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Liberdade pascal
em o sopro do criador, o que seria da criatura? Pulsar errante de aspirações sem destino, não mais. No limiar de avanços tão sólidos, dos quais o homem atual dá testemunho, no fundo permanecem os mesmos anseios de sempre. Eles têm cheiro de uma vontade que, em si mesma, não encontra razões suficientes que explicitem o sentido último de tudo. Na pequenez da história, tão miúda, que se esvai com o passar dos dias, dorme a expectativa do que virá depois do horizonte. Sem tal esperança de um depois, o agora ficaria empobrecido, prisioneiro de suas estreitezas, órfão de sentido mais profundo. Sem a confiança na Páscoa, o fim seria um desenho bem absurdo. Ela faz irromper um registro diferente que ilumina a história, fazendo-a germe de boa nova, de um sorriso no meio das dificuldades. Da trajetória do Cristo, concretização do amor, aprende-se que sem o dedo de Deus, a humanidade nem sequer
sonhariam o bem. Rompida a amigável relação com o céu, a terra não possuiria fôlego para continuar produzindo seus frutos. Seria apenas pó, acomodada ao fluxo passageiro, sem aspirações maiores. Do mesmo modo, a liberdade humana não seria livre, de verdade, não fosse assumida por uma liberdade amorosa maior. “Ele vive!” (Lc 24, 5), é o grande aceno pascal. Aquele que faz viver, fonte perene, é alicerce para a construção de laços existenciais sólidos. Quem pode, na morte, fazer viver? Os homens, não, certamente. Apesar de não apresentar certezas científicas, com provas materiais, ela, a ressurreição, é muito mais. Sua força consiste em extrapolar aquilo que é palpável. Exatamente por não ter provas materiais, guarda o que pertence somente a Deus, o dom da vida. Tão forte que desperta no coração humilde, sentimentos de ir adiante. É a instituição da esperança; interlocutora e irmã da liberdade huma-
Expediente: Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas - MTB: 16778 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica América Tiragem: 2.000 exemplares
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na. Aquele que vive, faz florescer o amor; fertiliza outras formas amorosas, limitadas, para que cresçam, numa dança alegre ao som de uma música que elas mesmas não possuem. Uma liberdade menor, sem outra liberdade maior teria fronteiras bem restritas. Forma mais plena do bem não haveria se essa que cria e recria, ao atravessar as barreiras do vazio silencioso da morte, não fosse reconhecida e buscada. Sem o encontro com o Outro, interpelador, provocador, a liberdade humana estaria presa em sua autossuficiência finita, ao seguir suas próprias intuições. Estaria satisfeita com o findar existencial imposto pelo frio de um túmulo. Todavia, não! A esperança, dom inquieto, inaugura novas formas de viver porque tem raízes divinas. De algum modo, não será estranho confessar que o além tem vocação que inspira as buscas cotidianas. As críticas feitas à fé talvez não sejam pela grandeza do que nela se encontra, entretanto pelas
formas desordenadas das várias crenças e de seus excessos. A fé em Cristo ressuscitado, por exemplo, eleva a humanidade em dignidade, palavra tão almejada mesmo no senso mais comum. Não aliena; liberta. Suavemente sugere caminho fraterno; exorcismo da violência. Propõe a paz com aquilo que é mais fundamental na vida de todos: a finitude, sem desastrosos desesperos. Elege Deus como instância única a ser reverenciada, não por causa da insignificância da criatura, entretanto pela grandeza que ela possui ao ser porta voz do criador. Do contrário, alguém, algum grupo estaria sempre de prontidão para assumir lugares de mandos absolutos, com as mais plausíveis justificativas. Ressurreição pode significar uma longa estrada de paz, a defesa constante da sacralidade de tudo que existe, desde que acolhido como graça benfazeja. Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial
Aniversariantes Abril 05/04 .... Pe. José Wilker, C.Ss.R. 08/04 .... Pe. José A. de Macedo, C.Ss.R. 08/04 .... Ir. Geraldo Pereira, C.Ss.R. 09/04 .... Pe. Carlos Viol, C.Ss.R. 17/04 .... Ir. Pedro Aniceto, C.Ss.R.
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Entrevista
Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R. Secretário de Formação da Província do Rio fala sobre a vocação em tempos atuais. Como o senhor vê a importância de se ter um ano dedicado às vocações?
Qual o maior desafio hoje em relação à vocação sacerdotal e religiosa?
O Ano Vocacional Redentorista quer, em primeiro lugar, levar todos a rever a sua vida e se perguntar qual o chamado de Deus, independente de ser padre ou ser Irmão Redentorista. Em primeiro lugar, como cristãos, como missionários. E também queremos lançar cada vez mais a proposta do nosso carisma redentorista. Por isso, é muito importante trabalhar este tema com a nossa juventude, com as nossas comunidades, nossos santuários, porque a maioria vem de outras regiões. Então, cabe a nós, redentoristas, zelarmos ainda mais pela questão vocacional em nossas paróquias e santuários.
Acho que cabe a nós, redentoristas, divulgarmos mais o nosso carisma, sermos cada vez mais abertos para os jovens. Isto acontece, mas é sempre um desafio. Quanto mais o jovem conhecer a nossa vida, conhecer a nossa obra, a nossa proposta, isso vai trazer motivação e também fazer esse processo de seguimento.
A maioria dos jovens ainda vem de cidades pequenas? Sim. A cidade grande ainda é um desafio para nós. Todo o processo de evangelização e missão.
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O jovem hoje tem uma visão de mundo muito ampla, com muita informação. Esta talvez seja também uma dificuldade para se escolher a vocação religiosa, num mundo cercado de possibilidades? São muitas possibilidades e talvez isso acabe trazendo uma maior consciência de que a vocação é um ato de liberdade e escolha. Que bom que o jovem tem muitos caminhos e pode fazer uma escolha. Então, a vocação sacerdotal e religio-
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sa é uma escolha livre, consciente, diante de outras possibilidades que poderia seguir. Que recado o senhor daria aos jovens, com relação à vocação como chamado à santidade? Em primeiro lugar, responder a Deus este chamado de sermos santos e seguirmos a Jesus Cristo, começando na sua comunidade, participando da Igreja. Depois, também, respondendo aos desafios que a sociedade nos apresenta. Quantas pessoas precisam da nossa colaboração, do nosso apoio! Então, antes de pensar numa vocação específica, responder ao chamado de Deus de ser um bom cristão, atuante, missionário em sua comunidade. Sílvia Carvalho / SM Propaganda Juiz de Fora, MG
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Senhor, foi por amor que nos destes a vida. Por isso, sentimos vosso convite ressoar em nosso coração chamando-nos pelo nome para sermos discípulos missionários vossos. Fortes na fé, alegres na Esperança, queremos dizer SIM, enfrentando os desafios próprios de nosso tempo, manifestando a todos a alegria de partilhar vossa vida. Dai-nos perseverança no anúncio da Copiosa Redenção, de modo especial às pessoas marcadas pelo abandono e pelo desânimo, por causa da violência, do tráfico e de tantas desventuras. Que este ano vocacional redentorista, desperte-nos para a vocação que cada um traz consigo! Que sejamos pessoas realizadas para viver com intensidade o projeto redentor de Cristo, descobrindo nossa missão no mundo! Nossa Senhora do Perpétuo Socorro protegei nosso coração cheio de vida e de esperança. Dai-nos a graça de viver sempre junto de vosso Filho Jesus! Santo Afonso, rogai por nós e por toda a juventude! Amém!
Entrevista
ORAÇÃO VOCACIONAL
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A gestão administrativa na Província Redentorista de RJ-MG-ES
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a semana do dia 10 a 13 de março, realizamos um encontro na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG), para avaliarmos a gestão
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administrativa da Província. Estavam presentes o Provincial e o seu Conselho, Reitores e Ecônomos das casas religiosas, Párocos, Formadores, Coordenadores dos diversos Departamentos, Assistentes Sociais, Auxiliares Administrativos, Assessoria do Economato Provincial e a Assessoria do Social - Empresa Carvalho e Gonçalves. Mantendo a tradição, a Província tem procurado levar a sua administração de um modo descentralizado. Uma opção que tem levado a mesma a crescer na qualidade das suas ações administrativas e com maior autonomia. A pretensão deste momento
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é alcançar a profissionalização e a qualificação nos diversos quadros administrativos. Espera sempre dos seus trabalhadores competência, corresponsabilidade, honestidade e compromisso por meio de um contrato de trabalho pautado na ética e na justiça, orientado pelos valores do Evangelho. Nesta busca, a Província não tem medido esforços, dentro das suas possibilidades, fazendo grandes investimentos, de melhorias salariais e concessão de benefícios. Um plano de cargos e salários está sendo implantado. Um instrumental que vai colaborar muito na relação humana e de direito trabalhista, entre os trabalhadores e a Província, uma relação de desafio em qualquer empresa! A Província abraçou diversos projetos sociais, desenvolvidos em oito Obras Sociais em regiões desafiadoras. Almejamos nelas a ação evangelizadora à luz do carisma da Congregação Redentorista, de “Levar o Evangelho aos mais abandonados” e, ainda, realizar todas as ações dentro da ética do cuidado, promovendo a vida em todas as suas dimensões. Assumiu como linha de atuação projetos socioeducati-
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vos para crianças e adolescentes no contra turno escolar, projetos de qualificação profissional e projetos de atenção ao idoso. Nossas obras estão articuladas com as políticas públicas por meio do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e todas as oito unidades estão Certificadas pelo Conselho Municipal de Assistência Social e, as que atendem crianças e adolescentes, estão certificadas, também, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Esta semana foi uma excelente oportunidade de estarmos juntos para pensarmos o momento presente e o futuro da administração da Província. Animou o nosso espírito para continuar a caminhada, motivados, clareando a nossa visão de conjunto, buscando a unidade dentro da Província. Direcionamos os nossos projetos, com seus devidos ajustes, e alimentamos, assim, a nossa confiança no futuro. Administrar também é a nossa missão!
Pe. Antônio Luiz de Oliveira, C.Ss.R. Secretário de Administração Curvelo, MG
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Espiritualidade
ALEGRIA DE PÁSCOA
Gerados de novo para uma esperança viva. O CAMINHO
REVERSÃO DE EXPECTATIVAS
O povo de Jesus é hebreu. Hebraico e aramaico são a linguagem. O homem bíblico é judeu com sua extraordinária cultura que torna a vida um viver na Fé, sob a pedagogia da Lei (Torá). As Escrituras da Nova Aliança (Novo testamento) estão em grego. A Boa Notícia (evangélion) se difunde na expressão helenística, a cultura grega. E que cultura! Desde as manifestações de Jesus ressuscitado, formaram-se comunidades variadas, todas conhecidas por uma vida modulada no seguimento e na missão. Seguindo Jesus, ungidos pelo Espírito. São gente de “o caminho” (Atos 9,2; 19,9.23; 22,4; 24,22). Vive-se um cotidiano de peregrino, missionário. Em novos “êxodos” por um novo céu e uma nova terra. Sonho-esperança pessoal e coletivo. Aliás, a razão de ser do cristianismo nisso consiste: mostrar que a vida faz sentido. Estamos sempre a expressar nossa confiança e nossa esperança. Já agora degustamos os bens futuros. Desde suas origens a Comunidade de cristãos partilha da vitalidade de Deus, revitaliza pessoas, abrindo-lhes os olhos, confortando o coração pela prática da ajuda samaritana. Um novo tempo: o Reino de Deus (o Pai). Já e ainda não. Sempre por vir. E virá porque já veio.
No universo cultural grego, os do Caminho foram fermento. Revolucionaram o saber grego. Reverteram expectativas, reformularam critérios do bem-viver, colocaram o filosofar a serviço do pensar Deus, seu Mistério e sua Revelação, sua presença e inspiração. Deus próximo, criando confraternização, pois gestando igualdade. Interessante mesmo esta virada cristã dos inícios no universo cultural grego. Um dado que bem explicita a virada: o mundo heleno tem democracia aristocrática e uma hierarquia para tudo. A dignidade humana de um grego se identifica (ou se fundamenta e se funde/confunde) com seus talentos naturais. Uma entendida (suposta) hierarquia de seres segundo a “ordem natural das coisas”. No cimo, os filósofos. De permeio, os guerreiros. Em baixo, os artesãos. Tal como no corpo: no alto, o espírito (cabeça); de permeio, o diafragma; no chão o baixo-ventre (apetites). Hierarquia que cria a harmonia, respeitadíssima. E da qual derivam os deveres e direitos. Assim, o aristocrático é um ser dotado de talentos e afeito a posses, e que não trabalha. Por isso, possui escravos. Esses, do lugar baixo por natureza. Os gregos convertidos ao Caminho e se constituindo em Ekklesías vão fomentar uma ruptura. Esta gente do Caminho pratica a parábola dos talentos. Lembra-se dela, leitor(a)? Um senhor e
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NOVA SABEDORIA O cristianismo tirou certa “desrealização” de certa filosofia grega (o que é o belo? O que é a virtude? O que é o verdadeiro saber?). Esta filosofia que se distanciava do cotidiano singelo. Assim era, a ponto de excluir o riso da alegria de ser e viver. Circulara aquela cena da jovem escrava rindo(só) quando o sábio Tales de Mileto caiu num buraco (poço?) por não ter olhado o chão. Platão, o sizudo, execrou o riso da escrava trácia, coisa de gentinha inculta. Ora, ora... o riso humano é uma face da alegria, coisa das mais belas da vida diária.
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Seu Deus, leitor(a), é um ser ridente? A menina no catecismo me perguntara se Deus era fofo... o que responderia você? Eu respondi que era, e sorrimos alegres. A alegria de Deus é estar com os filhos de homem. Os cristãos introduziram na cultura helênica esta outra virada referente à salvação. O fato de Jesus de Nazaré ser o enviado divino, Palavra de Deus-Pai, o Logos que se fez carne, torna a salvação um fato pessoal, singular a cada pessoa humana que creia. Deus cuida de nós, mesmo não nos dando conta disso. O famoso Justino, filósofo de muitas buscas e que se fez cristão, diz ao referir-se aos pensadores gregos: - Eles tentam nos convencer que Deus cuida do universo em seu conjunto, dos gêneros e das espécies, mas de mim, de ti não acontece o mesmo. Entrou a promessa desvelada em Jesus: cada qual permanecerá vivo eternamente, depois da saída deste planeta, pela morte. Que Boa notícia. Que ruidosa novidade! Que nova sabedoria! Quão grandiosa é essa “tentação maior’ que o cristianismo injetou nas veias da cultura grega. A promessa de Cristo não é uma sobrevida, qual fragmento do cosmos, algo cego e impessoal. A fé dos cristãos assegura-nos que após o morrer, reviveremos recriados e reencontraremos aqueles que amamos. Um “corpo glorioso”, a difícil intepretação de crer na ressurreição da carne. De toda maneira, a proposta cristã é sedutora, é bela, é harmonizadora: haverá reencontros. Reencontraremos o rosto do amor das pessoas amadas. Cf. 1Cor 15.
Espiritualidade
mestre doa a três servidores uma certa herança e parte em viagem. Cinco, dois, um talento. No regresso, recebe outros dez, outros quatro talentos. Esses são felicitados, são honrados. Aquele que restitui o único talento recebido, em vez de fazê-lo frutificar, é excluído e repreendido severamente. Que entender? Os cristãos gregos entendiam alegres que o valor e o lugar de uma pessoa não dependem dos dons naturais que herda com o nascer. Depende, sim, do que se faz com a herança. Não é coisa da natureza, é questão da liberdade operosa. Questão de escolhas e compromissos. Portanto, nada de desigualdades ditas naturais. Importa frutificar o que se recebe. Que virada! “Quem não trabalha, não coma”. Pobre é o sujeito que não se cultiva. Empobrecido é quem fica impedido de se cultivar. “Vocês são todos irmãos”. Mt 23. Preguiça e egoísmo ... são pecados. Pecam contra o Reino do Pai. Virtude humana não é mais apenas (ou sobretudo) a “atualização de uma natureza bem-nascida”.
AMOROSIDADE ETERNA Trata-se do amor bem sucedido in-
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Espiritualidade
terligando eros, filia e ágape numa só realidade divinizante. Não é do cristianismo nos seus primórdios o desprezo, o recalque, o ódio ao sensível. Como afirma o pensador Luc Ferry: - “A promessa cristã da salvação é muito superior à promessa da salvação filosófica. Penso que foi assim que cristianismo venceu. Pela tentação que exerceu sobre os corações, muito mais que sobre as mentes”. Foi ontem e é hoje. Há práticas de ressurreição a testemunhar. Nós que confiamos na ressurreição, comungamos da intimidade com Jesus ressuscitado, narramos o que vivemos com Ele e nos dispomos a ajudar a todos identificar em suas histórias de vida os sinais desta vida retomada, sempre carregada do nosso desejo de viver... eternamente. Ressurreição será sempre a vitória da justiça amorosa de Deus. Em consequência, vida em amorosidade. Vivendo- a como bondade radical e radiosa. Crer na ressurreição foi e será no transcorrer das gerações cristãs este re-conhecer e confirmar “Deus conosco”, “Deus-para-os-homens”. Feliz cada um de nós se nosso olhar sobre a realidade abre-nos para a alegria de um viver amoroso e servidor, redentoramente, “passadores” de ressurreição: a alegria das superações e das transfigurações, um jeito confiante de atravessar crises e de propiciar a outros experiências similares de ressurreição. Fazendo travessias, este estilo pascal de vida: do luto à alegria, do menos para o mais e melhor, do distante para a proximidade, das opressões à libertação. Assim somos testemunhas do Ressuscitado e capazes de ler os sinais de ressurreição nos acontecimentos da historia nossa,
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de nosso povo, deste nosso mundo, por vezes entenebrecido pelas dores e injustiças. Assim é: porque seduziu gregos e romanos e venceu, o cristianismo desde sua origem foi atacado: ásperos embates. E, como hoje, distilava-se uma listagem de “objeções racionais” contra a religião cristã. Porque é bonito demais para ser verdade, só pode ser mentira... ilusão. Em termos de ilusão revejo a figura de Judas, o Iscariote. Um escolhido, chamado a conviver com Jesus. Ao que aprece, se iludiu sobre libertação/ reino/bem-aventuranças. Nada protege a fé contra as idealizações ilusórias. Revejo a ceia de despedida quando Judas não pode suportar o amor que Jesus oferecia. E, paradoxo libertário, Jesus inaugurava uma liberdade impensada por todos: libertar a condição humana de tudo que a oprime, pessoal, grupal e socialmente. Libertar-nos de opressões ao longo das gerações... até que chegue a plenitude. Uma nova terra prometida. Jesus a nos oferecer uma participação inimaginável por judeus e gregos: a liberdade de Deus, o que requer que demos um novo sentido à nossa vida. Somente um caminho de páscoa nos faz chegar lá definitivamente. Leitor(a), quais as razões de sua Esperança, já agora, que o enchem da alegria de páscoa, esta alegria que toma conta de quantos aceitam a aventura de ser evangelizado e evangelizar? Vai aqui uma sugestão: ruminar na modalidade de Leitura Orante 1Pd 1,3-9. A alegria como sinal da vitalidade da fé comunitária. Pe. Dalton Barros, C.Ss.R. Belo Horizonte, MG
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Chamado vocacional Missionários Leigos, Coordenadores da Juventude e Religiosos se reúnem para refletir sobre a vocação. Na Festa de São Clemente, eles celebraram a Profissão Perpétua dos Fratres Paulo, Fagner e Bruno.
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o ano dedicado à promoção vocacional redentorista, Missionários Leigos, Coordenadores da Juventude Redentorista e Religiosos se reuniram no Seminário da Floresta (Juiz de Fora - MG), entre os dias 14 e 16 de março, para um encontro de espiritualidade redentorista, que trabalhou, de maneira especial, a vocação, o chamado de Deus à humanidade. O assessor do encontro, Padre Alfredo Avelar, C.Ss.R., questionou
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os participantes sobre a maneira com a qual eles podem contribuir para que o Reino de Deus aconteça, cada vez mais, no meio de nós. “Deus nos chama a construir o seu reinado, nos chama ao paraíso e à profunda intimidade com Ele. Agora, como vamos receber esse chamado, cabe a cada um de nós dar essa resposta. Neste Ano Vocacional, nós temos a oportunidade de pensar e avaliar qual tem sido a qualidade da resposta que nós, enquanto redentoristas,
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temos dado a Deus e ao mundo”, disse o sacerdote. Além de palestras, partilhas e orações, um momento especial foi dedicado à Celebração Vocacional, com adoração ao Santíssimo e o envio das capelinhas. Cada comunidade redentorista recebeu uma capela vocacional com folhetos orantes. A sugestão é fazer uma peregrinação, construindo uma caminhada vocacional em sintonia com os Redentoristas.
O coordenador da Unidade Jovem da Igreja da Glória (Juiz de Fora-MG), Max Mendes, aprovou a proposta: “A ideia da capelinha é uma injeção de ânimo para nós, jovens redentoristas, na promoção da vocação missionária que surge em nossas paróquias e comunidades. Mas essa vocação deve surgir primeiramente dentro de nós, para que possamos propagá-la pelo mundo inteiro. Como dizia Santo Afonso: ‘Anunciar a Copiosa Redenção a todo o mundo’”.
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Para o Missionário Leigo Ângelo Farias, a capela vocacional é um marco muito importante proporcionado pela Província. “Ao sairmos desta assembleia, temos a missão de rezarmos e levarmos a Boa-Nova do Redentor para aqueles que querem e devem vivenciar conosco esse tempo forte da Vocação Missionária Redentorista”, afirmou Ângelo. A partir da formação recebida e da oportunidade de refletir sobre o tema do encontro, os participantes debateram alguns gestos concretos para trabalharem o Ano Vocacional com os subsídios recebidos. “Nós temos a esperança muito grande de continuar essa missão de Santo Afonso ao levar a Palavra aos mais necessitados, e nos encontrarmos com Jesus nessas pessoas também. Acredito que este será um grande ano de bênçãos”, declarou o jovem Erivaldo Oliveira, da Unidade de Coronel Fabriciano.
Profissão Perpétua
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No sábado, 15 de março, dia de São Clemente, santo redentorista responsável por levar a Congregação a várias partes do mundo, os Fratres Paulo Roberto, Fagner Dalbem e Bruno Alves realizaram sua Profissão Perpétua com a presença de familiares, amigos, seminaristas e confrades redentoristas, além dos leigos e jovens que estavam presentes no encontro. “Nós fizemos a Profissão Religiosa na Família Redentorista há três anos, na qual emitimos nossos votos de forma provisória. Hoje, nós dizemos o nosso SIM de forma perpétua, não que anule a primeira profissão, pelo contrário, esse é um ‘sim’ definitivo que nós queremos dizer a Deus e, juntamente com os votos de castidade, pobreza e obediência, fazermos o juramento de perseverança por toda a vida na Congregação, servindo o povo de Deus com alegria e simplicidade”, disse Frater Bruno. Para o Frater Paulo, celebrar a Profissão Perpétua no ano dedicado à promoção vocacional na Congregação Redentorista é motivo de alegria e esperança: “É com muita alegria que fazemos nossa Profissão dentro desta dinâmica, uma cultura vocacional que toda a Congregação está vivenciando. É uma oportunidade
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também para todos nós que participamos dessa espiritualidade redentorista pensarmos, refletirmos e rezarmos sobre a nossa vocação para a vida; não só a vocação específica, mas a vocação para o serviço e crescimento do Reino de Deus”. Durante a celebração, os fratres reafirmaram o desejo de seguir com fidelidade o Evangelho, respeitando as constituições e estatutos redentoristas, e emitindo para toda a vida os votos de castidade, obediência e pobreza, assim como o juramento de perseverança, segundo o espírito e as normas da Congregação, assumindo o compromisso de evangelizar os pobres e levar uma vida fraterna cheia de caridade apostólica. “O que nos motiva a fazer essa Profissão é o amor, primeiramente a Deus, mas também aos irmãos. Para mim foi a confirmação de uma entrega, um dia muito especial, que guardaremos para sempre no coração. Agora, pedimos a Deus a perseverança para continuar a caminhada e fazer a vontade Dele”, afirmou Frater Fagner.
Brenda Melo Juiz de Fora, MG
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Redentoristas do Brasil partilham experiências e discutem projetos
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reunião da União dos Redentoristas do Brasil (URB), último encontro do quatriênio, foi realizada no dia 10 de março, na cidade de Aparecida - SP. Estiveram presentes os cinco Provinciais, quatro Vice-Provinciais e o Coordenador da Conferência da América Latina e do Caribe, Pe. Mane Rodriguez, C.Ss.R. Foi um dia pleno de trabalhos que contemplaram, principalmente, os projetos comuns dos Redentoristas no Brasil. Foram partilhadas belas iniciativas sobre a juventude e o Ano Vocacional, as missões, prioridades da Conferência, parcerias na formação, a solidariedade econômica e as várias publicações promovidas pela URB. União dos Redentoristas do Brasil (URB)
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No dia 09 de março, teve início o processo formativo missionário para a juventude da Paróquia Santo Afonso, no Rio de Janeiro. O projeto foi elaborado pela Comunidade Redentorista do Rio e coordenado pelo Pe. Ricardo Alexandre Ferreira, C.Ss.R. com o intuito de partilhar com os jovens redentoristas a espiritualidade missionária. “Trata-se de um longo caminho no despertar e na formação de jovens que possam contribuir com o trabalho evangelizador da Igreja com essa característica tão própria da nossa Congregação”, afirmou o Fr. Marcos Silva, C.Ss.R., da Vice-Província da Bahia, que comandou um momento de reflexão junto aos jovens, convidando-os a olharem suas vidas de fé a partir da Santíssima Trindade. “Este primeiro momento descrevo como o tempo da inquietação, de aquecer os corações e
refletir a própria vida. Eles foram conduzidos a refletir sobre a necessidade das ‘saídas’ necessárias na vida. A saída de si mesmo, motivados pela figura de Moisés, e a saída das estruturas, sejam elas mentais ou físicas”, explicou o fráter. Ao fim do encontro, surgiram questionamentos, perguntas que nasciam da inquietação de corações que desejam mais. A celebração eucarística encerrou o encontro, oportunidade de agradecer a Deus pelo primeiro passo dado.
Aconteceu na Província
Formação para os jovens
Festa de São José Milhares de fiéis lotaram a Igreja de São José, em Belo Horizonte (MG), durante todo o dia 19 de março, festa do patrono universal da igreja católica. As missas foram realizadas às 6h, 8h, 10h, 12h, 14h, 16h, 18h e 20h. A celebração de encerramento foi presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Ao longo de todo dia, as tradicionais barraquinhas funcionaram no adro da igreja. De acordo com o Provincial, que presidiu a missa das 18h, a participação foi, mais uma vez, marcante. “Todas as missas estavam lotadas e bem participadas. A beleza da igreja, com suas pinturas restauradas e nova iluminação, reforçou a alegria dos fiéis de São José”, disse Padre Vicente Ferreira, C.Ss.R.
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