Redentoristas do Leste em Notícias Informativo da Província de MG, RJ e ES
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Ano 30
Nº 04
Junho de 2012
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Plurais e Fraternos! “Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês!” (Mt, 5, 44)
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er contemporâneo, sobretudo com a influência das mídias, exige um contato constante com a diversidade humana. Vive-se, mais do que nunca, em época plural. Fronteiras diminuem numa rede cada vez mais conectada de raças, línguas, culturas, credos. E com isso, a forma única de conceber a verdade, a religião, a sexualidade, acaba dando lugar ao florescimento de pequenas ou grandes convicções até divergentes. Tal cenário, sem dúvida, favorece o crescimento de uma humanidade mais criativa, aberta, rica. Por outro lado, não são poucas também as expressões arbitrárias de poder, de agressões. Formas equivocadas de convivência que acabam por enfraquecer as sementes belas do amor. E por isso mesmo a questão: tudo vale?
Guiados pelo Evangelho é possível encontrar, na convicção cristã, a presença do Espírito Santo, como doador dos diversos dons. Espírito que distribui os carismas e que garante a unidade para o crescimento de todos. Do contrário, não seria possível a boa convivência, nem tampouco o diálogo. A vida se transformaria em Babel. Confusão de línguas incompreensíveis. Caos! Mas não. A unidade é possível porque o Espírito
EXPEDIENTE:
Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas - MTB 16778
Informativo da Província Redentorista de MG, RJ e ES
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Impressão: Juizforana Gráfica e Editora Tiragem: 2000 exemplares
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é o mesmo. E ele não divide, une. Não causa confusão, mas salva na comunhão. Nem tudo vale, pois! Vale a fraternidade, graça alcançada pela força espiritual concedida ao coração humano para a promoção da paz. Fraternidade, bem entendida, não significa uniformidade. Ela só se torna viável num encontro honesto e pacífico com as diferenças, para que seja construído o bem comum. E para a paz não há caminho, ela é o próprio caminho.
Saber discernir o que promove a união e o que causa guerra é tarefa importante. Posturas fechadas, sempre deságuam em gestos de violência. Mesmo aquelas reivindicações das minorias possuem, dependendo da maneira, o risco de serem autoritárias, impositivas, rígidas, agressivas. Criar uma consciência aberta não significa perder a identidade, mas enriquecê-la com a diferença que vem do outro. De alguma forma, amar o inimigo, novidade proposta por Jesus, guarda consigo a humilde atitude de não violência. “Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês!” (Mt, 5, 44). Essa talvez seja a maior graça da espiritualidade cristã, tão ameaçada pelas inúmeras manifestações de uma agressividade descontrolada. Critério fundamental, caminho indispensável: plurais, mas fraternos.
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Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial
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NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO, OS REDENTORISTAS E A PROVÍNCIA DO RIO No dia 27 de junho, a igreja estará em festa! É o dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Por isso, entrevistamos Pe. Nelson Antônio, C.Ss.R., reitor do Santuário dedicado a ela, em Campos (RJ). Ele conta um pouco da história do ícone, da devoção à Mãe do Perpétuo Socorro, além de falar sobre a festa que acontecerá em honra a Nossa Senhora.
Como se deu a devoção dos Redentoristas a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro? A história do quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro iniciou em fins do século XIV, na Ilha de Creta (Grécia). Um comerciante o levou para Roma, fugindo dos muçulmanos. Anos depois de sua morte, o quadro começa a ser venerado na Igreja de São Mateus, que foi destruída por Napoleão Bonaparte em 1798. O quadro desapareceu por vários anos e, quando foi redescoberto, o Papa Pio IX confiou-o aos cuidados dos Missionários Redentoristas em 1865, para que difundissem a devoção pelo mundo inteiro.
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Como se caracteriza o devoto de N. S. do Perpétuo Socorro? O devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro leva em consideraAkikolá
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ção a pessoa, a vida, o testemunho e a obra realizada por Deus em Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe em sua realidade mais profunda, indo além de doces sentimentos. Ele encontra em Maria, o modelo “para os que não aceitam passivamente as circunstâncias adversas da vida pessoal e social, nem são vítimas da alienação, como se diz hoje, mas que proclamam com ela que Deus exalta os humildes e se for o caso, derruba os poderosos de seus tronos...” (Puebla). É comum vermos imagens, estátuas das representações de Nossa Senhora. Por que a mãe do Perpétuo Socorro é representada por um ícone? O quadro constitui um admirável ícone oriental. Ícone é palavra de origem grega (“eikón”), que significa imagem, pintura ou quadro. Tratase de uma pintura sagrada, feita em madeira, segundo técnicas e tradições seculares. Os ícones obedecem a normas bem precisas sob o ponto de vista artístico e teológico. O ícone é uma espécie de sacramental, um sinal da graça, um auxílio para a vida espiritual dos cristãos. Assim como Jesus Cristo, Aquele que assume a história humana e torna-se a revelação concreta da Palavra de Deus, é a imagem de Deus invisível Akikolá
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(Cl 1, 15; Heb 1,3), o ícone é a imagem artística e religiosa do Transcendente e Invisível, levando à oração e à meditação aqueles que o contemplam. Conte-nos sobre a festa anual do Perpétuo Socorro, em Campos. A festa sempre ocorre de 18 a 27 de junho. Nossa comunidade redentorista procura fazer da novena um grande momento de evangelização, formação, oração e devoção. Temos o costume de editar um texto próprio para a novena em cada ano. Um acolhimento diferenciado e a celebração da Eucaristia e da reconciliação, que são marcas de um Santuário, acontecem com muito zelo. No dia da festa 27 de junho - além da missa festiva, é realizada uma grande procissão que reúne centenas de fiéis. Empenhamo-nos para que nossa Igreja ganhe uma dinâmica de Santuário e seja um centro de evangelização no norte fluminense. Quero convidar os leitores do Akikolá para visitarem nosso santuário e participarem de nossa festa. Acompanhem também nossas atividades pelo site: www.santuarioperpetuosocorro.org.br
Luiz Henrique Freitas Juiz de Fora, MG
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Devoção a Maria
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devoção a Maria, Mãe de Jesus, faz parte da história religiosa do povo brasileiro. A veneração a Maria sempre foi uma constante, não só no Brasil, mas em toda a América Latina, característica marcante e persistente do cristianismo latinoamericano. Maria sobressai-se, na Igreja, como a mãe poderosa, a intercesso-
ra infalível de todas as causas, cuidadosa e amorosa, a quem se pode recorrer de imediato e com confiança, o socorro de todos em todos os momentos. No Brasil, são muitas as tradições de devoção a Maria: N. Sra. da Conceição, de Fátima, do Rosário, da Penha, de Lourdes, do Perpétuo Socorro e muitas outras. Pode-se dizer que uma das marcas do catolicismo brasileiro é a devoção mariana, e que Maria tem um papel relevante, visto que Jesus conferiu-lhe sentido e grandeza. Para os brasileiros, Maria está ligada à pobreza e seu amor/doação protege indistintamente a todos, mas, em especial, aos necessitados e excluídos. Cresce, entre nós, a necessidade de ter e ver em Maria o modelo da discípula fiel, mãe amantíssima, que nos convida
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a imitá-la. Isto significa que devemos tê-la como a grande discípula missionária, a continuadora da missão de Jesus e nossa formadora, já que o nosso propósito é missionar, levar a Palavra de Deus a todos os recantos da Terra. A Comunidade Redentorista tem uma dileta devoção a Nossa Senhora, a do Perpétuo Socorro, que é feita através de um ícone, ou seja, de uma pintura que traz consigo significados sagrados que nos induz à oração. Celebramos Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em 27 de junho e os Missionários Redentoristas divulgam a devoção à Mãe do Redentor em todas as Províncias e Vice-Províncias instaladas pelo mundo. Onde há Redentoristas, a devoção a N. Sra. do Perpétuo Socorro é recebida com um carinho muito especial pelo povo. A realização da novena perpétua foi a forma com que a devoção se expandiu pelo país. Em muitas igrejas e santuários, celebra-se a novena em um determinado dia da semana, durante o ano inteiro. Esse é um modo de, continuamente, estarmos sintonizados com a Mãe de Jesus, pois, a cada hora, há uma igreja celebrando a novena, em alguma parte do mundo. Ao fazermos a novena perpétua, uma prática devocional, não pense-
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mos apenas em nós, mas, caridosamente, recomendemos Nossa Senhora às necessidades de todos os que precisam. Perseveremos na fé, na vida da Igreja e na devoção a Maria, através da oração contínua – uma oportunidade de percorrermos a trajetória da Virgem Maria, através de seu exemplo e virtudes, saboreando a Palavra de Deus, além de ser um momento propício para agradecer e fazer nossos pedidos. Maio, marcado pela devoção a Maria Santíssima, a mulher que soube ouvir, santificou a maternidade e acolheu os desígnios de Deus para a sua vida. Em Junho, dedicado àquela que sempre nos socorre – Nossa Senhora do Perpétuo Socorro –, peçamos que nos ajude a santificar nossa vida, nosso trabalho e nossa missão de discípulos-missionários. Maria – mulher do projeto de Deus, mãe do Filho de Deus, discípula da vontade divina, advogada da humanidade, modelo para todos os cristãos, socorro em tempos de necessidades, rogai por nós!
Nair Pimenta Missionária Leiga Redentorista Unidade Santo Afonso – Rio de Janeiro, RJ
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E SPIRITUALIDADE
POR QUE CRÊS? Porque meu pai me ensinou. (Kierkegaard) Entrei na igreja Cristo Operário, a do bairro. Ia falar com a secretaria que atende na entrada. Atrás de mim chegaram uma avó e sua neta, ali pelos seus sete bons aninhos, se bem avalio seu rosto aberto. Elas foram mais adiante. Já me dirigia à secretária e sinto um puxão. É a pequena que voltara atrás. A avó, não sumira, chilreava com a outra que fazia a limpeza dos bancos, pelo meio da ala esquerda do templo. E a pequena: – Oi, que faz ele lá na frente? Olhei buscando quem a intrigava. Só enxerguei um senhor ajoelhado, boa figura. – Ele está rezando, disse-a e me coloquei à altura da menina. – Você reza? – Não. – Não sabe rezar a Jesus? – Não sei. – Sua vó reza? – Aquela não é a vó, é a tia chata. – Sua tia reza? – Não; ela grita com raiva da gente. A tia chegou olhando para mim com um olho zangado e o outro recriminador. Ela me pareceu vesga e pensei como é
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alguém que leva a vida a jeito zarolho ou estrábico. Pisquei sorriso cúmplice para a menina e me ergui. Os olhos da tia me olhando não convergiam. Comecei a falar com a secretária sobre os batizados, domingo a chegar, substituindo o pároco. Seriam quinze batizados. Ao deixar o templo, revi o senhor que ainda rezava. Ajoelhado, seguia absorto no mistério escondido do Pai celeste que o vê em seu segredo. Que nos via a todos, ora. Eram dez horas da manhã.
CONVERGÊNCIAS Esta cena retorna ao limiar da memória. O retorno se deve a um correio eletrônico desta outra manhã. Uma senhora, que não conheço, exigia de mim uma definição sobre a postura inquieta de sua alma a esbravejar desconforme. O escrito dela: – Ago-
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ra, a onda. É a juventude. E as crianças? Quem cuida pra valer das crianças? A catequese aqui na paróquia está mal tratada. Me responda o senhor: porque a igreja não melhora a catequese para as crianças? Responda. Nada de esquecer a resposta. Uff! Pensei comigo: hoje essas coisas vão convergir: gente vesga e (re)clamações sobre educação religiosa. E convergiram; abri o jornal dos mineiros e, por acaso (!?), na seção dos leitores leio: PEDIATRA INCENTIVA ENSINO RELIGIOSO. Trechos. – (...) as famílias não veem mais motivação para ensinar aos filhos a fé cristã que receberam de seus antepassados. (...) Há uma necessidade urgente de ensinar aos pequenos... (...) – Como as crianças vão também se acostumando com os vícios mundanos e não têm força para reagir. (...). O que acontece se deixarmos um terreno abandonado? (Assina: Silas Leite Prado). Ante tamanhas convergências daquelas coisas, vem-me à lembrança uma lenda, ouvida na região francesa da Bretanha, casa de um sacerdote amigo de longa data. A lenda: Era uma vez a catedral de uma aldeia a beira-mar. Akikolá
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UMA LENDA BRETÃ Sinos tocavam amanhecer das seis, ao meio-dia e ao entardecer das dezoito horas. Hora de saudar a Virgem-Mãe Maria. Os sinos eram seis, sonoridades harmônicas se em conjunto tocados. Bimbalhavam aos domingos e sonorizavam procissões e quermesses. Igreja cheia, cheinha com as famílias da aldeia, felizes famílias católicas. (Ah, os bretões e suas raízes celtas!). Mas um dia, aquele estranho e tenebroso dia, o mar subiu, subiu; as ondas subiram e engoliram a catedral que ficou no fundo das águas do mar, que retirado deixou sem estragos as casas dos aldeões na saudade da perda. (Ah, os pecados de infidelidade dos bretões...). Somente os pescadores fiéis, em noite de lua grande, ouvidos apurados, ouviam vindo lá das profundezas, sinos a tocar, chamando para a alegria de crer com fidelidade; chamando a celebrar Deus e fazer a festa da vida. Até aqui a Lenda.
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OS SEIS SINOS EM NÓS Certo é que a alma das crianças (e alma de toda gente) guarda uma catedral submersa, imagem que somos do Deus vivo, criador e Pai. O cuidado de tantas famílias com a educação para a fé cristã, desde o berço, vai sumindo enquanto sobem as águas que mais e mais escondem a catedral submersa. A vivência da fé cristã (seguir Jesus e ser Igreja viva em missão) implica uma educação que é mais que aprendizagem e produção coletada de informações. Quem vai despertar os sons da bela catedral submersa no fundo sem fundo da almamente-vontade das crianças? Pai e mãe seriam os melhores despertadores. Deveriam sê-lo. Cabe-lhes ser como pescadores de gente para o Reino, pois na claridade de uma vida de parceiros criadores de Deus, eles ouvem os sinos de suas próprias almas chamando à vida nos modos de Deus amar. As crianças, filhos, emergindo para a vida, para a linguagem dos relacionamentos, convivendo e aprendendo a seguir Jesus, descobrirão os sons dos sinos de sua catedral submersa e irão consentindo que a vida lhes seja uma sinfonia. 10 Akikolá junho.indd 10
Pois é desde esta “ecclesiola”, pequena igreja doméstica, que os sinos da bondade, da justiça, da lucidez amorosa, do compromisso solidário, da admiração e do louvor agradecidos, se fazem ouvir, seduzem e se aprende a tocá-los. Quando cada qual se torna a catedral viva, o mundo se abre para a verdade de seus caminhos. São mesmo estes seis os sinos do Reino.
RESPONDENDO Respondi àquela senhora impetuosa pelo mesmo correio eletrônico (e-mail, que meio!): – Senhora, a catequese se renova na maioria das paróquias católicas. Há catequistas, seguindo a tradição, a boa, enfatizando o seguinte: quando alguém busca conhecer a Deus, tem que saber de si. Para conhecer e amar o Deus vivo e verdadeiro que Jesus nos revela ao derramar em nós seu Espírito, a pessoa precisa conhecer a si própria para assumir ser discípula e querer ir pela vida ensinada por Deus. São dois modos de viver que andam de mãos dadas, irmanados. Quem conhece e ama Deus, pratica Akikolá
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e celebra sua fé, se modifica e cresce. Cabe-nos crescer até a estatura de Jesus, o Filho no qual somos filhos muito amados. Assim produzimos frutos. O que não acontece se a pessoa se desconhece e não se modifica, embora use uma capa cristã e um cristianismo de efeito. As pessoas, e, sobretudo as crianças, não são máquinas, peças de máquinas. De espécie alguma. Vejo cada pessoa como parte de uma partitura da sinfonia do amor em Deus, a favor de nós todos. Música do ser que nas relações chama o outro para o melhor dele. A música do ser cristão, música interior e comportamental, vez por outra, precisa ser recomposta. A senhora espalha qual música com sua vida? Sejam abençoados seus dias (E assinei, evidentemente).
COMO BOA MÚSICA DIVINA Assim é. A fé vivida permanece em nós (Permanecei no meu amor! Insiste Jesus. Jo 15-17) como musicado nosso modo de ser. Somos parte da partitura desta imensa orquestra chamada Igreja: santa (música da fidelidade feliz, pois criativa) e pecadora
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(pois ainda desafinada em repetidas dissonâncias). É como nos adverte o apóstolo Paulo: para ouvir e tocar a harmonia mais profunda do viver em Jesus, o Espírito que habita em nós é nosso maestro. Ele cuida de nossos treinamentos e nos aponta as desarmonias ou nossa música que se interrompe face às exigências do Reino, a partitura definidora. O bom cuidado com os ensaios divinos em nossa vida é para ninguém se sentir música ruim, medíocre demais para a catedral que somos. Olá músicos leitores: afinemos nossas vidas qual melodia vinda do fundo de nós, deixando as desarmonias. Os que somos do reino repicam seus sinos. Aqueles seis, sobretudo. Assim é: a música que o Pai executa em Cristo, e Ele irradia, existe também em nós desde o Batismo. O batismo é mergulho nas águas fundas... onde a catedral está submersa. O batismo nos faz comungar desde pequenos com o sopro santo que toca os sinos do Reino para anunciar ao mundo seu destino.
Pe. Dalton B. de Almeida, C.Ss.R Belo Horizonte, MG
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Corpus Christi: dom, partilha e compromisso
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festa de Corpus Christi surgiu como gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia; hoje, culmina na visibilidade do Cristo Eucarístico ao mundo. Não seria esta festa uma oportunidade ímpar de nos comprometermos ainda mais com o Cristo E u ca r í st i co, numa vida de amor doada imensuravelmente às pessoas e ao mundo, até a morte? Evoquemos Corpus Christi a partir: 1) do maná do deserto (Dt 8, 1ss.), 2) do cálice da bênção e pão repartido (1Cor 10, 16ss.) e 3) do “sinal do pão” (Jo 6, 1ss.). 12
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1) O maná do deserto não é só recordação do alimento material. É também um sinal de que tudo que somos e temos é dom de Deus. Se o Senhor alimentou seu povo para que se lembrasse de suas promessas e obedecesse aos seus mandamentos, podemos dizer que Corpus Christi é um convite para que, em tudo, sejamos obedientes ao Senhor e fiéis aos seus mandamentos. Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a nós mesmos, fazem-nos pensar: como temos exercido cotidianamente os dons que Deus nos deu?
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2) O cálice da bênção e pão repartido. O apóstolo Paulo no-los recorda como sinais de nossa participação e comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo. Este Mistério tem nos feito reviver a doação de Cristo a nós sem reserva e realizá-la em nosso dia-a-dia? Os atos de solidariedade e fraternidade devem fortalecer em nós a pertença ao Corpo de Cristo. É uma maneira concreta de participarmos de sua vida, sem acepção de pessoas. Os tradicionais tapetes de Corpus Christi visibilizam a união e intimidade entre nós (cristãos/ãs) e efetivação do nosso compromisso vital (individual e comunitário) com o Cristo Eucarístico. 3) O “sinal do pão” situa-se no contexto da multiplicação dos pães. Esta, para os judeus, não passou de uma saciedade material, um messianismo político (e as eleições
municipais estão batendo à nossa porta!). Para nós, o Pão é Jesus mesmo: Dom descido do céu, sua carne e seu sangue doados para a salvação do mundo. Participando deles, teremos a vida eterna e seremos ressuscitados no último dia. Esse Pão nos faz viver para sempre e conformar nossa vida com a de Cristo. Que a festa de Corpus Christi faça crescer em nós a mútua doação de amor a serviço da vida, dos nossos irmãos/ãs, da Igreja e da humanidade inteira. Como participantes do mistério do Cristo Eucarístico, amemos cada vez mais como Jesus amou, vivamos cada vez mais como Ele viveu.
Pe. José Maurício de Araújo, C.Ss.R. Cariacica, ES
Aniversariantes do Mês * 24/06/26 – Pe. João Batista Boaventura Leite * 27/06/38 – Pe. José Raimundo Vidigal
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Cantinho das Obras Fique por dentro do que acontece nas obras sociais da Província do Rio! Juiz de Fora, MG – Obra Social Pe. Nilton Fagundes Hauck 1° Dia da Família No dia 06 de maio, a Obra Social Padre Nilton Fagundes Hauck promoveu o 1° Dia da Família. O encontro aconteceu na Escola Olinda de Paula Magalhães e teve a presença das crianças e adolescentes da instituição, além de seus familiares, que puderam assistir e aplaudir as apresentações de dança, coral, flauta e recital de poesias. Houve, ainda, um momento de descontração no qual os pais puderam brincar e se divertir com seus filhos. O evento buscou promover um envolvimento maior entre as famílias, seus integrantes e a obra social, fortalecendo, assim, os vínculos entre todos. Além disso, o encontro deu uma amostra do que é aprendido nas aulas que são ministradas na sede Pe. Nilton Fagundes Hauck. A obra social agradece a participação de cada um, principalmente dos professores, seminaristas e das crianças e adolescentes que se apresentaram, pois sem a participação e dedicação destes, esse evento não seria possível. Cariacica, ES – Centro Nova Geração Projeto Água de chuva No dia 03 de abril de 2012 foi assinado um convênio entre o Centro Nova Geração (CNG) e o Instituto Marca de Desenvolvimento Socioambiental (IMADESA). Trata-se do Projeto “Água de Chuva”, escrito e enviado pelo CNG ao Instituto. O projeto visa à conscientização da população local com relação ao uso responsável dos recursos hídricos. A principal ação será a captação de água de chuva no CNG. A água coletada criará um sistema de distribuição para fins não potáveis, como por exemplo, rega de jardins e lavagem de ambientes. Já as crianças e os adolescentes assistidos participarão de oficinas de artes com recicláveis, debates, pesquisas e exposições diversas. 14
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A OFICINA DE ARTES INTEGRADAS Coordenada pelo produtor cultural Geuder Martins, a oficina de artes integradas aconteceu na Biblioteca Redentorista, em Juiz de Fora (MG), em dois encontros durante o mês de maio. O trabalho tem como objetivo a criação de um grupo que produza a evangelização através da arte, junto à juventude. Entre os participantes, estavam padres, Geuder e o seminarista Benedito seminaristas e leigos redentoristas. “Trata-se de um investimento provincial rumo às novas gerações. Nada melhor do que utilizar as artes como instrumental de formação humana e cristã”, disse o Provincial, Pe. Vicente Ferreira. A partir dessa formação, as oficinas serão levadas às realidades mais carentes, como, por exemplo, as obras sociais da Província do Rio. Outros trabalhos já estão agendados dentro desse projeto. O primeiro deles é a produção de um evento cultural itinerante, que percorrerá as comunidades redentoristas em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ator e diretor, Geuder Martins é bacharel em Direção Teatral pela Universidade Federal de Ouro Preto e pós-graduado em Cinema pela PUC-Minas.
ENCONTRO DOS FAMILIARES DA CVSA O Encontro dos Familiares da Comunidade Vocacional Santo Afonso (CVSA) aconteceu entre os dias 11 e 13 de maio, no Seminário da Floresta, em Juiz de Fora-MG. Coordenado pelos formadores, Pe. Américo de Oliveira e Ir. Aníbal de Assis, e pelos formandos, o evento foi realizado de forma dinâmica e participativa, com momentos fortes de oração, celebração, formação e recreação.
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