Akikolá - Agosto/2012

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Redentoristas do Leste em Notícias Informativo da Província de MG, RJ e ES

Ano 30

Nº 06

Agosto de 2012

“Segui-me e vos farei pescadores de homens” (Mc 1, 17)

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Senhor, enviai operários para vossa messe!

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tradição bíblica conta que Jesus, em sua missão, convocou um grupo de discípulos para estar com Ele e evangelizar. “Segui-me e vos farei pescadores de homens” (Mc 1, 17). Seguidores e missionários. A partir de uma intimidade maior com o Senhor, seus discípulos anunciaram a Boa Nova, redenção para a humanidade. No entanto, não se pode estar a serviço sem disponibilidade, sem solidariedade ou sem amor oblativo. Eis um grande apelo para os tempos atuais! De fato, as seduções narcísicas dos cenários pós-modernos interpelam inúmeros que se sentem chamados à, livremente, colocarem-se a serviço do anúncio do Evangelho de Jesus. Como pretender deixar tudo quando a ordem é somar o máximo possível? Ou que sentido teria para um jovem aventurar-se numa renúncia de tantas coisas para se colocar disponível em realidades desafiadoras, pobres, sem tantos prazeres? E mesmo dentro das estruturas eclesiais, como manter um estilo simples de vida e não se acomodar aos “luxos” que surgem de diversos anúncios imperativos? São questões que os discípulos de Jesus não podem deixar de levantar e tentar respondê-las com empenho. Outro dia, perguntaram a um amigo psicanalista o que ele achava mais importante no processo de discernimento vocacional. Sua resposta? O índice de narcisismo! Reação curta que fez pensar. Certamente, nas entrelinhas, pode-se entender que o amigo de Jesus, aquele que vai continuar sua obra, seguindo seu exemplo, não será bem sucedido se não fizer a profunda experiência da alteridade. Encontro oblativo com o outro, principalmente o pobre, que levará a um desapego – distacco na linguagem redentorista - dos próprios interesses pessoais.

EXPEDIENTE:

Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas - MTB 16778

Informativo da Província Redentorista de MG, RJ e ES

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Impressão: Juizforana Gráfica e Editora Tiragem: 2000 exemplares

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Sair de si, portanto, seria condição fundamental para alguém que busca fazer da vida uma oferta em prol do outro, ou do Reino de Deus como se diz na linguagem eclesial. Isso não sendo buscado, corre-se o risco de fabricação de pequenos ídolos, enclausurados em si mesmos, ansiosos por uma série de privilégios como famas, dinheiro e outras tantas coisas. Em nome de Deus, poderia justificar-se posturas até mesmo autoritárias, arrogantes. Elementos que passam longe do jeito crístico de ser. Está aí, pois, um critério para tempos em que se pensa tanto em revitalização das comunidades religiosas. Cuidado com o grau de narcisismo! Afinal, busca-se servir a Deus e ao irmão ou servir-se de Deus e dos irmãos para adquirir lugares mais importantes na vida? Essa parece ser uma questão não tão simples. Pode custar a vida. Respondê-la com certa lucidez valerá a qualidade daqueles que continuarão a bonita história vivida por tantos como Afonso, Inácio, Francisco, Teresa, enfim... Um aviso ainda: o que não dá, parafraseando um belo romance, é para prometer um jardim de rosas para os iniciantes, porque toda escolha, e Vida Religiosa não é diferente, tem também seus necessários espinhos. Disse Jesus: quem quiser me seguir, tome sua cruz (Lc 9, 23).

Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial

Aniversariantes do Mês * 11.08.1986 – Fr. Alfredo Viana Avelar, C.Ss.R. * 14.08.1929 – Pe. Braz Delfino Vieira, C.Ss.R. * 18.08.1951 – Pe. José Carlos Campos, C.Ss.R. * 18.08.1976 – Pe. Flávio Leonardo Santos Campos, C.Ss.R. * 28.08.1985 – Fr. Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R.

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E REUNIÃO INTERCAPITULAR Provincial da América Central, Padre Manuel Cruz Meza, C.Ss.R. revela as notícias mais recentes do encontro realizado em Costa Rica, fala sobre a reestruturação na Congregação e a inauguração da nova unidade redentorista.

Conte-nos um pouco sobre as últimas novidades: Reunião Intercapitular, a Assembleia da Conferência e o nascimento da nova Província Redentorista da América Central. De 9 a 21 de julho deste ano, os Superiores maiores e delegados redentoristas da América Latina tiveram um mesmo destino: o Aeroporto Juan Santamaria, em Costa Rica. Na primeira semana, encontramo-nos com o Governo Geral para avaliar e revisar o camino percorrido e os frutos obtidos depois de três anos da celebração do XXIV Capítulo Geral da Congregação. Foi feita uma sondagem para escutar novas propostas para o futuro imediato no “Anúncio do Evangelho, de maneira sempre nova”. Durante esta primeira semana, tivemos a oportunidade de escutar um informe do Pe. Geral Michael Brehl, conhecer a nova proposta para a economia e algumas reflexões e políticas sobre o tema de condutas inapropriadas de congregados, concretamente o tema de abusos a menores de idade. 4

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A segunda semana foi sob a responsabilidade do Coordenador da Conferência, Pe. Noel Londoño, e também do Governo Geral. É o que chamamos de Assembleia Geral da Conferência da America Latina e do Caribe. Segunda reunião do sexênio, mas a primeira na qual participaram os delegados de todas as unidades, como estabelecem os estatutos aprovados em março de 2011, em Aparecida. Akikolá

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Com a contribuição de todos, foi possível definir um primeiro documento que fala das prioridades e urgências pastorais da Conferência; ratificaramse e mudaram-se estatutos da mesma, para que entre em vigor uma vez que sejam aprovados pelo Governo Geral. As diferentes Subconferências (URNALC, URSAL, URB), aproveitaram também os espaços livres para reuniões ordinárias e tratar de temas internos da missão, formação, etc. Foram dias de muito trabalho, mas de um ambiente fraterno e rico no intercâmbio de experiências redentoristas. Em meio às reuniões, tivemos a celebração da inauguração canônica da Província da América Central. Foram dois dias de celebrações, iniciando o primeiro dia com a visita da Rainha dos Anjos, padroeira da Nação Costarricense, no sábado 14 de julho. Houve a solene eucaristia, presidida pelo bispo do lugar, Dom Ángel San Casimiro, o Pe. Geral Michael Brehl e todos os superiores (Vice) Provinciais e delegados de todas Unidades da América Latina e do Caribe. A nova Província compreende todo o território da América Central: Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicaragua, Costa Rica, Panamá e agrega-se, pela primeira vez, Belice. Todas são pequenas repúblicas independentes com seus respectivos presidentes e legislação própria. Em todas, fala-se o espanhol, menos em Belice, onde o idioma oficial é o inglês. Normalmente, em cada país tem uma ou duas comunidades redentoristas, somando 57 confrades de votos perpétuos. Akikolá

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Os primeiros missionários redentoristas espanhois chegaram na América Central procedentes do México, em 13 de maio de 1927, em Costa Rica, e pouco a pouco, foram se espalhando por todo o território centroamericano. Em 1955, fundou-se a Vice-Província de San Salvador e em 15 de julho, erigiuse canonicamente a Província. Foi um sinal de esperança viver o nascimento da Província, em meio a reuniões tão importantes: uma porque sinalizava enfaticamente que seguimos o camino da reestruturação e depois, porque pouco a pouco, se definem as opções que tornarão possíveis a renovação adequada de nossa missão. Como você avalia o processo de reestruturação? Foi muito importante escutar cada unidade da Conferência sobre o andamento do processo de reestruturação e como está concretizando-se em cada uma de suas realidades. O informe do Superior Geral, a reflexão das prioridades e urgências pastorais, os mesmos desafios que apontam a realidade da América Latina nos faz pensar que o tema do XXIV Capítulo Geral, “esperança na ação”, segue atual. Percebo um caminho percorrido, mas muito ainda estamos por percorrer e isso me parece alentador. Quer dizer, somos como os atletas que buscam a meta, mas sabemos que ainda falta muito caminho adiante... mas já podemos ver alguns rastros no cami5 9/8/2012 12:06:30


nho... isso nos coloca em tensão e me parece saudável. Não alcançamos ainda o objetivo, mas estamos em movimento nessa direção. Existe um bom número de confrades que acolheram e enxergam com bons olhos os sete princípios da reestruturação. A razão é simples, o tema do anúncio da Boa Nova, como diz São Clemente, de maneira sempre nova, é o que marca o caminho do sexênio, e daí, pouco a pouco, ganha vida a reestruturação, como o meio de nos ajudar a somar esforços na solidariedade, nas redes e na colaboração com os leigos, sendo mais efetivos na missão. Em resumo, penso que vamos por um bom caminho, ainda nos falta receber mais acompanhamento doutrinal por parte do Governo Geral e definir ou clarificar a nova figura das Conferências e do Coordenador; no entanto, entendemos que isso faz parte do processo. Uma mensagem vocacional para as novas gerações Parece-me fundamental que as novas gerações reúnam-se ao redor de Santo Afonso, em Aparecida, no contexto da JMJ, no Rio de Janeiro, em 2013. Durante estes dias de encontro e reflexão, falamos um mesmo 6

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idioma. Notamos que o Espírito Santo falou-nos, nos trabalhos dos grupos, espontaneamente como uma “diosidência” e, quase a uma só voz, surgiu uma opção clara pelos jovens. Pensamos nestes jovens que dia a dia vêem a vida ameaçada e nos que batem diariamente em nossas portas, porque sentem a inquietude de consagrar sua vida como missionários. Aproveito esta oportunidade para motivar os jovens de nossas unidades redentoristas, e que ‘firmes na fé’, retomem o protagonismo que os corresponde. Confiantes no amor do Redentor, aventurem-se a ‘ir e anunciar a Boa Nova’ a outros jovens. Queridos jovens, vocês não são somente o futuro da Igreja e da Congregação, são o presente e os que seguramente nos ensinarão a disponibilidade, a internacionalidade e interculturalidade que requer hoje o Evangelho para que chegue a todos os rincões do mundo.

 Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R. Juiz de Fora, MG Akikolá

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Encontro Nacional de Formadores Redentoristas

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os dias 09 a 13 de julho aconteceu, em Porto Alegre (RS), o Encontro Anual de Formadores Redentoristas do Brasil. De nossa Província do Rio, estivemos presentes os Padres Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R. e Lucio Marcos Bento, C.Ss.R.. Com representação de todas as unidades redentoristas brasileiras, o encontro se mostrou como um espaço privilegiado para o estudo e para a troca de informações, vivências e conhecimento. Neste ano, o tema estudado foi “Antropologia e formação”. Fomos assessorados pelo Frei Ms. Gilmar Zampieri, capucinho, professor de filosofia. Com certeza, compreender melhor o ser humano e, principalmente, a juventude hodierna, nos possibilita exercer com mais eficácia nossa função de formadores de novos religiosos redentoristas. Em tempos como os nossos, cheios de interpelações advindas da realidade sócio-cultural-religiosa, a própria compreensão que o ser humano possui de si, bem como seus anseios, muda, alargando-se, e isto impacta na própria compreensão vocacional e nas formas como este caminho se dá. Assim, outro assunto abordado foi o da construção de uma grade programática comum entre todas as unidades brasileiras nos diversos momentos da formação. Interpelados pelo movimento de reestruturação que vive a Congregação Redentorista, respeitando as particularidades de cada unidade, buscou-se vislumbrar um caminho formativo sólido que dê conta da demanda trazida pelos jovens atualmente, criando a possibilidade de um ambiente de diálogo, interações e parcerias entre as diversas unidades redentoristas brasileiras. Este trabalho teve apenas início, ficando para o próximo encontro nacional a tarefa de, com o auxílio de assessores redentoristas, continuarmos a reflexão e construção da referida grade. O dia 12, uma bela e fria quinta-feira, foi de descanso e passeio. Nossos anfitriões proporcionaram um bom passeio pela região turística de Gramado e Canelas. Conhecer as belezas e singularidades da cultura daquela região muito nos enriqueceu, deixando grata memória. 

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Pe. Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R. Coronel Fabriciano, MG

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E SPIRITUALIDADE

O JOGO DA VIDA

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o jogo da vida e da vida em jogo trataremos. Talvez nos aproximemos um pouco mais das gentilezas de Deus e da leveza da copiosa redenção.

KRÓNOS O tempo flui. Quem passa somos nós, os seres vivos. Sobretudo nós, os humanos. Humanos, porque frágeis (trazemos este tesouro em vaso de barro), sentimos o passar do tempo com pesar; o tempo em nós deixa marcas a cada ciclo atravessado: do nascer para uma vida terrena ao envelhecer neste Planeta, até sairmos do ventre da Terra para um eterno conviver na esfera divina. Os gregos (que berço do processo civilizatório!) brincavam com os termos, encontrando palavras em modo dual de expressão para contar e cantar a vida. Falavam na dualidade de corpo e alma, potência e ato, sempre procurando palavras e criandoas para dizer nossas coisas. Assim, temos Krónos e Kairós. Chamavam de KRÓNOS o tempo 8

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devorador, uma divindade que gera e engole filhos. Como essa Olimpíada London 2012: gerada e em breve engolida; começada já está a preparação da Rio 2016. Assim nos chega a sequência cronológica do tempo que passa em nós e nos faz levar a vida em duas dimensões: a corpórea que desde cedo vai crescendo e logo inicia seu descenso, e a da alma que começa lentamente e vai crescendo, e cresce até ter seu ápice no momento da quase falência do corpo. Então, inexoravelmente, a alma (a pessoa singular) se vai por não mais caber na carcaça de seu ser terráqueo. Parte da cultura atual pretende que se desconsidere a cronologia e que somente valha o agora, o instante prazeroso. Ora, ora, somos para os mesmos gregos ANTROPOS: agentes criadores. O cristianismo pega da cultura grega o senso de humanismo (humanização) e o conceito de pessoa e o amplia. E nos propõe a redenção do tempo! Organizamos a vida em convivência, cultivamos nossa singularidade como sujeitos atentos à nossa subjetividade e às promessas divinas efetivadas em Jesus de Nazaré, tornado o Akikolá

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Cristo: o Ungido pela Vida eterna e que vive para sempre. Nada, pois, de procrastinar (deixar para depois, empurrar com a barriga) e muito menos nada de transferir ao tempo o que é de nossa alçada. Criados criadores pelo amor dadivoso do Pai do céu, somos responsáveis por nossa condição de sujeito, construtores de uma história. Não sendo, viveríamos alienados, distantes de nossa identidade-vocação.

KAIRÓS Ao sujeito que somos chamados a ser, pessoas de comunhão e participação, cabe a vigilância. A vigilância é feita de sensibilidade, leitura dos sinais, comunhão com o Sopro divino em nós. O Espírito Santo de Jesus derramado em mente e coração de cada batizado nos aclara sobre a direção boa, as escolhas de Caminho e companhias. E as tais de oportunidades, convergências e circunstâncias favoráveis nos agraciam sobremaneira. São graças! Eis o tempo como KAIRÓS: um discernimento que acolhe as chances de realizações e recusa o que nos desrealiza, não é isso mesmo Juvenal Arduini? O desafio que, então, nos é posto é este: dar sequência à Criação, cuidar tendo como referência Jesus. Fazer com que brote Akikolá

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de nossa inteligência amorosa e de nossas mãos operosas e dos pés pisando o chão da história a germinação de novo modo de ser, pessoas em Cristo, fraternas e empoderadas para construir a paz, uma Civilização de Amor. Eis a Missão.

UMA PRÁTICA LIBERTADORA Nossa vida, então, é uma prática libertadora ou emancipatória. Há amarras demais em nós e em nossos caminhos coletivos, tomando, por vezes, trilhas que se mostram apenas como descaminhos. Oh, como nos desencaminhamos! Urge atualmente o protagonismo das mulheres, protagonismo da juventude. Vejam o que anda acontecendo na Síria e também ao nosso redor. Donde a urgência de sermos resgatados. Entre acertos e erros, perdas e ganhos, vamos evoluindo por mais Ser. A vida como processo civilizatório; a vida como caminho espiritual na esteira do entendimento e aprendizado da vida como DOM: doadores de sentido e entregues à laboriosa arte de efetivar o que ainda não somos mas que devemos Ser, tecendo relações familiares, laços de amizade e companheirismo; laços cidadãos. Este tecer é como um jogo, teia de jogadas. 9 9/8/2012 12:06:48


O JOGO DA VIDA Aprendendo História da Igreja com o Pe. João Fagundes (que figura!), ele me deu a ler o livro do historiador holandês Joseph Huizinga: HOMO LUDENS. E nunca mais a noção de jogo fugiu de minha maneira de olhar o mundo. São tempos de muitos jogos: Olimpíadas, Brasileirão etc. Jogos nos quais se perde, se ganha. E o público aplaude, ri, derrama lágrimas, grita, se exaspera. É arriscado demais na vida ser apenas expectador. - Vamos brincar? Vamos jogar? O lado lúdico do viver e conviver. – Se vocês não se tornarem como crianças... Ah, a leveza que Jesus vem nos trazer! – Meu fardo é leve... Já no poema da Criação (Gen.2), Deus brinca separando o caos, dando-lhe as formas da beleza e da bondade: águas e solo, firmamento e chão firme, um jardim de delícias e o Homem e a Mulher. E viu que assim era bom. Será que estamos jogando o jogo da vida na alegria de sabermos o que Deus deseja de nós e a nós confiou? É iluminador que venha ao leitor(a) esta concepção de que as celebrações de nossa fé (Liturgia) são como um jogo. “Viver liturgicamente é jogo sagrado, é brincar como fazia Davi, que dançava diante da arca da Aliança”, escreveu Romano Guardini. E o 10 Akikolá agosto.indd 10

pensador Hugo Rhaner dizia: No jogo, o espírito se prepara para acolher o inédito, para ser aliviado dos fardos e ser livre, ser divino. Vamos, pois, brincar diante de Deus e ter a sensibilidade do caminho dançante como acesso a Ele. É fácil pensar nos jogos dos enamorados, dos casais amorosos. Jogos do amor. Pensar um povo dançando de alegria por superações e conquistas. Mas que jogo perigoso vivemos quando as fibras mais fundas são atingidas por ódio e desencontros. Os desamores matam. O jogo da vida: a vida em jogo. A alternativa é: ganhar. E ganha quem aprende a recomeçar. Recomeça quem sabe perdoar a si, aos demais e à Vida, sem ressentimentos. Não somos chamados a perder o jogo da vida. Ele veio para que tenhamos Vida em abundância. Que não nos esqueçamos do tempo como Kairós divino: tempo das delicadezas de Deus a nosso favor. Ninguém se esqueça da leveza de Jesus Ressuscitado. E passe adiante Ressurreição como naquele jogo de passar o anel. A Aliança de Deus conosco. Sempre.

Pe. Dalton B. de Almeida, C.Ss.R Belo Horizonte, MG Akikolá

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Afonso: uma opção pelos abandonados

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fonso Maria de Ligório (1696-1787) nasceu em uma família muito rica, filho de José de Ligório e Ana Cavalieri. Tornou-se um jovem intelectual, erudito, nobre. Por suas raízes, não seria possível imaginar o futuro que ele iria construir, uma passagem das riquezas para o despojamento de si. E foi preciso muito para modificar os rumos de sua história. Como jovem advogado, formado aos 16 anos, com uma carreira promissora pela frente, como filho primogênito que ostentaria uma fortuna e um nome de muito poder, a primeira luta de Afonso foi escolher ser guiado por Deus e não mais pelos interesses mesquinhos de seu pai. Quanta confusão para os seus pais, quanta realização neste homem que começara o encontro consigo e com os pobres! Assim, depois de ser por muito tempo cuidado, educado e formado, encontrou seu momento de cuidar. E os destinatários deste amor serão os pobres cabreiros de Scala e milhares de homens e mulheres ao longo da história. Afonso, um grande exemplo! Fará de toda a sua vida um dom! Então, após abandonar sua carreira de advogado, tornar-se padre e missionário, ainda uma grande surpresa de Deus o encontra. Cansado dos muitos trabalhos, vai descansar em Scala, um lugar maravilhoso! Mas deste seu descanso,

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ao ver o abandono dos pobres criadores de cabras, decide dedicar-se a eles e deixa definitivamente Nápoles, cidade na qual permanecera desde sua infância. Agora, Afonso torna-se novo! Experimenta a Redenção em sua história e deseja transmiti-la aos outros. Em 1732, ele mesmo funda a Congregação Redentorista com a presença de outros que se encantam com seu projeto de evangelizar os abandonados pelo mundo, pela Igreja. Sim, fundou nossa Congregação, mas sempre desejou ser o servo de todos. Seus escritos (mais de 100 obras), seus trabalhos missionários, pregações, orações... tudo se direcionava para o outro, para os pobres que jamais deixarão seu coração. Até mesmo como bispo, vendeu seu anel episcopal e vários bens da casa para ajudar os pobres e sempre fez questão de dormir em um mísero colchão de palhas. Afonso, homem das dores e lutas, mas das grandes conquistas. Homem sábio, mas de simples linguagem que transformou a vida de pobres e doutores. É ele nosso modelo do ser Redentorista. Sede nosso auxílio na missão de libertar, retirar o peso dos ombros de tantos sofredores, amar e avançar rumo à Redenção de todo homem! Santo Afonso, rogai por nós!  Ederson R. Andrade Noviço da Província do Rio Tietê, SP

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Junioristas se reúnem em Manaus

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inte e três junioristas de todas as unidades redentoristas do Brasil, exceto de Porto Alegre, estiveram reunidos em Manaus-AM no 31º Encontro Nacional, de 08 a 19 de julho. O evento aconteceu em três etapas: dois dias de estudo e reflexão sobre o tema “Missão além fronteira”, assessorado por Dom Marcos Piatek, bispo da Prelazia de Coari-Am; experiência missionária no Rio Canumã; e participação na novena em honra de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Santuário de Aparecida, em Manaus. De acordo com a Comissão Nacional dos Junioristas Redentoristas do Brasil, o encontro foi avaliado de forma positiva. “Uma experiência nova que revigorou os participantes para aprofundar as intuições que a reestruturação (elaborada no Capítulo Geral de 2009) solicita de cada Redentorista”. Para o representante da Província do Rio no encontro, Fráter Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R., foi uma experiência muito profunda e que ficará marcada em sua vida. “Com certeza, aqueles dias ficarão gravados para sempre em meu coração e espero colher muitos frutos no futuro. Agora penso na Amazônia, não com a mente, mas com o coração. Amazô12

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nia não significa mais a floresta, o rio e os bichos, mas primeiramente, ela significa o povo que conheci. A Amazônia pra mim, a partir de agora, são as pessoas, as crianças, o povo ribeirinho”, declarou. Fr. Fagner escreveu um artigo sobre os dias que passou no encontro e em missão, que foi publicado no site da Província: www.provinciadorio.org.br

 Brenda Melo Juiz de Fora, MG

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I Romaria da Juventude Redentorista da Província do Rio

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o dia 22 de julho a cidade de Campos dos Goytacazes (RJ) recebeu jovens de quase todas as cidades nas quais a Província do Rio está presente. Mais de 100 jovens fizeram uma romaria para o Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Lá, eles viveram momentos de convivência, oração e entretenimento, como conta o jovem Matheus Antunes, 15 anos, de Juiz de Fora (MG): “achei uma oportunidade legal, porque foi um encontro descontraído. Eu realmente senti uma sensação de paz nos momentos de oração, com os amigos do lado. Além de poder

conhecer novas pessoas, fazer novas amizades” Além da romaria, os jovens receberam o Ícone de N. S. do Perpétuo Socorro, uma Cruz e uma relíquia do Beato Gaspar Stanggassinger que peregrinarão em cada unidade Redentorista de Minas, Rio e Espírito Santo. Iniciando por Campos, cada cidade receberá os símbolos por 1 mês. O evento marcou também a abertura do ano da Juventude Redentorista, iniciando a contagem regressiva para a Jornada Afonsiana, em Aparecida (SP), que acontecerá no dia 22 de julho de 2013. Acompanhe as novidades da Jornada no site: www.juventuderedentorista.org.br 

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Luiz Henrique Freitas Juiz de Fora, MG

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O amor pela catequese

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odos os anos, no último domingo de agosto, celebramos a vocação de pessoas que dedicam parte de seu tempo a nos apresentar as coisas de Deus: os catequistas. Todos sabem a importância da catequese em uma paróquia e que, para ser catequista, é necessário ter conhecimento da doutrina católica e muita dedicação. Mas se engana quem acha que isso basta para ser um bom catequista: é preciso, antes de tudo, muito amor. Lembro-me ainda do meu primeiro amor. Também, como poderia esquecêlo? Aquele menino alegre e esperto com sua mãe sempre carinhosa ao seu lado. Um menino que, apesar da pouca idade, sabia mais coisas do que os adultos poderiam supor. Eu sempre o encontrava nas missas de domingo e ele sempre me recebia com um sorriso no rosto e um olhar cheio de carinho. A cada missa que passava, mais eu me apaixonava por aquele menino Jesus, Deus pequenino, que me permitia conhecer o Pai. Meu segundo amor foi sua mãe, que mulher incrível estava ali, pertinho de mim, ao alcance dos meus pensamentos e do meu coração. Não tinha como não me encantar com Maria, a pessoa mais amorosa que eu conhecia, sempre que eu precisava bastava chamar que ela me socorria. O amor que eu sentia era tão grande que não cabia em mim e eu precisava dividi-lo com outras crianças. Foi por isso que aos 11 anos me tornei catequista. Daí para frente, esse amor só se multiplicou, eu aprendi a amar aqueles que me ensinaram e acolheram e pude ver que as particularidades de cada pessoa faziam eu e o grupo crescermos. Mas amor maior eu descobri quando encontrei meu primeiro amor no rostinho de cada criança que por mim passava. Era impossível não querer aprender mais e crescer mais para poder apresentar a elas aquele Menino-Deus por quem eu me apaixonei. Era impossível não me alegrar com seus sorrisos e não me entristecer com as suas lágrimas. Era impossível não superar todas as dificuldades que a vida colocava em meu caminho só para estar com elas mais uma semana. E assim, eu entendi toda a dedicação e o amor de Maria. Espero a cada dia conseguir ser um pouquinho mais igual a ela. É por conhecer esse amor que gostaria de felicitar todos os catequistas. Parabéns àqueles que dedicam seu tempo a evangelizar crianças, jovens e adultos, àqueles que dividem seu amor com os especiais e àqueles que recebem com carinho as famílias que querem apresentar seus filhos a Deus. Que nesta data celebrativa, todos nós, catequistas ou não, possamos lembrar das pessoas que nos ensinaram a amar a Deus e agradecer a Ele por ter colocado pessoas tão especiais em nossas vidas.

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 Lícia Alves Schiavo Missionária Leiga Redentorista - Unidade Santo Afonso Rio de Janeiro, RJ Akikolá

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A SANTAS MISSÕES EM CASA GRANDE Entre os dias 15 e 22 de julho de 2012 aconteceram as Santas Missões Redentoristas em Casa Grande, MG, paróquia de São Sebastião. Na semana que antecedeu o evento, os agentes de pastoral das comunidades visitaram 507 famílias. Porém, durante o período das missões, os 17 missionários presentes visitaram aproximadamente 70% dessas pessoas. O saldo desse trabalho é bastante positivo, como diz o coordenador da equipe de missões, Pe. Edson Alves, C.Ss.R.: “Não foi em vão a preparação e a seriedade com que nos posicionávamos. Muito podemos perceber de crescimento no povo e nos missionários. A cada dia chegavam pessoas novas, no terço da aurora, na novena de N.S. do Perpétuo Socorro e nas missas da noite. Valeu o carinho com que cada missionário acolheu o povo que nos procurava”, relata.

JUVENTUDE REDENTORISTA NAS REDES SOCIAIS Faltando um ano para a Jornada Afonsiana (JA), em Aparecida-SP, a Comissão Nacional da Juventude Redentorista iniciou a contagem regressiva através das redes sociais. Os jovens redentoristas terão a sua disposição canais de comunicação que vão facilitar o contato entre os organizadores do evento e os participantes. Além disso, a Comissão espera mobilizar ainda mais os jovens para estarem presentes na JA, que acontece no dia 22 de julho de 2013, em Aparecida-SP. Ao longo desse ano, informações importantes serão repassadas à juventude através das redes sociais e também do site www.juventuderedentorista.org.br. Inscrições, programação, notícias e os detalhes sobre os preparativos finais para receber uma juventude engajada e animada junto ao Redentor estarão disponíveis aos interessados nesses novos canais de comunicação. TWITTER: twitter.com/JuvRedentorista FACEBOOK: facebook.com/juventuderedentorista Akikolá

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