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Estações existenciais
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experiência do tempo define, em muito, as pelejas do caminho. Marcar os dias somente com as horas que passam, não alimenta o coração com esperança. Fardo pesado, assim sendo. Vida humana sobrevive é da graça. Daquele tempo sem registro definido, incalculável. Coisa parecida com eternidade, com o que não morre no fundo da gente. Como sacrário, em penumbras profundas, a alma inspira. Ora sossegada, agradece; ora, aflita, entristece. De alegrias e dores, cresce em raízes de memória sempre vivaz. Lago, de águas mansas e agitadas, a vida é cíclica, companheiro; diversa mesmo! Seu grande segredo? Movimento. Então,
sem essa de querer tudo num passo de mágica. É preciso andar e, no caminho, dar tempo ao tempo, em estações diversas. Cuidado, de verdade! Armadilhas não faltam. Em dias atuais, elas habitam tantos excessos. Que volúpia em possuir tudo em instantes pequenos, ou em protelar as coisas sem responsabilidade. Sem ritmos e ritos, o caminho fica curto. Seria inconveniente manter, no imaginário, ilusões de plenitude, de um tempo sempre cheio. Quantas promessas de heroísmos, de ganhadores de uma vez só! Gente nasceu para buscar, sonhar, projetar, aceitar demoras e, humildemente, esvaziar-se. Caso não se cuide, a raça humana se trans-
Expediente: Coordenação: Pe. Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Colaboração: Luiz Henrique Freitas - MTB: 16778 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica América Tiragem: 2.000 exemplares
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formará em objeto de mercado. Vendendo e comprando desejos. E aí, você sabe, muitos ganharão com fonte tão preciosa. Outros andarão por trilhas amargas. Há que se ter coragem nessas travessias e, nas perdas e ganhos, mergulhar a existência em sentidos mais profundas. Sem ânsias de chegada rápida, afinal, hoje é graça com saudades de ontem e vontade de amanhã. Lembre-se, constantemente, que homem não é máquina. Doloroso seria tentar manipular, depois do corpo, o espírito. Nas lucrativas tentativas de mapear dores e alegrias, há quem ganhe, vendendo promessas fáceis de felicidade. Ah! O grão
de trigo, mencionado por Jesus, exige metamorfose. Caso não aceite a transformação lenta, não ressurgirá em broto. Ponha, então, um pouco de sabedoria em seu viver. Para ser sábio, é preciso ser amigo do céu, irmão dos irmãos, sem olhar o mundo com olhos vorazes. Como diz Guimarães Rosa: “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.
Pe. Vicente Ferreira, C.Ss.R. Superior Provincial
Aniversariantes do Mês 05/11 .... Ir. Aníbal de Assis, C.Ss.R. 12/11 .... Pe. Lúcio Marcos Bento, C.Ss.R. 19/11 .... Pe. Mauro Carvalhais de Oliveira, C.Ss.R.
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José Veloso
Entrevista
O entrevistado do mês de novembro é José Veloso. Ele é formado em Artes Plásticas e trabalha na catalogação dos bens culturais da Província do Rio. O profissional fala sobre esse projeto e explica o que é um bem cultural, bem como a importância de sua preservação para a memória da instituição. Primeiramente, o que podemos considerar um bem cultural? Qualquer bem produzido pelo homem, ou não, que dê testemunho da sua história. Podemos dividi-los em três categorias: bens naturais que compreende a natureza, florestas, um ecossistema; os bens materiais, uma pintura, escultura, um cálice, objetos do uso cotidiano, fotografias, imóveis, casas, prédios, igrejas; e, por fim, os bens imateriais, que são a história oral de um povo, a música, uma festa típica, o modo de se comportar ou até mesmo o modo de falar. O que confere valor cultural a algum bem? O que o torna bem cultural é a sua capacidade de estimular e fortalecer a memória das pessoas que estão vinculadas à comunidade onde se encontra esse bem. Representando um momento histórico, por ser capaz de gerar apreciação estética, ou dando testemunho de manifestações, costu-
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mes de um povo. Ou seja, resumem e representam sua identidade. Um exemplo: na Igreja da Glória, em Juiz de Fora, foram batizadas inúmeras pessoas, diversos casais ali se casaram, existem aqueles que participam da missa desde a infância, fazendo com que a Igreja abrigue muitas memórias, muitas lembranças e, assim, parte da história de Juiz de Fora e de seus cidadãos. Qual a importância da preservação desses bens? Como já foi dito, todo bem cultural carrega em si memórias, a identidade, as raízes daquele povo que o possui. O contrário de memória é a amnésia, uma pessoa que sofre deste mal, por esquecer-se de si, se torna incapaz de dar continuidade à sua história. Da mesma forma, um povo, uma comunidade que não se preocupa com seu passado, corre o risco de construir um futuro sem identidade. Então, a importância de se preservar está ligada à manutenção de
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uma identidade, uma história. Qual é o objetivo do projeto de catalogação dos bens culturais da Província do Rio? O objetivo é resgatar e preservar o acervo de bens materiais adquiridos e produzidos na Província ao longo de sua história para, assim, conhecer e fortalecer sua identidade, que está também impressa nestes objetos, seja os de uso cotidiano, de uso litúrgico ou artístico. Como está sendo o seu trabalho na Província? Meu trabalho na Província teve início em junho deste ano, na Basílica de São Geraldo, em Curvelo (MG). Atualmente, estou na Igreja da Glória, em Juiz de Fora (MG). O primeiro passo é uma busca para identificar os objetos a serem catalogados. É feito um
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Entrevista
registro fotográfico de cada peça, depois cada uma recebe um número de registro e uma ficha com seus dados detalhados como: designação, época, fabricante, material e técnica utilizada, origem, suas dimensões; é feita também uma descrição visual, estado de conservação, estilo, iconográfica e simbólica e por fim, dados históricos como modos de uso, ou algum fato representativo para história daquela peça. Fechando os trabalhos, as peças são armazenadas de modo adequado para sua conservação. Qual é a contribuição deste projeto para sua carreira profissional? Uma oportunidade singular de aprendizado e experiências enriquecedoras, possibilitando-me o aprofundamento em um campo de pesquisa amplo que é a Arte Sacra, e da arte e cultura em geral. Além disso, poder conhecer mais e melhor a Província Redentorista do Rio, na qual tive contato participando da Juventude Redentorista da Paróquia São José em Belo Horizonte (MG), dando continuidade aos trabalhos lá desenvolvidos, porém de outros modos, deixando assim, minha contribuição para perpetuação da sua história. Um trabalho minucioso e sem dúvida, de muita responsabilidade, que me faz sentir grato pela confiança e oportunidade. Brenda Melo Juiz de Fora, MG
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Congresso Social
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Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte, MG, sediou o I Congresso Social Redentorista do Brasil, de 14 a 18 de outubro. Cento e dez representantes das Obras Sociais das nove (Vice) Províncias brasileiras viveram dias de formação, espiritualidade e troca de experiências. Nas palestras e apresentações por unidades, pôde-se perceber a força do carisma redentorista e, mesmo com as diferenças culturais de cada região, as características são bem semelhantes nas ações desenvolvidas em prol da dignidade do ser humano. Para o coordenador do evento, Pe.
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Antônio Luiz, C.SsR., é no trabalho com os mais carentes que a Congregação Redentorista segue os passos de Santo Afonso: “as Obras Sociais são lugares de vivermos sempre a força do amor”, afirmou. Nas pregações do Papa Francisco há sempre um pedido para que a igreja vá ao encontro dos marginalizados e, para o padre da Província de São Paulo, Jadir Teixeira da Silva, C.Ss.R., as Obras Sociais cumprem esse papel e são o principal meio de anúncio do Redentor: “vejo uma grande importância do trabalho na área social, nele podemos, impulsionados pelo nosso carisma,
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proclamar aos mais necessitados que junto do Senhor é copiosa a redenção”. No Brasil, os redentoristas atuam em educação, saúde e, principalmente, assistência social. Os trabalhos envolvem todas as faixas etárias e buscam sempre a inclusão social dos assistidos. Na Província do Rio, são 7 as obras sociais: Centro Nova Geração (Cariacica – ES); Obra Social Sagrada Família (Campos
dos Goytacazes – RJ); Obra Social Santo Afonso e São Geraldo (Rio de Janeiro – RJ); Obra Social Redentorista (Coronel Fabriciano – MG); Obra Social São José, unidade centro e Dandara (Belo Horizonte – MG); Obra Social Pe. Nilton Fagundes Hauck (Juiz de Fora – MG); Obra Social São Geraldo (Curvelo – MG). Luiz Henrique Freitas Juiz de Fora, MG
Beatificação dos Redentoristas Mártires de Cuenca, Espanha No dia 13 de outubro, a beatificação dos 522 mártires da Guerra Civil da Espanha (1936-1939) foi oficializada em Tarragona, Espanha. Entre os que foram beatificados estão os seis Redentoristas, Mártires de Cuenca: Padres Javier Gorosterratzu Jaunarena, Ciriaco
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Olarte Pérez de Mendiguren, Miguel Goñi Áriz, Julián Pozo Ruiz de Samaniego, Pedro Romero Espejo e o Irmão Victoriano Calvo Lozano. A beatificação é um evento histórico, não apenas para a Província de Madrid e a Igreja na Espanha, mas também para toda a nossa Congregação.
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Espiritualidade
NO ANO DA FÉ
O SOPRO
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o vento levou. O tempo e o vento. O vento faz dançar a areia. São títulos de obras. Mas não há como evitar a luta contra os moinhos de vento. Valha-nos, Quixote! São tantas as páginas da vida jogadas ao vento assim como rolam palavras ao vento. Palavras? Vão da leveza do vento à força das tempestades. Bem nos lembra Kalil Gibran: - Podes contar teus segredos ao vento, mas ao depois, não vais culpá-lo por contar tudo às árvores. Existem jovens, sem lenço nem documento, aos quatro ventos rodando pela vida. Não se descuide: mau hálito, não. Se bafejado por honrarias, vale a prudência: vai nelas escondida alguma trama. Deus nos livre de tornados, pois as tormentas da vida implicam, por vezes, em redemoinhos. Delícia da alma de criança é correr com cata-vento. Já o adolescente gosta mesmo é de soltar pipas. E eu fico é com a brisa, a respiração e o fôlego. O sopro. Gosto é de arejar. Ar. Que a vida não nos traga excessivos soluços, sufocos. Haja fôlego! E, parafraseando Fernando Pessoa, digo: às vezes ouço o sopro divino passar; e só de senti-lo, vale a pena ter sido batizado.
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SOPRO DIVINO É sobre o sopro divino que quero comentar com os que me leem. Ele é polifônico. Sonante. Articulador. Princípio vital. Atiçador. Encorajamento. Alento. Inflama. Provoca. Aguça. Flui e influi. Cativa. Persuasivo. Conspira num abrir e fechar de olhos. Eis senão quando... João Batista, o profeta de Jesus, não é um “caniço agitado pelo vento”. Vento, antes de qualquer outra significação, é metáfora e se faz símbolo. Leva-nos a matutar sobre o espírito, ou seja, “a energia espiritual do Homem”. Perder a respiração é como se o espírito estivesse se desgarrando da gente. Ah, nosso espírito de inteligência, sabedoria e desejo de imortalidade! Ele enche os espaços de nossos melhores sonhos. Marc Girard, exegeta canadense, ensina: Pensamos que, na tradução e na explicação de muitos textos bíblicos nos quais figura o termo hebraico ruah ou seu correspondente grego mais frequente, peneuma, passa-se muito rapidamente do sentido concreto (vento, ar respirado) ao sentido abstrato (espírito, Espírito). Usarei, igual o exegeta, o termo sopro-do-vento. Digo o simbolizante (o sopro do vento) para melhor nos darmos conta do simbolizado, que nos escapa tanto.
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No começo de tudo, o vento de Deus pairava sobre a face das águas. Gn1, 1-2. Bela imagem do ar em movimento, livre soberano, veiculando palavra e luz, força de vida: Deus. PAIRAR (rfh, em hebraico), imagem de pássaro. IHWH: ele existe e passeava “ao vento do dia” (Gn3, 8) “Ele caminha sobre as asas do vento” (Sl 104,3). Judite em seu canto de louvor agradecido reza: - Vosso sopro de vida enviastes, e eis que tudo passou a existir; não existe uma coisa ou pessoa, que resista à vossa voz (palavra). Jt 16,14. O salmista confirma “seu sopro” (Sl 147,18) que faz correr as águas. O Senhor é nomeado como “Deus dos sopros para toda carne” (Is 42,5. Nm 16,22; 27,16). Se Ele retiver seu sopro e seu hálito, toda a carne expira imediatamente e volta a ser pó. Jo 34.14. - Senhor que amas a psyché, teu sopro incorruptível está em todas as coisas. Sb 12,1. Cfr. Sb 1,7. E ler, e ler Sabedoria 7. Um trecho pouco habitual: - A artífice de todas as coisas, a Sabedoria me ensinou. Nele há um sopro inteligente, santo, único, polivalente, leve, móvel, claro, imaculado, lúcido, intato, amante do bem, rápido (...) penetra todas as coisas em razão de sua pureza. Porque ela é um vapor do poder de Deus. (...) Ela renova todas as coisas. Em Provérbios vai escrito: - Vou derramar sobre vós meu sopro, vou fazer-vos conhecer minhas palavras. Bendita promessa
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realizada! Conferir em Ezequiel 1, a visão da glória de Deus: eu vi que um vento impetuoso vinha do norte... E vai narrando, que ao sair das águas batismais do Jordão, Jesus viu o céu rasgar-se e o sopro-do-alto, como uma pomba, descendo sobre ele. Mc 1,10. O céu não estava fechado? Em Jesus a passagem está inaugurada. Com suas ações, sinalizando, aquele poder do sopro-do-vento se evidencia: Reino chegado. Urge acreditar e mudar o rumo das coisas e da vida. Ele vem para soprar sobre as pessoas. Arejando. Insuflando. Conspirando. É pessoal e coletivo. Ressuscitado, Jesus, agora o Cristo, se pôs no meio deles. A Paz. E os enviou como ele fora o enviado. Soprou sobre eles e falou: Recebei o Espírito Santo. Jo 20,19-23. A memória grupal daquele dia de Pentecostes grava: - De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que envolveu toda a casa. At 2,2. Como um vento. Mais que um vento: “ins-pir-ação”. Todas as línguas se entendiam. Dois ditos marcantes de Jesus. Primeiro vejamos Mt 12,28. A polêmica com fariseus sobre expulsão de demônios. – Se é pelo sopro-de-Deus que expulso os demônios, é porque o reino de Deus chegou a vós (de improviso, como o vento). Que coisa mais forte: o sopro saído da boca de Jesus solta palavras de autoridade, exorcizando. Jesus areja onde reina o espaço poluído do mal. O sopro bom, divino, é brisa de amor que liberta. Brisa ou vendaval? Daí que blasfemar contra o Sopro Santo
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VENTO, EXCEPCIONAL SÍMBOLO BÍBLICO
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Espiritualidade
(Mt 12,31-32; Mc 3,29) é imperdoável. Nega Deus. Renega o vento bom que vem do alto a libertar, curar. Reparem que não traduz bem a força das expressões dizer apenas “Deus é Espírito” ou “Espírito de Deus”. Está escrito em Jo 4,24: o Deus verdadeiro é pneuma tou Theos: um sopro-de-vento de Deus, ou seja, um modo da presença divina que não se limita aos espaços fechados (o Templo). Estamos aqui naquela conversa de Jesus com a Samaritana. Reler Jo 4. “Esta história ainda acontece à beira do poço de Jacó”. Ainda se diz que é em tal lugar que se deve adorar a Deus... O sopro-do-vento de Deus entra e desborda os espaços. Chega carregando sementes de eternidade e as semeia. Mais que vida é eternidade assegurada. Veicula luz e a palavra que vem do alto. A partir de Jesus (sua hora, desta hora), a vida se dá em sopro e verdade em todos os lugares. Vai se adorar em sopro e verdade por toda parte. Retomemos o texto de 1Cor 2,10: - O Sopro tudo sonda, até mesmo as profundezas de Deus. Sopro-mais-que-vida? Sim, eternidade, pois é divinização. Ah, a Ressurreição de Jesus! Com ela, a partir desta Páscoa definitiva, Jesus é o Vivente-para-sempre por um sopro-do-alto, recebendo-o do Pai, estabelecido Filho com poder. 1Pd3, 18. At2, 23. Rm 1,4. A esperança não engana, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, pelo Sopro divino (Espírito) que nos foi dado. Rm5, 5.
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SOPRO-DO-ALTO Fica, então, combinado: dizer Espírito Santo é dizer o Sopro-do-alto, definidor. Ele é nascimento continuado Jo 3,6-8. Moramos no coração de Deus, permanecemos nele. 1Jo 4,13. Ele é o princípio de nossa intimidade com Jesus Cristo 1Cor 6,17, leva-nos a uma vida transfigurada (moral evangélica) Rm 2,29; 7,6. Vivemos no poder do Sopro-do-alto Gl 3,5. 1Cor 12,4-11. Juntos respiramos o Deus da Vida e conspiramos juntos pelo Reino: Comunidade do Senhor. A vida se torna um mistério inesgotável. Chega-me uma cena de outrora. Um grupo de crismandos, em retiro. Estamos ao ar livre. Tomamos consciência da respiração: inspirar, expirar limpando as impurezas de dentro. O ar alimenta toda chama ascendente. Cada jovem tem consigo uma vela e uma proteção de vidro. Brincam. Agora, em círculo, somos apenas quinze, digo: cada um, cada vida, é como uma chama. Repita: “Sou chama”. Se cortamos o ar, a redoma se obscurece, enegrece, a chama titubeia e some, apaga-se. Se cortamos o sopro de Deus em nossas vidas, de coração fechado à seu Amor e à sua presença, vejam o que acontece... Vem, Sopro Divino. Venha do alto o Sopro. Vem, Princípio de toda Sabedoria. Vem! Vamos para as pelejas da vida. Pe. Dalton Barros, C.Ss.R. Belo Horizonte, MG
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Foram tantas emoções... Reitor da Comunidade Redentorista da Glória, Padre Ronaldo, C.Ss.R., comemora 25 anos de ordenação presbiteral junto aos familiares, amigos e paroquianos.
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migos e paroquianos lotaram a Igreja da Glória, em Juiz de Fora (MG), no dia 19 de outubro para comemorar os 25 anos de Ordenação Presbiteral de Padre Ronaldo Divino de Oliveira, C.Ss.R., Reitor da Comunidade Redentorista da Paróquia da Glória. A missa foi presidida pelo Bispo Emérito Dom Lélis Lara e contou com a presença de vários sacerdotes, amigos de Juiz de Fora e de outras cidades por onde Padre Ronaldo já exerceu seu ministério, além de familiares e paroquianos. Em sua homilia, Dom Lélis lembrou o dia da ordenação de Padre Ronaldo, em Florestal (MG), e ressaltou a importância da oração para dar forças ao sacerdote. Pediu que todos rezassem insistentemente por Padre Ronaldo, já que é na oração que o presbítero encontra forças para desenvolver seu trabalho pastoral e profético. Representantes da Igreja da Glória e da Capela São Roque fizeram uma homenagem a Padre Ronaldo, assim como os seminaristas. O sacerdote agradeceu todas as manifestações de carinho recebidas desde sua cidade natal, Florestal, onde tiveram início as comemorações do jubileu de prata no dia 10 de outubro. Sílvia Carvalho Juiz de Fora, MG
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TRÍDUO E FESTA DE SÃO GERALDO 2013
Devotos de São Geraldo renovam sua fé
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m clima de muita fé, devoção e religiosidade, o Tríduo e Festa de São Geraldo, realizado de 17 a 20 de outubro, reuniu milhares de romeiros, vindos das mais diferentes cidades, que, juntos ao povo curvelano, se uniram em oração para louvar o santo irmão redentorista. Além das celebrações eucarísticas na Basílica e na praça, houve plantões para con-
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fissões, barraquinhas e apresentações musicais. Nas dependências da Basílica, a exposição que conta a trajetória de São Geraldo através de objetos, textos, fotografias e vídeo recebeu a visitação do público. Este ano, a novidade foi a cobertura da praça, através de três grandes tendas, que possibilitaram mais conforto para os fiéis. “Foram momentos ricos, vivenciados na esteira da espiritualidade redentorista, acenados de maneira especial para a vida de São Geraldo, como exemplo de vida e santidade a ser seguido nos dias de hoje. A presença do Padre Provincial, Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R., como pregador do Tríduo, muito nos alegrou e motivou, con-
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duzindo de maneira simples, mas ao mesmo tempo profunda, as pregações sobre a temática escolhida”, declarou o Reitor da Basílica, Pe. Paulo Roberto, C.Ss.R. O primeiro dia do Tríduo concentrou as reflexões sobre a frase que norteou a vida de São Geraldo: “Aqui se faz a vontade de Deus”, escrita na porta de seu quarto, no convento em Materdomini, na Itália. Já a meditação central do segundo dia, pensando a mensagem do Evangelho, destacou o amor ao próximo. Na celebração da noite, o casal Geraldo dos Santos e Lucilene Pereira foram chamados ao altar para relatarem a graça alcançada por intermédio de São Geraldo, com a cura do filho Willian Majela, que ganhou o sobrenome do santo, em agradecimento pelo milagre. O jeito simples e humilde de São Geraldo como um exemplo para todos foi o tema que inspirou as reflexões no terceiro dia do Tríduo. A tradicional distribuição dos pãezinhos de São Geraldo aconteceu no final da missa das 19h. Um jovem, vestido como Geraldo e cercado de crianças, lembrou um fato importante na vida do santo que, como gesto de amor e cuidado ao próximo, distribuía pães aos pobres na porta do convento. Durante a semana, a chuva molhou a terra e abençoou as festivi-
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dades. Como dizem no sertão mineiro, “caiu a divina misericórdia”. Já no domingo, o sol quente, típico da região, apareceu para abrilhantar ainda mais a festa. A praça já estava cheia logo na primeira missa do dia, às 5 horas da manhã. Foram realizadas celebrações eucarísticas também às 7h, 9h, 11h e 15h. Após a última missa, a multidão saiu em procissão pelas ruas de Curvelo. Da frente da Basílica de São Geraldo, seguiu até a Escola Estadual Bolivar de Freitas e voltou para a praça. Diante do andor, os devotos receberam a bênção com a relíquia de São Geraldo e foram distribuídos os tradicionais pãezinhos. Há 15 anos participando das romarias, Dona Maria de Faria Costa (73) enfrentou 7 horas de viagem de Bambuí (MG) para participar da Festa de São Geraldo em Curvelo (MG). Segundo ela, o esforço valeu a pena, pois a gratidão pelo santo é grande: “Tenho muitas graças alcançadas. Já fiz nove cirurgias e São Geraldo sempre me salvou”. Perguntada sobre o porquê da devoção a Geraldo Majela, Dona Maria não hesitou: “o escolhi porque foi um sofredor, assim como eu”.
Brenda Melo Juiz de Fora, MG
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Retiro Provincial
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ntre os dias 30 de setembro e 4 de outubro, padres, irmãos e seminaristas do SPES da Província do Rio vivenciaram o Retiro Provincial, realizado no Seminário da Floresta, em Juiz de Fora (MG). Foi um momento de pausa do cotidiano, como disse o Pe. Ricardo Alexandre, C.Ss.R.: “o Retiro Provincial é sempre uma boa oportunidade de parar, reavaliar a trajetória, voltar às origens da nossa espiritualidade, portanto, é um momento de oração e de descanso. Assim, ao sairmos deste retiro, estaremos revigorados e mais animados para nossa
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caminhada que continua”. O pregador deste ano foi o Bispo da Diocese de Teófilo Otoni, Dom Aluísio Vitral. Para ele, essa experiência é fundamental para o trabalho de cada um: “é preciso a pausa para que possamos perceber para onde vamos. Um retiro tem a característica de nos ajudar no discernimento, temos que ir ao encontro do que é essencial para que possamos nos dar por inteiro e não pedaços de nós mesmos”, afirmou.
Luiz Henrique Freitas Juiz de Fora, MG
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O Encontro da Redensidade, com os Redentoristas de meia idade da Província do Rio, aconteceu entre os dias 21 e 24 de outubro, em um local próximo a Sete Lagoas (MG) e contou com a participação de treze confrades. Foi um tempo de forte e alegre convivência. Além do lazer e contato com a natureza, houve mo-
Aconteceu na Província
Encontro da Redensidade
mentos orantes, de partilha de vida e eucaristia em uma bela capela, réplica de uma igreja barroca da Bahia.
Confrades Jovens
O encontro anual dos confrades jovens da Província do Rio aconteceu em Domingos Martins (ES), entre os dias 28
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e 30 de outubro. Dez padres marcaram presença, além do Vigário Provincial, Padre José do Carmo Zambom, C.Ss.R, representando o Governo Provincial. Na manhã do dia 29, os Redentoristas tiveram uma reunião de partilha de vida. Depois, o tempo foi dedicado à convivência. Uma Celebração Eucarística encerrou o encontro.
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