Akikolá - Abril/2013

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Ele vive!

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De mãos dadas!

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uando tudo parecia apagado, na sombra de um frio sepulcro, nos passos vacilantes e solitários de seus amigos, Cristo ressuscitou! Ele vive, assim ecoou a perene exclamação que reacendeu o calor fraterno dos que já estavam dispersos. E vivo, voltou a reuni-los, sem medo e ousados no anúncio de tão alvissareira notícia. Do mais largo horizonte, o que era promessa fez-se realidade; o Deus

que se esvaziou, elevou ao grau de eternidade tudo que brota do espírito de comunhão. “Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amais uns aos outros” (Jo 13, 35). E nasceu, em sua Páscoa, um novo caminho, sem bifurcações, de sentido único: viver como irmãos. Páscoa, não quer ser outra coisa que o germinar do divino relacional, dom amoroso. Onde reina o amor, Deus aí está, diz

Expediente: Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas - MTB: 16778 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica América Tiragem: 2.000 exemplares

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uma suave canção eclesial. Não serve o que se impõe pelo poder ou violência; orgulho ou vaidades diversas. Vale somente andar de mãos dadas, na construção de uma paz inquieta. Inaugural, a paixão – morte – ressurreição do Senhor, é sacramento pleno; acolhido pelos que a seguem, torna-se tarefa de uma fraternidade cotidiana. O cristão assume, então, em suas mais profundas entranhas, o estilo existencial amoroso. Sem tréguas, reveste-se da caritas para o combate, com a presença do dom Pascal, de toda barreira de preconceitos, assumindo como missão única a unidade na diversidade. Bandeira da Paz, portanto! Ela é a senha dos discípulos da ressurreição. E o que dizer de sua importância para os dias de hoje? Diante de tantas benesses, o tempo pós-moderno não pode continuar no ariscado enfraquecimento da solidariedade. Em variados cenários, o abismo entre pobres e ricos, grandes e pequenos, ofusca a força da Páscoa. No fundo, o bom seria mesmo uma ética da finitude, capaz de formar

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corações irmãos, não senhores. Ninguém deveria se engrandecer de dar alguma “migalha” ao outro se a meta global fosse o bem comum. O único dom que de fato o humano deveria distribuir é saber-se limitado, criatura que reparte o que já recebeu partilhado. Essa serena consciência evitaria a soberba do acúmulo e do espetáculo que muitas vezes acende os instintos mais danosos de posse e de vingança. Na finitude humana, a fraternidade cristã é presente do céu. De mãos dadas, somente assim o caminho, inaugurado pelo Mestre, pode seguir adiante. Ele mesmo, o Senhor, foi reconhecido no partir do pão, no serviço do lava-pés. E seus discípulos? Empenho na justiça, na promoção da vida, na construção de relações amigáveis, deveria exorcizar crescentes exposições egoístas reais ou virtuais. Seja Páscoa no coração de quem não se acha maior, todavia irmão que vive da fé caridosa. Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial

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Entrevista

Pe. Paulo Gonçalves, C.Ss.R. O ano de 2013 marca a continuação de um grande trabalho em prol da Basílica de São Geraldo, em Curvelo (MG). Novos projetos vêm sendo criados para atender cada vez melhor aos devotos do santo redentorista. Pe. Paulo Roberto, C.Ss.R., reitor da Basílica, nos conta sobre o processo de revitalização e reestruturação da mesma.

A Província do Rio busca melhorar a Basílica de São Geraldo. Como o senhor vê essa valorização? Primeiro, acho importante destacar que este sonho e desejo de valorização da Basílica de São Geraldo não é de hoje. Porém, os tempos vão mudando e exigindo de nós, cada vez mais, iniciativas audazes, que de fato correspondam aos anseios e buscas dos devotos e romeiros de São Geral-

do. Vejo esta valorização não só como uma grande oportunidade, mas, sobretudo, como uma graça de poder fazer acontecer uma nova reestruturação e revitalização em nossas dimensões estruturais, bem como em nossos processos de comunicação e de evangelização. Quais os principais pontos do projeto de revitalização da Basílica? São três grandes pontos que julgamos necessários e indispensáveis neste momento: a dimensão física, que supõe a restauração da Basílica, bem como suas pinturas internas; a construção de um centro de apoio aos romeiros; melhoramento em todos os

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nossos espaços físicos (praça, convento redentorista, salas para atendimento de confissões, parque temático, estacionamento); a elaboração de um projeto de evangelização específico para o Santuário; uma comunicação mais eficiente, abrangente e interativa. O que o romeiro pode esperar ainda para 2013? Muitas coisas já aconteceram e vem acontecendo, como por exemplo: a criação da logomarca da Basílica, o agendamento de várias romarias à Basílica de São Ge-

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Entrevista

raldo para 2013, a contratação de uma assistente de comunicação, a Celebração da Missa em honra a São Geraldo, todos os dias 16 de cada mês, às 15horas; vários cursos de capacitação de nossos agentes de pastoral; retorno da circulação do Jornal “A Caminho com São Geraldo”; novo layout do site www.basilicasaogeraldo.org.br. Penso que, ainda para 2013, o romeiro de São Geraldo pode esperar, além da continuidade desta dinâmica que já acontece, uma Oitava (24 de agosto a 1º de setembro) e Tríduo (17 a 20 de outubro) com maior divulgação nos meios de comunicação e uma melhor visualização da mesma. Em relação às melhorias em nossas estruturas físicas, os projetos estão sendo elaborados e avaliados por uma comissão delegada para este fim. Como esta parte demanda mais tempo e dificuldade na precisão de prazos e orçamentos, não prometemos uma obra acabada, mas sim, o início de um trabalho que será executado por etapas, uma vez que tais obras demandam mais tempo e acompanhamento profissional.

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Há 25 anos participando da Oitava de São Geraldo, o romeiro e devoto de São Geraldo, Luiz Carlos Delão, de Juiz de Fora (MG), fala sobre sua experiência em Curvelo. Por que São Geraldo? São Geraldo foi muito bom para meu filho. Fiz uma promessa de ir a Curvelo se ele ajudasse na recuperação do menino, na época com três anos. E ele ajudou! Hoje, meu filho completa 28 anos de vida e eu, 25 de Oitava. É uma festa abençoada! Como você avalia a estrutura da festa e da cidade de Curvelo? Acho muito importante a recepção que os padres e a população dão

para nós, romeiros. Se melhorar fica perfeito. Luiz Henrique Freitas Juiz de Fora, MG

Aniversariantes do Mês 05/04 .................. Pe. José Wilker, C.Ss.R. 08/04 .................. Pe. José A. de Macedo, C.Ss.R. 08/04 .................. Ir. Geraldo Pereira, C.Ss.R. 09/04 .................. Pe. Carlos Viol, C.Ss.R. 17/04 .................. Ir. Pedro Aniceto, C.Ss.R.

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A voz forte que reza, o Terço dos Homens

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o ano de 2012, a Basílica de São Geraldo, em Curvelo (MG), teve a graça de iniciar mais uma caminhada de fé e devoção através do Terço dos Homens. Centenas de homens da comunidade curvelana se encontram todas as quintas, após a missa das 19 horas na Basílica e rezam fervorosamente o terço. Contemplando os mistérios, os homens tomam a frente da igreja para agradecer e entregar suas famílias nos braços da Virgem Maria, finalizando o encontro com o sorteio de um quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O movimento tem levado a fé dos homens a outros locais. No

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dia 25 de fevereiro, os participantes do Terço dos Homens da Basílica de São Geraldo foram em romaria à Aparecida (SP) para participar do Encontro Nacional do Terço dos Homens, renovando ainda mais sua caminhada de oração. Acompanhados do Pe. Paulo Roberto Gonçalves, C.Ss.R., reitor da Basílica, os homens participaram de diversos momentos especiais, como a consagração a Nossa Senhora e o show com o Pe. Antônio Maria. Voltando a Curvelo, os coordenadores do Terço dos Homens das outras paróquias, assim como o coordenador da Basílica de São Geraldo, se reuniram com o Pe. Paulo Roberto, C.Ss.R. para a organização da I Romaria do Terço dos Homens à Basílica de São Geraldo, que acontecerá em 23 de junho deste ano. A iniciativa celebra a importância e o valor do terço rezado pelos homens e caracteriza a afirmação do movimento, valorizando o homem e seu papel dentro da igreja. Mariana Melo Curvelo, MG

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Espiritualidade

Tem Francisco na Cátedra de Pedro

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ão sabia como começar. Hesitei no título. Não está mais vazia a cadeira da Sé Apostólica. Cadeira ou cátedra? Cátedra diz de ensinamento, magistério do papa. Então, tem alguém na cátedra de Pedro. Quem? Que surpresa, que festejos, quanta repercussão. Francisco de Assis... em Roma e Papa? Combina não. Mas é Mário Jorge Bergoglio quem lá se assentou. E elevou o tom assumindo o nome de Francisco a fim de dizer a que veio. Bendito gesto de Dom Claudio Humes abraçando o amigo no instante em que atingia a cota (que só cresceu) e sussurrou-lhe: - Não esqueças os pobres. Estalo. Revelação. Deu Francisco na cabeça. Mário Jorge Bergoglio calçando as sandálias do Pescador se declarou de nome Francisco. Assim, sem mais. Hesitação nas palavras foi o começo desta crônica espiritual. Ah! as palavras. Sobretudo a palavra escrita. Antes da palavra, os fatos e os feitos a se nomear. O que as palavras desencadeiam é a evocação. Sem som. Como escrever o silêncio que se seguiu ao “Habemus Papam”? O silêncio não é som. Ou

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é? Escutamos um grande silêncio. Agora, silêncio-presença-palavra e gestos nos dão a conhecer o que se passou. A hora se tornou palpitante pela esperança que tomou conta do mundo religioso. A esperança foi escancarada pelos meios de comunicação. Despontou uma pontinha verde, verde. Vai nossa querida Igreja reverdecer? E logo no Ano da Fé...!? Papa Francisco calçou as sandálias do Pescador. Simplicidade generosa, busca de relações, sorriso sereno num rosto vincado de determinação. Prenuncia firmeza de propósito: uma Igreja para os pobres. E, pisando o duro chão da realidade, pede: amemo-nos. Rezemos uns pelos outros. Sejamos fraternos. Rezem por mim. Penso perceber nestas demandas, umas tantas condições a la Francisco para modificar o que deve e urge ser mudado e alcançarmos – unidos – transformações sinceras, porque verdadeiras. Transformações sinceras nascem de corações sinceramente verdadeiros. Germinam desde dentro, do elaborado caminho interior feito de escolhas e decisões. Nada de

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camuflagens e escondimentos. Para tamanha obra, Francisco segue sinalizando que viveremos deslocamentos, ele que se desloca sem ares de Corte. Havendo deslocamentos será irrecusável fazer cortes. O que virá, parece-me, são travessias. Houve travessuras em demasia, atravessamentos ensanguentando a Verdade do Amor de Deus conosco. Se não houver travessias não passaremos de uma “ONG religiosa”, diz ele. É central seguir Jesus Cristo, caminho salvífico. O mundo dos tempos atuais precisa deslocar-se de uma pretensa autossuficiência para acolher a oferta de Deus que se revela por amor aos homens. Daí o diálogo entre as

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Espiritualidade

religiões monoteístas e o respeito às demais formas de caminhos para Deus. Urge às igrejas cristãs concertarem propostas que tornam credível a oferta do Deus único feita em Jesus e por Jesus de Nazaré, o Jesus-Cristo. Acolher o Evangelho e seu Espírito de Amor e Verdade. Nada disso ocorrerá com uma Igreja católica desavisada de sua originalidade. Ou perdida nos desvãos de uma instituição que repete práticas fora do contexto de vida e quando não mais são significativas. É por onde a instituição perde credibilidade, de um viver inovador e de um celebrar gozoso a vida cristã. São inéditas na história humana a linguagem de autocompreensão e as práticas de ser com os demais. É duro o labor da igualdade e da entreajuda solidária, distante da lógica de lucros e utilidades. Nós cristãos somos desafiados a não permanecer na rede de um anúncio envelhecido do Evangelho, que não é percebido como Boa Nova para os novos tempos da humanidade. Lembra-se, leitor(a), do personagem de Guimarães Rosa, o Riobaldo, na obra “Grande sertão veredas”? Para sua recordação vai este entrecho: - Estremeço. Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há de a gente perder-se no vai-vem e a vida é burra.

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Espiritualidade

Na versão secular de Riobaldo, Nestas semanas de vibrações Deus é alegria e coragem. Isso espirituais (Bento XVI, Papa Francismesmo que Jesus desvela para co, Páscoa) contaram-me sobre um nós: Deus curador da vida, cheio grupo de crismandos. A temática do de pura compaixão, defensor dos encontro era em torno de “criados pequenos e humilhados, mestre da à imagem e semelhança de Deus”. Vida, suscitador de alegria e fortale- A orientadora explicita que a palaza. Desejoso de seu reino e sua jus- vra grega para “imagem” é ÍCONE. tiça para todos. E indaga, tendo consigo a surpresa Este viver como família, irmana- de oferecer a cada participante um dos, no Reino do Pai ícone do Perpétuo aqui e agora só acon- «Este viver como Socorro: - Onde tece por travessias. ícones? O família, irmanados, temos Passagens. A vida grupo quase unísno Reino do Pai sono: - No compuvivida como itinerário pascal. Passam os tador. - Certíssimo, aqui e agora só sucessos, passam diz, sorrindo como acontece por as dores, passam os quem recebe uma travessias» sustos, passamos iluminação. E emennós que peregrinos dou: - Somos tamsomos. E passando, chegamos à bém ícone. E o que acontece quanoutra margem de horizontes e sen- do Deus clica em nosso ícone? Tudo tidos. Passar, perder, ser podado, em suspenso. Hesitação agitada. nascendo do alto. Tudo é parte do Alguém ergue a mão e vai dizendo: cálice da vida a se beber. Cálice de - Quando Deus clica, nosso coração salvação. A vida é mesmo êxodo. se abre. Poetando, Fernando Pessoa diz que Saber de Deus clicando é que a vida é OUTRAR: estar em direção subimos ao fundo de nosso coraao outro. Em convivialidade, acres- ção. E descobrimos a bondade racida por comunhão, acrescento eu. dical da vida. E brotam experiências Potenciados pela intimidade com de ressureição já agora. E vamos Deus em nós, entre nós, somos en- nos transmutando em passadores viados ao mundo para testemunhar de ressurreição. Dele e construir o reino. Este trabalhoso existir como cristãos faz-nos desejosos de mais vida. Sempre. Pe. Dalton Barros, C.Ss.R. Belo Horizonte, MG Mais luz. Sempre.

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Domingo do Bom Pastor

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o quarto domingo da Páscoa, celebramos também o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, ou melhor, o 50° aniversário desta atitude do Papa Paulo VI. Sabemos que “é preciso rezar sempre e sem desanimar”; mas de modo especial, é preciso insistir ao dono da Messe que envie operários para o trabalho. Em sua última mensagem para este dia, o Papa Emérito Bento XVI, afirma: “As vocações sacerdotais e religiosas nascem da experiência do encontro pessoal com Cristo, do diálogo sincero e familiar com Ele, para entrar na sua vontade. Por isso, é necessário crescer na experiência de fé, entendida como profunda relação com Jesus, como escuta interior de sua voz que ressoa dentro de nós”. A dinâmica da oração de petição, neste domingo do Bom Pastor, nos leva a querer encontrar respostas de nossa juventude. Precisamos de colaboradores e só os conseguiremos se nossa oração se fizer, de fato, um espaço de solidariedade radical com os homens em Deus, ou seja, a oração

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não nos afasta da história, da vida, pelo contrário, torna-nos atentos e capazes de ouvir em profundidade o “clamor dos pobres” dentro da história, pobre que é o “primeiro após o único”. Todo apelo de Deus passa pela realidade e é feito em vista da comunidade (serviço). “Quem reza faz crescer em si a capacidade de escutar o clamor do empobrecido e com ele se solidariza na perspectiva de um serviço desinteressado e gratuito. Quem reza lança em Deus, na fonte, o sentido primordial do seu engajamento, do seu ser, existir e agir” (Santo Afonso). Vocacionados à vida sacerdotal e à vida consagrada, contamos com vocês! Chamados por Deus e inspirados pelo Cristo ressuscitado, poderemos dizer com o espírito de coragem: “Eis-nos aqui, envia-nos”! Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R. Promotor Vocacional da Província do Rio Belo Horizonte, MG

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Papa Francisco

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a Itália, segundo pesquisa feita pela revista Família Cristã, nas bancas na semana do início do ministério petrino de Papa Francisco, a acolhida do novo pontífice foi tão boa que elevou o índice de aprovação da Igreja de 47% para 62%. Bastaram algumas palavras e um nome “Francisco” que em si é um programa. Segundo a mesma revista, 83% dos entrevistados expressaram confiança no atual Papa (95% dos católicos e 61% dos não católicos); 58% acreditam na sua capacidade de contribuir para uma renovação da Igreja, tocados por 71% da sua simplicidade, espontaneidade e linguagem próxima às pessoas. Perguntando às pessoas que encontro nestes dias sobre como estão vendo o Papa Francisco, constato que as respostas confirmam os dados da pesquisa. A Praça de São Pedro recebeu com certa surpresa o anúncio do cardeal de Buenos Aires que não estava entre os “papabili”. Daí pra frente, tem sido uma sucessão de gestos e palavras que surpreendem a cada dia. O homem de branco, que uma hora depois da fumaça, apareceu no balcão da Basílica de São Pedro, revelou que foi o Espírito

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Santo quem inspirou os cardeais na escolha e não rumores produzidos por quem conhece a Igreja superficialmente. A escolha do novo Papa de definir-se como bispo de Roma tem um conteúdo preciso: seja no sentido da colegialidade episcopal, seja no sentido do ecumenismo. De fato, no momento da entrega do anel do pescador, proclama-se: “Hoje, tu sucedes o Beato apóstolo Pedro no episcopado desta Igreja que preside a comunhão da unidade conforme o ensinamento do Beato apóstolo Paulo”. Na homilia, falou que o papa tem um poder e faz a pergunta: “Qual é o poder do Papa?”. Trata-se, responde, do poder do serviço. Mas como entender o nome, as palavras, o modo simples e direto de falar e os gestos de Francisco? Para não cairmos no erro da “papolatria”, creio que é prudente procurar uma interpretação eclesiológica (a imagem da Igreja que está sendo apresentada) e não personalista (tanto Bento XVI quanto Francisco insistiram que o protagonista é Cristo e não o Papa). Neste sentido, percebemos alguns elementos que revelam a continuidade entre os dois papas:

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a humildade, a consciência de que é Cristo quem conduz a Igreja, a sensibilidade no cuidado da Criação, crítica ao carreirismo na Igreja. Olhando o que tem acontecido nestes primeiros dias de papado, não é possível enxergar alguém que está fazendo marketing pessoal, mas um pontífice (como Papa Francisco afirmou, “aquele que deve ser ponte”) que está relembrando à Igreja e ao mundo qual é a missão da Igreja e como ela pode realizá-la. Sem dúvida, no coração desse pastor latino-americano está sua profunda experiência de ser Igreja (que procura viver o Evangelho como e com os pobres) e na sua mente o Documento de Aparecida, dos quais foi um dos redatores e que tem como tema Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos tenham vida n’Ele – “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 16,4). Acredito que uma das traduções dos bons ventos do Espírito Santo que estão despertando corações e mentes nestes dias se encontra em uma Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Contemporâneo, Gaudium et Spes, que afirma logo no início: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e

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as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração”. (GS 1) Para entender o significado desse belíssimo texto, é preciso imaginar uma pessoa profundamente enamorada se declarando à outra. Sim, porque o que este número da Gaudium et Spes está dizendo é que a Igreja, os discípulos de Jesus Cristo, é apaixonada pelos homens, “sobretudo pelos pobres e todos aqueles que sofrem”. Pe. Carlos Viol, C.Ss.R. Roma, Itália

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Refletindo sobre a vocação à luz do Mistério Pascal de Cristo

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os dias 27 a 31 de março, cinco jovens entre 14 e 27 anos dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo estiveram reunidos no Seminário da Floresta com o promotor vocacional da Província Redentorista de MG-RJ-ES, Padre Edson Alves, C.Ss.R. O Retiro Vocacional integra uma das etapas iniciais do discernimento. No encontro, o

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grupo teve o primeiro contato com o promotor, tempo para conhecer melhor a si mesmo e aos outros, à luz da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Além da convivência, o encontro ainda teve momentos de lazer e espiritualidade. A maioria dos jovens contou que os primeiros acordes do chamado vocacional surgiram a partir do contato com os meios de comunicação da Igreja e também com sacerdotes, através do trabalho que desenvolvem na Igreja. Após escreverem uma carta para o Secretariado, iniciou-se o acompanhamento vocacional, por meio de um curso por correspondência. Neste período inicial, o jovem é convidado a refletir e rezar a vida sob vários aspectos, principalmente conhecendo a si mesmo. Sílvia Carvalho Juiz de Fora, MG

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Entre os dias 4 e 7 de março, aproximadamente cem missionários redentoristas, padres e irmãos de todo o Brasil, se reuniram no Centro de Espiritualidade Redentorista (Ceresp), em Aparecida (SP), para a segunda etapa dos estudos anuais promovido pelo Secretariado Inter-provincial de Espiritualidade Redentorista – SIER. “A Pastoral da Reconciliação” foi o tema estudado e teve como as-

Confrades da Província do Rio no evento.

sessores Dom Lélis Lara, C.Ss.R. (Província do Rio), Pe. Márcio Fabri, C.Ss.R. (Província de São Paulo) e Pe. Antônio Niemiec, C.Ss.R. (Vice-Província da Bahia).

Aconteceu na Província

Estudos SIER

Encontro de Reitores e Ecônomos

Nos dias 18 e 19 de março, a Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG), recebeu os reitores e ecônomos da Província do Rio para o encontro anual sobre liderança, gestão e economia nas comunidades da

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Província. O Superior Provincial, Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R., esteve presente no evento. Na ocasião, foi realizada também uma reunião com o Governo Provincial, formado pelo Provincial, Pe. Vicente, C.Ss.R., pelo Vigário Provincial, Pe. José do Carmo Zambom, C.Ss.R., e pelos Conselheiros, Padres Nelson Antônio Linhares, C.Ss.R., José Raimundo Vidigal, C.Ss.R. e Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R.

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Escrevo para agradecer pelo AKIKOLÁ que tem chegado mensalmente a minha casa. É com muita alegria que recebo as notícias através dele; leio e acompanho tudo. Recentemente assisti na Canção Nova a entrevista dada pelo Pe. Vicente, fiquei muito feliz em revê-lo. Gostaria que mais vezes o trabalho redentorista fosse divulgado na televisão. Aqui estou sempre na Legião de Maria pedindo pelos seminaristas, para que cada vez mais os servidores a Deus se multipliquem. Virgínia Lopes Ponto do Marambaia / Caraí (MG)

Sempre fico muito feliz e satisfeito em receber o AKIKOLÁ em minha residência! Geraldo Assis Silveira São Paulo (SP)

Agradeço a remessa do AKIKOLÁ durante todos os meses. Lendo o informativo, fico a par de tudo o que acontece na Província Redentorista de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Que as bênçãos da Sagrada família desçam sobre os Missionários Redentoristas! Celme Duarte Penido Belo Horizonte (MG)

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