Akikolá - Julho/2015

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Editorial

Palavra do Provincial SANTÍSSIMO REDENTOR, Titular da Congregação Redentorista

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Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R.) ou Redentorista foi fundada por Santo Afonso Maria de Ligório no dia 09 de novembro de 1732 para evangelizar os pobres e mais abandonados. O lema da Congregação Redentorista está expresso em seu escudo, como descreve o Estatuto 06: “o selo consta de uma cruz, com a lança e a esponja colocadas sobre três montes: ao lado da cruz, os monogramas dos nomes de Jesus e Maria; sobre a cruz, um olho emitindo raios; no alto, uma coroa. Em

torno do selo a inscrição: Copiosa Apud Eum Redemptio”, isto é: Nele, em Jesus Cristo, a Redenção (salvação) é abundante. É uma frase do salmo 129 (130), 7: “Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção”. Numa linguagem simbólica, o escudo apresenta a identidade e a finalidade da Congregação dos Missionários Redentoristas.

Expediente: Coordenação: Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica América Tiragem: 2.000 exemplares

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A solenidade do Santíssimo Redentor é celebrada no terceiro domingo de julho. Jesus Cristo, na sua morte e ressurreição, é o realizador da redenção universal. Celebrar o Santíssimo Redentor é celebrar o amor infinito e incondicional de Deus por todos nós. “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). A contemplação dos mistérios da redenção nos possibilita também contemplar Cristo Redentor agindo na história. “Essa redenção atinge o homem todo, aperfeiçoa e transfigura todos os valores humanos”. Somos cola-

boradores de Jesus na grande obra da Redenção, trabalhando para construir uma sociedade justa e fraterna, na qual todos possam viver com dignidade sua vocação humana e cristã. A missão dos Redentoristas é anunciar a redenção abundante através de vários meios: paróquias, santuários, missões, programas em rádio e televisão, jornais e revistas. Os meios são vários, mas a missão permanece sempre a mesma: a boa notícia da salvação universal de Deus manifestada em Cristo. Que você, leitor ou leitora, possa se abrir sempre mais à graça de Deus que nos chega por Cristo no Espírito! Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R. Superior Provincial

Aniversariantes

Julho

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06/07 – Fr. Ederson Rodrigo de Andrade, C.Ss.R. 07/07 – Pe. Anderson Trevenzoli, C.Ss.R. 16/07 – Pe. Luciano Silveira Ivo, C.Ss.R. 18/07 – Pe. Sérgio Luiz e Silva, C.Ss.R. 19/07 – D. Fernando J. M. Guimarães, C.Ss.R. 19/07 – Fr. Heliomarcos Costa Ferraz, C.Ss.R. 23/07 – Pe. Mário Ferreira Gonçalves, C.Ss.R. 23/07 – Ir. José Domingos de Vasconcelos, C.Ss.R. 26/07 – Pe. Tarcísio Generoso da Fonseca, C.Ss.R. 26/07 – Pe. Vanderlei Santos de Souza, C.Ss.R. 27/07 – Pe. Mauro de Almeida, C.Ss.R. 28/07 – Pe. Paulo R. Morais Júnior, C.Ss.R.

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Padre Paulo Morais, C.Ss.R.

Entrevista

No dia 27 de junho, dia de N. Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira das missões redentoristas, Paulo Roberto de Morais Júnior, C.Ss.R. foi ordenado presbítero pela imposição das mãos de Dom Lara, C.Ss.R., bispo emérito de Itabira-Coronel Fabriciano. A celebração aconteceu na Matriz N. Sra. da Penha, em Ipaba (MG). Nesta entrevista, padre Paulinho fala sobre sua trajetória na Congregação Redentorista e das motivações que o mantém em sua vocação. Em que momento de sua vida sentiu o chamado vocacional para ser padre? Acredito que na adolescência, quando comecei a estudar violão! Nessa época ocorreu meu compromisso com a Igreja, com maturidade e convicção. Tinha um amigo que tocava guitarra na comunidade São Francisco, em Ipatinga. Ele me chamou para ir aos ensaios, participei de uns dois. Mais ou menos familiarizado com as músicas e com o pessoal, comecei a tocar com eles. Muito envolvido nos trabalhos da comunidade, de vez em quando passava no coração a vontade de uma entrega mais radical. Quando minha família mudou para Ipaba, logo me aproximei da comunidade, fazendo parte da equipe de música, grupo de jovens, outras pastorais. O chamado vocacional foi se clareando até a tomada de decisão: arriscar!

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Como foi sua passagem pelas casas de formação? Em 2003 cheguei para nosso aspirantado, em Juiz de Fora. A comunidade vocacional Santo Afonso me deu a oportunidade de enxergar a grande obra redentorista com os pés bem firmes no chão, vivenciando aquilo que era próprio do momento. Autoconhecimento, gosto pelos estudos, nossa espiritualidade e tantos outros elementos que me foram apresentados como fonte de uma maturidade integradora. Nosso lema era: Florescer como gente, na verdade, liberdade e responsabilidade. A comunidade São Clemente, postulantado, foi momento de algumas dúvidas, crises, mudanças internas, mas acima de tudo, um tempo de graça na minha vida. Os estudos filosóficos me ajudaram a solidificar alguns ideais. O contato com o povo na pastoral, nas missões e tríduos me ajudou a compreender o sentido primeiro de Afonso ao fundar essa obra. Vivendo a dinâmica do ano SPES,

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na cidade de Coronel Fabriciano, vi o quanto vale a pena sermos inteiros naquilo que fazemos. Sintetizar as experiências substantivas faz sentido na medida em que entendemos que somos seres inacabados. Me marcou muito o mês de deserto. O desinstalar, o confronto de realidades, o contato com o povo sofrido nos lança para dentro do carisma afonsiano. Em Tietê-SP fiz meu noviciado, tempo de me apaixonar ainda mais pela Congregação e de viver mais de perto a nossa espiritualidade. Tudo isso me deu uma condição de liberdade interior para discernir melhor, para escolher dar a vida pela copiosa redenção. Feito os votos temporários, comecei os estudos teológicos na comunidade Dom Muniz, Belo Horizonte. Tempo de aprender teologia, aprender a fazer teologia e vivê-la celebrativa e orantemente. Transpor para a linguagem a experiência da fé, como acolhida da revelação. Quanto crescimento, quanta transformação! Em meio à dedicação acadêmica, não perdi de vista a vida comunitária e a dedicação aos pobres, pilares do nosso chamado. Compreendendo

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Entrevista

que o Reino passa por nossas mãos criadoras e que o mundo dos pobres e dos marginalizados é o lugar privilegiado da experiência divina. Quanta riqueza este tempo de formação inicial (12 anos)! Muitos acontecimentos que me ajudaram a chegar com serenidade no coração. Qual é o papel de um presbítero atualmente dentro da sociedade? Qual será sua maior motivação no trabalho missionário? O Concílio Vaticano II nos recorda que a Igreja precisa estar em constante diálogo com o mundo, partilhando suas “alegrias e esperanças, tristezas e angústias” (GS 1). Ficar alheio às questões que afligem o ser humano e a própria sociedade, é irresponsabilidade. Como ministro ordenado tenho um dever moral e pastoral de me inteirar com a sociedade e evangelizá-la, o que não tem nada a ver com proselitismos. O presbítero é uma voz profética que anuncia uma sociedade justa, fraterna e sem exclusões. Quero gastar a minha vida pela copiosa redenção. Conheço e sinto na pele as renúncias exigidas para abraçar este projeto, porém, é Jesus Cristo que ocupa o primeiro lugar no meu coração e na minha existência. É ele que dá força para renunciar a qualquer coisa altamente significativa. É ele “a razão da esperança que me anima” (I Pd 3, 15). SM Propaganda Juiz de Fora, MG

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Encontro reúne vocacionados em Belo Horizonte

Iluminados pela solenidade de Corpus Christi, foi realizado o primeiro Encontro Vocacional Redentorista de 2015. O evento ocorreu na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG), entre os dias 04 e 07 de junho e contou com a participação de 15 jovens vindos das seguintes cidades: Alto Rio Doce; Angra dos Reis; Bambuí; Campos dos Goytacazes; Coronel Fabriciano;

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Durandé; Esmeraldas; Florestal; Guapimirim; Lagoa Dourada; Monte Carmelo; Ribeirão das Neves; Rio de Janeiro e Uberaba. O Encontro Vocacional Redentorista faz parte do processo de discernimento vocacional proporcionado pela Província Redentorista de Minas, Rio e Espírito Santo aos jovens que se sentem chamados à vida religiosa por Deus. Para tal, a estrutura do encontro contempla todas as dimensões do ser humano: espiritualidade, crescimento humano, estudos sobre a Congregação Redentorista e relacionamento com o mundo e com os outros. Assim, para bem dinamizar toda esta profunda dinâmica de acompanhamento do jovem, a equipe deste encontro foi formada pela psicóloga Anna Paula, pelo promotor vocacional, padre Bruno Alves, C.Ss.R. e pelos fratres Ederson de Andrade, C.Ss.R. e Jonas Pacheco, C.Ss.R.

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Além do crescimento que o encontro possibilita ao jovem, ele também possui um caráter seletivo; afinal, é Deus quem chama e o jovem busca a Congregação na esperança de um discernimento real de qual chamado seria esse, ou seja, a partir da abertura mútua e partilha de vida, enxergar em qual estado de vida ele irá se realizar como ser humano: se como leigo ou como religioso

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redentorista. Portanto, ao fim do Encontro Vocacional, há sempre um encaminhamento concreto de vida aos jovens. Pastoral Vocacional Redentorista Belo Horizonte, MG

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II. O CREDO: Creio em Deus Pai Todo-poderoso Deus todo-poderoso - onipotente “Creio em Deus Pai todo-poderoso”, rezamos no símbolo apostólico. “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso”, no símbolo niceno-constantinopolitano. No último número, nos ativemos à designação Pai para Deus que aprendemos com e de Jesus Cristo. No evangelho de João, os termos Pai e Deus são praticamente sinônimos. Os gregos chamavam Deus de Zeus, o pai de todos os deuses e dos seres humanos; os babilônios o denominavam Marduk, que os protegia. Jesus nos revelou o verdadeiro nome de Deus: Pai. Em seu mistério, Deus é Pai e nos envia seu Filho para nos revelar quem ele é e o que espera de nós: que sejamos seus filhos e filhas, no Espírito Santo, que foi enviado por Jesus em sua ressurreição. Quando rezamos o Credo, afirmamos que nosso Deus, o Pai, é todo-poderoso. Afirmação que traduzimos, de maneira espontânea, do seguinte modo: Se Deus pode tudo

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e me ama, ele necessariamente me dará tudo o que eu quero. Ou seja, resolverá todos os meus problemas e transformará a minha vida num verdadeiro oásis, sem sofrimentos e dificuldades. Infelizmente, muitos hoje coisificam a graça de Deus. Ela se transforma em presentes materiais, de todos os tipos, que Deus nos dá. E quando não recebemos exatamente aquilo que pedimos, nossa fé diminui e esmorece. É comum ouvirmos: - Perdi a fé porque Deus não me deu o que eu queria, pedi tanto, rezei tanto, fiz tanta novena, promessa, peregrinação, mas não consegui nada e acabei descobrindo que Deus não é bom, pois se fosse, teria me concedido o que eu pedi. Esse raciocínio, de maneira mais sofisticada, faz com que muitos desistam de acreditar em Deus, pois, se é bom, como permite que haja guerra, fome, opressão, doença, desastre ecológico, tragédia etc. Se fosse realmente bom e todo-poderoso, o mundo seria uma maravilha. De fato, para muitos, o problema

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Deus oni-impotente – todo sem poder? A afirmação central do cristianismo é esta: Deus é amor. O poder de Deus se encontra, portanto, numa doação que não conhece limites. Ele é Pai que no amor (o Espírito Santo) gera o Filho e o envia para que assuma nossa humanidade para nos reconduzir a Ele. Deus é eterna comunicação amorosa. Seria um erro pensar o poder de Deus como possibilidade de fazer o que quiser, ou seja, como se ele tivesse um poder indeterminado e arbitrário. O atributo todo-poderoso cabe a Deus, do nosso ponto de vista, porque ele é a origem permanente de todo o criado. Nele se encontra a origem do nosso ser, porque do nada nos chamou à vida, merece ser chamado todo-poderoso. Por outro lado, Deus não pode jamais negar-se a si mesmo (cf. 2 Tm

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2,13). E se Deus é essencialmente amor, então ele só pode amar. Deus só faz amar, eis o que aprendemos de Deus com Jesus. A justiça de Deus no NT significa que ele é fiel às suas promessas e as cumpre com misericórdia e amor. Nas parábolas da misericórdia (cf. Lc 15), Jesus revela o que é mais próprio de Deus: amar e amar, e só amar. Em que sentido Deus é oni-impotente, ou seja, sem poder? Há uma coisa que Deus não pode? Sim, ele não pode odiar, não pode fazer o mal. Jesus fez só o bem. Jesus nos ensinou a fazer o bem a quem nos faz o mal. Morreu intercedendo pelos seus algozes. São Luis Orione tem uma frase que resume qual deve ser o comportamento do cristão a exemplo de Cristo: “Fazer o bem a todos, sempre. O mal nunca, a ninguém”. Deus nunca faz o mal. Ele é, portanto, oni-impotente, porque sua onipotência é, na verdade, o frágil poder do amor. O que pode o amor: só amar e mais nada. Deus nos fez pessoas livres, porque quis construir conosco uma relação de amor. Só na liberdade é possível amar verdadeiramente. O amor não se confunde com obrigação, por isto carrega a marca da vulnerabilidade. Santo Agostinho dizia: “Quem te fez sem ti não te salva sem ti”. Quer dizer que Deus nos criou para ele (salvação), mas

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do mal dá origem ao ateísmo, ou seja, leva muitos a não acreditarem em Deus. Por trás dessa visão, há uma forma equivocada de pensar a onipotência de Deus. Aliás, se Deus pudesse tudo, mas não acabasse com a guerra, ele seria pior do que nós, que não acabamos com a guerra por falta de meios eficazes. Nós queremos e não podemos, Deus pode e parece não querer.

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deseja que acolhamos o seu amor, sem nos constranger. Respeitou a liberdade de Jesus e a dos pecadores que o crucificaram. Não desceu o Filho da cruz. Não é bom dizer que o Pai permitiu a morte do Filho, melhor afirmar que o Pai não interferiu na liberdade dos homens que fazem a história. Mas Ele fez de Jesus vitorioso sobre a morte e o pecado pela ressurreição. Mais ainda, Deus respeita a autonomia do mundo que ele mesmo criou com suas próprias leis imanentes. Não somos marionetes que ele manipula a seu bel-prazer. Seu desejo é construir conosco uma relação de amor e para isso precisamos ser livres, só assim nos tornamos aptos para acolher sua revelação em Jesus Cristo. Mas porque tanta miséria no mundo se Deus é bom? Não é, certamente, culpa de Deus, pois seu projeto para nós é outro, como nos mostra Jesus com o anúncio do Reino de Deus, que é justiça, paz, amor, fraternidade e liberdade. Jesus revela quais as intenções de Deus para as relações humanas, o que significa viver segundo o senhorio de Deus. Se o mundo vai mal, a culpa não é de Deus, mas nossa, porque não realizamos a vontade de Deus manifestada no seu Filho. Nosso problema é que queremos contemplar, passi-

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vos, o agir maravilhoso e poderoso de Deus no mundo, quando, na verdade, ele nos pede para, com sua graça, construir um mundo melhor, como lemos em Mt 25. Ele quer e só pode agir através de nós. Depende, portanto, de nossa liberdade transfigurar o mundo em Reino de Deus. Este é, aliás, o distintivo dos santos, que viveram em sua vida uma solidariedade desinteressada e ilimitada, como Jesus. Se o poder de Deus é amor que se expressa na misericórdia, então não há lugar para termos medo de Deus. Ele não veio chamar os justos (cf. Mt 9,13). A ideia de uma perfeição de nossa parte que dispense a bondade e misericórdia de Deus não encontra lugar no cristianismo. Em Jesus, o próprio Deus assumiu a fragilidade do nosso corpo para nos amar com um coração humano. Diante de um Deus que sofre na pessoa no Filho crucificado, não precisamos nos sentir condenados pelo poder de uma grandeza e perfeição sem misericórdia. Ele se compadece de nós na fragilidade do amor e o seu desejo é enxugar nossas lágrimas (cf. Ap 21,4). Resta-nos apenas nos deixar amar e perdoar por Deus. Pe. Paulo Sérgio Carrara, C.Ss.R. Belo Horizonte, MG

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Redentoristas em Assembleia

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Assembleia Provincial Capitular dos Missionários Redentoristas de Minas, Rio e Espírito Santo foi realizada no período de 15 a 18 de junho, no Seminário da Floresta, em Juiz de Fora (MG). A Celebração Eucarística de abertura foi presidida pelo padre Américo de Oliveira, C.Ss.R., Superior Provincial, e teve como tema: “Como é bom os irmãos viverem juntos! (Sl 132)”. De acordo com o Provincial, foi um período forte de convivência agradável, oração e estudos. O tema principal da assembleia foi a construção do Projeto Provincial para o quadriênio 2015-2018. Cada secretário (Vida Consagrada, Vida Apostólica, Comunicação, Pastoral Vocacional, Formação e Administração) apresentou o projeto provisório de seu secretariado, havendo um tempo logo após para sugestões dos confrades. Uma parte da programação foi dedicada ao Jubileu da Mãe do Perpétuo Socorro. O padre José do Carmo Zambom, C.Ss.R., membro da comissão do jubileu e reitor do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Campos dos Goytacazes (RJ), coordenou os trabalhos, falando dos objetivos e recolhendo as propostas e sugestões dos confrades para o Jubileu na Província. Outro momento significativo foi a comemoração dos 50 anos de profissão religiosa do padre Válber Dias, C.Ss.R., que atualmente trabalha na

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pastoral indígena em Tocantins. Na Celebração Eucarística, o Redentorista partilhou um pouco sobre a sua história vocacional e experiência pastoral. Neste dia, marcaram presença os seminaristas das Comunidades Vocacionais Santo Afonso e São Clemente, que também participaram do jantar festivo após a celebração. Durante a Assembleia Provincial, também foram feitas partilhas sobre a caminhada da Liga Católica (pe. Vidigal), Rádio Educadora (pe. Antônio Luiz), Pastoral Vocacional e Jumire (pe. Bruno) e sobre a equipe da missão itinerante e Missionários Leigos Redentoristas (pe. Paulo Morais). Os Redentoristas receberam uma carta que o Superior Geral da Congregação, pe. Michael Brehl, C.Ss.R., enviou à Província do Rio em ocasião da assembleia capitular, ressaltando a importância do dinamismo missionário para celebrar o apostolado de maneira sempre nova. “Verdadeiramente é hora de abraçar o futuro com esperança, olhando o passado com gratidão e planejando o presente com responsabilidade para que nosso apostolado não perca seu caráter dinâmico”, declarou o padre geral.

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A mística do evangelizador na paróquia

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uando se fala de mística tem que se refletir também sobre a ascese. Parecem dois antônimos, realidades opostas que se excluem ou sobrepõem. Nem por isso podemos chamá-los de sinônimos, porque não se pode gostar de dois times rivais apesar da prática saudável do esporte. Então, eis o lema místico: “mente sã, corpo são”. A mística, por exemplo, é o sol, enquanto a ascese é a noite escura. São duas realidades da mesma face, da pessoa e realidade, da comunidade e Igreja. Uma toca o estilo de vida interior liberta no amor, a outra é marca de vida exterior na dor. Mas, existiria um ponto de convergência e aproximação entre o místico e o ascético? A mística é a gratuidade no relacionamento com Deus semelhante ao girassol que busca o sol. Aquece, ilumina e incendeia o corpo, alma e espírito na dinâmica do amar e ser amado que anseia encontrar Deus no próximo, vivendo-se de forma entusiástica. Por isto, se sente realizado no que faz, pois realiza com amor. Ama o que faz e faz o que ama, porque está sintonizado com a

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vontade de Deus e com o coração dos pequenos no Reino de Deus. Por outro lado, a mística é o espírito do Reino de Deus e este se concretiza e materializa na Igreja e na Paróquia desde que estejam evangelizando com ardor missionário e formando evangelizadores imbuídos do Espírito Santo, sensíveis à contemplação da realidade que será transformada pelas pastorais e movimentos. A ação evangelizadora fala mais do que as palavras, quando é nascida da oração e do silêncio, do testemunho e da conversão pastoral, onde os evangelizadores deveriam ser místicos e vice-versa, porque mesmo estando na terra e lutando por aquilo que atormenta o povo, mantém o coração e mente em Deus e no céu. Os evangelizadores discernem e oram antes da tomada de decisão pessoal e comunitariamente. Eles têm seus conselheiros e não se deixam levar só pela emoção e impulso, porque une o tempo e eternidade, o corpo limitado e corpo espiritual, através da graça santificante e operante, da providência divina e esforço humano.

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Opostamente da mística, a ascese é a disciplina, a lei e o formal na relação consigo que vem acompanhado da prática de mortificação e leva a associação com o sofrimento de Cristo, no qual se desdobra na vida dos evangelizadores em sinais externos de piedade, jejuns e caridade. A alma é de Deus e o corpo, senão for autodominado, vira razão de queda, pecado e condenação. Anula-se a pessoa e supervaloriza a instituição através dos costumes, hábitos e práticas externas religiosas. Eis aí um lema missionário que incorporou este dilema ascético: “Salva a tua alma”. A metáfora do ascético está visível na figura do guerreiro medieval que combate o mal e o pecado com treinamentos austeros, quase militar, dos sentidos humanos, enquanto a alma é absolutizada, sacralizada e espiritualizada por ter sido dada por Deus, já o corpo é demonizado, culpado e reduzido em função da sua natureza carnal, instintos desordenados e afetos não evangelizados. Portanto, o ascético traz no corpo os sinais da fé em decorrência do sofrimento e sacrifício, enquanto o místico cultiva a vida interior e a liberdade de escolhas que brotam do coração para fora, da escuta da vontade de Deus e do bem-querer humano. Tanto um (místico) quanto o outro (ascético), valoriza a santi-

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dade e oração através de caminhos diferentes e motivações divinas que estão explicitadas no pensamento de Sto. Irineu, Santo Padre da Igreja, “a glória de Deus é o homem vivente e a glória do homem é o encontro com Deus”. Em suma, é o peregrino místico e o guerreiro ascético, que juntos têm força para santificar o mundo e combater a maldade. Conclui-se com um pensamento clareador de Karl Rahner que faz encontrar o céu e a terra, perceptível na proposta de subida na escada de santidade de Santa Terezinha do menino Jesus com o primeiro degrau de simplicidade e o último de silêncio, quando cessam as palavras diante do mistério de Deus ao se afirmar “que se não houver místicos no amanhã, os cristãos serão anônimos”. Textos bíblicos para meditação pessoal: - Lc 1, 38; 11, 13; 2, 19.51; - Jo 14,26; 16,13; 2 Tim 3, 14; - Dt 30,14; - 1 Sm 3,10; Is 55, 10-11; - Sl 95,7; Gn 22, 1-18; - 2 Ts 3,15; Gl 2,2; 2 Cor 3,6; - Rm 15,4; At 13, 1-3; 1 Cor 10, 1-13; Pe. José Geraldo de Souza, C.Ss.R. Cariacica, ES

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III Romaria do Terço dos Homens à Basílica de São Geraldo

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erca de 450 pessoas participaram da III Romaria do Terço dos Homens à Basílica de São Geraldo em Curvelo (MG), no dia 21 de junho, com a participação de 17 caravanas. A romaria foi conduzida pelo Irmão João Batista de Viveiros, C.Ss.R., membro da Coordenação da Romaria Nacional do Terço dos Homens ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Para ele, “o terço leva os homens a se voltarem a Deus e para a igreja; quando o coração se volta para Deus, modifica o homem, levando-o a justiça; esse momento, então, leva à família, onde o homem se volta melhor dentro de casa, dando força para o testemunho e retorna como autoridade e exemplo aos filhos; também leva para o caminho da vocação, onde a reza do terço assume essa bandeira, a fim de interceder pela mesma”. Para o reitor da Basílica, Padre Paulo Roberto Gonçalves, C.Ss.R.,

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foi um encontro para “reviver momentos de envolvimento e graça naquilo que é bem específico do Terço dos Homens: sua espiritualidade cristológica e mariana. Muito mais do que um exercício de pura piedade, como muitos pensam, percebemos que a cada dia os grupos de Terços dos Homens vêm buscando uma maneira evangelizadora e prática dentro da Igreja, fruto daquilo que contemplam, meditam e rezam no Terço: os mistérios da vida”. Segundo o Redentorista, fica cada vez mais claro que o investimento, a motivação e o apoio nesse caminho é um grande portal de evangelização que pode mudar o mundo, conforme diz um trecho do Hino do Terço dos Homens. “Todos ganhamos com este reflorescer. Conforme destaquei em minha homilia, dirigida aos diversos grupos de Terço dos Homens presentes na Praça da Basílica, quando uma boa parte de fiéis da Igreja Católica achava que o terço estava com seus dias contados, ele ressurge gloriosamente, com toda sua força e beleza, no coração dos homens do Brasil. Deus seja louvado”, enfatizou Padre Paulo. Basílica de São Geraldo Curvelo, MG

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A cidade mineira de Ipaba recebeu os Missionários Redentoristas da Província do Rio durante a Semana Missionária Vocacional que antecedeu a ordenação presbiteral de Paulo Morais, C.Ss.R. De 21 a 27 de junho, a comunidade da Paróquia Nossa Senhora da Penha contou com uma programação diversa, que incluiu encontros de formação cristã, rosário da aurora, consagrações e bênçãos, missas, confissões, visitas às escolas, idosos e doentes.

Aconteceu na Província

Semana Missionária em Ipaba

Familiares de D. Brandão e membros do CDJBC visitam exposição

A Biblioteca Redentorista (Juiz de Fora - MG) recebeu a visita de familiares de Dom Brandão, C.Ss.R. e de membros do Centro D. José Brandão de Castro (CDJBC), de Aracaju-SE, para conhecerem a exposição “Dom José Brandão, C.Ss.R.: Um fiel seguidor de Santo Afonso”, que ficou em cartaz de 22 de maio a 26 de junho.

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Os visitantes mostraram-se bastante honrados e emocionados com a mostra. O Sr. Carlos Alberto Santos, que foi aluno de D. Brandão em Propriá - SE e depois o acompanhou até seu retorno a Minas Gerais, faz um grande esforço para manter viva a memória do bispo redentorista. Ele falou das passagens de D. Brandão por Sergipe e de como enfrentou autoridades em prol dos que mais necessitavam, levando os direitos humanos e a palavra de Cristo. De acordo com o Sr. Carlos, D. Brandão é conhecido como o “profeta da reforma agrária em Sergipe”.

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