovigilância com tecnologias como áudio em rede e reconhecimento de matrículas também amplifica a eficácia.

A integração de software inteligente que analisa os dados em tempo real, como a contagem de pessoas e a criação de mapas de calor, oferece insights valiosos—e não só para a segurança, mas também para a gestão geral dos espaços.

sistemas de gestão de vídeo é essencial para garantir a máxima proteção dos espaços.

Em suma, olhando para o futuro, é claro que as grandes superfícies comerciais devem continuar a investir em soluções de segurança digital cada vez mais sofisticadas. Esta está a tornar-se uma componente central da gestão dos centros comerciais, não apenas como medida preventiva, mas também como uma ferramenta estratégica para melhorar as operações diárias.

Tiago Cardoso

Cada ser humano é único e singular! É imprevisível saber como irá reagir a uma situação de emergência, somente quando esta estiver a acontecer e o indivíduo tiver real percepção da mesma. Inúmeros estudos têm sido feitos acerca deste assunto, logo vamos abordar este tema de forma mais informal para atingir o maior número de pessoas. Cada um de nós, mesmo que tenhamos treino em situações de emergência, temos tendência a relativizar a situação até ao ponto que todos os indicadores externos nos mostram que está a acontecer. Em grandes superfícies temos o ambiente propício para que grandes catástrofes aconteçam se não forem tomadas as devidas precauções

e seguidas as normas de segurança e evacuamento que estão implementadas. No nosso dia a dia, nunca nos ocorre que algo de extraordinário se possa passar quando estamos num centro comercial. Podemos ouvir por vezes avisos, mas negligenciamos os mesmos pois inconscientemente só acontece aos outros. Para que possamos estar conscientes de algumas situações e da forma de agir, vejamos alguns pontos:

— Acidentes acontecem. Isto é uma verdade que temos de interiorizar;

— A melhor forma de agir é seguir as normas:

— Podem ser dadas por forma de aviso sonoro;

— Pessoal habilitado dando voz de comando;

— Sinalética.

por esmagamento, e não no que está a acontecer na grande superfície.

— Manter a calma e seguir as indicações de quem está treinado e pronto para nos socorrer.

— Atenção aos sinais externos:

— Calor

— Fumo

— Agitação de massas

— Procurar encontrar o plano de emergência de onde estamos e seguir o mesmo. A saída de emergência pode estar mesmo ali ao nosso lado.

Em resumo, a diferença entre um final feliz ou trágico está em manter a calma, seguir as normas e perceber que quem está encarregue da segurança desses estabelecimentos está habilitado para nos ajudar, logo devemos ter todo o respeito à autoridade que exercem.

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