Akikolá - Agosto/2014

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Humanidade nova!

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corrupção atual parece não ter limites, disse alguém. Afirmação proveniente da onda de desvios, roubos, manipulações, descasos com o bem comum. Problemas que afetam instâncias pequenas, todavia que assustam ainda mais quando encontrados em grandes esquemas, em pessoas como juízes, autoridades religiosas, políticos, educadores etc. Ou seja, trata-se de uma perversão quase cultural; banalidade do “tudo é permitido”, desde que o objetivo seja levar vantagens numa época em que a solidariedade parece coisa do passado. Diante deste quadro, infelizmente de cores fúnebres, o cenário torna-se pior quando o ânimo dos bons também diminui. Perde-se, com facilidade, a capacidade de indigna-

ção e acostuma-se, facilmente, com uma rotina de abusos que perpassa as áreas mais variadas da existência. E o que dizer dos conflitos maiores que estão dizimando nações, culturas, povos? Dostoievski, em sua obra Os Irmãos Karamázov, apresenta o dilema: se Deus não existe tudo é permitido! Uma equação que nasce na dramática busca por aquilo que fundamentaria uma opção ética pelo bem. Trocando em miúdos: qual seria o critério de discernimento entre o bem e o mal? Ou, de fato, tudo é permitido? É possível notar que muito mais do que julgar fatos isolados que escandalizam, a sociedade atual, plural e democrática, cada vez mais autônoma e civil, passa por uma encruzilhada que tem como grande interrogação

Expediente: Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas - MTB: 16778 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica América Tiragem: 2.000 exemplares

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seus fundamentos éticos. Que a agressividade, a rivalidade participam da natureza mais íntima do ser humano, isso a psicologia profunda mostra com clareza. Que o amor oblativo não seja tão espontâneo, a própria teologia revela com discernimento. Ou seja, no espelho de sua alma o ser humano reconhece que não nasce pronto e suas escolhas dependerão de uma consciência formada por destinos de vida ou morte. Em todo caso, o mal participa da sua aventura existencial e o amor é tarefa cotidiana. Necessário, portanto, é reforçar a responsabilidade diante do grande dom que é a vida. Na aventura existencial, alguns dizem que a razão, por si mesma, pode alcançar a maturidade de fazer escolhas sólidas por valores como justiça, fraternidade, paz. Até mesmo construir um consenso universal na busca

pelo bem comum. No entanto, o referencial bíblico-cristão traz luz na difícil arte de construir a existência de maneira íntegra. Assim afirma São Paulo: “Não que eu já tenha alcançado ou que já seja perfeito, mas vou prosseguindo para ver se o alcanço, pois que também já fui alcançado em Cristo Jesus” (Fl 3, 12). Trata-se da firme consciência de que, sem o horizonte da fé, as perguntas mais complexas podem cair em impasses perigosos. Além disso, em Cristo descortina-se o destino mais límpido de felicidade da humanidade, aprofundando a responsabilidade de cada ser humano. Ele, a graça que soma e redime, reforça e ilumina a busca pelo amor. Mirar esse referencial é colocar-se num caminho certo de construção de uma humanidade nova. Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial

Aniversariantes

Agosto

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11/08 – Pe. Alfredo Viana Avelar, C.Ss.R. 14/08 – Pe. Braz Delfino Vieira, C.Ss.R. 18/08 – Pe. José Carlos Campos, C.Ss.R. 18/08 – Pe. Flávio Leonardo Santos Campos, C.Ss.R. 28/08 – Diác. Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R.

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Entrevista

Pe. Braz Delfino Vieira, C.Ss.R.

Desde 1893, quando os redentoristas holandeses chegaram ao Brasil, muitos padres e irmãos ajudaram a construir a bonita história desta que, hoje, é a Província do Rio de Janeiro. Dentre esses, um tem destaque especial pelas recordações sempre afáveis daqueles que conviveram com ele: Pe. Vicente Zeij, C.Ss.R. Por sua dedicação à Congregação, Pe. Vicente ganha uma homenagem através do Pe. Braz Delfino, C.Ss.R. Sua história fica registrada nas páginas do livro “Uma Violeta Escondida nos Jardins da C.Ss.R”. Pe. Braz nos conta sobre o livro e esse grande Redentorista: Quem foi Vicente Zeij? Um dos que encontraram o “tesouro do Reino dos Céus”, escondido no terreno da Congregação do Santíssimo Redentor. Para comprá-lo, ele empenhou 70 anos de sua vida. E foi tal este empenho que se identificou com o “genuíno discípulo” do Redentor. Nele, ser Redentorista não era uma identidade canônica, mas sua essência. Seus confrades e coetâneos diziam dele: “semper idem”. Isto é, sempre o mesmo. Por que: humildade, acolhida, bondade, trabalho e demais virtudes eram nele equivalentes e sempre presentes. Foi, numa palavra, um religioso exemplar, tanto

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atrás dos muros dos conventos onde residiu como nos trabalhos apostólicos junto aos fiéis. Qual a Importância dele para a Província do Rio? Ele foi um dos pilares de consolidação da vice-Província Redentorista do Rio de Janeiro. Um da linha de frente e sempre pronto a colaborar. Sua melhor contribuição foi como “Mestre de Noviços” durante 18 anos, dando embasamento psíquico-espiritual sólido para a vida religiosa dos jovens que pretendiam se engajar nas “hostes alfonsianas”. E exerceu também outros cargos de relevância e responsabilidade:

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Entrevista

mente aberta, sem preconceitos e despretensiosa frente aos desafios à vida religiosa e ao trabalho apostólico de um sacerdote. Como surgiu a idéia de escrever um livro sobre ele?

Reitor e Vigário da Comunidade Redentorista de Nossa Senhora da Glória por 12 anos, em Juiz de Fora; o mesmo encargo por 3 anos, em Congonhas; Ecônomo nas Comunidades Redentoristas do Rio de Janeiro e Juiz de Fora; Consultor vice-Provincial; Fundador da Comunidade Redentorista em Campos dos Goytacazes e Co-fundador numa tentativa de os Redentoristas se estabelecerem em Teresópolis, RJ. Pregou as “Santas Missões” que eram o trabalho primordial dos Redentoristas nas décadas de 1910 a 1950. Foi ótimo confessor e diretor de consciência. Mas, pode-se deduzir que sua importância na Província do Rio de Janeiro reside tanto no que ele fez como no que ele foi: deixou o exemplo de uma

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O desígnio de enfeixar, num relato mais ou menos lógico e coerente, os dados e recordações sobre o Padre Vicente Zeij partiu do atual Provincial da Província Redentorista do Rio de Janeiro, Padre Vicente de Paula Ferreira. É que, entre os mais antigos da Província a santidade e a simplicidade de vida do Padre Vicente Zeij, foram sempre comentadas. O Provincial ouviu, por certo, essas conversas sempre respeitosas e cheias de admiração pelo “Padre Mestre”, sua antonomásia entre os velhos confrades. É bem possível que a finalidade deste ensaio biográfico tenha sido guardar sempre viva para os pósteros a lembrança desta “violeta” que no passado perfumou com suas virtudes este “cantinho de céu” que é a querida Província Redentorista do Rio de Janeiro, já sexagenária. Graças a Deus! Luiz Henrique Freitas Juiz de Fora, MG

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Os encantos de Santo Afonso

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m 2014, a novena festiva de nosso padroeiro celebrou o Ano Vocacional Redentorista. Na vocação de Santo Afonso, descobrem-se os encantos de uma vida voltada para os mais abandonados. A nossa paróquia, seguindo os passos do fundador da Congregação Redentorista, vem descobrindo, a cada dia, caminhos para encantar e levar as pessoas a Deus. O santo de Nápoles encontrou no coração da Tijuca (Rio de Janeiro - RJ) muitos devotos. A Igreja de Santo Afonso encanta os transeuntes pelo aconchego que oferece. No período de festa, os moradores do território paroquial e adjacências demonstraram o seu carinho, participando com fervor da novena, da procissão e da festa.

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Com o tema “O Redentor te chama pelo nome”, as celebrações tiveram o intuito progressivamente de despertar a comunidade para o chamado que Deus faz a cada um de nós. A partir do encanto de viver, somos chamados a criar laços com o próximo, seguir Cristo e formar a Igreja, onde cada um tem um ministério a ser exercido, pelo bem da evangelização. Há alguns anos, estamos firmando, em nível paroquial, o carisma de nosso fundador e padroeiro, com o objetivo de fazer de Jesus Redentor o centro de

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nossa vida. O resultado tem sido muito positivo, pois a paróquia vem se fortalecendo em seus grupos e pastorais. Encantadora, também, são as manifestações de graças alcançadas por intermédio de Santo Afonso. A nossa novena festiva foi animada em seus primeiros cinco dias pelo Padre Souza, da comunidade redentorista de Campos. No dia 30, das 13h às 19h30, tivemos toda a programação da Rádio Catedral sendo transmitida diretamente de nossa paróquia, sendo que às 18h, nosso cardeal, Dom Orani, presidiu o sexto dia da novena festiva. Nos dias que se seguiram, o Padre Anderson, da Comunidade de Curvelo, animou a festa, e, no domingo, o nosso provincial, Padre Vicente, celebrou solenemente Santo Afonso, junto a toda comunidade reunida. Nos dez dias de festa, tivemos a oportunidade de nos aprofundarmos em nossa espiritualidade e, também, de desfrutar dos en-

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cantos culturais que a comunidade ofereceu, como apresentação de corais, teatro, danças típicas, “stand up comedy”, sem falar no velho e bom congraçamento, com as tradicionais barraquinhas, no adro. Como estamos fazendo a Campanha de climatização da nossa igreja, a festa foi uma oportunidade para divulgarmos que o sonho dos paroquianos já começou a se concretizar, graças a colaboração das famílias. Fim de festa, vida que segue. Que Santo Afonso continue intercedendo por nós, a fim de que nossos bons projetos se concretizem, para o bem das pessoas e a glória de Deus.

Pe. Luís Carlos de Carvalho Silva, C.Ss.R. Rio de Janeiro, RJ

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Espiritualidade

AVESSOS E O MAPA DE DEUS

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ONTROVÉRSIAS desde Jesus. A vida de Yeshouá de Nazaré está fatiada em controvérsias. Também o dinamismo de anunciar Jesus, o crucificado-ressuscitado, homem-Deus, criou controvérsias nas culturas helenística (grega), judaica (Israel) e romana (Império Romano). Suetonio, um escritor de Roma, tachou o “movimento Jesus” como uma superstição nova e perigosa. No século seguinte, Tertuliano, o primeiro teólogo de lingua latina, escreve que a verdadeira religião romana era o cristianismo. Foi ali, ao redor do ano 150, que se separaram do judaísmo os seguidores de Jesus, no Sopro do Espírito. Jesus, que morrera de morte matada e praticamente desconhecido fora da Judeia, não foi contemporâneo da TEMPESTADE AFETIVA, associada a seu nome, glória e poder. E, tinha-se, então, como iminente o fim-do-mundo e o reinado eterno do Messias. Uma suposição baseada num tipo de entendimento de promessas e profecias circulantes. O fim dos Tempos. A Parusia. É nesta fase que surgiram discordâncias e dissonâncias que, aos poucos, acabam sendo consideradas como heréticas. Herejes, falsos profetas, equivocados iluminados surgiram.

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Foi difícil e rusguento o discernir na “tempestade afetiva” consensos sobre o que é tornar-se seguidor do caminho de Jesus. Crises seguidas. Criaram-se critérios. Organizou-se uma hierarquia para dirimir as querelas. Apareceram os cânones da boa postura, da escuta ordenada do Espírito, da maneira correta de proclamar a Salvação redentora. PAIS DA IGREJA. Ataques não faltaram ao cristianismo que se expandia. Surgem os que hoje são denominados “Padres (pais) da Igreja”: pensadores da fé, orientadores da vida cristã, organizadores das comunidades como Igreja fiel a Jesus ressuscitado. Vidas que testemunham, por vezes, até o martírio. Começam os Concílios: a defesa do crer orto-doxa-mente. Ideias, forças são condensadas em um CREDO, o símbolo dos Apóstolos. O crer em Jesus tem seu próprio realismo e era preciso ir do sonho à realidade, do Evangelho sublime ao concreto do viver. Estabelecem-se os cânones da narrativa: o que de fato pertence à verdade de Jesus de Nazaré, o que se passou de fato. Assim dispomos de quatro versões, testemunhando: verdadeiramente Jesus de Nazaré é o Cristo, Filho de Deus redentor. Ele vive, pois ressuscitou. Está conosco.

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se perder na esterilidade das coisas supostamente intocáveis e não pensadas com o coração. Avalio que se faz urgente cultivar em nós, cristãos destes tempos, este lado buscador! O manuscrito faz apologia da verdade redentora do cristianismo nascente. São pequenas páginas em grego, escritas em tinta preta e os títulos dos temas estão em vermelho. Uma escrita de estilo elegante, cheio de finezas e sentimento. Que sensibilidade! Linguagem viva tocando o coração. Um manuscrito ainda hoje estudado, e muito, mundo afora. Tenho comigo uma edição em grego e francês, toda comentada. Seleciono alguns dizeres para vocês, leitores(as). Como faz falta ao cristão hoje um conhecimento mais amplo das fontes de nossa história cristã. O mínimo. Há flores nos prados dos apologistas cristãos de antanho. Há sementes aguardando a terra macia em que cair.

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Seu Espírito derramado no coração dos batizados purifica, inspira e ilumina o viver cristão. Juntos conspiram pelo Reino já e ainda não. (Você conhece bem os 4 evangelhos?) AS CIDADES daqueles tempos (Império Romano e a Grécia) fazem de tudo para se safarem da avalanche dos evangelizadores, os que anunciam a desconcertante Boa Nova que desconstrói as hierarquizações do poder, produtoras de submissão e exclusões (escravizações). Opondo-se ao Evangelizar, que fazia germinar um povo de irmãos, a “família de Deus”. As cidades sentiram este peso. Sabendo-se desafiadas, as “escolas filosóficas” se contrapõem a esta “doutrina da verdade”. Há polêmicas sem conta. Desde Jerusalém se afirma: este Jesus é o nosso Cristo, o Messias de Deus. Desde Atenas se confessa: este Cristo é mesmo um mestre da Verdade. Desde Roma se declara: este chefe que faz escola é mesmo nosso Dominus, o Senhor que impera no céu e na terra. A DIOGNETO. Existe um texto bem antigo, datado entre os anos 190-200, provavelmente escrito em Alexandria, a nobre. Texto endereçado a Diogneto, um curioso do cristianismo sedutor e intrigante. Talvez um personagem de certa importância na cidade, buscador do essencial e primordial para não

• Vejo a tua ardente aspiração por conhecer como os cristãos cultuam o seu Deus e as tuas perguntas muito claras e cuidadosas a respeito deles. (como): por que esse novo gênero ou estilo de vida só começou a existir agora e não antes? • Não se distinguem os cristãos dos demais, nem pela região, nem pela língua, nem por suas vestes. Não habitam cidades que lhe sejam

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próprias, não utilizam algum dialeto extraordinário; em seu gênero de vida não há algo assim considerado singular. Não é à imaginação ou às fantasias de espíritos agitados que devem a descoberta de sua doutrina. • Numa palavra, o que é a alma no corpo são no mundo os cristãos. A alma encontra-se em todos os membros do corpo como os cristãos espalham-se por todas as cidades do mundo. Os cristãos residem no mundo, mas não são do mundo. • O Deus invisível fez descer do céu seu Verbo e o estabeleceu entre os homens, firmando-o em seus corações. Não como uma inteligência humana poderia pensar que o enviou para incutir medo e assombro. De modo algum. Foi com clemência e doçura, como um rei envia seu filho, que o enviou. Enviou como Deus salvador, persuasivo e não violento. • Se também desejas ardentemente esta fé, e se a abraças, começarás a conhecer o Pai. E quando o tenhas conhecido, que alegria, imagina-te, conhecerá teu coração! Quanto amarás assim aquele que te amou primeiro. • Não é sem razão que está escrito que Deus, no começo, plantou no meio do jardim a árvore da ciência e a árvore da vida, mostrando-nos na ciência o acesso à vida.

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Os primeiros humanos, que não souberam bem delas se servir, ficaram desnudados pela impostura da serpente. Pois não há vida sem a ciência, nem ciência veraz sem a verdadeira vida: eis porque as duas árvores foram plantadas uma perto da outra. Em todo aquele em que a ciência se faz acompanhar de temor e que procura ardentemente a vida, este aí planta na esperança e pode se assegurar de frutos. • A ciência te sirva de coração, a vida seja a palavra verdadeira, bem acolhida. • Se atenderes a elas, se escutares com zelo, saberás tudo o que Deus prepara para aqueles que o amam. Não é a árvore da ciência que mata e sim a desobediência que mata. • Apenas transmito o que me foi confiado aos que se fizerem dignos discípulos da verdade. Quem ler todo o texto vai lhe dar senso de atualidade, na alegria de crer. Dará graças por ser cristão no mundo de hoje. Desafiado sobre a presença de Deus no mundo. Quando andam juntas fé e boa vontade, diz o ditado, fazem o longe ficar perto. SHALOM! Pe. Dalton Barros, C.Ss.R. Belo Horizonte, MG

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Aprofundando na História do Amor

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urante o mês de junho, estive fora do Brasil, vivendo um momento intenso junto a outros confrades de língua hispânica e portuguesa, no curso anual de Espiritualidade Redentorista. Da Província do Rio de Janeiro, estivemos presentes eu e Pe. Ronaldo de Oliveira, C.Ss.R. Assim, aproveito para partilhar, neste pequeno artigo, um pouco desta maravilhosa experiência.

O primeiro, e talvez essencial ponto, é a percepção de que fazemos parte de uma grande História. Deus, em seu benevolente querer, comunicou-se à humanidade em Cristo Jesus. Deste movimento do amor Divino, nasce toda e qualquer sã espiritualidade. Ao longo

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dos anos desta história de amor, homens e mulheres foram percebendo características desta realidade e, assim, gestaram famílias que se propuseram em deixar que aspectos da Encarnação acontecessem em suas vidas e atitudes no eterno movimento da graça. Não é diferente com a espiritualidade redentorista: começando com Santo Afonso, passando por inúmeros confrades que doaram sua vida, chegando a cada um de nós hoje, e seguindo em aberto ao futuro. Foram 20 dias intensos. Muitas caminhadas e viagens pelos lugares principais dos primeiros anos. Foi um curso itinerante: começamos em Roma, depois Materdomini e, por fim, Ciorani. A partir destes lugares, outros tantos reservados à visita de algumas horas. Sentir, ver, tocar relíquias dos princípios, fizeram eclodir em mim realidades caras, nascidas desde o primeiro contato com um redentorista, o finado Pe. Lucio Silva Pinho, C.Ss.R., e

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alimentadas em todos estes anos, desde a formação inicial, até o momento. Uma espiritualidade simples, para os simples e com os simples, assim eu poderia resumir o vivido. Tudo começou com a percepção de Santo Afonso Maria de Ligório de que existiam pessoas, amadas profundamente por Deus, mas que tinham sido esquecidas no convite para participar da grande mesa do Reino, seja pela sociedade, seja pela estrutura eclesiástica da época. Afonso e seus primeiros companheiros foram ao encontro destes, levando o anúncio de que Deus os amava e os queria perto de si. Utilizaram-se das missões populares, um tempo profundo da graça e da misericórdia do Senhor. A partir deste primeiro anúncio, desdobra-se o cultivo da Vida Devota. Ou seja, a percepção de que Deus se encontra com seu povo na simplicidade dos dias, no interior dos afazares, na oração cotidiana, no acolhimento e, de maneira única, na Eucaristia. Os anos foram se passando e o anúncio deste Amor Maior continuou acontecendo das diferentes matizes que formam o belo quadro redentorista. As casas plantadas no centro das dioceses,

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abertas ao povo que vinha para retiros e momentos de oração. A acolhida de um povo esquecido foi se realizando sempre com mais intensidade. Com São Clemente, esta Missão ultrapassa os Alpes, dando abertura para que acontecesse, anos depois, a partida para o Novo Mundo, as Américas. A você, caro leitor, desejo que a descoberta deste amor sempre próximo seja vivida em intensidade. Na minha imperfeição, ofereço a minha experiência, pessoal e comunitária, como religioso e como padre. Que nossos encontros na vida possam refletir este maior Encontro: o de Deus com a humanidade em Cristo. Que nossa vida seja o feliz júbilo de fazer parte desta realidade. Que ninguém fique de fora porque nos esquecemos ou nos acomodamos.

Pe. Maikel P. Dalbem, C.Ss.R. Coronel Fabriciano, MG

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Promotores Redentoristas do Brasil

Encontro reúne Animadores Vocacionais e Formadores Redentoristas do Brasil

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s Animadores Vocacionais Redentoristas do Brasil se reuniram em Campo Grande (MS), para o encontro de formação sobre a teologia vocacional. Realizado entre

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os dias 17 e 18 de julho, o evento também foi um momento para propor estratégias no trabalho da animação vocacional aos Redentoristas no Brasil. O objetivo foi “conhecer, partilhar e organizar a Animação Vocacional dos Redentoristas em nível nacional”. Ao final, foi elaborada uma proposta de trabalho para os próximos anos a ser apresentada à União dos Redentoristas do Brasil (URB). Além disso, ganhou destaque no encontro a importância do trabalho pastoral junto à Juventude Missionária Redentorista em parceira com a Animação Vocacional. Os participantes também discutiram sobre a necessidade de conscientizar cada confrade na

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responsabilidade com o trabalho de animação vocacional, bem como motivar a Comissão Nacional da Juventude Redentorista a encaminhar e estruturar as Missões Jovens em todo o Brasil. Do encontro, nasceu também a ideia de que cada Província e Vice-Província Redentorista do Brasil realize Congressos e Jornadas Alfonsianas anuais em preparação para a grande Jornada da Juventude com Seminaristas, Vocacionados e Juventude Missionária Redentorista, marcada para agosto de 2017, em Aparecida (SP), com a presença do Superior Geral da Congregação. A Jornada faz parte das comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Participaram do encontro 20 pessoas, entre confrades, padres, irmãos, estudantes e leigos

das nove Províncias e Vice Províncias Redentoristas do Brasil. Nos dias 21 a 25 de julho, também em Campo Grande, foi realizado o Encontro dos Formadores Redentoristas do Brasil, promovido pelo Secretariado de Formação da URB e assessorado pelo Pe. Ulysses da Silva, C.Ss.R. O evento teve como objetivo discutir, refletir e rever estratégias no campo da formação, além de propor novas metodologias a serem trabalhadas com os animadores vocacionais. Representando a Província do Rio, o Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R., Secretário de Formação, esteve presente no primeiro encontro. Já o Pe. Lúcio Marcos Bento, C.Ss.R., formador da Comunidade Vocacional São Clemente, participou do encontro de formadores. Fonte: C.Ss.R. Formadores Redentoristas do Brasil

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Com o tema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1), foi realizada a concentração das Ligas Católicas Jesus, Maria e José, com a presença da Federação que inclui a Arquidiocese de Juiz de Fora e a Diocese de Valença (RJ). O encontro aconteceu no dia 20 de julho, na Escola Municipal Olinda de Paula Magalhães, situada na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Juiz de Fora (MG). Os membros da Liga no Vale da Floresta tiveram um motivo a mais para comemorar: os 70 anos de fundação da Liga Católica na paróquia.

Aconteceu na Província

Concentração das Ligas Católicas Jesus, Maria e José

Durante o encontro, Nelmar Nepomuceno, presidente da Federação das Ligas Católica Jesus, Maria, José da Arquidiocese de Juiz de Fora e Diocese de Valença, lembrou os 112 anos de Liga no Brasil e 170 anos de Liga no mundo.

34º Encontro dos Colegas Redentoristas de Congonhas Nos dias 18, 19 e 20 de julho, foi realizado o 34º Encontro dos Colegas Redentoristas de Congonhas. O evento aconteceu na antiga casa do Seminário Maior Redentorista da Floresta, em Juiz de Fora (MG). Com a participação de mais de 30 colegas, somando-se, no total, cerca de 60 pessoas, destacou-se a presença de Dom Lelis Lara, antigo prefeito dos estudantes e atual bispo emérito de Itabira - Coronel Fabriciano. O próximo encontro do grupo está marcado para os dias 17, 18 e 19 de julho de 2015.

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