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Mística natalina
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a criação, em sua globalidade, está impressa a marca do amor gratuito do Criador. Convicção que faz a pessoa de fé encantar-se, maravilhar-se por cada partícula única, pela imensidão do que se chama matéria e alegrar-se consigo mesma, por sua milagrosa condição filial. Ao encarnar-se, na história de Jesus, Deus explicita totalmente seu projeto salvífico. Mistério inesgotável; de grandeza exuberante. O Senhor, do céu, desceu para que fosse exaltada toda criação. Bondade pura, de Criador para criatura, em Jesus. Evento de densidade tamanha no qual o eterno revela a densidade sacramental de sua obra. Rebaixou-se para mostrar a dignidade das tonalidades amorosas variadas. De fato, lá já estava porque tudo fez. Entretanto veio para que a luz escondida brilhasse tão salvadora. Todas as coisas pertencem a Ele e falam d´Ele, caminham para Ele. O universo, como conjunto infinito, reúne-se ao redor de seu parco nascimento. Cada fragmento de matéria transforma-se num louvor filial. E é bom ser gente, porque
gente sente, fala, canta, encanta-se e pode acolhê-Lo num jeito de ser também sacramental, que diz de sua operosa oferta de amor e continua realizando-a. Crer em Jesus, portanto, é seguir suas palavras e gestos. É mergulhar a existência na inesgotável reserva de sentido que sua vida possui, fazendo do cotidiano uma verdadeira instância crítica porque crística - cristológica . Sim, ao serem modelados como humanos, no Espírito do Cristo, as atitudes dos discípulos devem irradiar cada cenário no qual se desdobra o amor maior. Não é possível levar a sério a opção carnal feita pelo divino caso não haja empenho de seus seguidores por uma defesa ecológica, antropológica, teológica etc. O Natal de Jesus é convite primeiro ao encantamento pela obra criação. Posturas de posse, de domínio, de destruição devem dar lugar a uma sobriedade na forma de lidar com as coisas. O voraz movimento que o consumismo capitalista impôs como norma de felicidade, apressadamente está construindo cenas muito infelizes. Ser mais simples,
Expediente: Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas - MTB: 16778 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica América Tiragem: 2.000 exemplares
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desapegados de tantas posses supérfluas, trata-se de um verdadeiro testemunho ecológico. E o que dizer das feridas humanas? A carne finita, de todos, já daria material suficiente que justificasse o cuidado mútuo. Atitudes coletivas de solidariedade e amparo diante de uma condição limitada, desamparada. No entanto, em diversas circunstâncias tratam-se de verdadeiras fraturas expostas, geradas pela fome, pelas guerras, pelas doenças, pela exclusão. Não é possível ser natalino sem se tocar por tais realidades de tantos irmãos e irmãs. A fartura, o desperdício, o acúmulo também daquela noite de Natal, caso reforce uma mentalidade excludente, são exemplos de verdadeiro escândalo diante daqueles que não possuem as mínimas condições de sobrevivência. Em alguns casos, ilusoriamente pensa-se que Jesus está presente nessas ceias descompromissadas e, às vezes, fraudulentas. Infelizmente ele não chegou lá, está ocupado pelas margens do caminho, sem abrigo, sofrendo com aqueles que não podem festejar.
A fé natalina também não pode acostumar-se somente com a beleza estética de seus ritos e rezas. A liturgia é fonte cristalina na qual o cristão abastece a alma para seguir a missão. Por isso, natal é também senha da caridade como elemento central de quem crê. Afinal, o amor encarnou-se autorizando o ser humano a viver iluminado por uma mística cotidiana amorosa. Não vale acostumar-se somente com a beleza, meu irmão; estética sem ética é matéria perigosa. Gera ilusão de onipotência que conforta, todavia que expõe ainda mais os perigos da desigualdade. A grande beleza do cristão encontra-se em sua vocação transformativa, construtiva, solidária. Nada mais bonito do que o movimento redentor ser visualizado pela construção do bem comum, por exemplo. Natal somente pra ricos é idolatria. Quando os pobres também o celebram, é arte, utopia. Tem companhia de José, Jesus e Maria, mesmo que seja na mais humilde estrebaria. E como será o seu, caro leitor? Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial
Aniversariantes Dezembro 05/12 – Pe. Antônio Luiz de Oliveira, C.Ss.R. 06/12 – Pe. José Maurício de Araújo, C.Ss.R. 10/12– Pe. Élio da Silva Athayde, C.Ss.R. 19/11 – Dom Lelis Lara, C.Ss.R. 25/12 – Pe. Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R.
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Entrevista
Pe. Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R. No dia 22 de novembro de 2014 a Igreja celebrou a ordenação presbiteral do Pe. Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R., em Congonhas - MG. O AKIKOLÁ apresenta o novo presbítero da Província do Rio. Como aconteceu o seu des- só na formação de um clérigo, pertar vocacional? mas na formação de qualquer ser humano é o de conseguir colocar Quando eu estava com 16 anos Deus no centro da vida e de direcomecei a ter o desejo de servir cionar para Ele todo o afeto. Isso ao Senhor mais de perto, porém exige uma renuncia até da própria não sabia o que fazer. Então, dois vida. Mas quando conseguimos anos mais tarde, vieram para fazer isso, todo e qualquer deCongonhas – MG, os Redento- safio é superado. Os momentos ristas da província do Rio para que não coloquei Deus no centro uma semana vocacional em pre- da minha vida foram os momenparação para a ordenação pres- tos mais difíceis. Por isso quis que biteral do Pe. Flávio, C.Ss.R, e o lema da minha ordenação fosem comemoração dos 50 anos se: “Amarás o Senhor teu Deus, de ordenação do padre Barbosa. com todo teu coração, com todo Participei assiduamente desta se- teu ser, com todas as tuas forças” mana e me encantei com a mis- (Mc 12,30). Eu sei por experiência são redentorista. Foi aí que decidi própria, que se conseguir amar a ser como eles. Deus de todo meu coração, qualquer desafio será fácil de vencer. Quais foram os maiores desafios durante o processo de Como viveu a etapa de transiformação? ção para o Ministério? O maior desafio enfrentado não Vivi este ano de transição para o
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ministério com muita intensidade e em clima de profunda oração. É um ano muito especial: fiz a profissão perpétua na Congregação Redentorista, fui ordenado diácono, e agora concluo com a ordenação presbiteral. Em meio a estes momentos de muita graça, participei de retiros espirituais de preparação, cursos e leituras para a prática da vida ministerial e estive junto ao povo em sua vida eclesial, principalmente no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Campos dos Goytacazes (RJ), onde vivo atualmente. Dentro da Congregação o que mais o motivou durante sua formação, o levando à Ordenação?
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Entrevista
O que mais me motivou, e o que mais motiva é a oportunidade de me consagrar e de me colocar a serviço daquele que mais o meu coração ama: Deus. Tudo o que faço é com o desejo de fazer a vontade daquele que nos criou e nos ama muito, capaz de fazer loucuras por nós, como se encarnar, se fazer pão e morrer numa cruz. Decidi dar toda a minha vida para Deus, decidi amá-lo de todo o meu coração, e isso é o que mais me motiva. O que é ser presbítero na Congregação do Santíssimo Redentor? Ser Redentorista é responder o mesmo chamado de Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação. Ele, que é inspiração pela disposição para o povo, doando a sua vida em prol dos mais pobres. Então, para mim, ser presbítero Redentorista é colocar-me sob a vontade de Deus, amando-o sobre todas as coisas e, a partir desse amor, devo também amar os irmãos, porque uma ação pede a outra, assim sou chamado dar a vida por eles. SM Propaganda Juiz de Fora, MG
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Tríduo Vocacional anima a cidade de Congonhas
Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, na cidade de Congonhas – MG, recebeu entre os dias 18 e 22 de novembro, o Tríduo Missionário Vocacional Redentorista, em preparação para a ordenação do Pe. Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R. Ao todo foram 29 missionários, sendo 9 padres, 2 diáconos, 2 irmãos, 7 irmãs de 5 congregações diferentes, 8 seminaristas da Comunidade Vocacional São Clemente e uma leiga da cidade de Santo Antônio do Amparo – MG. O momento teve início com nossa chegada, no dia 18, para uma breve reunião de apresentação e a missa de abertura enviando os missionários para suas respectivas comunidades de missão, somando 10 localidades. Em todas tivemos uma programação especial que, além da celebração eucarística e da palavra, contou com visitas aos doentes, idosos, escolas e famílias, atendimentos de confissão, momento de consagração a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e procissões.
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Missionários e paroquianos caminharam lado a lado! Chegamos ao final do trabalho com o coração em festa, pois, com a graça de Deus tudo aconteceu de forma que conseguimos desenvolver as atividades propostas. No dia 22, o Diácono Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R. seguiu em procissão com o povo até a igreja. Muita gente vinda de várias localidades e de paróquias e santuários redentoristas esperavam futuro presbítero. Uma bonita celebração, presidida pelo bispo redentorista, Dom Lelis Lara, C.Ss.R. e concelebrada por diversos padres da Província do Rio. O desejo é que o nosso trabalho e coragem missionária inspirem outros jovens que queiram se dedicar a missão do Redentor. Lançamos as sementes e agora, certos de que Deus está cuidado de germiná-la, aguardamos os frutos e um despertar de vocações! Pe. Edson Alves, C.Ss.R. Belo Horizonte, MG
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Encontro da JUMIRE encerra Ano Vocacional Redentorista na Província
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os dias 14 a 16 de novembro, na Casa de Retiros São José (Belo Horizonte – MG), aconteceu o encontro da Juventude Missionária Redentorista. Cento e vinte jovens participaram do evento, vindos de Cariacica – ES, Frei Gaspar, Coronel Fabriciano, Curvelo, Belo Horizonte, Juiz de Fora – MG e de Campos dos Goytacazes – RJ. Na manhã de sábado, Pe. Flávio Leonardo, C.Ss.R. proferiu a palestra “Vocação, Deus chama. E você já sabe qual sua vocação?”. Ressaltou que a vocação é um chamado de Deus. Pediu aos jovens, dividindo-os em grupos, que encenassem uma vocação bíblica. Durante a tarde, o Pe. Vicente Ferreira C.Ss.R. conduziu os trabalhos, construindo um relatório sobre a caminhada da JUMIRE durante es-
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ses três anos e projetando os próximos passos. O texto foi entregue ao provincial eleito, Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R., que estava presente e participou das partilhas. À noite, durante o sarau com apresentações de todas as unidades, os coordenadores homenagearam o Pe. Vicente, C.Ss.R. pela sua colaboração juntos aos jovens. Além de um vídeo com vários depoimentos, o Redentorista ganhou uma medalha com os dizeres: “Paraninfo da Juventude Missionária Redentorista”. O encontro, que marcou o encerramento do Ano Vocacional Redentorista, terminou com a celebração eucarística às 10 horas, na Igreja de São José. A missa foi presidida pelo novo provincial, Pe. Américo, C.Ss.R. Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R. Juiz de Fora, MG
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Espiritualidade
QUEM É JESUS?
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MA CHARGE. Está diante de mim uma charge do competente cartunista QUINHO. Tamanho meia folha de A4. De um lado e de perfil, um saudável papai-noel, fotografado abraçando uma criança. Confortavelmente assentado em almofadas. Uma palavra o caracteriza: O AQUECIDO. Na outra ponta, uma manjedoura e um recém-nascido tranquilo, como a olhar. A palavra que o identifica: O ESQUECIDO. A FESTA. Quem é Jesus, este que ensejou no Ocidente a festa de Natal? Ainda que esquecido, a festa prossegue a cada ano como um chamado à re-união em família, como convite a troca de presentes aquecendo amizades e companheirismos, como alerta à solidariedade, como apelo à confraternização. INTERROGANTE. Considero exigência para dizer algo sobre Jesus que a gente se interrogue: - Como vivo meus relacionamentos e que alianças de Vida me fazem crescer, evoluindo? A partir do meu quintal, em que mistério da vida me refontizo? Bebo de qual Fonte? Quem me ensinou a celebrar o natal de Jesus? Onde
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aprendi sobre minha dignidade e a dignidade de cada pessoa? LUZ. LUZINDO. Ah, as luzes de Natal! Acaso já passou noites sem luz? Conhecer o que seja a escuridão permite-nos avaliar a luz que ilumina, clareia, dá cores, embevece o olhar. Jesus é a LUZ para este nosso mundo e para a dinâmica embaralhada de nossa subjetividade que facilmente se descolore. Foi esta categoria-símbolo que o Evangelho de João encontra para nos transmitir a mensagem do nascimento de Jesus, anunciando sua presença conosco: Nele está a Vida, e a vida é luz. Jo 1,1-18. Já Lucas em sua narrativa diz que os pastores foram envolvidos em luz a fim de ouvirem a mensagem: - Nasceu para vocês um salvador. Lc 2,8-11. E o evangelista Mateus conta que os Magos à procura de Jesus estavam guiados pela luz de uma Estrela. Mt.2. ELE VEIO. VEM. VIRÁ. Natal: uma grande luz em quantidade mais que suficiente para vencer as trevas que nós humanos produzimos no universo e vencer as trevas do morrer. A luz aponta
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LUZ? Ô, tem o intenso calor do Amor: ser amado e buscado, para saber amar e buscar a fim de que ninguém se perca na solidão escura do desamor. O SILÊNCIO. Quanta algazarra nos festejos natalinos. Nada mal que haja cantos e alegria a se esbanjar. Noite esfuziante: abraços calorosos, reencontros, beijos de ternura integral. Todavia, para escapar da banalidade e dos estereótipos cumprimentos da ocasião, fazem-se desejáveis: o silêncio e a contemplação. Oxalá dê para calar a TV, o celular, o samba, a violência, a saturação, o desrespeito, a pressa e o mau-humor. As narrativas do nascimento de Jesus estão no envolvimento encantado do silêncio. Assim, os pastores foram chamados a “ver a Palavra”. José nada diz e Maria não fala. Contemplam emudecidos, agraciados e comovidos. O boi e o burro homenageiam, silenciosos. O Menino (O Esquecido) é a Palavra feita carne e fala no silencio da encarnação. Palavra
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silenciosa a nos dizer: - Chego a você como Criança. Ajude-me a crescer em sua vida. Cuida de mim, acolhendo minha presença. E você saberá que o peso do viver é leve e leva à vida em abundância, junto a mim.
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para Alguém que veio ao nosso encontro. Veio. Vem e virá. VEM! A luz chegou à nossa condição como uma Criança e se sustenta luminosa com a Ressurreição do crucificado Jesus de Nazaré. Que parto é este nosso de crescer em graça e sabedoria!
NATAL? De nossas obscuridades vamos à Luz. Vamos de nossos temores silenciados à Palavra que liberta para o bem dizer. Vamos a Belém e vejamos o que aí acontece e a nós se refere. Caminhemos para a alegria de conhecer e conviver com Ele, o Messias. Belém não é a “casa do pão”? Ele, o Pão vivo para nosso peregrinar. Vamos, melhor caminho não há para fazer as pazes com a vida, iluminando e desfazendo a escuridão travada de ressentimentos. Melhor caminho não há para sustentar a paz da convivência. Indo a Ele, nos damos conta da beleza e do verdadeiro que Deus, o Pai, vê em nós. NATAL DE JESUS é revelação do que sou aos olhos de Deus e o que sou para Ele. Deus aposta em nós. Ele nos pede hospedagem e quer caminhar conosco. Pe. Dalton Barros, C.Ss.R. Belo Horizonte, MG
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Missionários Leigos Redentoristas se reúnem em Belo Horizonte
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conteceu entre os dias 28 e 30 de novembro, na Casa de Retiros São José em Belo Horizonte, o encontro espiritual dos Missionários Leigos Redentorista, com a orientação do vigário provincial eleito, Padre Paulo Carrara, C.Ss.R. Participaram 46 missionários vindos de varias unidades da Província do Rio. Vivenciamos uma aproximação maior com Cristo e um caminhar para o belo lugar de nós mesmos. O local propiciou silêncio que conduziu cada missionário a mergulhar em seu interior para
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a descoberta de si mesmo, com uma conexão com valores e desejos individuais. Quantas vezes a vida nos faz esquecer propósitos íntimos e constrói uma rotina cansativa longe do essencial reencontro consigo mesmo, com o outro e com Deus?! Então, para revigorar as forças vem a Província nos oferece esse momento e refaz a experiência do povo de Deus... A experiência do Missionário Leigo Redentorista. Na sexta, 28, a acolhida foi por conta das Unidades da Glória e da Floresta, de Juiz de Fora – MG. Nela, um momento de oração com o tema: “Maria Serva do Senhor – mãe de Jesus e nossa mãe”. Chegando ao salão assistimos uma medição sobre o Pai nosso. Para encerrar o primeiro dia, o palestrante nos convidou a afirmar nossa fé sobre a oração. Nesse dialogo com Deus, disse Santo Afonso: “Quem reza se salva e que não reza se condena”. No sábado, a primeira etapa do encontro foi na capela com as leituras do dia. Nele o orientador elucidou fatos importantes da época de Jesus e o final dos tem-
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pos e intensificou a necessidade da vigilância, na qual a oração é a principal porta para o momento. Chegamos a um novo tema: “A vocação do leigo”. Nessa abordagem, o padre foi explicitando a importância da vocação cristã leiga nos dias de hoje. Depois, elucidou elementos da teologia do Batismo e concluiu: “ser batizado significa viver inserido até as últimas consequências no mistério da encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo”. Na perspectiva da relação do cristão com Jesus, Pe. Carrara fala de um discurso de fé acerca de tudo quanto se relaciona a Deus, às relações entre Deus e o Homem, à Bíblia e à doutrina cristã. Fundamentou, também, suas abordagens com textos bíblicos. A noite foi apresentado um documentario que narra o esforço e a garra da comunidade “A noiva do Cordeiro”, (Belo Vale, Minas
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Gerais), na vontade de superar a descriminação e o preconceito, indepedente de religião. Na última manhã de encontro, o assunto foi: “Dinamismo da vida cristã”. Padre Carrara elaborou subsídios sobre a orientação fundamental: o Cristão está em Cristo e é templo do Espirito Santo. A graça faz-nos entrar no mistério da Santíssima Trindade, permite-nos apreender tudo diretamente à luz de Deus e discernir o que somos perante Deus que nos julga. A Eucaristia foi o ponto de encerramento nesse, que foi o 1° domingo do Advento. A cruz de Cristo ganhou mais espaços no peito de novos missionários, como pertença ao grupo MLR. A tradicional foto registrou a presença de todos, que juntos buscaram a ternura de Deus e um novo ardor missionário. Cléo Gurgel MLR Unidade Santo Afonso Rio de Janeiro, RJ
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Nos caminhos de Santo Afonso e São Geraldo
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m grupo de 16 pessoas de Curvelo (MG) viveu uma experiência profunda de fé e espiritualidade ao percorrer os caminhos sagrados de Santo Afonso e São Geraldo, entre os dias 20 de novembro e 02 e dezembro. Pela primeira vez, a Basílica de São Geraldo promoveu essa peregrinação redentorista que percorreu 15 cidades italianas. Além dos locais por onde viveram os redentoristas, os peregrinos também conheceram a vida de outros santos e lugares turísticos. O projeto surgiu a partir da vivência pessoal do Pe. Paulo Roberto Gonçalves, C.Ss.R., diretor espiritual e reitor da Basílica de São Geraldo, durante o Curso de Espiritualidade Redentorista, realizado em Roma, no ano passado. “Durante o curso, eu e o Pe. Luis Carlos de Carvalho, C.Ss.R. tivemos alguns momentos práticos de visita aos lugares afonsianos e geraldinos. Partiu daí a ideia de podermos oferecer aos nossos fiéis, tanto da Paróquia de Santo Afonso, no Rio de Janeiro, quanto da Basílica de São Geraldo, em Curvelo, uma experiência redentorista mais profunda. Então, fomos nos organizando e criamos um grupo para realizar essa
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peregrinação”. A peregrinação pelos caminhos redentoristas revelou cenas da vida dos santos que marcaram suas histórias. No pequeno vilarejo de Deliceto, o grupo visitou a Igreja e Convento da Consolação, onde São Geraldo viveu por cinco anos e foi sacristão. Lá, encontra-se o original Cristo Ecce Homo, esculpido pelo santo irmão. “Existem somente duas réplicas dele no mundo: uma em Materdomini (Itália) e outra em Curvelo (MG), na Basílica de São Geraldo”, informou Pe. Flávio Leonardo, C.Ss.R., que também participou da viagem. Ele contou uma curiosidade sobre São Geraldo, diante de um local muito especial na vida do santo: “Geraldo queria estar muito perto de Jesus, então, ele dormia atrás do altar, escondido dos confrades. Um dia, durante a missa, quando tocaram a campainha, o Irmão acordou assustado, bateu a cabeça e fez um barulho. Então, seus superiores descobriram que ele estava dormindo em um buraco atrás do altar”. No mesmo convento, visitaram o quarto no qual Santo Afonso de Ligório, fundador da Congregação Redentorista, escreveu o primeiro volu-
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me da sua Teologia Moral e compôs a famosa canção “Tu scendi dalle stelle”. Na igreja, os peregrinos também puderam conhecer uma cripta com os ossos dos primeiros Missionários Redentoristas. No século XIX, o governo italiano confiscou vários bens da igreja, inclusive esta casa. Então, hoje ela não pertence mais aos Redentoristas. O local tornou-se uma escola agrícola e na casa mora uma congregação religiosa mista: Congregação Mariana Oásis da Paz. Já no alto das montanhas da pequena Muro Lucano, os peregrinos conheceram onde São Geraldo nasceu e passou a sua infância e adolescência. Eles foram acolhidos com muito carinho por um grupo de
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habitantes da cidade, integrantes da Associação do Voluntariado de São Geraldo Majela. Pessoas de profunda devoção ao santo irmão redentorista e que mantém sua memória preservada, expressaram sua felicidade ao apresentar aos brasileiros cada local por onde Geraldo passou. “Nós vamos sempre nos lembrar da visita de vocês”, disse emocionado Gennaro Napodano. “Creiam e rezem da mesma forma simples que São Geraldo viveu. Para nós, ele é um herói, exemplo e inspiração”, disse o nativo. Para a peregrina Ivana Figueiredo, foi o momento mais marcante da viagem. “Tocou-me ver a simplicidade e humildade do local onde São Geraldo viveu. Volto para casa com o espírito renovado. Se eu amava São
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Geraldo, hoje, o amor é dobrado”, declarou a fiel. Na Catedral de Santo André, diante da relíquia de São Geraldo, todos fizeram uma oração e o Padre Paulo deu uma benção especial. Seguindo para Materdomini, local de sua morte, os peregrinos celebraram uma missa no Santuário de São Geraldo Majela, onde se encontram seus restos mortais. “Todos nós sabemos a força que a devoção a São Geraldo tem. Hoje, nós temos a graça de estarmos bem próximos dele, diante de sua tumba, neste lugar sagrado”, disse Pe. Paulo. O grupo conheceu, ainda, a sala dos milagres, o museu geraldino e uma exposição sobre a devoção ao santo irmão redentorista no mundo. Em Ciorani, os brasileiros visitaram a Igreja da Santíssima Trindade, primeira casa redentorista do mundo e onde se encontra o túmulo do Beato Januário Sarnelli. Lá, celebraram missa e conheceram o convento com os quartos onde morou Santo Afonso. Em breve visita a Pagani, cidade em que Santo Afonso de Ligório morou por cerca de 10 anos e faleceu, no dia 1 de agosto de 1787, celebraram a Eucaristia na Basílica dedicada a ele. Os brasileiros conheceram seus aposentos e o museu afonsiano, com objetos pessoais da época. Em Santa Ágata dos Godos, local onde Afonso foi bispo, os peregrinos
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celebraram missa e visitaram o palácio episcopal. Também foram ao mosteiro das Irmãs Redentoristas, com as quais rezaram e conversaram. A Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Roma, também foi visitada pelo grupo. Acolhidos pelos Padres Carlos Viol C.Ss.R., Redentorista da Província do Rio e Ecônomo Geral da Congregação, e Pe. José Ulysses da Silva, Secretário Geral, os peregrinos participaram da Celebração Eucarística e conheceram de perto o ícone mariano original, que está há quase 150 anos nesta igreja. Diante do ícone, fizeram a consagração à Mãe do Perpétuo Socorro. Para a devota Marília Palhares, que participou pela primeira vez de uma peregrinação, foi uma experiência emocionante: “Por cada local onde passei, eu imaginei São Geraldo vivendo naquele lugar. Uma experiência de amor maior, um sonho, inexplicável”. Tocada pelo que vivenciou, ela afirma que teve sua fé renovada. “Assim como São Geraldo, eu quero ser como barro nas mãos de Deus, ser moldada por Ele porque quero ser santa. Vou seguir os caminhos percorridos pelos santos que acompanhei nesta peregrinação”, declarou a peregrina. Brenda Melo Juiz de Fora, MG
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“Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir!” Jr 20, 7
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om essa declaração do profeta Jeremias tento expressar todo o caminho formativo redentorista que percorri até o presente momento, no desejo de responder com alegria e sinceridade a minha busca vocacional. Sinto-me seduzido pelo amor de Deus, que pôs os olhos de sua misericórdia em mim. A força deste chamado me impele a pronunciar uma resposta bastante concreta que envolva a minha vida toda, e seja uma aliança de amor com aquele que me chama. Nossas Constituições Redentoristas nos recordam que a profissão religiosa é uma resposta de amor àquele que nos amou por primeiro (Const. 56), por isso, ao término deste especial tempo de Noviciado, cresce em mim esta convicção, bem como a pertença à Congregação Redentorista, a identificação com seu carisma e missão. Quero ser e fazer, pela graça de Deus, cada vez mais parte deste corpo missionário, contribuindo com a minha novidade para que este cresça e prossiga na fidelidade à missão recebida de continuar o exemplo de Cristo Redentor, especialmente junto aos abandonados e pobres. Sou consciente de que a consagração que farei no próximo mês,
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será um momento único na minha história, que pretende ser para toda a vida, mas, ao mesmo tempo, é o início de um contínuo processo para que a consagração seja cada vez mais em mim, e assim possa viver com radicalidade a vocação batismal. A profissão marca o aprofundamento do aprendizado de ser de Deus e para Deus, e isso implica o esforço de superação das incoerências, abertura à conversão, transformação das limitações. O consagrado busca abrir-se constantemente à graça de Deus para deixar crescer os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2, 15). Não quero viver esta festa sozinho, porque a Profissão Religiosa é antes de tudo um ato eclesial, é um gesto que enche de alegria à Congregação e ao povo de Deus, que prometem apoiar e ajudar o consagrado a ser fiel à sua consagração. Por isso, peço a todos vocês que estão associados a nossa Congregação Redentorista, que vivem conosco a rica tradição espiritual de Afonso, para se unirem a mim neste momento de minha Profissão Religiosa, para juntos rendermos graças ao Deus fiel que me chama e que muito me agraciou com seu amor. Noviço Rodrigo Costa Tietê, SP
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